Revista arquidiocese outubro web

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Ano XIII - Edição 167 - Outubro de 2016

Estado Permanente de Missão No mês missionário, lançamos um balanço das missões permanentes em nossa Igreja local, com testemunhos de experiências P.8

Veja também O que se faz necessário para uma Igreja em estado permanente de missão? P.12

O tempo que estamos vivendo hoje não necessita de jovens-sofá P. 5

+ artigos e novidades de nossa Arquidiocese

Canonização: Roma já aceitou pedido de canonização feito por nossa Arquidiocese P. 22

Lançamentos: Álbum Catequético Litúrgico e Caminhando 30 P. 7 e 24


Ação Evangelizadora

CENTRO PASTORAL

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial Neste mês de outubro, mês das missões, lembramos nesta edição da Revista a natureza de nossa Igreja: “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na “missão” do Filho e do Espírito Santo” (AG 2). Trazemos assim reflexões sobre os desafios e também a alegria na missão. Não nos atemos apenas a este tema, mas como sempre, trazemos novidades de nossa Arquidiocese, além de textos voltados para formação e esclarecimentos como os artigos da escolha das músicas apropriadas à liturgia, e sobre como se dá processo de canonização. Também há os textos de reflexões diversas, como a homenagem ao Dia do Professor. Ou mesmo sobre acontecimentos em nossa arquidiocese. São diversificadas as reflexões, mas destacamos neste breve editorial a ação concreta de nossa Arquidiocese no sentido de incentivar as missões. Em um dos textos centrais presentamos um balanço das missões permanentes em nossa Igreja local, concluindo que 105 paróquias já estão realizando algum tipo de atividade missionária. Apesar da dificuldade em quebrar paradigmas e exercitar a saída. Os testemunhos que vêm na sequencia mostram a necessidade da criatividade para levar a fé católica aos lares e como tem sido gratificante a realização das visitas. Como mensagem fundamental, ressaltamos neste breve editorial o que é constatado nos textos sobre as missões: “Não basta algumas atividades missionárias. É necessário um novo jeito da Igreja ser: “em saída”. É preciso superar uma atitude de manutenção, abrir as portas das igrejas e sair ao encontro de quem se perdeu e não encontra mais, sozinho, o caminho da Salvação”. Esperamos que as reflexões presentes nesta Revista sejam motivadoras de que coloquemos sem cessar em estado permanente de missão e como discípulos/as missionários/as, portadores da Alegria do Evangelho.

Fale Conosco ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR) Responsável: Teodoro Travagin – 5531 (DRT-PR) Fones / Fax: (41) 2105-6343

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A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Bispo da Arquidiocese de Curitiba: Dom José Mário Angonese | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Teodoro Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão: Aline Tozo | Revisão Teológica: Pe. Roberto Nentwig | Colaboração voluntária: 12 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Impressão: Gráfica ATP - Tiragem: 10 mil exemplares.

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Agenda Mensal dos Bispos Outubro/2016

Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016

18 a • Assembleia Geral do Clero na 01 • Missa no Santuário São José, 20 Casa de Retiros Nossa Senhora Dia Nacional do Idoso • Missa na Paróquia São Batista, do Mossunguê no Tingui 18 • Programa “Conhecendo a Palavra”, na Tv Evangelizar 02 a • Curso Bíblico no CELAM, em 07 Santiago do Chile 19 • Visita no Seminário Bom Pastor 21 • Reunião do Setor Almirante 08 • Lançamento do Caminhando 30, no auditório da FAE Tamandaré • Missa na Paróquia São Benedito • Reunião da Pastoral da Pessoa Idosa 09 • Abertura do do IV Seminário de Valorização da Vida, PUCPR • Visita no Seminário São José • Missa na Capela Nossa Senhora 22 • Missa de Jubileu da ComuAparecida, em Pinhais nidade AME, em Almirante Tamandaré 11 • Reunião da APAC • Programa “Conhecendo a 23 • Missa de Aniversário do HospiPalavra”, na Tv Evangelizar tal São Roque, em Piraquara • Missa de Encerramento do 12 • Missa da Padroeira, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Seminário Arquidiocesano de em Campo Largo Catequese 13 • Reunião do Setor Santa Felici- 24 a • Reunião do Conselho Permadade, na Paróquia Bom Pastor 27 nente da CNBB, em Brasília • Reunião dos 15 Setores 28 • Aula na Magna no Curso de Medicina da PUCPR 14 • Reunião do Setor Portão • Expediente na Cúria • Reunião dos Formadores, no • Investidura dos MESCES do Seminário Propedêutico Setor Pinheirinho, na Paróquia • Visita no Seminário Propedêutico São Pedro 29 • Crisma na Paróquia São Pio X • Crisma no Santuário São José 15 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Anunciação 30 • Crisma na Capela da Polícia Militar 16 • Missa do Padroeiro, na Paróquia São Lucas • Crisma na Paróquia Nossa Se• Missa na Comunidade Shalom nhora Aparecida, no Seminário 17 • Visita no Seminário Rainha dos Apóstolos

Dom José Mário Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba Região Episcopal Norte 01 • Crisma da Pastoral Nipobrasileira 15 • 02 • Posse na Paróquia São João • Batista, no Rebouças 03 • Missa de Abertura da Trezena Missionária, na Paróquia Nossa 16 • Senhora Auxiliadora 04 • Reunião no Setor Cajuru, na 18 a • 20 Paróquia São José • Missa e Novena na Comunida21 • de Nossa Senhora Aparecida, Coqueiros 22 • 05 • Expediente na Cúria • Tríduo em Louvor a São Benedito, na Paróquia São Benedito • 06 • Reunião do Setor Pinhais 23 • • Missa e Novema na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Campo Magro • 07 • Reunião do Setor Capão Raso • Crisma no Colégio Medianeira, na Paróquia Imaculada Concei25 • ção - Guabirutuba 26 • 08 • Lançamento do Caminhando 30, no Auditório da FAE 27 • • Crisma no Colégio Santa Maria 09 • Renovação dos MESCES da Paróquia São Sebastião, em • Bateias 11 • Reunião da APAC 28 • • Expediente na Cúria 12 • Missa na Comunidade Nossa • Senhora Aparecida, Ouro Verde - Colombo • 13 • Reunião do Setor Santa Felici29 • dade, na Paróquia Bom Pastor • Reunião dos 15 Setores 30 • 14 • Reunião do Setor Portão • Investidura dos MESCES do Setor Cajuru, na Paróquia Santíssima Trindade

Missa no Carmelo Investidura dos MESCES do Setor Pinhais, na Paróquia Santa Madalena Sofia Missa na Paróquia Santa Edwiges Assembleia Geral do Clero, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê Reunião do Setor Almirante Tamandaré Crisma no Santuário Nossa Senhora do Carmo Missa no Santuário São Judas Tadeu Abertura do Seminário Arquidiocesano de Catequese Missa no 3º Encontro Regional do Terço dos Homens, na Paróquia Nossa Senhora das Vitórias Expediente na Cúria Palestra no Colégio Santa Maria Reunião dos Coordenadores das Regiões Episcopais Investidura dos MESCES do Setor Mercês, na Paróquia Santa Luzia Missa na Cúria Reunião dos Formadores, no Seminário Propedêutico Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, no Cabral Crismas no Colégio Bom Jesus, em Campo Largo Investidura dos Leitores na Capela Nossa Senhora de Loretto


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Missões: uma breve reflexão Na celeridade do tempo, eis que chegamos a outubro, tradicionalmente um mês dedicado à reflexão sobre a dimensão missionária da Igreja. E entre os muitos significados para a temática da missão, o destaque, neste mês, é para a missão ad Gentes, isto é, a missão de evangelizar as pessoas e regiões nas quais Jesus Cristo ainda é pouco conhecido. O mais comum é que sejam também regiões nas quais a pessoa humana é menos protegida, é mais violentada: regiões da África e da Ásia. É verdade também que há missionários no Japão, na Coréia do Sul, também na China estão entrando missionários. Tive a feliz ventura de conhecer alguns países de missão na África. É gratificante contemplar a juventude da Igreja nas regiões missionárias. Os recursos humanos e materiais são escassos. Mas a vitalidade dos missionários, o amor pela terra de missão e pelo seu povo, o gosto por celebrar com aquela gente que dança, sorri e canta, apesar de tantas carências, são “indicativos proféticos” para

quem tende a se habituar, quase a exigir o excesso. As regiões missionárias, e os missionários, até sem pronunciar palavras estão a nos dizer que o essencial é suficiente. Por falar em essencial, quando se trata de evangelização em regiões missionárias, lembro a todos os leitores, que a Igreja no Paraná predispôs-se a colaborar com os católicos de Guiné-Bissau, pequeno país do noroeste africano. Lá há missionários paranaenses, inclusive um bispo brasileiro. Pretendemos colaborar com a Igreja naquele pequeno país com a oferta de 20 mil bíblias. A quase todas as famílias faltam os meios até para dispor de um exemplar da Palavra de Deus. Eu mesmo pude ver quanto a amam. Na nossa Arquidiocese é a Catequese que mais diretamente se envolveu com este projeto. Peço sua colaboração caro leitor. Em sua paróquia converse com o padre ou com a coordenação da Catequese. O Senhor lhe será grato.

Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

Outubro

Mês Missionário e do Rosário Outubro é o mês Missionário

Outubro é o mês do Rosário

A Igreja Católica é essencialmente missionária por ordem de Cristo. Foi o próprio Cristo que a definiu, no dia da Ascensão, ordenando aos Apóstolos: “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt. 28, 19-20 e Mc. 16, 15).

