Revista Voz da Igreja - maio 2018

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Publicação da Arquidiocese de Curitiba - Paraná

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Vem aí o Corpus Christi 2018 valiosa Mais que uma celebração, o Corpus Christi é uma a fé no oportunidade de estarmos juntos para testemunhar 14) (Pg. istia Eucar Santa na Cristo presente

Ano XV - Edição 182 - Maio de 2018

Veja também Catecumenato Tem início a Escola de Agentes da Iniciação à Vida Cristã de Adultos (Pg. 7) Ano do Laicato Ser sal da terra e luz do mundo (MT 5, 13-14) (Pg. 20) + artigos e novidades de nossa Arquidiocese


Agenda Mensal dos Bispos Maio/2018

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial Ao final deste mês de maio celebraremos a solenidade de Corpus Christi, ocasião em que o povo irá manifestar sua devoção e amor à Eucaristia, enfeitando ruas e o interior das Igrejas para o Santíssimo Sacramento passar. Na nossa Arquidiocese milhares de pessoas são aguardadas para uma celebração que traz muitas novidades neste ano de 2018. O ponto alto continua a ser a Missa na Catedral Metropolitana, a procissão até a praça Nossa Senhora de Salete e a bênção com Jesus Sacramentado. Assim, assunto de destaque desta edição da Revista Voz da Igreja não poderia ser outro. Além de contemplar a programação, apresentamos testemunhos e uma reflexão de nosso bispo auxiliar, Dom Amilton sobre os desdobramentos da Eucaristia no dia a dia do cristão, trazendo a reflexão sobre o Corpus Christi para nosso cotidiano. A revista também apresenta artigos e notícias de nossa arquidiocese, incluindo entre os destaques a formação sobre Fakenews que será promovida pela nossa Pascom Arquidiocesana, a divulgação do calendário e informações de nosso Conselho de Leigos, com convite especial para neste Ano do Laicato cada vez mais as pessoas se sintam incentivadas a participar deste espaço. Apresentamos novidades de nossas comissões e pastorais e, em razão do Dia Mundial do Trabalho, abrimos o espaço para artigo tratando da Espiritualidade do Trabalho. Convidamos a todos para a leitura e para participar sempre da Revista Voz da Igreja, enviando sugestões e opiniões.

01 • Missa no Seminário Rainha dos Apóstolos 11 • Missa na Paróquia Santo Agostinho • Programa Conhecendo a Palavra, na TV 12 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Evangelizar Aparecida, em Campo Magro 02 • Expediente na Cúria 13 • Missa no Santuário de Schoenstatt Tabor • Assembleia do Lar dos Meninos de São Magnificat Luiz, na Cúria 14 • Encontro na Catedral Ortodoxa 03 • Expediente na Cúria Ucraniana, pela Semana de Oração da • Visita ao Seminário Bom Pastor Unidade dos Cristãos 04 • Aula no Studium Theologicum 15 • Reunião do Setor Santa Felicidade, na • Reunião dos Formadores, no Seminário Paróquia São Brás Propedêutico • Programa Conhecendo a Palavra, na TV • Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Evangelizar Mercês 16 • Expediente na Cúria 05 • Aula no Seminário Rainha dos Apóstolos 18 • Aula no Studium Theologicum • Crisma na Paróquia São João Batista, na 19 • Crisma na Paróquia Santa Isabel Vila Sandra 20 • Crisma na Paróquia Divino Espirito Santo • Crisma na Paróquia Nossa Senhora • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora Medianeira de Todas as Graças 06 • Crisma na Paróquia São Grato 21 a 22 • Reunião do Consep da CNBB, em Brasília • Crisma na Paróquia Santa Maria Goretti 25 • Aula no Studium Theologicum 07 • Programa Leitura Orante, na TV 27 • Crisma na Paróquia São José Trabalhador Evangelizar • Assembleia Extraordinária dos Diáconos 08 a • Formação Permanente do Clero, na Casa Permanentes, no Seminário Bom Pastor 10 de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê 28 • Programa Leitura Orante, na TV 09 • Formação Bíblica na Paróquia Santo Evangelizar Antônio, em Orleans 29 • Programa Conhecendo a Palavra na TV 10 • Encontro dos CAEPs e CAECs da Região Evangelizar Episcopal Centro-Oeste, na Paróquia 30 • Expediente na Cúria Santo Antônio, em Orleans • Missa na Catedral, envio dos Voluntários 11 • Aula no Studium Theologicum 31 • Missa de Corpus Christi, na Catedral

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 02 • Visita à Comunidade dos Jesuítas, no 15 • Reunião do Setor Santa Felicidade, na Colégio Medianeira Paróquia São Brás 03 • Expediente na Cúria • Crisma no Santuário Nossa Senhora do 04 • Reunião dos Formadores, no Seminário Perpétuo Socorro Propedêutico 18 • Missa com os Colaboradores da Cúria • Crisma na Paróquia São Sebastião, na • Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, em Rondinha Campo Largo 05 • Reunião com o Setor Juventude da 19 • Crisma na Paróquia Imaculada Conceição, Arquidiocese no Atuba • Crismas na Paróquia São Lucas • Formação para os MESCs, na Paróquia 06 • Crisma na Paróquia Sagrada Família, no Nossa Senhora Auxiliadora Novo Mundo • Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, • Crisma na Paróquia São Pedro, no em Colombo Umbará 20 • Crisma na Paróquia São Cristóvão 08 a • Formação Permanente do Clero, na Casa • Crisma na Paróquia São Carlos Borromeu 10 de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê 22 • Reunião do Conselho Pastoral do 09 • Formação para o ECC da Paróquia Nossa Regional Sul II Senhora das Mercês • Missa no Santuário Santa Rita, no Hauer 10 • Missa na Paróquia Santo Agostinho 23 e • Reunião da Ação Evangelizadora do 11 • Reunião do Setor Portão, na Paróquia 24 Regional Sul II Santa Quitéria • Missa na Capela Maria Imaculada • Missa na Paróquia São João Batista 25 • Crisma na Paróquia São Braz Precursor 26 • Missa da Festa de Nossa Senhora de 12 • Crisma no Santuário da Divina Caravaggio Misericórdia • Crisma no Santuário Sagrado Coração • Crisma na Paróquia Imaculado Coração de Jesus de Maria • Missa com a Infância Missionária, no • Crisma na Paróquia Santo Antônio, no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe Uberaba 27 • Crisma Paróquia São Miguel Arcanjo 13 • Crisma na Paróquia Menino Jesus de • Crisma na Paróquia Santa Quitéria Praga 29 • Expediente na Cúria • Missa na Paróquia Santa Rita, no 31 • Missa de Corpus Christi, na Catedral Tatuquara

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

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A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Cesar Leandro Ribeiro | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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01 • Missas na Paróquia Nossa Senhora da 15 • Reunião do Setor Santa Felicidade, na Boa Esperança, em Pinhais Paróquia São Brás 02 • Visita à Comunidade dos Jesuítas, no • Missa na Comunidade Shalom Colégio Medianeira 16 • Crisma na Paróquia Santa Luzia • Missa na Paróquia São João Batista 17 • Missa na Paróquia Santa Terezinha do Precursor Menino Jesus 03 • Reunião do Setor Colombo, na Paróquia 18 • Crisma na Paróquia Santa Cândida Imaculada Conceição, no Atuba 19 • Crisma na Paróquia Santa Cândida • Expediente na Cúria • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da 04 • Reunião dos Formadores, no Seminário Luz, em Pinhais Propedêutico 20 • Crisma na Paróquia São João Batista, no • Crisma na Paróquia Santa Cândida Tingui 05 • Crisma na Paróquia Santa Margarida • Crisma na Paróquia Santa Efigênia • Crisma na Paróquia São Benedito 25 • Crisma na Paróquia Santa Cândida 06 • Crisma na Paróquia Santa Edwiges 26 • Crisma na Paróquia Santo Agostinho • Crisma no Santuário Cristo Rei • Crisma na Paróquia São João Batista, em 08 a • Formação Permanente do Clero, na Casa Almirante Tamandaré 10 de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê 27 • Assembleia Regional da Pastoral 11 • Reunião do Setor Almirante Tamandaré, Carcerária na Paróquia Sant’Ana • Crisma na Paróquia São José, na Vila • Missa na Paróquia Santa Cândida Oficinas 12 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do 29 • Reunião da Dimensão Social, na Cúria Sagrado Coração 30 • Missa na Capela Santa Rita de Cássia, • Crisma na Paróquia Santa Bertila em Pinhais 13 • Missa de Jubileu de Ouro da Paróquia 31 • Missa de Corpus Christi, na Paróquia Santo Agostinho Santíssimo Sacramento • Crisma na Paróquia Nossa Senhora de • Missa de Corpus Christi, na Catedral Fátima


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Aproxima-se o Corpus Christi Este ano, nós pretendemos realizar aqui em Curitiba uma grande e bela expressão cultural, além de religiosa, em torno do Corpus Christi. Mas também será um grande evento de solidariedade, porque, este ano, nossa grande procissão será também uma grande manifestação de aproximação solidária a quem passa por grandes necessidades. Nosso povo está muito sofrido. E muitos de nós ainda se perguntam por que tanta desorientação. Nessa hora, a solidariedade se torna linguagem sublime de quem segue Jesus Cristo.

Para nós, católicos, gostaria de dizer: prepare-se para a festa de Corpus Christi, venha participar! Caminhe conosco na procissão. Essa caminhada faz lembrar o povo de Deus, que para experimentar a libertação precisa fazer uma grande travessia no deserto. Para seguir Jesus Cristo, os discípulos precisavam levantar-se e por-se em caminho. Ponha-se em caminho conosco, querido irmão, querida irmã. Cantaremos ao Senhor, vamos adorar ao Santíssimo. Traga alguma coisa que você pode oferecer para que não falte o necessário àqueles que não têm. É um sinal de fraternidade.

