Revista dezembro 2017

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Publicação da Arquidiocese de Curitiba - Paraná

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Natal em família

Ano XIV - Edição 179 - Dezembro de 2017

Que neste Natal, possamos dizer sim à entrada de Jesus em nossas casas e famílias, seguindo o exemplo de Maria e José. Pg.12

Veja também O Natal e a missão da família O mistério da Encarnação do Filho de Deus tem muito a dizer sobre a dignidade e a importância da família. Pg. 18

Entenda a liturgia do tempo do Advento Como começou o costume de se preparar para o Natal e como a Igreja celebra este tempo hoje. Pg. 10

+ artigos e novidades de nossa Arquidiocese

IAFFE 2018: inscrições abertas São nove cursos, que vão de março a novembro, voltados à formação de lideranças pastorais, movimentos e grupos. Pg. 09


Agenda Mensal dos Bispos Dezembro/2017

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial Mais um ano passou, e chegamos ao tempo de celebrarmos o Advento e o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para alguns, o momento é de expectativa pelas compras, trocas de presentes, viagens, da preparação para a ceia natalina... Para nós, cristãos, isto também é importante, mas o Advento é, antes de tudo, tempo de esperança, de renovarmos nossa fé em Cristo e nosso amor para com nossos irmãos e nossas irmãs. Na última edição da revista Voz da Igreja deste ano abordamos este tema tão fundamental para nós. Num dos artigos, falamos sobre como Maria, mulher de fé, entrou para a história e a comoveu com sua simplicidade e seu despojamento em seu ‘sim’ ao projeto de Deus. Falamos, ainda, sobre a liturgia e o tempo do Advento e do Natal e sobre a missão da família neste tempo, dentre outras reflexões. A Dimensão Social lança um olhar cristão sobre o caminho e uma parada para refletir sobre a caminhada à luz do Natal que se aproxima. Cheia de expectativa e animação, a juventude fala sobre as atividades planejadas para 2018. O Grupo de Animação Missionária relata a peregrinação da Palavra e dos Símbolos Missionários em nossas paróquias. Também celebramos com a Comunidade Católica Shalom seus 35 anos de fundação. Assim, encerramos este ano de 2017 agradecendo a você que esteve conosco lendo esta publicação, compartilhando com outras pessoas os temas que aqui foram abordados, contribuindo de alguma maneira para que possamos levar a você sempre o melhor. Que seu Natal seja abençoado e seu ano novo seja próspero!

01 • Reunião dos Formadores, no 12 • Expediente na Cúria Arcebispado • Missa no Santuário Nossa Senhora de • Missa na Catedral, Abertura do Ano do Guadalupe 13 a • Formação Bíblica no Carmelo de Laicato 02 • Aula na Escola Diaconal São Felipe 15 Francisco Beltrão - PR 16 • Missa do Natal Solidário no Centro 04 • Formatura no Colégio Arquidiocesano São José Cívico 05 • Reunião dos 15 Coordenadores de 17 • Missa na Paróquia São José Setores, no Cenáculo Arquidiocesano Trabalhador 06 • Reunião de Pastoral, na Cúria • Missa na Comunidade Fonte de • Expediente na Cúria Misericórdia 19 • Expediente na Cúria • Curso Bíblico na Paróquia Santo 21 • Reunião com a Equipe Formativa da Antônio, Orleans 07 • Visita à Oficina Laços de Amor Escola Diaconal São Felipe 08 • Missa na Santa Casa de Curitiba 24 • Missa na Catedral 25 • Missa de Natal na Catedral • Missa na Paróquia Imaculada 27 a • Formação Bíblica no Carmelo de Conceição, no Atuba 09 • Missa no Santuário Nossa Senhora do 28 Curitiba- PR Equilíbrio, Posse da nova Coordenação 28 • Missa na Catedral 31 • Missa na Catedral Arquidiocesana da RCC 10 • Missa na Catedral • Missa no Santuário Nossa Senhora da Salette

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 • Reunião dos Formadores, no Arcebispado • Missa de Encerramento das Atividades da Escola Discípulo Amado, na Paróquia São Francisco de Assis 02 • Missa na Paróquia Santana, Campo de Santana 03 • Missa com o Apostolado da Oração, na Capela da PUC • Missa de Investidura dos MESCES do Setor Centro, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 04 • Missa na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no Jardim Botânico 05 • Reunião da Articulação Missionária, na Casa de Retiros do Mossunguê • Reunião dos 15 Coordenadores de Setores, no Cenáculo Arquidiocesano 06 • Missa na Paróquia Imaculada Conceição, no Guabirotuba 07 • Missa no Santuário Nossa Senhora de

Loures, no Campo Cumprido 08 • Missa na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Palmeira • Missa na Capela Imaculada Conceição, em Colombo 09 • Missa no Santuário Nossa Senhora de Schoenstatt 10 • Assembleia Arquidiocesana da Comissão da Juventude, no Cenáculo Arquidiocesano • Missa na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus 12 • Reunião da APAC • Missa na Paróquia Santa Terezinha de Lisieux 13 • Gravação na TV Evangelizar 15 • Expediente na Cúria 16 • Missa na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Colombo 17 • Missa na Paróquia Nossa Senhora do Rocio

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Fale Conosco ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR)

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A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Pe. Roberto Nentwig | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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01 • Reunião dos Formadores, no Arcebispado 02 • Missa na Paróquia Menino Deus 03 • Missa de Investidura dos MESCES, na Paróquia Santa Terezinha de Lisieux, Colombo • Missa de Investidura dos MESCES do Setor Almirante Tamandaré, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição 05 • Reunião dos 15 Coordenadores de Setores, no Cenáculo Arquidiocesano 06 • Expediente na Cúria • Missa na Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Rio Branco do Sul 07 • Visita as Comunidades Rurais da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Rio Branco do Sul 08 • Missa no Carmelo de Curitiba

09 • Missa no Santuário Nossa Senhora de Lourdes 10 • Missa na Capelania da Aeronáutica 12 • Missa no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe • Reunião da APAC • Expediente na Cúria 13 • Missa na Catedral 15 • Atividades na Penitenciária Feminina de Piraquara 16 • Missa do Natal com os Pobres, no Colégio Vicentino 17 • Missa no Santuário Nossa Senhora de Schoenstatt 20 • Missa na Comunidade Mãe da Unidade


Palavra do Arcebispo

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

O Natal de quem crê Para as crianças muito se fala acerca do Papai Noel e dos presentes que lhe serão encomendados. O comércio multiplica suas ofertas e propostas de consumo. Quem precisa de um emprego tenta aproveitar as chances de um trabalho, ainda que sazonal. Outros se esforçam para se casarem no final ou início do ano, valendo-se do período de férias, acrescidas de alguma complementação da renda (férias, 13º salário).

nosco e partilhar de nossas expressões de paz e de reconciliação. Quis Ele deixar-se afagar pela ternura humana. Tornou-se tão humano que estes dias natalinos nos fazem recordar até mesmo que “Deus foi parturido” por uma mulher, foi amamentado, foi afagado; Ele aceitou ser ensinado a falar, a caminhar, a rezar… Estes dias natalinos inspiram-nos a pensar na “humildade e pequenez humana do Deus Onipotente”.

Há também os mais abastados, que projetam suas viagens de turismo e descanso. Todos nós, os que cremos, mas também os indiferentes em matéria religiosa, vemo-nos absortos em nossos programas de final e início de ano. Mas… quem falará da presença do Senhor Jesus, o menino Deus que veio participar dos nossos dias, da nossa existência, da nossa vivência, das nossas agruras e ternuras? Que destaque terá Ele? É, pois, hora dos seus discípulos tomarem a palavra.

Ao tornar-se homem, Deus fez com que a existência humana, a existência de cada vida humana, fosse acolhida como uma verdade sagrada. A partir do Natal do Senhor Deus, tudo o que é profundamente humano concerne diretamente ao modo pessoal de Deus ser. Por isso mesmo o Natal de quem crê, se celebrado com a alegria de quem quer acolher o Deus humilde, inspirará os cristãos a decisões simples, mas corajosas, de grande força para evocar e testemunhar a justiça, a paz, e o sentido para a vida. Aliás, ao referir o “sentido da vida”, tão ansiado por muitos, jovens especialmente, a serenidade dos discípulos que ouvem o seu Senhor e Mestre, pode suscitar muitas e sadias indagações a tantos filhos irrequietos desta nossa modernidade globalizada e consumidora. E o testemunho de quem crê e acolhe o Deus humilde se torna uma espécie de “bênção escondida”, que gradativamente se revela e se faz percebida nas expressões de fraternidade.

Os frenéticos ritmos da nossa época, que tiranizam as nossas ocupações e nosso tempo, que tornam quase entorpecidas as nossas mentes e anseios, parecem golpear até mesmo a nossa consciência e percepção de discípulos acerca das interpelações que as celebrações natalinas poderiam nos suscitar. E se não houver cuidado e atenta vigilância sobre a própria interioridade, até mesmo nós estaríamos sob o risco de nos deixar enredar pela sorvedura consumista que impregna a nossa cultura. Que pensamentos poderiam nos iluminar e/ou projetar sentido às nossas celebrações, uma vez que uma espécie de “saudade da verdade” parece inquietar nosso íntimo? Para responder a tal indagação, para além do recurso a meios teóricos, parece que a experiência de fé se afigura portadora de respostas mais densas, que melhor saciam nossa interioridade. A fé, vivida com coerência e interpretada com cuidadosa razão, suplanta a pura intelecção. E quando se trata do sentido cristão do Natal, parece que a sociedade humana pede aos que creem que mostrem, com nossa alegria e paz de espírito, que Deus realmente se fez homem. Que Ele quis ser homem não para buscar um trono para si, mas para participar afetuosamente dos limites humanos. Ele quis experimentar as nossas insuficiências, quis tomar parte nas nossas pequenezas, quis vivenciar os nossos sofrimentos, quis Ele derramar lágrimas co-

Um antigo escrito cristão chamado Carta a Diogneto, dos primeiros séculos do cristianismo, cujo autor não se conhece, interpreta de modo muito bonito qual é a missão histórica de quem crê. Vale reproduzir algumas daquelas linhas memoráveis: “Assim como a alma é no corpo, também no mundo sãos os cristãos… a alma está encerrada no corpo, mas sustém o corpo. Assim também os cristãos sustém o mundo. Deus pôs os cristãos em um lugar (o mundo) que não lhes é lícito abandonar”. Para nós que cremos, opornos ao mundo e à história equivale a abandonarmos o lugar que Deus nos designou. Por outro lado, aderir acriticamente a tudo o que se realiza no mundo e na história equivale a tornarmo-nos “sal sem sabor”. Estes dias natalinos, já que cremos que Deus quis participar de nosso modo humano de ser e de viver, são ensejo e graça inspiradora para que no novo ano possamos interpretar a realidade com os olhos e sentimentos de Deus.