Foi o Papa S. Pio V que instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário, a 07 de outubro de 1571, depois da vitória do exército católico, vencendo os mulçumanos em Lepanto.

Esta ordem dada aos Apóstolos por meio deles atinge todos os batizados católicos. Por isso, todos os católicos são missionários também.

O Rosário conhecido por Terço, porque é um terço do Rosário, com 50 Ave-Marias, pois o completo era de 150.

Ide. É uma ordem, não é um desejo, um gosto, um prazer, se quiser. Por isso, o Papa Francisco ordena a todos os sacerdotes que saiam da sacristia e procurem os católicos afastados da Igreja e os tornem discípulos.

Discípulos Discípulos são todos os que observam os mandamentos da Lei de Deus e vivem os Sacramentos da Igreja Católica instituídos por Cristo. Esta ordem de sair não é só para os padres, mas também para diáconos, religiosos, religiosas e leigos. Que todos os batizados sejam missionários. Como é que você, leitor, é missionário? Em primeiro lugar, seja missionário rezando todos os dias pelos missionários e missionárias da Ásia, África e Amazônia.

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Antes porém desta festa, a tradição afirma que foi São Domingos de Gusmão (1170 – 1221) o fundador da Ordem Dominicana, que promoveu a devoção do Rosário.

O Papa S. João Paulo II instituiu a quarta série de Mistérios do Rosário, os Luminosos, isto é, da vida pública de Cristo, com 200 Ave-Marias agora. O Rosário é Bíblico, porque contempla os mistérios teológicos, dirigidos a Deus Pai, os cristológicos a Deus Filho, os pneumatológicos ao Espírito Santo. É mariológico, porque Nossa Senhora é contemplada nos mistérios, eclesiológicos, porque a segunda parte da Ave-Maria contempla a Igreja e é antropológico, porque são contemplados mulheres e homens pecadores na vida e na hora da morte. Antigamente as famílias católicas rezavam diariamente o Rosário, isto é, o Terço. O Rosário continua sendo a devoção pessoal e familiar a Nossa Senhora.

Ajude também estes missionários com suas ofertas, de modo especial, no Dia Mundial das Missões, 3º domingo de outubro, neste ano, no dia 16.

O Papa S. João Paulo II escreveu a 16 de outubro de 2002 a Carta Apostólica sobre o Rosário, dizendo: “o Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa na simplicidade e na profundidade.É o conforto na hora da agonia”.

Reze e apoie os dois Missionários de Curitiba, Padres Fábio de Oliveira Endler e o recém ordenado Pe. Tiago Felipe Polonha, na Prelazia de São Félix do Araguaia, Mato Grosso.

Neste mês Missionário e do Rosário imitemos o exemplo do Papa S. João Paulo II, o grande Missionário, visitando 129 paises e o devoto do Rosário de Maria.

Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016


STEPHANIE MAYER Articuladora de Jovens do Setor Órleans-Campo Comprido Integrante do Grupo de Jovens Mocitude

Juventude

e

Fotos: Grupo de Jovens Mocitud

"O tempo que estamos vivendo hoje não necessita de jovens-sofá” Papa Francisco (JMJ2016) Desde a Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia nós jovens temos refletido sobre a fala do Papa Francisco que disse: “a misericórdia tem um rosto jovem”. O mesmo papa insiste que sejamos verdadeiramente uma igreja em saída, logo concluímos que a juventude precisa sair e mostrar o rosto da misericórdia às pessoas, não podemos ser jovens-sofá ou jovens-cadeira em nossas paróquias. Neste mês missionário convidamos um dos 215 grupos da nossa Arquidiocese, que bem representa essa juventude em saída, desapegada das estruturas tradicionais, para contar um pouco de sua caminhada na vida paroquial-missionária. O grupo de jovens Mocitude completa neste mês 28 anos de existência. Foi fundado no dia 4 de outubro de 1988, no dia de São Francisco de Assis, que foi escolhido como padroeiro. O Mocitude nasceu em uma comunidade conservadora, a integração com as pastorais e trabalhos missionários eram pouco estimulados e nós também não nos unimos à alguma expressão da juventude católica. Por isso, no decorrer dos anos, as ações sociais foram muito variadas, já que dependiam exclusivamente do grupo e de quem o coordenava. Nos últimos três anos, com a chegada de um novo pároco, temos mais apoio e

uma ligação mais expressiva com as atividades da comunidade. Jovens, juntamente com ministros, seminaristas e toda a comunidade saem em missão para conhecer as casas das redondezas, as dificuldades e a realidade das pessoas que frequentam ou não a nossa comunidade. Também associados à igreja participamos de campanhas para arrecadação de roupas e de alimentos com intenção de confeccionarmos cestas básicas para necessitados e levamos chocolates para crianças de comunidades carentes na páscoa. Já por iniciativa do grupo levamos alimentos para uma casa de acolhida que fornece café da manhã para moradores de rua, fazemos doação de sangue pelo menos duas vezes por ano, no inverno nos mobilizamos para levar sopa para os moradores de rua e também fazemos o nosso retiro anual em que anunciamos Cristo pelo testemunho e pela palavra. Como diz o Papa Francisco, não tem como sermos sal e luz dentro de casa. Ter várias oportunidades para ir para rua evangelizar e criar no grupo um hábito que nos faz sair facilita para um jovem deixar o comodismo do sofá e caminhar em missão. Sobre ser jovem missionário, o Mocitude pode afirmar: é muito mais fácil quando estamos entre amigos.

Foto: Patryck Madeira

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE: juventude@arquidiocesecwb.org.br / (41) 2105-6364 / 9605-4072 / 2105-6368 Murilo Martinhak / Assessor Eclesiástico: Pe. Waldir Zanon Junior. Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016

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Animação Bíblico-Catequética

A ALEGRIA DE INICIAR DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS NA MUDANÇA DE ÉPOCA A Conferência Episcopal Latino-Americana, através das Comissões Episcopais de Catequese, elaborou um subsídio de formação contendo os elementos centrais da Iniciação à Vida Cristã em mudança de época. No Brasil, este subsídio nos é oferecido pelas edições CNBB. Este livro propõe um novo paradigma: uma catequese de espírito missionário, experiencial e catecumenal. Abandona-se qualquer modelo tradicionalista, intelectualista e sacramentalista de catequese nesta mudança de época. Sinalizaremos, então, os elementos pontuais deste texto, que está distribuído em três capítulos. 1. Contemplar - um olhar de fé sobre nosso tempo: neste primeiro capítulo, fala-se dos riscos que corremos se perdermos nossas raízes vitais, se não as transmitirmos às futuras gerações. Constatamos, nos atuais tempos, o afastamento das pessoas de Deus, o esgotamento pelo excesso de atividades pastorais, fugindo da vida comunitária; a família em fase de modificação, o institucional sofrendo rupturas e nossa identidade sendo posta em xeque. A catequese também passa por situações de insatisfação: ausência da família, descuido na formação do catequista, os adultos ainda não são prioridade nos itinerários paroquiais, catequese centrada no subsídio doutrinal, os sacramentos como principal objetivo da catequese e o amadorismo na personalização de nossos interlocutores. Qual o caminho de superação destas insatisfações? O subsídio propõe que as Igrejas particulares e as paróquias gerem processo de conversão pessoal, pastoral e missionária. Exige-se da catequese formas personalizadas de acompanhar o caminho de fé do discípulo missionário. 2. Discernir - alguns critérios de iluminação: no segundo capítulo, destacamos quatro elementos: o querigma, a inspiração catecumenal, a dimensão missionária da catequese e a força da comunidade na evangelização.

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Uma nova estrada, contendo estes elementos, deve ser trilhada na transmissão da fé em mudança de época. Caso contrário, o Evangelho ficará comprometido. O querigma faz arder o coração das pessoas pelo Evangelho. O querigma é a mensagem central de fé: é um anúncio respaldado pelo testemunho pessoal do catequista. A inspiração catecumenal é a metodologia mais eficaz de inserção do Evangelho na catequese. A saída missionária é caminho que gera novos processos catequéticos. Supera-se a aridez da catequese doutrinal, para inserir o interlocutor na alegria da missão. E a comunidade cristã tem papel fundamental. Ela é fonte, lugar e meta para a catequese. O discípulo missionário de Jesus faz sua experiência de fé como membro da comunidade. 3. Propor - novos horizontes para a Catequese: a conversão pastoral gera uma mudança de mentalidade: novas atitudes, significados, métodos e estruturas. Neste último capítulo propõem-se novos horizontes para que a catequese promova a conversão pastoral em quatro formulações. Primeiro, a mudança de uma Igreja de cristandade para uma comunidade catequizadora em saída missionária e disposta à conversão pastoral. Segundo, a passagem de uma catequese intelectualista para uma catequese a serviço da iniciação à vida cristã. Terceiro, esvaziar-se de uma catequese centrada na criança para optar pela catequese de iniciação à vida cristã prioritariamente com adultos. Quarto, zelar pelo ministério de catequista: formar catequistas com testemunho de vida, bom comunicador e mistagogo. Enfim, em breves palavras destacamos os argumentos fundamentais do texto do CELAM. Motivamos a leitura do texto completo. Desejamos que a alegria de iniciar discípulos missionários seja o eixo propulsor nos tempos de nova evangelização. Que Maria oriente nossos passos!