O evento no seu todo começa antes da quinta-feira, já na quarta-feira à noite. O percurso da procissão será o mesmo. Aliás, é o melhor. Não pretendemos ter um percurso longo demais, mas que a manifestação seja de maior retumbância. Não para fazer ruído, mas para cultivar a autoestima de ser cristão e crer em Jesus Cristo. Aos católicos, eu gostaria de repetir que esta festa de Corpus Christi começou entre cristãos pobres. Queriam manifestar sua fé na presença viva de Jesus Cristo na Hóstia Consagrada. Essa festa religiosa estendeu-se para muitas expressões de solidariedade, porque nasceu entre os pobres - são eles que têm mais sensibilidade para a dor de outros pobres, são eles que experimentam melhor a generosidade e o gosto pela partilha. Para eles, é mais fácil ser grato e ser gratuito.

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

DE PROVÍNCIA ECLESIÁSTICA DE MARIA AO REGIONAL SUL II DE MARIA Província Eclesiástica de Maria Quando Curitiba foi elevada a Arquidiocese, a 10 de maio de 1926, tornou-se a Província Eclesiástica no Paraná, com as Dioceses Sufragâneas de Ponta Grossa e de Jacarezinho e a Prelazia de Foz de Iguaçu. Dom João Francisco Braga, Bispo de Curitiba desde 1908, tornou-se o Arcebispo. Em sua Carta Pastoral, anunciando a Província, escreveu: “Província Eclesiástica de Maria poderia chamar-se também”. E para isto, citava todas as paróquias dedicadas a Maria no tempo: 15 na Arquidiocese de Curitiba, duas na Diocese de Ponta Grossa e duas na de Jacarezinho. Afirmava: “Para uma Província Eclesiástica de Maria, o Santuário existe em Paranaguá, tendo em frente um prateado tapete de areias alvíssimas, incensado pelo turíbulo das brisas perfumadas e seus pés osculados pelas constantes ondas prateadas, sorrindo, segregando a seus ouvidos os segredos de seu coração. Seu nome é o querido Santuário do Rocio”.

Regional Sul II de Maria O que diria, hoje, Dom Francisco Braga, vendo 322 paróquias dedicadas a Maria no Paraná, assim distribuídas: 38 na Arquidiocese de Curitiba, 33 na de Londrina, 23 na Diocese de Apucarana, 21 na de Palmas e Francisco Beltrão e de Guarapuava, 19 na Arquidiocese de Maringá, São José dos Pinhais e Diocese de Ponta Grossa, 16 na de Umuarama, 14 na Arquidiocese de Cascavel e nas Dioceses de Jacarezinho e Paranavaí, 12 nas Dioceses de Toledo e Foz do Iguaçu, 11 na de Campo Mourão, 10 na Arquieparquia de S. João Batista e na Diocese de Paranaguá, 9 na de Cornélio de Procópio e 7 na de União da Vitória.

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O Santuário de Nossa Senhora do Rocio hoje é estadual e foi oficializado pelo Papa Paulo VI em 1977. Comemorando o tricentenário de Nossa Senhora Aparecida, 47 paróquias são dedicadas à Padroeira do Brasil. Praticamente cada Diocese dedica uma ou mais paróquias a N. Sra. Aparecida. No centenário de Nossa Senhora de Fátima, 28 paróquias são dedicadas a ela - mais de uma em alguma diocese. Dom Manuel da Silveira D’Elboux criou a paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no bairro Tarumã. Foi pároco: Dom Antônio Agostinho Marochi, de 1960 a 1973. Destacou-se muito. Ssendo uma paróquia extensa, dela foram criadas 14 novas paróquias, chegando uma vez a pedir a Dom Manuel da Silveira 17 vigários paroquiais. Hoje, no território da paróquia, são mais de 20 padres. Destacaram-se depois Mons. Luiz de Gonzaga Gonçalves, construindo o Santuário de N. Sra de Fátima, Mons. Estanislau Polakowski, com 3 mil lóculos para mortos, salão paroquial e casa canônica e, agora, Pe. Jonacir Francisco Alessi, divulgando os lóculos do Santuário de Nossa Senhora de Fátima.

Veneração a Nossa Senhora Nossa Senhora deve ser venerada como a mulher da fé. Aceitando ser a mãe do Verbo, que se encarnou em seu seio, a Virgem disponível, corajosa e caridosa foi ao encontro sua prima Isabel grávida para ajudála. Foi também a Virgem das Dores e do Silêncio, suportando tudo o que aconteceu com Jesus. Hoje, a Província Eclesiástica de Maria é o Regional Sul II, com 322 paróquias, sem contar as capelas.


PE. ANDERSON MATHIAS BONIN BUENO Padre referêncial da Pastoral do Dízimo

Dízimo

A Fé na Eucaristia e a Partilha! “O Corpo de Cristo!”. Quando ouvimos essa afirmação ao receber a Comunhão, respondemos com um sincero: “Amém!”. De fato, crer na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Hóstia consagrada pode ser exigente para alguns cristãos, justamente porque a realidade de comer o Corpo Santíssimo e Verdadeiro de Cristo pode lhes causar crise diante da própria indignidade. De fato, só o podemos fazer por sua infinita Misericórdia. A essa verdade da Fé, aderimos com todo o coração, toda a inteligência e toda a alma. Como afirma o Papa Francisco na Carta Encíclica “Lumen Fidei” – Luz da Fé: “A natureza sacramental da Fé encontra a sua máxima expressão na Eucaristia. Esta é alimento precioso da fé, encontro com Cristo presente de maneira real no seu ato supremo de amor: o dom de Si mesmo que gera vida. [...] na Eucaristia, aprendemos a ver a profundidade do real. O pão e o vinho transformam-se no Corpo e Sangue de Cristo [...]” (FRANCISCO, Lumen Fidei, 44). Essa comunhão com o Sacramento do Corpo de Cristo alimenta a comunhão com o Corpo Místico de Cristo que é a Igreja. “Aquele que confessa a fé sente-se implicado na verdade que confessa; não pode pronunciar, com verdade, as palavras do Credo, sem ser por isso mesmo transformado, sem mergulhar na história de amor que o abraça, que dilata o seu ser tornando-o parte de uma grande comunhão, do sujeito último que pronuncia o Credo: a Igreja” (FRANCISCO, Lumen Fidei, 45). Penso que, aqui, encontramos algo muito importante para nossa identidade católica. Não me parece certo quando escuto alguém dizer: “A Igreja é assim!” ou “A Igreja crê nisso!”. O melhor seria dizer: “Nós somos assim!” e “Nós cremos nisso!”. Quem pensa na Igreja como uma realidade fora de si, como outra coisa que não

ele, que não faz parte dele, ainda não tomou consciência de sua real identidade. Lembremos das palavras do Apostolo São Paulo: “Vós todos sois o Corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse Corpo” (1 Cor 12,27). Porém, jamais separados de Cristo; o próprio Cristo “é a Cabeça do corpo, que é a Igreja” (Cl 1,18). Esse é o grande desafio deste século: tomarmos consciência de nossa pertença à Igreja. Em um tempo em que existem “igrejas” para todos os gostos, é preciso redescobrir a identidade original e permanente da Igreja. “A consciência de ser Igreja leva os fiéis a assumirem a vida comunitária, participando ativamente de suas atividades e colaborando para que a comunidade viva cada vez mais plenamente a Fé e mais fielmente a testemunhe” (CNBB, Documento 106, 30). São João Paulo II expressou a relação do Corpo Eucarístico com o Corpo Místico, na Carta “Dies Domini”: “Neste divino sacrifício que se realiza na Missa, está presente e é imolado de modo incruento aquele mesmo Cristo, que Se ofereceu uma só vez de modo cruento sobre o altar da cruz. E ao seu sacrifício, Cristo une o sacrifício da Igreja: na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração e o seu trabalho unem-se aos de Cristo e à sua oblação total, adquirindo assim um novo valor” (JOÃO PAULO II. Dies Domini, 43). Ao comungarmos o Corpo de Cristo, Ele alimenta o nosso corpo, e tudo o que fazemos e vivemos deve ser impulsionado pela vida divina que o Senhor nos dá. Por fim, ao apresentarmos nossas oferendas ao altar, Cristo assume em seu Sacrifício toda a nossa vida. A Comunhão no mesmo Pão deve acompanhar a comunhão no mesmo Corpo, e o sinal disso é a partilha fraterna.

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: Wanderley Zocolotti. Pastoral do Dízimo: (41) 2105 6309 - Sonia Biscaia - Secretária Arquidiocese de Curitiba | Maio 2018

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Animação Bíblico-Catequética

A PRESENÇA DO LAICATO NA CATEQUESE

A Catequese fala de Corpus Christi Na Paróquia São Rafael há serviço para todos! É o que diz nosso pároco, Pe. Marcos: “Há vagas!”. De fato, é assim, e quem pega no arado não larga. Isso é demonstrado na confecção dos tapetes de Corpus Christi: cada movimento e/ou pastoral assume um pedaço do tapete e, terminada a confecção do espaço determinado para aquele grupo, eles ajudam outras pastorais e movimentos. Assim vivenciamos o trabalho em comunidade, a vida em comunhão, como nas primeiras comunidades cristãs: todos servindo numa só alegria. Antes mesmo da confecção propriamente dita, na coloração e armazenagem das serragens e materiais, o clima de fraternidade se faz sentir. No último ano celebrado em nossa comunidade (2016), as turmas de catequese da matriz encaparam tampinhas de garrafa que foram utilizadas no espaço reservado à catequese, e as turmas das outras duas capelas também participaram na confecção dos desenhos do tapete. O convite acontecia nas turmas e nas missas, pedindo para que os pais trouxessem pó de café, erva de chimarrão e materiais para serem utilizados na confecção. Isso fazia que, por meio dos filhos, os pais também participassem. Tudo era feito com muito apreço e dedicação. Os catequizandos podiam vivenciar

DANIELLE CRISTINA DA MAIA DA SILVA JOÃO BATISTA OLIVEIRA DA SILVA Paróquia São Rafael

e experimentar o que aprendiam nos encontros da catequese. Essa preparação e cuidado com a solenidade de Corpus Christi faz parte da catequese mistagógica - aquela que conduz ao mistério -, de que tanto falamos e que tentamos implantar em nossas comunidades. O amor por Jesus Eucarístico conduz ao exercício do trabalho em comunidade, que se une para a confecção do tapete por onde passará o próprio Cristo. Depois de tudo pronto, todos participavam da missa e acompanhavam com devoção a procissão, uma resposta fervorosa da comunidade ao convite “Tomai e comei”. Com a centralização para a procissão a partir da Catedral Metropolitana, alguns catequizandos não puderam vivenciar essa solenidade em 2017, pela dificuldade de deslocamento em virtude do horário em que começam os preparativos. Mas o trabalho sobre Corpus Christi nos encontros de catequese continua muito amor.

