Voz da Igreja - Agosto de 2017

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Publicação da Arquidiocese de Curitiba - Paraná

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Ano XIV - Edição 175 - Agosto de 2017

Vida Religiosa O que significa levar uma Vida Consagrada? Como é a Vida Consagrada de mulheres em nossa Arquidiocese? Quais os desafios e perspectivas atuais? Confira artigos nas páginas 12 a 15

Veja também Acolhida aos novos bispos auxiliares tem data definida P. 27

Família, uma luz para a vida em sociedade Saiba mais sobre a Semana Nacional da Família/2017

P. 18

+ artigos e novidades de nossa Arquidiocese

Coleta Vocacional

Missões Paroquiais

Gesto concreto do mês das vocações será em 12 e 13 de agosto

Confira relatos sobre a Igreja em Estado Permanente de Missão

P. 11

P. 23 e 25


Agenda Mensal dos Bispos Agosto/2017

Ação Evangelizadora

Editorial O mês de agosto é dedicado às vocações, ou seja, ao chamado que Deus faz a cada um de nós para que possamos servi-lo, seja como leigos, catequistas, religiosos e religiosas, diáconos e sacerdotes. Em especial, a revista Voz da Igreja deste mês propõe reflexões sobre a vocação feminina. Em três artigos especiais são abordados os temas “A Vida Religiosa: Desafios e perspectivas” (por Ir. Conceição da Penha e Ir. Lourdinha Soares), “O Significado da Vida Consagrada nos Dias Atuais” (por Ir. Sueli Maria Tavares) e “Carmelo: uma vocação na Igreja” (por Ir. Teresa Maria de São José). Em outro artigo, falamos sobre como Judite, mulher viúva e samaritana, foi vocacionada por Deus para salvar Seu povo. Judite lutou contra os desterros de seu povo, mas, sobretudo, das mulheres, crianças e jovens. Ouviu os clamores de seu povo e as fraquezas dos homens que governavam a cidade. Assumiu a liderança, trouxe os homens até a sua casa e lhes disse: “Quem são vocês para tentar a Deus no dia de hoje, colocando-se acima dele no meio dos filhos dos homens?”.

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

01

• Programa Conhecendo a

15

02

• Programa Conhecendo a

• Assinatura dos Projetos

Palavra, na TV Evangelizar

da Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), na

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• Expediente na Cúria

04

• Missa no Colégio Everest • Expediente na Cúria

• Curso Bíblico na Paróquia Santo Antônio, em Orleans 17

Marcos Propedêutico • Formação para o Grupo de 18 a • Reunião da Comissão Animação Missionária, na

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Nesta edição os jovens de nossa Arquidiocese enviaram mensagens de gratidão e despedida ao Padre Waldir, Assessor Eclesiástico do Setor Juventude que está de partida para uma jornada de estudos em Roma e deixará sua função de assessoria no Setor Juventude. Não deixe de conferir também as notícias sobre a Semana Nacional da Família, a importante tarefa do coordenador dos grupos da IAM, o “Dia do Catequista”, e outros temas importantes. Mais uma vez compartilhamos com vocês reflexões fundamentais para nossa vida cotidiana com Deus. Sinta-se à vontade para compartilhar suas sugestões, críticas e opiniões para que possamos buscar oferecer sempre o melhor. Boa leitura e que Deus os abençoe!

Elias 06

Paulo 19

Cruz – SP

Paróquia Senhor Bom Jesus, na Ferraria

21 a 23 24

MESCES do Setor Portão, na

Leitura Orante, na TV

Paróquia Nossa Senhora da Conceição

• Visita no Seminário Rainha 08

• Expediente na Cúria

09

• Visita no Hospital Nossa

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das Mercês • Reunião dos Formadores,

Senhora do Rocio, em

no Seminário Rainha dos

Campo Largo

Apóstolos

• Visita no Seminário São José

• Missa Jubilar do Seminário

• Expediente na Cúria

Rainha dos Apóstolos

• Retiro para os Seminaristas da Teologia, no Seminário

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Responsável: Téo Travagin – 5531 (DRT-PR) Fones / Fax: (41) 2105-6343

Dom Francisco Cota, em

Divinópolis - MG Senhora de Lourdes, Dia do 28 • Gravação do Programa

E-mail: comunicacao@arquidiocesecwb.org.br Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

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na Sede

Senhora Aparecida, no

• Programa Conhecendo a

Barigui

Palavra, na TV Evangelizar

• Gravação do Programa Leitura Orante, na TV

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Pastor

• Missa no Hospital Cajuru, aniversário da Instituição

Evangelizar • Visita no Seminário Bom

• Reunião Episcopal de Pastoral do Regional Sul II,

• Missa na Paróquia Nossa

André Laurentino E-mail: andrefrl@arquidiocesecwb.org.br

CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Pe. Roberto Nentwig | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Gráfica: Gráfica Infante | Tiragem: 10 mil exemplares.

Evangelizar

• Missa do Jubileu da Paróquia São Jorge

Apoio e Colaboração: Fone: (41) 2105-6342

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação

Leitura Orante, na TV

Diácono 13

14

2

• Ordenação Episcopal de

• Missa no Santuário Nossa

Fale Conosco Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR)

• Reunião do Setor Mercês, na Paróquia Nossa Senhora

Rainha

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

• Expediente na Cúria

• Gravação do Programa Evangelizar

10

Permanente da CNBB, em

• Missa de Investidura dos

Guadalupe 07

• Reunião do Conselho Brasília

Vocacional, Santuário Nossa Senhora de

• Ordenação Episcopal de Dom Amilton, em Oswaldo

• Missa do Padroeiro na

• Missa de Abertura do Mês

Bíblico Catequético da CNBB Nacional, em São

Cúria • Crismas na Paróquia Profeta

Nos 300 anos da aparição de Nossa Senhora voltamos a falar sobre os milagres de nossa mãe, que nos fazem refletir sobre a importância do ano jubilar. “As histórias da imagem milagrosa de Aparecida são várias e nos deixam com sentimentos de gratidão pela intercessão da Mãe de Deus”.

• Expediente na Cúria • Crisma na Paróquia São

• Vista no Seminário 05

• Reunião da Pastoral da Pessoa Idosa, na Sede

Cúria 03

• Reunião do Setor Centro, na Paróquia Santo Estanislau

Palavra, na TV Evangelizar

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• Reunião do Setor Rebouças, local a definir • Expediente na Cúria


Palavra do Arcebispo

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

No mês das vocações, uma reflexão sobre

experiência de fé

Impressiona o elevado grau de religiosidade disseminada por toda a parte. Desde os tempos do iluminismo se anunciava o fim da religião. Contudo, por mais que a genialidade humana seja pródiga em sua força inventiva, quando tudo estaria a sugerir que a família humana seria mais feliz e justa, ainda assim enumeram-se as contradições da história. Homens e mulheres, carentes e abastados, parecem sempre mais inquietos. Uns pela falta, outros pelo excesso. E Deus é sempre lembrado. Em muitos casos, infelizmente, até para legitimar a violência. É muito comum confundir experiência religiosa com experiência de fé. Também se fazem verdadeiros hibridismos entre religião e espiritualidade. Embora sejam questões conexas, se faltar discernimento, prevalecerá muito mais a disputa entre religião e fé do que o encontro entre estas duas dimensões. A religião refere-se ao sagrado, ao inacessível, dotado de onipotência. A pessoa religiosa se expressa com ritos e cultos. Faz suas ofertas e apresenta seus pedidos. Em muitas situações envolve um grande fascínio. Tem forte componente emotivo. Também faz parte da experiência religiosa a adesão a um corpo doutrinal. Mas ainda não chega a ser uma vivência de encontro com um Deus amoroso. Neste sentido, até as nossas novenas, vez por outra, podem carecer de maiores discernimentos. Elas correm o risco de serem apenas exercícios de religiosidade, o que é ambíguo. A experiência de fé tem fundas raízes na religião. Mas traz consigo alguns elementos diferenciadores. A fé pede atitudes de relação, de confiança, de obediência. Não se trata de relação submissa, nem confiança cega. Tampouco se pensa em obediência fanatizada. Na experiência de fé conta muito, decisivamente, a liberdade pessoal. Com-

preendamos o sentido de “obediência”. Vem do latim ob-audire. A primeira parte (ob) é prefixo que indica “diante de”, “por causa de”. Audire quer dizer ouvir. Daí o termo obediência. Agora voltemos à fé. Homem ou mulher de fé não é aquele(a) que tem certezas intelectuais. Tampouco é fé aquela atitude psicológica parecida com pensamento positivo. Estas são virtudes humanas, mas que ainda não integram ou constroem relações de confiança. Tem fé quem se dispõe aderir e vincular sua liberdade em favor de alguém que confere sentido à vida presente e futura. Porque adere também ouve, também ora, também obedece (ob-audire). Claro, a fé tem uma dimensão religiosa porque comporta abrir-se à eternidade, ao infinito, ao onipotente. Mas mais do que aspectos de ritos, valem os vínculos de relação. Agora podemos retomar a frase do evangelho. O mais sério problema dos discípulos não era o vento tempestuoso. Não era a ameaça das ondas. Era a sua pouca confiança. O mar agitado era poderoso. O vento forte era ameaçador. Aos discípulos parecia mais lógica a certeza vinda de um milagre expectado do que a confiança na força, na autoridade e na palavra que de Jesus tinham ouvido. Eles eram homens religiosos. Mas ainda não tinham fé. O vento e o mar se curvaram ante a voz de Jesus. Os discípulos, porém, se apavoraram. Segue que para chegar a ser uma pessoa de fé o caminho a percorrer não é o das elaborações filosóficas. Não são os raciocínios complicados que me levam à obediência a Deus. Se se trata de relação e de confiança, então a disposição à oração é o passo primeiro. É por isso que encontramos no mesmo evangelho de Marcos uma sublime oração de súplica: “Senhor, vem em socorro à minha fé” (Mc 9,24).

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Palavra de Dom Pedro

Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto Arcebispo Emérito de Curitiba

A exemplo de Maria, discípulos missionários Eis-me aqui, faça-se 1º – Maria Missionária No Brasil, para o mês vocacional de agosto de 2017, o tema é “A Exemplo de Maria, Discípulos Missionários”. Por que este tema? Porque no Brasil é o Ano Mariano, comemorativo aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba, São Paulo, pelos pescadores. O lema é “Eis-me aqui, faça-se”. Maria foi exemplo de missionária: aceitando com fé e amor ser Mãe do Verbo Encarnado, com sua visita à Santa Isabel e seu canto do Magnificat; na formação de Jesus, preparando-o para a missão e com carinho de Mãe; repreendendo-o, porque não a avisou que ficava no Templo de Jerusalém; indiretamente nas Bodas de Caná, dizendo: Eles não têm mais vinho. Mas foi, sobretudo, com o Silêncio de Mãe sofrida na Paixão e Morte de Cristo. Ainda se mostrou Missionária unida aos Apóstolos com sua oração e carinho na vinda do Espírito Santo.

2º – Obra das Vocações e Mês Missionário Antigamente, na Arquidiocese de Curitiba, não havia a Obra das Vocações. Foi o 3º Arcebispo de Curitiba, Dom Áttico Eusébio da Rocha, que fundou a Obra das Vocações a 18 de abril de 1938, com as seguintes palavras: “para incrementar, despertar, cultivar e conservar as Vocações Sacerdotais”.

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O professor e catequista Luiz Lorenzi entendeu a Obra das Vocações, incentivando nas escolas em Umbará, Colônia Presidente Faria, Colombo e Antônio Rebouças, município de Campo Largo, e despertando sete vocacionados: dois Bispos, Agostinho Marochi e eu; três presbíteros, Mons. Camilo Ferrarini, Pe. Antônio de Souza, Frei Eugênio Nichele, capuchinho, vivo; dois Irmãos Maristas, Firmino Bonato e seu irmão Armando Bonato. Na missa Ação de Graças comemorativa ao centenário de seu nascimento, na Colônia Antônio Rebouças, a 28 de agosto de 1983, estiveram presentes os sete, dando seus testemunhos.

