OPINIÃO: Rubens Menin, André Glogowski, Juan Pablo De Vera Nº 149 ano 12 out/nov 2015
Tecnologia, gestão e produtividade Investimentos em tecnologia e na melhoria da gestão elevam a produtividade das empresas do setor
À medida que proporciona maior eficiência aos processos, plataforma tecnológica BIM tende a se tornar indispensável
ENTREVISTA DO MÊS Laura Diniz, do Banco Mundial, expõe detalhes do relatório Doing Business
w w w. s i n d u s c o n s p . c o m . b r
editorial
Precisamos sair do pesadelo das dominâncias José Romeu Ferraz Neto Presidente do SindusCon-SP
U
m grupo respeitado de economistas entende que o Brasil caiu na armadilha da dominância fiscal. Isto é, o desarranjo nas contas públicas chegou a tal ponto que as iniciativas destinadas a melhorar os fundamentos da economia, tais como o controle da inflação, serão inócuas enquanto aquelas contas não forem reequilibradas. É o caso dos juros. Se a taxa básica continua subindo, ela onera ainda mais o pagamento da dívida pública. Isso obriga o governo a gerar novas receitas mediante impostos como a CPMF, os quais alimentam a inflação, em vez de arrefecê-la. Este é um lado da armadilha. O outro está na constatação de que o país entrou numa espécie de dominância política. Ou seja, enquanto o governo não conseguir acomodar as forças que solapam sua base de sustentação no Congresso, as medidas para obter o reequilíbrio fiscal não serão aprovadas ou ficarão aquém do desejado. Novas concessões políticas precisam ser feitas constantemente a grupos descontentes. Disputas regionais por cargos de 2º e 3º escalão dificultam os acertos ministeriais, criando novas arestas.
Governo e a cúpula do PT se dividem, a presidente e o vice se distanciam, seguem as pressões contra e a favor do impeachment. A esse cenário soma-se outra dominância, que resulta das ações da Justiça, da Controladoria-Geral da União, do Tribunal de Contas da União, da Procuradoria-Geral de Justiça e da Polícia Federal.
JÁ FICOU CLARO QUE SUA DURAÇÃO SERÁ PROLONGADA E SEUS EFEITOS CONTINUARÃO PERSISTINDO EM 2016 Essas instâncias cumprem seu papel desmontando esquemas de corrupção com uso de recursos públicos. Mas o prolongado tempo que demandam tem o efeito paralelo de alimentar continuamente as incertezas dos agentes econômicos e a tensão entre os agentes políticos. A construção, assim como toda a sociedade, quer que o pesadelo das dominâncias chegue ao fim o quanto antes. Mas já ficou claro que o tempo de sua duração ainda será prolongado e seus efeitos
continuarão persistindo em 2016. Recusamo-nos a ficar parados e assistir passivos às funestas consequências deste pesadelo sobre a construção civil. O SindusCon-SP seguirá tomando todas as iniciativas ao seu alcance para que as empresas não somente sobrevivam, como saiam fortalecidas da crise. Insistiremos na interlocução com o Executivo e o Legislativo, a fim de evitar ainda mais prejuízos ao setor. Continuaremos buscando caminhos para a retomada do crescimento, pela via de concessões e parcerias público-privadas bem estruturadas e atrativas aos investidores privados. Persistiremos em nossos cursos e seminários voltados essencialmente ao aumento da eficiência e da produtividade das empresas, atributos estratégicos que serão decisivos quando a crise passar. E não descuidaremos dos estímulos à construção sustentável e dos cuidados com a segurança e a saúde do trabalho, marcas de nossa responsabilidade socioambiental. A perspectiva de que em algum momento sairemos da crise não pode ser esquecida, nestes muitos meses difíceis que ainda teremos pela frente. www.sindusconsp.com.br
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JORGE ROSENBERG
Sumário // outubro/novembro 2015
12 capa TECNOLOGIA, GESTÃO E PRODUTIVIDADE Uso de tecnologia é a receita para o fortalecimento das empresas, gerando, juntamente ao aperfeiçoamento da gestão, ganhos de produtividade. O BIM, discutido em seminário internacional [foto], desponta como a plataforma que tornará isso possível IMAGEM: DIVULGAÇÃO/AUTODESK
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EDITORIAL
NOTÍCIAs
Palavra do presidente
NOVIDADES NO MCMV
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E NA REGULAMENTAÇÃO
ENTREVISTA DO MÊS
AOS AEROPORTOS
Laura diniz,
DE ÁREAS LIMÍTROFES
do banco mundial
26
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Foto do mês
OPINIÃO PARA ANDRÉ GLOGOWSKY, BIM É UMA REALIDADE DA QUAL AS CONSTRUTORAS NÃO PODEM ESCAPAR
28 SINDUSCON-SP em ação
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OPINIÃO THOMAZ WHATELY ANALISA A SITUAÇÃO DOS DISTRATOS DO PONTO DE VISTA JURÍDICO
destaque DIRIGENTES PÚBLICOS APRENDEM COM A EXPERIÊNCIA DE CINGAPURA EM BIM
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41 REGIONAL
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notícias da construção // out/nov 2015
PRESIDENTE
José Romeu Ferraz Neto
VICE-PRESIDENTES
Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa, Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso, Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi, Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez, Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua
DIRETORES DAS REGIONAIS
Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira (Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto), Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José dos Campos), Mauro Rossi (Mogi das Cruzes), Paulo Edmundo Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru), Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)
REPRESENTANTES JUNTO À FIESP
Eduardo Ribeiro Capobianco, Sérgio Porto, Cristiano Goldstein, João Cláudio Robusti ASSESSORIA DE IMPRENSA
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Enzo Bertolini (11) 3334.5659, Fabiana Holtz (11) 3334.5701 e Aline Hovarth (11) 3334.5688
indicadores
52 NOVIDADES DO MERCADO NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
53 CONCRETO JUAN PABLO DE VERA FALA SOBRE FEIRAS DE NEGÓCIOS
54 OPINIÃO RUBENS MENIN ANALISA O CENÁRIO POLÍTICO-ECONÔMICO
CONSELHO EDITORIAL
Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Biachi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto, Ana Eliza Gaido e Rafael Marko.
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO
Néctar Comunicação Corporativa (11) 5053.5110 EDITOR RESPONSÁVEL
Paulo Silveira Lima (MTb 2.365-DF) paulo.lima@nectarc.com.br
REDAÇÃO
Renata Justi (editora assistente), Glauco Figueiredo, Aline Hovarth, Enzo Bertolini, Fabiana Holtz e Rafael Marko, com colaboração das Regionais: Bruna Dias (Bauru); Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Morano (Presidente Prudente); Camila Garcêz (São José dos Campos e Mogi das Cruzes); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Lívia Lopes e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André) e Vilma Gasques (Campinas).
ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Fernanda Sant’Anna REVISÃO
Littera Scripta PUBLICIDADE
Comercial SindusCon-SP: Valéria Giolli (11) 3334.5694 e Marcio C. Pieralini (11) 3334.5889 Raízes Representações: Vando Barbosa (11) 99614.2513/2604.4589 vando.barbosa@raizesrepresentacoes.com.br ENDEREÇO
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(11) 3334.5600
Impressão: Centrografica Editora & Gráfica Tiragem desta edição: 5.000 exemplares auditoria de tiragem: Parker Randall
Opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do SindusCon-SP noticias@sindusconsp.com.br www.sindusconsp.com.br facebook.com/sindusconsp twitter.com/sindusconsp youtube.com/sindusconspmkt Disponível na App Store e no Google Play
www.sindusconsp.com.br “O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas.”
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É preciso adotar as melhores práticas para avançar
N
o fim de outubro, o Banco Mundial divulgou o relatório de 2016 do Doing Business, ranking anual que mede a facilidade de se fazer negócios em 189 economias do mundo. O primeiro colocado – pelo décimo ano consecutivo – é Cingapura. Na sequência, vêm Nova Zelândia, Dinamarca, Coreia do Sul, Hong Kong, Reino Unido, Estados Unidos, Suécia, Noruega e Finlândia. O Brasil caiu cinco posições, da 111ª em 2015 para a 116ª. Na América Latina, os primeiros colocados são México (38º), Chile (48º), Peru (50º) e Colômbia (54º). Com base em dados coletados nas duas maiores cidades do País, São Paulo e Rio de Janeiro, o Doing Business analisa as regulamentações aplicáveis às empresas durante seu ciclo de vida. É dividido em dez indicadores: abertura de empresas, obtenção de alvarás de construção, obtendo eletricidade, registro de propriedades, obtenção de crédito, proteção de investidores minoritários, pagamento de impostos, comércio internacional, execução de contratos e resolução de insolvência. O relatório de 2016 é a 13ª edição da série global.
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notícias da construção // out/nov 2015
DIVULGAÇÃO/BANCO MUNDIAL
entrevista // Laura Diniz
Os principais pontos negativos do levantamento estão concentrados na burocracia que retarda o pagamento de impostos e também na morosidade que impacta no tempo médio para a abertura de empresas e para a obtenção de alvarás de construção. De acordo com a analista de Operações para Negócios do Banco Mundial Laura Diniz, “essas três áreas oferecem espaço para que o Brasil se aprimore por meio da implementação de melhores práticas”. Na outra ponta, o País apresentou avanços em alguns itens da avaliação, como fornecimento de energia, registro de sociedade e execução de contratos. Neste ano, o relatório Doing Business completa um processo de dois anos de expansão dos parâmetros que medem a qualidade da regulação, bem como a eficiência do quadro regulatório de negócios, a fim de refletir melhor a realidade. Nos cinco indicadores que apresentaram mudanças neste relatório – obtenção de alvarás de construção, obtendo eletricidade, execução de contratos, registro de propriedades e comércio internacional –, as economias da América Latina e Caribe têm espaço para melhorias.
Laura Diniz: Colômbia é exemplo na América Latina
Na área de obtenção de alvarás de construção, os novos dados mostram que as economias da região estão aquém da média mundial no que se refere às boas práticas na regulação de construção, controles de qualidade e mecanismos de segurança. Nesse item, o Brasil está em 169º lugar, uma queda de duas posições em relação ao ranking anterior. Em São Paulo se leva, em média, 400 dias para conseguir um alvará, contra 178 dias de países da América Latina e Caribe e 152 dias em países integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). São necessários 19 procedimentos para conseguir o documento. O melhor exemplo é Cingapura, onde se consome 26 dias e 10 passos para se obter um alvará.
Já no quesito registro de propriedades, outro item ligado diretamente ao setor da construção, o País caiu cinco posições e está em 130º lugar. São 14 procedimentos necessários, que duram em média 25 dias e custam 3,5% o valor do imóvel. As melhores práticas estão na Nova Zelândia, onde se leva apenas um dia para registrar uma propriedade com apenas dois procedimentos. O Doing Business de 2016 mostra que o Brasil está estagnado em relação aos outros e liga um sinal de alerta sobre os gargalos que precisam ser melhorados para que o País crie um ambiente mais amigável e atraente para os empreendedores brasileiros. Leia a seguir trechos da entrevista com Laura Diniz.
DIVULGAÇÃO/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SP
Automação de cortes, como a do Tribunal de Justiça de São Paulo, rendeu ao País pontuação máxima em índice
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entrevista // Laura Diniz
Laura Diniz // Para a pesquisa deste ano, nós expandimos a metodologia de avaliação de quatro indicadores, que foram: obtenção de alvará de construção, obtendo eletricidade, registro de propriedades e execução de contratos. As ampliações desses três últimos foram benéficas para o País. No entanto, o resultado do item comércio internacional não foi tão positivo quanto os demais. No tópico execução de contratos, o Brasil obteve pontuações muito altas devido à automação dos tribunais, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo. No quesito obtendo eletricidade, o País obteve seis pontos de um total de oito. O fornecimento de energia de São Paulo é feito de forma transparente com relação às tarifas de energia – o Estado conta com um órgão que regulamenta o setor e as empresas locais utilizam equipamentos automáticos para restaurar o fornecimento de energia. Em São Paulo e no Rio de Janeiro essas interrupções são monitoradas. NC // Em quais pontos o Brasil melhorou? LD // Neste ano, o Brasil reduziu o tempo de alfandegamento no porto de Santos ao implementar um portal eletrônico do Siscomex, que reduziu o tempo de desalfandegamento para 49 horas, assim como o tempo para separar a documentação necessária diminuiu
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ALEXANDRE MOREIRA/A2 FOTOGRAFIA
Notícias da Construção // Desde que o Doing Business teve início, o Brasil vinha apresentando melhora na posição no ranking, apesar de já ter ocupado a 111ª posição. Quais critérios foram adotados na metodologia do estudo que ajudaram na melhora da leitura do cenário brasileiro?
Junta Comercial está no Poupatempo, mas abertura de empresa é complicada
“NA NOVA ZELÂNDIA, O TEMPO MÉDIO PARA A ABERTURA DE UMA EMPRESA É DE MEIO DIA E OS PROCESSOS SÃO REALIZADOS POR MEIO DE UM ÚNICO SITE” para 42 horas. Essas duas medidas reduziram em cerca de 20% o tempo médio na comparação com resultado do ano passado. NC // O Banco Mundial também considerou no estudo questões burocráticas que existem em diversos órgãos para que possa realizar o processo de abertura de empresas. Como esse tema foi avaliado?
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LD // Na verdade, neste ano houve uma leve redução nos procedimentos necessários para abrir uma empresa em São Paulo. Esse procedimento foi reduzido de 12 passos para 11. Acredito que isso seja reflexo de parte das reformas que vêm sendo implementadas nos últimos anos. No entanto, o processo ainda é longo se comparado com a média regional e mundial, principalmente com relação às melhores práticas. Por exemplo, na Nova Zelândia, o tempo médio para a abertura de uma empresa é de meio dia, e os processos são realizados por meio de um único site e com um único passo. O custo de abertura na Eslovênia é zero. Apesar de os custos no Brasil serem relativamente baixos quando comparados com as médias regional e mundial, o que mais pesa é o tempo e os passos necessários envolvidos no processo.
