> CREAJr-CE com apoio do SengeCE, através de seu Núcleo Jovem, realiza a segunda edição do “Orientando Carreiras”.
> Confira a participação do SengeCE no seminário “Organização Sindical no Serviço Público Estadual do Ceará”.
Informativo do Sindicatos dos Engenheiros no Estado do Ceará
EDITORIAL
Mensagem da Presidente
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XXX Congresso Brasileiro de Agronomia/XXX CBA aconteceu de 12 a 15 de setembro, em Fortaleza-CE. “A Segurança Hídrica: um desafio para os engenheiros agrônomos do Brasil” foi o tema central do Congresso. Dado o momento político e a proximidade das eleições do Sistema, o evento foi palco de passagem de muitos pré-candidatos, seja à candidatura nacional ou ao Crea e Mútua local. O XXX CBA foi espaço de discussões políticas que vêm sendo tratadas há algum tempo nos fóruns agronômicos mais diver sos, pr incipalmente na Rede Agronomia. A qualidade do ensino de Agronomia, discutida com a participação de professores, estudantes e a comunidade agronômica, serviu para harmonizar os processos em curso. O ensino a distância entrou no rol das discussões com a certeza de que não contribui para a formação com qualidade do profissional, tendo os participantes manifestados contrários à continuidade dessa modalidade de ensino para a Agronomia. Por outro lado, o evento também foi palco para o Fórum de Coordenadores de Câmaras de Agronomia do Sistema Confea/Crea. O Congresso iniciou com o governador Camilo Santana, engenheiro agrônomo, que falou sobre o Plano de Sustentabilidade para o Desenvolvimento do Ceará e, ao final de sua fala, assumiu o compromisso com os técnicos da Emater-CE presentes de que, até o final de seu governo, resolveria a situação do órgão e abriria concurso público. Além das discussões técnicas sobre empreendedorismo, inovações tecnológicas, agronegócio, meio ambiente, água em seus mais diversos aspectos (produção, uso sustentável, reuso, www.sengece.org.br
consumo, escassez), ainda contou, no último dia de palestras, com o deputado federal Ronaldo Lessa que versou sobre a conjuntura política e os impactos desta na Agronomia, destacando a participação dos engenheiros agrônomos como o profissional responsável pelo sucesso do agronegócio brasileiro e o atual papel desempenhado por este setor. Os diretores engenheiros agrônomos: Assis Bezerra e Helena Araújo participaram da organização do evento em apoio às ações da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Ceará – AEAC e Confaeab, ora como palestrante, presidente de mesa ou debatedor. Além destes, a diretora Lucia Bona participou como engenheira agrônoma e Thereza Neumann esteve presente em vários momentos do congresso, assim como muitos diretores de outros senges estaduais. Ao todo, foram cerca de 1300 participantes, com muitos estudantes que apresentaram a maioria dos quase 800 trabalhos selecionados. Ainda durante o Congresso foram lançados alguns livros, dentre os quais, o Legislação Profissional dos Engenheiros Agrônomo, de Carlos Alonso Alencar Queiroz, engenheiro agrônomo de Manaus/AM, v i c e - p re s i d e n t e d o S i n d i c at o d o s Engenheiros do Amazonas, que deu continuidade ao lançamento de seu livro no Senge-CE, em uma noitada bastante
Helena Araújo Presidente do SENGE
agradável com a participação de engenheiros agrônomos de todo o Brasil. Em setembro, também reiniciaram as rodadas de negociações sobre o Acordo Coletivo e agendada a rodada com o Sinaenco para discussão e fechamento da proposta. Visando à aproximação com outros sindicatos, a presidente do Senge-CE participou do Seminário de Organização Sindical promovido pelo Mova-se, Sindicato dos Servidores Públicos do Estado, ocasião em que deu início a aproximação com outros sindicatos visando à discussão dos novos rumos sindicais brasileiros com a reforma trabalhista aprovada e a reforma da Previdência em curso. Finalizando, aconteceu, também em setembro, o III Encontro de Gerações, ação promovida em conjunto com o Núcleo Jovem Engenheiro do Sindicato, que versou sobre a legislação profissional.
