Revista Voz da Igreja Novembro 2018

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Revista

VOZ DA IGREJA ANO XV - EDIÇÃO 188 - novembro DE 2018

ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

Impresso Especial

"ESTE POBRE GRITA E O SENHOR O ESCUTA"

36000135947 - DP/PR ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

CORREIOS

(SL 34,7)

Inspirados na II Jornada Mundial dos Pobres, somos chamados a encontrar-nos com as diversas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs. Pág. 11 a 15

Dízimo na Caridade

Beatificação de Madre Clélia

Caminhando 32

"Descobri a realidade dos mais necessitados e o resultado prático do dízimo". Confira testemunho. Pág. 19

No mês de sua beatificação, saiba mais sobre Madre Clélia Merloni e a Juventude. Pág.5

Novo material de apoio para todos os pequenos grupos é lançado. Pág. 21


Agenda Mensal dos Bispos Novembro/2018

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial A edição de novembro da revista Voz da Igreja optou por destacar, em sua capa, a opção preferencial da Igreja pelos pobres, visto que neste mês celebraremos no mundo o Dia Mundial dos Pobres. Destaca o nosso arcebispo no artigo deste mês que a mensagem do Papa ultrapassa a questão da caridade, pois é preciso superar a indiferença frente aqueles que são excluídos. Assim, além de uma mensagem sobre a importância desa opção preferencial, nossa Dimensão Social destaca a ação forte e integrada de nossas Pastorais Sociais, capazes de efetivar a solicitude da Igreja diante de situações reais de marginalização. O tema também é apresentado no testemunho do Dízimo em sua dimensão Caritativa. No mês em que celebramos o dia de finados, também apresentamos reflexão sobre superação do luto. Apresentamos como a juventude tem relação com Madre Clélia, beatificada no dia 3 deste mês. Lançamos as novidades de nossas comissões e pastorais, com reflexões sobre como foram ações realizada no mês missionário em nossa Arquidiocese. Em especial, neste mês estamos destacando o lançamento do Caminhando 32, subsídio para as pequenas comunidades de fé, e também as produções de nossa editora arquidiocesana - o Álbum Catequético-Litúrgico e a agenda 2019. A todos, ótima leitura.

Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR) Bárbara Moraes: (41) 2105-6342 barbaramm@mitradecuritiba.org.br

Imprensa: Téo Travagin - 5531 (DRT-PR) comunicacao@mitradecuritiba.org.br Fones / Fax: (41) 2105-6343 E-mail: comunicacao@amitradecuritiba.org.br Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Capa/Fotos: Bárbara Moraes | Revisão Teológica: Centro de Pastoral | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 • Reunião do Conselho Arquidiocesano de Pastoral, na Cúria 02 • Missa no Cemitério Municipal 02 e • Reunião da Comissão da Juventude do 03 Regional Sul II, na Casa de Retiros do Mossunguê 03 • Palestra no Retiro do Movimento de Irmãos 04 • Missa na Paróquia Nossa Senhora da Cabeça 06 • Expediente na Cúria 08 • Crisma na Paróquia São José Operário, no Alto Boqueirão 09 • Investidura dos MESCES do Setor Orleans, na Paróquia São João Batista 10 • Missa no Encontro da Juventude do Cursilho, na Casa de Cursilhos • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação 11 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação, na Capela Nossa Senhora da Esperança • Crisma na Paróquia São José Operário, no Alto Boqueirão 13 • Reunião da APAC 14 • Investidura dos MESCES do Setor Rebouças, na Paróquia Nossa Senhora do Rocio 15 • Missa da Padroeira na Paróquia Nossa Senhora do Rocio

16 • Missa de Abertura do Congresso Misericórdia, Santuário da Divina Misericórdia 17 • Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, no Portão 18 • Missa na Capela Nossa Senhora do Rocio, no Miqueleto 20 • Expediente na Cúria • Missa e Novena na Capela Nossa Senhora das Graças, nas Mercês 22 • Crisma na Capelania da Aeronáutica 23 • Investidura dos MESCES do Setor Capão Raso, no Santuário São José 24 • Assessoria para a Assembleia Arquidiocesana, em Cascavel - PR 25 • Missa na Capela Maria Imaculada, em Colombo • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Seminário 26 • Encontro de Espiritualidade com o Clero da Região Episcopal Sul, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê • Missa na Comunidade Santa Cruz 27 • Missa de Ação de Graças do Setor Boqueirão, na Paróquia Nossa Senhora das Vitórias 28 • Expediente na Cúria 30 • Reunião dos Formadores, no Seminário Bom Pastor • Investidura dos MESCES do Setor Centro, na Igreja da Ordem

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Fale Conosco ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

01 • Expediente na Cúria 13 • Reunião da APAC • Reunião do Conselho Arquidiocesano de • Gravação do Programa Conhecendo a Pastoral, na Cúria Palavra, na TV Evangelizar 02 • Missa no Cemitério da Água Verde 14 a • 4ª Semana Brasileira de Catequese, em 03 • Atividade Catequética, na Paróquia 18 Indaiatuba – SP 20 a • Reunião do Conselho Permanente da Senhor Bom Jesus, no Portão 22 CNBB, em Brasília - DF • Ordenação Diaconal na Paróquia 23 e • Assembleia do Povo de Deus, em Menino Deus 04 • Missa de Encerramento do Retiro dos 24 Aparecida – SP 25 • Ordenação Diaconal Permanente no Educadores, na Casa de Retiros Santo André Santuário da Divina Misericórdia 05 • Gravação do Programa Leitura Orante, 26 • Encontro de Espiritualidade com o Clero na TV Evangelizar da Região Episcopal Sul, na Casa de • Visita no Seminário Bom Pastor Retiros Nossa Senhora do Mossunguê 06 • Expediente na Cúria • Missa na Novena à Nossa Senhora das 07 • Reunião da Pastoral da Pessoa Idosa, Graças, na Capela da Medalha Milagrosa 27 • Gravação do Programa Conhecendo a na sede • Visita no Seminário São José Palavra, na TV Evangelizar 08 • Reunião do Setor Campo Largo, 28 • Reunião com os Capelões de Hospitais Paróquia Nossa Senhora Aparecida • Ordenação Diaconal Permanente • Crisma na Paróquia Nossa Senhora na Paróquia Menino Jesus, em Porto Aparecida, em Campo Largo Amazonas 09 • Aulas no Studium Theologicum 29 • Aula no Seminário Rainha dos Apóstolos 10 • Missa no IDE, no Seminário Bom Pastor • Expediente na Cúria • Crismas na Paróquia Nossa Senhora da • Visita no Seminário Propedêutico 30 • Reunião dos Formadores, no Conceição, em Almirante Tamandaré 11 • Aula no IAFFE, na PUCPR Seminário Bom Pastor 12 • Gravação do Programa Leitura Orante, na TV Evangelizar

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2018

01 • Reunião do Conselho Arquidiocesano de 15 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Pastoral, na Cúria Rosário, em Colombo 16 • Investidura dos MESCES do Setor 02 • Missa no Cemitério Municipal Pinhais, na Paróquia Nossa Senhora da 04 • Missa na Paróquia Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças Boa Esperança 18 • XXI Seminário Arquidiocesano 06 • Expediente na Região Episcopal Norte, na Paróquia Santa Cândida do Dízimo, na Casa de Retiros do Mossunguê 07 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Campo Largo 20 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Colombo 08 • Missa e Novena na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em Pinhais 21 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Colombo 09 • Missa com os Colaboradores da Cúria • Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, 22 • Investidura dos MESCES do setor Cajuru, no Cabral na Paróquia São Benedito 23 • Crisma do Colégio Medianeira, na 10 • Encontro dos Agentes da Pastoral da Saúde do Regional Sul II Paróquia Imaculada Conceição • Missa e Novena no Santuário Nossa 24 • Missa de Abertura do Encontro das Senhora do Rocio, em Paranaguá - PR Novas Comunidades, no Santuário Nossa Senhora do Equilíbrio 11 • Missa de Abertura da Semana da Solidariedade, na Catedral • Crisma na Paróquia São Grato • Missa do Padroeiro na Paróquia São 25 • Crisma na Paróquia São Benedito e Carlos Borromeu Abertura da Visita Pastoral • Crismas na Paróquia Nossa Senhora da 25 a • Visita Pastoral na Paróquia Saúde, na Colônia Faria 29 São Benedito 30 • Reunião dos Formadores, no Seminário 13 • Reunião da APAC • Missa com as Irmãs Scalabrinianas, no Bom Pastor Jardim das Américas • Missa de Ação de Graças do ECC 14 • Palestra para o Grupo de Mães dos Arquidiocesano, na Paróquia São José Sacerdotes, no Cenáculo Arquidiocesano das Vilas Oficinas


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Jornada Mundial do Pobre No próximo dia 18 de novembro transcorrerá o Dia

Deixemos que o evangelista Lucas nos ajude a

Mundial dos Pobres e no Brasil, durante a semana,

compreender. É exclusividade dele a parábola do

será celebrada a Jornada Mundial dos Pobres. Para

homem rico e do pobre Lázaro. Por razões de espaço,

muitas situações humanas instituíram-se “jornadas”.

detenhamo-nos apenas nos primeiros versículos (Lc

Parece até que se tornaram lugares comuns: dia da

16,19-21): “Havia um homem rico, que se vestia com

consciência negra, dia mundial de combate à esta

roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas

ou aquela discriminação, dia mundial de combate ao

todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de

tabagismo... São “dias” que se enumeram. Na realidade,

feridas... ficava sentado no chão junto à porta do rico...”

são questões candentes, que tocam em feridas

Não é preciso que nos estendamos. Sabemos como a

dolorosas das nossas sociedades. São datas orientadas

parábola terminou. Mas uma primeira observação a

a chamar a atenção para dramas humanos, em muitos

atinar parte já do nome. “Lázaro”, na origem hebraica

casos são “realidades construídas”, resultantes de

quer dizer “Deus o socorreu”. E é o único personagem

contradições que a humanidade criou para si mesma.

das parábolas que tem nome diante de Deus. Trata-se de uma pessoa pobre.

