Revista Voz da Igreja agosto/2019

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Revista

VOZ DA IGREJA ANO XVI - EDIÇÃO 195 - Agosto DE 2019 Impresso Especial 36000135947 - DP/PR ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

CORREIOS

Atendendo a pedido do Papa Francisco, a Arquidiocese de Curitiba tem estruturado este inovador serviço pastoral Pág.10

Vocações aos ministérios ordenados

A voz de muitos sem vozes

Ação social de alerta pela vida

Saiba mais sobre São João Maria Vianney e confira testemunhos vocacionais . Pág. 14

Conheça a atuação da Pastoral do Migrante, um espaço de acolhida e ajuda. Pág. 16

Pastoral Familiar dá início a projeto conjunto com foco na prevenção ao suicídio. Pág. 21


Agenda Mensal dos Bispos Agosto/2019

Ação Evangelizadora

Editorial Atendendo pedido do Papa Francisco, a Arquidiocese de Curitiba tem estruturado um inovador serviço pastoral: o serviço de Acompanhamento Pastoral prévio para as pessoas que estão passando por dificuldades no relacionamento e desejam buscar a verdade sobre seu vínculo matrimonial, indo assim além do Serviço Jurídico já existente para declaração ou não de Nulidade Matrimonial. Esta edição da revista Voz da Igreja traz um artigo especial sobre oeste novo serviço, que prestará inicialmente atendimento pastoral personalizado e exclusivo aos casais com processos em andamento no Tribunal Eclesiástico. Neste mês das vocações apresentamos um artigo que fala sobre a trajetória de São João Maria Vianney, o “Santo Cura d’Ars”, padroeiro dos sacerdotes. E como homenagem ao Dia dos Ministérios Ordenados lançamos os depoimentos inspiradores de um diácono, um padre e um bispo de nossa arquidiocese. Em agosto também é comemorado o Dia dos Pais. Sobre este tema, trazemos um artigo que trata da parentalidade e vocação dos pais, e já em seu título nos convida à reflexão ao afirmar que “ser pai não é apenas ter filhos”. A migração é um fenômeno cada vez mais presente no mundo todo. Diante desta realidade a Pastoral do Migrante, que se constitui em um espaço de acolhida e ajuda, ganha ainda mais relevância. Preparamos um artigo que explica quais são as atribuições desta pastoral. Convidamos você a se programar para a festa de nossa Padroeira em setembro e a ler com atenção estas e outras reflexões que preparamos, além de conferir as notícias e eventos relacionados à nossa arquidiocese. Tenha um abençoado mês de agosto!

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba 01 • Inauguração Memorial Judeu – Araucária • Visita Seminário São José 02 • Aula no Studium • Missa Seminário Propedêutico, dia de São João Maria Vianney 03 • Celebra Curitiba – Canção Nova • Almoço pelo aniversário de Dom Pedro Fedalto, Madalosso 04 • Missa Hospital Pequeno Príncipe • Missa de abertura do mês vocacional, Santuário Nossa Senhora de Guadalupe 05 • Gravação do Programa Leitura Orante, TV Evangelizar 06 • Reunião do conselho Presbiteral • Gravação do Programa Conhecendo a Palavra – TV Evangelizar 07 • Expediente na Cúria • Curso Bíblico na Paróquia Santo Antônio – Orleans 08 • Reunião do Setor Centro 09 • Aula no Studium • Reunião dos Formadores 10 • Formação na Paróquia Santa Teresinha de Lisieux – Colombo • Reunião Rhema, Mulheres que se Importam

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 • Reunião do Conselho de Ordens 02 • Missa e expediente na Cúria • Missa e palestra sobre vocações – Paróquia N. Sr.ª do Sagrado Coração 03 • Encontro e formação CPP e CAEP, Região Episcopal Sul • Almoço do aniversário de Dom Pedro Fedalto – Madalosso • Escola de Formação Cristã – Pinheirinho 04 • Missa e festa do Senhor Bom Jesus – Ferraria 06 • Reunião do Conselho Presbiteral • Missa Senhor Bom Jesus – Colombo 07 a 11 • Visita Pastoral 13 • Reunião do Regional Sul II • Reunião da APAC • Missa Paróquia Nossa Senhora de Fátima – CIC 14 • ARSEM • Palestra, semana da família. Paróquia Profeta Elias 15 • Formação na Paróquia Imaculado Coração de Maria – Rebouças 17 • Formação MESCES, Paróquia Santa Teresinha de Lisieux – Colombo

Fale Conosco ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR) Bárbara Moraes: (41) 2105-6342 barbaramm@mitradecuritiba.org.br Patryck Madeira patryckam@mitradecuritiba.org.br

Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Maurício Gomes dos Anjos | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Irmão Irineu Letenski, osbm | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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Arquidiocese de Curitiba | Agosto 2019

17 • Formação MESCES, Paróquia Nossa Sr.ª das Mercês 18 a 22 • Retiro em Franca – SP 23 • Reunião dos Formadores • Missa Ação de Graças – Santuário Divina Misericórdia 24 • Missa de Consagração do Altar – Capela N. Sr.ª Da Luz – Campo Largo 25 • Missa Padroeiros Santo Agostinho e Santa Mônica • Missa encerramento do retiro vocacional – Casa de Retiros dos Palotinos 26 • Reunião do Setor Juventude 27 • Formação Diretrizes CNBB – Paróquia N. Sr.ª Aparecida – Uberaba 28 • Expediente na Cúria 29 • Reunião do Setor Portão • Investidura na Paróquia Santa Quitéria 30 • Missa do aniversário do Hospital Cajuru 31 • Missa dos 100 anos de entronização da Imagem do Sagrado Coração de Jesus e Santo Antônio – Colombo

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Imprensa: Téo Travagin - 5531 (DRT-PR) comunicacao@mitradecuritiba.org.br Fones / Fax: (41) 2105-6343 E-mail: comunicacao@mitradecuritiba.org.br

10 • Missa dos Escoteiros – Paróquia São Grato 11 • Missa Paróquia Senhor Bom Jesus – Colombo • Missa e Novena da padroeira, Paróquia Nossa Senhora do Amparo – Rio Branco do Sul 12 • Gravação do Programa Leitura Orante – TV Evangelizar 13 • Reunião do Regional Sul II • Gravação do Programa Conhecendo a Palavra 14 • Reunião na Pastoral da Pessoa Idosa 15 • Reunião Setor Mercês • Visita Seminário Rainha 16 a 18 • Reunião CNBB 19 a 21 • Conselho Permanente 25 • Concentração Arquidiocesana de Catequistas – Campo Largo 28 • Expediente na Cúria 29 • Missa do Aniversário da Polícia Militar 30 • Aula no Studium 31 • Missa de Ação de Graças com voluntários que trabalharam no Corpus Christi

• Reunião do Conselho de Ordens • Novena de São Tarcísio – MG • Missa Nossa Senhora do Pilar – MG • Missa padroeira Nossa Senhora do Amparo – Rio Branco do Sul • Crisma na Paróquia São Marcos 16 • Rito de Escrutínios, Paróquia Nossa Senhora da Saúde – Pinhais 17 • Crisma Paróquia Sagrada Família – Colombo (dois horários) 18 • Missa das Capelinhas, Paróquia São Pedro – Umbará • Reunião formal da Equipe de Nossa Senhora

01 07 09 15

18 • Rito de Acolitato, Paróquia Santa Edwiges 20 • Palestra sobre documento 119 CNBB 21 • Palestra Amores Laetitia, Paróquia Nossa Senhora das Mercês 21 e 22 • Encontro com os bispos novos da Pastoral da Criança 23 • Reunião dos formadores • Reunião 2ª etapa ECC, Paróquia Nossa Senhora das Mercês 24 a 28 • Visita pastoral Paróquia Santa Teresinha de Lisieux – Colombo 29 • Reunião Pastoral Carcerária – Regional


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Agosto,

mês das vocações Neste mês de agosto, o mês vocacional inspira

fissão mãe, pois tratam-se de vocações. Pode ser

uma reflexão muito relevante para os católicos.

profissão professor, engenheiro, construtor. É um

No primeiro final de semana vamos celebrar o

modo de fazer.

dia do padre, depois o dia dos pais, dia do religioso, do catequista, do leigo. Na origem da palavra,

O modo de ser é a vocação, uma maneira de rela-

vocação vem de voz: vox, vocis em latim, uma voz

cionar-me com Deus. A resposta que dou a ele mo-

interior. Não é o mesmo que profissão. Profissão

ve-me a ir ao encontro do outro e manifestar-me

é aquilo que gosto de fazer. Envolve os dotes e as

e portar-me como discípulo do Senhor. Em casa

gratificações, não apenas monetárias, não me re-

como marido, como esposa, como mãe, como

firo ao aspecto financeiro apenas, mas àquilo que

pai, ou fora o mesmo, como sacerdote, religioso.

gosto de fazer é à maneira de relacionar-me com

Em tudo, por causa de Deus, quem quer que eu

o mundo no que diz respeito ao ofício que sei de-

seja, assumo determinadas atitudes, quer na vida

sempenhar. Isto é profissão.

profissional, quer na vida familiar, quer nos relacionamentos, nas amizades, nos convívios. Que

Vocação, voz, é um modo de ser, não é apenas

em tudo eu possa dar uma resposta de fidelidade

ofício, competência ou capacidades fabris. É um

à voz que soa e ressoa. E respondendo a esta voz

modo de relacionar-se constantemente. É uma

eu assumo escolhas, e até profissões. Mas sempre

voz interior que soa e ressoa na própria interiori-

tendo como a última, radical e mais profunda mo-

dade. Esta voz depende de uma espiritualidade

tivação a resposta que quero dar àquela voz, a voz

cultivada, a voz de Deus. É sempre uma voz de

secreta de Deus a pedir de mim uma resposta.

Deus à qual dou minha resposta, como padre, como religioso, como marido, como esposa. Nin-

Pense na sua vocação, cuide dela. Aqueles que

guém diz: profissão pai, profissão marido, pro-

você amar ser-lhe-ão muito gratos por isso.

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

Bem-Aventurados os que choram, porque serão consolados (Mt. 5,5) Como deve ser entendida esta Bem-aventurança? Chorar é próprio do ser humano. Até Cristo Deus, sendo também homem, chorou em suas preces (Heb. 5,7). A criança, antes de falar, chora quando sente fome, carência da mãe e pai e quando se encontra doente. A pessoa adulta chora muitas vezes, na vida, numa excessiva alegria ou tristeza. É este o sentido da Bem-aventurança? Não deve ser entendida assim a Bem-aventurança. Qual é o verdadeiro sentido? Quais as causas em que as pessoas choram e devem ser consoladas? São múltiplas. Às vezes, choram os pecadores quando reconhecem seus pecados graves, como o aborto, e se convertem. Quem é o verdadeiro consolador? Geralmente é o sacerdote, sobretudo no ato da confissão. Pode ser pai, mãe e até amigo. Quando as pessoas choram mais vezes? Quando um jovem não consegue entrar numa faculdade para estudar ou não encontra um trabalho ou perde um emprego. Quem mais chora? Quem perde um familiar: esposa, esposo, um filho, a mãe, o pai. Quando os pais têm um filho drogado, alcoólatra ou com outros vícios. Quem mais chora? Os pobres, sem recurso para sua subsistência, sem culpa, porque não encontram emprego. As pessoas, com doenças graves, sabendo que vão logo morrer: esposo ou esposa, deixando às vezes filhos menores.

