OPINIÃO: José Carlos Martins, Renato Romano Filho Nº 150 ano 12 dez 2015
Viabilizada por meio de concessão a parceiro privado, duplicação da Rodovia dos Tamoios melhora o acesso ao Porto de São Sebastião
CAMINHO PARA O CRESCIMENTO Seja por PPP ou concessão: investimento privado em infraestrutura pode colocar o País de volta à rota do crescimento econômico, aponta levantamento FGV–Sinduscon-SP
SUSTENTABILIDADE Logística reversa ganha força na construção civil
ENTREVISTA DO MÊS Milton Luiz de Melo Santos, da Desenvolve SP w w w. s i n d u s c o n s p . c o m . b r
AMANCO QUICKSTREAM. É PRECISO MUITA TECNOLOGIA PARA DAR VAZÃO A TANTAS VANTAGENS.
O mais moderno sistema de captação de água pluvial para grandes coberturas, com know-how europeu. • Elimina a entrada de ar e aumenta a velocidade de escoamento; • Fluxo de passagem plena: redução nas dimensões do tubo; • Menor custo de instalação e de materiais; • Montagem simples, com menos perfurações e captadores; • Condução horizontal: liberdade arquitetônica.
EDITORIAL
SUPERAR A CRISE POLÍTICA E AUMENTAR A PRODUTIVIDADE JOSÉ ROMEU FERRAZ NETO Presidente do SindusCon-SP
O
estudo do SindusConSP e da FGV publicado nesta edição conjunta com Conjuntura da Construção [veja na pág. 8 da revista anexa], mostrando a trajetória da produtividade da construção brasileira e os obstáculos à sua evolução, constitui-se em valiosa ferramenta para a agenda de trabalho de 2016. Como demonstram os resultados da Sondagem Nacional da Indústria da Construção, a percepção dos empresários do setor sobre o desempenho atual e as perspectivas futuras das suas empresas é a pior dos últimos 16 anos. A melhora no ambiente de negócios do setor é esperada apenas para 2017. Depois de sofrer uma queda de 8% em seu PIB em 2015 e fechar mais de 780 mil empregos neste ano e no anterior, a construção amargará novos declínios em 2016, que estimamos em 5% no PIB e 6% no nível de emprego. É neste cenário que a construção almeja uma rápida solução da crise política, para que o País retorne ao rumo do reequilíbrio das contas públicas, reduza a inflação e retome os investimentos. Enquanto isso não ocorre, as construtoras entregam-se à tarefa mais urgente do momento: o aumento
da produtividade. A referida sondagem mostra que as empresas do setor apostam suas fichas em aperfeiçoamentos de gestão e em novos segmentos de mercado. O SindusCon-SP está firmemente empenhado em oferecer às suas associadas ferramentas para o incremento da produtividade em gestão, qualificação da mão de
SINDUSCON-SP ESTÁ EMPENHADO EM OFERECER FERRAMENTAS A FAVOR DA PRODUTIVIDADE obra, logística e outros fatores internos. Ao mesmo tempo, o sindicato também persegue continuamente a melhora da produtividade no ambiente externo às empresas. Luta pela reforma tributária que estimule a construção industrializada e a construção sustentável, preconiza reformas estruturais que retomem o desenvolvimento e diminuam o custo dos financiamentos, desenvolve ações para agilizar os licenciamentos de obras, movimenta-se para ativar os mercados dos diversos segmentos da construção.
Uma vitória significativa foi alcançada pelo sindicato ao obter a liminar que suspendeu a exigência, feita pela prefeitura de São Paulo, de comprovação da quitação do ISS como condição para a emissão do Habite-se. A decisão judicial considerou a exigência ilegal e assinalou que ela impede a construtora de questionar o valor do ISS, por ser obrigada a primeiro efetuar o pagamento que permite a entrega do imóvel, para somente depois “percorrer a infindável via” em busca do valor justo do tributo. Espera-se que a prefeitura agora trate o Habite-se em separado e pare de arbitrar o ISS sobre uma pauta fiscal ultrapassada, que não contempla os avanços de produtividade dos últimos 30 anos, não considera o tributo já recolhido sobre diversos serviços executados ao longo da obra e deixa ao arbítrio da fiscalização estender essa desconsideração a outros serviços. Se a prefeitura assim fizer, também afastará definitivamente o risco de novas Máfias do ISS, a exemplo daquela que achacou dezenas de construtoras durante anos pelo poder de fixar arbitrariamente o ISS e condicionar a expedição do Habite-se ao seu recolhimento. www.sindusconsp.com.br
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JORGE ROSENBERG
SUMÁRIO // DEZEMBRO 2015
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EDITORIAL
CAPA
PALAVRA DO PRESIDENTE
DESTAQUE SINDUSCON-SP ACOLHE OS TRABALHADORES DO SETOR QUE PERDERAM O EMPREGO
AS OPORTUNIDADES DA INFRAESTRUTURA Estudo encomendado pelo SindusCon-SP à FGV, divulgado em seminário realizado em dezembro (foto), mostra que as oportunidades de investimento em infraestrutura são o caminho para a retomada do crescimento econômico. Há capital disponível no mundo, mas País tem de fazer sua parte. FOTO: DIVULGAÇÃO / CONCESSIONÁRIA TAMOIOS
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06 ENTREVISTA DO MÊS MILTON LUIZ DE MELO SANTOS
18 OPINIÃO PARA JOSÉ CARLOS MARTINS, CONCESSÕES E PPPS SÃO O FUTURO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
22 FOTO DO MÊS
24 NOTÍCIA GOVERNO EDITA INSTRUÇÕES NORMATIVAS PARA O MCMV3
PRESIDENTE
José Romeu Ferraz Neto
VICE-PRESIDENTES
Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa, Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso, Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi, Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez, Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua
DIRETORES DAS REGIONAIS
26 SUSTENTABILIDADE A LOGÍSTICA REVERSA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira (Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto), Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José dos Campos), Mauro Rossi (Mogi das Cruzes), Paulo Edmundo Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru), Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)
REPRESENTANTES JUNTO À FIESP
Eduardo Ribeiro Capobianco, Sérgio Porto, Cristiano Goldstein, João Cláudio Robusti ASSESSORIA DE IMPRENSA
Enzo Bertolini (11) 3334.5659, Fabiana Holtz (11) 3334.5701 e Aline Hovarth (11) 3334.5688
30 SINDUSCON EM AÇÃO
42 AGENDA
44 OPINIÃO RENATO ROMANO FILHO ANALISA OS IMPACTOS DO PL Nº 4330/2004
CONSELHO EDITORIAL
Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Biachi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto, Ana Eliza Gaido e Rafael Marko.
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO
Néctar Comunicação Corporativa (11) 5053.5110 EDITOR RESPONSÁVEL
Paulo Silveira Lima (MTb 2.365-DF) paulo.lima@nectarc.com.br
REDAÇÃO
Renata Justi (editora assistente), Glauco Figueiredo, Aline Hovarth, Enzo Bertolini, Fabiana Holtz e Rafael Marko, com colaboração das Regionais: Bruna Dias (Bauru); Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Morano (Presidente Prudente); Camila Garcêz (São José dos Campos e Mogi das Cruzes); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Lívia Lopes e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André) e Vilma Gasques (Campinas).
ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Edison Diniz
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Littera Scripta
REGIONAL
Comercial SindusCon-SP: Valéria Giolli (11) 3334.5694 e Marcio C. Pieralini (11) 3334.5889
52 NOVIDADES DO MERCADO NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
REVISÃO
PUBLICIDADE
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ENTREVISTA // MILTON LUIZ DE MELO SANTOS
QUEREMOS AUMENTAR A
COMPETITIVIDADE E INCENTIVAR O
CRESCIMENTO O
Governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP), e a gestora de fundos Brasil Plural, lançaram no fim de novembro o InfraPaulista. Trata-se de um fundo de investimento para a realização de projetos de infraestrutura em municípios paulistas. A intenção do governo é atrair investidores para aplicar recursos em projetos como portos, aeroportos, geração de energia limpa, iluminação pública e transporte sobre trilhos, entre outros. O InfraPaulista poderá ter patrimônio de até R$ 1 bilhão e começa a receber projetos agora em janeiro. “O governo de São Paulo sai na frente ao utilizar fundos de investimento como ferramenta de desenvolvimento. É uma solução
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moderna para aumentar a competitividade, incentivar o crescimento e melhorar a qualidade de vida da população”, avalia Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP desde 2009. Melo Santos tem um extenso currículo no mercado financeiro. É economista com carreira pelo Banco Central do Brasil, instituição na qual chegou ao cargo de secretário executivo. Presidiu diversos bancos, entre eles o Nossa Caixa Nosso Banco e o Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Foi presidente interino da Caixa Econômica Federal e diretor do Banco Interamericano de Ahorro y Préstamo (Biape), da Venezuela. Leia a seguir a entrevista que o executivo concedeu a Notícias da Construção.
DIVULGAÇÃO / DESENVOLVE SP
Milton Santos é presidente da Desenvolve SP desde 2009
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DIVULGAÇÃO / DESENVOLVE SP
ENTREVISTA // MILTON LUIZ DE MELO SANTOS
Notícias da Construção // A Desenvolve SP é a agência de fomento do Estado de São Paulo. Quais as semelhanças e diferenças que ela apresenta em relação a uma instituição como o BNDES? Milton Luiz De Melo Santos // A Desenvolve SP atua nos mesmos moldes do BNDES, porém, voltada diretamente para o desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo. Com juros mais baixos e prazos mais longos do que os oferecidos pelo mercado tradicional de crédito, apoiamos o pequeno e médio empresário em busca de financiamentos para ampliar ou modernizar seus empreendimentos, fornecendo as ferramentas necessárias para a concretização do crescimento planejado e sustentável da economia estadual. O mesmo serve para o setor público, que encontra o apoio certo na Desenvolve SP para a realização dos investimentos necessários à infraestrutura da cidade, sem comprometer a saúde financeira do município. NC // Na condição de gestor da agência, como o senhor avalia o estado atual da infraestrutura do Estado de São Paulo? Como dar conta das deficiências historicamente acumuladas e as demandas crescentes de um mundo cada dia mais competitivo?
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“INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA SÃO FUNDAMENTAIS PARA QUE HAJA O DESENVOLVIMENTO CONSTANTE DA ECONOMIA DO PAÍS, E ESSE É O OBJETIVO DO INFRAPAULISTA” MLMS // São Paulo é o Estado que se destaca por ter a maior e a melhor infraestrutura do País. Em relação ao transporte rodoviário, por exemplo, São Paulo sai na frente no quesito qualidade e também por sua integração multimodal, o que possibilita diferenciais competitivos e impulsiona as exportações paulistas. Ainda assim, investimentos em infraestrutura são fundamentais para que haja o desenvolvimento constante da economia do País. Esse é o objetivo do InfraPaulista, uma iniciativa inédita do governo estadual que pretende atrair investido-
res para aplicar recursos onde é preciso, como em portos, aeroportos, na geração de energia limpa, iluminação pública, no transporte sobre trilhos e em tantos outros projetos que melhorem a eficiência dos municípios paulistas. NC // Qual a sua visão sobre as Parcerias PúblicoPrivadas (PPPs)? Muita gente considera que elas se tornarão, em breve, o principal modelo de financiamento da expansão da infraestrutura no País. O senhor concorda?
na melhoria da infraestrutura de municípios paulistas. O retorno do investimento, por sua vez, se dará tanto por meio dos modelos de PPPs como de concessões ou operações exclusivamente privadas. Vale ressaltar ainda que a estruturação do Fundo InfraPaulista é uma solução moderna encontrada pelo governo de São Paulo para aumentar a competitividade, incentivar o crescimento e melhorar a qualidade de vida da população. NC // Como será gerido esse fundo?