3º – E hoje No mês vocacional devem promover a Obra das Vocações, em primeiro lugar, o Arcebispo Dom José Antônio Peruzzo, os párocos nas suas paróquias, com a organização da Obra das Vocações, os Diáconos Permanentes, Religiosos, Religiosas, Catequistas, Líderes Católicos, Formadores de Seminário, Institutos de Formação Presbiteral e os próprios pais. Que todos procurem imitar Nossa Senhora Aparecida, especialmente neste Ano Mariano, 300 anos do encontro de sua imagem: “A EXEMPLO DE MARIA, MISSIONÁRIOS, EIS-ME AQUI, FAÇA-SE”.


Ano Mariano

Ir. Lucimar Nascimento de Novais, MAD

Os milagres de Aparecida PARTE 2 No mês anterior falamos sobre os milagres de Aparecida e nesta edição de agosto daremos sequência aos milagres da Virgem. São 300 anos de muitas bênçãos e devoção à nossa mãe querida, estamos em festa, vamos comemorar, celebrar e relembrar os milagres que nos fazem refletir sobre a importância do ano jubilar. O milagre do menino salvo das águas do Rio Paraíba do Sul, em 1862, nos revela um fato extraordinário. Marcelino, de três anos de idade, brincava no quintal de sua casa e acabou chegando à margem do rio. Vendo uma canoa atracada, entrou e acabou caindo nas águas. A família ouviu os gritos e saiu em desespero em direção ao menino. Pediram a Nossa Senhora Aparecida que não deixasse o menino morrer afogado. Ele estava a oito metros da margem do rio, mas não afundou, ficou flutuando sobre as águas e foi salvo. Um grande sinal de Deus, que foi amparado pela intercessão da Virgem de Aparecida.

muitos pobres e não tinham recursos para longa viagem, mas conseguiram esmola e foram até lá. Chegando à entrada da cidade a menina passa a enxergar, e cheia de alegria fala para sua mãe que está vendo a Capela da Santa. Juntas, cheias de emoção, comemoravam a graça alcançada. Maria realmente soube viver a plenitude da humanidade, pois ela é a nossa companheira de caminhada, de luta, de fé, de serviço e amor ao povo. As histórias da imagem milagrosa de Aparecida são várias e nos deixam com sentimentos de gratidão pela interseção da Mãe de Deus. Nossa Senhora Aparecida, Rogai por nós!

No ano de 1866 o cavaleiro sem fé que vinha de Cuiabá em direção a Minas Gerais passou em Aparecida e foi tirar satisfação com os devotos de Nossa Senhora. Com toda sua arrogância e prepotência, não acreditava em milagres. Foi capaz de entrar a cavalo dentro da Igreja, hoje a Basílica Velha, e falou que nada iria acontecer com ele. A pata de seu cavalo prendeu no primeiro degrau da escadaria e ele não conseguiu entrar. Arrependido, o cavaleiro apeou do cavalo e entrou na Igreja pedindo perdão. O homem que não acreditava em Nossa Senhora passa a ser devoto dela. Mãe Aparecida libertou-o da sua falta de fé. Ocorreu no ano de 1874 o milagre da menina cega, que morava em Jaboticabal, São Paulo. A menina sempre pedia à sua mãe, dona Gertrudes, para fazer uma peregrinação à Aparecida. Elas eram

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Juventude

Por Marcos, Letícia, João Guilherme e Murilo Secretários do Setor Juventude

Nosso amigo está de partida!

O Padre Waldir, Assessor Eclesiástico do Setor Juventude, está de partida. Iniciará uma jornada de estudos em Roma e deixará sua função de assessoria. Mas não deixamos de lembrar que ainda antes de se ordenar disse sim ao Setor Juventude, aceitando o convite do Padre Alex para auxiliar na caminhada com os jovens da Arquidiocese de Curitiba. Nessa época em que o Setor Juventude ainda era um projeto novo, com o objetivo de ser um espaço de comunhão para as diversas expressões, o seminarista Waldir veio somar. Sempre muito despojado, fácil de fazer amizade e cativar, era nítido o amor pelos jovens, um jovem que sentia alegria em estar com outros jovens, sempre ajudando na organização dos encontros, eventos e tudo que fosse preciso. Em 2013, já ordenado, vieram desafios maiores: ser um dos articuladores da Semana Missionária que precedia a Jornada Mundial da Juventude - JMJ no Rio de Janeiro e participar do encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil, o que o preparou para assumir a assessoria do Setor Juventude, agora só, pois o Padre Alex lhe passava o bastão. Sem medo, tocou o barco, se aprofundou no estudo e na prática do trabalho com os jovens, dando continuidade ao projeto de firmar a Pastoral Juvenil na Arquidiocese. Por ser um padre jovem, sua assessoria resultou em uma evangelização mais criativa, protagonista e em saída. Soube formar os jovens para to-

marem seu lugar diante de suas paróquias e de seus espaços na Arquidiocese, despertando o ardor pela missão e aproximação com os jovens mais distantes. Seu jeito jovial, sua linguagem, sua proximidade com os jovens abriu espaço para uma amizade com muitas das lideranças que trabalhou, que sempre o viram como um amigo disposto a ajudar, ouvir, aconselhar, contribuir na reflexão e construção do projeto de vida, um assessor coerente entre o discurso e a ação, sempre atento ao protagonismo juvenil nas ações e projetos e um sacerdote preocupado com a mística e com uma espiritualidade fundamentada na palavra de Deus. Agradecemos de todo o coração por ter nos auxiliado nesse tempo de crescimento e descoberta. Permaneceremos colhendo os inúmeros frutos e cultivando as riquezas que ele nos auxiliou a semear no Setor Juventude. Saber que seu amadurecimento e que o início de sua caminhada como sacerdote se deu em meio aos jovens nos dá alegria de fazer parte da história deste padre nerd e descontraído que tem um futuro maravilhoso pela frente, que vai impactar e contribuir com a vida de muitas pessoas. Padre Waldir, sempre o identificamos como um amigo! Nossa amizade continua. Mantenha a chama do amor pela juventude viva em seu coração e ore por nós, vamos orar por você. Sucesso neste novo projeto, até breve, e como nos diz sempre: #éNois! #TamoJunto!

Mensagem do Padre Waldir “A juventude mora no coração da Igreja [...]” (Documento 85 n. 1) É uma graça estar com a juventude ao longo desses anos. Aprendi no Setor Diocesano da Juventude que Deus fala também através da vida do jovem em suas mais variadas formas e expressões. Mesmo diante dos desafios dessa etapa da vida, o coração se enche de alegria ao ver jovens fazendo a experiência pessoal do encontro com Jesus Cristo. Tal experiência transforma e determina a caminhada na vida adulta.

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Mensagem dos Jovens ao Padre Waldir PJ - PASTORAL DA JUVENTUDE Querido Pe. Waldir, Como diz Hilário Dick, para anunciar a boa nova não se pode ficar na superfície. Que esse novo momento da sua vida seja um lançar para águas mais profundas (Lc. 5, 4), e que nunca perca de vista a juventude, seus sonhos, clamores e projetos. A PJ agradece o seu carinho e ternura no serviço de acompanhamento e assessoria ao Setor de Juventude, na certeza de que voltarás com coração e missão fortalecidos da causa do Reino.

Missão Fonte do Encontro Pe. Wadir, não é um tchau nem uma despedida, é um até breve. Queremos agradecer porque com você pudemos viver verdadeiramente nosso carisma do Encontro, tanto no Setor Juventude como nas portas abertas do Cenáculo Arquidiocesano, onde juntos aprendemos a ser “Adoradores em Espírito e Verdade”. Missão Fonte do Encontro – Um Encontro de Fé!

AJAC Padre Waldir, Quem planta bons frutos, colhe bons frutos! A juventude agradece sua dedicação, apoio, amor, carinho, os puxões de orelha e suas reflexões... Vamos sentir sua falta, mas sabemos que será por um bom motivo. Desejamos que seja muito feliz e que Roma acolha você com amor e carinho! Aprendemos muito com você! Com carinho Família

Ministério Jovem RCC Padre Waldir, quero agradecer por tudo que tem feito ao Ministério Jovem, por muito tempo não me imaginava caminhando com setor juventude por pura ignorância, pois hoje vejo o que é realmente ser igreja! Mais do que isso, quero dizer-te o quanto é especial para nós hoje, como sentiremos sua falta. Te desejo todas as bênçãos nessa nova caminhada, coragem e força. Se precisar estaremos aqui. Em lágrimas saiba... Nós te amamos e sentiremos sua falta!

GRUJIC Padre Waldir, você foi nosso amigo, ajudou a nós e a toda juventude a viver com ousadia e ser missionários. Sempre abriu as portas do Setor Juventude e do Cenáculo pra gente, muitas vezes foi nosso pároco. Obrigado pelas conversas, pelos ensinamentos e por falar a nossa linguagem.

PJC Pe. Waldir, obrigada por sua presença, acolhida e paciência com o processo de crescimento de nós jovens. Rezaremos por você. Reze por nós e leve nosso abraço ao Papa Francisco (kkk). Com carinho PJC - Pastoral Juvenil Cleliana

Comunidade Canção Nova Comunhão e fraternidade são pilares da vida cristã e forma concreta de expressar carinho e cuidado. Padre Waldir, como pastor e amigo, se fez sempre presente na vida e missão da Comunidade Canção Nova de Curitiba. Somos gratos pelo homem de Deus e pelo grande pastor das almas que ele é. Deus o acompanhe nesta nova missão e formação. Roma ganhará muito com sua presença!

Alexandre - Articulador Boqueirão Quero que você receba em dobro tudo que você fez por nós e que saiba que desejo que sua vida seja abençoada por vibrações de paz e amor. Jamais esqueceremos suas palavras e seus puxões de orelha, e saiba que sempre poderá contar conosco. Muito obrigado! Com todo o carinho e de coração eu lhe agradeço, e pelo resto da minha vida lhe agradecerei, por ter sido assessor da juventude!

Maristas Que bom que está indo, vai viver coisas lindas, e até que nos tornemos a encontrar, Deus te guarde, Deus no guarde em seu abraço.

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE: juventude@arquidiocesecwb.org.br / (41) 2105-6364 / 9605-4072 / 2105-6368. Murilo Martinhak / Assessor Eclesiástico: Pe. Waldir Zanon Junior.

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Animação Bíblico-Catequética

Catequista: uma vocação! Elevamos nossa gratidão a Deus pelos catequistas de nossa Arquidiocese Nesse mês vocacional celebraremos também o Dia do Catequista! Nossas comunidades preparam gestos de gratidão e rezam de um modo todo especial por estas pessoas que não cansam de se empenhar na comunicação da Palavra de Deus.

Sua vocação Você, catequista, é chamado por Deus. O Senhor tomou a iniciativa e o convidou para que fizesse parte de sua obra, e você disse sim. “Sua vocação foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da VIDA: Jesus Cristo. Sabemos das dificuldades que enfrenta para realizar a sua missão, mesmo assim, teimosa e dedicadamente, prossegue neste peregrinar de partilha, de despojamento e aprendizagens.” (D. Eugênio Rixen). Elevamos nossa gratidão a Deus pelos mais de 6000 catequistas de nossa arquidiocese que disseram o seu sim. Pedimos que o Senhor continue renovando o seu chamado a este verdadeiro exército, que nasceu do coração do Senhor e se mantém firme em seu ministério. Elevamos nossa gratidão a Deus por tantos catequistas que caminham em busca de um perfil de comunicador da Palavra de Deus. Muitos são os que não se cansam de crescer, buscando configurar-se à pessoa do próprio Cristo. Queremos agradecer porque em nossa arquidiocese propomos um perfil bem definido para este ministério - o catequista mistagogo: um instrumento que conduz ao mistério a partir de sua fé, seu testemunho e experiência de vida. Elevamos nossa gratidão por tantas ações catequéticas em nossa arquidiocese. Queremos lembrar aqui dos encontros dinâmicos, das celebrações com os catequizandos, do uso de simbologias, das festas de entrega, da preparação próxima aos sacramentos da iniciação cristã, das expocatequeses, dos workshops pastorais, das maratonas bíblicas, da Catequese Familiar, das iniciativas que levam os catequizandos a saírem das salas de encontro, levando a catequese para a comunidade e para o chão do mundo. Há que se ressaltar o belíssimo trabalho para implantação e condução do Catecumenato de Adultos na grande maioria de nossas paróquias. Temos visto um crescimento na quantidade de adultos que buscam nossas paróquias para serem batizados ou para completarem os sacramentos da iniciação cristã. Queremos elevar nossa gratidão porque nossa catequese está assumindo um novo jeito de ser, tornando-se catecumenal.

