Edição 05

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Setembro 2014 | Ano 01 | Nº 5 | www.sindhosba.org.br REVISTA DO SINDICATO DOS HOSPITAIS E ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA

Saude BAHIA ROBIN WILLIAMS

A MORTE PREMATURA DO ATOR CHAMA A ATENÇÃO PARA UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA PÁG. 14

UMA VIDA SEM AÇÚCAR É POSSÍVEL? PÁG. 06

A IMPORTÂNCIA DE REGISTRAR O USO ILEGAL DO CARIMBO MÉDICO PÁG. 07

INCONTINÊNCIA URINÁRIA: MAIS COMUM DO QUE MUITA GENTE PENSA PÁG. 12

N OV I DA D E S N O T R ATA M E N T O D O C Â N C E R D E P R Ó S TATA | P Á G . 2 4




Editorial

Por Raimundo Correia

O ano de

2014 chega ao final

Com as eleições que se aproximam os médicos, diretores de hospitais e administradores de saúde têm a oportunidade de deixar claro a sua inconformidade com a situação da saúde brasileira. Formadores de opinião que somos, poderemos com certeza, influenciar de forma extremamente positiva o eleitor em função do nosso contato direto com a população. Raimundo Correia - Presidente do SINDHOSBA

Vale ressaltar que alguns médicos no Brasil estão trabalhando com uma camisa curiosamente estampada “Fora Dilma e leve junto o PT!”. Essa é uma forma de protestar objetivamente contra a situação atual da saúde do país. As notícias sobre o atendimento médico no Brasil são cada dia mais preocupantes. As estatísticas oficiais referem-se sempre ao número de pessoas que são atendidas. Porém, grave mesmo é o número das que deixam de ser atendidas. Estas sim são realmente o problema. Nos últimos três anos, três mil leitos de obstetrícia foram extintos no Brasil. Esse levantamento foi feito pelo Conselho Federal de Medicina. Não são só

leitos do SUS. Maternidades tradicionais estão mudando o foco do seu atendimento. Em São Paulo a maternidade Santa Catarina é um exemplo: cerrará as portas no dia 31 de outubro de 2014 (a data já está marcada). Assistimos todos os dias notícias sobre as dificuldades que atravessam as Santas Casas de Misericórdia em todo o País. Segundo dados da Confederação Médica Brasileira, 83% das unidades operam no vermelho (com déficit). A dívida total atinge a astronômica soma de 17 bilhões de reais. E no setor “privado”, dito com fins lucrativos? Como ser lucrativo se os filantrópicos, que gozam de isenções fiscais, tabelas diferenciadas, recebem doações, não conseguem ser viáveis? Como nós privados sobreviveremos? O resultado é a desativação de serviços, aumentando mais ainda a carência assistencial do nosso País. Nunca foi tão necessária a união de esforços para melhorias efetivas nos serviços de saúde do País.


Sumário

Expediente Presidente: Raimundo Carlos de Souza Correia 1º Vice Presidente: Eduardo Aroucha Olivaes 1º Secretário: Jorge Sapucaia Calabrich 2º Secretário: Fernando Cal Garcia 1º Tesoureiro: Luis Paulo Nery Marambaia 2º Tesoureiro: Alexandre Garcez Leitão Guerra

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Depressão: o mal do século

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Entrevista: Hepatites Virais

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Médicos podem ser responsabilizados Pelo Uso ilícito do carimbo profissional

Notificar a perda ou roubo do carimbo ao Cremeb pode evitar problemas futuros

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Incontinência Urinária

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PORTAS FECHADAS:

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Câncer de Próstata

Mulheres têm duas vezes mais chances que os homens de apresentar o problema Aumenta o número de clínicas privadas desativadas na Bahia

Hospitais verdes

Unidades de saúde mudam procedimentos e meio ambiente agradece

Hospitais investem em arquivamento digital

Tecnologia ajuda a reduzir de quatro dias para cinco minutos a busca por documentos

Especialista fala sobre as novidades no tratamento

Diretores: Alberto Serravale Débora Andrade José Espiño Silveira Maria Régis Gomes Reis Thomaz Barreto Conselho Fiscal: Breno R. de Almeida Sena Elza de Oliveira Araújo Ivo Leal Silva José Carlos Magalhães Júnior Luis Delfino Mota Lopes Miguel Jaime Meira Lessa Contato SINDHOSBA: (71) 3082-3750 sindhosba@sindhosba.org.br www.facebook.com/sindhosba www.twitter.com/sindhosba www.sindhosba.org.br Conselho Editorial: Raimundo Correia / Eduardo Aroucha Olivaes / Paulo Marambaia / Elza de Oliveira Araújo / Alexandre Guerra / Edmundo Calazans / Silvia Vasconcelos / Jorge Freitas / Neise Soares Departamento Comercial: (71) 3082-3757 / 9175-2481 / 8621-6599 comercial@sindhosba.org.br Direção: Paulo Marambaia Supervisão: Edmundo Calazans Textos, edição e revisão: Lume Comunicação www.lumecomunicacao.com.br Reportagens: Catharine Matos / Danielle Rodrigues / Lucas Leal / Gabriel Serravalle / Rafaela Zugaib / Vivian Cangussú Fotografia: Paulo M. Azevedo / Gilmar Santos Acervo Sindhosba Jornalistas responsáveis: Cristina Barude - Mtb 1884 Vinícius Cunha - DRT 2728 Neise Soares - DRT 3038 Sugestões de pauta: saudebahia@lumecomunicacao.com.br


Uma vida sem açúcar é possível?

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ue atire o primeiro bombom quem nunca sentiu aquela vontade incontrolável de comer um docinho de sobremesa. Saiba que isto acontece porque, ao comer guloseimas, principalmente chocolate, o organismo libera uma substância chamada serotonina, que

provoca sensação de prazer, bem-estar e saciedade. O açúcar é um carboidrato chamado de sacarose. Quando ingerido, sofre a ação de determinadas enzimas digestivas que o convertem em moléculas de glicose e frutose. Estas moléculas passam para a corrente sanguínea e, quando não são uti-

lizadas (gastas nas atividades do dia-a-dia ou exercícios físicos), são armazenadas no organismo em forma de gordura, o que leva ao aumento de peso. Outro problema que a ingestão excessiva de açúcar pode causar são os distúrbios gastrointestinais (como cólicas abdominais, diarreia e dores de estômago, entre outros).

Opções de sobremesas, além dos doces As frutas são as melhores opções em matéria de sobremesa. São saudáveis, oferecem nutrientes importantes para o organismo e proporcionam saciedade. Mas, como todo alimento, também oferecem calorias, cuidado com os excessos. Alice Andrade Alagia - Nutricionista

Porém, nem tudo o que era doce acabou-se... 1.Fique com as versões com zero açúcar sempre que possível Foi-se o tempo que sobremesas diet tinham gosto amargo e eram enjoativas. Hoje o mercado gastronômico está repleto de sobremesas sem açúcar, de baixa caloria, e acima de tudo saborosas – MESMO ASSIM NÃO VALE EXAGERAR! 2.Doces na medida, por favor! Tortas, mousses, pavês, bolos, pudins… Existe algum segredinho para manter o doce no cardápio sem correr o risco de engordar ou prejudicar a saúde? Sim! O primeiro passo é sempre buscar o equilíbrio e a moderação. Comer um docinho de vez em quando, no fim de semana, sem excessos não é pecado, o que não pode acontecer é virar rotina. Nesse caso, vale a pena preparar sua sobremesa em casa, de forma mais saudável: •Ao preparar uma sobremesa, substitua o açúcar por adoçantes culinários. Boas opções para levar ao fogão são a sucralose, a stévia ou a sacarina. •Se você não gosta do gostinho amargo que, às vezes, aparece nos doces com adoçantes, busque alternativas mais li-

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ghts, pode usar fava, extrato de baunilha ou ainda especiarias como canela, cravo e cardamomo. • Caso você não siga uma dieta calórica muito restritiva, inclua no seu cardápio o mel. Ele contém vitaminas e minerais, por isso é bem mais saudável do que os adoçantes artificiais e o açúcar refinado (este é pura caloria). •Outro adoçante natural é o agave orgânico. Ele é um derivado de uma plantinha mexicana, um cacto. Esse alimento tem o poder de adoçar três vezes mais do que o açúcar comum e, por isso, não é necessário utilizá-lo em grandes quantidades nas preparações de sobremesas. Mais uma vantagem: é rico em minerais, como cálcio, ferro, magnésio e potássio. •Se você gosta de frutas, faça delas seu doce, recheio ou cobertura. Basta aquecê-las em uma panela com um pouquinho de água. Vá mexendo durante uns 5 minutos ou até que amoleçam ou o líquido evapore. •Para coberturas ou recheios pode usar o chocolate 70 a 80% de cacau. Rico em antioxidantes, pobre em gordura, vai dar sabor a preparação sem estragar a silueta e sua saúde. Vale a pena tentar!