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Enfim, as pessoas idosas, abandonadas, sem atendimento, por falta de recursos pessoais ou dos familiares ou até com recursos, internadas na casa de repouso, ou porque não têm os familiares a possibilidade de atendê-los por falta de tempo, porque trabalham ou por não querer ter incômodo, preferindo interná-los. Estes últimos vão visitá-los, levam flores, frutas, doces. Mas o que as pessoas internadas preferem, mais que isto, é carinho. E há ainda outras causas pelas quais as pessoas choram. Como quer que seja, a Igreja recomenda que sejam consoladas, de acordo com o Evangelho. O primeiro recurso, possível a todos, é a oração e igualmente o carinho. Depois são palavras de bons conselhos, visitas, acompanhamento, acolhimento na própria casa ou outras modalidades. A igreja hoje tem a Pastoral da Fraternidade, da Saúde e da Viuvez. Para concluir, quem é autêntico cristão saiba sempre consolar os que choram. Este é o verdadeiro sentido da Bem-aventurança. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados (Mt 5, 5).


Juventude

Geração João PauloII Um grupo de amigos encerrou um ciclo de grupo de jo-

Depois de um tempo ficaram 2 a 3 coordenadores para

vens em uma Capela, mas eles perseveraram realizando

cada ministério, 3 assessores e 2 seminaristas, que as-

os encontros em casas. Em um desses encontros, uma

sessoravam e estavam sempre presentes e dispostos a

mãe levou sua filha pela primeira vez na casa de uma

ajudar no desenvolvimento e crescimento do grupo e

avó, e já conhecia um dos meninos que estavam à frente.

dos adolescentes.

Essa mãe participa em outra Capela como catequista e o seu desejo era iniciar um grupo de jovens nesta Cape-

O primeiro ano do grupo, após muitas orações, foi co-

la. Quando viu que esses adolescentes e jovens estavam

memorado com o evento Adora Christ. Hoje o grupo Ge-

realizando os encontros nas casas sentiu uma forte von-

ração, com dois anos, comemorou com o Adora Christ

tade em convidá-los e ajudar, e fez o convite a um deles:

parte II, com muita adoração e louvor. Percebemos cada

“O que acha de fazer uns encontros em nossa Capela?”.

dia mais a importância de ajudar jovens e adolescentes.

Tudo foi muito rápido. O jovem conversou com os ou-

O grupo segue numa caminhada desafiadora, mas com

tros, que aceitaram, e após comunicar a coordenadora

muita força e fé. Mesmo com algumas dificuldades e

da Capela ela aceitou e os acolheu. Como ninguém se-

desafios, segue com muito apoio da comunidade e da

gue sozinho, essa mãe precisava de ajuda, e numa con-

Capela. Acreditamos principalmente na necessidade

versa com outra catequista esta falou de outra mãe que

em ajudar adolescentes e jovens, que já participaram

tinha a vontade de trabalhar na Capela com jovens.

ou participam do grupo, pois muitas vezes o refúgio e a ajuda vêm dos amigos do grupo ou até mesmo de um

Sem mesmo conhecer ou saber a história dessa mãe, a

encontro.

primeira mãe que estava à frente enviou uma mensagem para essa outra mãe e, sem saber direito, disse seu

O grupo se organiza para participar de eventos, como o

sim. As duas mulheres, junto com os jovens, iniciaram a

DNJ (Dia Nacional da Juventude), reuniões, missas, vi-

missão, com reuniões e encontros. O grupo foi inicial-

gílias, missões. Há planejamento para realizar missões

mente divulgado como “Juventude João Paulo II”, e após

e seguir ajudando o próximo. E em meio a desafios os

a participação em reuniões na Arquidiocese começaram

integrantes se unem e seguem firmes para essa missão

a entender melhor e seguir as normas e diretrizes da Ar-

maravilhosa, pois acreditamos que os jovens não são

quidiocese.

somente o futuro da Igreja, mas o hoje!

O grupo passou a se chamar Geração João Paulo II, com os adolescentes / jovens como coordenadores e os adultos como assessores. Após um período de encontros, o grupo assumiu a terceira missa do mês na Capela, e criou os ministérios abaixo para seguir a liturgia e ser também incentivo: * Peregrinos do amor – Músicas * Magnífica – Teatro e dança * Verbum - Leituras e comentários

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessora Eclesiástica: Ir. Valéria Andrade. Secretário: Kelvin Oliveira. E-mail: juventude@mitradecuritiba.org.br / Telefone: 2105-6364 Arquidiocese de Curitiba | Agosto 2019

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PADRE BADACER RAMOS DE OLIVEIRA NETO Secretário da Pontifícia Obra da Propagação da Fé

COMIDI

Famílias em Missão, Vidas em Doação! Famílias Missionárias (FM) é um serviço de animação, formação e cooperação missionária da Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF) às comunidades, paróquias e dioceses. É oferecido como alternativa para todos os que integram o ambiente familiar. Colabora na animação missionária no interior do lar para edificar igrejas domésticas enraizadas na vivência do Evangelho e no testemunho de Jesus Cristo. O horizonte das FM é promover a consciência da missão universal nas famílias, como igreja doméstica, despertando vocações missionárias comprometidas com o anúncio do Evangelho e em favor da vida. Para alcançá-lo, trilha seu caminho objetivando fortalecer as Famílias Missionárias na vivência do estado permanente de missão, realizando encontros de grupo para a escuta, reflexão e partilha da Palavra de Deus e da vida, bem como desenvolvendo atividades de animação e formação missionária, o que possibilita o despertar de vocações além-fronteiras nas famílias e, articulando ações conjuntas com pastorais, movimentos, organismos e entidades que trabalham com a ética e a promoção da dignidade humana, buscando sempre uma comunhão com a igreja local por meio da participação e comunhão com os Conselhos Missionários na paróquia, diocese e regional (COMIPAS, COMIDIS, COMIRES). As Famílias Missionárias não têm pretensões de substituir nenhuma atividade desenvolvida pela pastoral familiar, mas animá-las de maneira dialogal na sua vivência missionária. Traz o lema, Famílias em missão, vidas em doação! E, sua metodologia consiste nas quatro áreas integradas, com distinção de dois momentos: vida de grupo e vida de família. Durante o período de um mês, é sugerido um passo a ser dado pelo grupo a cada semana: 1ª Semana: Realidade Missionária – Ver: É o primeiro passo, olhar a realidade, conhecê-la. Para o mês, escolhe-se um tema gerador relacionado a uma realidade concreta, busca-se orientação para compreendê-lo melhor e, então, realiza-se uma formação missionária. Esse passo deve ser vivido no grupo. 2ª Semana: Espiritualidade Missionária – Iluminar. O segundo passo convida-nos a cultivar a espiritualidade missionária

que, alicerçada na Palavra de Deus, leva-nos a contemplar a realidade estudada com um olhar semelhante ao de Jesus Cristo, buscando perceber os sinais de Deus dentro dela. Esse passo deve ser vivenciado dentro do lar, ajudando as famílias a desenvolver, em sua casa, um clima de oração e de escuta. Pode-se rezar o terço missionário em família ou fazer a leitura orante da Bíblia. É um passo visto como um exercício na vida em família. 3ª Semana: Compromisso Missionário – Agir: A proposta do terceiro passo é a ação, o gesto missionário, a interferência na realidade sobre a qual estudamos e rezamos. O grupo das Famílias Missionárias deve realizar uma visita missionária, de acordo com a realidade local e as necessidades reveladas a partir do estudo do tema. Como serviço inserido na pastoral orgânica, é um momento para se buscar maior integração com as demais pastorais, movimentos e organismos presentes na comunidade, bem como parcerias com as organizações civis e as outras instituições religiosas. 4ª Semana: Testemunho Missionário – Avaliar e celebrar: O quarto e último passo do mês é um convite para celebrar as maravilhas que o Senhor faz nas famílias. O grupo é chamado a participar de um momento celebrativo, a missa, por excelência, mas pode ser uma celebração organizada pelo grupo em uma das casas dos participantes ou onde melhor for conveniente. Propõe-se fazer uma breve avaliação acerca do caminho percorrido e desenvolver uma proposta de como será a caminhada do mês seguinte. - Vida de Grupo: Momento em que as famílias que compõem o grupo se reúnem em comunidade, partilham vivências e orientam-se para os trabalhos, bem como se constituem a partir de encontros como igrejas domésticas. - Vida de Família: Momento de vivência familiar, em casa, na busca por fortalecer o diálogo, a presença de Deus e os vínculos dentro da família. Com este serviço acreditamos que contribuímos de forma eficaz para tornar a nossa igreja mais missionária, onde todos os batizados se tornam sujeitos da missão, testemunhando sua vocação batismal que é missionária.

Fotos do encontro com as famílias no Sergipe em 2018

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO MISSIONÁRIA: Coordenador: Padre Marcondes. Secretária: Elania Bueno - 2105-6376. E-mail: elaniacmb@mitradecuritiba.org.br

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SANDRA MARIA Ação Evangelizadora

Assembleia

Assembleia Arquidiocesana “Sereis minhas testemunhas” (At. 1,8)

A Igreja de Curitiba continua em Assembleia! Sua preparação iniciou-se em março de 2018 e tem conclusão prevista para 2021. Cada tempo do cronograma foi minuciosamente pensado para atingir os objetivos de apresentar pistas para a renovação e adaptação de nossas comunidades aos novos tempos, a fim de que sejamos “testemunhas do Ressuscitado”. Nestes meses vivenciamos a fase da escuta, por meio de questionários, que foram preenchidos por fiéis de todas as ordens e, inclusive, pessoas não católicas. Desde o início, contamos com a assessoria técnica de profes-

sores da PUC-PR, e neste momento estamos na fase da tabulação. Tão logo finalizemos a digitação dos dados, a equipe técnica nos auxiliará no levantamento de dados quantitativos e qualitativos, para futura reflexão pastoral nas nossas paróquias. Nesta etapa de grande volume de trabalho na digitação, a Arquidiocese conta com a força dos voluntários vindos de algumas comunidades, bem como dos funcionários da Mitra. Os voluntários estão sendo essenciais para a conclusão da digitação de dados. Observa-se com alegria que a disposição e empenho destes colaboradores é fruto de um sincero encontro com Jesus!

