Voz da Igreja - Junho de 2017

Page 1

Impresso Especial

Publicação da Arquidiocese de Curitiba - Paraná

36000135947 - DP/PR ARQUIDIOCESE DE CURITIBA CORREIOS

arquidiocesedecuritiba.org.br vozdaigreja@arquidiocesecwb.org.br

Corpus Christi A grande Festa em que a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Saiba mais sobre esta data que celebra a presença real de Cristo na Eucaristia. Pág. 11

Veja também Comunicação à serviço do Evangelho 2º Muticom Paranaense com inscrições abertas. Pág. 6 10 anos do Documento de Aparecida E a urgência para uma Igreja em saída. Pág. 19 Workshops nas Paróquias Feira de Pastorais tem resultados surpreendentes. Pág.20 + artigos e novidades de nossa Arquidiocese

Ano XIV - Edição 173 - Junho de 2017


Agenda Mensal dos Bispos Junho/2017

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial No mês de junho celebramos a grande festa da instituição da Eucaristia, também chamada de Corpus Christi. A celebração solene do Corpo e do Sangue de Cristo acontece na segunda quinta-feira após o domingo de Pentecostes, e neste ano acontecerá no dia 15 de junho. Neste dia, o Santíssimo percorre os belíssimos tapetes confeccionados por comunidades, pastorais, movimentos, congregações religiosas e demais expressões católicas da nossa Arquidiocese, numa expressão de fé e amor a Jesus Eucarístico. Nesta edição da revista Voz da Igreja falamos sobre a origem e importância desta solenidade. Apresentamos também um artigo que traz uma análise sobre os males que têm afligido nossa juventude, e que ganharam ainda mais visibilidade a partir dos graves episódios que envolveram crianças e adolescentes com o perigoso “jogo da baleia azul”: a depressão e o suicídio. Fazemos uma reflexão sobre as possíveis causas destes males e como elas podem ser abordadas e tratadas. Trazemos a reflexão sobre o último capítulo da versão final do documento que trata da iniciação à vida cristã para a Igreja no Brasil, aprovado pela assembleia dos Bispos do Brasil. Retomamos, ainda, as reflexões sobre os desafios para a Igreja em saída missionária, além de abordar diversos outros temas. Esta publicação é feita com o objetivo de trazer para nossa Igreja reflexões acerca de temas que afetam, de alguma maneira, nosso cotidiano. Você pode contribuir enviando para nós sugestões de assuntos, comentários, elogios e críticas. Assim, a cada edição podemos trazer temáticas sempre relevantes para sua vida. Tenha uma ótima leitura!

Fale Conosco ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR) Responsável: Teodoro Travagin – 5531 (DRT-PR) Fones / Fax: (41) 2105-6343

E-mail: vozdaigreja@arquidiocesecwb.org.br Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br Apoio e Colaboração: Fone: (41) 2105-6342 Responsável: Aline Tozo E-mail: aline@arquidiocesecwb.org.br

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Bispo da Arquidiocese de Curitiba: Dom José Mário Angonese | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Teodoro Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão: Aline Tozo | Revisão Teológica: Pe. Roberto Nentwig | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Fotos da Capa: Fabricio Alves / Patryck Madeira | Gráfica: Gráfica Monalisa | Tiragem: 10 mil exemplares.

2

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

14 01 • Reunião do Setor Cabral, na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré • Visita no Seminário Bom Pastor 15 02 • Reunião do Setor Boqueirão, no Santuário Santa Rita • Expediente na Cúria • Crisma na Paróquia São Brás 17 03 • Crisma na paróquia Imaculada Conceição, no Guabirutuba • Crisma na Paróquia Santa Terezinha 18 do Menino Jesus • Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, em Colombo 04 • Crisma na Paróquia Divino Espírito 19 Santo 20 a 05 • Gravação do Programa Leitura Orante, na TV Evangelizar 22 • Missa e Trezena de Santo Antônio, 22 a na Paróquia Santo Antônio, no Boa 23 Vista 24 06 • Missa na Catedral • Programa Conhecendo a Palavra, 25 na TV Evangelizar 07 • Reunião do Fundo Diocesano de Solidariedade, na Cúria • Visita ao Seminário Rainha dos Apóstolos 08 • Reunião do Colégio de Consultores, na Cúria 26 • Reunião do Fundo Diocesano de Solidariedade, na Cúria 27 • Visita no Seminário Propedêutico • Reunião do Setor Cajuru, na 09 Paróquia São José • Expediente na Cúria 28 • Crisma na Paróquia São Rafael 10 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Visitação • Crisma na Paróquia São Marcos • Crisma na Paróquia Cristo 29 Ressuscitado 11 • Crisma na Paróquia São Sebastião, em Bateias 30 12 • Gravação do Programa Leitura Orante, na TV Evangelizar 13 • Hora Santa do Clero, no Cenáculo Arquidiocesano • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria • Visita no Seminário São José

• Reunião da ARSEM, local a definir • Curso Bíblico na Paróquia Santo Antonio, em Orleans • Missa na Paróquia Santíssimo Sacramento • Missa e Procissão de Corpus Christi, na Catedral • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora • Crisma na Paróquia Menino Jesus, em Porto Amazonas • Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Mercês • Gravação do Programa Leitura Orante, na TV Evangelizar • Reunião do Conselho Permanente da CNBB, em Brasília • Congresso Continental da Misericórdia, em Aparecida - SP • Posse de Dom Francisco Carlos, na Diocese de Joinville • Crisma na Paróquia São José Trabalhador • Crisma na Paróquia Santa Cecília, em Campo Largo • Missa de Encerramento da Semana do Migrante, Paróquia São José e Santa Felicidade • Gravação do Programa Leitura Orante, na TV Evangelizar • Reunião do Setor Capão Raso, na Paróquia São Miguel Arcanjo • Programa Conhecendo a Palavra, na TV Evangelizar • Expediente na Cúria • Missa com os Membros do Apostolado da Oração, no Santuário do Sagrado Coração de Jesus • Reunião dos 15 Setores, na Cúria • Reunião do Setor Santa Felicidade • Reunião das 13 Comissões, na Cúria • Reunião do Setor Portão, local a definir • Reunião do Setor Pinheirinho, na Paróquia N. Sra. do Sagrado Coração • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Luz, no CIC

Dom José Mário Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba Região Episcopal Norte 01 • Reunião do Setor Cabral, na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré • Abertura da Trezena de Santo Antonio na Capela de Santo Antonio, em Pinhais 02 • Reunião do Setor Boqueirão, no Santuário Santa Rita • Crisma na Paróquia Santa Cândida 03 • Crisma na Paróquia Santa Cândida • Crisma na Paróquia São Miguel Arcanjo 04 • Crisma na Paróquia São Cristóvão • Crisma na Paróquia Santa Efigênia 06 • Expediente na Cúria • Reunião da Equipe Missionária da Arquidiocese 07 • Reunião do Fundo Diocesano de Solidariedade, na Cúria 08 • Reunião do Colégio de Consultores, na Cúria • Reunião do Fundo Diocesano de Solidariedade, na Cúria • Missa e Trezena de Santo Antônio, na Paróquia Santo Antônio, no Boa Vista 09 • Reunião do Setor Cajuru, na Paróquia São José • Crisma na Paróquia São Martinho de Lima 10 • Crisma na Paróquia Sagrado Coração de Jesus • Crisma na Paróquia São Francisco de Assis 11 • Crismas na Paróquia São José das Famílias • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças 13 • Hora Santa do Clero, no Cenáculo Arquidiocesano • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria 14 • Expediente na Cúria

15 • Missa e Procissão de Corpus Christi, na Catedral 17 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho 18 • Crisma na Paróquia Menino Jesus de Praga • Crisma no Santuário Nossa Senhora de Fátima 20 • Expediente na Cúria 21 • Programa na Rádio Canção Nova • Missa e Novena da Padroeira, no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 22 • Crisma na Capelania da Aeronáutica 23 • Reunião do Setor Pinhais • Reunião com os Formadores, no Seminário Bom Pastor • Missa no Santuário Nossa Senhora de Lourdes, no Campo Cumprido 24 • Crismas na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Uberaba 25 • Missa na Paróquia Divino Espírito Santo • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança 27 • Reunião do Setor Capão Raso, na Paróquia São Miguel Arcanjo 28 • Expediente na Cúria • Missa de Consagração do Altar da Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 29 • Reunião dos 15 Setores, na Cúria • Reunião do Setor Santa Felicidade, na Paróquia São José e Santa Felicidade • Reunião das 13 Comissões, na Cúria 30 • Reunião do Setor Portão • Reunião do Setor Pinheirinho, na Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração


Palavra do Arcebispo

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

É momento de reforçar a mensagem pela Paz Hoje em dia quem volta suas atenções para algum

Para um cristão o caminho da busca pela paz faz

noticiário ou mesmo nas redes sociais, vê que há

lembrar uma palavra muito cara no vocabulário da

a disseminação de violência e ódio. As causas se

espiritualidade: a conversão para a paz. Para tanto é

multiplicam e as críticas se enumeram. Mais ainda

preciso fazer uma escolha; é necessário tomar a paz

as explicações. Claro, as análises nunca podem

como um princípio unificador que inspira, modela

faltar. Sem elas jamais se pode combater as causas

e/ou freia as minhas reações. Em termos concretos

da violência. Entretanto, parece que se esqueceu que

isso significa que em qualquer situação delicada e

combater a violência não necessariamente equivale

complexa, os interlocutores optam por palavras, ati-

a buscar a paz.

tudes e decisões que favoreçam sempre a cultura do encontro, como diz o Papa Francisco. Infelizmente, é

No primeiro caso as atenções se firmam em medidas

frequente observar que se denomina “diálogo” a sim-

de segurança, em debates e soluções práticas e prag-

ples troca de palavras; ou de adjetiva de “pacífico” o

máticas, em projetos de programas sociais...

direito de pronunciar palavras ofensivas.