Quando se fala dos pobres e da pobreza, as causas são quase tão numerosas quanto os dialetos. Por outro

Continuemos. O evangelista não informa se Lázaro

lado, a Jornada Mundial dos Pobres não pretende se

era um sujeito bom. Se tinha méritos. Talvez não

lançar em busca da solução de problemas milenares.

fosse tão bom. Tampouco se sabe se era um indivíduo

Mais do que tudo, o Papa Francisco pretende despertar

confiável. Simplesmente era pobre. Cheio de feridas.

os cristãos para um sério exame de consciência em que

Igualmente, não há nenhuma informação que aponte

nos avaliemos se realmente fomos capazes de escutar

para a “maldade” do rico. Talvez fosse até um homem

os pobres. Ele nos recomenda o silêncio que escuta.

honrado. Mas então, o que há de problemático? O texto

Assim poderemos ouvir a voz de quem clama. Em um

aponta: ele vivia, todos os dias, para seus banquetes

tempo em que muito se fala, muito se ofende e muito

e vestes em púrpura. Sua vida era inteiramente

se odeia, os primeiros a sentir os golpes mais cortantes

direcionada a si mesmo. O egocentrismo embrutecia

são os fracos. E sabemos todos que a falta de justiça,

a sensibilidade. Seu erro, grave erro, foi ignorar a dor

de reconciliação de paz sempre marginaliza.

do pobre. A dor e as feridas daquele marginalizado não lhe doíam. A indiferença parecia ter se tornado

Não se trata de falar dos pobres apenas como uma

habitual. O outro pouco lhe interpelava.

categoria sociológica. Paulo VI, agora santo, salientava que os grandes motivos para a aproximação aos pobres

A referida indiferença fora um dos traços daquele rico.

são de natureza antropológica e evangélica. Nas

Mas ela pode nos alcançar e nos golpear, até mesmo

mesmas trilhas segue Francisco. Vale aqui recordar um

sem que tenhamos acumulado riquezas. Daí a palavra

pensamento do sábio russo Nicolai Berdiaef: “Se tenho

de Francisco em destacar o valor da escuta. Ensina

fome, o meu problema é material. Mas se meu irmão

ele que necessitamos de silêncio para reconhecer a

tem fome, então o meu problema é espiritual”. Claro,

voz de quem é pobre. Se falamos demais, se temos

na realidade concreta da história, à problemática da

muitas soluções, mas pouco os ouvirmos, até mesmo

pobreza não se responde apenas com reflexões. A

as boas iniciativas em seu favor podem aliviar mais a

demanda alcança todas as instituições e autoridades.

nós mesmos do que a eles. Para doar alguma coisa que

Mas há algo de profundamente evangelizador na

nos sobra nem é preciso amar, não é preciso de olhos e

proposição de Francisco. A atenção com eles nos

ouvidos. A solidariedade que não supera a indiferença

aproxima dos sentimentos do próprio Deus.

é sempre ambígua.

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

NOVEMBRO - ORAÇÃO PELOS MORTOS Novembro começa com a Festa de Todos os Santos, um dos nove dias santos de preceito da Igreja Católica. No Brasil, no ano que não é domingo, 1º de novembro, a festa foi transferida para o domingo seguinte. Mas para o povo católico, o dia mais importante por razões de saudades, preces e emoções é dos Mortos. No dia de Finados, em todas as igrejas e capelas, a Igreja concede a Indulgência Plenária aplicável a um defunto, com a condição da confissão sacramental, a comunhão eucarística e uma oração pelo Papa, que pode ser um Pai Nosso, uma Ave Maria, um Creio ou outra qualquer.

“Felizes os que morrem no Senhor”. (Ap. 14,13). Confortadoras são as palavras do Evangelho de São João: “ Que o vosso coração não se perturbe. Na casa de meu Pai são muitas as moradas, do contrário eu vos teria dito. Porque eu vou para preparar o lugar. Voltarei para tormar-vos comigo, a fim de que lá onde eu estou, vós estejais comigo”.(Jo. 14, 1-4). Quem vai com Ele? Quem o segue, porque Ele é o “Caminho, a Verdade e a Vida”. (Jo. 14, 6). Não tenhamos medo da morte. Sigamos Cristo em tudo.

A Indulgência Plenária é concedida a quem já está no Purgatório, onde deve permanecer por pecados graves já perdoados no Sacramento da Confissão ou por pecados leves, não mortais, cometidos na vida. Concede-se esta Indulgência Plenária, aplicável a um defunto, quem visita um cemitério do dia 1º de novembro até o oitavo dia, nas mesmas condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e uma oração pelas intenções do Papa. Hoje, com a cremação, muitos não vão mais aos cemitérios. A Santa Sé determinou que as cinzas dos Cremados sejam sepultadas num cemitério ou numa igreja com lóculos para isso. Em Curitiba, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Tarumã, Monsenhor Estanislau Polakowski construiu três mil lóculos para receber os restos mortais e as cinzas dos Cremados. Judas Macabeu, príncipe de Israel fez uma coleta e mandou doze mil moedas de prata a Jerusalém a fim de que oferecessem um sacrifício pelos pecados dos mortos, dizendo: “É pois um santo e salutar pensamento rezar pelos Mortos para que sejam livres de seus pecados” (2 Mc 12, 43 – 46).

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Lembro dois mortos queridos. Dom Dirceu Vegini, Bispo de Foz do Iguaçu. Nascido em Massaranduba, Santa Catarina, a 14 de abril de 1952, ordenado sacerdote, a 11 de janeiro de 1984, pertencia a Diocese de Apucarana. A 15 de março de 2006, foi nomeado Bispo Auxiliar de Curitiba. Foi um bom Bispo Auxiliar numa das periferias de Curitiba, com Visitas Pastorais. A 20 de outubro de 2010, foi transferido para Foz de Iguaçu, morrendo a 29 de setembro deste ano, 66 anos. Outro morto é Monsenhor Diniz Mikosz, nascido a 19 de setembro de 1935. Foi seminarista do Seminário S. José, Curitiba, do Seminário Central da Imaculada Conceição do Ipiranga, S. Paulo, onde cursou a Filosofia e fez o curso de Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Ordenou-se a 19 de dezembro de 1959, em Roma. Exerceu o Ministério, como sábio Professor de Filosofia, sendo seus alunos sacerdotes de Curitiba, de Maringá, de outras Dioceses e Religiosos.


IR. JULIANA ZORZANELLO Pastoral Escolar – Colégio Imaculada Conceição

Juventude

Bem Aventurada Clélia Merloni “O jovem tem algo de profeta. Deve estar ciente de ter as asas de um profeta, a atitude de um profeta e a capacidade de profetizar.”

Jovens são profetas com asas! Assim escreveu Francisco em seu livro Deus é jovem. O Papa declara que jovens profetas podem chegar longe, voar alto, ver a realidade de forma intensa. São profetas com asas aqueles que olham a vida ao seu redor e anunciam as maravilhas do Senhor, mas sabem também denunciar onde o Reino não está crescendo, ali aterrizam, pondo-se a semear, a edificar. Na juventude a coragem de abrir as asas e alçar vôos costuma ser maior. Não foi diferente com a jovem Clélia Merloni. Clélia tinha diante de si o conforto de um lar feito ninho, de seguranças estabelecidas, de um futuro sem preocupações. Poderia ter permanecido ali, aproveitando sua vida. Mas para ela isso era impossível, Clélia tinha asas! Olhou para o mundo e decidiu voar. Seu destino? O coração do ser humano. Seu anúncio? O amor do Coração de Deus. Madre Clélia nos indica caminhos. A uma jovem estudante ela diz: “Procure a ciência verdadeira, sacie-se na sua fonte que é Deus. Tudo que é verdadeiro, bom e belo vem de Deus (...) e quem O reconhece em todas as coisas, aproveita de tudo para elevar-se até esse centro de felicidade.” No tempo do relativo, Clélia nos diz que só o Absoluto pode saciar os corações que não contentam-se com pouco, aos corações juvenis sedentos, ela diz: A fonte é Deus, Ele, e só ele, sacia nossa sede. Clélia não se conformou com as futilidades de uma vida de aparências, e hoje ela pode perguntar a cada jovem: Quer encontrar o centro da Felicidade? Já sabe qual é a Fonte, encontrando-a, beba de sua água, sacie-se! Abra então as suas asas de profeta e voe para anunciar com palavras e com a vida: “O Coração do nosso Deus é uma fornalha ardente de amor”, uma casa de portas abertas, onde pode-se entrar, e se desejar, ali permanecer.

No dia 03 de novembro, na Basílica São João de Latrão, às 11 horas, Roma, acontece a Missa de Beatificação de Madre Clélia Merloni, fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração (IASCJ). Ainda neste mês, é celebrado seu aniversário de morte, no dia 21 de novembro.

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Juventude

Conheça a PJC – Pastoral Juvenil Cleliana

“Levai a todos um raio da ternura do Coração de Jesus” (Madre Clélia)

Ser sinal do amor do Coração de Jesus foi o legado deixado por Clélia. A PJC – Pastoral Juvenil Cleliana participa desta missão. Desde que o Carisma de Clélia nasceu na Igreja existiram jovens partilhando dele, mas com esta nomeclatura - PJC- tem sua origem em 2011 juntamente com o SAGRADO Rede de Educação. Esta expressão juvenil vivencia o discipulado do Mestre, nos passos de Clélia Merloni. A missão da PJC é tornar o Coração de Jesus conhecido e amado. Para que isso aconteça o adolescente ou jovem precisa ter o seu encontro com o Cristo, Vivo e Ressuscitado. Assim se dá a primeira dimensão da espiritualidade da PJC: reconhecer o amor de Jesus por nós e descobri-lo como amigo e companheiro no caminho. A consequência do encontro é ser discípulo missionário! Quem entrou no Coração de Jesus, sai com Ele para anunciar que segui-lo vale a pena. Seu amor dá sentido a nossa vida e nos ensina a amar nossos irmãos(ãs).

