Revista Voz da Igreja - Julho de 2019

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Revista

VOZ DA IGREJA ANO XVI - EDIÇÃO 194 - JULHO DE 2019 Impresso Especial

COMUNICAR E EVANGELIZAR

36000135947 - DP/PR ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

CORREIOS

Em resposta ao chamado de comunicar para evangelizar, a Arquidiocese de Curitiba volta os olhos para novas ações que visam ir ao encontro de todos. Pág. 8

Juventude Missionária Saiba mais sobre este serviço que mantém o espírito missionário e profético nos jovens . Pág. 12

Ação Evangelizadora no Brasil Conheça as diretrizes gerais estabelecidas na Assembleia Geral dos Bispos. Pág. 18

Corpus Christi 2019 Curitiba reuniu mais de 100 mil pessoas em uma linda demonstração pública da fé Católica. Pág. 24


Agenda Mensal dos Bispos Julho/2019

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial “Ide por todo o mundo e anunciai o evangelho”. Este foi o convite deixado a todos nós por nosso Senhor Jesus Cristo. É por esta razão que nesta edição da revista Voz da Igreja anunciamos que a Arquidiocese de Curitiba, em resposta ao chamado de comunicar para evangelizar, volta os olhos para novas ações que visam ao encontro de todos. Trazemos novidades na Comissão de Comunicação, e dentre as ações imediatas implantadas está a Escola de Formação Itinerante, que terá formação em todos os 15 setores pastorais da Arquidiocese. Nesta edição você também vai conhecer a pontifícia obra da propagação da fé da Juventude Missionária, um serviço de animação missionária que tem por finalidade fomentar e manter o espírito missionário e profético nos jovens, ajudando-os a viver a missão em âmbito local e universal. Dom Amilton apresenta as diretrizes gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), aprovadas na última Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, realizada em Aparecida (SP) de 1º a 10 de maio deste ano. Dom Pedro Fedalto fala sobre a celebração da festa de Nossa Senhora do Carmo. A devoção é amplamente difundida no mundo inteiro, porque está intimamente ligada ao Escapulário de Nossa Senhora. E o seminarista Fábio Costa faz uma reflexão sobre vocação e amor, afirmando que “toda vocação nos leva a assumir um compromisso de amar verdadeiramente”. E Curitiba reuniu mais de 100 mil pessoas na celebração de Corpus Christi 2019, em uma linda demonstração pública da fé e unidade católica. Não deixe de conferir. Que você e sua família tenham um abençoado mês de julho!

Fale Conosco ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR) Bárbara Moraes: (41) 2105-6342 barbaramm@mitradecuritiba.org.br Patryck Madeira patryckam@mitradecuritiba.org.br

Imprensa: Téo Travagin - 5531 (DRT-PR) comunicacao@mitradecuritiba.org.br Fones / Fax: (41) 2105-6343 E-mail: comunicacao@mitradecuritiba.org.br Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Maurício Gomes dos Anjos | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Pe. Márcio Luiz Fernandes | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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Arquidiocese de Curitiba | Julho 2019

01 • Expediente na Cúria 02 • Gravação do Programa Conhecendo a Palavra – TV Evangelizar • Formação Bíblica – Sant. Nossa Senhora do Carmo 03 • Expediente na Cúria • Reunião PPI • Palestra para casais na Paróquia Nossa Senhora das Mercês 04 • Reunião do Setor Campo Largo • Expediente na Cúria • Visita ao Seminário Rainha 05 • Criação da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima – Osternak • Posse Pe. Anderson Mathias Bonin Bueno 06 • Formação Rhema • Palestra no encontro da Polícia Militar do Paraná • Missa de Encerramento Mães que Oram Pelos Filhos – Par. Divino Espírito Santo 07 • Crisma na Paróquia São José Trabalhador – Campina do Siqueira 08 • Gravação do Programa Leitura Orante – TV Evangelizar 09 • Reunião da APAC • Formação para casais – Paróquia São Braz 10 e 11 • Congresso dos Seminaristas – RS 12 • Missa na Cúria

12 • Início do Tríduo de Nossa Senhora do Carmo 13 • Crisma na Paróquia Divino Espírito Santo 14 • Missa no Carmelo • Explicação da Santa Missa para Pastoral dos Surdos 15 • Missa Reunião Regional Sul II CNBB – Catedral 16 a 18 • Brasília 19 • Missa no Retiro do Focolares 20 • Missa no Congresso dos Meninos Cantores de Campo Largo • Missa no Pequeno Cotolengo 21 • Missa Jubileu Santuário Divina Misericórdia • Gravação do Programa Conhecendo a Palavra – TV Evangelizar 23 • Expediente na Cúria 24 • Curso Bíblico – Paróquia Santo Antônio do Orleans 25 • Expediente na Cúria • Reunião do CAP 26 • Crisma na Paróquia São Rafael 27 • Formatura PUC 28 • Ordenação Diaconal – Daniel 29 • Formação Presbiteral – Guaratuba 30 • Expediente na Cúria

