Revista novembro 2017

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Publicação da Arquidiocese de Curitiba - Paraná

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Ano XIV - Edição 178 - Novembro de 2017

A Plenitude da Vida O mês de novembro, que se inicia com a memória aos finados, nos provoca à reflexão sobre o sentido que se dá à vida, o cuidado para com ela e onde temos colocado nossas esperanças Pgs.08,09 e 10

Veja também Ano Mariano Que mensagens Maria nos deixou em Aparecida? Pg. 05

Finados Como se dá a celebração de exéquias no difícil momento da morte. Pg. 06

+ artigos e novidades de nossa Arquidiocese

Amoris Laetitia Clero reuniu-se para a reflexão: “Como motivar as famílias para a verdadeira experiência em Cristo?” Pg. 12


Agenda Mensal dos Bispos Novembro/2017

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial Um dito popular afirma que “a única certeza que temos na vida é a morte”. Apesar desta expressão não estar totalmente correta – afinal temos muitas outras certezas e convicções em nossa trajetória terrena – ela nos faz lembrar que todos nós um dia deixaremos este mundo, isto é inevitável. De acordo com nosso calendário cristão, novembro é o mês em que celebramos o Dia de Finados. É uma data para fazer memória de nossos entes queridos que já partiram, deixando em nós muitas saudades. Nesta edição da revista Voz da Igreja trazemos reflexões sobre a vida e sua plenitude. Afinal, que sentido temos dado a ela? Qual o cuidado para com ela e onde temos colocado nossas esperanças? Trazemos também o artigo de um especialista, um psicólogo que também faz uma reflexão sobre a plenitude da vida e a vida motivada. No artigo da Dimensão Social, assinado por João Santiago, há um trecho que diz: “A esperança cristã, assim como a fé, ‘sua companheira inseparável’ (...) nos ensinam a esperar em Deus e a não temer nem mesmo a morte”. Todas estas reflexões nos confirmam que, neste mês de novembro, falar sobre a morte também significa falar sobre a vida. Ainda sobre o Dia de Finados, a Comissão Litúrgica apresenta orientações sobre como devem ser as celebrações da esperança, realizadas no momento difícil da morte de uma pessoa querida, momento pelo qual todos passam. Seguimos celebrando os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul, e refletindo sobre qual foi a mensagem que ela nos deixou. “Como em Aparecida Nossa Senhora não se manifestou, propriamente, a algum vidente, somente podemos desvendar suas mensagens por meio da interpretação dos sinais que ela nos deixou”, diz o artigo sobre este Ano Mariano. Confira também outros artigos e notícias que preparamos para este mês para que você possa estar por dentro do que acontece em nossa Arquidiocese de Curitiba. Não se esqueça de enviar para nós suas contribuições, sugestões, críticas e elogios. Boa leitura!

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 02 • Missa no Cemitério Municipal 04 • Espiritualidade com a Pastoral do Idoso 05 • Crisma na Paróquia São José Operário, no Boqueirão 07 • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria • Reunião do Setor Rebouças, na Paróquia Imaculado Coração de Maria 08 • Expediente na Cúria 09 • Reunião do Setor Colombo, na Paróquia Santa Cândida • Reunião com a Equipe Missionária, na Cúria • Crisma na Paróquia São José Operário, no Boqueirão 10 • Missa de Abertura do XVI Congresso da Divina Misericórdia, no Santuário da Divina Misericórdia 11 • Reunião do Setor da Juventude, na Cúria • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Cabeça 12 • Missa na Paróquia São Carlos Borromeu

14 • Reunião da APAC 17 • Reunião do Setor Almirante Tamandaré, na Paróquia Nossa Senhora do Amparo 18 • Missa de Dedicação na Paróquia Nossa Senhoras das Graças 19 • Crisma na Capela da Polícia Militar • Missa no Santuário Sagrado Coração de Jesus - Água Verde 22 • Reunião do Setor Portão, na Paróquia Santa Isabel 24 • Reunião dos Formadores, no seminário Bom Pastor • Missa de Posse de Novo Pároco, na Paróquia Nossa Senhora da Cabeça 25 • Crisma na Capelania da Aeronáutica 26 • Missa na Capela Nossa Senhora das Graças, na Vila Real • Investidura dos MESCES do Setor Capão Raso, no Santuário São José • Missa de Posse de Novo Pároco, na Paróquia Santa Amélia 28 • Missa de Ação de Graças do Setor Boqueirão, na Paróquia Menino Deus

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

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A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de Jesus Nacimento | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Pe. Roberto Nentwig | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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01 • Expediente na Cúria 16 • Visita no Seminário Rainha • Visita do Seminário Rainha 17 • Reunião do Setor Almirante Tamandaré, 02 • Missa no Cemitério da Água Verde na Paróquia Nossa Senhora do Amparo 03 • Expediente na Cúria • Missa no Hospital Marcelino 04 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Champagnat Aparecida, em Campo Largo • Missa de Aniversário da Comunidade 05 • Curso Bíblico na Paróquia Nossa Senhora Fonte de Encontro Aparecida, em Campo Largo 18 • Encontro com as Lideranças da Pastoral 06 • Gravação na TV Evangelizar da Criança, na Sede da Pastoral 07 • Reunião do Conselho Presbiteral, na • Crisma na paróquia Senhor Bom Jesus, Cúria no Portão • Reunião do Setor Rebouças, na Paróquia • Crisma na Paróquia São João Batista Imaculado Coração de Maria Precursor • Programa Conhecendo a Palavra 19 • Aulas no Curso do IAFFE, na PUCPR 08 • Missa com os religiosos e leigos dos 20 • Gravação na TV Evangelizar Oblatos de São José, na Casa da Medalha 21 • Programa Conhecendo a Palavra Milagrosa 22 • Reunião da Pastoral da Pessoa Idosa, na • Curso Bíblico na Paróquia Santo Antônio, Sede da PPI em Orleans 23 • Expediente na Cúria 09 • Reunião do Setor Colombo, na Paróquia 24 • Reunião dos Formadores, no seminário Santa Cândida Bom Pastor • Missa com a Comunidade das Irmãs de • Visita no Seminário São José São João Batista 25 • Retiro com a Comissão do Dízimo 10 • Expediente na Cúria • Bate papo com a Juventude da Região • Investidura dos MESCES do Setor Episcopal Centro Oeste Orleans, na Paróquia Santo Antônio • Crisma no Santuário Nossa Senhora de 11 • Crisma no Colégio Medianeira, na Lourdes, no Jardim Botânico Paróquia Imaculada Conceição 26 • Missa da Padroeira na Paróquia Santa 12 • Palestra e Missa no XVI Congresso da Cecília Divina Misericórdia • Investidura dos MESCES do Setor Santa • Missa de Posse de novo Pároco, na Felicidade, na Paróquia São José Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em 27 • Gravação na TV Evangelizar Pinhais 28 a • Reunião do Conselho Permanente da 13 • Gravação na TV Evangelizar 29 CNBB, em Brasília • Visita no Seminário Bom Pastor 30 • Expediente na Cúria 14 e • Assessoria na Assembleia do Regional • Atividade no Hospital Nossa Senhora do 15 Leste 2 da CNBB, em Belo Horizonte Rocio, em Campo Largo 16 • Missa na Capela da Federal

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017

01 • Missa e Novena na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, Pinhais 02 • Missa no Cemitério Municipal 03 • Missa na Paróquia São Martinho de Lima 04 • Encontro dos MESCES da Paróquia Nossa Senhora do Amparo 05 • Missa e Novena na Capela Nossa Senhora do Rocio, em Pinhais 07 • Reunião do Conselho Presbiteral, na Cúria • Reunião do Setor Rebouças, na Paróquia Imaculado Coração de Maria 08 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Colombo 09 • Reunião do Setor Colombo, na Paróquia Santa Cândida • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Colombo 10 • Missa no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe 11 • Missa na Paróquia Nossa Aparecida, em Pinhais • Missa na Paróquia Senhor Bom Jesus, em Colombo 12 • Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Colônia Faria

14 • Reunião da APAC 15 • Missa na Capela Nossa Senhora do Rocio, no Miqueleto 17 • Reunião do Setor Almirante Tamandaré, na Paróquia Nossa Senhora do Amparo 18 • Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Almirante Tamandaré • Assembleia Arquidiocesana das Pastorais Sociais, na Paróquia São Benedito 19 • Missa na Paróquia Maria Mãe da Igreja • Crisma na Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Barigui 23 • Reunião da Comissão 13, na Cúria 24 • Reunião dos Formadores, no Seminário Bom Pastor 25 • Missa com a Pastoral da Saúde, na Paróquia Santo Antonio - Boa Vista • Missa na capela Nossa Senhora das Graças, em Almirante Tamandaré 26 • Missa na Paróquia Santa Terezinha de Lisieux • Crisma na Paróquia São Benedito 28 • Expediente na Cúria