MLMS // Investir em infraestrutura é obrigatório para qualquer país que tenha como meta o crescimento econômico. Contudo, a escassez de recursos públicos faz com que as PPPs sejam uma das principais alternativas para suprir a carência de investimentos. Com o lançamento do InfraPaulista, os projetos a serem apresentados pela iniciativa privada precisarão demonstrar sustentabilidade financeira e elevado interesse público, resultando
MLMS // O InfraPaulista será criado pela gestora de fundos da holding Brasil Plural, escolhida por meio de edital público lançado pela Desenvolve SP em junho. Já a Desenvolve SP será o advisor, atuando na apresentação dos projetos de infraestrutura ao fundo, que avaliará a viabilidade e decidirá pelo investimento. Como gestora do fundo, caberá à Brasil Plural analisar a viabilidade técnica e financei-
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ENTREVISTA // MILTON LUIZ DE MELO SANTOS
ra dos projetos a serem recebidos, cujo aporte será decidido pelo comitê de investimento do fundo. A operação de constituição do fundo e o seu funcionamento são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). NC // O senhor acredita que haverá empresários dispostos a tomar o risco de investir no atual momento de crise econômica aguda? MLMS // Com certeza. Em períodos de crise ou não, sempre existirão empreendedores dispostos a investir. Tudo depende, é claro, de inúmeros fatores, que vão desde o planejamento empresarial e financeiro até a ousadia dos empresários em assumir o risco do investimento. Nossos números, por exemplo, representam isso. Apesar da atual conjuntura econômica, vimos que no último trimestre [julho-setembro], a busca por crédito pelas PMEs junto à Desenvolve SP cresceu 27%, se comparado com o trimestre anterior [abril-junho]. Da mesma forma, os projetos de investimento em inovação também tiveram alta no período. Mesmo não sendo possível afirmar que esses números demonstrem uma tendência, são bons resultados ligados à economia paulista.
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“SEMPRE EXISTIRÃO EMPREENDEDORES DISPOSTOS A INVESTIR, O QUE DEPENDE DA OUSADIA EM ASSUMIR O RISCO” NC // Quais outros produtos a agência tem a oferecer às empresas do setor da construção civil? MLMS // A Desenvolve SP oferece várias opções de financiamento de longo prazo para as empresas do setor. Para investimentos tradicionais ligados à expansão e modernização, as taxas de juros são a partir de 0,53% ao mês (atualizadas pelo índice IPCA) com prazos que chegam a 10 anos para pagamento, incluindo até 24 meses de carência. Já para empresas que buscam crédito para inovação, oferecemos linhas com juros a partir de zero. Em todos os casos, a participação no financiamento pode chegar a 100% do projeto apresentado. PAULO LIMA
CAPA
Infraestrutura oferece oportunidades para a superação da crise econômica Levantamento da Fundação Getúlio Vargas, realizado sob encomenda do SindusCon-SP, mostra que as oportunidades de investimento em infraestrutura são o caminho para a retomada do crescimento econômico. Déficit do Brasil nessa área chega aos US$ 500 bilhões. Há capital disponível no mundo, mas País tem de fazer sua parte
A
convicção de que o Brasil não pode ficar mergulhado indefinidamente na recessão, aliada à percepção de que é na expansão da infraestrutura que estão as maiores oportunidades para o País voltar a crescer de forma sustentada, motivou o SindusCon-SP a encomendar um estudo à Fundação Getúlio Vargas (FGV) para dimensionar as necessidades de investimentos nessa área e apontar caminhos para a atração do capital demandado para sua efetivação. O levantamento foi apresentado durante o seminário “Oportunidades de Investimento Privado em Infraestrutura: Uma Saída para a Crise”, realizado no início de dezembro. Num ranking de 19 países analisados pelo Fórum Econômico Mundial em 2014, o Brasil ficou no penúltimo lugar em termos de qualidade da infraestrutura, à frente apenas da Líbia. Este é o resultado da falta de investimentos consistentes no País. “Não temos tradição em investimento em infraestrutura. Enquanto aplicamos 2,2% do PIB, a Índia investe 4,7% e a China, 8,5%”, compara Fernando Marcato, sócio da G.O. Associados. “Nosso atual hiato de infraestrutura é da ordem de US$ 500 bilhões”, destaca Robson Gonçalves, consultor da FGV Projetos, ao apresentar o levantamento. “Para que o investimento em infraestrutura seja de 5,5% do PIB, são necessários outros US$ 110 bilhões ao ano. Esses números representam, respectivamente, 1,5% e 0,3% de todo o investimento na área previsto para o mundo até 2030”, diz. Os números re-
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DIVULGAÇÃO / DAESP
EDUARDO SARAIVA / A2IMG
Aeroporto de Ubatuba será concedido a privado
Rodoanel: Expansão da malha rodoviária
Governo conta com PPPs para expansão da CPTM
DIVULGAÇÃO / CPTM
ALEXANDRE MOREIRA / A2 FOTOGRAFIA
Duplicação da Tamoios favorece porto de São Sebastião
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JORGE ROSENBERG
CAPA
Robson Gonçalves coordenou o estudo da FGV
velam que hoje é grande, no mundo, a disponibilidade de capital para investimentos. Esses 5,5% do PIB são o quanto se calcula que o Brasil teria de passar a investir anualmente para daqui a 20 anos possuir um estoque de infraestrutura na média das principais economias do mundo (equivalente a 70% do PIB) – hoje, o Brasil possui apenas 35% do PIB em infraestrutura – e, assim, ter boas condições de competitividade. “Vamos ter de sair dos atuais 2,2%/ano para 5,5% não por um ano, mas por duas décadas, para recuperar essa distância”, calcula o economista Cláudio Frischtak, da Inter B Consultoria Internacional de Negócios. Os desafios para se alcançar esses números são monumentais. “Precisamos nos articular para viabilizar um novo ciclo de expansão da infraestrutura, mas não podemos ter a ilusão de que isso será possível de imediato, pois a crise política se aprofunda a cada dia”, afirma o presidente do SindusCon -SP, José Romeu Ferraz Neto. Na avaliação de Gonçalves, a crise econômica atual é, em parte, resultado da “opção de isolar o País dos grandes fluxos de capital, mercadorias, serviços e tecnologia”. Segundo ressaltou o economista, das dez maiores economias do mundo, o Brasil é
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o único em recessão. “A saída da crise exige que se faça uma opção rápida de capitais externos para o segmento de infraestrutura.” E é nesse ponto que as dificuldades se avolumam. Expressões como falta de confiança, segurança jurídica e clareza em relação às políticas públicas estão na ponta da língua de economistas e empresários, que consideram que o Brasil oferece um ambiente de negócios hostil para os investimentos de longo prazo. “Boa parte de nossas dificuldades está no grau absurdo de falta de confiança. Acho que nem no governo Collor isso foi tão alto”, compara Gonçalves. “Não podemos ficar à mercê dos humores do governante de plantão. Sem segurança jurídica, ninguém vai se dispor a investir”, avalia o vice-presidente de Obras Públicas do SindusCon-SP, Luiz Antônio Messias. “O investimento em infraestrutura por meio de concessões e PPPs é um caminho para a retomada do crescimento econômico. O problema é que não temos um interlocutor no governo federal com quem discutir seriamente sobre propostas”, ressalta Eduardo Capobianco, representante do sindicato junto à Fiesp. “A Lei de Responsabilidade Fiscal foi um dos grandes avanços do País, mas aparen-
temente não está mais valendo”, reclama Paulo Lemos, diretor do FGV Management. “Nossos impostos são recessivos, cobrados sobre a produção, e muito altos.” Lemos lembra que na crise econômica global de 2008, os EUA estiveram no centro. “Os americanos adotaram a política econômica certa e a mantiveram. Hoje, estão saindo da crise e crescendo. Enquanto isso, aqui a política econômica causa turbulência.” “Nos últimos 15 anos, as quatro variáveis mais visíveis da economia brasileira, as taxas de crescimento, inflação, juros e câmbio, estiveram sempre completamente diferentes do resto do mundo – e geralmente abaixo das economias congêneres”, avalia o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan. “Não será com muita facilidade que conseguiremos sair desta situação. Vamos ter que quebrar paradigmas, mudar estruturas, demolindo algumas delas.” Segundo Zaidan, a motivação do setor da construção civil é desenvolver uma modelagem que efetivamente amplie a infraestrutura e contribua para que o País volte a crescer ao longo dos próximos anos. “Nosso desafio é viabilizar esses investimentos dentro de um marco inovador”, afirma.
MELHORIA DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS O levantamento apresentado pela FGV aponta alguns caminhos. Robson Gonçalves propõe a inversão da lógica dos três pilares da política econômica. “Equilíbrio fiscal, controle inflacionário e estabilidade das contas externas são alvos intermediários. O objetivo final deve ser manter favorável o ambiente de negócios e facilitar as decisões dos agentes econômicos”, afirma o economista. “Precisamos criar um ambiente de negócios favorável ao investimento de longo prazo, no qual o empresário tenha confiança para investir”, diz. “Mas esses três pilares não são objetivos em si. São parâmetros para que o setor privado promova o crescimento”, defende Gonçalves. “A política econômica tem de ser um meio de oferecer parâmetros para que o cálculo privado seja mais eficaz. O
GRANDES NÚMEROS
US$ 500 BILHÕES Esta é a atual necessidade de investimento em infraestrutura no País
US$ 110 BILHÕES/ANO Este é volume de recursos adicionais para que o investimento seja da ordem de 5,5% do PIB
2,3% É a participação do Brasil no PIB global
cálculo privado é que vai, eventualmente, colocar o crescimento de volta no horizonte”, afirma o economista. Para ele, o País precisa fazer, rapidamente, uma opção pela atração de capitais externos. “Existe funding disponível no mundo, precisamos ser capazes de atraí-lo.” Gonçalves cobra a criação imediata, pelo governo federal, de um PMO [Escritório de Gerenciamento de Projetos, na sigla em inglês] para a infraestrutura, com gestão público-privada www.sindusconsp.com.br
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CAPA
CONCESSÕES E PARCERIAS NO ESTADO DE SÃO PAULO O Estado já contabiliza R$ 2,2 bi investidos e tem previsão de investimentos de R$ 9 bi nos próximos 5 anos e outros R$ 3 bi referentes a projetos em fase de licitação
EM OPERAÇÃO Concessão patrocinada da Linha 4-Amarela do Metrô Estação de tratamento de água Taiaçupeba (Sabesp) PPP para manutenção e modernização dos trens da Linha 8-Diamante da CPTM
FASE INICIAL DE EXECUÇÃO DOS INVESTIMENTOS PPP da Fábrica de Medicamentos da FURP em Américo Brasiliense Concessão Patrocinada da Linha 6 do Metrô Concessão Patrocinada da Linha 18 Bronze do Metrô PPP do Sistema Produtor São Lourenço (SABESP) Concessão Administrativa (Bata Cinza) dos Complexos Hospitalares de São Paulo, Sorocaba e São José dos Campos
FASE FASE FINAL DE LICITAÇÃO, JÁ EM CONTRATAÇÃO OU RECÉM INICIADOS PPP da Rodovia dos Tamoios PPP do SIM da Baixada Santista (VLT) PPP da Habitação para o centro de São Paulo
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mas com corpo técnico exclusivamente privado. Esse escritório seria responsável pela identificação e otimização do portfólio de projetos. Analisaria os impactos de curto, médio e longo prazo de cada projeto. E faria a divulgação institucional em nível internacional dos resultados. “Ou seja, é preciso mostrar ao mundo as oportunidades que o País oferece aos investidores”, defende Gonçalves. A utilização de alternativas de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e de ferramentas de Project Finance é outra recomendação do levantamento apresentado por Gonçalves. “Essa percepção é compartilhada por alguns setores do governo”, acredita Ferraz Neto. “Eles se deram conta da necessidade de mudanças nas concessões e nas PPPs, para torná-las atrativas. O Ministério da Fazenda planeja lançar em 2016 um programa diferenciado para viabilizar projetos de relevância nacional”, afirma. O presidente do SindusCon-SP espera que o licenciamento desses projetos tenha prioridade e que haja segurança jurídica para os contratos. “Precisamos agir urgentemente para que as oportunidades efetivamente se concretizem. A indústria da construção tem plenas condições técnicas para assumir esta tarefa. Portanto, vamos nos articular para viabilizar um novo ciclo de expansão da infraestrutura”, conclama Ferraz Neto.
