Jornal da Embraer

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SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO

www.sindmetalsjc.org.br setembro de 2016

Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá

VAMOS DIZER NÃO às

DEMISSÕES

A POPULAÇÃO NÃO PODE PAGAR PELOS ERROS DA EMBRAER A Embraer pretende realizar um profundo corte de mão de obra em todas as suas fábricas no Brasil. Milhares de trabalhadores deverão perder seus empregos, a partir de 1º de outubro. Os cortes serão feitos por meio de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), já aberto pela

empresa. Até agora, a Embraer não disse quantos trabalhadores serão demitidos. Disse apenas que sua meta é economizar cerca de R$ 650 milhões por ano. Ou seja, muitos pais e mães de família devem perder seus empregos.

E não são apenas os trabalhadores da Embraer que sentirão o impacto das demissões. Do pequeno comércio até as grandes indústrias, todos serão atingidos. Nas próximas páginas, você verá o que está por trás dessas demissões e como elas podem ser evitadas.


2 Sindicato dos Metalúrgicos

Não vamos pagar esta conta!

Envolvida em corrupção, Embraer quer demitir para economizar R$ 650 milhões A Embraer está sendo investigada pelo Ministério Público Federal por suspeita de corrupção. A direção da empresa teria oferecido suborno a autoridades da Força Aérea da República Dominicana para garantir a venda de aviões Super Tucano àquele país. Como punição por este ato de corrupção, é provável que a Embraer tenha que pagar uma multa milionária. Para isso, a empresa já reservou R$ 650 milhões. Coincidência ou não, este é o mesmo valor que a Embraer disse que quer economizar com as demissões programadas para serem feitas a partir de 1º de outubro. Não podemos aceitar que a Embraer

cobre dos trabalhadores um rombo que foi criado por corruptos. Os verdadeiros culpados é que devem pagar pela dívida que eles mesmos criaram. Corrupção não é só nas empresas públicas Nos últimos anos, os brasileiros acostumaram-se a notícias de corrupção envolvendo empresas públicas, como a Petrobras. Com as investigações voltadas para a Embraer, vemos que a corrupção está tanto em empresas públicas quanto privadas. Seja qual for o caso, no final das contas quem paga é a população!

Os Super Tucano foram objeto de corrupção em contrato com a República Dominicana

Chega de dar dinheiro público para a Embraer! Desde que foi privatizada, em 1994, a Embraer não deixou de receber dinheiro do governo. Esses recursos vêm em forma de redução de impostos, contratos e financiamentos. Para citar apenas um exemplo recente, o governo federal deixou de cobrar da Embraer R$ 1,1 bilhão em impostos sobre a folha de pagamento, entre os anos de 2013 e 2015. Na teoria, a Embraer deveria garantir a geração de empregos

AS ST NI

% 14

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86%

quem É dono da embraer? AC

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Fonte: Bloomberg

Não faz sentido uma empresa privada ser sustentada com dinheiro público. Além disso, um setor tão importante para a defesa do país não pode ficar nas mãos de acionistas que estão apenas interessados em garantir seus próprios lucros. É por isso que toda a sociedade deve exigir a reestatização da Embraer. Chega de encher os bolsos dos acionistas com dinheiro do povo!

desoneraÇÃO entre 2013 e 2015

R$ 1,1 bilhÃO Este é o valor que a Embraer deixou de pagar ao governo federal, somente com a desoneração da folha de pagamento

Produção de aviões está sendo levada para outros países e fechando vagas no Brasil

IROS SILE BRA

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86% dos acionistas da Embraer são do exterior. Isso significa que o controle da empresa está nas mãos de empresários de outros países

AC IO

Você Sabia?

no país. Mas, na prática, o que estamos vendo é o contrário. Mesmo deixando de pagar parte dos impostos, a Embraer continua demitindo. Essa prática é prejudicial a toda sociedade. Afinal, os impostos que não foram pagos deixaram de ser investidos em serviços públicos, como hospitais, creches e moradias. Diante dessa situação, fica evidente que está na hora do governo reestatizar a Embraer.

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Já há algum tempo a Embraer está transferindo para outros países parte da sua produção de aviões. Este processo, chamado de desnacionalização, deixa de gerar empregos no Brasil. Vamos dar um exemplo: este ano, os jatos executivos Phenom passaram a ser produzidos pela Embraer nos Estados Unidos. Essa produção vai gerar 1.200 postos de trabalho na fábrica norte-americana. Além dos jatos executivos,

muitas peças já não são produzidas no Brasil. Só no projeto do cargueiro KC-390, a produção é compartilhada por três países: Portugal (asa, fuselagem central e flap), Cazaquistão (traseira) e Argentina (rampa de carga). O resultado é óbvio: mais desemprego no Brasil. O Sindicato dos Metalúrgicos já denunciou o fato aos governantes, mas até agora nenhuma providência foi tomada.