Palavra do Arcebispo

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Eu creio na Ressurreição, com Jesus Cristo Parece um paradoxo: desde o início a vida anuncia o seu fim. E a cada dia que passa mais a morte nos procura. Deste tema muito nos custa falar. Não gostamos de abordar. Mas inclui-se entre as maiores certezas da vida. Claro, é mais interessante configurar o presente com novos sonhos; definir objetivos, ousados se possível; enriquecer o futuro com novas metas, empenhando as melhores energias em seu favor. Enfim, a vida está sempre a nos instigar para novas vitórias. Todavia, a fraqueza radical, o absurdo total e inexplicável está à nossa espreita a cada novo passo... No dia 02 de novembro os cemitérios se enchem. Lá vamos nós, os vivos, a reverenciar os que nos precederam. Vamos visitar o nosso futuro, talvez pensando mais neles, que já foram, do que em nós, que ainda iremos. Queremos manifestar que ainda os temos conosco. Sentimos saudades; oferecemos flores e outros sinais que apresentem nossos vínculos com quem já partiu. Todavia, por mais que queiramos reverenciar os falecidos, a morte estabeleceu distâncias insuperáveis entre nós e eles. Falo de distâncias históricas e materializadas, verificadas por experiências racionais. Parece uma derrota definitiva da vida. A morte, embora tenha chegado depois, impôs-se de modo irrefreável e para sempre. Teríamos apenas passado pela existência e, em determinado momento, qual impotentes, lançados para fora dela. É exatamente esta a lógica para quem quer avaliar a vida e a morte ignorando a fé. Se faltar a fé em Jesus Cristo e em sua ressurreição, então o Dia de Finados é mais tragédia anunciada do que esperança acalentada. Que luz projeta a Ressurreição sobre este lado da existência? Se houver ressurreição, então até a morte tem sentido. Se esta faltar, neste caso até a vida é vazia. Não é de hoje a indagação. Já os primeiros cristãos se perguntaram. E Paulo, desde primeiros dias do cristianismo ensinou, enfático: “Se é só para esta vida que pusemos a nossa esperança

em Cristo, somos, dentre todos os homens, os mais dignos de compaixão” (1Cor 15,19). É preciso destacar que cremos em um Deus vivo, que ama a vida. Dele a recebemos. Não fomos nós que a reivindicamos. Ela, a vida, nos alcançou por pura gratuidade do seu autor. Se a morte nos vencesse, então até Deus teria sido derrotado. No passado e no presente há quem pense que ele está morto. Mas como muitos, desde os tempos dos Apóstolos, que se encontraram com Jesus Cristo ressuscitado, somos chamados a fazer da vida uma grande aposta. Não crer equivale a escolher o desaparecimento funesto. Afinal até os mais geniais e poderosos morrem. Crer, por outro lado, não é uma simples opção que se afiguraria menos trágica. É uma maneira de viver. Nossa morte corporal pertence à ordem da realidade. Não há como evitá-la. Mas quem quer seguir Jesus Cristo no caminho da vida, é chamado a participar de sua vitória no caminho que atravessou também a morte. Para quem crê, a morte é passagem do tempo para a eternidade, do espaço para a infinitude. Mas não é de onipotência que quero falar. Quero sim salientar a plenitude de alegria e felicidade que o discípulo de Jesus conhecerá no encontro eterno com um Deus amoroso. Entre as muitas imagens a que a Bíblia recorre para referir esta realidade vale apresentar aquela de Ap 21,4: Deus, o pai amoroso “enxugará toda a lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais e não haverá mais luto, nem grito, nem dor, porque as coisas antigas passaram”. Para quem crê em Jesus Cristo como Filho de Deus e Salvador, até a morte ficou pequena. A ressurreição para a eternidade se tornou uma promessa viva. E nossa vida histórica se tornou um caminho de esperança. Por isso mesmo nós católicos somos ensinados a recitar: “Eu creio na Ressurreição da carne; eu creio na vida eterna”. Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017

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Palavra de Dom Pedro

Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto Arcebispo Emérito de Curitiba

Os 30 novos santos brasileiros Santo André de Soveral, Santo Ambrósio Francisco Ferro e outros 28 leigos No dia 15 de outubro o Papa Francisco canonizou em Roma, na Basílica de São Pedro, 30 novos santos brasileiros: Santo André de Soveral, Santo Ambrósio Francisco Ferro e outros 28 leigos, assassinados em Cunhaú e Uruaçu (RN) em 1645. Os primeiros santos brasileiros são Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus e Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, OFM.

Santa Paulina Nascida perto de Trento, Áustria, indo depois para a Itália, fundadora da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada, morrendo a 9 de julho de 1942. Foi beatificada a 18 de agosto de 1891 e canonizada a 19 de maio de 2002 por S. João Paulo II. Sua festa é no dia 9 de julho.

Santo André, Cunhaú A 15 de julho de 1645 chegaram ao engenho de Cunhaú, hoje município de Canguaretama, como emissários do Supremo Conselho de Recife, convidando a população para uma reunião. No domingo, dia 16, celebravam a missa na capela de Nossa Senhora das Candeias. Participavam da celebração uns 70 fiéis, sendo celebrante o Pe. André de Soveral. Após a consagração da missa, os soldados holandeses fecharam as portas. Os índios janduis, tajuias, seus aliados, com a maior atrocidade e requintes de crueldade, trucidaram os colonos e o próprio Padre André de Soveral.

Santo Antônio de Sant’Ana Galvão

Pe. Ambrósio Francisco Ferro

É o primeiro santo brasileiro. Nascido em Guaratinguetá (SP), sacerdote franciscano, cofundador das Irmãs Contemplativas Concepcionistas.

As atrocidades de Cunhaú espalharam-se rapidamente em todo o Estado do Rio Grande do Norte, temendo a população seus ataques. O Pe. Ambrósio, pároco de Natal, com alguns lideres influentes de Uruaçu, construíram uma paliçada para a defesa.

Falecido a 23 de dezembro de 1822, foi beatificado a 25 de outubro de 1998 e canonizado a 11 de maio de 2007. Sua festa é no dia 25 de outubro.

Os novos santos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro e 28 leigos foram assassinados em 1645 em Cunhaú (RN). São os primeiros santos mártires, ou seja, que aceitaram a morte por causa da fé cristã e, por isso, não há necessidade de comprovação de milagre. Com eles, agora o Brasil tem 36 santos já canonizados.

Holandeses Calvinistas Para compreender o martírio dos santos no Rio Grande do Norte é preciso conhecer a invasão dos holandeses calvinistas, pelo ano de 1633, fixando-se no Ceará, Pernambuco, chegando ao Rio Grande do Norte. Agiam com ódio satânico contra os católicos, saque-

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ando seus bens, matando as pessoas com as piores atrocidades e crueldade.

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017

Invadida pelos calvinistas, por 16 dias resistiram. Capturados uns oitenta colonos, junto com o Pe. Ambrósio, no dia 3 de outubro de 1645, foram levados até Uruaçu, hoje município de São Gonçalo do Amarante. Mandados que se despissem e se ajoelhassem, foram todos trucidados com a maior crueldade.

Processo Em 16 de junho de 1989 começou o processo de beatificação. O Papa São João Paulo II beatificou, em 2000, os trinta mártires. O Governo do Rio Grande do Norte decretou feriado em São Gonçalo do Amarante, Uruaçu, no dia 3 de outubro, data que marca a festa destes santos. O povo de Canguaretama guardou o dia 16 de julho, em Cunhaú. No lugar do martírio, há muitas romarias.Invoquemos também estes novos santos.


Ano Mariano

Pe. Flávio Sampaio de Paiva Sacerdote da Prelazia do Opus Dei, em Curitiba. Doutor em teologia Moral pela PUSC-Roma.

O que nos diz Nossa Senhora Aparecida? Desde o encontro da sua imagem no Rio Paraíba do Sul, a devoção a Nossa Senhora Aparecida foi se consolidando de uma maneira espontânea e viva por meio de atitudes, palavras e gestos afetuosos, próprios dos filhos para com a Mãe. Hinos, cantos litúrgicos, orações e até poemas e canções populares foram compostos em sua honra. Reproduções da pequenina imagem espalharam-se por numerosas igrejas, capelas, oratórios e lares cristãos do Brasil... Novenas a Nossa Senhora Aparecida são realizadas nas centenas de paróquias dedicadas à nossa Padroeira. Milhões de pessoas vão anualmente a Aparecida abrir o coração a Maria. Contam-lhe alegrias e tristezas, sucessos e fracassos; compartilham com Ela os bons desejos dos seus corações, os nobres ideais que neles brotaram... Desabafam com sua Mãe espiritual as preocupações, dificuldades e necessidades da vida, depositando-as em suas mãos misericordiosas e recebendo consolo e conselhos maternais. Para crescermos e aprofundarmos ainda mais na devoção a Nossa Senhora Aparecida devemos conhecer cada vez melhor a história da sua ‘aparição’ e da sua poderosa intercessão, para desvendar o que nossa Padroeira nos tem a dizer. Com esse intuito escrevi o livro “Mensagens de Nossa Senhora Aparecida” (www.quadrante.com.br).

• Se, quando o povo rezava diante da minha imagem, fiz com que as velas se reacendessem, foi para que recorressem à minha intercessão sempre que desejassem que o fogo do Amor de Deus se reanimasse em suas vidas. • Se libertei um escravo de suas algemas foi para que não se esquecessem que meu Filho deseja que todos os homens sejam livres, principalmente da escravidão do pecado, e que me implorassem com confiança a sua libertação. • Se permiti que a minha imagem fosse despedaçada em mil fragmentos e depois restituída em sua integridade foi para manifestar o ardente desejo do meu Filho de alcançar a unidade da Igreja e a unidade de vida de cada cristão. • Se alcancei a tantos romeiros imensas graças de Deus no Santuário Nacional foi para que tivessem a certeza de que eu, a Virgem Maria, estou com vocês, também no Brasil, manifestando sempre o meu amor maternal. Espero que através da leitura destas “Mensagens de Nossa Senhora Aparecida”, Santa Maria também lhe fale ao coração, e que Deus o ilumine para que estas mensagens fiquem sempre gravadas em sua memória, a fim de que todos possamos também dizer: Faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38).

