Fotos: Arquivo Andes-SN
A greve e os limites da institucionalidade
Avaliação da greve de 2001, das IFES, pelo CNG* Histórico Uma avaliação do movimento da greve que ora se encerra deve levar em conta a conturbada conjuntura nacional e internacional em que ela se desenvolveu. Nas dezenas de avaliações de conjuntura que o CNG/ANDES-SN enviou em seus Comunicados, tratou-se de caracterizar o quadro da crise estrutural capitalista e de suas manifestações mais recentes, na periferia do sistema - como no caso da crise Argentina - ou mesmo no seu centro dinâmico - a economia norte-americana. Tratou-se também do peso dos ataques aos símbolos do capital financeiro e do poderio militar dos EUA, em 11/09/01. Os efeitos perversos da reação americana, com a guerra no
UNIVERSIDADE E SOCIEDADE
Afeganistão e o generalizado esforço de cerceamento dos direitos civis e repressão aos movimentos sociais contrários à ordem também foram objeto de nossas avaliações. No Brasil, o quadro de desgaste político do governo FHC, acompanhado de seu esforço derradeiro para aprovar uma nova etapa de reformas ainda mais radical na quebra dos direitos dos trabalhadores - como no caso da precarização da CLT - forneceram uma moldura importante para as análises de conjuntura do Comando. Se, por um lado, seria imprudente tentar, em espaço curto, reproduzir a riqueza de tais avaliações, que facilitaram ao Movimento posicionar-se em cada etapa da greve; por outro, uma greve de mais de cem dias possui sua
própria história, e esta foi recuperada em diversas das análises que buscaram compreender as razões de um início de greve tão forte, da adesão generalizada ao movimento, da resistência aos mais duros ataques impostos pelo governo, das mudanças táticas do movimento, acompanhadas de coerência de princípios, dos limites de cada fase da conjuntura, bem como de nossos avanços parciais. Haverá espaços mais adequados para uma recuperação ainda mais detalhada da trajetória da greve, elemento essencial para uma qualificação adequada de um movimento indiscutivelmente histórico. Este, porém, é o momento do balanço. Ou, de um primeiro esforço de balanço que possa dar ensejo a avaliações mais aprofundadas, nas bases e nas instâncias deliberativas do SinAno XI, Nº 26, fevereiro de 2002 - 37