SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO
AGOSTO DE 2014
www.sindmetalsjc.org.br
Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá
PRODUÇÃO DO NOVO CARRO
GM DEVE 2.500 EMPREGOS PARA SÃO JOSÉ Há um ano, a General Motors assinou um acordo com os trabalhadores em que se comprometia a trazer para São José dos Campos a produção de um novo modelo de carro. Essa medida iria gerar 2.500 empregos diretos e outros milhares indiretos. O tempo passou e, até agora, a GM não cumpriu sua palavra. Para garantir que a montadora traga para a cidade o investimento de R$ 2,5 bilhões, toda a população precisa cobrar da GM e do poder público a garantia de empregos na cidade. A GM já recebeu todo tipo de incentivos e está na hora de fazer a sua parte. Pág. 4
Não ao lay-off e às demissões. estabilidade, já! A ganância da GM não tem limites. Assim como todas as montadoras, a GM está recebendo bilhões em incentivos fiscais concedidos pelo governo. Mesmo assim, essas empresas já fecharam 9,7 mil postos de trabalho, entre 2011 e 2014. E a GM quer demitir ainda mais. Não podemos permitir essa afronta contra nossa cidade. A população precisa se somar à luta dos metalúrgicos e impedir que pais e mães de família percam seus empregos. Pág. 2
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NÃO AO LAY-OFF E ÀS DEMISSÕES. T
Montadoras receb governo e demitem 9
É isso mesmo que você leu: as fabricantes de veículos serão beneficiadas com R$ 11 bilhões em incentivos fiscais, considerando o período de 2012 até o final de 2014. Esse dinheiro refere-se ao que o governo federal deixará de arrecadar por causa da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre veículos. Mas não pense que, com tantos incentivos, as montadoras contrataram mais trabalhadores. Muito pelo contrário. Em todo o país, essas empresas estão realizando demissões em massa. Entre 2012 e 2014, já foram fechados 9.700 postos de trabalho. Os cortes estão acontecendo em praticamente todas as montadoras instaladas no país: Fiat, Ford, Volkswagen, Peugeot, General Motors, Iveco, Merce-
des-Benz, entre outras. No caso da GM, já foram realizadas centenas de demissões nas fábricas de Gravataí e São Caetano. Em São José dos Campos, a GM já anunciou que pretende suspender o contrato de uma parte dos trabalhadores. É o chamado lay-off. O Sindicato é contra, porque, na última vez que a GM adotou esse sistema, foram demitidos 598 funcionários. Por isso, a cidade não pode ficar calada, esperando que a montadora mais uma vez coloque na rua centenas de pais e mães de família. Vamos todos cobrar do governo federal e da própria GM a garantia de estabilidade no emprego para todos os trabalhadores. Empresa que recebe dinheiro público não pode demitir!
Com R$ 11 bilhões, poderiam ser construídos
330 hospitais POS
TO D E
SAÚ DE
defender os trabalhadores da gm é defender a cidade Mais uma vez, a população de São José dos Campos vive um clima de tensão por causa dos planos da General Motors em demitir pais e mães de família. Todos ainda se lembram dos cortes de 31 de dezembro de 2013. Na época, 687 trabalhadores perderam seus empregos. Uma nova demissão em massa na GM afetaria toda a cidade, desde os pequenos comércios até as grandes indústrias. O Sindicato dos Metalúrgicos tem feito todos os esforços para impedir
novos cortes, propondo, inclusive, redução da jornada para 36 horas semanais. Mas, a GM não aceitou. Essa postura da montadora não se justifica. O único argumento para o lay-off é a ganância da GM, que quer garantir suas altas taxas de lucros. A previsão de faturamento para a fábrica de São José dos Campos este ano é de R$ 9 bilhões. Por isso, já colocamos na rua uma Campanha em Defesa do Emprego, convocando toda a população a se somar à luta dos metalúrgicos. Esta luta é de todos nós!
Uma eventual demissão em massa teria reflexos em toda a cidade
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TODOS EM DEFESA DOS EMPREGOS
bem R$ 11 bilhões do 9,7 mil trabalhadores DILMA PODE evitar demissões e garantir estabilidade O Sindicato dos Metalúrgicos já alertou a presidente Dilma, repetidas vezes, sobre a necessidade de se assinar uma medida provisória garantindo estabilidade no emprego para trabalhadores de empresas que recebem incentivos fiscais. Como presidente, ela tem esse poder. Mas Dilma nada fez, além de discursos. Em 2012, ela chegou a dizer em público que essas empresas não poderiam demitir. As montadoras demitiram e, mesmo assim, não foram punidas. No dia 1º de julho deste ano, quan-
doras As monta m para mandara r o exterio
s 27 bilhõe de reais
o Central
ndo o Banc
, segu Desde 2011
do anunciou a prorrogação do IPI reduzido, o ministro da Fazenda disse que as montadoras teriam de manter o nível de emprego. Mas, de novo, as montadoras estão agindo como bem entendem. “O Sindicato já enviou um pedido de reunião para a presidente, mas, até agora, não houve resposta. Isso mostra que, mais uma vez, o governo vai lavar as mãos e virar as costas para os trabalhadores”, afirma o diretor licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos Luiz Carlos Prates, o Mancha.
