Revista Voz da Igreja Março 2018

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Publicação da Arquidiocese de Curitiba - Paraná

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Ano XV - Edição 180 - Março de 2018

Fraternidade é Superar a Violência.

É derramar, em vez de sangue, mais perdão! Reflexões para que sejamos e nos sintamos todos responsáveis por buscar superar a violência na sociedade.

Veja também Ano do Laicato A importância dos leigos na missão da Igreja e na sociedade. Pg. 14

Quaresma Como foi a preparação na Arquidiocese de Curitiba para este tempo de graça e salvação. Pg. 06

+ artigos e novidades de nossa Arquidiocese

Igreja em Saída Bíblia e Símbolos Missionários proporcionaram momentos de expressão da fé no Setor Boqueirão. Pg. 18


Agenda Mensal dos Bispos Março/2018

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial A primeira edição do ano da Revista Voz da Igreja traz assuntos que são de fundamental importância para o período em que ela é lançada. É Quaresma - o tempo da conversão - e a revista traz o destaque para o compromisso assumido pela Igreja no Brasil de realizar uma grande reflexão e mobilização pela superação da violência, com a Campanha da Fraternidade em andamento neste tempo. Utilizando as palavras do coordenador do Clero de Curitiba, o Pe. Rivael de

Jesus

Nacimento, "Quem diria que a violência entraria na banalidade de nosso cotidiano?". Realmente, nada mais parece surpreender. É neste sentido que a revista é uma ferramenta de alerta de que a superação da violência pede a adesão conjunta de todas as pessoas, instituições e Poderes Públicos. Registramos aqui o grande ânimo em comunicar que na Arquidiocese de Curitiba a Campanha da Fraternidade iniciou de forma especial, com um seminário que envolveu lideranças pastorais nos objetivos da Campanha. Estamos no Ano Nacional do Laicato, com o tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e os leigos são chamados a protagonizar a busca pela superação da violência. As diversas comissões de nossa arquidiocese buscaram trazer reflexões importantes para este tempo em que estamos. A revista traz ainda informes e notícias com o objetivo de envolver toda a comunidade nas diversas ações de Evangelização que se pretende realizar. A todos, desejamos uma excelente leitura e convidamos que sempre se sintam a vontade para escrever para a revista Voz da Igreja.

Fale Conosco

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 • Reunião do Setor Boqueirão, na Paróquia Nossa Senhora da Paz • Formação na Paróquia Imaculado Coração de Maria 02 • Reunião do Setor Cabral, Paróquia São Pedro e São Paulo 03 • Encontro com a Juventude do Regional Sul II, em Guarapuava 04 • Assembleia dos Bispos do Regional Sul a 06 II, em Paranavaí – PR 07 • Missa no santuário Senhor Bom Jesus, em Campo Largo 08 • Reunião com o Clero Recém-Chegado a Arquidiocese de Curitiba, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê • Reunião do Setor Rebouças, na Paróquia Imaculado Coração de Maria 09 • Reunião do Setor Pinheirinho, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora 11 • Encontro com a Juventude do Regional Sul II, em Matinhos 16 • Reunião com o Setor Juventude da Arquidiocese, na Cúria 17 • Missa de Abertura da Escola de Coordenadores de Catequese, na Casa de Retiros do Mossunguê • Posse de Pároco na Paróquia São José das Famílias 18 • Crisma na Paróquia Imaculada Conceição, em Campo Magro

18 • Formação para Acólitos e Coroinhas, no Seminário São José • Posse de Pároco na Paróquia Santa Edwiges 19 • Missa no Seminário São José • Missa no Santuário São José, no Capão Raso 20 • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria • Reunião do Setor Capão Raso, no Santuário São José 21 • Expediente na Cúria 22 • Reunião dos 15 Coordenadores de Setor, no Cenáculo Arquidiocesano • Reunião das 13 Comissões da Arquidiocese, na Cúria 23 • Reunião dos Formadores dos Seminários, no seminário São José 24 • Formação para Juventude da Arquidiocese • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Vila Fanny 25 • Missa de Ramos 29 • Missa do Crisma, na Catedral • Missa da Ceia do Senhor 30 • Ação Litúrgica da Paixão do Senhor • Procissão do Senhor Morto 31 • Vigília Pascal

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR)

Fones / Fax: (41) 2105-6343 E-mail: comunicacao@arquidiocesecwb.org.br

Responsável: Téo Travagin – 5531 (DRT-PR)

Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Cesar Leandro Ribeiro | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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01 • Reunião do Setor Boqueirão, na 17 • Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Paróquia Nossa Senhora da Paz Conceição, em Palmeira • Reunião da Diretoria da Pastoral da 18 • Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Pessoa Idosa Conceição, em Palmeira 02 • Aula no Studium 19 • Missa no Seminário São José • Expediente na Cúria 20 • Reunião do Conselho Presbiteral, na 03 • Aula Inaugural da Escola de Formação Cúria Igreja e Sociedade – Setor Pinheirinho • Reunião do Setor Capão Raso, no 04 • Ordenação Diaconal na Paróquia Senhor Santuário São José Bom Jesus dos Perdões • Programa Conhecendo a Palavra, na TV 04 • Assembleia dos Bispos do Regional Sul II, Evangelizar a 06 em Paranavaí - PR 21 • Expediente na Cúria 06 • Formação para os Reitores dos • Visita no Seminário Rainha a 07 Santuários do Regional Sul II, em 22 • Reunião dos 15 Coordenadores de Setor, Bandeirantes- PR no Cenáculo Arquidiocesano 08 • Reunião com o Clero Recém Chegado • Reunião do Setor Pinhais, na Paróquia a Arquidiocese de Curitiba, na Casa de Santa Bertila Retiros Nossa Senhora do Mossunguê • Reunião das 13 Comissões da • Reunião do Setor Rebouças, na Paróquia Arquidiocese, na Cúria Imaculado Coração de Maria 23 • Aula no Studium 09 • Aula no Studium • Reunião dos Formadores dos Seminários • Reunião do Setor Pinheirinho, na • Visita no Seminário Bom Pastor Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora 24 • Assembleia Nacional da Pastoral da 10 • Palestra para Casais na Paróquia Santa Pessoa Idosa Margarida 25 • Missa de Ramos na Catedral 11 • Formação para as Lideranças na do Setor 27 • Missa com os Colaboradores da PUC PR Pinheirinho, na Paróquia São Francisco • Visita no Seminário São José • Ordenação Diaconal na Paróquia Nossa 28 • Visita no Seminário Propedêutico Senhora do Bom Conselho 29 • Missa do Crisma, na Catedral 12 • Conselho Permanente da CNBB, em • Missa da Ceia do Senhor, na Catedral a 14 Brasília- DF 30 • Palestra para a Comunidade Shalom 15 • Reunião do Setor Mercês, na Paróquia • Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, na Santa Maria Goretti Catedral • Expediente na Cúria • Procissão do Senhor Morto, na Catedral 16 • Aula no Studium 31 • Vigília Pascal, na Catedral • Reunião do Setor Cajuru, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Arquidiocese de Curitiba | Março 2018

01 • Reunião do Setor Boqueirão, na Paróquia Nossa Senhora da Paz • Missa com as Irmãs de Santa Catarina de Senna 02 • Reunião com a Equipe da Situação do povo de Rua 03 • Atividade com a Pastoral Carcerária do Regional Sul II • Missa no Santuário Senhor Bom Jesus, em Campo Largo 04 • Assembleia dos Bispos do Regional Sul a 06 II, em Paranavaí – PR 07 • Expediente na Cúria 08 • Reunião com o Clero Recém-Chegado a Arquidiocese de Curitiba, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê 09 • Reunião de Pastoral, na Cúria 10 • Atividade junto a Pastoral Familiar do Regional Sul II • Missa na Capela São Camilo 11 • Missa de Jubileu de Prata da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Uberaba • Atividade com os Jovens do Caminho Catecumenal, na Paróquia N. Sra. da Saúde, em Pinhais 16 • Reunião do Setor Cajuru, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida

17 • Posse de Pároco no Santuário Nossa Senhora da Salette 18 • Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Palmeira 19 • Missa no Seminário São José 20 • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria • Confissões Paróquia São João Batista, em Almirante Tamandaré 21 • Confissões Paróquia Anjo da Guarda, em Almirante Tamandaré 22 • Reunião dos 15 Coordenadores de Setor, no Cenáculo Arquidiocesano • Reunião do Setor Pinhais, na Paróquia Santa Bertila • Reunião das 13 Comissões da Arquidiocese, na Cúria 23 • Expediente na Cúria • Reunião dos Formadores dos Seminários, no Santuário São José 25 • Missa de Ramos 28 • Novena no Hospital Pequeno Príncipe 29 • Missa do Crisma • Missa da Ceia do Senhor 30 • Ação Litúrgica da Paixão do Senhor 31 • Vigília Pascal na Paróquia Senhor Bom Jesus, em Colombo


Palavra do Arcebispo

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Se o meu irmão está com fome, é meu problema espiritual Em tempo de Quaresma, é importante olhar para

Essas ações se contrapõem a atitudes de violência

dentro e perceber nossa necessidade de conversão -

que estão se tornando quase espontâneas. Estão

essa que nunca é um processo terminado, mas uma

todos a se defender de todos, todos a suspeitar de

busca permanente, assim como a fraternidade. A

todos. Não é possível viver num contexto assim. Aí

fraternidade, em tempos de tanta violência, tem

está nossa responsabilidade: quem quer dar uma

um significado bastante matizado. Quem crê, quem

resposta a Deus precisa olhar para a situação na

quer seguir Jesus Cristo é chamado a lançar o olhar

qual vive. Afinal, o próprio Deus decidiu se revelar

para o outro, vendo-o como um irmão.

numa história como a nossa, tão marcada por contradições.

A atmosfera que se respira atualmente é de muitos comportamentos defensivos e agressivos. As causas

Para nós, católicos, como começar a promover a

de tanta violência podem se explicar por muitos ca-

paz, a vencer a violência? Melhor começar a partir

minhos, mas que se conjugam. Onde houver graves

de dentro de nós. Vamos aproveitar esta Quaresma,

contrastes sociais, haverá também graves contrastes

meu irmão, minha irmã, para perdoar a quem ainda

de oportunidades: isso é uma questão sociológica.

não perdoamos. Se isso não acontecer, ainda que não tenhamos comportamentos violentos na exte-

No entanto, há também a questão espiritual: se o

rioridade, na interioridade a violência nos fragmen-

meu irmão está com fome, é meu problema espiri-

ta. Fará um bem imenso para quem é perdoado, mas

tual. Se o meu irmão não compreende o que signi-

é um bem muito maior para quem perdoa. Assim,

fica fraternidade, quem compreende é chamado a

será bem mais espontâneo irradiar e testemunhar

testemunhar.

atitudes pacificadoras. Uma boa Quaresma!

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Palavra de Dom Pedro

Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto Arcebispo Emérito de Curitiba

Homenagem a Dom Albano, Dom Rubens e Dom Agostinho Recentemente morreram dois bispos queridos da minha turma: Dom Rubens Augusto de Souza Espínola, Emérito de Paranavaí (PR), e Dom Antônio Agostinho Marochi, Emérito de Presidente Prudente (SP). Antes deles, outro Bispo da mesma turma era Dom Albano Bortoletto Cavallin, Arcebispo Emérito de Londrina (PR), falecido a 1º de fevereiro de 2017.

Dom Albano Bortoletto Cavallin

Dom Antônio Agostinho Marochi

Foi meu colega de turma no Seminário São José, em Curitiba, desde 1940. Fomos ordenados no mesmo dia, 6 de dezembro de 1953.