SINDICATO DOS ENGENHEIROS NO ESTADO DO CEARÁ - SENGE/CE Rua Alegre, 01 - Praia de Iracema, Fortaleza/CE - CEP.: 60.060-280 Fone: (85) 3219.0099 | CNPJ: 05242714/0001-20 www.sengece.org.br Setembro 2017
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SENGE-CE
Seminário discute o papel da Organização Sindical
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Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará – Mova-se, promoveu, na manhã do dia 20 de setembro, o seminário “Organização Sindical no Serviço Público Estadual do Ceará”. O evento teve como pauta discutir o futuro da organização sindical dos trabalhadores no serviço público, bem como destacar a importância do Sindicato na defesa dos direitos dos servidores estaduais.A presidente do Senge-CE, Helena Araújo, participou do evento. O coordenador-geral do Mova-se, Flávio Remo, iniciou os trabalhos dando boas-vindas aos participantes, em seguida, foi composta a mesa de abertura pelo diretor de Formação do Mova-se, Ulisses Moreira, pelo representante da CUT-CE e secretário-geral do Mova-se, Hernesto Luz, pelo representante da Central dos Sindicatos Brasileiros, Dimas Oliveira, pela
defesa de seus direitos, momento este que se negociava com todas as organizações. Hoje, a preocupação do dirigente sindical deve ser de ir às bases ouvir as reivindicações e levar para a mesa de negociação”, concluiu.
coordenadora do Fuaspec e diretora do Mova-se, Ritinha Bacana, pela representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e presidente do Sindetran, Eliene Uchôa, que falaram em nome de suas instituições. Alba Luci, fundadora e ex-presidente do Mova-se, fez um resgate histórico de lutas do Sindicato, desde a sua fundação, e sobre as dificuldades vividas na época pela ditadura. “O Mova-se nasceu em um momento propício para unir os trabalhadores em
O representante da Superintendência Regional do Trabalho (SRT), Raimundo Xavier, expôs as principais diferenças entre associações, sindicatos e federações. O palestrante falou sobre a unicidade sindical que veda a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, e aí se inclui a federação, no entanto existe uma portaria do MTb que permite aos sindicatos criarem entidades de segundo grau na mesma base territorial.
>> Debate
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egundo o diretor Financeiro da CUTCE, Helder Nogueira, a iniciativa do Mova-se de organizar esse seminário é muito importante dada a necessidade de fortalecer a organização sindical nas lutas pelos direitos da classe trabalhadora, com a garantia de concurso público, de salários dignos, carreira qualificada e tudo aquilo que faz parte da valorização do servidor e do serviço público. Para Hernesto Luz, os sindicatos precisam estar atentos para as manobras tanto do governo federal como
estadual. “Se a gente se descuidar todas as nossas conquistas estarão ameaçadas. Precisamos fortalecer as unidades, principalmente aquelas que têm uma história, como o caso do Mova-se, quando este possui uma representatividade plural no serviço público com características de federação”, destacou. De acordo com Helena Araújo, exdiretora do Mova-se e presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará – Senge-CE, o País passa por uma conjuntura complicada, onde o
movimento sindical precisa se reinventar. “Precisamos conhecer essa reforma trabalhista, quais os pontos que impactam nos nossos profissionais, para que juntos possamos defender os interesses enquanto entidade sindical”, afirmou. Com informações da assessoria de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará – Mova-se.
>> Informes do Senge-CE Diretores do Senge-CE e do Sindicato das Construtoras (Sinduscon-CE) reuniram-se, no último dia 18 de setembro, para uma rodada sobre convenção coletiva 2017 e 2018.
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Método Construtivo LSF – Light Steel Framing
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LSF – Light Steel Framing é um método construtivo que utiliza como matéria prima estrutural o aço galvanizado ZAR230 utilizando PFF – perfis leves formados a frio, podendo ser montados no canteiro de obra ou ser engenheirados na própria indústria, assumindo a forma de painéis para montagem, sendo complementado por outros subsistemas: estruturais, de isolamento, de acabamentos internos e externos, de instalações e outros. A história do Framing inicia-se entre 1810, quando os Estados Unidos começou a conquista de território, e em 1860, quando a migração chegou à costa do Oceano Pacífico. Naqueles anos a população americana multiplicou-se por dez, e, para solucionar a demanda por habitações, recorreu-se à utilização dos materiais disponíveis no local (madeira), surgindo o método construtivo Wood Framing, utilizando os conceitos de praticidade, velocidade e produtividade originados na Revolução Industrial. Oriundo do conceito do Wood Framing, o LSF – Light Steel Framing teve o primeiro protótipo de casa apresentado na Feira Mundial de Chicago, porém sua popularidade foi alcançada no Japão, impulsionado pela necessidade iminente de reconstrução de mais de 4 milhões de moradias, num cenário devastador de pós segunda guerra mundial em 1950. Os EUA ganham competitividade na fabricação de perfis de aço em 1980 e passam a substituir o método Wood Frame pelo Light Steel Framing. Mesmo importando os insumos, o Brasil começa a utilizá-lo no final dos 90, passando a ganhar mercado em meados de 2000, após a conquista de sua autonomia na produção dos insumos. Além da América do Norte (EUA e Canadá), Europa e Japão, os países que mais constroem de forma industrializada são Nova Zelândia e Emirados Árabes, todos ancorados no “desenvolvimento da indústria do aço, na explosão populacional, na escassez dos recursos naturais – ressaltando as crises hídrica, energética e decrescente número de jazidas de calcário, as mudanças climáticas e as mudanças tecnológicas www.sengece.org.br