COMO ATRAIR RECURSOS A questão que se coloca é como atrair recursos para viabilizar as concessões e parcerias. “A agenda para atração de capital externo não é diferente daquela necessária para atrair recursos domésticos, com a diferença essencial de que existe uma assimetria de informação – o investidor externo tem dificuldade de entender as regras do jogo e ir além do véu de incerteza”, pontifica Cláudio Frischtak. O economista alerta para o fato de a cultura de project finance ser ainda incipiente no Brasil. “A experiência internacional aponta para a relevância do project finance em infraestrutura”, afirma. Segundo ele, o método apresenta vantagens significativas. “Possibilita o financiamento de projetos sem onerar os
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Ferraz Neto: articulação para novo ciclo de expansão da infraestrutura
balanços dos sponsors (ou fazendo-o marginalmente) e usa filtros privados para assegurar a qualidade e o retorno dos projetos.” Para Rafael Benke, presidente do conselho do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o setor privado deve organizar o processo, “estruturando a infraestrutura”. Ele cita algumas tarefas a serem cumpridas: trabalhar na compreensão do ambiente global e inserir o Brasil como um dos destinos do capital internacional, entendimento a respeito dos novos investidores e das novas fontes financeiras disponíveis, organização e estruturação do setor para o aproveitamento das oportunidades, estruturação do ambiente regulatório para essa nova realidade e trabalhar na mudança de cultura pública e privada. Benke prevê que nos próximos anos o papel do mercado de capitais será crescente no investimento em infraestrutura, com o lançamento de debêntures incentivadas (isentas de imposto de renda). “As debêntures vão deslanchar com a eventual melhora do ambiente de negócios e com a queda dos juros reais”, acredita. Fernando Marcato alerta para o fato de que, apesar das vantagens e do interesse do setor privado, persistem entraves à efetivação de parcerias. “São necessários mais re-
cursos, falta robustez às garantias públicas e privadas, os processos ainda são burocráticos e morosos e a taxa interna de retorno propostas pelo governo nem sempre refletem as tendências de mercado”, aponta. “Muitas empresas ainda têm dificuldade em participar de PPPs”, afirma Marcato. Apesar das dificuldades, as PPPs e concessões já são uma realidade no Estado de São Paulo. Segundo relembra Marcato, São Paulo já conta, desde junho de 2014, com sete parcerias público-privadas assinadas, nas áreas de transporte coletivo urbano, rodovias, estacionamento, saneamento e saúde. Entre investimentos públicos e privados, o Estado contabiliza cerca de R$ 30 bilhões associados aos contratos de PPPs [veja quadro ao lado]. Os palestrantes e debatedores do seminário “Oportunidades de Investimento Privado em Infraestrutura” deixaram claro que não faltam recursos no Brasil e no mundo para os investimentos necessários. “O mundo cresce como uma nuvem de trilhões de dólares para investimentos. Temos que ter competência para atrair uma parcela disso”, defende Gonçalves. “O SindusCon-SP demonstra liderança ao fomentar um debate como este”, afirma Benke. www.sindusconsp.com.br
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OPINIÃO
Construção civil avança na direção de concessões e PPPs
JOSÉ CARLOS MARTINS
criar novo marco regulatório, diminuindo a necessidade de financiamento; opções para uso efetivo do project finance; aperfeiçoamento da modelagem das garantias; busca de novas fontes de recursos; melhoria da governança das empresas, entre outras. Essas propostas estão sendo discutidas com o governo, incluindo debates diretos com os ministros do Planejamento e da Fazenda, a Presidência da República e a equipe técnica do BNDES.
“ESSAS SÃO A GRANDE SAÍDA PARA O PAÍS NESTE MOMENTO” No mês de abril, realizamos um evento em conjunto com nossos associados e entidades internacionais da construção no qual trouxemos especialistas internacionais para debater conosco saídas para os vários gargalos. Em seguida, passamos a realizar encontros regionais, que têm sido uma oportunidade relevante para a indústria da construção concentrar-se nessa pauta. Não tem faltado interesse – já tivemos encontros em Curitiba, Fortaleza,
Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
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Goiânia, Vitória e Rio de Janeiro. No próximo ano, continuaremos realizando esses eventos para levar conhecimento e aproximar setor público e privado. Vivemos uma grave crise política e econômica, agravada pela falta da capacidade do Estado em fazer investimentos. Entendemos que concessões e PPPs são a grande saída para o País neste momento. Essas modalidades recuperam a capacidade de investimento, evitam o inchaço da máquina pública e, principalmente, permitem à sociedade fiscalizar adequadamente os serviços que são prestados. Nosso grande desafio é criar a cultura da parceria entre setor público e privado, aproveitando deles seu maior potencial – o setor público regulando e setor privado gerindo –, assim como abrir mercado para participação de um maior número de empresas usando suas competências e sinergia. Para fazer parte desse processo, cabe a nós avançarmos na discussão dos eventuais gargalos e na identificação de práticas que melhorem a experiência com essas ferramentas, na direção de modelos de negócios inovadores. Esse é o caminho que levará a um melhor futuro para o Brasil e para todos nós. PAULO NEGREIROS
A
indústria da construção abriu diálogo com a equipe econômica do governo federal e discute premissas que garantam maior participação de empresas do setor nos projetos de Concessões e Parcerias PúblicoPrivadas (PPPs) planejados para iniciar em 2016. Essa aproximação acontece em momento propício, quando o próprio governo federal dá sinais de ter compreendido o papel que a infraestrutura pode assumir para recolocar a economia brasileira na direção do crescimento. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) vem realizando um conjunto de ações para viabilizar esses investimentos, dentre as quais inclui a qualificação e a identificação de novas oportunidades de negócios, com vistas a criar as condições para que mais empresas participem desse processo. A consistência e profundidade do debate que temos realizado – em eventos regionais que já receberam cerca de 1.400 pessoas – nos trouxe subsídios que permitem propor uma nova visão e modelagem para os projetos vindouros. Nosso setor tem dado passos decisivos nessa direção. Estamos levando propostas que buscam
SINDUSCON-SP
DESTAQUE
Haruo assina protocolo ao lado do presidente do Sintracon-SP, Ramalho da Construção, e de Falcão Bauer
SindusCon-SP se une a trabalhadores na luta contra o desemprego
D
iante da crise econômica e dos altos índices de desemprego – a construção paulista deve registrar um corte de 557 mil vagas ao final de 2015 – o SindusCon-SP e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP) assinaram, na primeira semana de dezembro, um protocolo de intenções pioneiro para desenvolver ações que contribuam para a valorização, o desenvolvimento e o aprimoramento do trabalhador. “Não podemos ficar indiferentes diante do desemprego massivo que a crise provocou na indústria da construção. Um dia esta crise passará e as empresas voltarão a demandar mão de obra produtiva e capacitada. Por isso, nos unimos neste programa, que irá resgatar
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a autoestima do trabalhador com treinamentos para sua futura reinserção no mercado de trabalho”, destaca o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto. O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social, Haruo Ishikawa, explica que a ação será desenvolvida em duas etapas. A primeira começou no dia 7 de dezembro, com a realização de palestra orientativa da executiva de Recursos Humanos do SindusCon-SP, Daniella C. Cabral, com as lideranças dos trabalhadores. A segunda etapa prevê a formação de um grupo de trabalho para realização de treinamentos e capacitação do trabalhador. A ideia é convidar parceiros como Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo
(Seconci-SP) e outras entidades que tenham condições de agregar conhecimento. “Este é um momento difícil para os trabalhadores demitidos. Temos o interesse mútuo, tanto o sindicato patronal com o dos trabalhadores, de realizar algo para que consigam passar por essa crise”, afima Haruo. Segundo o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social, Roberto José Falcão Bauer, os projetos visam atender os trabalhadores que estão incluídos no Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e os desempregados. “Cada um de nós tem um potencial grande. É preciso tomar iniciativa e lutar, promover a reciclagem do conhecimento, se fortalecer e não deixar se abater pela visão negativista da crise”, ressalta Bauer.
A psicóloga e neurocoaching Daniella C. Cabral, 36 anos, é desde fevereiro último executiva da área de Recursos Humanos do Sinduscon-SP. Ela é um dos profissionais da entidade que se empenharam pela viabilização do programa de acolhimento aos profissionais da construção civil que perderam seus empregos em função da atual crise econômica. Durante bate-papo com Notícias da Construção, Daniella contou como funcionam as palestras que o sindicato irá oferecer aos trabalhadores durante todo 2016. Notícias da Construção // Qual é a ideia das palestras que você está dando aos trabalhadores da construção civil? Daniella C. Cabral // A maioria das pessoas está focada em qual profissão vai bombar no mercado de trabalho, o que está em alta... Não é isso que deveria balizar as escolhas profissionais, porque o mercado é volátil. Um dia, uma profissão está num patamar, noutro a situação muda. Por exemplo, engenharia. Anos atrás estava em alta e hoje muitos engenheiros estão sendo demitidos. A questão é a importância de se reinventar ao longo da carreira. NC // Como funcionam essas palestras? DCC // Eu não gosto muito de falar em palestras. Prefiro definir como bate-papos provocativos. O formato é o de expor um conteúdo que provoque as pessoas para pensar. Pensei em colocar alguns pontos para reflexão numa palestra, na qual a pessoa que assistir vá levar essas ferramentas para o resto da vida. SindusCon-SP e Sintracon-SP são pioneiros, não tem ninguém no mercado fazendo algo igual. O evento tem uma duração de umas duas horas, duas horas e meia, e eu coloco uma série de pontos para as pessoas refletirem. Como é que eu faço uma escolha? Para onde eu tenho que olhar para fazer essa escolha? NC // Essa palestra que você fez em dezembro foi para os principais líderes do Sintracon-SP. Como é que foi a receptividade? DCC // Esta foi, digamos, uma palestra-piloto, para que eles pudessem conhecer o produto. Fiquei muito feliz com a receptividade, pois muitas dessas pessoas ficaram mobilizadas a ter um novo olhar sobre suas respectivas carreiras.
SINDUSCON-SP
BATE-PAPO QUE PÕE AS PESSOAS PARA PENSAR
Daniella C. Cabral chegou ao SindusCon-SP em 2015
O que elas me disseram ao final do evento foi gratificante, pois deu para perceber que realmente as provocações geraram reflexões. NC // Vai haver outras palestras? Como é que vai funcionar? DCC // Agora em janeiro, iremos nos reunir aqui no SindusCon-SP para fazer uma agenda para o ano todo. Mas a ideia inicial é reunir o maior número de trabalhadores possível. As pessoas, quando estão em crise, não conseguem enxergar direito o horizonte. Hoje em dia, o profissional tem que ser ótimo, só o bom já não basta. E para isso, tem que fazer as coisas com prazer. Se não tiver paixão, o olho não brilhar com aquilo que está fazendo não vai dar certo. Você não consegue enxergar novas frentes que podem ser abertas. Pois a sorte é o encontro do preparo com a oportunidade. É esse tipo de provocação que eu faço a essas pessoas. Mas a palestra não é motivacional. A motivação é sempre interna, não é externa. Você provoca o indivíduo a pensar e buscar o recurso dentro dele mesmo. Mas é ele que tem esse recurso, não eu. É uma provocação para o indivíduo sair do papel de vitimismo e assumir um papel de protagonismo. NC // Mas o protocolo assinado não prevê apenas as suas palestras... DCC // Não. O programa de acolhimento vai além, e a equipe do SindusCon-SP, sob a coordenação do dr. Haruo, está trabalhando em sua formatação. Estamos reunindo parceiros estratégicos para oferecer gratuitamente diversos cursos de qualificação para que esses trabalhadores possam superar o momento de dificuldades.
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FOTO DO MÊS // DEZEMBRO 2015
VLT DA BAIXADA SANTISTA O sistema de Veículo Leve sobre Trilho (VLT) da Baixada Santista foi viabilizado por meio de PPP firmada entre o governo do Estado de São Paulo e o Consórcio BR Mobilidade Baixada Santista, controlado pela família Constantino, proprietária da Gol Linhas Aéreas. Pela PPP, o governo concedeu a operação do Sistema Integrado Metropolitano, que contempla, além do VLT, as linhas metropolitanas regulares de ônibus, incluindo a expansão dos serviços em toda a região. O parceiro privado se obrigou ao fornecimento de equipamentos e sistemas de controle operacional de veículos (ônibus e VLTs) e implantação da bilhetagem eletrônica, somando um investimento inicial de mais de R$ 600 milhões. O contrato de PPP é de R$ 5,6 bilhões e terá vigência de 20 anos. O primeiro trecho do VLT, ligando Barreiros, em São Vicente, à Estação de Transferência Conselheiro Nébias, em Santos, foi construído pelo consórcio Expresso VLT Baixada, formando pela Construtora Queiroz Galvão S.A. e a Trail Infraestrutura Ltda.
