Revista arquidiocese junho

Page 1

Publicação da Arquidiocese de Curitiba - Paraná

Impresso Especial 36000135947 - DP/PR ARQUIDIOCESE DE CURITIBA CORREIOS

arquidiocesedecuritiba.org.br vozdaigreja@arquidiocesecwb.org.br

Ano XV - Edição 183 - Junho de 2018

Cristão leigo: agente de uma Igreja viva e missionária e de transformações na sociedade. Confira especial sobre Ano do Laicato.

Veja também Testemunhos de Leigos Relatos da experiência de fé da participação na vida da Igreja.

Junho: mês do Sagrado Coração de Jesus Reflexões sobre o coração misericordioso de Deus, que nunca abandona ninguém.

+ artigos e novidades de nossa Arquidiocese

Corpus Christi Boas novidades envolveram a realização da solenidade em 2018.


Agenda Mensal dos Bispos Junho/2018

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial Ano Nacional do Laicato é o ano de ratificar e destacar a importância do cristão leigo como agente transformador da sociedade e como agente eclesial de uma Igreja viva e missionária. Desde 26 de novembro de 2017 até 25 de novembro de 2018, vivemos o Ano do Laicato em comemoração aos 30 anos do Sínodo Ordinário sobre os Leigos, de 1987. Assim, neste ano de 2018, a Revista Voz da Igreja tem dedicado mensalmente um artigo sobre o tema, porém, era necessário dar mais visibilidade ao papel do leigo na Igreja. Por isso, a revista de junho traz este tema em destaque, apresentando testemunhos que extrapolam o assunto do Laicato. Os testemunhos estão presentes também nas editorias do Dízimo, da Igreja em Saída, da Catequese e da Família. Ainda que este seja o tema central, é dado também o destaque para a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, em razão da solenidade comemorada na segunda Sexta-feira após a o Corpus Christi. Nestes tempos recentes o Papa Francisco nos encheu de ânimo e de esperança com o chamado à santidade na Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate” - “Alegrai-vos e Exultai” (Mt 5,12), sobre o chamado à santidade no mundo atual, e este é um tema que já está presente nesta edição, mas que proporcionará ainda mais reflexões importantes para nossas futuras edições da Revista Voz da Igreja. Procuramos nesta edição apresentar alguns dos acontecimentos em nossa Arquidiocese, sabendo que em cada Paróquia, cada comunidade, cada pastoral e movimento, há sempre boas novidades também. Convidamos a todos que quiserem contribuir a enviar sugestões e comentários. A todos, boa leitura.

Fale Conosco ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR) Bárbara Moraes: (41) 2105-6342 barbaramm@arquidiocesecwb.org.br

Imprensa: Téo Travagin - 5531 (DRT-PR) comunicacao@arquidiocesecwb.org.br Fones / Fax: (41) 2105-6343 E-mail: comunicacao@arquidiocesecwb.org.br Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Cesar Leandro Ribeiro | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

2

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

02 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Paz 11 • Gravação na TV Evangelizar 03 • Crisma na Paróquia São Sebastião, em • Formação para o ECC, na Paróquia Nossa Bateias Senhora das Mercês • Crisma na Paróquia Santa Terezinha do 12 • Reunião da APAC Menino Jesus • Programa Conhecendo a Palavra, na TV 04 • Gravação na TV Evangelizar Evangelizar • Visita no Seminário Rainha dos Apóstolos 13 • Expediente na Cúria 05 • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria 14 • Retiro com os Seminaristas Teólogos, em • Reunião do Setor Centro, na Paróquia Campo Largo Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 15 • Aula no Studium Theologicum 06 • Expediente na Cúria 16 • Retiro com a PM, Batalhão do Guatupê • Visita no Seminário Propedêutico • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da 07 • Reunião do Setor Mercês, na Paróquia Luz, no CIC Santa Maria Goretti 17 • Crisma na Paróquia São Paulo Apóstolo • Visita no Seminário Bom Pastor 18 • Gravação na TV Evangelizar 08 • Aula no Studium Theologicum 19 a • Reunião do Conselho Permanente, em • Reunião dos Formadores, no seminário 21 Brasília – DF Bom Pastor 22 • Aula no Studium Theologicum • Visita no Seminário São José 24 a • Visita aos Padres em Missão na Prelazia de 09 a • Reunião da Comissão Nacional Bíblico 29 São Félix do Araguaia – MT 10 Catequética, em Indaiatuba -SP

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 02 • Formação na Escola de Igreja e Sociedade, 15 • Reunião do Setor Pinheirinho, na Paróquia na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora São Lucas • Crisma na Paróquia Santana, no Campo 16 • Crisma na Paróquia São Francisco, no de Santana Xaxim 03 • Crisma na Paróquia Santana, no Campo 17 • Crisma na Paróquia Menino Jesus, em de Santana Porto Amazonas • Palestra para Jovens, na Casa de Retiro 19 a • Reunião do Conselho Permanente, em dos Palotinos 21 Brasília – DF 05 • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria 23 • Crisma na Paróquia São Marcos • Reunião da Equipe de Articulação • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Missionária, na Cúria Bom Conselho 06 a 08 • Formação na Diocese de São Carlos 24 • Crisma no Santuário São Judas Tadeu 09 • Crismas na Paróquia São José das Famílias 27 • Missa com o Apostolado da Oração, no Santuário do Sagrado Coração de Jesus 10 • Crisma na Paróquia São Pedro Apóstolo • Crisma na Paróquia São Jorge 28 • Reunião dos 15 Coordenadores de Setores, no Cenáculo Arquidiocesano 11 • Missa na Paróquia Santo Antônio, no Boa Vista • Reunião do Setor Capão Raso, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima 12 • Reunião da APAC • Reunião do Setor Rebouças, na Paróquia • Reunião das 13 Comissões, na Cúria Nossa Senhora de Lourdes 29 • Reunião do Setor Boqueirão, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo 13 • Expediente na Cúria • Missa na Paróquia Santo Antônio, no 30 • Crismas na Paróquia Profeta Elias Uberaba

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 • Crisma na Paróquia Santa Cândida 02 • Crisma na Paróquia Santo Antonio Maria Claret 03 • Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, na Ferraria 05 • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria • Reunião do Fundo Diocesano de Solidariedade, na Cúria • Rito com a Comunidade do Neocatecumenal, na Paróquia São Francisco 06 • Reunião do Fundo Diocesano de Solidariedade, na Cúria • Missa na Comunidade Santo Antônio, Pinhais 07 • Reunião Mensal do Setor Cajuru, na Paróquia Santíssima Trindade 08 • Missa com os Colaboradores da Cúria • Reunião dos Formadores, no Seminário Bom Pastor 09 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Vitórias • Crisma na Paróquia Cristo Ressuscitado 10 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Esperança • Missa no Cenáculo Arquidiocesano 12 • Reunião da APAC • Missa na Catedral 13 • Missa na Paróquia Santo Antônio, no Boa Vista

14 • Reunião do Setor Cabral, na Paróquia São João Batista 15 • Reunião Mensal do Setor Almirante Tamandaré, na Paróquia Nossa Senhora do Amparo 16 • Crismas na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Uberaba 17 • Crisma na Paróquia São José Operário, em Pinhais 21 • Expediente na Cúria 22 • Reunião do Setor Cajuru, na Paróquia Santíssima Trindade 23 • Formação Missionária na Paróquia Santa Terezinha de Lisieux, em Colombo • Ordenação Diaconal, na Paróquia Santana, no Abranches 24 • Missa na Paróquia São João Batistas, em Almirante Tamandaré • Missa na Paróquia São José, em Santa Felicidade 26 • Reunião do Setor Pinhais, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde • Missa na Paróquia Santo Agostinho 28 • Reunião dos 15 Coordenadores de Setores, no Cenáculo Arquidiocesano • Reunião das 13 Comissões, na Cúria 29 • Reunião do Setor Santa Felicidade, na Paróquia Bom Pastor 30 • Palestra para Casais na Paróquia Sagrada Família, no Novo Mundo


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

A Vocação ao Laicato “Eu sou leigo no assunto”; “Esta questão é para especialistas, não para leigos...”. São essas apenas algumas indicações ordinárias, presentes no linguajar vernáculo, quando alguém quer apontar para o insuficiente domínio intelectual em alguma matéria. Em quadros assim, o adjetivo “leigo” recebe uma significação empobrecedora. Destaca desconhecimento ou pouca familiaridade face a alguma temática. Não é esta, todavia, a acepção a ser considerada na Igreja. O termo “leigo”, originalmente, tem um sentido positivo. É alguém que pertence a um povo. A palavra laós (leigo) na língua grega estava a dizer de um membro da comunidade, filho de um povo. Ao longo do tempo, infelizmente, algumas definições se apresentaram. Leigos seriam os que não receberam o sacramento da Ordem. A definição é pobre: destaca o que os leigos não são. Mas já há várias décadas, precisamente em dezembro de 1988, em uma exortação após um Sínodo, especialmente convocado para debater a temática do laicato, o Papa João Paulo II, hoje santo, escreveu que a dignidade fundamental de todos os fiéis radica-se no batismo. Os sacramentos da ordem e/ou o do matrimônio orientam-se à missão. Mas é no batismo que se afirma a identidade de cada um diante de Deus e da Igreja. Nele há um primeiro chamado ao seguimento de Jesus. Para lembrar a dignidade de cada um diante do Senhor há uma página bíblica muito inspiradora: aquela da videira e dos ramos (Jo15,5). Com a frase “Eu sou a videira e vós sois os ramos” o Senhor está a ensinar que os discípulos não são tão somente colaboradores. São parte mesma da própria árvore, a videira. Não há ramos especiais, mais dignos de outros. A vocação dos ramos é a mesma, isto é,

produzir frutos, especialmente nas respostas à Palavra. O Papa Bento XVI, homem de extraordinária formação e competência teológica chegou a escrever que os cristãos leigos e leigas são “embaixadores de Cristo”. São, pois, sujeitos ativos, chamados a compartilhar com o Senhor a missão de levar o Evangelho. Sua linguagem, seu estilo, seu modo de expressar-se não é o de um eclesiástico. É muito singular sua missão: nas fábricas, nos escritórios e/ou consultórios, nas escolas, nos partidos, até mesmo nos parlamentos. Vez por outra flagro-me a dizer a mim e a outros que, nos tempos atuais, é muito mais desafiador e exigente crer fora dos templos e sacristias do que dentro delas. Nesses ambientes a atmosfera é por si mesma religiosa. Lá entram os que, de algum modo, condividem as mesmas convicções e critérios de vida e de valores. Na igreja e na sacristia o protagonismo maior é dos eclesiásticos. Estão menos expostos às agressões e inquietações da vida pós-moderna. Não é assim com os leigos e leigas. Seu ritmo de vida está submetido a critérios de produtividade e competitividade. O emprego é, muitas vezes, incerto. A tensão psicológica parece desgastar até mesmo a capacidade afetiva. Nos ambientes de trabalho a diversidade é tal que, a cada dia, os próprios valores de fé são colocados à prova. Em casa a comunhão familiar também é bombardeada por “verdades estranhas” que desfiguram muitas e nobres convicções herdadas de suas próprias famílias... Ainda assim perseveram. Muito obrigado, queridos cristão leigos e leigas da nossa Arquidiocese.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

3


Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

MEMÓRIA DO PADRE GUILHERME TR ACY, CSrR (Congregação do Santíssimo Redentor), REDENTORISTAS.