Alice Andrade Alagia é nutricionista, Graduada pela Unijorge e Pós-Graduada em Nutrição e Atividade Física pela Gama Filho.


pense direito Médicos podem ser responsabilizados Pelo

uso ilícito do carimbo profissional

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Registrar boletim de ocorrência e notificar a perda ou roubo do carimbo ao Cremeb podem evitar problemas futuros

clonagem de um carimbo com dados médicos pode trazer muita dor de cabeça para o profissional vítima do golpe. Com informações básicas como nome completo e o número do registro no Conselho Regional de Medicina (Cremeb), é possível confeccionar o carimbo em qualquer gráfica rápida, o que faz com que os médicos fiquem cada vez mais vulneráveis a esse tipo de situação. Para não ser responsabilizado pelo uso indevido do carimbo, o médico deve notificar a clonagem, imediatamente após perceber que os dados pessoais e profissionais estão sendo utilizados de maneira inadequada. Isso foi o que aconteceu com o médico Gabriel Martins. Em 2009, ele identificou que o registro profissional dele estava sendo utilizado por um estudante de medicina, que possuía nome parecido. “Atendi uma paciente que estava sentindo dores crônicas no joelho e quando fui ver as medicações receitadas pelo médico que havia prestado atendimento anteriormente, me surpreendi ao ver que os números eram os mesmos”, afirmou Gabriel Martins. O homônimo emitia receitas em uma clínica no bairro de Mussurunga, em Salvador, e outra em Simões Filho e havia conseguido o número do registro pela internet. “Dias depois recebi do Cremeb uma carta pedindo para eu comparecer à instituição e atestar a veracidade de alguns atestados médicos que estavam sendo liberados com o meu registro. Com esses documentos em mãos, comecei a investigar de conta própria e fiz uma queixa no Conselho e outra na delegacia”, explicou o médico. O procedimento adotado por Gabriel foi o mais correto, segundo o especialista em Direito Civil, Gener Carvalho. “O médico

deve imediatamente registrar um boletim de ocorrência e enviar cópia ao Conselho Regional, pois adotando esse tipo de prática o profissional não só estará se precavendo de uma futura responsabilização civil ou criminal como estará se resguardando em caso de falsificações e do uso indevido de seu nome e registro profissional”, alerta o advogado. Responsabilidade do profissional Em caso de uso indevido do carimbo médico, se o profissional não conseguir comprovar a inocência, ele poderá assumir a autoria e a responsabilidade pelos danos causados. Ainda mais porque o exercício ilegal da profissão pode provocar dano material ou imaterial à saúde e integridade física de um paciente. Já quem se utiliza ilegalmente do carimbo comete o crime de falsificação de documentos, além de falsidade ideológica, podendo ainda se sujeitar a um processo criminal. De acordo com a Polícia Civil, o último caso grande relacionado ao uso indevido de informações de médicos, foi no início do ano passado, quando um agente de limpeza foi identificado e preso por falsificar carimbos, atestados e receitas. Como trabalhava em uma empresa prestadora de serviços em hospitais públicos, o fraudador se aproveitava do livre acesso para fazer copias dos materiais. Casos como esses são mais comuns do que se imagina. O problema não está somente no descuido do profissional da área da saúde, mas também na facilidade que fraudadores encontram em reproduzir esses materiais em gráficas ou até mesmo em casa, em posse apenas do nome e do registro profissional do médico, fato que vem preocupando o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb). Marco Antonio de Almeida

Gener Carvalho

“Temos uma verdadeira pandemia de atestados médicos falsificados”, afirma o corregedor do Cremeb, Marco Antônio de Almeida. Segundo ele, os casos são tantos que a entidade já estuda um projeto para controle destas entradas, já que atualmente não há registro formal de carimbos ou de formulários de atestados no Cremeb.


ENTREVISTA

Hepatites Virais

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mbora as Hepatites Virais sejam velhas conhecidas da população brasileira, ainda é grande a quantidade de pessoas contaminadas no país. A falta de informações sobre as formas de prevenção e o tratamento precoce pode ser um dos principais motivos do aumento significativo de pessoas com um dos cinco tipos da doença. A Hepatite B, por exemplo, afetou mais de 96 mil pessoas nos últimos dez anos e resultou na morte de cerca de cinco mil brasileiros, de acordo com dados coletados pelo Ministério da Saúde. As principais vítimas são os jovens, que possuem de 20 a 39 anos de idade. Para explicar

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um pouco mais sobre os tipos de vírus existentes, as formas de prevenção e de tratamento, a Revista Saúde Bahia convidou o médico André Lyra, gastrohepatologista do Hospital São Rafael para uma entrevista sobre o tema. Saúde Bahia- O que são hepatites virais? André Lyra- A expressão hepatite viral se refere a uma inflamação do fígado causada pelos vírus hepatotrópicos, ou seja, pelos vírus que tem atração pelas células do fígado SB- Qual a forma mais comum de contrair hepatites virais? AL- Existem cinco vírus hepatotrópicos conhecidos: A, B, C, D e E. O vírus da

hepatite A e E têm transmissão oralfecal, portanto, eles podem ser transmitidos pela ingestão de água e consumo de alimentos contaminados e, através do contato pessoa a pessoa. A infecção é frequente na vigência de condições sanitárias precárias. Já a forma de transmissão mais comum do vírus C é parenteral. Portanto, ele pode ser transmitido por sangue, seringas e material contaminado. O vírus C, antes de 1990, era frequentemente transmitido através da transfusão sanguínea, porém, hoje em dia, depois da descoberta dos seus marcadores virais, esta forma de transmissão é mais rara. Ele pode também ser transmitido por via sexual e vertical, todavia, estas não


são formas comuns de infecção do vírus C. Não se devem esquecer as possibilidades de transmissão por técnicas de tatuagem e aspiração de cocaína intranasal, utilizando material contaminado. O vírus da hepatite B é transmitido, principalmente, por via parenteral, como no caso do uso de drogas intravenosas ilícitas, e por via sexual, incluindo contato heterossexual e homossexual; a transmissão vertical (da mãe para o bebe) também pode ocorrer. No último caso, o vírus D somente infecta o indivíduo que tem hepatite crônica B, pois ele precisa deste vírus para sobreviver no organismo. SB- Quais são os principais sintomas e como prevenir essas doenças? AL- A hepatite aguda viral pode se apresentar como uma infecção sintomática ou assintomática. O paciente pode apresentar sintomas como mal estar, astenia, anorexia, náuseas, vômitos, febre, cefaleia, desconforto abdominal, mialgia, diarreia ou obstipação, rinorréia, tosse e artralgia, antes do aparecimento da colúria e icterícia. Com o surgimento da icterícia, a febre tende a desaparecer. É valido lembrar que muitos pacientes com hepatite C e B apresentam a infecção crônica adquirida há muitos anos atrás. Habitualmente, eles são assintomáticos e a infecção somente é descoberta durante a realização de exames de rotina que revelam elevação da ALT e AST, enzimas hepáticas que traduzem inflamação no fígado. SB- Se não houver o tratamento adequado, quais sãos os danos que as hepatites virais (de forma geral) podem ocasionar ao indivíduo? AL- A hepatite aguda viral, habitualmente, é autolimitada e na maioria das vezes o paciente evolui com melhora clínica total. A maior preocupa-

de hepatite fulminante, quando o fígado é tão destruído que não consegue se recuperar. Também é indicado nos casos de indivíduos cronicamente infectados pelo vírus da hepatite B ou C, que já desenvolveram cirrose hepática avançada com alteração importante da função do fígado. SB- No caso de transplante, quanto tempo leva para realizar o procedimento e quais as limitações que o transplantado terá, após a cirurgia?

Nos casos de hepatite fulminante, o paciente passa a ter prioridade em território nacional e o primeiro fígado compatível que surgir é oferecido a ele”

André Lyra

ção são os pacientes com infecção crônica pelo vírus B ou pelo vírus C. Estes necessitam de acompanhamento especializado para ser instituída a terapia antiviral, quando houver indicação. Tanto a hepatite C, quanto a paciente B pode provocar a cirrose hepática em uma minoria dos pacientes com infecção crônica. SB- Em que circunstância o transplante de fígado pode ser necessário? AL- O transplante de fígado pode ser necessário nos raríssimos casos de hepatite aguda muito grave chamadas

AL- Nos casos de hepatite fulminante, o paciente passa a ter prioridade em território nacional e o primeiro fígado compatível que surgir é oferecido a ele. Nos casos de infecção crônica com cirrose descompensada, a espera na lista de transplante varia conforme o grupo sanguíneo, sendo mais rápida nos pacientes com sangue do tipo O ou A, e mais demorada nos indivíduos com sangue B e principalmente AB. Este tempo de espera varia ainda de acordo com a gravidade da doença e do número de doações de órgãos que ocorrem naquele período. Portanto, não é possível precisar o tempo de espera, mas este pode variar de poucas semanas à vários meses. Após o transplante de fígado, alguns paciente podem ter complicações como estreitamento da via biliar ou da artéria hepática, infecções virais ou bacterianas. SB- Quantas pessoas na Bahia, em média, sofrem com hepatites virais? AL- A prevalência da infecção crônica pelo vírus da hepatite C, na Bahia, é de aproximadamente 1,5 %, enquanto que a prevalência da infecção crônica pelo vírus B é de cerca de 0,7%. Não há dados sobre a incidência de hepatite aguda A, mas acredita-se que seja uma incidência de moderada a elevada, se comparado a países de primeiro mundo. Saúde Bahia Setembro 2014

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Saúde acontece Hospital Jorge Valente busca nova Acreditação

Em julho o Hospital Jorge Valente (HJV) deu início ao processo de preparação para a busca da Acreditação pela Joint Comission Internacional (JCI). A maior e mais respeitada agência acreditadora do mundo avalia a qualidade e a segurança dos serviços prestados na área de saúde. A unidade recebeu a visita de Luciana Ludwig Nigri, do Consórcio Brasileiro de Acreditação, empresa contratada pelo HJV para conduzir os trabalhos preparativos e educativos. O Hospital, que tem 38 anos de fundado, foi a primeira unidade do estado a receber a certificação de acreditado com Excelência, concedida em 2006, pela Organização Nacional de Acreditação – ONA, órgão reconhecido oficialmente pelo Ministério da Saúde. Em 2012, o HJV alcançou a recertificação de Acreditado com Excelência, com validade até 2015.

Hospital São Rafael inicia novo tratamento contra o Câncer de Mama O primeiro equipamento de radioterapia intraoperatória do Brasil, o Intrabeam, está sendo utilizado pelo Instituto de Oncologia do Monte Tabor – Hospital São Rafael (HSR), após par-

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ceria com a multinacional Carl Zeiss. A radioterapia intraoperatória é feita logo após a remoção do tumor, ainda durante a cirurgia em uma única sessão, diferente do tratamento convencional que dura em média seis sema-

Nova tecnologia 3D para os soteropolitanos Pacientes de Salvador contam com um equipamento que reduz o tratamento de implante dentário para uma única sessão. Trata-se do CEREC 3D, um aparelho de tecnologia alemã que scaneia e prepara o dente a ser tratado. Com o Cerec 3D, é possível fazer coroas totais, parciais, facetas e até pequenos fragmentos sem que seja preciso o paciente voltar várias vezes ao consultório. O Instituto Renaissance é a única clínica na Bahia a trabalhar com a novidade, que permite filmar o procedimento e não apenas fotografar. Outra vantagem é que o paciente não precisa se submeter a procedimentos que causem tanto incômodo. O equipamento cria um dente virtual que será fabricado em pouco mais de 30 minutos.

nas. O processo é realizado através de um acelerador linear de eletros miniaturizado e dura de 20 a 30 minutos. Apesar de ter aproximadamente 600 kg, o Intrabeam é considerado um aparelho portátil e conta com raios-x de baixa energia. A novidade traz mais conforto e menos efeitos colaterais para o paciente. O tratamento por enquanto só está disponível na rede privada, para pacientes com câncer de mama em estágio inicial. O HSR já solicitou a secretaria Estadual de Saúde a inclusão do procedimento pelo SUS.