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Palavra de Dom Pedro

Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto Arcebispo Emérito de Curitiba

A MEDIAÇÃO DE MARIA NO NATAL O Natal é a celebração da encarnação do Verbo Divino. O nascimento de Jesus, por sua vez, é o aniversário mais comemorado em todos os países em que há católicos e cristãos e até nos países islâmicos, porque para eles Cristo é um dos maiores profetas de Allah. Sejamos sinceros. Todos gostam de ser lembrados em seu aniversário. Por isto, celebremos santamente o aniversário de Nosso Senhor neste Natal.

Ano Mariano A Igreja Católica comemorou o Ano Mariano em 2017. Por quê? Para recordar o centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima e o tricentenário do encontro de Nossa Senhora Aparecida. Este Ano Mariano foi comemorado com muita piedade e devoção em todo o Brasil. Todos os católicos sabem que teologicamente Cristo é o Mediador, o Salvador, o Redentor, o Libertador entre Deus e os homens. Deus escolheu uma mulher, chamada Maria, para a Encarnação de seu Filho Jesus Cristo. Ninguém pode negar esta verdade.

Mediação de Maria Por isso, trago para os leitores deste artigo a Mediação de Maria. Todos nós temos mediadores. Quantas são as mães que pedem a mediação para seus filhos, mediações legítimas, justas junto a mediadores honestos, capazes de intervirem em favor destas mães. Mas não são apenas as mães que pedem mediações. São tantos que assim procedem, com pedidos de mediações legítimas. É verdade também que há mediações que não devem ser pedidas e igualmente a intercessores desonestos. Volto à mediação de Maria. Tenho a profunda convicção de que Maria é a melhor medianeira com as legítimas mediações junto a seu Filho Jesus Cristo. Por isto, neste Natal, sem negar de modo nenhum a mediação de Cristo junto a Deus Pai, trago para a reflexão as legítimas mediações de Maria, que Ela, como Mãe de Jesus, atenderá nossas legítimas orações. Esta é a minha convicção sincera neste Natal. Não foi por uma mediação discreta, serena, afetuosa de Maria a seu Filho que Jesus realizou o primeiro milagre nas Bodas de Caná? A Igreja Católica instituiu a festa de Nossa Senhora Medianeira. É a padroeira da Arquidiocese de Santa Maria (RS).

Desejo a todos um Santo Natal e Abençoado ano de 2018.

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Ir. Lucimar Nascimento de Novais, MAD

Ano Mariano

ANO MARIANO

Maria no Mistério do Natal Chegamos a mais um fim de ano. Quantas são as nossas expectativas e projetos para mais um ano que já vem batendo à porta de nossa existência. Mas, antes de chegar o ano novo, nossa Igreja celebra a Festa do Natal, que é precedida pela preparação do Advento. Este tempo litúrgico do Advento tem como objetivo preparar a chegada do Menino Deus que vem caminhar conosco. Como aquece nossos corações saber que Deus mesmo, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, desceu do céu, se fez pessoa humana para poder partilhar de nossa realidade e transmitir o grande amor de Deus Pai por nós. São Paulo nos recorda, na carta aos Gálatas 4, 4, que na “plenitude dos tempos Deus enviou seu filho nascido de uma mulher”. Deus é muito educado, não obriga ninguém assumir sua vontade, mas convida uma mulher: Maria! No tempo certo, o Anjo Gabriel visita a pequena aldeia de Nazaré e transmite a mensagem de Deus à jovem Maria. Ela reflete as palavras do Anjo e dá o seu consentimento para que gerasse em seu seio o Filho de Deus. Maria primeiro gera Jesus no seu “sim” e depois o gera na carne. Como colaboradora do projeto de Deus, ela não teme ajudar o próximo, e se dirige à região montanhosa da Judeia para visitar sua prima Isabel, que se encontra necessitada por estar grávida em sua velhice.

Maria retorna para sua realidade de vida e, com a colaboração de José, formam uma família que se prepara para a chegada do amado filho. Passam os nove meses e chega o dia de Maria dar à luz seu filho. Ela o faz numa fria noite numa estrebaria de Belém. Na simplicidade, vem ao mundo o mistério do Natal: o menino Deus vem ao nosso encontro. Jesus, o Deus Conosco, arma a sua tenda entre os humanos. Recebe visita dos humildes pastores que o reconhecem como o enviado de Deus. Maria sabe que somente meditando sobre estes fatos em seu coração é que poderá compreender as maravilhas que aquele Menino realiza na vida de quem se deixa encontrar por Ele, como nos conta o Evangelista Lucas 2, 8-21. A figura de Maria no mistério do Natal é de principal cooperadora, pois ela escuta o convite que Deus Pai a fez pela voz do Anjo Gabriel e se decide por realiza -lo. Não basta apenas escutar, é preciso decidir com a razão e o coração para assim poder colaborar plenamente com o convite de Deus. Ao celebrarmos o Natal, que as luzes do presépio não desfoquem nossa ação de também cooperar, gerar e anunciar Jesus, o Deus Conosco, ao nosso mundo carente de amor e solidariedade. Maria, Mãe da disponibilidade, rogai por nosso compromisso missionário, Amém!

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Ir. Valéria Andrade Leal Assessora eclesiástica do Setor Juventude

Juventude

Jovem: vocE é igreja! “Assim, integrados nas vossas comunidades, não

Boa Nova do Reino. Cada jovem é convidado a, neste

tenhais medo de arriscar e de se comprometer na

tempo favorável, preparar-se para contemplar Maria

construção de uma nova sociedade, permeando com

na espera do Senhor que vem.

a força do Evangelho os ambientes sociais, políticos, econômicos e universitários!” (Papa Francisco aos jo-

Mesmo diante das dificuldades, Maria, jovem, mãe,

vens brasileiros).

mulher, pobre, se coloca a caminho para fazer a vontade de Deus, para cumprir sua missão. Não se pre-

Animados pelas palavras do Papa Francisco, o Setor

ocupa com sua condição social, se tinha ou não al-

Juventude da Arquidiocese de Curitiba se prepara

gum talento especial, se tinha ou não tempo... Ela se

para mais um ano de atividades. A evangelização do

coloca à disposição do Senhor a partir da “humildade

jovem se faz pela escuta, pela acolhida, a proximida-

de sua serva” (Lc 1,48). Assim, também nós jovens so-

de, a alegria e a oração. Esta é a missão do Setor Ju-

mos chamados a responder a Deus na generosidade

ventude, mas para isso, conta com o próprio jovem.

de nossa condição para colocar-nos como construto-

“Jovem evangelizando jovem!”. Jovem assumindo seu

res do Reino de Deus.

lugar na Igreja. É isto que queremos proporcionar à juventude: mostrar seu potencial e o quanto a Igreja

A Igreja conta com você, jovem! Por isso, o Setor Ju-

acredita e precisa da alegria, da energia, da ousadia

ventude se coloca à sua disposição para juntos cami-

do jovem para desinstalar-se e ser Igreja em saída.

nharmos em comunhão. Muitas são as formas de conhecer, de aprender, de participar nos mais variados

O próximo ano, em especial, será marcado pelo Síno-

grupos de nossa Arquidiocese. Em 2018, queremos

do sobre a Juventude, momento privilegiado de refle-

juntos somar as forças, os talentos para melhor evan-

xão sobre o tema e para que o jovem possa fazer-se

gelizar outros jovens. Se ainda não nos conhece, en-

ouvir pela Igreja. Mas queremos fazer-nos ouvir pela

tre em contato conosco. Vamos juntos nos encher de

Igreja e também fazer ressoar pelos quatro cantos a

Deus para transbordar seu amor entre outros jovens.

Assembleia Arquidiocesana da Juventude Neste mês de dezembro o setor Juventude realiza a Assembleia, aberta à participação de todos jovens.

Domingo, 10 de dezembro das 8h às 17h. Local: Cúria - Av. Jaime Reis, 369 - Curitiba.

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE: juventude@arquidiocesecwb.org.br / (41) 2105-6364 / 9605-4072 / 2105-6368. Murilo Martinhak / Assessora Eclesiástica: Irmã Valéria Andrade Leal.