Confira a fala de alguns dos jovens voluntários sobre esta colaboração: • Estou gostando muito, por mim não sairia daqui, me motivou a vir pela ajuda, amo ajudar, principalmente se for algo referente à Igreja. – Jeferson, 16 anos, Paróquia Bom Pastor • Eu estou adorando! Em 1º lugar a maior motivação é a ajuda ao próximo. E também, como estou desempregada e faço curso técnico de informática, esse trabalho voluntário me proporciona experiência na área. – Katiuscia, Paróquia Bom Pastor, Grupo Sementes pela Fé • Não sou acostumado a participar de atividades voluntárias, mas estou achando super legal, pois somos muito bem tratados e sigo o meu tempo para digitar os formulários – Henrique, 14 anos, Paróquia Bom Pastor • Vim por convite do Grupo de Jovens Sementes da Fé e tem sido muito diferente e muito legal a interação das pessoas que estão nesta atividade das digitações – Victória, 16 anos, Paróquia Bom Pastor • Tem sido uma forma de envolver meu grupo de jovens com um trabalho voluntário e está sendo super produtivo - Emanuelle • Eu não sabia que existia esse tipo de trabalho voluntário. Está sendo em legal, o que motivou foi a alegria do pessoal aqui, muito acolhedor com a gente. – Luana, 16 anos, Paróquia Bom Pastor

O Centro de Pastoral da Arquidiocese de Curitiba louva e bendiz a Deus, que não cessa de prover seus filhos das forças necessárias a cada desafio!!!

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Pascom

Pascom a serviço da evangelização A Comissão de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba tem promovido nos setores a Escola de Comunicação. A proposta é contribuir com a formação para a implementação de Pastorais da Comunicação e integrar estas pastorais entre si e com a própria comissão arquidiocesana. Como reflexão, apresentamos a seguir o documento "Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil":

cultivo do ser humano enquanto pessoa que comunica valores, vivenciados a partir da Palavra.

Aprovado em março de 2014, o Diretório define a Pastoral da Comunicação (Pascom) como eixo transversal de todas as pastorais da Igreja. Em sua missão, deve irradiar ações próprias do campo da comunicação com sentido pastoral, as quais ganham sentido na medida em que colaboram com a ação evangelizadora eclesial.

2. Promover o diálogo e a comunhão das diversas pastorais;

E é neste campo que atuam milhares de agentes e profissionais da comunicação em todo o Brasil. Mas o Documento da Conferência dos Bispos esclarece que o trabalho da Pascom não deve ser reduzido aos meios de comunicação, “pois ela é um elemento articulador da vida e das relações comunitárias”. A Pascom favorece o

São seis frentes de trabalho para a atuação da Pascom, de acordo com o Diretório:

1. Colocar-se a serviço de todas as pastorais para dinamizar suas ações comunicativas;

3. Capacitar os agentes de todas as pastorais na área da comunicação, especialmente a catequese e a liturgia; 4. Favorecer o diálogo entre a Igreja e os meios de comunicação, para dar maior visibilidade à sua ação evangelizadora; 5. Envolver os profissionais e pesquisadores da comunicação as reflexões da Igreja, para colaborar no aprofundamento e atualização dos processos comunicativos; 6. Desenvolver as áreas da comunicação, como a imprensa, a publicidade e as relações públicas nos locais onde não existem profissionais especificamente designados. Fonte: CNBB.org.br

Párocos comentam a importância da Pascom na Paróquia A Pascom realiza aqui na paróquia um trabalho maravilhoso de evangelização. Atua em quase todas as comunidades, transmitindo pelo Facebook as missas dominicais. Além disso, divulga eventos pastorais em nível paroquial, alimenta o site com notícias, mensagem semanal do pároco e outros assuntos de interesse de todos. Parabenizo a todos pelo belo trabalho realizado. Padre André Marmilicz – Paróquia Santa Cândida

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A Pascom em nossa comunidade tem sido um elo de unidade. Nossa paróquia necessita de unidade e a Pascom tem sido um dos caminhos para reforçar laços, comunicando mais que informações: a Palavra do Senhor. Aqui, esta pastoral cumpre a mesma missão de Paulo: “Ai de mim se não pregar o evangelho." (1 Cor. 9, 16). Padre Geovani Dias – Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança

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Sou Pároco da Paróquia São José e Santa Felicidade. A Pascom está prestando um serviço valioso em vários sentidos: 1. Permitiu suprimir os “avisos paroquiais” (que quase ninguém lembra) no final das missas 2. Informa sobre tudo o que há de importante para a comunidade 3. Oferece temas de formação e espiritualidade 4. Chega a ambientes fora do contexto eclesial Pe. Claudio Ambrozio, CS – Paróquia São José e Santa Felicidade


Vocações

MATHEUS MARQUES DE MATOS Seminarista, 4º ano de teologia

O Discernimento Vocacional e a Santidade O chamado vocacional está na própria raiz do “ser

posta a Deus inclui já em si mesmo o buscar também

cristão”. No momento em que toda pessoa é chamada

que o próximo experimente o amor salvador de Deus.

a ser seguidora de Jesus Cristo (cf. Mt 19, 21) também

Tal importância da busca da santidade é retomada

existe um propósito para tal seguimento. Ser discípu-

pelo Papa Francisco: “não te santificarás sem te en-

lo de Jesus numa atitude de configuração com Ele é,

tregares de corpo e alma, dando o melhor de ti neste

em si mesmo, responder a um chamado. Contudo, tal

compromisso (construção do Reino)” (Cf. Gaudete Et

chamado ocorre em etapas que precisam ser vividas

Exsultate, 25).

em profundidade e consciência: o chamado à vida, a união a Cristo enquanto chamado à santidade e, por

Por fim, depois do conhecimento da pessoa de Jesus

fim, o discernimento da vocação específica.

Cristo e da busca da santidade aparece a realidade do discernimento da vocação no mundo, ou seja, da vo-

O primeiro chamado é a própria vocação à vida. To-

cação específica. Tal realidade de discernimento não

davia, Deus não chama somente à vida, mas à vida

se dá somente por inclinações naturais ou “vonta-

plena (Jo. 10,10), que ocorre pela vida na graça. As-

des”, mas se dá na escuta do mestre. Por isso requer

sim, a verdadeira vida se dá pela vivência do mistério

um silêncio orante, no qual a escuta da pessoa de

da morte e ressurreição de Cristo, conhecendo sua

Jesus se dá (Cf. Christus Vivit, 285). A realidade do dis-

pessoa e vivendo como homens novos e numa vida

cernimento da vocação específica também se dá no

nova (cf. Rm. 6,4). Nesse sentido, o Papa Francisco

diálogo, pois não é uma vocação fechada em si, mas

fala da importância do conhecimento da pessoa de

aberta à realidade do serviço e, por isso, também o

Jesus Cristo no Kerygma, ou seja, da “beleza do amor

diálogo tem seu caráter fundamental, além da pró-

salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto

pria ajuda de alguém mais maduro na fé.

e ressuscitado” (Evangelii Gaudium, 36). Considerando tudo isso, o discernimento vocacioO segundo passo é que tal chamado à vida não está

nal não está ligado somente ao processo de “propa-

somente na experiência do imenso amor de Deus e

ganda de um estado de vida”, mas é resposta a per-

do conhecimento de Sua pessoa, mas na mudança

guntas feitas. Tais perguntas brotam do desejo de

da própria pessoa e, por isso, na busca da santida-

servir a Deus e à construção do Reino, e estas per-

de (cf. 1 Pd. 1,16). O chamado universal à santidade

guntas somente serão feitas se houver um contato

constitui-se numa busca de mudança, interior, mas

profundo e íntimo com Jesus. Não há vocação espe-

também na construção do reino, da saída de si mes-

cífica sem a busca da santidade, e não justificativa

mo. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua

de busca de santidade, sem um encontro pessoal

justiça” (cf. Mt 6,33), e então a santidade como res-

com o próprio Jesus.

Entre em contato com a Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Curitiba: (41) 3285 4097 / (41) 9 9821 5196. pvcwb.com.br

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Especial

AFONSO CARLOS SCHIONTEK E JANETE MARIA MIOTTO SCHIONTEK Equipe de Coordenação do novo serviço Pastoral PE. FABIANO DIAS PINTO Assessor EclesiáStico

Serviço de Acompanhamento Canônico-Pastoral de Pessoas separadas/divorciadas Atendendo a pedido do Papa Francisco, a Arquidio-

têm contribuído para a consolidação desta novida-

cese de Curitiba tem estruturado um inovador servi-

de, resultando já na eleição de coordenadores deste

ço pastoral: o serviço de Acompanhamento Pastoral

serviço cada um dos 15 setores da arquidiocese. No

prévio para as pessoas que estão passando por difi-

primeiro semestre de 2019, uma nova etapa de for-

culdades no relacionamento e desejam buscar a ver-

mação ocorreu, animando os participantes para o

dade sobre seu vínculo matrimonial, indo assim além

início do atendimento aos casais ou pessoas indivi-

do Serviço Jurídico já existente para declaração ou

dualmente. A proposta caminha agora para o início

não de Nulidade Matrimonial.

do atendimento pastoral personalizado e exclusivo aos casais com processos em andamento no Tribunal

Com o nome de Serviço de Acompanhamento Ca-

Eclesiástico, que deverão começar a ser acolhidos

nônico-Pastoral de Pessoas separadas/divorciadas,

nos próximos meses, de acordo com as possibilida-

desde 2017 são realizadas ações para a estruturação

des de atendimento dos agentes que participaram

desta novidade na Arquidiocese em diálogo com as

das formações. Nas próximas etapas, a serem reali-

comunidades paroquiais. Desde então as diversas

zadas a partir de 2020, pretende-se estruturar espa-

instâncias e forças vivas de nossas comunidades

ços de atendimento nos 15 setores paroquiais.

Entenda como a Arquidiocese tem estruturado o Serviço de Acompanhamento Canônico-Pastoral de Pessoas separadas/divorciadas Um dos desdobramentos do chamado “Sínodo das

Assim, o que inicialmente se chamou Pastoral Pré-Ju-

Famílias” (2014) que, de maneira inédita, promoveu a

diciária, na Arquidiocese de Curitiba, convencionou-

participação dos católicos do mundo todo foi a Pro-

-se chamar de Serviço de Acompanhamento Canô-

mulgação da Reforma dos Processos Matrimoniais

nico-Pastoral de Pessoas separadas/divorciadas

na Igreja Católica (2015). O Papa Francisco pediu a

por expressar mais fielmente o pedido do Papa Fran-

realização de um Serviço de Acompanhamento Pas-

cisco e melhor adequar-se à linguagem brasileira. O

toral prévio para as famílias que estão passando por

nome foi escolhido pelos próprios agentes de Pasto-

dificuldades no relacionamento e desejam buscar a

ral que participaram dos primeiros encontros.

verdade sobre seu vínculo matrimonial, e não apenas

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um Serviço Jurídico para declaração ou não de Nuli-

A proposta da Igreja de Curitiba foi apresentada pelo

dade Matrimonial. Na tradução do texto do decreto

arcebispo e conta com a anuência do clero. Em se-

para a língua portuguesa encontramos a expressão

tembro de 2017, durante a Assembleia do Clero, Dom

“Pastoral Pré-Judiciária”, o que no senso comum foi

José Antônio Peruzzo pediu ao Padre Fabiano Dias

associado à ação pastoral destinada aos irmãos en-

Pinto, recém-chegado de Roma, que falasse aos pa-

carcerados.

dres sobre a tal “Pastoral Pré-Judiciária”.