Sorriso saudável é um Mulheres com enjoos matinal têm bebês marketing pessoal mais inteligentes

A Cirurgiã Dentista Safira Andrade tem sido referência no tratamento de estética odontológica em Salvador. Especialista no assunto, ela é responsável pelo tratamento dentário de muitos profissionais que reconhecem a importância de um sorriso bem cuidado para a imagem profissional. A produção do musical “Toda forma de amor”, que estreou dia 08 de agosto em Salvador, escolheu Safira Andrade para cuidar dos dentes de todo o elenco. O grupo se submeteu a sessões de clareamento para se apresentar de forma completa no palco.

Segundo pesquisa feita pelo The Hospital for Sick Children, em Toronto, no Canadá, mulheres que apresentam enjoo matinal terão bebês mais saudáveis e inteligentes. De acordo com o estudo, mulheres com sintomas de náusea e vômito durante a gravidez tiveram menos abortos espontâneos e deram à luz a bebês maiores e mais saudáveis. Ainda segundo a pesquisa, nessas pacientes houve um risco menor de crianças nascidas abaixo do peso, além de um índice reduzido de prematuros e com defeitos de nascença. Quando se trata de inteligência, os pesquisadores afirmam, que os filhos nascidos de mães que sofreram enjoos matinal, são crianças com maior pontuação em testes de QI, linguagem e comportamento. Essas conclusões foram publicadas no “Reproductive Toxicology Journal”.

O musical tem um público jovem e fala dos conflitos e as descobertas do amor e da sexualidade durante a transição da juventude para a vida adulta. Segundo a especialista o clareamento é um procedimento rápido e eficaz e deixa o rosto bem mais bonito e iluminado. O resultado é imediato.

Esteve em Salvador, o médico Anátomo Patologista e ex-professor de patologia da Universidade de Queensland ( Austrália), Leonard Medeiros da Silva. O profissional veio participar da Jornada de Anatomia Patológico do Hospital Aliança, realizada nos dias 15 e 16 de agosto no auditório do Centro Médico da unidade. Organiza-

Hospital Aliança promove Jornada de Anatomia

do pelos Anátomo Patologistas Túlio Souza e Celso Rubens o evento debateu a Abordagem Anatomopatológica do Câncer de Mama entre profissionais de saúde e estudantes. Saúde Bahia Setembro 2014

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Incontinência urinária: mais comum do que muita gente pensa Mulheres têm duas vezes mais chances que os homens de apresentar o problema

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ncontinência urinária ou simplesmente perda de urina de forma involuntária é uma condição que afeta um grande número de pacientes. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a cada 25 pessoas, uma pode ter incontinência urinária ao longo da vida. Mas estima-se que esse número seja ainda maior, só que por vergonha ou receio as pessoas não buscam ajuda. Acredita-se que entre 15% a 30% da população acima de 60 anos, por exemplo, apresentem algum grau de incontinência. “A incontinência pode se manifestar em crianças e adultos, homens e mulheres com o aumento da frequência urinária e urgência incontrolável quando há eminência da doença. Em algumas situações está associada a doenças da bexiga, próstata ou uretra, afetando a qualidade de vida e prejudicando a socialização da pessoa” diz Ubirajara Barroso, médico urologista. Ainda segundo o médico, em qualquer das situações, a síndrome altera a rotina diária, o desempenho no trabalho e na vida social do doente. De acordo com o urologista, as razões para incontinência variam de acordo com a idade e o sexo. O problema, por exemplo, é duas vezes mais frequente entre as mulheres e a maior causa é provocada por esforços como a gestação que enfraquecem os ligamentos de sustentação da bexiga e uretra. Já as crianças, até os cinco anos, não tem o sistema nervoso que controla a bexiga amadurecido, fazendo com que haja a perda urinária. Mas Ubirajara Barroso alerta que após essa idade se o problema persistir, um médico deve ser procurado. O médico ainda reforça os casos de incontinência urinária podendo ser

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chamadas de urge-incontinência, caracterizada pela vontade súbita de urinar; incontinência aos esforços, quando o paciente tem perda de urina quando tosse, ri, faz exercício ou movimenta-se; incontinência por insuficiência esfincteriana

Ubirajara Barroso

uretral e por transbordamento. Para o tratamento é necessário identificar o tipo da incontinência. Há três anos Lúcia Requião, que é diabética, começou a sentir dores abdominais e procurou logo ajuda médica. “Descobri que estava com incontinência urinária causada por bactérias e devido à lesão dos nervos responsáveis pelo funcionamento da bexiga”, conta. A professora de arte aposentada de 60 anos até hoje toma medicamentos para controle, mas conta que o incômodo da incontinência não foi curado. Tratamento O tratamento pode envolver mudança na alimentação, fisioterapia, medicação ou cirurgia, variando de caso a caso. “Temos evoluído em relação aos materiais e, consequentemente, as cirurgias tem se tornado minimamente invasivas”, acrescenta. Para finalizar, o especialista sugere outra recomendação aos pacientes, principalmente as crianças, que é evitar o hábito de “prender” a urina, não passar de quatro horas sem ir ao banheiro e urinar de forma relaxada, o que ajuda a prevenir o problema.


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Depressão: o Mal do Século

Doença atinge 350 milhões de pessoas em todo o mundo e é uma das principais causas de suicídio

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ma carreira de sucesso, vários prêmios, vida financeira estável e o reconhecimento mundial. Nada disso, foi capaz de amenizar a briga

do ator norte-americano Robin Williams com um inimigo interno: a depressão. A doença foi a provável causa, que levou o astro do cinema a tirar a própria vida aos 63 anos de idade. De acordo com

Mortes de famosos relacionadas

à Depressão 14

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estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, sofrem com o mesmo problema e muitas não buscam tratamento.

Chorão O vocalista da banda Charlie Brown Jr, Chorão, foi encontrado morto em seu apartamento em março de 2013. A causa da morte foi “intoxicação exógena devido à cocainemia”. Familiares informaram que o cantor estava em depressão, em razão do divórcio.

Champignon – banda Charlie Brown Jr Champignon se matou com um tiro na boca, em setembro de 2013. Na época, amigos do músico relataram que ele tinha picos de alegria e depressão e que estava insatisfeito, com críticas associadas à sua nova banda “A Banca”, composta por ex-integrantes do Charlie Brown Jr.


A doença, que atinge mais mulheres do que homens, é muitas vezes silenciosa e pode desencadear sérios problemas sociais, se não for diagnosticada e tratada adequadamente. A forma como ela surge e o grande número de pessoas que sofrem deste problema vêm preocupando cada vez mais especialistas da área em todo o planeta. No Brasil estudos apontam que em torno de 15% da população têm ou terá a doença em uma das fases da vida. A depressão pode ser desencadeada em decorrência de fatores sociais, psicológicos ou até mesmo biológicos. Segundo o médico psiquiatra, psicanalista e membro da Associação Mundial de Psicanálise, Iordan Gurgel, maus tratos na infância, histórico familiar, eventos negativos na vida - como abuso sexual, abandono dos pais, dentre outros -, são considerados fatores de risco para o surgimento do problema, principalmente entre o público jovem, com faixa etária de 20 a 40 anos. Até mesmo o estado civil pode influenciar. A pedagoga Rita de Cássia, 31 anos, é um exemplo claro disso. Após o término de um noivado que durou um ano e meio, ela passou por momentos difíceis. “Chorava muito, me afastei das pessoas e já não rendia tanto no trabalho. A alternativa que encontrei foi a de fugir do problema. Viajei e depois de um tempo já me sentia melhor”, afirmou. Esse não foi o único episódio na vida da jovem. Tempo depois ela sofreu dois abortos espontâneos e voltou a cair em depressão. “Quando senti que ia começar tudo novamente, busquei logo ajuda de especialista. E passei a fazer acom-

Fausto Fanti O humorista da dupla “Hermes e Renato”, Fausto Fanti, foi encontrado morto com o cinto em volta do pescoço. Irmão do humorista declarou que Fanti sofria de depressão.

panhamento regular”, afirma Rita de Cássia. A pedagoga lembra que também possui histórico da doença na família. Depressão X Tristeza Os sintomas de Rita de Cássia são muito comuns, entre as pessoas que apresentam quadro depressivo. O afastamento do convívio social e, principalmente, do ambiente profissional são alguns dos indícios de que há algo está errado. Um levantamento recente realizado pelo INSS, por exemplo, constatou que pouco mais de 61mil pessoas se afastaram do trabalho sob essa alegação. Segundo Iordan Gurgel, a depressão é uma doença crônica e recorrente, que pode comprometer a vida social e afetiva da pessoa. “Mas, é importante que não seja confundida com a tristeza – ter momentos de tristeza é perfeitamente normal. Estima-se que 95% das pessoas sentem uma média de seis baixas de humor ou de autoestima por ano”, alerta o especialista. Para fazer um diagnóstico de depressão, especialistas consideram a existência de, pelo menos, três dos seguintes sintomas: alteração do humor (tristeza ou apatia); redução da atenção e concentração; baixa da autoestima e autoconfiança; ideias de culpa e inutilidade; autoacusações; pessimismo; ideias suicidas; sintomas físicos (cefaleia, lombalgias, dentre outros); inibição da capacidade produtiva; alterações do sono e do apetite e sintomas psicóticos. Linha do tempo Apesar de ser considerada hoje o mal do século, em razão do volume crescente de pessoas nessa situação, nem

Heath Ledger O ator foi encontrado morto em seu apartamento. Segundo relato de amigos, Heath Ledger tinha forte depressão e lutava contra vício de drogas.

Ingo Schwichtenberg O baterista da Banda Holloween cometeu suicídio aos 29 anos. Além de sofrer de esquizofrenia e de depressão, o músico também fazia uso de substâncias psicoativas.