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A coordenação arquidiocesana agradece a todos os catequistas espalhados por nossa Igreja particular de Curitiba. Agradece especialmente aos catequistas que estão sempre sintonizados com as propostas arquidiocesanas, aqueles que lutam por uma Igreja de comunhão e participação, a tantos que se mostram muito próximos da arquidiocese pela participação em eventos, pela comunicação, serviço e afeto. Tal proximidade ajuda-nos a construir uma catequese com o rosto das comunidades e nos enche de alegria e estímulo. A catequese de nossa arquidiocese é construída a partir de muitos rostos. Sinta a sua face presente entre tantas faces, pois você é parte de tudo isso. Você é colaborador na obra de uma catequese que cresce rumo à maturidade em Cristo Jesus (Ef. 4,13). Que o Senhor derrame as suas copiosas bênçãos, para que você continue vivendo com alegria e perseverança a sua vocação genuína, pelas mãos de Maria, nossa Mãe querida e catequista do Filho de Deus!


IX SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DE CATEQUESE INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ: ITINERÁRIO PARA FORMAR DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS

3 de setembro de 2017 08h30 – 17h30 Local: Colégio Bom Jesus Rua 24 de maio, 135 – Centro Desde 2011 a Iniciação à Vida Cristã está presente nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil como uma urgência pastoral. Isso demonstra a necessidade de encontrar novos caminhos pastorais, novas metodologias e, principalmente, reconhecer a eficácia da inspiração catecumenal que, segundo o Diretório Nacional de Catequese, deve iluminar qualquer processo catequético (DNC 45). Portanto, é necessário garantir um processo de formação integral que, além do conteúdo doutrinal, deve abranger a dimensão celebrativa, litúrgica, vivencial e orante. E ainda, promover atividades evangélico-transformadoras que provoquem a conversão de atitudes. A arquidiocese de Curitiba, desde a publicação do Diretório Nacional de Catequese, vem refletindo e operacionalizando projetos e ações para que modelos de inspiração catecumenal perpassem todos os processos catequéticos. O Doc 107, recém publicado, vêm corroborar com esse caminho percorrido e provocar novas reflexões.

Objetivos do Seminário:

ASSESSORIA:

- Refletir sobre os caminhos da iniciação à vida cristã para que a Igreja seja uma comunidade querigmática, mistagógica e missionária.

DOM LEOMAR ANTÔNIO BRUSTOLIN Bispo-auxiliar de Porto Alegre, autor de inúmeros livros para a catequese e membro da equipe de elaboração do Documento 107, da CNBB.

- Apresentar a inspiração catecumenal como um modelo para a transformação de estruturas catequéticas. - Estudar os caminhos propostos pelo Documento 107, da CNBB, pela metodologia do VER, ILUMINAR e AGIR.

Inscrições: R$ 40,00, até 31 de agosto de 2017 ou até se esgotarem as vagas. Inscreva-se em www. arquidiocesedecuritiba.org.br ou diretamente na Cúria Metropolitana - Av. Jaime Reis, 369 – São Francisco – Pastoral Catequética.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6318 / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon.

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Liturgia

Pe. José Airton de Oliveira

A Espiritualidade litúrgica do Tempo Comum Que a paz esteja com todos! Neste mês gostaria de refletir sobre a espiritualidade do Tempo Comum, apesar de já estarmos bem adiantados vivendo este tempo de graças, mas vale a pena viver a cada momento louvando ao Senhor por tantas maravilhas que faz conosco. Com a semana que segue ao Batismo de Jesus iniciase o chamado Tempo Comum do ano Litúrgico. Aqui ofereço uma breve introdução sobre o sentido teológico e espiritual deste tempo que, pela sua extensão, acompanha por meses o caminho espiritual da Igreja. Para valorizar de maneira apropriada este tempo é preciso conhecer um pouco mais de perto a estrutura do ano litúrgico e os critérios que orientam a distribuição das leituras nas celebrações. O conhecimento destes dois elementos facilita a compreensão de liturgia da Palavra, proporcionada pelo lecionário festivo e ferial, e orienta a reflexão espiritual sobre os textos bíblicos que compõem a liturgia da Palavra. O tempo comum é constituído por 33/34 semanas, distribuídas entre o Batismo de Jesus e a quaresma (primeiro período) e entre o domingo da Santíssima Trindade e a solenidade de Cristo Rei (segundo período). O tempo comum não celebra um ou outro aspecto particular do mistério de Cristo, como acontece, por exemplo, com o Advento-Natal ou a QuaresmaPáscoa, mas celebra o mesmo mistério, na sua globalidade. Realiza isso pela constante referência à Páscoa, que caracteriza os domingos, assim acompanhando e orientando o caminho pascal do povo de Deus, no seguimento de Jesus rumo da história. Nosso documento de liturgia da CNBB 43, Animação da Vida Litúrgica no Brasil, no seu número 131 e 132, diz: “Chamamos, de maneira não completamente feliz, de ‘Tempo comum’ o mais longo tempo de celebrações litúrgicas em que evocamos o mistério de Cristo em sua plenitude. Todas essas semanas de Tempo Comum são dedicadas ao memorial do

que Cristo fez e disse, esclarecendo as dimensões de nossa Salvação. Foi para pregar e operar sinais que ele nasceu; morreu para se mostrar fiel à sua missão; e ressuscita para continuar suas atividades na Igreja de maneira sacramental”. O Tempo Comum não é um tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino. No Tempo Comum temos várias opções de cantos para nossas celebrações. Podemos usar de nossas criatividades para variar nosso repertório musical dentro de nossas celebrações, mesmo porque esse período é mais longo, então temos várias opções de mudanças sem deixar de sermos mistagógicos, celebrar com alegria o grande mistério de nossa fé. Aqui também podemos celebrar as missas de Nossa Senhora ou outras opções que o missal nos oferece com maior liberdade. Portanto, a equipe de celebrações sempre deve estar atenta em suas celebrações e preparações juntamente com o seu Pároco, ir conversando para que o mistério seja sempre celebrado com alegria e grande zelo pastoral que todos devem ter pela liturgia. Podemos também buscar no santoral, neste período, um calendário de comemorações e festas de santos e de Nossa Senhora; o povo gosta muito de celebrar estas festas. Por isso, aproveitemos esta grande riqueza que a liturgia nos dá com grande liberdade para celebrarmos a nossa devoção e nossa fé. Já nos outros tempos litúrgicos de advento/natal e quaresma/ páscoa essas celebrações são mais restritas. Abençoadas celebrações a todos!

EXPEDIENTE COMISSÃO LITÚRGICA: peairton@hotmail.com / (41) 2105 6363 / Coordenação: Pe. José Airton de Oliveira

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Coleta Vocacional 12 e 13 de agosto

Estamos no mês de agosto, mês vocacional, que neste ano tem o tema “A exemplo de Maria, discípulos missionários” e o lema “Eis-me aqui, faça-se”. Neste mês os fiéis são chamados a refletir e rezar pelas vocações nas comunidades, paróquias e dioceses, além de conscientizar adolescentes e jovens ao chamado de servir a Igreja.

A importância de nossos seminários “O Seminário é o tempo da graça de Deus que me forma e configura o meu coração ao coração de Jesus, aquele que me chamou! É o cuidado materno que a Mãe Igreja oferece àqueles que o Senhor quis para si” Guilherme Costa Fernandes - Seminário Bom Pastor “Os padres não surgem do nada. São escolhidos por Deus, retirados do meio do povo, preparados e formados para serem instrumentos de Deus, a voz de Cristo junto do povo” João Paulo de Aguiar - Seminário São João Maria Vianney “O seminário é um lugar que gera vida, para o serviço da humanidade. Dentro do seminário somos formados, ou seja nos desconstruindo, construímos uma consciência de discípulo missionário, a serviço da Igreja, nas comunidades” Thiago Antunes Ferreira De Oliveira - Seminário Bom Pastor As três falas acima são de jovens seminaristas que ressaltam em suas falas importância de apoiar as vocações.

Contribua por meio de um gesto concreto: Coleta Vocacional Todos os anos a Arquidiocese de Curitiba promove um gesto concreto no mês das vocações, em que a comunidade pode apoiar nossos seminários. Neste ano a Coleta Vocacional será nos dias 12 e 13 de agosto. A coleta nas missas deste final de semana será destinada a apoiar os Seminários de nossa Arquidiocese. Chamamos a comunidade a contribuir. A iniciativa há anos contribui com as vocações sacerdotais em nossa arquidiocese.

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Especial – Vocação Feminina

Irmã Teresa Maria de São José, OCD

Carmelo:

Uma vocação na Igreja As Monjas Carmelitas seguem a vida contemplativa, de intensa oração a serviço da Igreja. Nesta edição especial sobre vocação feminina a Revista Voz da Igreja convidou o Carmelo Nossa Senhora da Assunção e São José para apresentar a congregação.

Dentre as inúmeras formas de vida religiosa que existem na Santa Igreja, cada uma com o Carisma suscitado pelo Espírito Santo infundido nos fundadores, no século XII surgiu no Monte Carmelo, na Palestina, a Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Mais tarde, transladaram-se para a Europa, com início na Inglaterra, onde a 16 de julho de 1251 nossa Senhora aparece ao geral da Ordem São Simão Stock e entrega a ele o Santo Escapulário. Com as inúmeras vocações que surgiram, os Carmelitas foram chamados a se estabelecerem em vários países. No início do século XV, apoiadas pelos Freis, teve início na Ordem as Monjas Carmelitas. Entre elas, a 2 de novembro de 1535, iniciou sua vida religiosa nossa Santa Madre Teresa de Jesus, no convento da Encarnação em Ávila, Espanha, onde viviam muitas monjas. Na sua vida de oração neste período, Santa Teresa teve a inspiração divina de fundar um novo estilo de vida religiosa dentro da Ordem. Idealizou uma pequena comunidade para viverem a fraternidade, na clausura, com uma vida de intensa oração a serviço da Igreja. No dia 24 de agosto de 1562 fundou o primeiro Mosteiro de Carmelitas Descalças, dedicado a São José em Ávila na Espanha, e aos 28 de novembro de 1568 fundou também o ramo masculino, cujo primeiro vocacionado foi São João da Cruz.

Santa Teresa, com seu espírito apostólico e missionário, transmitiu para suas filhas e filhos o zelo pela salvação das almas, imolando-se na vida consagrada, em perene oração pelos que pregam o Evangelho, para que sejam “amigos fortes de Deus”. Atualmente, o Carmelo Teresiano está presente nos cinco continentes. No Brasil há 56 Mosteiros. O primeiro teve início no Rio de Janeiro. Em Curitiba iniciamos nossa presença em 1960. Viemos do Carmelo de São Paulo. Dom Manuel da Silveira Delboux, de saudosa memória, na ocasião Arcebispo, foi o nosso Fundador, a quem dedicamos imensa gratidão, pois sempre nos acompanhou com verdadeira solicitude paterna. O mesmo continua fazendo os seus sucessores, que dão grande valor à vida contemplativa na Igreja. Toda nossa vida está orientada pela nossa Regra e constituições, estabelecendo a vivência diária das Irmãs dentro de um horário determinado. Atendemos as pessoas que nos procuram pedindo orações de manhã, das 9h às 11h, e à tarde, das 15h às 16h30. Mantemo-nos com a ação da divina providência e com os nossos trabalhos manuais, expostos num bazar permanente que temos na portaria externa, aberto todos os dias das 8h às 17h. O mosteiro está localizado no Bairro Guabirotuba, Rua Dr. Ignácio Joaquim Silveira da Motta, 540. Telefone (41) 3269-9711 E-mail: carmelocuritiba@gmail.com

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Ir. Conceição da Penha, MAD Ir. Lourdinha Soares, MAD No mês das vocações, a Revista Voz da Igreja traz reflexões sobre a vocação de um ponto de vista feminino. Convidamos Irmãs de diferentes Congregações para escrever sobre a vida consagrada nos tempos de hoje, comentando o significado e os desafios vividos no tempo atual.

