Homem e Sociedade
* Eduardo Alves
Análise crítica do plano diretor da reforma do aparelho do Estado
Introdução Ao analisar criticamente a publicação do Extinto MARE (Ministério da Administração e Reforma do Estado) Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado - pretendemos oferecer uma leitura com base em uma perspectiva marxista. Nesse sentido, demonstraremos o quanto tais teorias sustentam-se nas bases teóricas da literatura comprometida com o capital e desnudar as idéias que têm como fundamento a ampliação do lucro e da exploração. Como conseqüência, sugerimos algumas alternativas de ação para a classe trabalhadora (principalmente o setor dos servidores) que consideramos coerente com a concepção que expressamos. 106 - Ano XI, Nº 26, fevereiro de 2002
O texto, portanto, dedica-se em situar a análise sem restringi-la à critica da publicação do MARE. Ao contrário, temos, como ponto de partida, a realidade. Não são as críticas que transformam o mundo real, mas sim a prática, ou seja, a ação coletiva, consciente e organizada da principal classe explorada no sistema capitalista: os trabalhadores. Buscamos então deixar isso claro, tentando combinar a análise do texto ao momento político no qual vivemos. Por isso, optamos por uma organização que pressupõe o desenvolvimento mínimo de seis subtítulos (sem contar com a introdução e a bibliografia básica), entre os quais, o último - “Sugestão de Alternativas para os Trabalhadores” - assume a responsabilidade de indicar caminhos mínimos e
fundamentais para a luta dos trabalhadores (principalmente o setor dos servidores) na implementação do neoliberalismo no Brasil. Esperamos, assim, estar contribuindo com a reflexão crítica coletiva, com a produção de conhecimento comprometido com a luta contra o capital e com o avanço dos setores explorados. A crise da crise do Estado O texto do antigo extinto MARE (Ministério da Administração e Reforma do Estado) intitulado Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, no prefácio assinado por FHC, inicia dizendo que “a crise brasileira da última década foi também uma crise de Estado”. Ou seja, para o Presidente da República, os governos passados desUNIVERSIDADE E SOCIEDADE