Como é sabido, em alguns outros lugares do mundo como, por exemplo, em Fátima e Lourdes, Nossa Senhora deixou-nos mensagens através dos videntes das suas aparições. Cabe-nos perguntar: Maria teria alguma mensagem a nos deixar em Aparecida? Como em Aparecida Nossa Senhora não se manifestou, propriamente, a algum vidente, somente podemos desvendar suas mensagens por meio da interpretação dos sinais que ela nos deixou. Considerando na oração os belos sinais que Maria nos deixou em Aparecida, penso que podemos atribuir-lhe resumidamente as seguintes mensagens: • Se a minha imagem Aparecida era de Nossa Senhora da Conceição, foi para recordar aos meus filhos o desejo que tenho de que sejam santos e imaculados na presença de Deus. • Se a minha imagem foi resgatada em duas partes – cabeça e corpo, que se encaixavam perfeitamente – foi para recordar aos meus filhos brasileiros a importância de que a razão domine os sentimentos, a fim de que possam cumprir a vontade de Deus em cada momento de suas vidas. • Se, logo após o encontro da minha imagem, produziu-se uma pesca milagrosa, foi para que soubessem que contavam com a minha intercessão maternal para realizar um apostolado fecundo no Brasil. • Se, com a pesca milagrosa, salvou-se o banquete oferecido ao governador, foi para que não esquecessem jamais que eu sou Mãe de Misericórdia, atenta até mesmo às menores necessidades dos meus filhos. Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017

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Liturgia

Pe. José Airton de Oliveira Pároco paróquia São Martinho de Lima Comissão Litúrgica Arquidiocese de Curitiba

Comemoração de todos os fieis defuntos Celebração de Exéquias Que a paz do Senhor esteja com todos ao

a atender bem os familiares com estas orações,

iniciarmos o mês de novembro, celebrando após

cânticos e leituras da palavra de Deus.

o dia de todos os santos a comemoração de todos Temos em nosso sacramentário um modelo

os fieis defuntos.

a ser seguido e prescrito pela igreja, além das Sempre

convidamos

um

ministro

ou

um

orientações do manual dos MESCs. Podemos

sacerdote para ir fazer a encomendação ou

encontrar

celebrações

próprias

para

este

exéquias, que na verdade é uma Celebração da

momento, que deve ser feito com muito respeito

Esperança, pois o cristão não se desespera diante

e caridade.

da morte, mas celebra a esperança do dia da ressurreição que todos passaremos. Portanto, é

Apresento aqui algumas considerações que estão

muito salutar que nós saibamos entender bem

no cerimonial dos bispos, números 395 ao 399,

esse momento e confiar no Senhor, pois somente

sobre o tema:

Ele vem em nosso socorro diante desta realidade que vivenciamos.

“A Igreja oferece o Sacrifício eucarístico pelos Defuntos e por eles intercede, não só nas

A oração é a melhor maneira de nós confiarmos

exéquias e dia de aniversário, mas também numa

ao Senhor aqueles que fizeram sua páscoa

Comemoração anual de todos os seus filhos que

definitiva. Rezamos por eles, mas principalmente

adormeceram em Cristo, aos quais procura ajudar

pelos familiares para que sejam confortados

diante de Deus com poderosos sufrágios, para

neste momento de dor.

que sejam associados aos cidadãos do céu. Deste modo, pela comunhão de todos os membros de

A celebração de exéquias, encomendação ou

Cristo, ao mesmo tempo em que implora auxílio

celebração da esperança são momentos fortes

espiritual para os defuntos, inspira aos vivos

ou maneiras que vamos utilizando para confortar

consolação e esperança.

os familiares naquele momento difícil pelo qual

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todos passam; muitas vezes desesperador.

Ao celebrar esta Comemoração, procure o

Por isso, é muito importante que em nossas

Bispo afirmar a esperança na vida eterna, de tal

comunidades haja pessoas equilibradas e bem

forma, porém, que não dê a ideia de ignorar ou

preparadas para esse momento, principalmente

menosprezar o modo de pensar e de agir dos

que os ministros da esperança estejam dispostos

homens da sua diocese no que se refere aos

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017


defuntos. Quer se trate, portanto, de tradições

na igreja ou no próprio cemitério, é conveniente

familiares, quer de costumes locais, tudo quanto

que o Bispo celebre a Missa com o povo e tome

de bom encontrar, de boa mente o aprove; o

parte, com sua Igreja, nos costumeiros sufrágios

que, porém, de algum modo contrarie o espírito

pelos defuntos.

cristão, procure modificá-lo, no sentido de que o culto prestado aos mortos seja a expressão de fé

No cemitério ou nas igrejas em que estão

pascal e a manifestação do espírito evangélico.

sepultados os corpos dos defuntos, ou à entrada de jazigo, ou junto da sepultura dos Bispos, a

Na Comemoração de todos os fiéis defuntos,

Missa pode ser seguida da aspersão e incensação

onde for costume, neste dia, reunirem-se os fiéis

dos sepulcros, na forma a seguir descrita.”

Anotações para o dia de finados 1. Neste dia, não se ornamenta o altar com flores; e o toque do órgão e de outros instrumentos só é permitido para sustentar o canto. 2. Aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente pelos defuntos, concedese uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial. 3. Ainda neste dia, em todas as Igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar a Oração dominical e o Símbolo (Pai Nosso e Creio), confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na Intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai Nosso e Ave Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção). 4. Por constituição Apostólica do Papa Bento XV, de 1915, neste dia, todos os sacerdotes podem celebrar três Santas Missas, das quais, porém, uma deve ser por todos os Defuntos e uma pelas intenções do Santo Padre. 5. Leituras próprias para as celebrações do Dia de Finados encontram-se no lecionário (volume I, p. 1051ss.) ou no Ritual das Exéquias.

EXPEDIENTE COMISSÃO LITÚRGICA: peairton@hotmail.com / (41) 2105 6363 / Coordenação: Pe. José Airton de Oliveira

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Especial

Dom Amilton Manoel da Silva, CP

Bispo auxiliar de Curitiba

A Plenitude da Vida O Dia de Finados, neste mês de novembro, provoca a reflexão

sobre a vulnerabilidade da vida e sobre como viver com plenitude Uma canção popular, bastante conhecida, per-

O mês de novembro, que se inicia com a me-

gunta: “E a vida... E a vida o que é?” Ao longo da

mória dos fiéis defuntos (finados), nos coloca

canção, várias respostas vão surgindo, segun-

diante da vulnerabilidade da vida terrena e ao

do a experiência de cada pessoa, na realidade

cristão, mais do que respostas sobre “o que é

concreta em que se encontra: de sofrimento,

a vida?”, é pedido que avalie o sentido que tem

de prazer, de fé, de sonhos...

dado à vida, o cuidado para com ela e onde tem colocado as suas esperanças.

Essa provocação do compositor, na pergunta e

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nas respostas, aponta o que passa pelo coração

A Palavra de Deus situa a existência humana

e pela mente do ser humano, quando se depara

num pequeno momento, “uma vigília da noite”

com o mistério insondável da vida e da morte;

(Sl 90,4), “como a erva que cresce de madruga-

é o retrato de quem se fixa na finitude do pre-

da, floresce ao meio dia e seca ao entardecer”

sente, com o olhar num passado inexistente e

(Sl 90,6; Jó 14,2) e mesmo que o homem e a mu-

num futuro enigmático, buscando alicerçar os

lher vivessem mil anos, ainda seria pouco dian-

passos num universo de incertezas.

te da eternidade de Deus (Sl 90,4; 2Pd 3,8).

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Estas e outras expressões bíblicas, que tratam

trora perdido, realidade que “os olhos jamais

da brevidade existencial, não têm o objetivo de

viram, os ouvidos jamais ouviram e o coração

inculcar o fatalismo ou o pessimismo, mas o de

humano é incapaz de imaginar” (1Cor 2,9).

conscientizar os filhos de Deus quem eles são realmente e responsabilizá-los pela criação e

Esta acepção positiva da morte cristã encontra

pela vida em sua complexidade.

o seu fundamento no batismo, onde sacramentalmente já morremos e ressuscitamos (Rm

Em Gênesis, Deus, ao criar todas as coisas, viu

6,4-5). Viver esta novidade, como membros do

que tudo era bom e ao final deleitou-se com a

Corpo Místico de Cristo, implica renovar a fé e a

maravilha que tinha feito: o homem e a mulher

esperança na “liturgia terrena da Igreja, onde já

(1,3) e com o sopro divino imortalizou-os (2,7).

saboreamos a liturgia celeste” (SC 8) e, na prá-

Esta afirmação mostra-nos a imensa dignidade

tica da caridade, no compromisso com a vida,

de cada pessoa humana “capaz de conhecer-se,

sobretudo onde ela se encontra ameaçada

de possuir-se e de livremente se dar em comu-

(1Cor 12, 25). Assim, a Igreja celebra o mistério

nhão com outras pessoas” (CIC 357).

do seu Senhor até que ele venha e até que Deus seja tudo em todos (1Cor 11,26; 15,28).

A este ser vivente, o Senhor confiou a criação, como dom a ser cultivado e protegido, de fa-

Dessa forma, concluímos que a morte não é o

zê-la crescer e se desenvolver no respeito e na

fim da vida, mas sua plenitude, quando esta é

harmonia, segundo o desígnio divino (Gn 2,15).

vivida com sentido. Que a comemoração de fi-

Essa parceria, Criador e criatura, “dá a certeza

nados nos leve a rezar pelos que já partiram e a

de que a vida de cada pessoa não se perde num

reassumir a vida como valor eterno.

caos desesperador, num mundo regido pelo puro acaso ou por ciclos que se repetem sem sentido” (LS 65). Entretanto, é em Jesus Cristo, “mediador e plenitude de toda a Revelação” (DV 2), que a existência humana recebe sua totalidade ou a “compreende”. Ao se fazer carne, o Verbo divino elevou a nossa condição mortal, morrendo na cruz venceu o pecado e a morte (1Cor 15,55) e ressuscitando nos introduziu no paraíso ou-

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Especial

Pe. JUAREZ Rangel Coordenador do Núcleo Arquidiocesano de Bioética

Uma reflexão sobre a Vida Dar plenitude à nossa vida. O que isso significa?