A Vida Religiosa: Desafios e Perspectivas A vida consagrada no tempo presente é chamada a viver com particular intensidade a statio da intercessão. Somos conscientes do nosso limite e da nossa finitude, enquanto o nosso espírito atravessa o deserto e a consolação à procura de Deus e dos sinais da sua graça, trevas e luzes. Essas são exortações do documento à Vida Consagrada Perscrutai, que faz parte dos documentos lançados pela Congregação para Os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no ano dedicado aos consagrados.

Podemos nos perguntar quais os desafios enfrentamos nos dias de hoje? Iniciamos lembrando que a vida, por si só, apresenta um desafio após o outro. E o dom da vida é deveras maravilhoso, pois é o próprio Deus – Deus vivo, Deus da vida. A vida é uma resposta, minuto a minuto, conquistada, direcionada, mas também exposta à manipulação, ao controle, a indignidades em formas que bem conhecemos. Por isto mesmo, escolher a vida, escolher viver, escolher proporcionar vida, é um constante desafio. A vida consagrada esta inserida em tempos de grandes e profundas transformações, os desafios se multiplicam e se complexificam a cada dia. Podemos elencar alguns obstáculos que podem contribuir para a crise na vida consagrada: - O medo: quase todos os profetas sentiram medo. Por isso mesmo Deus dizia logo depois de pedir uma mudança na vida deles “não tenhais medo, estarei com você! ” (Ex 3,12; Jr 1,8). O medo nasce quando desconfiamos do projeto de Jesus. Temos medo de assumir o mesmo destino de Jesus, destino esse que exige a cruz em nossas vidas. O grande remédio contra o medo é a fé. - A rigidez de costumes: nenhuma estrutura em nossa vida consagrada é um absoluto. As estruturas mudam e necessariamente devem mudar com o tempo. Novas maneiras de rezar, de viver em comunidade, de exercer apostolados precisam animar a nossa vida consagrada. Mas o novo nem sempre é bem visto, e quase sempre provoca resistências. É necessário assumir o novo. - O comodismo: o comodismo é sem sombra de dúvida o maior desafio, pois é uma opção para não querer crescer. O religioso atinge certo grau em sua consagração e diz “chega!”. Conscientemente, opta por não mais

caminhar para o cem por cento. Ele chega até certa porcentagem da doação de si e dramaticamente para. - Ativismo exagerado: gastamos muito tempo e energia em alguns serviços e no exercício de nosso carisma. Mas alguns fazem a opção por um ativismo exagerado que, no fundo, é uma opção por impedir que a conversão aconteça em suas vidas. É na verdade uma fuga de nossas realidades espirituais e comunitárias. O ativismo exagerado seria a opção por substituir elementos essenciais na vida de consagração por uma atividade sem freios. (Kearns, p. 96, 1999) Quando reconhecemos que, do ponto de vista da produtividade, nos tornamos desnecessárias para o mundo, este mesmo mundo nos provoca a recuperarmos nosso específico: somos sinal da santidade que aponta para a presença atuante de Deus. É importante lembramos que crise faz parte da vida de todas as pessoas, seja religioso consagrado ou não. Mas mesmo diante de tantos desafios é importante lembrar que “os religiosos são profetas. São aqueles que escolheram um seguimento de Jesus que imita a sua vida com obediência ao Pai, a pobreza, a vida de comunidade, a castidade. [...] Na Igreja os religiosos são chamados em particular a serem profetas que testemunhem como Jesus é vivido nesta terra, e que anunciem como o Reino de Deus será na sua perfeição. Um religioso nunca deve renunciar à profecia.” O desafio que se apresenta à Vida Consagrada hoje é: assumir e manifestar, definitiva e corajosamente, sua identidade carismática. A Vida Religiosa Consagrada é dom de Deus ao mundo. O verbo assumir nos remete à identidade, mas o verbo manifestar nos remete à visibilidade, à vocação de sinal, de força simbólica.

Referências: Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica – Ano da Vida Consagrada – PERSCRUTAI Ambrósio, Marian. Vida Religiosa no contexto atual, desafios e perspectivas. Aula inaugural dos Cursos de especialização em Teologia da Vida Religiosa Consagrada e Formação para a Vida Religiosa. Porto Alegre, 2008. KEARNS, Lourenço. A teologia da vida consagrada. Aparecida – SP. Editora Santuário, 1999.

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Especial – Vocações

Ir Sueli Maria Tavares Congregação das Irmãs da Divina Providência Com apoio da Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB-PR

O significado da Vida Consagrada nos dias atuais Uma reflexão sobre a Vida Consagrada e como aqueles e aquelas que atendem a este chamado de Deus podem se colocar em saída: “A vida consagrada deve conduzir à proximidade com as pessoas, proximidade física, espiritual, conhecer as pessoas”

Quando penso em escrever algo sobre a Vida Consagrada me coloco a pensar em como e porque me tornei consagrada. Impossível escrever algo do gênero sem pensar na própria vocação. Quando senti o chamado de Deus para esta vocação, nem tinha muita clareza do que é ser um/a consagrado/a. Como muitos/as hoje não entendem o que é Vida Consagrada. Tentarei, no decorrer do texto, partilhar sobre esta vocação. Ser consagrado/a é dar uma resposta generosa ao chamado que Deus nos faz, para viver uma vocação específica, buscando responder aos apelos que nascem e crescem no coração daquelas/es que querem se Consagrar a Ele. É um caminho que Ele mesmo sonhou para os que chamou para si. Ser consagrado/a é estar com Deus e estar disponível para atender às necessidades da Igreja. O coração do consagrado busca em tudo agradar a Deus e por Ele dar de si aos que precisam. Como consagrados/as, experimentamos a alegria do encontro do desejo do nosso coração, com o desejo do coração de Deus, de sermos somente dEle. Somos consagradas para e pelo Reino, não podemos e não queremos ser consagrados para nós mesmos. Nossa vida de Consagrados/as só tem sentido se está a serviço do povo de Deus. Quando nos CONSAGRAMOS nós nos entregamos ao “SAGRADO”, “COM SAGRADO”. Ao realizarmos a nossa consagração, de alguma forma estamos dizendo que somos SAGRADOS, não como muitas vezes pensamos e também nos dizem que ser consagrado e ser SANTO, mas em busca da Santidade, pois esse é um dos caminhos, como diz Papa Francisco: “Os consagrados e as consagradas são chamados a ser sinal concreto e profético da proximidade de Deus”. E ele ainda afirma que “Caminhar na presença de Deus de modo irrepreensí-

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vel quer dizer caminhar rumo à santidade”. Este é um compromisso que Deus pede a todo Cristão e de nós consagrados espera que sejamos este sinal Profético da presença dEle, e assim testemunhemos um coração que sabe esperar com coragem, as demoras de Deus, ou as nossas demoras de perceber Ele em nós, que tenhamos atitudes de discernimento constante e nos abramos com simplicidade à Graça de Deus. Podemos perceber a grande beleza do seguimento de Jesus Cristo, pois quando Francisco nos fala desta proximidade ele está sinalizando a principal missão do consagrado de viver essa Intimidade com Deus e ainda diz: “Todas as formas de vida consagrada, cada uma segundo as suas características, são chamadas a estarem em estado permanente de missão, compartilhando as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, dos pobres, sobretudo, e de todos os que sofrem”, nos diz Papa Francisco. Deus nos chama ao verdadeiro seguimento e o/a Verdadeiro/a consagrado/a, segundo o Papa, são aqueles que se colocam a caminho e não têm medo da proximidade com o outro, de modo especial com o pobre. “A vida consagrada deve conduzir à proximidade com as pessoas, proximidade física, espiritual, conhecer as pessoas”, esse é o legado deixado por Cristo a todo o Cristão, mas que encontra no consagrado aquele que é separado e preparado para ajudar o povo a perceber qual é o verdadeiro sentido de seguir Cristo, o que significa carregar sobre si os feridos que encontramos ao longo do nosso caminho e que hoje em dia são cada vez mais numerosos os que precisam ser carregados e ajudados. Os Consagrados são convidados a não ficarem no comodismo de sua casa, mas sair à procura da ovelha perdida, estarem próximo às pessoas, partilharem suas alegrias e suas dores, fortalecerem os desanimados e darem força aos que se sentem enfraquecidos e desesperançosos diante de tantas injustiças, e mostrarem com o nosso amor o rosto paterno


e materno de Deus/Providente que, com ternura maternal nos acolhe como Igreja. Muitas vezes pensamos que o consagrado é alguém que toma a iniciativa de se entregar ao Senhor, mas é o contrário. Ele próprio nos diz: “Eu vos escolhi” (cf. Jo 15,16). Muitos olham hoje para a Vida Consagrada e a veem como uma instituição falida, e que perdeu a força que outrora possuía, mas o que podemos perceber é uma Vida Consagrada, mais silenciosa, porém, que trabalha como um fermento na massa e que sinaliza a presença de Cristo em meio a tantas dores. Claro, seria hipocrisia de nossa parte dizer que a Vida Consagrada vive à mesma maneira de sua origem. Graças a Deus que a vida religiosa caminhou junto com toda a sociedade. Para muitos, a Vida Consagrada está envelhecida. Eu diria que a vida consagrada está vivendo mais e tornando mais viva a voz da experiência que aponta o sinal profético de que Deus caminha conosco. Vivemos um tempo de florescimento na Vida Consagrada pouco conhecido, as primeiras ordens religiosas surgiram no início da Era Cristã, porém esse número continua a crescer ainda nos dias de hoje. São centenas de Congregações religiosas e são sempre mais crescentes em nossa Igreja as comunidades de vida que são outras formas de viver a consagração. Então, quando se fala em crise, olhando as estatísticas da Vida Consagrada, percebemos que existe sim uma diminuição no número de membros nas congregações, mas quando olhamos a realidade de nossas famílias estas também mudaram a sua configuração, quando tínhamos famílias com até 18 filhos, e hoje vemo-las com 2 ou 3 filhos. Logo percebe-se uma mudança social, que de alguma forma também afeta as congregações religiosas. Mas, por outro lado, quando olhamos a caminhada das Congregações, o que percebemos é outro jeito de caminhar, e como dizia um professor em tempos de estudos: a Vida Consagrada está longe de estar em crise, o que estão em crise são algumas formas de viver a vida Consagrada. Então, como bem nos diz o Papa Francisco, “vivemos em uma sociedade onde as regras econômicas substituem as leis morais, ditam e impõem seus próprios

sistemas de referência em detrimento dos valores da vida; uma sociedade onde a ditadura do dinheiro e do lucro defende sua visão de existência”. Nesta ocasião apresentou outros fatores ao contexto sociocultural: “Um deles é o mundo da juventude, um mundo complexo, rico e desafiador. Não faltam jovens generosos, solidários e comprometidos em nível religioso e social; jovens que buscam uma vida espiritual, que têm fome de algo diferente do que o mundo oferece. Mas, mesmo entre esses jovens, há muitas vítimas da lógica do mundanismo, como a busca do sucesso a qualquer preço, o dinheiro e o prazer fáceis”. Então, como achar que a vida consagrada ficaria de fora desta realidade? O que percebemos diante de tudo isso é um Deus loucamente enamorado pelo ser humano, pela humanidade. Que vem ao nosso encontro e nos chama, nos espera. Não só a Vida Consagrada, mas em todas as formas de vida, e o grande desejo dEle é que cresça em todos nós a vontade de responder a esse amor. Então, Consagrado/a é aquele que vive o desejo de se consagrar a Deus, tornar-se sagrado. No sentido religioso, consagrar é fazer algo sagrado com Ele, pois está é uma ação Divina. No sentido teológico consagrar é o mesmo que sacrificar, entregar, viver a autodoação, oferecer algo e se entregar totalmente a este serviço, de forma exclusiva e livre, plena da Graça de Deus. É converter esse algo em pertença e propriedade dEle. Desde sempre Deus nos pensou e elegeu na Pessoa de Cristo, e o que nos alegra é que por iniciativa dEle somos chamados e pertencemos a sua filiação Divina. Todos somos, pelo batismo, consagrados a Ele, porém dentre as vocações específicas existe a consagração religiosa. Por ela, os batizados são chamados a viver o seu batismo de forma radical, indo até as suas últimas consequências e fazendo frutificar todos os dinamismos neles contidos, impulsionados pelo desejo de amar a Deus e ao próximo com todas as forças, de todo coração e com toda alma, ou seja, amar a Deus com todo seu ser. São consagrado/as os/ as religiosos/as, monges/as, como os consagrado/as das novas formas de vida, dos institutos, movimentos e comunidades novas.