Os Catequizandos também participam do Corpus Christi Na Paróquia Nossa Senhora da Cabeça, a Catequese trabalha com seus catequizandos sobre a importância da Solenidade de Corpus Christi - que é a festa do Corpo de Cristo, cuja presença se faz na Eucaristia, o alimento para nossa alma. Nos encontros, são distribuídas algumas imagens para simbolizar este dia festivo e cada catequizando é incentivado a colorir e enfeitar o seu desenho. Em seguida, estes desenhos são colados no tapete para serem enfeitados com serragem no dia da celebração. Desta maneira conseguimos que todos os catequizandos participem deste momento, mesmo que não compareçam no dia da montagem do tapete. Desde o ano passado, não é feito mais o tapete nas paróquias, mas entregamos os desenhos para colorir e fazemos uma colagem nas salas como simbologia para a festa do Corpo de Cristo.

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MICHELE ARACEMA KUSS Paróquia Nossa Senhora da Cabeça


ESCOLA DE COORDENADORES DE CATEQUESE 2018 10 anos preparando catequistas para o ministério da coordenação Com o propósito de preparar catequistas para o ministério de coordenar a catequese em suas paróquias, a Escola de Coordenadores tem desempenhado um papel formativo importante. De 16 a 18 de março, aconteceu a 1ª etapa da 12ª Escola de Coordenadores de Catequese. Catequistas comprometidos, orantes e cheios de alegria participaram das atividades propostas com empenho e por amor ao Reino!

ENCONTRO COM AGENTES DA CATEQUESE FAMILIAR No dia 24 de março, aconteceu o Encontro Formativo para agentes da Catequese Familiar, com o objetivo de orientar e motivar a implantação de uma catequese pensada especialmente em evangelizar as famílias.

ESCOLA DE AGENTES DA PASTORAL DO BATISMO Aconteceu no dia 7 de abril de 2018 a 1ª etapa da Escola de Agentes da Pastoral do Batismo. Os 120 participantes vivenciaram e aprofundaram seu conhecimento no processo de preparação personalizada de pais e padrinhos com inspiração catecumenal.

ESCOLA DE AGENTES DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ DE ADULTOS CATECUMENATO O Concílio Vaticano II determinou a revisão do Rito de Batismo de Adultos, decretando a restauração do catecumenato dos adultos dividido em várias etapas, de modo que o tempo do catecumenato, destinado à formação na fé cristã, pudesse ser santificada pelos sagrados ritos celebrados sucessivamente. Assim, a Igreja Católica decidiu-se fundamentalmente à restauração do catecumenato dos adultos. A Comissão de Animação Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Curitiba tem realizado inúmeras atividades para motivar a implantação e a consolidação do catecumenato de adultos. Para dar continuidade à essa missão, a Comis-

são irá oferecer a Escola do Catecumenato – Iniciação à Vida Cristã de Adultos, dividida em duas etapas. O objetivo é fornecer os fundamentos teológicos e pastorais para os agentes do Catecumenato, em vista de maior vivencialidade, espiritualidade e dinamicidade na prática pastoral. A primeira etapa da escola será no dia 5 de maio, das 8h às 17h30, na Casa das Irmãs da Divina Providência (Rua Brasilino Moura, 474 – Ahú, Curitiba). As inscrições custam R$60,00 (com refeições inclusas) e podem ser feitas pelo site da Arquidiocese. A segunda etapa acontecerá no dia 1 de setembro e as inscrições ainda não estão abertas.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br. (41) 2105-6318 / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon. Arquidiocese de Curitiba | Maio 2018

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Juventude

WELLINGTON MINORU KIHARA Coordenador da Pastoral Universitária da Arquidiocese de Curitiba

Inspiração para a Pastoral Universitária

A EXORTAÇÃO APOSTÓLICA EVANGELII GAUDIUM DO PAPA FRANCISCO A Pastoral Universitária, assim como outras pastorais, possui suas particularidades e especificidades de atuação. Nesse sentindo, verificam-se diversas fontes de inspiração que fornecem um caminho para o trabalho a ser desenvolvido. Dentre elas, destaco, nessa publicação, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (EG, 2013) - A Alegria do Evangelho - do Papa Francisco. Desde o início do seu pontificado, a exortação é uma das principais referências para o trabalho da Pastoral Universitária. O contexto universitário é marcado pela busca de desenvolvimento pessoal e profissional. Baseando-se na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, para a Pastoral Universitária, tal contexto trata-se de uma nova etapa evangelizadora, de uma Igreja em saída. É uma oportunidade para evitar “a múltipla e avassaladora oferta de consumo, uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada” (EG, 2013:3). Assim, procura-se desenvolver um trabalho rico em valores e atividades práticas

capazes de proporcionar uma formação integral. Conforme o Estudo 102 da CNBB (2013:8-9), a Pastoral Universitária precisa se atentar para as novas realidades que surgem nesse contexto para proporcionar ações que favoreçam o amadurecimento e crescimento desse universitário, com valores voltados a um olhar ético, acolhedor e fraterno, que busque enfrentar as ameaças à dignidade da pessoa humana e a destruição do meio ambiente. Sendo assim, a Pastoral Universitária procura ser a dimensão religiosa no âmbito universitário que possibilita a esse contexto uma formação plenamente humana. Não se pode deixar de considerar que “a formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral” (EG, 2013:82). Trata-se da compreensão de que a Pastoral Universitária deve agir em todo contexto universitário, não realizando trabalhos apenas para o grupo de discentes, mas também para outros grupos - por exemplo, os professores e funcionários. Pois o trabalho é de caráter interdependente, sendo que cada grupo tem seu potencial de contribuição.

REFERÊNCIAS: CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, CNBB. Estudo da CNBB 102: O seguimento de Jesus Cristo e a ação evangelizadora no âmbito universitário. 2ª Ed. São Paulo: Paulus Editora, 2013. FRANCISCO, Papa. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 2013. Disponível em:< http://w2.vatican.va/content/dam/francesco/pdf/apost_ exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium_po.pdf>. Acesso em: 08 de abr. 2018.

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Conheça-nos

A Pastoral Universitária tem um campo de atuação desafiador. Está inserida num contexto de muita diversidade, em que se identificam frentes de atuação com o objetivo de “incentivar, no ensino, na pesquisa e na extensão, o diálogo entre fé e razão, fé e ciência, religião e cultura” (CNBB, 2013:10). Vale destacar que “quando algumas categorias da razão e das ciências são acolhidas no anúncio da mensagem, tais categorias tornam-se instrumentos de evangelização; é a água transformada em vinho” (EG, 2013:106). Assim, podem-se destacar algumas frentes de atuação da Pastoral Universitária: a ação missionária, o diálogo e a caridade. A ação missionária é o encontro com o próximo, com a cultura e com a religião diferente, sem medo, com humildade e preparado para escutar, doar, acolher e servir. O diálogo é a ponte que liga a ciência e a fé, as diversas expressões religiosas e crenças. É também a possibilidade e a oportunidade para a construção de um trabalho em equipe, democrático e onde as ações podem ser construídas num processo constante de melhorias e adaptações às necessidades que são levantadas. A caridade, por sua vez, diz respeito ao “amor verdadeiro que nos vem de Deus e tem como características marcantes a gratuidade (não espera nada em troca) e a universalidade (não se direciona a algumas pessoas apenas; estende-se a todos, sem exceção)” (CNBB, 2013:37). A caridade é a luta por uma sociedade mais justa e mais humana. Trata-se do compromisso com o bem comum e da capacidade de amar e se doar ao próximo.

I Encontro de Docentes do Ensino Superior com o Arcebispo de Curitiba.

Passeio ciclístico da Pastoral Universitária da Arquidiocese de Curitiba.

Entronização da imagem de Santa Terezinha na capela da reitora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Missa no Setor Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Grupo de Jovens Ágape

Com 2 anos de existência, o Grupo de jovens e adolescentes, que pertence a Paróquia São José – Vilas Oficinas, no bairro Cajuru, vem desde o seu começo caminhando junto ao Setor Juventude da Arquidiocese de Curitiba, em todas atividades, seu carisma é a espiritualidade voltada à São Vicente Palotti, fundador da Congregação dos Padres Palotinos e das Irmãs Palotinas, e este grupo então, tem o foco no Amor Ágape de Deus.

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessora Eclesiástica: Ir. Valéria Andrade. Secretário: Patryck Madeira. E-mail: juventude@arquidiocesecwb.org.br. Telefone: 2105-6364

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JARDEL N. LOPES Mestre em Teologia, Coordenador Nacional da Pastoral Operária

Dimensão Social

Espiritualidade do Trabalho: solidariedade entre os homens e mulheres do trabalho Qualquer forma de trabalho pressupõe uma concepção sobre a relação que o ser humano pode ou deve estabelecer com o outro diverso de si mesmo. (Papa Francisco, Laudato Si, 125).