Sindicato dos Metalúrgicos

Luta por Emprego e Estabilidade

Demissões na Embraer vai trazer impacto negativo a toda população As demissões programadas pela Embraer devem gerar forte impacto não apenas nos trabalhadores, mas em toda nossa região e no país. Não podemos deixar a empresa repetir a história de 2009, quando colocou mais de 4 mil trabalhadores na rua. Até hoje, sentimos os reflexos dessas demissões. Em Audiência Pública sobre o tema, realizada dia 26 de agosto, na Câmara Municipal de São José dos Campos, foram apresentadas informações que ressaltam a gravidade das demissões. Dados da Embraer apontam que cada posto de trabalho aberto por ela gera outros 11 indiretos. Assim, o contrário também vale: a cada posto fechado, outros 11 se fecham. Uma coisa é certa: o impacto das demissões na economia da cidade e

As demissões na Embraer devem atingir todos os setores da economia, inclusive o comércio

do país será devastador. Trabalhadores de outras fábricas também correm risco de perder seus empregos, criando um efeito dominó em todo setor industrial, comercial e de serviços. Esta é uma situação de extrema

1.276

gravidade. É hora, portanto, da população se somar a esta luta em defesa do emprego e cobrar medidas dos governantes para barrar as demissões na Embraer. Esta luta é de todos!

15%

empregos

dos trabalhadores são

seriam criados se a

demitidos e substituídos

Embraer adotasse

por salários menores todos os

a jornada de 40h

anos, no setor aeronáutico

Rotatividade na Embraer gera tensão Todos os anos, a Embraer e outras empresas do setor aeronáutico demitem trabalhadores mais antigos (e que, por isso, têm salários mais altos) para contratar outros com salários menores.

Jornada menor e estabilidade evitariam demissões

Essa alta rotatividade mantém um clima de muita tensão dentro das fábricas. São constantes os relatos de metalúrgicos denunciando assédio da chefia, ameaçando que qualquer um

pode ser a ‘bola da vez’. Enquanto a Embraer coloca trabalhador na rua para economizar ‘migalhas’ na folha de pagamento, os acionistas da empresa continuam lucrando alto.

As demissões na Embraer podem ser evitadas. A redução da jornada de trabalho de 43h para 40h e a garantia de estabilidade impediriam os cortes e gerariam mais empregos. Porém, como a empresa só pensa em aumentar os lucros, prefere penalizar os trabalhadores e suas famílias. Se a Embraer adotasse nas fábricas do Brasil a jornada de 40 horas semanais, como é na maioria das grandes empresas, imediatamente seriam criados 1.276 empregos. Isso sem contar a geração de renda na economia do país e o impacto na cadeia produtiva do setor aeronáutico.

Cada demissão na Embraer

gera outras 11 na região

ASSINE AQUI!

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Sindicato dos Metalúrgicos

Não às demissões

Sindicato cobra dos governos medidas em defesa dos empregos na Embraer Como parte da Campanha em Defesa dos Empregos na Embraer, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos está cobrando dos governos medidas concretas contra as demissões. Não podemos aceitar que os governantes continuem fechando os olhos para esse grave problema que está prestes a atingir milhares de trabalhadores. A Embraer sempre foi beneficiada pelos governos com medidas que em nada ajudaram os trabalhadores. O que estamos vendo hoje é resultado dessa política de privilégios para os patrões. Uma Audiência Pública ocorrida

dia 26 de agosto na Câmara de São José dos Campos discutiu o tema. Demonstrando total descaso com os trabalhadores, nem representantes da Embraer nem vereadores compareceram ao debate. A audiência foi parte das diversas ações que o Sindicato dos Metalúrgicos está realizando em defesa do emprego. Entre elas está incluído o pedido de agendamento de reuniões com os governos federal, estadual e municipal para discutir medidas que barrem as demissões. Não vamos aceitar que o povo pague mais essa conta criada por empresários.

Em Audiência Pública na Câmara, Sindicato cobrou medidas contra os cortes na Embraer

Conquista dos metalúrgicos na Justiça impediu demissões imediatas A Embraer sempre se recusou a negociar qualquer medida com o Sindicato. Para ela, o caminho mais fácil é o da imposição. Desta vez, a empresa chamou todos os sindicatos para apresentar o PDV. O que mudou? É simples. Em 2009, uma decisão judicial proibiu que empresas façam demissão em massa sem antes negociar com o sindicato da categoria. Essa decisão foi uma conquista histórica do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, por ocasião da demissão de 4.200 trabalhadores da Embraer em 2009. A decisão ganhou força de lei e já impediu outras demissões em massa em todo país.

PARA DEFENDER O EMPREGO, O SINDICATO PROPÕE: Redução da jornada para 40h semanais Estabilidade no emprego Fim da desnacionalização

Mobilização dos trabalhadores, em 2009

Não fosse por esta decisão, os atuais cortes teriam sido realizados de forma sumária, ou seja, sem nem mesmo o PDV.

De qualquer forma, o Sindicato entende que o PDV na Embraer é demissão, e não concorda com esta medida.

da Embraer Reestatização da Embraer

Órgão informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de S. J. Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá - Rua Maurício Diamante, 65, São José dos Campos - CEP 12.209-570. Telefone (12) 3946.5333 - Fax: 3922.4775 site: www.sindmetalsjc.org.br - e-mail: comunicacao@sindmetalsjc.org.br. Responsabilidade: Diretoria do Sindicato. Edição: Shirley Rodrigues. Redação: Lucas Martins, Manuela Moraes e Tânia Campelo. Editoração eletrônica e ilustração: Bruno César Galvão. Fotolito e Impressão: Unisind.

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