O Padre Guilherme Tracy nasceu a 5 de junho de 1929, nos Estados Unidos da América do Norte. Com 21 anos, fez a Profissão Religiosa, com votos de Obediência, Pobreza e Castidade, a 2 de agosto de 1950, na Congregação Redentorista. Ordenou-se sacerdote a 19 de junho de 1955. Logo foi enviado para o Brasil para ser missionário no Mato Grosso, sendo muito aceito nas missões populares. Foi nomeado Mestre dos Noviços, destacando-se como formador. O que, porém, dificultava que ele exercesse melhor sua missão era a doença do alcoolismo. Para curarse, buscou solução e não a encontrou em todo o Brasil. Continuaria enfermo? Inspirado pelo Espírito, aos 44 anos de vida, depois de tantos sofrimentos, fundou a Comunidade Vida Nova, em 1983, adquirindo uma casa na rua Humberto Berveranço, iniciando ele mesmo o tratamento e abrindo-a para sacerdotes com a doença do alcoolismo. Uma religiosa das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, Irmã Terezinha Dias, descobriu logo o Pe. Guilherme. Pediu para tratar-se com ele, que a acolheu carinhosamente, tornando-a cofundadora. Recuperada, a Superiora Geral a autorizou a permanecer com o Pe. Guilherme, sendo nomeada tesoureira até hoje, 35 anos depois. A casa não comportava mais o pedido de sacerdotes que procuravam o Pe. Guilherme para seu tratamento. Com a confiança na Divina Providência e com a herança de sua família e benfeitores norte americanos, ele mesmo adquiriu um terreno e construiu a nova sede da Comunidade Vida Nova, afirma Irmã Terezinha.

4

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

O Padre Guilherme afirmava: “O sacerdote que aceita o tratamento é uma nova ordenação”. Ele insistia para que os sacerdotes aceitassem o tratamento, acolhendo-os com todo o carinho, dizendo: é preciso que o padre seja curado e amado. Ninguém precisa continuar sofrendo e morrer com esta doença. Era o verdadeiro pai da misericórdia, mas exigente no tratamento: missa diária, oração de Laudes, o Terço de Nossa Senhora, a aceitação de participar das palestras de psicólogos, psiquiatras, médicos, sacerdotes e outros palestrantes, sem uso de nenhum remédio. A comunidade Vida Nova recuperou mais de 2 mil sacerdotes de todo o Brasil, além de padres do Paraguai, Uruguai e outros países da América Latina, da África, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Goa, Ásia, Holanda, Alemanha e Itália. Foram recuperados seminaristas e diáconos para o sacerdócio e mais de 40 mil religiosas. No início, só eram recebidos sacerdotes. Dom Luciano Mendes, Presidente da CNBB, visitou a Comunidade Vida Nova pedindo ao Pe. Guilherme que recebesse também leigos, e ele os aceitou logo. Todos que trabalham lá não recebem salários e os profissionais dão suas palestras gratuitamente. Pe. Guilherme faleceu santamente a 12 de abril de 2018. A missa de corpo presente foi no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e o sepultamento no Cemitério Parque Iguaçu. Que a memória do Pe. Guilherme seja sempre recordada.

Foto: www.perpetuosocorroms.com.br

A memória das pessoas que fazem o bem deve permanecer sempre na história. São tantas as pessoas que merecem ser recordadas na memória.


Reflexão

PE. RIVAEL DE JESUS NACIMENTO Reitor do Santuário Nossa Senhora de Lourdes | Campo Comprido | Curitiba Coordenador Geral do Clero da Arquidiocese de Curitiba

Presbítero: Discípulo do Senhor e Pastor do Rebanho

Estamos em tempos em que o presbítero passa por muitos sofrimentos psíquicos. Uma análise mais aprofundada revela que muitos presbíteros sofrem a síndrome de burnout. O que seria essa síndrome? O termo burnout, em inglês, significa uma chama que se extingue por completo. Segundo Willian Castilho, é um distúrbio psíquico ligado ao exercício da profissão que extrai as forças, o envolvimento pessoal e a satisfação, gerando intenso esgotamento físico e mental. O autor citado acima diz que todos nós presbíteros podemos passar por essa situação e ter os mesmos sintomas de outros profissionais, como: cansaço, tristeza, desilusão, esgotamento, perda de motivação para o trabalho, vazio, depressão e mudança de humor. Sim, excesso de trabalho com pouco retorno afetivo e muitos fracassos pastorais. Muitos outros fatores estão relacionados a este tema, como a perda da identidade presbiteral, afastamento aos poucos do presbitério, da vida diocesana, a falta de outros colegas, amigos sacerdotes em seu dia a dia. Tudo isso pode gerar uma falta de sentimento de pertença ao presbitério e uma solidão muito grande. Estes foram elementos apresentados em grupo, mas que eu muito identifiquei em mim e em muitos colegas de presbitério, ao qual pertenço há quinze anos. Vale destacar também que, atualmente, vivemos em uma nova visão de mundo, de igreja e de sociedade. O padre pode sofrer do que Willian Castilho chama de a “síndrome do bom samaritano desiludido”. Sim, o presbítero pode viver nas encostas de um abismo e este dentro dele mesmo.

“Exorto-vos a reavivar o dom espiritual que Deus depositou em ti pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sobriedade” (2 Tm 1, 6). Outro aspecto importante é a vida de oração - como diz Santa Teresa, “um trato de amizade”. A oração decorre desde a ordenação para sua missão, como Jesus sempre se oferece ao Pai pela humanidade. Sempre grato na oração pessoal, na liturgia das horas e nos sacramentos por tudo o que o Pai concede. Diz Rahner que “a fé do padre de hoje é a fé do padre que reza”. Nestas páginas, rezo para que, juntamente, com os irmãos presbíteros, sejamos homens de oração para suportarmos as trevas da vida e para superarmos as angústias como Jesus superou as dele. Dom Helder, pastor e místico, acordava de madrugada para rezar. Ele nos inspira muito. Aqui termino rezando, para que possamos, como padres, sempre cuidar de nós e assim nos sentirmos cuidados, além de cuidar do rebanho que Deus nos confiou. Em nossa formação permanente acontecida neste mês, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossungue, vimos que temos muito a melhorar. Há coisas que precisamos enfrentar que exigem nosso profetismo. No entanto, Maria, nossa Mãe, está em nosso coração sacerdotal e nos inspira sempre, como esse antigo axioma alexandrino: “O que Maria é, temos que chegar a ser”. Que ela nos ajude a caminhar na perfeição, todo nosso clero, todo nosso presbitério. Que todos os que amam os sacerdotes possam rezar nesta intenção. Precisamos melhorar e, juntos, formarmos o Povo de Deus que sonha e tem esperança em dias melhores, esperança do Reino.

Foto: reprodução a12.com.br

Com a motivação deste tema, aconteceu na cidade de Aparecida o “17° Encontro Nacional de Presbíteros”. Eu e o Pe. Marcos Paulo Honório da Silva, da Paróquia São Rafael - CIC, representamos a Arquidiocese de Curitiba nesse evento, que contou com a presença de quase 500 presbíteros de todo o Brasil. Com a reflexão de muitos pontos apresentados, me inspirei para escrever este artigo. Nos tempos de hoje, e mais do que nunca, o padre é chamado a testemunhar um grande amor pelo Senhor e pela vida em comunidade.

Na superação de todo este contexto, pelo que percebi na apresentação do Pe. Paulo Sérgio Carrrara - CSsR, não existe resposta pronta. Ele propôs grupos de convivência e de terapia para a superação do sentimento de vulnerabilidade e falta de êxito no ministério, além da formação permanente. Na experiência com Deus, na superação da escuridão existencial, da consciência do nada. Mas no firme propósito de vencer no Senhor: Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

5


Catequese

A Presença do Laicato na Catequese Escola de Agentes da Iniciação à Vida Cristã de Adultos - Catecumenato Em 5 de maio de 2018, a Comissão da Animação Bíblico-Catequética da Arquidiocese de Curitiba teve a alegria de realizar a primeira Escola de Agentes do Catecumenato de adultos, em que participaram 120 pessoas. Foi um momento essencial para a organização, vivência, formação e partilha de um segmento tão importante e com tantos desafios a superar que é a catequese de adultos. Nesta primeira etapa da Escola, com a assessoria de Pe. Gilson Camargo e Pe. Roberto Nentwig, os participantes puderam vivenciar momentos iniciáticos de oração, com gestos, símbolos e ritos próprios do catecumenato, conforme orienta o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos – RICA. A presença de Dom Amilton Manoel da Silva, bispo auxiliar de Curitiba, com sua palavra fraterna e motivadora, alegrou a todos.

