Revista arquidiocese março 2017

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Publicação da Arquidiocese de Curitiba - Paraná

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Ano XIV - Edição 170 - Março de 2017

Cultivar e Cuidar da Criação É Tempo de vivenciarmos a Quaresma e a Fraternidade. Saiba mais e participe da Campanha da Fraternidade 2017.

Veja também Iniciação à vida Cristã

Canto litúrgico

2017: Ano Nacional Mariano

Este será o tema da 55ª Assembleia Geral da

A beleza que temos em nossos cantos

300 anos do encontro da imagem de

CNBB.P.06

dentro de nossas celebrações. P.08

Nossa Senhora Aparecida. P.20

+ artigos e novidades de nossa Arquidiocese


Agenda Mensal dos Bispos Março/2017

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial O primeiro dia do mês de março marca para nós o início da Quaresma e o lançamento da Campanha da Fraternidade 2017. Na encíclica Laudato Si, Papa Francisco nos lança a seguinte questão: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?”. Desta forma, somos instigados a compreender que cultivar e guardar a criação não diz respeito apenas às questões ecológicas, mas também a um olhar sobre toda a vida humana, sobre o presente e o futuro que esperamos ter. Assim, a CF-2017 nos desafia a dedicar momentos de estudo e diálogos ao apresentar o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15), trazendo uma reflexão sobre meio ambiente e sugerindo uma visão global das expressões da vida e dos dons da criação. Saber o que são e quais são os – Caatinga, Cerrado, Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Pantanal e Pampas –, bem como compreender a necessidade urgente de sua preservação significa, também, conhecer mais sobre nós mesmos e sobre nossa própria preservação. Nesta edição da Revista Voz da Igreja apresentamos artigos que procuram aprofundar esta reflexão e nos inspirar a vivenciarmos a Quaresma e a Fraternidade não apenas em nossas paróquias e comunidades, mas em nossa vida cotidiana com toda a sociedade. Esta publicação traz, ainda, artigos que falam sobre a vivência do Ano Nacional Mariano, para fazermos memória dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. O ano Mariano, portanto, é uma grande oportunidade para aprofundarmos a nossa fé e a nossa devoção as virtudes de Maria, sua obediência e fidelidade a Deus Pai; seu seguimento de discípula missionária de Jesus, e abertura e docilidade ao Espírito Santo. Trazemos também um artigo de Dom Pedro Fedalto em homenagem a Dom Albano Cavallin, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Londrina que faleceu em fevereiro deste ano. Os dois eram amigos desde a adolescência. Você também pode participar da elaboração desta revista dando sugestões de temas, textos e artigos para publicação, basta escrever para nós. Uma boa leitura a todos!

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A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Bispo da Arquidiocese de Curitiba: Dom José Mário Angonese | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Teodoro Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão: Aline Tozo | Revisão Teológica: Pe. Roberto Nentwig | Colaboração voluntária: 12 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Gráfica: Gráfica ATP | Tiragem: 10 mil exemplares.

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Arquidiocese de Curitiba | Março 2017

01 • Coletiva de Imprensa da Campanha da Fraternidade 2017 12 a 14 • Missa de Cinzas, na Catedral 02 • Reunião do Setor Cabral, na 15 Paróquia Santo Antônio • Expediente na Cúria • Leitura Orante na Paróquia 16 Santíssima Trindade 17 03 • Reunião do Setor Boqueirão, na Paróquia Nossa Senhora da Visitação 20 • Reunião do Setor Rebouças, 21 a no Santuário Nossa Senhora de 23 Lourdes 24 04 • Retiro para o Grupo de Animação Missionária da Arquidiocese • Missa na Comunidade Toca de Assis 05 • Crisma na Paróquia Imaculada Conceição, em Campo Magro • Missa de Posse de Pároco, na Paróquia Nossa Senhora 25 Auxiliadora 06 • Gravação na TV Evangelizar – Leitura Orante • Palestra na Escola de Fé, na Paróquia Santana em Campo de Santana 07 • Reunião Geral do Clero da Arquidiocese, na Casa de Retiros Nossa Senhora do 26 Mossunguê • Programa Conhecendo a Palavra na TV Evangelizar 27 08 • Expediente na Cúria 09 • Reunião dos 15 Setores da Arquidiocese, na Cúria 28 • Reunião do Setor Pinheirinho, na Paróquia São Pedro Apóstolo • Reunião das 13 Comissões, na 29 Cúria 10 • Reunião do Setor Cajuru, na Paróquia Nossa Senhora 30 Aparecida • Reunião com os novos Vereadores de Curitiba, na Cúria 31 11 • Palestra no Retiro Paroquial, na Paróquia Santo Antonio, em Orleans

• Criação da Nova Paróquia no Bairro Tatuquara • Assembleia do Regional Sul II, em Maringá • Reunião da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI) • Expediente na Cúria • Reunião do Setor Pinhais • Reunião do Setor Capão Raso, na Paróquia Santana • Expediente na Cúria • Missa no Seminário São José • Reunião do Conselho Permanente da CNBB, em Brasília • Reunião do Setor Santa Felicidade, na Paróquia Santo Inácio • Reunião dos Formadores, no Seminário Rainha dos Apóstolos • Visita no Seminário Rainha dos Apóstolos • Encontro com os Professores Universitários, na PUCPR • Missa de Votos Perpétuos das Irmãs de Jesus Misericordioso, no Santuário da Divina Misericórdia • Missa no Congresso Arquidiocesano da RCC, na Paróquia São Brás • Formação Bíblica na Escola Jesus de Nazaré, na Paróquia Santa Cândida • Crisma na Paróquia São Jorge • Gravação na TV Evangelizar – Leitura Orante • Reunião do Setor Portão • Programa Conhecendo a Palavra na TV Evangelizar • Expediente na Cúria • Visita no Seminário Propedêutico • Reunião do Setor Orleans, na Paróquia Cristo Ressuscitado • Visita no Seminário São José • Reunião do Setor Campo Largo, na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação • Visita no Seminário Bom Pastor

Dom José Mário Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba Região Episcopal Norte 16 • Reunião do Setor Pinhais 01 • Coletiva de Imprensa da Campanha da Fraternidade 17 • Reunião do Setor Capão Raso, 2017 na Paróquia Santana • Missa na Comunidade Nossa 18 • Missa de Abertura da Escola Senhora Aparecida, no Tanguá Sagrada Família, na Paróquia São José, Vila Oficinas 02 • Reunião do Setor Cabral, na Paróquia Santo Antônio • Crisma na Paróquia Santa Bertila 03 • Reunião do Setor Boqueirão, na Paróquia Nossa Senhora da 19 • Abertura dos Cursos do IAFFE, Visitação na PUCPR • Reunião do Setor Rebouças, • Ordenação Diaconal, na no Santuário Nossa Senhora Paróquia Nossa Senhora das de Lourdes Vitórias 20 • Missa no Seminário São José 03 a 04 • Retiro com o Grupo de Animação Missionária da 23 • Expediente na Cúria Arquidiocese 24 • Reunião do Setor Santa Felicidade, na Paróquia Santo 05 • Missa no Pequeno Cotolengo Inácio 07 • Reunião Geral do Clero da Arquidiocese, na Casa de • Reunião dos Formadores, Retiros Nossa Senhora do no Seminário Rainha dos Mossunguê Apóstolos 25 • Missa na Comunidade 08 • Expediente na Cúria Bethânia 09 • Reunião dos 15 Setores da Arquidiocese, na Cúria 26 • Missa na Paróquia Nossa • Reunião das 13 Comissões, Senhora da Luz, Pinhais na Cúria 26 a • Visita Pastoral na Paróquia São • Reunião do Setor Pinheirinho, 02/04 João Batista, em Almirante na Paróquia São Pedro Tamandaré Apóstolo 28 • Reunião do Setor Portão 30 • Reunião do Setor Orleans, na 10 • Reunião do Setor Cajuru, na Paróquia Nossa Senhora Paróquia Cristo Ressuscitado Aparecida 31 • Reunião do Setor Campo Largo • Reunião do Setor Campo 12 a 14 • Assembleia do Regional Sul II, em Maringá Largo, na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação 15 • Expediente na Cúria