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 a 03 • Formação do clero em Guarapuava 14 • Crisma na Paróquia São Judas Tadeu 05 • Expediente na Cúria • Missa Santuário Nossa Senhora do • Criação da Paróquia Nossa Senhora do Carmo Rosário de Fátima – Osternak 15 a 19 • Reunião dos Secretários da CNBB do • Posse Pe. Anderson Mathias Bonin Brasil Bueno 15 • Missa de Abertura da Semana 06 • Missa de abertura do retiro da Polícia Missionária – Xaxim Militar do Paraná 16 • Missa Padroeira: Santuário Nossa • Crisma na Paróquia São José das Senhora do Carmos Famílias, em dois horários 17 • Congresso dos Meninos Cantores de 07 • Assembleia da Pastoral Familiar – Campo Largo Santuário da Divina Misericórdia 19 • Missa de Encerramento da Novena de • Formação da Coordenação da Infância Sant’Ana Missionária 20 • Reunião do Setor Juventude – Cúria • Crisma na Paróquia Santa Maria Goretti • Crisma Paróquia Profeta Elias, em dois 08 • Missa na Paróquia Imaculada horários Conceição 21 a 24 • Visita Pastoral 09 • Reunião da APAC 21 • Missa na Mariápolis • Ensinamento na Pastoral Familiar – CIC 25 • Reunião CAP – Cúria 10 • Expediente na Cúria 25 a 28 • Retiro em Belém – PA • Neocatecumenato – São Francisco de 28 • Crisma Paróquia São Pedro Apóstolo Assis – Xaxim 11 • Formação – Paróquia Nossa Senhora 30 • Formação – Paróquia Senhor Bom da Paz Jesus – Portão 12 • Missa Comunidade São Cristóvão – 31 • Formação – Seminaristas Passionistas Xaxim 13 • Crisma na Paróquia Profeta Elias, em dois horários

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 a 05 • Retiro com os Palotinos – Maringá – PR 13 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do 05 • Crisma na Paróquia Santa Cândida Amparo 06 • Crisma na Paróquia Santa Cândida • Crisma na Paróquia São Pedro Apóstolo • Crisma na Paróquia Menino Deus – – Itaperuçu Boqueirão 14 • Crisma na Paróquia Nossa Senhora da 07 • Crisma Paróquia Menino Jesus – Porto Boa Esperança – Pinhais Amazonas • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do • Missa de Encerramento do Encontro da Amparo Pastoral Familiar 15 • Missa Triduo Nossa Senhora do Carmo • Reunião Formal da Equipe de Nossa 16 • Reunião Projeto Moradia por Primeiro Senhora 19 • Crisma na Paróquia São José Operário 08 • Reunião da Casa do Migrante – Pinhais 09 • Reunião da APAC 20 a 24 • Visita Pastoral Paróquia Sagrada • Expediente na Cúria Família – Pinhais • Missa Paróquia Nossa Senhora da 20 • Missa no Retiro do Focolares Visitação – Pastoral Social 25 • Reunião do CAP 10 • Reunião do Setor Pinhais • C risma na Paróquia Anjo da Guarda – 11 • Reunião do Setor Colombo Almirante Tamandaré • Avaliação dos projetos para FDS 27 • Missa Seminário Bom Pastor 12 • Reunião do Setor Almirante • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Tamandaré Bom Conselho • Avaliação dos projetos para FDS 28 • Crisma na Paróquia Santo Inácio Mártir • Crisma na Paróquia Nossa Senhora do 29 e 30 • CNBB Nacional Amparo


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Eucaristia é linguagem celebrada e solidariedade cultivada Homilia realizada na Santa Missa de Corpus Christi O evangelista nos retrata a compaixão do Senhor. Era uma multidão que o seguia, ou que nele buscava esperanças. Que conhecia muitas incertezas, ou experimentava-as. Eram muitos os líderes na época que propunham caminhos e descaminhos. Eram muitos os que com frequência se perguntavam por Deus, porque eram tentados a sentir-se esquecidos por Ele. O Senhor se apresentou não porque precisava, ou queria, ou buscava quaisquer formas de projeção, mas para que aqueles que precisavam Dele o sentissem próximo. Nas suas palavras humanas, nos seus olhares, nos seus gestos, na sua solidariedade, tudo se afigurava muito humano, mas eram toques de Deus, a voz de Deus, as ternuras de Deus que encontravam eco e expressão. O Senhor estava em caminho, ele fizera uma travessia, o povo também O seguia. Não sem expectativas, muitas delas enganadas, errôneas, mas buscavam-No. "Dai-lhes vós mesmos de comer". Parecia pouco o que os discípulos dispunham, experimentavam suas impotências de maneira imediata e direta. Mas do que precisava o Senhor? Não de suas potências e competências, mas da solidariedade dos discípulos em favor daqueles sofridos. Falar de eucaristia não é apenas reportar-nos à ritualidade, nem ao cerimonial, muito menos é qualquer forma pomposa de expressão religiosa. Tudo isso tem sentido na medida em que é linguagem celebrada, e uma solidariedade cultivada, caridade vivida, perdão difundido, silêncio de acolhida e contemplação do humano, do que tem de nobre, do que tem de pobre. Não se trata aqui de qualquer convicção de tipo sociológico. Mas não é possível, já desde São João Crisóstomo, admirar a presença Dele entre nós, no seu corpo, se no corpo do fraco o próprio Senhor é ignorado. “Fazei isto em minha memória" (Cor 11:24). Do que se trata essa memória se o Senhor ofereceu seu corpo, sua vida, seu sangue, e se ofereceu em forma de alimento? É para que elevemos à nossa interioridade o modo do Senhor ter vivido. Se nos curvássemos ante a presença do Cristo Eucarístico, da hóstia consagrada, mas ignorássemos a sua presença lá onde ele sempre desejou ser encontrado, até mesmo oculto, seria uma linguagem insuficiente e pobre de adesão.