Iordan Gurgel

sempre a depressão foi considerada uma doença. “Na Grécia antiga o termo distimia (depressão crônica, de moderada intensidade) significava tão somente uma pessoa “mal humorada”, designando o temperamento melancólico, que para Aristóteles era uma qualidade dos homens geniais e ilustres, como Empédocles e Platão, dentre outros. Era uma marca de distinção intelectual e status social”, explica o especialista. Com o saber psiquiátrico, advindo no século XIX, a depressão transformou-se em doença mental. Mais ainda, a depressão na atualidade se configura como uma marca de um insucesso, conforme esclarece Gurgel: “Para a psicanálise a tristeza é um estado afetivo normal, experimentado pelo humano no decorrer

Kurt Cobain Foi encontrado morto em sua residência, três dias após cometer suicídio. O vocalista da banda Nirvana, possuía depressão e era viciado em heroína.

Walmor Chagas O ator e diretor, Walmor Chagas, cometeu suicídio em janeiro de 2013. Aos 83 anos, o ator sofria de depressão e morava sozinho em um sítio em São Paulo.

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os mais recentes casos, envolvem celebridades como o vocalista da banda Charlie Brown Jr, o humorista Fausto Fanti e o ator Walmor Chagas.

Rosa Garcia

da vida e não deve ser confundido com os estados de humor depressivo. Não devemos confundir depressão com os eventos reativos da vida: o luto, as inadequações afetivas passageiras, o cansaço eventual, a tristeza, que são respostas específicas a certas experiências de vida e são compatíveis com nossas emoções mais íntimas”, pontua o especialista. Depressão mata Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 15% das pessoas que sofrem de depressão cometem suicídio. Quem pensa que a doença atinge apenas pessoas de baixo poder aquisitivo, está enganado. A depressão pode afetar pessoas de todas as classes sociais, até mesmo as que figuram no auge da carreira profissional. Estimativas apontam que 70% a 80% dos suicídios estão relacionados à depressão. No mundo das celebridades a realidade não é muito diferente. Artistas consagrados mundialmente como Robin Williams, Heath Ledger, Elvis Presley, Michael Jackson, entre outros, tiveram mortes relacionadas a um quadro depressivo (Veja quadro ao lado). No cenário nacional,

Leila Lopes A atriz foi encontrada morta, em 2009, no seu apartamento. Leila Lopes sofria de depressão e teria deixado uma carta de despedida.

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Mas o que leva pessoas famosas, bem sucedidas e com reconhecimento profissional a ter depressão? Para a psiquiatra Rosa Garcia, o motivo é o mesmo que leva pessoas que não são referências nacionais ou internacionais a apresentarem o problema. “A depressão é um distúrbio no metabolismo das aminas cerebrais, portanto qualquer pessoa pode ter depressão. Como as pessoas famosas são mais exigidas, estão sempre mais expostas e sempre tentam preencher as expectativas dos outros, isso pode contribuir para a doença”, afirma. Na opinião da psiquiatra, o paciente deprimido tem mais chances de ter ideias suicidas. “Nesse caso, ele deve ser constantemente monitorado e estar sempre acompanhado por alguém que lhe apoie, que monitore a medicação e colabore com a adesão ao tratamento”, afirmou. Rosa lembra ainda, que o uso de álcool e de drogas pode potencializar o problema. Mas o tratamento é o mesmo. “Medicamentoso, com administração de antidepressivos, e acompanhamento de um psicoterapeuta”, aponta a especialista. A pedagoga Rita de Cássia ao ter o diagnóstico de depressão buscou ajuda médica e depois de dois meses de terapia e tratamento homeopático, leva uma vida normal, inclusive retornou ao trabalho. Para não se deixar abater, a pedagoga já descobriu um método eficaz. “Sempre que posso viajo para a casa da minha mãe, no interior. Me sinto muito sozinha aqui em Salvador e essa foi a forma que encontrei para não desanimar”, afirma.

Michael Jackson O cantor tinha depressão causada por medicamentos e morreu por intoxicação aguda pelo anestésico propofol.

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Ariclê Perez A atriz morreu aos 62 anos, após queda da janela do escritório. Familiares relataram, na época, que Ariclê Perez, passava por um período de profunda depressão. Após investigação, que levou seis meses, a polícia chegou à conclusão de que se tratava de suicídio.

Manuela Garcia

A depressão é uma doença genética, que ocorre no cortex préfrontal do cérebro (região da testa). Uma pessoa com depressão tem deficiência nos neurotransmissores serotonina e a noradrenalina. A deficiência desses neurotransmissores é detectada pelos especialistas, a partir dos sintomas clínicos apresentados pelo paciente no momento do exame psíquico. Alteração no sono, problemas emocionais e ansiedade são alguns destes sintomas. De acordo com a psiquiatra Manuela Garcia, a depressão não pode ser evitada, mas existem fatores que melhoram o prognóstico da doença, como alimentação saudável, a prática de atividades físicas e a não ingestão de substâncias psicoativas como álcool e drogas.

Antônio Firmino O ator teve morte súbita e, segundo relato da mãe, sofria de depressão e tomava remédios para combater a doença.

Elvis Presley Problema cardíaco, associado à obesidade, foi o que ocasionou a morte do cantor Elvis Presley, em 1977. Portador de lúpus, Elvis tomava altas doses de cortisona, medicamento que causa fome insaciável e mudanças continuas de humor.


Novas regras

de fiscalização do exercício da medicina entram em vigor

E

m vigor a partir de maio de 2014, a Resolução CFM 2.056/13 disciplina os departamentos de Fiscalização nos Conselhos Regionais de Medicina, estabelece critérios mínimos para funcionamento dos serviços médicos, bem como aprova as normas e o Manual de Vistoria e Fiscalização da Medicina no Brasil e seus roteiros de vistoria. O principal objetivo da norma é estabelecer regras para garantir a segurança da assistência médica à população no que se refere ao ambiente físico, infraestrutura, equipamentos e insumos indispensáveis à prática médica, observadas a legislação sanitária e demais normas relativas à assistência à saúde. Participaram do processo de construção as sociedades de especialidade estabelecendo os itens considerados essenciais à boa prática médica em cada uma de suas áreas. Avança a resolução ao definir a forma como os médicos, os diretores técnicos e o próprio Conselho Regional de Medicina devem agir ante a constatação de que as regras de segurança estabelecidas não estejam garantidas. Paralelamente à edição da Resolução 2.056/13 foi desenvolvido o CR Virtual, sistema informatizado que possibilitará a construção de um banco de dados nacional que subsidiará a adoção de políticas pelo CFM e Conselhos Regionais.

Ademais, a uniformização de critérios de avaliação, reduzindo a subjetividade, possibilitará estabelecer uma análise criteriosa das desigualdades regionais e a proposição de medidas mais eficazes. Por outro lado, a informatização do procedimento de fiscalização, confere agilidade ao processo, permitindo inclusive a emissão imediata do termo de fiscalização e notificação para correção das distorções.

e práticas internas e nas condições de trabalho das instituições públicas ou privadas em que trabalhe, quando as julgar indignas ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros. Teresa Cristina Maltez Vice-presidente do Cremeb e diretora do Departamento de Fiscalização.

Espera-se que as regras, que irão ajudar na identificação das não conformidades, permitam intensificar a correção das irregularidades que são constatadas diariamente nas visitas de fiscalização do Cremeb. Mais ainda, espera-se que as mudanças contribuam, de fato, para uma melhoria nas condições atuais de assistência à saúde, marcadas por deficiências estruturais, de recursos humanos e de insumos. Por fim cabe ressaltar, conforme prevê o código de ética médica, a responsabilidade de cada médico na defesa intransigente do exercício ético da profissão, apontando falhas em normas

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Política e Saúde

PORTAS FECHADAS:

U

Aumenta o número de clínicas privadas desativadas na Bahia

m levantamento realizado pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) comprova que o Brasil vive uma crise no segmento. Se, na esfera pública, existe a falta de profissionais em hospitais, precariedade nos leitos, entre outros problemas, na rede privada, a situação não é diferente. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, na Bahia, por exemplo, desde 2007, mais de 11 mil clínicas particulares foram desativadas. Um dos municípios que sentiu essa redução no serviço foi Juazeiro, a 502 km de Salvador. Há 20 anos, a cidade oferecia à população 11 unidades de saúde, sendo dez privadas e uma pública gerida pelo estado. Hoje, a situação é bem diferente e o município amarga apenas cinco estabelecimentos privados de saúde, uma redução de mais de 50%. Por outro lado, o número de estabelecimentos públicos se manteve o mesmo. De acordo com o assessor de gestão do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde da Região do São Francisco (Sindhosfran), José Cláudio Carneiro de Oliveira, um dos principais motivos que influencia este cenário é o alto custo dessas empresas. “Os gastos crescentes na área de saúde com equipamentos e com as adequações exigidas do setor é um dos fatores que implicam na dificuldade de se manter instituições de saúde”, explica. Juazeiro não é a única cidade do interior nesta situação. Em Alagoinhas, a 108 km da capital, mais de 20 clínicas e hospitais fecharam as portas nos últimos anos, deixando o município, de mais

Marcelo Britto

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de 150 mil habitantes, em uma situação complicada. Importante lembrar que na região estão instaladas duas grandes fábricas de bebidas, e está próxima ao Polo Petroquímico de Camaçari. Balança desfavorável O médico e Presidente da Federação Baiana de Saúde (Febase), Marcelo Britto, reforça as palavras de Oliveira, ressaltando que clínicas, laboratórios e hospitais particulares fecham as portas por falta de sustentação financeira. “De um lado, os convênios oferecem planos com tabelas baixas e não reajustam os valores anualmente, como determina a lei. Do outro, as tabelas do SUS pagam, por exemplo, R$ 10 por consulta, R$ 1,50 por sessão de fisioterapia e menos de R$ 60 para um médico, por cirurgia, se considerarmos o desconto da carga tributária”, explica Britto, que também é Presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Feira de Santana (Sindhosfeira). Por conta desse impasse, hospitais e clínicas optam por não atender, principalmente, pelo SUS. O que gera um problema ainda maior, já que esses estabelecimentos são importantes para a rede de atendimento pelo Serviço Único de Saúde, que não conta com uma boa estrutura própria nas cidades do interior. As clínicas que continuam com esse tipo de atendimento estão sendo desativadas. Para o assessor do Sindhosfran, esse cenário deve continuar por conta da chamada ‘despolitização’. “Boa parte dos serviços que era oferecido nas unidades hospitalares privadas está migrando, majoritariamente, para o sistema público, principalmente por meio das Unidades de Pronto Atendimento (UPA)”, conta. Nessa perspectiva, a população que utiliza planos de saúde reclama da diminuição do atendimento privado e os médicos também se sentem em desvantagem. “Muitos acabam tendo que migrar para hospitais públicos e passam a ter uma remuneração menor. Alguns nem ficam por conta do baixo valor. Além disso, é preciso que o local ofereça equipamentos necessários para o trabalho, o