Plenitude significa completo, pleno ou cheio. É o estado daquilo que foi feito na totalidade, que atingiu a avaliação ou medida máxima. Em Filosofia, o “Princípio da Plenitude” foi estudado pelo historiador americano Arthur Lovejoy, na sua famosa obra “A Grande Cadeia do Ser” (The Great Chain of Being, 1936), baseado nas ideias de Platão, na qual afirma que o universo é completo (pleno), porque se constitui de uma diversidade máxima de formas, em que todas as formas possíveis tornam-se atuais. “Plenitude” é uma coletânea de poemas da autoria do escritor mexicano Amado Nervo, que foi publicada em 1918. Nesta obra, o autor busca a perfeição espiritual e a plenitude, e revela uma veia mística de alguém que experimentou a sede da alma em um silencioso diálogo com Deus. Amado Nervo se dirige ao Deus desconhecido com uma sincera humildade: “Não sou demasiado sábio para Te negar, Senhor, e basta abrir os olhos para Te encontrar”1. Viver em plenitude da vida é um grande desafio para o ser humano, frente ao leque de possibilidade que surge diante de palavras com imenso significado. Na contramão disso, nossa sociedade não apresenta este propósito, pois somos regidos por normas, costumes e valores que nos moldam e controlam, podendo oprimir dons, talentos e a vida através das expectativas geradas pelos pais, irmãos e também de outros membros da família e pessoas próximas. Para vivermos na plenitude da vida, devemos aprender uma regra que muito contribui que é a gratidão, devemos aprender a agradecer a vida, para viver uma vida plena em nós, encantar-se na alegria, na saúde e nos contratempos e desafios que a vida pode nos trazer. Precisamos aprender com figuras como São Francisco de Assis a buscar a plenitude da vida no Espírito porque essa é a graça mais necessária para nós, entendemos que ele foi além do espiritual na realização plena do ser humano, num conjunto espiritual e existencial. O mundo carece de homens e mulheres que transbordem, cheios de vida, atribuindo sentido à mesma através de realizações e encantamento dos pequenos aos grandes acontecimentos. 1

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https://www.significados.com.br/plenitude/

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Dar plenitude à nossa vida significa aproveitar bem o tempo que nós temos. E não importa se viveremos aqui na terra minutos, horas, dias ou se viveremos cem ou mais anos. O importante é que o tempo que vivermos seja vivido com qualidade e significado. Toda vida é composta de dignidade e merece ser respeitada e valorizada, merece ser protegida, amada, compartilhada. Somos seres biopsicossociais, culturais, espirituais e com possibilidades infinitas. A mesma dinâmica da vida plena é um convite para colocarmos em prática todo nosso potencial humano, virtudes, qualidades e dons a serviço do outro e do mundo. Temos um brilho especial de filhos de Deus com dignidade própria, este brilho deve se fazer notar no construir da vida a cada passo, cada iniciativa, cada decisão tomada, podemos nos construir a cada ação assertiva em nossa vida. É possível a felicidade, é possível a paz interior, permitir que a esperança nos norteie e dê o tom de cada dia vivido, valorizado, celebrado e feliz. Para os cristãos esta plenitude de vida se dá em Jesus, em uma vida com propósito, com paz interior, com possibilidades e com missão neste mundo. Como cristãos ousamos afirmar que este universo que é á vida humana se plenifica em Cristo e com ele, sem apagar toda nossa completude de existência de seres humanos inseridos no mundo, no tempo e no agora. A plenitude da vida é presente a todos, através de desafio. Não percamos o instinto, o sabor do lutar por viver, mesmo diante de tribulação, dificuldades, sofrimentos e acontecimentos inesperados. Nossa vida por aqui é uma passagem, carruagem que segue brisa suave até o momento de vencida esta etapa de altos e baixos, plenitudes e declínios findar-se em Deus. Com a proximidade do dia dos finados lembremonos de viver uma vida bem vivida, cuidada e amada. Aguardamos o fim que a todos espera. O dia de nossa partida deste mundo. Quem viveu bem partirá bem e em paz.


Murilo Martinhaki Secretário do Setor Juventude

Juventude

Bate Papo Jovem: Muito mais do que um evento com o Bispo O Bate papo Jovem com Dom Peruzzo já reuniu mais de 200 jovens nas suas duas edições deste ano. O pedido dos jovens na assembleia anual foi para que neste ano de 2017 o evento acontecesse mais próximo aos grupos de todas as regiões episcopais da Arquidiocese de Curitiba. Atendendo este pedido, o primeiro encontro aconteceu em maio, na região norte, na Paróquia Santo Antônio, no bairro Boa Vista; o segundo, na região sul foi realizado na Rua da Cidadania do Pinheirinho, no final de setembro. O próximo e último deste ano acontecerá no dia 25 de novembro na Rua da Cidadania de Santa Felicidade, a partir das 14 horas. Os jovens que participam do bate papo saem felizes por ter a oportunidade de fazer perguntas diretamente ao Arcebispo e ele prontamente e cordialmente respondê-las. Cada resposta de Dom Peruzzo é sempre contextualizada e fundamentada em sua experiência de vida pessoal e eclesial. Sempre muito animado em meio aos jovens, próximo e até carinhoso, com feições de pai, se sente à vontade respondendo perguntas dos temas mais variados de dentro e fora da igreja. Pelos testemunhos dos jovens que participam é possível perceber que o bate papo tem sido muito mais que um evento com o Arcebispo, é uma experiência que tem enriquecido cada vez mais a caminhada pessoal e pastoral da vida dos jovens e de seus grupos. Que a participação dos jovens e seus assessores seja cada vez mais efetiva neste espaço de partilha e aprendizado. Até dia 25 de novembro!!!

PRÓXIMO BATE PAPO JOVEM COM DOM PERUZZO: 25/11 Rua da Cidadania de Santa Felicidade, a partir das 14 horas.

Sejam bem vindos, Irmã Valéria e Dom Amilton!! O Setor Juventude está de assessores novos. Na missa de encerramento das missões arquidiocesanas, no mês de setembro, foi apresentada por Dom Peruzzo à comunidade presente e aos jovens que participavam do DNJ a Irmã Valéria Andrade Leal como nova assessora eclesiástica do Setor Juventude. Irmã Valéria, da congregação das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, atua na pastoral escolar da Rede Sagrado de Educação e já caminha a mais de um ano junto ao Setor Juventude representando a Pastoral Juvenil Cleliana nas reuniões e eventos. Agora, ajudará as expressões juvenis em suas caminhadas pastorais. Seja bem vinda, Irmã Valéria!!! A juventude, não só da Arquidiocese de Curitiba, mas também do Regional Sul II, acolhe Dom Amilton como seu bispo referencial. Designado por Dom Peruzzo para acompanhar, dentre outras comissões o Setor Juventude, após a última Assembleia dos Bispos do nosso regional, Dom Amilton também foi convidado a acompanhar os trabalhos da juventude no Regional Sul 2. Anteriormente na função estava Dom Anuar, da Diocese de Maringá. Seja bem vindo, Dom Amilton!!!

“Com surpresa recebi o convite para contribuir no Setor Juventude da Arquidiocese de Curitiba. Trabalhar com a juventude é uma alegria! Espero, com a graça de Deus, que juntos possamos aprender e contribuir com a crescente consciência da vocação batismal, para termos sempre mais jovens evangelizando jovens. Conto com as orações de todos e participação da juventude da nossa arquidiocese. Juntos somos mais pelo Reino!!!” Irmã Valéria.

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE: juventude@arquidiocesecwb.org.br / (41) 2105-6364 / 9605-4072 / 2105-6368. Murilo Martinhak / Assessora Eclesiástica: Irmã Valéria Andrade Leal.

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Reflexões

Pe. Rivael de Jesus Nacimento Coordenador Geral do Clero da Arquidiocese de Curitiba Reitor do Santuário Nossa Senhora de Lourdes – Campo Comprido

Amoris laetitia: Lições de amor para a verdade em Jesus O clero de Curitiba, em sua última assembleia, estudou a Exortação Apostólica Amoris Laetitia. O encontro foi assessorado pelo Pe. Rafael Solano, da Arquidiocese de Londrina. Em tempos como o nosso de violência, de massificação das consciências, onde tudo o ser humano pode em nome da liberdade, o tema é sugestivo e bem vindo. Como motivar as famílias para que abracem a vida e continuem lutando por seus ideais? O fundamento beneditino, da idade média, continua a nos inspirar na vida familiar: oração e trabalho. São duas alavancas que se somam para que ocorra dentro dos lares a verdadeira força do amor. A vida mística vai se esvaziando dentro das casas, o amor fragilizado entre o casal e a força do diálogo também enfraquecida com os filhos. E a tristeza presente entre aqueles que moram sozinhos. Amoris Laetitia nos ajuda a compreender a força deste amor conjugal dentro da naturalidade da obra de Deus e o que podemos fazer para manter a ordem natural das coisas. Nesse tempo onde aparecem tantas forças tentando massacrar a vida familiar, como educar para a justiça? É um dos grandes desafios do nosso tempo. Educar para “não ficar com o que não te pertence”, como esses dias a televisão noticiava a história de um garoto que emocionou muitos telespectadores. O menino entregava um troco de cinco reais a um agente da Companhia Paranaense de Energia, visto que tinha pedido menos. A família muito pobre, uma casa muito simples e na criança a honestidade. São temas sempre transversais que sempre temos que insistir, pois devido ao “jeitinho brasileiro” não nos damos conta do que estamos testemunhando em favor da justiça, e o ser injusto parece que vai entrando no cotidiano como se fosse normal. Uma carreta tombada em uma rodovia, dependendo do que é sua carga, não leva muito tempo para ser sa-

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queada, ou furar uma fila de ônibus, no banco; estacionar em vagas preferencias para idosos ou deficientes; achar manobras para sonegar imposto de renda. São pequenas coisas do cotidiano que nos levam a pensar nas grandes selvagerias de corrupção que se tem no cenário em Brasília. Muitos dos políticos que lá se encontram tiveram formação cristã, até estudaram em colégios católicos. Mas como muita gente, tiveram perto da fé, mas esta não entrou em seu coração. Não conheceram Jesus de verdade! Como muita gente em nosso tempo. É missão da Igreja motivar a família para a verdadeira experiência em Cristo. Parece uma tarefa difícil. Em minha paróquia vejo, às vezes, pais reclamando que o adolescente ou o jovem não quer mais vir na missa em comunidade. Por que será? Como apresentamos Jesus? Que experiência de Jesus temos feito em nossas casas? Muitas poderiam ser as respostas, mas a maior delas, penso, que seja a força do amor em cada casa, no coração de cada pai, mãe. Na experiência da fé em família. Em nosso tempo, precisamos reforçar em nós a ideia de um Deus presente. É muito triste quando nos afastamos de Jesus. Longe dEle não vivemos o verdadeiro amor, esquecemos o quanto é bom perdoar. Não teremos paciência para abraçar e brincar com nossas crianças e nos perder no meio dos “causos e contos” daqueles que já têm a cabeça branca e pele enrugada pelo tempo. Ah, se não for Jesus em nossas vidas. Que Ele, com o seu puro amor, faça sobre cada um de nós pedagogos da fé e da esperança cristã. Sim, estamos logo começando o Advento, amar é esperar o que ainda não veio. Um parente que vai chegar, a vida que vai continuar, a criança que vai nascer em nosso meio. Não tenhamos medo de esperar, tenhamos força para continuar e lutar... E, acima de tudo, para educar no que é justo e verdadeiro. Amoris et Laetitia, nossa boa motivação para os próximos anos. Valeu, Povo de Deus.