Álbum Catequético-Litúrgico 2016/2017 - Ano A é lançado! Subsídio utilizado para unir família, catequese e liturgia ganha nova edição

Atenção, catequistas, catequizandos, pais e lideranças paroquiais! O Álbum Catequético-Litúrgico 2016-2017 (Ano A) está disponível a partir de 20 de outubro. Com a finalidade de promover a interação entre a família, a catequese e a liturgia, esta publicação tem surpreendido a cada ano. Em suas páginas está o Evangelho respectivo de cada domingo do ano A, comentários e orientações. Há também ilustrações, jogos, dinâmicas, exercícios e brincadeiras que fazem com que os pais ou responsáveis possam, juntamente com seus filhos, refletir, meditar e partilhar o Evangelho Dominical. A proposta é possibilitar uma vivência semanal da liturgia dominical, criando um rito semanal de reflexão e meditação do Evangelho.

Valor: • Até 100 unidades: R$ 7,00 • De 101 a 500 unidades: R$ 6,50 • Acima de 500 unidades: R$ 6,00

O material pode ser adquirido a partir de 20 de outubro através da Editora Arquidiocesana de Curitiba pelo e-mail sac@arquidiocesecwb.org.br, pelo telefone (41) 2105-6325, ou via formulário no site www.arquidiocesedecuritiba.org.br/produtosdapaz.

Quebra cabeça

Anexo de figurinhas

Calendário

Litúrgico

VIII Seminário Arquidiocesano de Catequese Acontece em outubro a oitava edição do Seminário Arquidiocesano de Catequese, com o tema “Paróquia e Iniciação Cristã”. Com o propósito de refletir sobre os caminhos da iniciação à vida cristã, o seminário quer empenhar esforços para uma igreja com metodologias renovadas e com maior clareza teológica. A assessoria no seminário será do Frei João Fernandes Reinert. Organizado pela Comissão da Animação Bíblico-Catequética da Arquidiocese de

Curitiba, o evento será realizado no dia 23 de outubro de 2016, no Colégio Bom Jesus – Centro, em Curitiba. As inscrições poderão ser realizadas pelo site da Arquidiocese de Curitiba até o dia 20 de outubro ou até se esgotarem. Cada participante terá direito ao livro “Paróquia e Iniciação Cristã”, de autoria do Frei João Fernandes. EXPEDIENTE

COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6318 / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon. Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016

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Especial - Missões

PE. ALEXSANDER CORDEIRO LOPES Coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba

As missões nas palavras dos Párocos Até o final do ano de 2016, os bispos de Curitiba visitarão por três vezes cada um dos Setores Pastorais da Arquidiocese, conversando com os padres, em especial os párocos, sobre as atividades missionárias de nossas comunidades paroquiais. Ao final da segunda rodada, no mês de agosto, pudemos desenhar um novo balanço das missões permanentes em nossa Igreja local. De acordo com a avaliação geral do presbitério, 105 paróquias já estão realizando algum tipo de atividade missionária. Destas:

• 11 estão na fase da sensibilização, ou seja, começaram a apresentar a proposta para as comunidades por meio de formações e orações pelas missões permanentes;

• 6 estão em planejamento, setorizando o seu território e organizando assembleias;

• 64 paróquias realizaram o início das visitas missionárias no primeiro semestre de 2016;

• 11 já estão no processo de qualificação das visitas, retornando outras vezes às mesmas famílias ou instituições;

• 13 paróquias já iniciaram novas comunidades de fé como consequência das visitas missionárias.

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Este breve balanço nos indica que modificar paradigmas é um processo de fato muito lento, porém necessário. A maioria de nossas comunidades paroquiais está iniciando um caminho que já se mostra bastante frutuoso, porém longo! E algumas ainda estão por começar! 28 paróquias ainda manifestaram dificuldades em dar os primeiros passos (4 se ausentaram nas duas reuniões ou não se manifestaram). Papa Francisco alertou aos representantes do CELAM em 2013, durante a JMJ no Rio, que é preciso organizar a missão em duas dimensões - programática e paradigmática: “A missão programática (...) consiste na realização de atos de índole missionária. A missão paradigmática, por sua vez, implica colocar em chave missionária a atividade habitual das Igrejas particulares. Em consequência disso, evidentemente, verifica-se toda uma dinâmica de reforma das estruturas eclesiais. A ‘mudança de estruturas’ (...) é consequência da dinâmica da missão. O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade. Daqui a importância da missão paradigmática.” Será preciso muito empenho de nossa parte a fim de organizarmos programas de missão que provoquem mudança efetiva em nossa mentalidade eclesial: de uma Igreja de conservação para uma Igreja decididamente missionária em todas as suas atividades. Caminhemos, pois, decididamente!


As missões na Arquidiocese de Curitiba por paróquias

* Detalhamento dos 65% em missão *

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Testemunhos missionários Selecionamos nesta edição 3 testemunhos sobre as missões em nossa Arquidiocese: 1 de um Pároco, 1 de um casal que recebeu a visita missionária, e 1 de uma paróquia.

DEVEMOS IR AO ENCONTRO DAS PESSOAS Os tempos de hoje pedem que sejamos criativos e busquemos novas formas de evangelizar e anunciar a boa nova. A Igreja vem nos ensinando que devemos ir ao encontro das pessoas, sermos mais missionários. Atendendo este chamado, membros da Paróquia Menino Jesus de Praga receberam formação e foram enviados para a missão no mês de abril. A cada tarde de missão, com a participação do pároco P. Magnus Petry, realiza-se uma breve reflexão do Evangelho, bênção da água e oração de envio. Os novos missionários recebem a cruz e a camiseta das missões. Nas partilhas que são realizadas após as visitas das famílias, os missionários expressam sua alegria por poder falar de Cristo e contam as maravilhas que viram e ouviram, sempre há novidades! Os noviços salesianos também participam da missão na paróquia. “É muito bonito interagir com a comunidade, é uma injeção de ânimo para minha vocação”, partilhou um dos noviços. Uma senhora não escondeu sua alegria ao receber um rosário de um missionário, “Eu rezava o terço com os dedos e hoje à noite vou rezar com o rosário”. Uma família que recebe sexta básica da paróquia partilhou suas dificuldades e ficou muito feliz pela visita inesperada. Há aqueles que ao se despedirem perguntam com certa ansiedade quando será a próxima visita missionária na sua casa. P. Magnus A. Petry, sdb PARÓQUIA MENINO JESUS DE PRAGA – SETOR PORTÃO. VILA LINDÓIA, CURITIBA/PR

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A ALEGRIA DA VISITA MISSIONÁRIA No sábado, 4 de junho, tivemos a alegria de receber em nossa casa a visita dos missionários da Paróquia Nossa Senhora da Salette. Foi uma rica oportunidade para refletirmos um texto do Evangelho, partilharmos opiniões sobre nossa caminhada cristã, sobre os desafios dos tempos atuais e da nossa participação na comunidade e na Igreja. Ao final, após breve oração, houve a benção da casa e de seus moradores. Por tudo isto, agradecemos profundamente os missionários que nos visitaram, augurando que a Paróquia Salette continue firme no propósito de levar a fé católica aos lares da nossa comunidade, em atendimento ao apelo do Papa Francisco que quer “uma Igreja em saída”. Irene e Carlos Cecy – Santuário Nossa Senhora de Salete - Jardim Social.

Fotos da ação missionária do Santuário Nossa Senhora de Salete

TESTEMUNHO MISSIONÁRIO Estamos em tempo de missão e nossa Paróquia abraçou a causa com carinho e entusiasmo, pois o espírito santo é quem nos conduz. Já colhemos alguns frutos relacionados a missão, com nossas visitas as famílias percebemos o quanto elas ficam felizes de nos receber, nosso maior desafio foi entrar nos condomínios que são de difícil acesso, mais que com a graça de Deus estamos conseguindo, já realizamos 2 missas em dois condomínios, isso foi um avanço para nossa comunidade. Missa e novenas estão sendo realizadas nas casas das famílias, e muitas que estavam afastadas da igreja retornaram. Outra experiência marcante foi quando conversamos com pessoas de outras denominações cristãs, que nos atenderam com todo carinho e respeito e até partilhamos a palavra de Deus, aceitaram que aspergíssemos a casa com água benta. É gratificante fazer este trabalho missionário, só temos que agradecer a Deus por ele nos enviar, ao sairmos em missão para evangelizar também somos evangelizados com tantos testemunhos e exemplos de vida de nossos irmãos que partilham conosco suas experiências de fé e gratidão a Deus. Que Deus sempre nos capacite e nos dê entusiasmo e coragem para atender ao seu chamado. Par. Nossa Senhora do Bom Conselho

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Missão

DOM JOSÉ MÁRIO Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba Região Episcopal Norte

Missões: Para onde vamos? “Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a todas as criaturas” (Mc 16,15). Ao longo do tempo temos procurado interpretar e obedecer esta ordem de Jesus. Mas percebemos que o que fazíamos não era suficiente. O Papa Francisco lembra-nos: é “necessário passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (EG 15). Não bastam algumas atividades missionárias, é necessário um novo jeito de a Igreja ser: “em saída”. É preciso superar uma atitude de manutenção, abrir as portas das igrejas e sair ao encontro de quem se perdeu e não encontra mais, sozinho, o caminho da Salvação. A Arquidiocese de Curitiba deu importantes passos na direção de uma igreja missionária. Muitas paróquias já somam exitosos resultados. Mas, temos ainda um longo caminho. Sem visitas não acontece missão. “Vamos a outros lugares, nas aldeias da redondeza, a fim de que, lá também, eu proclame o Evangelho do Reino. Pois foi para isso que eu saí” (Mc 1,38). Era preciso ir a outros lugares, outras casas, bater em outras portas, ir ao encontro das pessoas nas suas casas. Por trás de cada porta há pessoas à espera de um convite. “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! (EG 49)