Mas é também verdade que os discípulos se voltam para o seu Senhor e se curvam, e o adoram, porque o reconhecem como seu Salvador. E é porque O queremos caminhando conosco, porque O queremos na nossa procissão, que não é apenas deslocamento, e quem ora e canta, mas é o convite que o Senhor aceita. Ele caminha conosco, e nos nossos caminhos quantas lágrimas, quantas vivências, quanta dor e também quanto perdão, quantas sublimes expressões de proximidade solidária não são conhecidas e nem noticiadas, mas são experiências vividas, e a presença do Senhor na eucaristia e na hóstia consagrada é a linguagem que recorda um Deus humilde, que além de alimento para nós é companheirismo para os nossos passos. Jesus deu daqueles pães para que os discípulos os dessem às multidões. Se aquela hóstia consagrada falasse, pediria amor leal a ele, seguimento, atitudes orantes, adoração de quem o reconhece Filho de Deus. Pediria um pouco mais, que com Ele fôssemos até onde há irmãos que Dele precisam e que por Ele anseiam. E que nosso caminho processional seja a linguagem de todo um povo que quer encontrar o Senhor, ouvir sua voz, acolher sua eucaristia, e desde aqui vai até onde o Senhor gostaria de chegar, para levá-lo a quem precisa Dele. Que nossa celebração eucarística, nosso caminho processional, nossa oração e a benção do santíssimo retratem disposições de ânimo, a sermos linguagem de proximidade, de fraternidade e de paz. Paz: que palavra importante. Quantas palavras de ódio, de raiva, de ofensas encontramos por muitos meios que soam e ressoam aos nossos ouvidos. Essa mesa e essa palavra está continuamente a interpelar-nos para que pronunciemos palavras de paz, de reconciliação, e ao final voltado aos que encontrarmos, e até aqueles que não gostaríamos de encontrar, que a eles encontremos um meio para lhe chegar e falar a nossa palavra pacificadora, porque somos seguidores de um mestre pacificador. Ante seus golpeadores e assassinos até a eles perdoava, porque para Deus o amor é a última palavra que nunca deixará de ser pronunciada. Quem ama a eucarística pronunciará palavras reconciliadoras. Arquidiocese de Curitiba | Julho 2019

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo Festa de Nossa Senhora do Carmo No dia 16 de julho a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora do Carmo. A devoção é amplamente difundida no mundo inteiro, porque está intimamente ligada ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, aprovado pela Igreja Católica desde sua entrega a São Simão Stock.

Origem antiquíssima do Carmelo Remonta ao tempo do Profeta Elias. “Elias subiu ao Monte Carmelo. Curvou o corpo para a terra e pôs a cabeça entre os joelhos. Depois disse ao seu criado: vá até em cima e olhe em direção ao mar. Ele foi e não viu nada. Por sete vezes Elias mandou que voltasse. Finalmente na sétima vez, exclamou o Criado: Vejo pequena nuvem, tão pequena, como a mão de um homem. Daí a pouco, o céu escureceu e caiu forte chuva” (1 Rs, 18, 42-45). Esta pequena nuvem é o símbolo de Maria e a chuva as graças de Deus, através dela. O profeta Elias viveu novecentos anos antes de Cristo na caverna de Monte Carmelo. Este sempre foi considerado um lugar sagrado.

Carmelitas no Monte Carmelo Depois de Cristo havia Carmelitas no Monte Carmelo. Os mulçumanos o invadiram. Martirizaram uns, fugindo outros para a Inglaterra. Não foram recebidos neste país. O superior do tempo, hoje São Simão Stock, invocou a proteção de Maria.

16 de julho de 1251 Nesta noite, na cela iluminada de luz celestial, Nossa Senhora do Carmo entrega o Escapulário a São Simão Stock, dizendo-lhe: “Recebe, filho diletíssimo,

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o Escapulário de tua Ordem, sinal de minha confraternidade, privilégio para ti e os Carmelitas. É sinal de salvação, defesa dos perigos, de paz e aliança eterna. Quem morrer com este hábito, não perecerá no fogo eterno”. O Papa João XXII acreditou nesta aparição e autorizou seu uso, confirmando as palavras de Maria. Os Papas aprovaram o uso da medalha de Nossa Senhora do Carmo no lugar do Escapulário de pano. Quem recebe o Escapulário do Carmo é protegido contra os perigos espirituais, materiais e físicos, contanto que confie nele, vivendo cristãmente na graça de Deus. Nossa Senhora intervém também nas pessoas que não viveram santamente na graça de Deus, com o Escapulário. Antes da morte, convertem-se e se salvam.

O Carmelo hoje no país de Israel Recentemente passou por Curitiba Frei Avelino Pértile, que foi pároco aqui. Contou que o Carmelo de Israel está nas mãos dos Carmelitas. Nove Carmelitas atendem até mil devotos do Escapulário por dia, de acordo com sua língua. O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo continua sendo uma graça especial de Maria, na vida e hora da morte. É preciso acreditar que o Escapulário tem o mesmo poder espiritual, como o recebeu e o trouxe São Simão Stock.


Juventude

Por Bruna Komarchesqui

Comunidade Católica Shalom: nossa missão é evangelizar Uma família eucarística e missionária. Solteiros, casados, celibatários e sacerdotes que se relacionam na alegria de ter por espelho o Amor Trinitário. Um povo novo. Apaixonado pelos jovens. Discípulos e ministros de Jesus Cristo, o Shalom, única Paz para o coração do ser humano. Um povo reconciliado na Cruz, impactado pelo choque da Ressurreição e inquieto por levar essa mesma experiência aos Tomés de hoje, até os confins da Terra. Essa é a Comunidade Católica Shalom, nascida em 1982, em Fortaleza (CE), como uma “lanchonete para evangelizar”, por inspiração do Espírito de Deus a um jovem – Moysés Azevedo – desejoso de comunicar a outros jovens o Amor que transformara sua vida. Hoje, em todos os

continentes, a Comunidade serve à Igreja e à humanidade por meio de ações evangelizadoras multiformes, como promoção humana, seminários de vida, cursos, eventos, artes e música. Presente há 19 anos em Curitiba, o Centro de Evangelização do Shalom fica na Rua José Rietmeyer, nº 366, no bairro Guabirotuba. De segunda a sexta, das 14 às 22 horas, a casa oferece oração e aconselhamento, adoração ao Santíssimo Sacramento, além de cursos e a Quinta da Misericórdia (toda quinta, às 20h). Aos fins de semana há Santa Missa às 17 horas e, aos sábados, grupos de oração para todas as idades, às 19 horas. Mais informações pelo (41) 3527-6670 (a partir de 14h) ou pelas redes sociais: Shalom Curitiba.