Fotos: Encontros de religiosos e religiosas realizados pela CRB-PR

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Dimensão Social

João Ferreira Santiago Mestre em Teologia e Especialista em Assessoria Bíblica. Assessor Bíblico Teológico e Pastoral.

Judite, a eleita por Deus

para libertar seu povo

Este nosso tempo é cheio de exigências e propício para se viver intensamente a fé. Nada revela mais quem é o ser humano, com suas virtudes e fraquezas, com suas qualidades e defeitos, do que viver intensamente a fé professada. Já não é sem tempo discutir, conhecer e viver uma nova teologia que respeite, mas, sobretudo, garanta a dignidade de todos os seres humanos e dos seres humanos todos. Em Betúlia, cidade da Samaria, Deus escolheu uma mulher viúva e Samaritana para salvar seu povo. Pois, para (BONH GASS, 2005, p 72), “(...) Judite era mulher do interior, do povo da terra, e era de uma cidade samaritana”. O Deus de Judite é o Deus dos excluídos e das excluídas. Como no diálogo de Jesus com a Samaritana (Jo. 4, 7-38), o encanto e o desencanto, a vida e a morte estão relacionadas também com a água (Jt 7, 19-22). Quando a casa parece não ter mais jeito, deixa a mulher agir que ela sabe o que fazer. Os autores do livro de Judite não tinham muita preocupação histórica. E mesmo sendo de difícil datação, predomina entre os teólogos e exegetas certo consenso de que é datado em torno de 165 a.C., durante as guerras dos Macabeus. Trata-se de um gênero literário conhecido, de mais uma novela bíblica como Ester, Jonas e Rute, com forte presença de mulheres no movimento de uma teologia libertária e de resistência, como, aliás, também é o livro de Cantares. Para (GALLAZZI, 2001, p 14), “trata-se de uma teologia apocalíptica. Esta teologia é, basicamente, a mesma teologia da retribuição, só que projetada para um futuro que se pensava próximo”. É sobre Judite, seu povo, sua fé, seus exílios e seu Deus, que conversaremos este mês. Exílio é uma condição e um estado de estar e de ser. Frequentemente imposto. Exílio é mais do que simplesmente ser privado do direito de viver na própria pátria. O povo hebreu, o povo de Judite (Jt 10,12), viveu vários tipos de exílios. Principalmente as mulheres, exiladas de seus direitos, até do direito de serem mulheres, e de terem dignidade, pois eram excluídas de quase tudo. Eram impuras por

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natureza, podemos assim dizer. É contra estes exílios, sobretudo o exílio da palavra, que Judite age, mas também contra o exílio imposto pela situação de impureza. Judite põe fim a tudo isto. E a fraqueza dos fracos vence. Oração e ação se completam em Judite (Jt 10, 1-10). Segue um texto, cujo enredo nos é atual: Muitos estão desterrados, porque lutaram por seus povos. Outros tantos têm que pôr-se a caminho por necessidades econômicas. Em parte, passam cercas e põem-se a viver em terras ocupadas. Passam as fronteiras e se tornam ilegais em outros países. Quem vive do trabalho tende a tornar-se ‘ilegal’, exilado em terras alheias ou de seu próprio país. Pois, lá fora ou cá dentro a terra é de quem a comprou. Quem não a comprou é sem terra, sem casa. Está em exílio. Penso ser necessário que use o conceito de exílio neste sentido mais amplo, porque senão não se faz jus aos empobrecidos e às enfraquecidas. Estar em exílio é estar fora dos direitos básicos da vida. Milhões são os excluídos (SCWANTES, 2007, p 10)

É contra os desterros de seu povo, mas, sobretudo, das mulheres, crianças e jovens que Judite luta (Jt16,4). Ouviu os clamores de seu povo e as fraquezas dos homens que governavam a cidade (Jt 8, 9); assumiu a liderança, trouxe os homens até a sua casa e lhes disse: “Quem são vocês para tentar a Deus no dia de hoje, colocando-se acima dele no meio dos filhos dos homens? ” (Ibidem, v12). Judite assumiu o comando e em sua oração (Jt 9) faz memória e é solidária com o exílio de Dina (ver Gn 34), uma jovem violentada por um jovem e silenciada pelos homens de sua família. Agindo assim, Judite é solidária com todas as mulheres de todos os tempos que são violentadas. Ao cortar o pescoço do general Holofernes, opressor dos pobres e ameaça concreta ao povo de Betúlia, sob a aprovação do Senhor Deus de Israel (Jt 13,6-10), Judite está cortando a cabeça das ideologias opressoras, imperialistas e construindo o Reino de Deus. Quais são os pescoços que precisamos cortar hoje?


A condição e o lugar da mulher na realidade sócio religiosa no pré-exílio Quando abrimos os dicionários para procurar a palavra exílio nem sempre o que encontramos nos diz o suficiente para satisfazer a nossa curiosidade. Sobretudo, e de forma especial, quando esta procura tem por ponto de partida o exílio na bíblia. Assim, encontramos sua definição como: expatriação, degredo, desterro, lugar onde reside o exilado, isolamento e solidão, enfim, nada disto é falso, porém, acreditamos que não é só isto. Todas estas definições cabem e estão contidas no exílio bíblico, assim como em todos os exílios pelos quais passou e passa a humanidade. Na Bíblia e na História em geral. Mas o conceito de exílio que acreditamos e apresentamos neste artigo é mais abrangente. Comporta e efetivamente é feito também de outros elementos essenciais. Para além das deportações, dos flagelos vividos em terras estranhas, onde não se é nem gente, mas mercadorias. Onde se é passível até mesmo de ser comercializado, vendido e trocado, ou morrer sem razão, as mulheres são as vítimas preferidas dos opressores e dominadores. Seja pela sua condição de mulher, de pobre, de estrangeira, de oprimida. Exílio é, também, a negação de condições dignas, a ausência de vida plena, seja na terra natal ou em qualquer lugar. Seja no pré-exílio, ou no tempo de Judite, o pós-exílio, ou em nosso tempo. E tudo isto acontece com a mulher que por não ter direito aos bens materiais é pobre e dependente economicamente. Vejamos o que nos diz o professor Milton Schwantes (SCHWANTES, 2007, p. 13):

Na Bíblia, exílio não é só deportação ou fuga para terra estranha. É também opressão e vida indigna na própria terra, no país em que se nasce. Se os profetas não tivessem sido os baluartes contra os opressores que queriam ocupar a terra do povo de Deus, os exilados provavelmente não teriam tido forças para sonhar o sonho da vida (in SANTIAGO, 2015).

O livro de Judite, apesar de constar apenas nas bíblias católicas, deveria ser parte da cabeceira das mulheres de nosso tempo. Não só das mulheres, mas especialmente delas. Todos e todas devemos estar aptos a ousar e fazer coisas extraordinárias. Deixar que o Senhor realize seu plano por nossas mãos (Jt 12,4). Levar a Palavra aos irmãos é mais do que simplesmente falar sobre Jesus, é preciso ser a sua presença e testemunhar a sua misericórdia. Para (BRIGHENTI, 2016, p 69), “só estarão aptos para isso quando conhecerem e acolherem a Palavra, fazendo-a vida em sua própria vida”. Foi isso o que fez Judite. Não deixe de ler os dezesseis capítulos desta saga.

Para aprofundar: - BÍBLIA Sagrada. Nova Pastoral. São Paulo: Paulus, 2014. - BONH GASS, Ildo. Uma introdução à Bíblia – Período grego e vida de Jesus. São Leopoldo-RS: CEBI/Paulus, 2005. - GALLAZZI, Sandro. JUDITE - A mão de Deus na história do povo. Petrópolis-RJ: Vozes/Sinodal, 2001. - SANTIAGO, João Ferreira. Monografia de conclusão de especialização em assessoria bíblica com o tema: “A fé e a coragem de Judite como inspiração e esperança para a libertação das mulheres hoje. São Leopoldo-RS: CEBI/EST, 2015. - SCHWANTES, Milton. Milton. Sofrimento e Esperança no EXÍLIO. História e teologia do povo de Deus no século VI a. C. São Leopoldo –RS: OIKOS, 2ª ed. 2007.

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Família e Vida

Comissão Família e Vida Janete Maria Miotto Schiontek e Afonso Carlos Schiontek

Semana Nacional da Família/2017 “Família, uma luz para a vida em sociedade” O tema escolhido para este ano está fundamentado na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco, que vem alegrando as famílias e a Igreja há pouco mais de um ano. Por isso, pode-se dizer que o principal elemento da reflexão proposta para a Semana Nacional da Família é a “Alegria”: A ALEGRIA DE SER FAMÍLIA. Na Exortação Apostólica, a Família nos é apresentada em outra perspectiva, a de ser uma Boa Nova que precisa ser anunciada ao mundo com Alegria. É comum encontrarmos análises conjunturais e até históricas que tratam a família como uma instituição em falência, em crise, com marcas de violência e sofrimento. De fato, mas o Papa nos ajuda a atender: “A história duma família está marcada por crises de todo o gênero, que são parte também da sua dramática beleza. É preciso ajudar a descobrir que uma crise superada não leva a uma relação menos intensa, mas a melhorar, sedimentar e maturar o vinho da união. Não se vive juntos para ser cada vez menos feliz, mas para aprender a ser feliz de maneira nova, a partir das possibilidades que abre uma nova etapa. Cada crise implica uma aprendizagem, que permite incrementar a intensidade da vida comum ou, pelo menos, encontrar um novo sentido para a experiência matrimonial.” (AL 232). Diante disso torna-se inevitável perguntar: Quem pode nos ensinar a superar as crises? A resposta está em Jesus e na família que decidiu Tê-lo presente. É uma família real que serve de exemplo: A Sagrada Família de Nazaré. “A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre este fundamento, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo”. “Aqui se aprende (…) uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social” (Paulo VI, Alocução em Nazaré, 5 de Janeiro de 1964) » 58 (AL 66)

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Assim, quando o Amor está presente e a Sua Palavra ilumina a realidade, a Família se torna de fato uma luz para a vida em sociedade, porque reflete a Luz de Cristo. “Se a família consegue concentrar-se em Cristo, Ele unifica e ilumina toda a vida familiar. Os sofrimentos e os problemas são vividos em comunhão com a Cruz do Senhor e, abraçados a Ele, pode-se suportar os piores momentos. Nos dias amargos da família, há uma união com Jesus abandonado, que pode evitar uma ruptura. (...) Por outro lado, os momentos de alegria, o descanso ou a festa, e mesmo a sexualidade são sentidos como uma participação na vida plena da sua Ressurreição.” Por isso, durante o segundo semestre de 2017 (de agosto a novembro) a Pastoral Familiar promove o Programa SOS Família (Veja mais na página 27).