Os países mais bem-sucedidos conseguiram diminuir bastante os passos e o tempo gasto. Alguns conseguiram fazer um link entre todas as agências e órgãos envolvidos no processo. O que nós consideramos é que o Ministério do Trabalho esteja conectado com os locais que concentram os registros das empresas (Junta Comercial) para que todas essas informações sejam distribuídas internamente. Isso dispensaria a necessidade de o empresário ter que se deslocar para diversas agências, o que representa custos de tempo e de oportunidade. NC // Um dos indicadores do Doing Business aponta que conseguir per-
missão para construir consome 425,7 dias, em média. Como o Brasil se situa na comparação com os países da região? LD // Uma pessoa tem que esperar 400 dias, em São Paulo, e 466 dias, no Rio de Janeiro, para obter um alvará. Esse número é mais alto que a média. Por exemplo, a Colômbia promoveu reformas nesse item ao implementar uma agência com guichês únicos para obtenção de alvará. Você vai uma vez nessa agência e tudo acontece lá. O processo demora 73 dias. Esse é o exemplo de um país da América Latina que conseguiu fazer mudanças e reduziu bastante o tempo para se obter o alvará de construção.
“A COLÔMBIA IMPLEMENTOU UMA AGÊNCIA COM GUICHÊS ÚNICOS PARA OBTENÇÃO DE ALVARÁ. O PROCESSO DEMORA 73 DIAS” NC // A pesquisa tem identificado algum ponto específico sobre as questões no item execução de contratos? LD // No passado, a gente media os procedimentos para se executar um contrato. Agora, incluímos
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MIGUEL SCHINCARIOL/SP NOTÍCIAS
entrevista // Laura Diniz
Tempo de alfandegamento do Porto de Santos foi reduzido após a implementação de um portal do Siscomex
um indicador que se chama qualidade de processos judiciais. Ele mede itens como a automação das cortes e dos acordos fora do tribunal (resolução alternativa ao litígio). Nesse indicador, o Brasil teve uma pontuação muito alta e foi inclusive uma das razões de o país ter melhorado na comparação com a metodologia passada. No caso da automação dos tribunais, tanto São Paulo como Rio de Janeiro foram bem, e as duas cidades também obtiveram pontuação máxima no índice que mede a estrutura da corte e o atendimento. Por esses indicadores, o Brasil está pontuando bem. NC // Quais caminhos o Brasil ainda precisa percorrer para se tornar mais atrativo do ponto de vista dos negócios? LD // As áreas em que o Brasil não está no mesmo nível que os seus companheiros regionais e nem mesmo mundiais são abertura de
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O Brasil no Doing Business DB 2016 Classificação
DB 2015 Classificação
Abertura de empresas
174
166
-8
Obtenção de alvarás de construção
169
167
-2
22
23
1
130
125
-5
Obtenção de crédito
97
90
-7
Proteção dos investidores minoritários
29
27
-2
Pagamento de impostos
178
177
-1
Comércio internacional
145
148
3
Execução de contratos
45
45
Nenhuma
Resolução de Insolvência
62
55
-7
Tópicos
Obtendo eletricidade Registro de propriedades
empresas, obtenção de alvará de construção e pagamento de impostos. Essas três áreas oferecem espaço para que o Brasil se aprimore por meio da implementação de melhores práticas. A pesquisa conta com um banco de dados de histórias de sucesso diversos
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Mudança na Classificação
países, de diversas rendas e regiões, e até mesmo com problemas políticos, que conseguiram implementar mudanças e melhorar o ambiente de negócios para os empreendedores. Glauco Figueiredo e Enzo Bertolini
CAPA // Gestão e Tecnologia
Uso de tecnologia é a receita para o fortalecimento das empresas da construção civil. Juntamente com o aperfeiçoamento da gestão, melhoria dos processos e capacitação profissional, a tecnologia gerará ganhos de produtividade e empresas preparadas para os desafios de um mercado competitivo. Estes e outros temas foram explorados no 17º Seminário Tecnologia de Estruturas e no 6º Seminário Internacional BIM
O
tema produtividade está no topo da agenda dos executivos do setor de construção civil no Brasil, dado o seu potencial impacto na viabilização do contínuo crescimento do setor e na melhoria de sua lucratividade. Os dias de hoje demandam uma construção inovadora – mais ágil, transparente e norteada por conceitos de sustentabilidade. Notícias da Construção ouviu empresários do setor e pôde perceber que é unânime o entendimento de que, a partir do momento em que a economia voltar a andar, o mercado estará ainda mais competitivo. Outra certeza é a de que a tecnologia pode prover respostas para os principais problemas vividos hoje pelas empresas. Porém, quando se fala em produtividade,
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conhecimento por si só não é suficiente. “Temos disponíveis uma série de ferramentas tecnológicas voltadas à produção, que muitas vezes as empresas não conseguem empregar por falta de gestão”, destaca o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto e diretor do Grupo RFM. Francisco Vasconcellos, vice-presidente e coordenador do Grupo de Gestão e Produtividade do SindusCon-SP e diretor executivo da Dox Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Imobiliário, defende que é preciso pensar e produzir de forma diferente. “Novos tempos pedem novas abordagens.” Romeu Ferraz completa afirmando que “fazer isso com o menor volume de recursos é o desafio, pois muitas empresas estão com pouco
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DIVULGAÇÃO/AUTODESK
Aumento da produtividade no setor passa por tecnologia e gestão
caixa por causa da queda da atividade econômica”. O primeiro passo para o aumento da produtividade é dado ao se planejar um empreendimento. “A empresa tem de ter definido qual tecnologia vai utilizar. Isso não acontece involuntariamente, na hora em que você está executando uma obra”, afirma Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP e diretor da Sinco Engenharia. Vasconcellos avalia que o ganho mais significativo em termos de produtividade pode ser obtido pela melhoria da gestão, e que a tecnologia da informação (TI) é a ferramenta que vai dar suporte para que isso aconteça. “O BIM [Modelagem da Informação da Construção, na sigla em inglês] é o exemplo do que a TI pode trazer
para a melhoria da gestão. Ele significa um salto de melhoria e de produtividade”, acredita. “O BIM possibilita a construção virtual, ou seja, você consegue verificar todas as interferências, acompanhar o planejamento da obra, e com isso obtém uma assertividade maior. A construtora consegue comprar melhor e seu fornecedor sabe exatamente aquilo que precisa entregar”, reforça Sanchez. A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) comprovou essa afirmação na prática. Ao rever processos internos, a empresa aproveitou a oportunidade para investir em um novo modelo de gestão. “A CCDI teve o desafio nos últimos dois anos de redesenhar todo o seu sistema de gestão de projetos de uma forma integrada a todos os conceitos do BIM”,
afirmou o diretor de Engenharia e Sistemas de Gestão da empresa, Luiz Augusto Pereira, durante o 6º Seminário Internacional BIM, realizado pelo SindusCon-SP. Pereira destaca a receptividade das equipes de obra, com reflexo direto no processo de produção, que ganhou celeridade. “Em 2015, atingimos uma assertividade de 92% entre prazos previstos e realizados e de 98% nos custos previstos e realizados. Também reduzimos um consumo de papel equivalente a uma árvore por torre.” “Além dos investimentos em hardware e software, o BIM impõe uma curva de aprendizagem, o que significa tempo”, analisa Jorge Batlouni, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP e diretor da Tecnum Construtora.
Os investimentos resultaram em 16% de tempo a mais disponível para a equipe da obra rodar na frente de trabalho, o que gerou ganho de qualidade, redução de acidentes de trabalho e ganhos financeiros. “Nas quatro obras com a metodologia aplicada, a tendência de economia é de R$ 8 milhões em relação ao que estava orçado, o que representa 4% do total. Os benefícios são irreversíveis. Quem vai para o BIM não volta mais. É uma questão de quando cada um vai e não de se vai.” INVESTIMENTO E CAPACITAÇÃO Se, por um lado, a adoção de novas tecnologias e processos de gestão é uma exigência de um mercado cada vez mais competitivo, a recente baixa no desempenho do mercado de construção www.sindusconsp.com.br
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jorge ROSENBERG
CAPA // Gestão e Tecnologia
inibe alguns empresários de tratar do tema investimento. Em tempos de dificuldades econômicas, o maior desafio é cortar custos sem atingir os investimentos em inovação e capacitação. Se analisarmos as crises anteriores do setor, é justamente o contrário que deveria acontecer, pois as oportunidades surgem nas crises, quando o mercado está retraído, e quem investir sairá na frente quando o crescimento voltar. “Observamos nos países desenvolvidos que é exatamente em períodos de crise que as empresas potencializam seus investimentos em capacitação, melhoria de processos e tecnologia. Isso faz todo o sentido, porque em
momentos como esses é possível realizar investimentos e capacitação a um custo mais baixo”, afirma Vasconcellos. A empresa precisa estar preparada para isso, seja em tempos bons ou ruins. É preciso ter caixa próprio ou buscar linhas de financiamento para pesquisas em inovação e melhoria de gestão. Muito se fala que não há recursos suficientes no mercado para investir em pesquisa e tecnologia. Porém, existem de programas governamentais e privados com dinheiro para alocar em bons projetos, e a questão que se coloca é por que esses recursos não chegam de forma mais fácil às empresas do setor. Um bom exemplo é a chamada Lei do Bem (Lei n.º 11.196), criada em 2005 com o propósito de, por meio de incentivos fiscais, estimular as empresas a realizar pesquisas e desenvolver inovações tecnológicas. Utilizada por apenas 3% das empresas do País, essa lei poderia ser melhor explorada por companhias do setor da construção. De 2009 a 2013, apenas cerca de 520 companhias se beneficiaram da Lei do Bem, com destaque para empresas de mecânica e transporte, bens de consumo e farmacêuticas. Por outro lado, de acordo com o Estudo sobre Produtividade
na Construção Civil: Desafios e Tendências no Brasil, da consultoria Ernst & Young, publicado no segundo semestre de 2014, a melhoria no planejamento dos empreendimentos, em termos de relevância, é a principal alavanca para o sucesso, segundo os executivos entrevistados. De acordo com o relatório, a falta ou mesmo a baixa qualidade do planejamento de um empreendimento continua sendo um gargalo, apesar de ter havido avanços nos últimos anos. A maioria dos respondentes (55%) acredita que é no planejamento que há a maior incidência e materialização de riscos que podem levar ao desalinhamento entre as premissas estabelecidas para o empreendimento e a realidade do mercado (variação de custos, prazos e qualidade). Essa constatação reforça a ideia de que um bom estudo de viabilidade, um bom planejamento e uma gestão de riscos adequada, feitos desde o início do projeto, são as principais alavancas que garantem o sucesso do mesmo. É nesse contexto que o BIM está inserido, pois é a ferramenta ideal para trabalhar essas variáveis desde o início do projeto, além de garantir grande transparência nos processos de gestão e controle do empreendimento.
SINDUSCON-SP LANÇA O PRêMIO BIM O SindusCon-SP lançou, durante o seminário internacional, o Prêmio BIM, com objetivo de estimular o uso dessa plataforma tecnológica na indústria nacional da construção civil, incentivar a adoção pela administração pública e disseminar as melhores práticas de uso, fomentando a implantação nos currículos universitários brasileiros e o desenvolvimento de bibliotecas BIM pelos fornecedores de materiais e componentes. As informações e o regulamento do prêmio, que vigorará de fevereiro a outubro de 2016, estarão disponíveis, a partir de janeiro, em www.sindusconsp.com.br.
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Poderão concorrer construtoras, instaladoras, incorporadoras, gerenciadoras, proprietários de empreendimentos, arquitetos, projetistas, estudantes, professores, pesquisadores de universidades brasileiras, instituições brasileiras de ensino de nível superior, fabricantes e fornecedores de materiais e componentes de construção, órgãos e empresas públicas. Os trabalhos serão avaliados por comissão julgadora formada por entidades, profissionais e professores nacionais e internacionais, de acordo com critérios de relevância, inovação, contribuição para a evolução do mercado e lições aprendidas.
BIM TRANSFORMA PROCESSOS NA CCDI
R
ecém-chegado ao cargo de diretor de Engenharia e Sistemas de Gestão da Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), Luiz Augusto Iervolino Pereira recebeu em 2012 a desafiadora missão de, por meio do uso do BIM, tirar a empresa do rol das 97,5% das empresas imobiliárias com problemas de gestão de prazo e de custo. Vindo de uma longa carreira na Construtora Camargo Correa, Luiz Pereira uniu sua experiência de gestão de projetos aos recursos da ferramenta BIM, que organiza e integra as informações de todas as disciplinas, incluindo pessoas, tecnologia e processos. A primeira fase do projeto incluiu mais de 30 visitas a empresas que utilizavam softwares BIM, na busca pelo parceiro ideal para o tamanho do negócio. Quando decidiu utilizar um software da Autodesk, ainda não disponível no Brasil, a CCDI fez questão de levar o time de TI ao campo, e a obra ao escritório. “Colocamos a empresa inteira para conversar, adequamos todos os processos e criamos um novo modelo de construção envolvendo planejamento, qualidade, saúde, segurança etc.”, lembra Pereira. Foram descritas as diversas ordens de serviços (OS) para cada um dos tipos de vigas, lajes, pilares etc. A CCDI desenvolveu uma nova EAP completa, descrevendo todos os serviços possíveis para edifícios comerciais, galpões e residências, com todos os elementos necessários para planejar a obra. Para cada um dos elementos, como por exemplo a laje, foram vinculados os serviços a ele relacionados, item a item, como código, informações paramétricas e geométricas e como devem ser modelados.
GESTÃO DE TECNOLOGIA Durante o seminário Tecnologia de Estruturas: Projeto e Produção com Foco na Racionalização e Qualidade, realizado pelo SindusCon-SP, o empreendimento Parque da Cidade, na zona oeste de São Paulo, foi apresentado como um case de sucesso em planejamento e tecnologia construtiva. Para as estruturas das torres corporativas, foi adotado o sistema industrializado com pré-vigas moldadas in loco e lajes alveolares. “Esse sistema é muito utilizado para edificações horizontais como galpões, centros de distribuição etc. Portanto, foi um trabalho de vanguarda para o Parque da Cidade o emprego dele em edificações verticais”, afirma o diretor de construção da Odebrecht Realizações Imobiliárias e responsável pelo projeto, Eduardo Frare.