Arquidiocese de Curitiba | Agosto 2019


Como o trabalho começou Uma vez que não houve objeções, mas valiosas su-

Muito positiva foi a formação que aconteceu entre

gestões dos padres para que tal serviço fosse inicia-

setembro e dezembro de 2018 para efetivamente co-

do, o arcebispo criou uma equipe e fez uma propos-

nhecer melhor as lideranças enviadas pelos párocos e

ta de organização de pastoral específica em linha

oferecer-lhes elementos para dar início aos trabalhos.

catecumental, seguindo os passos propostos para

Entre os cerca de 200 participantes foi possível obser-

a catequese na Igreja do Brasil (cf. Documento 107

var a disponibilidade, as aptidões e anseios e, por fim,

da CNBB). Com isso, um projeto foi apresentado em

desenhar uma proposta de formação mais específica

todos os 15 setores. Uma vez elaborado o esquema

para os próximos grupos.

inicial (itinerário) foi nomeado um casal coordenador com larga e indiscutível experiência na atuação

Também procuraram a equipe de coordenação pesso-

com a Pastoral Familiar, Janete e Afonso Schion-

as com outros interesses, como alguns que pensaram

tek, para compor uma Equipe Central junto com o

ser esta nova pastoral um grupo para conceder "nuli-

Coordenador Arquidiocesano da Ação Evangeliza-

dade a toque de caixa" e até aquelas que viram uma

dora, Padre Alexsander Cordeiro Lopes, o Coorde-

oportunidade de "fazer um trabalho novo e ganhar

nador Arquidiocesano de Catequese, Padre Lucia-

mais um dinheiro". Obviamente, na caridade cristã tais

no Tokarski, o Frei Marcelo Neves, OP, doutor em

pessoas foram orientadas sobre o verdadeiro objetivo

Direito Canônico que foi professor no Angelicum,

do trabalho.

em Roma, e o Padre Fabiano Dias Pinto, Canonista, além do senhor Ademir Muraro, teólogo.

Ainda em 2018 foram definidas as Paróquias referenciais, e os participantes da formação elegeram coorde-

Uma vez visitados os setores e tendo sido aco-

nadores para cada um dos 15 setores da arquidiocese.

lhidas as dúvidas e sugestões de todos os padres que participam das reuniões nos 15 setores a res-

Em 2019, durante o primeiro semestre, aconteceu

peito do itinerário, os párocos foram convidados

nova rodada de formação para um novo grupo de inte-

a enviar lideranças interessadas em participar da

ressados que contou com a participação de mais de 80

formação promovida pela equipe de coordenação.

pessoas. Urge destacar que de Acordo com as Orien-

Participaram, em grande maioria, Agentes de Pas-

tações da Congregação para a Educação Católica (aos

toral que já atuam na Pastoral Familiar e outros

Institutos de Estudo), colocou-se em prática a Instrução

interessados em ajudar quem quer uma verifica-

sobre os Estudos de Direito Canônico à Luz da Reforma do

ção de nulidade.

Processo Matrimonial (29 de abril de 2018).

Formação promovida pela equipe de coordenação

Coordenadores de setor em reunião

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• Formação dos novos agentes: consultores de base, agentes de "segundo" e de "terceiro” nível O Papa Francisco escreveu um documento para a reforma dos Processos Matrimoniais na Igreja, o Motu Proprio Mitis Iudex Dominus Iesus que já apresentava a possibilidade pastoral de formar os chamados "conselheiros de primeiro nível", que são denominados como "pessoas consideradas idôneas pelo Ordinário do Lugar, dotadas de competência, mesmo que não sejam exclusivamente jurídico-canônicas. Entre estas está o pároco próprio ou aquele que preparou os cônjuges para a celebração do matrimônio. Esta tarefa de consultoria ou assessoria pode ser confiada também a outros clérigos, consagrados ou LEIGOS APROVADOS PELO ORDINÁRIO DO LUGAR" (Artigo 3). Tais "conselheiros" escolhidos pelo Bispo podem formar uma ESTRUTURA ESTÁVEL, segundo o citado documento do Papa Francisco. E esta estrutura estável na realidade da Arquidiocese de Curitiba serão os CENTROS SETORIAIS DO SERVIÇO CANÔNICO PASTORAL, que devem entrar logo em funcionamento nos 15 setores arquidiocesanos. A nomenclatura de três níveis de consultores surgiu a partir de um documento emanado pela Congrega-

ção para a Educação Católica no dia de Santa Catarina de Sena de 2018 (29 de abril). É uma INSTRUÇÃO que visa nortear o modo de proceder e denominar os agentes que darão corpo à Reforma preconizada pelo Papa Francisco. Tal documento se chama Instrução para os estudos de Direito Canónico à luz da reforma do processo matrimonial, e por isso engloba a formação que já foi oferecida na Arquidiocese, bem como aquilo que ainda se pretende. Assim, a partir desta experiência com os CONSULTORES DE PRIMEIRO NÍVEL que já temos, certo é que pouco a pouco encontrar-se-ão pessoas capazes de preencher os requisitos de "segundo" e mais adiante de "terceiro nível" para serem formadas e atuarem mais estreitamente, agilizando assim o acesso à justiça eclesial. Como expressa a Instrução do Vaticano, diferente dos consultores de base (de primeiro nível, nos 15 setores) os futuros agentes de "segundo" e de "terceiro nível" deverão ser pessoas mais bem formadas na área jurídico canônica e virão a atuar mais precisamente na Ação Judiciária da Igreja (isso obviamente para daqui a alguns anos).

• Como o Serviço funcionará na Arquidiocese de Curitiba Em Curitiba será feito em uma perspectiva catecumenal, para melhor atender o que disse o Papa Francisco ao promulgar a Reforma dos Processos Canônicos em 2014: "É então a preocupação pela salvação das almas – que hoje como ontem- permanece o fim supremo das Instituições, das leis, do direito, a impulsionar o Bispo de Roma a oferecer aos Bispos este documento de Reforma, enquanto estes bispos condividem com ele a mesma tarefa da Igreja, de tutelar tudo aquilo que promove a unidade na fé e na disciplina que diz respeito ao matrimônio, fundamento e origem da família cristã". Atualmente, na Arquidiocese de Curitiba, quem procura o Tribunal Eclesiástico em vista de um Processo de Declaração de Nulidade recebe uma senha, e depois de alguns anos aguardando na fila é chamado para iniciar uma causa. O que se pretende em um primeiro momento, com esta nova ação pastoral, é evangelizar em passos catecumenais as pessoas que estão à espera do

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chamado do Tribunal, ajudando-as por meio de um trabalho específico a bem discernir os elementos de sua narrativa de história pessoal necessária ao processo canônico, auxiliando-as eventualmente no recolhimento dos documentos, mas, sobretudo, acompanhando-as pastoralmente durante a espera pelo acesso ao procedimento jurídico da Igreja. Trata-se nada mais nada menos do que começar a fazer acontecer na prática o que o Papa Francisco afirmou no Documento da Reforma dos Processos: "Alimenta o impulso reformador o enorme número de fiéis que, embora desejando acalmar a própria consciência, constantemente sentem-se rejeitados pelas estruturas jurídicas da Igreja, devido a uma distância física ou moral; e então a caridade e a misericórdia exigem que a própria Igreja como mãe, faça-se próxima aos filhos que se consideram separados". Nos casos de situações matrimoniais conflituosas em que não há causas para pedido de nulidade este


serviço poderá orientar os demandantes a evitarem uma judicialização desnecessária. Além disso, cabe destacar que a premissa deste serviço é a “missão”, que traz consigo a necessidade de visitar, acolher, cuidar daquele que sofre e incluí-lo na vida da Igreja, Corpo de Cristo. É uma pastoral para evangelizar quem está na fila ou quem quer entrar na fila do Tribunal Eclesiástico. É uma vontade expressa do arcebispo (cf. Cânon

375 e 381 CDC) e um desejo dos agentes pastorais, que veem a situação de quem sofre, colocar em funcionamento esta pastoral que, inserida no contexto mais amplo de uma pastoral matrimonial, tem por objetivo também resgatar os relacionamentos dos que estão prestes a se divorciar ou já estão divorciados. Mas, se não houver reconciliação entre os cônjuges, tem em vista prepará-los psicológica, moral e espiritualmente para o encaminhamento da pretensão ao tribunal eclesiástico competente.

A expectativa e a motivação dos agentes pastorais deste novo serviço: Vejo que é uma bênção poder participar e contribuir, ainda mais que eu mesmo vivo a experiência de ser de um casal de segunda união. Vejo que o principal é conseguir por esse serviço trazer as pessoas de volta para a Igreja, muitas vezes achando que ali não seria seu lugar. Mas mostraremos que é sim. Vai ser um serviço personalizado, então nós vamos ser agentes de acompanhamento a cada pessoa e faremos encontros de acolhida e depois mais encontros de acompanhamento. Lógico que queremos logo estruturar tudo para o atendimento conforme estamos vendo e nos animando durante a formação, mas sempre com pé no chão para não atropelarmos etapas. Jorge Luiz Cavalli, agente de pastoral e coordenador do grupo do setor Campo Largo.

A minha participação nesta Nova Pastoral está sendo um grande desafio, de reflexão, de aprofundamento, de conhecimento, de sair da zona de conforto, e de poder ajudar os casais a enfrentarem as dificuldades no relacionamento, que às vezes não conseguiram realizar seus sonhos, mas seguem com tem a esperança de um recomeço. Então está sendo fundamental a formação que estamos recebendo, para melhor conhecermos as orientações da Igreja do Brasil, numa Linha Catecumenal, de uma Igreja em Saída, praticando a acolhida aos casais ou pessoas feridas, para que possam ser inseridas na vida paroquial, através desta nova pastoral. Henrique Musiat, agente de pastoral e coordenador do grupo do setor Portão

A pastoral já conta com agentes preparados, com apoio dos padres e de uma forma revolucionária vai tocar num assunto importante. Muitas pessoas separadas e casais de segunda união se sentem perdidos e não deveriam. Então estamos animados para resgatar estas pessoas, para que se encontrem novamente na Igreja e em Cristo, e tenham o conforto dos agentes pastorais, resgatando o que essas pessoas têm de bom dentro de si. Renata Ratton de Paula, agente de pastoral e coordenadora do grupo do setor Santa Felicidade