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VAGNER CAMPOS
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JORGE ROSENBERG
NOTÍCIA
MCMV3
É AGUARDADO COM ANSIEDADE PELO SETOR 24
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Ronaldo Cury: expectativa de conseguir contratar mais de 300 mil unidades
O
Conselho Curador do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) aprovou novos limites de preços para os imóveis da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida (MCMV3). A elevação engloba imóveis das faixas 2 e 3, que podem ser comprados dentro dos critérios da nova fase do programa. O lançamento da fase 3 do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV3) é aguardado com grande expectativa pela indústria da construção, diante de um cenário no qual a crise econômica tem papel predominante, arrefecendo de forma significativa o desempenho do setor. As indicações do governo federal apontam para um lançamento no começo de 2016. As perspectivas são de que o número de novas contratações, nas faixas 2 e 3 do programa, supere as 300 mil unidades que foram contratadas em 2015. “Foi bem, mas poderia ter sido melhor. Se ocorrido tivesse o lançamento do Minha Casa, Minha Vida 3, em 2015, com os reajustes, poderiam ter sido contratadas
mais unidades. No entanto, num ano no qual o mercado foi muito ruim, está bom demais. É uma ilha de alegria num oceano de tristeza. O cliente a baixa renda continua comprando o imóvel”, avalia o vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP, Ronaldo Cury. Segundo ele, em 2015, o desempenho da faixa 1 foi terrível em função dos atrasos e da ausência de novas contratações. No entanto, Cury considera que o possível lançamento do MCMV3 no início de 2016 possa trazer um alento ao setor. “Nossa expectativa é que a gente consiga contratar mais de 300 mil unidades, porque devem ser lançados imóveis para as faixas 1,5, 2 e 3”, diz, ressaltando que esses dois últimos devem passar por adequações de valores e limites.
ATENDIMENTO AOS PLEITOS DO SINDUSCON-SP Recentemente, o Conselho Curador do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) aprovou o aumento do limite de preços
para imóveis das faixas 2 e 3 adquiridos dentro dos parâmetros estabelecidos no MCMV3. De acordo com as regras, nas regiões São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, o preço limite das unidades do programa foi ajustado de R$ 190 mil para R$ 225 mil. Cury ressalta que os encontros promovidos pelo sindicato com o Ministério das Cidades foram fundamentais para o atendimento das demandas do setor. “Já foram definidos os tetos das faixas 2 e 3, o teto do faixa 1, os subsídios, a taxa de juros, os valores, o recorte das cidades 1,5, 2 e 3, a taxa de juros e a curva de subsídio. Mas ainda faltam ser regradas as especificações e operações da faixa 1,5, e principalmente a regra de transição da fase 2 para a fase 3 do Programa”, relembra Cury. “Depois disso, o governo ainda precisa soltar uma instrução normativa interministerial e propor um Projeto de Lei que regulamente toda esse arcabouço”, afirma. GLAUCO FIGUEIREDO
SUSTENTABILIDADE
DIVULGAÇÃO / ENIC
Lilian Sarrouf: trazer os fabricantes de materiais para o centro da questão e estimulá-los a um maior engajamento
Logística reversa ganha força na construção civil
A
gestão dos resíduos da construção civil, a sua reutilização e reciclagem tem alcançado avanços significativos com a adoção de políticas públicas e ações setoriais que visam dar a destinação correta a diversos tipos de materiais utilizados nos canteiros de obras. Algumas iniciativas, como as adotadas pela prefeitura de Jundiaí, pela Associação Brasileira do Drywall, em parceria com o Sindicato das Indústrias do Gesso (Sindusgesso), pela Tecnisa e Consultoria Obra Limpa, têm buscado minimizar os impactos ambientais e contribuir com a redução dos custos com desperdício, transporte e destinação dos resíduos. Boas práticas têm sido observadas com o encaminhamento dos materiais descartados
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para as Áreas de Tranbordo e Triagem (ATT) e recicladoras, para onde boa parte dos resíduos, como os Classe A, madeira, gesso, concreto, metais, entre outros, é descartada e alimenta a cadeia da logística reversa. Segundo a coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente (Comasp) do SindusCon-SP, Lilian Sarrouf, as construtoras têm se conscientizado sobre a importância das ATTs. Porém, essas áreas ainda carecem de uma melhor definição de políticas públicas e interesse da iniciativa privada de forma a ampliar número de espaços destinados para o recebimento e encaminhamento correto dos resíduos. “Com a logística reversa, a ideia é gerar mais negócios e, para que isso possa acontecer, é preciso ter pontos de coleta”, afirma
SUSTENTABILIDADE Lilian. “A partir do momento em que as construtoras enviam o resíduo para essa área (ATT), é possível criar um volume e gerar um negócio que se viabiliza economicamente”, frisa. Lilian esclarece que o SindusCon-SP tem procurado trazer os fabricantes de materiais utilizados na construção para o centro da questão e estimulá-los a um maior engajamento. Recentemente, o sindicato formou um grupo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) que visa desenhar um modelo de acordo setorial envolvendo os fabricantes de tintas na busca de soluções para a destinação dos resíduos de todo o processo de pintura, entre eles as tintas. “Esse grupo está formado e inclui os fabricantes, as ATTs e as construtoras para discutirmos de que forma podemos criar esse ciclo econômico para que todos saiam ganhando”, destaca Lilian. “Hoje, o custo recai sobre as construtoras por desconhecimento das possibilidades de destinação e esse material acaba indo para um aterro de resíduo perigoso quando poderia ir para uma ATT e posteriormente encaminhado à recicladoras. Isso custa caro”, analisa, relembrando que o SindusCon-SP lançou em outubro passado o Manual Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil – Avanços Institucionais e Melhorias Técnicas (disponível em www.sindusconsp.com.br). O documento conta com indicações sobre a gestão dos resíduos e orientações de reúso e reciclagem de resíduos nos canteiros de obras. GLAUCO FIGUEIREDO
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BOAS PRÁTICAS EM JUNDIAÍ Algumas boas práticas quanto à destinação correta e a reciclagem de materiais utilizadas pelas construtoras têm produzidos ótimos resultados na cidade de Jundiaí. A partir de abril de 2013, a Secretaria de Serviços Púbicos implantou um sistema de monitoramento chamado Jundiaí Coletas Online, pelo qual cadastrou todos os geradores e transportadores de resíduos e passou a emitir o Certificado de Transporte de Resíduos (CTR). A partir desse trabalho de mapeamento definido pela prefeitura de Jundiaí, todos os resíduos são encaminhados para o Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Geresol), onde são realizados o processamento e a extração de material bom para ser utilizado pela prefeitura. “Lá extraímos das caçambas resíduos que são transformados em areia, bica corrida, pedra 1, 2 e 3, e as utilizamos em obras da prefeitura. O restante dos materiais, como ferro, plástico, papelão e gesso, é vendido para as indústrias de processamento”, informa Gilberto Valverde Carneiro, diretor de Resíduos de Jundiaí. Segundo ele, o Geresol recebe cerca de 20 mil toneladas de material por mês. Desse total, entre 60% a 70% são reaproveitados pela prefeitura; de 10% a 20%, como ferro, plástico, papelão e gesso, são vendidos e o restante é material inerte que poderá ser reaproveitado no futuro. ”Cerca de 60% do material processado é utilizado pela prefeitura. Isso gera uma redução mensal de cerca de R$ 3 milhões porque com isso nós montamos uma usina de concreto e pré-moldados”, relata Carneiro. “A gente fabrica banco de praça, tampa de boca de lobo e o nosso próprio concreto para ser utilizado em calçada, meio-fio, galeria, base de pavimento. O grande segredo da reciclagem do material da construção civil passa por três pilares: muita vontade política, encontrar um parceiro para processar todo esse material e consumir todo o material processado”, afirma.
TECNISA FIRMOU PARCERIA E DIRECIONA RESÍDUOS DO GESSO PARA A INDÚSTRIA CIMENTEIRA Outro exemplo interessante de reaproveitamento de resíduos vem sendo adotado pela construtora Tecnisa. De acordo com o engenheiro ambiental da empresa, Stephano Lattanzi, desde 2007, a Tecnisa conta com uma equipe que atua dentro das áreas de Engenharia e P&D na gestão dos resíduos. “Com base no trabalho dos anos anteriores, essa equipe gerou indicadores de desempenho, por tipologia de obra e fase, como forma de trazer mais objetividade na avaliação dos canteiros que agora competem
pelos melhores resultados em termos de desempenho ambiental. O departamento de meio ambiente, por sua vez, tem a responsabilidade de homologar e monitorar os transportadores de resíduos e as áreas licenciadas de transbordo e triagem, assegurando a qualidade em todo o processo”, informa. A empresa conta com práticas inovadoras como a que resultou na instalação uma máquina de compostagem elétrica, para processar material orgânico gerado na cozinha da obra.
OBRA LIMPA RESSALTA CAPACIDADE DE REAPROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS
O equipamento transforma o lixo orgânico em composto, reduzindo o seu volume em até 90%. O composto orgânico foi utilizado no solo dos jardins para melhorar as suas qualidades. Mais de duas toneladas de resíduos orgânicos foram processados e deixaram de ser enviados para aterros sanitários. Além dessa medida, a Tecnisa também aplicou a logística reversa de entulho “cinza”, que é transformado em bloco de concreto com conteúdo reciclado, para fins não estruturais; e firmou uma parceria com empresa instaladora de gesso, que realiza a segregação do resíduo e o transporte pelo fornecedor para uma indústria cimenteira, onde o gesso é reinserido como agregado no processo de fabricação do cimento.
concreto para produção de agregados reciclados incorporáveis, por exemplo, em argamassas, desde que considerada a necessidade de realizarem ensaios tecnológicos para avaliar desempenho. Ganham destaque, neste contexto, iniciativas de substituição parcial de, por exemplo, 20% de areia natural por areia reciclada”, analisa. “A boa organização dos materiais, o uso de dispositivos sinalizados, o treinamento dos gestores e dos operários potencializam a boa gestão de resíduos viabilizando redução na geração (menores índices por m2 de construção) e a preservação dos espaços operacionais (obra limpa)” conclui.
DIVULGAÇÃO / OBRA LIMPA
Para o diretor da Consultoria Obra Limpa, Élcio D. Careli, o conhecimento sobre as características das redes locais, o que envolve os agentes econômicos começando pelo transportador também é considerado com fundamental no ambiente de boas práticas. Ele ressalta ainda o potencial das iniciativas de verticalização uma vez que elas “asseguram melhor rastreabilidade e tendem a representar condição de maior compromisso ambiental e até de viabilidade econômica”. “No ambiente dos canteiros de obra, há possibilidade de reciclagem (britagem e classificação por peneiramento) dos resíduos de alvenaria; argamassas e
SINDUSGESSO E ASSOCIAÇÃO DO DRYWALL DESENVOLVEM AÇÃO CONJUNTA Os setores de gesso e de drywall também têm se movimentado em busca de soluções para dar o encaminhamento corretor aos resíduos gerados pelo segmento. A Associação Brasileira do Drywall e o Sindicato das Indústrias do Gesso (Sindusgesso) resolveram agir em conjunto e criaram um plano estratégico de âmbito nacional - o piloto se iniciou em São Paulo há alguns anos, demandado pelo SindusConSP. O planejamento prevê
realizar o mapeamento de locais para a implantação de diversas ATTs nos principais pontos de geração de resíduos do País. “Essas ATTs utilizarão tecnologia para fazer a reciclagem do gesso e o produto dessa reciclagem poderá ser encaminhado para a indústria de cimento e para a agricultura”, informa o consultor Fauaz Abdul Hak, ressaltando a proposta busca dar uma solução para a logística reversa do material.