A CCDI, atualmente, utiliza o processo BIM de forma parcial em quatro projetos em construção – um edifício comercial em São Bernardo do Campo e três edifícios residenciais na capital. Entre os diferenciais, os empreendimentos contam com o BIM Field, ferramenta que leva o aparato de gestão para o campo, por meio de tablets, com realidade aumentada. Com isso, os mestres de obras têm à mão todas as informações das OS e podem tirar fotos da não conformidade, que vão gerar dois check lists – feito e bem feito, equivalentes à checagem de qualidade; e, apenas após a validação dos dois campos, é gerado o saldo de pagamento dos fornecedores. Como resultados, antecipação de problemas, economia de cerca de 4% de custos, obra em dia, integração das equipes, 16% de aumento de presença na frente de serviços, unificação de informações, redução de consumo de papel equivalente a uma árvore por torre construída. Agora, o objetivo da CCDI é que novos projetos sejam totalmente desenvolvidos em BIM. Luiz Pereira considera já ter deixado as empresas sem assertividade de custos e prazos. “O começo foi muito difícil, mas agora conseguimos saber com precisão, em uma hora, todo o volume de concreto utilizado em um empreendimento.” O próximo passo é interiorizar serviços atualmente prestados pelas empreiteiras terceirizadas, como forma de aumentar ainda mais os ganhos de produtividade.
Apesar de depender de uma análise de viabilidade técnica, econômica e financeira, o modelo adotado, que mescla sistemas industrializados com sistemas executados in loco, garantiu nesta obra um aumento de produtividade, uma redução de mão de obra no canteiro, um aumento da qualidade final e a melhoria da terminalidade dos serviços. Entre os principais desafios na adoção desse sistema, Frare destaca a necessidade de planejar uma central de pré-moldados, o uso intensivo e eficiente dos equipamentos, e o estudo detalhado dos acessos, armazenamentos etc. “Você tem que conceber um projeto para esse sistema, com estudo de logística, canteiro e de acessos. Se não há espaço, é preciso pensar e buscar uma solução.”
EXEMPLO QUE VEM DE CASA Em seu processo de melhoria de gestão interna, o SindusCon-SP vem mostrando que este é o caminho a ser adotado, e nesse sentido, procura ajudar suas empresas associadas a trilhar o mesmo caminho, tanto no gerenciamento das obras como na gestão das próprias empresas. “Contratamos a Falconi para refazer todo o nosso sistema de gestão, para estarmos alinhados às melhores práticas do mercado”, afirma o presidente do sindicato. “Temos procurado investir na melhoria da gestão de nossas empresas associadas e hoje vemos um número crescente de empresas participando de nossos cursos e seminários focados neste assunto. Este é um sinal de que estamos no caminho certo”, finaliza Romeu Ferraz. E você? Vai olhar o copo meio cheio ou meio vazio? www.sindusconsp.com.br
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CAPA // Gestão e Tecnologia
Evolução da tecnologia de estruturas possibilita obras espetaculares
O
17º Seminário Tecnologia de Estruturas: Projeto e Produção com Foco na Racionalização e Qualidade, que o SindusCon-SP realizou no fim do mês de outubro, revelou como a evolução dos métodos construtivos possibilita, hoje, a execução de projetos espetaculares, desafiadores. “Organizamos este evento já há 17 anos e a produtividade tem estado sempre em nossas pautas”, afirma Jorge Batlouni, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade. O engenheiro de estruturas irlandês Rory McGowan, sócio do renomado escritório internacional de consultoria em engenharia Arup, foi o grande destaque do evento. “Ele mostrou, em sua palestra, obras espetaculares, desafiadoras – e de custo muito elevado –, que ele realizou mundo afora e que nós, brasileiros, não estamos conseguindo realizar. Historicamente, aqui no Brasil, fazíamos grandes obras, como Ponte Rio-Niterói e a Rodovia dos Imigrantes”, ressalta Batlouni. McGowan compartilhou a sua experiência de trabalho em projetos como o do Aeroporto Internacional de Kansai, no Japão, da sede da Televisão Central de Pequim (CCTV) e do Taipei Performing Arts Centre, ambos na China, e da Casa da Música, na cidade do Porto, em Portugal. “O que marca esses projetos é o fato de a relação entre o engenheiro e arquiteto ter sido colaborativa, tecnicamente focada, confiante e eficaz. Esses projetos únicos são uma resposta a uma demanda exigente e ambiciosa do cliente, e as complexas
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necessidades do desenvolvimento urbano”, afirmou. Batlouni explica que o principal público-alvo do seminário é o engenheiro de obras. Em função disso, a maior parte dos palestrantes procurou apresentar conteúdos bastante densos do ponto de vista técnico. O presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, por exemplo, destacou a importância da interação entre engenheiros de projeto e de obras na produção de estruturas de concreto para minimizar erros. Essa relação de proximidade entre as duas áreas, segundo Freitas, é necessária para se avançar na área de engenharia. “O projetista tem medo de como o projeto será executado pelo engenheiro da obra. Com os devidos cuidados, eles voltam a ter confiança e é possível avançar com novas tecnologias”, disse. Ricardo Leite, engenheiro do Metrô de São Paulo, apresentou a evolução dos métodos construtivos nas últimas décadas. A companhia foi pioneira, no Brasil, em escavações profundas executadas a céu aberto, em taludes ou com paredes de contenção, para a construção da malha metroviária. Leite mostrou como esse método mobilizava o maciço do solo e produzia efeitos importantes nas construções vizinhas. Hoje, uma gama maior de métodos construtivos, como o shield (também conhecido como tatuzão), está à disposição. O uso deles, isolados ou combinados, possibilitam uma redução significativa das
DIVULGAÇÃO/ARUP
Sede da Televisão Central de Pequim (CCTV), na China: projeto desafiador coordenado por Rory McGowan
intervenções na superfície. Leite apresentou cases específicos sobre o impacto das escavações no entorno de obras urbanas e sobre os efeitos das construções após o término da obra metroviária. O empreendimento Parque da Cidade foi a estrutura de destaque no seminário. O diretor de construção da Odebrecht Realizações Imobiliárias responsável pelo projeto, Eduardo Frare, apresentou o case, ressaltando o sistema adotado para execução da estrutura da torre corporativa – industrializado, com pré-vigas moldadas in loco e lajes alveolares. “Esse é muito utilizado em edificações horizontais como galpões, centros de distribuição etc. Portanto, foi um trabalho de vanguarda o
emprego dele no Parque da Cidade, uma edificação vertical.” Frare disse que, apesar de depender de uma análise de viabilidade técnica, econômica e financeira, o modelo garante aumento de produtividade, redução do impacto de mão de obra dentro do canteiro, aumento da qualidade e execução dos serviços dentro do prazo. Jorge Batlouni comemora a evolução que tem sido obtida nos projetos da construção nacional e louva a preocupação crescente do mercado com os aspectos estruturais. “Desde 2014, a NBR 6118, que é a principal norma de estrutura, pede que seja realizada a verificação dos projetos da estrutura. Essa análise técnica do projeto é um grande avanço”, afirma. www.sindusconsp.com.br
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CAPA // Gestão e Tecnologia
jorge ROSENBERG
Adoção do BIM aumenta produtividade em 30%
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Business Information Modeling (BIM) pode significar a diferença entre a retomada lenta e gradual pós-crise ou um salto de qualidade sem precedentes na construção civil, a exemplo dos bem-sucedidos casos das empresas norte-americanas quando enfrentaram a crise de 2008. A constatação foi reforçada por cases dos Estados Unidos, Singapura e Finlândia, relatados pelos especialistas que participaram do 6º Seminário Internacional BIM – Modelagem da Informação da Construção, realizado pelo SindusCon-SP na primeira semana de novembro. O BIM pressupõe uma mudança de cultura, do atual modelo competitivo para o colaborativo, com adoção de contratos de aliança nos quais informações, responsabilidades, ganhos e prejuízos são compartilhados, segundo defende Fernando Correa, membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP e diretor da Sinco Engenharia. “Precisamos nos
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reinventar, porque do jeito que estamos fazendo hoje, é para dar errado”, afirma. Bons exemplos internacionais não faltam. Em 2007, apenas 28% das construtoras dos EUA utilizavam BIM. Em 2009, esse índice saltou para 49%; em 2012, ao fim da crise americana, chegou a 71% e, atualmente, ultrapassa os 90%. O professor Lucio Soibelman, chefe de departamento da Universidade do Sul da Califórnia, que apresentou as estatísticas norte-americanas, destaca que as crises brasileira e americana são similares, mas a cultura e o comportamento dos empresários dos dois países são bastante distintos. Nos EUA, as empresas aproveitaram a falta de demanda causada pela estagnação econômica para treinar os funcionários, enquanto no Brasil o que se percebe é um cenário de demissões. “O BIM não é um software, é um processo. E quando se muda processos em momentos de mercado aquecido, é como trocar o pneu de um carro a 150 km/h”, observa Soibelman.
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“Após a crise, haverá um ciclo de crescimento de dez anos, e os empresários devem se preparar para essa retomada desde já”, defende Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP. Algumas empresas já se deram conta de que o caminho passa necessariamente pelo BIM. A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário [veja texto na pág. 15] e a Tecnum Engenharia e Construções são alguns exemplos. Jorge Batlouni, vice-presidente de Tecnologia do SindusCon-SP e diretor técnico da Tecnum, antecipa que a empresa investirá e treinará profissionais para começar a realizar projetos em BIM já em 2016. Com essa plataforma, mais de 1 milhão de arquivos associados a uma construção, como fotos, especificações, e-mails e ordens de mudança, podem ser integrados em um único documento, o que permite uma gigantesca economia de tempo e facilidade de acesso a dados e estatísticas. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 80% das empresas exigem que o profissional tenha conhecimento de BIM para ser contratado. O hábito de mensurar pode explicar, em parte, o sucesso de seu uso nos EUA, de acordo com John Kunz, professor e diretor executivo da Universidade de Stanford. “Há dez anos não havia mensuração. Você perguntava quais os ganhos com o BIM e arquitetos, governos e empreiteiros falavam o dia inteiro. Agora temos dados impressionantes para mostrar, como o aumento de quase 30% em produtividade”, conclui. Carla Dazzi
opinião
Não existe futuro sem o BIM a utilização de ferramentas tecnológicas. A plataforma BIM oferece total suporte a isso. É preciso informar, além do metro quadrado, sustentabilidade, durabilidade, desempenho. Em breve, o cliente não mais aceitará um empreendimento que não obedeça às melhores práticas relativas a esses conceitos. Ele irá ponderar, por exemplo, sobre o consumo de água e energia da unidade habitacional que estiver adquirindo. Para as construtoras, o BIM proporciona ganhos significativos de produtividade, ao possibilitar que se faça mais, e mais ra-
“O BIM É UMA REALIDADE DA QUAL AS CONSTRUTORAS NÃO PODEM ESCAPAR” pidamente, com menos. Como o empreendimento é previamente construído no ambiente virtual, as incoerências de projeto são detectadas a tempo, evitando o retrabalho, o que significa redução de desperdício – isso, além de resultar em custos menores, também significa sustentabilidade. É preciso que se ressalte que a implementação do BIM em uma empresa não acontece num virar de chaves, da noite para o dia. É preciso introduzi-lo em etapas, realizando uma adaptação gradual. Isso porque o BIM significa muito mais do que a instalação e uso de softwares. Ele demanda
mudança de paradigmas e revisão de processos. É necessário mudar a empresa para trabalhar por processos. O SindusCon-SP tem defendido todos esses conceitos – desempenho, sustentabilidade, gestão, tecnologia – e tem se destacado como um importante aliado das empresas para o aumento da produtividade do setor, propagando informação com a realização de intercâmbio internacional em seminários, palestras e cursos. Em lugares como Cingapura, Inglaterra, Áustria, Estados Unidos, entre outros, não é mais aceitável que o projeto não seja desenvolvido na plataforma BIM, pois as vantagens são evidentes para todos. Quem constrói minimiza os riscos e reduz os custos. O proprietário final pode operar o empreendimento de uma maneira muito mais econômica. Os órgãos públicos têm muito mais facilidade para analisar os projetos submetidos para licenciamento. Neste momento de diminuição de atividade, as empresas inteligentes – e vimos isso no 6º Seminário Internacional BIM –, em vez de dispensar pessoal porque não há serviço, estão aproveitando para se reorganizar, selecionar os seus profissionais e treiná-los, porque quando vier o próximo boom, se trabalharem como fizeram no último ciclo, não vão dar conta do recado. As construtoras devem assumir o papel de liderança desse processo de transformação, pois o BIM é uma realidade da qual elas não podem escapar. Jorge Rosenberg
J
á está claro para muitos que a maneira como as construtoras realizam empreendimentos passa por uma forte mudança. Mudança essa que inclui vários pontos: a industrialização do setor avança, há uma maior integração entre projeto e construção, dá-se maior importância ao planejamento antes do início da obra, com todos os agentes da cadeia trabalhando conjuntamente, e utilizam-se tecnologias cada vez mais modernas. Ao interligar toda a cadeia, permitindo que os agentes planejem e realizem ensaios num ambiente virtual, antecipando decisões que serão tomadas no mundo real, o Building Information Modeling (BIM) se estabelece como um poderoso instrumento a serviço das empresas. O BIM permite que a construção civil moderna atinja os objetivos que almeja: desempenho, sustentabilidade, produção industrial e visão sobre o ciclo completo do empreendimento. Num futuro não muito distante, o consumidor irá comprar desempenho no setor imobiliário da mesma forma que, por exemplo, acontece no setor automobilístico. O parâmetro para a compra de um carro não é apenas se ele é pequeno, médio ou grande. O consumidor dispõe de informações sobre potência, velocidade máxima, consumo de combustível, espaço de frenagem, entre várias outras, para a tomada de decisão. Para que isso seja possível também no processo de comercialização de um imóvel, é necessária
ANDRÉ GLOGOWSKY
Membro do Conselho de Administração da Hochtief do Brasil e do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP
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Destaque
Cingapura é inspiração para a cidade de São Paulo
C
ingapura é um exemplo bem-sucedido de adoção da Modelagem da Informação na Construção (BIM), liderado pelo governo. Desde 2002, não há uso de papel para entregas de projetos e pedidos de autorização de construção – o sistema é totalmente informatizado, e o parecer oficial sai em três semanas, ou 14 dias úteis. Desde 2010, o país passou a exigir, de forma escalonada, que os projetos sejam apresentados na ferramenta que integra todos as disciplinas do empreendimento, como orçamento, planejamento, análise estrutural e dados para futura manutenção. A partir de 2016, o BIM será obrigatório para todos os projetos do governo. “Cingapura já está pronta para o BIM”, destaca Sonny Andalis, especialista em BIM na Building & Construction Authority (BCA), órgão responsável pelas construções no país. O governo central de Cingapura assumiu a liderança como principal impulsionador da implantação do BIM e, desde o início, envolveu todos os interessados, entre os quais consultores e representantes
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da indústria, associações de arquitetos, de incorporadores, imobiliárias e engenheiros. Durante dois anos foram realizadas reuniões mensais com os participantes. “Esse foi o principal acerto. Os representantes precisavam entender e acreditar que seria benéfico para todos. Só assim foi possível uma real adesão”, ressalta Andalis. Visando contribuir para a discussão positiva de soluções para a cidade de São Paulo, o SindusCon-SP convidou o especialista Sonny Andalis para apresentar o caso de sucesso de Cingapura na implantação do BIM no desenvolvimento e no licenciamento de empreendimentos. O evento, realizado na sede do sindicato, contou com a presença dos dirigentes da Secretaria Municipal de Licenciamento de São Paulo (SEL), da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), do Instituto de Engenharia, de empresas públicas do Estado de São Paulo (Metrô, Sabesp e CDHU), além de representantes das Faculdades Mauá, do Mackenzie, da Faap, da Poli e da FAU (USP), da FGV e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
fotos: Jorge Rosenberg
A secretária municipal de Licenciamento, Paula Maria Motta Lara, se comprometeu a evoluir no sistema atualmente em desenvolvimento, baseado no exemplo de Cingapura. “A prefeitura está em busca de aperfeiçoamento da legislação de projetos. Estamos abertos a conhecer cases que possam desdobrar em ações objetivas”, disse. O principal alavancador da adoção do BIM em Cingapura é o portal Corenet (www.corenet.gov.sg), que une a iniciativa privada a 16 agências governamentais, como autoridade de desenvolvimento urbano, agência de construção, agência ambiental, conselhos de esgotos e de moradia pública, entre outros. Por meio do Corenet é possível submeter, por meio digital, 24 horas, sete dias por semana, pedidos de construção de empreendimento no país. A BCA recebe os pedidos de forma centralizada e os distribui, também eletronicamente, a todas as demais
Sonny Andalis (à dir.) fala no SindusCon-SP. À mesa, Paula Motta Lara e José Romeu Ferraz Neto
autoridades envolvidas. A certificação é enviada on-line para o proprietário, arquitetos e construtora. O sistema de submissão eletrônica funciona desde 2002, conta com mais de 15 mil usuários e contabiliza cerca de 600 mil envios eletrônicos de projetos, gerando uma economia de mais de US$ 6 milhões por ano, ao eliminar a necessidade de envio redundante de informações e também a impressão em papel. “Nós acabamos com as desculpas. Se a empresa diz que o problema é financeiro, nós arcamos com 50% dos custos de aquisição de hardware e software, consultoria e treinamento. Se o problema é dificuldade de enviar as informações on-line, nós vamos na empresa e manuseamos seu mouse ou o recebemos na BCA”, enfatiza Andalis. Desde 2010, o governo já destinou mais de R$ 20 milhões em subsídios, principalmente para pequenas e médias empresas. O próximo passo será adoção de microfilmagem e de armazenamento em nuvem de todas as informações geradas pelos projetos em BIM para o mapeamento em 3D de todas as construções do país, tanto na superfície, como abaixo da terra. “Somos uma ilha de 500 metros quadrados. Em breve precisaremos desenvolver tecnologias para construções subterrâneas, e todas as informações integradas vão nos ajudar bastante”, concluiu o especialista e entusiasta do BIM.