6

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

Segue o testemunho de uma catequista comprometida com o catecumenato de adultos: "Minha experiência enquanto catequista de adultos na iniciação cristã é um constante desafio encantador, pois exige de mim um olhar diferenciado para aquele que vem em busca dos sacramentos, seja qual for o motivo. Inclusive, me faz acreditar que, em meio a tantas tribulações, o amor é a essência da vida e que é possível ser uma cristã de verdade. Cada encontro nesse processo catecumenal é uma grande partilha de sonhos, anseios, tristezas, alegrias e esperanças. Porque Deus permite, através da sua Palavra, acreditar que, em meio a olhares cansados e muitas vezes desacreditados pelos percursos da vida, é possível ter um amor fraterno pelos que acompanho na fé. Deus não poderia me dar maior missão: doar-me e redescobrir-me constantemente. Permito-me dizer que há uma cumplicidade vivencial que me move ao serviço, atentas às necessidades dos irmãos. O catecumenato az de mim uma pessoa melhor." CALENIL MOREIRA DOS SANTOS DOMINGUES Catequista na Paróquia São Francisco de Assis


Inserção dos Crismados na Vida da Igreja Há uma grande preocupação na Igreja com relação aos adolescentes e jovens que recebem os sacramentos da iniciação cristã. Há que se ter um encantamento, uma atração para que esses crismados permaneçam na paróquia e sejam inseridos na vida de comunidade. Ainda são poucos os que perseveram. Assim, a Igreja se vê desafiada a encontrar caminhos para “cuidar” desses jovens e conduzilos a uma autêntica experiência com Jesus Cristo. A fim de melhor preparar catequistas, especialmente da 4ª e 5ª etapas, a Comissão Bíblico-Catequética vem organizando anualmente um Encontro Formativo específico, em parceria com o Setor Juventude. Além de uma reflexão temática, a partilha de experiências tem despertado ideias e métodos em inúmeras paróquias. Insiste-se que há que se ter espaço e acolhida, em cada paróquia de nossa Arquidiocese, para que esses adolescentes e jovens amadureçam sua fé e sejam inseridos na vida cristã. Vejamos uma experiência partilhada: O sacramento da Confirmação é o início de uma caminhada cristã, não o encerramento da catequese, como pensa a maioria dos jovens. Por isso, ainda durante a catequese de preparação ao sacramento, o catequista deve incentivar o engajamento na Igreja e a comunidade paroquial deve oferecer os espaços necessários para acolher estes jovens. Porém, os adolescentes, na idade que recebem o sacramento da Confirmação, estão passando por uma fase de transição da infância para uma construção de uma nova identidade (adulta). Uma fase caracterizada por muitas alterações de comportamentos e sentimentos. São inconstantes, inibidos e inseguros, seus interesses variam entre infantis e adultos, têm sede de amizade e aceitação do grupo. Como Igreja, nós precisamos aceitar as transformações destes adolescentes e mostrar que ser Igreja traz alegria, usando este momento favorável para atraí-los no convívio de comunidade. No Santuário Santa Rita de Cássia, paróquia onde participo, temos um grupo de adolescentes desde 2015 - uma experiência que está dando certo! Este grupo chama-se “Conviver”, pois a ideia é trazer os adolescentes para o convívio da Igreja, para que se sintam acolhidos na casa do Pai. Pensando nas características dos adolescentes e preocupado com o uso exagerado das tecnologias que já ocupam a vida do jovem, o Pe. Anisio José Schwirkowski, antigo pároco do Santuário, chamou adolescentes para formar o grupo Conviver. Um grupo de adolescentes de 12 a 16 anos que promovem um espaço agradável de convivência. A princípio, o padre lançou a ideia e deixou que os próprios adolescentes organizassem o grupo, mas logo foram desanimando. Em 2015, o padre chamou os adolescentes Thomas Felipe Gueller e Lorena Ceconello Guimarães para iniciar novamente o grupo, mas com o apoio e monitoria de adultos.

O grupo se encontra todos os sábados à tarde e se organiza em quatro atividades básicas durante o mês: • PAPO JOVEM: é uma roda de conversas, reflexão sobre assuntos da atualidade e da Igreja. • FORMAÇÃO: convidam pessoas jovens para dar formação. • CARIDADE: promovem diversas atividades de ação social em asilos, entidades beneficentes, famílias carentes, além de ajudar a Pastoral Social e demais pastorais. • ESPORTE: fazem atividades esportivas, jogos de bola, slackline, dinâmicas etc. • Quando o mês tem o quinto sábado, eles promovem o PIQUENIQUE com passeios nos parques da cidade, distribuindo abraços grátis, evangelizando através do exemplo da alegria de ser católico. Atualmente, o grupo Conviver está sob a coordenação dos adolescentes Thomas, 15 anos, e Laura Ceconello Guimarães, 17 anos. Participam das reuniões do CPP, levando um grupo com participação ativa em todas as atividades paroquiais. Enfrentam ainda algumas dificuldades, como a assiduidade dos adolescentes, mas já colhem muitos frutos como o depoimento de alguns, que, depois que começaram a participar do Conviver, começaram a gostar mais da Igreja e a participar das missas. do Conviver, começaram a gostar mais da Igreja e participar das missas.

“Na fase em que estão começando a descobrir como funciona muitas coisas, conhecer novas pessoas, descobrir o mundo (de certa forma), a gente sempre tenta mostrar para eles o limite, quanto às drogas, bebidas, namoro santo, castidade e sobre o valor da missa. Não basta só rezar, tem que buscar a Eucaristia. Também tratamos assuntos de fora da igreja, orientando e ajudando a formar uma opinião sobre aquilo” disse a coordenadora Laura Cecconello Guimarães, 17 anos. Os adolescentes a partir de 12 anos, ainda na catequese, são convidados a participar do grupo; desse modo já se integram, fazendo amizades e tomando gosto pelo grupo. Eles tornam-se amigos, trocam experiências, aprendem a compreender melhor o outro e se tornam cristãos mais conscientes e participantes da Igreja. É lindo ver jovens fazendo essa caminhada de fé, assumindo a missão que receberam de serem evangelizadores.

KAREN ANGÉLICA SÔNEGO TREVISAN Catequista Santuário Santa Rita de Cássia Coordenadora Setor Boqueirão

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br. (41) 2105-6318 Coordenação: Pe. Luciano Tokarski Assessoria: Regina Fátima Menon.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

7


MARLON JOSÉ HIGINO DA ROZA Coordenador do Conselho de Leigos de Curitiba

Especial

O Ano do Laicato e a Missão do

Leigo na Igreja e no Mundo A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu, em sua LIV Assembleia Geral Ordinária, em 2016, realizar o Ano Nacional do Laicato (26/11/2017 – 25/11/2018) em comemoração aos 30 anos do Sínodo Ordinário sobre os Leigos, de 1987, e da exortação apostólica Christifideles Laici (Os fiéis leigos), de São João Paulo II, sobre “Vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo”, de 1988. Pastorais, comissões, movimentos e grupos religiosos são importantes para fomentar o Ano

8

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

do Laicato, mas especialmente três organismos devem ser a força motriz deste momento: Comissão Episcopal para o LAICATO da CNBB, CNLB e Laicato dos Carismas da CRB. Isso porque eles têm como fundamentos essenciais promover a vocação e missão, formação e espiritualidade, organização e atuação na Igreja e no Mundo (sociedade), afim de que os leigos contribuam com seus talentos e ações para o crescimento das comunidades eclesiais nos diversos serviços e ministérios e para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.


Diante disso, podemos dizer que o Ano Nacional do Laicato é o ano de ratificar e destacar a importância do cristão leigo como agente transformador da sociedade e como agente eclesial de uma Igreja viva e missionária. O Papa Francisco, através do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, escreveu uma carta ao Laicato Brasileiro, em que proferiu as seguintes palavras: “Papa Francisco dirige-se a cada um dos leigos e leigas brasileiras, animando-lhes a que se sintam interpelados pela chamada a ser protagonistas da nova saída missionária que Deus pede à Igreja (cf. Evangelli gaudium, 20). Isso significa, em primeiro lugar, tomar consciência de que não podemos ficar encerrados (...) na nossa instituição paroquial ou na nossa instituição diocesana quando há tanta gente esperando o Evangelho! Mas sair... enviados. Não se trata simplesmente de abrir a porta para que venham, para acolher, mas de sair porta fora, para procurar e encontrar. Nesse momento particular da história do Brasil, é preciso que os cristãos assumam sua responsabilidade de ser o fermento de uma sociedade renovada, onde a

corrupção e a desigualdade deem lugar à justiça e solidariedade”. “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14): é hora de renovar as forças e lembrar que nós, cristãos leigos, somos chamados a darmos sabor a esta terra que hoje necessita tanto de uma transformação geral. É hora de lembrar que nós, cristãos leigos, podemos ser a luz para muitas vidas que hoje vivem na escuridão de uma vida sem amor, sem a caridade do Cristo Vivo, sem a fraternidade de Deus, sem a presença transformadora do Espírito Santo. Coloquemos assim nossos carismas, nossa vocação, nossa profissão, nossa alegria e nosso amor a serviço dessa sociedade, para que possamos verdadeiramente sermos cristãos leigos, agentes eclesiais e transformadores do mundo. Foi com essa ideia de valorizar ações concretas de cristãos leigos que a revista Voz da Igreja de junho de 2018, nas páginas seguintes, quer proporcionar a você, leitor, alguns depoimentos desses agentes eclesiais que hoje são exemplos de “sal da terra e luz do mundo” na Arquidiocese de Curitiba.

O Conselho de Leigos O Conselho de Leigos tem por atribuição promover a vocação e missão, formação e espiritualidade, organização e atuação do laicato, na Igreja particular da Arquidiocese de Curitiba, sobretudo respondendo aos desafios de evangelização no campo da economia, da cultura, das ciências, das artes, da política, da educação, da comunicação, etc. com a atribuição de transformar, por dentro, as estruturas sociais. Dentro das nossas comissões trabalhamos temas e formas de ações para esse trabalho evangelizador da nossa igreja visando sempre ser um leigo melhor e mais comprometido com as causas do reino. Quer saber mais sobre o Conselho de Leigos da Arquidiocese de Curitiba? Entre em contato pelo e-mail: conselhodeleigoscwb@gmail.com. Acompanhe a página no facebook: www.facebook.com/conselhodeleigoscwb.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

9


Especial

Testemunho:

“A fé que professo é como o ar que eu respiro” Meu engajamento na Igreja Católica aconteceu aos 23 anos de idade, depois de encontrar um padre redentorista irlandês chamado João Mayer numa situação inusitada de grande pobreza. Depois, com o bispo Dom Tomás Guilherme Murphy, em 1965, tive uma formação religiosa aprofundada em Juazeiro (BA) e no Rio de Janeiro, onde a Irmã Bernadete Melo, da Congregação das Irmãs de São Vicente de Paula me hospedou. Essas experiências mudaram o curso da minha vida. Entendi o que o Evangelho de Mateus nos fala sobre ser sal da terra e luz do mundo (Mt, 5,13- 16). Comecei a pautar minha vida não só pelos discursos e participação em cursos de formação de catequistas ou estudos bíblicos, mas pela busca de uma vivência religiosa encarnada na minha família e nos ambientes onde convivo. Trabalhei com catequese familiar e a incorporei em todas as oportunidades. Participo na Igreja e celebro em casa todas as festas litúrgicas, aniversários dos meus seis filhos e dos familiares de forma catequética. Pode não ter bolo ou refrigerante, mas sempre tem reza e leitura bíblica. Celebro também a Páscoa de meu marido há 32 anos consecutivos, com o sacerdote e familiares.