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Ser religioso(a) ou ser uma pessoa de fé: distinções Impressiona o elevado grau de religiosidade disseminada por toda a parte. Desde os tempos do iluminismo se anunciava o fim da religião. Contudo, por mais que a genialidade humana seja pródiga em sua força inventiva, quando tudo estaria a sugerir que a família humana seria mais feliz e justa, ainda assim enumeram-se as contradições da história. Homens e mulheres, carentes e abastados, parecem sempre mais inquietos. Uns pela falta, outros pelo excesso. E Deus é sempre lembrado. Em muitos casos, infelizmente, até para legitimar a violência. É muito comum confundir experiência religiosa com experiência de fé. Também se fazem verdadeiros hibridismos entre religião e espiritualidade. Embora sejam questões conexas, se faltar discernimento, prevalecerá muito mais a disputa entre religião e fé do que o encontro entre estas duas dimensões. A religião refere-se ao sagrado, ao inacessível, dotado de onipotência. A pessoa religiosa se expressa com ritos e cultos. Faz suas ofertas e apresenta seus pedidos. Em muitas situações envolve um grande fascínio. Tem forte componente emotivo. Também faz parte da experiência religiosa a adesão a um corpo doutrinal. Mas ainda não chega a ser uma vivência de encontro com um Deus amoroso. Neste sentido, até as nossas novenas, vez por outra, podem carecer de maiores discernimentos. Elas correm o risco de serem apenas exercícios de religiosidade, o que é ambíguo. A experiência de fé tem fundas raízes na religião. Mas traz consigo alguns elementos diferenciadores. A fé pede atitudes de relação, de confiança, de obediência. Não se trata de relação submissa, nem confiança cega. Tampouco se pensa em obediência fanatizada. Na experiência de fé conta muito, decisivamente, a liberdade pessoal. Compreendamos o sentido de “obediência”. Vem do latim ob-audire. A

primeira parte (ob) é prefixo que indica “diante de”, “por causa de”. Audire quer dizer ouvir. Daí o termo obediência. Agora voltemos à fé. Homem ou mulher de fé não é aquele(a) que tem certezas intelectuais. Tampouco é fé aquela atitude psicológica parecida com pensamento positivo. Estas são virtudes humanas, mas que ainda não integram ou constroem relações de confiança. Tem fé quem se dispõe aderir e vincular sua liberdade em favor de alguém que confere sentido à vida presente e futura. Porque adere também ouve, também ora, também obedece (ob-audire). Claro, a fé tem uma dimensão religiosa porque comporta abrir-se à eternidade, ao infinito, ao onipotente. Mas mais do que aspectos de ritos, valem os vínculos de relação. Agora podemos retomar a frase do evangelho. O mais sério problema dos discípulos não era o vento tempestuoso. Não era a ameaça das ondas. Era a sua pouca confiança. O mar agitado era poderoso. O vento forte era ameaçador. Aos discípulos parecia mais lógica a certeza vinda de um milagre expectado do que a confiança na força, na autoridade e na palavra que de Jesus tinham ouvido. Eles eram homens religiosos. Mas ainda não tinham fé. O vento e o mar se curvaram ante a voz de Jesus. Os discípulos, porém, se apavoraram. Segue que para chegar a ser uma pessoa de fé o caminho a percorrer não é o das elaborações filosóficas. Não são os raciocínios complicados que me levam à obediência a Deus. Se se trata de relação e de confiança, então a disposição à oração é o passo primeiro. É por isso que encontramos no mesmo evangelho de Marcos uma sublime oração de súplica: “Senhor, vem em socorro à minha fé” (Mc 9,24).

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

QUARESMA E FRATERNIDADE: BIOMAS BRASILEIROS E DEFESA DA VIDA. Quaresma.

O Brasil tem seis biomas:

Quaresma é o tempo propício para a conversão. Quem é que não precisa de conversão? São João diz que, se alguém não tem pecado, é mentiroso. “Se dissermos que não pecamos, somos mentirosos” (I Jo. 1, 10)

1 – Bioma Amazônia, na Amazônia legal.

Ao recebermos as Cinzas, no inicio da Quaresma, o celebrante diz: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc. 1,15).

3 – Bioma Cerrado, no Centro-Oeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins.

A Igreja propõe a cada um de nós na Quaresma a conversão com o jejum, a oração e a esmola, porque pelo jejum mortificamos nosso corpo, pela oração confiante, pedimos a graça da conversão e pela esmola partilhamos nosso amor aos outros. “Fraternidade: Biomas brasileiros – defesa da vida”. A Campanha da Fraternidade é um caminho de conversão, na Quaresma, com a defesa da vida humana, através da justiça, na educação, segurança e saúde e também na defesa da vida animal e vegetal, com a ecologia. A Campanha da Fraternidade apresenta para 2017 o tema: Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn. 2,15). A palavra bioma vem do grego: bio – vida e oma – massa, grupo, estrutura. Assim um bioma é o agrupamento de seres humanos com a cultura similar, com animais, aves, vegetação, clima identificáveis nas regiões.

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2 – Bioma Caatinga, no semiárido de 08 estados do Nordeste e Norte de Minas Gerais.

4 – Bioma Mata Atlântica, o maior com 17 Estados desde o Rio Grande do Sul até o Piauí. 5 – Bioma Pantanal, o menor, em três países, Brasil, Paraguai e Bolivia, considerado pela UNESCO o Patrimônio Natural Mundial. 6 – Bioma Pampa, situado na Região Sul do Brasil, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. O que a Campanha da Fraternidade propõe a todos os brasileiros: agir em sintonia com o Papa Francisco na Encíclica Laudato Si para a defesa da vida no planeta, de acordo com o plano de Deus Criador do Universo. Por isso, nos Regionais, Dioceses, Paróquias, Comunidades Eclesiais e Sociais, Famílias, todos se empenhem para conhecer o Manual e o Texto-Base da Campanha da Fraternidade da CNBB e seguir o que é proposto nos encontros e celebrações comunitárias, setoriais e familiares.


IRMÃ SUZANE APOLINÁRIA, FSP

Juventude

Um olhar para a juventude Em 13 de janeiro deste ano, o Papa Francisco lançou uma carta aos jovens por ocasião da apresentação do documento preparatório para a 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. O Sínodo foi convocado pelo Papa para outubro de 2018 e terá como temática central a juventude: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. E mesmo faltando muito tempo para os debates sinodais, o pontífice já coloca a Igreja a caminho nessa reflexão e convoca especialmente os jovens: “Um mundo melhor constrói-se também graças a vós, ao vosso desejo de mudança e à vossa generosidade. Não tenhais medo de ouvir o Espírito que vos sugere escolhas audazes, não hesiteis quando a consciência vos pedir que arrisqueis para seguir o Mestre. Também a Igreja deseja colocar-se à escuta da vossa voz, da vossa sensibilidade, da vossa fé; até das vossas dúvidas e das vossas críticas. Fazei ouvir o vosso grito, deixai-o ressoar nas comunidades e fazei-o chegar aos pastores”.

bem como a relação com Deus e com as demais pessoas. As incertezas presentes no contexto pessoal de cada jovem geram, muitas vezes, insegurança e medo de fazer escolhas ou tomar decisões que comprometam a vida. Por outro lado não são poucos os jovens que trazem em si um grande desejo de pertença e participação nas mudanças que aspiram ver na sociedade.

O documento está organizado em três partes: “Os jovens no mundo de hoje”, “Fé, discernimento e vocação”, e “Ação Pastoral”. Segundo o documento, em continuidade ao caminho percorrido nos últimos Sínodos, a Igreja decidiu interrogar-se sobre o modo de acompanhar os jovens a reconhecer e acolher a chamada ao amor e à vida em plenitude.

Ação Pastoral – Neste processo de acompanhamento a Igreja é convocada a caminhar com os jovens, saindo e encontrando-os lá onde eles estão, adaptando a linguagem aos seus tempos e aos seus ritmos, abrindo-se às suas experiências e aprendendo com eles novas formas para o anúncio do Evangelho.

Os jovens no mundo de hoje – A realidade da juventude hoje revela uma profunda complexidade. O texto afirma que existe uma “pluralidade de mundos juvenis”, especialmente evidenciado pelas numerosas diferenças entre regiões e culturas. Vivemos em um tempo de significativas transformações econômicas, culturais, sociais e religiosas. Transformações estas que afetam de maneira singular a forma de ser, de pensar e de viver,

Fé, discernimento, vocação – Somos chamados à vida em plenitude e como dizia o Beato Tiago Alberione, fundador da Família Paulina: “A pessoa só é plenamente feliz quando descobre a vocação à qual é chamada”. Deus tem um projeto de amor para cada filho/a e para cada um a vocação se expressa de uma forma pessoal e concreta, fruto de uma série de escolhas que nos orientam a um estilo de vida. “Através do percurso do Sínodo, a Igreja quer reiterar o seu desejo de encontrar, acompanhar e cuidar de cada jovem, sem exceção”, diz o texto.

O texto preparatório encerra com um questionário, que pode ser respondido por toda a Igreja e tem em vista a coleta de elementos para a redação do Instrumentum laboris, ou documento de trabalho. Além deste questionário, está prevista uma consulta aberta a todos os jovens através de um site da Internet (ainda não informado). Façamos nosso o desejo do Papa Francisco de contribuir para a alegria da juventude (Ref. 2 Cor 1,24).

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE: juventude@arquidiocesecwb.org.br / (41) 2105-6364 / 9605-4072 / 2105-6368 Murilo Martinhak / Assessor Eclesiástico: Pe. Waldir Zanon Junior. Arquidiocese de Curitiba | Março 2017

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Animação Bíblico-Catequética

Iniciação à vida Cristã no processo formativo do discípulo missionário de Jesus Cristo Tema central da 55ª Assembleia Geral da CNBB A iniciação à vida Cristã volta a ser tema da 55ª Assembleia Geral da CNBB. De 26 de abril a 5 de maio, em Aparecida, os bispos do Brasil estarão refletindo e rezando, discernindo e aprendendo com a história, buscando e propondo caminhos para que esse processo produza discípulos missionários na Igreja de Jesus Cristo.

necessidade de mudança de paradigmas nos processos catequéticos. Em consonância com tema central da Assembleia Geral da CNBB promovemos, no mês de fevereiro, três encontros a fim de provocar nas lideranças envolvidas com a catequese um olhar sério e crítico (o VER) sobre a sua realidade, sobre o seu jeito de fazer, sobre métodos, etc.

A Comissão Bíblico-Catequética de nossa Arquidiocese, desde a promulgação do Diretório Nacional de Catequese, em 2006, vem promovendo ações formativas para ampliar a reflexão sobre a

Fomos iluminados, nos três encontros, pelo Aprender com Jesus à luz do ícone da Samaritana (Jo 4,1-25.39-42), tão lindamente meditado no capítulo I do texto base da Assembleia.