Nascido na mesma comunidade, Colônia Antônio Rebouças, Campo Largo, em 28 de agosto de 1925, colegas de infância, batizados pelo mesmo sacerdote, Pe. Natal Pigato, primeira eucaristia pelo Pe. João Morelli, crisma por Dom João Francisco Braga, estudando na mesma escola com o mesmo professor, nos mesmos seminários de São José, Curitiba e Central, São Paulo, ordenados sacerdotes no mesmo dia, 6 de agosto de 1953, cantamos a primeira missa solene no mesmo dia, 8 de dezembro, na capela de batismo.

Nomeado Bispo Auxiliar de Curitiba, ordenado por mim em 28 de agosto de 1973, foi para mim sempre irmão querido, amigo fiel e conselheiro, sábio, prudente, disponível até a morte. Era o catequista ideal para toda a Igreja.

Dom Rubens Augusto de Souza Espínola

Foi Diretor da Obra das Vocações, grande incentivador da construção do Seminário São José de Orleans, cofundador do Seminário Maior Rainha dos Apóstolos, juntamente comigo, Dom Albano e Mons. Ivo Zanlorenzi.

Nascido em São Carlos (SP), em 8 de junho de 1928, foi colega de turma no Seminário Central da Imaculada Conceição do Ipiranga (SP), desde 1947, ordenado sacerdote em 8 de dezembro de 1953.

Eleito Bispo Auxiliar de Londrina, por mim ordenado Bispo, em 6 de dezembro de 1973, transferido para Bispo de Presidente Prudente em 2 de fevereiro de 1976, teve o mais longo mandato, de 26 anos, até 7 de abril de 2002.

Nomeado Bispo Missionário na Diocese de São Luiz de Montes Belos (GO), ordenado em 19 de março de 1981, transferido para a Diocese de Paranavaí em 12 de outubro de 1985, destacou-se como bispo corajoso construindo a Catedral e o Seminário Diocesano, ordenando 35 sacerdotes.

Destacou-se como maior incentivador das vocações, participando e contribuindo para a fundação dos Seminários de Filosofia e Teologia da Província Eclesiástica de Botucatu em Marília, ordenando 37 sacerdotes. Ótimo administrador, adquiriu 307 lotes para igrejas, dois sítios com 14 alqueires; construiu duas residências episcopais, a casa de lazer para os sacerdotes.

Viveu sempre como amigo fiel, desde que nos conhecemos, até a morte, em 28 de dezembro de 2017.

Implantou uma novidade pastoral na Diocese: o Movimento das Capelinhas, com 253.000 famílias. Faleceu, em 28 de janeiro de 2018, depois da visita que lhe fiz em 29 de dezembro antes, com o Pe. Fabiano Dias Pinto, recebendo dele sua bênção. Foi um grande amigo desde a infância até a morte.

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Reflexões

Pe. Rivael de Jesus Nacimento Coordenador Geral do Clero da Arquidiocese de Curitiba Reitor do Santuário Nossa Senhora de Lourdes – Campo Comprido

Que tiro foi esse? Que violência é essa? Que educação pode ser essa? Quem diria que a violência entraria na banalidade de nosso cotidiano? Parece que nada mais nos surpreende. Antes, ouvíamos histórias de balas perdidas em grandes metrópoles, como no Rio de Janeiro. Agora também as vemos perto de nós: gradualmente, a violência urbana vai aumentado. Tantas tentativas de roubos a bancos e residências que ceifam vidas, que se tem a impressão de que nada mais é novidade. Os profetas em Israel sofreram violência: Elias foge para escapar de ciladas e atentados à sua vida (I Rs 19,2); Amós foi expulso do templo em Betel (Am 7.10-17). Jesus exorta, no Novo Testamento, ao amor: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14, 27). Paz: quanta necessidade temos de que ela reine! Como educar para uma cultura de paz e harmonia? Temos a impressão de que impera, em nossa sociedade, a lei de Talião, que prescrevia: “olho por olho, dente por dente”. Essa lei revela uma ausência do sentido da existência que massacra a vida no coletivo e em que tudo é pautado na indiferença. Pipocam balas perdidas no céu do Brasil, como um faroeste em novos cenários da vida urbana. Nos últimos anos a Igreja no Brasil, através da CNBB, vem nos orientando para primarmos pelos contatos pessoais, para que as pessoas saiam do anonimato, da solidão e da amargura em que vivem. Não são somente os adolescentes que se escondem no mundo virtual e vazio do irreal. Muitos adultos também se esqueceram do quanto a vida é bonita e de que é “preciso saber viver”. Em nossas escolas e em nossas famílias, é uma urgência retomar certos conteúdos que parecem ter ficado para trás. Em nome da soberania da liberdade, a autoridade não diz mais nada, mas se cala e se omite. Para uma boa convivência, precisamos de líderes que apontem caminhos, em todas as esferas da sociedade. A autoridade vem sempre para favorecer a verdade. Diferentemente

do autoritarismo, que está sujeito à corrupção e, assim, falseia a verdade. Precisamos de pais e professores que tenham a clareza de que a autoridade vem de Deus e que assim a exerçam. Em nossos tempos, para uma cultura de paz e de bem, a educação deve favorecer a cultura do encontro, do diálogo e do respeito. Não podemos mais ver pessoas sendo mortas nas estradas do mundo, nas periferias sociais. Todo esse quadro de estatísticas de mortes violentas, de suicídios e de vulnerabilidade, que afeta tantas crianças e adolescentes, pode ser mudado a partir de novas atitudes neste tempo presente. Para isso, é necessário voltar a si e enxergar o outro como seu semelhante. Precisamos de pessoas que apontem os caminhos e exerçam a autoridade para o bem. Muitos acreditam que todas as estrelas se apagaram do céu e que não há mais setas nas estradas. Eis a necessidade de uma teologia da esperança. Nós cristãos queremos que nossas atitudes favoreçam comportamentos que sejam notas musicais harmoniosas na orquestra da vida: no respeito ao outro, às suas diferenças e com capacidade de conviver e ouvir. Temos a impressão de que isso era mais fácil em outros tempos. Hoje, se exigem novas posturas para a superação da dor e da violência, que são frutos de uma miséria social e um reflexo de uma sociedade doente. Todos nós podemos ser curadores e promotores da vida. Rezemos para que todos nós, padres, religiosos e religiosas, pais e mães, professores e todos os profissionais deste tempo tenhamos sempre força e coragem para lutarmos contra toda essa indiferença, para que ela possa ser substituída pela pedagogia do amor. Longe de nós a omissão. Que o amor de Deus esteja sempre em tudo e com todos, pois Jesus disse que somos todos irmãos. Assim o sejamos e nos sintamos todos responsáveis.

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Liturgia

CELEBRAR A QUARESMA E PREPARAR-SE DIGNAMENTE PARA A PÁSCOA Que a paz esteja com todos! A quaresma que iniciamos com a quarta-feira de cinzas é um caminho com Cristo para Páscoa da Ressurreição. Cada um pode meditar e celebrar este tempo de graça e salvação, vivendo com dignidade o período quaresmal, numa busca sincera de conversão e santidade. Com a celebração das cinzas, demos início ao grande e forte tempo de oração, penitência e jejum, que se pode também traduzir por tempo de partilha. É o tempo de conversão do coração humano ante às necessidades dos outros. É um novo tempo na Igreja, o qual devemos viver com maior intensidade. Como o próprio nome diz, são quarenta dias de penitência que nos preparam para a celebração da vitória final da graça sobre o pecado e da vida sobre a morte. Durante estes dias, a nossa oração se torna mais intensa e a penitência mais acentuada. É um tempo de retorno a Deus, de conversão e de abertura aos outros, vivendo na simplicidade do nosso coração e deixando a graça acontecer em nós. A imposição das cinzas nos recorda de que nossa vida na terra é passageira, que algum dia vamos morrer, que o nosso corpo irá se converter em pó e que a vida definitiva se encontra no céu. Ensina-nos, ainda, que os céus e a terra hão de passar um dia. Ao final da nossa vida, só levaremos aquilo que tenhamos feito por Deus e por nossos irmãos. As cinzas são um sacramental, que não nos tira os pecados, mas nos relembra da nossa condição de miseráveis, de frágeis e pecadores. E, assim, reconhecendo a nossa situação, recorremos ao Sacramento da Reconciliação. É um sinal de arrependimento, de penitência, mas, sobretudo, de conversão. Com essa celebração, damos início à nossa caminhada com Cristo no Jardim das Oliveiras, até o triunfo na manhã do primeiro dia da semana que é o Domingo da Ressurreição.

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Quaresma é realmente o tempo de reflexão em nossa vida, de entender aonde vamos, de analisar como está nosso comportamento com nossa família, com o marido, a esposa, os filhos, os pais e todos os que nos rodeiam. O Evangelho da quarta-feira de cinzas nos oferece uma ajuda e nos faz entender como praticar as três obras de penitência - oração, esmola e jejum - e como utilizar bem o tempo da Quaresma. Jesus fala das três obras de piedade dos judeus: a esmola, o jejum e a oração; e faz uma crítica pelo fato de que eles as praticam para serem vistos pelos outros. O segredo para o efeito é a atenção para que não sejamos como os fariseus hipócritas: "Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus" (Mt 6, 1). Para Jesus, é preciso criar uma nova relação com Deus. Ao mesmo tempo, Ele nos oferece um caminho de acesso ao coração de Deus. Para Ele, a justiça consiste em conseguir o lugar onde Deus nos quer. O caminho para chegar ali está expresso na Lei de Deus. "Se a vossa justiça não superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus". Dizia anteriormente que este é o tempo de oração, que se caracteriza por uma relação de aliança entre Deus e o homem em Cristo. Este encontro com Cristo não se exprime apenas em pedidos de ajuda, mas também em louvor, ação de graças, escuta e contemplação. Rezar é confiar no Senhor que nos ama e corresponder ao seu amor incondicional. Por sua vez, a oração penitencial privilegia o agradecimento da misericórdia de Deus e prepara o coração para o perdão e para a reconciliação. É tempo da prática do jejum. O jejum tem certamente uma dimensão física, como a privação voluntária de alimentos. O que jejuamos deve ser partilhado, ou seja, entregue aos nossos irmãos que passam fome.


Além disso, o jejum é sobretudo a privação do pecado: é sinal do combate contra o espírito do mal. O modelo deste combate é Cristo, que foi tentado muitas vezes ao sucesso, ao domínio e à riqueza. No entanto, a sua vitória sobre todo o mal que oprime o homem inaugurou um tempo novo, um reino de justiça, de verdade, de paz, de amor e de partilha. A experiência do jejum exterior e interior favorece a opção pelo essencial. No nosso tempo, o jejum tornou-se uma prática habitual. Alguns jejuam por razões dietéticas e estéticas. O jejum cristão não tem uma dimensão dietética ou estética, como é prática nos nossos dias, mas sim uma referência Cristológica e solidária com os nossos irmãos e irmãos excluídos da sociedade por causa de diversas condições: raciais, religião, cor, tribo, língua etc. Como Cristo e com Cristo, jejuamos para sermos mais solidários e abertos ao outro. Sob várias formas podemos jejuar, por exemplo: o jejum da televisão, da internet, do celular, da língua etc; para redescobrirmos a beleza do diálogo em família, da partilha de interesses, do encontro e da comunhão com os irmãos.