Participo nos movimentos sociais, nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBS), estudos bíblicos, formação de catequistas, na Diocese e em outros lugares. Celebro com alegria o Ano do Laicato na Igreja, grande oportunidade para nós batizados assumirmos nossa missão. Meu engajamento tem 54 anos. A fé que professo é como o ar que eu respiro. Sem o ar, a minha morte é passagem, com a fé minha vida é eterna. Encontro a Trindade em todos os momentos e em todas as situações da minha vida.

Testemunho de Risoleta Moreira Boscardin, uma cristã leiga, mãe de seis filhos

Testemunho:

A Importância do Cristão Leigo para uma Igreja em Saída Eu Gilmar, músico e empresário, minha esposa Rita de Cássia, psicóloga, e meus filhos Talita Maria, casada e pedagoga, e Tiago José, designer e empresário, somos uma família a serviço da evangelização na Igreja. Somos paroquianos do Santuário do Senhor Bom Jesus em Campo Largo. Desde jovens, eu e Rita fomos engajados na comunidade atuando em diversas pastorais. Fomos de grupo de jovens, animando celebrações com cantos litúrgicos, o que fazemos até hoje. Participamos e encaminhamos vários jovens ao Movimento Emaús. Implantamos, junto com o pároco, o CPP e o CPC na paróquia. Somos agentes da Pastoral Familiar, atuando na preparação de noivos, no SEAF - serviço de escuta e apoio às famílias e com a catequese familiar. Trouxemos para Campo Largo, em 1999, o Movimento Lareira: “Casais bons que querem ficar melhores”. Como músico, tenho um coral infantil, Pequenos Cantores do Senhor Bom Jesus, que já formou vários músicos e cantores para as nossas liturgias. Participamos das missas, realizamos shows e, recentemente, fizemos visitas ao hospital infantil levando alegria às crianças lá internadas. Desde pequenos, nossos filhos participam da vida da Igreja. A Talita como tecladista, cantora, catequista e

10

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

jornada jovem. O Tiago como baterista da banda Versículos de Fé, jornada Jovem e Cursilho. Entendemos que tudo o que temos e somos vem de Deus. De graça recebemos e de graça também damos, como gratidão a Deus. Utilizamos nosso tempo e nossos dons Dele recebidos para a promoção deste reino tão sonhado de paz e justiça. Ser cristão leigo na Igreja é testemunhar que somos filhos de Deus e, como batizados, precisamos anunciar, através de nosso serviço, o grande amor de Deus pela humanidade. É dizer sim, estar disponível e solidário com as necessidades dos irmãos onde quer que estejamos.


Pascom

Fake news e Jornalismo de Paz Este foi o tema da comemoração ao 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais. De 8 a 10 de maio, um ciclo de palestras foi promovido pela Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Curitiba (PASCOM) em conjunto com a FASBAM Faculdade São Basílio Magno em comemoração ao 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais. O tema foi “’A verdade vos tornará livres’ (Jo 8, 32). Fake news e jornalismo de paz”. A abertura do primeiro dia de evento foi realizada pela jornalista Fabiana Sá. Ela conduziu um momento de oração pelas comunicações e pelas vocações. Em seguida, Dom Amilton Manoel, bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba, discursou em nome das autoridades religiosas de Curitiba. Antônio Royk Sobrinho, OSBM, falou em nome da Instituição e da Ordem Basiliana. Quem conduziu a conferência no primeiro dia foi o jornalista Moisés Sbardelotto, que usou referências bíblicas para relacionar o conceito de comunicação e o de comunhão. O jornalista também apresentou e

discutiu o conceito de “Fake News”, dando exemplos de sua utilização e de seus efeitos, tanto os nocivos quanto os neutros. A palestra do segundo dia foi ministrada pela professora Criselli Montipó, que tratou o tema das noticias falsas e a desinformação. Em sua fala, a professora abordou a história do jornalismo no Brasil e suas características essenciais enquanto produtor de informação. Montipó também trouxe a questão da necessidade de humanização do jornalismo para a construção de uma sociedade mais justa. No último dia de evento, o convidado foi o publicitário Adielson Agrelos, Assessor de Comunicação da Diocese de Duque de Caxias (RJ). Agrelos destacou a importância dos meios de comunicação para a sociedade e a necessidade de que os veículos mantenham um compromisso com a verdade, sempre enxergando seus interlocutores como pessoas, não máquinas.

Fotos: Juliana Camargo, Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Curitiba.

EXPEDIENTE

PASCOM: Antonio Kayser | Telefone: 99965-1635. E-mail: antonio.kayser@gmail.com.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

11


COMIDI

Crianças e adolescentes missionários

falam sobre sua experiência

“Pensar no próximo com amor e sensibilidade”

“Conheci a IAM, me apaixonei pela Obra e hoje sinto a necessidade de evangelizar outras crianças” Conheça a Geovanna Busanello, 11 anos, Coordenadora do Grupo de IAM da Paróquia Nossa Senhora da Saúde – Pinhais.

Conheça a Amanda Aparecida Martins, 16 anos, Coordenadora do Grupo de IAM da Paróquia Nossa Senhora da Piedade. "Olá, galerinha! Eu sou a Amanda, do grupo Sal e Luz, da Paróquia Nossa Senhora da Piedade. Estou participando da IAM há 3 anos e a experiência tem sido muito significativa. É muito bom me sentir um membro da IAM, pois sabemos que estamos fazendo um trabalho pelo próximo. O que me chamou a atenção foi o carisma da IAM: perceber como os nossos pequenos grandes missionários fazem coisas tão grandes mesmo sendo tão pequeninos. Até mesmo a maneira como eles levam a sério o compromisso é muito cativante. Vê-los pensar no próximo com amor e sensibilidade em meio a um mundo em que as pessoas, de modo geral, são muito egocêntricas, é realmente louvável. Eu agradeço a todos por participarem de uma obra tão bela."

De toda as crianças e adolescentes do mundo. Sempre amigos!

12

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

Meu nome é Geovanna, tenho 11 anos e minha jornada na IAM começou quando eu tinha 4. Conheci a IAM quando minha mãe implantou o grupinho - ela também é fruto e sementinha da IAM. Quando comecei, sentia muita vergonha, mas depois fui conhecendo e me soltando e me apaixonei pela obra. Hoje, sinto a necessidade de evangelizar outras crianças e contá-las como Jesus é lindo e maravilhoso. No nosso grupo, já foram muitas crianças e adolescentes - algumas estão até hoje, outras não mais. Nós fazemos muitas coisas legais. No dia em que fizemos uma horta, eu me senti como a semente, que precisa ser cuidada e regada de amor todos os dias para que possa crescer. Também fazemos missões - e é muito legal, pois levamos a Palavra às pessoas que mais precisam. Alguns nos recebem com muita alegria, outros nem tanto, mas nem por isso desistimos. O que mais marcou minha vida de grupo foi quando nós fomos visitar outro grupo. Nós moramos em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, e fomos para o Campo Comprido, de ônibus. Demorou duas horas e meia para chegarmos lá, mas trocamos " figurinhas": experiências e realidades de cada grupo. Fomos recebidos com alegria e festa e saímos em missão na chuva para anunciar a Palavra e levar Jesus para as pessoas. Nós temos bastante atividades dentro da nossa Capela, os adultos nos respeitam. Nós temos nosso terço missionário toda primeira sexta-feira do mês: é uma forma de incentivar as famílias a rezarem junto com as crianças, que trazem os pais, os avós e os irmãos. Somos responsáveis pela liturgia e eventos, mostrando que também temos responsabilidade de gente grande. Gosto muito da consagração, pois me sinto muito importante aos olhos de Deus quando recebo meu lenço. Eu também adoro o show missionário, pois reencontro meus amiguinhos de missão. É um dia de muita alegria para comemorar.


O que é a IAM? A Obra da Infância Missionária foi fundada no dia 19

como fermento missionário na escola, na família e

de maio de 1843 em Paris (França). Foi escolhido o

na comunidade. Cada grupo escolhe uma criança

nome de “Santa Infância” (hoje Infância e Adolescência

ou adolescente como coordenador, que anima os

Missionária), porque a característica da Obra seria

encontros e distribui as atividades, com a ajuda de

justamente a infância dos países cristãos ajudando

um assessor adulto. Os grupos devem se inserir na

a infância dos países pobres de recursos humanos e

pastoral de conjunto da paróquia e diocese e cultivar

pobres por não conhecer a pessoa de Jesus Cristo.

uma comunicação constante com o pároco, com as

A obra da Infância e Adolescência Missionária foi crescendo e se espalhando nos diversos países. Ela propõe às crianças de todas as dioceses do mundo

coordenações missionárias e com os conselhos de pastoral. (fonte: pom.org.br)

um programa, que tem como fundamento a oração, o sacrifício e gestos de solidariedade concreta: assim, elas podem se tornar evangelizadoras dos seus irmãos. Os grupos da Infância Missionária são formados por 12 crianças, que, simbolicamente, lembram os Apóstolos, aos quais Jesus confiou a Missão de evangelizar até os confins do mundo (cf. Mt 28,16-20). São crianças e adolescentes de até 14 anos de idade, que atuam

Ficou com vontade de implantar a IAM em sua comunidade ou paróquia? Entre em contato com o COMIDI: (41) 2105-6375.

Formação para coordenador mirim da Infância e Adolescência Missionaria

Consagração em Curitiba reuniu toda a IAM

No dia 24 de junho, acontecerá no Santuário de Nossa Senhora do

No ano de 2018, a Pontifícia Obra da

Carmo, em Curitiba, um encontro de formação para coordenadores

Infância e Adolescência Missionária

da IAM (Infância e Adolescência Missionaria): o ELMI (Encontro de

(IAM) tem a alegria de celebrar 175

Líderes Missionários) da Arquidiocese de Curitiba, com a participação

anos de fundação. A Arquidiocese

de aproximadamente 40 crianças e adolescentes.

de Curitiba fez parte da 6ª Jornada

Esse encontro tem o objetivo de capacitar crianças e adolescentes para exercer a função de coordenadores(as) dos diversos grupos da IAM. É uma oficina de capacitação para técnicas de trabalho que estimulam o protagonismo de cada membro do grupo e que ensinam a respeitar as diferenças, sem renunciar ao trabalho em conjunto. A formação é para quem já faz parte dos grupos. As inscrições devem ser feitas no site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

Nacional da IAM, realizando, no dia 26 de maio, uma celebração especial que incluiu a consagração das

crianças

e

adolescentes.