Ademais, o temor de ser vítima pede por respostas

Quando Jesus falou de paz com seus discípulos (“Dei-

cujos resultados não podem esperar. E sempre são

xo-vos a minha paz”, Jo 14,27), o contexto era de pro-

os “outros” os culpados. Já no segundo caso, o da

funda tensão. Com eles o ambiente era de uma refei-

busca pela paz, supõe uma mudança que começa

ção, era de paz; até lhes lavara os pés. Mas um o traía.

desde dentro das pessoas. Empenha a participação

Desde fora os adversários projetavam a violência.

de todos. Mas Ele, por ser Senhor, nunca quis ser forte sobre Mais do que análises, este caminho pede por experi-

ninguém. Não existe paz entre os que escolhem ser

ências de valores testemunhados.

inimigos. É preciso rever as opções.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

3


Palavra de Dom Pedro

Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto Arcebispo Emérito de Curitiba

Promessas do Sagrado Coração de Jesus Junho é o mês consagrado ao Sagrado Coração de Jesus com suas promessas reveladas à Santa Margarida Maria Alacoque. Santa Margarida, nascida na França em 1647, muita sofrida, desde criança órfã de pai, com estranha moléstia afetando todo o organismo sem remédio que mitigasse os sofrimentos. Fez um voto á Virgem Maria que, se restabelecida, entraria numa ordem religiosa. Recuperada, ingressou na Congregação Contemplativa das Irmãs da Visitação, em Paray-le-Monial, França. Colocava-se em profunda oração de adoração ao Santíssimo Sacramento, nas dificuldades encontradas. Ali teve várias revelações do Sagrado Coração de Jesus, dizendo-lhe: “Eis aqui o coração que tanto amou os homens para testemunhar-lhe seu amor e em troca só recebe ingratidões, irreverências, sacrilégios, friezas”. Pediu-lhe que as famílias se consagrassem ao Sagrado Coração e reparassem as ofensas recebidas. Não sendo ela acreditada, quem a entendeu, orientou foi o Jesuíta Pe. Cláudio de la Colombiére. A Igreja aprovou as revelações do Sagrado Coração à Santa Margarida, que são as doze Promessas. Para propagar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, foram fundadas Congregações religiosas masculinas e femininas do Sagrado Coração de Jesus e no Brasil o Apostolado da Oração em Itu (SP) pelo Jesuíta Pe. Taddei. O Papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus e recomendou aos Bispos que fizessem o mesmo em suas Dioceses. O primeiro Bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, consagrou sua Diocese a 25 de dezembro de 1899. O Arcebispo D. Manuel da Silveira D’Elboux determinou a construção do amplo Santuário do Sagrado Coração de Jesus na Água Verde, em Curitiba. As 12 Promessas do Sagrado Coração de Jesus à santa Margarida Maria em favor das pessoas devotas do seu Sagrado Coração são:

4

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

1 – Conceder-lhes-ei todas as graças que precisam para seu estado. 2 – Dar-lhes-ei a paz no seio das famílias. 3 – Consolá-los-ei em todas as suas aflições. 4 – Serei seu refúgio na vida e na morte. 5 – Abençoarei todas as suas empresas. 6 – Os pecadores encontrarão em meu coração a fonte de Misericórdia. 7 – As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas. 8 – As almas fervorosas elevar-se-ão à perfeição maior. 9 – Abençoarei as casas, onde a imagem do meu Coração estiver exposta e venerada. 10 – Darei aos sacerdotes o talento de converter os corações endurecidos. 11 – As pessoas que propagarem esta devoção terão seus nomes inscritos no meu coração e dele nunca se apagarão. 12 – A todos os que comungarem na 1ª sexta-feira, por nove meses seguidos, prometo a graça da perseverança final; não morrerão na minha desgraça, nem sem receber os sacramentos, e meu Coração se tornará seu asilo seguro na última hora.


Ano Mariano

Ir. Lucimar Nascimento de Novais, MAD

OS SINAIS DE APARECIDA PARTE 2 No mês anterior nossa conversa foi referente aos sinais do sagrado que a imagem de Nossa Senhora Aparecida traz consigo e nesta edição do mês de junho daremos continuidade aos sinais de Aparecida. Maria está grávida: se olharmos com atenção para a imagem de Nossa Senhora Aparecida notaremos que ela está grávida. Maria, conforme nos narram os Evangelhos, é mulher escolhida por Deus para que gerasse seu Filho, Jesus (Cf. Mt, 1, 18- 25; Lc 1, 26-38). Desta forma, também nos convida a sermos geradores de Jesus em meio à nossa sociedade de hoje. Maria está sorrindo: ao contemplar a imagem da Mãe Aparecida perceberemos que está com um sorriso nos lábios. Este sorriso nos recorda uma das principais características do cristão que é a alegria. Alegria que brota de fazer a vontade de Deus e colaborar com o seu Reino de Amor. Que sejamos alegres anunciadores do evangelho de Jesus. Maria tem traços de nosso povo: Este detalhe da imagem de Nossa Senhora aparecida é bem visível aos nossos olhos, basta olhar a sua cor que é a cor da maioria de nossa população brasileira; sem o manto e a coroa é possível perceber que a mãe Aparecida tem os cabelos encaracolados, outro fator típico de nosso povo. Como é gostoso perceber a riqueza de detalhes que Deus nos presenteou ao nos dar uma mãe tão parecida conosco. Maria tem um anjo abaixo de seus pés: este detalhe na imagem evidencia a fé que professamos pela Tradição de nossa Igreja. Maria, ao cumprir a sua missão na terra, foi elevada ao céu como nos apresenta o Documento Lumen Gentium, no número 62. Sua Assunção nos convoca a levarmos uma vida como ela viveu de total entrega à vontade de Deus, vida de serviços aos que precisavam dela e vida de oração. Ao finalizar esta breve apresentação dos sinais de Nossa Senhora Aparecida, aprendemos o quanto é importante contemplar não só as palavras que falam de Maria, mas também a sua imagem que é uma verdadeira catequese sobre a sua personalidade. Podemos dizer que é uma catequese mariana. Que Nossa Senhora Aparecida nos ajude na caminhada de discípulos missionários de Jesus, assim como ela foi!

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

5


Pascom

Andrea Adelio

Mutirão de Comunicação

Comunicação

à serviço do Evangelho De 7 a 9 de julho Curitiba sedia o 2º Muticom Paranaense. Proposta é discutir e dinamizar ações que promovem a evangelização por meio da comunicação, com foco na Catequese, Juventude e Liturgia

Agentes pastorais, presbíteros, religiosos, leigos e profissionais de comunicação têm encontro marcado para o próximo mês de julho, entre os dias 7 e 9, no 2º Mutirão de Comunicação Paranaense. Com o tema “Comunicação e Evangelização”, o evento acontece nas dependências da FAE – Centro Universitário e Colégio Bom Jesus e tem como objetivo articular e intensificar ações que promovam a evangelização com base nos recursos das novas tecnologias e diversificadas ferramentas de comunicação. Com especial destaque à Catequese, Juventude e Liturgia, o Mutirão está sendo organizado em atenção ao Diretório de Comunicação (Documento 99 da CNBB), que orienta as necessidades da preparação dos agentes pastorais. A iniciativa é do Regional Sul 2 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), coordenada pela Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Curitiba e com o apoio das paróquias e setores correspondentes. A proposta de levar a Boa Nova e dinamizar a ação evangelizadora da Igreja será colocada em ação no evento por meio de celebrações, palestras, oficinas, atividades culturais e feira pastoral e vocacional. Palestrantes: Daniel Godri Jr., especialista em treinamentos motivacionais para empresários e funcionários de diversas empresas e segmentos; Jair Passos, professor e doutorando em Psicologia Clínica pela UCES de Buenos Aires; Frei Rogério Soa-

6

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

res, criador da Pastoral do Empreendedor Nacional e Hudson Roberto José, diretor de Marketing da Rede Evangelizar de Comunicação, são nomes confirmados para as principais palestras do 2º Muticom. Além disso, diversos profissionais com experiência em suas respectivas áreas de atuação e engajados com a causa do Evangelho estarão à frente das diversas Oficinas programadas: “Comunicação na Liturgia”, “Técnicas vocais, Vivência dos símbolos mistagógicos”, “Comunicar e vivenciar a misericórdia na Liturgia”, “A interação do comunicador no espaço litúrgico”, “Uso das redes sociais para a Evangelização”, “Uso dos dispositivos móveis aplicados no encontro catequético”, “Novas formas para aplicar os encontros”, “Comunicar e vivenciar a misericórdia na Catequese”, “Comunicação a serviço da Catequese”, “Juventude e esporte”, “Artes Cênicas”, “Mídias digitais”, “Como colocar seus talentos à serviço da comunidade e da vocação”, “Comunicar e vivenciar a misericórdia na Juventude”, “Texto jornalístico para web” e “Fotografia Religiosa”. A segunda edição do Mutirão de Comunicação Paranaense tem como fonte a mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado em 28 de maio: “Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43, 5). Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo”. O primeiro Muticom foi realizado em Guarapuava (PR) em 2015.


Programação completa e inscrições para o 2º Muticom no site:

www.muticompr.com.br

Objetivos do 2º Muticom Paranaense: • Promover a integração entre os agentes de pastorais e a Pascom das Paróquias, e estas entre a Pascom Arquidiocese de Curitiba; • Gerar aproximação das pastorais entre paróquias e seus setores correspondentes; • Dinamizar o Diretório de Comunicação nas três dimensões por meio da Pascom e seus agentes; • Fortalecer o Evangelho e a pessoa de Jesus Cristo, por meio da Boa Nova.

Quem pode participar do 2º Muticom Paranaense? O convite é aberto aos agentes de pastorais das paróquias, movimentos, associações e ONGs, profissionais da comunicação, professores e estudantes da área, presbíteros, religiosos, leigos engajados com a comunicação, jovens e adolescentes.

EXPEDIENTE PASTORAL DA COMUNICAÇÃO: pascom@arquidiocesecwb.org.br. (41)9999-0121 | Coordenador: Antonio Kayser Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

7


Animação Bíblico-Catequética

INICIAÇÃO Á VIDA CRISTÃ

ITINERÁRIO PARA FORMAR DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS Prosseguimos nossa caminhada reflexiva, iniciada há alguns meses, sobre o tema Iniciação à Vida Cristã. Agora, temos dois elementos novos e fundamentais em nossa exposição: a realização e conclusão da assembleia dos Bispos do Brasil no mês passado e a aprovação do novo documento sobre a iniciação à vida cristã para a Igreja no Brasil. Antes de abordarmos o tema comento, em breves palavras, o processo de aprovação do documento. Podemos afirmar que houve um processo participativo de todas as dioceses do Brasil. O texto embrionário foi enviado às dioceses para estudos, correções e considerações. Aproximadamente 721 emendas foram sugeridas à comissão, presidida por Dom José Antonio Peruzzo. Houve contribuições específicas de catequetas, liturgistas e biblistas. Também catequistas, coordenações diocesanas e ministros ordenados enviaram suas sugestões. Acolhidas as contribuições, revisou-se com dedicação e intensidade o texto. Em seguida, os bispos receberam previamente o texto revisado para uma leitura até a assembleia. Por fim, após intenso trabalho de reflexão e última revisão, aprovou-se o texto, por unanimidade, na última assembleia dos Bispos. O novo documento da iniciação à vida cristã da Igreja no Brasil deseja consolidar a iniciação onde o processo existe e motivar as dioceses onde o processo não existe. É oficialmente o caminho da Igreja no Brasil que vai alavancar a renovação paroquial. A inspiração catecumenal não é meramente um novo método. É uma mística, um modo de ser, é o elemento central da iniciação à vida cristã. Vamos agora mergulhar no último capítulo da versão final do documento. Este capítulo apresenta as proposições pastorais que se unem aos últimos dois documentos eclesiais: “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia” (CNBB 100) e “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e Sociedade” (CNBB 107). É uma continuidade rumo à renovação pastoral. Este capítulo contempla os passos pastorais que uma diocese ou paróquia deve trilhar.