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Saiba mais sobre Madre Clélia Merloni, beatificada neste mês de novembro Em 1894, Clélia Cleópatra Maria Merloni, uma jovem italiana com profundo amor pelo Coração de Jesus, fundou o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, uma Congregação com a missão de amar este Coração e de torná-lo cada dia mais conhecido por meio da evangelização e da caridade. No dia 3 de novembro de 2018, 124 anos depois, Madre Clélia é beatificada na Celebração Eucarística presidida pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Sua Eminência o Cardeal Ângelo Becciu, na Basílica São João de Latrão, em Roma. O milagre do processo de beatificação aconteceu no Brasil - em 1951, em Ribeirão Preto, São Paulo, e foi reconhecido pelo Papa Francisco em janeiro deste ano.

O Instituto em Curitiba Em Curitiba, as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus buscaram durante os últimos meses levar às paróquias a mensagem de santidade de Madre Clélia Merloni e falar sobre a Beatificação da Fundadora.

Fundado em 1894, o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus chegou ao Brasil em 1900, apenas seis anos depois. A primeira fundação no país foi na cidade de São Paulo e a segunda em Curitiba. Elas vieram ao Brasil para trabalhar na educação e catequese com os imigrantes italianos que aqui chegavam e se instalaram no bairro de Santa Felicidade. Atualmente, são 82 irmãs que exercem a missão em Curitiba, sendo que a comunidade das anciãs e enfermas participa da missão como Apóstolas adoradoras. Todas as demais atuam na direção de quatro Unidades Educacionais do SAGRADO – Rede de Educação. Também estão presentes no Hospital Pequeno Príncipe, no Centro de Assistência Social Divina Misericórdia e também atuam na catequese e em diversas outras pastorais e movimentos nas paróquias, como a Pastoral do Migrante.

Sobre a vida de Madre Clélia Clélia Merloni era a única filha de uma família rica e perdeu a mãe aos três anos de idade. Seu pai desejava que ela casasse e desse continuidade à família e aos negócios, mas ela sentia que sua vida tinha que seguir outro rumo. Passou por diversas congregações, mas não se encontrava: a jovem Clélia sentia o Chamado para fundar a Congregação dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Clélia tinha saúde frágil e contraiu tuberculose, quando fez uma novena a Nossa Senhora das Dores e foi milagrosamente curada. A partir desse momento, ela teve confirmado o seu Chamado para ser fundadora de uma nova Obra. Ao longo de sua caminhada, foi duramente perseguida, traída e humilhada, mas nunca guardou rancor ou acusou seus malfeitores, perdoando aqueles que haviam sido a causa do sofrimento. Morreu em Roma em 21 de novembro de 1930. Seu corpo foi sepultado no cemitério Campo Verano. Em 1945 foi exumado, encontrado intacto e colocado na capela da Casa Geral.

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessora Eclesiástica: Ir. Valéria Andrade. Secretário: Patryck Madeira. E-mail: juventude@mitradecuritiba.org.br / Telefone: 2105-6364

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ROSANGELA CAVALHEIRO Catequista na Paróquia Santa Cândida

Catequese

A presença do laicato na catequese Os Cristãos leigos e leigas receberam, pelo Batismo e pela Crisma, a graça de serem Igreja, a graça de serem sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14) Essa passagem do Evangelista Mateus retrata exatamente o que sempre sonhei, em ser sal e luz para o mundo. Há 34 anos sou catequista e posso afirmar que ser catequista dentro da Igreja católica é vida! Com esse entusiasmo trabalhamos com a catequese em nossa comunidade, motivando nossos catequizandos a serem sal e luz. Desenvolvemos várias atividades, dentre elas a Feira Catequética, que fazemos anualmente, motivando cada etapa a trabalhar um tema. Nesse ano, a 4ª etapa explanou maravilhosamente bem sobre o Ano do Laicato, no qual envolvemos todas as famílias a prestigiarem o evento. Minha maior alegria é ver os catequizandos envolvidos em pastorais, vivendo o que nós ensinamos. Esse ano, após a Crisma, foram vários catequizandos pedindo para ser catequistas e assim, continuar demonstrando o amor de Deus para outras pessoas.

Nós, leigos, temos que ter a consciência da nossa importância dentro da igreja, das vidas que são influenciadas com a nossa doação. Temos que nos manter atualizados sobre tudo que se passa com a nossa Igreja. Devemos conhecer os documentos da Igreja, transmitir as mensagens dos papas e em especial do maravilhoso Papa Francisco, que trago como referência em minhas ações pastorais. Enfim, estar na Igreja é querer nada em troca senão o Amor de Deus. É querer encontrar a felicidade em coisas simples e buscar uma vida plena, pautada no que nosso Mestre nos deixou como ensinamento: sejamos sal da terra e luz do mundo!

Fotos: catequista Rosangela

Gosto de ser ousada e adoro desafios. Muitas vezes as críticas são intensas por me dedicar tanto a Igreja,

mas isso não me desanima, só me fortalece, Jesus Cristo não desistiu de nós… Por que nós iríamos desistir? Cada sacramento é um brilho especial no olhar. Isto é maravilhoso, é amor, tudo que Jesus nos pediu: Amar uns aos outros como eu vos amei!

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X Seminário da Catequese de Curitiba promoveu reflexões sobre

“Catequese e Liturgia”

Aproximadamente 570 pessoas estiveram presentes no dia 30 de setembro, participando do X Seminário Arquidiocesano de Catequese, realizado em Curitiba, no auditório do colégio Bom Jesus – Centro. Realizado anualmente, o ‘Seminário da Catequese’ chegou à sua décima edição trazendo importantes reflexões sobre a relação entre ‘Catequese e Liturgia’, com a proposta de contribuir para que a catequese possa iniciar eficazmente os catequizandos na vivência dos sinais e ritos litúrgicos, com o fim último de inserção no mistério pascal de Cristo. Pe. Luciano Tokarski, coordenador da Comissão da Animação Bíblico Catequética da Arquidiocese de Curitiba, explicou que a proposta de reavivar o diálogo entre catequese e liturgia está em sintonia com o documento 107 da CNBB – Iniciação à Vida Cristã – e que é um tema importante para resgatar uma relação que por um tempo ficou distante. “A proposta é que a liturgia seja realmente fonte do processo de iniciação à vida cristã e que a catequese seja conduzida para ser mais litúrgica, celebrativa e simbólica”. Assessorando o evento, o Pe. Luiz Baronto também comentou que a catequese com estilo catecumenal exige a reaproximação da catequese à liturgia, destacando a importância de formações em liturgia para agentes de iniciação à vida cristã: “Vi aqui um exemplo de que estamos em um momento de muita inspiração, pois a catequese está redescobrindo o papel da liturgia dentro do processo de educação à fé”, comentou o padre, que elogiou a participação dos catequistas no evento: “Eles vieram com muitas dúvidas sobre liturgia, mostrando interesse em promover o melhor para a evangelização junto aos catequizandos”. Além da assessoria do Pe. Luiz Baronto, o evento contou também com fala do Padre Roberto Nentwig sobre formação litúrgica na catequese para os diversos ministérios. Ao final, o arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo presidiu a Santa Missa, encerrando o evento. Entre os agentes de iniciação à vida cristã, o tema do evento foi muito elogiado: “O encontro foi importante para entendermos o que é correto dentro da liturgia e evitar erros que comprometem todo um trabalho. Muitas vezes a gente faz algo pensando no melhor, mas ao invés de atrair para a Igreja acaba afastando mais. O encontto despertou em todas nós essa noção da importância da liturgia”, comentou Edna Scabio, catequista na Paróquia Sagrada Família do Novo Mundo.

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Catequese

Conheça as Escolas e Cursos que serão disponibilizados no próximo ano pelo Instituto Arquidiocesano de Formação na Fé - IAFFE para a formação de lideranças de pastorais, movimentos e grupos.

ESCOLA ARQUIDIOCESANA DE TEOLOGIA -TEMAS DA FÉ

ESCOLA BÍBLICA ARQUIDIOCESANA

ESCOLA ARQUIDIOCESANA DE LITURGIA

ESCOLA DE ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA

ESCOLA DE ESPIRITUALIDADE

EDUCAÇÃO SEXUAL E EDUCAÇÃO PARENTAL

ESCOLA CATEQUÉTICA DISCÍPULO AMADO

ESCOLA DE AGENTES DA PASTORAL FAMILIAR SAGRADA FAMÍLIA

As informações sobre a programação, datas e inscrições estarão disponíveis no site a partir do dia 12 de novembro.

www.arquidiocesedecuritiba.org.br/iaffe2019

Álbum Catequético-Litúrgico

Já está disponível!

Um subsídio que... • cria um rito familiar em torno do Evangelho dominical; • promove a interação entre a família, a liturgia e a catequese; • auxilia pais ou responsáveis e seus filhos, na reflexão, meditação e partilha do Evangelho dominical; une a família em torno da solução dos desafios e atividades propostas; • acompanha a participação na Santa Missa, utilizando um Calendário Litúrgico; • utiliza figurinhas adesivas para serem colocadas em cada domingo do Ano Litúrgico; • possui um Anexo de Ideias para homenagens em algumas datas especiais; • oferece um jogo lúdico que ensina, dá pistas e tira dúvidas!

FAÇA JÁ SEU PEDIDO POR EMAIL OU TELEFONE! album@mitradecuritiba.org.br (41) 2105-6325

Até 100 unidades: R$ 6,50 De 101 a 500 unidades: R$ 6,00 Acima de 500 unidades: R$ 5,80

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@mitradecuritiba.org.br. (41) 2105-6318. Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon.