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Reflexões

Pe. Rivael de Jesus Nacimento Coordenador Geral do Clero da Arquidiocese de Curitiba Reitor do Santuário Nossa Senhora de Lourdes – Campo Comprido

Por esta paz que a juventude tanto quer! O título é de uma canção conhecida em nossas comunidades. O clamor pela paz. São Francisco de Assis revolucionou o seu tempo ao revelar ao mundo a oração: “Senhor fazei-me um instrumento de vossa paz”. Passado tanto tempo, a paz continua sendo tão necessária e urgente em nosso tempo em que as angústias sombreiam a vida humana. A violência bate à porta das grandes cidades e também nos pequenos municípios, tem-se no ar uma impressão de vulnerabilidade que gera insegurança muito grande em todas as famílias. Muitas vezes dá a impressão que nada mais nos choca como, por exemplo, mortes no trânsito devido à embriaguez, casos de assassinatos em família. A violência veio para ficar. Não podemos nos conformar com isso. Antigamente tinha uma máxima que dizia: “leve seu filho para a igreja e nunca o visitará em uma prisão”. Em nossas comunidades católicas não basta somente ir à igreja, somos chamados a fazer a experiência do amor de Deus na vida em comunidade, fazer mais que a máxima acima citada. Não basta somente sentar no banco e ouvir a missa como muitos pensam. O desafio é fazer parte da comunidade. Quem está na frente dos serviços é chamado a tornar a celebração alegre e participativa, mesmo em tempos como os nossos onde as ortodoxias pairam no ar e querem dizem o contrário. Dentro deste contexto o jovem tem um papel importantíssimo, pois faz semear a vida do Reino de Deus no meio dos seus. Um jovem no meio da universidade, ou saindo do ensino médio, tem uma força parcial para transformar o mundo, para atrair os demais para o seguimento de Jesus. Francisco de Assis deu uma contribuição ímpar à igreja, fez uma revolução em seu tempo. Pensemos nos

jovens que estão em nossas comunidades que precisam ser resgatados. As ideias podem atrair muito, estamos em tempos de muitos cursos motivacionais, com pensamentos e estratégias para vendas, para o sucesso, para a fama e prestigio. Mas não basta! Penso que anunciar a Jesus é desafiador a todos nós. Ele continua atual, sua mensagem sempre nova em nosso meio. Que muitos jovens possam protagonizar essa ideia. Aos que estão conosco na igreja, nos grupos e nas pastorais, que passos podemos dar para irmos ao encontro das pessoas e das periferias existenciais? Sou padre há quase quinze anos e sempre me surpreendo com as pessoas que encontro nas encruzilhadas da vida. Recentemente visitava a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Campo Comprido e lá ouvia as histórias de muitas pessoas doentes que não perderam a esperança. Minha missão e dos ministros da comunhão que estavam comigo era ser sinal de esperança. Ainda reforço: os jovens são portadores da esperança cristã e da paz. No término deste ano pensemos no amor que conduz a verdadeira paz, pensemos nos jovens construtores da paz, que edificam um Povo de irmãos. No meio de nossas comunidades há outros “Franciscos de Assis e Terezinhas de Jesus” para serem descobertos. E sendo, ajudem a tantos outros jovens que sucumbem na sociedade do vazio, como um barco deriva sem rumo e sem sentido. Jesus continua sendo o sentido da vida plena a todos nós. Que a juventude possa protagonizar sempre uma práxis voltada para o céu com o desejo de santidade, mas encarnada também na história com os que sofrem e ainda não se encontram. São Francisco de Assis e Santa Terezinha, santos do protagonismo jovem intercedei por todos nós.

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COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA

Animação Bíblico-Catequética

GRATIDÃO A DEUS PELOS AGENTES DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ “Graças que Deus concedeu à Igreja”! Queremos agradecer a todos os agentes da iniciação à vida cristã por caminharmos juntos neste ano. Agradecer pelas palavras de ânimo, pela confiança, pela superação de desafios e pela amizade sincera. Não somos uma família constituída pela herança sanguínea, mas uma família selada pela água e pelo Espírito de Deus, co-herdeiros do amor de Deus. Podemos recordar as inúmeras reuniões, momentos de entrega, celebrações, encontros catequéticos, formações paroquiais, escolas e cursos arquidiocesanos, retiros em preparação ao recebimento dos sacramentos, escola de coordenadores e do batismo, encontro com as coordenações de catequese, e todos os esforços na implantação dos projetos da iniciação à vida cristã. Somos gratos a Deus e às pessoas envolvidas nos encontros com catequistas e coordenações realizados nos setores pastorais. Agradecemos aos catequistas e grupos de jovens pela motivação em realizar encontros com os crismandos nas comunidades.

É virtuoso o compromisso missionário de cada agente da pastoral do batismo, o sorriso dos catequistas e o zelo pastoral de cada coordenação de catequese. Olhamos com alegria a quantidade de atividades planejadas e vivenciadas neste ano, os gestos, as palavras, as atitudes, os sorrisos e o testemunho de todos os agentes. Obrigado por disponibilizar seu tempo servindo como agente da iniciação à vida cristã nesta Arquidiocese! Obrigado pela sua vocação e ministério! Que o Natal seja a nova oportunidade de ouvir a voz do Amor, o Menino Jesus. Em sua vida e sua intimidade receba e leve a todos o Salvador do Mundo. Feliz Natal!

IAFFE forma mais de 400 alunos em 2017 Chegamos ao final de mais um ano de formação de centenas de lideranças! No dia 19 de novembro, último dia de aula do IAFFE, mais de 400 alunos concluíram sua formação nas Escolas e Cursos disponibilizados pelo Instituto Arquidiocesano de Formação na Fé. Após a aula, na celebração da Santa Missa presidida pelo Arcebispo de Curitiba, D. José Antônio Peruzzo, rendemos graças a Deus por tantas dificuldades superadas e tantas conquistas realizadas! Os alunos presentes receberam seus certificados das mãos de nosso Arcebispo. Foi uma grande alegria acompanhar essa busca de melhor formarem-se para melhor servirem à Igreja! Parabéns a cada formando pela sua caminhada!

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Inscrições abertas para os cursos do IAFFE 2018 Estão abertas as inscrições para as escolas e cursos de 2018 do IAFFE (Instituto Arquidiocesano de Formação na Fé). Os cursos são voltados para a formação de lideranças de pastorais, movimentos e grupos, ou para qualquer outra pessoa que se interesse por aprender mais sobre a Igreja e assuntos relacionados.

São cursos de formação que acontecem um domingo por mês, de acordo com o assunto escolhido. As aulas serão sempre das 8h às 17h, na Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR). As mensalidades custam RS30,00 e a taxa de inscrição é de R$25,00. Informe-se pelo telefone e email abaixo mencionado.

Para saber mais ou se inscrever, acesse: www.arquidiocesedecuritiba.org.br/iaffe2018

Escola Arquidiocesana de Teologia – Temas da Fé Objetivo: Oferecer instrumentos para que o fiel possa conhecer os elementos essenciais da fé cristã; Promover a formação teológica para o exercício pastoral das lideranças de nossas comunidades.

Escola Catequética Discípulo Amado Objetivo: Oferecer uma formação básica e inicial, dentro de um projeto global de formação de catequistas; Proporcionar instrumentais, a partir da reflexão catequética atual, para que o catequista seja promotor de uma catequese querigmática e mistagógica; Oferecer disciplinas que contemplem uma formação integral atendendo aos eixos: bíblico-catequético, metodológicocatequético e litúrgico-catequético.

Escola Arquidiocesana de Liturgia Objetivo: Conhecer a teologia e os ritos litúrgicos, sua estrutura e significado, para conduzir a uma experiência de fé e viver em coerência com os mistérios dos quais se participa; Fomentar a necessidade da formação e da mística litúrgica no exercício do ministério pastoral.

Escola Arquidiocesana de Música Sacra e Litúrgica Objetivo: Explicar elementos básicos da teoria musical sacra e litúrgica por meio dos documentos magisteriais; Apresentar a legislação da prática litúrgico-musical para os membros da Pastoral da Música Litúrgica.

Escola de Animação Missionária Objetivo: Estudar os fundamentos bíblicos e eclesiais da missão; Aprofundar o significado da Animação Missionária na Arquidiocese de Curitiba; Realizar a experiência da visita missionária.

Escola Bíblica Arquidiocesana Objetivo: Oferecer uma visão geral da Bíblia: sua estrutura, formação, significado e construção literária; Fomentar uma espiritualidade bíblica para que a Palavra de Deus possa ser conhecida, rezada, vivida e anunciada.

Escola de Pastoral Objetivo: Oferecer capacitação aos agentes de pastoral para atuarem em suas paróquias; Fomentar a necessidade de planejamento pastoral das ações pastorais paroquiais.

Escola Arquidiocesana de Agentes da Pastoral Familiar Sagrada Família Objetivo: Proporcionar a formação de agentes da Pastoral Familiar para atuarem em suas paróquias; Promover a implantação da Pastoral Familiar Paroquial; Incentivar o aprofundamento e a formação permanente dos agentes da Pastoral Familiar.

Escola de Espiritualidade Objetivo: Oferecer suporte espiritual com momentos de oração, reflexão e convivência; Oferecer capacitação às pessoas que desejam aprofundar a experiência na vida espiritual.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6318 / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon.

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Liturgia

Pe. José Airton de Oliveira Pároco paróquia São Martinho de Lima Comissão Litúrgica Arquidiocese de Curitiba

A liturgia e o tempo do Advento e Natal Não é possível identificar com exatidão quando

Advento. É tempo de fortes apelos para acolher

e onde teve início o costume de celebrar o

a vida, promovê-la e defendê-la: a liturgia dos

Advento. Sabe-se que, em várias regiões, entre os

quatro domingos do Advento, os cantos próprios

séculos IV e VII, já se celebrava o Advento como

desse tempo, as novenas de Natal e os mutirões

preparação para o Natal. Em certas regiões, como

para um natal sem fome. As diversas campanhas

na Espanha e na antiga França, desde o início

de solidariedade e partilha são algumas formas

esse tempo era marcado pela prática do jejum e

de preparação próxima para essa solenidade. O

da abstinência de carne. Em Roma, pelo fim do

fato de pensarmos nos outros, de presentearmos

século VII, o Advento começa a ser identificado

as pessoas e de nos reunirmos em família para

com a preparação para a segunda vinda de Cristo.

celebrar a vida nos une ainda mais tanto na vida

Com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano

como na liturgia.

II, o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a

A celebração remota acontece ao longo do ano,

preparação para o Natal, mantendo a tradição

quando a liturgia nos educa e prepara para essa

das quatro semanas.

grande solenidade, seguindo os passos da Mãe de Jesus, que durante nove meses se preparou

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São Bernardo de Claraval, nos seus sermões, nos

para a chegada de seu filho. A anunciação do

ensina que existe também a vinda intermediária

Senhor, visitação a sua prima Isabel, nascimento

de Cristo, ou seja, a vinda do Senhor no cotidiano

de São João Batista, a Imaculada conceição: tudo

de nossa história, no dia a dia, na vida de cada um

isso leva a crer que ela passou por momentos

e na liturgia celebrada. Creio muito nesta vinda

fortes em sua vida, assumindo também todos os

presente em cada um nós: Veio, Virá e Vem no

sofrimentos e dores. Agora é tempo de celebrar a

hoje de nossa vida!

vida como dom de Deus.