Encontro com agentes do Catecumenato 04 de fevereiro 2017 Estiveram reunidas no Cenáculo Arquidiocesano aproximadamente 230 pessoas envolvidas com o catecumenato de adultos em suas paróquias. Padre Gilson Cesar Camargo, num primeiro momento, resgatou a teologia do catecumenato como processo eficaz de iniciar na fé e inserir na comunidade. Num segundo momento, o itinerário do catecumenato foi exposto com todos os seus elementos: 4 tempos (Précatecumenato, Catecumenato, Purificação e Iluminação e Mistagogia); e 3 etapas (celebração de admissão, celebração de eleição e celebração dos sacramentos). É fundamental manter a integralidade do processo,

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sem pular tempos ou etapas, de forma a oferecer ao candidato ao catecumenato a beleza de vivenciar o Cristo vivo, de meditar a sua Palavra, de experimentar a sacralidade dos ritos e celebrações. Tivemos a visita, nesse encontro, de nosso arcebispo, D. José Antonio Peruzzo que, com carinho de pastor, agradeceu às lideranças presentes por tudo que realizam, motivando-as a continuar, melhorando sempre mais. Por fim, num terceiro momento, algumas paróquias partilharam suas experiências de implantação, suas dificuldades, seus desafios, suas alegrias pelos frutos...


Encontro com coordenações de Catequese de Crianças/Adolescentes 11 de fevereiro de 2017 Pela limitação de lugares no Cenáculo Arquidiocesano, os setores pastorais foram divididos em dois períodos, totalizando aproximadamente 400 pessoas presentes. Primeiramente ouviram Pe. Roberto Nentwig falar de Mensagem e Conteúdo – Cap. IV do Diretório Nacional de Catequese, que nos traz a Palavra de Deus e a Liturgia como fonte da catequese, além dos conteúdos da fé presentes no Catecismo da Igreja Católica. Foi um feliz momento de entendimento sobre a importância da inspiração catecumenal em todo e qualquer processo catequético.

Num segundo momento, o itinerário catequético para a catequese de crianças e adolescentes foi apresentado, mostrando a importância de seus elementos, com a inspiração catecumenal perpassando todo o processo. D. José Mario Angonese visitou o Encontro no período da tarde, dando sua palavra carinhosa, ressaltando a importância do trabalho de cada em nossa Igreja. Por fim, a partilha de paróquias que demonstram a eficácia de um processo bem planejado.

Encontro com agentes da Catequese Familiar 18 de fevereiro de 2017 O Cenáculo Arquidiocesano também acolheu aproximadamente 240 pessoas nesse encontro tão significante. Pe. Luciano Tokarski trouxe alguns elementos importantes da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, que ratifica a necessidade do zelo pastoral e a importância da personalização com as famílias dos catequizandos de uma paróquia. Tivemos a feliz presença de D. José Maria Angonese, com palavras de gratidão, motivação e carinho às lideranças presentes.

Fotos: Regina Marton

Num segundo momento, formou-se um painel com a apresentação do itinerário da Catequese Familiar, bem como seus passos para a implantação total. Essa apresentação foi sendo iluminada pela partilha de experiências das lideranças de diversas paróquias, presentes na mesa do painel. Momento frutuoso e motivador para os presentes.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6318 / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon.

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Liturgia

PE. JOSÉ AIRTON DE OLIVEIRA Coordenador da Comissão Litúrgica

Razões para cantar a Liturgia Queridos e amados irmãos e irmãs, nesta edição continuamos refletindo sobre o canto litúrgico tão importante e necessário em nossas celebrações. São experiências que vamos adquirindo cada vez que fazemos nossos encontros e formações em nossa Paróquia. Apresento algumas razões para cantar a Liturgia, e como já estamos no tempo da quaresma, podemos conferir algumas orientações e lembretes que estão no diretório de liturgia. Pretendemos neste ano focar a temática em nossos encontros de Liturgia na arquidiocese sobre o Canto litúrgico, mostrando a beleza que temos em nossos cantos dentro de nossas celebrações. Os encontros serão sempre em nível de Região Episcopal. Portanto, entendamos um pouco sobre as razões de cantar a liturgia:

1. Teológica: celebrar a ação de Deus em nossa vida A liturgia cristã é celebração da ação eficaz do Deus Uno e Trino na vida da Igreja e dos fiéis, conformando-os cada vez mais intimamente a Cristo e inserindo-os na comunhão da Trindade pela força do Espírito. Em resposta a esta ação de Deus, a Igreja se une em assembleia de culto, louvor e ação de graças. A liturgia deve introduzir o cristão no mistério de Deus não só com palavras, mas através de ritos, gestos e símbolos. Neste contexto, a expressão artística é a mais apropriada forma de expressão; a música e o canto ocupam lugar privilegiado, pois são meios extraordinários de estabelecer uma comunhão com Deus. A poesia, aliada à melodia, eleva o coração humano a Deus.

2. Cristológica: celebrar o mistério pascal do Senhor O canto litúrgico brota do Mistério Pascal do Senhor (vida, paixão, morte e ressurreição). Dessa origem do canto cristão brotam características como a dimensão pascal da vida e do cantar, em que a última

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palavra é a ressurreição e a vida plena. É, portanto, um canto marcadamente esperançoso. A festa no Senhor Ressuscitado produz a essência do nosso cantar.

3.Pneumatológica: cantar no espírito A oração cristã não é somente para Deus, mas em Deus. O cantar em Deus qualifica o nosso canto e a nossa celebração como um canto entusiasmado (en - Theous). Os apóstolos, na manhã de Pentecostes, pareciam bêbados porque estavam entusiasmados = cheios do Espírito Santo. A assembleia que canta no Espírito faz ressoar um canto que é verdadeiro clamor que brota do fundo da alma, cheio de fervor, de alegria no Espírito, como diz o Apóstolo.

4.Eclesiológica: cantar em comunidade O canto é atividade essencialmente comunitária. A Igreja expressa, maravilhosamente bem, a sua realidade de comunhão e participação por meio do canto comunitário. Não há reunião, festa, congresso algum, de qualquer natureza, esportiva, cultural, religiosa, civil e militar, que não ponha no canto, nos hinos, a sua esperança de coesão interna e de afervoramento em relação aos objetivos e propósitos que quer alcançar. A participação comunitária não se dá só diretamente cantando, mas ouvindo e apreciando: deixando-se envolver pela beleza da música. No caso da Igreja, o canto não possui só uma função catártica (de alívio, purificação...), catalisadora (de estímulo, de dinamismo, de incentivo...) e motivadora, mas é sacramento, é simbolismo, isto é: O canto é um dos elementos que compõem a visibilidade, a corporeidade do simbolismo sacramental. Por meio deste sinal sensível, a Palavra cantada é veículo do encontro de Deus conosco e dos fiéis em Cristo entre si. O canto e a música na celebração litúrgica remetem à linguagem superior, expressam melhor a oração, favorecem a unidade, enriquecem e solenizam a celebração, exercem uma função ministerial.


Tempo de Quaresma

Campanha da Fraternidade

Transcrevo aqui o que nos diz o diretório da liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017, sobre o tempo que vamos viver:

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promove este ano, durante a Quaresma, a Campanha da Fraternidade, cuja finalidade principal é vivenciar e assumir a dimensão comunitária e social da Quarema. A Campanha da fraternidade ilumina de modo particular os gestos fundamentais desse tempo litúrgico: a oração, o jejum e a esmola.

O tempo da Quaresma vai da quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (SC, nº 109).

Neste ano, o tema da Campanha é “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15).

Notas para a Quarta-feira de Cinzas: Anotações 1. Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores; o toque de instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas. 2. A cor do tempo é roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa (IGMR, n. 308f). 3. Em todas as Missas e Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia. 4. Nas solenidades e festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deum e o Glória. 5. As memórias obrigatórias que ocorrem neste tempo podem ser celebradas como memórias facultativas (cf. Anotações Gerais 2.4). Não são permitidas missas votivas.

1. Dia de jejum e abstinência. 2. Na missa, depois do Evangelho e da Homilia, se benzem e impõem as cinzas feitas de ramos de oliveiras ou outras árvores, bentos no domingo de ramos do ano anterior. O ato penitencial se omite. 3. A benção e imposição das cinzas também podem ser feitas sem Missa, neste caso, oportunamente, precede uma Liturgia da Palavra, aproveitando o canto de entrada, a coleta e as leituras da Missa com seus cantos; depois da homilia, são bentas as cinzas e impostas, e o rito termina com a oração dos fiéis. Vamos com muita alegria cantar a liturgia aproveitando este tempo que o senhor nos da para viver bem a nossa fé e esperar com alegria a festa da Páscoa do Senhor.

6. Na celebração do Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a benção nupcial; mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasiada pompa.

EXPEDIENTE COMISSÃO LITÚRGICA: peairton@hotmail.com / (41) 2105-6363 / Coordenação: Pe. José Airton de Oliveira

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Especial CF-2017

JOÃO SANTIAGO Coordenador da CF-2017

Campanha da Fraternidade de 2017 O primeiro relato da criação (Gênesis 1, 1-2,4b) nos revela um Deus apaixonado e um criador encantado. Um Deus trabalhador e realizado com o que cria. Sete vezes Ele diz neste texto que é bom o que fez. É este encantamento, na verdade, um reencantamento, que a Igreja nos propõe nesta Campanha da Fraternidade. Ao apresentar o tema “FRATERNIDADE: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15), a Igreja se abre para contemplar e celebrar as belezas dessa criação, a partir dos seis biomas brasileiros: a Mata Atlântica; a Amazônia; os Pampas; o Pantanal; a Caatinga e o Cerrado. Assim, contemplaremos as diversidades de formas de vida existentes em nosso país. A nossa contemplação é um olhar e ver a realidade e escutar o que Deus nos pede. Cultivar e guardar a criação. Motivados pelo objetivo geral da CF2017, “Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”, viver esse momento especial de evangelização. Encantamento semelhante ao narrado no texto bíblico demonstraram os colonizadores com a floresta, com os povos, com as águas, as aves e as terras.