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Especial

DOM FRANCISCO COTA DE OLIVEIRA Bispo Auxiliar e Referencial da Comissão Pastoral da Dimensão Social

2º DIA MUNDIAL DOS POBRES, 18 DE NOVEMBRO DE 2018 “Este pobre clama e o Senhor o escuta” (Sl 34, 7).

Em novembro celebramos o 2º Dia dos Pobres, neste ano no dia 18. Este evento eclesial, relacionado com a constitutiva Dimensão Social do Evangelho, foi instituído pelo Papa Francisco, na Carta Apostólica “Misericórdia et Misera”, por ocasião do encerramento do Ano Santo da Misericórdia, ocorrido em 19 de novembro de 2017. Assim expressou o Papa, no parágrafo de nº 21 da Carta Apostólica: “Intuí que, como mais um sinal concreto deste Ano Santo extraordinário, se deve celebrar em toda a Igreja, na ocorrência do XXXIII Domingo do Tempo Comum, o Dia Mundial dos Pobres. Será a mais digna preparação para bem viver a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, que Se identificou com os mais pequenos e os pobres e nos há de julgar sobre as obras de misericórdia (cf. Mt 25, 31-46) ” .

Buscando responder a estes apelos do Papa, apresentamos, na próxima página, a programação para a Semana da Solidariedade, elaborada pela Comissão Pastoral da Dimensão Social, durante a JORNADA MUNDIAL DOS POBRES – celebrada no Brasil de 11 a 18 de novembro. Nas páginas seguintes à programação, apresentamos como a Dimensão Social da Arquidiocese de Curitiba tem atendido a este apelo de opção preferencial pelos pobres.

Foto: Grzegorz Galazka

Complementando a mesma proposta, no parágrafo de nº 07 da mensagem para o primeiro Dia Mundial dos Pobres, ocorrido em 2017, o Papa sugere: “Desejo que, na semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres, as comunidades cristãs se empenhem na criação de muitos momentos de encontro e amizade, de solidariedade e ajuda concreta aos pobres”.

Para este ano, na mensagem para o “2º Dia Mundial dos Pobres”, o Santo Padre nos dirige a seguinte convocação: “Convido os irmãos bispos, os sacerdotes e de modo particular os diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço dos pobres (Cf. At 6, 1-7), juntamente com as pessoas consagradas e tantos leigos e leigas que, nas paróquias, associações e movimentos, tornam palpável a resposta da Igreja ao clamor dos pobres, a viver este Dia Mundial como um momento privilegiado de nova evangelização. Os pobres evangelizam-nos, ajudando-nos a descobrir cada dia a beleza do Evangelho. Não deixemos cair em saco roto esta oportunidade de graça. Neste dia, sintamo-nos todos devedores para com eles, a fim de que, estendendo reciprocamente as mãos uns para os outros, se realize o encontro salvífico que sustenta a fé, torna concreta a caridade e habilita a esperança a prosseguir segura no caminho rumo ao Senhor que vem”.

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Especial

JORNADA MUNDIAL DOS POBRES Arquidiocese de Curitiba De 11 a 18 de novembro de 2018

Dia 11 (domingo), 8h30: Missa de abertura da Jornada Mundial dos Pobres, presidida por Dom Francisco Cota, Bispo Auxiliar de Curitiba e referencial da Dimensão Social. Local: Catedral Nossa Senhora da Luz. Dias 12, 13 e 14 (segunda a quarta), das 19h às 21h30: Simpósio “Uma Igreja pobre com os pobres”, com enfoque no tema “A pobreza como realidade sociológica, como experiência pessoal e como desafio espiritual” Local: Dia 12 na Região Episcopal Sul: Paróquia São José (Capão Raso). Dia 13 na Região Episcopal Centro-Oeste: Paróquia São Braz (São Braz). Dia 14 na Região Episcopal Norte: Paróquia Santo Antônio (Boa Vista). Dia 15 (quinta), das 10h às 12h30: roda de conversa e almoço fraterno com a População de Rua. Local: Catedral Anglicana São Tiago. Dia 16 (sexta), das 19h30 às 21h: Celebração da Luz e Vigília de Solidariedade e Denúncia, pelos mortos em situação de rua, vítimas do abandono e da miséria. Local: Comunidade N. Sra. Aparecida (Rua Guabirotuba, 770). Dia 17 (sábado), das 16h às 18h: Mística inter-religiosa e celebração da vida com migrantes. Local: Centro de Acolhida Dom Oscar Romero (Rua General Teodorico Guimarães, 48 - Vila Fanny). Dia 18 (domingo) – 2º DIA MUNDIAL DOS POBRES: Sugestão de Mesa fraterna nas Paróquias e Comunidades (Almoço ou lanche comunitário) e recebimento de doações de itens para Cestas Básicas. Sugestão: Acolhida das famílias socialmente vulnerabilizadas e de pessoas que se encontram em situação de rua, presentes no ambiente da paróquia. Promover um momento de partilha, oração e refeição comum.

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PE. DANILO PENA Coordenador da Dimensão Social da Arquidiocese de Curitiba

A DIMENSÃO SOCIAL DA PASTORAL CATÓLICA E A OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES Em sua mensagem apresentada aos fiéis do mundo todo, no dia 11 de setembro de 1962, o Papa João XXIII, às vésperas do Concílio Ecumênico Vaticano II, usou a expressão “Igreja dos pobres”. Após o concílio, em sua recepção na América Latina, o termo foi fecundamente acolhido como paradigma da Igreja evangelicamente servidora, legitimando a missão, a espiritualidade e a influência que através da experiência de base e colegialidade da comunidade cristã, daria voz e gestos aos clamores e esperanças vindos das periferias e das fronteiras do mundo, atuando como fermento na massa. O sonho de uma Igreja "dos pobres para ser de todos", explicitou a opção preferencial pelos pobres, que está na identidade do cristianismo e que tem sua raiz formulada nos documentos do Vaticano II. Os fundamentos teológicos da Igreja pela sua opção pelos pobres “deriva da nossa fé em Jesus Cristo”1, assim como “da própria obra libertadora da graça em cada um de nós”2 . Não é uma dimensão facultativa... é imperativa, condição sem a qual, afastamo-nos das experiências primitivas da comunidade cristã, chamada “em todo lugar e circunstância, a ouvir o clamor dos pobres”3 e ser instrumento do amor e da paz, como cantaram os seguidores de Francisco de Assis. Em seu caráter sistemático (antes, portanto, da sua aplicação concreta), a opção pelos pobres é um transcendental que ultrapassa e atravessa as dimensões sociais. Pertence essencialmente à própria imagem do Deus da revelação bíblica. Uma “opção” cristológica, onde “a pobreza de tantos irmãos clama por justiça, esforço e superação para o cumprimento pleno da missão salvífica confiada por Cristo” (CELAM, 1987, p. 146). Por isso não é uma “teoria” da teologia latino-americana, mas uma dimensão transcendental do cristianismo que a Igreja na

América Latina teve o mérito de redescobrir e deve ser considerada como fundamental ao nosso elenco de posturas missionárias, evangelizadoras e cidadãs. O Papa Francisco tem falado muitas vezes de “periferia” para se referir ao mundo dos pobres como destinatários de uma missão que vive tal carisma evangélico. A Igreja – às vezes com maior empenho, às vezes com vergonhosa timidez – tem procurado voltar-se para estas realidades limítrofes. Torná-las de fato, “lugar teológico” é o ideal buscado. Tratam-se de periferias sociais, arvoradas em um sistema econômico perverso, gerando e mantendo bolsões de fome e cenários de desemprego e miséria que precisam escandalizar a comunidade dos que creem e o anúncio do evangelho: “tive fome e me destes de comer” (cf. Mt 25,35). Entretanto, existem também as periferias existenciais, alargando o olhar e ação da Igreja para demandas de exclusão política e cultural, realçadas pelo contexto contemporâneo, como os sem abrigo, os migrantes, as mulheres, os soropositivos, os nascituros, o conjunto da criação, as minorias sexuais, os toxicodependentes, a citar alguns. Tanta vida não pode se perder! Ao contrário, elas devem, por ordem e missão de Jesus, estar ao centro das preocupações e prioridades das mulheres e homens de fé. Neste bojo é que se justifica a ação forte e integrada de uma importante dimensão da vida eclesial em nossa Arquidiocese de Curitiba: as Pastorais Sociais. Em sintonia com os desdobramentos da ação evangelizadora, o conjunto delas realiza um trabalho com forte representação entre as leigas e os leigos, atuando no contexto transformador de realidades onde o Cristo, na pessoa do irmão e da irmã, continua a experiência do injusto calvário, e o grito do profeta ainda se faz um clamor necessário em nome da justiça e da paz.