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FOTOS: JORGE ROSENBERG
SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Romeu Ferraz e Zaidan concedem entrevista coletiva: retomada do crescimento econômico esperada somente para 2017
PESSIMISMO entre empresários nunca foi tão alto Dados da última Sondagem Nacional da Indústria da Construção de 2015 registra recordes negativos
R
ealizada pelo SindusCon-SP desde 1999, a última Sondagem Nacional da Indústria da Construção do ano mostra que o pessimismo dos empresários do setor nunca esteve tão acentuado. A percepção de desempenho da atividade atual das empresas atingiu o patamar mais baixo da série, com 24 pontos – 47% abaixo da média histórica. O indicador que avalia as expectativas de crescimento econômico desceu a 15 pontos, ficando 80% abaixo da média. “A indefinição política leva a uma demora nas decisões, alimentando um círculo vicioso de
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desconfiança”, afirmou o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, durante entrevista coletiva à imprensa, quando os dados foram divulgados. “Queda do PIB e aumento do desemprego. Não dá para pensar em retomada do mercado imobiliário no ano que vem”, destacou a economista Ana Maria Castelo, da FGV, coordenadora da pesquisa. Ao serem questionados sobre os impactos da política sobre os negócios, os empresários indicaram que a volta da oneração da mão de obra produzirá resultados negativos sobre os negócios. Eles também con-
sideram que a nova regulação da terceirização afetará negativamente as empresas. A maioria indicou a necessidade de novos estímulos governamentais para a retomada da economia. “O governo vai ter que fazer um ajuste fiscal e esse ajuste vai comprimir ainda mais os investimentos do setor público”, previu Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP. De uma forma geral, os empresários não se mostram muito confiantes no crescimento econômico no médio prazo. “Nos resta esperar a retomada para 2017”, afirmou Ferraz Neto. “Nosso foco será apresentar caminhos ao governo. As concessões e PPPs são uma saída para o próximo ano”, apontou. Entre 2014 e 2015 o setor perdeu mais de 780 mil postos de trabalho. A previsão é que este ano feche registrando o corte de 557 mil vagas, sendo 94 mil apenas no Estado de São Paulo. Em outubro, a construção civil brasileira já acumulava a perda de 508,2 mil empregos em 12 meses, de acordo com dados da pesquisa realiza-
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS Os dados estão dispostos numa escala de 0 a 100, tendo o valor 50 como centro. Isso quer dizer que valores abaixo de 50 podem ser interpretados como um desempenho, ou perspectiva, não favorável.
65,46
50
74,45
40,06 26,47 Investimento em máquinas e equipamentos
Investimentos em novas tecnologias
Promoção de mudanças organizacionais
Mudança de segmento de mercado
FONTE: SINDUSCON-SP
da pelo SindusCon-SP, com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.
AÇÕES ANTICRISE E PRODUTIVIDADE A Sondagem Nacional da Indústria da Construção revela que as estratégias empresariais para enfrentar o período de crise que ainda teremos pela frente incluem investimentos tímidos em máquinas, equipamentos e novas tecnologias [veja quadro nesta página]. Neste momento, os empresários estão mais propensos a promover mudanças organizacionais em suas empresas e até a buscar segmentos alternativos de mercado para atuar. “Enquanto tivermos inflação e juros nesses altos patamares, ninguém, incluindo as famílias, estará disposto a investir”, ressaltou Zaidan. As dificuldades de acesso ao crédito por parte do cliente compõem outra agravante para a situação do setor. “O problema do crédito no Brasil é muito mais de custo do dinheiro do que de fonte de recursos”, afirmou Ana Castelo. “Par-
ticipamos da mesa setorial para discutir o crédito, mas isso só terá efeito quando a taxa de juros voltar a um patamar civilizado”, completou o vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP, Ronaldo Cury. Além dos dados referentes à sondagem, durante a coletiva também foi divulgado o resultado parcial de um estudo sobre a produtividade da construção realizado pela FGV para o SindusCon-SP [veja mais detalhes em artigo à pág. 8 de Conjuntura da Construção, anexa a esta edição]. “Aumentar a produtividade da economia brasileira é a tarefa mais urgente da nossa sociedade”, afirmou Zaidan. “O investimento setorial em produtividade terá eficácia limitada se não for acompanhado pelo aumento da produtividade da economia como um todo, ou seja, é um assunto muito complexo, ligado à produtividade intrínseca da economia do País”, explicou. Assim, é certo que, por um lado, as construtoras devem aperfeiçoar métodos e procedimentos, perseguindo uma gestão mais eficiente, a qualificação da mão de obra e a
melhoria da organização no canteiro de obra e do processo produtivo, envolvendo os fornecedores – indústria de matérias e subempreiteiros. Mas é fundamental que o setor público também faça a sua parte. “O governo tem o dever de promover, induzir e coordenar o aumento da produtividade da economia, reduzindo seus fatores limitantes, como a eficiência da logística, as restrições de natureza tributária – a exemplo da guerra fiscal que gera ineficiências na alocação geográfica da indústria, ou pune a industrialização – o excesso de burocracia, a ausência de estabilidade macroeconômica”, afirmou. O empresário citou o baixo índice de utilização de estruturas pré-moldadas como exemplo: muitas construtoras optam por produzir diretamente no canteiro, como forma de fugir de custos adicionais. Isso porque as estruturas entregues por um fornecedor externo, embora mais eficientes para o processo produtivo, estão sujeitas à tributação do IPI e do ICMS, visto que recebem o mesmo tratamento de um produto industrializado qualquer. “É preciso ter segurança para se planejar e investir. O setor privado brasileiro é altamente criativo, altamente empreendedor e realizador. O Estado deveria estar presente na economia como um facilitador, mas, em vez disso, tem complicado ainda mais a iniciativa privada”, resume o presidente Romeu Ferraz.
SAIBA MAIS Veja os resultados completos da Sondagem Nacional da Indústria da Construção e o estudo sobre produtividade na construção em www.sindusconsp.com.br.
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SINDUSCON-SP EM AÇÃO
TRABALHO EM FAVOR DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS É DESTAQUE EM EVENTO DE ARQUITETURA
O
trabalho do SindusCon-SP em prol da adoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia da indústria da construção civil foi um dos destaques da segunda edição da Expo Arquitetura Sustentável, realizada em São Paulo no mês de novembro. No evento, representantes do sindicato contribuíram para a conscientização dos agentes da indústria sobre a importância da sustentabilidade. Convidado a falar sobre parcerias com o setor público na gestão de resíduos da construção, Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP, relatou o pioneirismo da entidade ao criar a cartilha Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil, que se tornou referência de mercado. Vasconcellos apresentou também o Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor), ferramenta desenvolvida pelo sindicato que ajuda no gerenciamento das informações sobre os fluxos de resíduos, desde a geração até sua destinação final. O sistema se tornou realidade após convênio firmado com a Secretaria do Meio Ambiente e a Cetesb, em fevereiro de 2012. Com a ajuda do Sigor, a companhia ambiental do Estado e as prefeituras
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validam o cadastro dos transportadores, das áreas de destinação e os planos de gerenciamento de resíduos criados pelos geradores. A ideia é dar agilidade e desburocratizar procedimentos administrativos. Em 2014, a cidade de Santos testou o sistema e, neste ano, o sistema foi disponibilizado para todo o Estado. “As relações com o poder público são lentas e complicadas, pois existe certa desconfiança em relação aos representantes de classe e seus interesses. Mas conseguimos superar esse temor e agir como interlocutores”, relatou Vasconcellos. “Ninguém consegue resolver os problemas sozinhos. O Sigor ajuda na transparência da gestão de resíduos e também a gerar dados para orientar futuras políticas públicas”, afirmou. Fábio Villas Bôas, diretor técnico da Tecnisa e membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do Sinduscon-SP, apresentou diversos empreendimentos da construtora e apontou as dificuldades de inovar em ações de sustentabilidade, por conta da burocracia e da legislação vigente. “Ainda somos vistos como vilões, mas nós geramos empregos e recuperamos áreas degradadas. Por isso, nosso setor precisa se unir mais por meio das associações para ter melhor interlocução
com o setor público”, conclamou Villas Bôas. Segundo ele, do lado do poder público, é necessário criar um ambiente favorável para os empreendedores, como contrapartida. “Temos objetivos comuns e seria importante criar clima em que todos ganhassem. Temos que ser mais assertivos nas conversas para ter melhores resultados”, disse. No mesmo painel, ao ser indagada sobre as dificuldades nessas relações, a secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, admitiu os problemas, mas ressaltou que houve melhoras. Inês afirmou que o programa Minha Casa, Minha Vida passará a incluir a exigência de mais itens ligados à sustentabilidade nas licitações. “Somos mais lentos do que gostaríamos, pois temos que lidar com diversos atores do mercado e de organização em nível nacional. Porém, avançamos e pensamos que a sustentabilidade nas construções deve abranger os lados social, econômico e ambiental”, explicou.
Fábio Villas Bôas: “Seria importante criar clima em que todos ganhassem”
RESPONSABILIDADE Em um encontro de negócios entre representantes da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), do Conselho Brasileiro
de Construção Sustentável (CBCS) e da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), o SindusCon-SP foi representado por seu vice-presidente Institucional, Maurício Linn Bianchi, que discorreu sobre o cenário da construção sustentável. “Nós melhoramos muito nos últimos anos, mas ainda precisamos trabalhar em questões de especificação e padronização nas construções. A adequação não deve ser forçada abruptamente para o construtor, porém será benéfica para a produção e nos ajudará a economizar”, afirmou. Em momento de desaceleração da economia e de estoques altos, apontou Bianchi, é necessário melhorar os projetos, para que desde a sua concepção pensem na questão da sustentabilidade. “Isso evita, por exemplo, a geração de resíduos.
E a tendência em todo o mundo é racionalização de recursos”, defendeu. De acordo com o empresário, é importante ser claro sobre o tema com o consumidor, para estabelecer relações mais transparentes. “Ofereceremos um produto cada vez melhor para compradores cada vez mais conscientes. Mesmo neste momento econômico mais difícil, existem vendas sendo realizadas para clientes que buscam o diferencial da qualidade”, afirmou. Segundo Bianchi, o SindusCon-SP tem trabalhado para entender o que o consumidor deseja e, a partir disso, planejar ações de médio e longo prazos para influenciar o setor com boas práticas, sempre debatendo com entidades parceiras temas que têm impacto sobre a cadeia da construção. ANDRÉ ZARA
FOCO NO USO RACIONAL DE RECURSOS
O
evento de arquitetura sustentável reuniu autoridades e especialistas, nacionais e internacionais, de diversas áreas nos painéis de debates. Tendo como pano de fundo a crise hídrica do Estado de São Paulo, as mudanças na demanda do consumidor por sustentabilidade e o aumento do preço da energia no País, o uso racional dos recursos naturais teve sempre protagonismo nas apresentações. Destaque para a palestra de Paula Kehoe, diretora de recursos hídricos da San Francisco Public Utilities Commission (EUA). O Estado da Califórnia vive um período de secas desde 2012. Por isso, cada vez mais as empresas públicas municipais, como a da cidade de São Francisco, têm investido em tecnologia, combate ao desperdício e conscientização dos consumidores para a diminuição do uso. “Dentre as ações pioneiras sendo testadas na cidade, está o monitoramento individual do consumo de cada residência por meio da internet, o que permite analisar o consumo quatro vezes por dia e detectar padrões incomuns para
descobrir vazamentos”, afirma Paula. A agência realizou investimento de US$ 146 milhões em seu novo prédio, que tem vários itens relacionados à sustentabilidade, como coleta de água de chuva e reúso no próprio local, o que faz com que utilize 60% menos água do que outra edificação similar. A construção ainda tem sistema híbrido de energia solar e eólica, que gera 7% do consumo próprio. Outro estudo de caso apresentado na Expo Arquitetura Sustentável foi o do edifício Vera Cruz II, localizado na Avenida Faria Lima, na zona oeste da capital paulista. O empreendimento foi pensando para ser o mais sustentável possível e ganhou a certificação LEED na categoria Platinum, a mais alta. Construído pela RFM, o prédio economiza 20% dos gastos com energia elétrica utilizando sistemas de ar-condicionado, iluminação eficiente e vidros de alto desempenho. O Vera Cruz também foi projetado para reduzir 50% do consumo de água potável em relação a prédios convencionais com vasos e torneiras mais econômicos, além de captação da chuva para o reúso em irrigação e sanitários.