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Notícia
Minha Casa Minha Vida 3 tem tetos anunciados
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Conselho Curador do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) aprovou novos limites de preços para os imóveis da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida (MCMV3). A elevação engloba imóveis das faixas 2 e 3, que podem ser comprados dentro dos critérios da nova fase do programa. Ainda há alguns entraves, como a adaptação dos sistemas bancários e regras de transição entre as novas normas e as antigas, mas a expectativa é de que os novos limites estejam disponíveis ainda neste ano. “Os novos tetos para imóveis das faixas 2 e 3 devem ser liberados em dezembro. Já a faixa 1,5, por se tratar de uma novidade, deve iniciar suas operações apenas no início do próximo ano. Não deve haver grandes problemas, uma vez que já há previsão orçamentária para todas as faixas”, diz Ronaldo Cury, vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP. Para as regiões metropolitanas
de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, o preço máximo dos imóveis do programa foi ajustado de R$ 190 mil para R$ 225 mil. O valor do teto do imóvel não era atualizado desde 2012. “O reajuste não foi exatamente o que o setor esperava, mas devemos reconhecer o esforço do governo. Diante da atual situação econômica, fomos um dos poucos segmentos a receber esse tipo de apoio”, afirma Cury. “Essa elevação do teto do MCMV tem tudo para funcionar como uma mola propulsora para o mercado, da mesma forma que a fase 1 do programa nos impulsionou no fim da última década.” Um ponto a ser discutido pelo setor com o governo é a possibilidade de aplicação da alíquota de 1% do Regime Especial de Tributação (RET) sobre a Receita Bruta Recebida para a faixa 1,5 do programa. A Medida Provisória nº 656, de 7 de outubro de 2014, garante esse benefício à faixa 1 até 31 de dezembro de 2018.
HIS terá padrão de qualidade e sustentabilidade A Caixa Econômica Federal contratou, em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades (SNH), a consultoria do Building Research Establishment (BRE) para o desenvolvimento de produtos que garantam a melhoria na qualidade e sustentabilidade dos projetos de Habitação de Interesse Social (HIS). A consultoria deve desenvolver as seguintes ferramentas: diagnóstico, análise e avaliação aprofundada dos dados da pesquisa pós-ocupação; padrão de sustentabilidade para habitação de interesse social; e balance scorecard testado e finalizado para implementação, além do desenvolvimento de uma metodologia para avaliação do impacto para o MCMV. A versão preliminar do Padrão de Sustentabilidade para HIS foi apresentada e discutida em workshops realizados em Brasília e São Paulo. Agora deverá ser definida uma estratégia de aplicação do padrão de sustentabilidade e do balance scorecard que possibilite o avanço da sustentabilidade nos projetos ao longo do tempo.
LOCALIDADE
DF, RJ e SP
SUL, ES e MG
CENTRO OESTE (Exceto DF)
NORTE e NORDESTE
Capitais classificadas pelo IBGE como metrópoles
225.000,00
200.000,00
180.000,00
180.000,00
Demais capitais estaduais, municípios das RM das capitais estaduais, de Campinas, da Baixada Santista e RIDE de capital com população maior ou igual a 100 mil habitantes, capitais regionais com população maior ou igual a 250 mil habitantes
215.000,00
180.000,00
170.000,00
170.000,00
Municípios com população igual ou maior a 250 mil habitantes e municípios das RM das capitais estaduais, de Campinas, da Baixada Santista e RIDE de capital com população menor a 100 mil habitantes e capitais regionais com população menor a 250 mil habitantes
170.000,00
160.000,00
155.000,00
150.000,00
Municípios com população maior ou igual a 50 mil habitantes e menor a 250 mil habitantes
135.000,00
130.000,00
125.000,00
120.000,00
Municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes
105.000,00
100.000,00
100.000,00
95.000,00
90.000,00
90.000,00
90.000,00
90.000,00
Demais municípios
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Notícia
Nova regulação aeronáutica limita gabaritos
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mesmo nível de segurança”, justifica o comandante do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta I), brigadeiro Leônidas de Araújo Medeiros Jr. Do ponto de vista da construção civil, na avaliação do SindusCon-SP, o impacto será maior em regiões ainda não consolidadas. “Haverá diminuição do potencial construtivo em algumas áreas”, afirma o vice-presidente de Imobiliário, Odair Senra. Em um raio de quatro quilômetros a partir de cada cabeceira da pista, a limitação de altura dos edifícios, que era de 75 metros, passa a 45 metros de altura, o equivalente a um prédio de 15 andares. O Brasil era o único país do mundo com Planos Específicos de Zona de Proteção de Aeródromo (PEZPA) – que se aplicava aos seus principais do Brasil, incluindo Cumbica e Congonhas, além de aeródromos regionais, como os de São José dos Campos e Guaratinguetá, a Base Aérea de Santos e o Campo de Marte. Apesar de existirem, há anos, pressões externas para a sua extinção, só agora, com a edição da portaria, isso foi revisto pelo Comando da Aeronáutica. Em áreas mais consolidadas, as novas construções podem se beneficiar do efeito sombra, novo mecanismo que poderá beneficiar os
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projetos que tenham construções vizinhas regularizadas, com alturas superiores às permitidas pela nova portaria. Nesse caso, a construção mais alta cria uma espécie de guarda-chuva ao seu redor. “Isso permitirá atingir uma altura próxima à edificação maior, mesmo que acima do que a nova legislação permitiria”, explica Senra. Na prática, não há como definir qual será a altura máxima dos prédios de cada região, porque isso depende da topografia do terreno e das edificações no entorno. Outra novidade introduzida pela portaria é a diminuição do tempo médio de trâmite para liberação da licença. Hoje leva de 90 a 120 dias, prazo que pode ser reduzido a até 30 dias, tendo em vista que agora os projetos para aprovação deverão ser encaminhados diretamente ao Serviço Regional de Proteção ao Voo (SRPV) e não mais ao Comando Aéreo Regional (Comar). “Anteriormente, o projeto passava por ambos os órgãos”, ressalta Senra. Os projetos protocolados no Comar/SRPV antes de 15 de outubro serão regidos pela portaria anterior.
SAIBA MAIS Confira a íntegra da Portaria 957/2015: www. sindusconsp.com.br
JORGE ROSENBERG
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esde o dia 15 de outubro está em vigor a Portaria nº 957/2015 do Comando da Aeronáutica, que estabelece restrições a empreendimentos imobiliários, redes de energia elétrica e outros elementos que possam afetar adversamente a segurança ou a regularidade das operações aéreas. A portaria visa enquadrar o Brasil às normas preconizadas pela Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês) e altera a altura máxima de novas edificações no entorno de aeroportos. Além de estabelecer diretrizes relativas ao gabarito para as edificações nas regiões próximas aos aeroportos públicos, privados, civis e militares, o texto dispõe sobre sinalização e iluminação de edifícios, torres eólicas e outros equipamentos no entorno dos aeródromos. A nova legislação também aborda normas e definições relativas ao Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo, Plano Básico de Zona de Proteção de Heliponto, Plano Específico de Zona de Proteção de Aeródromo, Plano de Zona de Proteção de Rotas Especiais de Aviões e Helicópteros e Plano de Zona de Proteção de Auxílios à Navegação Aérea. “Nosso objetivo, com a mudança, é permitir a ampliação do número de voos, mantendo-se o
foto do mÊs // novembro 2015
ATÍLIO INNOCENTI A região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos mais pulsantes pontos de recente expansão imobiliária na cidade de São Paulo, tem se notabilizado por concentrar empreendimentos modernos, focados em aspectos de sustentabilidade. É o caso do Atílio Innocenti, construído pela Hochtief, que recebeu a certificação LEED. O edifício comercial tem 17 pavimentos e cinco subsolos, com área total de 33.000m². A incorporação é de Yuni, GTIS Partners e Etoile.
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SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Setor imobiliário
busca equilíbrio nas operações de distrato Empresários pedem o aperfeiçoamento da legislação e a correção do rumo atual da jurisprudência
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indústria imobiliária tem registrado um forte aumento no número dos distratos, instrumento pelo qual compradores de imóveis novos desfazem o negócio – o que faz a unidade retornar à construtora ou incorporadora. Estoque de imóveis alto, taxas de juros em elevação, desemprego e queda real nos preços dos imóveis contribuem para o aumento das operações de distrato. Atualmente, não há legislação específica sobre o assunto. A Lei de Incorporação (nº 4.591/64) não dispõe sobre os efeitos dos distratos, mas prevê que o contrato de compra e venda de uma unidade seja irrevogável e irretratável. O artigo 53 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) admite implicitamente que a construtora ou a incorporadora tem o direito de não devolver integralmente os valores pagos pelo comprador que fizer o distrato. O artigo estabelece, nos contratos imobiliários, a nulidade das cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas pelo comprador. Falta ainda clareza sobre quais são os cálculos para se determinar o valor a ser restituído ao comprador. E as divergências geradas levam à judicialização dos processos, sugando mais recursos da sociedade, das empresas e dos clientes.
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Em setembro deste ano, a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou a súmula 543, que definiu: “Em contratos submetidos ao Código de Defesa do Consumidor, é abusiva a cláusula contratual que determina a restituição dos valores devidos somente ao término da obra ou de forma parcelada, na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel, por culpa de quaisquer contratantes. Em tais avenças, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento”. “Há uma quebra da equação econômica que garante a todos os condomínios o recebimento de seus imóveis, criando uma insegurança jurídica”, afirmou o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, durante seminário realizado pela entidade em parceria com Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci-Brasil) para debater soluções e apontar caminhos para o setor. “O problema torna-se ainda mais grave diante da recessão econômica que se abateu sobre o setor da construção”, avalia.