EG, 194 Ibidem, 188 3 Ibiden, 191 1

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PASTORAL SOCIAL E A FORÇA SÓCIO TRANSFORMADORA DA IGREJA Em tempos de uma sociedade polarizada, que em algumas de suas representações, insiste em reforçar um discurso que criminaliza movimentos sociais, comunidades de base e direitos dos mais pobres, a identificação da Igreja com os fragilizados parece cada vez mais urgente. Realçando no coração da sociedade, a expressão samaritana da comunidade de fé, visando uma efetiva compreensão evangélica da justiça social e da paz, a “Pastoral Social” surge com a finalidade de efetivar a solicitude da Igreja diante de situações reais de marginalização. Relaciona-se fundamentalmente com a dimensão socioestrutural da caridade cristã. É a diaconia dos seguidores e seguidoras de Jesus em vista das necessidades e dos direitos quando negligenciados. Ela se constitui como fermento evangélico nas estruturas de nossas comunidades, paróquias, capelas, dioceses e arquidioceses. A Pastoral Social possui um dinamismo fértil, engajado tanto nos processos de evangelização como nos de transformação social. Isso acontece por meio de cinco vertentes: 1) presença dos cristãos nas lutas sociais (terra, água, moradia, saúde, liberdade política, direitos trabalhistas, etc) e nas mais diversas organizações populares (associações, sindicatos, partidos, etc). 2) Tomada de decisão pública da Igreja local, em comunhão com todo o povo de Deus (laicato, bispos, clero, consagradas, consagrados), diante de situações concretas onde há a necessidade de uma presença efetiva da comunidade. 3) Organização das Pastorais Sociais específicas,

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bem como dos diversos organismos e serviços, em sintonia, diálogo e comunhão com a ação evangelizadora da diocese. 4) Posicionamento profético, seja através da CNBB, seja através dos regionais ou das próprias pastorais socias, inclusive quando a defesa do excluído e dos direitos humanos desagradar o contexto majoritário e midiático. 5) Participação em campanhas e eventos que estejam na pauta dos direitos fundamentais negados ou de mecanismos que produzem injustiças (por exemplo, como aconteceu nas questões da dívida externa, ALCA, reforma política, Lei da Ficha Limpa). No Documento de Aparecida a Pastoral Social é abordada no parágrafo 403: “Com criatividade pastoral, devem-se elaborar ações concretas que tenham incidência nos Estados para a aprovação de políticas sociais (...) e que conduzam para um desenvolvimento sustentável”. As “ações concretas” indicam a variedade de objetivos e perspectivas dessas pastorais e sua presença nas diferentes instâncias e organizações da Igreja, para fazer uma permanente leitura cristã e uma aproximação pastoral à realidade de nosso povo. Espera-se que as Pastorais Sociais sejam encorajadas e apoiadas para que encontrem sensibilidade no coração das pessoas, solicitude junto do presbitério, relevância nas instituições civis e articulação nas estruturas formais da ação missionária, para que assim, a partir da comunidade de fé, ofereça uma resposta de justiça e solidariedade concreta. Voz profética numa sociedade sem horizonte, absorvida pela cultura do consumo, fortemente individualista, e que raras vezes reconhece os pobres, como fez o diácono São Lourenço, no século III, ao afirmar para o então imperador de Roma: “estes são o nosso tesouro”.


VOCÊ CONHECE AS PASTORAIS E DEMAIS ÓRGÃOS QUE COMPÕEM A “COMISSÃO DA DIMENSÃO SOCIAL” DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA? • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Pastoral da Pessoa Idosa Pastoral da Criança Pastoral do Migrante Pastoral da Aids Pastoral Operária Pastoral da Saúde Pastoral da Sobriedade Pastoral Afro Pastoral dos Surdos Pastoral da Pessoa com Deficiência Pastoral dos Chineses Pastoral Nipo-Brasileira Pastoral do Povo de Rua Pastoral Carcerária Grupo Católico de Acompanhamento e Vivência às Pessoas LGBT Cáritas CEB’s Equipe - Campanha da Fraternidade

Venha participar! Fortaleça a nossa comunhão com a Igreja Católica presente nas na luta pela defesa da vida em todas as suas expressões. Procure-nos! Secretaria da Comissão das Pastorais Sociais dimensãosocial@arquidiocesecwb.org.br 41 2105 6326 41 9 87005492

REFERÊNCIAS • • • • •

Bíblia de Jerusalém Documento de Medellín – Documentos do CELAM Documento de Aparecida – Documentos do CELAM Evangelii Gaudium, Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, Papa Francisco. JÚNIOR, Francisco de Aquino. Pastoral Social. Dimensão socioestrutural da caridade cristã. Brasília: CNBB, 2016.

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Família e Vida

CASAL ELISABETE E AGOSTINHO BERTOLDI E EQUIPE DO CENPLAFAM

EVANGELIZAR ONDE VIDAS SÃO GERADAS CENPLAFAM comemora 35 anos de incentivo ao planejamento familiar

Uma celebração realizada no dia 11 de outubro, com a presença do arcebispo Dom José Antonio Peruzzo, do arcebispo emérito Dom Pedro Fedalto e de expressivas representações de nossos movimentos e pastorais, marcou o transcurso dos 35 anos de existência de uma importante entidade de nossa Igreja Particular: o CENPLAFAM. É um centro de planejamento natural da família que se coloca a serviço da comunidade, utilizando exclusivamente os métodos naturais. A celebração do dia 11 marcou também a inauguração da nova sede da entidade, que agora passa a ter suas atividades e o atendimento ao público na Alameda Dr. Muricy 926, 3° andar- Curitiba.

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Os trabalhos do centro foram se consolidando no atendimento personalizado aos casais e nos inúmeros momentos de palestras e cursos para grupos de pessoas, nas comunidades da Arquidiocese. Já por volta de 1990 o casal Billings realizou a segunda visita ao Centro, desenvolvendo importantes eventos tendo como público alvo principalmente médicos e profissionais da saúde.

Foi no dia 25 de outubro de 1983, com a presença do casal Billings – médicos pioneiros no método de planejamento familiar natural –, que foi fundado o CENPLAFAM como resposta à demanda da Pastoral Familiar, da Igreja e de parte da sociedade.

Nas comemorações dos 10 anos do Cenplafam, recebemos a honrosa visita e participação em excelente conferência de Dom Luciano Mendes de Almeida que na ocasião recebeu o título de Cidadão Honorário de Curitiba, conferido pela Câmara de Vereadores. Reafirmou Dom Luciano na ocasião o que já havia dito: “tenham sempre uma grande solicitude pastoral para com os casais, oferecendo-lhes o melhor, respeitando sempre a resposta de consciência”.

Dizia Dom Pedro na ocasião da fundação que o centro surgia para concretizar na prática a Doutrina da Paternidade/Maternidade Responsáveis com orientações seguras e práticas para os casais, como também para servir como centro de referência no tema do planejamento familiar natural na Arquidiocese.

Fato marcante nestes anos foi a parceria entre o CENPLAFAM e a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, quando puderam ser atendidas centenas de casais ou mulheres encaminhadas pelas unidades de saúde e que vinham em busca de atenção no sentido de obterem uma gravidez muito desejada. Foram

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mais de duas centenas de crianças nascidas a partir das orientações do método Billings e de atenção psicológica, trazendo imensa alegria aos casais que até então vinham encontrando dificuldade para obter uma gravidez. No ano de 2009, em parceria com a CNBB, a Pastoral Familiar e o Cenplafam Nacional, realizamos o Primeiro Congresso Nacional de Planejamento Natural da Família com grande participação de público. No sentido de manter o trabalho sempre atualizado nos constantes avanços científicos, foram inúmeras as participações de nossas instrutoras em cursos, congressos e encontros no país e no exterior.

Diz ainda o Papa no documento: “os filhos são uma dádiva! Cada um é único e irrepetível ( ...) Um filho é amado por que é filho: não porque é bonito ou porque é deste modo ou daquele, mas porque é filho! Não porque pensa como eu, nem porque encarna as minhas aspirações. Um filho é um filho”. O amor dos pais é instrumento do amor de Deus Pai que espera com ternura o nascimento de cada criança, aceita-a incondicionalmente e acolhe-a gratuitamente. Agradecemos a solicitude de Dom Peruzzo pela causa que o CENPLAFAM representa presenteando-nos com um novo e melhor espaço para o trabalho, só nos resta cantar com Maria: O SENHOR FEZ EM NÓS MARAVILHAS, SANTO É O SEU NOME.

Agora, com a passagem dos 35 anos, a pergunta que se coloca é: Qual o sentimento que habita a alma de todos os que são responsáveis pela trajetória ininterrupta do CENPLAFAM até hoje? A esta pergunta, respondemos que é a alegria interior de poder ter oferecido a tantos casais, mulheres, jovens, a oportunidade de uma profunda reflexão a respeito do sentido da vida humana, da sagrada missão de gerar novas vidas e de acolhê-las com enorme carinho. Quanto se semeou na busca de oferecer caminhos para que os casais buscassem harmonizar o seu relacionamento conjugal, preparando o terreno para gerar vidas, chamar alguém a existir, escolhendo o momento mais propício. Como com todo o trabalho, chegamos à realidade da existência de um filho ou filha. Inspira-nos as profundas palavras do nosso papa Francisco no documento Amoris Laetitia: “o dom de um novo filho, que o Senhor confia ao pai e à mãe, tem início com o seu acolhimento, continua com a sua guarda ao longo da vida terrena e tem como destino final a alegria da vida eterna. Um olhar sereno voltado para a realização final da pessoa humana tornará os pais ainda mais conscientes do precioso dom que lhes foi confiado; de fato, Deus concede-lhes fazer a escolha do nome com que Ele chamará cada um dos seus filhos por toda a eternidade “.

EXPEDIENTE COMISSÃO FAMÍLIA E VIDA: Coordenadores: Roberto Machado e Márcia Regina S. Machado Contato: (41) 2105-6309 -vanessads@mitradecuritiba.org.br

Novo Endereço do CENPLAFAM: Alameda Dr. Muricy 926, 3° andar (Esquina com a Rua Saldanha Marinho) 41 32338203 (à tarde) cenplafam@gmail.com cenplafamcuritiba.org.br

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MICHELE MABA Psicóloga CRP 08/09987

Finados

Luto: a travessia pela qual passamos para dar conta de elaborar a dor de uma perda Com a dor perda de alguém que amamos, inicialmente ficamos com a sensação de termos sido roubados. Depois disso, esse doloroso processo pode envolver negação, raiva, medo, culpa, tristeza, isolamento, desinteresse por coisas que gostávamos. O que normalmente não se diz quando pensamos em luto, é que esse processo também envolve palavras como aceitação, superação, força e resiliência, que é a incrível capacidade do ser humano de se refazer após um grande impacto. As situações dolorosas podem fazer com que descubramos em nós mesmos forças antes desconhecidas, faz com que repensemos nossas vidas, passando a perceber o que realmente é importante. A recuperação diante da morte varia muito de acordo com o vínculo que existia com quem se foi. O processo de luto só é saudável se for vivido. É como uma jornada que nos leva por desafios como lidar com a saudade de quem se foi, desfazer-se dos pertences dessa pessoa, viver datas especiais sem aquela presença, até atingir um momento em que as lembranças já não machucam, a ausência se transformou em homenagem e a dor é gradualmente substituída por tranquilidade e aceitação.