Marcos Mascarenhas

que nem sempre acontece”, observa o assessor do Sindhosfran. Problemas também na capital Com a situação cada vez mais comum no interior, os problemas na área de saúde também atingem a capital. Somente nos últimos anos, 168 estabelecimentos privadas foram desativadas. O médico Marcos Mascarenhas era sócio de uma dessas clínicas que diante do cenário desfavorável precisou fecharas portas. “A situação é a mesma das cidades do interior. Planos de saúde e SUS oferecem baixa remuneração às clínicas o que leva à desativação do estabelecimento”, conta Mascarenhas. Ainda de acordo com o médico, “a tendência é que mais clínicas privadas fechem”. Com a desativação desses estabelecimentos, a população é a principal vítima. A dona de casa Edna Souza, 55 anos, atrasou uma série de exames que estavam marcados em uma clínica que fechou. “Em 2013, houve uma defasagem no quadro de médicos da clínica que eu frequentava e logo depois ela fechou as portas. Tive que procurar o serviço em outros locais, que diante da demanda demoram pra marcar até três meses”, explica. Para o Presidente do Sindhosba, Raimundo Correia, essa realidade é muito preocupante e precisa ser repensada. “Não se pode aceitar que a saúde no país tenha tão alta tributação, e em contrapartida os planos e o SUS remunere as clínicas e hospitais com valores tão baixos. Se não repensarmos isso iremos em breve ter um colapso ainda maior”, afirma.


Conexão oral - sistêmica Relação entre doença periodontal, diabetes e doenças cardiovasculares

N

as duas últimas décadas, inúmeros trabalhos foram publicados explorando a conexão entre a presença de doença periodontal e doenças sistêmicas. Doença periodontal é crônica, multifatorial e de caratér inflamatório, que compreende duas entidades básicas: gengivite e periodontite. Gengivite envolve somente o tecido gengival, e periodontite quando se estende para as estruturas de suporte do dente causando perda de inserção. Esta pode progredir, usualmente de fomar lenta, até a perda da unidade (s) dentária(s). Doença periodontal se desenvolve através de um processo imunoinflmatório induzido pela presença do biofilme microbiano ao redor do dente. As bactérias presentes no biofilme possuem diversos fatores de virulência, que induzem a produção de mediadores inflamatórios no tecido gengival. A inflamação não se restringe unicamente aos tecidos que circundam os dentes, pois bactérias e seus mediadores inflamatórios (citocinas, tais como fator de necrose tumoral-α e interleucinas, protaglandinas) podem entrar no sangue pelo epitélio ulcerado do sulco gengival e se disseminar sistemicamente. A soma de todas as superficies das bolsas periodontais pode chegar ao tamanho da palma da mão do paciente. Imagine que esta é uma via contínua de bacteremia cada vez que o paciente se alimenta, masca um chiclete e até ao passar o fio dental. Isto é evidenciado por um nível elevado da proteína C reativa em pacientes com doença periodontal severa e generalizada. Periodontite afeta acima dos 65 anos mais de 60% dos indivíduos, sendo a forma generalizada e severa presente em 10 – 15% das populações. Existe evidência científica conectando a progressão de doenças sistêmicas tais como diabetes mellitus, doença cardiovascular, e a presença de doença periodontal. Em 1993, já existia embasamento na literatura para suportar a denominação da doença periodontal como a sexta complicação da diabetes. Múltiplos estudos suportam que a diabetes não controlada aumenta duas a trez vezes a prevalência, severidade e progressão da doença periodontal. Diabetes não causa doença periodontal, o fator etiológico primário é o biofilme, mas

Sylvia Todescan

interfere com a resposta dos tecidos periodontais, incrementando a perda óssea e retardando a cicatrização destes. Outra importante linha de investigação tem conectado o tratamento periodontal bem sucedido com redução da inflamação e a diminuição em até 0.40% da hemoglobina glicosilada em pacientes com diabetes tipo 2, por pelo menos 3 meses. Foi publicado recentemente um estudo multicentro randomizado acompanhando 514 pacientes com diabetes tipo 2 e periodontite crônica tratada com raspagem e alisamento radicular. O estudo não encontrou correlação entre redução da hemoglobina glicosilada após tratamento periodontal. Deve-se considerar que o resultado do estudo pode ser questionado pela ausência da redução da inflamação tecidual medida pelo índice de sangramento gingival. A predisposição ao desenvolvimento da doença periodontal severa e generalizada em pacientes diabéticos é fundamentada pela literatura. Contudo, a hipótese da redução da hemoglobina glicosilada após tratamento periodontal ainda é questionada. A possível conexão entre doenças cardiovasculares e periodontais também se fundamenta no incremento da inflamação pela elevação sistêmica das citocinas pró-inflamatórias. Além do mecanismo de aterogenesis associado ao cholesterol, a inflamação também possui um importante papel em todos os estágios de desenvolvimento da lesão ateroesclerótica. Apesar de

não ser possível estabelecer uma relação causal entre doença periodontal e cardiovascular, o tratamento periodontal reduz a inflamação sistêmica evidenciado pela diminuição da proteína C reativa e melhora da função endotelial. Outras doenças sistêmicas tem sido investigadas, quanto à conexão com a doença periodontal incluíndo: efeitos adversos na gravidez, doença obstrutiva pulmonar crônica, pneumonia, doença renal crônica, artrite reumatóide, obesidade, síndrome metabólica e outras. Apesar de não ser estabelecida uma relação causal entre doença periodontal e algumas condições sistêmicas, está determinada que a infecção oral pode ter uma contribuição significativa ao nível total de infecção e inflamação do corpo. Os profissionais da área de saúde são responsáveis por assegurar a manutenção de níveis mínimos de inflamação com a adoção de medidas terapêuticas e preventivas de controle do biofilme oral. A estreita interrelação entre os diversos profissionais da área de saúde é fundamental na identificação e encaminhamento dos pacientes de risco para tratamento periodontal.

Bibliografia consultada Tonetti M, Kornman KS Special issue: Periodontitis and Systemic Diseases - Proceedings of a workshop jointly held by the European Federation of Periodontology and American Academy of Periodontology. J. Periodontology 2013, v. 84 (Suppl. 4): S1 – S208. Engebretson SP et al. The effect of nonsurgical periodontal therapy on Hemoglobin A1c levels in persons with type 2 diabetes and chronic periodontitis. A randomized clinical trial. JAMA 2013, v. 310 (23): 2523 – 2532. Sylvia Maria Correia Todescan Especialista, Mestrado e PhD em Periodontia (Faculdade de Odontologia de Bauru -USP) Fellow do Royal College of Dentists of Canada [FRCDC (C)] Professora Assistente Divisão de Periodontia, Universidade de Manitoba, Winnipeg, Canadá.

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Hospitais verdes:

A

unidades de saúde mudam procedimentos e meio ambiente agradece

sustentabilidade é uma das principais preocupações nas unidades de saúde do país. E na Bahia, a situação não é diferente. Comprometido com a temática, o Monte Tabor - Hospital São Rafael realiza um trabalho de destaque na produção de energia limpa. “Geradores próprios da unidade economizam 70.777 kWh por mês, quantidade que daria para abastecer um bairro com cerca de 450 residências e aproximadamente 1800 habitantes”, destaca Francisco Feitosa, gerente de manutenção da Instituição.

tão a água já purificada é despejada no rio Trobogy, sem danos ao meio ambiente”, afirma Feitosa. O São Rafael mantém ainda o cuidado com o lixo produzido. Ao todo, 52 toneladas são destinadas a coleta seletiva todos os anos. A maior parte dos resíduos recicláveis são plásticos e papéis. Este material é reaproveitado internamente e vendido para reciclagem em indústrias do ramo. Gerenciamento de Resíduos Contando com preocupação seme-

ciamento de resíduos segue a política ambiental do hospital, destinada à melhoria contínua de ações em prol da saúde pública, segurança dos colaboradores e do meio ambiente”, ressalta a analista de meio ambiente da unidade, Deneizuela Vigas. O hospital já investiu em equipamentos que tratam os resíduos infectantes por meio da esterilização de agentes biológicos, conhecidos como autoclaves, e ainda conta com uma câmera refrigerada, que armazena os resíduos orgânicos até o momento da

Francisco Feitosa

Desde 1990 a unidade utiliza energia solar. Atualmente, são 180 painéis instalados na cobertura, que captam os raios solares e transformam em energia limpa. E essa não é a única ação de sustentabilidade no hospital, o esgoto também tem tratamento diferenciado. Ainda segundo ele, diariamente são tratados cerca de 400m³ de efluentes, através do uso de bactérias aeróbicas. “Só en-

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lhante, o Hospital Português, desde o ano de 2001, implementou o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). O documento regulamenta todo manejo interno de resíduos gerados na instituição, contemplando ações relativas à segregação, acondicionamento, identificação, transporte, tratamento, armazenamento, coleta e destino final dos detritos. “A tecnologia empregada no geren-

coleta. Isso evita a decomposição, o mau cheiro e a incidência de pragas. “Desde que a implementação do PGRSS na unidade auxiliou na redução de impactos ambientais, minimizou a geração de lixo, evitou acidentes e contribuiu para o controle de infecções hospitalares e consciência socioambiental de todos os funcionários”, destaca Vigas.


Presença de

cirurgiões-dentistas em UTIs é prevista por lei

A presença do especialista em odontologia é muito importante para a prevenção, diagnóstico e tratamento de patologias

A

Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) é um local multíplice que conta com equipamentos e profissionais para tratar pacientes com instabilidade clínica e quadros graves. Afinal, a condição dos pacientes ali internados inspira cuidados diversos. Para fortalecer a equipe, um projeto de lei foi aprovado, tornando obrigatória a presença de cirurgiões-dentistas em todas as UTI, assim como em clínicas e hospitais públicos e privados em que haja pacientes internados.