Animação Bíblico-Catequética

Conheça o Álbum Catequético-Litúrgico 2017/2018 - Ano B Disponível para venda. Encomende já o seu: sac@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6325

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COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA

Animação Bíblico-Catequética

Comissão da Animação Bíblico-Catequética definiu seu plano de ação para 2018 A Comissão da Animação Bíblico-Catequética definiu as ações que serão realizadas no próximo ano. O plano foi elaborado com vistas a consolidar o itinerário de iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal em todos os lugares de iniciação da arquidiocese de Curitiba, fazendo acontecer um processo dinâmico entre a fé e a vida dos interlocutores. Além disso, tem também como objetivo despertar um caráter mais vivencial, orante, litúrgico e bíblico em todo e qualquer processo catequético. Para prosseguir no propósito de uma mudança de mentalidade na iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal o Plano contempla as seguintes ações: • Itinerário Catequético: definido para todas as instâncias da iniciação à vida cristã, depois de prolongada reflexão, estudo, contribuições e participação das bases; • Com o objetivo de consolidação dos projetos, torna-se necessário realizar ações específicas para

o catecumenato de adultos (Escola do Catecumenato), Catequese Familiar (encontro anual), formação para agentes da Pastoral do Batismo (Escola do Batismo) e formações paroquiais sobre o itinerário catequético quando solicitado; • Itinerário Formativo: existe uma política definida para a formação de catequistas, com cursos de formação para todos os níveis de catequistas: básico e médio. Destaca-se no ano de 2018 a necessidade do estudo do Documento 107 da CNBB; • Destaca-se o IAFFE com as seguintes Escolas: Catequética Discípulo Amado, Teológica, Litúrgica, Bíblica e outros espaços formativos que atendem a implantação da iniciação à vida cristã em estilo catecumenal; • Atualização do Diretório Arquidiocesano da Iniciação à Vida Cristã. • Necessidade de melhor estruturar e orientar a formação paroquial de catequistas.

Escolas específicas para catequistas e agentes da Pastoral do Batismo

Escola de Coordenadores de Catequese

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Escola de Agentes da Pastoral do Batismo

Escola do Catecumenato de Adultos


Importantes Encontros Formativos • • • •

A catequese com crianças e adolescentes na Arquidiocese de Curiiba A catequese familiar na Arquidiocese de Curitiba Encontro com catequistas da 4ª e 5ª etapas X Seminário Arquidiocesano de Catequese

Cursos ofertados pelo IAFFE em 2018 Conheça as Escolas e cursos que serão disponibilizados no próximo ano pelo Instituto Arquidiocesano de Formação na Fé – IAFFE para a formação de lideranças de pastorais, movimentos e grupos. As informações sobre programação, datas e inscrições estarão disponíveis no site www.arquidiocesedecuritiba.org.br a partir da 2ª quinzena de novembro.

Escola Arquidiocesana de Teologia – Temas da Fé

Escola Bíblica Arquidiocesana

Escola Catequética Discípulo Amado

Escola Arquidiocesana de Liturgia

Escola de Pastoral

Escola Arquidiocesana de Música Sacra e Litúrgica

Escola Arquidiocesana de Agentes da Pastoral Familiar Sagrada Família

Escola de Animação Missionária

Escola de Espiritualidade

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6318 / Coordenação: Pe. Luciano Tokarski / Assessoria: Regina Fátima Menon.

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Família e Vida

Mara Avelino Psicóloga Coordenadora do SOS Família

O Amor une a terra ao céu Celebrar o dia de todos os Santos e o dia de finados é

são os filhos que precedem os pais, como se a flor

contemplar o mistério grandioso da nossa passagem

ainda não estivesse pronta para a colheita, gerando

de volta à casa do Pai. É fazer memória de todos os

um completo desamparo.

nossos irmãos que nos precederam, deixando muita

Não podemos nos esquecer que a dor gerada pela

saudade. São estes nossos familiares, amigos, ben-

saudade é natural e depende de tempo para que o

feitores, enfim, todos aqueles que amamos, fizeram

nosso corpo e a nossa mente possam se adaptar a

parte da nossa história e deixaram em nossos cora-

todas as mudanças que uma separação pode gerar.

ções lembranças e sentimentos profundos.

Nestes momentos é importante lembrarmos que este processo será vivenciado por cada um de forma

E apesar da esperança renovada pela nossa fé, de que

diferente. Muito mais que vivê-lo, precisamos senti

todos nós um dia estaremos juntos na casa do Pai,

-lo. Não podemos superar a dor sem passar por ela,

quando é chegado o momento da separação, quase

dando-lhe um nome e um sentido. Por exemplo, di-

sempre sem nos prepararmos ou nos despedirmos,

zendo “apesar desta dor, escolho e decido, por amor

a dor é imensa. Sim, ela o é pois somos humanos e

aos que estão ao meu lado, continuar”. Desta forma,

sensíveis. Deus nos criou assim, justamente para

as memórias que, mesmo que ainda dolorosas, fo-

que pudéssemos compreender e penetrar na dimen-

ram arquivadas de forma resolutiva, ou seja, com um

são mais profunda do sentimento de amor que nos

sentido, poderão sempre ser recontadas e, assim, re-

liga ao Seu coração e ao coração do irmão. Graças a

vividas, carregadas de afeto.

esta unidade construída entre nós através do amor reciproco permanece dentro de nós todo dom que

Sempre que penso na morte do meu Pai, que partiu

recebemos e doamos, numa dimensão tão elevada

com 84 anos, e como foram os últimos momentos

que nada e tempo algum podem apagar, até que nos

com ele, me alegro. Como ele não podia mais enxer-

reencontremos novamente.

gar, líamos aos seus pés a Palavra de Deus para que ele pudesse se preparar para a sua passagem. Enquanto

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É bem verdade que, muitas vezes, a nossa condição

liamos os trechos bíblicos que o ajudavam a confes-

humana encontra dificuldades para compreender

sar o seu batismo, a sua salvação em Cristo e sua fé

a sensação de desolação causada pela ausência da-

na Ressurreição, ele ia repetindo “Amém, Amém”...

quela pessoa querida. Recolhida como uma flor no

Este gesto de amor vivido com ele nos liga continua-

jardim, às vezes, de forma abrupta e inesperada,

mente, não de forma triste, mas feliz. Quando conto

contra a nossa vontade. A dor se torna ainda maior

este fato, o que vem em meu coração não é a dor da

quando existe a inversão cronológica da partida e

separação, mas o que ficou do amor, gratidão.

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Por vezes, há resistência em sair deste estado emo-

onde esperamos ansiosamente o Senhor Jesus Cristo

cional, por imaginar que assim, manteremos viva a

como Salvador. Ele vai transformar nosso corpo mise-

presença do ente querido em nossa memória. Desta

rável, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso,

forma, o luto se prolonga, podendo causar tristezas

graças ao poder que ele possui de submeter a si todas

profundas e até mesmo nos adoecer. Com efeito,

as coisas”. (Fl 3, 20-21). Pois, “(...) o que os olhos não

aos que ficam, resta a tristeza, aos que partem uni-

viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem

dos a Deus e seus irmãos, a alegria e aos que partem

não percebeu, foi isso que Deus preparou para aqueles

distantes do amor fraternal, fica a esperança de que

que o amam”. (1 Cor 2,9).

serão misericordiosamente acolhidos por Ele. Pode acontecer, também, que a separação ocorra

Ancorados na fé, na esperança e nas promessas de

em momentos de crise no relacionamento e, diante

Deus, somos encorajados a passar por esta prova

do conflito, a morte pode chegar como um ladrão

de fé com o nosso olhar fixo na cruz de Cristo. Con-

sem a possibilidade de retomar o que havia sido

templar para além daquela cruz terrível, aquilo que

rompido. Nestes momentos, o sentimento de impo-

os olhos humanos não podem ver, só o coração pode

tência invade o coração. A paz nos é tirada pelo que

sentir, o Seu misterioso gesto de amor incondicional

não foi reconstruído, pelo perdão que não foi dado

e obediente. Jesus Abandonado que, na sua prova de

ou pedido, trazendo ao coração questionamentos,

amor maior, conquistou-nos o céu. Redimindo-nos

dúvidas, medos, culpas, revoltas, enfim, sentimen-

elevou-nos à condição de filhos e herdeiros de Deus.

tos que abalam profundamente nossa estrutura

Ali na cruz, Jesus venceu todos os medos e preocu-

emocional. Por isso, não percamos de vista que

pações, para que também nós pudéssemos suportar

a única certeza que temos é o momento presente

n’Ele as experiências mais terríveis na face da terra.

da vida. Estejamos preparados e reconciliados com Deus e com os irmãos, pois este dia chegará para to-

E nós, que caminhamos ainda na terra como igreja

dos nós, sem hora marcada.

militante, nos unimos à Igreja triunfante pelo Corpo de Cristo presente em nossos altares. O mesmo pão

Esta passagem que cada um viverá é única, pois a

que é oferecido aos anjos nos é oferecido na mesa

realidade desta experiência do encontro com o Pai

Eucarística. Nesta comunhão, gerada na cruz, a

depende de como construímos individualmente

terra se une ao céu numa realidade de unidade com

esse relacionamento com Ele e com o irmão.

todo o cosmo, com toda a criação. Assim, a Eucaristia nos torna um só corpo e uma só alma. Nos une

Paulo Apóstolo, dirigindo-se à comunidade de Fili-

a todos os Santos, a todos os que estão na casa do

pos (Fl 3,10-12), lembra-nos de sua caminhada de fé

Pai, numa realidade de reciprocidade no amor. Nós

e comunica os irmãos sobre a maturidade da vida

orando por eles e eles por nós. Podemos experimen-

cristã, que tem a cruz e a ressurreição como centro

tar, assim, já aqui na terra o prenúncio do que nos

da vida. A respeito do caminho da salvação, asse-

espera no céu. Somos cidadãos do alto, a vida co-

gura que “a nossa cidadania, porém, está lá no céu, de

meça aqui, mas tem sua plenitude na eternidade.