Mancha alerta para a omissão do governo em caso de demissão
BRASIL TEM OS CARROS MAIS CAROS DO MUNDO CRUZE (Chevrolet) Brasil - R$ 65.856 EUA - R$ 40.929
NEW FIESTA (Ford) Brasil - R$ 44.700 EUA - R$ 32.720
COROLLA (Toyota) Brasil - R$ 62.800 EUA - R$ 32.600
PAÍS PRECISA TER UMA MONTADORA NACIONAL Brasil tem o quarto maior mercado do mundo, é o sétimo em produção e não tem uma montadora nacional
É hora de unir forças em defesa dos trabalhadores A atual situação enfrentada pelos trabalhadores da GM tem uma dura explicação. Nos últimos anos, a maioria dos sindicatos vem recorrendo à prática de abrir mão de direitos históricos, sem lutar pela classe trabalhadora. Já o Sindicato dos Metalúrgicos, filiado à central sindical CSPConlutas, sempre defendeu a organização dos trabalhadores e a luta por direitos para enfrentar os ataques patronais.
Por isso, queremos fazer um chamado a todas as centrais sindicais para reverter esse quadro. Os sindicatos da CUT, Força Sindical e CTB não podem ficar calados, enquanto milhares de trabalhadores estão sendo demitidos em suas bases sindicais. Chamamos essas centrais sindicais a romperem com os patrões e governo e mobilizarem os trabalhadores, unindo-se aos metalúrgicos de São José dos Campos para esta
campanha nacional em defesa da estabilidade no emprego. Não podemos aceitar que as montadoras continuem impondo condições desfavoráveis aos trabalhadores para fazer investimentos. Temos de unir nossas forças para defender medidas concretas, que levem ao fim dessa política de retirada de direitos e demissões. Como legítimos representantes da classe trabalhadora, vamos levantar essa bandeira.
Nossas reivindicações Por um Contrato Coletivo Nacional, com salários e direitos iguais Estabilidade no emprego e proibição de demissões imotivadas Proibição de demissão nas empresas que recebem incentivos fiscais Proibição da remessa de lucros para o exterior. Investimentos 100% no Brasil Pela nacionalização das empresas que demitirem em massa! Pela produção do primeiro carro nacional
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Produção do novo carro
Há um ano, gm DEVE investimentos E 2.500 EMPREGOS PaRA SÃO JOSÉ O Sindicato dos Metalúrgicos assinou, no ano passado, dois acordos com a GM para a vinda de investimentos para São José dos Campos. O maior deles representa um total de R$ 2,5 bilhões. O Sindicato negociou com a direção da montadora uma série de condições para possibilitar a instalação de uma nova fábrica da GM na cidade. Aprovado em julho de 2013 pelos metalúrgicos, o acordo prevê a criação de 2.500 empregos diretos e outros milhares indiretos. Além disso, a GM recebeu uma série de benefícios da Prefeitura, que se comprometeu em ceder um terreno gigantesco para a construção do complexo. Acontece que, apesar de ter conseguido quase tudo o que queria, um ano depois a GM ainda não confirmou os investimentos e os empregos. A população precisa se somar à luta dos metalúrgicos para
cobrar da presidente Dilma, do prefeito Carlinhos Almeida e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que exijam a vinda dos investimentos. Uma luta de todos Na verdade, esta é uma luta de toda a cidade, porque é do bolso da população que sairão os incentivos concedidos à GM. O mínimo que a empresa tem de fazer agora é assumir sua responsabilidade junto ao povo de São José dos Campos e concretizar a instalação da nova fábrica, gerando os empregos prometidos.
A GM prometeu
R$ 2,5 bilhões Mas ainda não cumpriu
Em audiência pública na Câmara, no ano passado, o presidente do Sindicato, o Macapá, cobrou investimentos. O diretor da GM, Luiz Moan, fez promessa, mas não cumpriu. O prefeito e vereadores defenderam a montadora
Acordos foram resultado de muita negociação entre sindicato e gm Sindicato fez exaustivas negociações com a GM até chegar aos acordos (trechos ao lado). Um deles, assinado em julho de 2013, prevê R$ 2,5 bilhões. O outro, assinado em janeiro daquele ano, é de R$ 500 milhões.
agora, prefeito e vereadores ficam calados
O ex-presidente do Sindicato, Toninho Ferreira, cobra atitude do poder público
O prefeito Carlinhos Almeida (PT) e os vereadores de São José dos Campos ainda não fizeram absolutamente nada em defesa do emprego dos trabalhadores da GM. Mas isso não é exatamente uma surpresa. No ano passado, a Câmara Municipal distribuiu uma carta aberta defendendo a GM. Na carta, a Câmara afirmava que a montadora traria investimentos para a cidade e abriria novos postos de trabalho.
Bastava que o Sindicato assinasse um acordo. Um ano se passou, o Sindicato assinou o acordo, mas os investimentos não vieram. E, ainda por cima, há novo risco de demissão em massa. “Está na hora dos governantes saírem do conforto de seus gabinetes e se somarem à luta em defesa do emprego”, afirma o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Toninho Ferreira.