Que o tempo da quaresma e da Campanha da Fraternidade neste ano de 2018 seja para todos nós uma ótima oportunidade para experimentarmos o grande amor que Deus tem por cada um de nós. Vivamos intensamente este periodo buscando a Deus e vivendo os seus ensinamentos. Colocando Ele em primeiro lugar e servindo a Ele em primeiro lugar. Que estas palavras que vos anuncio ajudem a viver melhor este periodo quaresmal, sendo fiéis ao projeto de Deus, assumindo com alegria nossa missão e celebrando em nossas liturgias a sua presença viva e eficaz que nos liberta e salva. Boa quaresma a todos a caminho do mistério da Páscoa: Paixão, morte e ressurreição do Senhor. Deus vos abençoe e vos proteja sempre!

Este texto foi trabalhado no Encontro de Formação de Liturgia para a Quaresma e a Páscoa, realizado em 3 de fevereiro de 2018. O encontro aconteceu no Salão Nobre da Cúria da Arquidiocese de Curitiba e reuniu líderes e agentes pastorais, com presença de Dom Amilton Manoel, bispo auxiliar de Curitiba, do Pe. José Airton de Oliveira, coordenador da Comissão Litúrgica e membros da Comissão Litúrgica.

Quando, como cristãos, vivemos bem o jejum, nos convertemos em seres solidários, seres que partilham tudo entre todos. Ninguém chamará de ’seu’ o que possui. Por outras palavras, atualizaremos o Atos dos Apóstolos 2,42, que é a essência do cristianismo. A relação dinâmica entre o amor e a adesão a Cristo fazem do gesto de ajuda, expresso na esmola, uma partilha fraterna e não uma esmola humilhante. Quaresma é tempo de dar esmola, e esta nos ajuda a vencer a incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Tal é a finalidade das coletas especiais para os pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma. Desta forma, a purificação interior é confirmada por um gesto de comunhão eclesial, como acontecia já na Igreja primitiva. Hoje, a oração, o jejum e a esmola não perderam a atualidade e continuam a ser propostos como instrumentos de conversão. A estes meios clássicos, podemos acrescentar outros, em ordem a melhorar a relação com Deus, conosco próprios e com os outros. E o maior dentre esses meios é o amor. O amor é criativo e encontra formas sempre novas de viver a fraternidade. Permite-nos que contribuamos para a sinceridade do coração e a coerência das atitudes no caminho da paz. Faz-nos evitar a crítica maldizente, os preconceitos e os juízos acerca dos outros, favorece a autenticidade da vida cristã e tem como obstáculos a vencer o egoísmo e orgulho, que impedem a generosidade do coração. EXPEDIENTE COMISSÃO LITÚRGICA: peairton@hotmail.com / (41) 2105 6363 / Coordenação: Pe. José Airton de Oliveira

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A Campanha da Fraternidade 2018 e a Juventude

Jardel Lopes Mestre em Teologia, Coordenador da Pastoral Operária nacional, coordenador das Pastorais Sociais [CNBB S2].

A superação da violência passa pela superação da desigualdade Já parou para pensar que os jovens são os mais atingidos pela violência no Brasil? A Campanha da Fraternidade deste ano nos propõe refletir e agir para superar a violência. A Campanha da Fraternidade 2018 trata de um tema muito pertinente para a sociedade como um todo: a superação da violência. No entanto, para alguns grupos da sociedade, ela tem um peso maior, sobretudo para a juventude, que é atingida diretamente pela violência os empobrecidos, moradores de periferias e negros.

será a paz. De fato, o trabalho da justiça resultará em tranquilidade e segurança permanentes”. Portanto, a superação da violência tem relação com a superação das injustiças (a negação do direito), da desigualdade social, racial, gênero e de classe (os pobres, negros e mulheres são quem mais morrem).

A CF não traz um tema para ser trabalhado apenas dentro da Igreja, mas, principalmente, para ser discutido com a sociedade. Há três principais motivações para que a Igreja proponha esse tema para discussão.

Desse modo, a CF é uma oportunidade e um convite em comunhão e unidade com o Papa Francisco, que nos interpela: “pode-se entender o pedido de Jesus aos seus discípulos: «Dai-lhes vós mesmos de comer» (Mc 6,37), que envolve tanto a cooperação para resolver as causas estruturais da pobreza, promover o desenvolvimento integral dos pobres, como os gestos mais simples e diários de solidariedade para com as misérias muito concretas que encontramos”. (...) A desigualdade é a raiz dos males sociais”. (Evangelii Gaudium, 188; 202).

A primeira são os índices de violência: o Brasil é responsável por 13% da taxa de homicídios no mundo. Isso representa quase 60 mil assassinatos por ano (59.627 mortes em 2014 – dados do Ipea). Nesse índice, há um destaque para o crescimento do feminicídio: enquanto a taxa de aumento de homicídios de homens é de 8%, a de mulheres é de 17%. Entre a juventude, ainda se faz um recorte entre os jovens negros e de periferias das grandes cidades: o Atlas da Violência 2017 (IPEA, FBSP) mostra que mais da metade das 59.080 pessoas mortas por homicídios em 2015 eram jovens (31.264, equivalentes a 54,1%) - das quais 71% eram negras (pretas e pardas) e 92% do sexo masculino. A segunda motivação é o aumento dos aparatos de segurança privada: as pessoas fazem de tudo para protegerem suas casas: com cercas, muros altos, alarmes, seguranças particulares. Com isso, cresce a indústria bélica no Brasil, que, somente em 2014, movimentou mais de 200 bilhões de reais (4% do PIB). Por outro lado, a bancada sustentada [eleita] pela indústria do armamento corresponde aproximadamente a 30% dos parlamentares brasileiros. Portanto, a segurança privada é um fator que gera capital e que favorece alguns grupos. Por fim, o isolamento da sociedade: o medo do outro que é diferente faz com que o individualismo tome posse cada vez mais das pessoas, o fechamento no “seu mundo”, fortalecendo ainda mais o preconceito (sobretudo em relação à cor negra), estigmatizando os territórios periféricos (favelas), bem como afetando a dimensão da comunitariedade e da cultura do encontro, que faz parte da essência dos cristãos. O profeta Isaias [32, 17] nos diz que: “o fruto da justiça

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Arquidiocese de Curitiba | Março 2018

A superação da violência exige de todas as pessoas de boa vontade o esforço para superar as causas estruturais da desigualdade. A luta pela efetivação de políticas públicas, a garantia do acesso ao direito, a construção de novos direitos e a criação de alternativas de trabalho passam pela organização popular, pelo trabalho em rede, e o sonho da construção de um mundo junto. A quaresma é um convite a não somente falar da “CF e superação da violência”, mas tomar medidas, ações concretas que possam ajudar a superar esse mal que não permite que todos tenham vida em abundância [Jo, 10, 10].

Para refletir... 1. Na região ou estado quem são os/as parlamentares que representam a indústria do armamento? 2. Os lugares onde concentram os principais alvos da violência em sua região, tem acesso a todas as políticas públicas de direito? 3. Que organizações sociais você conhece que lutam pela superação das causas estruturais da desigualdade? 4. Quais as metodologias e práticas de resolução de conflitos não violentas que conhecemos?


Juventude

Acompanhe, nas próximas edições, as expressões juvenis

Acompanhe nas próximas edições as expressões juvenis que compõem o Setor Juventude de nossa Arquidiocese! que compõe o Setor Juventude de nossa Arquidiocese!

Movimentos Eclesiais

Novas Comunidades

Congregações

Setor Juventude

Pastoral da Juventude

OJuventude Setor Juventude é um espaço de O Setor é um espaço de comunhão comunhão e participação para e participação para unir e articular todosunir e articular todos osarquidiocesanos segmentos num juvenis os segmentos juvenis arquidiocesanos num trabalho conjunto trabalho conjunto, com alguns objetivos e com alguns objetivos e prioridades prioridades comuns em vista da evangelização comuns em vista da evangelização da da juventude. Todavia, esse Setor, que tem seu juventude. Todavia, esse Setor, que tem olhar olhar prioritário na missão na e na missão unidade das seu prioritário e na várias expressões juvenis, não se identifica, unidade das várias expressões juvenis, primeiramente, com uma estrutura organizativa não se identica, primeiramente, com complexa, mas como um apoiador complexa, e organizador uma estrutura organizativa das forças evangelizadoras da juventude. mas como um apoiador e organizador das forças evangelizadoras da juventude.

Grupos Paroquiais

Você conhece o Setor Juventude?

24 de Março

Santuário Santa Rita de Cássia

14h Show com

Animacao com o grupo

Wally Alves

Catequese Com

Via Sacra com o grupo

Dom Amilton Manoel da Silva

Acompanhe novidades sobre a JDJ CWB na página "Setor Juventude Curitiba" no Facebook. Siga-nos no instagram: @setorjuvcwb

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessora Eclesiástica: Ir. Valéria Andrade. Secretário: Patryck Madeira. E-mail: juventude@arquidiocesecwb.org.br. Telefone: 2105-6364

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Campanha da Fraternidade

João Santiago Teólogo e Poeta Coordenador da Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de Curitiba.

Fraternidade é Superar a Violência!

É derramar, em vez de sangue, mais perdão! Introdução Estamos aí, mais uma vez, vivendo o tempo da Quaresma, o tempo da conversão e o tempo da Campanha da Fraternidade. E, como diz um de nossos mais lindos cantos, “Agora é tempo de ser Igreja, caminhar juntos, participar”. É o que nos propõe a CNBB na mensagem do cartaz deste ano. Só superaremos a cultura da violência, fazendo florescer a cultura da paz, se estivermos juntos/as, de mãos dadas, lutando por justiça (ver Is 32,17). A igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, através de uma das instituições de maior credibilidade e expressão de respeito na sociedade brasileira, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – lançou a Campanha da Fraternidade de 2018, cujo tema, “Fraternidade e Superação da Violência”, é um sinal inequívoco de uma Igreja em saída. Uma Igreja discípula, missionária e inserida no mundo para transformá-lo. Já o lema, “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), além de nos lembrar este importante mandamento, nasce de um contexto bíblico atualíssimo para o nosso tempo (Mt 23, 1-12). É acreditando na Boa Nova do Evangelho, no ser humano e na sua conversão em três dimensões: pessoal, comunitária e social, que a Igreja se apresenta com a bandeira da superação da violência. Isto fica muito bem-dito no Objetivo Geral da CF-2018, que diz: “Construir a Fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de

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Cartaz da Campanha da Fraternidade 2018

Deus, como caminho de superação da violência”. A Arquidiocese de Curitiba vem dando passos significativos rumo a uma mentalidade de comprometimento com a Fraternidade, com a justiça e com a Cultura da Paz. Juntemo-nos como irmãos e irmãs, sob o olhar materno de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, filhos e filhas do mesmo Pai. Deixemos a Fraternidade ser


mais forte que a violência, ecoando o hino da Campanha da Fraternidade deste ano de 2018, que diz no seu refrão: Fraternidade é superar a violência! (Mt 14, 1-12) É derramar, em vez de sangue, mais perdão! (Jo 20, 21-23) É fermentar na humanidade o amor fraterno! (Mt 13, 33) |: Pois Jesus disse que “somos todos irmãos”:| (Mt 23,8).

Diante de tantas formas de violência, a ponto de se reconhecer que existe uma “Cultura da Violência”, o que significa, na prática, dizer que há uma naturalização da violência, a Igreja não se cala. É como se alguém que, seja por razões de poder econômico ou

político, pudesse oprimir quem é menos favorecido; é como se o adulto pudesse oprimir as crianças e os idosos; alguém que é branco, igualmente pudesse oprimir outro alguém pelo simples fato de ser negro; é como se o “homem” tivesse o direito de assediar, agredir, submeter e até matar a mulher quando esta não lhe obedece. Os números da violência de gênero, étnica, de trânsito e, sobretudo, doméstica são assustadores! Frente a tudo isso, a Igreja nos propõe como exercícios quaresmais para superar a violência: Jejum, Esmola e Oração. E nos envia, a todos e todas, para exigirmos políticas públicas de qualidade e investimentos que garantam, sobretudo, Saúde, Educação e Assistência Social. São estas as três pastas mais esvaziadas nos recursos pelo atual governo de nosso país, revigorando a violência institucional que alimenta a exclusão social, a causa de muitas outras formas de violência, inclusive de morte.