Sabendo-se que muitas doenças têm manifestação bucal e que alguns tratamentos médicos provocam danos aos tecidos bucais”, acrescenta. “O tratamento periodontal e o controle do biofilme bucal em pacientes internados, realizados pelo cirurgião-dentista, contribui para minimizar ou evitar agravos à saúde. Por exemplo, uma condição periodontal precária pode contribuir para a instalação de pneumonia associada a ventilação mecânica em pacientes entubados ou poderia precipitar o nascimento de crianças com baixo peso ou prematuras e mesmo dificultar o controle glicêmico em pacientes diabéticos”, frisou Viviane Sarmento que também é conselheira do Conselho de Odontologia da Bahia.

nas questões referentes ao controle das infecções e da melhor oferta de conforto a esses pacientes. Segundo Francisco Simões, o tratamento dentário para o paciente hospitalizado diminui a possibilidade de infecções. “Examinado pelo cirurgiãodentista e com a higiene bucal eficiente colabora para que o indivíduo não tenha maiores riscos de desenvolver outras doenças”, afirma. A presidente do CROBA lembra que nas últimas décadas a doença cárie era tratada de forma exclusivamente curati-

Acredita-se que as medidas preventivas e os procedimentos realizados por cirurgiões-dentistas possam minimizar a gravidade ou mesmo evitar o aparecimento de novas doenças/lesões, reduzindo a dor e o desconforto associado à doença. A importância do cirurgião-dentista na UTI

Viviane Sarmento

Para Viviane Sarmento, Chefe do Serviço de Assistência Odontológica do Hospital das Clínicas essa conquista garante o adequado cuidado bucal a todos os pacientes internados e assegura a prática da assistência odontológica, contribuindo para a qualidade de vida e saúde do paciente. “A presença de um cirurgião-dentista é muito importante para a prevenção, diagnóstico e tratamento de patologias.

“Toda atenção nas UTI deve estar voltada para o paciente, para que ele permaneça com a sua saúde íntegra e sem infecções. Para isso, o corpo médico e sua equipe estão habilitados para tratar cada situação específica e a presença do cirurgião-dentista é importante para que o paciente seja assistido também na sua saúde bucal”. È com essas palavras que o presidente do Conselho Regional de Odontologia da Bahia, Francisco Simões, aborda a relevância da odontologia na divisão de responsabilidades, com outros integrantes das equipes de saúde – especialmente

Francisco Simões

va, hoje passa a ser de forma preventiva e curativa quando houver necessidade. E a prevenção é uma etapa bastante importante. Outro fato interessante é deixar a população mais cuidadosa com sua saúde bucal, antes uma simples preocupação estética ou processo patológico local para se tornar um fator determinante na saúde e na qualidade de vida do indivíduo. Saúde Bahia Setembro 2014

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Gestão em pauta Hospitais investem em arquivamento digital Pablo Soledade

Tecnologia ajuda a reduzir de quatro dias para cinco minutos a busca por documentos

Q

uem nunca se deparou com o “desespero” de procurar um pertence importante nos variados cômodos de casa e penar para conseguir encontrar? E o pior: isso pode levar horas. Se achar algo na comodidade do lar pode ser difícil, imagine em uma grande empresa com dezenas de salas e departamentos. É pensando nesse problema que muitos estabelecimentos da área de saúde têm procurado serviços de arquivamento. Sem esse trabalho especializado, localizar resultados de exames, fichas e prontuários médicos não seria uma tarefa das mais fáceis. Segundo Pablo Soledade, diretor da

Arquivo Off, empresa especializada em arquivamento, o processo de guarda é feito com o trabalho de um profissional arquivista e com a utilização de um software que faz o gerenciamento do material. O cliente ainda tem a opção de digitalizar os documentos. Desta forma, o sistema faz a busca e o acesso à informação é realizada de uma maneira muito mais rápida. “Sem um trabalho de arquivamento, um hospital demora de três a quatro dias para encontrar um prontuário. Com nosso serviço leva em média três horas. E se for digitalizado, cerca de cinco minutos”, compara. A depender da dimensão da instituição de saúde, o número de docu-

SEGURANÇA

LEGISLAÇÃO

No caso do arquivamento realizado em instituições de saúde, o diretor da Arquivo Off salienta que existe algumas especificidades relacionadas ao trabalho. Tudo tem que ser feito de forma segura sem que haja o risco de exposição das informações contidas nos documentos. “A diferença é a necessidade do sigilo. O acesso à informação interna do prontuário não é permitido. Tem que ter uma equipe médica acompanhando com um cuidado muito grande”, explica.

Desde que a digitalização de documentos ganhou força na última década, muitas discussões acerca do tema foram levantadas. Alguns questionam sobre a qualidade, permanência e acessibilidade ao material digitalizado, argumentando que é necessária a adoção de planos e critérios. Outros discutem a validade legal do documento.

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Mas a legislação brasileira já estabelece uma série de regras no que diz respeito à digitalização de documentos a serem arquivados por empresas e ins-

mentos que precisam ser arquivados ultrapassa a casa do milhão. E as instalações nem sempre são as ideais para guardar esses papéis. “Hospitais e clínicas tem espaços limitados, o que inviabiliza a guarda e organização de documentos. Este é um dos motivos de praticamente todos os grandes hospitais utilizarem o serviço”, explica. Além do ganho de tempo, um trabalho especializado de arquivamento proporciona outros tipos de benefício. “Diminui o trabalho do ponto de vista da mão de obra. Outra vantagem é que, com a terceirização, além do tempo e espaço que você otimiza, há uma consequente redução dos custos”, observa Soledade. tituições. Em 2012 a presidente Dilma Rousseff promulgou a lei 12.682, que regulamenta a elaboração e o arquivamento de documentos públicos e particulares em meios eletromagnéticos. No caso de hospitais e outros estabelecimentos de saúde, há uma legislação específica do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Medicina, como é o caso da Resolução CMF nº 1821/2007. Ela estabelece a guarda dos prontuários em papel por 20 anos e a guarda dos prontuários arquivados eletronicamente de forma permanente.


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artigo Especialista fala sobre as as novidades no tratamento

CÂncer de Próstata

H

á uma crescente preocupação com a predominância do Câncer da Próstata. É o mais frequente no sexo masculino, quando não consideramos câncer de pele não melanoma. Dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA, revelam uma estimativa de quase 69 mil novos casos para o ano de 2014. A maioria dos pacientes é diagnosticada em estágios iniciais de doença, com chances elevadas de cura, após a cirurgia ou a radioterapia. Em fase mais tardia de diagnóstico, quando o PSA está muito elevado ou existem evidências de doença a distancia (gânglios e ou ossos), há necessidade de tratamentos hormonais específicos, com a intenção de reduzir os níveis de testosterona no sangue ou bloquear a sua entrada nas células tumorais. Um deles é o acetato de abiraterona (Zytiga®), uma droga oral cujo mecanismo de ação é bloquear a síntese de androgênios pelo tumor, pelos testículos e pelas glândulas adrenais. Nesta mesma linha hormonal, existe como novidade a Enzalutamida (Xtandi®), também oral, um potente antagonista do receptor androgênico na célula tumoral. Ambas as medicações têm efeitos colaterais que são perfeitamente manejáveis, além de aumentarem o tempo e a qualidade de vida dos

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pacientes com câncer de próstata, em fase avançada. A quimioterapia se impõe, para controle da doença e aumento da expectativa de vida dos pacientes, quando não há resposta às estratégias hormonais. Para esta fase, só recentemente, foram disponibilizadas novas medicações para o tratamento do câncer de próstata. A vacina Sipuleucel T (Provenge®), a primeira contra o câncer de próstata, configura-se como um novo caminho para o tratamento da doença em fase avançada, demonstrando um aumento na sobrevida dos pacientes. É feita a partir da extração de células do sangue do paciente através de uma técnica chamada leucoaférese, depois enviada para um laboratório fora do país, voltando três dias depois, para aplicação no paciente. Os efeitos colaterais relacionados ao uso dessa vacina são bem toleráveis. Por último, existem as medicações que são direcionadas ao tratamento das metástases ósseas (lesões nos ossos secundárias ao câncer de próstata). Estas lesões podem gerar muitas dores aos pacientes. O Radium 223 (Alpharadin®) é um radio-fármaco que emite partículas radioativas direcionadas ao osso, eliminando as células do câncer nos ossos, melhorando as dores e evitando fraturas. Concluindo, nos últimos anos a

ciência conseguiu muitas vitórias contra o câncer de próstata. Portanto, para 2014, existem novas opções terapêuticas para os pacientes com doença mais avançada, melhorando sua qualidade e aumentando o tempo de vida, em até cinquenta por cento. Para a escolha da melhor estratégia de tratamento, uma equipe multidisciplinar composta de oncologista, urologista e radioterapeuta, se faz mister.