1. Espiritualidade do trabalho A Igreja se manifesta sobre o mundo do trabalho desde o Papa Leão XIII, em 1891, através da Carta Encíclica Rerum Novarum (RN) [das coisas novas], sobre a condição dos operários. Era contexto da consolidação do liberalismo e do enfraquecimento da classe operária e o Papa se posicionou em defesa dos trabalhadores submetidos a exploração. Em seguida, 90 anos depois, em 1981, o Papa João Paulo II lançou a Carta Encíclica Laborem Exercens (LE) [sobre o trabalho humano]. Em 1991, a Carta Encíclica Centesimus Annus (CA), no centésimo ano da Rerum Novarum. São João Paulo II estimula a Igreja a se pronunciar sobre o trabalho. Para ele, é dever da Igreja “promover uma espiritualidade do trabalho” que ajude mulheres e homens a se aproximarem de Deus e a assumir sua missão enquanto Cristãs e Cristãos no mundo (LE 24) - uma nova leitura já assumida pela Igreja no Concílio Vaticano II.

A mulher e o homem imitam a Deus quando trabalham e quando repousam, pois Deus apresenta a sua obra sobre o trabalho e sobre o repouso (LE 25). Portanto, a consciência de que o trabalho humano é parte da obra de Deus deve prevalecer em todas as nossas atividades: “os homens e as mulheres que, ao ganharem o sustento para si e para as suas famílias, exercem as suas atividades de maneira a bem servir a sociedade, têm razão para considerar o seu trabalho um prolongamento da obra do Criador, um serviço dos seus irmãos e uma contribuição pessoal para a realização do plano providencial de Deus na história” (LE 25). A mulher e o homem participam da continuidade da obra do Criador a partir do seu trabalho cotidiano. “E Deus viu que era bom” (Gn 1, 4.10.12.18.21.25.31), tudo o que Ele fez. Resta saber se nós reconhecemos que o nosso trabalho é bom. O que você faz no seu trabalho é bom para o mundo? Ou é bom só para você e para poucos que se apropriam do que você produz? Jesus, o Filho do carpinteiro (Mt 13, 55), não apenas proclamava o Evangelho, mas também o colocava em prática com obras. Portanto, “tratava-se verdadeiramente do «evangelho do trabalho», pois Aquele que o proclamava era Ele próprio homem do trabalho, do trabalho artesanal como José de Nazaré” (LE 26). E por isso é possível afirmar que “Ele pertence ao «mundo do trabalho» e tem apreço e respeito pelo trabalho humano” (LE 26). O trabalho é, por natureza, um meio de aproximação dos seres humanos com a continuidade da obra criadora de Deus e, por isso, ele é carregado de uma espiritualidade. Deste modo, é preciso defender o trabalho (cf. Laudato Si 124-129) e cultivá-lo como exercício espiritual. Assim, tratar do mundo do trabalho não se refere a uma simples disputa ideológica social, mas, sobretudo, a uma dimensão teológica, que culmina com grande relevância na consagração eucarística: quando o pão e o vinho são apresentados no altar como “fruto da terra e do trabalho humano (...) que vai tornar Pão da vida” (Cf. consagração da oração eucarística).

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2. Solidariedade entre as mulheres e homens do trabalho A espiritualidade do trabalho nos provoca a não calar ou se acomodar diante dos problemas do mundo do trabalho, e por isso surge a “solidariedade entre os homens (e mulheres) do trabalho” (LE 8), muito motivado pelas reflexões da Carta Encíclica Rerum Novarum e outros inúmeros documentos do Magistério da Igreja.

sional de cada um e cada uma. Reconhecer na outra e no outro, trabalhadora e trabalhador, pessoas que têm função social, não apenas para si, mas para a sociedade, a família. Portanto, a luta de uma categoria deve ser a luta de todas/os, desde que estejam alicerçadas pelo justo argumento do bem comum e dos direitos.

Deste modo, “a solidariedade dos homens do trabalho e, simultaneamente, uma tomada de consciência mais clara e mais compromissória pelo que respeita aos direitos dos trabalhadores da parte dos outros, produziu em muitos casos mudanças profundas” (LE 8). Ou seja, uma solidariedade que é possível a partir de uma mudança de consciência de mulheres e homens. Solidariedade que, de alguma forma, se respalda por uma espiritualidade do trabalho. Por isso a importância de preocupar-se com as trabalhadoras e trabalhadores, suas exigências, seus direitos e suas aflições.

Enquanto Igreja, somos convidados/as a recuperarmos essa mística do trabalho, cultivarmos a espiritualidade do trabalho e fortalecermos a ação comum em defesa do trabalho humano. Por isso, resgatar o sentido das “missas das/os trabalhadoras e dos trabalhadores”, romarias das trabalhadoras e dos trabalhadores, atos por dignidade do trabalho, por ocasião do dia 1º de maio, faz parte da nossa missão. O 1º de maio é fruto de uma história de organização da classe trabalhadora na exigência de seus direitos.

Na Encíclica Laborem Exercens, o Papa João Paulo II destaca que “para se realizar a justiça social nas diversas partes do mundo, nos vários países e nas relações entre eles, é preciso que haja sempre novos movimentos de solidariedade dos homens (e mulheres) do trabalho e de solidariedade com os homens (e mulheres) do trabalho” (LE 8). É preciso reconhecer a contribuição da Igreja na luta dos trabalhadores e trabalhadoras ao longo dessa história e, consequentemente, na conquista de direitos que proporcionam melhores condições de vida para trabalhadores e trabalhadoras. Somos solidárias/os com as trabalhadoras e os trabalhadores desempregadas e desempregados? Somos solidárias/os com aqueles que sofrem acidentes de trabalho? Somos solidárias/os com aqueles que perdem seus direitos no trabalho? Como demonstramos a nossa solidariedade com o mundo do trabalho? É importante compreender que a Igreja faz essa opção [pelo mundo do trabalho] não por que tem uma opção ideológica, mas por reconhecer como parte da sua missão, do seu serviço e fidelidade ao Cristo, para ser “verdadeiramente ‘a Igreja dos pobres’”, compreendendo o pobre em seus diversos aspectos, “em muitos casos como um resultado da violação da dignidade do trabalho”, seja pelo desemprego, a negação dos direitos, a depreciação do valor do trabalho, a segurança da pessoa do trabalhador/a e sua família (LE 8). Para isso, faz-se necessário assumir uma identidade de trabalhadora e trabalhador a partir da mística do trabalho. Desde o trabalho “caseiro” até o trabalho profis-

O momento atual não é favorável para as trabalhadoras e os trabalhadores. O cenário de redução de direitos, de desemprego, de privatizações, de terceirizações e redução de salários tem colocado as trabalhadoras e os trabalhadores mais pobres em condição maior de vulnerabilidade. Portanto, é preciso fortalecer em nós [Igreja] uma consciência humana de trabalhadores, para nos tornarmos mais solidárias e solidários no mundo do trabalho, de modo a cultivamos a “espiritualidade do trabalho” no trabalho e na defesa dos direitos.

Faz necessário: • Criar espaços para conversar sobre a “espiritualidade do trabalho” nas comunidades, nas empresas e nos grupos de economia popular solidária. • Recomendar a participação nos sindicatos. • Conversar com outras pessoas da mesma área de trabalho que você. • Participar de ações e manifestações de trabalhadores/as em defesa de direitos. • Promover campanhas ou outras ações solidárias de apoio a trabalhadores/as desempregados/as.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO SOCIAL: Coordenadores: Pe. Danilo Pena, Diác. Antonio Carlos Bez, Diác. Gilberto José Felis. Secretária: Maria Inês da Costa: 2105-6326 dimensaosocial@arquidiocesecwb.org.br

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ESPECIAL

DOM AMILTON MANOEL DA SILVA, CP Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

DESDOBRAMENTOS DA EUCARISTIA NO DIA A DIA DO CRISTÃO Em alguns dias celebraremos a solenidade de Corpus Christi. Em várias partes do mundo e, particularmente no Brasil, o povo irá manifestar sua devoção e amor à Eucaristia, enfeitando ruas e o interior das Igrejas para o Santíssimo Sacramento passar. Na nossa Arquidiocese não será diferente: milhares de pessoas irão participar das Missas e sair às ruas, numa demonstração massiva e efetiva de fé. O ponto alto será a Missa na Catedral Metropolitana, a procissão até a praça Nossa Senhora de Salete e a bênção com Jesus Sacramentado. A instituição da solenidade de Corpus Christi foi impulsionada pelas grandes controvérsias que surgiram entre os séculos IX e XIII sobre a presença

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real de Cristo na Eucaristia, como também pela influência de Santa Juliana de Mont Cornillon, cujas visões solicitavam uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento. O Papa Urbano IV, em 1264, com a bula Transiturus de hoc mundo, estabeleceu a solenidade de Corpus Christi para toda a Igreja, na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. Na bula, o Papa associa Corpus Christi à Quinta-feira Santa, como sendo uma “extensão” da mesma, mas de forma jubilosa, com o louvor que a Eucaristia merece receber e que não é possível na Semana Santa. A partir de então, cresceram as adorações e vigílias eucarísticas que, ainda hoje, atraem multidões de fiéis, o que mostra gratidão e adesão à presença real e sacramental de Deus em nosso meio. São Paulo da Cruz e Santo Afonso de Ligório, que viveram no séc. XVIII, motivaram as adorações eucarísticas como preparação para as Missas, uma forma de alimentar o desejo de comungar Cristo. Levar Jesus no ostensório, pelas ruas, também é uma clara demonstração de que Deus caminha com o seu povo e fortalece os seus passos a todo instante. No entanto, esses momentos jamais poderão substituir o “tomai e comei”, o “tomai e bebei” e o “fazei isto em memória de mim”.