Podemos falar da preparação próxima ao

Outro aspecto deste tempo são as cores: cada

Natal e da preparação remota. Dois grandes

cor litúrgica tem seu significado. Entrando na

momentos do Advento nos aproximam desta

Igreja no primeiro domingo do Advento, você vai

grande festividade que é o nascimento do nosso

notar a presença da cor roxa, que não é sinal de

Salvador. A preparação próxima se concentra no

tristeza, mas de esperança de que o Senhor está

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para chegar, segundo o grande convite de João

nas casas em família, quando ainda não havia luz

Batista, que anunciava “Preparem o caminho

elétrica. É interessante resgatar a coroa como

do Senhor, endireitem suas estradas. Todo vale

algo a ser cultivado em família. Nas igrejas,

será aterrado, toda montanha e colina serão

ela tem basicamente quatro velas enfeitadas,

aplainadas; as estradas curvas ficarão retas e os

simbolizando que não tem começo nem fim.

caminhos esburacados serão nivelados. E todo

A cada domingo, se acende uma vela, de forma

homem verá a Salvação de Deus.” (Lc3,4b-6).

crescente, assim como nós vamos caminhando ao encontro de Jesus, que vem nos salvar.

No terceiro domingo do Advento, pode-se usar a cor rosa, e seu significado é alegria. A alegria

A liturgia do Natal é cheia de alegria e festa, pois

porque o Senhor está por perto e vem nos trazer

Jesus nosso Salvador veio nos visitar. Por isso,

a verdadeira Salvação. Luz que vem nos iluminar.

devemos celebrar muito bem com nossa família e amigos e não deixar que essa solenidade passe

A coroa do Advento se tornou comum em

despercebida, nos preocupando apenas com as

nossa cultura e ajuda na preparação ao Natal.

coisas materiais. Depois que fizemos com nossa

Ela teve origem na Alemanha entre as famílias

comunidade e grupos de famílias as novenas de

protestantes. Porém, a coroa não nasceu de

Natal, chega o grande momento de viver com

tradições cristãs, pois os protestantes adaptaram

dignidade essa espiritualidade do Natal.

de costumes pagãos. Na Alemanha, é inverno no Natal, e as horas de Sol são poucas e as noites

Neste ano, temos um fato curioso: não teremos

longas. Sendo inverno, tem-se a impressão de

praticamente a quarta semana do advento,

que a natureza morre. Por isso, acendiam-se velas

pois celebraremos, no dia 24 de dezembro pela

enfeitadas de ramos de pinho, que se mantêm

manhã, o quarto domingo do advento, e na noite

verdes também no inverno.

do dia 24 já começaremos a celebrar o Natal com a Santa Missa vespertina. Por isso, precisamos

Esperava-se, à luz das velas, a chegada da

ter atenção para preparar bem esses momentos

primavera,

fortes da liturgia, pois irão passar muito rápido.

quando

a

natureza

renasce.

Enfeitavam a coroa com fitas vermelhas. Os cristãos “batizaram” esse costume. Para eles,

Que possamos verdadeiramente nos preparar

a quarta vela deveria ser rosa para expressar

e celebrar bem o Natal do Senhor com nossas

alegria. Na noite de Natal, uma vela branca,

famílias e nossas comunidades.

símbolo de Cristo, era acesa e colocada no centro. Como se vê, a coroa do Advento nasceu

Desejo um feliz e Santo Natal a todos.

EXPEDIENTE COMISSÃO LITÚRGICA: peairton@hotmail.com / (41) 2105 6363 / Coordenação: Pe. José Airton de Oliveira

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Especial

Fabrizio Zandonadi Catenassi Doutorando em Teologia (PUCPR) | Professor de Sagrada Escritura e Coordenador da Pós-Graduação em Teologia Bíblica (Católica SC)

Viva um Natal em família Muitas famílias se preparam para receber o Na-

era celebrada na liturgia e vivida de maneira con-

tal. Presépios armados, árvore de Natal deco-

creta nas partilhas, na ajuda mútua e na carida-

rada, guirlandas nas portas. O Natal, cheio dos

de gratuita – não havia necessitados entre eles.

vermelhos do Papai Noel e do colorido brilhante

Por isso, Marcos insiste que, para fazer parte da

das luzes eletrônicas, muitas vezes acaba deixan-

nova família de Jesus, ou seja, de seus discípulos,

do em segundo plano o sentido último de nossa

é preciso “estar dentro da casa” (Mc 3,31-35). É em

celebração: permitir que a proposta do Reino de

uma casa que os seguidores de Jesus encontram

Deus renasça em nossas casas.

o amor misericordioso de Deus derramado à sogra de Pedro (Mc 1,29-31), à um paralítico descido

Aliás, não há como falar do cristianismo se

do teto (Mc 2,1-12) e é em sua própria casa que as

não tocamos no tema “casa”. As grandes festas

multidões buscam Jesus (Mc 3,20). O ministério

religiosas de Israel surgiram nesse ambiente

de Jesus é feito também nas casas!

íntimo, sendo vividas a partir das relações mais profundas que um ser humano pode estabelecer,

Além do mais, a Bíblia também mostra a impor-

ou seja, com a sua família. É reunido ao redor da

tância do comer e beber juntos. É um sinal de uni-

mesa que o judeu escuta sua mãe começando a

dade e afeto, que resgata o sentimento amoroso

rezar as orações de agradecimento que começam

de Deus por nós. Jesus participa de 10 refeições

dizendo “Bendito seja Deus...”, enquanto acende

no Evangelho de Lucas, que são um momento es-

o candelabro de 7 velas e espera para comer o

pecial de ensino sobre o que é o Reino de Deus!

cordeiro assado na páscoa. Jesus certamente

Dessa forma, a mesa não é só lugar de acalmar

viveu isso com sua família no pequeno vilarejo

o estômago, mas também o momento em que

de Nazaré.

toda a família pode agradecer a Deus porque colhem o fruto de seu trabalho, alimentando assim

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O Evangelho de Marcos resgata uma tradição

a fé de que Deus providencia todas as coisas para

muito enraizada no cristianismo primitivo: a reu-

aqueles que são seus. Estar à mesa com as pes-

nião nas casas. Próximo do ano 70 d.C., os cris-

soas importantes para nós é uma oportunidade

tãos foram expulsos das sinagogas e as casas

para diálogo sincero, partilha de vida e verdadei-

tornaram-se seu lugar de reunião oficial. Ali, a fé

ra demonstração de amor.

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Viva uma experiência diferente neste Natal No Natal, muitos de nós celebramos o Amor

• Na correria diária, muitas vezes esque-

feito homem em nossas comunidades e, en-

cemos de falar para as pessoas que estão pró-

tão, vamos às nossas casas, para estar à mesa

ximas de nós o quanto são importantes. Do

com as pessoas que são importantes para nós.

contrário, é comum que nos percamos em co-

Quando estiver com sua família nesse ano,

branças e reclamações. Então, vale a pena gas-

viva uma experiência diferente! Muito além

tar alguns minutos para alguns elogios, que

dos presentes e das conversas do dia a dia, dei-

podem transformar a vida de alguém.

xe que Cristo renasça em sua casa. Aproveite que estão todos reunidos à mesa com o cora-

• Natal é tempo de agradecer... Lembra-

ção no clima do nascimento de Jesus e, além

mos que Deus se fez homem e está no meio de

da comida em comum, faça algumas ativida-

nós! Além dos nossos pedidos cotidianos, faça

des que preparem o berço de sua família para

um agradecimento em família pelas bençãos

receber Jesus. Aqui vão algumas dicas:

que recebemos todos os dias.

• Além dos enfeites típicos de Natal, colo-

• Enquanto muitas famílias têm grandes

que também uma frase bíblica ou um versícu-

banquetes na ceia de Natal, há outras que

lo, como uma proposta de vida para o ano que

passam fome. Não jogue comida fora ou deixe

segue. Você pode retirar essa frase de um dos

estragar na geladeira. A solidariedade é uma

chamados “evangelhos da infância” (Mt 1–2; Lc

marca do reino de Deus.

1–2). Ou então, cada membro da família pode colocar uma palavra ou expressão que reflita o que precisam viver para 2018.

Quando permitimos que o amor de Jesus seja a marca de nosso Natal – e não o Papai Noel

• Conte alguma coisa bonita que aconteceu

ou os presentes –, construímos uma verda-

no ano! Estamos muito rodeados por notícias

deira manjedoura para que Cristo nasça em

negativas, então reconhecer que Deus tam-

nossa família. Se temos a coragem de sair das

bém nos proporciona viver coisas boas é ótimo.

nossas celebrações corriqueiras e viver o amor em nossa família, seremos como Zaqueu, que

• Sempre há palavras de perdão que preci-

subiu no sicômoro mais alto que encontrou

sam ser ditas, então, que tal fazer a experiên-

porque queria ver Jesus. O prêmio para esses

cia de abrir um espaço para que alguém peça

valentes cristãos só pode ser escutar as mes-

perdão e dê um abraço carinhoso em quem

mas palavras que o Senhor dirigiu a Zaqueu:

deseja? Começando por você, não se esqueça!

“Hoje a salvação entrou nesta casa”! (Lc 19,9).

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Especial

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

PREPARANDO O NATAL DO SENHOR

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O Ano litúrgico, na Igreja, tem início com o período do Advento que corresponde às quatro semanas que antecedem ao Santo Natal. Este tempo de preparação para o nascimento do Filho de Deus, que veio habitar entre nós, nos convida a preparar os corações e rever a nossa vida cristã.