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Foto: Cartaz da Campanha da Fraternidade 2017

Cultivar e Cuidar da Criação


O que é um bioma? Ai, você já deve está se perguntando: o que é um bioma? O Texto Base da CF-2017 responde dizendo: “Bioma quer dizer a vida que se manifesta em um conjunto semelhante de vegetação, água, superfície e animais. Uma ‘paisagem’ que mostra uma unidade entre os diversos elementos da natureza. Um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação é similar e contínua, cujo clima é mais ou menos uniforme, e cuja formação tem uma história comum.” (Texto Base CF2017, introdução). É oportuno lembrar o que pensa a Igreja sobre tudo isso, e ela deixa muito bem dito o seu pensamento e a sua compreensão ao dizer que “para a Igreja, o bioma não representa somente um santuário ecológico onde se preservam espécies, mas sim um lugar onde o ser humano faz uma profunda experiência de Deus, da natureza e do outro” (Texto Base, nº 186). É esta experiência extraordinária que a Igreja quer ver chegar a todas as paróquias, e com elas a todas as comunidades, a todas as pastorais, grupos e movimentos eclesiais. E ainda, sobretudo, através destas pontes, chegar a toda a sociedade brasileira. “A expressão bioma vem de ‘bio’, que em grego quer dizer ‘vida’ e ‘oma’, sufixo também grego que quer dizer, ‘massa, grupo ou estrutura de vida’” (Texto Base nº 4). Queremos, portanto, como Igreja, viver esta teologia de uma fé feita por palavras, letras, compromissos e ações. A primeira chave de leitura e de aprendizado nesta proposta de reencantamento que nos traz a CF-2017 é a possibilidade de conhecermos os seis biomas brasileiros. O que nos resta ainda deles? Se para o autor do livro de Gênesis, em seis dias Deus criou tudo o que existe, descansando no sétimo dia, e se são seis os biomas brasileiros, podemos imaginar, mesmo que hipoteticamente, que em cada dia Ele criou um dos biomas e disse por seis vezes que tudo é muito bom! Não podemos apresentar uma ordem para essa criação, mas podemos afirmar que, nesta hipótese, o Cerrado foi criado no primeiro dia. Pois é o mais antigo de todos os biomas, com cerca de 65 milhões de anos. Também, conforme alguns especialistas, devemos dizer assim, Cerrados, no plural, dada a grande diversidade de vida existente lá. Esta é, portanto, a grande marca da criação, a diversidade. A Mata Atlântica, onde estamos nós da Arquidiocese de Curitiba, é orginalmente o bioma de maior extensão, pois se estendia ao longo de 17 Estados brasileiros, indo do Rio Grande do Sul ao Piauí, abrigando a maioria de nossas capitais litorâneas. É o retrato da devastação vista em todos os biomas e dos impactos da urbanização, abri-

Bioma Amazônia

Bioma Caatinga

Bioma Cerrado

Bioma Mata Atlântica

Bioma Pantanal

Bioma Pampa Arquidiocese de Curitiba | Março 2017

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gando as grandes Regiões Metropolitanas. “Hoje restam apenas 8,5% de remanescentes florestais acima de 100 hectares do que existia inicialmente”, segundo o Texto Base da CF-2017. A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro. Encontra-se envolvida pelo clima semiárido entre a estreita faixa da Mata Atlântica e o Cerrado. Caatinga é uma palavra originária do Tupi-Guarani e significa “Mata Branca”, também é chamado pelos especialistas por Caatingas, assim no plural. Entre os biomas brasileiros é o menos conhecido e o que sofre mais preconceitos e estigmas. Caracteriza-se pela floresta baixa e pela produção de mel de abelha (apicultura), pelo cultivo de frutas típicas como cajá, maracujá, umbu, licuri, caju, entre outras. Como acontece nos seis biomas, a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica sofrem ataques diários de queimadas e de projetos como do agronegócio, que ignoram a diversidade e a especificidade de cada bioma e impõem a monocultura. É o dragão da floresta verde. Tudo isso traz, também, conflitos de terra onde os caatingueiros, os ribeirinhos, os pequenos agricultores ou pescadores, os pobres enfim, são perseguidos, desalojados e por vezes mortos. O que a Igreja e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil nos ensinam é a perguntarmos: Hoje, 500 anos depois da chegada dos colonizadores, seria interessante nos perguntar: O que restou daquela floresta? O que restou daqueles povos? O que restou daquelas águas? O que restou daquela imensa biodiversidade que maravilhava os olhos? O ambiente que vivemos interessa a todos os seres humanos, independentemente de sua religião, credo, ou mesmo sem nenhum deles. Precisamos nos perguntar qual destino estamos dando a tantas riquezas e qual Brasil queremos deixar para as gerações futuras (TB nº 6). Eis aí o grande imperativo da CF-2017. Abrir as consciências das pessoas de bem para o entendimento de que as gerações futuras têm o direito de encontrarem um planeta em condições do bem viver. E esta é a nossa responsabilidade. A Igreja busca na consistência de seu compromisso evangélico de defesa da vida, e, nas palavras do Papa Paulo VI: “Por isso, a Igreja propôs ao mundo o ideal de uma civilização do amor” (Texto Base nº 231). A Campanha da Fraternidade deste ano continua os esforços feitos na CF-2016, em que lançamos um olhar cuidadoso e profético sobre a nossa Casa Comum, a partir da situação do Saneamento Básico. Mas o histórico de atenção

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da Igreja com temas relacionados ao cuidado do planeta e da vida como um conjunto é amplo. Há muito que a Igreja aborda temas relacionados com a CF-2017. Em 1979, Por um mundo mais humano – Preserve o que é de todos; em 1986, Fraternidade e terra – Terra de Deus, terra de irmãos; em 2004, Fraternidade e água – Água, fonte de vida; em 2007, Fraternidade e Amazônia – Vida e missão nesse chão; em 2011, Fraternidade e a vida no planeta – A criação geme em dores de parto (Rm 8, 22). Além de todo este histórico contamos com a Alegria do Evangelho do Papa Francisco, que também envia a Igreja a dizer “Louvado Sejas, meu Senhor” por toda a criação. Estamos em um momento de graça e somos enviados a cultivar e guardar a criação. A Campanha da Fraternidade tem um gesto concreto e que busca dar consequências às reflexões e às orações feitas. É através do Fundo de Solidariedade. Este tem duas dimensões complementares: o Fundo Diocesano de Solidariedade, que recebe 60% (sessenta por cento) do que é arrecadado através da Coleta Nacional da Solidariedade feita em toda a Igreja no Brasil, no Domingo de Ramos; e o Fundo Nacional de Solidariedade da CNBB, que recebe os 40% restantes da coleta. Estes recursos são para financiar pequenos projetos locais, de no máximo R$ 10 mil, que são relacionados com o tema da Campanha da Fraternidade. Como a gente costuma dizer, é uma caixinha de milagres. A seriedade e o compromisso dos projetos e os critérios de aprovação, monitoramento, prestação de contas e avaliação, assim como o objeto dos projetos, dão toda credibilidade ao fundo. É da generosidade dos irmãos e irmãs que contribuem que nasce a transformação. A equipe de coordenação da CF-2017 agradece em nome da Arquidiocese os esforços que vêm de todos os lados para ajudar nas Campanhas da Igreja, especialmente na Campanha da Fraternidade. Já foi enviado para todas as paróquias o subsídio popular da CF-2017 e sugerimos que criem momentos de acolhida deste material, convidem as lideranças para um momento de apresentação e formação. Estaremos à disposição para atender com informações, materiais e assessorias nas paróquias, nas comunidades, grupos e movimentos. Entrem em contato na Arquidiocese e solicite ajuda ou ofereça os seus dons somando à equipe. É Deus quem nos chama e nos envia, e é Nossa Senhora da Luz dos Pinhais quem no leva até onde está Jesus com os que precisam de nossa solidariedade. Sigamos de mãos dadas, rumo à Páscoa do Senhor Ressuscitado.


Orações Oração da CF 2017 Deus, nosso Pai e Senhor, nós vos louvamos e bendizemos, por vossa infinita bondade criastes o universo com sabedoria e o entregastes em nossas frágeis mãos para que dele cuidemos com carinho e amor. Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum. Cresça em nosso imenso Brasil o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas e da beleza e riqueza da criação alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometestes. Amém!

Oração dos biomas, da criação e da diversidade (inspirado no Pai-Nosso) Pai Nosso que está em todos os seres vivos, em todos os lugares e momentos, santificados no teu santo nome sejam os nossos Biomas: a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pantanal e os Pampas. Venha a nós a tua misericórdia de Pai, revelada na Alegria do teu Evangelho da Criação. Seja feita a tua vontade que ao criar o universo fez tudo com tanta diversidade, com diferentes bonitezas e fez tudo muito bom! Do primeiro dia de trabalho ao Sétimo dia como descanso merecido e necessário. Pois teu é o reino animal e o reino vegetal, da formiga ao elefante, do pé de cebola à Araucária, de Dina até Judite, de cada um e cada uma de nós, até Francisco de Assis, e tua é a justiça socioambiental e a paz que dela nasce. Nós te louvamos, Pai de bondade, sob o olhar materno e cuidadoso de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, nossa Madroeira. Assim seja!