Jorge Henrique Santos Leal é oncologista clínico, mestre em Oncologia pela Faculdade de Medicina do ABC, tem pós-graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard University e é membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e da American Society of Clinical Oncology


De Olho nos Bebês Especialista dá dicas para as mamães de primeira viagem

T

er um filho é uma experiência única na vida de todo homem e mulher. Mas, com a chegada desse ser tão especial, surgem muitas dúvidas relacionadas aos cuidados necessários, principalmente nos primeiros meses de vida. De forma prática e resumida, tentaremos

sumarizar os principais pontos a serem observados pelos cuidadores. - Alimentação: o leite materno é o alimento ideal para o bebê nos primeiros seis meses de vida. Nesse período deve ser exclusivo, não devendo ser oferecido nenhum outro alimento ou líquido para o bebê, nem mesmo água. Se a mãe não tem como ama-

mentar, existem opções de fórmulas de partida e seguimento, que devem ser orientadas pelo Pediatra, para cada faixa etária e cada necessidade individual. A partir do quarto ao sexto mês de vida, a depender do caso, novos alimentos devem ser incluídos paulatinamente na dieta do lactente, também indicados pelo Pediatra. Saúde Bahia Setembro 2014

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Raquel Simbalista

- Sono: os recém-nascidos são os que mais dormem, cerca de 20 horas por dia. Esse período vai diminuindo ao longo dos meses, ficando em torno de 12 horas aos 12 meses de vida. Os bebês têm dificuldade de passar de um ciclo para outro do sono sozinhos. Essa é uma capacidade que deve ser aprendida com o tempo, e pode ser ensinada pelos cuidadores, mantendo rotinas e fazendo-os voltar a dormir sem necessariamente mamar, caso o intervalo da última mamada seja menor que duas horas e meia. Outra dica é durante o dia mantê-los em local claro e com os barulhos normais da casa e à noite escurecer e silenciar o ambiente. Dar um banho e fazer uma massagem relaxante também ajudam na rotina da noite. - Higiene: devemos sempre testar a temperatura da água do banho an-

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tes de colocar o bebê, usando a face interna do antebraço. Enquanto o coto umbilical está presente, nos primeiros dias de vida, a água do banho deve ser fervida. É importante enxugar bem todas as dobrinhas para evitar assaduras. A região genital deve ser limpa com água ou lenço umedecido sem álcool e podem ser utilizados cremes para a prevenção de assaduras. Perfumes devem ser evitados nos primeiros 3 meses de vida. Devem ser utilizados sabonetes próprios para a pele sensível do bebê, inclusive para a lavagem das roupas, que deve ser com sabão de coco ou outro sabão neutro. - Saúde: sempre lavar as mãos ou passar álcool gel antes de tocar em bebês com menos de seis meses. Devemos evitar sair com o bebê antes dos três meses de idade, período em que ainda não recebeu as primeiras

vacinas. Evitar aglomerações também para essa faixa etária. Seguir o calendário vacinal corretamente. Levar o bebê ao Pediatra com regularidade (o recomendado é até cinco dias após o nascimento, novamente depois de 15 dias, mensalmente até os seis meses e em seguida a cada dois meses até um ano de idade). Observando os cuidados básicos e seguindo as recomendações do Pediatra ficamos mais tranquilos e seguros para cuidar dos nossos pequenos, contribuindo assim para que cresçam felizes e saudáveis.

Raquel Simbalista de Queiroz é médica Pediatra e Intensivista Pediátrica. Trabalha na Clínica Pediátrica Lili e Lulu-Vilas do Atlântico e na UTI Pediátrica do Hospital São Rafael.


Para análise dos senhores leitores: O faturamento dos hospitais públicos brasileiros Com o advento da obrigatoriedade da transparência de repasses de verbas federais temos um quadro da situação atual. Na primeira tabela temos o espelho da produção em serviços realizados pelos hospitais públicos baseados na tabela do SUS e na segunda as verbas recebidas pelos referidos: Tabelas de 2011 e 2013 (são autoexplicativas). Se tais recursos fossem pagos aos hospitais privados, com certeza não teríamos o descredenciamento de 41.000 leitos do SUS entre 2003-2013, entre outras “preciosidades”.

%$ Saúde Bahia Setembro 2014

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%$

HOSPITAIS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE E UNIVERSITÁRIOS FEDERAIS QUE ATENDERAM PACIENTES DO SUS EM 2011 Nº Ord.

Nome do Hospital

UF

1

HOSPITAL DOS SERVIDORES-RIO

RJ

2

HOSPITAL GERAL DE IPANEMA-RIO

RJ

3

INSTITUTO DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA - INTO

RJ

4

HOSPITAL GERAL DO BONSUCESSO-RIO

RJ

5

HOSPITAL UNI. LAURO WANDERLEY DA UFPB

6

COMPLEXO UNIVERSITÁRIO E DE SAÚDE DA UFRJ

7

HOSPITAL UNIVERSITARIO DE SERGIPE-ARACAJU

8 9 10

Valores da Produção do SAI e SIH pelas Tabelas SUS

Valores Recebidos com Incentivos

Diferenças em Relação aos Pagamentos pela Tabela SUS

% Diferenças

% Dos Valores Pagos em Relação às Tabelas do SUS

-5.170.008,77

171.141.936,00

165.971.927,23

97,00%

3.310,30

-2.414.744,31

55.555.792,00

53.141.047,69

95,70%

2.300,70

-7.959.555,72

160.365.097,00

152.405.541,28

95,00%

2.014,70

-8.516.043,81

162.500.968,00

153.984.924,19

94,80%

1.908,20

PB

-9.710.402,02

165.622.200,18

155.911.798,16

94,10%

1.705,60

RJ

-35.101.979,60

503.145.351,12

468.043.371,52

93,00%

1.433,40

SE

-3.860.282,31

52.661.868,68

48.801.586,37

92,70%

1.364,20

HOSPITAIS DO GRUPO SARAH - DF-SSA-BH-FOR-SL

DF

-54.950.840,76

676.208.527.686,24

621.257.686,24

91,90%

1.230,60

HOSPITAL GETÚLIO VARGAS DA UFAM-MANAUS

AM

-6.520.820,66

78.991.542,59

72.470.721,93

91,70%

1.211,40

HOSPITAL ALCIDES CARNEIRO UF/CAMPINA GRANDE

PB

-5.432.744,94

64.286.341,47

58.853.596,53

91,50%

1.183,30

11

HOSPITAL GERAL DO ANDARAÍ-RIO

RJ

-7.837.152,78

91.918.272,00

84.081.574,22

91,50%

1.172,90

12

HOSP. UNI. GAFFREE E GUINLE DA FUND UNIV RJ

RJ

-6.491.391,36

73.277.680,80

66.786.289,44

91,10%

1.128,80

13

HOSPITAL ANTONIO PEDRO DA UFF-NITERÓI

RJ

-19.889.679,32

214.054.322,98

194.164,66

90,70%

1.076,20

14

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. ALBERTO ANTUNES

AL

-10.797.875,37

106.927.998,07

96.130.122,70

90%

990,30

15

HOSPITAL JÚLIO MULLER DA UFMT-CUIABÁ

MT

-8.119.214,31

79.530.485,05

71.411.270,74

89,80%

979,50

16

HOSPITAL GERAL DA LAGOA-RIO

RJ

-7.259.052,70

68.105.508,00

60.846.455,30

89,30%

938,20

17

HOSPITAL UNIV JOÃO BARROS DA UFPA-BELÉM

PA

-10.622.574,73

97.304.821,74

97.304.821,74

89,10%

916,00

18

HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPE-RECIFE

PE

-24.154.559,35

219.213.515,89

195.058.956,54

89,00%

907,50

19

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD-DOURADOS

MS

-7.498.916,41

65.210.587,65

57.711.671,24

88,50%

869,60

20

HOSPITAL UNIV. POLYDORO ERNANI DA UFSC

SC

-22.065.244,70

182.973.356,48

160.908.111,78

87,90%

829,20

21

MATERNIDADE ASSIS CHATEUBRIAND-UFCE

CE

-10.270.799,38

84.733.805,78

74.463.006,40

87,90%

825,00

22

HOSPITAL CRISTO REDENTOR S/A-POA

RS

-17.859.787,34

144.287.892,99

126.428.105,65

87,60%

870,90

23

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MARIA PEDROSIAN

MS

-16.438.579,17

127.494.215,23

111.055.636,06

87,10%

775,60

24

HOSPITAL UNIV MIGUEL RIET JUNIOR-RIO GRANDE

RS

-10.503.821,33

76.936.315,04

66.432.493,71

86,30%

732,50

25

HOSPITAL HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF-JUIZ DE FORA

MG

-8.018.158,11

58.081.344,96

50.063.186,85

86,20%

724,40

26

COMPLEXO HOSPITALAR DA UFRN-NATAL

RN

-24.443.718,73

173.631.214,46

149.187.495,73

85,90%

710,30

27

HOSPITAL Nª SRA. DA CONCEIÇÃO S/A-POA

RS

-86.893.431,25

597.434.951,83

510.541.520,58

85,50%

687,50

28

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

RS

-106.422.172,69

669.082.067,83

526.659.895,14

84,10%

628,70

29

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UF/SANTA MARIA

RS

-33.277.166,21

196.650.320,48

163.373.154,27

83,10%

590,90

30

HOSPITAL FÊMINA-POA

RS

-15.830.293,20

92.268.718,75

76.438.425,55

82,80%

582,90

31

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVER. UBERLÂNDIA

MG

-53.941.390,24

304.456.681,19

250.515.290,95

82,30%

564,40

32

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFGO-GOIÂNIA

GO

-29.595.548,70

160.673.953.69

131.078.404,99

81,60%

542,90

33

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER-INCA-RIO

RJ

-63.193.479,42

341.509.519,76

278.316.040,34

81,50%

540,40

34

HOSPITAL CASSIANO ANTONIO DE MORAIS-UFES

ES

-25.711.514,08

138.142.450,09

112.430.936,01

81,40%

537,30

35

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA

DF

-21.575.908,59

116.881.752,89

95.123.844,30

81,40%

537,20

36

INSTITUTO NACIONAL DE CARDIOLOGIA-INC-RIO

RJ

-18.128.826,23

92.868.146,00

74.739.319,77

80,50%

512,30

37

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPR

PR

-60.300.710,61

304.937.227,70

244.636.517,09

80,20%

505,70

38

HOSPITAL ESCOLA DA UFPEL-PELOTAS

RS

-12.034.273,30

59.458.497,22

47.424.223,92

79,80%

494,10

39

HOSPITAL ESCOLA DA UFTM-UBERABA

MG

-36.202.207,64

174.056.829,03

137.854.621,39

79,20%

480,80

40

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA FUMA-SÃO LUÍS

MA

-41.386.263,21

184.389.763,22

143.003.500,01

77,60%

445,50

41

HOSPITAL DAS CLÍNICAS UFMG-BELO HORIZONTE

MG

-77.739.581,23

314.396.733,89

236.657.152,66

75,30%

404,40

42

HOSPITAL VALTER CANTÍDIO-UFCE

CE

-40.900.701,95

158.156.305,01

117.255.603,06

74,10%

386,70

43

COMPLEXO HOSPITALAR DA UFBA-SALVADOR

BA

-78.773.839,80

293.925.016,72

215.151.176,92

73,20%

373,10

44

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BETINA FERRO-BELÉM

PA

-7.891.073,41

26.062.123,08

18.171.049,67

69,70%

330,30

45

HOSPITAL SÃO PAULO DA UNIFESP-SÃO PAULO

SP

-98.928.437,25

282.097.887,75

183.169.450,50

64,90%

285,20

46

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO PIAUÍ

PI

14.692.475,69

14.692.475,69

100%

47

HOSPITAL GERAL JACAREPAGUÁ-RIO

64.661.592,00

64.661.592,00

100%

8.540.964.429,98

7.280.147.662,98

85%

RJ TOTAL

28

Saúde Bahia Setembro 2014

-1.260.816.767,00

677,40


%$

HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS FEDERAIS QUE ATENDERAM PACIENTES DO SUS - SIA E SIH - EM 2013 Nº ORD.