Violência e algumas manifestações na sociedade a)

Drogas – O narcotráfico está entre os três setores mais lucrativos na economia mundial;

b)

Processo de criminalização institucional (negligência do Estado em relação às políticas sociais; justiça punitiva);

c)

Sujeitos violentados: juventude pobre e negra; povos indígenas, mulheres (feminicídio); exploração sexual e tráfico humano, mundo do trabalho;

d)

Violência no contexto urbano e rural (conflito pela terra);

e)

Intolerância (raça, gênero e religião) – Enquanto a Igreja diz que nós somos todos irmãos e irmãs;

f)

Violência verbal;

g)

Violência no trânsito;

h)

Violência doméstica.

A violência é naturalizada de forma cruel na mídia, por quem transmite e por quem assiste. É um verdadeiro show de horrores o que se lê, se vê e se ouve. Falta-nos, muitas vezes, como cristãos e cristãs, o

discernimento, sobretudo evangélico, para sabermos dizer não à ideologia da violência que alimenta a cultura da morte.

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Violência e direito à informação: O caso mais extremo desse tipo de prática é representado pelos programas que fazem propaganda aberta em favor da justiça como vingança social. Muito frequentemente, eles sugerem que a paz só será alcançada mediante a eliminação do criminoso. O simplismo dessa perspectiva impede a percepção da violência em toda a sua complexidade. Apela-se, então, para saídas tão fáceis quanto ineficazes como a pena de morte, a redução da maioridade penal ou a justiça com as próprias mãos. Programas sensacionalistas prestam um desserviço ao promoverem a espetacularização da miséria e da violência e ao disseminarem o punitivismo e a vingança. Transformar a pobreza em mercadoria exposta não significa, necessariamente, oferecer contribuição alguma para superá-la. Nesse sentido, a mídia não ajuda a superar a violência, mas sim a alimentá-la. As mídias podem ajudar a construir a fraternidade e despertar para uma convivência pacífica (TB nº 134). O Papa Francisco nos diz, mais uma vez, qual é a voz que devemos ouvir e a quem devemos ouvir: “Ouvimos uma chamada e devemos responder: a chamada é responder a espiral do ódio e da violência, a rompê-la com uma única palavra: ‘irmão’. Mas para dizer esta palavra, devemos todos levantar os olhos ao céu e reconhecer-nos filhos de um único Pai”. Este é um ano eleitoral e somos chamados/as a escolher a luz e a vida na hora de votar. Quando elegemos parlamentares e gestores que praticam violência contra a população,

que defendem projetos que incentivam atos violentos, ou que se vendem na hora de votar, por exemplo, estamos autorizando que se faça violência e que se mate em nosso nome. Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), o Estado do Paraná tem nove entre os 100 municípios com mais de 10.000 habitantes do sexo feminino com as maiores taxas médias de homicídio de mulheres (por 100 mil). Brasil. 2009-2013. Dos quais sete estão na Região Metropolitana de Curitiba. Vejamos:

Município Posição Campina Grande do Sul

27º

Piraquara

36º

Santa Helena

44º

Pinhais

56º

Araucária

61º

Almirante Tamandaré

62º

Fazenda Rio Grande

73º

São Miguel do Iguaçu

91º

Colombo 100º

Breves considerações finais A Campanha da Fraternidade acontece no Ano Nacional do Laicato, que tem como tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, e como lema: “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). Este ano também celebramos os cinquenta anos da Conferência Episcopal Latino -Americana de Medellín, na Colômbia, o Vaticano II e o novo Pentecostes para a América Latina. Somos chamados a assumirmos também o gesto concreto da CF-2018. Toda a coleta do Domingo de Ramos vai para o Fundo de Solidariedade, e 60% destes recursos ficam na Arquidiocese para financiar projetos de até R$ 12.000,00, que se proponham, em sintonia com

o tema da CF-2018, superar a violência. Acesse o edital no site da Arquidiocese e inscreva o seu projeto: www.arquidiocesedecuritiba.org.br. Vamos juntos/as superar a violência e viver a Fraternidade. Os nossos pastores, Dom José Antonio Peruzzo, Arcebispo Metropolitano de Curitiba e seus auxiliares, Dom Francisco Cota de Oliveira e Dom Amilton Manuel da Silva, estão à frente do rebanho que Deus lhes confiou, levando este mandamento, “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). Tenhamos todos/as uma Quaresma de conversão e superação da violência e uma Santa Páscoa.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO SOCIAL: Coordenadores: Pe. Danilo Pena, Diác. Antonio Carlos Bez, Diác. Gilberto José Felis. Secretária: Maria Inês da Costa: 2105-6326 dimensaosocial@arquidiocesecwb.org.br

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Dom Francisco Cota de oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Caminhos para superação da violência A Campanha da Fraternidade deste ano trata a questão da violência, que infelizmente está muito presente em nosso cotidiano. Com o tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), a Igreja busca chamar a atenção da sociedade brasileira para essa questão social grave, que pede o empenho de todos, Poder Público e Sociedade Civil, na busca de soluções. Dentre outras formas de violência, podemos citar as seguintes: violência doméstica; violência no trânsito; violência contra a criança, contra a mulher e contra o idoso; violência da discriminação e intolerância racial, sexual, étnica e religiosa; violência no campo; violência nas periferias urbanas; violência do tráfico de drogas; violência policial; violência contra os encarcerados e contra população de rua. Essas violências se efetivam de forma física, verbal, psicológica ou pela negação de direitos. Todas elas atentam contra a integridade e a dignidade da pessoa humana. Há ainda a violência contra o meio-ambiente, que coloca em risco a própria vida no planeta. Na busca da superação da violência, faz-se necessário considerar as suas causas, o que evita servir-se apenas de paliativos, que apenas amenizam a situação, mas não trazem resultados definitivos. É importante considerar, sobretudo, o processo histórico desencadeado a partir da chegada dos colonizadores europeus em nosso país. A colonização se deu pela supremacia do branco europeu sobre os indígenas e negros, submetidos a trabalhos forçados, na forma de escravidão. Também a postura machista, com a consequente inferiorização da mulher, permeia o modelo de organização social de nosso país desde o período colonial. Esse processo histórico influencia nossa mentalidade e comportamento até os dias de hoje. Decorre daí a chamada violência cultural. Outra causa da violência é o modelo político-econômico vigente em nosso país, que privilegia o sistema financeiro especulativo em detrimento das demandas sociais e ambientais. Resulta desse modelo a negação dos direitos básicos e a exploração da pessoa, a precarização dos serviços públicos e a degradação do meio-ambiente. Resulta desse quadro que a superação da violência depende, por um lado, de um processo de educação que

busque uma mudança de mentalidade, pela superação do preconceito e a discriminação. Por outro lado, depende da opção por um modelo político e econômico que leve em conta os direitos essenciais da pessoa, a distribuição de renda e a preservação do meio-ambiente. Para tanto, a sociedade civil precisa integrar suas forças (Organizações e Instituições) para assegurar, frente aos interesses do Sistema Financeiro especulativo, esta nova ordem político-econômica voltada para a primazia da pessoa e do meio-ambiente. Na perspectiva bíblica, a superação da violência resulta da adesão, na forma de vivência, do homem à Palavra de Deus. Dentre outras, seguem-se algumas citações: “Os escribas e os fariseus falam mas não fazem. Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Gostam de serem chamados de rabi. Quanto a vós, não vos fazei chamar de rabi, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos” (cf Mt 23,1-8). Também: “Felizes os mansos, porque receberão a terra em herança. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (cf. Mt 5,1-12). Bem como: “Um dos que estavam com Jesus estendeu a mão, puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. Jesus, porém, lhe disse: ‘Guarda a espada na bainha! Pois todos os que usam a espada, pela espada morrerão’” (Mt 26,51-52). Ainda: “É de dentro do coração humano que saem as más intenções: imoralidade sexual, roubos, homicídios, adultérios, ambições desmedidas, perversidades; fraude, devassidão, inveja, calúnia, orgulho e insensatez” (Mc 721-23). Por fim: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12). Assim, seja pela prática religiosa ou como “pessoas de boa vontade”, a superação da violência se apresenta como uma tarefa que pede a adesão conjunta de todas as pessoas, das instituições e organismos da Sociedade Civil e dos Poderes Públicos. Trata-se de um empenho conjunto em que todos se sintam responsáveis pelo bem da família humana e do meio-ambiente, nossa casa comum.

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Conselho de Leigos

Orlando Polidoro Junior Teólogo e Pastoralista

ANO DO

LAICATO A importância da participação dos leigos e leigas na missão da Igreja e na sociedade QUEM SÃO OS LEIGOS? “Sob o nome de leigos, entendem-se aqui todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados a Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e a seu modo feitos participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, exercem, em seu âmbito, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo” (CIC §897). “Uma vez que, como todos os fiéis, por meio do batismo e da confirmação, são destinados por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações, têm obrigação geral e gozam do direito de trabalhar para que o anúncio divino da salvação seja conhecido e aceito por todos os homens, em todo o mundo; esta obrigação é tanto mais premente naquelas circunstâncias em que somente através deles os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo” (CDC c. 225 §1).

DESAFIO VOCACIONAL No ano do Laicato, é preciso suscitar no coração dos leigos e leigas a importância da sua vocação missionária e o quanto ela contribui para o bem de toda a Igreja e da sociedade (cf. AG n.21). Em saída, cheios do Amor de Deus em ações práticas de amor ao próximo (cf. Jo 15,17), os leigos devem refletir, com sabedoria, seu protagonismo neste contexto, reconhecendo o valor pessoal de seu ministério na comunidade. Serviço prezado, movido e enaltecido intensamente pelo Amor de Jesus Cristo em todas as ações pastorais desenvolvidas pela Igreja (cf. AA n.2). Conforme os desígnios de Deus [...], neste momento, em plena comunhão com o Papa Francisco e a nossa Igreja, necessitamos de um novo Pentecostes (cf. At 2,1-4)

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Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino. “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14.

dentro do coração de cada um, para que, impregnando o mundo com o espírito cristão (cf. GS n.43), possamos bendizer e retribuir com muita alegria e esplendor, todas as graças recebidas do alto, compartilhando-as fraternalmente em grandes atos de caridade [amor pleno ao próximo], diante das missões pastorais que, em caminhada, representam a imagem de Jesus Cristo – a Pedra Angular que sustenta fielmente a edificação do projeto de Deus para todo seu povo amado (cf.1Pd 2,6-8).

O APOSTOLADO DOS LEIGOS Como membros vivos na missão da Igreja, todos os leigos são chamados a desenvolverem funções que incrementam a perene santificação da própria comunidade (cf. LG n.33). Atuando benevolentemente em trabalhos voluntários que atingem a vida do próximo nas pastorais, nos movimentos e em missões fora da Igreja, os leigos e leigas continuam a viver, com louvores, o Ato dos Apóstolos (cf. Jo 13,12-17). De semelhante para semelhante, a participação dos leigos não está somente nas missões desenvolvidas dentro das comunidades eclesiais (cf. AA n.13), pois muitos se lançam às Bem-Aventuranças fora da Igreja e, voluntariamente, dedicam boa parte de suas vidas em ações de misericórdia e solidariedade em muitas instituições de saúde, casas de assistência aos idosos e crianças, casas de recuperação de usuários de entorpecentes e de álcool, e tantas outras belíssimas obras de promoção humana (cf. Mt 5,7). Focado mais precisamente em ações pastorais nas igrejas, imaginemos a quantidade de fiéis engajados em todas as comunidades do universo Cristão. São milhares de leigos e leigas envolvidos na estrutura eclesial e, junta-


mente com o clero - bispos, presbíteros e diáconos (cf. AA n.25) -, como membros ativos ajudam na missão evangelizadora, anunciando Jesus, O Cristo – cabeça da nossa Igreja – movida pela ação do Espírito Santo (cf. AA n.3). Hoje, seria impossível mantermos as estruturas de atuação das nossas comunidades eclesiais sem o apostolado dos leigos (cf. CIC §900).