Credo dos Biomas Creio no respeito à diversidade de vida e à pluralidade das ideias e crenças que compõem os seis biomas brasileiros. Creio na valorização às diversas etnias que a partir de cada bioma revelam a sabedoria e a bondade de Deus, nas diferentes expressões culturais que identificam seus povos, sua fauna e sua flora. Creio na voz de Deus que canta através da Gralha Azul, na Mata Atlântica, da Siriema que canta na Caatinga, no Cerrado e no Pantanal. Creio no Deus que fez o encanto do Boto que vive nas águas do Amazonas e no assobio prolongado e no chamado rouco do Chimango nos Pampas. Creio na semente de esperança plantada no coração da juventude. Creio na capacidade inocente que as crianças têm de confiar nos adultos como seus exemplos de vida. Creio na sabedoria dos idosos nos ensinando que o tempo sabe muito do que nós precisamos aprender para cuidar do planeta e de todas as formas de vida que ele possui. Creio no homem e na mulher, conscientes de sua missão diante do chamado de Deus para que, a exemplo de Francisco de Assis, sejamos irmãos de toda a criação. Eu creio em Deus Salvador, que em seu filho Jesus veio nos trazer a vida em abundância a nós, seus irmãos, e a toda criação. Amém.

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JAQUELINE C. BELO Assistente Social

FDS

FDS – Fundo Diocesano de Solidariedade O Fundo Diocesano de Solidariedade – FDS foi instituído pela CNBB com a finalidade de apoiar projetos de combate à exclusão social, promover a fraternidade cristã e valorizar ações de promoção humana, através das Campanhas da Fraternidade. Ele surge com a proposta de promover o desenvolvimento pessoal, espiritual, humano e social das comunidades atendidas, numa perspectiva de formar cidadãos responsáveis e mais humanos, preocupados com o meio ambiente e a sociedade onde vivem e atuam. Os recursos arrecadados pelo FDS nos últimos 5 anos já contemplaram aproximadamente 88 projetos. Somente no ano de 2016 foram beneficiados 18 projetos, num total aproximado de R$ 116.000,00. As iniciativas são acompanhadas por um conselho gestor e por uma equipe técnica ao longo de sua atuação, incluindo também a prestação de contas do recurso adquirido. Este ano esperamos que os corações solidários de nossa Arquidiocese contribuam com suas doações para que possamos auxiliar mais projetos, como tantos já atendidos. São diversos os públicos beneficiados, desde crianças, idosos, população em situação de rua, associações de catadores de recicláveis, entre outros.

O edital de abertura para inscrição de projetos será lançado no site da arquidiocese no endereço www.arquidiocesedecuritiba.org.br no dia 2 de março.

Contribua na Coleta destinada ao Fundo Diocesano de Solidariedade. A coleta acontece sempre no domingo de ramos, neste ano em 9 de abril. Nesta data, a Igreja no Brasil assume como gesto concreto da Campanha da Fraternidade a Coleta Nacional da Solidariedade. Contribua na Coleta e apoie assim projetos sociais. Contamos com a sua Solidariedade!

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Família e Vida

EQUIPE DO CENPLAFAM CURITIBA

Amoris Laetitia e Planejamento Natural da Família A publicação da exortação apostólica pós sinodal – Amoris Laetitia feita pelo Papa Francisco estava cercada de grande expectativa. Alguns esperavam, temerosos, grandes mudanças, outros ansiavam por mudanças. No tocante ao tema do planejamento familiar, o eixo da doutrina não sofreu significativas mudanças: “o recurso aos métodos baseados nos ritmos naturais da fecundidade deverá ser encorajado” (AL 222). Contudo, a grande novidade está na maneira de colocar a questão: não mais de um modo impositivo e ameaçador e já condenatório, mas propositivo e respeitoso. Tal maneira precisa ser compreendida no contexto de todo o documento: “de nada serve querer impor normas pela força da autoridade. É nos pedido um esforço mais responsável e generoso, que consiste em apresentar as razões e os motivos para se optar pelo matrimônio e a família (e consequentemente pelos seus desafios), de modo que as pessoas estejam mais bem preparadas para responder à graça que Deus lhes oferece” (AL 35). No nº 37 do documento acreditamos estarem os fundamentos para esta nova maneira de abordar o tema, diz: “durante muito tempo pensamos que com a simples insistência em questões doutrinais, bioéticas e morais, sem motivar a abertura à graça, já apoiávamos suficientemente as famílias, consolidávamos o vínculos dos esposos e enchíamos de sentido as suas vidas compartilhadas...”. Também nos custa deixar espaço à consciência dos fiéis, que muitas vezes respondem da melhor forma que podem ao evangelho, no meio dos seus limites, e são capazes de realizar o seu próprio discernimento perante situações em que se rompem todos os esquemas. Somos chamados a formar as consciências, não a pretender substituí-las”.

Chama atenção o Papa Francisco para a questão do sentido da relação do casal no matrimônio, dizendo: “muitas vezes apresentamos de tal maneira o matrimônio que o seu fim unitivo, o convite a crescer no amor e o ideal de ajuda mútua ficaram ofuscados por uma ênfase quase exclusiva o dever da procriação” (AL 36). No nº 222 do documento encontramos a firme explicitação da linha que devemos seguir: “a escolha responsável da paternidade-maternidade pressupõe a formação da consciência, que é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser...” e reafirma o que foi dito no Concílio Vaticano II “os cônjuges, de comum acordo e com esforço comum, formarão retamente a própria consciência, levando em conta o seu bem próprio e o dos filhos já nascidos ou que virão a nascer, sabendo ver as condições de tempo e da própria situação e tendo, finalmente, em consideração o bem da comunidade familiar, da sociedade temporal e da própria igreja. São os próprios esposos que, em última instância, devem diante de Deus tomar esta decisão”. Nós dos CENPLAFAM, já lidando com a realidade dos casais, tínhamos recebido a inspiração para sempre agir com discernimento e profundo respeito à decisão de consciência dos casais. Sentimos com o documento do nosso querido Papa Francisco um reforço para o trabalho de ajudar os casais, principalmente os jovens casais, para que se colorem com maturidade diante o desafio de construir uma relação sadia, fecunda e santa, e assim poder gerar vidas com responsabilidade. CENPLAFAM Curitiba (41) 3233-8203 | cenplafam@gmail.com

EXPEDIENTE COMISSÃO DA FAMÍLIA E VIDA: Assessor Eclesiástico: Diácono Juares Celso Krun Sonia Biscaia LITÚRGICA: – soniaabs@arquidiocesecwb.org.br COMISSÃO peairton@hotmail.com//2105-6309 (41) 2105-6363 / Coordenação: Pe. José Airton de Oliveira

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Artigo

FALECIMENTO DE DOM ALBANO BORTOLETTO CAVALLIN Em 1 de fevereiro deste ano faleceu Dom Albano Cavallin, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Londrina. Dom Albano foi Bispo Auxiliar na Arquidiocese de Curitiba de 1973 a 1986, tempo em que se destacou especialmente por sua dedicação à Catequese. Foi aqui uma presença de profundo amor ao ministério presbiteral, amor à palavra de Deus e amor ao clero. Publicamos aqui as palavras de Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto, Arcebispo Emérito de Curitiba, sobre a morte de Dom Albano. Dom Pedro, hoje com 90 anos de idade, foi amigo de Dom Albano desde os 14 anos de idade.

Sobre a Morte de

Dom Albano POR DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO

No dia primeiro de fevereiro de 2017, no fim da cirurgia cardíaca, faleceu Dom Albano Bortoletto Cavallin, Arcebispo Emérito de Londrina, com 86 anos. Nascido na paróquia da Lapa, Arquidiocese de Curitiba, a 25 de abril de 1930, quase quatro anos mais novo que eu. Dom Albano foi o irmão de coração, durante setenta e sete anos. Foi a 2 de fevereiro de 1940 que ingressei no Seminário de São José de Curitiba. Pouco tempo depois, entrou o menino Albano, com 10 anos de idade.

Uma surpresa, e com muito medo para mim, aconteceu no dia 27 de novembro de 1946. Fui destinado a fazer o curso de Filosofia e Teologia, no Seminário Central da Imaculada Conceição, Ipiranga, S. Paulo, enquanto os outros colegas iam para o Seminário Central da Imaculada Conceição em S. Leopoldo (RS). Causou-me muita alegria ao saber que o Albano também foi escolhido para o Seminário de S. Paulo. Permanecemos juntos, como irmãos, mais sete anos, ajudando-nos mutuamente na parte espiritual e nos estudos.

Fomos colegas no mesmo ano. Estudamos juntos sete anos até dezembro de 1946. O sistema do Seminário era competitivo nos estudos, com quadro de honra e prêmios. Mesmo assim, sendo nós dois os primeiros do ano, éramos amigos, sem ciúmes um para o outro.