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Dia do Padre

PADRE MAURÍCIO GOMES DOS ANJOS Coordenador Geral do Clero

“A mais bela profissão do homem é rezar e amar” Esta frase contida no ofício das leituras na memória de São João Maria Vianney, celebrada no dia 4 de agosto, sintetiza a missão deste sacerdote e inspira os seguidores de Jesus a viverem intensamente o seu chamado. O Padre Vianney nasceu em Dardillly, perto de Lion, na França, no dia 8 de maio de 1786. Embora fosse muito inteligente nas coisas práticas encontrou muitas dificuldades para cursar filosofia e teologia, especialmente com o latim, que na época era necessário para os estudos preparatórios em vista do sacerdócio. Com a ajuda do Padre Balley, que acreditou muito na vocação do jovem Vianney, a 23 de junho de 1815 foi ordenado diácono e, a 13 de agosto seguinte, sacerdote. Com 29 anos, depois de muitas incertezas, insucessos e lágrimas, subiu ao altar do Senhor para realizar o sonho da sua vida e durante três anos ajudou o próprio Padre Balley nos diversos trabalhos paroquiais. No ano de 1817 foi enviado para o pequeno vilarejo de Ars, que contava na época com 230 pessoas, que segundo o próprio Vianney “não gostavam de Deus”. Conta em seus escritos que na viagem até Ars se encontrou com um menino que lhe ajudou a encontrar o caminho até o seu destino. E este menino pode escutar: “Você me ensinou o caminho de Ars, e eu vou lhe ensinar o caminho do céu”. Atualmente há uma escultura no caminho de

Como primeiro responsável por seus paroquianos im-

Ars que recorda este momento sublime em que o Padre

pelia-se em missão, como verdadeiro discípulo-missio-

Vianney deixou escrito na história a missão de todo sa-

nário de Jesus, preocupado em encontrar as ovelhas

cerdote: “indicar o caminho do céu”.

perdidas. Viveu intensamente o sentido do verbo “amar” e procurou amar a Deus com grande zelo, no lugar da-

Os primeiros dez anos no pequeno povoado foram de

queles que não acreditavam em nada.

grandes lutas, especialmente contra a tibieza e indife-

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rença das pessoas em relação a Deus. Como ele pos-

O amor a Deus, às pessoas e à obra salvífica de Cristo

suía a grandeza do sacerdócio em vista da salvação das

faziam Padre Vianney levantar-se na madrugada para

almas começou a visitar as famílias que residiam neste

rezar diante do Santíssimo Sacramento durante algu-

vilarejo. Catherine Lassagne, uma das suas colabora-

mas horas, preparando-se para a celebração diária da

doras, afirmou posteriormente que ele sempre pare-

santa missa. Além disso, em vários momentos do dia

ceu cheio de bondade, de jovialidade e de doçura, mas

colocava-se em oração diante daquele que inspirava o

nunca poderiam imaginar as grandes virtudes deste

seu sacerdócio. Aliado à vida de oração, oferecia sacrifí-

santo sacerdote.

cios diários, inclusive no jeito simples de morar, comer e

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vestir. Conta-se que de manhã se alimentava de um pão seco, no almoço e jantar uma ou duas batatas (aliás, algumas por vezes um pouco emboloradas). A celebração diária da santa missa era um momento sublime para o Padre Vianney, mas, com certeza, o seu processo de santificação ocorreu no confessionário. Chegou a passar de 16 a 18 horas num lugar fechado, gelado no inverno e abafado no verão. Ao longo do tempo muitos o procuravam para confessar-se. Eram peregrinos provenientes de várias regiões da França e outros países vizinhos. Formavam longas filas e muitas vezes era preciso esperar de 3 a 4 dias para poder confessar-se com ele. Mesmo tendo intensa atividade espiritual nunca deixou de cuidar das obras físicas de sua paróquia. Reformou a igreja que estava quase caindo, inclusive empunhando a pá de pedreiro. Também cuidou de um orfanato e uma escola de meninas da região. Verdadeiramente a sua vida de oração se transformou em ações concretas, especialmente em obras sociais em vista dos desfavorecidos.

Capela dedicada a São João Maria Vianney na Paróquia São José do Capão Raso.

Deste modo santificou-se, transformando a realidade da pequena cidade de Ars, e tornando-se São João Maria Vianney, o padre Cura de Ars. O padre Vianney permaneceu pároco em Ars por 41 anos e morreu na madrugada do dia 4 de agosto de 1859, com muita serenidade. Foi canonizado por Pio XI no dia 31 de maio de 1925. Depois de 4 anos da sua canonização foi declarado patrono de todos os párocos. Em Curitiba, o Santo Cura d´Ars é venerado no Seminário Propedêutico São João Maria Vianney, numa Capela de adoração ao Santíssimo aberta ao público, situada na Avenida Iguaçu, 3417. Também há uma Capela dedicada a São João Maria Vianney na Paróquia São José do Capão Raso, situada na Rua Emanuel Kant,486.

Seminário Propedêutico São João Maria Vianney

Fatos curiosos • Certa vez caiu em suas mãos um abaixo assinado contra ele mesmo feito pelos párocos das aldeias vizinhas que diziam que ele era ignorante e só podia fazer mal às pessoas. Sem hesitar assinou embaixo e enviou ao bispo. • Por três vezes tentou deixar a paróquia para dedicar o restante da vida à oração em um mosteiro trapista, mas os paroquianos faziam vigília para não permitir que saísse da cidade.

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Vocações aos ministérios ordenados

Testemunhos No primeiro domingo de agosto celebramos o dia das vocações aos ministérios ordenados. Como homenagem a este dia, lançamos a seguir o depoimento inspirador de um padre, um diácono e um bispo de nossa arquidiocese, refletindo sobre o ministério.

Servindo a Igreja Acabo de completar 53 anos de ordenação sacerdotal. Durante este meio século trabalhei quase que exclusivamente na formação de futuros padres no Seminário São José da Arquidiocese de Curitiba, com nove reitores e grupos sucessivos de formadores. Pude acompanhar várias centenas de seminaristas nestes 53 anos. Destes, 72 chegaram ao sacerdócio, pertencentes a Curitiba e a várias Dioceses do Paraná. Dentre eles, um número expressivo atingiram o Episcopado. Atualmente, exercem o seu ministério nos três Estados do Sul: em São Paulo, o Cardeal Odilo Scherer; no Paraná: os dois Arcebispos: Dom Anuar Battisti e Dom José Antônio Peruzzo e os Bispos Dom Sérgio Braschi, Dom João Mamede e Dom Celso Marchiori; em Santa Catarina: Dom Irineu Scherer, (de saudosa memória) e Dom Rafael Biernaski. No Rio Grande do Sul: Dom Ricardo Hoepers. Como podemos constatar, embora vemos estes belos frutos de perseverança, a grande maioria dos ex-seminaristas acabam seguindo outros caminhos, outras vocações na sociedade. O próprio Evangelho nos diz: “ Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos”. Consola-nos porém saber que um bom número deles são atualmente catequistas, ministros extraordinários da Comunhão Eucarística e até alguns buscam o diaconato permanente. Em nossos dias, a Igreja passa por uma grande crise vocacional. Sem dúvida, vários fatores influem: o reduzido número de filhos de nossas famílias, o ambiente materialista e hedonista de nossa sociedade e, em grande parte, a falta de testemunho cristão. A responsabilidade da causa vocacional na Igreja, conforme os documentos do magistério eclesiástico, cabe a todos os batizados: Bispos, Padres e fiéis leigos. Ninguém pode se omitir. As comunidades não podem ficar privadas da Eucaristia, do Pão da Palavra e do conforto espiritual aos doentes. Hoje, mais do que nunca, é urgente o pedido de Cristo: “Pedi ao dono da seara que envie operários para a sua messe. Pois a messe é grande e os operários são poucos”. S. João Maria Vianney, o patrono do clero, costumava dizer: “O Sacerdote é o amor do Coração de Jesus”. Sagrado Coração de Jesus, manda-nos numerosas e santas vocações para a Igreja! Maria, Mãe do Sumo e Eterno Sacerdote, acompanhe nossos vocacionados! Jovem! Pare, pense e se decida! Vale a pena seguir Jesus! Monsenhor Francisco Fabris.

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O diácono e a família Quando iniciei meus estudos na escola diaconal sempre tive o cuidado para não descuidar da minha família. Depois dos finais de semana intensos de estudos, nos domingos à tarde, buscava forças para passeios e estar com a família. Depois de ordenado a pergunta é frequente: Como consegue assimilar tudo em sua vida? Sempre respondo que a duplicidade sacramental entre matrimônio e ordem me faz total nos dois. Diante do trabalho profissional dividido com os diaconais, conto sempre com a colaboração e compreensão. Tenho muito apoio e isto nos faz, juntos, desenvolvermos uma autêntica espiritualidade. Atento para que os trabalhos diaconais não me afastem da necessária convivência com minha esposa e meus filhos, familiares e amigos. O testemunho de vida se renova a cada dia, em cada celebração, em cada formação, palestras e em todos os momentos em que estou me dedicando na liturgia, no amor e na oração, no serviço divino, na obediência e na caridade. O lado benéfico do Ministério Diaconal faz ecoar nos momentos em família e no meu trabalho. Valores, princípios, fundamentos e a presença fazem com que a harmonia entre em conjunto com o aspecto familiar e diaconal em modo pleno e alegre. É louvável a participação da minha família no meu ministério diaconal. Muitas são as experiências e os momentos que me fizeram crescer, amadurecer e aprender nos diversos lugares que estive. Assimilando família e diaconato, louvo a Deus pelo chamado e pelo meu desempenho no exercer do duplo múnus de ser esposo, pai, diácono, professor e amigo. Sinto que Maria, Mãe de Jesus, intercede e concede forças para poder sempre dizer o meu sim. Ela está sempre a caminhar comigo, seja nas alegrias e nas dificuldades. Ela me coloca em seu colo e me renova para que continue a minha missão. Diácono Márcio Domingos Gardin.

O sacerdote e sua missão Os Ministérios Ordenados na vida da Igreja são formas de participação no Sacerdócio Real de Jesus. Em especial, o presbiterado e o episcopado prolongam, no curso da História, este Divino Sacerdócio. Revestidos dele, os padres e os bispos têm a Missão de darem continuidade à Obra Redentora realizada por Jesus e ao Reino de Deus que Ele inaugurou e confiou à sua Igreja, para que ela o desenvolva até que se dê Plenitude dos Tempos. Antes de voltar para o Pai Jesus confiou esta Missão aos seus discípulos, ao lhes dizer: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20,21). E o fez soprando sobre eles e dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Tanto os padres como os bispos são chamados a uma contínua configuração a Jesus Sacerdote. Esta configuração se constrói por obra do Espírito Santo, que desceu sobre Jesus no batismo (cf. Lc 4,18) e que O animou no cumprimento de sua missão (cf. Lc 4,16-21), e que é igualmente concedido aos presbíteros e bispos, seja na Ordenação Presbiteral ou Episcopal. É o Espírito Santo que dá o conhecimento do Evangelho e motiva a sua prática (cf. Jo 14,24-26). Ao longo da vida pública, no cumprimento de sua missão, Jesus mostrou que o sentido deste sacerdócio consiste em realizar, acima de tudo, a vontade do Pai (cf. Jo 4,37; Lc 22,24b). Nos Evangelhos deparamos com muitas passagens em que vemos em Jesus o exemplo e modelo para o Sacerdócio Ministerial, como estas que se seguem: - “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos” (Mt 20,28; - “Eu sou o bom Pastor. O bom pastor dá sua vida pelas ovelhas” (Jo 10,11); - “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29); - “Não vim para chamar justos, mas pecadores” (Mt 9,13); - “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62) - “O discípulo não está acima do mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre” (Lc 6,40). É nesta Mística que a Vida Sacerdotal encontra seu sentido e fundamento. Agradeço a Deus por escolher-me para esta Missão, a qual me dedico com alegria há 20 anos. O servidor do Evangelho, Dom Francisco Cota. Arquidiocese de Curitiba | Agosto 2019

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Dimensão Social

PE. GUSTOT LUCIEN, C.S. Assessor da Pastoral do Migrante

O QUE É A PASTORAL DO MIGRANTE? E O QUE É A SEMANA DO MIGRANTE? A história da humanidade, desde sua origem, está marcada pela realidade da migração. Sempre há deslocamentos dos seres humanos. Esta motivação muitas vezes se dá de maneira voluntária, no caso de turismo, e em outras vezes acontece de forma involuntária, por causa da pobreza, desemprego, estudo, violência, guerra, conflitos religiosos, perseguições e desastres naturais (como furacões, enchentes, terremotos, tempestades, secas), que obrigam as pessoas a deixarem os seus países, seus estados, suas famílias, suas culturas, suas crenças em busca de melhores oportunidades e sobrevivência.