A Família fortalece a Igreja em saída É uma alegria assumir que somos uma Igreja em saída, que sai do comodismo, da mesmice, da zona de conforto. Para isso somos chamados como família (Igreja Doméstica) a fortalecer a Igreja (família de famílias) sendo profetas, anunciando e denunciando, ou nas palavras do Papa Francisco: “(...) sublinhou-se a necessidade duma evangelização que denuncie, com desassombro, os condicionalismos culturais, sociais, políticos e econômicos, bem como o espaço excessivo dado à lógica do mercado, que impedem uma vida familiar autêntica, gerando discriminação, pobreza, exclusão e violência. Para isso, temos de entrar em diálogo e cooperação com as estruturas sociais, bem como encorajar e apoiar os leigos que se comprometem, como cristãos, no âmbito cultural e sociopolítico”. (AL 202) Por isso, “o que vimos e ouvimos, isto vos anunciamos.” (1Jo 1,3). Nesta ação missionária encontra-se a esperança de uma família mais santa, de uma sociedade mais justa e equânime, de um mundo melhor. Todos e cada um são responsáveis por isso, somos chamados a sermos sujeitos, a sermos protagonistas da Evangelização nossa e dos outros. Novamente nas palavras do Papa: “A família torna-se sujeito da ação pastoral, através do anúncio explícito do Evangelho e do legado de múltiplas formas de testemunho, nomeadamente a solidariedade com os pobres, a abertura à diversidade das pessoas, a salvaguarda da criação, a solidariedade moral e material para com as outras famílias, especialmente para com as mais necessitadas, o empenho na promoção do bem comum, inclusive através da transformação das estruturas sociais injustas, a partir do território onde vive a família, praticando as obras corporais e espirituais de misericórdia.”(AL 290)

Família e vocação No mês dedicado às Vocações se faz oportuna a reflexão sobre este chamado, a Vocação. Em primeiro lugar somos chamados à vida e, depois, pelo Batismo à vida na Igreja como filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Sendo assim, devemos a exemplo de Cristo servir. Há, porém, muitas maneiras de servir a Deus e aos irmãos. Você já se perguntou qual é a sua? A família é o espaço privilegiado para o discernimento vocacional. Aprendemos com os pais e com os avós que há homens e mulheres chamados a serem pais e mães a

formarem família; há homens e mulheres consagrados a Deus para se dedicarem exclusivamente ao Anúncio do Evangelho. “Todos deveríamos poder dizer, a partir da vivência nas nossas famílias: ‘Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele.’(1 Jo 4, 16). Orientados pela família e pela Igreja, conhecendo pessoas, ouvindo testemunhos, exercitando a oração em família e a oração particular, participando da Eucaristia, praticando a Leitura Orante, poderemos ouvir o chamado que Deus tem para cada um de nós. Ele sempre nos chama pelo nome e nossa primeira resposta deve ser “Eis-me aqui” (Isaias 65.1). Esta atitude de disponibilidade pode e deve ser estendida ao discernimento vocacional para aqueles que estão na fase de escolher uma profissão, porque é por meio dela que estarão também a serviço de Deus e dos irmãos e serão uma luz para a vida em sociedade. Aos vocacionados ao Matrimônio (namorados, noivos) e para aqueles casais que ajudam no discernimento para esta Vocação temos ótimas notícias. A Comissão Família e Vida/Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba acaba de lançar um subsídio de Preparação ao Matrimônio. Este é o material a ser usado na preparação de noivos ao Sacramento do Matrimônio.

Ele está à disposição das paróquias no Setor de Artigos Religiosos do Centro de Pastoral da Arquidiocese (Rua Jaime Reis, 369). Sua utilização está em experimentação, no sentido de torná-lo cada vez mais coerente com o Evangelho e com as Diretrizes da Ação Evangelizadora da arquidiocese. A Semana Nacional da Família é um dos momentos oportunos promovidos pela Igreja para podermos refletir sobre nossas famílias, sobre suas fragilidades, mas principalmente sobre sua beleza e suas possibilidades e para tomarmos a decisão de Amar e ser Luz. Acontece de 13 a 19 de agosto de 2017. Conheça a programação de sua paróquia. Participe! Aproveite também para dedicar um tempo à leitura da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia. Você e sua família ficarão encantados e contagiados pela Alegria do Amor e desejarão ser uma luz para a vida em sociedade.

EXPEDIENTE Comissão da Família e Vida: Assessor Eclesiástico: Diácono Juares Celso Krun. Sonia Biscaia – soniaabs@arquidiocesecwb.org.br / 2105-6309

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Marcia/Percio Vitoria Coord. do Regional Sul 2 da IAM

GAM

A importante tarefa do coordenador dos grupos da IAM O papel do coordenador dos grupos da Infância e Adolescência Missionária - IAM da Arquidiocese de Curitiba é de fundamental importância, pois é ele que prepara os encontros junto com o assessor. Os encontros têm que ser animados e criativos para encantar e conquistar mais crianças e adolescentes para Jesus. Além de coordenar, ele também tem que estar motivado e motivar as crianças/adolescentes a cumprirem os compromissos pessoais, comunitários e além fronteiras de cada semana.

tro junto com o coordenador, trabalha todas as informações sobre o tema do dia para que o coordenador passe a mensagem de maneira que todos entendam e cresçam a cada encontro. Com o tempo, a infância e adolescência Missionária passam a ser um estilo de vida, um jeito especial de ser todos os dias da semana. “De todas as crianças e adolescente do mundo, sempre amigos”

O protagonismo do coordenador aparece quando ele desenvolve o encontro com o grupo só com assessoria do assessor, pois é ele (o coordenador) quem transmite a mensagem, falando a mesma linguagem e com a simplicidade das crianças e adolescentes participantes do grupo, colocando em prática o lema da IAM que é “Criança e adolescente evangelizando criança e adolescente”. Para que os coordenadores desenvolvam seu papel na totalidade o assessor, quando estiver preparando o encon-

Assessoras da IAM falam sobre sua experiência Fernanda Bueno tem 18 anos, é assessora da Infância e Adolescência Missionária desde maio de 2016. Juliana Bueno tem 20 anos e é assessora desde dezembro de 2016. Ambas são irmãs e assessoras no grupo Anjos do Carmelo do Santuário Nossa Senhora do Carmo. Fernanda, juntamente com a mãe, viram a necessidade de um grupo voltado para as crianças no Santuário onde, até então, não havia nada com tal destino. Foi aí que conheceram a Infância e Adolescência Missionária -IAM, começaram a estudar sobre a obra e a implantaram com o auxílio da Irmã Patrícia, atual Secretária Nacional da IAM. No decorrer do ano, Juliana também sentiu o chamado para trabalhar com as crianças e ingressou na obra. Juntas, desenvolvem o trabalho na IAM segundo a metodologia aplicada à mesma. Para Fernanda, a IAM é a melhor forma de conscientizar as pessoas de que são missionárias através do batismo, pois, quando as crianças e adolescentes que participam da obra tornarem-se adultas, já terão aceitado sua principal função dentro da Igreja. “A Infância e Adolescência Missionária significa uma vocação, um feliz chamado de amor de Deus, para as crianças, mas principalmente aos assessores que têm a oportunidade de aprender e evoluir tanto com esses pequenos missionários que um

dia, serão grandes líderes e religiosos dentro do Catolicismo”, afirma. “Ah, se todas as crianças tivessem a oportunidade de participar da obra da Infância e Adolescência Missionária, o mundo seria muito diferente! Essas crianças são o futuro da nossa Igreja. Faço esse trabalho pensando nos missionários que teremos daqui uns anos. Hoje, não me imagino mais sem trabalhar nessa obra, amo a missão que Deus confiou a mim. Sou apaixonada pelo que faço, e faço com muita dedicação e carinho. As crianças me encantam! É gratificante ver o crescimento de cada uma, de ver ainda a simplicidade com que realizam tudo, de ver como pensam no próximo com tanta compaixão. Tenho muito a aprender com as crianças ainda”, afirma Juliana. Que Deus em sua infinita bondade conceda a graça de aumentar cada vez mais a obra da IAM!!! “De todas as crianças e adolescente do mundo, sempre amigos”

EXPEDIENTE

GRUPO DE ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA: (41) 2105-6375 comidi@arquidiocesecwb.org.br / Patryck Madeira / Edson Soares: (41) 2105-6376

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Reflexões

Pe. Rivael de Jesus Nacimento Reitor do Santuário Nossa Senhora de Lourdes – Campo Comprido Coordenador Geral do Clero – Arquidiocese de Curitiba

Estamos em crise com o compromisso na vida em comunidade? Nós padres somos muito gratos a tantos agentes de pastorais que nos ajudam sempre. Há um grande testemunho da ação de todos os leigos e seu protagonismo. Lembramos que toda a ação vem de Deus e que o agir pastoral procede Dele. Mesmo diante dos desafios da cultura e do mundo urbanizado, estamos sempre colhendo frutos da salvação neste tempo presente. Desta maneira, fazemos uma igreja ministerial que motiva o Reino de Deus, com todos os que são batizados. Não adiantaria nada o padre ter boas ideias, ou do outro lado, leigos com boas ideias, se não nos ajudássemos. O Papa Francisco nos ajuda a situar a realidade onde estamos e diz que a presença de Deus “precisa ser redescoberta, desvendada”. Como possibilitar um encontro com o Senhor? (Jo 4, 7-26). Sim, parece um desafio de outro mundo diante das novas linguagens, símbolos e mensagens que oferecem novas orientações de vida que vão se contrastando com o Evangelho. Toda nossa realidade foi mudada, em poucas décadas. Cresce o desafio para todos nós, agentes de pastorais, ajudarmos nas respostas que devem ser dadas nesse tempo. O que fazer para tornar nossa Igreja com maiores espaços de inovação, sendo mais atrativa no mundo informatizado onde prevalece a técnica? Na vida rural o desafio também é enorme, muitas maneiras e costumes que eram fortes no passado, hoje já não refletem mais a vida e não tocam ao coração. Tudo parece que aos poucos vai se esgotando ou enfraquecendo, passando como a correnteza de um rio poluído, sem evidenciar presença da vida. O remédio para superação das dificuldades do que é prático e imediato é testemunhar a vida em sua integridade. É entrar no profundo das dores humanas. Para isso, precisamos sempre melhorar nossos contatos pessoais e nossos relacionamentos. Todo esse contexto dever ser alimentado pela paixão do Evangelho e compromisso com o mundo; um projeto que não se esgota, pois sobrevive do coletivo e da solidariedade. Para tal, precisamos de agentes de pastorais animados que estejam abertos ao diálogo constante. Todos nós precisamos estar longe de complexos de inferioridade e de uma autonomia doentia, isoladora, que que faz sufocar a identidade

cristã naquilo que é verdade, o que provoca dano e um relativismo pastoral. Desde a minha primeira paróquia, em Almirante Tamandaré, tenho constatado essa realidade. No contexto da Exortação Apostólica de Francisco a “Alegria do Evangelho”, é destacado que o agir relativista é viver como se Deus não existisse, como se os pobres não existissem, como se ninguém mais existisse em sua volta. Há um egoísmo muito grande presente em uma sociedade que vive na superficialidade. Ao se tratar dos serviços eclesiais e comunitários, se torna uma procura com lupa com poucos SIM a missão e a motivação da vida comunitária. Às vezes, conseguir um catequista que disponha seu tempo em favor do reino vai parecendo uma grande prova que todos os anos vamos testemunhando em nossas paróquias. Ainda cabem aqui a necessidade de missionários que visitem doentes, presos e animem uma pastoral social organizada e de conjunto para a promoção humana e sua projeção para o bem fundamental de todos, para a felicidade e qualidade de vida. Estamos em tempos de muitas necessidades, mas precisamos de força missionária que esteja em todos nós, com intensidade e com o testemunho profético. Sou padre porque me encantei com a resposta que meus pais deram a vida de comunidade, mesmo com os limites materiais e espirituais de nossa casa, mas uma alegria verdadeira. Foi essa alegria pelo Evangelho que me despertou na fé cristã e no compromisso missionário. Na caminhada podemos as vezes titubear, vacilar, cair. Entretanto, sempre é Deus que nos conduz pela mão. Podemos ter muitos planos e metas, mais que uma empresa, mais que outras associações, mas somos diferentes no amor que assumimos pela causa do Evangelho. Nossa vida e missão neste chão é pautada pelo encontro com a fé em Jesus e seu espírito. Que Ele nos conceda sempre a alegria para superamos nossos limites pastorais. E na convicção do que vivemos, anunciá-lo na vida urbana que precisa de homens e mulheres que digam sim ao projeto do Reino sem medo é um desafio, todavia, precisamos de uma ousadia determinada para que o amor vença e supra as lamurias do tempo presente. Assim, todos ajudemos para que lágrimas sejam secadas na força do Cristo que vive em cada um de nós. Arquidiocese de Curitiba | Agosto 2017

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Dízimo

Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo CNBB Regional Sul 2 Padre Referencial para o Dízimo Arquidiocese de Curitiba

O Dízimo na Comunidade de Fé Caro leitor dessa revista Voz da Igreja, acredito que não seja novidade para você ouvir falar sobre dízimo, ou que o dízimo ajuda a manter a Igreja. Fala-se bastante sobre o dízimo nos tempos atuais. Porém se você comparar o que as pessoas dizem ou entendem sobre esse assunto vai ficar abismado, pois não parecem falar da mesma coisa ou pelo menos compreendem de maneira bem diferente um mesmo assunto. Pensando nessa realidade a CNBB fez um pronunciamento oficial sobre o Dízimo no documento 106, que leva o mesmo nome desse artigo. Buscando assim esclarecer como um fiel católico deve entender o vivenciar a realidade do Dízimo na Fé. Eu não pretendo resumir ou explanar todo o documento nesse artigo, mas somente responder duas perguntas bem básicas para começarmos a nossa conversa:

O que é o Dízimo?