São Francisco de Assis foi o grande idealizador do presépio. Conta-se que ele, voltando da Terra Santa, no período do Natal, depois da tentativa de conciliar cristãos e mulçumanos, encontrou uma gruta na região de Greccio e teve a inspiração de ali representar a cena de Belém.

Uma forma de externar aquilo que acontece no nosso íntimo é a utilização dos símbolos natalinos. Se por um lado, a sociedade de consumo tem utilizado vários deles, para fins lucrativos e interesse próprio, podemos reverter esse quadro, dando um significado litúrgico, sobretudo, àqueles que mais expressam o mistério que se dá a conhecer. Um desses símbolos é o PRESÉPIO.

Tomou, então, alguns animais e algumas pessoas e com eles fez a representação dos acontecimentos narrados no evangelho de Lucas, sobre o nascimento de Jesus Cristo. Desde então, o presépio vem sendo difundido por todo o mundo, elaborado de distintas formas e tem assumido características culturais diversas.

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Ao montar o presépio não perca de vista estes temas:

1. Um símbolo mistagógico. Porque possibilita às pessoas e, sobretudo, aos cristãos, não apenas visualizarem um fato histórico do passado, mas vivenciarem o mistério da salvação, cuja centralidade é Jesus Cristo, Deus humanado. 2. A manifestação do pleno amor: Pois, “Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho único...” (Jo 3,16). O amor do Pai se tornou visível na Encarnação do Filho. Deus se dá como amor e espera uma resposta amorosa. 3. Uma profissão de fé: Num Deus onipotente, mas que também se faz dependente, frágil, necessitado do carinho e do cuidado de pessoas humanas, reduzido à condição de “mendigar o nosso amor”. 4. A vitória da luz sobre as trevas: Num mundo envolto nas trevas do ódio, da violência, das injustiças, da exclusão, etc. A luz vem ao mundo: Cristo, e quer iluminar todos os homens e mulheres, para dar-lhes um sentido de viver e arrancar o mundo da escuridão. 5. A elevação do ser humano. Deus se fez solidário com a nossa natureza humana. “Caiu o homem miseravelmente, desceu Deus misericordiosamente; caiu o homem pela soberba, desceu Deus com sua graça. Nasceu no tempo para levar-nos até à eternidade do Pai. Deus fez-se homem para que o homem se fizesse Deus”. (Santo Agostinho)

Pare diante do Presépio! Reze, lembrando-se das pessoas que ainda não conhecem Jesus Cristo ou que celebram o Natal como uma festa, entre outras, ou um feriado para o descanso. Traga o planeta para dentro desse pequeno espaço que concentra o maior acontecimento da história humana. Junte cada povo, cada raça, cada

6. A proclamação da vida. Aquele que nasceu, veio “para servir e não ser servido” (Mt 20,28), e este serviço é “para que todos tenham vida e vida em abundância”. (Jo 10,10) 7. A visibilidade da paz. O que era promessa se tornou factual! O Senhor da paz (2Ts 3,16) se fez visível, tocável e possível... “Quem acolhe esta Boa Nova, sabe reconhecer a violência que carrega dentro de si e deixa-se curar pela misericórdia de Deus, tornando-se assim, por sua vez, instrumento de reconciliação e de paz”. (Papa Francisco) 8. A linguagem dos pobres: Cada personagem fala por si mesmo: a Sagrada Família, o despojamento e a acolhida da Vontade Divina; os pastores, a alegria de receberem por primeiro a “boa nova da salvação” (Lc 4, 18); os magos, a pequenez do ser humano, que se inclina em total dependência da grandeza de Deus... Para uma Igreja em saída, o cenário dá a conhecer as periferias do mundo... 9. Natal/Páscoa. Natal é nascimento, Páscoa é ressurreição, tudo é vida; dois mistérios que indicam a mesma realidade ou um único mistério em duas formas de acolhimento e adoração. Nos últimos anos, os liturgistas tem sugerido que, na noite de Natal, a entrada da imagem do Menino Jesus seja acompanhada do Círio Pascal. 10. Natal permanente... O recém-nascido nos convoca a cuidar de cada criança que nasce e a protegê-las dos inimigos da inocência.

cultura, à melodia universal, que um dia uniu o céu e a terra em uníssono para cantar: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens e as mulheres de boa vontade”. (Lc 2,14) Bom tempo de Advento! Feliz e Santo Natal!

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Família e Vida

Mara e Marcelo Avelino Coordenação SOS Família

“Jesus entre nós” “Foi no seio de uma família que Jesus veio ao mundo. Foi no ventre de Maria que o verbo se encarnou” Maria, mulher de fé, entrou para a história e a comoveu, com a sua simplicidade e o seu despojamento em seu Sim ao projeto de Deus. Foi ali, provavelmente enquanto rezava, em sua habitação, num colóquio íntimo entre Pai e filha, mergulhada n’Ele, que o anjo a surpreende: “Alegre-se cheia de graça! O senhor está com você! (Lc 1,28). Sim, Maria estava em Deus e imersa no Eterno, e assim se tornou um solo fecundo. Perdida em Deus, tornou-se morada de Deus. Todos os anos, celebramos o nascimento de Jesus no Natal e nos maravilhamos diante desta realidade estupenda de Maria que, no seu imenso e puro amordoação, nos insere neste grande mistério como Mãe do Altíssimo e Mãe da humanidade. Ela nos ensina, através do seu filho Jesus, a nos tornarmos também, por meio do amor, solos fecundos, para que possamos gerar Jesus em nosso meio. Portanto, “Maria é a redimensão humano-divina do Homem. Para o Pai, a humanidade é uma família só; e também para a mãe; porque o Pai é um só para todos e a Mãe única para todos. É uma família completa”. (1)

Que, dessa forma, as famílias cristãs reconciliadas com o Pai sejam testemunhas deste amor, contra toda a decadência espiritual que desaloja Jesus no Natal, contra toda ostentação que enche as lojas para transformar esta data num tempo de consumo exacerbado e contra todas as provocações da riqueza, que fere a dignidade do pobre. Que possamos, em nossas famílias, celebrar este mistério de amor com a mesma simplicidade e pureza do coração de Maria, que transformou um curral de animais na casa de Jesus. (2) Com o coração convertido e renovado, neste tempo do Advento, possamos fazer de nossas casas um berço que acolhe o Rei Jesus, o “Príncipe da Paz”. “Que cada família cristã, não obstante a sua fragilidade, possa tornar-se luz na escuridão. Que Nazaré nos recorde do que consiste a família, a comunhão de amor, a sua beleza austera e simples, a sua índole sagrada e inviolável.” (3) Sagrada Família de Nazaré, tornai também nossas famílias lugares de comunhão e cenáculo de oração. Que Jesus esteja sempre entre nós.

Giordani, Igino, pág. 34, “Maria modelo perfeito da vida Interior” Papa Francisco: Exortação Apostólica “ A alegria do evangelho, parágrafo 286. 3 Papa Francisco: Exortação Apostólica “ Amoris Laetitia,” parágrafo 66. 1

2

EXPEDIENTE Comissão da Família e Vida: Assessor Eclesiástico: Diácono Juares Celso Krun. Sonia Biscaia – soniaabs@arquidiocesecwb.org.br / 2105-6309

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Ana Maria Oleniki Equipe Arquidiocesana do Dízimo

Dízimo

GRATIDÃO: virtude do verdadeiro cristão! Com o final de ano se aproximando, as cidades se enchem de enfeites e luzes e as famílias começam a se organizar para comprar os presentes, preparar a ceia e planejar a festa. Tudo precisa estar perfeito! Para o cristão, o Natal é época de reflexão, afinal, é o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso estar preparado para recebê-lo em casa e, sobretudo, no coração, para assim vivenciar o verdadeiro sentido do Natal. É importante aproveitar este momento e refletir sobre uma das mais importantes virtudes do ser humano, a GRATIDÃO. A Gratidão não deve ser entendida apenas como o ato de dizer “obrigado” a alguém por um benefício recebido. É preciso percebê-la como a

virtude que nasce da certeza de sentir-se amado por Deus e pelo próximo. Ser grato pelas realizações temporais, pela família, pelo trabalho e pela vida traz benefícios físicos e emocionais. Muitas vezes as pessoas ficam tão absortas com as dificuldades que se esquecem das inúmeras bênçãos que recebem todos os dias e, com isso, vão se tornando insatisfeitas, intransigentes e desmotivadas. A gratidão é transformadora, ilumina a vida e o dia a dia. Estudos científicos afirmam que existe uma forte relação entre gratidão e felicidade, e que as pessoas que são gratas são mais positivas, pois aproveitam melhor os bons momentos e aprendem a lidar com os desafios e com as dificuldades. “Só quem sabe agradecer experimenta a plenitude da alegria”, diz o Papa Francisco. Por isso, é preciso ter um

DÍZIMO: GRATIDÃO E RECONHECIMENTO A DEUS Reconhecendo que Deus é o Senhor de todos os bens, vem a necessidade de retribuir tanto amor e o privilégio de participar ativamente da construção de Seu Reino. O Dízimo concretiza esse sentimento de pertença, e essa relação EU e DEUS (Criatura e Criador) é representada pela Dimensão Religiosa. “Contribuindo com parte de seus bens, o fiel cultiva e aprofunda sua relação com aquele de quem provém tudo o que ele é e tudo o que ele tem, e expressa, na gratidão, sua fé e sua conversão” (CNBB - Documento 106, p. 23, 2016). Contribuir com o Dízimo é a demonstração concreta de gratidão a Deus e compromisso com a missão da Igreja, suas necessidades para evangelizar e o atendimento aos irmãos empobrecidos. Portanto, o Dízimo expressa os dois maiores mandamentos de Jesus Cristo: o amor a Deus e amor ao próximo!

coração agradecido. “[...] em tudo dai graças a Deus” (cf. 1Ts 5,16-18). Isso não quer dizer que as dificuldades não existirão. A gratidão não isenta ninguém dos problemas, mas torna a pessoa mais determinada para enfrentá-los. É preciso voltarse para Deus, com a certeza de que Ele acompanha e assiste cada um de seus filhos. A proximidade com Deus fortalece a fé e nos faz enxergar além do que está visível, percebendo a ação de Deus em todos os momentos da vida. “A gratidão é uma das melhoras formas de honrar o Senhor. A gratidão brota da confiança que prestamos ao nosso Deus”, diz o Papa Francisco. Por meio da oração de agradecimento, o coração se enche do Espírito Santo, de alegria e de contentamento, pois reconhece Deus em tudo.