De acordo com o presidente da Fiabci-Brasil, Rodrigo Luna, o distrato, da forma como está estabelecido hoje, pode representar o fim de empreendimentos. “O desequilíbrio econômico do empreendimento causa prejuízos, adiamento de lançamentos, redução no quadro de funcionários e em casos extremos o cancelamento da obra. As incorporadoras, além de ter de ressarcir o comprador, precisam arcar com compromissos já assumidos e suportar novas despesas para revender a unidade”, salientou Luna. Caso o comprador não consiga o crédito no momento do repasse ou não tenha mais renda para pagar as parcelas, é natural que haja acordos para a solução do problema. Para o economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Celso Petrucci, “há uma relação direta entre PIB em queda e distratos em alta”. O vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Renato Ventura, destaca que “há de se olhar e se entender cada caso, mas é absolutamente necessário se incluir a visão dos interesses coletivos nesta discussão”. Há casos em que imóveis são adquiridos pensando apenas na valorização do bem. “O bem imóvel não é comparável ao mercado financeiro. Não se deve permitir ao comprador um injusto enriquecimento, nem causar ao empreendedor imobiliário um empobrecimento – assegurando aos outros condôminos do mesmo imóvel que as obras sigam normalmente”, afirmou o advogado Marcelo Terra. O contrato de compra de um bem imóvel deve proteger em igual maneira todas as partes envolvidas no processo, dando segurança ao adquirente e resguardando, de igual modo, o alienante na hipótese de inadimplência. “Os empreendimentos são desenvolvidos por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPE) e, recentemente, instituiu-se o patrimônio de afetação para segregar os valores de cada empreendimento, de modo a garantir a sua construção, protegendo o conjunto de compradores, sempre com contratos irrevogáveis e irretratáveis”,
afirmou Rodrigo Bicalho, membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP. A devolução de recursos pelos distratos fragiliza essas garantias, afetando todo o sistema habitacional; pois com um risco maior, a obtenção de crédito irá se tornar cada vez mais rara. Para Bicalho, “é necessário definir um critério coerente com a dinâmica natural da incorporação imobiliária evitando um impacto direto em todo cidadão que necessita adquirir um imóvel novo”. APERFEIÇOAMENTO
Há o entendimento do setor imobiliário de que é urgente o aperfeiçoamento da legislação e da correção do rumo atual da jurisprudência sobre distratos, com convencimento junto ao Judiciário sobre a interpretação e a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) a estes, em diálogo com a Lei das Incorporações. O vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP, Ronaldo Cury, recomendou “que o segmento evite distratos, concretizando as vendas mediante a aprovação prévia do crédito pela instituição financeira”. Ele preconizou a mudança do modelo do negócio junto ao Executivo, visando a uma maior segurança. Terra defendeu o restabelecimento, com uma redação atualizada e mais precisa, do parágrafo 1º do art. 53, que havia sido vetado na edição do CDC. O texto dizia que, no distrato, o comprador teria direito a restituição de valores pagos, “descontada a vantagem econômica auferida com a fruição”. Outras medidas sugeridas foram mais informação e esclarecimento, penalização de eventual má-fé do adquirente e uma agenda positiva junto ao Poder Executivo e Legislativo. As quatro entidades vão produzir um documento final com propostas para a melhoria do relacionamento entre as empresas e os mutuários, em busca de um equilíbrio necessário, para impedir que a escalada dos distratos prejudique toda uma cadeia produtiva. Enzo Bertolini
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opinião
Distratos e inadimplemento
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DIVULGAÇÃO
empreendedor do ramo imobiliário precisa estar preparado para encarar o inadimplemento dos contratos ajustados a prazo e de forma parcelada. Mesmo sem a previsão da cláusula de arrependimento, os tribunais admitem a desistência do comprador motivada pela ausência de condições financeiras. Na maioria das vezes, é vantagem para as partes a celebração de um distrato, por força do qual o comprador pode reaver parte substancial do valor pago e o empreendedor pode retomar imediatamente o imóvel, ficando livre para comercializá-lo novamente no mercado. O distrato é uma forma de extinção do contrato que depende da iniciativa voluntária das partes (resilição bilateral), devendo observar a mesma forma exigida para o contrato original (art. 472 do Código Civil). Não sendo possível assinar um distrato, como resolver o impasse? A primeira recomendação é a previsão (de forma explícita) da cláusula resolutória expressa por inadimplemento, com regras claras para retenção, restituição de valores e abatimento de despesas. Após a prévia notificação e o decurso do prazo de 15 dias para purgação da mora, surge outra modalidade de extinção do contrato, derivada do descumprimento de cláusulas contratuais
(não pagamento das parcelas devidas e não purgação da mora). Trata-se da resolução expressa, na qual o inadimplemento do comprador se opera de pleno direito (ou seja, imediatamente, mesmo contra a sua vontade). Apesar da evolução legislativa do instituto da “cláusula resolutiva expressa”, o Poder Judiciário sempre foi incisivo acerca da necessidade de declaração judicial para reconhecimento da resolução do contrato em face do inadimplente.
“AS DIFICULDADES A ENFRENTAR SÃO QUANTO À ABRANGÊNCIA E ÀS LACUNAS DO ART. 62” Com a edição da Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015 (em vigor), o mercado imobiliário voltou a se animar com a possibilidade de resolução extrajudicial dos contratos. Em seu art. 62, embora não tenha sido introduzida uma novidade, foi reforçado o conceito de resolução “de pleno direito” previsto no art. 474 do Código Civil. O art. 62 ainda confirmou algo já contemplado pela jurisprudência: a dispensa de registro dos compromissos de venda e compra
THOMAZ WHATELY
junto ao Registro de Imóveis, para que a cláusula resolutória expressa surta efeitos. As dificuldades a serem enfrentadas são quanto à abrangência e às lacunas do referido art. 62. Por se tratar de alteração ao Decreto-Lei nº 745/69, alguns entendem que se aplica somente para imóveis não loteados (terrenos não adquiridos diretamente do loteador e demais imóveis construídos e prontos). Para unidades autônomas em construção, aplicar-se-iam as regras específicas da Lei nº 4.591/64 (parágrafos 1º a 8º do art. 63), alterada pela Lei nº 4.864/65 (art. 1º, inciso VI). A alteração não abrange a devolução das quantias pagas. O recomendável é que a retenção observe o percentual máximo de 25% (admitido pela Jurisprudência) e que os demais descontos estejam bem especificados, devolvendo-se o saldo restante em uma única vez. Havendo recusa, o vendedor poderá, alternativamente, buscar a liberação de sua obrigação mediante depósito bancário extrajudicial, evitando o ingresso na via judicial. No tocante à devolução do imóvel (se não ocorrer de forma amigável), a outros pleitos indenizatórios e ao cancelamento dos contratos registrados, não haverá escapatória da propositura de medidas judiciais.
Advogado especialista em Direito dos Contratos e em Investimentos Imobiliários, membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP e sócio do escritório Lilla, Huck, Otranto, Camargo Advogados.
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SINDUSCON-SP EM AÇÃO
JORGE ROSENBERG
PPP é estratégia para ampliação da rede de transportes metropolitanos
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m visita à sede do SindusCon-SP, na segunda quinzena de outubro, o secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, expôs para uma plateia formada por cerca de 50 empresários da construção civil os planos do governo de São Paulo para a ampliação da malha de metrô, trens e corredores de ônibus em regiões metropolitanas de todo o Estado. Tendo em vista as dificuldades orçamentárias do governo neste momento de crise, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) serão, segundo Pelissioni, a principal estratégia para viabilizar as novas obras. “Somente em agosto último, houve uma queda de quase R$ 900 milhões na
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arrecadação do ICMS, e além disso, existe uma restrição a novos financiamentos federais. A PPP é o caminho para a ampliação da rede”, afirmou o secretário. Pelissioni citou como exemplo as obras da Linha 6 do Metrô, “a maior PPP da América Latina, com investimentos de R$ 10 bilhões”. No último dia 6, a secretaria anunciou o Consórcio Move São Paulo, composto pelos grupos Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC e pelo Fundo Eco Realty, como vencedor dessa licitação. A modelagem dessa PPP prevê que o parceiro privado arque com metade dos custos do projeto, recebendo em troca a concessão para a operação da linha por um período de 19 anos.
Pelissioni ao lado de Ferraz Neto e Messias, em evento no SindusCon-SP
O secretário também prometeu o lançamento, até o fim de novembro, do edital para a construção do quinto trecho da Linha 5 (Lilás) do Metrô também em regime de PPP. Para o início de 2016, o plano é licitar uma nova parceria para a realização da segunda etapa do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Santos, com investimentos totais de R$ 88 milhões, sendo R$ 25 milhões para obras ainda no ano que vem. Presente ao encontro, o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, destacou a importância das PPPs para “melhorar a mobilidade urbana num cenário de redução dos recursos públicos, provocada pela queda na arrecadação”. O vice-presidente de Obras Públicas, Luiz Antônio Messias, propôs ao secretário que as próximas licitações sejam divididas no maior número de lotes possível, “sem prejudicar a eficiência dos projetos”. Ele ainda sugeriu que, para a concessão dos financiamentos, seja aceita como garantia a viabilidade dos projetos e não apenas o patrimônio das empresas licitantes. NOVAS LICITAÇÕES
Pelissioni informou que nos meses de novembro e dezembro serão lançados os editais de três novas licitações, em valores de R$ 70 milhões a R$ 90 milhões cada,
para a execução de obras complementares na execução da Linha 5. “O cronograma se encontra em dia, com os tatuzões chegando até fevereiro às estações Chácara Klabin e Santo Amaro.” O governo estadual decidiu suspender o andamento do projeto da Linha 2 (Verde) para utilizar os recursos na conclusão das obras das Linhas 4 (Amarela) e 5 (Lilás). Ainda em novembro, um edital no valor de R$ 1,3 bilhão será lançado para a retomada das obras interrompidas da Linha 4, que compreende as estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Morumbi e Vila Sônia. O secretário também anunciou que foi aprovada a concessão da operação da Linha 5 e que em novembro haverá um chamamento exclusivo para esta linha ou para um conjunto dela com a 17 (Ouro, da CPTM). No monotrilho da Linha 15 (Prata), a prioridade será a continuação até a estação Iguatemi, com as obras de desvio do córrego local, porém com a suspensão do trecho final para possível retomada em 2017. “O orçamento inicial da nossa secretaria para 2015 era de R$ 8,3 bilhões, dos quais R$ 2,2 bilhões do governo federal não vieram. Devido a esse fato, ao contingenciamento e à queda da arrecadação, deveremos cumprir R$ 4 bilhões”, lamentou.
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Ferramentas para sustentabilidade na construção civil
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Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP (Comasp) inicia a preparação de duas soluções de alta relevância para o mercado. São elas o Guia Metodológico para Inventários de Pegada Hídrica e a Ferramenta de Cálculo de Emissões de Gases de Efeito Estufa para o setor da construção civil. O Guia Metodológico para Inventários de Pegada Hídrica propõe o desenvolvimento de uma metodologia que estabeleça critérios e parâmetros para o cálculo da pegada hídrica de um empreendimento. Dessa forma, será possível determinar, com precisão, quantos metros cúbicos de água são gastos para cada metro quadrado de obra construído. A metodologia abrange outras fases, como concepção, projeto e ocupação do edifício. “O desenvolvimento desse guia é uma iniciativa pioneira do SindusCon-SP, que vai orientar as construtoras sobre qual a melhor forma de tratar essa questão. A definição de parâmetros de análises e cálculos oferece termos claros de comparação,
permitindo que as empresas comparem e avaliem as melhores práticas do mercado”, afirma Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP. Indicadores confiáveis que possam auxiliar empresas a projetar seus empreendimentos são fundamentais para o setor. “Há uma grande lacuna no que se refere a indicadores sobre sustentabilidade na construção civil. O guia terá um papel importante nesse contexto”, diz Lilian Sarrouf, coordenadora técnica do Comasp. “Vemos alguns empreendimentos que alegam que estão reduzindo o uso de água, mas não há uma ferramenta padronizada para aferição. O guia proporcionará mais transparência e uniformidade, com indicadores padronizados”, complementa.
INDICADORES CONFIÁVEIS QUE POSSAM AUXILIAR EMPRESAS A PROJETAR SEUS EMPREENDIMENTOS SÃO FUNDAMENTAIS PARA O SETOR
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CÁLCULO DE EMISSÕES DA CONSTRUÇÃO CIVIL
A Ferramenta de Cálculo de Emissões de Gases de Efeito Estufa da Construção Civil também será desenvolvida com o objetivo de suprir uma lacuna no que se refere a indicadores sobre sustentabilidade no setor.
Também serão realizados a atualização do Guia Metodológico para Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, publicado em 2013, o treinamento para a elaboração de um inventário corporativo sobre o tema e a criação de um banco de dados de indicadores de emissão do setor, além da elaboração e validação da ferramenta, que será disponibilizada em www.sindusconsp.com.br, para uso das empresas. “Com o Guia Metodológico para Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, já temos uma metodologia estabelecida para o cálculo de emissões na construção civil. Nosso objetivo agora é disponibilizar uma ferramenta para a realização
desses cálculos”, explica Vasconcellos. “Essa ferramenta será útil principalmente para construtoras de pequeno e médio portes, que nem sempre têm condições de contratar uma consultoria específica para esse tema”, afirma o empresário. O Comasp está dando início ao projeto de elaboração do Guia Metodológico para Inventários de Pegada Hídrica e ao desenvolvimento da Ferramenta de Cálculo de Emissões da Construção Civil. As empresas que tenham interesse em participar desses trabalhos devem entrar em contato com o SindusCon-SP pelo e-mail comasp@sindusconsp.com.br ou pelo telefone (11) 3334-5639.
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Tutorial esclarece dúvidas sobre Estatuto de PCD
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SindusCon-SP publicou em seu site [www.sindusconsp.com.br] um tutorial com perguntas e respostas frequentes sobre a legislação da pessoa com deficiência (PCD), atualizada pela Lei nº 13.146/2015, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Elaborado pelo Grupo de Trabalho de PCD, liderado pelos vice-presidentes de Relação Capital-Trabalho e de Responsabilidade Social, Haruo Ishikawa e Roberto José Falcão Bauer, respectivamente, o tutorial também traz orientações sobre disposições da Constituição, da Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Lei de Cotas. Com vigência de seus principais dispositivos a partir de 4 de janeiro de 2016, o estatuto determina que construtoras e incorporadoras assegurem, sem a cobrança de valor adicional, um percentual mínimo (não especificado pela lei) de unidades habitacionais internamente acessíveis. O projeto e a construção dessas unidades devem atender aos preceitos de acessibilidade. Já os empreendimentos habitacionais públicos ou subsidiados com recursos públicos devem reservar 3% de suas unidades para PCDs. Empresários do setor alertam para o fato de que apartamentos preparados para PCD podem não ser bem aceitos pelo comprador e pedem para que essa exigência seja revogada. Os empreendimentos também devem contar com equipamentos urbanos comunitários acessíveis; acessibilidade nas áreas de uso comum e nas unidades térreas; adaptações nos demais pisos; e especificação para instalação de elevador. Construtoras e incorporadoras terão a acessibilidade exigida nas diversas etapas de aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico e de execução de qualquer
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SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Falcão Bauer: “Aprender a conviver com a diversidade e integrá-la à sociedade”
tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva; na outorga ou na renovação de concessão, permissão, autorização ou habilitação de qualquer natureza; na aprovação de financiamento de projeto com utilização de recursos públicos; e na concessão de aval da União para obtenção de empréstimo e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados. Falcão Bauer explica que o estatuto agregou uma série de obrigações que estavam dispersas em leis diversas. “Nós temos que aprender a conviver com a diversidade e integrá-la à sociedade”, afirma. “O SindusCon-SP tomou a iniciativa de procurar o Ministério do Trabalho para esclarecer dúvidas a respeito da legislação e, com isso, poder auxiliar as empresas associadas na compreensão do estatuto”, esclarece o vice-presidente. “O sindicato tem chamado as empresas para discutir o assunto, visando à troca de informações e à disseminação do conhecimento”. O Estatuto garante ao trabalhador com deficiência o direito ao trabalho sem restrição ou qualquer forma de discriminação em razão de sua condição – desde o momento do recrutamento, abrangendo seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional – ou a exigência de aptidão plena para o exercício da função. A lei não prevê exceções, o que pode gerar problemas de segurança, visto que na construção civil há cargos que demandam de aptidão física específica.