A falta de quem se foi pode ser sentida para sempre, mas de um jeito mais ameno, de forma a homenagear, recordar com leveza e graça até que podemos dizer que esse indivíduo atingiu a última fase, a da aceitação. Aqui, paramos de nos perguntar “Porque isso aconteceu comigo?”, para questionar “Agora que isso me aconteceu, como levarei a minha vida?” Para que essa jornada seja mais tranquila é importante: •

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• Apesar das pessoas sentirem e reagirem diferentemente, existem pontos em comum nas situações de perda, que podem ser vistos como fases do luto. A primeira, normalmente vivida nas primeiras horas ou até dias, chamamos de choque ou negação. Sentimos um entorpecimento, uma sensação de que se está vivendo um pesadelo do qual vai ser acordado.

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Num segundo momento vive-se a fase da raiva, onde procuramos um culpado para o que está acontecendo. É comum direcionar esta raiva para o médico, o próprio ente querido que se foi (como um abandono), as pessoas próximas, a nós mesmos ou até a Deus. Essa fase vai e vem ao longo de todo o processo. Em uma terceira instância, pode ser vivida uma espécie de negociação que fazemos para manter uma ilusória a presença de quem se foi, como por exemplo usando objetos da pessoa que faleceu. Também podemos observar o desejo de sonhar com o ente querido em muitos enlutados. A quarta fase é a da tristeza propriamente dita, sem outros mecanismos. Onde se vive a dor da falta sem outras grandes nuances até que essa dor possa ser substituída, com o passar do tempo, por saudade.

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Falar sobre a dor com quem for possível. Familiares, amigos, religiosos ou profissionais da saúde mental. Expor seus pensamentos e sentimentos contribui muito. Preparar-se para datas mais delicadas, como Natal, aniversário de quem se foi, dia das mães/pais etc. Estar com uma rede de apoio nesses momentos faz muita diferença. Procurar não idealizar quem faleceu na medida do possível. É comum que não se consiga enxergar as falhas de quem se foi, transformando essa pessoa em alguém perfeito. Isso apenas nos faz valorizar ainda mais a nossa dor, ao invés de nos aproximar da realidade. Evitar o isolamento ou o excesso de atividades. Evitar decisões importantes ou grandes mudanças, pois a grande tristeza do momento diminui nossa capacidade de julgamento. Reajustar-se à vida e ao trabalho quando for possível. É saudável tirar um tempo para si logo após a perda, assim como voltar as atividades rotineiras quando der, sendo paciente consigo mesmo pois a capacidade física e mental podem estar diminuídas. Libertar-se de expectativas irreais, como a crença de que a vida não deveria envolver momentos dolorosos. Respeitar as diferenças que existem entre as pessoas que vivem o mesmo luto. Cada uma terá seu tempo, sua forma de expressão de dor e um jeito único de lidar com algumas questões. Livrar-se da culpa por se sentir bem. É muito natural que em algum momento voltemos a enxergar graça em algo e logo em seguida uma esmagadora culpa por experimentar felicidade em meio a dor. Apreciar momentos não é sinal de esquecimento. Procurar ajuda profissional se seu pesar for excessivamente longo ou gerar a sensação de adoecimento. Exercitar a fé pode ser fundamental para um luto saudável.


CLÓVIS VENÂNCIO Pastoral Arquidiocesana do Dízimo

Dízimo

O Apoio do Dízimo às Pastorais Sociais da Igreja Católica A Dimensão Caritativa Neste mês de novembro nossa mensagem tem o propósito de levar a uma reflexão sobre como, pela Dimensão Caritativa do Dízimo, nossa contribuição espontânea e generosa pode proporcionar os recursos necessários à concretização da opção preferencial pelos pobres, assumida pela Igreja. A Dimensão Caritativa do Dízimo é igualmente importante às outras três dimensões: Religiosa, Eclesial e Missionária. Portanto, um percentual significativo e proporcional ao montante arrecadado deve ser destinado mensalmente para apoiar as atividades de suas pastorais sociais. Assim, também por meio de nosso dízimo mensal estaremos praticando a caridade cristã. Entretanto, percebe-se que na maioria das paróquias a destinação de recursos originários do dízimo para as pastorais sociais das próprias paróquias e/ou suas comunidades, quando ocorrem, são irrisórias. Igualmente, o mesmo se verifica quando se

TESTEMUNHO:

“Na Pastoral Social descobri a realidade dos mais necessitados e o resultado prático do dízimo” Meu nome é Antonio Vaudir Benalia, sou casado há 30 anos com Maria da Penha Souza Benalia e temos cinco filhos maravilhosos: Fernanda, Camila (in memorian), Rafael, Giovana e João Luiz; e há muitos anos participo da paróquia Santo Antonio Maria Claret, no bairro Boqueirão em Curitiba. Minha experiência como dizimista se deu em uma missa de domingo Missa do Dízimo, quando ouvi o canto “Eu sou Dizimista”. A letra da música refletiu forte em meu coração: ‘Eu não posso cantar esse canto, pois eu não sou dizimista!’ Então eu e minha esposa buscamos a secretaria paroquial e começamos a contribuir com o dízimo, sem muito conhecimento sobre onde era aplicado o valor arrecadado, ou seja, não era um dizimista consciente. Em 2010, aceitei o convite de fazer parte da Pastoral da Catequese. Ali recebi várias formações, entendendo então onde o dízimo é aplicado.

trata da relação entre paróquias com melhores condições econômico/financeiras com outras que, por suas localizações em áreas mais pobres, têm maiores dificuldades em arrecadar recursos junto às suas próprias comunidades. É importante destacar que, ressalvadas algumas exceções, tal atitude é contrária ao que estabelece o Documento 106 da CNBB: “O Dízimo na Comunidade de Fé”. De modo geral, nos casos de paróquias que destinam regularmente valores significativos para apoiar suas próprias Pastorais Sociais ou, paróquias irmãs mais pobres, sua própria arrecadação financeira é bem maior que a média das demais paróquias. Isso acontece especialmente quando a administração das referidas paróquias atua de forma transparente, evidenciando o que tem sido arrecadado e como estes recursos são aplicados para a concretização da missão da Igreja no que tange ao apoio aos mais carentes.

Em 2012 fui convidado a fazer parte da Pastoral Social e logo vivi a experiência do dízimo na caridade. Ao ver a alegria nos olhos daqueles que nada têm ao receberem o mínimo que precisam para sobreviver, essa experiência tocou fundo em meu coração e de minha esposa. Imediatamente decidimos fazer parte também da Pastoral do Dízimo por ver na realidade dos mais necessitados o resultado prático do dízimo. Hoje sinto grande alegria por poder auxiliar essas famílias empobrecidas como agente de pastoral e também por saber que um pouco daquilo que recebem tem a nossa contribuição como dizimista. O amor só tem sentido quando transformado em ação concreta em favor do próximo, seja qual for sua necessidade. O dízimo me fez entender que o amor passa também pelo bolso, como na parábola do bom samaritano, quando o samaritano acolheu a vítima e o levou a uma estalagem e deixando uma moeda para as despesas, dizendo ainda que se tivesse gasto maior pagaria o excedente. O dízimo é o meio pelo qual a evangelização acontece. Levamos ajuda a quem precisa e pela Pastoral Social fazemos os encaminhamentos necessários. Antonio Vaudir Benalia e Maria da Penha Souza Benalia

ATENÇÃO! VEM AÍ O XXI SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DA PASTORAL DO DÍZIMO DATA: 18 de novembro de 2018 (Domingo) HORÁRIO: 8h às 17h30 PALESTRANTE: Pe. Tom Viana TEMA: Dízimo, um Caminho de Evangelização LOCAL: Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê

OBSERVAÇÕES: das 7h às 7h30 do dia 18/11 teremos a recepção dos participantes inscritos com a entrega de credenciais e pastas. Às 8h teremos a Santa Missa, e após retomamos com as entregas dos materiais. Vagas limitadas: 180 pessoas. Informações: Centro Pastoral Fone: 2105-6309 |9 9109-2693 (Vanessa – Agente de Pastoral)

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin. Coordenador da Pastoral do Dízimo: Wanderley Zocolotti. Pastoral do Dízimo: (41) 2105 6309

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PE. MARIO RENATO BARÃO FILHO Coordenador da Comissão Litúrgica

Liturgia

Dia de Todos os Santos No Brasil a solenidade de Todos os Santos é celebrada no domingo seguinte a 1º de novembro, caso o dia 1º não caia em domingo. Quando, porém, o dia 2 de novembro (Finados) cair em domingo, celebra-se a solenidade de Todos os Santos dia 1º de novembro. Esta solenidade possui importância singular em nossa fé já que faz recordar, como o próprio título explicita, os Santos e Santas de nossa Igreja (profetas, apóstolos, mártires, santas virgens e confessores, entre tantos outros), além dos fiéis bem-aventurados e todos aqueles que, não por processo de canonização mas por uma vida íntegra e reta, no seguimento do Senhor e no testemunho, com gestos de amor e caridade, são desconhecidos às grandes massas de fiéis porém recordados e celebrados na memória de amigos e familiares. Celebrar os Santos de nossa Igreja não é apenas a expressão de veneração e homenagens, mas acima disso, por meio de sua lembrança, é desejar nos associar à comunhão deles com o Cristo na glória do céu. A devoção aos Santos e Santas é uma bonita característica de nossa fé que serve de estímulo para uma saudável ambição: o convívio celeste conquistado pela graça Deus e os méritos de uma vida santa. A Igreja peregrina busca a comunhão com a Igreja celeste. Em síntese, não celebramos uma realidade intangível, ao contrário, justamente por ambicionarmos tal realidade é que nos reunimos em assembleia orante. Pois, enquanto consideramos a vida daqueles que seguiram fielmente a Cristo, somos incitados a buscar por novas motivações a Cidade futura e simultaneamente instruídos sobre o caminho seguríssimo pelo qual, entre as vicissitudes do mundo, segundo o estado e a condição de cada qual, podemos chegar à perfeita união com Cristo, ou seja à santidade. Na vida daqueles que, participando de nossa humanidade, se transformaram mais perfeitamente na imagem de Cristo, Deus de maneira viva manifesta sua presença e sua face aos homens. Ele mesmo nos fala neles e nos dá um sinal de Seu Reino, para o qual, à vista de tão grande nuvem de testemunhas que nos envolvem e de tal comprovação da verdade do Evangelho, somos poderosamente atraídos. (Lumen Gentium §50). Na sagrada Liturgia temos a possibilidade de uma nobre união com a Igreja celeste. E na vida diária também