EXPEDIENTE Comissão da Família e Vida: Assessor Eclesiástico: Diácono Juares Celso Krun. Sonia Biscaia – soniaabs@arquidiocesecwb.org.br / 2105-6309

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Pe. Cesar da Silva sx Missionário Xaveriano

GAM

“Coragem! Sou eu. Não tenham medo.” Quando sou convidado a partilhar sobre a minha experiência missionária procuro sempre falar a partir do centro de todo o trabalho missionário, ou seja, o Evangelho, o qual fui enviado a anunciar. Aqui gostaria de ter como base para narrar minha experiência a realidade dos primeiros discípulos, especialmente de Pedro (Mt 14, 22-36). Neste episódio, depois da multiplicação dos pães, os discípulos estão no meio do mar e são castigados por uma forte tempestade. No meio da noite Jesus vai até eles caminhando sobre as águas. Este é um momento de medo, de encontro e de fé. Não posso resumir minha experiência nessas três palavras, mas elas me ajudarão a expressar parte dessa maravilha feita pelo Senhor na minha vida nos últimos anos.

língua nos faz passar por este mar irado que sacode todas as nossas bases, mas que nos introduz em um novo mundo de relações que é maravilhoso. Nas Filipinas usamos duas línguas todos os dias, o Inglês e o Tagalog. Isso significa que temos que passar pelo menos por duas grandes tempestades, mas como disse anteriormente, essa porta linguística nos abre a relações novas, encontros, que em um primeiro momento talvez como no evangelho parece que estamos vendo um fantasma, pois não somos capazes de entender, mas passo a passo o “fantasma” da língua se transforma em uma porta aberta a novos horizontes e mais uma vez se fazem presente as palavras: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo.”

Estou há nove anos fora do Brasil, cinco na Itália para estudos e os últimos quatro nas Filipinas. No imaginário de muitos a Missão é sempre em algum lugar em meio à floresta ou em lugares desertos, poucos imaginam que a grande missão da Igreja, em muitas partes do mundo, se dá em meio às grandes cidades, como Manila, onde eu estou trabalhado. É evidente que lugares como esses, com um grande aglomerado de pessoas, causam medo ou pelo menos algum tipo de apreensão. Muitas vezes, como os primeiros discípulos, penso ver fantasmas em meio àquela confusão da grande cidade por causa das situações de violência, desigualdade, pobrezas de todo tipo, etc. Porém, em muitas dessas situações é o Senhor mesmo que está presente e repetindo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo.”

Em meio a todas as situações análogas a essas, grande cidade e nova língua, a missão continua como a Pedro, o Senhor me chama a caminhar sobre essas águas impetuosas. Primeiro Pedro pede: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro...” e a resposta é clara: “Venha”. Ir ao encontro do Senhor na pessoa de cada irmã e irmão é sempre uma experiência de vida nova. Encontro é uma palavra chave na vida do missionário. É sempre novo este convite do Senhor a Pedro... “Venha”... Todos os dias ouço estas palavras endereçadas a mim para segui-lo mesmo em meio à tempestade, e é aí que faço aquela experiência de encontro com o Senhor nos irmãos e irmãs.

Manila é uma metrópole de mais de quinze milhões de habitantes, os números nunca foram precisos, como toda capital reúne gente de todo o país. Sabendo que as Filipinas são um arquipélago formado por 7.105 ilhas podem imaginar o quanto diversa é a população desta grande cidade. Cheguei em Manila quatro anos atrás e desde então estou trabalhando na formação de novos missionários no nosso seminário de teologia. De certa forma, esse trabalho não me coloca em situações de contado direto com o povo, como os meus confrades que trabalham na paróquia, mas mesmo assim tenho muitas oportunidades para esses encontros e mesmo em uma casa de formação, dia após dia, no encontro com cada estudante escuto, aquelas palavras do Senhor: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo.” O que não falar sobre o que acontece quando se faz a experiência de aprender uma nova língua! Um dia após o outro, palavra por palavra, até se formarem as frases... Posso dizer que a experiência de aprender outra

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Nesses encontros faço também a minha experiência de fé, especialmente quando visito os doentes, prisioneiros e muitos outros que sofrem com o terrível mal que atinge muitos nas grandes cidades, o mal da solidão. Essas pessoas me ensinaram a renovar a minha fé. E como Pedro, eu sei que a minha pouca fé não é suficiente para eu caminhar sobre as águas, mas é suficiente para o Senhor operar maravilhas, para estender sua mão e salvar-me. Anos atrás o Papa Francisco visitou as Filipinas, foi um evento histórico. Meses antes da visita veio uma repórter à nossa comunidade para fazer uma daquelas matérias televisivas para a ocasião. Depois da entrevista começamos a falar da vida e da missão; ela, em sua admiração pelo trabalho missionário, disse: “penso que para ser missionário precisa ter muita coragem, muita fé, muita força...” e muitos outros que não me recordo. Respondendo eu disse eu tenho pouca coragem, pouca fé, pouca força... Tenho somente a certeza que o Senhor sabe trabalhar com esse pouco de cada um dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo.”


Material de apoio para evangelização nas pequenas comunidades A Arquidiocese de Curitiba lançou a 31ª edição do Caminhando, livros de evangelização voltado para pequenas comunidades de fé No mês de outubro, durante a Assembleia Geral do Clero, a Arquidiocese de Curitiba lançou o Caminhando 31 – ano litúrgico 2017-2018. É um material de apoio para a evangelização, destinado às pequenas comunidades – grupos de cristãos que se reúnem nos lares durante a semana. Estes grupos podem ser: Grupos de Reflexão, Grupos de Famílias, Grupos de Vivência Cristã, Pequenos Grupos, Círculos Bíblicos, Comunidades Eclesiais de base, Pequena comunidade de fé, entre outros. O Caminhando apresenta um roteiro para cada reunião desses grupos, que é centrada no Evangelho proposto para cada dia. Os livros têm orações, sugestões de cantos, textos de interpretação da Palavra e sugestões de perguntas para conversa entre os membros do grupo. O objetivo do Caminhando é ajudar no crescimento e fortalecimento da fé nesses grupos. Por meio do encontro com a Palavra de Deus, o povo cristão pode se tornar mais próximo dEle e levar sua Palavra adiante.

Participe da formação aberta para a comunidade Dia 11 de novembro em Curitiba

Segundo Padre Alexsander Cordeiro Lopes, coordenador da ação evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba, o diferencial do Caminhando 31 em relação aos anos anteriores é sua natureza profundamente bíblica. De acordo com ele, os subsídios dos anos anteriores eram mais focados na doutrina da Igreja ou na visão de algum teólogo sobre determinado assunto. “Agora nós temos buscado focar na Sagrada Escritura e no que ela diz”, ressalta Padre Alex. Uma forma de aproximar o povo da Palavra é o CD que acompanha o Caminhando, que serve como guia de Leitura Orante do Evangelho. O subsídio é dividido em dois livros: “Novena de Natal e Tempo Comum I” e “Novena de Quaresma e Páscoa e Tempo Comum II”. Padre Alex ainda faz o convite para que os cristãos participem das pequenas comunidades que se reúnem nas casas: “Fazer parte é o primeiro passo para a evangelização”. Os subsídios podem ser adquiridos no setor de artigos religiosos da Mitra da Arquidiocese de Curitiba, na Rua Jaime Reis, 369 (bairro São Francisco), através do telefone (41) 2105-6325 ou e-mail sac@arquidiocesecwb.org.br ou mesmo via site da arquidiocese.

Um encontro de formação sobre o Caminhando será realizado no dia 11 de novembro, às 15h, no auditório da Obra Evangelizar (Praça Senador Correia, 55, Centro). A formação será gratuita e aberta a todos que quiserem conhecer melhor esse subsídio de evangelização.

EXPEDIENTE

GRUPO DE ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA: (41) 2105-6375 comidi@arquidiocesecwb.org.br / Patryck Madeira / Edson Soares: (41) 2105-6376 Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017

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Peregrinação missionária

Peregrinação missionária no mês das missões Desde o dia 8 de setembro, as paróquias da Arquidiocese de Curitiba estão recebendo a Peregrinação da Bíblia e dos Símbolos Missionários: a cruz e a imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. A Peregrinação está organizada para que os símbolos passem por todas as paróquias da Arquidiocese até junho do ano que vem, de acordo com a organização de cada setor. O objetivo da Peregrinação é alimentar a chama do ardor missionário no coração de cada fiel, em cada comunidade. A peregrinação é também uma resposta ao pedido do Papa Francisco por uma Igreja em saída e em missão permanente, que leva sua fé para fora das comunidades. A Palavra e os Símbolos Missionários iniciaram o mês de outubro passando pelo Setor Almirante Tamandaré, onde ficaram desde 24 de setembro até 7 de outubro. Segundo Frei Nelson Martins dos Santos, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e coordenador do Setor Almirante Tamandaré, foram celebradas missas com os símbolos nas paróquias do setor. Frei Nelson comentou que nos lugares mais pobres da região próxima à sua Paróquia, onde não existem capelas, os Símbolos Missionários foram expostos para que os fiéis os tocassem. Nesses lugares, foram realizadas celebrações da Palavra, com orações e cantos. A Peregrinação seguiu então para o Setor Capão Raso, onde os símbolos permaneceram até 21 de outubro. Ainda no mês de outubro, seguiu para o Setor Campo Largo (até 4 de novembro).