Visitar para quê? A palavra-chave é “processo”. A maioria dos dicionários definem processo como “sequência contínua de fatos” ou “operações com certa regularidade”. Ou seja, a visita missionária não visa somente a benção da casa, ainda que importante. Para manter “processos” cada visitador deve ter como objetivo organizar comunidades: Pequenas comunidades, grupos de família, grupos de reflexão ou CEBs, mais importante que o nome é o PROCESSO. Mas, somente o conhecimento da Palavra de Deus não é suficiente para que uma pessoa se torne verdadeiramente discípulo de Jesus. A Palavra de Deus não é o tesouro, o tesouro é o Reino de Deus. A Palavra de Deus é o mapa para se chegar ao Tesouro. É preciso assumir os valores que estão presentes na Palavra de Deus. O seu conhecimento é importante, mas devemos ser especialistas na sua vivência. Daí a importância de fazer processo. É missão da Igreja oferecer oportunidade para que o máximo de discípulos percorram o máximo no processo. “São muitíssimos aqueles que não se tornam cristãos, simplesmente por faltar quem os torne cristãos (...). Oh! Como enorme é o número dos que são excluídos do céu por vossa culpa! ” (São Francisco Xavier)

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PE. MARCONDES MARTINS BARBOSA Sacerdote diocesano de Curitiba - Mestrando missiologia na Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma

Missão

Uma Igreja em estado permanente de missão Ao iniciarmos esta reflexão é importantíssimo lembrar que a Igreja é por sua natureza missionária como afirma o decreto Ad Gentes: “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na “missão” do Filho e do Espírito Santo” (AG 2). Assim, a Igreja é vista como essencialmente missionária. É importante também lembrar que o Espírito Santo continuamente atua na história e é o protagonista principal da missão. Desde os primórdios da Igreja vem atuando na evangelização e abrindo novas fronteiras na realização do Reino de Deus no mundo e concretamente, no meio de nós. Logo, com todo o seu vigor, interpela-nos através dos sinais dos tempos, da concretude da vida, à prosseguirmos e respondermos criativamente aos desafios de cada momento histórico, com a mesma lucidez e sabedoria que emana do mestre Jesus de Nazaré. O Documento de Aparecida, quando reconhece e reafirma o “despertar missionário” da Igreja na América Latina e no Caribe, convoca todos os seus membros a se colocarem em estado permanente de missão (DAp n. 551). Esta convocação nos impele a sair de um marasmo eclesial que leva a um cansaço e estagnação da ação pastoral e

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a reassumirmos o espírito renovador do Vaticano II, em um permanente diálogo com as diversas culturas, com a sociedade e com o cotidiano das pessoas, nos comprometendo em favor da vida em todos os seus âmbitos (Jo 10,10). Assim conclama o Papa Francisco: “Não nos deixem roubar o entusiasmo missionário!” (EG n. 80) Para uma Igreja em estado permanente de missão, se faz necessário iniciar um processo criativo reorientando o modelo de crer, de formar e edificar a comunidade, de recriar as relações interpessoais, comunitárias e eclesiais, oferecendo a todos o Evangelho de Jesus Cristo como uma eterna novidade, assumindo com renovado ardor missionário e criatividade o anúncio querigmático e uma nova evangelização que proclame o Evangelho da justiça, inspirando um profetismo eclesial, empoderando-se do mandato missionário: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura ...!” (Mc 16,15; Mt 28,19-20). Assim, é pela fé em Jesus, suscitada, acolhida e partilhada que nasce a comunidade de discípulos missionários – “Não nos deixem que nos roubem a alegria da evangelização” (EG n. 83).


A comunidade de discípulos missionários é marcada e identificada por uma ação missionária e pastoral atraente, envolvente, personalizada, comunitária, dialogante, servidora, ministerial e motivadora das relações entre iguais, superando as relações desiguais e testemunhando a comunitariedade, a comunhão, a acolhida, a misericórdia, a compaixão, a participação corresponsável e atenta ao mundo e à profundidade da fé. Viver a fé cristã é sentir-se amado pelo Pai, salvo em Jesus e fortalecido no Espírito Santo. – “não deixemos que nos roubem a comunidade” (EG n. 92). Atualmente a configuração social é marcada pela mobilidade, pluralidade e constantes e rápidas mudanças e os fundamentos de estabilidade e homogeneidade presente na Igreja, “fazer sempre do mesmo jeito” não conseguem mais responder a estes e outros desafios presentes. Logo, somos desafiados a formar comunidades numa dinâmica pastoral marcada pela dinamicidade, mobilidade, pluralidade; uma Igreja em saída. Uma Igreja consciente da sua história, de seus valores e tradições, mas com uma ação missionária e evangelizadora descentralizada, criativa, dialogante e abrangente. Uma Igreja em estado permanente de missão exige lucidez e consciência para buscar caminhos que correspondam às necessidades da humanidade hoje. Nos diz o Papa Francisco: “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! ... prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças ...” (EG n. 49). Portanto, desafiados por esta consciência e lucidez a sair de uma estrutura de Igreja (paróquias, comunidades, pastorais , movimentos, instituições), em geral rígida e de forte presença hierárquica e condicionada por uma herança colonizadora que impede uma evangelização autêntica e evangélica à assumir uma nova dinâmica capaz de personalizar e promover um intercâmbio de vida comunitária, comunidade de fé, samaritana e acolhedora, com intenso compromisso comunitário e social, capaz de ser profética, priorizando a centralidade relacional da vida. Pois, é urgente um testemunho evangelizador que se da na vivência da experiência do amor trinitário na

comunidade e não restringir-se à simples e mera administração. Logo, não cumprir essa função evangelizadora é omitir-se enquanto instrumento do Reino. Então, uma Igreja que se coloca em estado permanente de missão vive seu discipulado tendo como referência a simplicidade, a humildade, a escuta, o diálogo, a confiança plena no Espírito Santo, aberta às necessárias reformas espiritual, pastoral e também institucional (DAp n. 367). Passando por uma verdadeira conversão integral do Povo de Deus (DAp n. 365). Certamente essa metanoia acontece no agir eclesial, assumindo atitudes permanentes de conversão pastoral (DAp n. 365), passando de uma “pastoral de conservação” para uma “pastoral decididamente missionária” (DAp n. 370); consequentemente, abrindo-se para uma renovação eclesial e uma missionariedade presente em todas as estruturas eclesiais (DAp n. 365) como recorda Aparecida. Todavia, os desafios existem. Não sejamos ingênuos! Mas na força e na escuta do Espirito Santo estes desafios podem ser superados. Confiantes neste Novo que se apresenta na Igreja e no mundo, caminhemos na alegria e com uma dedicação cheia de audácia e esperança em atitude permanente de missão. – “Não deixemos que nos roubem a força missionária!” (EG 109). Que Maria, a mãe do Evangelho vivente, a estrela da evangelização, interceda por toda a Igreja, a fim de que nos coloquemos sem cessar em estado permanente de missão e como discípulos/as missionários/as, portadores da Alegria do Evangelho.

Abreviaturas AG – Ad Gentes DAp – Documento de Aparecida EG – Evangelii Gaudium. Referência Bibliográfica BRIGHENTI, Agenor; HERMANO, Rosario (orgs.). A missão em debate: provocações à luz de Aparecida. São Paulo: Paulinas, 2010. MIKUSZKA, Gelson Luiz. Por uma paróquia missionária: à luz de Aparecida. São Paulo: Paulus, 2012.

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Dimensão Social

JOÃO FERREIRA SANTIAGO Teólogo, Poeta e Militante Mestre em Teologia e Especialista em Assessoria Bíblica

Missão, Profecia e Serviço A missão sem a profecia é apenas uma tarefa, e a profecia sem uma missão é apenas discurso vazio. A missão do profeta e da profetiza cristãos é o serviço à Vontade, à Palavra e ao Reino de Deus. A missão de Jesus está bem registrada nos evangelhos, especialmente em (Lucas 4,18), onde diz que é anunciar a Boa Nova aos pobres, resumindo aqui. A missão jamais é eucêntrica. Não satisfaz a minha vontade pessoal, tampouco a vontade da Igreja em determinada circunstância ou em certo momento. Em (João 4,34), Jesus diz: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou”. É Jesus quem nos envia em missão e como seus seguidores e suas seguidoras, o nosso alimento deve ser fazer vontade dele. Quando temos consciência de nossa missão e a assumimos com alegria e esperança, exemplo a ser propagado é o Papa Francisco. Como ele testemunha com serenidade e leveza o seguimento de Jesus! É igualmente gratificante e motivador ver e sentir a alegria com

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que o nosso Arcebispo Dom José Antonio Peruzzo dialoga com a comunidade e com a Bíblia, a satisfação que o invade e que irradia para quem com ele estar. Ambos, cada um ao seu modo, na sua missão nos falam do que viram e ouviram, mas, sobretudo, do que vivem. Assim, como nos diz (1João 1,1-5) faz com que a “Nossa Alegria seja completa”. A Missão, a Profecia e o Serviço são indissociáveis, mas apenas para efeito de reconhecimento e testemunho, podemos lembrar, como para Madre Teresa de Calcutá, a missão e o serviço se fazem carisma a serviço da profecia. Igualmente como para Dom Hélder Câmara, a profecia e o serviço jorram da missão.