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SINDUSCON-SP EM AÇÃO
UNIÃO EUROPEIA
CHANCELA APOIO À MADEIRA LEGAL
O
seminário Avanços e Desafios da Madeira Tropical Amazônica, realizado na primeira semana de dezembro pelo SindusCon-SP, apresentou as ações do projeto Governança Florestal e Comércio Sustentável da Madeira Amazônica. Criado pela Rede Amigos da Amazônia (RAA), em parceria com a World Wide Fund for Nature (WWF) e a Fundação Getulio Vargas (FGV), com apoio financeiro da União Europeia, o projeto visa à mudança do quadro de desmatamento da floresta amazônica. Essa é uma das iniciativas apoiadas pelo programa Madeira é Legal, formado por 27 instituições, incluindo o SindusCon-SP. O seminário, que tratou dos desafios para a continuidade das ações em favor do uso da madeira legalizada na construção civil, contou com a participação do chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, embaixador João Cravinho. O Estado de São Paulo é um dos principais mercados para a madeira extraída da Amazônia, com participação de 25% no consumo desse produto. “Por isso a sua importância como pioneiro no lançamento do programa Madeira é Legal, em
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conjunto com a construção civil e diversas instituições”, afirmou Cravinho. O vice-presidente do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos, ressaltou que a construção civil paulista tem demonstrado seu compromisso com a madeira legal ao longo dos anos. “As construtoras do Estado estão empenhadas na busca de informação e orientação para que possam fazer a parte que lhes cabe dentro do processo”, afirmou. A participação do sindicato se dá por meio do Comitê de Meio Ambiente (Comasp), que entende a construção responsável como uma questão estratégica para o setor e considera a sustentabilidade um assunto primordial para a competitividade das empresas. Segundo sua coordenadora técnica, Lilian Sarrouf, o Comasp tem focado suas ações em pesquisa, divulgação de informações, capacitação de empresas e profissionais, desenvolvimento de metodologias e na busca de novos produtos, tecnologias e soluções. “O objetivo final é a implantação de requisitos de sustentabilidade nos empreendimentos e na cadeia produtiva da construção”, afirma Lilian.
SINDUSCON-SP
Empresários, ambientalistas e autoridades públicas participaram de seminário do SindusCon-SP
MAIS DE UMA DÉCADA DE TRABALHO A questão da madeira legal surgiu para a indústria da construção em 2002, com a proposta da prefeitura paulistana de implantar a obrigatoriedade do uso da madeira certificada. “Naquele momento, nos foi posto o desafio de engajar os diversos atores da cadeia produtiva e também de conseguir informações técnicas que viabilizassem o atendimento da proposta do governo”, explica Lilian. Em 2003, na busca por soluções para o atendimento à exigência legal, o SindusCon-SP realizou, em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a primeira edição da publicação Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil, para a qual conseguiu reunir a participação de 23 empresas. A ação Madeira é Legal teve 23 signatários, entre universidades, ONGs, governo e entidades representativas de classe. Em 2009, foi lançada a segunda edição do manual. A partir daí, o Comasp e a WWF passaram a promover ativamente o Programa de Aquisição Responsável de Madeira na Construção Civil, que visa disseminar informações, e orientar e capacitar
as construtoras, funcionando como um guia prático nas diferentes fases das obras. “Queremos que as construtoras encontrem a melhor forma de cumprir a legislação ambiental, tanto no momento da compra quanto na utilização de produtos madeireiros. Além disso, trabalhamos para criar mecanismos que evitem a aquisição de madeira de origem ilegal ou predatória”, diz Lilian. “A meta é substituir gradativamente o uso de madeira legal pela certificada”. Atualmente, com as diversas ações e programas realizados por organismos como a RAA, o WWF, a Sindimasp e o próprio SindusCon-SP, já são muitas as maneiras de se valorizar o uso da madeira legal. Há, ainda, iniciativas privadas de grande poder transformador, que também cooperam nesse processo. Na Região Norte do País, há ações como o aproveitamento de galhos de menos de 15 cm (que normalmente são descartados no corte); a reorganização da compra, de maneira a torná-la regional como forma de baratear os custos e incentivar a economia local; e até o reaproveitamento de madeiras (como as de barcos e traineiras que circulavam no Rio Amazonas e foram descartados) para uso em obras públicas. www.sindusconsp.com.br
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SINDUSCON-SP EM AÇÃO
FRENTE PARLAMENTAR PRETENDE DINAMIZAR A INDÚSTRIA
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AYRTON VIGNOLA
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SindusCon-SP se uniu a mais de 70 entidades setoriais em prol do fortalecimento da cadeia produtiva da construção, por meio da criação da Frente Parlamentar da Indústria da Construção Civil (FPIC), na Assembleia Legislativa. A iniciativa pluripartidária – que pretende dinamizar a indústria da construção, focando na redução do ciclo de obras no Estado de São Paulo, baseada em planejamento, gestão, controle de prazos e custos, trazendo previsibilidade, segurança jurídica e atratividade para o setor – foi lançada no fim de novembro durante evento na sede da Fiesp. Cristiano Goldstein, representante do SindusCon-SP junto à Fiesp, acredita que contar com um único interlocutor – o deputado Itamar Borges (PMDB), coordenador da FPIC – que representa os 62 parlamentares que participam da frente facilitará o encaminhamento das demandas do setor ao governo e possibilitará destravar alguns temas importantes para o fortalecimento da indústria da construção. Entre as propostas, destacam-se a maior responsabilidade com o investimento; a adoção da Modelagem de Informação da Construção (BIM) como requisito mandatório em licitações públicas, a partir de determinado valor; o Sistema Integrado de Licenciamento de Obras (Silo); a segurança em edificações; e
Empresários e parlamentares se unem em evento na sede da Fiesp
a padronização dos códigos de obras municipais. João Claudio Robusti, também representante do SindusCon-SP junto à Fiesp, acredita que, apesar da enorme descrença com a política no Brasil, no âmbito setorial nada é possível sem participação política: “É uma forma legítima de as coisas efetivamente acontecem”, salienta. A intenção dos participantes da frente é replicar a iniciativa pioneira em outros Estados e no governo federal. Ronaldo Cury, vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP, destaca que a prefeitura de São Paulo está à frente em vários temas relativos à construção. “O SindusCon-SP, entretanto, não é só a cidade de São Paulo. Podemos contribuir nacionalmente
com nossa experiência, estudos, respostas técnicas e jurídicas”, observa Cury. “Estamos dispostos a fazer tudo para ajudar”, completa. A intenção é que a FPIC seja um canal permanente de diálogo com o setor, fortalecendo a cadeia produtiva, por meio da sustentação dos investimentos em infraestrutura e desenvolvimento urbano. Para isso, é fundamental a participação setorial, parlamentar e das diversas esferas de governo. Durante o lançamento da iniciativa, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, fez questão de destacar que foi a união entre a sociedade organizada, o parlamento e o governo que possibilitou a formação da frente. CARLA DAZZI
FOTOS: JORGE ROSENBERG
SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Major Washington Luís dos Santos, da Aeronática, e Paula Motta Lara, da SEL, tiraram dúvidas durante o evento
Documentações claras podem facilitar a aprovação de projetos
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assado pouco mais de um ano da aprovação do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (Lei nº 16.050/2014), ainda restam muitas dúvidas de projetistas, construtores e incorporadores a respeito do desenvolvimento dos projetos à luz da nova legislação. Mas há uma certeza: o diálogo entre órgãos representativos e técnicos do setor junto à prefeitura para o esclarecimento de informações pode tornar os processos de análise mais eficientes. Esse foi o intuito do 8º Seminário Legalização de Empreendimentos no Município de São Paulo, realizado em novembro pelo SindusCon-SP em parceria com a prefeitura. Durante todo o evento, técnicos da Secretaria Municipal de Licenciamento (SEL) explicaram a apli-
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cação dos principais conceitos do Plano Diretor (PDE) nos projetos e esclareceram uma série de dúvidas dos cerca de 300 participantes do encontro. Considerações técnicas e aspectos gerais da lei fizeram parte da discussão, como os eixos de estruturação da transformação urbana, as vagas para estacionamento, a fruição pública, o incentivo ao uso misto com acessos comuns, a fachada ativa, a doação de calçadas, o cálculo da outorga onerosa do direito de construir, a cota máxima de terreno por unidade habitacional, a cota de solidariedade e a legislação aplicável nos eixos de estruturação da transformação urbana e fora dos eixos. Em meio aos debates e explanações, ficou clara a necessidade de desenvolvimento de projetos
com informações precisas e bemdocumentadas para facilitar a aprovação em menor prazo. É comum, por exemplo, a área de aprovação da prefeitura receber projetos com problemas de compatibilização, destacou Mariana Mazzariello Damante, diretora da Divisão Técnica de Edificações de Uso Residencial Vertical, da Coordenadoria de Edificação de Uso Residencial. A redução do prazo de aprovação, aliás, é um objetivo que a SEL afirma percorrer. A secretária de Licenciamento de São Paulo, Paula Motta Lara, ressaltou que, além de mudanças para melhorar o fluxo de aprovação na secretaria, outro aspecto que deverá agilizar mais o processo é o projeto eletrônico de aprovação, atualmente em desenvolvimento.
SINDUSCON-SP EM AÇÃO Essa meta de aceleração de aprovações também deve ficar mais próxima, como deseja a prefeitura, com a revisão do projeto de lei do novo Código de Obras e Edificações de São Paulo, em tramitação na Câmara Municipal. Conforme explicou a secretária, o novo código propõe a definição clara da responsabilidade do poder público e de profissionais privados, ao determinar que a responsabilidade técnica pelo projeto, pela obra e pelo cumprimento das normas seja do profissional habilitado. Assim, não entram no mérito da avaliação os aspectos estruturais e internos das edificações. O novo código propõe a avaliação pela prefeitura apenas dos impactos das construções para a cidade, o que inclui os aspetos urbanísticos, ambientais, de sustentabilidade e de segurança na construção. Também elimina a obrigatoriedade de licenciamento de atividades com pouca relevância urbanística, como obras complementares de até 30 m², saliências, reforma interna sem aumento de área, muro, piscina etc. A secretária ainda ressaltou a importância da compatibiliza-
ção do novo código de obras com a minuta da Lei de Uso e Ocupação do Solo. “Ficamos muitos anos com incompatibilidade entre o Código de Obras e a Lei de Uso do Solo, e uma de nossas diretrizes é não deixar isso acontecer de novo”, diz.
TÉCNICOS DA SEL EXPLICARAM A APLICAÇÃO DO PLANO DIRETOR NOS PROJETOS IMOBILIÁRIOS DO MUNICÍPIO ESPAÇO AÉREO Outro aspecto abordado durante o seminário foi a Portaria nº 957/ GC3, com instruções para projetos que possam afetar a segurança ou a regularidade das operações aéreas. Com a medida, que revoga a Portaria nº 256/CG5, o Brasil
passou a se enquadrar na legislação da Organização de Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês) ao estabelecer a aplicação dos planos básicos de zonas de proteção de aeródromos, de helipontos, de rotas especiais de aviões e helicópteros e de auxílios à navegação aérea em todo o País. O Brasil era o único no mundo que ainda possuía Planos Específicos de Zonas de Proteção (PEZPAs), que foram cancelados. A nova legislação, que acaba por alterar a altura de objetos e obstáculos em zonas de proteção, estabelece que os projetos protocolados no Comando da Aeronáutica (Comar) depois de 15 de outubro serão submetidos a um parecer com base nas regras da Portaria nº 957/GC3. Já os projetos protocolados no Comar até 15 de outubro ainda serão submetidos à aprovação sob a Portaria nº 256/11, ou seja, com base em PEZPAs. Não há, no entanto, previsão para emissão dos pareceres dos projetos analisados pela antiga portaria, que deverão ser liberados antes de se iniciarem os processos de aprovação a partir da nova. Isso porque, segundo o major es-
NOVAS REGULAMENTAÇÕES
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presidente da Secretaria Executiva dos Órgãos Colegiados (SEC) da prefeitura, Pedro Luiz Ferreira da Fonseca, observou a boa experiência do seminário realizado em 2014 também sobre o Plano Diretor, quando foram apresentadas questões pelos participantes e outras entidades do setor que contribuíram para o desenvolvimento de novas regulamentações. Das 88 questões formuladas no seminário anterior, 55 foram regulamentadas, 12 devem ser respondidas pelo
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decreto de regulamentação de ZEIs e 21 foram excluídas porque se tratavam de questões muito específicas que os técnicos da prefeitura entenderam que não cabia regulamentação. “Desde o seminário de 2014, a partir de várias perguntas formuladas no evento e a participação de entidades parceiras como SindusCon-SP, Secovi e Asbea, conseguimos obter um material técnico de dúvidas que embasaram a formação de alguns decretos e portarias e acabaram por facilitar a análise dos projetos”, afirma.