8

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

Catequese querigmática e mistagógica: Querigma e mistagogia são os elementos centrais da iniciação à vida cristã. O documento destaca que estas duas realidades perpassam todo e qualquer processo catequético. O querigma gera a experiência com o Senhor e desperta para o discipulado. Não é uma propaganda de Jesus ou um reavivamento religioso. A mistagogia celebra o discipulado assumido: progride-se no conhecimento mais profundo do Mistério Pascal e na vivência comunitária. O querigma e a mistagogia tornam a catequese mais celebrativa e menos escolástica. O catecumenato e o espírito catecumenal são a proposta pastoral que mais evidencia a dimensão querigmática e mistagógica da iniciação à vida cristã. É um processo realizado por etapas e tempos, com ritos, exercícios, entregas, unções e escrutínios, que gera encontro e experiência orante com o Senhor. Não é um simples conhecimento de doutrina, mas o despertar ao seguimento comunitário e comprometedor. Conversão Pastoral: o documento destaca a união inseparável entre formação, comunidade e sujeitos da iniciação à vida cristã. Frutifica, gradualmente, a renovação paroquial. A ação evangelizadora se renova com novos processos iniciáticos e catecumenais. A comunidade é a casa dos iniciados. Comunidade evangelizada torna-se comunidade evangelizadora. Ainda mais, é primordial investir na formação das famílias, adultos, adolescentes, jovens, crianças e demais lideranças de nossas comunidades. A formação básica e continuada é o espelho da conversão pastoral. Por fim, estas duas proposições pastorais se completam. O processo de iniciação à vida cristã em inspiração catecumenal suscita conversão pastoral, desperta a comunidade e renova os ministérios e serviços eclesiais. É a Igreja sempre em movimento, em construção e em renovação. “É necessário assumirmos a caminhada de construção da Iniciação à Vida Cristã” (Documento, 4ª versão, nº 246).


IX SULÃO BÍBLICO CATEQUÉTICO “COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE INICIAÇÃO À VIDA CRISTÔ Nos dias 16 a 18 de junho de 2017 acontece em Florianópolis (SC) o IX Sulão Bíblico-Catequético da CNBB, com o tema “Comunicação no processo de Iniciação à Vida Cristã” e lema “Senhor, todos te procuram” (Mt 1,37). Esse evento reúne os cinco regionais do sul do Brasil (Sul 1, Sul 2, Sul 3, Sul 4 e Oeste 1). O Sulão Bíblico-Catequético é uma oportunidade de reconhecer a caminhada catequética a fim de organizar e intensificar a iniciação à vida cristã nas diversas dioceses do sul do país. A preparação do IX Sulão começou em junho de 2015. A “Lumem” – equipe de coordenação do Sulão, elaborou 12 cartas catequéticas. A ideia das cartas foi inspirada na prática do discípulo missionário Paulo. As cartas do apóstolo saem do coração. São bilhetes pastorais ou catequeses mistagógicas, ou seja, revelam sua íntima relação com o Cristo Ressuscitado. Todas as dioceses do sul do Brasil receberam essas cartas. Vamos, abaixo, citar os temas das cartas, uma breve reflexão do tema e seu texto bíblico inspirador.  1ª Carta - Tema: Acolher Jesus que está entre nós e em cada um de nós. Apresenta-se nesta carta a atitude comunicadora de Jesus: a proximidade das pessoas. Meditar: Lc 19,1-10.  2ª Carta - Tema: Encantar-se por Jesus, deixando-se alcançar por Ele sem resistências e reservas. Jesus nos chama para um encontro pessoal e íntimo. Quem o encontrou fez a experiência vital fascinante e fez-se amigo de Jesus. Meditar: Jo 1,35-49.  3ª Carta - Tema: A diversidade deve ser sempre conciliada com a ajuda do Espírito Santo. Jesus dialogava, respondia às perguntas, propunha questionamentos, se expressava em palavras e ações. O diálogo é o caminho da revelação de Deus. Meditar: Mc 7,31-35.  4ª Carta - Tema: Escutar e aceitar a palavra é optar pela fé. Escutar é uma atitude comunicadora que revela a importância do outro, a abertura da mente, a sensibilidade e ternura a Deus. Meditar: Lc 7,1-10.  5ª Carta - Tema: Conhecer a Jesus Cristo pelas verdades reveladas da fé é nossa alegria. Reforça que o seguimento de Jesus exige maior conhecimento dos conteúdos da fé em nossa vida. É necessário conhecer melhor a Palavra e a Liturgia. Meditar: Jo 4,1-30.  6ª Carta - Tema: Vivenciar o Mistério para fazer progredir a fé cristã. Vivenciar é experimentar a dinâmica do plano de Deus, praticar a fé na comunidade e cultivar a espiritualidade missionária. Meditar: Mt 19,16-22.  7ª Carta - Tema: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos” (1 Jo 1,3). Jesus comunica sua vida em gestos concretos de partilha. Sua vida é partilhada entre os mais necessitados. Jesus é dom oferecido por todos. Meditar: Lc 24.13-35.  8ª Carta - Tema: Com o coração aquecido, reconhecer Jesus Cristo na celebração da vida e da fé. O celebrar é uma atitude comunicadora de Jesus. Celebrar é encontrar-se, é envolverse.. Meditar: Mt 18,23-35.

 9ª Carta - Tema: Experimentar na comunidade a graça de ter sido escolhido e revestido do homem novo. Comungar da vida de Jesus, dos sentimentos de Jesus, do livro da Palavra, da Cruz e da beleza do mandato missionário do Senhor. Meditar: Lc 10,38-42.  10ª Carta - Tema: Recuperar o espírito contemplativo que permita redescobrir que somos depositários de um bem que humaniza. Convite à atitude contemplativa e orante de quem deseja permanecer ao lado dele e anunciá-lo. Meditar: Mt 5,13-16.  11ª Carta - Tema: Permanecer em Cristo e na comunidade, vivendo o discipulado missionário. A atitude de Jesus que queremos destacar é a perseverança. A perseverança é própria de quem acolhe, assume e vive com Jesus. Meditar: 2Tm 3,14-17.  12ª Carta - Tema: Sair em missão, na certeza de que Jesus caminha à nossa frente e nos espera no coração do irmão. A saída missionária enche o coração do missionário de alegria. Ide e fazei eco da vida de Jesus e sua Palavra. Meditar: Lc 24,29. O conjunto das cartas compõe o subsídio de estudos do IX Sulão. Ao apresentamos as ideias centrais das cartas queremos estimular que em nossa caminhada arquidiocesana de reflexão e formação renasçam lideranças que comuniquem a alegria de ser cristão. Quem encontra Cristo, anuncia Cristo!

 Cada coordenação de catequese paroquial receberá um livro com a coletânea das 12 cartas.  Cada carta traz uma palavra-chave que indica os gestos e atitudes comunicadoras assumidas por Jesus: Acolher Encontrar Dialogar Escutar Conhecer Vivenciar Partilhar Celebrar Comungar Contemplar Perseverar Anunciar.  O que contém cada carta? • uma página de abertura com a imagem e a mensagem central da carta; • a carta; • provocações para reflexão; • Leitura Orante de uma das atitudes de Jesus (Lendo e orando a Palavra).  O que fazer com esse livro? • Utilizá-lo como subsídio para a formação continuada dos catequistas da paróquia, iniciando neste ano de 2017 e concluindo no próximo ano, planejando bem os 12 encontros. Essa formação seria essencialmente bíblica, orante e reflexiva, elementos essenciais para um catequista mistagogo.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6318 / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon. Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

9


Dimensão Missionária

Estêvão Raschietti

O paradigma da saída A Igreja no Brasil se prepara para realizar o 4º Congresso Missionário Nacional em Recife (PE), de 7 a 10 de setembro, em preparação ao 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5) que acontecerá de 11 a 15 de julho de 2018, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. O tema do congresso será “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, e o objetivo é “impulsionar as Igrejas no Brasil para um dinamismo de saída e caminhar juntos no testemunho da alegria do Evangelho, da comunhão e do profetismo”. Vamos refletir então: o que significa a palavra “saída” para a Igreja missionária? Na sua origem, a palavra “missão” significa “envio”, “partir”, “sair”. Todo o “envio” pressupõe um ponto de partida, um ponto de chegada e uma tarefa a ser cumprida. O ponto de partida é o “amor fontal” do Pai, que envia o Filho e o Espírito e que chama a comunidade a participar desse dinamismo saindo ao encontro dos irmãos e irmãs, até os confins do mundo. O ponto de chegada é a alegria da vida plena no Reino de Deus. A tarefa é anunciar a proximidade desse Reino, convidando as pessoas a se tornarem discípulas de Jesus, seguidores do seu Evangelho e anunciadoras do seu Amor. A Igreja não é feita para ficar apenas em suas instituições, fechada em suas estruturas: ela foi criada para estar em movimento e se lançar ao mundo. Essa é sua natureza: sua razão de ser está em “sair”. Mas essa sua saída não está somente em um deslocamento aventureiro de “pregar o Evangelho a espaços geográficos cada vez mais vastos” (EN 19); nem em uma intensa ação de visita a famílias e comunidades pelos cantos mais remotos de nosso Brasil, nem simplesmente trilhar veredas pelos caminhos do mundo pluricultural, encarando os desafios lançados por uma sociedade cada vez mais secularizada. A saída da qual falamos é uma saída profunda, que toca as dimensões mais íntimas da vida da gente. Não é sair para querer tomar conta da vida dos outros com os nossos projetos e as nossas visões de mundo. Isso não é missão: é dominação. Não é sair para estender nossa influência na sociedade e agregar assim mais adeptos à nossa instituição. Também isso não é missão: é proselitismo. Não é somente sair para querer fazer do mundo uma só família e ser solidários com os mais pobres, e buscar com isso apenas uma realização pessoal. Da mesma forma, isso não é missão: é autocomplacência. A saída missionária exige, antes de tudo, uma purificação das nossas melhores intenções: “impõe-se uma

10

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

conversão radical da mentalidade para nos tornarmos missionários”, dizia João Paulo II. Por isso necessitamos de uma ação insistente, paciente e participativa de mudança de mentalidade da qual possam surgir uma nova maneira de pensar, de agir, de acreditar, de caminhar e de sonhar para continuar a semear a esperança do Evangelho no meio de todos os povos. Essa mudança consiste em passar da visão de missão como “expansão” da Igreja e “implantação” do Reino de Deus no mundo, à missão como “encontro” e “proximidade” com os povos. No lugar de insistir em querer “catequizar”, “redimir” ou “salvar” as pessoas, como se fossem “objetos” ou “alvos” da nossa ação, a missão transforma-se profundamente ao tentar compreender nossos interlocutores simplesmente como “gente”, com toda dignidade, respeito e valor que esse termo exige: Deus já se encontra no meio deles! Missão, portanto, é ir ao encontro, tornar-se companheiro dos pobres e hóspedes na casa dos outros, fazer acontecer o Reino de Deus no reconhecimento, na escuta e no diálogo. Desta maneira, “sair” é um processo profundamente pascal, uma “passagem” que nos transforma e nos converte ao longo de um tempo crítico de peregrinação rumo ao mundo do outro. É uma viagem necessariamente para fora e para dentro de nós mesmos. A missão autêntica implica vida, morte e ressurreição da nossa vaidade, nos liberta da tentação da presunção e nos torna ligeiros anunciadores do Evangelho de Jesus.