A

celebração foi realizada no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e teve a participação de 550 crianças de toda a arquidiocese.

EXPEDIENTE

CONSELHO MISSIONÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA: Coordenador: Padre Marcondes. pe.marcondes@yahoo.com.br Secretária: Elania Bueno. Telefone: 2105-6375 / 2105-6376. elaniacmb@arquidiocesecwb.org.br

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

13


PE. ANDERSON MATHIAS BONIN BUENO Padre Referencial da Pastoral do Dízimo

Dízimo

Dízimo na Igreja O Testemunho de fé de um leigo (A no

do

L a icato)

Caríssimo leitor da Revista Voz da Igreja, é com grande alegria que, nesta edição, trago o exemplo de Fé de um cristão católico, paroquiano, trabalhador e pai de família, que representa tantos outros que evangelizam dando testemunho de Cristo pela sua vida. Sabendo de suas virtudes, eu pedi a sua filha, Gisséli, que escrevesse os fatos mais importantes sobre a forma como seu pai vivenciava a mística do Dízimo. Minha surpresa foi tão grande que compartilho aqui as palavras dela: Padre Bonin! É com grande orgulho que escreverei as linhas abaixo, tentando descrever ao menos um pouco o amor e gratidão que meu pai demonstrava a Deus por meio do dízimo... Meu Pai (João Selusniacki) e minha mãe (Clara Florindo Selusniacki) formaram uma família com 7 filhos, sendo 6 mulheres e 1 homem e dois meninos que faleceram ainda bebês. Fomos criados em uma rígida educação e sempre dentro da Igreja, participando das missas todos os domingos e rezando o terço de segunda a segunda em casa, todos ajoelhados reunidos em volta da cama. Foi assim que eu, a caçula e todos meus irmãos fomos criados. Sempre achei lindo tudo que meus pais faziam relacionado à fé. Porém, na minha adolescência, soube que meu pai “pagava” o dízimo havia muitos anos, e não gostei de saber que ele “pagava” 10% de seu salário, pois nunca tivemos luxo, nunca tivemos dinheiro para esbanjar. Então comecei a questionar meu pai sobre o porquê de dar 10% para a Igreja. E ele respondia apenas que era obrigação de todo cristão e ele nunca deixaria de cumprir com sua obrigação. Eu continuava sempre me perguntando o porquê daquilo, por que meu pai ficava muitas vezes

14

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

Família do sr. João Selusniacki reunida

praticamente sem dinheiro, mas os 10% da Igreja eram sagrados e nunca deixou de contribuir com o seu dízimo. Por mais que ele respondesse que estava fazendo sua parte como católico, eu não entendia que Deus era esse que fazia com que um ser humano fizesse isso: dar dinheiro para a Igreja, que já tinha tanto dinheiro. O tempo foi passando e eu procurando entender melhor a Igreja e a forma com que meu pai se portava perante o dízimo. Um dia falei para ele: "Pai, é um absurdo o senhor dar todo esse dinheiro para a Igreja todo mês!”. Na verdade, não era tanto dinheiro assim, mas era muito comparado ao baixo salário que ele recebia como aposentado. E ele respondeu: "Filha, está na Bíblia: ‘Dai a Cesár o que é de César e dai a Deus o que é de Deus’. O dinheiro do dízimo não me pertence". Eu saí resmungando, não querendo acreditar no que tinha acabado de ouvir. Porém, com o tempo, Deus vai nos dando discernimento e vamos todos amadurecendo na fé. Meu pai sabia que, dando seu exemplo, contribuindo com seu dízimo todo mês, ano após ano, um dia toda a família entenderia o verdadeiro significado do dízimo (pois não só eu, mas todas as minhas irmãs e até mesmo minha mãe não entendíamos e o questionávamos).


Lembro de um outro episódio que acredito ter sido o principal para me fazer enxergar de vez a importância do dízimo. Estávamos numa situação complicada em casa, eu desempregada, minha irmã desempregada, meu pai com seu salário de aposentado para sustentar sozinho uma casa com seis pessoas, remédios que meu pai precisava comprar e o dinheiro estava curto. Então falei para meu pai: "Pai, por que o senhor não deixa de pagar o dízimo pelo menos esse mês?", e ele respondeu: "Filha, nunca me faltou nada, nunca passamos fome, sempre tivemos tudo o que precisávamos, então agora não será diferente. Deus nunca nos faltou". Ouvi aquelas palavras e sai pensando que realmente podemos não viver no luxo, saindo para jantar fora, viajando direto, mas nunca, nunca nos faltou o essencial. Sempre tivemos comida, bebida, remédios, casa, luz, água, enfim, o essencial que todo ser humano deve ter. Deus nunca nos deixou faltar nada. Desse momento em diante, comecei a entender o significado da palavra DÍZIMO! Houve alguns momentos em que meu pai, devido à situação financeira, precisou dar metade do dízimo num determinado mês. Mas quando chegava o outro mês, ele levava o dízimo daquele mês e mais a metade que faltou do mês anterior. Ele também tomava essa atitude com o décimo terceiro salário: todo ano, no mês de dezembro, ao receber o seu décimo terceiro, ele também dava para a Igreja o dízimo dobrado e falava orgulhoso: "Se eu recebi o décimo terceiro foi por que Deus me deu condições e, como retribuição, também dou a parte da Igreja". Com o tempo, comecei a buscar conhecimento sobre o dízimo e me informaram que o certo era dar 10% do que sobrava do salário. Caí na besteira de falar isso para o meu pai. Falei bem assim: "Pai, eu fiquei sabendo que o certo é dar 10% do que sobra do salário para pagar o dízimo". Ele, muito bravo comigo, respondeu: "Então vou dar o resto para Deus? Deus nunca nos dará o resto, por que eu daria as sobras para ele?" Mais uma vez, saí de fininho e fiquei bem quietinha. Meu pai passou a vida levando o nome de Deus para todos que tinham a oportunidade de cruzar seu caminho. O dízimo era apenas uma forma que ele tinha de viver o cristianismo intensamente e, graças a ele, hoje, eu e todos da minha família conhecemos a importância do dízimo. Hoje vejo que o meu pai, na sua simplicidade e com

poucas palavras, ensinava-nos, dia após dia, como viver verdadeiramente como cristãos. Ele nos ensinava como viver a verdadeira religião Católica Apostólica Romana. Ele nos ensinou, com muito custo, que o dízimo é uma pequena retribuição do amor que Deus tem por nós. Uma semana antes de falecer, um dos netos estava no hospital fazendo companhia para ele e, como não poderia ser diferente, ele usou aquelas horas de conversa com seu neto para lhe ensinar a importância do dízimo. Meu sobrinho relembrou cada palavra durante o velório do meu pai, nos contando tudo o que aprendeu sobre o assunto naquela semana. Nós pudemos sentir em suas palavras que, em poucas horas de conversa, ele aprendeu o que eu e minhas irmãs demoramos anos para aprender. Hoje sabemos que temos a OBRIGAÇÃO de continuar o que ele começou. Mas, hoje, a palavra “obrigação” é apenas uma expressão do que deve ser feito, pois o fazemos com amor. Aprendemos que o dízimo é ser cristão, é ser crente, é agradecimento, é ajuda, é caridade, é sentimento e significa tantas coisas que só quem vive essa verdade é capaz de compreender. Atenciosamente, Gisséli Selusniacki.

Nossa gratidão a Deus pelo dom da vida do senhor João e aos familiares, por permitirem que sua história de fé, fidelidade e amor a Deus fosse compartilhada.

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: Wanderley Zocolotti. Pastoral do Dízimo: (41) 2105 6309 - Sonia Biscaia - Secretária

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

15


Família & Vida

MÁRCIA E ROBERTO MACHADO Comissão Família e Vida Pastoral Familiar

PASTORAL FAMILIAR NO ANO DO L AICATO

Missão do cristão leigo:

Evangelizar a família É evidente, nos dias de hoje, que a família precisa de mais atenção! Não podemos viver dentro de um sistema que esquece valores importantes para se viver bem em família e na sociedade. Temos que trabalhar isso dentro das famílias para que o mundo se torne mais humano e saudável para as novas gerações.

Dentro dessas expectativas, a Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba desenvolve, por meio dos leigos, um trabalho de evangelização das famílias, de acordo com o objetivo geral da Pastoral Familiar que é: promover, fortalecer e evangelizar a família. Para isso, priorizou para 2018 alguns objetivos específicos:

A família é o primeiro ambiente no qual conhecemos o projeto de Deus e é o lugar em que devemos anunciar este projeto. Cabe à Pastoral Familiar, por meio dos cristãos leigos e leigas, trabalhar, evangelizar e ajudar as famílias a se realizarem no projeto de Deus.

1) Incentivar, promover e apoiar a implantação da Pastoral Familiar em todas as paróquias da Arquidiocese de Curitiba. Neste objetivo, a Pastoral

“A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre este fundamento, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo” (Amoris Laetitia, nº 66). Na Família de Nazaré, temos o melhor exemplo de participação de leigos e leigas na evangelização da família. Maria, José e seu Filho Santíssimo são a base para nos acompanhar neste Ano do Laicato. Como mãe, Maria é exemplo vivo de como assumir a vida familiar como ambiente apropriado para o crescimento da fé, para alimentar o amor e as virtudes cristãs, que serão depois partilhadas na Igreja e na sociedade. Com José, aprendemos o exemplo de pai, trabalhador justo, protetor de sua família, de oração profunda e compreensão obediente da vontade de Deus. “Em Jesus Cristo, a natureza humana foi assumida sem ser afetada e, por isso mesmo, tornou-se ainda mais digna e preciosa. Pela sua encarnação, o Filho de Deus, de certo modo, uniu-se a todos os seres humanos. Trabalhou com mãos humanas, pensou e agiu como qualquer ser humano, amando com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, foi realmente um dos nossos em tudo, exceto no pecado” (Doc. 105, nº 16).