A programação por setor pode ser acessada em www.arquidiocesedecuritiba.org.br/simbolosmissionarios.

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Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017


VIOLETA MARIA ESTEPHAN Equipe Arquidiocesana do Dízimo

Dízimo

XIX SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DO DÍZIMO Aconteceu no domingo, dia 8 de outubro, o XIX Seminário Arquidiocesano do Dízimo na casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê, com a participação de 181 lideranças das paróquias da Arquidiocese de Curitiba. O dia de formação iniciou-se com a Santa Missa, celebrada por Padre Anderson Bonin e assistida pelo Diácono Bento Scandian. O tema do encontro, “O Dízimo no Ano do Leigo (Laicato): Vocação, Espiritualidade e Testemunho do Fiel Leigo”, foi brilhantemente abordado pelo palestrante Aristides Luís Madureira, que levou os participantes a refletirem sobre a missão dos cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade a partir dos recentes Documentos da Igreja (Documentos da CNBB 105, 106 e 107). O evento contou com as visitas dos bispos auxiliares da Arquidiocese de Curitiba Dom Amilton Manoel da Silva e Dom Francisco Cota de Oliveira autenticando o trabalho da Pastoral do Dízimo nas paróquias e comunidades. Ao ensejo, a equipe arquidiocesana do Dízimo sente-se honrada com a indicação de Dom Francisco como Bispo Referencial da Pastoral do Dízimo Arquidiocesana.

O DÍZIMO NO ANO DO LAICATO Sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14) A Igreja no Brasil dedicará o ano de 2018 aos cristãos leigos. O "Ano do Laicato" tem como objetivo estimular a presença e a atuação dos cristãos homens e mulheres, com maior entusiasmo, como sal, luz e fermento na Igreja e na sociedade, buscando mais justiça e paz no mundo. O Documento da CNBB 105: Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5,13-14) trata da vocação dos cristãos, verdadeiros sujeitos eclesiais e corresponsáveis pela nova evangelização e serve como fonte de ensinamentos para o desenvolvimento de ações das pastorais em 2018. Em relação à ação da Pastoral do Dízimo, o documento orienta sobre o fortalecimento da consciência de pertença à comunidade eclesial, de gratidão a Deus e corresponsabilidade, para acontecerem a comunhão e a partilha necessárias à sustentação da Igreja e de suas ações missionárias junto à sociedade, por meio

do dízimo, das ofertas e das campanhas da Igreja no Brasil (CNBB, Doc. 105, n. 274i). Apesar do dízimo já ser uma realidade na Igreja do Brasil, há muito o que se fazer para que a evangelização por meio dele desperte no cristão leigo o verdadeiro sujeito eclesial, que vive sua condição de filho de Deus na fé, e assume seus direitos e deveres na Igreja. Propor o dízimo como meio de sustentação financeira da Igreja e sua ação missionária, requer a compreensão do dízimo como manifestação autêntica e espontânea de gratidão, fé em Deus e participação na vida da Igreja e em sua missão evangelizadora. Para que isso aconteça, é preciso vencer o individualismo e assumir o compromisso moral com sua comunidade e Igreja. É necessário, então, ser uma pastoral de inclusão, inserção e realização cristã, uma pastoral em saída, que acolhe o próximo como “alegria e coroa minha” (Fl 4,1).

EXPEDIENTE

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon. Pastoral do Dízimo: (41) 2105 6309 - Sonia Biscaia - Secretária Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017

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Dimensão Social

João Ferreira Santiago Teólogo, Poeta e Militante É Mestre em Teologia e Especialista em Assessoria Bíblica

Viver é manter viva a esperança e morrer é perder a fé “(...) Que além da vida que se tem, existe uma outra Vida além e assim... O renascer, morrer não é o fim.” (Roberto Carlos)

No calendário anual dos cristãos, o mês de novembro

em que o Frei dominicano, cearense, se expressou é

é quando se celebra o dia de finados, e a partir deste

curvar-se diante das injustiças dando-lhes reconhe-

costume faz-se memória das pessoas queridas, ami-

cimento. É mentir sobre outro irmão ou a outra irmã,

gos e parentes que partiram para a casa do Pai. Nós

para possivelmente tirar alguma vantagem. É dar um

cristãos não gostamos muito de falar da morte, e

falso testemunho, atitude anticristã, tão na moda

significativa parcela de nós vive como se a morte não

em nosso país e conhecida como delação premiada.

fizesse parte da vida. Especialmente nós, os cristãos

Jesus de Nazaré, em circunstâncias semelhantes dei-

católicos, tratamos a morte como um tabu. Mesmo

xa-nos uma eloquente mensagem, ao dizer, “Ninguém

sabendo através de Paulo e de sua comunidade que

tira a minha vida; eu a dou livremente” (Jo 10, 18). Ainda,

dizem “Pois o salário do pecado é a morte, mas a graça de

viver, para um cristão e para uma cristã é amar e ser-

Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6,

vir, a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como si

23). A gente sabe que ela um dia e uma hora chegará,

mesmo. Depois de anunciar este ensinamento, disse

até a aceita em certa medida, mas é melhor não falar.

Jesus, “Pratique isso, e você viverá” (Lc 10,28).

Talvez possamos até mesmo dizer que esta seja uma atitude do cristianismo ocidental. Inclusive, muitos

Existem inclusive, muitas situações piores do que a

de nós não deixamos as crianças irem ao velório, ti-

morte nesta vida. Ser obrigado a sobreviver sem es-

rando-lhes o direito de aprender que a vida, nesta

perança, sem perspectiva nenhuma, sem qualquer

dimensão, é finita. A morte não é apenas “o segredo

sentido da vida; famílias que vivem sem nenhum

dessa vida”, como diz Raul Seixas, mas também a úni-

conforto; como são forçadas a suportar imensas

ca certeza, repleta de dúvidas, é verdade, que temos

multidões de excluídos, oprimidas por regimes au-

na vida. A gente está pronto para morrer a partir da

toritários e corruptos; é uma afronta à vontade de

hora que nasce, mas a gente nunca está preparado

Deus, que nos ama a todos como filhos e filhas. Os

para a despedida de um ente querido.

responsáveis por tamanhas iniquidades, a negação de direitos e da própria dignidade humana, como

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Morrer, no entanto, como nos diz o poeta, “não é o

acontece hoje em nosso país com os três poderes

fim”. A esperança cristã, assim como a fé, “sua com-

corrompidos pelo espírito maligno do ódio, da ga-

panheira inseparável”, como diz Jürgen Moltmann,

nância e da concentração da renda e do poder; o

nos ensinam a esperar em Deus e a não temer nem

paradoxo em que vivemos, uma época com tantas

mesmo a morte. Jesus mesmo nos dá este testemu-

possibilidades de superação da fome e outras vio-

nho imitado por uma multidão de mártires que o

lências, em um país com tantas riquezas, seja atra-

seguiram. Frei Tito de Alencar, um destes mártires/

vés de talentos humanos ou de recursos naturais,

testemunhas, jovem torturado pela ditadura militar,

tornar-se colônia das nações “desenvolvidas” eco-

disse-nos que, “É melhor morrer do que perder a vida”.

nomicamente e subdesenvolvidas humanamente;

Perder a vida, numa visão profética, e no contexto

ver a terra e toda criação tornada em mercadoria

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017


no leilão de horrores por gestores inescrupulosos,

da maioria das pessoas que se tornam escravas e

condenando à morte milhares de espécies, as fu-

dependentes das drogas.

turas gerações e grande parte da geração atual. São situações de morte em que a vida, a justiça e

A fé e a esperança cristãs nos ensinam que a gen-

o direito, como ficou decretado pelo atual estado

te apenas não morre quando encerra a nossa pas-

de exceção, na frase de um magistrado, “Não vem

sagem pela terra, mas muda de vida. Conforme a

ao caso”, discutir. Cabe-nos, como Igreja, ser a voz

comunidade Joanina nos testemunha sobre Jesus,

do Evangelho que diz: “Ai de vocês, doutores da Lei e

“Esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (1 Jo 2,

fariseus hipócritas! Vocês pagam o dizimo da hortelã, da

25). Ainda, nos diz a mesma comunidade que “Quem

erva-doce e do cominho, mas desprezam as coisas mais

tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não

importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fideli-

tem a vida” (ver 1 Jo 5, 11-13). Quem tem o Filho, neste

dade” (Mt 23, 23). Destroem os sonhos e matam a

caso, é quem faz a vontade do Pai. Na raiz de nossa

esperança dos pobres.

fé cristã, a cultura hebraica, talvez tivesse uma relação melhor com a morte. Desde que depois de uma

São muitas as situações de morte, fruto da violência

vida longa e vivida com as bênçãos de Deus, mas,

e que se configuram em mortes injustas, portanto.

assim como para nós também hoje, tinha muitas di-

Vejamos o tráfico de pessoas e de órgãos humanos,

ficuldades para aceitar a morte de um/a jovem em

por exemplo, denunciado pela CNBB, na Campa-

plena primavera da vida. A morte injusta, violenta,

nha da Fraternidade de 2014. O tema “Fraternida-

ou causada pela negligência no atendimento bási-

de e Tráfico Humano”, que denunciou o drama de

co, mesmo que de uma pessoa de idade, deve nos

milhões de famílias com seus filhos, principalmen-

causar indignação e a convicção de que não é essa a

te suas filhas desaparecidas. Não há pior situação

vontade de Deus.

para uma família do que não saber onde estão seus filhos, se vivos ou mortos. Não há pior situação para