JORGE ROSENBERG
Odair Senra: eixos de transformações urbanas elevará custo dos terrenos
IMPACTOS ECONÔMICOS
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urante a abertura do seminário, o presidente José Romeu Ferraz Neto lembrou a relevância do evento para o planejamento dos novos lançamentos, especialmente em um momento delicado do setor, com estimativa de queda de 8% no PIB da construção e perda de mais de 550 mil trabalhadores. Segundo ele, o SindusCon-SP tem se articulado com outras entidades na tentativa de retomar o crescimento econômico. Aliado à apreensão econômica, um aspecto que preocupa o setor está relacionado aos desdobramentos da aplicação do PDE. Embora na prática ainda não seja possível avaliar com precisão os desdobramentos do Plano Diretor no mercado, o SindusCon-SP acredita que haverá sensível impacto no segmento imobiliário, com custos maiores de vendas. Odair Senra, vice-presidente de Imobiliário do SindusCon-SP, afirmou que, embora esteja teoricamente certo, o conceito dos eixos de transformações urbanas provocará o aumento do valor dos terrenos, tendo em vista os custos de outorga e as limitações criadas pelo plano. “Acredito que haverá impacto nos acréscimos de custos do metro quadrado de venda, em consequência do preço do terreno, porque todo proprietário de terreno localizado em eixo [de estruturação urbana] acha que ganhou um prêmio e vai cobrar caro. O custo das outorgas também está muito alto e vai impactar em termos de valor de venda”, explica.
pecialista Washington Luiz Pereira dos Santos, foram protocolados 700 projetos no Comar somente durante o período de transição entre a publicação da portaria, em 9 de julho, e a data em que ela passou a vigorar. “A legislação estabelece um prazo de 60 dias para finalizar os processos, tentaremos cumpri-lo em 2016, mas estamos com problemas no momento, em razão do elevado número de processos que chegaram durante o período de transição, além de um bug
em nosso sistema SysAGA, que represou alguns processos”, diz. O SysAGA foi desenvolvido pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para o gerenciamento dos processos. O major ressalta que os estudos aeronáuticos serão aplicados apenas nos projetos requeridos pela prefeitura, que é responsável por verificar se a obra é aceitável ou se irá impactar a zona de proteção. Ele também esclarece que os projetos aprovados sob a por-
taria anterior que necessitem solicitar alvará modificativo poderão ser analisados sob a nova portaria se houver mudança de gabarito. “Qualquer modificação em altura vai impactar a extensão de objeto, e a prefeitura seria obrigada a enquadrar o projeto na nova norma. Se não houver modificação de gabarito, ela não será obrigada a pedir autorização do Comando da Aeronáutica”, explica. Outra novidade é que agora os processos deverão ser encaminhados diretamente ao Serviço Regional de Proteção ao Vôo (SRPV) e não mais ao Comar. A portaria estabelece os critérios para a solicitação de parecer do SRPV. “Isso não significa que os processos serão desfavoráveis quando chegarem até nós”, ressalta o major. Já as instruções sobre a documentação a ser apresentada para a emissão de pareceres técnicos são encontradas na Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) nº 11-3. Vale destacar que o empreendedor deverá informar à regional do Decea, obrigatoriamente, o término da obra, em caso de objeto permanente, ou o encerramento das atividades, em caso de objeto temporário. Todas as documentações devem ser preenchidas no site do Decea, inclusive as coordenadas para verificação do plano de sombra. O mecanismo, previsto na nova legislação, pressupõe que uma edificação já existente acima do limite estipulado pode balizar novas construções quase da mesma altura ao redor. Dúvidas e sugestões sobre a portaria podem ser enviadas pelo site do Decea, em decea.gov.br, no campo Contato. KELLY CARVALHO www.sindusconsp.com.br
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AGENDA
Confira os principais cursos do SindusCon-SP em
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GESTÃO EM SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Promovido pela primeira vez pelo SindusCon-SP, o curso tem o objetivo de capacitar engenheiros, arquitetos, técnicos e estudantes para tomada de decisão na aplicação dos principais conceitos de sustentabilidade, considerando o ciclo de vida dos empreendimentos: concepção, execução da obra, pós ocupação. O curso será ministrado por mestres de renomadas universidades e profissionais especializados na área.
A carga horária é de 88 horas, incluindo duas visitas técnicas, cada uma delas com quatro horas de duração.
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GESTÃO E TECNOLOGIA DE EXECUÇÃO DE OBRAS
O curso tem o objetivo de capacitar engenheiros, arquitetos, técnicos, tecnólogos e estagiários para a gestão da produção em canteiros de obras e para a gestão dos serviços de execução de obras dos vários sistemas construtivos, com foco na elevação da produtividade e no desempenho da edificação ao longo de sua vida útil. Além da capacitação, o curso também serve para a reciclagem de profissionais que já tenham experiência na área.
A carga horária é de 68 horas.
PRIMEIRA TURMA DE LEAN RECEBE CERTIFICADOS O SindusCon-SP realizou, no final de novembro, a certificação da primeira turma do curso de Lean Construction, iniciado em maio. A partir de um olhar sobre as necessidades de melhoria de gestão e dos processos utilizados na construção, o SindusCon-SP customizou o conteúdo em Lean para as empresas do setor. Com a capacitação, os profissionais puderam diagnosticar na prática oportunidades de avanços dentro das empresas em que atuam, por meio do mapeamento da cadeia de valor. Dessa forma, é possível tornar os processos mais ágeis, contínuos e enxutos. Cada participante selecionou um projeto para aplicar os conceitos na prática. A CONX, por exemplo, trabalhou a otimização do lead time de suprimentos e do planejamento de obra. A DOX, a melhoria dos processos de análise de valor agregado. A RFM, a redução do lead time de contratação de serviços. Por sua vez, a Stéfani Nogueira, atuou sobre a redução de desperdícios em aplicações de revestimentos.
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PRINCE2
O Prince [acrônimo em inglês para Projetos em Ambientes Controlados] é um método não-proprietário genérico de gerenciamento de projetos, que pode ser aplicado a qualquer obra, independentemente de porte ou tipo. As empresas que adotam o método em sua segunda versão, o Prince2, como padrão podem melhorar substancialmente sua capacidade organizacional e maturidade em diversas áreas de atividade. No curso promovido pelo SindusCon-SP, serão demonstrados os conceitos fundamentais da metodologia de gestão de projetos mais usada no mundo, utilizada inclusive nas Olímpiadas de Londres, e como efetuar sua conexão com a indústria da construção civil.
A carga horária é de 16 horas.
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LEAN CONSTRUCTION
O curso tem como objetivo aumentar a produtividade em toda a cadeia de valor da construção civil, com melhoria da qualidade dos serviços, redução dos custos e dos prazos de entrega das obras. Além da parte teórica em sala de aula, há também, no conteúdo programático, o desenvolvimento de um projeto com a utilização dos conceitos aprendidos,
coaching com profissionais com ampla experiência no setor e aulas práticas que permitem ao aluno vivenciar situações nas quais o conceito de Lean Construction é aplicado. O curso é totalmente focado para o lado prático, tendo o objetivo de formar multiplicadores que disseminem o conceito, com todas suas vantagens, em suas respectivas empresas.
A carga horária varia entre 120 e 140 horas
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ACADEMIA BIM
A Modelagem de Informação da Construção (BIM, na sigla em inglês) está na pauta do SindusCon-SP desde 2009. A Academia BIM reúne todos os cursos, palestras e ações que têm por objetivo disseminar o conceito BIM. Em 2016, serão promovidos três cursos sobre o tema, em São Paulo, interior e outros Estados:
Introdução ao BIM, com carga horária de 32 horas. Coordenação de Projetos em BIM: com carga horária de 16 horas. Planejamento e Controle de Obras em BIM, com carga horária de 16 horas.
Mais informações sobre os cursos promovidos pelo SindusCon-SP podem ser obtidas pelo telefone (11) 3334-5600, e-mail cursos@sindusconsp.com.br ou no site www.sindusconsp.com.br. www.sindusconsp.com.br
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OPINIÃO
O PL nº 4.330/2004 e a Construção Civil
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conta as disposições da lei e insiste em aplicar às construtoras as regras da jurisprudência do TST em relação à terceirização, não admitindo a subcontratação de atividade-fim. Como em diversos pontos o texto aprovado na Câmara não é muito claro, o ideal para evitar conflitos é que o texto seja aprimorado no Senado, de forma a minimizar ao máximo os subjetivismos. O PL contém também dispositivos que inviabilizariam o pleno exercício da atividade da construção:
“PARA EVITAR CONFLITOS, O IDEAL É QUE O TEXTO SEJA APRIMORADO NO SENADO” obriga que a empresa prestadora de serviços tenha objeto social único; proíbe a contratação de pessoa jurídica cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado da contratante; obriga a contratante a somar os trabalhadores próprios aos terceirizados para efeito de estabelecimento da base de cálculo da cota de pessoas com deficiência – apenas para citar os mais relevantes. O PL estabelece ainda que a contratação somente poderá se dar
DIVULGAÇÃO
tema terceirização já foi abordado neste espaço algumas vezes. Isso em razão da sua relevância para a atividade da construção civil. Como o PL nº 4.330/2004 sofreu várias modificações na Câmara e aguarda para ser apreciado pelo Senado, cabem algumas reflexões sobre os possíveis impactos que o texto proposto pelos deputados pode causar ao setor. Inicialmente é importante observar que a construção civil é a única atividade que possui autorização legal para subcontratar. O art. 455 da CLT não deixa dúvida quanto ao fato. E subcontratar é diferente de terceirizar. Quando uma construtora subcontrata, ela repassa a execução de parte da obra a uma empresa especializada; quando ela terceiriza, contrata serviços que não fazem parte da sua atividade-fim, como limpeza ou vigilância. Assim, toda construtora tem autorização legal para subcontratar serviços compreendidos na sua atividade-fim. O PL nº 4.330/2004 trata de terceirização, o que nos leva à conclusão de que o instituto da subcontratação, aprovado o PL, continuará intacto e plenamente aplicável à construção civil. Todavia, sabemos que, na prática, o dia a dia das empresas será muito diferente, pois parte do Ministério Público do Trabalho e do Judiciário não leva em
RENATO ROMANO FILHO
Membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP
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com empresas que sejam especializadas e que prestem serviços determinados e específicos... e que possuam qualificação técnica para a prestação do serviço contratado e capacidade econômica compatível com a sua execução. O problema é como será aferida a qualificação técnica. É certo que o setor subcontrata serviços específicos e determinados, bem como empresas com conhecimento técnico para executá-los. Todavia, é imprescindível que a lei disponha objetivamente como isso deve ser feito. Aliás, ao ler o PL o que salta aos olhos é justamente o seu texto: pouco objetivo e repleto de dispositivos que visam contemplar patrões, sindicatos, trabalhadores, políticos... e por aí vai. Uma lei elaborada com esse espírito não pode ser benéfica a ninguém. O País não aguenta mais lidar com situações em que expectativas são criadas e nada é resolvido. Criamse leis que ao invés de solucionar acabam gerando problemas. Quem produz precisa de normas claras para investir, precisa de segurança. Por fim, uma constatação. Pela sua dinâmica, a construção civil subcontrata serviços no mundo todo. Porém, questionamentos quanto à subcontratação ou terceirização de serviços ligados à atividade-meio ou atividade-fim só existem no Brasil.