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A ordenação sacerdotal foi no mesmo dia na Catedral de Curitiba por Dom Manuel da Silveira D’Elboux, a 6 de dezembro de 1953. Ele foi nomeado Vigário da Catedral e eu Secretário do Arcebispo Metropolitano e Chanceler da Cúria


Metropolitana. Sempre nos encontrávamos, como irmãos, trocando ideias sobre Pastoral. Juntos, fomos designados para fundar o Seminário Maior Filosófico e Teológico de Curitiba Rainha dos Apóstolos, a 19 de março de 1957. Pouco depois, ele foi nomeado pároco de Santa Teresinha do Menino Jesus. A partir daí, especializouse na Pastoral Catequética, em Bruges, Bélgica, Roma e Rio Grande do Sul. Os anos iam passando. Como Arcebispo de Curitiba, empossado a 28 de fevereiro de 1971 e Presidente do Regional Sul II, escolhi Dom Albano como Secretário do Regional. Meu primeiro Bispo Auxiliar em 1971 foi Dom José Joaquim Gonçalves, muito amigo, zeloso, mas foi transferido em 1973 para a Diocese de Cornélio Procópio. Recorri logo ao Núncio Apostólico e indiquei o Pe. Albano Cavallin para Bispo Auxiliar. O Núncio comunicou-me que ele estava indicado para uma nova Diocese, a ser criada em 1973. Fui a Brasília e apelei ao Núncio que atendesse a meu pedido, argumentando que é mais fácil encontrar um Bispo Diocesano que um Auxiliar. A 14 de junho de 1973, o Pe. Albano foi nomeado meu Bispo Auxiliar. Ordenei-o no dia 28 de agosto seguinte, também ordenados no mesmo dia Dom Armando Círio, Bispo de Toledo, em 1960 e eu em 1966.

Foi a grande graça de Deus. Por mais de treze anos, foi o irmão confidente de todas as horas, com disponibilidade, capacidade pastoral, sobretudo na catequese, auxiliando-me em tudo. Fui pastoralmente egoísta, insistindo com o Núncio para que permanecesse ele em Curitiba, quando aparecia seu nome nos escrutínios para preencher Dioceses vagas. Era atendido. Entendi depois que a Igreja precisava de Dom Albano para a Diocese de Guarapuava e depois Arquidiocese de Londrina, por todos seus dons, sobretudo Bíblico-Catequéticos. Mesmo assim continuava o irmão que sempre escutava carinhosamente minhas consultas e apontava a solução certa. Assim foi o amigo irmão, irmão de todos em sua especialização bíblico-catequética. Deus certamente o recebeu em sua companhia, dizendo-lhe: entra no céu servo fiel no ensinamento do Evangelho a todos, sabendo transmiti-lo a todos que o entendiam, com a aplicação cada vez de uma historieta que sempre a retinham na mente, no coração, no dia – a dia.

Obrigado, Dom Albano. Até lá!

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Reflexões

PE. RIVAEL DE JESUS NACIMENTO Reitor do Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Lourdes – Campo Comprido – Curitiba.

Nossa Senhora de Lourdes,

padroeira dos enfermos nos ajude a celebrar bem o Ano Mariano! No mês de fevereiro o Santuário Diocesano do

O ano também traz outra memória muito boa

Campo Comprido esteve em festa, pois celebrou-

para toda a Igreja no mundo inteiro, pois celebra

se a Festa de Nossa Senhora de Lourdes, no dia 11

os 100 anos da Aparição de Nossa Senhora em

de fevereiro. Muitos momentos já ocorreram para

Fátima aos três pastorzinhos, Lucia, Francisco e

oração e encontro com Nossa Senhora, em todos

Jacinta.

os Santuários do Brasil. A Igreja tem uma motivação especial este ano, pois se celebra em todo o

Nossa Senhora é lembrada nesses dois contextos

Brasil um Ano Mariano, que é iniciativa da CNBB,

históricos e toda a comunidade católica é

para a comemoração dos 300 anos da aparição de

chamada a:

Nossa Senhora na cidade de Aparecida. 1) Celebrar - Diante das crises que se propagam no Este Ano Mariano se iniciou em 12 de outubro de

mundo todo, sejam elas financeiras, ecológicas e

2016 e vai até 11 de outubro de 2017. Como afirma

ondas de violência que se alastram em todos os

o Cardeal Sérgio da Rocha, presidente da CNBB, é

hemisférios, Maria nos leva a celebrar a vida em

um ano para “celebrar, comemorar e reaprender”.

Deus. Ele que criou todas as coisas e disponibilizou

Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Lourdes – Campo Comprido – Curitiba.

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para o ser humano e sua salvação. Um ano Maria-

Neste Ano Mariano nos coloquemos em vigilân-

no para celebrarmos a paz em todos os continen-

cia, para entendermos os sinais dos tempos, que

tes e com todos os povos. Em nosso Brasil para

pedem novas atitudes. Em todas as comunidades

recordar a bondade de Nossa Senhora e a esperan-

e paróquias de nosso país serão realizadas várias

ça que ela teve em seu Filho Jesus que nos mostra

iniciativas, uma delas já esta acontecendo que é a

que em nosso país, esta nunca morreu e alimenta

peregrinação da réplica da imagem que percorre

o sonho de uma nação forte.

as dioceses no Brasil. Mas também que fique em cada coração o desejo de testemunhar o que Ma-

2) Comemorar – O ano Mariano traz a recordação

ria testemunhou: a fé e o amor a seu Filho Jesus.

de um fato histórico, que iluminou a fé através de

Como Maria, nos coloquemos a serviço e façamos

séculos toda a nação brasileira. Um país marcado

deste mundo, a nossa “Casa Comum”, um reino de

pela fé que é chamado como diz o Papa Francisco,

justiça, amor e solidariedade, livre de tantas som-

a ampliar seus horizontes: “O resultado do tra-

bras que golpeiam o desejo da verdadeira felicida-

balho pastoral não se assenta na riqueza dos re-

de, que é a vida em Deus.

cursos, mas na criatividade do amor”. É esse amor que precisamos em nossas famílias e em todas as comunidades, cristãs e não cristãs, seja a nossa língua comum. O amor que ajudará a mantermos focados no trabalho e na perseverança da oração, no mistério que nos envolve. Na casa de Nazaré Jesus aprendeu com seus pais a rezar e a trabalhar, que esses sejam pilares da construção de famílias edificadas para a transformação da sociedade. 3) Reaprender - Aprender de novo, coisas que já achávamos que sabíamos. Poderíamos bem esse verbo ser conjugado com o recordar, lembrar as coisas do coração. Um ano Mariano para lembramos que nosso aprendizado se dá no testemunho do evangelho todos os dias. Francisco pede a todos nós que sejamos

“evangelhos

vivos”,

para uma igreja samaritana, acolhedora que vá as periferias existenciais. Maria nos lembrará e ensinará sempre a promovermos a vida e a confiarmos na voz de seu Filho e há promovermos o reino da vida.

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Ano Mariano

Ir. Lucimar Nascimento de Novais, MAD

Ano Mariano – Maria, a

Desde o seu início nossa Igreja teve a presença maternal da mãe do Senhor Jesus. Conforme nos narra o livro dos Atos dos Apóstolos: “eram perseverantes na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus” (At 1, 14). Deste modo, contamos sempre com a intercessão de Maria Santíssima até o hoje de nossa história, pois ela é nossa mãe sempre presente e atuante, por isso foi honrada pela Igreja com o título de “Intercessora”. A intercessão de Maria aos seus filhos espalhados pelo mundo inteiro rendeu-lhe vários nomes e títulos, conforme as necessidades dos povos que lhe recorriam pedindo auxílio e proteção. Em Fátima, Portugal, aparece a três crianças e pede-lhes que rezem o terço em pleno período de guerra. No México ela se apresenta como uma senhora de pele morena ao índio Juan Diego, em meio a um contexto de exclusão indígena e pobreza. E em nosso Brasil, Maria também deixa se aparecer no fundo do Rio Paraíba do Sul no ano de 1717, a três simples pescadores, que após nada pescarem durante a noite inteira acabam pescando no início do dia uma imagem negra da Senhora Conceição. Maria vem ao povo brasileiro no marco da história da escravidão, ela se faz negra para adentrar em nossa cultura, tradições e costumes. Pela intercessão de Maria, a Senhora Aparecida, nosso povo recebeu e recebe inúmeras graças e bênçãos para as suas vidas, fazendo-a assim conhecida e amada por todos.

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Neste ano de 2017 estamos vivenciando o ano Nacional Mariano, justamente para fazermos memória dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Queremos louvar Maria sob o título de Nossa Senhora Aparecida e aprender com ela o amor pela Santíssima Trindade e o Reino de Deus. O ano Mariano, portanto, é uma grande oportunidade para aprofundarmos a nossa fé e a nossa devoção às virtudes de Maria, sua obediência e fidelidade a Deus Pai, seu seguimento de discípula missionária de Jesus, e abertura e docilidade ao Espírito Santo, que “nela fez maravilhas” (Cf. Lc 1, 46). Que neste ano possamos viver como Maria viveu e juntos proclamarmos com o Papa Francisco que “Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”, e com ela queremos ser discípulos missionários do Amor Divino no cotidiano de nossas vidas.