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recebemos esta constante oportunidade exercitando as virtudes cristãs e os carismas divinos, recomendados à piedosa devoção e imitação dos fiéis. Nesta linha não se pode deixar de lembrar do que nos recomenda em vários momentos o Papa Francisco na Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo atual. Eis alguns exemplos: Todos Somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando de teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho a serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais. (§14) Não é saudável amar o silêncio e esquivar o encontro com o outro, desejar o repouso e rejeitar a atividade, buscar a oração e menosprezar o serviço [...] Somos chamados a viver a contemplação mesmo no meio da ação, e santificamo-nos no exercício responsável e generoso da nossa missão. (§26) A pessoa que, vendo as coisas como realmente estão, se deixa trespassar pela aflição e chora no seu coração, é capaz de alcançar as profundezas da vida e ser autenticamente feliz. Essa pessoa é consolada, mas com a consolação de Jesus e não coma do mundo. (§76) A firmeza interior, que é obra da graça, impede de nos deixarmos arrastar pela violência que invade a vida social, porque a graça aplaca a vaidade e torna possível a mansidão do coração. O santo não gasta suas energias a lamentar-se dos erros alheios, é capaz de guardar silêncio sobre os defeitos dos seus irmãos e evita a violência verbal que destrói e maltrata. (§116). Celebremos com alegria os Santos de Deus, sempre com o objetivo humilde de responder em todos os momentos o chamado à santidade.


Lançamento

Com alegria, lançamos o Caminhando 32 Um apoio para todos os pequenos grupos

O Caminhando 32 apresenta um roteiro para cada reunião dos grupos de cristãos que se reúnem nos lares – reunião esta que é centrada no Evangelho Dominical. O Caminhando 32 é um conjunto de subsídios para grupos de reflexão que contém orações, sugestões de cantos, Leitura Orante da Palavra e sugestões de perguntas para partilha entre os membros do grupo. Confira palavras do arcebispo Dom José Antônio Peruzzo sobre este material: Muito me alegra poder apresentar aos católicos da nossa Arquidiocese o subsídio CAMINHANDO. Com ele, queremos aproximar a Palavra de Deus de seu povo e aproximar o povo da Palavra. A resposta alegre à voz da Palavra faz da comunidade um povo de discípulos em cujos ouvidos e corações a Sagrada Escritura, a soar e ressoar, jorrará uma fonte de vida e de fé partilhada (cf. Jo 4,14). O Discípulo segue o Mestre! E seguir significa fazer o que Ele faz; amar quem Ele amou; perdoar como Ele perdoou; dar a vida como Ele deu; amar a Deus como Ele amou o Pai. Mas como poderíamos segui-lo se não o escutássemos? Como poderíamos saber quais são seus anseios para nós se não conhecêssemos quem Ele é? Os encontros do CAMINHANDO 32 buscam colocar em destaque o Mestre Jesus. Neste ano de 2019 será o evangelista Lucas a nos orientar no conhecimento do Senhor. Conhecendo-o e caminhando com Ele poderemos encontrar a alegria da nossa missão. CAMINHANDO... O próprio nome nos sugere! Se seguirmos de fato a Jesus, seremos uma Igreja que, com a Bíblia nas mãos e no coração, coloca-se em saída missionária,

reunindo-se nas casas do povo santo para ali ser Igreja em saída, Igreja caminhante, Comunidade de Comunidades! O CAMINHANDO nos “encaminha” para experiências concretas de Leitura Orante da Palavra. Cada grupo ou pequena comunidade será convidado a “entrar” nas cenas do Evangelho. É como se Lucas estivesse a participar do encontro e a falar sobre Jesus. Que estas páginas ajudem no gosto pela missão. Seremos sempre fiéis discípulos se nos colocarmos em busca missionária, indo ao encontro dos que nunca vêm até nós e lhes apresentando aquele Senhor que conhecemos pelas Sagradas Escrituras. Quem o conhece por este caminho irradia a alegria de tê-lo encontrado e será inspirador convidar outros a participarem da tal experiência. Agradeço penhoradamente a todos os que colaboraram na elaboração desta obra. E aos que dela se servirem, faço votos que experimentem, lá em casa, a alegria de serem discípulos do Senhor Jesus. Que a Mãe querida de Nazaré, mulher atenta à Palavra, aqui invocada sob o nome de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, participe dos nossos passos de seguimento e de discipulado.

O “Caminhando 32” pode ser adquirido na versão completa, contemplando todo o ano litúrgico 2018-2019 (incluindo novenas e vias-sacras). Também haverá possibilidade de adquirir separadamente subsídios de “Advento/ Novena de Natal” “e Quaresma/Páscoa”. Os subsídios podem ser adquiridos no setor de artigos religiosos da Mitra da Arquidiocese de Curitiba, na Rua Jaime Reis, 369 (bairro São Francisco), através do telefone (41) 2105-6325 ou e-mail sac@mitradecuritiba.org.br ou mesmo via site da arquidiocese.

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Laicato

Sou leiga e vivo missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar e libertar Testemunho de Marluce Bély Santuário Nossa Senhora da Salette

20/04/1965: Dia em que iniciei meu caminho de cristã e missionária através do dom do Batismo: filha de Deus pertencente à Igreja. Ano de 1972: Eu tinha 7 anos e, por ser encantada com a Igreja, fui convidada a formar um grupo para rezar na casa das famílias. Amava o ser Igreja que reza e faz comunhão fora do templo, chegando perto dos que, por algum motivo, sofriam. Naquela prática missionária, vivia as palavras do Papa Francisco: “O que nos deve santamente inquietar e preocupar (...) é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida”.1 Recebendo os sacramentos da iniciação, abracei a evangelização e a missão, indo ao encontro dos irmãos que sofriam nas periferias geográficas, existenciais e sociais. O mandato: “Ide pelo mundo e anunciai a Boa Nova a toda criatura”2 sempre foi um apelo constante. Em 2015, vibrei com a abertura do Ano Missionário em nossa Arquidiocese, sobretudo porque ele não teria fim. Um estado permanente de Missão, colocando as forças de nossas comunidades em chave missionária com o Tema: “A Alegria da Missão” e o Lema: “O que vimos e ouvimos, isto vos anunciamos”.3 Desafiador e ao mesmo tempo muito simples: “...é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos

EG 49 2 Mc 16,15 1

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1Jo 1,3 4 EG 127 3

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mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar... ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho.”4. Viver a lógica e a essência da Igreja que é Missionária e, se sou Igreja, logo sou missionária. Proposta ousada de conversão pastoral como Igreja em saída para servir, dialogar, anunciar e testemunhar a comunhão fraterna: “Com alegria e perseverança, visitam as casas, os hospitais, os presídios, as periferias, e atuam em movimentos eclesiais, sociais e políticos, colaborando na santificação das estruturas e realidades do mundo.”5 Em 2017, na festa de Cristo Rei, iniciamos o Ano Nacional do Laicato, despertando nossa missão de cristãos, leigos e leigas, sujeitos da Igreja em Saída, a serviço do Reino, para ser sal da terra e luz do mundo. “Nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. Sua missão é sair de si, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver.”6 O término do Ano do Laicato nos faz retomar propósitos e atitudes, como um recomeço: fazer crescer nossa consciência da identidade e da missão: “A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou um ornamento que posso pôr de lado... É algo que não posso arrancar do meu ser... Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo...como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar."7

CNBB Doc 105 n. 29 6 CNBB Doc 105, n. 13 5

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PE. MARCONDES MARTINS BARBOSA Coordenador da Comissão da Dimensão Social

Enviados para testemunhar o Evangelho da paz na alegria da Missão! Símbolos Missionários vão peregrinar pelas Comissões de Pastorais de nossa Arquidiocese Em 2017 e 2018, nossa Arquidiocese assumiu a peregrinação dos Símbolos Missionários que passaram nos nossos setores pastorais, nas nossas comunidades paroquias, animando-as e despertando para a missionariedade da Igreja e de cada batizado. Agora, com a mesma motivação, chegou a vez das nossas Comissões de pastorais darem sequência à peregrinação da Palavra de Deus e dos Símbolos Missionários. Trata-se de uma peregrinação da Bíblia missionária, Palavra de Deus viva e eficaz, junto com dois símbolos – a imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais e a Cruz missionária. A Bíblia e os Símbolos serão levados às periferias existenciais da sociedade, tornando ainda mais, os carismas das comissões, cada vez mais, missionários a serviço do Reino de Deus.

Neste tempo de peregrinação dos Símbolos Missionários, as comissões realizarão inúmeras atividades para suscitar na sociedade e em diversos grupos uma paixão sempre mais profunda pelo Evangelho. Despertará a paixão pelo encontro autêntico com a pessoa de Jesus Cristo, cujo Evangelho faz transbordar o coração e a vida com a alegria, gera o dinamismo missionário como forma de testemunho e partilha de toda beleza, bondade e verdade da proposta cristã aos nossos irmãos e irmãs, sobretudo aos mais afastados. Esta será a missão das nossas comissões, sendo sal da terra e luz do mundo!