Nós da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo somos gratos, sobretudo a Deus, pelas realizações deste ano e pelas pessoas que colaboraram e acreditaram em nosso trabalho, assim como pelas paróquias e comunidades que tão gentilmente nos acolheram nos encontros e formações. Que o sentido do Natal esteja sempre presente em nosso dia a dia e no novo ano que irá se iniciar, e que saibamos reconhecer que a vida é um presente de Deus! Desejamos um Santo Natal e abençoado Ano Novo!

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon. Pastoral do Dízimo: (41) 2105 6309 - Sonia Biscaia - Secretária Arquidiocese de Curitiba | Dezembro 2017

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Espiritualidade

Dom Francisco Cota Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Dignidade e Missão da Família à luz do Natal A festiva comemoração do Natal nos proporciona lançar um olhar mais abrangente, na forma de escuta, sobre os elementos que compõem o cenário no qual nasceu Jesus. Somos chamados a perceber, nestes elementos, os muitos apelos de Deus. Conforme os desígnios de seu amor, pelo Mistério da Encarnação, seu Filho irrompe no contexto de nossa humana condição para, a partir daí, chamar nossa atenção sobre as realidades que veio resgatar e promover. Dentre outras, podemos enumerar as seguintes: a fé, a gratuidade, a vida humana, o despojamento e a família. Nos primeiros acontecimentos relacionados com o Mistério da Encarnação, sobressai a fé de Maria e José, que, pelo anúncio do anjo (cf. Lc 1,26-38) e por meio de sonhos (cf. Mt 1,18-24), entregam-se por inteiro para que se cumpram os desígnios de Deus. Ao servir-se dos pequenos (cf. Lc 1,48) e ao prescindir da ordem natural da concepção (cf. Mt 1,18; Lc 1,34-35), sobressai a gratuidade da Ação Divina. Ao assumir nossa humana condição, o Filho de Deus habitou o ventre de uma mulher (cf. Gl 4,4). Maria bendiz a Deus pelo dom da maternidade quando Jesus ainda se vê no recôndito de seu ventre (cf. Lc 146-49). Também Isabel, grávida de João Batista, ao receber a visita de Maria, dizlhe que a criança, que se vê ainda em seu ventre, pulou de alegria quando Maria a saldou (cf. Lc 1,41-42). Estas cenas nos permitem refletir sobre o começo da vida humana. Não nos resta dúvida de que esta tem início no momento da concepção. Em decorrência, também a maternidade tem seu início a partir da concepção e não quando se dá o nascimento da criança. Ao assumir nossa condição humana, a partir da concepção, Jesus, o Filho de Deus, nos revela que a vida humana em sua fase intrauterina - tanto o feto como o embrião - é tão preciosa e inviolável quanto a vida após o nascimento da criança. Decorre daí o imperativo ético da defesa da vida desde a concepção e o consequente repúdio a toda e qualquer ideologia e legislação favoráveis ao aborto. Outro elemento significativo presente no Mistério da Encarnação é o despojamento. Jesus, o Filho de Deus, nasce em um ambiente simples e despojado (cf. Lc 2,4-7). Cabenos perguntar: por que Deus quis assim? Brota deste contexto um grande questionamento para o nosso tempo, marcado pelo consumismo e pela acentuada desigualdade social. A elevada concentração de renda nas mãos de poucos, em esfera mundial, faz com que tantos vivam na pobreza e até mesmo na miséria. O Filho de Deus nasce na pobreza, convidando-nos a olharmos com amor para os pobres e a levarmos uma vida simples e despojada. Só assim alcançaremos um mundo mais igualitário e justo para todos.

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Sobressai, no belo cenário do nascimento de Jesus, o ambiente de uma família. Após o anúncio do anjo a Maria, dando-lhe a conhecer que Deus a escolhera para ser a Mãe de Jesus e que a concepção se daria pela misteriosa ação do Espírito Santo, também a José é concedida, em sonho, a missão de receber Maria como esposa e de assumir a paternidade terrena de Jesus. Vemos aqui constituído o núcleo fundamental da vida familiar: o esposo José acolhe a esposa Maria para, juntos, oferecerem cuidados, paternos e maternos, a Jesus menino (cf. Mt 1,18-25). A partir deste momento, vemos crescer entre Maria e José a relação mútua de amor e cuidados (cf. Mt 2,1-23; Lc 2,1-52). Juntos sobem a Jerusalém para o recenseamento imposto por Herodes. Juntos vivem o drama de não encontrar lugar nas hospedarias para que Maria pudesse dar a luz a Jesus. Juntos se alegram quando os pastores e os magos visitam o Menino. Juntos fogem com o Menino para livrá-lo da fúria de Herodes. Juntos regressam para a Nazaré da Galiléia, após a morte de Herodes. Mais tarde, sobem juntos para a Jerusalém para a apresentação de Jesus no templo e juntos se angustiam com a perda de Jesus, que ficara no templo sem que os percebessem. As narrativas da infância de Jesus se encerram dizendo que, sob os cuidados de Maria e José, “Jesus crescia em sabedoria, em estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens” (Lc 2,51-52). Vemos, nos relatos bíblicos relacionadas com a infância de Jesus, a proeminência da família. Ainda que Deus pudesse, em seus desígnios, enviar-nos o seu Filho sem depender da colaboração humana, Ele escolheu este caminho para evidenciar que o curso de nossa vida, desde a concepção, depende fundamentalmente da família. É na família, constituída da união conjugal entre um homem e uma mulher, sob o beneplácito do Sacramento do Matrimônio, que se dá a geração e a educação dos filhos. O Natal coloca em evidência esta verdade. Como Igreja, somos chamados a servirmos da festiva comemoração do Natal para proclamarmos a boa-nova da vida e da família. Além de geradora, a família tem um papel imprescindível na educação dos filhos. Diz o relato bíblico que Jesus era submisso a seus pais e que, dia após dia, ele crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e diante dos homens (cf Lc 2, 51-52). Constatamos, hoje, uma grave omissão da família no que se refere à educação dos filhos. Perante este descuido, o Estado tem ocupado este lugar sem levar em conta o bem das futuras gerações. Elabora Planos de Ensino mesclados de ideologias contrárias aos valores que fundamentam a vida familiar e desencadeadores de distúrbios psicoafetivos nas crianças e adolescentes. Celebremos o Natal deixando-nos tocar, de forma mistagógica, pelos apelos de Deus, daquele tempo e nos dias de hoje.


Natal nas Paróquias

• Apresentação de canto coral na Paróquia São José Trabalhador Rua Major Heitor Guimarães, 1526 – Campina do Siqueira, Curitiba. Apresentações de corais aos sábados (19h) e domingos (10h): 2, 3, 9, 10 e 16 de dezembro.

• Crianças cantam nas janelas da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Belém Rua Amador Bueno, 627 – Vila Centenário, Curitiba. As 50 crianças do Projeto “TJ Kids” irão se apresentar nas Janelinhas da paróquia, cantando canções natalinas. Será o terceiro ano do espetáculo, nos dias 3 e 10 de dezembro, às 20h30min. O evento celebra o fechamento do trabalho realizado com as crianças e suas famílias durante o ano e o nascimento do Menino Jesus.

• Cantata de Natal na Paróquia Senhor Bom Jesus – Cabral Rua Bom Jesus, 159 – Cabral, Curitiba. Dia 10 de dezembro, às 18h30min, missa seguida da III Cantata de Natal, com a participação do Coral Bom Jesus, Coral Cháritas, e outros.

• Exposição de presépios na Paróquia Bom Jesus dos Perdões Praça Rui Barbosa – Centro, Curitiba. A Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões irá realizar este ano sua tradicional exposição de presépios. Será de 3 a 17 de dezembro, das 9h às 18h (sujeito a alteração), no Salão Paroquial e a entrada é gratuita. A exposição segue um costume franciscano de contemplar a encarnação do Filho de Deus, iniciada pelo próprio São Francisco, ao criar o primeiro presépio, no natal de 1223. É uma grande oportunidade para conhecer as variedades de presépios, e para refletir sobre a pobreza e simplicidade do lugar onde nasceu o Salvador.

• Natal dos solitários na Paróquia Nossa Senhora das Mercês Avenida Manoel Ribas, 966 – Mercês, Curitiba. Telefone: 3335-5752 Por mais um ano, a Paróquia Nossa Senhora das Mercês, conhecida como “Igreja dos Capuchinhos”, irá realizar o “Natal dos Solitários”, uma ceia de Natal para que as pessoas que vivem sozinhas tenham com quem celebrar o nascimento do Senhor. A ceia começa logo após a missa das 19h do dia 24 de dezembro, no salão paroquial, e costuma reunir em média 150 pessoas. Muitos já participam deste evento há anos. Os participantes são convidados a levar comidas para partilhar, mas quem não puder levar é bem-vindo da mesma forma, pois a paróquia fornece todo o necessário para a ceia. Se você gostaria de celebrar o Natal entre irmãos e amigos, ligue na Secretaria Paroquial e deixe seu nome.

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Dimensão Social

João Ferreira Santiago Teólogo, Poeta e Militante. Assessor nos temas Bíblicos Teológicos e Pastorais.