O MINISTÉRIO DOS LEIGOS Devemos lembrar que as portas sempre estiveram e continuam abertas para todo fiel que, como povo de Deus, queira participar e evoluir, a seu modo, do tríplice múnus de Cristo (cf. LG n.31), desenvolvendo a missão evangelizadora que Jesus Cristo deixou para nossa Igreja através dos frutos do Espírito Santo (cf. AA n.2). Pelo chamado a um enobrecedor projeto de vida pessoal, sendo, pela graça, um instrumento para a construção do Reino de Deus (cf. CIC §2820), todo discípulo missionário deve engajar-se ativamente em algum ministério eclesial, ou em obras de ações sociais voltadas ao bem da comunidade, pois, estando incorporado mais ativamente às obras divinas, produz frutos abundantes que o elevam ainda mais a um estado contemplativo de amizade com o Pai – servindo-O em ações de fraternidade, realizadas e reconhecidas em todas as missões exercidas para o bem comum da humanidade (cf. Gl 6,10). “Consagram a Deus o próprio mundo” (LG n.34). Para os leigos e leigas que ainda não conseguiram “reconhecer o chamado”, todos podem interceder em orações, clamando ao Espírito Santo para que ilumine a alma missionária desses irmãos, manifestando em seu interior o desejo de agir na difusão do Evangelho (cf. At 18,18.26; Rm 16,3). Todos os leigos incorporados a Cristo estão em plena comunhão com O Seu corpo que está vivo em nossa Igreja, revelando em unidade o sentido universal da graça alcançada em comunidade (cf. AA n.10). O serviço ao próximo é um dos maiores testemunhos de fé do verdadeiro cristão, pois, formando um só corpo em Cristo (cf. Rm 12,4-5), constroe-se um pedaço do céu terreno – onde Deus está a serviço de suas amadas criaturas (cf. Mc 10,45). Movidos pelos dons e carismas recebidos do céu, a participação dentro das comunidades pastorais aproxima muitos irmãos que estando mais enraizados e fortalecidos de conhecimentos do plano de Deus, conseguem ser bons propagadores do Seu Reino (cf. AA n.5).

O envolvimento com a comunidade paroquial gera diversas oportunidades de formações “fides quaerens intellectum”, [fé em busca de entendimento – Santo Anselmo], estimulando a participação em cursos, palestras, estudos bíblicos, Teologia, grupos de orações e tantas outras providências do céu, que edificam e animam, com a sabedoria divina e o discernimento humano [fé e razão], “valores do Reino no âmbito da vida social, econômica, política e cultural” (DAp n.212). Pela graça, o verdadeiro amor da Santíssima Trindade ilumina os caminhos para ‘as coisas’ de Deus, fazendo com que se receba verdades de fé e de caridade plena ao próximo (cf. Rm 13,10).

LEIGOS – DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS Para os que já atuam em comunidades eclesiais, a perseverança é um dom que deve ser sempre animado pelo Espírito Santo, pois o cansaço e a fraqueza podem levar ao afastamento da missão. Por isso, é necessário “renovar seu carisma original” (DAp n.311). A obra necessita de cristãos com o coração extasiado pela paz do Senhor (cf. Jo 14,26-27).

REFLEXÃO À LUZ DO ESPÍRITO SANTO Com o resplandecer da Nova Primavera, exaltada com imensa riqueza pastoral pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, agora, colhendo e semeando bons frutos dessa estação, a Igreja Católica no Brasil lança o Ano do Laicato (26 de novembro de 2017, a 25 de novembro de 2018), e coloca os cristãos laicos como protagonistas da Igreja em saída – sujeitos da evangelização no mundo. A missão de anunciar a Boa-nova para o mundo tem seu início principalmente dentro das comunidades pastorais das igrejas, visto que, tendo Cristo como cabeça, o clero, os (as) religiosos (as) e os leigos e leigas como seus membros, juntos - evitando o clericalismo, mas com planejamento, vocação, visão apostólica, perseverança, fé, e principalmente muito amor ao próximo -, fortalecem o Reino de Deus – aproximando os que mais necessitam, pela graça, conhecer o Amor e a Misericórdia Trinitária. Caminhando e evangelizando através da caridade e não do proselitismo, mas sinalizando o bem maior da paz interior prometida por Jesus, o protagonismo dos leigos promove uma ação redentora, capaz de mostrar ao mundo o quanto o Deus criador deste mundo pode transfigurar nossas vidas. Mas, para isso, é preciso que O conheçam melhor, pois é na vida que Ele se revela.

POR CRISTO, COM CRISTO, E EM CRISTO.

EXPEDIENTE REFERÊNCIAS Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2010 Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola, 1999 CELAM. Documento de Aparecida. São Paulo: Paulus, 2008 Código de Direito Canônico. São Paulo: Edições Loyola, 2001 Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 2014

CONSELHO DE LEIGOS: Coordenador: Marlon Roza / conselhodeleigoscwb@gmail.com

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Animação Bíblico-Catequética

Raul Pizarro Membro da Equipe de Reflexão da Comissão Bíblico-Catequética

A presença do Laicato na Catequese Nossa Igreja promove, de 26 de novembro de 2017 a 25 de novembro de 2018, o ANO NACIONAL DO LAICATO, fruto de decisão tomada na Assembleia Geral Ordinária dos Bispos, realizada em abril de 2016. O objetivo é valorizar a presença dos Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na sociedade, aprofundando sua identidade e sua missão, focando na espiritualidade e na vocação, promovendo o testemunho do Reino de Deus. A campanha tem como tema “Cristãos Leigos e Leigas, sujeitos na 'Igreja em saída', a serviço do Reino” e como lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”. A catequese tem como força motriz, em sua tarefa evangelizadora, a atividade do leigo. Podemos citar as mães como as primeiras transmissoras da fé, trazendo inclusive o papel de Maria como a primeira catequista. A catequese popular dos leigos manteve e dá continuidade à transmissão da fé de nossa Igreja. Para que essa transmissão da fé seja calcada no princípio da “Interação Fé e Vida”, o catequista precisa buscar formação contínua. A tarefa de cristão leigo é complexa no mundo atual, principalmente com as diversas pluralidades culturais, econômicas, políticas, artísticas e religiosas que o mundo apresenta. É preciso estar atento às constantes mudanças que nossa sociedade enfrenta, adaptando-se às realidades que muitas vezes são desconhecidas.

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A busca pela formação doutrinal, pastoral e espiritual deve ser premissa basilar para que se possa atuar na catequese de nossas crianças, adolescentes e, principalmente, dos adultos, que buscam respostas para conflitos individuais cada vez maiores. O Documento de Aparecida (280-d) reforça que o processo de formação dos discípulos missionários deve incentivar a responsabilidade dos leigos no mundo para construção do Reino de Deus, despertando a inquietude nos distanciados e aqueles que ignoram o Senhor em suas vidas. Em virtude da consagração do leigo a Cristo, com a unção do Espírito Santo, recebem uma vocação admirável para produzir frutos abundantes, em todas as obras possíveis, levando o Evangelho e apresentando Cristo aos homens (CIC 900). A Arquidiocese de Curitiba conta hoje com aproximadamente 7 mil catequistas atuando a serviço da evangelização, levando a Palavra de Deus a mais de 50 mil catequizandos. O desafio maior é levar a Palavra àqueles que não estão dentro de nossas paróquias, ou seja, tornar-se uma Igreja “em saída”. Papa Francisco, na Exortação Apostólica “Evangelli Gaudium”, nos diz que a Igreja deve aceitar um modo incontrolável de semear a Palavra, quebrando nossos preconceitos e paradigmas. Que possamos encontrar outros modos de “lançar a semente à terra”, buscando sempre o anúncio da Alegria! Coragem! Sejamos sal e luz!


Itinerário Formativo 2018 da

Comissão Bíblico-Catequética

Escola de coordenadores de catequese Formação específica para o exercício do ministério da coordenação de catequese. Fundamental para coordenações atuais ou catequistas que se preparam para coordenar a Pastoral Catequética em sua paróquia. Inscrições: 1 - Internet: www.arquidiocesedecuritiba.org.br/escoladecoordenadores2018 2 - Na Cúria Metropolitana Av. Jaime Reis, 369 - Alto São Francisco - Pastoral Catequética - Fone: 2105-6318

Encontro com Agentes da Catequese Familiar Tem como objetivo motivar e auxiliar membros da catequese, da pastoral familiar e demais agentes a se prepararem para um novo jeito de evangelizar com as famílias, com a implantação da catequese familiar. Inscrições a partir de 05 de março Data: 24 de março de 2018 Local: Cenáculo Arquidiocesano Rua Mateus Leme, 1 - São Francisco Horário: 08h às 12h

Encontro com Catequistas da 4ª e 5ª Etapa Para melhor conduzir jovens e adolescentes a perseverarem em sua missão na vida da Igreja, após os sacramentos da Iniciação à Vida Cristã, convidamos os catequistas que trabalham com essas etapas a participarem desse importante momento formativo. Inscrições a partir de 10 de maio Data: 09 de junho de 2018 Local: Colégio Bom Jesus Rua 24 de maio, 135 - Centro Horário: 08h30 às 11h30

Data: 1ª etapa: 16 a 18 de março de 2018 (a 2ª etapa será de 06 a 08 de julho de 2018) Local: Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê Rua Francisco Juglair, 171 Mossunguê

Escola do Catecumenato de adultos Diante da importância do Catecumenato na Iniciação à Vida Cristã de Adultos, se faz necessário conhecer, estudar e se aprofundar no itinerário catecumenal. Inscrições a partir de 05 de abril Data: 1ª etapa: 05 de maio de 2018 (a 2ª etapa será em 01 de setembro de 2018) Local: Casa de Retiros Divina Providência Rua Brasilino Moura, 474 - Ahú Horário: 08h às 17h

Escola de Agentes da Pastoral do Batismo A preparação de pais e padrinhos com inspiração catecumenal exige conhecimento do processo, mística vivência e oração. É o que a Escola de Agentes da Pastoral do Batismo oferece! Inscrições a partir de 05 de Março Data: 1ª etapa: 07 de abril de 2018 (a 2ª etapa será de 04 de agosto de 2018) Local: Casa de Retiros das Irmãs da Divina Providência Rua Brasilino Moura, 474 - Ahú - Curitiba/PR Horário: 08h às 17h30

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br. (41) 2105-6318 / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon.