A palavra Eucaristia é de origem grega: εὐχαριστία, que significa "ação de graças". Mas também é “gratuidade”, no latim, “gratia”. Quem participa da mesa da comunhão torna-se um com Jesus e colaborador no projeto de Deus, o que significa que a Eucaristia traz consequências para quem a recebe, traz desdobramentos no dia a dia do cristão. Isto se chama “viver eucaristicamente”, em gratitude, onde não há espaço para o individualismo, para o comodismo e o desamor. O que Jesus nos propôs quando instituiu este Sacramento? No dia dos ázimos, o Mestre pediu que alguns dos discípulos preparassem tudo para comerem a Páscoa (cf. Mt, 26, 18-19; Mc 14, 12-16; Lc 22, 7-13). A primeira implicação para o cristão é preparar o lugar para a ceia. Acordar cada manhã e perguntar ao Senhor: “Onde queres que preparemos a Páscoa?” (cf. Mt 26,17; Mc 14,12). Onde a dor, a tristeza e a ausência de vida clamam por ressurreição, é aí que o Senhor desejará celebrar a Sua Páscoa. Preparai! Ao se colocar à mesa com os discípulos, Jesus manifestou: “Desejei ardentemente comer com vocês esta ceia pascal” (Lc 22, 15). Antes de buscar Cristo, é Ele que nos busca; antes que o desejemos para saciar as nossas fomes, é Ele que deseja “nos comungar”. Afinal, Ele nos elegeu por primeiro (Jo 15,16) e essa escolha não foi por acaso: envolve compromisso mútuo e corresponsabilidade; é comensalidade, é encontro íntimo do Esposo com Sua Igreja, que Ele alimenta, fortalece e envia.

14, 22-24; Lc 22, 19-20), ou seja, doação plena para que todos tenham vida (cf. Lc 10,10). Ao final da Ceia, Jesus ordenou: “Fazei isto em minha Memória” (Lc 22,19; 1Cor 11, 24-25). A Memória vai além da recordação, ela atualiza a presença do Senhor em nós e entre nós. Fazer Memória é comungar Cristo por inteiro, humano e divino, o que nos cumula dos seus sentimentos (cf. Fl 2,5) e nos faz abraçar as suas opções e a sua causa; por isso, é perigosa, pois poderá nos levar ao mesmo destino do Mestre: à incompreensão e à morte. Eucaristia, como Ceia (Lc 22,15), como Alimento e Bebida (Mt 26,26-27), como Sacramento Escatológico (1Cor 11,26), como Sacrifício (Lc 22,1920), como Remissão dos pecados (Mt 26,28) e como Memorial (Lc 22,19). Tudo isso implica muito mais que devoção eucarística, deve levar o cristão a uma abertura responsável para com os outros, “especialmente com aos pobres, educando-nos a passar da Carne de Cristo à carne dos irmãos, nos quais Ele espera para ser reconhecido, servido, honrado e amado” (Papa Francisco). Cresçamos na consciência de que a Eucaristia se expande além dela mesma, ela adentra o nosso cotidiano, onde fé e vida se unem mutuamente. Sejamos homens e mulheres eucarísticos.

Jesus tomou o pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles... Tomou o cálice com vinho, agradeceu a Deus e repartiu com eles... (cf. Mt 26, 26-27; Mc 14, 22-24; Lc 22, 17-19; 1Cor 11, 23-25). Nas mãos de Jesus, pão e vinho são consagrados; nas mãos do sacerdote que celebra in Persona Christi, acontece o mesmo, e é dessa forma que devemos comê-Lo e bebê-Lo, para vivermos Nele, por Ele e com Ele. O que foi consagrado não pertence a si mesmo, mas a Deus, que parte, distribui, partilha... O que Ele Se faz, faz conosco, pois consagrados ao Senhor, pelo Batismo, é preciso que o cristão seja para o mundo pão partilhado e vinho derramado (cf. Mt 26, 26.28; Mc

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Especial

CORPUS CHRISTI 2018 Mais que uma celebração, o Corpus Christi é uma valiosa oportunidade de estarmos juntos para testemunhar a fé no Cristo presente na Santa Eucaristia

A solenidade de Corpus Christi é a grande Festa que a Igreja dedica ao sacramento da Eucaristia, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. Por esse sacramento, recebemos mais do que uma graça especial, mas o próprio autor da graça, Jesus Cristo. Neste dia, a Igreja celebra o Santo Sacrifício da Missa e, em seguida, com a hóstia consagrada durante a Missa, realiza a Procissão Eucarística, dando testemunho público de sua fé. A Festa do Corpus Christi é sempre realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade. Neste ano, será no dia 31 de maio. Em Curitiba, a procissão acontece na Avenida Cândido de Abreu desde 2005.

Novidades em 2018 O tema do Corpus Christi deste ano é “Ser Cristão é ter Deus no seu dia a dia”. A solenidade está sendo planejada para acolher ainda mais a população, marcando uma das maiores celebrações públicas voltadas para a família já realizadas em Curitiba.

Realização:

Apoio:

Em 2018, a programação do Corpus Christi inicia já na véspera, dia 30 de maio, às 19h, com vigília, momentos de adoração e apresentações. Já no dia 31, a solenidade passa a ter, além da montagem dos tapetes pela manhã, uma programação especial para que as famílias venham para o centro de Curitiba e se sintam acolhidas desde o início do dia. Enquanto fiéis trabalham na confecção dos tapetes na Av. Cândido de Abreu, haverá festividades com adoração, shows e momentos de oração na Praça Nossa Senhora de Salette. Ali próximo haverá uma feira gastronômica durante a noite do dia 30 e também durante todo o dia 31 de maio. A partir das 13h, os fiéis são chamados para a Praça Tiradentes, onde um grande Coral das Comunidades irá realizar uma apresentação, seguida de animação com o Ministério Evangelizar é Preciso. A Santa Missa ocorre às 15h, celebrada pelo Arcebispo, Dom José Antônio Peruzzo. Após a missa, vamos marcar a solenidade com uma grande procissão com o Santíssimo, em que é esperada a participação de milhares de fiéis de toda Curitiba, mostrando a unidade da Igreja e demonstrando públicamente nossa Fé.


Programação

30 de maio

19h às 22h – Início das festividades com adoração, shows e momentos de oração na Praça Nossa Senhora de Salette.

31 de maio

9h às 12h – Festividades com adoração, shows e momentos de oração na Praça Nossa Senhora de Salette. 12h – Apresentação do Coral das Comunidades na Praça Tiradentes. 13h - Apresentação do Coral das Comunidades na Praça Tiradentes. 14h30 – Animação com o Padre Reginaldo Manzotti e Ministério Evangelizar é Preciso. 15h – Santa Missa presidida pelo Arcebispo Dom José Antônio Peruzzo em frente à Catedral. 16h30 – Procissão com o Santíssimo Sacramento pela Cândido de Abreu, da Catedral até a Praça Nossa Senhora de Salete em frente ao Palácio Iguaçu. 18h – Benção do Santíssimo Sacramento. 19h – Show com Padre Reginaldo Manzotti e convidados.

Traga alimentos não perecíveis e agasalhos. O seu gesto concreto ajudará as obras sociais e nossos irmãos que mais precisam.

Seja um voluntário

O Corpus Christi está chegando! Vamos precisar de um número ainda maior de voluntários. Entre para nossa equipe e venha nos apoiar! Fale conosco! Precisamos da sua ajuda para fazer este sonho se concretizar! (41) 9 9164-0020 – Emily | (41) 9 9676-9698 – Marli Brigadistas: (41) 9 8886-5613 - Juracy

Ação Solidária

Pela primeira vez, o Corpus Christi arrecadará agasalhos e alimentos. A iniciativa tem base na Campanha da Fraternidade 2018 – “Fraternidade e Superação da Violência”. Traga sua doação no dia do evento para destinarmos aos nossos irmãos mais necessitados.

Procissão da unidade dos católicos

A procissão é sempre um momento de muita fé, quando Cristo caminha pelas ruas. É realizada às 16h30, após a Missa na Catedral, sendo a única procissão de Curitiba. Fiéis de toda a cidade estarão unidos no centro para uma linda demonstração pública de fé.

Vista a camisa e demonstre sua fé!

Adquira já os produtos do Corpus Christi 2018 para utilizar no seu dia a dia e para deixar ainda mais bonita a demonstração pública da fé católica. À venda na loja da Arquidiocese: Av. Jaime Reis, 369 – Alto São Francisco, Curitiba/PR sac@arquidiocesecwb.org.br / (41) 2105-6325.

Tríduo Eucarístico

27, 28 e 29 de maio Confira a programação em sua paróquia e par ticipe!

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Especial

No dia 17 de maio , vamos marcar presença na Sessão Solene! A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) fará, no dia 17 de maio, às 19h, uma sessão solene para homenagear a Arquidiocese de Curitiba pela realização do Corpus Christi 2018. A sessão solene na Alep é uma proposição do deputado Evandro Araújo como forma de reconhecimento do poder público para a importância que o evento tem para a cidade e para o Paraná. Neste dia, será importante marcamos a sessão solene com nossa presença, mostrando a unidade de nossa Igreja.

Acompanhe novidades em www.corpuschristicuritiba.com.br

TESTEMUNHOS DO CORPUS CHRISTI Casal se conheceu no Corpus Christi e agora participa da Festa com os filhos Débora Miotto e Pedro Cavichiolo se conheceram no Corpus Christi de 2010. Ela frequentava o Santuário São José, no Capão Raso, e ele a Paróquia São Pedro, no Umbará. Os tapetes que Débora e Pedro confeccionavam estavam próximos. A conversa entre os dois começou a partir da troca de materiais. Eles começaram a namorar e, em 2011, se casaram. Para Débora, a história de como eles se conheceram prova que Jesus esteve presente no relacionamento desde o começo. “A nossa família foi formada por Ele e é Ele que conduz a nossa vida e guia os nossos passos”, afirma Pedro. Hoje, o casal tem dois filhos, Sarah Letícia, de seis anos, e Pedro Henrique, de cinco. Débora é formada em pedagogia e catequista, Pedro é comerciante e membro da Pastoral do Dízimo. Para eles, o Corpus Christi é uma oportunidade de retribuir a Jesus um pouco do que Ele faz pelos dois diariamente. Por isso, o trabalho é realizado com alegria e gratidão. As crianças também se envolvem na confecção dos tapetes. “Eles gostam muito. Meu filho inclusive me perguntou quanto tempo falta para participarmos de novo. Eu acho muito importante plantar essa semente desde cedo”, relata Débora.