Como São Francisco e Santa Teresa inspiram a Comunidade Shalom “Nada te turbe. Nada te espante. Tudo passa. Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta!” Assim diz Santa Teresa D'Ávila em um de seus poemas, e esta constatação é uma das inspirações da Comunidade Católica Shalom. Em um mundo pautado pelo imediatismo, pelo possuir, Santa Teresa revela o maior segredo para a santidade: o senhorio de Jesus. Não é preciso temer, pois o Senhor é todo poderoso no amor e na Misericordia. É Deus, uno e trino, que rege a vida de cada um. Na espiritualidade da Comunidade Shalom, todos são chamados a ter o Senhor como o centro de suas vidas, deixar com que Ele forme e faça em cada pessoa aquilo que Ele deseja. Uma das riquezas que a Vocação Shalom herda da espiritualidade carmelita é a vida de oração pessoal, diária, contemplativa. Desse modo, no diálogo amoroso e silencioso diante de Deus os membros da comunidade podem experimentar o que Santa Tereza dizia de que só Deus mesmo basta. Através deste modelo de vida de oração é possível deixar com que Ele forme cada um.

Outro santo que inspira a Vocação Shalom é São Francisco de Assis. A vida fraterna e a pobreza, características do santo, permeiam o Carisma Shalom com simplicidade. O cuidado com o outro, que diverge do relativismo egocêntrico tão presente na sociedade, é intrínseco na vida comunitária. O ato de cuidar está em perceber as necessidades dos irmãos, sejam materiais, espirituais ou humanas; em sair de si e ir ao encontro das dores do próximo; em se alegrar com as conquistas e também chorar as perdas. A pobreza de São Francisco saltou aos olhos do fundador de nossa comunidade – que foi Moysés Azevedo – e suscitou o desejo do seu coração de também, assim como São Francisco, deixar tudo por amor a Deus. Ser pobre é ter o coração livre para se abandonar nos braços de Deus, é nada ter para tudo dar, como assim mesmo proclamou São Francisco. Francisco viveu a radicalidade evangélica, não como peso, mas como forma de declaração de amor ao Amado. Através dos conselhos evangélicos – pobreza, castidade e obediência – ele ensina que esta é uma via feliz e que vale a pena deixar tudo para seguir Jesus.

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessora Eclesiástica: Ir. Valéria Andrade. Secretário: Kelvin Oliveira. E-mail: juventude@mitradecuritiba.org.br / Telefone: 2105-6364 Arquidiocese de Curitiba | Julho 2019

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PE. LUCIANO TOKARSKI Comissão da Animação Bíblico-Catequética

Catequese

CATEQUESE MISTAGÓGICA RELAÇÃO SINCRÔNICA: COMUNIDADE E BATISMO O Batismo é o sacramento pelo qual as pessoas passam a pertencer ao corpo da Igreja, a uma comunidade de fé. Santo Agostinho, ao falar sobre o sacramento do Batismo, afirmava que a “Mãe Igreja gera todos e cada um”. Ele queria dizer que somos iniciados em uma comunidade de fé, a Igreja, pelo sacramento do Batismo. O Batismo incorpora à Igreja. “Fomos batizados num só Espírito, para formarmos um só corpo” (1 Cor 12, 13), ou seja, todos os cristãos formam a comunidade de batizados. Tornar-se cristão, eis algo que se realiza, desde os tempos apostólicos, por um itinerário e uma iniciação que passava por etapas, ritos e celebrações. Alguns elementos neste processo eram essenciais, tais como: o acolhimento ao Evangelho, a conversão, a profissão de fé, a graça do batismo e a vida em comunidade. Observa-se que os primeiros cristãos tinham clareza da iniciação batismal na comunidade. Não existe iniciação cristã sem comunidade. A comunidade é lugar de iniciação, é locus theologicus. A comunidade é o lugar, por excelência, onde o cristão deve agir e servir responsabilizando-se com o andamento da vida comunitária. É o lugar, não exclusivo, do sacramento do Batismo. A pessoa batizada deve ser luz de Deus na comunidade de fé. São iluminados para servir a comunidade. Através do sacramento do Batismo cada cristão deve iluminar sua comunidade de fé. Iluminar emitindo raios de amor, diálogo, justiça e santidade. Iluminar as relações, decisões, sensações e reuniões. O sacramento do Batismo é, por fim, chama viva, reluzente e ardente da comunidade, chama que não se apaga, chama que sustenta. Destaco que nos ritos complementares do sacramento do Batismo, após a unção pós-batismal, o

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ministro que preside profere as seguintes palavras: “agora que fazes parte do povo de Deus, segue os passos de Jesus e permanece nele para sempre” (Ritual, 151b, p. 82). Viver e participar na comunidade é elemento fundamental para a fé cristã. O Batismo não deveria ser um evento social, uma espécie de superstição, ou um gesto de tradicionalismo familiar sem compromisso religioso, ou um desobriga religioso (ex: para poder casar-se no futuro). O sacramento do Batismo, teologicamente, insere-nos na comunidade de fé. O Batismo nos dá acesso à misericórdia de Deus, à filiação adotiva e, de modo especial, nos conduz para dentro da comunidade de Jesus. Através do Batismo pertencemos sacramentalmente à comunidade de Jesus. Somos enxertados Nele, assim como se enxerta uma planta (cf. Rm 11,24). A pertença à comunidade de Deus também pode ser entendida pelo sinal ou matéria sacramental. O ministro que preside diz: “eu te batizo em nome da Pai, e do Filho e do Espírito Santo”. Cada Pessoa Divina da Trindade mergulha o eleito ou derrama água sobre o eleito. Este gesto simboliza que o Batismo é realizado em nome da comunidade trinitária. Iniciados na comunidade de fé, somos membros peregrinos do Reino de Deus. O Batismo é o sacramento da comunidade, com a comunidade e para a comunidade. É a porta de entrada. Ele nos dá a vida nova em Cristo. Portanto, olhe para sua comunidade com afeto e esperança. Seja comunidade. Valorize as virtudes de sua comunidade. Esforce-se para combater os problemas de sua comunidade. Somos membros da comunidade una, santa, católica e apostólica.