NOME DO HOSPITAL

UF

VALORES DA PRODUÇÃO DO SAI E SIH PELAS TABELAS SUS

DIFERENÇAS EM VEZES EM QUE OS % PAGAM. SUPERIVALORES RECEBIDOS COM RELAÇÃO AOS PAGAPAGAMENTOS FORAM OR À TABELA SIH E INCENTIVOS MS E MEC MENTOS PELA TABELA SUPERIORES À TABELA SAI /SUS SUS SIH E SAI/SUS

1

HOSPITAL UNIV. LAURO WANDERLEY DA UFPB

PB

-9.583.599,83

214.147.984,52

204.559.384,69

2233,40%

2

HOSPITAL UNIV. JOÃO BARROS DA UFPA-BELÉM

PA

-7.131.321,64

152.405.306,92

145.273.985,28

2137,10%

21,40

3

HOSPITAL ALCIDES CARNEIRO UF/CAMPINA GRANDE

PB

-5.610.118,54

104.264.202,50

98.654.088,96

1858,50%

18,60 18,40

22,30

4

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SERGIPE- ARACAJU

SE

-4.252.784,15

78.316.098,31

74.063.314,16

1841,50%

5

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFJF-JUIZ DE FORA

MG

-9.618.283,58

167.631.082,03

158.012.798,45

1742,80%

17,40

6

COMPLEXO UNIVERSITÁRIO E DE SAÚDE DA UFRJ

RJ

-39.029.124,34

655.828.382.382,66

616.799.204,32

1680,40%

16,80

7

HOSP. UNIV. GAFFREE E GUINLE DA FUND UNIV RJ

RJ

-7.241.196,11

113.989.680,19

106.748.484,08

1574,20%

15,70

8

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO PIAUÍ

PI

-936.518,41

14.609.849,81

13.673.331,40

1560,00%

15,60

9

HOSPITAL GETÚLIO VARGAS DA UFAM-MANAUS

AM

-8.897.901,13

130.731.599,70

121.833.698,57

1469,20%

14,70

10

HOSPITAL ANTONIO PEDRO DA UFF-NITERÓI

RJ

-20.961.901,22

292.497.186,53

271.535.285,31

1395,40%

14,00

11

HOSPITAL JÚLIO MULLER DA UFMT-CUIABÁ

MT

-9.799.937,33

122.229.292,40

122.429.355,07

1247,20%

12,50

12

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. ALBERTO ANTUNES

AL

-15.237.321,71

169.354.430,90

154.117.109,19

1111,40%

11,10

13

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MARIA PEDROSIAN

MS

-17.665.020,18

192.273.068,08

174.608.047,90

1088,40%

10,40 10,70

14

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UF/SANTA MARIA

RS

-28.297.144,97

301.692.366,91

273.395.221,94

1066,20%

15

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

RS

-114.143.900,53

1.194.852.441,88

1.080.708.541,35

1046,80%

10,50

16

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA BRASÍLIA

DF

-21.867.856,92

228.269.272,17

206.401.415,25

1043,90%

10,40

17

HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPE-RECIFE

PE

-28.656.260,75

295.059.055,37

266.402.794,62

1029,60%

10,30

18

HOSPITAL UNIV. POLYDORO ERNANI DA UFSC

SC

-25.266.304,21

255.541.186,87

230.274.882,66

1011,40%

10,10

20

HOSPITAL ESCOLA DA UFPEL

RS

-12.502.646,55

120.703.944,36

108.201.297,81

965,40%

9,70

21

COMPLEXO HOSPITALAR DA UFRN-NATAL

RN

-29.418.915,83

268.665.286,26

239.246.370,43

913,20%

9,10

22

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA FUMA-SÃO LUÍS

MA

-35.168.896,92

288.473.319,95

253.304.423,03

820,30%

8,20

23

HOSPITAL ESCOLA DA UFTM-UBERABA

MG

-33.340.787,29

269.903.443,71

236.562.656,42

809,50%

8,10

24

COMPLEXO HOSPITALAR DA UFBA- SALVADOR

BA

-65.547.123,25

517.548.993,11

452.001.869,86

789,60%

7,90

25

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD-DOURADOS

MS

-11.835.502,14

91.565.420,79

79.679.918,65

770,40%

7,70

26

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFGO-GOIÂNIA

GO

-30.701.254,17

234.956.154,22

204.254.900,05

765,30%

7,70

27

HOSPITAL CASSIANO ANTONIO DE MORAIS-UFES

ES

-30.099.521,93

225.587.409,21

195.487.887,28

749,50%

7,50

28

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPR-CURITIBA

PR

-64.161.116,75

435.472.770,27

371.311.653,52

678,70%

6,80

29

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVER. UBERLÂNDIA

MG

-77.274.429,98

482.848.173,50

405.573.748,52

624,80%

6,20

30

HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFMG-BELO HORIZONTE

MG

-115.229.015,24

549.292.850,30

434.063.835,06

476,70%

4,80

31

HODPITAL UNIVERSITÁRIO BETINA FERRO-BELÉM

PA

-5.868.103,68

26.516.068,46

20.647.964,78

451,90%

4,50

32

HOSP. VALTER CANTÍDIO E MAT. ASSIS CHATEUBRIAND

CE

-78.813.654,79

290.904.162,26

212.090.507,47

369,10%

3,70

33

HOSPITAL SÃO PAULO DA UNIFESP-SÃO PAULO

SP

-107.738.727,22

339.165.280,47

231.426.558,25

314,80%

3,10

-1.084.112.691,35

8.943.824.517,96

7.859.711.880,61

825,00%

8,20

TOTAL

Saúde Bahia Setembro 2014

29


programe-se Para manter o nosso público sempre atualizado com a sua área de atuação, envie por e-mail sugestões de conteúdo para as próximas edições. sindhosba@sindhosba.org.br

III Fórum de Relações Trabalhistas reúne juristas para debater temas do segmento Discutir inovações na legislação relativas ao direito do trabalho é o objetivo principal do III Fórum de Relações Trabalhistas do Estado da Bahia, que ocorre nos dias 11 e 12 de setembro, no Mundo Plaza, em Salvador. O evento, promovido pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba), em parceria com o Sindicato das Santas Casas e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (Sindifiba), pretende reunir cerca de 200 profissionais e estudantes interessados pela temática. O evento surgiu em 2012, por iniciativa do Sindhosba. A intenção é apresentar aos representantes da área trabalhista a realidade vivenciada por clínicas, hospitais e serviços de saúde privados do Estado e, por outro lado, manter os empresários informados sobre o que há de mais novo na legislação trabalhista. Apesar de tratar das questões da saúde privada, o evento é aberto a qualquer pessoa interessada nas questões trabalhistas que são um gargalo em qualquer ambiente empresarial. Programação Já estão confirmados como palestrantes: o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, Valtércio de Oliveira; o Juiz Titular da 9ª Vara do Trabalho de Salvador, Luciano Dorea Martinez Carneiro; o Juiz Federal do Trabalho, Agenor Calazans; o Procurador Regional do Trabalho, Jairo Sento Sé; o Subprocurador Geral do Trabalho (DF), Manoel Jorge da Silva e Neto; a Juíza Titular da 34ª Vara do Trabalho de Salvador, Ana Paola Santos Machado Diniz; a Juíza Federal do Trabalho, Débora Rego; e o Dr. em Direito do Trabalho pela PUC/SP, Valton Pessoa. Inscrições podem ser feitas através do site: http://sindhosba.org.br/forum

AGENDA 23 e 30/08, 13, 20 e 27/09, 11 e 18/10

Faturamento Básico de Saúde.

25/09

Prevenções de Ações Trabalhistas.

30/10

Curso de Gestão Financeira Pessoal.

28/10

Implantação de Protocolos Médicos. Mais informações:Inscrições: http://www.ucasaude.com.br - Universidade Corporativa (Ucas)

30

Saúde Bahia Setembro 2014



DIAGNÓSTICO DAS ANEMIAS HIPOCRÔMICAS MICROCÍTICAS

Dentre as causas destacam-se a deficiência de ferro, as alfa e beta talassemias, a anemia de doença crônica, algumas hemoglobinopatias, as anemias sideroblásticas e a intoxicação pelo chumbo. Até bem recentemente, alguns pacientes tinham várias causas excluídas, com exceção da alfa talassemia, que para seu diagnóstico necessita de estudos que utilizam técnicas de biologia molecular. Considerando que a prevalência estimada de alfa talassemia na população brasileira na forma de portador silencioso é de 10% e do traço alfa talassêmico de 1% a 3%, e que entre os indivíduos afrodescendentes essa frequência pode alcançar 25%, conclui-se que este estudo é uma importante ferramenta para investigação dessas anemias. O Laboratório Sabin tem disponibilizado, além da realização do hemograma com estudo morfológico diferenciado, bioquímica do ferro, estudo qualitativo e quantitativo das hemoglobinas, dosagem do Pb sérico e a pesquisa de alfa talassemia por meio da investigação molecular das deleções.

Conheça mais sobre o Dr. Rafael Jácomo – Diretor Técnico do Laboratório Sabin: • Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília - UnB. • Residência em Clínica Médica e em Hematologia e Hemoterapia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. • Hematologista com título pela Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e membro da Sociedade Americana de Hematologia. • Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP. • Membro do Consórcio Internacional em Leucemia Promielocítica Aguda (IC-APL).

Central de atendimento: ISO 9001: 2008

(71) 3261-1314 www.sabin.com.br

RT: Dra. Tatiana Ferraz - CRF: 3437

O diagnóstico diferencial das anemias microcíticas e hipocrômicas é de grande importância na prática clínica diária, pois para cada causa e patogênese a conduta terapêutica estabelecida e o prognóstico serão diferentes.


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