REGIONAL
Grupo de Jovens Líderes tem reunião no interior JORGE ROSENBERG
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ibeirão Preto foi a Regional SindusCon-SP escolhida para receber a primeira reunião do Grupo de Jovens Líderes realizada fora da sede. A palestra de apresentação do programa aconteceu no dia 26 de novembro, com a presença de aproximadamente 30 pessoas. A escolha do município, explica Maurício Bianchi, vice-presidente de Relações Institucionais do SindusCon-SP, foi estratégica. “Ribeirão Preto é uma liderança tecnológica, uma cidade que pilota sua região, tal qual São Paulo”, afirma ele, que fez a abertura da palestra. “Nosso objetivo é motivar e transmitir o DNA do SindusCon-SP para os jovens, ensiná-los a ser voluntários e combater totalmente conceitos como a informalidade e a corrupção”, ressalta. A palestra de apresentação do Grupo de Jovens Líderes foi ministrada por Raúl Javales, sócio da KeenLab. Ele explica que o projeto é todo ligado à prática. “A ideia é trazer um contato mais direto com a realidade atual e conectá-los s experiências nacionais e internacionais. O programa é todo pautado em trazer conhecimentos e informações atuais e em modelos práticos”, afirma. Javales destaca o cuidado do grupo na geração de valor para o negócio e o cuidado para não cair em modismos. “Queremos a inovação ligada à eficiência operacional e criação de produtos e soluções para problemas, para que esses jovens executivos se tornem aptos a enfrentar a realidade do mercado atual”. Augusto Collaço, diretor comercial da Copema Engenharia, de Ribeirão Preto, participou do encontro e ressalta a importância para o segmento da formação de novas lideranças. “Com o mundo cada vez mais globalizado e a alta quantidade de informações que recebemos, é de extrema importância a formação de novas lideranças. A evolução do mercado, dos processos e das novas tecnologias acontecem com muita velocidade. As exigências dos clientes e do setor estão cada vez mais complexas e interligadas”, avalia.
Maurício Bianchi: ”Ribeirão Preto é uma liderança tecnológica, uma cidade que pilota sua região”
“Para a empresa que quer ter vida longa, é essencial que seu líder possa acompanhar todas essas mudanças com muito foco, agregando conhecimento em todas as áreas e sem deixar de lado sua cultura organizacional”, afirma o diretor da Copema Engenharia. Para ele, o grupo “vem ao encontro do momento atual do mercado de Ribeirão Preto, em que novas gerações estão assumindo papéis cada vez mais importantes nas organizações”. MÁRCIO JAVARONI www.sindusconsp.com.br
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REGIONAL
FÓRUM
“COMO VENCER A CRISE”
DEBATE AS DIFICULDADES ECONÔMICAS EM SOROCABA
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LÍVIA CAMARGO
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SindusCon-SP teve participação ativa no Fórum “Como Vencer a Crise”, realizado na segunda semana de dezembro, no auditório da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do jornal Cruzeiro do Sul e da rádio Cruzeiro FM, em Sorocaba. O evento teve por objetivo conhecer como os principais setores da economia estão enfrentando a crise econômica que afetou o País com severos reflexos na cidade e região. Também participaram do evento a Associação Comercial de Sorocaba (Acso), a Associação Paulista de Jornais (APJ), a Associação Brasileira de Distribuidores Volkswagen (Assobrav), o Ciesp, o Secovi-SP e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Sorocaba (Sedet). O diretor da Regional Sorocaba do SindusCon-SP, Elias Stefan Junior, fez uma explanação da atual situação do setor da construção civil. “É muito triste encerrar 2015 com mais de 500 mil postos de trabalho fechados no Brasil somente no setor da construção civil”, comentou. Stefan também falou sobre as dificuldades que o empresariado tem enfrentado para obter recursos junto aos bancos. “Estamos nos deparando com uma alta de juros e excesso de burocracia, o que dificulta o acesso aos financiamentos e resulta na redução do número de lançamentos”. Analisando o cenário para 2016, ele citou que as perspectivas não são nada otimistas e que as empresas devem se reorganizar e se estruturar para se ade-
Elias Stefan Jr. fala ao lado de Flávio Amaury (Secovi-SP)
quar à nova realidade. Mas, por outro lado, devem se preparar para um reaquecimento futuro do mercado, investindo em treinamento e qualificação da mão de obra, “pois a demanda habitacional é muito grande e a carência de infraestrutura no País é enorme”. Stefan ressaltou que o SindusCon-SP vai estar cada vez mais presente e atuante, defendendo os interesses do setor, beneficiando a cadeia produtiva e valorizando sua mão de obra. FERNANDO ALONSO
Lei sancionada em Prudente viabiliza Sigor
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prefeito de Presidente Prudente, Milton Carlos de Mello, sancionou a Lei nº 8.986/2015, que institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos da Construção Civil e de Demolição, Resíduos Volumosos e Potencialmente Contaminantes; e o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil. De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Wilson Portella, a legislação tem o objetivo de viabilizar a implantação do Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor) Módulo Construção Civil na cidade, que foi a primeira das regionais do SindusCon-SP a assinar o termo do convênio com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em dezembro de 2014. “O projeto vem regularizar o setor. Assinamos o Sigor, mas não funcionaria se não tivesse lei regulamentando”, explica Portella. “Já existe um grupo que deu entrada na prefeitura para começar a operar uma usina de tratamento de resíduos de construção civil e de demolição em Prudente. Este grupo é ligado aos caçambeiros, que se organizaram e entraram com um processo de regularização do terreno”, revela. A lei aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo Executivo, agora será regulamentada, por meio de decreto. “Estamos finalizando o decreto com a assessoria jurídica”, informa Portella. O secretário destaca o fato de a lei estabelecer a obrigatoriedade de as empresas que produzem resíduos na construção civil protocolarem processo na prefeitura. “Para a construtora conseguir o Habite-se, por exemplo, terá que provar que fez a destinação correta deste resíduo”, alerta. O diretor da Regional Presidente Prudente, Paulo Perego, destaca a importância de o município cumprir com os dispositivos da Resolução Conama nº 307/2002 e da Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Com a nova legislação, a cidade sai na frente de muitos outros municípios do Estado e do
País. É importante essa demonstração da administração pública municipal para com o meio ambiente e, principalmente, sua população”, afirma. “Sustentabilidade é o futuro e a cidade caminha para isso”, projeta Perego. O SindusCon-SP lançou este ano a publicação Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil – Avanços Institucionais e Melhorias Técnicas. O trabalho foi dividido em duas partes. A primeira trata dos avanços na gestão de resíduos de construção civil desde a publicação da Resolução Conama nº 307/2002. Já a segunda parte resulta de um levantamento realizado em 12 canteiros de obras, tanto de edifícios residenciais quanto comerciais. A partir disso, foram estabelecidos indicadores de geração de resíduos e alternativas para reúso e reciclagem. Além disso, a publicação traz detalhes sobre o Sigor, que é resultado de um trabalho conjunto realizado pelo SindusCon-SP e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) para gerenciar as informações sobre os fluxos de resíduos de construção civil no Estado. “O objetivo foi elaborar um conjunto de orientações sobre uso de resíduos em canteiros com base nas práticas de reúso e reciclagem, considerando critérios de desempenho (qualidade do material, especificação de projeto e técnicas de execução) e gerenciamento dos riscos associados a essas práticas”, afirma Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP.
“SUSTENTABILIDADE É O FUTURO E A CIDADE CAMINHA PARA ISSO”
MAYCON MORANO
SAIBA MAIS Faça o download da publicação Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil – Avanços Institucionais e Melhorias Técnicas em www.sindusconsp.com.br.
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Lideranças empresariais e vereadores apresentam a Agenda Positiva na Câmara Municipal
Agenda Positiva visa à recuperação de empregos em São José
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m conjunto com outras entidades, o SindusCon-SP está encabeçando a Agenda Positiva Desenvolve São José, um movimento que vai culminar em ações para superar a crise e manter os empregos na cidade de São José dos Campos, especialmente no setor da construção civil. A iniciativa pretende reverter o cenário atual vivido pelo município, que vê a população perder o emprego e, consequentemente, o poder aquisitivo. A região teve, somente em outubro, retração de 0,53% no nível de emprego, com fechamento de 387 postos, segundo pesquisa realizada pelo sindicato em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). A Agenda Positiva foi idealizada pelo Grupo de Estudos do Desenvolvimento Econômico, Social e Político (Gedesp), do qual o SindusCon-SP faz parte. “O objetivo é unir os esforços para que a cidade volte a crescer e as pessoas recuperem seus empregos”, argumenta o diretor regional em São José dos Campos, Mario Cézar de Barros. Com risco iminente de contabilizar a perda de 40 mil empregos (9.960 diretos e 29.880 indiretos) de
2014 a 2018, empresários avaliam que a recuperação econômica de São José passa necessariamente pela aprovação de uma nova lei de zoneamento e pela criação de uma legislação de incentivo a investimentos. Estima-se que, considerando um crescimento anual de 1,6% por 15 anos, o município precisará de um estoque de 60 mil novas unidades. Porém, tendo em vista a falta de lançamentos, é grande o risco disso não se concretizar. “Precisamos de legislação e incentivo para que esse objetivo seja alcançado; caso contrário, em 2016, devemos encerrar as atividades e os canteiros de obras”, enfatiza o presidente da Associação das Construtoras do Vale do Paraíba (Aconvap), Paulo Cunha. Depois de diagnosticar as necessidades de cada setor, as 11 entidades que compõem o Gedesp, juntamente com representantes dos poderes Executivo e Legislativo, devem traçar ações concretas para acertar o passo de São José dos Campos e superar a crise econômica. CAMILA GARCEZ
DIVULGAÇÃO / CÂMARA MUNICIPAL SJC
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NOVIDADES DO MERCADO
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MEMBRANA IMPERMEABILIZANTE A Isoeste, fabricante brasileira de soluções isotérmicas para a construção civil, fechou um acordo de parceria para transmissão da tecnologia da marca Versico para o sistema TPO. Esse acordo também garante exclusividade de comercialização do produto em todo território brasileiro. O TPO, ou termoplástico de poliolefina, é uma membrana impermeabilizante, 100% reciclável que, após ser aplicada sobre as telhas metálicas com isolamento em PIR, proporciona estanqueidade e conforto térmico inigualáveis. “Acreditamos que o TPO Isoeste fará uma ruidosa revolução no setor da construção, pois permitirá ganhos de produtividade e economia nos custos na obra. Além do mais, permite uma significativa redução de gastos com energia após sua aplicação” afirma Ricardo Panhan, diretor Comercial da Isoeste para América Latina.
Motor para compactadores
Tubos maiores Os tubos de 500, 630, 800 e 1000 milímetros de diâmetro que completam o portfólio da linha Novafort, da Amanco, e que haviam sido apresentados em outubro, durante a Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (Fitabes), estão disponíveis no mercado. Os produtos, fabricados em PVC, proporcionam leveza, facilidade de instalação e de transporte, além de custo de manutenção reduzido – eles podem ser cortados em qualquer parte do corpo e, posteriormente, a montagem continua sem a necessidade de peça adicional. A linha Novafort já contava com itens com dimensões menores, de 150 a 400 milímetros. Com parede dupla e elevada classe de rigidez, os produtos contam com sistema de vedação do tipo junta elástica e anel externo na ponta do tubo, o que garante a estanqueidade.
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notícias da construção // dez 2015
O motor para compactador B4T-5.5 CX G3, da Branco, de 163 cm3 e potência máxima de 5,5 cv, foi desenvolvido e preparado para trabalhar em condições extremas e vibração excessiva. Acoplado em compactadores de solo, ele potencializa o desempenho da compactação de terra, areia e outros tipos de terreno. O fabricante destaca como qualidades desse motor a potência, leveza, facilidade de transporte e agilidade, que contribuem para o melhor resultado na preparação de fundações, bases e aterros.