Liturgia

Cleverson Martins Teixeira

15 de junho

Corpus Christi Festa da Eucaristia 2017

A Igreja celebra na segunda quinta-feira após o domingo de Pentecostes a grande festa da instituição da Eucaristia, também chamada de Corpus Christi. Esta solenidade foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264. Mas você pode se perguntar, por que esta solenidade foi instituída? Vamos às suas origens:

Origem da solenidade A solenidade tem origem no século XIII, a partir das inspirações de uma monja agostiniana, santa Juliana de Cornillon, que viveu em Liége, na Bélgica. Aos 16 anos ela teve uma visão na qual se via a lua, toda brilhante, atravessada por uma faixa escura. Na oração, compreendeu que a lua representava a vida da Igreja na terra e a faixa sem luz significava a ausência de uma festa litúrgica dedicada à Eucaristia.

re, por sua vez, no sétimo domingo a partir da Páscoa. O Papa Urbano IV desejou ainda, para maior esplendor da solenidade, um Ofício para ser cantado durante a celebração. Esta composição foi confiada a alguns expoentes da época, entre eles São Tomás de Aquino e São Boaventura. O primeiro apresentou sua composição e foi unanimemente escolhido pelos presentes, texto que cantamos até hoje em nossas celebrações.

Juliana manteve em segredo a sua visão por cerca de vinte anos. Tendo já se tornado priora do convento em que vivia, confidenciou a visão a outras duas religiosas e a um padre, aos quais pediu que sondassem entre os clérigos e os teólogos o que pensavam da proposta.

Posteriormente inicia-se, em Portugal, a tradição de confeccionar tapetes para a passagem do Santíssimo Sacramento. Esta tradição é até hoje realizada pelos fiéis.

A resposta foi positiva e o bispo de Liége – cidade já conhecida por seu fervor pela Eucaristia – instituiu a festa na sua diocese, sendo em seguida imitado por outros bispos. Foi Urbano IV, o qual havia conhecido Juliana antes de se tornar papa, que estendeu a comemoração a toda a Igreja, com a bula Transiturus de hoc mundo, em 1264, seis anos depois da morte de Juliana.

Nas páginas seguintes você pode conferir artigo do Pe. Elias Wolff sobre a história e a relação entre Eucaristia, Igreja e Sociedade no Corpus Christi.

A data fixada – e estabelecida como dia de preceito, ou seja, de obrigatoriedade de ir à missa – foi a segunda quinta-feira após a solenidade de Pentecostes, que ocor-

Curitiba Em nossa arquidiocese celebramos solenemente o Corpo e Sangue de Cristo na praça Tiradentes, em frente à Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Após a Santa Missa, presidida por nosso arcebispo, temos a procissão em direção à praça Nossa Senhora de Salette, onde o Santíssimo percorre os tapetes confeccionados por comunidades, pastorais, movimentos, congregações religiosas e demais expressões católicas da nossa arquidiocese. Neste ano há outra particularidade, com objetivo de reunir um número ainda maior de fiéis em comunhão, expressando o amor a Jesus Eucarístico. Todas as comunidades foram chamadas a estarem presentes em frente à Catedral para a Santa Missa seguida de procissão. A missa começará às 15 horas e em seguida teremos a procissão solene até o Centro Cívico, onde receberemos a benção. Venham todos fazer parte desta belíssima festa da nossa amada Igreja.

Programação: 6h às 12h – Confecção dos tapetes na Cândido de Abreu 14h – Animação do Ministério Evangelizar É Preciso com a presença do Pe. Reginaldo Manzotti em frente à Catedral Basílica (Praça Tiradentes). 15h – Santa Missa presidida pelo arcebispo Dom José Antônio Peruzzo em frente à Catedral 16h30 – Procissão com o Santíssimo Sacramento pela Cândido de Abreu, da Catedral até a praça Nossa Senhora de Salete em frente ao Palácio Iguaçu 18h – Benção do Santíssimo Sacramento

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

11


Especial

Pe. Elias Wolff Pároco da Paróquia Santo Antônio (Parolin) Prof. de Teologia (PUCPR).

A relação entre Eucaristia, Igreja e Sociedade na Festa de Corpus Christi A festa de Corpus Christi tem origem na devoção

rante maior fundamentação bíblica, apresentando

eucarística da Idade Média, no contexto de contro-

uma visão ampla do mistério total de Cristo.

vérsias com Berengário de Tours (1000-1088), que negava a presença real de Cristo nas espécies con-

A presença real de Cristo na Eucaristia é compre-

sagradas. Essa celebração foi um meio de afirmar a

endida e crida a partir da e na celebração da mis-

presença real de forma pública, e o papa Urbano IV

sa, prolongando-se também depois, na procissão

a estendeu para toda a Igreja em 1264. O elemento

como adoração pública. Essa procissão, de origem

apologético que motivou a afirmação da festa de

anterior ao século XIII, expressa de modo solene o

Corpus Christi manifestou também limitações no

culto da Eucaristia fora da missa. Na procissão, o

seu conteúdo: a atenção à presença real se deu, em

fiel dá testemunho público da sua fé e sua piedade

muitos ambientes, independente da compreensão

para com o sacramento eucarístico, com alguns

do mistério eucarístico total. Isso se afirmou ainda

elementos fundamentais: celebrando as maravi-

mais no contexto das polêmicas teológicas com os

lhas de Deus que a Eucaristia significa, como misté-

protestantes, a partir do século XVI.

rio pascal; incentivando a participação do sacrifício eucarístico; assumindo ter uma vivência eucarísti-

12

Esse limite é superado com a reforma do Vaticano

ca; reconhecendo e adorando a presença de Cristo

II, que dá um nome mais completo à solenidade,

na Eucaristia; rendendo graças a Deus pelos dons

mencionando também o “sangue de Cristo”, e ga-

recebidos pelo sacramento da Eucaristia.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017


Eucaristia e Igreja A festa de Corpus Christi é uma festa da comunidade eclesial, que nasce da Eucaristia e nela se sustenta. Eucaristia e Igreja são realidades que se vinculam intrinsecamente. A Eucaristia faz a Igreja no mesmo ato em que a Igreja celebra a Eucaristia. Nessa celebração a Igreja torna-se aquilo que é: “corpo de Cristo” (1 Cor 10, 17). O evento pascal celebrado se faz Igreja, e nele a Igreja realiza em plenitude o seu ser e a sua missão. A Igreja é, assim, o lugar e o modo da presença de Cristo na vida cristã. E a Eucaristia é o sacramento da Igreja, sacramento do dom total que Cristo faz de si mesmo aos seus discípulos e discípulas.

três pessoas, a Igreja é uma comunhão de muitas pessoas de várias comunidades. Como todos se alimentam de um só pão e um só cálice, formam um só corpo de Cristo, na pluralidade dos membros (1 Cor 10, 15-17; 12, 12s). O desafio é entender que a unidade/comunhão dos muitos, centrada na Eucaristia, não exclui a pluralidade. Ao contrário, a unidade supõe a diversidade, transcendendo-a na comunhão. Tal como Cristo é um para muitos, assim na Igreja, seu corpo, o um e os muitos, o universal e o local, são simultâneos. A Igreja una e única identifica-se com a comunhão das Igrejas. Unidade e multiplicidade vinculam-se profundamente.

Isto significa que quem comunga do corpo e do sangue de Cristo e o testemunha publicamente (como na procissão com o Corpo e o Sangue do Senhor) torna-se, com a Igreja, realidade/pessoa eucarística, e faz com que a sociedade como um todo possa viver daquilo que a Eucaristia significa: Mistério de Deus que se revela em Cristo, realidade pascal, graça sacramental que tudo transforma conforme o desígnio de Deus. A realidade eucarística penetra na vida da Igreja, dos cristãos e da sociedade. E esses penetram na realidade de Cristo. A celebração eucarística transcende, assim, o tempo da Igreja, prefigurando a realidade última na qual Deus em Cristo se torna “tudo em todos” (1 Cor 15,28), na realização do seu Reino.

A comunhão eucarística não é algo que se vive de forma enclausurada na Igreja. Ela se expressa na responsabilidade de testemunhar, profeticamente, o Evangelho de Cristo no mundo. A Eucaristia é concretização do Evangelho da partilha, da comunhão, da doação e do serviço. Esse Evangelho deve ser vivido de modo convincente pelos cristãos que caminham com o corpo e o sangue do Senhor pelas ruas da cidade e fazem da praça pública um altar de adoração. A festa de Corpus Christi é, assim, a festa também do corpo humano e social superando toda dor e sofrimento injusto, todas as situações de pobreza, miséria e violência que impedem cada pessoa de viver a “vida em abundância” (Jo 10,10) que Cristo quer.

Por isso, Eucaristia é unidade, comunhão. A comunhão de uma assembleia eucarística com as outras está na fé com a qual todas celebram o mesmo memorial; está no fato de que todas, comendo do mesmo pão e bebendo do mesmo cálice, tornam-se o mesmo e único corpo de Cristo. Na multiplicidade de formas, tempos e lugares, há um só mistério celebrado e participado. Também na multiplicidade de comunidades eucarísticas há uma só Igreja.

Disso decorre um compromisso fundamental da celebração eucarística e da caminhada que a comunidade eclesial faz com o sacramento: a corresponsabilidade na missão, a amizade dos muitos dispersos que se reúnem, a fraternidade no estar face-a-face e lado-a-lado, a solidariedade para com os que sofrem física e espiritualmente. A partilha do pão sacramental só é real no contexto de partilha da vida. Para celebrar o pão é preciso ter pão; para concelebrar é preciso ser-com. O pão e a vida não são realidades para serem usadas egoisticamente. Daqui a dimensão profética da celebração da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo: exigência de pão e de vida para todas as pessoas. Sem pão não há Eucaristia; sem Eucaristia não há Igreja. Sem a partilha do pão e da Eucaristia, a Igreja não testemunha no mundo a realidade do Reino de vida na paz, na fraternidade e na justiça. Tal é o significado da celebração pública de Corpus Christi.