SindusCon-SP dá boas-vindas a seus novos associados Ergil Construções Ltda.
SGBA Consultoria e Serviços de Arquitetura Ltda.
Construtora Sudano Ltda. - EPP
Comercial e Construtora Engetrad Ltda.
Tecnoart Engenharia e Consultoria de Projetos Ltda.
Serve Engenharia Ltda.
Com a participação de vocês, vamos fortalecer ainda mais o nosso setor. Contem sempre conosco!
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Uso seguro de dispositivos móveis nos canteiros de obras é regulamentado celulares, tablets e similares. O documento elaborado pelo SindusCon-SP também faz ressalvas sobre como os profissionais que necessitam utilizar esses dispositivos como ferramenta de trabalho devem utilizá-lo de forma segura. O gerente de Segurança do Trabalho do Seconci-SP, José Bassili, ressalta que o Seconci-SP prestará suporte para construtoras por meio da realização do mapeamento dos riscos em cada ambiente e também com apresentação de palestras de conscientização. A iniciativa contará ainda com o desenvolvimento de campanhas educativas sobre o tema.
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om o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes nos canteiros de obras ocasionados pelo uso inseguro de telefones celulares, smartphones, tablets e dispositivos similares em locais indevidos, o SindusCon-SP elaborou uma recomendação voltada para as empresas do setor da construção com indicações sobre utilização adequada desses equipamentos. A proposta foi concebida a partir da inclusão desse tema na Convenção Coletiva de Trabalho firmada entre SindusCon-SP e Sintracon, em maio de 2015, e contou com a colaboração do Serviço Social da Construção (Seconci-SP). O documento estabelece, nos itens 9 e 9.1 da cláusula 18ª, que “visando à segurança do trabalhador, as empresas ficam autorizadas a criar regulamentos internos para disciplinar a utilização do telefone celular no horário de trabalho nos canteiros de obras” e “Criado o regulamento, os trabalhadores ficam obrigados a cumpri-lo”. Para o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, as recomendações sugeridas contribuem para o trabalho de conscientização efetuado pelo sindicato. “As recomendações estão em linha com o pensamento do SindusCon-SP. Nós temos investido muito em campanhas de prevenção de acidentes e em Saúde e Segurança no Trabalho”, afirma. A recomendação elaborada pela entidade poderá ser adaptada por cada empresa de acordo com as peculiaridades operacionais de cada uma. As empresas têm a opção de elaborar um regulamento interno, e assim disciplinar o uso de
USO SEGURO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS Regra geral É proibido manter ligados, durante o horário de trabalho, nas áreas de risco definidas pela empresa: > Telefone celular; > Smartphone; > Tablet; > Demais dispositivos similares. Exceções à regra geral O uso de telefone celular é permitido para chamadas de emergência. Nesse caso, o trabalhador deve: > Interromper a atividade; > Informar o superior imediato ou, na ausência deste, um colega de trabalho mais próximo; > Ir para a área segura reservada e devidamente sinalizada pela empresa. Observação: As áreas de convivência são adequadas para essa finalidade. Os profissionais que utilizam recursos de acesso à internet, chamadas de voz e texto para o desempenho de suas atividades – tais como análise da obra, orçamentos, prestação de serviços, entre outros – serão orientados pela empresa sobre os devidos cuidados relacionados à segurança. Penalidades O não cumprimento do regulamento, por se tratar de questão de segurança, constituirá atitude passível de advertência. Em caso de reincidência, punições disciplinares serão aplicadas.
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Inovações sustentáveis em pauta
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SindusCon-SP realizou na última semana de novembro, a Rodada de Inovação em Sustentabilidade, com a presença de mais de 40 construtoras e fornecedores da indústria da construção. O objetivo do evento foi fortalecer a difusão do conhecimento e criar oportunidades de networking e viabilização de negócios. Os participantes destacaram a ótima oportunidade para apresentar inovações de processos e aplicações de produtos a uma gama variada de empresas. Para o supervisor de Marketing da Atlas Schindler, Luiz Mundim, foi um privilégio participar da Rodada de Inovação em Sustentabilidade. “O evento permite ampliar o conhecimento sobre o assunto e viabilizar negócios com outros parceiros participantes. É de extrema importância debater com empresas do setor sobre novos caminhos em direção à sustentabilidade”, afirma. “A gente vive correndo para encontrar as construtoras, e essa não é uma tarefa fácil”, avalia Eddy
Candi, diretor da Gaya. “Por isso, achei muito interessante o formato dessa rodada. Tivemos a oportunidade de nos reunir com várias empresas, construtoras de portes variados, num único dia”, analisa. “Foi muito proveitoso para entendermos melhor as necessidades do mercado e poder propor soluções mais adequadas às demandas das construtoras”, ressalta Douglas Meirelles, coordenador técnico da Placo. “O evento já gerou oportunidades de novos negócios e estreitou o relacionamento com nossos clientes”. “Esse formato é muito interessante. Uma boa oportunidade para conseguirmos conversar com pessoas que têm poder de decisão dentro das construtoras”, elogia Marcelo Hansen Einsfeld, gerente comercial da Knauf. “Numa situação normal, não conseguiríamos conversar com tanta gente em tão pouco tempo”, ressalta. “Tivemos um ganho de escala”, corrobora Remy Dufrayer, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Cebrace.
fotos: divulgação
Confira a seguir as soluções em sustentabilidade que os fornecedores têm a oferecer às construtoras. ACFC4 Apresentou produtos para sistemas de aquecimento solar, como conectores solares, reservatórios térmicos, bombas e controles inovadores, com tecnologia recentemente adquirida na Europa. “Existe uma lei em São Paulo obrigando, desde 2008, a instalar um sistema alternativo de aquecimento em empreendimentos residenciais e comerciais”, lembra Manuel Carlos Carvalho, diretor técnico. “A energia solar vem de uma fonte renovável e gera uma economia de até 70% no aquecimento de água”, destaca.
ATLAS SCHINDLER Apresentou o PORT Technology, um avançado sistema personalizável de gestão de acesso que planeja viagens de acordo com as necessidades do edifício, contribuindo para a redução do consumo de energia. “A solução em mobilidade e redução de consumo que oferecemos com os equipamentos traduz a dedicação do Grupo Schindler a esse assunto”, destaca Luiz Mundim, supervisor de Marketing.
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CABELAUTO Apresentou sua linha de cabos elétricos livres de metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio, o que reduz os impactos ambientais tanto na produção quanto no descarte dos materiais, conforme destaca Suzana Silva Pinto, supervisora de Marketing de Produtos e Desenvolvimento de Materiais.
CEBRACE Apresentou os produtos Cool Lite (linhas S e K), que são placas de vidro com proteção solar para fachada. “Nossos produtos proporcionam, ao mesmo tempo, a entrada da luz e a redução do calor, favorecendo o aspecto estético da fachada”, afirma Remy Dufrayer, gerente de Desenvolvimento de Mercado. Os produtos da Cebrace bloqueiam até 80% da entrada de calor e até 99% dos raios ultravioletas, proporcionando maior conforto visual ao evitar o ofuscamento.
COMGÁS Apresentou sistemas de geração de energia por gás natural com grupos motogeradores e a tecnologia de ar condicionado a gás. “Os ganhos financeiros chegam a 50% no horário de ponta, com o atual preço do megawatt”, destaca Ronaldo Andreos, engenheiro e consultor de Negócios da Comgás. “Além disso, há um ganho de eficiência com o uso racional do combustível, proporcionando redução de emissões de CO ”, afirma. CSN Apresentou soluções sustentáveis para a indústria da construção, com destaque para o cimento CP2, tido como ecologicamente correto. “Esse produto tem uma granulometria diferente e proporciona um rendimento maior à obra”, explica Eduardo Guimarães, gerente de contas do Canal Cimento da CSN. “Temos hoje um pacote de produtos que vai do cimento ao vergalhão, passando por telha de cobertura, fechamento lateral e engradamento metálico em aço”, afirma Weber Reis, gerente comercial de Aços Longos. DAIKIN Apresentou o Sistema VRV, criado pela empresa e referência em eficiência energética para ar condicionado. “É uma novidade na linha residencial e gera 60% de economia”, afirma a analista de vendas Débora Albuquerque. “O nosso share de mercado é o maior desse segmento, o que comprova que estamos à frente da concorrência em tecnologia e sustentabilidade”, complementa. DOCOL Apresentou o Residencial Flex, linha de válvulas hidráulicas para construtoras que atuam no segmento residencial. Possui duplo uso, com fechamento automático ou fluxo contínuo. “Só o fechamento automático permite gerar uma economia de 50% a 60% no consumo de água”, explica a coordenadora de Vendas para Construtoras, Creta Cascaldi. FABRIMAR Apresentou lançamentos na área de metais e louças, especificamente da linha voltada à economia de água. Segundo Maria Augusta Oliveira, técnica do Departamento Comercial, os destaques são os reguladores de vazão Economaster, de 12, 15 e 18 litros/minuto, e o Acquafree, um mictório a seco que promete a economia de mais de 100 mil litros de água por ano, com certificação LEED e Green Building Council (GBC). GAYA Apresentou soluções de iluminação baseadas em sua linha de produtos LED (lâmpadas, refletores, spots e luminárias), cujo diferencial é a eficiência energética. “O LED está muito em evidência no momento porque é um produto que não contém mercúrio nem emite gases que agridem o meio ambiente”, afirma Eddy Candi, diretor da empresa.
HYDRO Z UNIKAP Apresentou suas linhas de tubos e conexões de PP-R (termoplástico feito a partir de cadeias de carbono e hidrogênio) e PE-X (um tipo específico de polietileno), que possibilitam flexibilidade ao projeto hidráulico e redução do tempo de instalação e de geração de resíduos na obra. “Nosso diferencial é a pré-fabricação. Entregamos os produtos em kits montados, prontos para a instalação”, explica o diretor comercial, Edson Bagagli. “Todos os nossos produtos são desenvolvidos com vistas à sustentabilidade, buscando a conservação do meio ambiente”, afirma. INFINITYTECH Apresentou projetos para o uso racional da água e para a gestão da água na obra. “Ajudamos as empresas a entregar produtos mais eficientes, o que é muito importante neste cenário atual de escassez”, ressalta Virgínia Sodré, diretora técnica. A empresa de consultoria desenvolve estudos e projetos de sistemas de infraestrutura, incluindo sistemas de abastecimento e tratamento de água, de coleta e tratamento de efluentes e de drenagem das águas pluviais e também licenciamento, laudos e monitoramentos ambientais. KNAUF DO BRASIL Apresentou seu novo produto para vedação de fachadas. Segundo Fernanda Nunes, gerente de Produto, o sistema Aquapanel reúne todos os elementos necessários para a montagem das paredes externas de vedação: chapas cimentícias, perfis metálicos e acessórios, além das chapas de drywall e suas respectivas massas, fitas e parafusos. “O Aquapanel proporciona rápida aplicação, leveza e facilidade logística (no transporte), além de baixa geração de resíduos”, destaca Fernanda. MART MADEIRAS Apresentou novos sistemas construtivos com uso de madeira, “que apresentam custos menores, na faixa de 30%, em comparação aos de metal e de plástico”, segundo destaca o diretor Alessandro Paleologos. “Temos três certificações ambientais, uma do FSC e duas da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo”, afirma. PLACO Apresentou os novos produtos da linha de drywall, com destaque para a placa Phonique, de alto desempenho acústico, que promete reduzir o ruído pela metade, e a placa Impact, de alta resistência ao impacto e capacidade de carga de até 50 kg por ponto. Segundo o coordenador técnico Douglas Meirelles, o objetivo da empresa é prover soluções que possibilitem o cumprimento da Norma de Desempenho, aumentando o conforto acústico nos ambientes. www.sindusconsp.com.br
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MegaSipat 2015 adota formato mais dinâmico
MÁRCIO JAVARONI
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Mega Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (MegaSipat 2015) foi iniciada no dia 16 de outubro, em São José dos Campos, e envolverá, até o mês de dezembro, a participação de nove regionais do SindusCon-SP, além da delegacia de Mogi das Cruzes e, pela primeira vez, da cidade de Franca. A edição deste ano trouxe como novidade a adoção da metodologia do Trekking. O procedimento estabelece a formação de grupos de trabalho que devem cumprir um circuito por diversas estações de desafios. Em cada etapa percorrida, as equipes recebem uma pulseira mostrando que cumpriram a tarefa. São abordadas questões como liderança, cooperação, motivação, competências em saúde e segurança do trabalho, responsabilidade social, nutrição e saúde. Em todas as localidades participantes, os trabalhadores são recebidos com um saudável café da manhã e realizam exames de acuidade visual, glicemia e pressão arterial. Posteriormente, eles
são apresentados ao circuito e divididos em grupos. Todos passam por seis estações temáticas (proteção contra choque elétrico, trabalho em altura, soterramento, montando o prato saudável e fracionamento das refeições, meio ambiente e ética, e campo minado), e participam de um quiz sobre saúde. Segundo o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho, Haruo Ishikawa, a expectativa do SindusCon-SP é de que as mudanças promovidas na estrutura da MegaSipat possam alcançar um maior número de pessoas em 2015. “Mudamos a dinâmica do evento. Criamos estações para tratar dos principais temas que envolvem segurança no trabalho e vamos sentir em São José dos Campos, que será a primeira do ano, qual será a receptividade do público”, afirmou. REGIONAIS RESSALTAM A IMPORTÂNCIA DO EVENTO Realizada pelo SindusCon-SP em parceria com o Senai-SP, o Sesi-SP e o Seconci-SP, a
MegaSipat 2015 em Ribeirão Preto reuniu cerca de 200 participantes
MegaSipat 2015 agradou os diretores das Regionais. Na avaliação do diretor de São José dos Campos, Mario Cézar de Barros, hoje não se pode admitir que o exercício do trabalho exponha o funcionário ao risco. “Antigamente tudo era feito de forma amadora, mas isso acabou. As empresas têm plena consciência de que o funcionário é a parte mais importante dentro de uma obra. Sem eles, não atingimos metas e não chegamos a lugar algum”, ressaltou. Já para o diretor da Regional Santo André, Sergio Ferreira dos Santos, a participação do SesiSP foi essencial para o sucesso do evento. Ele classifica como positiva a nova formatação adotada. “Era visível a animação dos trabalhadores do início ao fim. O evento foi mais compacto e dinâmico, facilitando a assimilação das informações.” Para o diretor da delegacia de Mogi das Cruzes, Mauro Rossi, o formato adotado para a realização pode ajudar na conscientização dos trabalhadores sobre a importância da prevenção. “As empresas têm reforçado com os trabalhadores a importância do uso de equipamentos de proteção na construção e temos tentado fazer com que eles participem de cursos, se aprimorem e possam utilizar sempre equipamentos para ter mais segurança nas obras”, aponta o diretor da Regional Presidente Prudente, Paulo Perego.