A missão de Jesus também se expressa de forma esplêndida e em circunstâncias muito especiais, diante da arrogância e da prepotência do enfurecido Pilatos (João 18, 37). A missão é não apenas frequentemente contestada, mas também confrontada e com a mesma frequência, o que nos exige convicção e coerência, além de coragem para seguir em frente. A verdade também não é a minha ou a nossa, apenas, mas como diz o próprio João Batista, (João 1,23), somos também e frequentemente, frente à missão que nos é confiada, vozes que clamam no deserto. Mas esse deserto ecoa e ressoa para além das montanhas e da surdez das autoridades políticas da terra. Basta que tenhamos consciência de nosso lugar e não caiamos na tentação de trocar a missão pelo poder. Nem sempre temos a compreensão em tempo real das dimensões de nossa missão. Na missão evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba, possivelmente o Padre Reginaldo Manzotti não tinha a consciência explícita de que exercia o papel de João Batista, preparando o caminho para a Igreja do tempo do Papa Francisco e de Dom José Antonio Peruzzo, ao criar a Rede Evangelizar de Rádio e Televisão. Hoje, diante da realidade, tudo parece mais compreensível. A gente escuta o chamado para a missão, e, a exemplo de (Isaías 6,8), que diz: “Aqui estou, envia-me”. Também de Moisés, (Êxodo 3, 4), que disse: “Eis-me aqui!”. Daí em diante, como ocorreu com Isaías e Moisés, não nos pertencemos mais, somos profetas e profetizas, a serviço da vontade de Deus. A missão nos vem muitas vezes em forma de provação, de provocação, como aconteceu para dona Niuza de Jesus Oliveira Simei, de Curitiba. Ela deu esse testemunho no programa “Fé na Vida”, do dia 07 de Setembro de 2016, à Jornalista Valéria Burbello. A morte de uma filha e as consequências da perda lhe causaram sofrimentos e perturbações, mas ela soube ouvir a voz de Deus, chamando-a para a missão. Ouvindo-a, conhecendo a sua humildade, ao dizer: “Eu não sei fazer nada, o que eu sei fazer bem é só cuidar de gente”. Em seguida disse ainda dona Niuza: “Eu disse para Deus, me dê saúde que eu vou ajudar a todas as pessoas que me procurarem e não vou cobrar nem um centavo por isso”. Foi impossível não se lembrar do Padre Zezinho que na música “O meu Senhor

e eu” diz: “(...) Pois meu Senhor e eu temos um trato especial. Ele encheu minha vida de paz e de amor. E eu serei testemunha fiel, eu serei, das maravilhas que ele faz”. Assim é que acontece com quem ouve o chamado de Deus para a missão. No testemunho de dona Niuza vemos a sintonia entre Missão, Profecia e Serviço, precedidos de um encontro decisivo com Deus, que nos faz mudar de vida, mudando de atitude. E nos confirma que tudo isso continua valendo em nosso tempo. A Igreja assume a missão permanente, ao se postar diante de um tempo maluco, mas cheio de bonitezas, como uma Igreja em saída. É uma Igreja caminheira e Paulina; contemplativa, seguidora e Mariana; anunciadora e em permanente conversão, uma Igreja Samaritana. Missionária e Cristã, portanto, e que sai em missão, para testemunhar, para anunciar, para dialogar e para servir. Esta é a síntese da missão da Igreja Povo de Deus na terra, e que somos nós. Assim como o Apóstolo Paulo, somos impactados por este encontro decisivo com o Ressuscitado. Feliz daquele e daquela que se encontra com Jesus e o reconhece. A missão do Cristão e da Cristã é servir e este serviço está diretamente relacionado com este encontro (Atos 9, 1-19). Paulo de Tarso nos diz isto quando faz a pergunta fundamental: “Quem és tu, Senhor?” ( v. 5). A Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba, através do Padre Alex Cordeiro Lopes, tem vivido intensamente o espírito missionário que nos faz a exemplo do que fez Ananias com Paulo, “Abrir os olhos, recuperar a vista e ficar cheios do Espírito Santo” (v. 17). Tudo isto é para que saibamos e reconheçamos que Jesus é o Caminho que nos leva a Deus e para chegar a Jesus temos que estar em ação, e conhecer e viver o seu Evangelho. Curitiba, 07 de Setembro de 2016.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO SOCIAL: dimensaosocial@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6326 | Coordenadores: Pe. Antônio Fabris, Diácono Gilberto Félis e Diácono Antônio Carlos Bez | Maria Inês Costa: (41) 2105-6326

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Liturgia

JACKSON E SILVIANE casalcantoliturgico@gmail.com

LITURGIA

A Festa da Família de Deus Liturgia é uma palavra usada constantemente no dia a dia das nossas Igrejas, mas qual será o real entendimento sobre isto? Liturgia é a família de Deus em festa e neste sentido precisamos destacar duas palavras para compreender a dimensão litúrgica nas celebrações que participamos: FESTA E FAMÍLIA. Na Festa as pessoas se encontram, conversam, cantam, ceiam, celebram o momento de estarem juntas e a liturgia reúne todos estes elementos. A Família é composta por várias pessoas que partilham uns com os outros suas alegrias e preocupações e que buscam viver em harmonia. A liturgia também tem presente esta forma familiar de convivência, pois pelo batismo formamos a grande família de Deus onde Jesus Cristo é a cabeça e nós somos os membros que compõem a sua Igreja. Reunindo estas partes, festa e família, somos convidados a participar ativamente da liturgia oferecendo a Deus o louvor e a gratidão e vivenciando com profundidade a beleza da celebração Eucarística. “A Liturgia é o ponto culminante para o qual tende a ação da Igreja e ao mesmo tempo é a fonte donde provém toda a sua força” (Sacrosanctum Concilium, 10). Como já citado, numa festa

familiar existem músicas que ajudam as pessoas a se confraternizarem, e, sendo assim, nas celebrações as músicas escolhidas tomam uma proporção importantíssima, pois precisam ajudar a assembleia a participar ativamente dos ritos celebrativos. Desta forma, é fundamental escolher corretamente o repertório litúrgico. A CNBB orienta que para uma boa escolha, siga estas orientações: os textos dos cantos necessitam ser inspirados ou tirados da Sagrada Escritura; melodias acessíveis à comunidade; evitar melodias e textos adaptados de canções populares; seja levado em conta o tipo de celebração; sejam respeitados os tempos do ano litúrgico (Advento, Natal, Quaresma, Semana Santa, Tríduo Pascal, Páscoa, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi, Tempo Comum, Cristo Rei). Neste sentido, a equipe responsável pela organização dos cantos na missa tem que estar bem preparada para combinar letra e música para que auxilie o povo a vivenciar cada momento que compõe a missa, principalmente os de interiorização e de louvor. “A música apropriada à liturgia é aquela que está mais intimamente integrada à ação litúrgica e ao momento ritual ao qual ela se destina.” (SC 112)

EXPEDIENTE COMISSÃO LITÚRGICA: mauricioanjos@hotmail.com / (41) 2105-6363 / Coordenação: Pe. Mauricio Gomes dos Anjos

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DÍZIMO

CLÓVIS VENÂNCIO

Dízimo: compromisso missionário O mês de outubro é denominado Mês Missionário porque, durante o mesmo, a Igreja Católica procura dar uma ênfase maior sobre qual é a sua principal missão, que é realizar a EVANGELIZAÇÃO. Evangelizar é ensinar sobre quem é Jesus Cristo e sua doutrina, isto é, todos os seus ensinamentos, contidos nos livros, cartas apostólicas e demais “escritos” que compõem o “Novo Testamento”, que integra a Bíblia Sagrada. Outrossim, a Igreja Católica, na verdade, é a comunidade de cristãos que nela foram batizados e que, por consequência, constituem-se em discípulos e missionários de Nosso Senhor Jesus Cristo. Com efeito, outubro é um tempo especial em que cada um de nós católicos devemos conscientizarmo-nos mais sobre nossos deveres de batizados e, sobretudo, colocá-los em prática em nosso dia a dia, como compromissos permanentes a serem exercidos o ano todo. O exercício desta missão da Igreja se dá, principalmente, através dos diversos “Movimentos” e equipes de Pastoral, sob a coordenação de bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, seja a nível diocesano ou paroquial, e que, em conjunto, procuram evangelizar em conformidade com os dons que o Criador lhes concedeu. Concretamente, é a nível paroquial que se exerce mais diretamente a ação evangelizadora da Igreja, conforme se pode ler no Capítulo V, item 170 do DA - Documento de Aparecida: “Entre as comunidades eclesiais, nas quais vivem e se formam os discípulos missionários de Jesus Cristo, sobressaem-se as Paróquias. São células vivas da Igreja e o lugar privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e a comunhão eclesial. São chamadas a ser casas e escolas de comunhão”. Ou seja, é onde se cria e se desenvolve o espírito comunitário. Neste contexto, dentre as atividades e funções inerentes às diversas pastorais e ministérios existentes na Igreja Católica, compete à Pastoral do Dízimo uma função importantíssima, mas que nem sempre é bem compreendida, pois que, evidentemente, não consiste simplesmente em efetuar procedimentos que visem apenas a captação de recursos financeiros, mas, sim, evangelizar através da conscientização de todos para a prática da partilha, da participação nas atividades comunitárias e eclesiais. Portanto, é de suma importância ter sempre presente entre seus membros que participar da equipe missionária do dízimo é um dom de Deus e implica em ter consciência de que sua atividade, contribuindo para induzir os fiéis à

partilha, também contribui, indiretamente, para levar a palavra de Deus a cada pessoa, através da atuação de outras pastorais como, por exemplo, a catequese, o que caracteriza efetivamente o processo de evangelização. Assim, reportando-nos novamente ao Documento de Aparecida, constatamos que “a conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DA, Capítulo VII, item 370). Complementarmente, ainda dentre as proposições emanadas da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe ocorrida em maio de 2007 e documentadas no DA, acha-se a ratificação por parte da cúpula dirigente da Igreja Católica, da sua opção preferencial pelos pobres e marginalizados de todo tipo, manifestando, inclusive, que todo processo evangelizador envolve a promoção humana e a autêntica libertação, sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade. “Para a Igreja, o serviço da caridade, (o grifo é nosso) assim como o anúncio da Palavra e a celebração dos sacramentos, é expressão irrenunciável de sua própria essência”. (DA, Capítulo VIII-4, item 399). Como consequência lógica deduz-se, inclusive, que compete aos integrantes da Pastoral do Dízimo empenhar-se decididamente em cobrar das lideranças paroquiais (Párocos, membros dos CPPs., CAEPs. e coordenadores das pastorais sociais) que sejam destinados recursos mais substanciais para a implementação na prática dos propósitos relativos à opção preferencial pelos pobres. Para isso, devem os mesmos estar muito conscientes e preparados para atuar. É dentro desse propósito, inclusive, que a Equipe Arquidiocesana da Pastoral do Dízimo vem organizando Seminários especiais voltados ao treinamento e conscientização dos membros desta pastoral, mas, dos quais podem e devem participar, também, integrantes de CAEPs, CAECs., secretárias paroquiais, párocos etc.. É o que ocorre ainda no dia 9 deste mês (Domingo) com a realização do:

17º SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DA PASTORAL DO DÍZIMO Tema: Aspectos do documento da CNBB 106 “O Dízimo na Comunidade de Fé” Local: Casa de Retiros N.Sra. do Mossunguê Assessor (Palestrante): Pe. Jerônimo Gasques (Diocese de Presidente Prudente –SP) Informações: Centro Pastoral - Fone: 2105-6309

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin / Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016

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Reflexão

PE. RIVAEL DE JESUS NACIMENTO Reitor do Santuário Nossa Senhora de Lourdes Coordenador Geral do Clero | perivael@gmail.com

E então, contemplei meu mestre, minha mestra, e mudei minha vida! Neste 15 de outubro celebramos o dia do professor. Quem não se lembra do seu professor, deste procurador, resgatador, ou como um garimpeiro do saber, que não se cansa de insistir em procurar pérolas preciosas em grotas da escuridão? O filme “To sir, with love” (Ao mestre com carinho), de 1967, continua a inspirar após décadas o papel do professor que é a promoção do ser humano. Desde as séries iniciais até os que trabalham com os “pós doctor”, todos têm essa missão de transformação. Embora ocorra uma distância muito grande no quesito salário, a tarefa é sublime e complexa, lapidar mentes para aquisição do conhecimento e este para a contribuição de um mundo melhor. A Bíblia nos traz lições que marcam a história de mestres e aprendizes. Javé no Antigo Testamento revelou-se como iniciador de um peregrinar e em sua pedagogia da fé, deu sentido ao povo eleito. Jesus, no Novo Testamento revela seu jeito como Mestre. No caminho de Emaús, Ele mostra chaves que inspiram a docência como: acolhida, acompanhamento, discernimento e testemunho. São elementos importantes para uma educação que em nosso tempo revela uma mudança de comportamentos e de época. Como ser humano e solidário? Que sentido tem a existência? Como desenvolver meus dons vocacionais e testemunhá-los na sociedade? São perguntas que exigem novas respostas, e que neste tempo apelativo aos bens de consumo e indiferença, a cultura religiosa da criação é colocada em interrogação. Neste contexto vemos os alunos sendo influenciados por uma cultura do efêmero e até messiânica, onde todos os desejos se tornam felicidade, mas está não comprometida com o coletivo, e sim com a individualidade. Os professores deste universo contemporâneo se exibem nas salas de aula, e estas corriqueiramente se tornam arenas. Sim arenas, devido a uma cultura narcisista e pragmática. Uma cultura presentista, pois o passado já não importa

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mais, perdeu seu sentido pela exclusão social, política e econômica. Nesta arena são alvejados por olhares dos alunos que revelam incertezas, que encaram a vida como espetáculo, e a ênfase ao corpo como referência de sua realidade. Para se dar respostas eficazes como o professor Mark Thackeray, do filme lembrado no início desta reflexão, que ações podem ser praticadas por todos os que estão envolvidos na educação ? Uma das metas desta pergunta é tentarmos entender a linguagem juvenil, tentar compreender estes códigos existencialmente relevantes para decifrá-los e dar repostas convincentes . Os professores deste tempo de interrogações são chamados a dar respostas que formem o ser humano em seu todo, em uma visão sistêmica da realidade, onde os alunos devem ser levados a uma reflexão apurada de todos os fatos que envolvem a cultura e a educação no sentido amplo destes conceitos. Os professores se tornam espelhos para que assimilem uma formação com responsabilidade, liberdade e inclusiva. Neste processo todos os professores e alunos sejam fortalecidos para uma educação solidária intercultural, para o enfrentamento de uma sociedade repleta de individualidade, insensibilidade, diante de tudo que se pensa. Muito urgente é esta tarefa dos professores, onde seu protagonismo é essencial, pois as gerações clamam por testemunhos de vida, modelos que inspirem seu caminho e a educação traz a esperança para que se redescubra o sentido da existência. A inspiração para esta cultura da vida vem de Jesus Cristo que animou a vida de outros docentes que o seguiram como: Antão, Policarpo, Teresa D´Ávila, João da Cruz, João Paulo II e recentemente a professora humanista e mestra da caridade Tereza de Calcutá. Que estes mestres citados inspirem sempre a formação de outros mestres, não somente em Curitiba, no Paraná, mas no mundo inteiro.


LIDOVINO JOÃO BORDORI E INÊZ CONOR BORDORI Coordenação da Escola Pastoral Sagrada Família

Família e Vida

ESCOLA PASTORAL SAGRADA FAMÍLIA XXI TURMA -2016 – RETIRO Aconteceu no sábado, dia 17 de setembro, o Retiro dos alunos da XXI turma da Escola Arquidiocesana de Pastoral Sagrada Família, que este ano atende a Área Episcopal Sul e tem a participação de alunos de 14 Paróquias desta mesma área. O evento foi realizado na Casa de retiros Nossa Senhora de Guadalupe, das Irmãs Guadalupanas de La Salle, no Pinheirinho. Retiro este que foi assessorado com excelência pela Irmã Paula Pereira Álves, da Congregação Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. O tema trabalhado foi o Perdão e Misericórdia, em consonância com o Ano Santo Da Misericórdia. O retiro contou com uma boa participação dos alunos, que vivenciaram momentos fortes de espiritualidade estudando textos, praticando o silêncio e as dinâmicas propostas pela Irmã Paula.

Estiveram presentes deixando sua Benção: pela manhã o Padre João Roberto ,da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora; após o almoço o nosso Bispo Referencial da Comissão Família e Vida, Dom José Mario Angonese; e para a Missa de encerramento e envio, no final da tarde, o Padre Danilo, da Paróquia São Benedito do Capão da Imbuia. A Coordenação da Escola agradece carinhosamente a todos do Corpo docente, os alunos e a todos os que de alguma forma colaboraram para que este retiro acontecesse. A escola aproveita para informar que no ano de 2017 estará atendendo a Área Episcopal Norte tendo sede junto a Paróquia São José da Vila das Oficinas. E em breve estará divulgando a forma de inscrições para a XXII turma 2017.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA FAMÍLIA E VIDA: Assessor Eclesiástico: Diácono Juares Celso Krun Sonia Biscaia – soniaabs@arquidiocesecwb.org.br / 2105-6309 Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016

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Dimensão Missionária - COMIDI

O Rosário da Infância e Adolescência Missionária PRIMEIRA DEZENA (Verde) A ÁFRICA seria o continente mais colorido: verdíssimas florestas, amarelo o deserto, muito azul o mar, branco os cumes do Kilimanjaro, queimados e negros os seus moradores. Mas também a África tem a primazia pelo maior número de crianças atingidas pela AIDS.

Maria, a Europa foi a pátria de muitos missionários, mas hoje, muitas pessoas perderam a fé, as crianças têm muitas coisas, porém, lhes falta uma educação cristã. Muitas vezes vivem na solidão porque seus pais se separaram. Você, que conheceu a alegria de uma família unida, ajude-nos a eliminar as pequenas guerras em nossas famílias e chama novos missionários.

Maria, eu não sei se o seu Jesus nunca ficou doente, quando crianças – isto eu sei: que na África muitas crianças morrem pela poliomielite, pela diarreia, malária, pneumonia, pela AIDS. Você, Maria, que é mãe de todos, fique bem pertinho de sua dor e ensine-me a pensar neles quando me fecho nos meus resmungos e nas minhas dores insignificantes. SEGUNDA DEZENA (Vermelho) Na escola dos continentes, a América seria aquele dos maiores contrastes: riquíssimo e miseravelmente pobre; religiosos e sem Deus; liberal e racista; rico de história e sem raízes; povo alegre e terra de sofrimento; - atirado até a lua e outros astros e enterrado nas ruínas. Maria, as crianças da noite, nos barracos paupérrimos, não conseguem viver. Andam nas ruas como pequenos trombadinhas – são violentos, peraltas, sim, é verdade, porém são crianças traídas pelas injustiças – os esquadrões da morte os matam, as gangues e delinquência adulta os envolvem e corrompem. Maria, você que muito carinho deu ao Deus que se fez criança, ensina-nos a não gastar nada, a termos muita gratidão por aquilo que temos; ensina-nos a fazer alguma coisa por aqueles que não têm nada. TERCEIRA DEZENA (Branco) Na escola dos continentes, a Europa aparece como o mais missionário. A França, a Holanda, a Irlanda, a Espanha, a Itália, Portugal, a Alemanha, a Suíça, enviaram para o mundo inteiro milhares e milhares de missionários e missionárias. Mas, hoje é o continente onde nascem menos crianças e onde Deus é mais esquecido.