16

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

Familiar, através da Equipe de Apoio Sagrada Família, está estudando e se preparando para, a partir de julho de 2018 estar à disposição dos párocos para assessorar nos processos de implantação da Pastoral.


2) Sensibilizar os noivos para optarem livre e conscientemente pelo sacramento do matrimônio, baseados no amor conjugal cristão e buscando a evangelização da sua família. Neste primeiro semestre, estamos promovendo a formação de agentes da Pastoral Familiar para efetuarem encontros personalizados de noivos com material/ subsídio desenvolvido pela Arquidiocese.

4) Realizar trabalho de acolhida e evangelização junto às famílias, visando apoiar e eliminar situações de crises, angústias e dificuldades, sempre animados e impulsionados pelo espírito missionário do Bom Pastor. A Pastoral Familiar será o apoio para a implantação da Pastoral Préjudiciária, para ouvir e orientar os casais que convivem com a separação matrimonial sem possibilidades de reconciliação. Também vai incentivar, apoiar e acompanhar os agentes formados no SOS Família na implantação e funcionamento dos plantões de escuta nas paróquias da Arquidiocese de Curitiba.

5) Promover ações voltadas para a Promoção e Valorização da Vida desde a concepção até o seu fim de modo natural, de acordo com o Evangelho e Magistério da Igreja. Juntamente com a Casa Pró-

Capacitação de agentes da Pastoral para encontro personalizado de noivos 2018

3) Promover a formação continuada para a vida conjugal, familiar e comunitária. Em 2017, foram capacitados aproximadamente 130 agentes leigos das nossas paróquias para acolher as diversas realidades de famílias através do serviço de escuta (SOS Família). Neste ano, de julho a novembro, formaremos mais 120 agentes para este serviço oferecido pela Pastoral Familiar. No dia 29 de julho, realizaremos a Assembleia da Pastoral Familiar, com 150 participantes das três regiões episcopais, no Seminário São José, para discutirmos o trabalho de acompanhamento de casais até cinco anos de casados. Outro momento importante é a Semana Nacional da Família, que acontece entre os dias 12 e 18 de agosto de 2018, com o tema: “O Evangelho da família, alegria para o mundo”. Todas as paróquias, por meio de suas pastorais e movimentos, deverão promover encontros, formações, missas, confraternizações e palestras sobre a família, suas dificuldades e seus valores espirituais, familiares e cristãos.

Vida Mãe Imaculada, NAB – Núcleo Arquidiocesano de Bioética, CENPLAFAN – Centro de Planejamento Familiar, a Comissão Família e Vida da Arquidiocese de Curitiba e todos os movimentos familiares que a compõem se comprometem a anunciar a cultura da vida e a criação como dom de Deus. Algumas ações neste sentido serão realizadas nas paróquias da nossa Arquidiocese, como: missas, encontros, caminhadas pela vida e conscientização para a Semana Nacional da Vida no período de 1 a 7 de outubro e no dia 8 de outubro, Dia do Nascituro. Também no dia 29 de setembro, acontecerá o Seminário da Vida, na PUC/ PR, a partir das 13h, com o tema: 50 anos da Encíclica sobre a Vida Humana: Desafios e Perspectivas, e o lema: “Porque em vós está a fonte da vida, e é na vossa luz que vemos a luz”. (Salmo 35,10). “O trabalho desenvolvido pela Pastoral Familiar parte da família real para a família possível, sem perder de vista a proposta da família ideal, que é a família cristã, gerada a partir do sacramento do matrimônio e vivendo em forte unidade, harmonia e na gratuita e generosa solidariedade” (Diretório da Pastoral Familiar, Documento 79). Todo esse trabalho só acontece com o apoio de nossos bispos, padres, diáconos, religiosos e, principalmente, com a dedicação dos nossos irmãos leigos que oferecem este serviço em favor de nossas famílias com gratuidade, generosidade, humildade, fé e amor a Jesus Cristo. Obrigado a todos vocês, irmãos agentes de Pastoral Familiar, que trabalham em movimentos familiares e a todos os que se dedicam ao trabalho com as famílias. EXPEDIENTE COMISSÃO DA FAMÍLIA E VIDA: Assessor Eclesiástico: Diácono Juares Celso Krun. Sonia Biscaia – soniaabs@arquidiocesecwb.org.br / 2105-6309

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

17


JOÃO SANTIAGO Teólogo, Poeta e Militante Coordenador da CF-2018 na Arquidiocese de Curitiba.

Dimensão Social

A SANTIDADE AO NOSSO ALCANCE NA VIDA COTIDIANA:

“Sedes santos, porque eu sou santo”. (Lv 11,45; cf. 1Pd 1,16)

Neste ano de 2018, em que a Igreja celebra com alegria os cinquenta anos da Conferência Episcopal LatinoAmericana de Medelín, na Colômbia; em que celebramos alegremente os trinta anos da Exortação Apostólica “Christifideles Laici”, de São João Paulo II, “Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e na Sociedade”; em que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB - abre o Ano do protagonismo do Laicato com o belíssimo Documento 105, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”, com o chamado para ser “Sal da Terra e Luz do Mundo” (cf. Mt 5, 13-14); e nosso país lembra com tristeza os trinta anos da Constituição Cidadã de 1988, vendo-a sendo colocada em segundo plano, ao retirar ou negar direitos humanos e sociais básicos e fundamentais

18

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

nela garantidos, o Papa Francisco nos enche de ânimo e de esperança com o chamado à santidade na Exortação Apostólica “GAUDETE ET EXSULTATE”. “Alegrai-vos e Exultai” (Mt 5,12), sobre o chamado à santidade no mundo atual. Alegrei-me e Exultei ao ler a Exortação Apostólica “GAUDETE ET EXSULTATE, do Papa Francisco. Convidado pela coordenação do IX Encontro das Pastorais Sociais – Regional Sul 2, nos últimos dias 4 a 6 maio, para apresentá-la aos participantes, estudando-a, e depois meditando-a com o grupo, pude sentir a grandeza dos propósitos do Senhor para conosco e a simplicidade necessária para encontrá-lo. Inclusive, igual simplicidade e humildade vinda do Papa nas formulações e nas mensagens. Certamente, e em primeiro lugar, esta é a grande lição para toda a Igreja. Assim nos diz, logo no início, Francisco, o Papa “buscado praticamente no fim do mundo” e que se fez o profeta de uma Igreja em saída: “O meu objetivo é humilde: fazer ressoar mais uma vez o chamado à santidade, procurando encarná-la no contexto atual, com os seus riscos, desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um de nós “para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4. (GE, nº 2). São apenas cinco pequenos capítulos, apenas 76 páginas de texto, subdivididos em 177 tópicos, números que seguem uma tradição nos Documentos Oficiais, tanto os da CNBB quanto os do Vaticano. Todavia, é importante ressaltar que, neste caso, tamanho e quantidade não são determinantes. É a gentilidade de Francisco em forma de texto, o testemunho eloquente de um cristão apaixonado pela Palavra do Senhor,


pelo Senhor da Palavra, ambos vistos por ele no povo, e que conclama todas as pessoas de boa vontade a serem santas como o Senhor é santo. Porque esta é a sua vontade. O primeiro capítulo nos coloca frente a “tamanha nuvem de testemunhas”, (nº 3) Abraão, Sara, Moisés, faz memória dos “mártires e intercessores” (nº 4) e nos traz um alerta e uma certeza para as pastorais e comunidades, dirigidas pessoalmente a cada membro da Igreja: “(...) Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegemme, amparam-me e guiam-me”. Neste primeiro capítulo, destaque especial para a Espiritualidade,

Por isso é usual falar, por exemplo, de uma espiritualidade do catequista, de uma espiritualidade do clero diocesano, de uma espiritualidade do trabalho. Pela mesma razão, na Evangelii Gaudium, quis concluir com uma espiritualidade da missão; na Laudato Si’, com uma espiritualidade ecológica; e na Amoris Laetitia, com uma espiritualidade da vida familiar. (GE, nº 28).

O segundo capítulo dedica-se a denunciar os dois inimigos sutis da santidade. A saber: o gnosticismo e o pelagianismo. São duas ameaças antigas, que permanecem atuais e devem ser vistas com o devido cuidado. O primeiro encontra-se por todas as partes e tem muitas faces. Assim diz Francisco: “O gnosticismo é uma das piores ideologias, pois, ao mesmo tempo em que exalta indevidamente o conhecimento ou determinada experiência, considera que a sua própria visão da realidade seja a perfeição” (GE nº 40). O segundo, o pelagianismo ou o semipelagianismo, transforma a graça em meritocracia. “Ainda há cristãos que insistem em seguir outro caminho: o da justificação pelas suas próprias forças, o da adoração da vontade humana e da própria capacidade, que se traduz em uma autocomplacência egocêntrica e elitista, desprovida do verdadeiro amor” (GE nº 57). O terceiro capítulo nos convida a andarmos à luz do Mestre. E diz: “A palavra “feliz” ou “bem-aventurado” torna-se sinônimo de “santo”, porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade” (GE nº 64). E, a partir das bem-aventuranças, alcançaremos a misericórdia, “O

coração pulsante do Evangelho” (GE, nº 97). O quarto capítulo, ao nos apresentar algumas características da santidade no mundo atual, nos convida a vivermos as bem-aventuranças e a encontrar a misericórdia vivendo o que diz (Mt 25, 31-46). E nos convida a não ter medo de sermos Igreja em saída e conhecermos as periferias, porque “Deus não tem medo” (...) Ele próprio se fez periferia (Fl 2,6-8; Jo 1,14). Por isso, se ousarmos ir às periferias, lá o encontraremos: ele já estará lá” (GE nº 135). O quinto e último capítulo, por sua vez, nos propõe a Luta, a Vigilância e o Discernimento. Alerta-nos para compreendermos que as perseguições são consequências de uma opção evangélica, ao dizer: “(...) O triunfo cristão é sempre uma cruz, mas cruz que é, simultaneamente, estandarte de vitória, que se empunha com ternura batalhadora contra as investidas do mal” (GE nº 163). Adverte-nos contra a corrupção espiritual que nos cega e nos faz autossuficientes e para o perigo da autorreferencialidade na Igreja. Francisco conclui a Exortação Mariana e Maternamente, dizendo: “A mãe não necessita de muitas palavras, não precisa que nos esforcemos demais para lhe explicar o que se passa conosco. É suficiente sussurrar uma vez ou outra: “Ave Maria...”. (GE nº 177).