Comunhão é uma realidade própria de Deus e da Igreja. A Eucaristia revela o mistério trinitário da Igreja. Por ela a Igreja rende graças ao Pai, fazendo memória do sacrifício do Filho, na comunhão com o Espírito. Nesse ato, a comunhão trinitária é comunicada à comunidade eclesial. A Trindade tornase modelo da Igreja, uma perfeita unidade no amor de pessoas diferentes. Como Deus é comunhão de

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

13


Dimensão Social

João Ferreira Santiago Teólogo e Poeta Coordenador da Campanha da Fraternidade 2017

A Igreja em saída, que proclama o Evangelho com atitudes corajosas e necessárias, e que sai a semear Vivemos um momento de muitas e agudas exigên-

com os Direitos Humanos Fundamentais. Com a vida

cias para toda a sociedade e, de forma especial, para

em plenitude, por fim.

a Igreja. A vida do planeta sofre agressões e ameaças e é deixada em segundo plano pelas autoridades po-

A voz da Igreja no Brasil que ecoa na 55ª Assembleia

líticas. E as multidões de seres humanos colocadas

Geral da CNBB parece querer nos dizer quais são as

abaixo dos interesses do lucro e de quem não quer sa-

principais preocupações da Igreja neste momento de

ber se Deus existe, ignorando o outro, a outra, como

tantas exigências e urgências. Ao trazer para o cen-

irmãos. Todas as formas de organização do nosso

tro das reflexões e preocupações o tema da iniciação

povo, os seus pontos de apoio, de referência, seus

cristã, temos uma forte mensagem que traz para o

postos de abastecer a esperança, de repor a energia

centro a formação dos novos cristãos católicos. Não

vital para seguir lutando, estão em crise de credibi-

podemos formar cristãos que relativizam a tortura e

lidade. Suas lideranças estão isoladas, ou medrosas,

a crucifixão de Jesus. E para que isto seja alcançado,

ou dando milho aos pombos. A Igreja Católica tem

é urgente cuidar da formação das lideranças de hoje.

feito sua parte, levantando a causa da Justiça e do

Que estejam comprometidas com as causas de seu

direito e parafraseando Bartolomeu De Las Casas,

Município, de seu Estado, do Brasil e do planeta. Afi-

pergunta: com que direito fazem isto com o povo

nal, somos cidadãos e cidadãs com dupla cidadania

de Deus e com a sua Casa Comum?

(Jo 17,14-19; 1 Pd 2 11-12). O convite é para o discernimento, não podemos aceitar que a vontade de ga-

É importante lembrar não apenas as ações de outras

nanciosos compulsivos se sobreponha à vontade de

Igrejas em si, mas os esforços atuais na tentativa

Deus (At 4, 19-20). Os temas que receberam maior

de ações ecumênicas e inter-religiosas. Temos uma

atenção da CNBB nos dão sinal da missão da Igreja

importante semente de esperança semeada nesse

no mundo:

chão. Mas, como diz a parábola do Semeador, a se-

14

mente também encontra adversidades para poder

Outros temas também receberam atenção parti-

produzir frutos (Mt 13, 1-9). Qual é a profundidade da

cular dos bispos, entre eles estão: “Projeto Comu-

terra onde semeamos? (v 5). A força profética da Pa-

nhão e Partilha”, iniciativa que completou 5 anos

lavra que se expressa com intensidade exponencial

e é a expressão da solidariedade financeira para

nas palavras e nas ações do Papa Francisco chega aos

com dioceses pobres, principalmente para ajudar

corações de milhões de pessoas de bem por todo o

na formação do clero; “Pensando o Brasil”, um

planeta. Aqui no Brasil, é visível e louvável sentir essa

movimento que tem reunido estudos dos bispos

força movendo a Conferência Nacional dos Bispos do

em relação a diversas realidades sociais brasilei-

Brasil – CNBB em direção à práxis de Jesus de Naza-

ras. Este ano, o trabalho foi voltado para a Educa-

ré. Compromisso com a democracia, com a justiça e

ção; “Celebração da Palavra de Deus”, um docu-

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017


mento para animar comunidades que não podem

próximos do outro e da outra que precisam de nós.

ter a celebração da Eucaristia em várias partes

Portanto, irmãos e irmãs, vejamos o que nos diz Pau-

do Brasil; “Ministros da Palavra”, ligado ao tema

lo de Tarso na Carta aos Romanos,

anterior, este documento analisado pelos bispos servirá de ajuda para a formação de pessoas que

Portanto, irmãos, pela misericórdia de Deus,

se capacitam para a pregação; “Novas formas de

exorto que vocês ofereçam os próprios corpos

consagração e Novas Comunidades ” também

como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus:

foi tema estudado pelos bispos (CNBB, 2017).

é este o culto racional de vocês. E não se confor-

1

mem a este mundo, mas transformem-se reno-

A sintonia da 55ª Assembleia Geral da CNBB, com o

vando o próprio modo de pensar, para que vocês

tema da Campanha da Fraternidade é mais que visí-

possam distinguir qual é a vontade de Deus: o que

vel. É mesmo, flagrante! Cultivar e guardar a criação

é bom, agradável e perfeito” (Rm 12, 1-2).

(Gn 2,15) exige compromisso e envolvimento político. O ser cristão carrega consigo o dever de engajamen-

A CNBB, movida pelo exemplo que vem do

to político, sobretudo dos leigos e das leigas. É preci-

Papa Francisco, expressão viva da Palavra de Deus,

so superar essa ideia, que mais parece uma fuga, de

no testemunho de Jesus de Nazaré narrado nos

que a Igreja ou a religião não podem se envolver com

evangelhos, faz chegar a toda a Igreja as razões

a política. Igualmente, dizer que a política está suja,

de sua missão, como continuadora da missão

como justificativa para a omissão, não condiz com

de Jesus. Talvez seja o momento mais propício

Ensino Social da Igreja, destoa daquilo que o Papa

para

Francisco vem pregando e nega em grande parte a

Ver a realidade com olhar profético, com olhar

mensagem cristã.

de Raio-X. Julgá-la à luz da Palavra de Deus. Os

entendermos

o

método

Ver-Julgar-Agir.

acontecimentos e as atitudes que surgem a partir A corrupção, origem de toda violência, de toda ex-

deles estão de acordo com a vontade de Deus? E

clusão, da miséria econômica e humana, é fruto de

não ter medo de se aproximar do outro e da outra,

uma decisão política daqueles que insistem em viver

para juntos construirmos uma ação comunitária de

como se Deus não existisse. Mas é também fruto da

transformação desse estado de coisas que nos deixa

omissão daqueles que insistem em dizer que Deus

a todos diminuídos. Seja como pessoa, seja como

não tem nada que ver com isso. Apesar de usarem o

cristão e cristã, seja como espécie. Deus nos deu um

seu santo nome em vão. A nossa fé deve nos levar a

planeta repleto de riquezas e de diversidades de vida,

viver a misericórdia, que por sua vez deve nos deixar

e apenas nos pede que o cultivemos e o guardemos.

Referências: - BÍBLIA Sagrada. Nova Pastoral. São Paulo: Paulus. 2014. - CNBB 2017. www.cnbb.org.br - Artigo publicado no sitio da CNBB, acesso dia 7 de maio de 2017.

1

Todos os negritos são feitos por mim.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

15


Juventude

Jeferson Carvalho Psicólogo

Depressão e suicídio: males que têm atingido a

juventude

Vivemos um tempo de inquietação em nossa sociedade. A família, as instituições de ensino e as igrejas, de uma maneira geral, demonstram sua preocupação com uma determinada onda entre os adolescentes, que dá conta do aumento dos casos de depressão severa e tentativas de suicídio na população adolescente. Mais notadamente entre os adolescentes houve um crescimento de 10% na taxa de suicídio, o que se configura um motivo de alerta e preocupação. Isto nos traz uma pergunta fundamental: afinal quais as motivações que levam estes adolescentes a comportamentos tão drásticos? Alguns atribuem este fenômeno recente ao “jogo da baleia azul”, que tenta provocar uma espécie de sequestro psíquico entre os adolescentes. Sem minimizar e relativizar este fenômeno, somos tentados a refletir que aponta apenas para a ponta do iceberg. Reflitamos um pouco sobre a relação entre pais e filhos. Como sabemos, a família é a base de toda a educação, como de resto nela nosso ser gente desabrocha e desenvolve, apreendendo os primeiros valores. Nela desenvolvemos um sentimento de pertença, que é fundamental para a segurança emocional. Esta segurança provém do amor e do afeto proporcionado pelos pais a seus filhos. Vivemos um tempo em que nem sempre estas relações são saudáveis, deste ponto de vista. No contexto atual, nem todas as famílias conseguem dar suporte emocional aos seus filhos. A estrutura familiar vem mudando e nos deparamos com os mais variados formatos familiares. Temos a familia tradicional, as monoparentais, as de segunda união, todas elas tentando realizar a missão da família, que é dar segurança, amor, sentido de pertencimento e possibilidades de futuro. Nem sempre isso é possível. Por outro lado encontramos também nas famílias diversas questões que vão problematizando este desenvolvimento, tais como alcoolismo, violência doméstica, traições conjugais, etc. As vivências proporcionadas às crianças por estes fatos, aliadas à falta de cuidado, afeto e amor, criam um ambiente propício para a insegurança emocional e a ausência de um sentido de pertencimento. Quando sentimos que não pertencemos a nada e a ninguém, estamos vulneráveis. Podemos observar também que, pelas caraterísticas da vida moderna – excesso de atividades, estudo, trabalho, etc – cada vez menos as pessoas de uma mesma família aprofundam suas relações.

16

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

Outro dado relevante é que, segundo o IBGE, das cerca de 61 milhões de mulheres que são mães no Brasil um pouco mais da metade trabalham fora de casa, e 31% destas são responsáveis pelo provento familiar, ou seja, são pai e mãe. São realidades que mudam a forma de relacionamento com os filhos, abrindo espaço para grupos oportunistas e que apresentam risco para a educação e desenvolvimento das crianças e adolescentes. Sabemos que independente da estrutura familiar, o que dá segurança emocional e sentido de pertencimento as crianças é o Amor, com todas as letras e com toda a energia. O Amor incondicional inocula nos filhos a segurança necessária para uma vida com sentido. Outro aspecto importante a ser destacado é a depressão, fenômeno que vem se transformando numa verdadeira epidemia. No Brasil ela atinge 6% da população, e entre 2005 e 2015 cresceu 18%, um número preocupante. A pressa imposta por este mundo moderno – falta tempo para tudo, queremos tudo rápido e pra ontem – aumenta vertiginosamente os níveis de ansiedade, que nos últimos dez anos tiveram um crescimento de aproximadamente 15%. Ao mesmo tempo, aumentou o consumo de ansiolíticos. A depressão cresce entre os adolescentes rapidamente, muito por conta de uma ausência de sentido, de projeto de vida e de um olhar altruísta sobre si mesmo. Adolescer não é uma tarefa das mais fáceis, é adentrar num novo mundo, adquirir um novo corpo, outra psique, abandonar o “ser” criança para o “ser” adolescente, que é um ensaio para a vida autônoma, adulta. É tempo de elaborar vários lutos, pois tudo muda com muita rapidez, é preciso esperar o tempo do desenvolvimento. Neste momento pode se instalar uma ausência de sentido, se questiona tudo, nada serve, tudo parece ultrapassado, às vezes para este ser humano o passado já não serve. Há muita insegurança com o que reserva o futuro. Quando não há sentido de pertencimento, há espaço para se instalar uma autoestima rebaixada, e o próximo passo é o estado depressivo. Este é o momento do resgate deste ser humano, este é o momento de seus pais estarem atentos e verificarem as mudanças de comportamento e de humor. Nestes tempos de muitas relações virtuais, que proporcionam uma proximidade enganosa entre as pessoas, quando e como os adolescentes vão se sentir amados?