SAIBA MAIS Confira o calendário de eventos em www.sindusconsp.com.br.
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Regional
Plano Diretor tem audiências públicas em Ribeirão
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A Câmara Municipal de Ribeirão Preto promoveu, nos dias 5 e 7 de outubro, audiências públicas sobre o projeto de revisão do Plano Diretor. As reuniões foram realizadas pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação, e tiveram, em cada uma delas, a presença de cerca de 70 pessoas, entre representantes de entidades civis, líderes comunitários, vereadores e técnicos. As audiências públicas são uma obrigação legal, cujo objetivo é ouvir sugestões, opiniões e críticas da população, que porventura possam ser ou não utilizadas no texto. Revista revide “É fundamental a participação da população e das entidades que representam a sociedade nessa discussão, uma vez que o Plano Diretor é que vai orientar todo o planejamento da cidade e deve ser bem-elaborado e exequível”, afirma o diretor da Regional Ribeirão Preto, Fernando Paoliello Junqueira, que participou das audiências ao lado dos adjuntos João Theodoro Feres Sobrinho e Sílvio Contart. As sugestões recebidas durante as audiências serão agora analisadas pela Comissão de Justiça, que fará um parecer e encaminhará a matéria para apreciação em plenário. Os vereadores também apresentarão propostas, e a versão final do projeto será novamente encaminhada ao Executivo, a quem compete sancioná-lo, aprovando e transformando-o em lei. O Executivo alega que sem a aprovação do Plano Diretor não é possível iniciar as demais leis e planos que compõem o mesmo,
como a Lei do Mobiliário Urbano e o Plano Estratégico de Ocupação da Zona Leste. Junqueira aponta a Lei do Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo como o principal ponto a ser revisto no Plano Diretor. Segundo ele, a desatualização da legislação traz uma série de prejuízos ao setor, como morosidade e dificuldade nos licenciamentos e a falta de novos instrumentos urbanísticos e institucionais para a modernização das relações entre as empresas e o poder público. “A falta de segurança jurídica causada pela desatualização da legislação causa prejuízos a toda a cadeia da construção civil. Os empresários não têm confiança para investir e com isso cai o número de lançamentos e, consequentemente, de empregos no setor”, diz Junqueira. O Plano Diretor de Ribeirão Preto foi aprovado em 1995. Desde então, sofreu apenas uma revisão, em 2003 – contrariando a legislação, que prevê atualização, no máximo, a cada 10 anos. Nesse período, a população da cidade cresceu cerca de 50%, saltando de 436 mil para 666 mil. Há dois anos, a prefeitura enviou projeto de revisão à Câmara Municipal, que o rejeitou. Foram, então, realizadas novas discussões e audiências públicas, que resultaram em um novo projeto, encaminhado pelo Executivo em novembro do ano passado e que ainda aguarda os vereadores, sem data para ir a plenário. Márcio Javaroni
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“Confiança e previsibilidade são palavras-chave para o desenvolvimento” Confiança é a chave para a retomada econômica do País, defende o engenheiro e coronel da Aeronáutica Ozires Silva, que foi ministro da Infraestrutura (1990-1991), ex-presidente da Petrobras (1986-1988), criador da Embraer (1969) e hoje atua como reitor do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte). Ele afirma que em um ambiente de desconfiança não há desenvolvimento. “O governo não confia na sociedade e a sociedade não confia no governo”, diz o ex-ministro, destacando que o País precisa encontrar um líder com credibilidade, que ofereça previsibilidade, e dar a ele um voto de confiança. A reação da sociedade, conforme explica, deve obedecer aos mecanismos legais estabelecidos pela Constituição. “Uma nação precisa ter previsibilidade para dar segurança às pessoas”, esclarece. Ele julga que o governo foi perdulário e, agora, todos nós pagaremos a conta. Acompanhe, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida, em Santos, pelo ex-ministro a Notícias da Construção.
Notícias da Construção // Como o senhor analisa o atual momento do País? Ozires Silva // Eu vejo que o ambiente de desconfiança é o mais sério que estamos enfrentando hoje no País. Nenhuma sociedade, organização ou empresa pode se desenvolver em um quadro em que as pessoas não confiem umas nas outras, quando a gente não tem certeza que vai acontecer aquilo que ficou estabelecido nas conversas e discussões do processo construtivo. Esse ambiente de desconfiança, para mim, é o mais sério que estamos enfrentando. O governo de um modo geral parece que não confia na sociedade e a sociedade tem dúvidas a respeito do governo. NC // De que forma o senhor avalia as propostas do governo Dilma para cobrir o rombo orçamentário? OS // Permita-me, eu farei uma comparação com um acidente aéreo. Quando cai um avião, tem um time que, normalmente, vai buscar um culpado. Eu acho que, em vez de buscar um culpado, temos que entender o que aconteceu e tomar as providências para que não aconteça nunca mais. Mas, sem dúvida nenhuma – vou usar uma palavra um tanto forte mas que parece descrever a situação – o governo foi perdulário. Gastou mais do que podia. E tinha
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consciência disso. Nós sabemos, mesmo em nossa vida privada, que se gastar mais do que pode, mais cedo ou mais tarde, o preço será cobrado. A única diferença é que o governo parece que não tomou consciência de que isso teria um fim e que o fim não seria bom. E realmente o que está acontecendo é isso. Nós temos uma dívida para pagar e o governo simplesmente cobra isso do contribuinte, ignorando as consequências. NC // Essas consequências impactam de forma diferente a sociedade. Como o senhor avalia os reflexos na educação? Qual o papel da educação para o desenvolvimento do Brasil? OS // Se for contribuinte pessoa física, podemos dizer para ele que se vire. Mas, se for uma pessoa jurídica, geradora de empregos, geradora de produção, que tem um alto impacto na população, a coisa fica muito mais difícil. Hoje, no sistema educacional, a consequência é muito séria. Estamos perto de um caos administrativo e o governo não diz o que pretende. O que os jovens fazem? Sem ter certeza do que vai acontecer no ano que vem, se vai poder continuar seu curso, se vai poder se matricular, se vai poder pagar a conta que certamente virá majorada, ele não toma decisão. E quando ele não toma a decisão, um precioso ano de sua mocidade pode ser
luciana sodré
Regional
consumido sem que ele atinja o objetivo desejado. Pegue o meu exemplo: de repente surgiu, no passado, uma oportunidade e eu embarquei nessa oportunidade, o que mudou minha vida. Se por ventura prevalecessem dúvidas como as que existem agora, eu certamente teria hesitado e a minha trajetória teria sido outra. Educação é algo de extraordinária importância. Quando nasce uma criança, a natureza nos entrega um ser humano completo. Todos os seus sistemas, órgãos e atributos funcionam perfeitamente para ele crescer e se desenvolver física e mentalmente. Mas falta um atributo, um só. Aquilo que faz com que ele seja um vencedor na sociedade. Ele vai ter que aprender. E se nós não o ensinarmos, esse ser humano vai ser derrotado na sociedade e viver como a grande parte da nossa população, alheia a tudo o que acontece. Fico admirado que as pessoas sorriam e batam palmas quando um bebê nasce, mas elas não têm uma grande preocupação em fazer desse bebê um grande cidadão, um grande brasileiro, patriota que goste de sua terra, que produza, que ajude as pessoas. NC // E quanto ao impacto sofrido pela construção civil, um dos setores que mais geram emprego no País? OS // Podemos dizer que o que está acontecendo agora estava, de certa forma, previsto. Em sendo previsível, um empresário que planeja o futuro poderia ter tomado algumas providências. Por exemplo, poderia manter o caixa alto, saltar para um outro mercado mais promissor, ou quem sabe até ir para o exterior. Hoje o mundo é global, a gente sabe que pode fazer negócio com todo mundo. Em consequência disso, ele poderia ter amenizado a situação. Mas aquele que ficou esperando que Deus desse uma solução, no momento do estouro pode ficar em reais dificuldades. Novamente vem a palavra confiança. Eu sempre insisto que, hoje, estamos tranquilos aqui porque o ar que respiramos está sendo fornecido pela natureza. Hoje, às seis horas da tarde, o sol vai se pôr. Nós sabemos que vai ter uma noite e que em seguida vai nascer o sol de novo. Já imaginou se esse processo é alterado por uma força externa qualquer e o dia seguinte não acontece? Imagine o desespero que isso vai causar para as pessoas? E aí vem a outra palavra-chave, a previsibilidade. Uma nação depende disso, que dá segurança às pessoas. Confiança e previsibilidade são atributos sob os quais vivemos
há milhares de anos e esse ciclo não deve ser interrompido. Eu me lembro que quando estava no governo eu defendia que não se usassem medidas provisórias. Medida provisória entra em vigor na data da publicação. Isso quer dizer que vamos dormir sob um ambiente e acordamos sob outro. Eu relutava e nunca propus uma medida provisória. Acho que isso, num país democrático como o nosso, simplesmente não cabe. As questões devem ser debatidas, discutidas e obedecido um certo consenso. É só observar: nos países mais desenvolvidos, esse princípio da previsibilidade prevalece. NC // Há alguma mensagem positiva para os empresários da construção? OS // Não vejo como podemos ter uma previsão positiva quando fatos negativos são colocados numa sequência muito grande, sobretudo nos últimos tempos. Eu vi a manchete de um jornal dizendo que as medidas anunciadas pelo governo vão se limitar ao equilíbrio orçamentário e não vão alimentar o superávit primário, que é necessário na economia. Como resultado, não leva a nada. E a nossa presidente declarou isso em alto e bom som. NC // Está faltando otimismo ao brasileiro? OS // Temos que criar um país otimista. Foi o que tentou Juscelino Kubitschek. Ele era simpático, alegre, otimista e passou todo o seu otimismo para a população. Havia quem rejeitasse a criação de Brasília, mas esses foram esmagados pela maioria, que queria que uma nova capital fosse construída. Tinha dinheiro para isso? Não. Juscelino jogou o Brasil num endividamento dos diabos! Foi uma dureza pagar essa conta, mas não houve muita reclamação, porque todos tomaram parte no processo de decisão de construir uma capital rica no interior. Acho que temos todas as ferramentas necessárias para sair desta crise. Porém, todos nós vamos pagar esta conta. Não tem outro jeito. Então, temos que nos preparar para pagar esta conta da melhor maneira. Muitos se perguntam como podem ter certeza que o dinheiro que for pago ajudará o Brasil, pois há falta de confiança. Precisamos encontrar um novo líder. Uma liderança que ofereça credibilidade e previsibilidade irá merecer um crédito de confiança. É muito simples. Pode acontecer. griselda braz www.sindusconsp.com.br
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indicadores
Emprego na construção paulista por Regional SindusCon-SP Estoque de empregados, participação % e variações - out/2015 Regionais
Estoque
Sede (capital) Santo André
Particip.
*Variação (%)
*Variação absoluta
(%)
Mês*
Ano
12 meses
Mês*
Ano
12 meses
362.629
45,95
-1,35
-1,86
43.529
5,52
-2,43
-5,95
-11,21
-4.977
-28.602
-45.780
-8,17
-1.084
-2.689
-3.874
Campinas
82.893
10,50
-1,32
-12,22
-10,71
-1.112
-4.488
-9.941
Ribeirão Preto
49.701
6,30
-1,17
-4,81
-9,64
-590
-3.147
-5.303
Santos
28.845
3,65
-2,61
-3,59
-8,08
-773
-2.016
-2.534
Sorocaba
85.063
10,78
-1,11
-5,14
-6,72
-953
-3.170
-6.126
São José dos Campos
72.935
9,24
-0,53
-0,59
-8,23
-387
-3.685
-6.545
Bauru
24.463
3,10
-1,21
-5,82
-5,82
-299
-464
-1.513
São José do Rio Preto
30.156
3,82
-0,83
-7,31
-6,81
-253
-178
-2.203
8.994
1,14
-0,39
-6,53
-28,06
-35
-1.252
-3.508
789.208
100,00
-1,31
-5,92
-9,96
-10.463
-49.691
-87.327
Presidente Prudente Total
Emprego na construção paulista por setores Estoque de empregados, participação % e variações - out/2015 Segmento Preparação de terreno Imobiliário
Estoque
Particip.