Oficinas de Iniciação à Vida Cristã A evangelização exige encantamento e envolvimento. E o ministério do catequista precisa seguir um itinerário formativo consistente e contínuo. Por isso, a Comissão da Animação Bíblico-Catequética convida todos os catequistas a participar das Oficinas da Iniciação à Vida Cristã. Esse encontro propiciará a cada participante vivenciar, nas sete oficinas ofertadas, experiências que irão contribuir para uma catequese mais vivencial e mistagógica. Data: 28 de julho de 2019 Local: Colégio Bom Jesus – Rua 24 de maio, nº 135 Horário: 8h às 17h Valor da inscrição: R$ 10,00 Inscrições disponíveis pelo link www.arquidiocesedecuritiba.org.br/oficinasivc ou na Cúria Metropolitana – Comissão da Animação Bíblico Catequética

Dia do Catequista 2019 No dia 25 de agosto, data em que a Igreja lembra, reza e valoriza todos os ministérios e serviços de leigos e leigas, em especial os catequistas, estamos convocando todos os catequistas de nossa arquidiocese para uma grande concentração. Será um dia de comemoração por esse ministério tão essencial à Igreja. As coordenações setoriais estão organizando estratégias de se fazerem representar (cada setor escolheu uma cor). Paróquias e comunidades estão se organizando com as estratégias de transporte. Essa concentração de catequistas da Arquidiocese de Curitiba está sendo preparada para você, Catequista!

Alunos da Escola de Espiritualidade do IAFFE concluem sua formação e recebem certificado No dia 16 de junho, na Capela da PUC-PR, ao final de um dia de formação, os alunos da Escola de Espiritualidade participaram da Santa Missa em ação de graças pela conclusão dessa etapa formativa.

Fotos: Luciene Borato

Ao final do encontro receberam o certificado das mãos do Pe. Luciano Tokarski. Parabéns pela participação, compromisso e perseverança!

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@mitradecuritiba.org.br. (41) 2105-6318. Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon. Arquidiocese de Curitiba | Julho 2019

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Especial

Tudo o que sabemos e conhecemos chegou até nós através de alguma forma de comunicação. Tão importante quanto a mensagem a ser transmitida – a Boa Nova, a Verdade – os meios e a linguagem a serem utilizadas precisam ser adequados ao tempo e ao público. Nosso Senhor Jesus Cristo, além de ser nosso Redentor também foi interlocutor do Pai em nosso meio. Durante o tempo em que esteve entre nós, utilizou-se de todos os recursos disponíveis na época para que fosse possível a nós, seus ouvintes, compreender. Através de parábolas, pregou em templos e eventos, mas também esteve nas montanhas, no mar, no deserto. Desde sinais na areia, até os discursos e as atitudes, tudo foi realizado de modo a se fazer compreender por todos. Esta também deve ser uma preocupação nossa, discípulos de Jesus. Em seu discurso inaugural em Aparecida, o Papa Bento XVI enfatiza que o uso dos meios de comunicação da Igreja “não se deve limitar somente às homilias, conferências, cursos de Bíblia e Teologia, mas se deve recorrer também aos meios de comunicação: imprensa, rádio e televisão, sites de internet, foros e tantos outros sistemas para comunicar eficazmente a mensagem de Cristo a um grande número de pessoas”. A questão nunca foi “o que” e sim “como” evangelizar. Certos de que a mensagem a nós, cristãos,

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PE. LUIZ KLEINA Coordenador da Comissão de Comunicação

é clara. Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelio Nuntiandi (1975) nos revela que a pergunta “como evangelizar” é sempre atual e pertinente, uma vez que além do fator tempo, temos ainda as questões culturais e suas geografias. Reitera, o Santo Padre, a especial missão com o cuidado ao remodelar, com ousadia sim, mas muita prudência, para que se mantenha fidelidade total ao conteúdo. Ou seja, o Evangelho perpassa todos estes critérios: tempo, cultura, espaço. “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 13:8). Pode parecer controverso, mas a síntese é de que os meios não podem alterar a mensagem. Sabemos que é um desafio, pois cada uma das ferramentas atuais de comunicação possuem suas próprias características. Mas o que nós, cristãos, não podemos perder de vista é o Norte, Jesus. Ainda, além da questão própria dos meios, perpassa a “concorrência” que temos na atualidade. Somos bombardeados de informações a todo momento. Desde o instante em que abrimos os olhos ao acordar, em nossa casa, no caminho para o trabalho ou com os amigos. Hoje conversamos com o celular na mão, em frente a TVs ou ouvindo rádio. Nem nos elevadores estamos livres de receber informação. Cabe a nós ter um posicionamento ativo e positivo quanto a esse universo de possibilidades. A mensagem tem que ser atraente, se destacar. Ora, mas como fazer isso se a mensagem não muda? Essência!


“Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mateus 28, 19-20) Ainda seguindo o documento do Papa Paulo VI, ele descreve os meios de difusão por técnicas audiovisuais (cinema, rádio e televisão – aqui vale incluir em nosso tempo as redes sociais) como verdadeiros caminhos para a transmissão de valores humanos e sobretudo espirituais, concluindo, portanto, uma eficaz forma de estar dentro da sociedade moderna.

Em resumo, mais do que a “permissão”, como discípulos do Mestre, temos a missão de ir ao encontro de todas as nações. Sejam elas online ou offline. Jesus pede a todos nós para sermos, não só seus seguidores, mas discípulos. Isso implica em evangelizar. A todo momento podemos, através do que temos à mão, seja um celular, nossa página nas redes sociais, acesso a pequenos ou grandes eventos. Evangelizar é a nossa missão!