Procura ser a voz de muitos sem vozes, que são as pessoas que se encontram em mobilidade humana por diversos motivos. Olhando um pouco a história da Bíblia, vemos também a trajetória do próprio povo de Israel, que se viu na condição de deslocamento no Egito e no cativeiro, na Babilônia. Podemos descobrir também na Bíblia situações de migrações na vida de homens como Abraão e Moisés.

As pessoas que se encontram em situação de deslocamentos pelos motivos citados foram se instalar num outro local na esperança de encontrar uma vida melhor para si e para a própria família. Este certamente é um desejo muito profundo que move milhões de migrantes ao longo dos séculos.

“Quando um imigrante habitar com vocês no país, não o oprima. O imigrante será para vocês um concidadão: vocês o amarão como a ti mesmo, porque vocês foram imigrantes na terra do Egito.” (Lv. 19, 33-34)

Hoje, mais do que nunca, este fenômeno está presente em nosso meio, visível na cidade, no país e no mundo inteiro; quem sabe até no seio de nossas famílias tem ao menos uma pessoa que se encontra em situação de migração por algum motivo. Infelizmente, nem sempre quem migra consegue realizar esse sonho com facilidade. Além das fronteiras geográficas e culturais, se deparam pelo caminho com situações de violência, roubo e ganância. Ou seja, vivem situações dramáticas, que começam desde suas saídas da terra de origem, deixando suas famílias fragmentadas ao abandonarem suas culturas, fazendo muitas vezes uma longa travessia, sem poder descansar e se alimentar adequadamente, chegando perdidos e desorientados ao país de destino. É bom deixar claro que ao falar de migrantes não estamos falando de um conceito, de objetos, ou mercadorias, mas de gente, filhos e filhas de Deus. Portanto, têm dignidade e merecem respeito. Além disso, podemos constatar que quando os migrantes são bem acolhidos e integrados contribuem para o progresso e bem-estar do povo acolhedor. Lamentavelmente, são muitas vezes vistos de forma negativa, simplesmente por ser migrantes, terem outras línguas e pela cor da pele. São vítimas de preconceito, xenofobia e racismo. Diante do que já foi relatado, podemos afirmar que a Pastoral do Migrante é um espaço de acolhida e ajuda.

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A resposta que a Pastoral do Migrante procurar dar hoje tem a sua fundamentação motivada pelas orientações bíblicas e eclesiais. Seguem algumas delas:

“Quando vocês fizerem a colheita da lavoura nos seus terrenos, não colham até o limite do campo; não voltem para colher o trigo que ficou para trás, nem as uvas que ficaram no pé; também não recolham as uvas caídas no chão; deixem tudo isso para o pobre e o imigrante.’’ (Lv. 19, 9-10) ‘’Eu virei até vocês para fazer um julgamento: serei uma testemunha atenta contra os feiticeiros e contra os adúlteros, contra os opressores da viúva e do órfão e contra os que violam o direito do estrangeiro. Esses não me temem, diz o todo poderoso.” (Malaquias 3, 5) ‘’Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram visitar.” (Mt. 25, 35-36) Acolher e acompanhar os migrantes, é uma expressão de caridade, também eclesial. (Aparecida 411) A Igreja, como mãe, deve sentir-se como Igreja sem fronteiras, Igreja familiar, atenta ao fenômeno crescente da mobilidade em seus diversos setores. Considera indispensável o desenvolvimento de uma mentalidade e espiritualidade a serviço pastoral dos irmãos em mobilidade, estabelecendo estruturas nacionais e diocesanas apropriadas, que facilitem o encontro


do estrangeiro com a Igreja particular de acolhida. (Aparecida 412) A Igreja ao longo da sua história sempre tentou dar um testemunho de acolhida aos migrantes, defendendo seus direitos: Dom Scalabrini, fundador de várias congregações religiosas para os migrantes no século retrasado, já dizia que ‘’para o migrante a pátria é a terra

que lhe dá o pão”. Destaca-se também todo o serviço prestado pela família Scalabriniana na Igreja. Hoje, uma voz mais atual é o Papa Francisco, que nunca se cansou, nunca se intimidou em defender essa causa. Que Nossa Senhora Mãe dos Migrantes, que viveu a experiência da migração e refúgio com a Sagrada Família, interceda por nós nesse trabalho.

Pastoral do Migrante de Curitiba promove a 34ª Semana do Migrante Como acontece há 34 anos, a Semana do Migrante assume a missão de dar continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade, no contexto das migrações. Em sua 34ª, aconteceu nos dias 16 a 23 de junho e teve como tema “Migração e Políticas Públicas’’ e lema “Acolher, Proteger, Promover, Integrar e Celebrar”.

Fotos do encerramento: PASCOM - Guilherme Silva e Edson Junior

No dia 19 de junho foi realizada uma palestra para estudantes do Colégio São Carlos Bartolomeu. A Missa de Encerramento foi realizada na Paróquia São José e Santa Felicidade no dia 23, domingo, e presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba, Dom Francisco Cota.

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Família e Vida

JEFFERSON SOARES DA SILVA E DAIANE PRISCILA SIMÃO SILVA

Ser pai não é apenas ter filhos Crianças são como água, onde chegam se esparramam! Sobre elas, é possível conhecer e aprender por meio da leitura, em diálogos direcionados ou ainda mediante as profissões relacionadas a sua educação. Não obstante, a paternidade e maternidade reservam vivências, sensações e aprendizagens muito particulares que permitem saborear com profundidade a “infinita” relação de troca impulsionada por uma parentalidade consciente. Infinita, pois sabe-se que filhos conferem aos pais a sensação de perenidade, ou seja, que são eternizados nos filhos. Em uma relação verdadeira um e outro se “misturam”, pois o Pai está no Filho e o Filho no Pai (João 14, 10). A parentalidade nos coloca frente a dois caminhos. Um deles envolve uma intensa relação de troca, cuidado e carinho que, por consequência, alcançam o alicerce de nossa história de vida. A outra senda é experimentada pelos pais, ou pela figura de afeto que, fechados às exigências geradas por uma criança, tendem a percebê-la como um objeto de consumo, um produto, uma criança fast food. Dela esperam-se nada mais que “breves momentos de prazer”. Focados no trabalho para que tenham uma “educação de qualidade”, acabam por terceirizar todo cuidado que gera desconforto, esforço, presença e, mesmo, amor. Mas esse projeto educativo, pela fragilidade de vínculos afetivos e pela ausência de uma aprendizagem significativa resulta em seu contrário. Não obstante, o pai que opta pelo caminho da doação integral, desde a notícia da chegada de um filho sente no ventre da alma uma nova possibilidade de ressignificação de sua vida interior. Participar dos primeiros passos e palavras, estar atento aos choros e exigentes cuidados gerados pelos filhos, permitem aos Pais acessar dimensões de satisfação e de sofrimentos de sua história de vida, de sua infância, da relação com os pais até então não trabalhadas. É no toque da pele, no sentir da respiração, na troca de olhares e experiências que a história de uma vida pode ser reelaborada, pelo amor. E essa relação de reencontro com sua criança interior que os filhos convidam a fazer é um desafio diário de conversão, de reestruturação do “ser”, mas principalmente de abertura para o novo que Deus reserva através destas vidas que, literalmente, clamam por

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amor e cuidado. Ao mesmo tempo são deliberações desprendidas e conscientes que intencionam preparar e lançar os filhos à construção de um novo Reino, de uma nova cultura que valorize a vida em meio a um mundo carente de Amor. Missão que permita-lhes experimentar que “há maior felicidade em dar que receber” (Atos 20, 35). Este exercício, essa “escola de amor” é uma dádiva que se vive em família. O que Deus espera de nós ao nos confiar essas novas vidas? A vivência da Igreja doméstica, do amor familiar, ou seja, a fonte para a implantação de uma nova sociedade. Aquele desejo profundo que nós pais temos de que nossos filhos sejam felizes, não será suprido por preocupações somente com as condições materiais. São as riquezas espirituais que conferem à vida felicidade verdadeira. Antes de serem nossos filhos, lembremo-nos, “são filhos de Deus”. Que nosso testemunho lhes permita viver as bem-aventuranças, como nos ensina Jesus: “São Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5, 9). Neste mês vocacional em que comemoramos o dia dos pais somos chamados a reflexão e valorização desta linda dimensão missionária de ser pai. Não é apenas o fato de ter filhos, mas é um ato de transformação de vida e construção do Reino.


MARA AVELINO Coordenação do SOS Família

Ação Social de Prevenção do Suicídio “... Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.” (Jo 10,10) Num clima de festa e esperança, no dia 14 de julho, na Cúria Metropolitana de Curitiba, foi lançado um projeto de alerta pela vida promovido pela Pastoral Familiar Arquidiocesana, através da coordenação do SOS Família.

vem, com profissionais da área da saúde e educação; um serviço de escuta e atendimento profissional emergencial e vídeos formativos que estarão disponíveis no site da Cúria Metropolitana.

Participaram deste evento profissionais de diferentes áreas de atuação da saúde e da educação, bem como representantes de diversas instituições e grupos que trabalham com a prevenção do suicídio. Com entusiasmo uma bandeira foi levantada unindo todas as frentes de trabalho ali presentes, em favor desta causa. Aproveitamos este espaço para agradecer a presença de cada um neste dia.

Este projeto vem sendo construído com a colaboração e dedicação de muitos voluntários, adultos e jovens, de diferentes áreas, que dedicam seu tempo e experiência a serviço deste movimento pela vida que cresce sempre mais. Dia a dia, contemplamos a ação do Espírito Santo que nos surpreende com sua providência, iluminando o caminho e abrindo portas para a concretização deste projeto segundo a sua vontade.