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Salete Bagolin Bez (Paróquia São José Operário) Integrante da Equipe de Articulação Missionária da Arquidiocese

COMIDI

Saídas Missionárias no setor Boqueirão contaram com presença da Palavra e Símbolos Missionários Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. (Mc 16,15) Esse é o mandamento de nosso Senhor Jesus Cristo. Em sintonia com esse mandamento, bem como com as orientações das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, e ainda sob a luz da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco para sermos uma Igreja em saída, nossa Igreja particular de Curitiba continua nos propondo a acolhida e o encontro da Bíblia e Símbolos Missionários em nossas paróquias. A peregrinação iniciou em 8 de setembro e, depois de passar por várias regiões da cidade, no dia 3 de dezembro chegou ao Setor Pastoral Boqueirão, composto por 11 paróquias: S. Paulo Apóstolo, Stº Antônio do Uberaba, Menino Deus, S. Judas Tadeu, N. Sª do Carmo, N. Sª da Paz, Stº Antônio Maria Claret, S. José Operário, N. Sª da Visitação, N. Sª das Vitórias e Stª Rita de Cássia. Foram momentos riquíssimos de expressão de fé, de devoção, de acolhimento, de partilha e de oração. Com a presença da Bíblia e dos Símbolos Missionários no encerramento das Novenas de Natal, nossas comunidades vivenciaram o período natalino com mais intensidade. Destacamos os momentos marianos e de devoção popular na oração do terço nas suas mais variadas formas: luminoso, missionário, nas casas, nas igrejas, nas ruas. Foram inúmeros os momentos celebrativos e de vigílias pelas missões, pelas vocações, pelas famílias, pelo Brasil, pelos doentes e pela Igreja. Os comerciantes, a Associação de Moradores, as Unidades de Saúde, as Casas de Apoio e as Comunidades de Vida puderam experimentar a presença de Jesus e Maria. A partir da Palavra proclamada, foram abençoados em seus trabalhos, seja para subsistência ou para o resgate das vidas sofridas. A cruz missionária passou de mão em mão. Caminhou em carreata, pelos pés e mãos dos fiéis. Seu tamanho não foi empecilho. Foi montada e desmontada, pois de alguma forma ela deveria entrar nas casas. Ainda causou curiosidade nas ruas, abriu o diálogo e permitiu assim testemunhar a fé Naquele que por nós se entregou. O ponto alto da passagem dos Símbolos Missionários foram as visitas aos enfermos de nossas comunidades. Foram dados testemunhos de ministros que saíram para evangelizar e foram evangelizados pela fé e a esperança daqueles que estão doentes e debilitados fisicamente, mas que mantém sua fé sadia e fortalecida. Houve ainda uma senhora que depois de adulta ficou cega pelo diabetes. Ela tocou na cruz e na imagem de Nossa Senhora para sentir a sua presença e então se emocionou, dando a todos presentes a certeza: ali Jesus e Maria escolheram estar.

EXPEDIENTE

CONSELHO MISSIONÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA: Coordenador: Padre Marcondes Telefone: 2105-6375 pe.marcondes@yahoo.com.br Secretária: Elania Bueno Telefone: 2105-6376 elaniacmb@arquidiocesecwb.org.br

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Naqueles corpos frágeis, percebemos a força que vem de Deus. No instante em que a Bíblia e o Símbolos são trazidos, pudemos ver em seus olhos a esperança renovada. Eles se colocaram de pé, mesmo com todas as dificuldades que o corpo apresenta. Muitos desses irmãos e irmãs disseram não ser merecedores de tanta graça. Sabemos, porém, que ali Jesus se manifestou e continua se manifestando de forma extraordinária, na maior simplicidade do mundo. A caminhada não para. A missão continua. A experiência do encontro transformador com Jesus Cristo nos dá a certeza do seu seguimento. Por mais desafiador que seja, o caminho é ir ao encontro das pessoas que mais precisam e que são as preferidas de Jesus. “Avançar no caminho da conversão pastoral e missionária, não deixar as coisas como estão e se constituir em estado permanente de missão’ (EG 25), renovando nossas estruturas paroquiais e pastorais. É nossa missão e nosso dever ‘ser sal da terra e luz do mundo’, presentes na Igreja e na sociedade para contribuir na efetivação do Reino de Deus, iniciado por Jesus Cristo. Que a Senhora da Luz interceda e nos conduza.

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PASCOM

Luciane Alves Lopes Texto e Fotos

Curitiba teve seu primeiro seminário da Campanha da Fraternidade Um evento inovador aconteceu em Curitiba no dia 10 de fevereiro: o I Seminário da Campanha da Fraternidade da Arquidiocese de Curitiba. O evento reuniu no Cenáculo Arquidiocesano cerca de 200 líderes e participantes de comunidades. Durante todo o dia, eles aprofundaram o tema proposto pela CNBB para 2018, além de adquirirem conhecimento sob outras perspectivas, uma vez que três especialistas no tema da violência, em diferentes áreas de atuação, falaram sobre o assunto.

A assistente social Adriana Matias, do Centro Social Marista Estação Casa e Penitenciária feminina de Piraquara, trouxe uma apresentação de como se dá o trabalho dentro do sistema prisional. O foco foi nas mães gestantes e nos bebês, provocando os participantes do seminário a não naturalizar as barbáries que acontecem na área de sua atuação e em todo o Brasil.

Na abertura do seminário, o diácono Sidney Lemes apresentou alguns números a respeito da violência no Brasil. Porém, ele também convidou a todos para pensar sobre o tema além da criminalidade, pois, a cada vez que não reconhecemos o outro como igual, geramos uma onda de violência sem que percebamos.

Por último, o Dr. Olympio Sotto Maior, procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná, apresentou uma reflexão sobre a autoimagem da sociedade, de como ela se enxerga e de como as pessoas intervêm nessa sociedade que participa. Ele reforçou a importância de a Igreja atuar pela transformação social e ainda refletiu sobre a violência estrutural e a desigualdade, que impedem os brasileiros de exercerem os direitos elementares da cidadania.

Dom Francisco Cota, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba, também chamou a todos a ter um maior comprometimento com essa causa, citando um trecho do Documento 105, que consiste numa fala do Papa Francisco: “Precisamos vencer a indiferença com olhar de misericórdia para conquistar a paz. Não podemos nos resignar à violência”.

As palestras contribuíram para que, no período da tarde, o Padre Luis Fernando conduzisse o trabalho sobre o texto-base da Campanha da Fraternidade e, em seguida, para a apresentação de pistas de ação para a CF nas comunidades e paróquias. Nesse momento, os leigos presentes se reuniram em pequenos grupos para sugerirem ideias de ações para a superação da violência.

O Seminário contou com a assessoria do Padre Luis Fernando, Secretário Executivo da Campanha da Fraternidade pela CNBB, que ressaltou que a campanha visa dar visibilidade às iniciativas das comunidades eclesiais de base e da sociedade civil que já existem e que se empenham na superação da violência. Na mesa de debates, o primeiro a falar foi Cezar Coelho, professor de Ciências Sociais da PUCPR, que fez uma reflexão sobre os direitos sociais, econômicos e culturais, sugerindo práticas restaurativas. Ele apresentou um exemplo de iniciativa que previne a violência ao envolver adolescentes do ensino médio de escolas públicas na busca por soluções.

EXPEDIENTE

PASCOM: Antonio Kayser | Telefone: 99965-1635 | E-mail: antonio.kayser@gmail.com.

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Mara Avelino Psicóloga Coordenadora do SOS Família

Família e Vida

Educar para a paz

“Formando homens novos para um mundo novo.”

A Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a refletir sobre ações que podem desenvolver a cultura da paz, lembrando-nos de que “somos todos irmãos” (1). Um dos caminhos propostos nesta campanha, a partir do diálogo, da misericórdia e da justiça, é trabalhar na valorização das relações na família e na escola, através do testemunho de amor e de perdão, a fim de desenvolver e gerar a formação de homens novos para um mundo novo. Devemos considerar, portanto, que cabe a nós, famílias, uma reflexão profunda sobre o tema da educação. A família é o berço da educação do ser humano e o lugar privilegiado para desenvolver na criança a sua identidade e a consciência do bem e do mal, a partir do momento em que ela é concebida e antes mesmo de ela começar a interagir com o mundo. Essa tarefa exige dos pais e educadores vontade, dedicação, preparo e tempo, pois a criança nasce necessitada de tudo. Nela, existe apenas a capacidade de receber, de aprender. Portanto, ela precisa de alguém que a forme e lhe transmita todo tipo de conhecimento. A criança aprende observando e copiando, seguindo os modelos que lhe são apresentados. Os primeiros anos de vida são os mais importantes para construir as bases da educação, o que torna os ambientes familiar e escolar elementos de grande importância que podem direcionar suas escolhas e seu comportamento futuro. Atualmente, sabemos que educar se tornou uma tarefa complexa em vista das novas configurações sociais e avanços tecnológicos. Temos à nossa frente um mundo frenético e sem tempo para as relações profundas. Muitas vezes, as crianças acabam, pelas circunstâncias, sendo emancipadas e recebendo autonomia sobre suas vidas, gerando muitos conflitos internos. Ou, por vezes, pela ausência de referência, não encontram uma base sólida para sustentar suas posturas e suas escolhas. São ainda expostas prematuramente a situações as quais elas não estão preparadas para enfrentar sozinhas e agem de forma impulsiva e agressiva por imaturidade. O Papa Francisco, na Exortação Apostólica “Amoris Laetitia, O Amor sobre a família”, nos faz refletir, como pais e educadores, sobre realidades profundas que nos ajudam a educar para o amor. Colocando-nos na verdade do que realmente significar ser pais; apontando-nos caminhos e

1. (Mt 23,8) 2. (parágrafo 267) A.L. 3. Parágrafo -261) A.L. 4. Parágrafo -263

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condições para desenvolver a ética, a moral e a educação da vontade em nossos filhos, desenvolvendo neles hábitos bons e tendências afetivas para o bem; encorajando-nos a cultivar nas crianças a compreensão de que a sua vida é um dom e deve ser cuidada. Da mesma forma, o outro é também amado por Deus e merece todo o nosso respeito. O Papa nos chama também a refletir sobre a necessidade de maturar os hábitos positivos a ponto de traduzir os grandes valores interiorizados pela criança em comportamentos externos sadios e estáveis. Ele nos exorta a insistirmos em nossa tarefa de introduzi-los à prática das virtudes e à convicção do bem, a fim de que isso possa se transformar em um princípio interior e estável do seu agir. “Assim, a vida virtuosa constrói a liberdade, fortifica-a e educa-a evitando que a pessoa se torne escrava de inclinações compulsivas desumanizadas e antissociais. Com efeito, a própria dignidade humana exige que cada um “proceda segundo a própria consciência e por livre adesão, ou seja, movido e induzido pessoalmente a partir de dentro”. (2) O Papa Francisco nos fala ainda da necessidade de sabermos o que se passa na mente de nossos filhos, alertando-nos que, por mais que saibamos onde estão nossos filhos e com quem estão, devemos estar preocupados em saber onde eles se encontram em sentido existencial, como se posicionam do ponto de vista de suas convicções, de seus objetivos e desejos, e nos questiona a este respeito: “Por isso, eis a perguntas que faço aos pais: “Procuramos compreender ‘onde’ os filhos verdadeiramente estão em seus caminhos? Sabemos onde está realmente a sua alma? E sobretudo, queremos sabê-lo?” (3) diz, o Papa. Que nós possamos criar em nossos lares espaços para o encontro, momentos de diálogo e, com o nosso testemunho cristão, ensinar aos nossos filhos com a vida e com o exemplo, como podemos ser instrumentos de paz e fraternidade aprendendo a: Escutar com atenção e comunicar-se com amor. Acolher e cuidar do irmão. Colocar-se no lugar do outro. Assegurar o amor para com todos. Que a Sagrada Família nos ilumine e nos fortaleça na tarefa de educar para a paz.