As treze comissões arquidiocesanas de pastorais e movimentos, respondendo ao convite e às diretrizes do pontificado do Papa Francisco, querem ser uma Igreja em saída, ou seja, uma Igreja que vai ao encontro das pessoas, em especial daqueles que se encontram nas periferias existenciais da sociedade. Trata-se de uma presença da Igreja nos mais variados âmbitos da sociedade, onde mais se precisa do testemunho e da profecia cristã. As comissões, por meio dessa ação missionária e tarefa evangelizadora da comunidade eclesial na sociedade, superam uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. Pois não poderemos esperar que as pessoas venham a nós, aos nossos templos, precisamos ir ao encontro delas e anunciar-lhes a Boa Nova, a alegria do Evangelho, ali mesmo onde elas se encontram. O Papa Francisco, desde o início do seu pontificado e na clareza do seu testemunho, tem nos convidado a agir sem medo e sem rigidez, com coragem, com audácia, com criatividade e igualmente dóceis ao Espírito Santo - protagonista da missão - a sermos uma Igreja em saída, próxima das pessoas.

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Missões

Relatos do mês missionário Em todo o mundo, a Igreja Católica celebrou outubro como o mês missionário, destinado a animar e a despertar vocações missionárias que levem o Amor de Deus para fora. O Conselho Missionário da Arquidiocese de Curitiba – Comidi lançou às pastorais e movimen-

tos o desafio de neste mês saírem em visitas missionárias pelo território paroquial, também fazendo novenas missionárias. Diversas foram as ações nos diversos grupos da Arquidiocese de Curitiba. Confira o relato de dois grupos:

Santuário Nossa Senhora do Carmo No dia 13 de outubro reuniram-se mais de cem integrantes dos grupos, pastorais e movimentos do Santuário Nossa Senhora do Carmo, saindo às ruas com um objetivo: fazer visitas missionárias nas casas das comunidades do bairro. “Nem a forte chuva, nem os pés molhados ou uma tarde de um feriado prolongado são maiores do que a alegria da missão, afinal, o protagonista é o Espírito”, relatou um animado missionário. Neste dia, todos compartilharam a a comunhão de que juntos, como povo de Deus, são mais.

Santuário Nossa Senhora da Salette O Santuário esteve reunido no dia 6 de outubro na Praça Nossa Senhora de Salete no Centro Cívico, junto com outras paróquias e movimentos da Arquidiocese, para rezar o terço, tendo como intenção especial os missionários e missionárias espalhados no mundo inteiro. Para sensibilizar a comunidade sobre os desafios e a importância da missão “ad gentes”, em cada fim de semana de outubro foi houve celebração por um dos cinco continentes, a partir de sua realidade e símbolos. No dia 19 foi realizado um reencontro festivo de lideranças para celebrar o itinerário da missão paroquial desde 2015 até hoje. O evento contou com oração do terço missionário, memória das etapas de sensibilização, formação e das visitas missionárias realizadas nos 12 setores, testemunhos dos missionários e de famílias visitadas, partilha de experiências de missões saletinas. Já foram lançadas propostas para manter e reavivar o estado permanente de missão.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO MISSIONÁRIA: Coordenador: Padre Marcondes. Secretária: Elania Bueno - 2105-6376. E-mail: elaniacmb@mitradecuritiba.org.br

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Educação

DIÁCONO EDILSON DA COSTA Pastoral da Educação

A Pedagogia de Jesus Em homenagem à Santa Teresa d’Ávila e ao Dia dos Professores No dia 15 de outubro, a Igreja celebrou a Memória de Santa Teresa d'Ávila. Nascida em Ávila, na Espanha, em 1515, foi uma grande estudiosa, recebendo o título de “Doutora da Igreja”. Dedicou sua vida à busca por conhecimento, e por isso, nessa data comemora-se também o Dia dos Professores. Passadas essas comemorações, fica uma pergunta: o que é ser, verdadeiramente, mestre? Apresenta-se aqui um pouco da pedagogia de Jesus, fundamentada na interação, no contato, na preocupação com a outra pessoa e com a comunidade. 1. O verdadeiro mestre é manso e humilde de coração. "Bem-aventurados os humildes, pois eles herdarão a terra (Mt 5,5). O Mestre Jesus ensina que diante das pessoas e do ambiente que as cerca, humildade e mansidão afasta da arrogância e ajuda a assegurar um futuro digno para todos os seres humanos. É de Sócrates, grande mestre grego, a afirmação: "Só sei que nada sei": ao aceitar humildemente seus limites, tornou-se um grande sábio. Humildade é fator determinante para alcançar a sabedoria. 2. O verdadeiro mestre ensina com autoridade, e ensina que autoridade é serviço. O evangelho de Marcos, referindo-se a Jesus, diz: "Maravilhavam-se de sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade (Mc 1,22). Para o cristão não há desconfiança sobre o conceito de autoridade, pois Jesus, ensina que a autoridade humana não é um fim mas um meio - o fim é sempre a pessoa, criada por Deus com dignidade e chamada a relacionar-se com seu Criador. Autoridade, assim compreendida, tem como objetivo servir ao bem das pessoas. E a verdadeira educação, baseada no Mestre Jesus, dá credibilidade ao exercício da autoridade, pois o Educador torna-se um testemunho da Verdade e do Bem. 3. O verdadeiro mestre busca a Verdade que liberta Diz Jesus: "Se permanecerdes em minhas palavras, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8, 31-32). O Educador que se espelha no Mestre Jesus não permite que o espaço educacional seja colonizado por ideologias que colocam em risco a dignidade humana, ou que se fecham ao diálogo racional. E isso acontece quando os jovens reconhecem em seus professores mestres autênticos, que dialogam e vivem em seu interior esse diálogo interdisciplinar. Mestres

que estejam convencidos da capacidade humana de avançar em direção à Verdade, e que compreende que a juventude representa esse tempo privilegiado. 4. O verdadeiro Mestre é um discípulo que permanece, perseverante, no amor do único Mestre, Jesus. Ao encarnar-se, Jesus se fez solidário com o gênero humano: em nossa necessidade e aridez, é Ele a fonte de água vida que fortalece e nutre: "Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim" (Jo 15,4). Nos momentos de necessidade, em que se sente oprimido e com o coração esmagado, o verdadeiro educador tem a certeza de que, unido ao Mestre Jesus, converte-se em vinho bom, pois Jesus pode fazer novamente o milagre de transformar em Amor até mesmo as coisas mais difíceis, desde que se permaneça em união com a verdadeira videira, que é o Senhor. É este o caminho que verdadeiros mestres devem percorrer: caminho de Inteligência e Amor, de fé e razão. Se Verdade e Bem estão unidos, unidos estão também Sabedoria e Amor. Dessa unidade deriva a coerência de vida, o pensamento e o exemplo que possui o Educador, que se deixou seduzir pelo Mestre Jesus Cristo.

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Painel

Realizada a XXV Assembleia Geral dos Presbíteros Os padres de nossa Arquidiocese estiveram reunidos de 9 a 11 de outubro para a vigésima quinta Assembleia Geral dos Presbíteros da Arquidiocese de Curitiba. O tema trabalhado neste ano foi “Assuntos relevantes da vida do presbítero”, contando com reflexões sobre assuntos como vida ministerial, saúde de corpo e alma, integridade e santidade diante dos novos tempos. Além da formação, a Assembleia Geral foi momento também de atividades de animação e espiritualidade e alinhamento de questões relacionadas à Ação Evangelizadora.

Seminário da Vida teve como tema os 50 anos da encíclica sobre a vida humana Aconteceu no dia 29 de setembro a sexta edição do Seminário Arquidiocesano de Promoção e Valorização da Vida. O evento promovido pela Comissão da Família e Vida da Arquidiocese de Curitiba em parceria com a Casa Pró-Vida Mãe Imaculada teve como objetivo fortalecer as ações de valorização e promoção da vida desde a concepção até a morte. Foram discutidos temas como nascituro, aborto, gestação, relação matrimonial, eutanásia e outros. O tema do Seminário da Vida neste ano foi “50 anos da encíclica sobre a vida humana: desafios e perspectivas” (Humanae Vitae), escrita pelo então Papa Paulo VI. O evento teve como palestrantes a historiadora e professora da UEL, Fernanda Takitani, e o Padre Rafael Solano, da diocese de Londrina e pós-doutor em teologia moral e família.

Movimento das Capelinhas completou 81 anos Levar a Palavra através da Capelinha de Maria, chegando a lugares onde muitas vezes a única presença de Cristo é nesta visita. Essa é uma das possíveis descrições da importância do Movimento das Capelinhas, que atualmente conta com cerca de 10 mil capelinhas de Maria visitando os lares da região que a Arquidiocese de Curitiba abrange. No dia 6 de outubro o Movimento das Capelinhas teve a celebração de seus 81 anos de existência, realizada na paróquia Santo Antônio de Orleans, com cerca de 800 participantes e contando com formação sobre “busca da Santidade”.

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Workshop sobre a Campanha da Fraternidade na Paróquia São Benedito Na intenção de manter viva a Campanha da Fraternidade durante todo o ano, a catequese da Paróquia São Benedito promoveu um workshop com o tema “Fraternidade e Superação da Violência”. Durante encontros semanais, as crianças e adolescentes falaram sobre o assunto e ao fim produziram trabalhos que foram expostos para a comunidade no workshop no dia 30 de setembro.

No mês das missões, a Infância e Adolescência Missionária deu show No sábado, 20 de outubro, os grupos de IAM – Infância e Adolescência Missionária da Arquidiocese de Curitiba estiveram reunidos para o Show Missionário, evento celebrativo ao mês das missões. O show foi realizado por meio de apresentações das crianças e adolescentes, que homenagearam os cinco continentes. A região Sul realizou apresentação cultural sobre a Oceania e África. A região Norte apresentou a Ásia e Europa. E a região Centro-Oeste apresentou a América. O evento foi realizado no Seminário Menor São José.

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