Equipe Arquidiocesana da Pastoral do Dízimo

Dízimo

Dízimo e a vivência dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo O ano de 2017 corresponde ao ciclo “A” do calendário litúrgico da Igreja Católica, sendo que mais da metade do período compreendido pelos dois primeiros meses do ano, ou seja, janeiro e fevereiro integram o que chamamos Tempo Comum. Liturgicamente, porém, trata-se de um tempo muito importante para o exercício da missionariedade da Igreja. Como sabemos, a Igreja Católica tem por primeira e principal missão realizar a Evangelização de todos no mundo inteiro, ou seja, revelar quem é Jesus Cristo e pregar seus ensinamentos a toda criatura. Para isso, a Igreja que, de fato, somos todos nós que nela fomos batizados, além da atuação direta de seu magistério integrado pelo clero ordenado, seja ele Diocesano ou Religioso, exerce também essa missão através das atividades das diversas Pastorais, Grupos e Movimentos, que agregam a participação ativa de cristãos, leigos e leigas conscientes de suas responsabilidades perante Deus e os irmãos. É dentro deste mesmo propósito que, como integrantes da equipe arquidiocesana da Pastoral do Dízimo buscamos, de maneira geral, através destas mensagens, exercitar nossa missão, em primeira instância orientando e estimulando a atuação dos membros das equipes paroquiais do dízimo. Visamos, ainda, a conscientização de todos os fiéis, fundamentando-nos diretamente nos ensinamentos bíblicos contidos já no Antigo Testamento, como, especialmente nas atitudes de Jesus, relativamente ao nosso relacionamento com as pessoas e as coisas materiais. Com efeito, a primeira finalidade da Pastoral do Dízimo é, pois, conscientizar a comunidade para a necessida-

de do envolvimento pessoal de cada um nas atividades comunitárias, seja com parte de seus bens (inclusive dinheiro), bem como de seu tempo e dons pessoais, como capacidade de trabalho, conhecimentos etc. A embasar esta afirmação citamos o que nos diz Jesus, descrito no Versículo 21 do Capítulo 7 do Evangelho segundo São Mateus: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus”. Realmente, apenas a fé sem as obras não nos assegura a salvação. Ou seja, paralelamente aos atos de culto a Deus, como muita oração e meditação sobre os ensinamentos contidos em Sua Palavra, compete-nos colocá-los em prática em nosso dia a dia através, sobretudo, das obras de misericórdia e de amor ao próximo. Essas considerações são particularmente relevantes se levarmos em conta que todo o mês de março deste ano se insere no Tempo Quaresmal, um período litúrgico que deve nos levar a um processo de conversão pessoal, que revele uma maior coerência entre o que cremos e o que praticamos, tendo em mente, também, o que nos propõe a Campanha da Fraternidade para o corrente ano. Finalizando, ressaltamos que a missão dos integrantes da Pastoral do Dízimo não é apenas conseguir que as pessoas deem sua contribuição financeira mensal, mas, como verdadeiros missionários evangelizadores, devem fazer com que, através de explicações convincentes e, principalmente, de seu modo pessoal de agir, induzam os demais membros da comunidade a um real processo de conversão pessoal, vivenciando os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

ATENÇÃO! O XVIII SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DA PASTORAL DO DÍZIMO, cujo tema é “O dízimo no Ano Jubilar Mariano”, ocorrerá no próximo dia 26 de março, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê. As inscrições são limitadas e já estão abertas no site: WWW.ARQUIDIOCESEDECURITIBA.ORG.BR

Vamos Participar!

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon

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Pascom

Dezenas de pessoas do Paraná participam de Encontro de Comunicação em Campo Mourão O evento acolheu o Sétimo Encontro Regional dos Coordenadores da Pascom; Terceiro Encontro de jornalistas das dioceses, e Quarto Encontro de articulação com as emissoras católicas “Foram momentos maravilhosos, de partilha, de tomadas de decisões e de abertura de novos caminhos. Tivemos a grande oportunidade de buscar mecanismos e de trocar experiências durante dois dias. Este encontro nos motiva para seguirmos trabalhando com muita vontade pelos próximos meses de 2017, sempre focados nos interesses da Igreja”. Estas foram as palavras de Jorge Teles dos Passos, coordenador da Pastoral da Comunicação no Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), durante o Sétimo Encontro Regional dos Coordenadores da Pascom, Terceiro Encontro de Jornalistas das dioceses, pastorais e organismos e Quarto Encontro de Articulação com as emissoras de rádio católicas do Paraná, do Regional Sul 2 da CNBB. Cinquenta e cinco pessoas das dioceses do Paraná, ligadas à comunicação na Igreja, se reuniram, nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2017, na cidade de Campo Mourão, região noroeste do Paraná, para trocar experiências, discutir os novos caminhos da comunicação católica no Estado e também em âmbito nacional.

Conforme destacou padre Mário Spaki, Secretário Executivo do Regional Sul 2 da CNBB, a cada encon-

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tro há sempre novas e ótimas surpresas. Ele classifica a comunicação da Igreja Católica como de vital importância para se chegar às pessoas e tocar em assuntos de interesse de toda a sociedade. “Comunicar é plantar sementes, é a parte importantíssima da evangelização. Na bíblia, tudo o que vemos é comunicação pura. Somos seres comunicadores e a cada momento em que nos encontramos para falar deste assunto eu percebo que há uma grande evolução. Todo este esforço nos mostra com clareza que estamos no caminho certo”, sublinhou o sacerdote. Dom Antônio Wagner da Silva, bispo da diocese de Guarapuava e referencial para a comunicação no Paraná, disse da importância para o crescimento pessoal e enquanto Igreja, quando da realização de trabalhos que envolvam pessoas da comunidade em âmbito estadual. “Eu considero que a cada encontro de comunicação plantamos uma sementinha que temos de tomar muito cuidado para que ela não pereça. Mesmo que seja uma gotinha de cada vez, precisamos regar esta planta, estas ideias, para que tudo vingue e dê bons frutos. A comunicação no Regional Sul 2 vem crescendo muito nos últimos anos, mas sabemos que temos um longo caminho a percorrer. Não podemos descuidar. É preciso regar sempre esta semente e mantê-la protegida dos contratempos”, ressaltou Dom Wagner.


Os trabalhos foram desenvolvidos no Centro Diocesano de Formação Dom Eliseu Simões Mendes. No sábado, representantes da Agência Adora, da cidade de Londrina, especializada em Comunicação Católica, ministraram o curso de formação em Fotografia Religiosa. Durante os trabalhos, os participantes puderam questionar e entender o processo de criação em se tratando da captação de imagens, tratamento da mesma e também como comunicar os trabalhos da Igreja através da fotografia e de recursos audiovisuais. À noite, Dom Wagner celebrou uma missa na Catedral São José, que reuniu centenas de participantes. Depois da celebração, um jantar foi servido e, em seguida, houve partilha de experiências e apresentação dos trabalhos que cada diocese vem realizando no âmbito da comunicação. No domingo, após momento de espiritualidade, representantes da Pastoral da Comunicação (Pascom) da arquidiocese de Curitiba, fizeram o lançamento oficial do Segundo Mutirão da Comunicação (Muticom) paranaense que será realizado na Capital do Estado de 07 a 09 de julho. “Abrir oficialmente o segundo Muticom Paranaense em um evento como este é sinônimo de muita alegria para todos nós. Estamos plantando uma semente e, como nosso bispo referencial da comunicação no Estado já falou, queremos que esta semente seja regada, cuidada por todos para que cresça e dê bons frutos”, disse Antonio Kayser, coordenador da Pascom em Curitiba.

Ao final do encontro, foi feita uma avaliação dos trabalhos desenvolvidos pelas rádios católicas do Paraná, que apresentam, semanalmente, um boletim de notícias. O boletim é editado pela Central Cultura de Comunicação, em Guarapuava, a partir das informações e reportagens repassadas pelas dioceses do Estado e enviado para as diversas emissoras do Paraná, parceiras da Igreja, para que seja veiculado em sua grade de programação. A produção e veiculação dos boletins permanece aos cuidados da Central Cultura de Comunicação, conforme aprovação unânime dos presentes e autorização de Dom Wagner.

Durante a reunião, também foi aventada a possibilidade de se implantar um site, em parceria com a Rede Católica de Rádio (RCR), com a finalidade de se publicar e disseminar as notícias das dioceses. A ideia foi encampada pelos presentes e, a partir de agora, os próximos passos serão no sentido de construção do portal de notícias. “Eu penso que isto unirá ainda mais a Igreja através das diversas emissoras católicas do Estado. Não vamos ter custo com a manutenção deste portal por um ano, mas depois, as taxas são irrisórias. A RCR nacional propôs esta ideia e sentimos que vai ser mais um avanço para todas as emissoras do Paraná ligadas à Igreja, que passam a dispor de diversas matérias radiofônicas que estarão disponíveis para que sejam veiculadas”, ressaltou Jorge Teles. “Este novo portal vai permitir que a comunicação do Regional (Sul 2) se amplie ainda mais. Devemos ser ousados e romper com as barreiras. A troca de experiências vai unir ainda mais a região através da informação e dos programas de evangelização. Isto é um grande avanço. Não podemos parar. A comunicação é mudança e devemos estar preparados para estas mudanças”, definiu Dom Wagner.

O próximo encontro de 2018 será realizado na diocese de Palmas/Francisco Beltrão. Fonte: CNBB Regional Sul 2

EXPEDIENTE PASTORAL DA COMUNICAÇÃO: pascom@arquidiocesecwb.org.br (41)9999-0121 | Coordenador: Antonio Kayser

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Dimensão Missionária - COMIDI

FABRIZIO ZANDONADI CATENASSI Professor de Sagrada Escritura, mestre em teologia pela PUCPR

Do jardim ao deserto: os biomas como lugar de encontro com Deus A CF 2017 volta nosso olhar para biomas brasileiros. Ao contemplar a diversidade que se vê no Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, no Pantanal e na Amazônia, podemos entender que a natureza é lugar de encontro com Cristo e grande testemunha do amor de Deus pelos homens. Assim como no Brasil, o povo de Israel também se deparou com diferentes biomas ou, no mínimo, com regiões de geografia, fauna e flora bastante diferentes.

adulta da fé. Erra, cai, mas levanta-se e aprende que a maneira mais digna de viver é acolhendo os mandamentos de Deus como sinais que iluminam a vida e conduzem à felicidade. O deserto, geralmente considerado o lugar inóspito, sem vida e sem a presença de Deus, transforma-se no lugar de encontro. Oséias mostra como o povo, prostituído pela idolatria, é levado no deserto pelo próprio Deus, para ali falar-lhe ao coração (Os 2,16).