A comunidade organizada, fraterna e em comunhão

a fé cristã do que não poder enterrar seus mortos,

com a Palavra de Deus é o melhor conforto para os

devolvendo-os ao criador. Outra realidade presente

momentos de luto e de perda de algum ente queri-

nas famílias cristãs e que desfigura a vida é a ques-

do. Queremos sempre que eles sejam recebidos pelo

tão das drogas, que leva desgraça para toda a famí-

Pai nas condições em que nos apresentam o salmis-

lia, adoecendo-a em todo o seu corpo e, na maioria

ta, “Quem pode subir à montanha de Javé? Quem pode

das vezes, levando à morte física o membro, o que

permanecer em pé em seu santo lugar? Quem tem mãos

em muitas situações se torna um alívio, uma liber-

inocentes e coração puro, quem não se deixa levar por

tação. Diz uma antiga canção de Roberto Carlo algo

falsários, nem faz juramento com base na mentira. Esse

muito oportuno para este terrível drama: “Às vezes

receberá a bênção de Javé e a justiça de Deus seu salvador.

quem sabe de tudo tem mais pra saber. Que a porta tão

Essa é a geração que o procura, que procura tua face, ó

larga na entrada se estreita depois! E quando lá dentro se

Deus de Jacó” (Sl 24, 1-6). Mas, sobretudo, confiamos

paga. A luz da estrada perdida. É duro esmurrar as pare-

na misericórdia infinita de Deus. O profeta Isaías,

des, buscando a saída. De volta, pra vida!” (O Careta).

entretanto, nos deixa importante orientação: “Pro-

Isto nos remete ao Evangelista Mateus que nos diz:

curem Javé enquanto ele se deixa encontrar” (Is 55,

“Entrem pela porta estreita, porque é largo e espa-

6). É essa a hora da conversão, é agora a hora da

çoso o caminho que leva para a perdição” (ver Mt 7,

mudança de vida. Sobre a fé e a esperança na res-

13-14). A Igreja tem a Pastoral da Sobriedade, como

surreição, sobre a confiança na fidelidade de Deus

sinal de esperança e de vida. A Igreja é o destino e

aos que o temem e o seguem e são fiéis às suas leis,

tem sido o caminho de salvação, de resgate da vida

sobre morrer e viver (ver 2 Mc 7).

EXPEDIENTE Comissão da Dimensão Social: Coordenadores: Pe. Danilo Pena / Diác. Antonio Carlos Bez / Diác. Gilberto José Felis. Secretaria: Maria Inês da Costa. Telefone: 2105-6326 dimensaosocial@arquidiocesecwb.org.br Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017

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Comunidades

Comunidade Católica “Filhos da Misericórdia” A fundação da Comunidade “Filhos da Misericórdia” é

dispersos de Israel – e João 4:5-15 – Dar de beber a to-

comemorada em duas datas: 6 de fevereiro e 6 de ju-

dos que têm sede de Jesus Cristo.

nho. No dia 6 de junho 2009, que chamamos de ‘Dia de pentecoste’, foi quando Deus na sua bondade colocou

O carisma fica acentuado quando acolhemos e leva-

em nossos corações que queria algo novo, e neste dia

mos a misericórdia de Jesus aos necessitados, feridos,

o coração parecia que iria sair pela boca, queimava o

enfermos e os dispersos de Israel, aqueles que por

nosso peito e uma vontade enorme de seguir adiante

diversos motivos estão afastados da amada Igreja. É

e fazer o que Deus nos pedia. No dia 6 de fevereiro de

aqui que Deus revela-se na simplicidade, no carinho

2010, após nove meses de oração, escuta, acompa-

com o outro, trazendo a cura do corpo e da Alma e

nhamento da igreja e discernimento, nascia em um

transformando sua vida.

retiro a Novo Comunidade Filhos da Misericórdia, para a Igreja e para sociedade.

Trabalhamos diretamente com as famílias, valorizando a vida, restaurações de casamentos e vida

Essa missão tornou possível quando Deus colocou

familiar, levando-os a uma experiência pessoal com

no coração dos fundadores Neusa Albiero e Messias

Jesus Cristo.

Albiero em chamar seis casais amigos para tomar um café e rezar em sua casa. Estes amigos passaram por

Em nossa casa de Missão temos várias atividades de

anos de experiência na Renovação Carismática Cató-

Grupo de Oração, adoração ao Santíssimo, Terço dos

lica. Neste dia, todos que estavam se sentiram igual-

Homens, encontro de oração para Casais e para Jovens.

mente tocados pelo mistério da Divina Misericórdia, segundo as revelações da Santa Faustina Kowalska.

Localização Rua Marcolina Caetana Chaves,

E ali iniciava a Comunidade Filhos da Misericórdia,

n° 296 – Sitio Cercado – Curitiba-PR

tomando por base a palavra de Isaías 49 – Reunir os

Contato Fone: (41) 3289-4581 ou (41) 99618-9096.

EXPEDIENTE

COMISSÃO DAS NOVAS COMUNIDADES: Assessor Eclesiástico: Pe. Gevanildo Augusto Torres . Resp.: Eliezer Teixeira. Telefone: 3022-5521

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Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017


Painel do Leitor

Clero da Arquidiocese de Curitiba se reúne em Assembleia Os bispos, padres e diáconos da Arquidiocese de Curitiba participaram da XXIV Assembleia Geral dos Presbíteros durante os dias 17, 18 e 19 de outubro. O objetivo do encontro foi discutir sobre encaminhamentos pastorais para o futuro, com base na “Amoris Laetitia” (A Alegria do Amor) – uma exortação pastoral do Papa Francisco sobre o amor na família. A Assembleia deste ano teve como assessores Pe. Rafael Solano, da Arquidiocese de Londrina, e Pe. Fabiano Dias Pinto. No último dia da Assembleia, a Arquidiocese de Curitiba lançou a 31 ª edição do Caminhando, um subsídio para a partilha do Evangelho em pequenos grupos de cristãos.

Jubileu de Aparecida é celebrado em sessão solene na Assembleia Legislativa do Paraná No dia 9 de outubro, A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) realizou uma sessão especial para celebrar o Jubileu de 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, que foi comemorado no dia 12 de outubro. A iniciativa partiu do deputado estadual Nereu Moura (PMDB) e teve a presença de autoridades civis e eclesiásticas. O evento homenageou paróquias, santuários e catedrais dedicados a Nossa Senhora Aparecida no Paraná, assim como seus sacerdotes. Também foi reconhecido o trabalho dos Missionários Redentoristas, responsáveis pelo Santuário Nacional de Aparecida.

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Crianças da IAM se divertiram em Show Missionário Cumprindo sua tradição do mês de outubro, mês das missões, a Infância e Adolescência Missionária (IAM) da Arquidiocese de Curitiba realizou no dia 1º do mês passado o Show Missionário. O Show foi um momento de celebração pelas missões feitas durante o ano, como o terço missionário, arrecadação de alimentos, visitas às famílias e aos doentes. As crianças puderam se divertir com brincadeiras, contação de histórias e peça teatral. O Show Missionário aconteceu na Comunidade São José do Pilarzinho e teve a presença de cerca de 350 crianças e 100 assessores, além de familiares.

Escola Diaconal São Filipe Pausa em 2018 para atualização

Por determinação do Arcebispo de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo, a Escola Diaconal São Filipe não abrirá nova turma em 2018, para possibilitar um tempo de reflexão para futuras modificações na formação diaconal na Arquidiocese.

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Fotos: Fátima Santos

Painel do Leitor


Congresso Nacional da Divina Misericórdia Inscrições abertas

A 16ª edição do Congresso Nacional da Divina Misericórdia será nos dias 10, 11 e 12 de novembro, no Santuário da Divina Misericórdia de Curitiba. O tema do Congresso deste ano é: “A mulher que acreditou que para Deus tudo é possível e por isso é Bem-aventurada”. O link para as inscrições pode ser encontrado no site da Arquidiocese de Curitiba. Os palestrantes confirmados são: Irmã Ângela Coelho, de Fátima, Portugal (postuladora da causa de canonização de Francisco e Jacinta Marto e vice-postuladora da causa de beatificação da Irmã Lúcia), Frei Clodovis Boff (padre, doutor em teologia e professor), e o Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo.

Semana Nacional da Vida na Arquidiocese de Curitiba Principais ações na cidade foram o V Seminário da Vida e a II Marcha pela Vida A Semana Nacional da Vida, que acontece sempre de 1º a 7 de outubro – culminando no dia 8 com o Dia do Nascituro – foi celebrada na Arquidiocese de Curitiba. Logo no dia 1º, aconteceu na PUC-PR a 5ª edição do Seminário da Vida, um encontro voltado para a reflexão sobre o valor da vida desde a sua concepção. Além do debate, o Seminário da Vida buscou incentivar ações concretas em defesa da vida na Arquidiocese de Curitiba, encorajando as ações já existentes e propondo novas ideias. Uma delas é a busca por mais visibilidade para o Dia do Nascituro, que está no calendário oficial de Curitiba desde 2008, mas ainda não é muito lembrado na sociedade civil. Outra ação em defesa da vida em Curitiba durante a Semana foi a II Marcha pela Vida, organizada pela Casa Pró-Vida Mãe Imaculada. A caminhada aconteceu no dia 7 de outubro, da Boca Maldita até a Catedral. O evento teve a presença de aproximadamente 100 pessoas. Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2017

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Adquira as produções da Arquidiocese de Curitiba Caminhando 31 Subsídio para grupos de cristãos que se reúnem em nos lares para evangelizar. São dois fascículos para o ano litúrgico: “Novena de Natal e Tempo Comum I” e “Novena de Quaresma e Páscoa e Tempo Comum II”.

Valores: R$ 5,00 por livro ou por CD Na compra de 15 livros, ganha 1 CD.

Álbum Catequético Litúrgico – 2017-2018 Família, Catequese e Liturgia Fontes da Iniciação Cristã – Ano B

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Solicite: sac@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105 6325 Av. Jaime Reis nº: 369 Alto São Francisco Curitiba/PR


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