Comunicar para Evangelizar - Arquidiocese de Curitiba traz novidades na Comissão de Comunicação Em resposta ao chamado de comunicar para evangelizar, a Arquidiocese de Curitiba voltou os olhos para a Comissão de Comunicação. Desde o último ano, além de ampliar a atuação, que perpassa pelas 13 comissões pastorais, realiza um trabalho diário de reflexão para se adequar e atender de forma mais eficiente o chamado de Cristo. Em 2018, Padre Kleina recebeu a missão de coordenar a comissão de comunicação. Formado em Relações Públicas e com experiência nos meios de comunicação em massa, colocou seus dons à serviço desta arquidiocese. Dentre as ações imediatas já implantadas está a Escola de Comunicação Itinerante. Uma ação que visa à formação e motivação de Pastorais de Comunicação em todas as paróquias. Hoje, pouco mais de um terço das paróquias possuem agentes pastorais voltados à comunicação. O objetivo é de que em breve esse número chegue próximo da totalidade de paróquias.

Aconteceu ainda o Bate Papo do Dia Mundial das Comunicações Sociais. À luz da mensagem do Papa Francisco, comunicadores de diversos segmentos encabeçaram mais de duas horas de conversa sobre a importância da comunicação para a evangelização. E com o olhar no horizonte, a Arquidiocese está elaborando um Plano de Comunicação Estratégica, que iniciará com uma grande avaliação do cenário global e local da aderência dos atuais meios utilizados, assim como a intercomunicação de clero e leigos, setores e paróquias. A partir deste trabalho, serão possíveis ações otimizadas e processos de maior unidade entre toda a autarquia. Todas estas ações visam seguir o direcionamento de Jesus Cristo e ir ao encontro de todos quanto for possível, levar a Palavra.

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Especial

Escola de Comunicação terá formações em todos os 15 setores da Arquidiocese

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A Escola é uma iniciativa da Comissão de Comunicação da Arquidiocese. Cada um dos 15 setores paroquiais vai receber um encontro de formação entre 2019 e 2020, sendo o conteúdo deste encontro relacionado à fundamentação teórica para a implantação da Pastoral de Comunicação (Pascom) nas Paróquias e de como esta pastoral funciona, propiciando também a integração das Pascom entre si e com a Comissão de Comunicação da Arquidiocese.

da Pascom Arquidiocesana e da Pascom do Regional Sul 2 da CNBB.

A primeira formação da Escola de Comunicação foi realizada no dia 18 de maio, reunindo pessoas interessadas em contribuir com a comunicação das paróquias do setor Rebouças da Arquidiocese. O encontro foi realizado na paróquia Imaculada Conceição e contou com fala do Padre Kleina, pároco e coordenador da Comissão de Comunicação, Bárbara Moraes, assessora de marketing da Arquidiocese, e Antônio Kayser, coordenador

Em 29 de junho foi realizado o encontro para as paróquias do setor Boqueirão e em 6 de julho o encontro é para o setor Capão Raso.

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“Assim que recebemos o convite percebemos que era uma excelente iniciativa, pois contribui para a qualificação da comunicação das paróquias e, principalmente, para que haja mais integração entre as pastorais de comunicação”, comentou Danúbia Ravena, da Pascom da Paróquia Imaculado Coração de Maria.

Acompanhe o site da Arquidiocese de Curitiba para participar da formação em seu setor paroquial.


53º Dia Mundial das Comunicações Sociais foi

marcado em Curitiba com programa especial de TV A Igreja Católica celebrou no dia 2 de junho o 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais, propondo um amplo debate público sobre redes sociais e comunicação social como forma de promover encontro das pessoas. A Comissão de Comunicação da Arquidiocese de Curitiba marcou essa data com uma programação especial: a realização de um programa de TV, em parceria com a TV Evangelizar. O programa ‘Bate papo sobre o Dia Mundial das Comunicações Sociais’ reuniu profissionais da mídia para uma conversa sobre os temas relacionados à mensagem do Papa Francisco sobre esta data e foi transmitido ao vivo para todo o Brasil. A internet como potencializadora das relações entre as pessoas, o combate às “fake news” e a valorização da comunicação que proponha soluções para a comunidade foram alguns dos temas abordados na mensagem do Papa e que também fizeram parte do programa de TV. “Podemos falar sobre redes sociais ou qualquer outro meio de se comunicar, que a conclusão será si-

milar. As ferramentas são boas, fazem muito bem, mas ao mesmo tempo podem disseminar ódio, gerar conflitos. Antes de tudo, o que temos é a ‘palavra’ e a pergunta sobre o que faremos com ela. Se queremos amar, é um instrumento poderoso. Que a utilizemos para edificar a paz e o bem ao alcançar os outros”, comentou o arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, ao responder sobre um dos eixos centrais do bate papo, o uso das redes sociais. Participaram do bate papo também os profissionais de imprensa: José de Melo, diretor da TV Evangelizar; Jasson Goulart, apresentador e repórter da TV RPC; Taisa Echterhoff, repórter e produtora da Rede Vida; Kelly Kruschewsky, produtora da rádio Canção Nova; Sérgio Silva, jornalista e apresentador da Rádio e TV Evangelizar; além do coordenador da Comissão de Comunicação da Arquidiocese, Padre Luiz Kleina. Adilson Arantes foi o mediador da conversa. Após o término do programa, Dom Peruzzo celebrou no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe a Santa Missa ao Dia Mundial das Comunicações, com a benção aos comunicadores.