No Egito, encontrou-se com uma região bastante árida e também de rios. Terra de desertos. O trabalho perto dos rios, em regiões de lamaçal, era pesado e difícil. Na verdade, é o calor do deserto que marca a estadia de tantos trabalhadores que foram submetidos a trabalhos forçados pelas poderosas dinastias egípcias. Contudo, ali também foi lugar de libertação e salvação. É na aridez de cidades como Ramsés e Pitom que Deus escutou o clamor do seu povo e desceu a fim de libertá-los (Ex 3,7-8). Em outro lugar de escravidão, na Babilônia, com seus canais e jardins suspensos, o povo de Israel chorava por saudades de Sião (Sl 137,1), mas também era consolado pela palavra profética de consolo e ânimo (Is 40,1).

Jesus nasce em um planalto onde a vida era dura, sem lugar para plantar ou grandes fontes de água, mas exerce seu ministério inicialmente perto do Lago de Genesaré. Sabe que a vida do povo se desenvolve próxima dos rios. Caminhando por Magdala, Cafarnaum, Tiberíades, ensina que Deus está presente junto ao povo. Encarna-se na vida terrena para santificá-la e dar um horizonte mais profundo, o da salvação. Mais que ser pescadores de peixes, Jesus inaugura o tempo de pescar homens. No vale do Jordão, desce para experimentar a grande teofania no Batismo e para mostrar a todos que Deus está no meio de nós!

A promessa de libertação de Deus passava por um caminho árido e semiárido, de estepes. Na península do Sinai, em Cades, circulando a terra de Edom, o povo de Israel luta para encontrar água, alimento e Deus, ou seja, o necessário para sobreviver. Ali, devem aprender o que é essencial para o homem, já que o deserto não é lugar de supérfluos. Contudo, também encontram o cuidado de Deus, que garante os oásis, um pouco de pasto para os animais e faz com que alimentar-se ou matar a sede sejam experimentados como ações milagrosas divinas (Ex 16–17; Nm 11). É também no caminho pelo deserto que Israel aprende a amadurecer. Passa da juventude para a fase

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COMISSÃO DIMENSÃO MISSIONÁRIA: (41) 2105-6375 comidi@arquidiocesecwb.org.br / Patryck Madeira (41) 2105-6376

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A terra da promessa, que mana leite e mel, ganha vários tons na história do povo de Deus: o amarelo do deserto, o verde dos jardins, a cor terrosa das montanhas, o azul das águas. Todas as cores que veem os olhos do povo de Deus, ontem e hoje, lembram que o caminho para a salvação passa pelo sofrimento e luta por sobrevivência, mas é sempre coroado com o encontro com Deus, que alimenta a fé e dá força para seguir. A natureza não é só lembrança do Deus que cria, mas testemunha daquilo que Deus é: o Pai de amor, que caminha conosco na história. Por isso mesmo, também nos educa. O mesmo amor do qual a natureza é testemunha deve selar nosso compromisso com a criação, tornando-nos verdadeiros administradores responsáveis pelas obras das mãos de Deus (Gn 2,15).


Paróquia em Destaque

Catequese familiar na Paróquia São Braz

Os encontros de catequese familiar seguem o estilo catecumenal, ou seja, gradual, vivencial, doutrinal, orante, celebrativo e mistagógico.

Realizada conforme modelo proposto pela Comissão de Animação Bíblica Catequética da Arquidiocese de Curitiba A Catequese Familiar é um modelo de evangelização de adultos, a partir da catequese para crianças. Os pais/responsáveis pelos catequizandos têm a oportunidade de se aprofundarem na fé e acompanharem melhor seus filhos na vida cristã. O conteúdo e a vivência são oferecidos pela comunidade paroquial com o objetivo de proporcionar uma nova oportunidade de evangelização para esses pais/responsáveis, a fim de que provoque, além do comprometimento com a catequese de seus filhos, também uma sincera inserção na vida cristã. A Pastoral Catequética da Paróquia São Braz se encantou por esse modelo de evangelização de adultos, na esperança de que aproximando a família da catequese, os resultados seriam certos para toda a comunidade com maior participação e renovação pastoral, mesmo que a longo prazo. A implantação desse modelo de catequese foi gradual. Iniciou em 2013 com as famílias da 1ª etapa e hoje as famílias das 5 etapas da Iniciação à Vida Cristã de crianças/adolescentes estão na catequese familiar. Uma das primeiras preocupações da equipe de catequese foi a de esclarecer a família recém-chegada sobre o que era essa catequese e sua importância. Isso foi feito no momento da inscrição do filho na catequese, sendo primordial para o sucesso da implantação. As famílias devem ser bem acolhidas, precisam sentir-se parte do processo de educação da fé dos filhos e, unidos à Igreja, estarão dispostas a colaborar e buscar a própria preparação, num processo de que, não raras vezes, representa a redescoberta de sua fé. Após esses quatro anos, muitos foram os desafios e continuam sendo. Contudo, daqueles que participam frutos estão aparecendo: vários casais convidados ao Ministério da Sagrada Comunhão, novos catequistas, candidatos ao catecumenato para completarem sua iniciação, alegria nos mais belos depoimentos sobre os momentos de espiritualidade, leitura orante da Palavra, do vínculo coletivo entre famílias e catequistas. Certo pai afirmou: “a catequese familiar faz refletir e buscar dentro de nós a essência cristã que precisamos para viver de maneira plena”.

A vivência e a dinâmica descontraem e produzem ensinamentos.

Celebração e leitura orante da Palavra

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Painel do Leitor

Escola Pastoral Familiar Sagrada Família está com inscrições abertas A Escola Pastoral Familiar Sagrada Família está com inscrições abertas para a sua XXII Formação. A Escola objetiva formar participantes com conhecimentos e habilidades específicos para todas as pastorais e movimentos a serviço da Igreja e dos irmãos. Serão ofertadas 100 vagas, com o preço único de R$ 162,00. A Escola é dividida em 13 Formações, que acontecem sempre aos sábados da 13h45 às 18h00. As inscrições serão realizadas até o dia 18 de março pela internet, através do site da Arquidiocese de Curitiba, em “eventos”.

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Ação Evangelizadora realiza reunião de planejamento em Curitiba “O bom evangelizador não é aquele que tem sucesso, mas aquele que tem intimidade com Jesus Cristo”. Essa foi uma das mensagens do Arcebispo Dom José Antonio Peruzzo para os presentes na reunião de planejamento da Ação Evangelizadora de Curitiba.

Fotos: Patryck Madeira

A reunião foi a primeira do ano de 2017. Aconteceu no dia 11 de fevereiro, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, no bairro Água Verde. O evento contou com sacerdotes, diáconos e leigos das coordenações pastorais e missionárias das comissões da Arquidiocese de Curitiba, e foi realizado com o objetivo de organizar, divulgar e planejar os processos de organização da Ação Evangelizadora. A atividade teve a condução do Padre Alex Cordeiro, coordenador da Ação Evangelizadora.

Conselho de Leigos realiza a primeira reunião de 2017 Com a presença de cerca de 30 fiéis de várias paróquias, pastorais e movimentos, o Conselho de Leigos da Arquidiocese de Curitiba realizou, no dia 15 de fevereiro, na Mitra Arquidiocesana, sua primeira reunião de 2017. Na ocasião, foi apresentada a nova coordenação e o projeto de trabalho para este ano. “Queremos nortear o trabalho do Conselho com esses três princípios: pensar como grupo nos preparando através da oração, estudo e formação; exercer a saída missionária, buscando mostrar Cristo através da nossa vivência no nosso ambiente cotidiano; e atuar auxiliando e assessorando as pastorais, movimentos e organizações que formam a Arquidiocese”, diz o novo coordenador do Conselho de Leigos Arquidiocesano, Marlon Roza.

Comissão de Leigos A Comissão do Conselho de Leigos tem por atribuição promover a vocação e missão, formação e espiritualidade, organização e atuação dos leigos e leigas, sobretudo respondendo aos desafios de evangelização nos cam-

pos da economia, de cultura, das ciências, das artes, da política, etc. com a atribuição de transformar, por dentro, as estruturas que integram a sociedade.

Participe! Faça parte do Conselho de Leigos O Conselho de Leigos está aberto para todos os fiéis que quiserem ajudar no trabalho de evangelização. Se você quer saber mais sobre o Conselho, entre em contato com pelo e-mail conselhodeleigoscwb@gmail.com ou pela página no Facebook: www.facebook.com.br/conselhodeleigoscwb. A próxima reunião está marcada para acontecer no dia 15 de março. Texto: Nilton de Oliveira Pinto – Conselho de Leigos Arquidiocesano

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Adquira as produções da Arquidiocese de Curitiba

Álbum Catequético-Litúrgico Catequese e Liturgia – Fontes da Iniciação Cristã – Ano A Em suas páginas está o Evangelho respectivo de cada domingo do ano A, comentários e orientações. Há também ilustrações, jogos, dinâmicas, exercícios e brincadeiras que fazem com que os pais ou responsáveis possam, juntamente com seus filhos, refletir, meditar e partilhar o Evangelho Dominical. A proposta é possibilitar uma vivência semanal da liturgia dominical, criando um rito semanal de reflexão e meditação do Evangelho.

Valores: Até 100 unidades: R$ 7,00 De 101 a 500 unidades: R$ 6,50 Acima de 500 unidades: R$ 6,00

Contato: sac@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105 6325


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