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Experiência de Fé na Solenidade de Corpus Christi Equipe da Pastoral Familiar comenta a alegria em estar presente na confecção dos tapetes no Corpus Christi. Acompanhe o relato: Como leigos missionários da evangelização participando da Pastoral Familiar, nós fomos convidados a contribuir para a ornamentação da Avenida Cândido de Abreu neste momento tão especial da passagem do Corpo de Cristo no meio do povo. Iniciamos esta atividade em 2010, com o casal coordenador Eli e Rodolfo (in memoriam). Permanecemos neste evento contando com a presença de outros casais inseridos na Comissão Família e Vida da Arquidiocese de Curitiba. Como experiência de fé e unidade à Solenidade de Corpus Christi, nos sentimos fortalecidos e amados pelo Pai, que nos abençoa a partir da colaboração que recebemos por parte da equipe maravilhosa, que nos acompanha neste trabalho todos os anos desde 2012. A equipe se reúne em duas etapas: uma para definir os desenhos e símbolos e outra para colorir as serragens e organizar a sequência, que será distribuída no dia de Corpus Christi. No dia da solenidade, nos reunimos a partir das 7h30 e permanecemos no local até o término da procissão, concretizando esta vivência de amor a Jesus Cristo, nosso Salvador, que guia nossa caminhada e missão evangelizadora junto às nossas comunidades, orientadas pela Arquidiocese de Curitiba. Maria Irene Engler Boçon e Emílio Boçon, integrantes da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba.

Corpus Christi é um momento de união da família Nós, Rodrigo e Edenise, somos casados há 20 anos e temos três filhos: Emily, Brenda e Rodrigo Filho. Além de gostarmos muito da liturgia desta data especial em que celebramos o Corpo de Cristo, nós ficamos muito felizes em receber o convite de amigos e colegas da Pastoral Familiar para participar deste momento. Desde 2014, saímos de casa ao amanhecer e voltamos bem depois do sol se pôr. Dedicamos o dia todo a Jesus, que é Nosso Senhor. São sempre dias gratificantes, em que partilhamos trabalho, aprendizado, arte, lanches, amigos e tantas outras coisas. Um elemento muito especial do Corpus Christi é a união da família. Mesmo que nem sempre consigamos ir todos juntos, quem participa fica o tempo todo junto no trabalho, nas conversas, brincadeiras e risadas, o que ajuda bastante no convívio familiar. Com a correria dos dias de hoje, passamos pouco tempo em família. O Corpus Christi é um momento em que conseguimos ficar o dia todo fazendo as mesmas coisas e em comunhão, participando desta celebração com amor e felicidade. Nós sempre voltamos para casa com o sentimento de realização por contribuir com esse belíssimo trabalho que perdura por tantos anos, enriquecendo ainda mais a nossa Igreja. Se depender da nossa família, o tapete confeccionado para o Cristo que vive em nós ficará cada ano mais bonito. Rodrigo Elias Gastreich e Edenise Martins Gastreich. Paróquia Nossa Senhora da Anunciação - Capão Raso, Curitiba.

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COMIDI

PE. MARCONDES MARTINS BARBOSA Coordenador da Comissão da Dimensão Missionária

Vida Nova no Espírito Santo e fortalecidos na Eucaristia! “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio. E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo” (Jo 20, 21 – 22)

Estamos vivendo na Igreja o Tempo Pascal, centro

os grandes feitos de Deus por nós e por toda a hu-

da vivência do culto cristão e expressão do conte-

manidade. Assim, a raiz da missão é o encontro

údo central da espiritualidade cristã. É o tempo

com o Ressuscitado e a compreensão das Escri-

litúrgico em que experimentamos a força renova-

turas que revelam o amor fontal do Pai. Ou seja, a

dora do Ressuscitado e o protagonismo do Espírito

missão brota do coração do Pai, da caridade do Pai

Santo, que garante a missão da Comunidade nas-

(Lumen Gentium 2; Ad Gentes 2).

cente até os dias de hoje. Toda a história da salvação é, portanto, marcada pela presença revelado-

Iremos experimentar este amor extraordinário e

ra do Espírito Santo.

graças abundantes na riqueza litúrgica das Solenidades: Ascensão do Senhor, Pentecostes, San-

Neste mês de maio, somos chamados a mergu-

tíssima Trindade e na solenidade do Santíssimo

lharmos na profundidade da fé em Deus Uno e Trino

Corpo e Sangue de Cristo. Celebrações densas que

que nos amou por primeiro, que ama cada um de

traduzem a comunhão Trinitária e nos lançam no

nós com um amor incondicional, sem nada pedir

oceano do Espírito que nos impele a uma abertura

em troca. Ama simplesmente! Deixemo-nos, en-

missionária, maturidade eclesial em que a vida se

tão, ser tocados por Deus e permitamos que ele

torna missão (EG 273).

ocupe o nosso coração e a nossa mente, para irra-

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diarmos a sua luz e a sua misericórdia. Continue-

Jesus sopra sobre os discípulos e lhes comuni-

mos a adentrar no mistério pascal e permitir que

ca sua própria missão. É o próprio Jesus que lhes

a vida do Ressuscitado pulse em nossos corações.

confere a sua missão (Jo 20, 21). Pelo Espírito que

Somos impelidos a conhecer, vivenciar e anunciar

recebem Dele, são suas testemunhas perante o

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mundo – “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24,

Como comunidade dos discípulos missionários de

48). O Espírito Santo deixado por Jesus conduzirá

Jesus, somos continuamente desafiados a abrir-

a comunidade missionária na descoberta dos ca-

nos à ação do Espírito, deixar os nossos medos e

minhos da evangelização nas diversas culturas e

preconceitos, quebrando paradigmas, rompendo

em cada momento histórico.

a crosta da prepotência e do egoísmo e abrindonos ao «Espírito que impulsiona a ir cada vez mais

Um dos primeiros frutos da presença do Espírito

longe, não só em sentido geográfico, mas tam-

Santo na comunidade nascente é o anúncio mis-

bém além das barreiras étnicas e religiosas, para

sionário do Evangelho. «Ele é quem, hoje, como

uma Missão verdadeiramente universal» (RM 25).

nos primórdios da Igreja, atua em cada evange-

Sem o Espírito Santo, não acontecerá a missão e

lizador que se deixa possuir e conduzir por ele, e

nem a evangelização. O Papa Francisco, na Evan-

põe nos lábios as palavras que por si só não pode-

gelii Gaudium, diz que o Espírito Santo é a alma da

ria dizer», nos alerta o Papa Paulo VI na Evangelii

Igreja evangelizadora e nos nossos corações deve

Nuntiandi (EN 75). Assim, se o anúncio fica só na ca-

arder o fogo do Espírito (EG 261). O mesmo invoca

beça, não serve para nada. Logo, é o Espírito que

o Espírito Santo a renovar, sacudir, impelir a Igre-

consegue abrir o coração dos cristãos, para que a

ja a uma decidida saída para fora de si mesma, a

Palavra comunicada penetre, seja aceita com fé e,

fim de evangelizar todos os povos. Vem, Espírito

assim, produza o fruto salvífico, pois é «o Espírito

Santo, nos comunique os seus dons e nos conceda

que predispõe a alma daqueles que escutam, a

a graça de sermos missionários e missionárias no

fim de a tornar aberta e acolhedora da Boa Nova e

mundo!

para o Reino anunciado» (EN 75). Alimentados e fortalecidos pelo Pão Eucarístico, É importante retomar o que nos diz o Papa João

Pão gerador de vida nova, pois a Eucaristia está

Paulo II na Redemptoris Missio, no capítulo terceiro,

colocada no centro da vida eclesial (EE 3), a Euca-

dedicado ao Espírito Santo, protagonista da mis-

ristia é o centro e o vértice da vida da Igreja (EE 31).

são: que o Espírito é guia da missão (RM 24-25),

Logo, a Eucaristia edifica a Igreja e a Igreja faz a

que o Espírito torna missionária toda a Igreja (RM

Eucaristia (EE 26). A Eucaristia é a presença salvífi-

26-27), que o Espírito está presente e operante em

ca de Cristo morto e ressuscitado no meio do seu

todo o tempo e lugar (RM 28-29) e que a atividade

povo, como sacramento por excelência do misté-

missionária está ainda no início (cf. RM 30).

rio pascal, como nos exorta a Encíclica Ecclesia de Eucharistia (EE), do Papa João Paulo II.

Sendo o Espírito o verdadeiro protagonista da missão, cabe a toda a comunidade cristã e a cada mis-

Desejamos a todos os leitores um mês pleno da

sionário e missionária escutar a ação misteriosa

presença, força e luz do Espírito Santo e uma expe-

de Deus, presente desde a criação do mundo. Pois

riência rica na pessoa de Maria, nossa mãe e inter-

toda a vida missionária está sob o impulso da ação

cessora – Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, rogai

transformadora de Deus.

por nós!

EXPEDIENTE

CONSELHO MISSIONÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA: Coordenador: Padre Marcondes. Telefone: 2105-6375. pe.marcondes@yahoo.com.br Secretária: Elania Bueno. Telefone: 2105-6376. elaniacmb@arquidiocesecwb.org.br

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Conselho de Leigos

ARIANE LIMA Secretária do Conselho de Leigos da Arquidiocese de Curitiba

Conselho de Leigos e o Ano do Laicato Ser sal da terra e luz do mundo (MT 5, 13-14)

Dentro da proposta apresentada pelo Ano do Laicato, o seu lema nos convida a ser verdadeiramente cristãos que levam Cristo a todos os que precisam e se dedicam a ser sal da terra e luz do mundo.

Dentro das nossas comissões, trabalhamos temas e formas de ações para esse trabalho evangelizador da nossa Igreja, visando sempre a ser leigos melhores e mais comprometidos com as causas do reino.