EXPEDIENTE Comissão da Família e Vida: Assessor Eclesiástico: Diácono Juares Celso Krun. Sonia Biscaia – soniaabs@arquidiocesecwb.org.br / 2105-6309


Pe. Anderson Mathias Bonin Bueno Padre referêncial da Pastoral do Dízimo

Dízimo

PASTORAL DO DÍZIMO O Dízimo como caminho pedagógico para a Educação Financeira Quando pensamos a influência que o dinheiro tem na vida das pessoas deste século, nos descobrimos em uma realidade sem precedentes na história da humanidade e, consequentemente, da vida cristã. Quanto maiores as cidades ficam, mais o fluxo financeiro influencia o cotidiano de cada pessoa e mais se depende de dinheiro ou do crédito para as necessidades básicas. Em geral, aprendemos desde cedo a usar o dinheiro e a usufruir de seus benefícios. Mas será que realmente temos consciência de que o dinheiro é um meio para viver e não o fim próprio de nossa vida? Sabemos o limite do dinheiro nosso de cada dia? Realmente realizamos nossos sonhos com ele? Pesquisas mostram que 62,2 % das famílias brasileiras estão endividadas em 2018. Isso mostra uma grave desordem na relação da pessoa com o dinheiro. Quando pensamos na realidade da espiritualidade cristã em nossos dias, vemos que o dinheiro está em voga na relação do cristão com Deus. Basta ligar a televisão e procurar nos canais abertos: é uma verdadeira “enxurrada” de milagres financeiros, com fortunas conquistadas pela “prosperidade” ou dívidas miraculosamente apagadas. Mas, será que devemos amar a Deus porque Ele paga as nossas dívidas financeiras? É isso que nos ensinam os Santos Evangelhos? A desordem é grave e atinge o centro da espiritualidade cristã, de sua cultura e de sua identidade. É preciso reaprender a colocar Deus e seu Reino em primeiro lugar e o resto será dado em acréscimo. Uma verdadeira Pastoral do Dízimo, baseada na Espiritualidade Cristã, tem muito a contribuir para isso, ajudando cada cristão católico a renovar sua vida financeira: pelo primado de Deus e na prática da justa ascese. Deus precisa estar em primeiro lugar, não se pode servir a Deus e ao dinheiro, do dinheiro nos servimos e não ao contrário. “Contribuindo com parte de seus bens, o fiel cultiva e aprofunda sua relação com aquele de quem provém tudo o que ele é e tudo o que ele tem, e expressa,

na gratidão, sua fé e sua conversão... A partir da relação com Deus, a relação com os bens materiais e com seu correto uso, à luz da fé ganham novo significado.”1 O primeiro passo para pôr ordem na vida financeira é colocar Deus acima de tudo e reconhecer o dinheiro sempre como meio e nunca como fim em si mesmo. Com relação à ascese, nos ensina Dom Bernardo Bonowitz: “O dizimista consegue redimensionar sua relação com o dinheiro, volta às proporções corretas que são as proporções de suas necessidades genuínas. Recentemente, eu li um artigo muito interessante. Dizia que até 1950, as pessoas compravam o que precisavam; de 1950 até 1990, as pessoas compravam o que queriam; e de 1990 até hoje, as pessoas compram segundo o desejo artificialmente estimulado e criado pela propaganda. Compramos porque a tela do computador diz clique aqui e é mais fácil clicar do que desligar o computador. É uma mudança: comprar por necessidade, comprar por desejo, comprar por desejo artificialmente estimulado.”2 Um verdadeiro dizimista não pode ser injusto: o dízimo de uma pessoa que não cumpre suas obrigações financeiras não é agradável a Deus. Também não pode ser desonesto, pois Deus não aceita o dizimo de ladrões. O dízimo verdadeiro deve ser fruto da renda honestas do cristão. Por isso, cada mês o dizimista deve calcular sua renda, averiguar suas despesas e honrar seus compromissos, para daí calcular o seu dízimo como uma parcela significativa e justa. Assim, o dízimo ensina a combater a avareza, a idolatria do dinheiro, o consumismo, a inadimplência, a soberba, a autossuficiência, o individualismo e a ganância desmedida. Por outro lado, incentiva a gratidão e a confiança em Deus, a humildade, o domínio da vontade, a sinceridade, a honestidade, a responsabilidade, a justiça, a coletividade, a gratuidade, e ensina a ser previdente e comedido nos negócios. Apresenta-se como um bom método pedagógico para crianças, jovens e adultos na relação da vida cristã com o dinheiro.

1 CNBB Doc 106, 29. 2 BONOWITZ, Dom Bernardo, Um monge fala sobre o Dízimo, 2008, 57

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: Wanderley Zocolotti. Pastoral do Dízimo: (41) 2105 6309 - Sonia Biscaia - Secretária Arquidiocese de Curitiba | Março 2018

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Paróquia em Destaque

São José – Esposo da Virgem Maria

No dia 19 de março a Igreja celebra a festa de São José. Para comemorar a data, a Revista Voz da Igreja apresenta o artigo do Pe. Pedro Cesar Pereira, reitor do Santuário São José - Capão Raso, sobre “O homem que soube ouvir a voz de Deus”: Sem sombra de dúvida, podemos considerar São José como um dos maiores místicos de todos os tempos, pois, assim como Maria - a Mãe de Deus - José conviveu com Jesus e foi íntimo do Messias. Como diz a Exortação Apostólica Redemptoris Custus, de João Paulo II: “a insondável vida interior de José”. Por isso, neste tempo quaresmal, podemos olhar para a vida de José e extrair de sua existência verdadeiras lições para o nosso itinerário rumo à Páscoa de Cristo.

José: homem justo Quando pronunciamos a palavra justo, é muito comum que relacionemos com retidão, ou a uma pessoa que ama o direito e observa as leis como pede a sociedade civil. A visão bíblica amplia o conceito de justiça, pois abrange esses elementos e outros mais. São José foi um homem que viveu a espiritualidade do justo. Temos que unir dois conceitos para tal compreensão: sadik (justo) e hassid (piedoso). O piedoso é aquele que vive a intimidade com Deus e tem um coração sensível aos apelos divinos. A pessoa piedosa é envolvida na tradição espiritual da comunidade através das práticas religiosas. Acompanha o caráter piedoso a característica “justo”, que é quando o piedoso educa a comunidade pelo seu exemplo, isto é, dá testemunho pela sua conduta e irradia confiança aos irmãos. Dessa forma, ele se torna um homem justo. Assim era José. Embora um homem silencioso, ele falava pelas obras. Suas palavras eram ouvidas, suas orientações seguidas pela comunidade à qual pertencia. Seu exemplo foi seguido sobretudo pelo seu Filho, Jesus de Nazaré, que soube assimilar a justiça de José e proclamar em sua missão pública a justiça do Reino, o que encontramos mais explicitamente presente no evangelho de Mateus: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 10).

José: homem do silêncio Os evangelhos não colocam palavras na boca de José. Somente em Mateus e em alguns trechos de Lucas encontramos a presença do pai de Jesus na terra. É como se os evangelhos revestissem José de um manto que o torna o homem do silêncio, um silêncio que transmite confiança e segurança. Imaginemos o lar de Nazaré envolto neste silêncio. José é o Ícone do silêncio de Deus, e isso requer uma pureza de coração que saiba escutar a voz da transcendência divina nos sinais humanos. “O clima de silêncio que acompanha tudo o que concerne à figura de José se estende também ao seu trabalho de carpinteiro em sua casa de Nazaré. Trata-se de um silêncio que revela de maneira especial o perfil interior desta figura. Os evangelhos falam exclusivamente do que José “fez”, mas eles permitem descobrir nestas ‘ações’, envoltas

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em silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava cotidianamente em contato com o mistério, ‘escondido desde séculos’ que ‘havia estabelecido morada sob seu teto” (RC, 25). Assim, “José nos inspira a buscarmos e renovarmos o “silêncio divino”, “indispensável condição do espírito; assediados por tantos clamores, ruídos e gritos em nossa vida moderna barulhenta e hipersensibilizada.” (Paulo VI, Liturgia das Horas, Alocuções).

José: homem do cuidado O cuidado faz parte da essência humana e do caráter fundamental do ser humano. Assim, José torna-se para nós paradigma, isto é, modelo para que o ser humano resgate o cuidado com a vida humana e a criação. Ele demonstrou cuidado com sua esposa grávida, acolhendo-a em sua casa. Também deu exemplo de cuidado no caminho de Belém quando procurou um lugar para sua esposa que iria dar à luz; e com sabedoria divina e homem do cuidado, conseguiu recolhê-los em uma gruta, para que Maria desse à luz aquele que se tornaria a “luz do mundo”. Na fuga para o Egito, José – ao escutar a mensagem de Deus por meio do anjo – não hesita em proteger a vida de sua família, conduzindo-a ao Egito. Esse é o verdadeiro amor que se revela pelo cuidado: ele colocou sua vida em risco para que todos pudessem um dia ter ‘vida em plenitude’ (cf. Jo 10,10). Um amor divino que não se encarne no amor ao próximo é pura mentira. (1Jo 4,20) (Pannikar, Ramon, em Ícones do Mistério). O cuidado na vida de José traduziu-se também no Egito, em terra estrangeira, através da sua paternidade e seu papel como esposo, pois ele precisou prover o necessário para a preservação da vida de sua esposa e seu filho. Eles eram uma família judia em terras estranhas, tendo José que estreitar laços de amizade e fraternidade com vizinhos. Imaginemos a viagem até o Egito, quantos perigos correram, podendo Jesus-menino adoecer, assim como sua esposa Maria. Dessa forma, o cuidado assume uma dimensão integral: José teve que cuidar do corpo do Salvador, da fé do Salvador e ter a coragem de protegê-lo de tantas armadilhas da vida. José colocou cuidado em tudo, pois obedeceu à lógica do coração por meio da oração. O cuidado paterno de José revelou-se através de sua renúncia, pois amou incondicionalmente Jesus e Maria.

José: homem da espiritualidade do cotidiano Foi em Nazaré, na região da Galileia, que José viveu o maior tempo de sua vida dedicado à sua família. Da vivência de José de Nazaré, podemos tirar grandes lições: Nazaré é, sobretudo, um mistério da vida de Cristo, ou seja, um tempo e lugar de salvação. O período mais longo da existência de Cristo aconteceu no anonimato, mas com a eficácia do fermento na massa. Homem entre os homens. Jesus compartilhou, na humildade e


na obediência, a cotidianidade, as instituições, os ritos, o cansaço, a dor, o trabalho, para tudo transformar, purificando-o e santificando-o pela sua presença redentora. Em tudo isto, como não perceber perto de Jesus também Maria e, ainda, a presença e a ação de José, cujas funções insubstituíveis de pai e mestre o tornaram ministro da salvação?(...)Trata-se em suma da santificação da vida cotidiana.(RC, 24). José viveu como qualquer outro trabalhador de seu tempo. Era carpinteiro. Precisava manter sua família e por isso tinha suas preocupações. Era um homem religioso e de piedade. Frequentava a Sinagoga e era ouvinte da Palavra de

Deus. Era esposo fiel. Amava profundamente Maria. Era pai zeloso e grande cuidador de Jesus. Como todo ser humano, passou por medos, crises, teve preocupações. Mas soube colocar tudo sob o olhar da graça de Deus. Sua paternidade refletiu em sua vida familiar e comunitária a preocupação de Deus Pai com a humanidade. Seu cotidiano estava revestido da Divina Providência. Foi Patrono da Família de Nazaré. E por ter vivido tão bem e com tanta disposição de alma, corpo e espírito, ele é o patrono Universal da Igreja. Nele, vive a grande maioria dos cristãos, que também labutam, se preocupam com suas famílias e são solidários com os sofrimentos de tantos irmãos e irmãs.