- É uma expressão material de gratidão a Deus por tudo o que já recebi! O Dízimo não pode ser visto numa dinâmica de aposta, ou de investimento financeiro, dou agora para receber uma quantia maior depois. Ele é parte daquilo que Deus já deu, pelos dons, pelos talentos, pelo trabalho, etc. - É decisão pessoal e livre. Separo parte do meu próprio dinheiro para oferecer como Dízimo, calculo os meus ganhos e os meus compromissos financeiros e decido o valor do meu dízimo! Toda pessoa que tenha um ganho financeiro é chamada a ser dizimista. Não é possível contribuir com o dízimo por outra pessoa ou por um grupo de pessoas. Se o casal tem uma única fonte de renda, até podem e devem, para garantir a fidelidade financeira, decidir o dízimo juntos. Deve-se calcular suas despesas e tudo o que se deve pagar, para não ser motivo de escândalo, ficando devendo ou sendo caloteiro em seus compromissos, e a partir dessa realidade estabelecer o valor do dízimo. - É substancial, não pode ser meramente simbólico, mas realmente exige meu sacrifício e desapego. Aquela famosa frase: “Se cada católico ajudasse com 1 real a Igreja teria o suficiente para toda a sua obra!”. Essa sentença não dá certo para o dízimo, por mais que esteja matematicamente certa. O dízimo precisa ser um percentual significativo daquilo que se recebe. - É constante: sempre que recebo o meu dinheiro, separo a primeira parte! Quantas vezes na secretaria da paróquia durante as férias do seminário em janeiro ouvi a frase: “Vim pagar o dízimo desse ano!” Se o recebimento é anual está certo, mas se é mensal deve ser mensal também o dízimo. Eu também não acredito em dízimo atrasado, se não organizei a minha vida financeira e não contribui com o dízimo eu perdi minha oportunidade, no mês seguinte é outro ganho e outra realidade - É sagrado, pertence a Deus e é administrado pela Igreja, portanto todos os fiéis que cuidam da vida financeira da paróquia devem trata-lo com responsabilidade. - É paroquial, na paróquia que recebo frequentemente os sacramentos sou dizimista. O documento 106 deixa bem claro que só se pode chamar de dízimo aquela contribuição que é feita à paróquia. Quando se ajuda uma instituição de caridade, comunidade de vida, congregação religiosa, seminário ou instituição de evangelização, se faz uma doação, mas não é dízimo. - É uma contribuição sistemática e periódica dos fiéis, por meio da qual cada comunidade assume corresponsavelmente sua sustentação e a da Igreja! Essa frase é a definição oficial de dizimo para o documento 106 da CNBB. Evidencia a corresponsabilidade e a pertença a Igreja fortalecidas pelo dízimo e esse como fruto de uma comunidade evangelizada.

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Para que serve o Dízimo?

- Para viver retamente a vida cristã. O Dízimo é um exercício de ascese, exigi disciplina, ordena a vida financeira, regula as vontades, estabelece princípios e prioridades. - Para reconhecer que Jesus Cristo é o único e verdadeiro Senhor. (Não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Lc 16, 13). O dinheiro não é um mau por sim mesmo, mas pelo contrário é um bem quando entendido como um meio para sustentar nossa vida e fruto do nosso trabalho. Quando se busca o dinheiro pelo dinheiro, pela ganancia, pela avareza, ele se torna senhor do homem. Essa realidade é inconciliável com o senhorio de Cristo. - Para assumir o meu lugar pessoal no Corpo Místico de Cristo que é a Igreja. “Vós todos sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo” (1Cor 12,27); o próprio Cristo “é a Cabeça do corpo, que é a Igreja” (Cl 1, 18)! Conheço um bom dizimista que diz: “Não deixo de ser dizimista por nenhum dinheiro do mundo!”. É mais do que essa ou aquela necessidade material da Igreja, é questão de pertença à Igreja e o direito de assumir o meu lugar nela, de contribuir com minha comunidade de fé. - Para ter uma Igreja limpa, bonita e iluminada ao rezar! Tem pessoas que acham ainda que a Igreja é um órgão público sustentado pelo recolhimento dos impostos. Essa realidade existiu em um passado muito distante. Hoje a Igreja tem a sua liberdade e deve pagar todos os seus gastos: água, luz, telefone, funcionários, manutenção, etc. E isso é bom, pagando nossas próprias contas não devemos nada para ninguém e podemos viver o Evangelho com a liberdade e autenticidade que o mesmo exige. - Para que os sacerdotes se dediquem ao serviço do culto a Deus e da vida pastoral, e assim não precisem gastar seu tempo com outros trabalhos. O padre é um ser humano, precisa comer, vestir-se, escovar os dentes, tomar banho, locomover-se, investir na cultura, no lazer, em resumo tem as mesmas despesas na vida que todas as pessoas e precisa honrar com seus compromissos. A Igreja pede dedicação total dos sacerdotes ao ministério, portanto ela decide por prover o sustento de suas vidas. Imagine você chegar na igreja e pedir pelo padre e alguém responder: “Desculpe ele está em horário de trabalho só pode atender aos domingos!”. Mas os próprios sacerdotes são chamados a serem dizimistas, pois a partir do momento que tem um ganho podem também os sacerdotes contribuir com o dízimo e ninguém pode impedi-los. - Para que outras pessoas também tenham a oportunidade de responder o seu sim à Fé, como eu tive. Um aspecto importante do Dízimo é a missão, e essa entendida com a vida da Igreja, anunciar Jesus Cristo a todas as gentes, ter os meios para comunicar a Boa-Nova! - Para que a caridade cristã tenha meios de chegar aos mais sofridos. A Caridade ou seja o amor ao próximo é indispensável para a vida cristã e mais que isso é a própria régua para medir a sua autenticidade. Todas as obras de caridade da Igreja podem ser mantidas pelo dízimo quando acordarmos para sua mística e cremos no amor à Cristo e à Igreja.

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon Pastoral do Dízimo: (41) 2105 6309 - Sonia Biscaia - Secretária


Missões

Pe. Fabiano Spisla – Pároco Eloyna Silveira da Costa – Coordenadora da Pastoral Missionária

Como superar desafios nas missões das Paróquias? Confira o relato da Pastoral Missionária da Paróquia Santo Antônio – Orleans, que tem sido muito bem recebida pela comunidade nas missões paroquiais. Ser verdadeiro discípulo missionário exige o vínculo efetivo e afetivo com a comunidade dos que descobriram o fascínio pelo mesmo Senhor. Ele sabe que exerce sua missão na igreja “em saída”. Naquele “Ide” de Jesus estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje somos todos chamados a esta nova saída missionária. A Paróquia Santo Antônio, em Orleans, procurando responder de uma maneira concreta a estes anseios da Igreja, tem procurado realizar ações que levem o anúncio do reino a todos os paroquianos e, principalmente, estabelecer contato com aqueles que se encontram afastados da caminhada comunitária. Desde 2014, estamos trabalhando no projeto missionário que foi proposto pela nossa Arquidiocese. E foi nesta caminhada de experiências que neste ano de 2017 nasceu a Pastoral Missionária, para fortalecer o agir da “Igreja em saída”. As missões têm sido uma experiência muito intensa e gratificante, nos trazendo um grande crescimento espiritual, nos ensinando a amar melhor, escutar melhor o próximo, cuidar e nos interessar mais profundamente pelos irmãos, mas, sobretudo, nos fazendo cristãos de fato, à medida que vamos revelando o único Deus de amor e misericórdia, primeiro para nós mesmos e, por conseguinte, para nossos irmãos. Iniciamos neste ano de 2017 com o 1º retiro missionário no dia 12 de fevereiro, com a presença de 100 missionários. Pudemos aprender mais sobre os propósitos e as práticas do “ser discípulo e do ser missionário”, além de testemunhos de outros grupos e paróquias que vieram partilhar as suas experiências conosco. Após toda preparação que tivemos no retiro fizemos, no dia 4 de março, mais uma vez, uma Missão nas famílias, na comunidade São Vicente de Paulo, no Jardim Vitória. Nossa Pastoral Missionária tem sete momentos para as saídas em missão: 1º Acolhida dos missionários e espiritualidade; 2º Formação sobre um tema pertinente ao momento da igreja ou da comunidade, para que possamos partilhar com as famílias; 3º Benção de envio; 4º Oração do grupo de intercessores que rezam na igreja ou em suas casas pelas missões; 5º Saída dos

missionários para a comunidade; 6º Retorno e partilha sobre as visitas; 7º Confraternização do grupo. Fizemos outras visitas aos lares no dia 8 de abril cuja formação foi sobre o Tríduo Pascal; 27 de maio com formação sobre Pentecostes e a missão dos discípulos. Quando vamos sair em missão às famílias sabemos que é importante antes rezar por estas pessoas que vamos encontrar e que é importante levar a Bíblia e fazermos uma apresentação para esclarecer quem somos, donde chegamos e em nome de quem. Quando chegamos às casas nos apresentamos como missionários católicos. É muito importante: saudar as pessoas que estão na casa, um por um; estabelecer diálogo a partir dos fatos da vida cotidiana; que o missionário antes de falar saiba ouvir; manter uma disposição de profundo acolhimento para com o visitado; não discutir sobre assuntos desnecessários; não fazer cobranças se a pessoa participa ou não da comunidade; não fazer “sermão” doutrinário. No desenrolar da visita é importante: esclarecer o motivo da visita missionária; ir ao encontro das pessoas, rezar juntos e se possível fazer a bênção da casa; dizer às pessoas: “Deus te ama imensamente”; ler um texto bíblico e comentá-lo abrindo caminho para o diálogo; procurar despertar o interesse pela fé, pela vivência cristã, oração em família e participação na comunidade; se houver doente na casa, dar-lhe uma atenção especial e orar por Ele pedindo a bênção Divina. Se houver casais de segunda união, ouvi-los e procurar orientá-los sempre com muita caridade. Saber entender a situação em que se encontram sem julgamentos, explicar que podem frequentar a comunidade. Explicar que mesmo não podendo receber a eucaristia, a comunhão com Deus se dá também pela oração, pela palavra revelada, pela caridade, pela comunidade reunida. Se alguma família não aceitar a visita, que se respeite a decisão. Se for uma família de outra religião, pode-se pedir licença para fazer uma oração. Nunca discutir, importunar ou forçar as pessoas, mas ser também perseverantes, firmes, não se deixar “embrulhar”. Em todos os momentos respeitar as pessoas. Mães solteiras sejam orientadas ao batismo e catequese para os filhos. Pessoas adultas sem os sacramentos da Iniciação cristã sejam orientadas ao catecumenato. No final da visita agradecer a acolhida que a família fez. Convidar para as celebrações da comunidade e mostrar que a presença delas será de grande importância. Ao sair das visitas ter a atitude Mariana do silêncio, respeitando as possíveis confidências que as pessoas fizeram.