Breves considerações: Esta pequena reflexão é apenas um incentivo, um convite para que não nos neguemos a chance de estudar essa Exortação Apostólica. Ninguém, nem nós e nem a pastoral ou o grupo de oração, sobretudo catequistas e catequizandos, ministros, diáconos e todo o clero se furte do prazer de tamanha beleza e simplicidade poética e profética. A santidade está no testemunho do amor de Deus, “E entre tais testemunhas, pode estar a nossa própria mãe, uma avó ou outras pessoas próximas de nós (2Tm 1,5) (GE nº 3). Essa é a fé que herdei de meu pai, Noé Ferreira Santiago (1913-1991) e de minha mãe, Francisca Maria do Carmo, que, no dia 10 de abril último, celebramos seus 80 anos. Na sua simplicidade e fé, eles me ensinaram que as portas do céu estão sempre abertas e as do inferno estão sempre fechadas. Quem quiser a segunda opção terá que abrir a porta.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO SOCIAL: Coordenadores: Pe. Danilo Pena, Diác. Antonio Carlos Bez, Diác. Gilberto José Felis. Secretária: Maria Inês da Costa: 2105-6326 dimensaosocial@arquidiocesecwb.org.br

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

19


Juventude

História de São Marcelino Champagnat Fundador do Instituto dos Irmãos Maristas São Marcelino Champagnat marcou a história da

a Deus perdão de seus pecados e recomenda a Jesus

Igreja. Homem de espírito evangélico, fiel à vocação

e Maria as almas que lhe serão confiadas. Poucos

sacerdotal, ele entendeu as necessidades dos jovens

meses após sua chegada em Lavalla, Champagnat

camponeses sem educação devido às consequências

foi chamado a confessar um jovem doente, Jean-

que a Revolução Francesa havia deixado. Então, para

-Baptista Montagne. Ao encontrar o jovem à beira da

responder aos apelos de seu tempo, fundou um ins-

morte, estremeceu ao perceber que ele desconhecia

tituto de educadores, os filhos de Maria, nome que

as verdades da fé e o amor de Deus. Ao receber, pos-

deveria refletir o amor maternal de Maria e assim ilu-

teriormente, a notícia do falecimento do jovem, pen-

minar caminhos para encontrar Jesus.

sa: “Quantos outros meninos se encontram, todos os dias, nesta mesma situação?”.

Marcelino José Bento Champagnat nasceu em 20 de maio de 1789, na França. Era o décimo filho de uma

Após o acontecimento com o jovem Montagne,

família de onze irmãos. Entrou no Seminário Menor

Champagnat não tem dúvidas de que deve iniciar

de Verrières em 1805, onde fez os estudos secundá-

logo os planos de fundar uma sociedade de irmãos

rios. Em 1813, passou para o Seminário Maior Santo

que honre o nome de Maria. No dia 2 de janeiro de

Irineu, de Lyon, para cursar teologia. Em 23 de junho

1817, ele inicia seu projeto de educação e evangeliza-

de 1816, ordenou-se padre na Capela de Nossa Senho-

ção das crianças e jovens.

ra de Fourvière, em Lyon, onde, diante dos pés da virgem negra, se comprometeu em fundar uma obra

Na presença dos irmãos, veio a falecer no dia 6 de ju-

inspirada em Maria.

nho de 1840. Em 11 de julho de 1920, o papa Bento XV assinou o decreto sobre a heroicidade das virtudes do

Pouco depois de ordenado, o Pe. Champagnat foi

Venerável Padre Champagnat. No dia 29 de maio de

nomeado Vigário de Lavalla, paróquia localizada em

1955, é beatificado pelo Papa Pio XII. Champagnat foi

Saint Chamond. Cheio de sentimentos de humilda-

canonizado por João Paulo II no dia 18 de abril de 1999

de, ao avistar o cenário de Lavalla, ajoelha-se, pede

em missa solene na Praça de São Pedro em Roma.

REFERÊNCIA: FURET, Ir Jean-Baptiste. Vida de José Bento Marcelino Champagnat. Loyola. Edição 1989.

20

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018


Sobre a Pastoral Juvenil Marista

Missão Solidária Marista 2016

A PJM representa o lugar privilegiado de encontro com os jovens para acompanhá-los na sua experiência pessoal e comunitária de fé, ajudando-os a descobrirem o rosto de uma Igreja viva, jovem e próxima. A PJM, como oferta de educação integral, quer ajudar os jovens para que, a partir das suas próprias realidades, ajam de uma maneira cada vez mais reflexiva, intencional, consciente,

Missão Solidária Marista 2017

contextualizada e organizada, com o intuito de promover uma renovação na Igreja e uma transformação na sociedade. Ajudar a despertar o papel protagonista dos jovens, formando sua consciência cívica, social e política é de crucial importância no processo de amadurecimento na fé. A mística é permeada de valores, símbolos, reflexões e ritos que ajudam a dar sentido à busca por aprofundamento e amadurecimento na fé. O processo da mística aponta dois caminhos de refle-

Jornada Provincial 2016

xão: os lugares cristãos, que contemplam a vida de Jesus, e os lugares maristas, que olham o contexto histórico e humano da vida de São Marcelino Champagnat. Ao longo de quase 13 anos, a PJM carrega a história de muitos adolescentes e jovens, seus sonhos e realizações. Atualmente, mais de 3 mil jovens participam deste projeto de educação na fé. II Congresso Provincial da PJM

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessora Eclesiástica: Ir. Valéria Andrade. Secretário: Patryck Madeira. E-mail: juventude@arquidiocesecwb.org.br. Telefone: 2105-6364

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

21


Sagrado Coração de Jesus

PE. MAURÍCIO GOMES DOS ANJOS Diretor Espiritual Arquidiocesano do Apostolado da Oração Reitor e Pároco do Santuário Sagrado Coração de Jesus

Do lado ferido de Jesus nasceu a Igreja “O fruto desta entrega total em favor da humanidade se evidencia em dois sinais que brotaram do Coração de Jesus: a água e o sangue” (São João Crisóstomo)

O mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus e, como preparação para tal solenidade, necessitamos de um aprofundamento nesta devoção, que é tão importante para os cristãos comprometidos com a Igreja. De onde provém este caminho proposto pela Igreja? Onde está fundamentada essa espiritualidade? Como tornar-se testemunha autêntica da fé cristã nos tempos atuais? Essas questões encontrarão respostas na medida em que o ser humano deixar-se guiar pelo próprio Cristo no mistério de sua vida, missão, paixão, morte e ressurreição. O mistério da vida de Jesus é marcado pelo coração misericordioso de Deus, que nunca abandona ninguém. Embora o coração humano esteja marcado pelo pecado, levando-o para outros caminhos, o retorno para Deus se encontra no mistério da encarnação. “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4,4-5). Assim, a vinda de Cristo e sua missão no mundo tornouse o grande sinal da salvação de toda a humanidade. Deus se rebaixou para elevar a dignidade humana. “No momento em que vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe incomparável dignidade: ao tornar-se ele um de nós, nós nos tornamos eternos” (Prefácio do Natal, III). O próprio Jesus nos ensinou a fidelidade e a obediência ao projeto do Pai. “E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Fl 2,8). E o fruto desta entrega total em favor da humanidade se evidencia em dois sinais que brotaram do Coração de Jesus: a água e o sangue.

“Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue? Repara de onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, transpassando-lhe o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro, alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim aconteceu com este cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício. De seu lado saiu sangue e água (Jo 19,34). Não quero, querido ouvinte, que trates com superficialidade o segredo de tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta água e este sangue são símbolos do batismo e da eucaristia. Foi destes sacramentos que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja de seu lado transpassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa”. (Catequeses de São João Crisóstomo, bispo, Cat. 3,13-19: SCh 50, 174-177, séc. IV). É do coração aberto de Jesus que nasceu a Igreja. Esta é a grande missão daqueles que se dedicam à devoção ao Sagrado Coração de Jesus: unir-se ao mistério de sua vida, missão, paixão, morte e ressurreição.

“Deus me proporciona neste Santuário uma experiência profunda de encontro com a Palavra e com o Cristo Eucarístico. Sou grato à Igreja que me confiou esta missão desafiante, e a todos que com carinho me acolheram, apoiando todas as iniciativas de inovações administrativas, pastorais e missionárias”. (Pe. Maurício Gomes dos Anjos) “Ser Ministra da Eucaristia no Santuário é assumir um compromisso de amor com a comunidade, servindo de coração para o Coração”. (Ana Lucia Deconto, Coordenadora dos MESCS).

Festa no Santuário Sagrado Coração de Jesus A festa conta com programação do dia 3 até 16 de junho. Programação especial nos dias 8, 9 e 10. Confira em www.santuariodosagradocoracao.com.br Endereço: Av. Água Verde, 1018 - Água Verde, Curitiba - PR

22

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018


Conheça o Santuário do Sagrado Coração de Curitiba História (Parte da Homilia de Dom Pedro Fedalto, arcebispo emérito de Curitiba, na Dedicação do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, em 19 de novembro de 2016)

José de Camargo Barros consagrou a Diocese de Curitiba, naquele tempo Paraná e Santa Catarina, e determinou que todos os párocos consagrassem suas paróquias.

“Em 16 de janeiro de 1899, o bispo de Curitiba escreveu uma Carta Pastoral sobre o Sagrado Coração de Jesus. Em 21 de novembro do mesmo ano, comunicou a todo o clero que, a pedido do Papa Leão XIII - que consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus -, os Bispos de todo o mundo deveriam consagrar também as suas Dioceses ao Sagrado Coração de Jesus. Na noite de Natal de 1899, Dom

Dom Manuel quis que fosse construída em Curitiba a ampla igreja do Sagrado Coração de Jesus, pedindo ao arquiteto Euro Brandão que a projetasse e ao Pe. Francisco Starzinski que estimulasse a construção desta igreja. No centenário da Consagração ao Sagrado Coração de Jesus, em 1999, a matriz foi elevada à categoria de Santuário”.

Presbitério

Sede

É o lugar onde está o Altar e onde é proclamada a Palavra de Deus. Também é onde o sacerdote, o diácono e outros ministros exercem seu ministério. Convém que o presbitério se diferencie por alguma elevação, estrutura ou ornato. Este ambiente é central, integrando o tríplice múnus: Altar, Ambão e Sede.

A sede é a cadeira do sacerdote, que deve manifestar sua função de presidir a assembleia e dirigir a oração. Na sede do Santuário, feita com o mesmo material do altar e do ambão, foi colocado o símbolo do Espírito Santo, que continua a edificar a Igreja por meio das palavras sacerdotais.