O objetivo desta ação conjunta é oferecer à população que sofre uma atenção emergencial frente a este processo silencioso. Esta ação preventiva não se limita apenas ao sistema de saúde. São necessárias medidas integrativas entre os âmbitos biológico, psicológico, político, social, cultural e econômico, a fim de promover um olhar abrangente, visando a diminuição da taxa de suicídio.

Diante desta realidade que coloca em risco a vida, a igreja se levanta como voz de Cristo para reestabelecer a dignidade humana. Somos encorajados pelo Papa a assumirmos esta tarefa de responsabilidade com a vida. “As realidades que nos preocupam, são desafios, não caíamos na armadilha de nos consumirmos em lamentações auto defensivas, em vez de suscitar uma criatividade missionária. Em todas estas situações de sofrimento, a igreja, como mãe, sente a necessidade de dizer uma palavra de verdade e de esperança. A igreja faz um apelo de libertar em nós as energias de esperança traduzindo em sonhos proféticos, ações transformadoras e imaginação da caridade”. (AL 57)

Para este fim, o projeto em desenvolvimento conta com três planos de ação que serão executados em paralelo: um programa de TV interativo, voltado ao público jo-

EXPEDIENTE COMISSÃO FAMÍLIA E VIDA: Coordenadores: Roberto Machado e Márcia Regina S. Machado. Secretária: Vanessa Langner. Contato: (41) 2105-6309 -vanessads@mitradecuritiba.org.br

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Catequese

PE. LUCIANO TOKARSKI Comissão da Animação Bíblico-Catequética

CATEQUESES MISTAGÓGICAS O Batismo e a Vocação do Catequista Não é por acaso que o sacramento do Batismo é representado pela piscina, fonte ou pia batismal. Nos recorda constantemente que o batismo é fonte de todas as vocações. Da fonte batismal brotam todas as vocações da comunidade. É a sua graça atuante que nos desperta para uma vocação específica. Da fonte batismal brota a ministerialidade da Igreja. Somos revestidos pelos diversos dons, carismas e ministérios pelo mesmo Espírito. Em tempos de forte sacramentalismo, de escassez de vocações específicas e da carência na ministerialidade da comunidade cristã é oportuno refletir sobre a eficácia do sacramento do Batismo. Se o Batismo não nos desperta para um compromisso mais profundo com a Igreja, pouco efeito produzirá. Nenhum batizado pode permanecer inativo na comunidade; ser chamado a assumir a sua missão é consequência do sacramento recebido. O Documento de Aparecida (184) se expressa sobre esta relação dependente entre sacramento do Batismo e vocações específicas: “a condição do discípulo brota de Jesus Cristo como de sua fonte, pela fé e pelo batismo, e cresce na Igreja, comunidade onde todos os seus membros adquirem igual dignidade e participam de diversos ministérios e carismas”. Sendo assim, “o batismo forma uma comunidade vocacionada, de fé apostólica, atuante e amante” (cf. Dom Pedro Brito Guimarães). Toda pessoa batizada é chamada a fazer o seu discernimento vocacional. Deve educar-se para o silêncio, afinando o ouvido para escutar Deus. Esta escuta se dá, geralmente, na comunidade. Esse discernimento supõe uma participação e um engajamento concreto na Igreja. Não é possível descobrir o que Deus quer sem uma verdadeira inserção na comunidade eclesial. É ouvir a “voz do mistério batismal” para discernir uma “vocação específica”. Do sacramento do Batismo brota a vocação sacerdotal, a vida consagrada, a vocação matrimonial, o ministério laical e a vocação missionária, para citar as principais. O ser humano recebe também um chamado comum de Deus: o chamado batismal à santidade. É ser vocacionado na Igreja, sentir-se chamado, radicado no Batismo, para trilhar o caminho de santidade. De modo especial, no último domingo de agosto comemoramos a vocação de Catequista, aquele que vive o Batismo exercendo-o no ministério da Palavra. Ser catequista é fazer brilhar a luz do Ressuscitado. Ser catequista é expressar o “sorriso de Deus, o olhar terno de Deus e abraço aconchegante de Deus” (Dom Albano Cavallin). Muito obrigado, querido catequista, pelo seu ministério: pela sua voz que ecoa, pelo seu amor que aquece, pela sua coragem que enaltece!

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Peregrinação dos símbolos missionários pela catequese dos colégios confessionais e não confessionais – 2ª parte Os Símbolos Missionários encerraram sua passagem pela catequese dos colégios da Arquidiocese de Curitiba. A proposta foi bem recebida pelas coordenações, que nos enviaram rico material. Nossa gratidão a todos os colégios que acolheram essa proposta. Eis os relatos: Colégio Bosque Mananciais Os Símbolos Missionários visitaram o nosso colégio entre os dias 8 e 11 de junho. Proporcionaram aos alunos importantes momentos de reflexão sobre a missão de cada um para se aproximar cada vez mais de Deus. Nas capelas das unidades Mananciais e Bosque os alunos entenderam a importância dos Símbolos e refletiram sobre Cristo Vivo na Palavra, na Cruz, no Sacrário, sob a intercessão da Virgem Maria.

Colégio Medianeira Entre os dias 13 a 17 de junho o colégio recebeu os Símbolos Missionários. Criamos momentos marcantes com a Celebração Eucarística, reflexão e adoração junto a estudantes, famílias e educadores do colégio, motivando-os a espontaneamente visitarem a capela para a oração pessoal. Na capela com os catequizandos explicamos o significado de ser peregrino, refletimos sobre a nossa missão de batizados, concluindo com uma oração diante dos Símbolos. Foi um momento marcante. Escola Nossa Senhora da Esperança A Escola Nossa Senhora da Esperança recebeu com muita alegria os Símbolos Missionários, que permaneceram na instituição nos dias 18 e 19 de junho. Como sempre fazemos a espiritualidade diária com todos os alunos, nestes dias os momentos de oração foram especiais, com reflexão sobre cada Símbolo e sobre nossa missão de sermos uma Igreja em saída. Foi uma linda experiência.

Colégio Bom Jesus Nosso colégio recebeu no dia 19 de junho os Símbolos Missionários. Catequistas, colaboradores e catequizandos de todas as etapas da Iniciação à Vida Cristã puderam vivenciar momentos especiais. Foram realizadas atividades de oração e reflexão, tendo como base a inspiração missionária de Maria, que acompanha a trajetória do seu Filho e nos impulsiona a vivenciar nossa própria missão como cristãos, mensageiros do amor de Deus. Assim, no dia 25 de junho celebramos a Santa Missa, na qual refletimos a visita dos Símbolos, os quais impulsionaram com a intenção ímpar de plantar no coração das crianças, adolescentes e jovens o ardor missionário tão difundido pelo Papa Francisco. Colégio Positivo Junior No dia 27 de junho o colégio recebeu os Símbolos Missionários. Foi montado um altar no pátio do colégio onde, ao longo do dia, catequistas explicavam o significado desta visita para os alunos, professores, funcionários e pais que por ali passavam. Os catequizandos, cantando e rezando, se consagraram à Mãe da Luz, e assim entronizaram os Símbolos na comunidade do colégio. Finalizamos com a participação dos pais, cantando com muita emoção e alegria.

13ª Escola de Coordenadores de Catequistas é concluída! “Se eu, vosso mestre, vos sirvo, servi vós mesmos uns aos outros” Mais um grupo de catequistas, que se preparou para exercer o ministério da coordenação em suas comunidades, concluiu, nos dias 28 a 30 de junho, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê, a Escola de Coordenadores de Catequese. Foram inúmeros momentos vivenciais, com conteúdos formativos, oração, convivência e partilhas que, com certeza, melhor qualificarão cada participante a melhor exercer seu ministério de coordenar a catequese em sua paróquia. Parabéns a cada um!

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@mitradecuritiba.org.br. (41) 2105-6318. Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon. Arquidiocese de Curitiba | Agosto 2019

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DIA DO CATEQUISTA! Está chegando o dia da nossa concentração arquidiocesana de catequistas! Esperamos pela sua presença!

Painel

Pascom Imaculado Coração de Maria

O Imaculado Coração de Maria é um só com o Sagrado Coração de Jesus Um lindo testemunho de fé ocorreu no dia 29 de junho: o encontro das comunidades do Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria rezando o terço na praça Afonso Botelho, no bairro Água Verde. Na Paróquia Imaculado Coração de Maria, a missa e coroação foi celebrada às 16 horas e em seguida os fiéis seguiram em procissão com a imagem da Padroeira até a praça Afonso Botelho, onde encontraram com a comunidade do Santuário Sagrado Coração de Jesus. Após o terço na praça a comunidade do Sagrado Coração seguiu em procissão até o Santuário, onde foi realizada Missa do Imaculado Coração de Maria.

Santuário inaugurou vitral com 200 metros quadrados

Patryck Madeira

No dia 28 de junho foi inaugurado no Santuário Sagrado Coração de Jesus, no bairro Água Verde, o maior vitral de peça única entre as paróquias de Curitiba. Confeccionado pela mesma empresa responsável pelos vitrais da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, o painel retrata a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, padroeiro do Santuário. A restauração da fachada levou cerca de um ano, sendo viabilizada por doações de 700 pessoas, participantes da campanha lançada pelo Santuário em dezembro de 2017.

Leandro Rodrigues dos Santos foi ordenado diácono transitório no dia 30 de junho, na Paróquia Sagrada Família, por nosso Arcebispo Metropolitano Dom Peruzzo.

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Bárbara Morares

Ordenação Diaconal na Arquidiocese


Nova paróquia: Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sítio Cercado Bárbara Morares

No dia 5 de julho a Arquidiocese de Curitiba celebrou a criação de uma nova paróquia, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, localizada na Vila Osternack, bairro Sítio Cercado. Na missa foi celebrada a posse do primeiro pároco, Padre Anderson Bonin. A paróquia é a 143ª da Arquidiocese de Curitiba e a criação aconteceu por meio da elevação da comunidade Nossa Senhora do Rosário de Fátima, então vinculada à Paróquia São Pedro, à condição de paróquia.

Os membros do Conselho Permanente da CNBB decidiram, na reunião realizada entre os dias 25 e 27 de junho, na sede da entidade, em Brasília (DF), os bispos que irão compor as doze Comissões Episcopais Pastorais no quadriênio que segue até 2023. Os bispos de Curitiba estão entre os integrantes de Comissões Episcopais. O arcebispo, Dom José Antônio Peruzzo, foi reeleito para presidir a Comissão de Animação Bíblico-Catequética. Dom Amilton Manoel da Silva integrou a Comissão da Juventude e Dom Francisco Cota de Oliveira integrou a Comissão da Ação Sócio-Transformadora.