que favorecem às inovações no setor – (GOMES, 2015)”. Desde o Fordismo, os processos que definem uma linha de montagem e designam todo o conceito de linha de produção, referenciando a Era da Industrialização, sem nenhuma diferenciação no tocante a inovação de produtos e processos, atestam que o LSF faz parte da esperada industrialização da construção civil. Fala-se que a coordenação modular utilizada neste sistema pode remeter à associação equivocada de uma arquitetura descompromissada com a estética atraente das edificações que exploram curvas e contornos como diferenciais competitivos no mercado imobiliário, no entanto, este pensamento não valida-se; a Coleção Habitare, em sua publicação Introdução à Coordenação Modular da Construção no Brasil – Uma abordagem Atualizada, afirma que “com as dimensões dos componentes construtivos especificadas dentro dos princípios da Coordenação Modular, o consumidor poderá se deter em outros quesitos, como durabilidade, estética, resistência e praticidade, que se tornariam fator de maior competitividade entre os fabricantes”. Assim, as construções modulares, no seu mais amplo conceito de conectividade, não possuem arquitetura rígida e requerem um trabalho conjunto, para que, desde sua concepção, arquitetos e engenheiros de todos os sistemas prediais, pensem, de forma sistêmica e cheguem a um projeto com visual inovador e favorável a modelagem dos projetos através do BIM – Building Information Model, sem agredir as premissas do desenvolvimento sustentável, “propondo mudança de paradigma que resulte em projetos ecologicamente corretos, economicamente viáveis e socialmente justos”, como enfatizado na Conferência Rio 92. Fala-se de uma construção otimizada, livre de desperdícios, com EAP reduzida se comparada a alvenaria convencional, visto que elimina etapas que não agregam valor, como o chapisco e reboco e insere placas industrializadas para suas vedações
verticais internas e externas; uma construção que se estabelece sobre fundações rasas sem agredir nosso solo e sem geração de resíduos. A cadeia produtiva nacional do LSF é autônoma desde o ano de 2000, fato que surpreende-nos pelo tímido avanço de aplicação do método, especialmente no Norte e Nordeste do país. Comprovada a eficiência e eficácia do sistema, “vê-se a necessidade de promover e difundir o conhecimento do sistema para fins de quebra de paradigmas culturais, fato que só ocorrerá com o apoio das Universidades de todas as regiões do país” - (GOMES, 2015). Atravessa-se um cenário de crise econômica financeira mundial, brasileira e setorial, o que nos faz pensar criticamente de que forma maximizar os processos para rentabilizar o capital e movimentar o ativo circulante, chegando-se a conclusão que somente sistemas construtivos industrializados, como o LSF, podem elevar a TIR – Taxa Interna de Retorno através da redução de processos da EAP – Estrutura Analítica de Projetos de qualquer edificação, ou seja, é necessário construir racionalmente para valorar o capital e assim assegurar o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva dos empreendimentos imobiliários do mercado brasileiro.
Sobre a autora Eveline da Silva Moura Especialista em Gestão de Obras da Construção Civil – Unifor;Tecnóloga em Construção de Edifícios pela UNIFOR e Gestora de Pequenas e Médias Empresas – Universidade Vale do Acaraú; diretora da Inova Green Soluções Sustentáveis. Setembro 2017
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CREAJr-CE com apoio do Senge-CE, através de seu Núcleo Jovem, realiza a segunda edição do “Orientando Carreiras”
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CREAJr-CE realizou, com o apoio do Senge-CE, através do seu Núcleo Jovem, nos dias 14 e 15 de setembro, no Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), a segunda edição do “Orientando Carreiras”.
O evento, que foi aberto ao público, contou com a participação de grandes empresas brasileiras e multinacionais (Ambev, Sistema Ari de Sá, Construtora Colméia, Enel, entre outras), que apresentaram, por meio de palestras,
bate-papos e oficinas, como é o trabalho dentro de grandes corporações, além de mostrar as oportunidades de carreira e seus processos seletivos para estágio e programa trainee. A iniciativa também contou com a presença de alunos de engenharia, agronomia, arquitetura, dentre outros. Outro objetivo proposto foi que os participantes obtivessem um maior contato com as grandes empresas, descobrindo novas possibilidades de trabalho e se preparando melhor para os processos seletivos. O evento foi o primeiro nesse segmento realizado dentro da Universidade Federal do Ceará.