Um olhar cristão sobre o caminho e uma parada para refletir sobre a caminhada à luz do Natal que se aproxima Chegando o mês de dezembro, somos chamados a uma parada para reabastecer as esperanças, olhando para o caminho percorrido e agradecendo. Este ano de 2017 foi intenso, cheio de desafios, de incertezas, de emoções e de aprendizados, mas nós chegamos ao seu final mais fortes. E por que essa conclusão? Porque ficamos mais próximos uns dos outros, nos conhecemos um pouco mais e, com isso, também nos tornamos mais solidários e confiantes, com a presença de Deus em nosso meio. A Dimensão Social da Arquidiocese de Curitiba, a partir das Pastorais Sociais, das Comunidades Eclesiais de Base e da equipe da Campanha da Fraternidade, celebra e agradece um ano de lutas, de sonhos e de realizações. Vivemos, neste ano de 2017, momentos incríveis de troca de experiências, de integração e de partilha. Inspirados na proposta do Papa Francisco de uma Igreja em saída, ousamos jogar mais uma vez as redes e navegar para águas mais profundas. Chegamos ao último mês deste ano, com todas as adversidades trazidas pela instabilidade política, convictos/ as de que, como diz o Apóstolo Paulo, combatemos um bom combate, terminamos este trecho da corrida, conservamos a fé (2Tm 4,7). Todo Ensino Social da Igreja aponta para uma dimensão teológico-profética, que nos exige liberdade de ação, ousadia missionária e comprometimento com os valores do Reino. Justiça, paz e vida em abundância (Jo 10,10). A partir da 5ª Conferência Episcopal Latino-Americana, em Aparecida, no ano de 2007, está presente nos Documentos um clamor por uma conversão pastoral na Igreja. Hoje, podemos dizer que

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Arquidiocese de Curitiba | Dezembro 2017

sabemos o significado do que diz a CNBB no Documento 100 ao afirmar: Toda conversão supõe um processo de transformação permanente e integral, o que implica o abandono de um caminho e a escolha de outro. A conversão pastoral sugere renovação missionária das comunidades, para passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária (CNBB, Doc. 100, nº 51).

Mudar de caminho, ou mesmo de jeito de caminhar, exige sair da zona de conforto, parar de repetir o que já feito e decorado, e de simplesmente obedecer ordens. Exige saber discernir entre o que é essencial e o que é secundário. Exige, por fim, colher espigas no dia de sábado (Lc 6, 1-5;1Sm 21,1-10) e transgredir as leis e normas que não defendem a vida ou que a ameaçam, como o fizeram Jesus e Davi. Mas estes são sinais cada vez mais presentes e também incentivados, agora não apenas escritos nos Documentos, que poucos de nós os leem, apenas alguns de nós os estudam. Renasce entre nós, inclusive atualizado, para esta nossa “mudança de época”, a utopia das décadas de 1950/60, de uma “Pastoral de Conjunto”. Agora, nas palavras de Dom Francisco Cota de Oliveira, Bispo Auxiliar na Arquidiocese de Curitiba, e referencial das Pastorais e das CEBs, uma Pastoral Orgânica. São novos tempos, que são anunciados por novos sinais, a exemplo do que vem fazendo o nosso Arcebispo, Dom José Antonio Peruzzo, presente em todos os lugares onde a Igreja age. Dom Francisco participou


o dia todo da Assembleia da Dimensão Social, no dia 15 de novembro. Ele fez uma escuta qualificada e pronunciou-se como pastor, nos deixando instigados a avançar para águas mais profundas (Lc 5, 1-3). Foi um grande passo para as pastorais, mesmo que, aparentemente, seja um pequeno passo para a Igreja. Não podemos permitir que a Igreja seja resumida a um aquário: água parada que não produz oxigênio, que apenas repete o mesmo ciclo e não gera vida. A Igreja é um poço, que recebe a água direta da fonte e cria lagos, que alimentam riachos e se entregam em forma de cachoeiras e fecundam os pântanos da vida. Vem do infinito e caminha para o insondável mistério do oceano inaudito. A Dimensão social da Igreja na Arquidiocese de Curitiba está em prontidão para viver o advento sabendo o que significa “Quero Misericórdia e não sacrifício” (Mt 9,13; Os 6,6). Assim, queremos nascer e renascer com Jesus neste Natal, como Igreja que sabe o preço e o peso da cruz e acredita na ressurreição. O diálogo em andamento entre as pastorais e que, seguramente, será de toda a Igreja, é o prenúncio de uma aproximação entre o que se escreve e o que se vive na prática pastoral. A Conversão Pastoral, como exigência deste nosso tempo, nos exige outras mudanças concretas, como uma conversão ecumênica. O trabalho extraordinário com pessoas em situação de rua, feito em parceria com os/as nossos/as irmãos e irmãs Anglicanos/as na Catedral São Tiago, com a participação direta de Dom Naudal, com o projeto Emanuel, é também um sinal de que nós estamos entendendo que, Em um momento de crise, como este do mundo em mudança, somos profundamente questionados. O próprio Senhor nos retira de nossa acomodação e nos chama a responder a esse novo desafio. O Evangelho não mudou, mas mudaram os interlocutores. Mudaram os valores, os modelos, as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e das mulheres de hoje. Jesus nos convida a sair, a escutar, a servir em um momento de transformação missionária de nossa Igreja (CNBB, DOC. 107, nº 51).

Aos poucos, nós vamos nos conscientizando da urgência e da necessidade de uma Conversão Ecológica. De buscarmos um reencantamento com a Cria-

ção e reatarmos a aliança com o criador, rompida por nós, mas reclamada por Deus a toda a sociedade na Campanha da Fraternidade deste ano. Todo este processo de conversão nos faz refletir sobre as nossas ações e sobre o nosso ser Igreja. Talvez até indo um pouco mais a fundo, nos faça refletir sobre o nosso jeito de ser cristão no mundo urbano, já que a CNBB nos propõe dialogar e buscar enfrentar, na Campanha da Fraternidade de 2018, o tema: “Fraternidade e a superação da violência”. Os pobres, as comunidades e povos tradicionais e a natureza são as vítimas “preferenciais” de nossa violência. É oportuno perguntarmos, parafraseando Bartolomeu De Las Casas, um bispo e profeta do século XVI: “Com que direito” fazemos isto com os pobres, com os idosos, com as crianças e com os jovens? E com a natureza? O diálogo, a aproximação que fizemos este ano entre as pastorais e destas com outros setores da Igreja, e até de outras Igrejas e instituições, impulsionam a nossa consciência para uma nova mentalidade. Quando a Igreja idealiza, apoia e efetivamente põe em prática o projeto “Ecosolidariedade” e recolhe o óleo de cozinha usado, evitando que ele contamine ainda mais os nossos rios, este é um importante sinal de conversão. O projeto Ecosolidariedade faz das paróquias, comunidades, instituições públicas e privadas postos de coleta de óleo, dando-lhe uma finalidade duplamente interessante: a) comercializando-o para a fabricação de biocombustíveis não poluentes; b) financiando projetos de humanização que tiram milhares de pessoas das dependências químicas. Isso é Boa Nova. É preciso dar visibilidade aos projetos e aos processos em curso na Igreja, dizíamos na Assembleia da Dimensão Social. É o que vem fazendo, por exemplo, cada vez mais e melhor, a Revista Voz da Igreja, que chega a todas as paróquias da Arquidiocese. Hoje, para nossa alegria, ela pode ser apresentada como um subsídio mensal teológico e pastoral, que alimenta com informações importantes, por exemplo, a catequese, a liturgia e, claro, as pastorais. Um feliz Natal para todos e todas e um Ano Novo cheio de bênçãos.

EXPEDIENTE Comissão da Dimensão Social: Coordenadores: Pe. Danilo Pena / Diác. Antonio Carlos Bez / Diác. Gilberto José Felis. Secretaria: Maria Inês da Costa. Telefone: 2105-6326 dimensaosocial@arquidiocesecwb.org.br

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COMIDI

“A peregrinação da Palavra e dos Símbolos Missionários tem proporcionado a renovação do ardor missionário” No mês de novembro, as paróquias dos setores Campo Largo, Cabral e Cajuru da Arquidiocese de Curitiba tiveram a presença da Bíblia e da Cruz missionárias e da imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. A presença dos símbolos missionários tem motivado a missionareidade por onde passa”, relata Marluce Bely, membro da Equipe de Articulação Missionária, sobre a peregrinação realizada no setor Cabral.

No período de 5 a 18 de novembro, o Setor Cabral da Arquidiocese de Curitiba teve o privilégio de acolher a peregrinação da Palavra de Deus e dos Símbolos Missionários - a Cruz e a imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais - em todas as 12 paróquias que formam o Setor, a começar pela Paróquia N. Sra. De Nazaré. Foi uma oportunidade de ações especiais, em um esforço de abrasar e reanimar os corações para o agir missionário, com mobilização para a chegada dos símbolos e missa de envio dos missionários. Conforme a realidade de cada paróquia, foram realizadas atividades de formação missionária, visitas a lares de idosos e a uma comunidade terapêutica, casa de enfermos, posto de saúde, comércio, escolas, grupos de novena em família, orações junto a cruz, evangelização e procissão nas ruas. Vale destacar que os símbolos estiveram em procissão nas celebrações, bem como houve homilias com motivação missionária, para uma “Igreja em saída”. Cada comunidade, de acordo com suas forças vivas, aproveitou o dia em que os símbolos estiveram sob sua responsabilidade para proporcionar momentos e espaços para a Evangelização, fazendo irradiar a Alegria da Missão.