Patryck Madeira

Eleitos os membros das Comissões Episcopais Pastorais da CNBB

Pascom Arquidiocesana

Dom Amilton entre membros da Congregação do Vaticano para a Vida Consagrada Dom Amilton Manoel da Silva, bispo auxiliar de Curitiba, é o único brasileiro entre os novos membros nomeados em 8 de julho pelo Papa Francisco para a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. A Congregação ocupa-se de tudo o que pertence aos Institutos de Vida consagrada e às Sociedades de Vida Apostólica. Dom Amilton ressaltou que a função o possibilitará conciliar as reuniões e atribuições com o ministério episcopal em Curitiba e comentou a alegria ao saber da nomeação: “Alegro-me com a confiança do Santo Padre e coloco-me com muita humildade e espírito de serviço para o que a Igreja necessita”.

Formação Litúrgica – Região Episcopal Norte Com a proposta de formar as equipes de liturgia e canto litúrgico paroquiais a respeito da melhor forma de celebrar o mistério em nossas comunidades, a arquidiocese de Curitiba tem promovido anualmente encontros de Formação Litúrgica nas três regiões episcopais.

No dia 14 de setembro será realizado o encontro para as equipes das paróquias e comunidades da Região Episcopal Norte. O encontro será na Paróquia São José, da Vila Oficinas. Inscrições serão abertas pelo site da arquidiocese. Mais informações: (41) 2105 6309 – Vanessa.

Programe-se: Anselm Grün em Curitiba em 27 de setembro O monge beneditino alemão Anselm Grün, um dos maiores autores da espiritualidade na atualidade, estará em Curitiba ao final de setembro para palestra sobre o tema “Trabalho e Espiritualidade”. Com mais de cem títulos traduzidos no Brasil e mais de 2 milhões de exemplares vendidos, o monge inspira-se na tradição monástica e cristã, e recorre também à psicologia e às demais ciências para ajudar as pessoas a compreender melhor as questões da fé e sua relação com a vida diária, social e familiar.

Anselm Grün vem a Curitiba pela Editora Vozes, com apoio da Arquidiocese de Curitiba e do Teatro Bom Jesus. Fará sua palestra no dia 27 de setembro, sendo prevista uma conversa exclusiva com o Clero de Curitiba às 14h30 e uma palestra destinada ao público em geral, no Teatro Bom Jesus, às 19h30. Informações para palestra com o clero: (41) 2105 6323. Informações para público em geral: (41) 3333-9812 / (41) 3233-1392.

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Decreto

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Por Mercê de deus e da Santa Sé Apostólica Arcebispo Metropolitano de Curitiba

DECRETO DE REVOGAÇÃO E INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES O Arcebispo Metropolitano de Curitiba, tendo em vista o bem espiritual dos fiéis e a unidade com as Normas da Igreja Universal, vem igualmente por bem apresentar as disposições abaixo, a fim que sejam fielmente observadas. Para tanto, no uso de suas atribuições:

DECRETA E INSTRUI 1° - A Revogação Total e definitiva de sua Aprovação Eclasiástica à "Oração para a beatificação de Monsenhor José Bernardo Krasinski", com data de 13 de março de 2019, sabendo ser equivocado e inválido tal documento emanado pela chancelaria do arcebispado, uma vez que extrapola o âmbito de sua competência (cf. Cânones 58 e 1187 - CIC 83); 2° - A proibição da reprodução total ou parcial da referida oração datada de 13 de março de 2019, uma vez que ainda não se instaurou o Tribunal Diocesano para o Processo e os consequentes trâmites necessários para iniciar a causa de beatificação e canonização do referido sacerdote, conforme Normativa vigente na Santa Igreja (cf.Motu Propio Sanctitas Clarior, 19.3.1969); 3° - Vetada a recitação da "Oração para a beatificação de Monsenhor José Bernardo Krasinski" de forma pública, com a consequente desaprovação de divulgação damesma, uma vez que "é proibido que um servo de Deus seja objeto de culto público eclesiástico sem a prévia autorização da Santa Sé" (cf. Instructio Sanctorum Mater, n. 117, 17.V.2007); 4° - A impossibilidade de continuar qualquer tentativa de beatificação e canonização de Monsenhor Bernardo* José* Krasinski (*note-se que esta é a ordem correta na grafia de seu nome completo, diferindo do Decreto Revogado supramencionado), nascido em Curitiba aos 14 de agosto de 1917 e falecido nesta mesma cidade aos 6 de março de 1975, uma vez que em desfavor às disposições do Papa urbano VIII, VEIO ACERTADA A EXISTÊNCIA DE IRREGULAR CULTO PÚBLICO ECLISIÁSTICO do mesmo (cf. C. Ap. Divinus Perfectionis Magister, in: Acta Apostolicae Sedis (AAS) 75 (1983) p.349-352); 5° - Sejam comunicados acerca DESTE DECRETO E SUAS INSTRUÇÕES os fiéis em todas as Paróquias da Arquidiocese de Curitiba, através de fotocópia do mesmo e por meio do site de Internet da própria Igreja Particular, bem como por correio eletrônico e da Revista Voz da Igreja. Sobretudo recebam uma cópia do presente os Coordenadores do Movimentos de Irmãos, fundado pelo Monsenhor Bernardo José Krasinski, fazendo chegar a notícia para todos os membros. Providencie-se ainda que o CONAMI (CONSELHO NACIONAL do MOVIMENTO de IRMÃOS) informe a todas as Igrejas particulares onde o Movimentos de Irmãos se encontra instituído e venham comunicados os respectivos senhores Ordinários locais acerca de tais disposições (cf. Cânones 47 e 54 § 2); 6° - Se em tempo vindouro Monsenhor Bernardo José Krasinski ou qualquer outro fiel for objeto de eventual intenção de Canonização na Aquidiocese de Curitiba, sejam rigorosamente obervadas as orientações da Santa Sé Apostólica, especialmente levando em conta a Intrução Sanctorum Master ou documento da Igreja Universal em vigência para este fim. Disposições dadas e passadas nesta cidade arquiepiscopal de Curitiba, aos 24 de junho de 2019, na Celebração da Natividade de São João Batista. E eu Padre Jair Fernandes Jacson, chanceler do Arcebispado, as subscrevi.

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Solenidade da Padroeira

Solenidade da Padroeira de Curitiba será marcada com lançamento de memorial à Nossa Senhora na Catedral Fundada em 1668, a Paróquia Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, atual Catedral, completou 350 anos em 2018. Por este marco, está em vigência na Arquidiocese de Curitiba um ano jubilar, desde 8 de setembro de 2018 até 30 de setembro de 2019, data do aniversário de 125 anos da instalação da Diocese de Curitiba.

Neste ano de 2019 a solenidade Nossa Senhora da Luz dos Pinhais terá entre os destaques a inauguração do memorial dedicado à Padroeira da cidade e Arquidiocese de Curitiba, também servindo de comemoração à passagem do Jubileu de 350 anos.

Confira a programação da festa: SOLENIDADE DA PADROEIRA 2019

8 DE SETEMBRO

QUINZENÁRIO PREPARATÓRIO: 24 de agosto a 7 de setembro. 1º dia: 24 de agosto, sábado – 15h - Setor Orleans 2º dia: 25 de agosto, domingo – 10h - Setor Centro 3º dia: 26 de agosto, segunda-feira – 20h - Setor Boqueirão 4º dia: 27 de agosto, terça-feira – 20h - Setor Almirante Tamandaré 5º dia: 28 de agosto, quarta-feira – 20h - Setor Campo Largo 6º dia: 29 de agosto, quinta-feira – 20h -Setor Cabral 7º dia: 30 de agosto, sexta-feira – 20h - Setor Cajuru 8º dia: 31 de agosto, sábado – 12h - Setor Rebouças 9º dia: 1º de setembro, domingo – 10h - Setor Colombo 10º dia: 2 de setembro, segunda-feira – 20h - Setor Portão 11º dia: 3 de setembro, terça-feira – 20h - Setor Pinhais 12º dia: 4 de setembro, quarta-feira – 20h - Setor Mercês 13º dia: 5 de setembro, quinta-feira – 20h - Setor Pinheirinho 14º dia: 6 de setembro, sexta-feira – 20h - Setor Capão Raso 15º dia: 7 de setembro, sábado – 12h - Setor Santa Felicidade 15º dia: 7 de setembro, sábado – 15h - Novas Comunidades

SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA DA LUZ DOS PINHAIS • 8h30 Santa Missa dos Movimentos Eclesiais (Catedral Basílica) • 10h Santa Missa do Ano Jubilar (Catedral Basílica) • 11h Santa Missa com coroação da imagem peregrina (Santuário N. Sra. de Guadalupe) • 12h Santa Missa em prol das vocações sacerdotais e religiosas (Catedral Basílica) • 15h Santa Missa pela Juventude (Catedral Basílica) • 16h Terço Mariano (Santuário N. Sra. de Guadalupe) • 17h Procissão em direção à igreja Catedral Basílica (Santuário N. Sra. de Guadalupe) • 17h Vésperas solenes (Catedral Basílica) • 18h Santa Missa de consagração da Arquidiocese à Padroeira (Catedral Basílica) Traga Flores para Nossa Senhora: Desde o primeiro dia das comemorações, você poderá trazer um vaso ou arranjo de flores que permanecerá aos pés da imagem da Padroeira. Traga como um presente para Maria!

Sobre o memorial: O memorial dedicado à Nossa Senhora da Luz dos Pinhais será inaugurado no jardim lateral da Catedral Basílica de Curitiba, na Rua Barão do Serro Azul. Consiste em novo calçamento e paisagismo no jardim, convergindo para uma imagem réplica de Nossa Senhora da Luz exposta em uma das janelas externas da Catedral.

Alguns destaques das comemorações aos 350 anos: Lançamento com entronização de imagem histórica - O lançamento oficial do Ano Jubilar contou com entronização da primeira imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, que foi cedida pelo Museu Paranaense à Catedral Basílica durante o período do Ano Jubilar. Selo postal - Antes mesmo do início do Ano Jubilar, a Catedral Basílica lançou um selo postal personalizado junto aos Correios. O selo pode ser adquirido na loja paroquial da Catedral Basílica. Indulgência Plenária – Durante o Ano Jubilar, o Supremo Tribunal da Penitenciaria Apostólica, um dos três tribunais da Cúria Romana, autorizou na Arquidiocese de Curitiba a concessão de indulgências plenárias especiais aos fiéis. Concertos na Catedral - A Camerata Antiqua de Curitiba abriu sua temporada 2019 se apresentando no dia 30 de março na Catedral Basílica, marcando também uma das comemorações do Jubileu. No dia 31 de agosto, a Orquestra Sinfônica do Paraná retorna à Catedral Basílica para um concerto comemorativo do Jubileu de 350 anos, em apresentação gratuita às 19h30 Troca do Manto – Durante o Ano Jubilar, paróquias, movimentos, pastorais e famílias doaram mantos para a imagem da Padroeira, que foram solenemente trocados em todos os dias 8 de cada mês, confeccionados especialmente para as comemorações jubilares.

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Artigos religiosos, livros e outras publicações Adquira no setor de artigos religiosos da Mitra da Arquidiocese de Curitiba P Av. Jaime Reis nº 369 Alto São Francisco, Curitiba/PR M sac@mitradecuritiba.org.br Telefone: (41) 2105-6325


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