Rebob realiza o 8º Fórum Mundial da Água em Fortaleza
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Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas (Rebob) realizou, de 11 a 13 de setembro, no Centro de Eventos do Ceará, o Encontro Regional Nordeste do 8º Fórum Mundial da Água. O evento teve o intuito de apresentar e debater no prisma do Processo FÓRUM CIDADÃO do 8º Fórum Mundial da Água, que se realizará no Brasil, em março de 2018, a participação social e compartilhada na gestão das águas, em especial discutindo as tecnologias locais aplicadas e selecionadas em território brasileiro, com o envolvimento de todos os atores do Sistema, quais sejam, os governos estaduais, o governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente e da Agência Nacional de Águas, dos Comitês de Bacias Hidrográficas e seus membros e de todos os interessados no tema, em específico, a imprensa, objetivo maior do Processo FÓRUM
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CIDADÃO do 8º Fórum Mundial da Água, que justamente busca o fortalecimento deste debate dentro dos segmentos organizados da sociedade civil. Foram apresentadas tecnologias sociais aplicadas, em muitos casos, com ampla participação de vários atores locais, visando fortalecer as possibilidades de replicação em outras bacias, abordan-
do temas relevantes atuais e regionais, destacando: gestão integrada dos recursos hídricos, saneamento básico, adaptação às mudanças climáticas e seus reflexos na gestão das águas, o papel e a importância da educação ambiental nos processos de gestão participativa e com tecnologia social da água, engajamento da sociedade civil nos processos decisórios de gerenciamento e outros.
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Programa Tecnologia no Dia a Dia Escute o Programa Tecnologia no Dia a Dia todas às quartas-feiras, às 15h, na Radio O Povo CBN - AM 1010 / FM 95.5 Participe pelo telefone (85)3066.4020 e whatsApp (85) 9.8128.0316
Para ouvir as edições anteriores, acesse www.sengece.com.br
6 de setembro de 2017 - O programa Tecnologia no Dia a Dia, do último dia 6 de setembro, fez um balanço sobre a atual situação do sistema de saneamento básico, que é um conjunto de medidas que têm o objetivo de preservar ou modificar as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorando a qualidade de vida da população Participaram do programa o engenheiro químico e vicepresidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-CE), João Hiluy Filho; o engenheiro civil e diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-CE), Marconi José Barbosa; o engenheiro civil e diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (região Nordeste), Francisco Vieira Paiva, e o engenheiro civil e diretor de Comunicação e Marketing do Senge-CE, Áulio Antunes. 13 de setembro de 2017 - O Programa Tecnologia no Dia a Dia, do último dia 13 de setembro, trouxe como tema o XXX Congresso de Brasileiro de Agronomia, realizado em Fortaleza de 12 a 15 de setembro. Participaram do programa a engenheira agrônoma e presidente do Senge-CE, Helena Araújo; o engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho e autor do livro Legislação Profissional do Engenheiro Agrônomo, Carlos Alonso Alencar Queiroz; o engenheiro agrônomo e presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (CONFAEAB), Angelo Petto; o engenheiro Agrônomo e diretor da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Rio de Janeiro (AEARJ), Jorge Antonio da Silva, e o engenheiro agrônomo e diretor executivo do SengeCE, Francisco de Assis Bezerra Leite. 20 de setembro de 2017 - O Programa Tecnologia no Dia a Dia, do último dia 20 de setembro, discutiu a profissão do engenheiro químico, profissional que trabalha com os processos industriais que empregam transformações físico-químicas. Participaram do programa o engenheiro químico, vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Sessão Ceará (ABES) e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), João Hiluy Filho; a engenheira química, Irla Gomes de Souza; a engenheira química e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luciana Gonçalves, e o engenheiro civil e diretor de Comunicação e Marketing do Senge-CE, Áulio Antunes. 27 de setembro de 2017 - O programa Tecnologia no Dia a Dia, do último dia 27 de setembro, debateu sobre energias renováveis, mercado em destaque no País. Participaram do programa o engenheiro eletricista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fernando Antunes; o engenheiro eletricista e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência eTecnologia do Ceará (IFCE), Auzuir Ripardo; a engenheira eletr icista e de segurança do trabalho e vice-presidente do SengeCE, Thereza Neumann, e por telefone, o economista, especialista em energias renováveis e em petróleo e presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates.