Obras consultadas: BOFF, Leonardo. São José – a personificação do Pai. Ed. Vozes BOFF................................. – Saber Cuidar – Ética do humano – comapaixão pela Terra. Vozes João Paulo II. Redemptoris Custus. - Exortação Apostólica Estudos Joséfinos – Centro de Espiritualidade Josefino Marelliana Pannikar, Raimon. Ícones do Mistério – A experiência de Deus. Paulus

Nesta edição homenageamos também todas as Paróquias de nossa arquidiocese que têm São José como padroeiro: Santuário São José - Capão Raso - Pároco : Pe. Pedro Cesar Pereira Região Episcopal: Sul - Ano Fundação: 1957. Setor Pastoral: Capão Raso Largo Pe. Albino Vicco, 32 - Fone: (41) 3027-1051. Email: parsaojose@hotmail.com

São José - Santa Felicidade - Pároco : Pe. Cláudio Ambrózio - C.S. Região Episcopal: Centro-oeste - Ano Fundação: 1937. Setor Pastoral: Santa Felicidade Av. Manoel Ribas, 6252. Fone: (41) 3372-1417. Email: sjosestafelicidade@uol.com.br

São José - Vila Ofícinas - Pe. Érick Vinícius Pinheiro Barbosa - S.A.C. Região Episcopal: Norte - Ano Fundação: 1966. Setor Pastoral: Cajuru R.Raul de Oliveira, 185. Fone: (41) 3266-4334. Email: paroquiasaojoseoficinas@gmail.com

São José das Famílias - Sítio Cercado - Pároco : Pe. Edison Mateus - M.S.C. Região Episcopal: Sul - Ano Fundação: 1986. Setor Pastoral: Pinheirinho Rua Dr. Levy Buquera, 150. Fone: (41) 3378-8032. Email: secretaria@paroquiasaojosedasfamilias.com.br

São José Operário - Alto Boqueirão - Pároco : Pe. Darci Bubiniak Região Episcopal: Sul - Ano Fundação: 1980. Setor Pastoral: Boqueirão Rua Francisco Derosso, 5500. Fone: (41) 3378-1011. Email: sjo@sjo.com.br

São José Operário - Vila Mª Antonieta – Pinhais - Pároco : Pe. Nilton Santos Lopes - S.J.B.P. Região Episcopal: Norte - Ano Fundação: 1972. Setor Pastoral: Pinhais Av. Antônio Andrade, 594. Fone: (41) 3669-7454. Email: par09100@arquidiocesecwb.org.br

São José Trabalhador - Campina do Siqueira - Pároco: Pe. Amarildo Jorge Dellagranna - S.D.P. Região Episcopal: Centro-oeste - Ano Fundação: 1971. Setor Pastoral: Orleans-campo Comprido Rua Major Heitor Guimarães, 1526. Fone: (41) 3336-9550.

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Vocações

Pe. william LEMES Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Curitiba

Cada Comunidade uma Nova Vocação:

Ação Evangelizadora inédita na Arquidiocese de Curitiba

No ano de 2018, a CNNB Sul 2 deu início a uma ação evangelizadora inédita para unir a Igreja em torno de uma frase do Evangelho: “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para sua messe.” (Mt 9,38). Com a Ação Evangelizadora: Cada Comunidade uma Nova Vocação, queremos que cada comunidade ofereça à Igreja uma nova vocação. Sua comunidade já ofereceu alguma vocação para a Igreja? Agora é a hora! As mais de 50 dioceses envolvidas na ação, de vários estados do Brasil e até de Guiné-Bissau, na África, desejam intensificar a Cultura Vocacional. Todas as paroquias, comunidades, pastorais, comissões, movimentos e grupos são convidados a duas ações: ORAÇÃO e COMUNICAÇÃO. Em todos os encontros, reuniões e celebrações, começaremos ou terminaremos com uma dezena do Rosário pelas vocações. O Papa Francisco disse: “O primeiro método para se obter vocações é a oração”. Em nossa Arquidiocese, faremos isso juntos! Rezaremos e divulgaremos quantas realidades bonitas existem entre nós: famílias lindas, leigos que se dedicam à Igreja com generosidade, padres, consagrados e consagradas que doam sua vida por amor. Quando partilhamos as ações de Deus em nós, elas geram vida em outras pessoas e lugares.

Em nossa Arquidiocese, o ponto de partida será no dia 29 de março, às 9h, com a Missa do Crisma na Catedral Metropolitana de Curitiba, quando será feito o lançamento diante de todos os padres e leigos presentes. A eles serão entregues os folders divulgadores da campanha. Os nossos bispos estão encarregando três grupos de pessoas para desenvolverem atividades: 1. Ministros Extraordinários da Sagrada Eucaristia: Serão os guardiões; estão em todas as comunidades e já conduzem as orações. A eles é pedido para zelar para que o povo reze pelas vocações; 2. Catequistas e Catequisandos: Serão os protagonistas da ação evangelizadora; além de rezar a dezena, cada grupo poderá ter uma capelinha para que reze em família pelas vocações; 3. Adolescentes e Jovens: Serão os divulgadores nas redes sociais, compartilhando e produzindo vídeos vocacionais. Vamos juntos! Só depende de você e de sua comunidade. Se formos fiéis ao Senhor, teremos uma colheita sem precedentes.

Mais in formações: w w w .v o c a c o e s . o r g

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Painel do Leitor

Aviso: alteração no Caminhando 31 - Quaresma e Tempo Comum II Comunicamos que o texto sobre “Via Crucis” no subsídio Caminhando 31 – Quaresma e Tempo Comum II foi publicado com falhas no conteúdo referente à Campanha da Fraternidade. O texto corrigido está disponível para download gratuito no site da Arquidiocese. Aqueles que já adquiriram o Caminhando 31 poderão imprimir e utilizar o arquivo como anexo para os encontros neste tema. Se tiver dificuldade, entre em contato com o Centro Pastoral: (41) 2105-6324.

A Campanha da Fraternidade 2018 já começou Na quarta-feira de cinzas, 14 de fevereiro, a Igreja Católica no Brasil lançou a Campanha da Fraternidade 2018, cujo tema é “Fraternidade e superação da violência”. Em Curitiba, a abertura oficial aconteceu na Missa de Cinzas, celebrada pelo Arcebispo Dom Peruzzo às 12h na Catedral Metropolitana. No mesmo dia pela manhã, durante uma coletiva de imprensa, foi lançado também o edital do Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) deste ano, que apoia projetos locais relacionados com a superação da violência. O Fundo é mantido pelas doações feitas nas celebrações do Domingo de Ramos e o edital já está disponível no site da Arquidiocese.

Assembleia Legislativa do Paraná tem um grupo de oração O Grupo de Oração Fonte de Misericórdia acontece na Assembleia Legislativa do Paraná e é aberto aos funcionários, deputados e a toda a comunidade. A iniciativa é fruto do projeto de Fé e Política da Renovação Carismática Católica (RCC) e criado por proposição do dep. estadual Evandro Araújo. Os encontros acontecem todas as terças-feiras, no horário do almoço, por volta das 11h30min, no Espaço Ecumênico da Alep.

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Painel do Leitor

Clero da Arquidiocese de Curitiba esteve em retiro em Florianópolis A segunda turma do Clero da Arquidiocese de Curitiba esteve reunida em seu retiro anual entre os dias 5 e 9 de fevereiro, em Florianópolis, Santa Catarina. O tema do retiro deste ano foi “Viver, de verdade, a VIDA NOVA”, e o encontro foi acompanhado pela teóloga, teresianista e Professora da PUC-Rio, Lúcia Pedrosa. O retiro com a primeira turma do Clero aconteceu entre os dias 2 e 5 de janeiro deste ano, em Curitiba.

Convite: Catequese para surdos A Paróquia Nossa Senhora da Ternura, na Vila Santa Isabel, em Curitiba, convida todas as crianças e adolescentes surdos que ainda não tenham Batismo, Primeira Eucaristia e Crisma para participar da Catequese especial para surdos, em que a comunicação é feita por meio de libras. As aulas serão sempre aos sábados, das 14h às 16h. Para mais informações, ligue: (41) 3242-5575.

A Festa Nacional da Divina Misericórdia está chegando Em 30 de março, sexta-feira santa, começa a 17ª edição da Festa Nacional da Divina Misericórdia, realizada pelo Santuário da Divina Misericórdia de Curitiba. A festa irá se estender até o dia 8 de abril, Domingo da Misericórdia. Em 2017, cerca de 30 mil fiéis passaram pelo Santuário nos dias de festa. A programação inclui novena, missas, shows, pregações, food trucks, espaço kids e Espaço da Misericórdia, com tendas de confissão, oração e adoração. Para mais informações, acesse: festadamisericordia.com.

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Arquidiocese de Curitiba | Março 2018


Aberto o Edital do FDS 2018 Está em andamento em todo o Brasil a Campanha da Fraternidade 2018, com o tema “Fraternidade e Superação da Violência”. Uma das ações que marcaram o lançamento da CF em Curitiba foi a abertura do Edital 2018 do FDS – Fundo Diocesano de Solidariedade. O edital vai apoiar projetos sociais que tenham a proposta de superar os diversos tipos de violência presentes na sociedade. Os projetos podem ser de grupos pastorais, vinculados a paróquias ou de organizações não go-

25 de março é dia da Coleta da Solidariedade

vernamentais diversas. O valor máximo de apoio para cada projeto será de R$ 12 mil, e o prazo para inscrição será até 20 de abril deste ano. Em 2017, 22 projetos sociais foram contemplados pelo FDS na Arquidiocese de Curitiba. O recurso total destinado chegou a aproximadamente R$ 170 mil. O edital para inscrição de projetos pode ser acessado no site arquidiocesedecuritiba.org.br.

Este apoio a projetos sociais é viabilizado pelos próprios fiéis católicos que contribuem com doações em dinheiro na Coleta da Solidariedade. Essa coleta é a expressão concreta da Campanha da Fraternidade e é realizada no Domingo de Ramos, este ano em 25 de março. Faça sua contribuição! A Coleta Nacional da Solidariedade arrecada fundos que serão destinados para projetos sociais das dioceses locais e para outras regiões do país por meio do Fundo Nacional de Solidariedade - 60% da coleta permanece na diocese de origem e 40% compõem o Fundo Nacional de Solidariedade, que destina os recursos para os locais que mais necessitam.

Grandes novidades estão por vir no Corpus Christi 2018 em Curitiba As diversas forças vivas da Arquidiocese, incluindo coordenações pastorais, setores pastorais, paróquias e comunidades, têm se envolvido no planejamento de novas ações que produzam um melhor serviço de Evangelização ao celebrar o mistério da Eucaristia - o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo. Neste ano, a solenidade é planejada para envolver ainda mais os fiéis, marcando uma das maiores celebrações públicas voltada para a família já realizadas, tendo como tema: “Ser Cristão é ter Deus no seu dia a dia”.

Além disso, pela primeira vez, a Arquidiocese organizará uma ação social vinculada à solenidade, estabelecendo relação direta com a Campanha da Fraternidade por meio de um gesto concreto de arrecadação de produtos para doação. Aguarde novidades pelos canais de comunicação da Arquidiocese de Curitiba.

A festa irá iniciar na véspera do dia de Corpus Christi (30/05), com uma grande vigília campal. Durante o dia 31, contará com uma programação artística, cultural e gastronômica simultânea à confecção dos tapetes na Av. Cândido de Abreu, incluindo grandes novidades dentro dessas programações.

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Álbum Catequético-Litúrgico 2017/2018

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Valores: Até 100 unidades: R$ 6.50 De 101 a 500 unidades: R$ 6,00 Acima de 500 unidades: R$ 5,80

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Arquidiocese de Curitiba (41) 2105-6325 sac@arquidiocesecwb.org.br Av. Jaime Reis nº 369, Curitiba/PR


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