QUARTA DEZENA (Azul) Na escola dos continentes, a Oceania seria o continente mais misterioso. Entrou por último na lista, silencioso e reservado, boiando em mil ilhas de corais sobre o oceano super azul. Seus moradores são gente trabalhadora, acolhedora, serena como o Pôr-do-sol daquela terra. As crianças têm olhos resplandecentes, sempre sorrindo a todos e desejam conhecer Jesus. Maria, as crianças da Oceania desejam conhecer Jesus, mas nas grandes cidades não o encontram; nas pequenas ilhas há turismo demais e para Deus não há lugar; nos vilarejos perdidos por aí há ausência e ignorância. Você que fostes por Deus uma excelente educadora, fazei que também as crianças da Oceania encontrem missionários e missionárias que lhes anunciem o amor de Deus. QUINTA DEZENA (Amarelo) Na escola dos continentes, a Ásia seria a primeira da turma. Ela tem as planícies mais extensas, os mares mais profundos, os rios mais longos, as montanhas mais altas, os planaltos mais lindos do mundo, os moradores mais numerosos da terra - mas a Ásia tem a mais triste primazia: milhões de crianças trabalham como escravos. Ó Maria, as crianças da Ásia passam a sua infância nas fábricas de sapatos, de fósforos, de tijolos, calçados, sem receber a justa recompensa. Você que embalou Jesus para que ele não sentisse a pobreza de uma gruta, faça com que eu me sinta responsável pelo sofrimento das crianças do mundo e seja mais generoso e disponível.

Fonte: http://garotada-diretrizes.blogspot.com.br/2015/09/o-rosario-da-infancia-e-adolescencia.html EXPEDIENTE

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COMISSÃO DIMENSÃO MISSIONÁRIA: (41) 2105-6375 comidi@arquidiocesecwb.org.br / Ir. Patrícia / Patryck (41) 2105-6376


Paróquia em Destaque

Paróquia Santa Margarida

Conheça a história desta importante Paróquia, localizada no bairro São João, em Curitiba.

Em 1965, um grupo de moradores da região, liderados por Amado Muraro e Pelegrino Azzolin, foi até a Igreja de São José, em Santa Felicidade, com o objetivo de convencer o vigário da necessidade de se erguer uma nova igreja onde eles moravam. Na época, a Igreja de São José recebia moradores de vários bairros, e algumas regiões já centralizavam pequenos grupos que buscavam uma igreja “própria”. A ação só conseguiu seu objetivo em 08 de agosto de 1974, quando foi escolhido o terreno que receberia a igreja. A padroeira escolhida foi uma homenagem à antiga proprietária da área, que era uma devota de Santa Margarida e que inclusive doou uma imagem dela para a igreja, que foi trazida da matriz de São José até a capela, em carro alegórico e recebida pelo bispo auxiliar de Curitiba. A primeira missa na capela, que foi construída de madeira, aconteceu no dia 08 de junho de 1975. A capela deu lugar a uma igreja, que foi inaugurada no dia 11 de maio de 1981 à Rua José Valle, 380- Santa Felicidade com Missa presidida pelo Pe. Ângelo Cerântola. Dois anos depois, em 2 de fevereiro, criou-se ali a Paróquia de Santa Margarida.

Trabalho com famílias é destaque na Paróquia Os paroquianos participaram de Ciclo de Debates da Escola de Pais do Brasil . A Escola de Pais do Brasil é um trabalho voluntário, gratuito, ecumênico e apartidário que existe há 52 anos no Brasil e 51 anos em Curitiba. O curso foi realizado na Paróquia durante sete semanas, com temas de resgate dos valores familiares, assumindo resultados: “famílias reconstituídas, menos jovens drogados, menos pessoas presas, menos crianças nas ruas”.

Paróquia Santa Margarida Endereço: Rua José Valle, 380 - São João, Curitiba - PR Telefone: (41) 3297-2092

EXPEDIENTE

PASTORAL DA COMUNICAÇÃO: pascom@arquidiocesecwb.org.br (41) 9999 - 0121 / Coordenador: Antonio Kayser. Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016

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Reflexão

PADRE ROBERTO AGOSTINHO Comissão Histórica do Tribunal pela causa dos Santos da Arquidiocese de Curitiba

O Processo de Canonização Recentemente acompanhamos a celebração da canonização de Madre Teresa de Calcutá, uma figura importante em nosso tempo que alcançou a honra dos altares. A missa de canonização é sempre emocionante, e faz muita gente perguntar sobre os procedimentos que levam até aquele momento. Canonizar significa colocar no “cânon”, na “lista”, isto é, inscrever alguém na lista dos santos oficiais da Igreja. Para que algum membro da Igreja seja canonizado, ou seja, declarado oficialmente santo, existe um longo processo que é desenvolvido a partir de sua morte. Embora todos os membros da Igreja sejam chamados à santidade, alguns de seus membros são propostos como modelo de virtudes, de caridade e de amor a Deus e aos irmãos: são os “santos”. Atualmente, para que alguém seja declarado oficialmente um santo da Igreja católica, é preciso percorrer um longo caminho com pesquisas, recolha de documentos, audição de testemunhas e organização de muitos documentos, chamado hoje “Inquérito de Beatificação e Canonização”. O processo tem início no mínimo cinco anos depois da morte de um cristão com fama de santidade ou fama de martírio. Em alguns casos este tempo pode ser abreviado pelo papa, como aconteceu com Madre Teresa e com João Paulo II. Esta fama de santidade tem que ser espontânea, ou seja, deve brotar naturalmente no meio do povo a certeza de que a pessoa teve uma vida de fé acima da média, com a vivência das virtudes cristãs em grau elevado.

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O inquérito é aberto na diocese onde o “Servo de Deus” (como passa a ser chamado o candidato à canonização) morreu ou desenvolveu a maior parte de sua vida ou atividade. A abertura do inquérito pode ser solicitada por uma diocese, uma ordem ou congregação religiosa, pastoral da Igreja ou mesmo qualquer batizado. O responsável por apresentar o candidato à diocese indica um Postulador, que dará as informações e documentos necessários ao bispo para começar a organizar o inquérito. Neste tempo o processo passa pela chamada “Fase diocesana”. O responsável pelo inquérito para a canonização é o bispo, que instala um Tribunal para a Causa dos Santos Diocesano e nomeia os membros: canonistas, teólogos, notários, historiadores, copistas e outros. O organismo responsável pelas canonizações na Santa Sé é a Congregação para a Causa dos Santos, dirigida atualmente pelo Cardeal Angelo Amato. As informações necessárias para o processo estão contidas numa instrução chamada “Sanctorum Mater”, de 2007. Ao iniciar um processo de beatificação e canonização, o bispo envia a esta Congregação a solicitação oficial com uma biografia do Servo de Deus, devendo aguardar a autorização para dar continuidade ao processo. Uma vez tendo o “Nihil obstat” da Congregação para a Causa dos Santos, o tribunal dá início aos vários procedimentos: recolhimento de todos os escritos do Servo de Deus; análise dos escritos por teólogos; busca de documentos pessoais ou outros que possam ser úteis; leitura de biografias, se houver; entrevista de pessoas que conheceram o Servo de Deus ou ouviram falar sobre ele por pessoas que o conheceram pessoalmente.


O bispo também deve apresentar o candidato a outros bispos para saber deles se é conveniente a canonização.

que será o responsável por acompanhar o desenvolvimento do inquérito na Congregação para a Causa dos Santos.

Uma comissão de teólogos é nomeada para analisar os documentos escritos pelo candidato. Neles não pode haver nada contrário à fé. Os teólogos fazem um relatório com seu parecer sobre a qualidade dos escritos.

Depois de tudo verificado, e tendo a Santa Sé a convicção de que os documentos e os testemunhos comprovam que o Servo de Deus viveu as virtudes cristãs em grau elevado, sendo de fato um grande exemplo de vida cristã para todo o povo de Deus, ele é declarado “Venerável” pelo papa.

A documentação apresentada inicialmente pelo postulador ao bispo é conferida por historiadores que certificam a autenticidade dos papéis. Caso haja notícia de algum milagre realizado por intercessão do Servo de Deus nessa fase, providencia-se um outro processo para sua análise, com documentos, relatos de testemunhas e médicos (ser for uma cura, por exemplo) e outros. A Igreja dá sempre preferência a milagres de cura nos processos de beatificação e canonização, embora possa aceitar de outra natureza também. Em certos casos pode ainda dispensar um milagre (como aconteceu com José de Anchieta e com João XXIII). Ao final do processo, procede-se ao “reconhecimento dos restos mortais do Servo de Deus”. Com as autorizações da Santa Sé e dos órgãos públicos, abre-se o túmulo do Servo de Deus para verificação da existência de seu cadáver e averiguação de sua condição. Tendo recolhido tudo o que é solicitado pela Congregação para a Causa dos Santos, a documentação é reproduzida, conferida, lacrada e enviada para Roma, onde tem início a chamada “Fase Romana”. Os documentos originais do inquérito ficam lacrados e arquivados na diocese. Na Fase Romana a documentação é analisada por peritos, que podem solicitar informações complementares ou outros documentos à diocese de origem. Aqueles que solicitaram a canonização (diocese, congregação religiosa, pastoral, etc.) devem ter um Postulador que more em Roma,

A partir daí, deve-se aguardar que algum milagre aconteça por intercessão do candidato. Caso já tenha acontecido, o processo relativo a ele passa a ser analisado. O milagre passa por uma comissão de teólogos e médicos que devem ficar convencidos de que o fato aconteceu. Caso nenhum milagre tenha acontecido ainda, a comunidade que solicitou a canonização intensifica as orações para que o milagre aconteça. Nos casos normais, após a comprovação e reconhecimento do primeiro milagre o venerável é declarado “Beato” em cerimônia que geralmente acontece na diocese onde desenvolveu-se o processo; em raras ocasiões o próprio papa preside a cerimônia de beatificação. Mas para que aconteça a canonização, ou seja, para o beato seja “santo”, deve acontecer um segundo milagre. Este deve acontecer depois da beatificação. Tendo notícia do segundo milagre, procede-se na diocese de origem ao mesmo trabalho de recolhimento de provas e testemunhas para ser analisado pela Congregação para a Causa dos Santos que foi feito antes para a beatificação. Com a comprovação do segundo milagre e depois do papa apresentar o candidato a um grupo de cardeais para ser aconselhado sobre a conveniência de um novo santo, marca-se a celebração de canonização, em geral em Roma, em missa presidida pelo Sumo Pontífice.