Pelo número de curtidas em suas postagens nas diversas redes sociais. É neste ambiente também que relações se estabelecem ou desaparecem, pois basta uma curtida para apoiar alguém ou deletá-la, se me faz algo que me contraria. Estamos muito distantes das pessoas, do olhar que percebe emoções, dos abraços que contêm calor humano, dos sentimentos que nos fazem “suportar” o outro. Há pouca suportabilidade para a frustração, pouca paciência, pouca espera. Mas a vida não é construída de clic em clic, ela existe na realidade palpável do cotidiano. A autonomia, tão desejada com o nome de liberdade, é tarefa árdua, que requer uma construção continua no a dia a dia, que inclui renúncias, requer uma olhar altruísta e compassivo sobre si mesmo, no sentido de também se amar, como nos propõe Jesus Cristo quando diz “amar ao próximo como a si mesmo”. Isto não significa amar-se egoisticamente, nem de uma forma individualista, mas amar-se aceitando o que somos, com dons, potencialidades, virtudes e limitações e, sobretudo, esperar o tempo de desenvolvimento destes dons. Olhar compassivo sobre si mesmo significa olhar com cuidado e compaixão, permitindo que os valores que emanam do coração façam a vida desabrochar em si com sentido.

As perguntas “quem sou eu?”, “o que posso ser?”, “o que fazer para realizar meus sonhos?”, “o que quero para o meu futuro?”, “como posso me preparar para o meu projeto de vida?”, “que papel tenho na sociedade?”, “Serei aceito como sou?” permeiam o imaginário e a existência de jovens adolescentes que vivem a utopia de mudar o mundo, ser autônomo, mudar as regras e criar suas próprias regras. Esta dinâmica favorece a formação de grupos afins. A procura de pares faz parte do processo de afirmação pessoal e o desejo de ser aceito no grupo a que quer pertencer. Desenvolve também o adolescente o Mito do Herói, o pensamento heróico, no qual o sentido de ser indestrutível toma conta do seu ser. Adora correr riscos, deixar rolar a adrenalina, acha que consigo nunca acontecerá nada. Todos estes elementos fazem parte do processo de formação de identidade. A família, em que pesem as dificuldades dos tempos modernos, não pode se alienar de sua função de educadora e formadora de seres humanos, deve mais do que nunca fortalecer os vínculos e as relações compassivas e amorosas entre si. Participar da vida dos pais, os pais participarem da vida dos filhos, terem atividades em comum. Filhos amados e cuidados possuem mais ferramentas para fazer melhores escolhas.

Nossas escolas também possuem um papel bastante importante na formação de nossos jovens adolescentes, cuidando do desenvolvimento cognitivo, da capacitação profissional, mas também apresentando valores que permitam ao jovem adolescente a construção de seu projeto de vida. Cabe à escola fazer uma escuta cuidadosa dos anseios e sonhos destes adolescentes, para oferecer atividades que contemplem estas expectativas. Dar apoio e acompanhamento nestas escolhas, oferecendo suporte material e acompanhamento pedagógico. Proporcionar discussões que contemplem a construção de uma ética cidadã, com vistas à construção de um mundo mais justo e humano. A Igreja também tem um papel estruturante na construção da personalidade do adolescente. Cabe a ela, com suas catequeses, movimentos, grupos de jovens, etc, introduzir a criança, o adolescente e o jovem no mundo da espiritualidade. Falamos de uma espiritualidade que tenha apelos aos adolescentes, de práticas que tenham uma linguagem que se aproxime da comunicação juvenil, alegre, inquieta, acolhedora e inclusiva, que contemple as mais diversas tribos, sejam os skatistas, surfistas, roqueiros, etc. Sabemos que, estatisticamente, apenas em torno 15% dos católicos cristãos frequentam as igrejas, participando das missas. O Papa Francisco no pede uma igreja em saída, e se uma igreja com rosto jovem se apresenta a estas tribos, propagando a utopia do Evangelho, certamente propostas empáticas que contenham acolhimento, compaixão, dinamismo, compassividade, amorosidade penetrarão no coração jovem, ardente de sonhos, de utopias, de propostas transformadoras, de crença num mundo melhor e mais justo. Como vivemos numa sociedade que engloba todas estas estruturas, precisamos pensar sistemicamente, e agir de uma forma que as famílias influenciem as igrejas, que por sua vez influenciem as escolas, que por sua vez influenciem nas famílias, todas interagindo e influenciando umas às outras. Não há mensagem mais arrebatadora e transformadora do que aquela que foi propagada pelo jovem nazareno, Jesus Cristo. Quem verdadeiramente bebe desta água e come deste pão encontra a vida, e vida em abundância. É desta vida que necessita a Família, a Escola e a Igreja. A vivência destes valores se constitui numa vacina poderosa que pode imunizar nossos jovens adolescentes dos perigos das drogas, dos vícios, da depressão, das automutilações, das tentativas de suicídio. É nosso papel, enquanto sociedade que se faz Igreja, atuar na prevenção, construindo um ambiente sadio que proporcione a vida em verdade aos nossos jovens adolescentes. Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE: juventude@arquidiocesecwb.org.br / (41) 2105-6364 / 9605-4072 / 2105-6368. Murilo Martinhak / Assessor Eclesiástico: Pe. Waldir Zanon Junior.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

17


Dízimo

Equipe Arquidiocesana da Pastoral do Dízimo

Mês do Sagrado Coração de Jesus O mês de junho é liturgicamente dedicado ao Sagra-

de nossos dons pessoais como a capacidade de tra-

do Coração de Jesus, também neste mês, na quinta

balho, conhecimentos profissionais etc.

feira, dia 15, a Igreja celebra a festa de Corpus Christi. Tanto a devoção ao Sagrado Coração de Jesus como

Para tanto, faz-se necessário vencermos nosso ego-

a festividade de Corpus Christi, são aspectos impor-

ísmo, orgulho e ambições pessoais desmedidas e

tantes de nossa espiritualidade católica, fundamen-

desapegarmo-nos dos bens puramente materiais.

tada na fé em Cristo e no seguimento de seus ensi-

E, com isso, entenderemos a espiritualidade e o pro-

namentos, contidos no Santo Evangelho e demais

fundo significado do DÍZIMO e das OFERTAS como

livros que compõem o Novo Testamento. Na verda-

instrumentos concretos de partilha, de participação

de, é o nosso reconhecimento ao infinito amor de

comunitária. Assim, também, entenderemos que

Deus pela humanidade e que se expressa na pessoa

ser dizimista autêntico é, sobretudo, uma questão

de seu filho unigênito.

de fé e de amor a Deus e ao próximo, e que, tudo o que somos e tudo o que temos, recebemos de Deus

Com efeito, para revelar qual é a vontade de Deus

Criador para nosso usufruto durante essa existência

para conosco, Jesus, em sua existência como um de

terrena, que é breve e transitória e da qual nada de

nós nesta terra, só fez o bem, tudo partilhando com

material, daqui levaremos.

os que com ele conviveram e, num gesto supremo de amor, doou-se inteiramente até a morte na cruz para alcançar a redenção do gênero humano. Além disso, conhecendo a fragilidade e inconstância da natureza humana e para nos ajudar sempre, quis permanecer de maneira concreta entre nós, instituindo a Eucaristia onde se faz presente em corpo, alma e divindade para que o recebamos em nossos corações e permaneçamos em comunhão plena e permanente com Ele. Por isso, celebrando o Corpus Christi reconhecemos que é na Eucaristia que Jesus sacramentado se dá continuamente a cada pessoa que, arrependida de seus pecados, confiante o procura.

No mês de junho é realizado o III CONADIZ – Congresso Nacional da Pastoral do Dízimo e da Partilha – em São Paulo, no EXPOCENTER NORTE. O lema será: “Dízimo: partilha e solidariedade”. O objetivo do CONADIZ, é refletir sobre a caminhada pastoral do dízimo, analisando as experiências vividas e seus resultados práticos, à luz do documento da CNBB 106 – O dízimo na comunidade de fé. O CONADIZ é um evento que confirma que a Pastoral do Dízimo é realidade na Igreja do Brasil. Maiores informações telefone: (012) 3311-0665.

Entretanto, conforme aconteceu aos discípulos de Emaús, logo após a ressurreição de Jesus, também nós, possivelmente, só iremos reconhecer realmente o Cristo quando, em nome de Jesus, repartirmos o pão entre nós, filhos que somos do mesmo Pai. Ou seja, significa praticarmos concretamente a partilha em comunidade, de nossos bens, mas, também, EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon

18

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017


Reflexões

Pe. Rivael de Jesus Nacimento Reitor do Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Lourdes – Campo Comprido – Curitiba.

10 anos do Documento de Aparecida, e ainda a urgência de discípulos e missionários para uma Igreja em saída De 13 a 31 de maio de 2007 acontecia a V Conferência Episcopal Latino-Americana e do Caribe, na cidade de Aparecida. O evento dentro do contexto eclesial sugeriu vários pontos de partida para toda a igreja latino-americana e caribenha. Muitos princípios são extraídos na essência do Concílio Vaticano II, este que foi uma “revolução copernicana” sobre todos nós evangelizadores e nossa maneira de pensar a pastoral.

Outro ponto é a conversão pastoral, esta ainda é desafiadora em nosso tempo. Somos convidados a superar a igreja de cristandade, para uma pastoral orgânica e estruturada. Creio que demos passos significativos. Mas ainda não podemos ser vencidos pelos limites, e com o pontificado do Papa Francisco testemunhamos uma igreja em saída, para que possamos estar nas periferias existenciais.

Ainda quando era criança, vi um frei capuchinho chegar à minha paróquia de origem, nos idos de 1980, e com seus dons e seu carisma, de maneira simples, quis atualizar a proposta do Vaticano II sobre toda a paróquia, que até hoje é a maior da Arquidiocese. Sim, este padre é o Frei Ivo Bonamigo, que atualmente reside nas Mercês, e que vejo como um pastoralista no meio do Povo de Deus, que soube aplicar com maestria todas as contribuições conciliares, desde o Açungui até a criação de novas comunidades em toda a vida urbana do município de Rio Branco do Sul. Como ampliar os horizontes do Concílio Vaticano II, como ler e aplicar como este padre o fez?