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COMIDI

PADRE BADACER NETO Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé

Pontifícia obra da propagação da fé da

Juventude Missionária A Juventude Missionária é um serviço de animação

fundada pela jovem

missionária que tem por finalidade fomentar e man-

leiga Paulina Jaricot

ter o espírito missionário e profético nos jovens,

em 3 de maio de 1822,

ajudando-os a viver a missão em âmbito local e uni-

na cidade de Lion, na

versal. A espiritualidade dos grupos de JM está mar-

França. A Obra foi de-

cada por uma atitude samaritana em todos os am-

clarada Pontifícia pelo

bientes e realidades, em especial entre os que mais

Papa Pio XI em 1922 e

sofrem e são excluídos. Por isso, o jovem missioná-

passou a integrar as

rio é convidado a enraizar sua identidade no amor

Pontifícias Obras Mis-

de Deus, que rompe as barreiras do preconceito e da

sionárias (POM).

indiferença. A JM surgiu como fruto da Pontifícia Obra da Infân-

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A Juventude Missionária é uma atividade desenvolvi-

cia e Adolescência Missionária (IAM), fundada em

da pela Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF),

1843 por dom Carlos de Forbin-Janson, em Paris, na

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França. É natural que as crianças e adolescentes dos

Cada grupo de JM deverá escolher entre seus mem-

grupos de IAM cresçam e se tornem jovens desejo-

bros uma coordenação, que é eleita anualmente.

sos de continuar a viver em grupos vivenciando a

Esta será responsável pela animação, organização

espiritualidade missionária, e como tal, passem a

e deliberação das atividades realizadas pelo grupo

integrar a Juventude Missionária. Porém, muitos

e um assessor(a), um adulto que acompanhará os

grupos de JM surgem da disposição dos jovens em

processos pessoais e grupais dos jovens.

atender ao apelo do Papa Francisco para viver a missão como fonte de espiritualidade, libertação e

A Juventude Missionária do Brasil conta com um

transformação.

secretário Nacional e três grupos de trabalhos (GTs): Articulação e Acompanhamento, Formação

Sua metodologia é composta por quatro áreas in-

Integral e Espiritualidade e Missão, que juntos vão

tegradas. Para cada semana do mês, sugere-se que

orientando e articulando a caminhada da JM, bem

o grupo siga os seguintes passos: 1ª Semana: Reali-

como favorecendo o processo de formação integral

dade Missionária – Ver; 2ª Semana: Espiritualidade

por meio dos subsídios disponibilizados anualmen-

Missionária – Iluminar; 3ª Semana: Compromisso

te e das atividades missionárias propostas tanto em

Missionário – Agir; 4ª Semana: Testemunho Missio-

nível local como estadual, nacional e ad gentes. Des-

nário – Avaliar e Celebrar.

tas atividades se destacam três: A corrente solidária, a missão sem fronteiras e o projeto juventudes

A idade proposta para os integrantes dos grupos de

ad gentes.

JM é de 15 a 30 anos e os grupos devem ser compostos por um número de 12 membros, podendo chegar

A Juventude Missionária assume como seus padro-

até 20. A JM deve promover ações missionárias em

eiros aqueles que são propostos pela Igreja como

seu ambiente e colaborar através da Corrente Soli-

padroeiros das missões, São Francisco Xavier e San-

dária com a missão além-fronteiras, sendo fiel ao

ta Teresinha do Menino Jesus. Que eles continuem

carisma da fundadora da Obra. Os jovens que não

intercedendo por nós e nos inspirando nos cami-

possuem caminhada missionária e desejam inserir-

nhos da missão.

-se no grupo de JM são sempre bem-vindos.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO MISSIONÁRIA: Coordenador: Padre Marcondes. Secretária: Elania Bueno - 2105-6376. E-mail: elaniacmb@mitradecuritiba.org.br

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Liturgia

JOÃO EDUARDO DIAS Comissão Litúrgica

“Atravessastes a correnteza furiosa com toda a firmeza e segurança porque carregáveis nos ombros o Menino Jesus” São os veículos, cada qual com seu tamanho, os responsáveis por transportar o maior bem: a vida. E são os condutores os responsáveis por prezar por este bem. A Igreja celebra neste mês, no dia 25, o padroeiro dos motoristas e viajantes, São Cristóvão. Representante de uma das devoções mais populares e antigas da Igreja Católica do Brasil, Cristóvão não é o seu nome de batismo, porém carrega o significado de “condutor de Cristo.” Seu nome verdadeiro era Réproco e pouco se sabe sobre sua origem, mas conta-se que durante sua caminhada encontrou um senhor e perguntou-lhe como poderia encontrar Jesus Cristo. Como resposta, o velho eremita disse-lhe que deveria jejuar e orar, mas Cristóvão respondeu-lhe que não era possível. Então, o eremita pediu-lhe que se instalasse à beira de um rio que existia ali próximo, de travessia difícil, para ajudar a todos que quisessem passar por ele.

Depois desse dia, Cristóvão partiu para Lícia ao encontro de cristãos que estavam presos. Ao ser descoberto, apanhou muito de seus perseguidores, e quando todos achavam que ele seria derrotado, jogou o seu cajado no chão pedindo a Jesus Cristo que o florisse novamente. E assim aconteceu. Após o episódio da criança no rio, Réprobo assumiu o nome de Cristovão (carregador de Cristo) e por isso é considerado o padroeiro dos motoristas, condutores e viajantes, uma vez que um dia carregou o menino Jesus nos ombros. Que São Cristóvão interceda por todos os motoristas e viajantes e que a seu exemplo carreguemos Jesus Cristo pelas vias de nossa Missão.

Cristóvão dia e noite ajudava as pessoas a atravessar o rio, até que numa noite escutou uma criança chamando-o para ajudá-la a atravessar a margem. Colocou a criança nos ombros e iniciou a travessia. A criança era tão pesada que Cristóvão, mesmo forte, temeu se afogar e por várias vezes pensou estar carregando o mundo nas costas. Ao deixar a criança do outro lado do rio, comentou sobre o seu peso e eis que teve a sua revelação: - “Bom homem”, respondeu-lhe o menino, “não te espantes, pois não só carregastes o mundo inteiro como também o dono do mundo. Eu sou Jesus Cristo, o Rei que estás a servir neste mundo, e para que saibas que digo a verdade, põe teu cajado no chão junto à tua casa e amanhã verás que ele estará coberto de flores e de frutos”.