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O Santuário N. Sra. da Salette aproveitou para levar os símbolos nos lugares de suas atividades missionárias, de tal forma que a Imagem de N. Sra. da Luz, irradiando a luz e o amor do seu Filho, pôde visitar cinco lares de idosos, com momentos de oração e testemunhos emocionantes de devoção. A Bíblia foi destaque na visita com celebração da Palavra na Comunidade Terapêutica de Dependentes Químicos e do Álcool. Isto porque algumas lideranças do Santuário Salette atuam como missionários naquela “periferia existencial”, onde muitos são evangélicos e, pela Palavra de Deus proclamada, testemunhada e partilhada, pode-se fazer uma bonita experiência ecumênica. Para que a Cruz Missionária tivesse destaque e ficasse à vista e acessível a todos que quisessem dela se aproximar para oração, no Santuário Salette ela ficou exposta no Fac Símile, pois acreditamos que a força de atração que emana da cruz é a força transformadora do amor de Deus pela entrega total de Jesus. Experimentamos a força da palavra que diz: “Quando serei elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo, 12,32), pois muitos foram os que passaram pelo Santuário, de forma individual ou em grupo, para seu momento de oração. A Paróquia S. João Batista viveu seus momentos especiais de “Igreja em Saída” levando os Símbolos Missionários em um posto de Saúde, colégios e comércio, deixando as bênçãos e a alegria da Missão por onde passou. Apesar de algumas paróquias não terem tido oportunidade ou tempo para programação com atividades mais ousadas, acreditamos que todas aproveitaram a presença dos Símbolos para uma renovação do ardor missionário de seus discípulos e discípulas que se sentiram atraídos, convocados e motivados para recomeçar. No dia 19 de novembro, a Peregrinação seguiu então para o Setor Cajuru, onde os símbolos permaneceram até dia 2 de dezembro.

EXPEDIENTE

CONSELHO MISSIONÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA: (41) 2105-6375 comidi@arquidiocesecwb.org.br / Patryck Madeira

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Comunidades

Jorge Wagner Santos de Medeiros Responsável Local Comunidade Católica Shalom - Missão de Curitiba

Comunidade Católica Shalom

É com alegria que escrevo este artigo. Neste ano de 2017, ano da graça do Senhor, a Comunidade Católica Shalom completou 35 anos de fundação e a missão de Curitiba se alegrou pelos seus 17 anos. É um tempo de graça, em que o próprio Deus nos convoca a celebrar com alegria e júbilo. Posso, com clareza e sem temor, dizer que somos o povo que Deus muito amou e fomos, ou melhor, somos revestidos de misericórdia e compaixão. É assim que nos sentimos, enviados a ofertar as nossas vidas pela igreja, por toda a humanidade, especialmente os jovens. Envolvidos por toda a graça deste tempo, a missão de Curitiba transborda com alegria a oferta diária que se faz pela vivência do carisma na Arquidiocese. Graças a Deus, somos mais de 85 irmãos membros, entre eles comunidade de vida e de aliança, e contamos com a presença de mais de 160 pessoas nos grupos de oração. Somos uma grande família que a cada dia vem crescendo e se desenvolvendo. Evangelizamos com diversas atividades e ações e em diversas frentes, seja na evangelização pessoa a pessoa, na evangelização porta a porta, que realizamos diariamente, e também por meio da música, das artes, formações, cursos, pregações, grupos de oração e ações kerigmáticas. Temos também trabalhado em parceria com o Sistema Evangelizar de Comunicação, com o programa “Na onda jovem”: todos os domingos, das 11:15 às 13:00, na TV Evangelizar. Nascemos em meio aos jovens e, por isso, acreditamos que avançaremos com eles na evangelização e que eles são a esperança para o tempo de hoje. Por isso, promovemos todos os anos o Acamps (Acampamento de Jovens Shalom), que atrai em número expressivo de jovens para

fazerem uma profunda experiência kerigmática e de forte encontro com a Igreja. Como família missionária, queremos e somos enviados constantemente, como muito nos orienta o Papa Francisco. Desenvolvemos um trabalho de difusão do carisma no bairro Tatuquara, que pouco a pouco conta com a força do carisma e do ardor evangelizador. Dia após dia, vejo a certeza no rosto dos irmãos de que vale a pena se doar e se ofertar, por amor, pelo homem deste tempo e apresentá-lo ao Ressuscitado que passou pela Cruz. Com São Francisco de Assis, podemos dizer: “Senhor, pouco ou nada fizemos”. E como São João Paulo II atestou, o amor nos explica tudo. Aqui, renovamos nossa vida e nossa oferta no serviço a este povo e a esta terra de missão e alegria. Aqui fica o nosso desejo de cada vez mais contribuir com a difusão do evangelho e do carisma. Queremos, pela força do Espírito Santo, a cada dia acrescentar à fila do “ofertório” aqueles que se sentirem chamados por Deus à vivência do carisma na Grande Obra Shalom. Sim, pela Igreja, pelos jovens e pelos homens, pedimos ao Senhor que nos conceda sempre o dom da Parresia, para que, com a intrepidez e a têmpera dos mártires, derramemos o nosso suor e, se necessário, nosso sangue para cumprirmos da melhor forma, com eficácia e ousadia a nossa missão de testemunhar a paz (ECSh 58). São 35 anos, tempo de graça para a missão de Curitiba continuar a cultivar plena alegria e radicalidade. Que a Virgem da Luz caminhe conosco e que sejamos envolvidos pela força da Rainha da Paz.

EXPEDIENTE

COMISSÃO DAS NOVAS COMUNIDADES: Assessor Eclesiástico: Pe. Gevanildo Augusto Torres . Resp.: Eliezer Teixeira. Telefone: 3022-5521

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Painel do Leitor

Missa de Finados com Dom Peruzzo: Pelo 14º ano, o Cemitério do Água Verde recebeu centenas de fiéis para a tradicional celebração de Finados, em 2 de novembro. Foi um momento de rezar e comungar pelos entes queridos já falecidos. O evento começou às

9h, com Padre Kleina conduzindo a Adoração ao Santíssimo Sacramento. Em seguida, a Santa Missa foi presidida pelo Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo e concelebrada pelo Padre Kleina.

Fonte e créditos: PASCOM do Santuário Nossa Senhora do Guadalupe

O Ano do Laicato já começou Em 26 de novembro, Solenidade de Cristo de Rei, a Igreja do Brasil inaugurou a celebração do Ano Nacional do Laicato, convocado pela CNBB. O tema escolhido para este Ano foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”. Neste Ano, a Igreja irá buscar aprofundar a identidade, a vocação, a espiritualidade e a missão dos fiéis leigos. Cada diocese e comunidade brasileira é convidada a participar deste tempo. Em Curitiba, o dia escolhido para a Missa Arquidiocesana de abertura do Ano foi 1º de dezembro.

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Painel do Leitor

Arquidiocese de Curitiba participou da Semana Mundial dos Pobres Durante a Jornada Mundial dos Pobres, que aconteceu de 12 a 19 de novembro, a Arquidiocese de Curitiba realizou quatro eventos para dar visibilidade aos projetos sociais que atendem as pessoas em maior vulnerabilidade na cidade. Dom Francisco Cota, bispo auxiliar de Curitiba e referencial da Comissão da Dimensão Social, esteve presente. Na quinta-feira, houve uma benção e almoço com a população acolhida semanalmente pela Pastoral do Povo de Rua, na Catedral Anglicana. Na sexta, café com as pessoas recebidas pela Casa de Acolhida São José. No domingo, “Acolhida Franciscana”, projeto desenvolvido pelos Frades Menores da Paróquia Bom Jesus dos Perdões, e missa e convivência com as pessoas em situação de rua atendidas pela Toca de Assis.

Formação do “Caminhando 31” No sábado 11 de novembro, a Arquidiocese de Curitiba promoveu uma formação sobre a nova edição do Caminhando, um subsídio de evangelização para as pequenas comunidades de fé. Foi no Auditório da Obra Evangelizar e a explicação sobre a dinâmica dos encontros propostos nos livros foi feito pelo Padre Alex Cordeiro, coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese. Odaril José da Rosa, leigo missionário, também palestrou, ressaltando a importância dos pequenos grupos de cristãos para a Arquidiocese de Curitiba e para a Igreja no geral. Odaril destacou que os primeiros cristãos também se reuniam em suas casas, quando ainda não existiam paróquias. O Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, compareceu ao final do evento, agradeceu aos pequenos grupos pelo serviço prestado à Igreja e deu sua benção.

Confraternização dos atendentes paroquiais No dia 13 de novembro, ocorreu na casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê a confraternização anual dos(as) Atendentes Paroquiais da Arquidiocese de Curitiba. Foi um dia rico em convivência e espiritualidade.

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Capela da Glória segue em reformas A Igreja Nossa Senhora da Glória, na Avenida João Gualberto, em Curitiba, está passando por restauro desde agosto deste ano, com recursos da Prefeitura de Curitiba. A previsão para o término das obras é março de 2018. No dia 14 de novembro, o Padre José Aparecido, ecônomo da Arquidiocese de Curitiba, esteve na Capela da Glória para visitar a obra, acompanhado de Giceli Portela, arquiteta responsável pelo restauro, e Maria Helena Eyng, da assessoria administrativa da Mitra da Arquidiocese de Curitiba.

Grupos de Liturgia tiveram formação sobre o Advento e o Natal A Comissão Litúrgica da Arquidiocese de Curitiba realizou, em 11 de novembro, uma formação sobre as celebrações do Tempo do Advento e Natal. Foi no Salão Nobre da Arquidiocese, onde se reuniram mais de 120 pessoas, de todas as regiões episcopais e setores da Arquidiocese. Dom Amilton Manoel da Silva, bispo auxiliar de Curitiba e referencial da Comissão Litúrgica, esteve na formação e destacou que a arte de celebrar a liturgia digna e bem preparada nos leva ao encontro pessoal com Cristo.

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Adquira as produções da Arquidiocese de Curitiba Caminhando 31 Subsídio para grupos de cristãos que se reúnem em nos lares para evangelizar. São dois fascículos para o ano litúrgico: “Novena de Natal e Tempo Comum I” e “Novena de Quaresma e Páscoa e Tempo Comum II”.

Valores: R$ 5,00 por livro ou por CD Na compra de 15 livros, ganha 1 CD.

Álbum Catequético Litúrgico – 2017-2018 Família, Catequese e Liturgia Fontes da Iniciação Cristã – Ano B

Valores:

Até 100 unidades: R$ 6,50 De 101 a 500 unidades: R$ 6,00 Acima de 500 unidades: R$ 5,80

Agenda 2018 Valor: R$

23,00

Solicite: sac@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105 6325 Av. Jaime Reis nº: 369. Curitiba/PR


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