Uma terceira dica que aqui prescrevo é que não percamos o itinerário para fazermos novos discípulos missionários. O caminho que se deve seguir é este:

Os anos seguiram e também Santo Domingo, conferência de 1992, trouxe muitas contribuições no desejo da Nova Evangelização. E a caminhada segue até 2007, com Aparecida. Creio que meu exemplo acima, do Frei Capuchinho ansioso e esperançoso para atualizar o Concílio Vaticano II, traz a mesma esperança de Aparecida, que é a evolução do pensamento dentro da nova realidade que as nossas comunidades apresentam. Tenho certeza que muito aprendemos com o texto de Aparecida e suas contribuições. Há dez anos, na paróquia em que me encontrava Anjo da Guarda, tive muitas conversas com os animadores de comunidade, e o desafio era a setorização. E ainda hoje me vejo focado nestas linhas de ação. Aqui destaco outros pontos de Aparecida, que ainda considero relevantes. Sem dúvida uma das linhas de frente é a promoção humana e que abre as perspectivas para que os seres humanos se relacionem. Na era da técnica e das redes continua este ponto atual. Como precisamos promover o ser humano para que este seja sujeito de seu próprio desenvolvimento e se insira na comunidade.

a) A experiência da fé – em tempos que dormimos em cima do relógio, sempre é urgente e devemos ter a ousadia do despertar para a fé, no encontro pessoal com Cristo e sua experiência profunda. b) Formação bíblica e teológica – para todos os que estão na pastoral, em nossa arquidiocese o empenho nesses últimos anos em levar a sério este quesito e tantas oportunidades que temos em nossa igreja particular. Assim, teremos um crescimento nos discípulos espiritual e comunitário. c) Uma Igreja da acolhida – a valorização de cada um e a inclusão na vida comunitária. d) Um compromisso missionário de toda a comunidade. Muito temos que aprimorar do Documento de Aparecida, já demos muitos passos e o Papa Francisco muito tem nos ajudado. Ele conhece bem o texto, pois foi secretário e relator da conferência. A estrada é longa o Documento precisa ser ainda testemunhado com maior empenho na vida pública, no mundo urbano e no mundo das comunicações. Em tempos que precisamos de muitas respostas, nos unamos com todas as nossas comunidades e com todos os que assumem seu batismo, trabalhando pelo Reino nesta causa. A causa do Reino da Vida. Ainda precisamos de muitos testemunhos em muitos lugares que necessitam de luz no meio das sombras. Você está fazendo sua parte? Tenha este desejo de ser discípulo missionário! Tenhamos todos!

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

19


Boa Prática

Diácono Osmar Vieira

Feira de Pastorais tem

resultados surpreendentes

As experiências vividas pela Paróquia Santa Teresinha de Lisieux em Colombo, no dia 18 de março, com a implementação do workshop e a exposição das 21 pastorais e movimentos atuantes na paróquia continuam rendendo bons frutos. A iniciativa deu tão certo que o pároco missionário passionista padre Jefferson Lima da Costa – CP sugeriu ao Conselho Paroquial de Pastorais – CPP, e já está em fase de elaboração, apresentações com imagens e textos, com a projeção das atividades de cada Pastoral em cinco minutos antes de cada celebração nas 15 comunidades. Desta forma, as assembleias comunitárias poderão tomar conhecimento da importância das atividades pastorais da paróquia e despertar nelas a vocação missionária. “Só amamos aquilo que conhecemos”, enfatizou o religioso. O evento superou as expectativas, centenas de catequizandos, jovens e adolescentes, motivados e acompanhados pelas catequistas, circularam pelos estandes da exposição, curiosos e ávidos para conhecer o desempenho de cada Pastoral. Ali receberam as explicações, informações e materiais de divulgação, devidamente elaborados e explanados por pessoas capacitadas que atuam nos diversos segmentos da caminhada paroquial, cada um no seu carisma. “Era interessante ver como os frequentadores interagiam, perguntavam e argumentavam sobre as atividades de cada pastoral. E muitos se sentiram contagiados com as explicações dos agentes e quiseram saber com profundidade como funcionavam determinadas Pastorais”, afirmou Leila Bandacheski, que expôs na feira o estande da Pastoral da Sobriedade. “Percebemos sim mudanças significativas nas relações interpessoais entre os membros das Pastorais. Antes, cada agente cuidava de sua Pastoral e muitas vezes não conhecia ou não interagia com os outros. Durante o workshop, houve conversas interativas, diálogos, e isso acabou mudando para melhor os conceitos e o conhecimento entre as Pastorais, despertando assim o interesse e o respeito pelas atividades uns dos outros”. O relato é de Orminda Haurea Heiden, integrante do GAM – Grupo de Animação Missionária e uma das organizadoras do evento paroquial que reuniu cerca de 100 agentes. Nos bastidores ouviam-se as expressões “Que Lindo”, “Maravilha”, “Por que não se pensou nisso antes?”. A Paróquia Santa Teresinha de Lisieux e as lideranças acreditam que ainda colherão muitos frutos por conta desse evento. A ferramenta está nas mãos das lideranças, cabe a elas fazerem uso devidamente para colherem bons frutos.

Essa foi a experiência da Paróquia Santa Teresinha de Lisieux. Que tal realizar também em sua Paróquia? Ao organizar comunique a equipe do nosso Centro Pastoral - (41) 2105 6323.

20

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017


Família e Vida

Carlos e Vivian Auwerter

Encontro Matrimonial Mundial Oportunidade para Dialogar com Alegria! Caros leitores, queridos casais, sacerdotes, religiosos e religiosas, apresentamos o Encontro Matrimonial Mundial, cuja especialidade é renovar a alegria das pessoas em suas vocações através de um fim de semana – fds. Esta experiência propicia aos participantes o conhecimento pessoal, o conhecimento entre o casal e os demais.

O que é o FDS do Encontro Matrimonial Mundial?

É uma experiência para Casais, sacerdotes e religiosos e religiosas tendo em vista a valorização dos sacramentos do Matrimônio e da Ordem.

Como surgiu?

Foi criado na Espanha, na década de 50, pelo sacerdote redentorista Padre Gabriel Garcia Calvo. Em seu trabalho com jovens e adolescentes percebeu claramente que a comunicação entre os pais, trazia reflexos diretos no comportamento dos filhos. Jovens com facilidade de relacionamento em grupos vinham de famílias onde os pais tinham boa comunicação entre si. O contrário também era verdadeiro, jovens com dificuldades de relacionamento com os amigos eram filhos de pais que não se comunicavam no casamento. A experiência então foi levada da Espanha para os Estados Unidos e atualmente encontra-se em aproximadamente 100 países. No Brasil, iniciou na década de 70 como Encontro do Diálogo e em 2003 retomou o nome original de Encontro Matrimonial Mundial, em unidade com a Família Mundial. Em Curitiba, o Encontro Matrimonial Mundial (Diálogo) se originou em 1974 quando três casais de Curitiba, Ivo e Helena Arzua, Lineu e Regina Borges de Macedo e Djalma e Tereza Palmeiras, fizeram o 2º encontro em Itaici. Como equipe trabalharam Padre Jack, Richard e Heddy Long e George e Mimi Davy. Para os casais brasileiros foi de difícil compreensão, pois foi todo aplicado em inglês. Apesar das dificuldades os casais voltaram entusiasmados e prepararam o 1º Encontro em Curitiba em outubro de 1974. Foi a partir dos Fins De Semanas realizados em espanhol em Ponta Grossa e Belo Horizonte que o Encontro do Diálogo começou a dar frutos. Desse momento em diante, o Encontro do Diálogo, como se decidiu chamar no Brasil, não parou de crescer. O amor dos casais e sacerdotes de Ponta Grossa, sem medir esforços, trouxeram para Curitiba o 1º Encontro do Diálogo, em português, que foi realizado no início do ano de 1978, com a participação de 25 casais e 2 religiosas .

refletir sobre seu o relacionamento com seus irmãos e irmãs e com suas comunidades. Nossa metodologia é baseada em sentimentos e por essa razão é vivencial, não teórica. Partimos das experiências pessoais de vida para compreender as atitudes e os comportamentos que condicionam a comunicação aberta e sincera.

MISSÃO

Proclamar o valor dos Sacramentos do Matrimônio e da Ordem Sagrada na Igreja e no mundo.

VISÃO

Amem-se uns aos outros assim como Eu os amei.

CARISMA

A fé através do relacionamento

Resultados

O fortalecimento do relacionamento do casal através do diálogo apresenta resultados positivos imediatos nos filhos, nos familiares, no convívio profissional, na Igreja e consequentemente na sociedade. Ao assumir o estilo de vida de diálogo e eucaristia, os participantes habilitam-se a criar espaços que propiciam a formação de cristãos conscientes e atuantes na sociedade fundamentados em Valores do Plano de Deus. Atualmente, no Brasil estamos presentes em mais de 30 dioceses. Além do fds visamos também despertar vocações sacerdotais nas famílias; compartilhar vivências e dinâmicas de integração familiar nas paróquias; disponibilizar experiências familiares e intersacramentais em seminários; integrar-se a movimentos afins (voltados para a família) e trabalhar integrados com a Pastoral Familiar em todo Brasil.

Quer conhecer mais sobre o Encontro Matrimonial Mundial?

Acesse nosso site: http://www.encontromatrimonial.com.br ou entre em contato conosco através do e-mail eedcuritiba@encontromatrimonial.com.br.

A partir de maio de 1979 ( 10º Encontro de Curitiba) Padre Penalva estreou como equipe da Diocese de Curitiba e em novembro de 1980 foi estruturada a ‘Diocese de Curitiba’.

Como funciona?

Através de um encontro de 44 horas em que os participantes são orientados a abordar áreas do seu relacionamento por meio de uma técnica especial e exclusiva de comunicação e escuta. É uma oportunidade única para que casais possam refletir sobre seu relacionamento com seu esposo, sua esposa, e sacerdotes e religiosos e religiosas possam

Liderança do Encontro Matrimonial Mundial – Diocese de Curitiba

EXPEDIENTE Comissão da Família e Vida: Assessor Eclesiástico: Diácono Juares Celso Krun. Sonia Biscaia – soniaabs@arquidiocesecwb.org.br / 2105-6309 Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

21


Comunidades

Eliezer Teixeira Fundador da Comunidade Santa Cruz e responsável pela Comissão 12

Novas Comunidades: Desabrochar da verdadeira primavera da Igreja As Novas Comunidades são uma realidade eclesial atuante na Igreja, estão espalhadas em praticamente todas as dioceses do Brasil e geralmente trabalham com a evangelização e assistência aos que mais necessitam.

A comunidade de vida é formada por membros que dispõem de tudo (família, profissão) para viverem juntos partilhando suas vidas com o único ideal de evangelizar e ajudar os mais necessitados.

As Novas Comunidades começaram a surgir na década de 1970 na França e nos EUA, tornando-se um fenômeno mundial. No Brasil, as primeiras Comunidades Novas surgem na década de 80 e, na década de 90, vê-se o surgimento de inúmeras que hoje estão espalhadas em todo território nacional. “Elas são o desabrochar da verdadeira primavera da Igreja”, como disse São João Paulo II na vigília de Pentecostes de 1998, “a beleza das novas flores que chegam depois do inverno que vem para encher de cor e beleza e alegria realidade da Igreja”.