*Variação (%)
*Variação absoluta
(%)
Mês*
Ano
12 meses
Mês*
Ano
12 meses
35.732
4,53
-1,45
-6,19
-10,32
-526
-2.358
-4.111
239.627
30,36
-1,62
-7,89
-12,71
-3.935
-20.523
-34.906
Infraestrutura
104.804
13,28
-1,13
-3,23
-9,39
-1.196
-3.503
-10.856
Obras de instalação
129.565
16,42
-1,23
-6,16
-9,04
-1.616
-8.506
-12.869
Obras de acabamento
71.952
9,12
-1,19
-4,41
-8,44
-870
-3.323
-6.631
581.680
73,70
-1,38
-6,16
-10,66
-8.143
-38.213
-69.373
Incorporação de imóveis
69.671
8,83
-1,20
-3,27
-5,24
-843
-2.355
-3.852
Engenharia e arquitetura
83.893
10,63
-0,97
-8,55
-11,20
-824
-7.840
-10.586
Outros serviços
53.964
6,84
-1,20
-2,32
-6,12
-653
-1.283
-3.516
Obras
Serviços
207.528
26,30
-1,11
-5,24
-7,96
-2.320
-11.478
-17.954
Total
789.208
100,00
-1,31
-5,92
-9,96
-10.463
-49.691
-87.327
* Variação: Ano - Acumulado no ano contra o mesmo período do ano anterior; 12 meses - Variação do mês contra o mesmo mês do ano anterior
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www.sindusconsp.com.br O portal do SindusCon-SP agora abriga o Construdata – maior banco de dados econômicos da construção brasileira.
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notícias da construção // out/nov 2015
indicadores // análise
Choque de expectativas
D
JORGE ROSENBERG
esde a década de 1930, é consenso que as expectativas são um elemento importante para compreender a evolução da conjuntura econômica. No entanto, o senso comum tende a confundir expectativa com previsão. Quem prevê tem certa obrigação de acertar. Ao contrário, uma expectativa é somente uma aposta para o futuro limitada pelo conjunto de informações do presente. Ocorre que as decisões dos agentes econômicos são tomadas com base em expectativas, nessa visão formada mesmo diante da certeza de que o erro é o cenário mais provável. Ocorre que erros expressivos de expectativas (choques) geram resultados igualmente diferentes do esperado. E esse é o quadro vivido hoje no País. A avaliação do choque de expectativas sofrido pela economia brasileira pode ser feita comparando-se duas edições do Boletim Focus, do Banco Central: a de 24 de outubro de 2014 e a de 23 de outubro deste ano [dados na tabela]. Embora os erros de expectativa sejam comuns, o contraste entre os dois vetores de dados é muito expressivo. E, como os agentes econômicos tomam decisões com base em expectativas, a questão que se coloca é: quais as consequências desse choque?
altamente desfavorável em termos da tomada de crédito. Por fim, o nível da taxa de câmbio, em que pese o favorecimento às exportações e a inibição à saída de turistas brasileiros para o exterior, tem, ao menos no curto prazo, um potencial efeito inflacionário. Vistos em conjunto, esses dados mostram que parte não desprezível da recessão atual se deve ao clima econômico desfavorável. Consumidores e Expectativas do mercado segundo o empresários estão, hoje, em Boletim Focus, do Banco Central situação pior do que espera24/10/2014 23/10/2015 vam estar há um ano. Por si PIB -3,0% 1,0% só, esse erro de expectativas Produção industrial -7,0% 1,4% gera um processo cumulativo Inflação (IPCA) 9,8% 6,3% que agrava a recessão. A conSelic 14,25% 11,50% clusão é que, tão importante Taxa de câmbio (R$/US$) 4,00 2,50 quanto as medidas tangíveis, como o reequilíbrio das contas públicas e o aumento da Do mesmo modo, a aceleprodutividade, é melhorar o âniração inflacionária ficou além mo de consumidores e empresas. das expectativas. Com isso, Somente com um horizonte de os dissídios coletivos assinaplanejamento mais confiável, os dos nos primeiros meses do agentes econômicos poderão volano acabaram incorporando tar a reagir de forma positiva, ajureajustes de salários que têm sido dando a tirar o país da crise atual. rapidamente corroídos pela alta Deve-se lembrar que a consde preços. O mesmo vale para trução tem um ciclo longo, ou outros contratos que, reajustados seja, a atividade corrente é deno início de 2015 pela inflação terminada por decisões tomadas passada, estão tendo seus valores muitos meses antes. Assim, as reais rapidamente erodidos. incertezas atuais estão levando Por sua vez, a alta da taxa ao adiamento de decisões, que básica de juros acima do espedeverão comprometer também a rado colocou empresas e consuatividade em 2016. midores diante de um cenário Juntamente com a taxa de câmbio, a produção industrial é o indicador mais marcante da tabela. A queda muito acentuada da atividade gerou graves problemas de estoque nos mais diferentes ramos industriais. E, infelizmente, estoques excessivos acabam gerando reduções ainda mais fortes da produção, o que tende a agravar o quadro recessivo.
ROBSON GONÇALVES
Coordenador de projetos da FGV Projetos e professor no FGV Management
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notícias da construção // out/nov 2015
classificados
classificados
classificados
NOVIDADES DO MERCADO
DIVULGAÇÃO
IMPRESSORA 3D FAZ 10 CASAS EM 24 HORAS
Selo da qualidade para o porcelanato A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) criou o Selo da Qualidade para o Porcelanato, tendo como referência a Norma ABNT NBR 15.463, que estabelece os requisitos técnicos do produto, como baixa absorção de água e resistência à flexão, ao gretamento, ao manchamento, ao ataque químico e à abrasão, assim como exige características dimensionais precisas. O selo tem como objetivos estimular a certificação dos produtos cerâmicos, combater a não conformidade intencional, evitar o uso indevido da terminologia porcelanato e atender aos programas que visam fomentar a conformidade de materiais para a construção civil. Mais informações em www.porcelanatocertificado.com.br.
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notícias da construção // out/nov 2015
A empresa chinesa Xangai Winsun desenvolveu tecnologia para imprimir até dez casas em 24 horas. A empresa possui 77 patentes voltadas a materiais de construção, tais como fibra de vidro reforçada com gesso e fibra de vidro misturada ao concreto armado. Neste caso, o grande trunfo é o material utilizado: concreto com agregados recicláveis, o que confere um caráter ambientalmente sustentável à inovação. A moradia fabricada a partir de tecnologia 3D possui 200 m² e seu processo de construção custa, em média, US$ 4.800, sem incluir gastos com mão de obra para montagem, materiais elétricos, hidráulicos e acabamento. O equipamento monta as estruturas com uma mistura de concreto autoadensável e fibra de vidro, camada por camada, em um processo semelhante à fabricação de maquetes e protótipos em impressoras 3D. Ao imprimir as casas, o sistema 3D já calcula e marca espaços para instalar encanamento, rede elétrica e outras necessidades de uma habitação.
Novas macrofibras para concreto A Viapol apresentou ao mercado de fibras para concreto duas macrofibras, a Tuf-Strand SF e a Maxten. Fabricadas nos EUA pela Euclid Chemical, empresa americana que adquiriu a Viapol em 2012, as macrofibras são produzidas com blends de polímeros (polipropileno e polietileno) resistentes à alcalinidade do concreto. O produto possui alto módulo de elasticidade, o que significa uma melhor performance ao concreto e maior durabilidade da estrutura. A utilização das fibras poliméricas de alto módulo possibilitam ao concreto uma redistribuição de esforços pela estrutura, garantindo uma resistência residual pós-fissuração. Isso acontece porque a fibra atua como ponte de transferência de tensões entre as fissuras, restringindo significativamente sua abertura e propagação, o que assegura maior absorção de energia, aumento da resistência ao impacto e à fadiga da estrutura de concreto. Além disso, a aplicação desse material não requer mão de obra especializada.
concreto // PAPO COM JUAN PABLO DE VERA
JORGE ROSENBERG
“As feiras de negócios dão a resposta certa em momentos de incertezas” Administrador de empresas, Juan Pablo De Vera, uruguaio de 43 anos, é presidente da Reed Exhibitions Alcântara Machado, liderando uma equipe de 260 profissionais que realiza 40 feiras de negócios em sete cidades brasileiras. Na última semana de setembro, ele esteve na sede do SindusCon-SP para firmar acordo para a realização da segunda edição do ConstruBR na Feicon Batimat 2016.
Notícias da Construção // Na sua visão, qual a importância do negócio de feiras para a economia do País? Juan Pablo De Vera // As feiras de negócios têm se caracterizado como uma oportunidade de encontro, atualização profissional e desenvolvimento de parcerias comerciais. Nós aqui no Brasil temos tido a oportunidade de contar com um calendário de feiras internacionais setoriais, especializadas, acompanhando o desenvolvimento da economia. As feiras de negócio continuam uma ferramenta eficiente, que traz resultados. Elas permitem às empresas se expandirem em seu relacionamento comercial. NC // Como o cenário de retração econômica, como o que o País vive hoje, afeta a realização de uma feira? JPV // Não há dúvidas de que as incertezas são muito grandes para todos, particularmente para aqueles que estão precisando de soluções e resultados efetivos. Com os orçamentos magros, os tempos comerciais das empresas estão sendo cada vez mais desafiados. Costumo dizer que nos momentos de incerteza nada é melhor do que ter certezas. E particularmente as feiras que nós organizamos aqui no Brasil são feiras bem posicionadas, que têm conseguido se consolidar ao longo dos tempos, atravessando várias crises com uma estabilidade muito grande. Hoje, as feiras de negócios que sustentamos no mercado nacional dão a resposta certa em momentos de incertezas como o atual. NC // Particularmente em relação à Feicon Batimat, que é a principal feira do setor da construção civil, tivemos em 2015
um movimento muito grande de visitantes, quase 150 mil pessoas foram ao evento, que contou com a presença da presidente da República. O que esperar da Feicon 2016? JPV // A Feicon acompanha as principais tendências do mercado e, nos próximos anos, o mercado nos está pedindo mais soluções, mais inovação, oportunidades de encontrar eficiência no processo produtivo, oportunidades de conseguir novidades e tecnologia que permitam as empresas de dar resposta neste momento, de fazer mais com menos, de fazer mais mais rápido, de maneira mais eficiente. E as empresas estão se preparando para a Feicon com esse tipo de novidade, dando respostas para este momento de desafios econômicos, conseguindo desenvolver seus negócios, seus projetos, despertando o interesse dos investidores e dos clientes, demonstrando como realizar desenvolvimento sustentável com eficiência e com inovação. NC // O SindusCon-SP fechou com a Reed Exhibitions um acordo de parceria para a realização do ConstruBR na Feicon Batimat 2016. Qual é a relevância dessa iniciativa? JPV // Reconhecemos a liderança e representatividade do SindusCon-SP em trazer aos participantes, empresários e profissionais do setor soluções, respostas às dificuldades que estamos passando. Isso será uma grande força para a Feicon. Esse intercâmbio proporcionado pelo ConstruBR é, sem dúvida, uma oportunidade muito especial para profissionais e empresários do setor conhecerem o que há de mais moderno em nível mundial e se inspirarem para trazer o que há de melhor para nossa indústria. www.sindusconsp.com.br
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opinião
A construção civil e o besouro
L
Nitro Imagens
i quando jovem – e nunca me esqueci disso – um artigo científico que pretendia provar que um determinado tipo de besouro não apresentava condições aerodinâmicas para voar. E, no entanto, a despeito disso, o besouro teimava em voar. Muitas vezes, na prática, a teoria não funciona por conta de outras restrições e variáveis supervenientes ou não consideradas inicialmente. Este é, exatamente, o caso das perspectivas atuais da construção civil no Brasil, em todas as suas modalidades. Um país reconhecidamente carente em infraestrutura, com necessidades imediatas de manutenção, modernização e expansão de rodovias, aeroportos, portos, silos, unidades de geração e transporte de energia, sistemas de comunicação e outras facilidades para o crescimento da economia – tudo isso em uma moldura continental –, deveria ser considerado um grande mercado para as empresas de construção pesada e para aquelas especializadas em montagens e em outros empreendimentos especiais. No entanto, esse besouro teima em não voar e a modalidade da construção pesada caiu num imobilismo gritante. Na busca de explicações para essa anomalia, algumas análises mais apressadas costumam relacionar essa paralisia ao fato
(inegável) de que as principais construtoras existentes no País foram diretamente atingidas pelos efeitos da Operação Lava-Jato e de outros procedimentos jurídico-investigativos presentemente em curso. Essa relação deve existir, de fato, não apenas por conta da paralisação de grandes empreendimentos e da interrupção dos respectivos contratos, como também devido ao estrangulamento financeiro decorrente de tudo isso.
“A SAÍDA DA CRISE ESTÁ NA NOSSA CAPACIDADE DE DESATAR O NÓ POLÍTICO” Mas essa explicação é simples demais para ser verdadeira sozinha. Boa parte do tropeção foi potencializado pela crise política e econômica em que estamos mergulhados no período mais recente e que impede ou reduz todos os tipos de ação. A modalidade da construção predial é outro besouro que teima em não voar, por causa dessa mesma crise política e de outros entraves herdados de passado mais remoto, mas cultivados e expandidos com gosto no período mais recente, como, por exemplo, a infernal
RUBENS MENIN TEIXEIRA DE SOUZA
burocracia que tudo emperra. Como explicar a paralisia deste outro besouro em um país que tem um déficit habitacional da ordem de 7 milhões de moradias, que terá de construir 35 milhões de novas unidades nos próximos 25 anos (a um ritmo anual de quase 1,5 milhão de habitações), cujo montante aplicado em crédito imobiliário ainda se situa em apenas 8% do PIB e cujos compradores alcançam um total da ordem de 100 milhões de pessoas com o necessário poder de compra? Qual a natureza do peteleco que terá que ser aplicado nesse besouro? A resposta e a saída estão na nossa capacidade de desatar o nó político. O fato é que, enquanto a crise não é resolvida e o governo deixa de exercer o comando das ações, a construção civil, em todas as suas modalidades, paralisou as obras ou diminuiu muito o seu ritmo, devolveu ou vendeu equipamentos e desempregou muitas pessoas, conforme demonstram as estatísticas recentes do IBGE e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esses dados mostram que regredimos aos níveis de emprego vigentes no período 2008/2009, ou seja, no auge da grande crise financeira internacional. Perspectiva sombria pela frente, caso não tratemos, logo, de organizar o barco para atravessar a tormenta.
Presidente do Conselho de Administração da MRV Engenharia e presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc)
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