Roma aceita processo de canonização enviado pela Arquidiocese de Curitiba Em dezembro de 2015 a Arquidiocese de Curitiba encerrou a fase diocesana do inquérito de beatificação e canonização do Servo de Deus José Calvi. Trata-se de um sacerdote italiano da Congregação dos Oblatos de São José que faleceu em 1943 no Sanatório da Lapa, vítima de tuberculose. O padre José Calvi contraiu a doença e foi internado naquele hospital, onde permaneceu durante nove anos, até

sua morte. Durante o período em que lá viveu, foi verdadeiro apóstolo dos tuberculosos, confortando e assistindo outros doentes como ele. Ele está sepultado no Cemitério Agua Verde, em Curitiba. Sua fama de santidade após sua morte motivou a abertura do processo em Curitiba em 2007. Em abril de 2016 a documentação foi aceita pela Congregação para a Causa dos Santos em Roma.

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Caminhando 30 é lançado! O material é um apoio para os grupos de cristãos que se reúnem em suas casas - conhecidos com diferentes nomes: Grupos de Reflexão, Grupos de Famílias, Grupos de Vivência Cristã, Pequenos Grupos, Círculos Bíblicos, Comunidades Eclesiais de base, Pequena comunidade de fé, entre outros.

O subsídio para pequenas comunidades chega para o ano litúrgico 2016-2017 com uma novidade: agora está divido em quatro fascículos, organizados em novenas. Além do novo formato, o Caminhando 30 tem outra novidade: a presença de um CD (audiobook), como guia da Leitura Orante da Palavra de Deus.

A missão do Caminhando é ajudar no crescimento e fortalecimento da fé e no encontro com a Palavra de Deus, tornando o povo cristão mais próximo de Deus.

A partir de 8 de outubro o “Caminhando 30” pode ser adquirido na Loja da Mitra da Arquidiocese de Curitiba, através do telefone (41) 2105-6325, pelo e-mail sac@arquidiocesecwb.org.br ou pela página www.arquidiocesedecuritiba.org.br/produtosdapaz. A cada 15 conjuntos de “Caminhando 30” (com os quatro fascículos), a comunidade recebe gratuitamente os CDs com a Leitura Orante.

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Ecologia e solidariedade

na Arquidiocese de Curitiba A Arquidiocese de Curitiba é apoiadora do Projeto EcoSolidariedade, projeto que tem como objetivo a proteção ambiental através da coleta, reciclagem e destinação adequada do resíduo de óleo de fritura. Desenvolvido pela Paróquia São José Trabalhador, o projeto tem a proposta de se expandir para todas as paróquias, tornando-se, assim, mais abrangente na conscientização social e ambiental dos cidadãos. O propósito do EcoSoliedariedade é coletar o óleo de fritura que já foi utilizado, gerenciar os resíduos gerados no processo de reciclagem, e destiná-lo à produção de biodiesel. O valor arrecadado pela venda do óleo será enviado para obras sociais atendidas pela Arquidiocese de Curitiba.

O Projeto EcoSolidariedade começou através da Campanha da Fraternidade do ano de 2011, dirigida pela Associação Missionários Servos dos Pobres, cujo tema era “Fraternidade e a Vida no Planeta”. Com apoio do Fundo Diocesano de Solidariedade, o projeto foi colocado em prática, como meio de divulgar a educação ambiental e a promoção social. Para saber mais sobre o projeto e conferir o posto de coleta mais próximo de sua casa, acesse o site www.ecosolidariedade.org.br.


PADRE JUAREZ RANGEL Coordenador do Núcleo de Bioética da Arquidiocese de Curitiba

Reflexão

O aborto e suas vítimas O que é o aborto? É a interrupção da gravidez, a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto - quando este ainda não pode subsistir fora do útero materno - resultando na sua morte. Pode ser espontâneo ou provocado (induzido): Espontâneo: a interrupção da gravidez acontece por causas naturais, sem a livre intervenção humana. Causa principal: má formação do próprio embrião. Provocado: é realizado pela livre intervenção humana. Deve haver um ato positivo, isto é, uma ação para que ele aconteça; colaboração direta e intencional. Ele é imoral e ilícito. É feito por médicos, familiares, parentes, amigos, namorados, esposos, legisladores, advogados etc, que realizam, que agem diretamente, incentivam, apoiam o aborto ou induzem à ele. A colaboração indireta e não intencional também é ilícita diante das atividades que não tem outra finalidade do que preparar as condições para o aborto: cirurgiões ajudantes, médicos assistentes, ginecologistas presentes na execução, juiz tutelar em caso menores ou deficientes mentais (conforme apontado pelo Pe Mario Marcelo Coelho SCJ), etc... O aborto continua sendo um dos temais mais debatidos pela sociedade brasileira e a multiplicidade de opiniões, posturas, se fazem presente numa diversidade moral de nossa sociedade. A partir do ensinamento da igreja deve jogar luz para a comunidade refletir e pensar diante de algo de estrema importância.

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A questão do aborto vai muito mais além de somente ser contra ou a favor, somente a posição não sana o sofrimento e a dor dos envolvidos por quem passou pela dura realidade do aborto. Ao mesmo tempo temos os grupos que se apresentam com a legalização do aborto sendo a solução para todos os problemas. A igreja sempre estará a favor da vida, desde a fecundação, crescimento, desenvolvimento, declínio e final natural da vida, a qualquer momento que a vida possa estar sendo violada, a mesma é dom de Deus graça recebida. Urge uma cultura de valorização e promoção da vida, fazer todos os esforços possíveis para eliminar a causas culturais, ignorâncias principais do aborto, estes esforços implica toda a sociedade, família, pastorais, ação social, a favor daqueles que estão exposto ao perigo de resolver seus “problemas” através do aborto. Muitas vezes são visto somente o ato em si e a pessoa que o praticou, quando na verdade há um contesto mais amplo e complexo diante de tomada de decisão muito difícil que pode trazer consigo traumas para toda uma vida. A Igreja sempre fiel a mensagem de seu fundador está sempre a favor da vida, como mãe, está ciente que a simples condenação não sara a chaga do aborto, não ajuda a missão da de mãe a cuidar dos seu filhos Somente um mudança de mentalidade pode ver a vida como graça, dom maior, valorada e não descartável! O aborta acaba fazendo duas vítimas mãe e filho!


Painel do Leitor

O Terço dos Homens é um exemplo de fé e devoção

1º Encontro Santuário Santa Rita de Cassia – 19/out/14

A missão do Terço dos Homens é resgatar para o seio da Igreja de Cristo, homens de todas as idades, pois a presença masculina na Igreja é imprescindível para a formação da família e de uma sociedade cristã. O Terço dos Homens é um exemplo de fé e devoção. A oração do terço, além de nos conduzir para a oração, leva-nos a meditar sobre os principais mistérios da redenção que Cristo nos oferece. E neste ano de 2016, mais de 50 mil homens de todo o Brasil participaram da VIII Romaria Nacional do Terço dos Homens, que aconteceu no Santuário de Aparecida (SP). O número impressionou e levou o Bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci José Nicioli a brincar: “A casa ficou pequena... Acho que teremos que construir uma nova Basílica”. Essa romaria teve como tema “Compromisso com o Evangelho – Ação e Fé” e contou com a presença do Arce-

2º Encontro Paróquia Santo Antº Maria Claret – 17/out/15

bispo de Juiz de Fora (MG) e referencial no Brasil para o Terço dos Homens, Dom Gil Antônio Moreira. Ao fim da celebração que marcou essa romaria, os homens que participaram deste belo evento receberam uma missão ao retornarem para suas casas: “convidar mais um homem para fazer parte do terço para que a próxima romaria seja ainda mais festiva”. Por isso estamos convidando todos os homens de boa vontade a participarem do 3º Encontro do Terço dos Homens de Curitiba e Região Metropolitana. Você caro coordenador e todos participantes do Terço dos Homens de sua comunidade são nossos convidados para este encontro. Organize seu grupo e venha participar deste dia mariano.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA ASSOCIAÇÃO DOS PRESBITEROS DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA INSCRITO SOB CNPJ Nº 72.188.600/0001-36 REGISTRADO SOB O Nº. 493482

CONVOCAÇÃO São convidados os senhores membros do ASSOCIAÇÃO DOS PRESBITEROS DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA a se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, na sede campestre da APAC, na Capital do Estado do Paraná, às 10h30min em primeira chamada e às 11h em segunda chamada, do dia 11 de outubro de 2016 a fim de tratarem da seguinte ordem do dia: a) Divulgação do saldo em caixa e demais divulgação de contas do financeiro; b) Estudo e aprovação do projeto do aumento do refeitório.

Curitiba, 09 de setembro de 2016.

Pe. José Mussiol Neto Presidente Arquidiocese de Curitiba | Outubro 2016

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