Antigamente, o sal era usado para conservar os alimentos; portanto, ser sal da terra é ser aquele que conserva os ensinamentos de Cristo.

Calendário 2018 Conselho de Leigos:

Nós cristãos devemos dar um sabor diferente àquilo que é proposto por um mundo sem gosto. Com a nossa própria vida, devemos dar um sabor diferente na vida do outro através de Cristo.

- Formações para Regiões Episcopais sobre o Ano do Laicato e a importância do leigo na Igreja: * Regional Episcopal Sul: 26/05/2018 * Região Episcopal Centro-oeste: 09/06/2018 * Região Episcopal Norte: 21/07/2018

Já ser luz do mundo significa iluminar o amor e a misericórdia de Deus para aqueles irmãos que vivem em um mundo sombrio, longe da luz de Cristo. É levar a luz divina àqueles que tanto necessitam ser vistos e aquecidos pelo nosso Deus.

- Encontro dos(a) advogados(a) católicos(a): toda 2ª segunda-feira de cada mês (próximo encontro: 14/05, na Cúria da Arquidiocese de Curitiba).

E é dentro desse contexto que o Conselho de Leigos de nossa Arquidiocese se organiza, principalmente neste Ano do Laicato, de maneira que possamos, juntos, ser sal da terra e luz do mundo em todos os cantos, em todas as cidades da Arquidiocese de Curitiba.

Para mais informações do nosso calendário completo, fique ligado em nossas redes sociais: facebook.com/conselhodeleigoscwb ou pelo e-mail: conselhodeleigoscwb@gmail.com.

Leigos Josefinos Marellianos: há 100 anos cuidando dos interesses de Jesus no Brasil A Família Josefina Marelliana é composta pelos religiosos (oblatos de São José), religiosas (oblatas de São José) e pelos leigos e leigas que compartilham o mesmo carisma, com manifestações próprias a cada modo de vida. Desde o início de suas atividades no Brasil, os religiosos mantiveram-se fiéis ao carisma do fundador, São José Marello, e contaram com a participação ativa dos leigos em seu ministério, compartilhando com eles sua missão. A razão de ser dos Leigos Josefinos Marellianos é cuidar dos interesses de Jesus, na imitação de São José e contando com sua presença paternal e amiga em cada passo da caminhada.

EXPEDIENTE CONSELHO DE LEIGOS: Coordenador: Marlon Roza / conselhodeleigoscwb@gmail.com

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PASCOM

Fake News - Notícias Falsas Em meio ao verdadeiro dilúvio de informação em que vivemos, uma parte das notícias difundidas são manipuladas por interesses e não correspondem à realidade. As chamadas fake news (notícias falsas) se difundem rapidamente pela internet e podem causar danos irreversíveis. Em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco definiu o jornalista como guardião das notícias e disse que, no mundo atual, ele desempenha uma verdadeira missão. No entanto, o Papa convida todos os cidadãos a um empenho por um jornalismo hostil à falsidade, apontando para o compromisso ético dos produtores de conteúdo e dos leitores que compartilham as informações. Produzido com informações de Paulo Teixeira, Revista “O Mílite”, abril de 2018, páginas 14 e 15. EXPEDIENTE

PASCOM: Antonio Kayser | Telefone: 99965-1635. E-mail: antonio.kayser@gmail.com.

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Comunidades

Comunidade Católica Shalom:

18 anos na Arquidiocese de Curitiba Grande Jubileu do ano 2000: na inauguração, o Papa João Paulo II abria a Porta Santa da Basílica de São Pedro. Nesse contexto, outra porta foi aberta, além daquela no Vaticano: a porta da Arquidiocese de Curitiba, para acolher os primeiros missionários da Comunidade Católica Shalom em solo paranaense. Nascida em Fortaleza em 9 de julho de 1982 aos pés de João Paulo II, que naquela ocasião inaugurava o X Congresso Eucarístico Nacional, a Comunidade Shalom chegou a Curitiba em 15 de maio de 2000. Viemos a convite do arcebispo - à época, Dom Pedro Fedalto -, com o desejo e a missão de dar a resposta que o homem do Terceiro Milênio tanto procura, mesmo inconscientemente: Deus é a felicidade. Shalom significa paz. Foi essa a palavra que Cristo dirigiu aos seus discípulos, como está narrado no Evangelho: “Ao encontrar os discípulos no Cenáculo, Jesus Ressuscitado lhes diz: Paz a vós (Jo. 20,19), ou seja, Shalom! Em Jesus, esta saudação é uma real comunicação da Paz, isto é, de toda sorte de bênçãos espirituais e materiais, a felicidade perfeita que o Messias nos traz” (Preâmbulo dos Estatutos da Comunidade). Por meio de uma vocação firmada na profunda vida de oração, unidade e evangelização, a Comunidade testemunha essa verdade a serviço da Igreja. Cada um de seus membros é chamado a ser discípulo e ministro da Paz no estado de vida que o Senhor lhe concedeu. Somos uma grande família de irmãos sacerdotes, solteiros, celibatários e casais, que vivem como Comunidade de Vida (partem de suas casas, renunciam à posse de bens e vivem inteiramente dedicados à missão) ou como

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Comunidade de Aliança (vivem o chamado à missão em meio às suas atividades familiares e profissionais). Estamos presentes em mais de 80 cidades do Brasil e em mais de 20 países. Com a aprovação definitiva de nossos Estatutos em 2012 pelo Vaticano, recebemos da Santa Sé a confirmação de que nossa vida e ação são um dom de Deus para a Igreja e para o mundo. Em Curitiba, mantemos um Centro de Evangelização, onde funcionam livraria e café e onde realizamos grupos de oração, retiros, atendimentos de oração e aconselhamento e são celebradas missas. A primazia de nossa evangelização são os jovens, os mais atingidos pela cultura de morte e relativismo disseminada no mundo de hoje. Nosso trabalho de promoção humana alcança pessoas em situação de vulnerabilidade social, menores infratores, pessoas enfermas, moradores de rua e dependentes químicos. Realizamos também evangelização porta a porta e visitas a hospitais. Com o teatro, o canto e a dança, entramos nos meios seculares e levamos às ruas essa expressão do amor de Deus. A Comunidade Católica Shalom está de portas abertas para receber o povo de Curitiba e região. Sua visita, sem dúvida, será um presente no mês em que completamos 18 anos nesta Arquidiocese iluminada pela Virgem Maria.

Comunidade Católica Shalom Rua José Rietmeyer 366, Guabirotuba Atende de segunda a sábado de 14h às 22h, e aos domingos de 16h às 21h. 41 3527-6670


Vocações

PE. WILLIAM LEMES Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Curitiba

Vocação e Eucaristia Cristo encarregou a Igreja de celebrar o sacramento da Eucaristia: "Fazei isto em memória de mim". Há vinte séculos, a comunidade cristã vem obedecendo a este mandado de Cristo, e o continuará fazendo "até que ele venha". A promessa de Jesus - “estarei sempre convosco, até o fim do mundo” (Mt 28, 20) - se realiza no Partir o Pão. Nessa comunhão, permanecemos na espera alegre de Cristo. A Eucaristia sempre foi ritmando a comunidade cristã e marcando a vida eclesial de todos. Santo Agostinho escreve belissimamente a respeito, usando uma linguagem dupla. Muitas vezes explica a Eucaristia em chave "simbólica": é "sinal", "sacramento", e não a "res ipsa". Gosta de sublinhar a dimensão eclesial da Eucaristia. A Eucaristia é símbolo da unidade eclesial. "Talvez surja em alguém esta ideia: como pode ser que este pão seja seu corpo e este vinho seu sangue? Estas coisas, irmãos meus, chamam-se sacramentos, porque uma coisa dizem aos olhos e outra à inteligência. O que os olhos vêem tem aparências corporais, mas encerra uma graça espiritual. Se quereis entender o que é o corpo de Cristo, escutai o apóstolo. Vede o que diz dos fiéis: vós sois o corpo de Cristo e seus membros (1Cor 12,27). Se, pois, vós sois o corpo e os membros de Cristo, o que está sobre a santa mesa é um símbolo de vós mesmos, e o que recebeis é vosso próprio mistério ('Mysterium vestrum in mensa dominica positum est, mysterium vestrum accipitis'). Vós mesmos o referendais assim ao responder: amém. Dizemvos: eis aqui o corpo de Cristo. E vós respondeis: amém, assim é. Sede, pois, membros de Cristo para responder com verdade: amém (...). Sede o que vedes e recebei o que sois ('estote quod videtis et accipite quod estis'). Tal é o modelo que nos deu N. S. N. C. Foi assim que quis unir-nos em sua pessoa e consagrou sobre sua mesa o mistério simbólico da paz e da união que deve reinar entre nós ('mysterium pacis et veritatis nostrae in sua mensa consecravit'")" (Sermão 272). A Eucaristia é o alimento que fortalece os viajantes. Somos todos peregrinos. “A Igreja vive de Jesus Eucarístico, por Ele é nutrida, por Ele é iluminada. A Eucaristia é o mistério de fé e, ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Sempre que a Igreja a celebra, os fiéis podem de certo modo reviver a experiência dos dois discípulos de Emaús: ‘Abriram-se lhes os olhos e reconheceram-No’ (Lc 24,31)” (Ecclesia de Eucharistia, nº 6). A vocação presbiteral está misteriosamente interligada à Eucaristia: o único sacramento que não é permito que seja celebrado fora da missa é a ordenação presbiteral. “... pela faculdade recebida na Ordenação sacerdotal, realiza a consagração; é ele, com o poder que lhe vem de