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Notícias da FNE Apesar dos avanços significativos, campo brasileiro esbarra em entraves logísticos
Agricultura promissora e inovadora Crédito: Beatriz Arruda
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FNE reuniu especialistas em 4 de agosto último, na capital paulista, no seminário “Inovação, segurança alimentar e l o g í s t i c a ” . O eve n t o t eve o a p o i o d a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. À abertura, o titular dessa pasta, Arnaldo Jardim, salientou como a agricultura se tornou fundamental ao País: “Sem ela, não conseguiríamos sobreviver a quase quatro anos de recessão econômica.” Corroborando a avaliação quanto à performance do agronegócio brasileiro, o coordenador do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, Fernando Palmezan Neto, observou que a expertise do setor deveria ser usada em outras atividades. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Agrícola (Sbea), Paulo Estevão Cruvinel, à mesa inicial “Produção e cadeia de valor”, disse que ao País se apresenta uma grande tarefa: ajudar a alimentar o mundo. Ele explicou: “Temos uma expansão da demanda mundial por alimentos impulsionada pelo crescimento populacional e pela inserção de novos consumidores à economia de mercado.” Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), já em 2023 preveem-se 8 bilhões de habitantes no mundo. “A maior parte desse aumento é esperada na África Subsaariana e na Ásia, áreas de baixa renda e de baixos níveis de produtividade agrícola”, disse. Nesse cenário, prosseguiu, o Brasil desponta com a melhor área disponível à agricultura, com mais de 400 milhões de hectares (ha) – “hoje a agropecuária nacional ocupa pouco mais de 50 milhões de ha”. Todavia, a intensa produção agrícola que se espera para os próximos anos deverá equilibrar a utilização de recursos naturais finitos, observou Cruvinel. O exemplo nacional é pródigo nesse sentido, defendeu: “A nossa agricultura é baseada em ciência, conhecimento e informação.” E a sustentabilidade se mostra, apontou ele, no uso intensivo de matriz energética limpa. Ainda sobre o mesmo tema, Luiz Antonio Pinazza, consultor técnico da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), enfatizou o
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Da esquerda para a direita, Luiz Antonio Pinazza, Paulo Estevão Cruvinel e Fernando Palmezan.
papel da pesquisa e da ciência nos avanços da agricultura nacional, o que fez mudar e melhorar o conceito de segurança alimentar, passando da mera quantidade – produzir mais arroz, trigo e milho, por exemplo – para a questão nutricional, onde o foco é o bem-estar, a saúde e a qualidade de vida. “Em tudo isso precisamos de muito conhecimento, tecnologia e inovação.” Assim como Cruvinel, ele não tem dúvida de que o País será a segurança alimentar do mundo. “O Brasil começa a ter protagonismo no cenário agrícola internacional.” Logística deficitária Ao mesmo tempo em que surpreende o mundo com a produção de mais de 230 milhões de toneladas de grãos, o País enfrenta problemas de logística, como escassez de locais para armazenamento e deficiência no escoamento das safras. O tema esteve em tela na última mesa do seminário. Thiago Guilherme Péra, coordenador do grupo de pesquisas e extensão agroindustrial de logística da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), foi taxativo: “Não existe agronegócio sem logística.” Ele lamentou que as rodovias ainda são as mais utilizadas na movimentação de cargas dentro do extenso território nacional e a subutilização dos modais ferroviário e hidroviário. Péra disse que o custo da exportação de soja para a China é de US$ 92,12
por tonelada e desse montante, US$ 75,49 são gastos no transporte, por estrada, de Mato Grosso ao Porto de Santos, em São Paulo. “Precisamos diversificar mais a nossa matriz de transporte para que o País ganhe em competitividade”, defendeu, salientando que grandes países em extensão territorial como China, Estados Unidos e Canadá utilizam o sistema ferroviário como principal meio de escoamento dos seus produtos. A perda de competitividade também se dá com a inadequada capacidade de estocagem, hoje entre 70% e 80% em média, sendo que o ideal, disse ele, é ter 120%, para o agricultor trabalhar com o produto em épocas de não safra. De 2007 a 2015, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a nossa capacidade de estocagem cresceu 4,41%, e a produção de grãos, 5,81%. Para Luís Fernando Ceribelli Madi, diretor técnico de Departamento do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), apesar dos desafios, há grandes oportunidades no setor. “É uma área que movimenta 1,7 milhão de empregos no País. Somos o segundo exportador mundial de alimentos processados em volume e detemos 45% da participação no mercado global de açúcar.” Rosângela Ribeiro Gil. Colaborou Jéssica Silva
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