Paróquia Santo Antônio – Orleans

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Tatiana de Cosmo Martins Comunidade Mãe da Unidade

Comunidades

Para que Deus seja tudo em todos Em 25 de dezembro de 1961, através da bula papal “Humanae salutis”, o Papa João XXIII convoca o Concilio Vaticano II com o intuito de abrir diálogo e promover uma renovação na Igreja Católica. Em 1995, o Papa João Paulo II classificou o Concílio como um “momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre suas relações com o mundo.” Esta reflexão impele e impulsiona a uma fidelidade cada vez maior ao Senhor; e os sinais dos tempos exigem uma postura decifrada à luz da Palavra de Deus. Este mesmo Papa declarou que as Novas Comunidades promoveriam a “Primavera” da Igreja, alguns anos depois em encontro na Praça São Pedro.

tendo como lema a passagem de I Coríntios 15, 28: “Para que Deus seja tudo em todos”. Atualmente, a casa Comunitária situa-se no Bairro Portão e atua na Evangelização e na Dimensão Social, desenvolvendo encontros de oração, benção nas casas e atendimento individualizado que favorecem a promoção da dignidade humana e o aprendizado da Fé.

Como sinais da presença Divina em nossa Igreja, o Espírito Santo sempre suscitou entre os homens e mulheres de boa vontade os Carismas necessários para a manutenção do Reino de Deus sobre a Terra. Com muita humildade, dizemos que suscitou também a Comunidade Mãe da Unidade, para ser sinal do Amor do Pai nos lares e nas famílias. No documento da CNBB, Diretrizes Gerais da Nova Evangelização da Igreja no Brasil, lemos que as Comunidades representam através dos 5 apelos, um forte convite a efetiva Unidade. No documento 104 está publicado o incentivo da Igreja de ir ao encontro dos fiéis, celebrando uma Paróquia que seja Comunidade de comunidades. Surge a urgência em Evangelizar os Batizados, que buscam viver os Sacramentos de maneira profunda e engajada. A Comunidade Mãe da Unidade nasceu em 6 de agosto do ano de 2010 pela iniciativa do casal Damar e Tatiana. Inicialmente, surgiu para atender a uma necessidade pastoral dentro da Associação Beneficente De Mãos Unidas. Com o tempo, foi realizando a leitura dos sinais de Deus e hoje já possui autonomia e personalidade.

Na Comunidade se dá a formação dos “Mensageiros da Unidade”, que pela obediência ao Pai, vivência Eucarística, inspiração do Espírito Santo e testemunho de Maria, a Mãe da Unidade, são gestados para promover a Unidade, para preservar a familia e a Eucaristia. Os Mensageiros da Unidade não se limitam a espaços ou horários, mas buscam fazerem-se presentes levando os que estão ao seu redor a perceber sua importância junto ao Corpo Místico de Cristo. Cada um traz consigo sua história pessoal, suas lutas cotidianas, e na vivência comum buscam atingir a meta de ver cada casa se tornar uma “Igreja doméstica” (DA 204), onde se desenvolvam os dons e os talentos, que tornam possível a santificação de cada um de seus membros. Com a iniciativa comunitária vivemos uma Pastoral de manutenção, como nos pede a Igreja Católica, onde podemos contemplar a vivência daquilo que se prega e onde a família encontrará subsídios para crescer e se desenvolver na fé.

É uma comunidade pequena e que se dedica a “ser sinal do amor de Deus pelas mãos de Maria, anunciando a todos a plenitude do Reino pelo carisma da Unidade”, Referências:

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EXPEDIENTE

Plano de Ação Pastoral CMU – documento interno.

COMISSÃO DAS NOVAS COMUNIDADES:

http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/ vatii_decree_19641121_unitatis-redintegratio_po.html - acessado em 07/06/2017.

Assessor Eclesiástico: Pe. Gevanildo Augusto Torres Resp.: Eliezer Teixeira. Telefone: 3022-5521

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Paróquia em Destaque

PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA – Campo Magro

fotos: Missões na Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Fundada na década de 1980, a Capela Nossa Senhora Aparecida no Jardim Boa Vista, no município de Campo Magro, era vinculada até 2013 à Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Botiatuvinha. Em 3 de fevereiro de 2013 foi elevada à condição de Paróquia e é atualmente a Igreja Matriz de Campo Magro. São quatro as capelas vinculadas à paróquia. Recentemente tem se dedicado com afinco às missões. De 1 de junho a 30 de junho de 2017 foram realizadas missas diárias, em preparação para as missões, que aconteceram no dia 1º de julho. Foi um dia abençoado. Pela manhã os missionários saíram para evangelizar com as famílias da região do jardim boa vista, indo até as casas, com alegria. Foram 300 missionários envolvidos e, como houve todo o período de preparação, estavam todos muito animados com este dia. Os 300 missionários almoçaram juntos em um sistema comunitário, em que cada um contribuiu um pouco. A tarde foi reservada para palestra para os jovens para os adultos com a ideia do reaproximar da vida da Igreja o público de crianças, jovens e adultos. Por ser ano mariano, no mês de setembro começam as novenas de Nossa Senhora Aparecida, no dia 2, nas capelas. Na matriz as novenas vão de 3 de outubro até dia 11 de outubro.

E no 12 de outubro, Dia da Padroeira a missa será às 10h, sendo prevista carreata com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e almoço festivo.

Horários de missa Terça-feira, 20h - Capela de Santa Luzia Quarta-feira, 19h30, com novena de N. S. Perpetuo Socorro – Paróquia Matriz Quinta-feira, 19h30, com grupo de oração Paróquia Matriz Primeira sexta-feira do mês, 19h30 – Paróquia Matriz Sábado, 18h - Paróquia Matriz e Capela de Nossa Senhora Aparecida; e 19h30 - Capela Nossa Senhora Imaculada Conceição e Capela Nossa Senhora Perpétuo Socorro Domingo, 8h30 na Capela de Santa Luzia e 10h na Paróquia Matriz

No dia 12 de cada mês, até o dia 12 de outubro, acontece na Paróquia Matriz a missa às 20h em comemoração ao jubileu de 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, sempre com quermesse.

Neste Ano Mariano, destacamos a cada edição uma das paróquias Nossa Senhora Aparecida da Arquidiocese de Curitiba.

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Painel do Leitor

Organizações Ecumênicas promovem Simpósio Ecumênico Mariológico Entre os dias 1 e 3 de setembro Curitiba acolherá o Simpósio Ecumênico Mariológico, promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter -religioso, da CNBB, pela Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterana e pelo Núcleo Ecumênico e Inter-religioso da PUCPR. O evento terá como tema “Maria em Lutero” e está em sintonia com a comemoração conjunta católica-luterana dos 500 anos da Reforma. Da parte católica, o Concílio Vaticano II (1962-1965) possibilitou a aproximação e o diálogo entre católicos e evangélicos visando à superação de preconceitos mútuos e o reconhecimento dos valores presentes na outra tradição eclesial. Muitos são os resultados colhidos ao longo destas cinco décadas de empenho ecumênico, entre os quais a disposição de comemorar conjuntamente o evento reformador, não como celebração da divisão, mas como um compromisso de reconciliar a memória ferida e recontar a história sob o signo da unidade. O Simpósio tem a finalidade de estudar o texto de Martinho Lutero O Comentários ao Magnificat (1521), explicitando a relação entre Maria e seu filho Jesus, a Igreja e Maria, a vida cristã e Maria. Nessa releitura reconciliadora do passado, o resgate de um dos escritos expressivos do reformador, no contex-

to dos 500 anos da Reforma, delineia uma nova perspectiva de leitura mariológica, explicitando elementos que são de grande contributo para a experiência de fé das Igrejas. Resgatando este texto e juntamente com outras interfaces teológicas, o Simpósio se debruçará sobre a reflexão destes pontos comuns, ao mesmo tempo em que quer ser uma experiência de encontro e convivência celebrativa entre as comunidades e organismos envolvidos com a causa ecumênica. Pe. Elias Wolff – Professor de Teologia/PUCPR Ir. Raquel de Fátima Colet – Doutoranda em Teologia/PUCPR Informações e inscrições para o evento podem ser acessadas no link: http://cienciaefe.pucpr.br/evento/simposio -mariologico-ecumenico/

Realizado o 2º Mutirão de Comunicação Paranaense O 2º Muticom-PR, realizado nos dias 7, 8 e 9 de julho no teatro da FAE em Curitiba contou com mais de 400 participantes, entre comunicadores profissionais, agentes de pastoral, religiosos, sacerdotes. A programação contou com palestras e oficinas, sempre com amplos incentivos a pensar a comunicação como meio de evangelização. Articular, motivar e intensificar a comunicação entre as pastorais da Igreja e comunidades paroquiais, considerando os processos e meios de comunicação, além das novas tecnologias, foram alguns dos objetivos do Muticom -PR. Nesta edição o Muticom Paranaense foi organizado pela Pastoral de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba. “Foi um sucesso”, comentou o coordenador da Pascom de Curitiba, Antônio Kayser. Ele explica: “teve muito envolvimento desde as pessoas que organizaram até as pessoas que participaram. Nós estamos vindo de uma caminhada longa em que agora estamos regando apenas o que tinha sido plantado no 1º Muticom em Guarapuava e a partir de agora muito frutos virão”. De 16 a 20 de agosto acontece o 10º Mutirão Brasileiro de Comunicação, em Joinville (SC). As inscrições devem ser feitas pelo site www.muticom.com.br

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Arquidiocese de Curitiba | Agosto 2017


SOS Família - “Cuidando dos cuidadores” A coordenação do SOS Família retoma em agosto o curso de formação para agentes pastorais, com o título “Cuidando dos cuidadores”. Esta formação tem como objetivo alargar os corações às realidades que a família vive hoje, nos prepararmos para enfrentar as dificuldades que se apresentam no dia a dia da família e nos aprofundarmos segundo os pensamentos e os projetos de Deus sobre nós, família Cristã. Segundo o Papa, na Exortação Apostólica “A Alegria do Amor” (Amoris Laetitia), existe uma necessidade preeminente de formar agentes leigos de pastoral familiar, com a ajuda de profissionais de diferentes áreas. Agentes que estejam predispostos a receber as contribuições da psicologia, sociologia, sexologia e até aconselhamento para poder acolher e cuidar dos que necessitam de apoio. Assim comenta o Papa: “Os profissionais, particularmente aqueles que têm experiência de acompanhamento, ajudam a encarnar as propostas pastorais nas situações reais e nas preocupações concretas das famílias. Os itinerários e cursos de formação destinados especificamente aos agentes pastorais poderão torná-los aptos para inserir o mesmo caminho de preparação para o matrimônio na mais ampla dinâmica da vida eclesial”. (204) A formação humana e espiritual voltada às realidades da família hoje nos dá suporte e apoio para trabalhar em diferentes frentes pastorais: acolhimento,

saúde, pré-matrimonial, serviço de escuta e também a outros serviços prestados na comunidade. O SOS Família unificou sua formação de agentes de escuta e preparação para a formação de noivos, pois os temas trabalhados são todos relacionados à família. Que Deus nos ilumine nesta missão. Confiamos e entregamos a Ele este trabalho evangelizador. Mara e Marcelo Avelino – Coordenação do SOS Família Mais informações: (41) 2105-6309.

Em setembro vamos acolher os bispos auxiliares em nossa Arquidiocese 8 de setembro de 2017

Dia da Padroeira da Arquidiocese de Curitiba - Dia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais Vamos acolher os bispos Dom Francisco Cota de Oliveira e Dom Amilton Manoel da Silva 10h na Catedral Metropolitana

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