Está na hora de você mudar os seus conceitos Por Flavio Paiva
A propaganda da Fiat está muito boa. Todos nós temos que revisar sistematicamente nossos conceitos. Embora todas as teorias administrativas digam que a única coisa que não muda é a mudança, o ser humano tem uma tendência natural ao conservadorismo. Isso porque toda mudança gera ansiedade, insegurança frente ao novo. Existe, sem dúvida, a compensação posterior à mudança: diante do novo e do conquistado, nos sentimos felizes, orgulhosos e confiantes, mas até chegarmos lá, resistimos muito. É da natureza humana. Mas teremos que mudar isso também.
Falando em mudança de
conceitos, li a entrevista de Moysés Simantob na revista Amanhã que está nas bancas (www.amanhã.com.br, com a pesquisa Top of Mind), que é coordenador do Fórum de Inovação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP). Está realmente interessante. Lá pelas tantas, ele afirma que “a diversidade é um item importante.” Ele prega que inovação raramente acontece por acaso e que devemos induzi-la dentro das empresas. E um dos pontos importantes para que a inovação aconteça é que as empresas deixem de ter uma visão única a respeito dos assuntos. Como nosso tema é marketing, tratemos do ponto de vista de marketing.
É muito comum que o lançamento de produtos, campanhas e iniciativas
de marketing sejam integralmente elaboradas por pessoas que vivem disso. Agências de propaganda, profissionais de marketing, etc. Até aí, nada de anormal, nem pretendo extingüir as estruturas de marketing existentes. O que falta às empresas é envolver – na discussão do desenvolvimento e posterior lançamento e gerenciamento dos produtos – pessoas (sejam consumidores ou não) de outras áreas. Como se comportariam os profissionais de marketing se lhes fosse possível discutir com médicos, advogados, balconistas, frentistas, motoristas, enfermeiros, suas iniciativas? Sobre isto, Moysés Simantob afirma: “Tratar um mesmo tema sob óticas distintas é importante para que as companhias não repitam velhas fórmulas.” Defendo veementemente este ponto de vista. Acho que em marketing (não só em marketing, em todas as profissões acaba acontecendo isso, é natural) tendemos a desenvolver iniciativas sempre com pessoas “do meio”. E se subvertêssemos essa prática e incluíssemos no