O Altar

Tabernáculo

O altar é o centro de toda ação litúrgica: é a pedra onde se torna presente o sacrifício da Cruz sob os sinais sacramentais. O altar-mor do Santuário está situado em uma grande Cruz, desenhada no piso do presbitério. No centro do altar confeccionado, visualiza-se o Cordeiro, sinal do sacrifício Pascal de Cristo. O Cordeiro imolado e ressuscitado está sentado sobre o Livro Sagrado e olha em direção ao ambão, pois Ele é o Verbo, a palavra que se fez carne e veio habitar entre nós (cf Jo 1, 14).

O tabernáculo do Santuário foi feito na forma de um grande Sol, em cuja centralidade encontrase um coração, que se refere ao Sacratíssimo Coração de Jesus, fonte de infinitas graças. Ao lado do sacrário, encontram-se dois anjos que guardam as espécies sagradas. Eles expressam a nossa vigilância na oração e o olhar de Deus, humano e divino, sobre a história da salvação.

Imagens Ambão A Palavra de Deus sempre foi venerada pela Igreja como o próprio corpo do Senhor. Por isso, também o seu anúncio requer um lugar digno, para o qual se volte a atenção dos fiéis no momento da Liturgia da Palavra. O ambão não é apenas “funcional”, mas também simbólico. É pela proclamação e vivência da Palavra que o ser humano se modela e se configura com Cristo.

Cada imagem do Santuário carrega consigo a história de muitas gerações. Dentre todas, destaca-se a imagem do Sagrado Coração de Jesus, que se encontra na parte mais elevada do Santuário e foi trazida de São Paulo pelo Padre Pedro Cobalchini. Quando chegou à igreja no Água Verde, em 1889, foi feita uma esplêndida festa para a sua inauguração. Essa imagem passou por uma grande restauração e foi novamente entronizada no Santuário no dia 5 de junho de 2016.

Santuário Sagrado Coração de Jesus Secretaria: Segunda: das 13h30 às 17h Terça a Sexta: das 9h às 12h e das 13h30 às 17h Sábado: das 9h às 12h

Missas: Segunda a Sexta: 7h Terça a Sábado: 19h 1ª Sexta do mês: 14h30 Domingo: 9h,10h30 e 19h 1º Domingo do mês: 7h

Capela Imaculada Conceição Novenas: Quarta: 8h, 14h30 e 19h30 (Nossa Senhora Perpétuo Socorro) Sexta: 18h (Sagrado Coração de Jesus com bênção e adoração ao Santíssimo Sacramento)

Missas: Sábado: 17h30 Domingo: 11h30 Novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: Quarta: 15h

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

23


Painel

Encontro de Formação em Liturgia e Canto Litúrgico – Região Episcopal Centro-Oeste A Comissão Litúrgica da Arquidiocese de Curitiba irá promover, no dia 23 de junho, um Encontro de Capacitação em Liturgia e Canto Litúrgico para a Região Episcopal Centro-Oeste. A paróquia escolhida para sediar o encontro foi a Nossa Senhora da Piedade, em Campo Largo. A formação tem o objetivo de acolher e capacitar as equipes de liturgia e canto litúrgico paroquiais e leigos e leigas que tenham afinidades com essa pastoral‚ visando à comunhão e à partilha de dons. Inscrições abertas no site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

Setor Juventude reúne coordenadores da Região Episcopal Sul Em 5 de maio, aconteceu no Santuário Nossa Senhora do Carmo o 1º Encontro com coordenadores de grupos de jovens da Região Episcopal Sul da Arquidiocese de Curitiba. Cerca de 40 coordenadores estiveram presentes. O encontro teve o objetivo de apresentar aos grupos as novas propostas do Setor Arquidiocesano da Juventude, que busca criar maior consciência de eclesialidade em nossa Arquidiocese, favorecendo a união entre os jovens das paróquias.

Pastorais sociais de Curitiba participam de encontro do Regional Sul II da CNBB Entre os dias 4 e 6 de maio, aconteceu no Seminário dos Freis Carmelitas, em Curitiba, o Encontro das Pastorais Sociais do Regional Sul II da CNBB. Ao todo, participaram pastorais de 18 Dioceses do Paraná, incluindo a Arquidiocese de Curitiba. O tema do encontro foi a Encíclica do Papa Francisco “Alegrai-vos e Exultai-vos” (Gaudete et Exultate). A programação do encontro contou com reuniões entre as pastorais, momentos de oração, plenária e definição de estratégias de ação conjunta.

24

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018


Clero de Curitiba se reúne em encontro de formação permanente Entre os dias 8 e 10 de maio, o clero da Arquidiocese de Curitiba esteve reunido na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê para um encontro de formação permanente. Os temas trabalhados nessa formação foram: “A teoria de gênero” e “O presbítero na pósmodernidade”.

Pastoral do Trânsito é lançada em Curitiba A Arquidiocese de Curitiba e o Grupo Marista lançaram no dia 24 de maio a Pastoral do Trânsito. A iniciativa tem a finalidade de dar suporte e conscientizar familiares e vítimas do trânsito, crianças e adolescentes e profissionais que trabalham nas vias urbanas. São três frentes de atuação: saúde, educação e vias urbanas. A frente da saúde será conduzida no Hospital Universitário Cajuru – que atende mensalmente cerca de 600 pacientes vítimas do trânsito. Voluntários católicos acolherão e darão suporte a familiares e pacientes durante o internamento e após a alta hospitalar. Na vertente da educação, mensagens sobre o comportamento adequado no trânsito serão transmitidas a crianças e adolescentes durante a catequese, formando novas gerações de condutores e pedestres mais conscientes. A terceira frente – nas vias urbanas – tem o objetivo de se aproximar e oferecer apoio espiritual a profissionais que trabalham no trânsito, como motoristas de ônibus, taxistas e motoboys.

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

25


Painel

Inscrições abertas para o SOS Família 2018: formação para casais Estão abertas as inscrições para o curso SOS Família de 2018, serviço de formação para casais promovido pela Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba. O curso é composto de oito encontros, que vão de junho a novembro – sempre aos domingos, das 8h às 12h, na Cúria Metropolitana. Esse curso tem por objetivo trabalhar aspectos do relacionamento familiar no campo social‚ emocional e espiritual‚ a partir das exortações apostólicas “Evangelli Gaudium” e “Amoris Laetitia”. Com o tema “Cuidando dos cuidadores”, os conteúdos do curso servirão de subsídio para o serviço de escuta familiar nas paróquias e para todos os cristãos que trabalham nas ações missionárias. Datas dos encontros: 1º dia: 24/06 2º dia: 22/07 3º dia: 05/08 4º dia: 26/08 5º dia: 16/09 6º dia: 07/10 7º dia: 28/10 8º dia: 11/11

A taxa de inscrição é de R$65,00 por pessoa (material incluso). Inscrições em www.arquidiocesedecuritiba.org.br

Arquidiocese de Curitiba recebe homenagem pela realização do Corpus Christi 2018 Os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESCs) foram os principais homenageados na sessão solene realizada no dia 17 de maio na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que enalteceu a Arquidiocese de Curitiba pela realização do Corpus Christi 2018. Estiveram presentes na mesa representando a Arquidiocese de Curitiba: o Arcebispo, Dom José Antônio Peruzzo; os padres José Aparecido e Alexsander Cordeiro Lopes; os diáconos Sidney Lemes e Cléverson Martins; a 1ª secretária arquidiocesana dos MESCs, Lusinda Maria Poll, e o coordenador arquidiocesano dos MESCs, Luiz Antônio Lenzi Costeira. A sessão foi uma proposição do deputado Evandro Araújo. Entre os homenageados, estiveram coordenadores de MESCs dos 15 setores pastorais da Arquidiocese.

26

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018


Corpus Christi de Curitiba é incluído no calendário oficial da cidade e do Paraná No dia 21 de maio, em votação unânime, a Câmara Municipal de Curitiba oficializou a inclusão do Corpus Christi no calendário oficial de eventos da cidade. O projeto de lei, assinado por 14 vereadores, procura valorizar a celebração centenária da igreja católica que já é realizada na capital há muitos anos. Os vereadores falaram sobre o motivo dessa aprovação no dia da votação, comentando entre as falas que a procissão tem um significado religioso muito grande e que a lei contribuirá como incentivo ao turismo religioso em Curitiba. Em abril, o Corpus Christi de Curitiba já havia sido incluído no calendário oficial do Estado do Paraná. O Projeto de Lei é de autoria do deputado estadual Evandro Araújo e tramitou na Assembleia Legislativa do Paraná como PL 760/2017, com o título: “Corpus Christi – Festa da Unidade e da Solidariedade”. Foi sancionado pela governadora Cida Borguetti em 23 de abril. Na ocasião, Dom Peruzzo lembrou que, mesmo em um Estado Laico, é possível favorecer a expressão religiosa própria da cultura do povo: “O reconhecimento oficial confere robustez cultural a uma expressão que já está profundamente arraigada no coração da nossa gente, que é a expressão religiosa”. A inclusão no calendário oficial de Curitiba e do Paraná é um reconhecimento do Poder Público do estado à importância cultural, histórica, artística e social da solenidade na capital.

Cobertura completa do Corpus Christi 2018 Neste ano de 2018, o Corpus Christi em Curitiba passou a ter novidades no campo artístico, cultural e social. Houve vigília na noite anterior ao feriado (30/05) e apresentações diversas durante todo o dia de Corpus Christi (31/05) em palco montado na Praça Nossa Senhora de Salette. As novidades incluíram também feira gastronômica no local. No aspecto social, foi realizada a arrecadação de alimentos e agasalhos para destinar às pessoas mais necessitadas no inverno curitibano. A cobertura completa pode ser acompanhada no site da Arquidiocese de Curitiba e no site: www.corpuschristicuritiba.com.br

Arquidiocese de Curitiba | Junho 2018

27


Conheça e adquira os produtos do Setor de Artigos Religiosos na Mitra da Arquidiocese de Curitiba

Av. Jaime Reis nº: 369 – Alto São Francisco, Curitiba/PR sac@arquidiocesecwb.org.br Telefone: (41) 2105-6325

Novo subsídio da Arquidiocese

de Curitiba

R$3,00

Adquira as produções da

EDITORA Adquira em: ARQUIDIOCESANA DE CURITIBA sac@arquidiocesecwb.org.br telefone (41) 2105-6325.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.