A Comissão 12, da Arquidiocese de Curitiba, reune mensalmente em torno de 14 comunidades novas, entre elas a Comunidade de Aliança Católica Santa Cruz, que é uma Associação Privada de Fiéis reconhecida pela Arquidiocese de Curitiba no ano de 2012. Foi fundada no dia 2 de abril de 2000 e tem como carisma “Ser no mundo um sinal do crucificado, uma chaga de amor”. É formada por homens e mulheres, casados, solteiros e celibatários.

As principais características de originalidade das novas comunidades são o fato de serem formadas por grupos mistos de homens e mulheres, por leigos e clérigos, celibatários e casados, cada um vivendo sua consagração no seu estado de vida, atraídos e unidos por um carisma específico suscitado por Deus para uma necessidade particular da Igreja. As novas comunidades são compostas de pessoas dispostas a viver intensamente o carisma tendo uma profunda vida de oração pessoal e comunitária. A vivência comunitária é geralmente dividida em duas formas: Comunidade de Aliança e Comunidade de Vida. A Comunidade de Aliança é formada por pessoas que vivem sua consagração inseridas no mundo e em suas famílias, mantendo as suas atividades seculares e dispondo de tempo para serem evangelizadoras e vivenciar o carisma.

Capela casa São Francisco

22

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

Comunidade Santa Cruz

Possui sede em Curitiba no bairro do Santo Inácio e uma casa de Missão na cidade de Palmeira-PR, onde são desenvolvidas diversas atividades como grupos de oração, formações e celebrações da Eucaristia. Temos presente em nosso dia a dia as cinco Chagas de Jesus, cada uma representando algo que precisamos viver mais profundamente: Chaga da Cabeça – Obediência; Chaga da mão direita – Perdão; Chaga da mão esquerda – Doação; Chaga dos pés – Humildade; Chaga do peito – Amor. A comunidade Santa Cruz trabalha principalmente com a evangelização de casais, jovens, crianças e adolescentes com intuito de formar famílias santas.

Para conhecer um pouco mais do nosso carisma acesse a página no Facebook: fb.com/comunidadecatolicasantacruz

Nossa Senhora do Equilibrio


Paróquia em Destaque

Kellen C. Jacomasso

Paróquia Nossa Senhora Aparecida Campo Largo – Uma caminhada de Fé Nossa história começou graças ao sonho de um homem conhecido por Ernestinho Rezador, que idealizou e construiu uma capelinha com a imagem de Nossa Senhora do Rocio exatamente onde hoje é nossa Paróquia. Desde então, as pessoas da vizinhança ali se encontravam para a reza do terço e outras devoções. Assim nasceu nossa comunidade. Certo dia, um casal doou uma imagem de N. Sra. Aparecida como cumprimento de uma promessa e, desde então, a Santa começou a ser venerada naquela capelinha. Com o passar dos anos, os líderes do bairro perceberam que seria viável construir uma capela maior, já que o número de fiéis só aumentava. Então, em outubro de 1969, nasceu a Capela N. Sra. Aparecida. Hoje, podemos dizer que nossa Paróquia está em constante amadurecimento. A cada dia mais e mais pessoas dispõem-se para trabalhar na obra evangelizadora de nossa Igreja. São muitos os relatos de irmãos que estavam distantes de Deus e, depois de aceitarem o convite e participarem de uma de nossas celebrações, experimentaram novamente o amor do Pai e não puderam mais ficar indiferentes a esse amor. As sementes que foram lançadas estão frutificando e a Casa da Mãe está cada vez mais cheia do povo sedento da Palavra de Deus. Nosso pároco, Padre Aguinaldo Martins Ferreira, chegou em nossa Paróquia no início de 2013 e tem atraído multidões com seu carisma e seu modo simples de falar de Deus. Às sextas-feiras, no Cerco de Jericó, mais de mil pessoas lotam o estacionamento da igreja nova, que ainda está em construção (sim, foi necessária a edificação de uma nova Igreja para acolher tanta gente) para agradecer, clamar e louvar a Deus por tantas obras em suas vidas. São muitos testemunhos de graças alcança-

Padre Aguinaldo Martins Ferreira

das através do forte poder da oração que toma conta de nossa Paróquia nesse dia. Podemos dizer com toda a certeza que hoje somos sinônimos de acolhida, fé e oração. Não há quem aqui chegue e não fique com um gostinho de quero mais. É um orgulho para nossa Paróquia saber que aqui as pessoas sentem-se mais perto de Deus e que as ações que realizamos proporcionam essa aproximação de Deus e seu povo. A intenção das diretrizes de nossas pastorais é fazer nosso povo aprender a rezar, aprender mais sobre Nosso Senhor. Com o intuito de saciar a sede de nossos paroquianos de Deus e da Bíblia, está sendo realizado na Matriz um Curso de Teologia e Espiritualidade Bíblica todo primeiro domingo do mês, abordando o Antigo e o Novo Testamento. Nossas pastorais vêm crescendo e evangelizando. Tem lugar para todo mundo, indiferente da idade. A Pastoral dos Coroinhas já conta com mais de 50 crianças e adolescentes. Isso apenas na Matriz. Nossos grupos de jovens envolvem jovens e adolescentes em suas missões na Igreja. Recentemente aconteceu um retiro de um final de semana que fez brilhar para nós um novo Pentecostes. Padre Aguinaldo, nosso Pároco, e Padre Fernando, da Copiosa Redenção, permitiram que seu povo se sentisse totalmente ungido pelas bênçãos do Espírito Santo. É assim o dia a dia da nossa Paróquia. Quando o Espírito de Deus está presente, não há como ficar indiferente. E, uma vez tendo feito a experiência com o Espírito Santo, é impossível Dele desapegar-se. A Paróquia Nossa Senhora Aparecida em Campo Largo tem feito sua história dessa maneira: com acolhida, amor e fé. Deus os abençoe.

Paróquia Nossa Senhora Aparecida Campo Largo

Cerco de Jericó

Neste Ano Mariano, destacamos a cada edição uma das paróquias Nossa Senhora Aparecida da Arquidiocese de Curitiba.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

23


ASSUMA UM PAPEL TRANSFORMADOR NA SOCIEDADE.

UMA CRUZADA DE FÉ E CONHECIMENTO.

A Uninter, em parceria com a Arquidiocese de Curitiba, criou o Curso a distância de bacharelado em Teologia Católica, com videoaulas, material digital e tutoria de padres, mestres e doutores, para leigos, diáconos, catequistas, agentes de pastoral, ministros da eucaristia, e demais interessados.

Duração: Titulação:

3 anos Bacharel em Teologia Curso Autorizado pela Resolução CEPE 127/2016.

INSCREVA-SE JÁ

UNINTER.COM

0800 702 0500


Painel do Leitor

A Arquidiocese de Curitiba realiza no dia 10 de junho a Formação Litúrgica para equipes de Cantos e Ministérios de Música – Região Episcopal Centro-Oeste. O objetivo é reorganizar os ministérios e equipes de cantos desde a preparação (espiritualidade e escolha dos cantos) à sua aplicação nas celebrações (o canto – a prática). A Formação também busca levar a real consciência sobre canto litúrgico e técnica vocal aos cantores‚ equipes e ministérios católicos que atuam nas comunidades. Inscrições pelo site www.arquidiocesedecuritiba.org.br

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

25


Painel do Leitor

Como sermos Igreja em saída? Esse foi o disparador do encontro formativo proposto pelo GAM (Grupo de Animação Missionária da Arquidiocese de Curitiba) no dia 20 de maio. No qual estiveram presentes sessenta pessoas todas interessadas em trocar experiências. Marluce Baião Bely trouxe os últimos acontecimentos missionários acontecidos em sua paróquia o Santuário Nossa Senhora de Salette que fica no bairro Jardim Social.

O próximo evento formativo proposto do GAM será dia 15 de Julho, com o Arcebispo de Curitiba Dom José Antonio Peruzzo.

Sua Paróquia deseja uma Formação Missionária? Entre em contato com a Dimensão Missionária pelo número (41) 2105-6375 | Patryck Madeira ou Edson Soares.

Reconciliação – é o amor de Cristo que nos move A Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) de 2017 trouxe como tema “Reconciliação – é o amor de Cristo que nos move”. Inspirada em 2Cor 5,15-20 e motivada pela Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, na qual o papa Francisco afirma que “quem deseja viver com dignidade e em plenitude, não tem outro caminho senão reconhecer o outro e buscar o seu bem” (n. 9), a atividade celebrou os 500 anos da Reforma, buscando mais uma vez fortalecer a unidade na diversidade entre as igrejas cristãs. Diante do assédio do mercado religioso que coloca igrejas e religiões em disputa, e dos frequentes discursos que fazem apologia à constru-

26

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

ção de muros, às divisões e aos conflitos, a Semana de Oração pela Unidade Cristã representou a oportunidade do encontro entre cristãos e cristãs de diferentes igrejas que se reúnem para orar e testemunhar os caminhos de reconciliação já percorridos. A SOUC 2017 iniciou em 28 de maio e segue até 4 de junho. Em Curitiba a programação contou com encontros de oração, noite musical e encontro acadêmico nas igrejasmembro do MOVEC e PUCPR.


Centenário de Nossa Senhora de Fátima Católicos do mundo todo celebraram no centenário de Nossa Senhora de Fátima a canonização dos Pastorinhos de Fátima, Jacinta e Francisco Marto. Diversas foram as paróquias com homenagens ao centenário de Nossa Senhora de Fátima em nossa Arquidiocese no dia 13 de maio. O arcebispo, Dom José Antônio Peruzzo, celebrou missa no Santuário Nossa Senhora de Fátima no bairro Tarumã.

Clero reunido para formação dedicada à Mariologia O Clero da Arquidiocese de Curitiba participou de reunião de formação permanente. A atividade aconteceu de 9 a 11 de maio, e foi dedicada aos estudos de Mariologia. Segundo Fr. Clodovis Boff, que faz a assessoria da formação “Maria é vital na vida de Cristo e na vida da Igreja. Se não conhecemos Maria, não conhecemos Jesus, não conhecemos a Igreja e nem a nossa fé”.

XXII Assembleia Arquidiocesana da Pastoral Familiar No dia 2 de julho acontecerá a XXII Assembleia Arquidiocesana da Pastoral Familiar e terá como tema a preparação de noivos e a iniciação cristã. A Assembleia se realizará no Santuário Nossa Senhora do Equilíbrio, no bairro Jardim Gabineto em Curitiba. Toda comunidade é convidada a participar! É preciso fazer inscrição no site www.arquidiocesedecuritiba.org.br

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2017

27


Conheça e adquira os produtos do Setor de Artigos Religiosos na Mitra da Arquidiocese de Curitiba

Novo subsídio da Arquidiocese

de Curitiba

R$3,00

Adquira em: sac@arquidiocesecwb.org.br telefone (41) 2105-6325. Av. Jaime Reis nº: 369 – Alto São Francisco ,Curitiba/PR


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.