Cristo, do Cenáculo, que pronuncia: ‘Isto é o meu Corpo que será entregue por vós’, ‘este é o meu Sangue que será derramado por vós’. O sacerdote pronuncia estas palavras ou, antes, coloca a sua boca e a sua voz à disposição d’Aquele que as pronunciou no Cenáculo e quis que fossem repetidas de geração em geração por todos aqueles que, na Igreja, participam ministerialmente do seu sacerdócio” (Ecclesia de Eucharistia, nº 5). O padre é constituído para mostrar o Rosto de Deus para a humanidade. Segue o breve testemunho de um jovem seminarista que descreve sua experiência com Jesus Eucarístico: “Sempre participei das missas em Campo Magro e, quando o padre consagrava aquele pedaço de pão, eu pensava: ‘Um dia poderei fazer isto!’. Sempre achei a ideia de ser padre bem legal. Ocorreu minha 1º Eucaristia. Nesse dia, fiquei muito animado, receberia pela primeira vez o Corpo de Cristo. Preparei-me muito bem. A ansiedade e a alegria se misturavam. Quando chegou o momento, quase morri! A alegria era muita. Depois de alguns anos, descobri o Seminário São José e fui fazendo os encontros. Aquela frase: ‘Um dia poderei fazer isto!’ reacendeu e vem me motivando. Hoje, sou seminarista da Arquidiocese e estou muito feliz por responder ao chamado de Deus aqui no Seminário. Sei que terei que estudar muito, mas quero poder fazer isto! Celebrar a Santa Missa” (Danilo Sikora). Por isso, motivados pelo testemunho deste jovem seminarista, valorizemos a celebração Eucarística em nossas comunidades locais, participemos de forma Memorial, com alegria na verdadeira Ação de Graças. Jovem, venha conhecer a Jesus! E, se fores chamado, não tenhas medo de responder aos apelos de Deus. Lembre-se: “Um dia poderei fazer isto!”.

ANO VOCACIONAL! FIQUE LIGADO Site: wwwpvcwb.com.br Instagram: pvcwb Facebook: Pastoral Vocacional Arquidiocesana whatApp: (41) 996582360 Telefone: (41) 3285-4097.

EXPEDIENTE SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL: Coordenador: Pe. Régis Bandil – (41)3285 4097 sav_curitiba@yahoo.com.br | Pastoral Vocacional – Pe. William Lemes.

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MOVEC

KEVIN WILLLIAN KOSSAR E IR. RAQUEL DE FÁTIMA COLET Movimento Ecumênico de Curitiba

Semana de Oração pela Unidade Cristã 2018 De 13 a 20 de maio, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) motiva as comunidades cristãs para a celebração da Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) de 2018. As reflexões em torno do tema do ano, A mão de Deus está no meio de nós, foram preparadas pelas igrejas do Caribe. Organizada pelo Movimento Ecumênico de Curitiba (MOVEC) em Curitiba, a SOUC acontecerá entre os dias 14 e 20, tendo em sua programação celebrações nas igrejas, noite musical e uma noite acadêmica. O subsídio da SOUC 2018 usado no Brasil foi adaptado pelo Conselho de Igrejas para Estudo e Reflexão (CIER), a partir do material produzido em conjunto pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas.

Iluminação bíblica O texto bíblico para a reflexão da semana (Êxodo 15,1-21) retrata o canto de triunfo sobre a opressão de Moisés e Miriam. Esse tema foi assumido em um hino, A mão direita de Deus, escrito numa reunião de trabalho da Conferência Caribenha de Igrejas em agosto de 1981, e que se tornou marca do movimento ecumênico na região. Diz o hino que “a mão direita de Deus está semeando em nossa terra, plantando sementes de liberdade, esperança e amor”. No Êxodo vemos como Deus não aceitou a escravidão do povo hebreu pelo Egito; ouviu o clamor e solidarizou-se com o sofrimento do seu povo

Interpelações para a realidade atual Hoje, o trabalho escravo ainda é uma realidade. Ainda hoje são descobertas pessoas obrigadas a se submeterem a condições de trabalho análogas à escravidão. O racismo é outro elemento que escraviza e colabora para a dominação e violência contra pessoas negras. O racismo expresso contra imigrantes negros é outra realidade ainda presente em nosso país. O tema da SOUC de 2018 nos desafia e desacomoda. Ele tira o véu de realidades escondidas e que incomodam. A fé em Jesus Cristo e seu Reino abre nossos olhos para o sofrimento dos irmãos e irmãs, provocando-nos a sair da indiferença.

Orar pela unidade A SOUC é uma expressão consolidada do que conhecemos por ecumenismo espiritual. Suas décadas de existência suscitaram inúmeras iniciativas de diálogo voltadas ao aspecto teológico-doutrinal e à cooperação na ação, além de consolidar o encontro e a estima mútuos. A oração comum parte da premissa de que a unidade cristã é, acima de tudo, dom de Deus. Com essa convicção da primazia da graça, a comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus se une à sua prece que pede ao Pai para que “todos sejam um” (Jo 17,21). O cultivo desse vínculo espiritual comum é caminho fecundo para superar as divergências históricas, reconciliar as diferenças e dispor-se ao testemunho de fé comum.

O cartaz da SOUC 2018 Preparado por Mirian Reis, o cartaz da SOUC 2018 mostra as comunidades cristãs que, a partir da fé em Jesus Cristo, esperam caminhar rumo a uma sociedade inclusiva e reconciliada.

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Painel

Capela na Arquidiocese de Curitiba permite o sepultamento de restos mortais O Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Tarumã, em Curitiba, possui no seu interior a Capela das Almas Jesus Bom Pastor. É um local sagrado que tem o objetivo de receber restos mortais de entes queridos para sepultamento em um ambiente de oração, fé e esperança na ressurreição. A Capela das Almas possui gavetas – lóculos – e um altar para celebrações. Cada lóculo tem capacidade para uma urna com corpo exumado, de pessoas sepultadas há mais de três anos, ou três urnas com cinzas, após a cremação. Os benefícios de se adquirir um lóculo na Capela das Almas incluem sepultamento dentro de um Santuário mariano, missa e terço pelas almas toda semana, preço muito abaixo do mercado funerário, visita livre nos horários de funcionamento do Santuário e preservação da memória do(a) falecido(a). Para agendar uma visita, tirar dúvidas e solicitar documentação, entre em contato com a secretaria da Capela das Almas: (41) 3266 – 5384 / (41) 9 9767 – 2017 / ww.capeladasalmas.com

Bispos de Curitiba participam de Assembleia Geral da CNBB O Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, e os bispos auxiliares, Dom Amilton Manoel e Dom Francisco Cota, estiveram no Santuário Nacional de Aparecida para participar da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu entre os dias 11 e 20 de abril. O tema central das discussões da Assembleia foi “Diretrizes para a Formação de Presbíteros da Igreja no Brasil”.

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Painel

Páscoa na Arquidiocese de Curitiba A Arquidiocese de Curitiba viveu intensamente a Semana Santa em 2018. Na manhã da Quinta-feira Santa, aconteceu na Catedral Metropolitana a Missa dos Santos Óleos, que reuniu os bispos e presbíteros de toda a Arquidiocese. Nessa celebração, foi inaugurado o novo altar da Catedral, que passou por reforma, e lançada a Ação Evangelizadora: Cada Comunidade uma Nova Vocação. A Missa do Lava Pés foi celebrada por Dom Peruzzo também na Catedral. Ao repetir o gesto de Jesus na última ceia, o Arcebispo lembrou a importância da humildade na vida em comunidade. Na Sexta-feira Santa, as paróquias do Centro de Curitiba se uniram para realizar a Procissão do Senhor Morto, que foi acolhida na Catedral e reuniu milhares de fiéis. No Sábado de Aleluia, em sua homilia durante a celebração na Catedral, Dom Peruzzo destacou a renovação e o renascimento, característicos da Páscoa.

Festa da Divina Misericórdia De 30 de março a 8 de abril, aconteceu no Santuário da Divina Misericórdia de Curitiba a Festa Nacional da Divina Misericórdia. O tema da edição de 2018 foi: “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom; eterna é a Sua misericórdia” (Sl 117, 1). A programação da Festa incluiu novena, missas, shows de grupos católicos e pregações, além de Espaço Kids, Espaço Pet, Feira Vocacional e Feira Gastronômica. Uma atração especial foi o Espaço da Misericórdia, um ambiente tranquilo e acolhedor com tendas de acolhimento, escuta, confissões e Adoração ao Santíssimo Sacramento durante os três últimos dias da Festa.

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Grupo de Mães de Curitiba participa de Encontro Nacional em São Paulo Um grupo de 43 mães de Curitiba e Paranaguá saiu em caravana para participar do IV Encontro Nacional “Mães que oram pelos filhos”. O encontro, organizado pela Canção Nova, aconteceu entre os dias 13 e 15 de abril de 2018, em Cachoeira Paulista (SP). O grupo foi acompanhado pelo Pe. Luciano Tokarski, pároco da Paróquia Divino Espírito Santo e diretor espiritual do movimento “Mães que oram pelos filhos” em Curitiba.

Setor Pinheirinho cria escola de formação para leigos Com o objetivo de contribuir para a formação de leigos e leigas engajados na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, o Setor Pinheirinho da Arquidiocese de Curitiba criou a Escola de Formação Cristã – Igreja e Sociedade. A Escola irá atuar com base na Doutrina Social da Igreja, sempre a relacionando a temas de relevância social, como defesa da vida, ética, economia e política. A participação é gratuita e aberta a toda a comunidade. Os encontros acontecem uma vez por mês. Para saber as datas e temas dos encontros, acesse o site da Arquidiocese.

Mutirão da Saúde ofereceu serviços gratuitos à comunidade No dia 14 de abril, a Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Curitiba realizou o IX Mutirão da Saúde, que ofereceu serviços gratuitos de saúde e bem-estar para a comunidade. O mutirão aconteceu na Paróquia Santo Antônio, no Boa Vista. As atividades realizadas incluíram triagens, exames, orientações, cortes de cabelo, massagens e cadastro de doadores de medula óssea, além de bazar de usados.

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Loja da Arquidiocese Av. Jaime Reis nº: 369 – Alto São Francisco, Curitiba/PR sac@arquidiocesecwb.org.br Telefone: (41) 2105-6325


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