EXPEDIENTE COMISSÃO LITÚRGICA: Bispo Referencial: Dom Amilton Manuel da Silva, cp. Coordenador: Pe. Mário Renato Barão Filho. Secretária: Vanessa Langner. Contato: (41) 2105-6309 - liturgia@mitradecuritiba.org.br

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PADRE MAURÍCIO GOMES DOS ANJOS Coordenador Geral do Clero

Reflexão

Importância do Espaço Litúrgico Átrio É o lugar de encontro informal que faz a ponte entre o externo e o ambiente da igreja, o pórtico ou espaço exterior dos edifícios, por vezes rodeado de colunas, sobretudo, nos palácios e nas basílicas. É um espaço intermediário entre a rua e a igreja, uma certa separação que “defenda” o lugar sagrado como espaço do silêncio, da oração, mas sem tirar a oportunidade de acolhida, saudação, despedida. O átrio é, também, o lugar para a equipe de acolhida, da saudação e das boas vindas.

O Batistério ou Pia Batismal A tradição da Igreja sempre considerou com singular importância o local para a celebração do batismo, seja um batistério ou uma pia batismal. Recomenda-se que este local seja próximo à porta da Igreja, pois dá o sentido mais pleno de uma “entrada na comunidade” por meio do sacramento inicial. Nas Catedrais e Igrejas matrizes paroquiais prescreve-se que haja um batistério ou, ao menos, uma Pia Batismal fixa.

Nave Trata-se de um espaço muito variável, de acordo com a realidade de cada lugar. Em todo edifício sagrado há um espaço entre o átrio e o presbitério, onde todos devem sentir-se como parte de “um só Corpo” e que permita os acontecimentos específicos e sacramentais: a participação ativa na missa, nos batizados, nos matrimônios, nos funerais. Precisa ter uma disposição com todo o cuidado, de tal modo que possam participar devidamente das ações sagradas com o corpo e o espírito.

Presbitério É o lugar onde está o Altar, onde é proclamada a Palavra de Deus e o sacerdote, o diácono e outros ministros exercem seu ministério. Convém que se distinga por alguma elevação ou por diferencial na estrutura ou ornato. Deve ser bastante amplo, para que a Celebração Eucarística se desenrole com comodidade e seja vista por todos. Este ambiente é central, integrando todo o espaço da assembleia e o tríplice múnus: Ambão, Sede e Altar.

Altar O Altar é: a) A pedra onde se torna presente o sacrifício da Cruz sob os sinais sacramentais; b) A Mesa do Senhor na qual o povo de Deus é chamado a participar por meio da

Missa; c) O Centro da Ação de Graças que se realiza pela Eucaristia; d) O Centro de toda ação litúrgica. É o centro do espaço celebrativo, seu princípio de unidade e o ponto de referência mais imediato. O primeiro sentido do altar é o de sacrifício: é a “Ara” onde se sacrificavam as vítimas para as divindades, como também remete à “Ara da Cruz”. Por isso, o altar tem esta dimensão sacrifical. É sinal da Cruz do Senhor, onde se sela o sacrifício da nova e eterna aliança. Como mesa do Senhor, o povo de Deus é sempre chamado a tomar parte dele. É símbolo do próprio Cristo. A centralidade do altar sempre esteve presente na Liturgia da Igreja. O altar é mais que um móvel: é símbolo de Cristo. E como tal deve ser respeitado tanto dentro quanto fora da celebração. Dado o caráter sagrado, sobre o altar só se colocam aquelas coisas que se requerem para a celebração da missa (cf. n. 306 IGMR).

Ambão A Palavra de Deus sempre foi venerada pela Igreja como o próprio corpo do Senhor. Por isso, também o seu anúncio requer um lugar condigno. Esta foi uma novidade do Concílio Vaticano II: Lugar para a Proclamação da Palavra de Deus, para o qual se volte a atenção dos fiéis espontaneamente no momento da Liturgia da Palavra. Trata-se de uma estrutura estável, não simples móvel. Não é algo apenas “funcional”, mas também simbólico.

Sede A cadeira do sacerdote deve manifestar sua função de presidir a assembleia e dirigir a oração. É o local mais apropriado: de frente para o povo no fundo do presbitério, mas vai variar de acordo com a disposição do edifício sagrado. Sacerdotes que fazem as vezes de Cristo manifestam pelo seu lugar a presidência da assembleia celebrante. O ato de presidir vai muito além de sentar-se numa Sede: é a “ars celebrandi”. Também constitui uma novidade pós-conciliar. Antes apenas havia a cátedra do bispo, mas para os padres apenas uma cadeira ou banco funcional. Além disso, hoje há mais momentos de sentar-se por parte do sacerdote. Passa de lugar meramente funcional para lugar simbólico onde senta-se Cristo para presidir a sua Igreja. Ainda que os demais não se sentem, o celebrante deve sentar-se para manifestar esta presidência. Arquidiocese de Curitiba | Julho 2019

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Dízimo

ANA MARIA OLENIKI Pastoral Arquidiocesana do Dízimo

Dízimo: Amor, Partilha e Compromisso O mês de julho é especialmente dedicado ao dízimo

testemunha viva de Jesus Cristo, construindo uma

e somos convidados a refletir sobre a nossa partici-

comunidade alicerçada no amor, na fraternidade e

pação efetiva na comunidade de fé, a Igreja. Dízimo

na partilha que proporciona uma vida digna e plena

é contribuição para a partilha e este ato de gratidão

para todos.

e amor a Deus, deve estar acompanhado da corresponsabilidade na evangelização e do sentimento de

Portanto, ao contribuir com o dízimo, o cristão parti-

cuidado com os irmãos, suas necessidades e suas

lha parte dos seus bens em prol da comunidade e ex-

aflições para que se revele na prática do mandamen-

pressa a sua condição de seguidor dos ensinamentos

to do amor de Jesus:

de Jesus Cristo que, durante sua vida terrena, andou no meio do povo, ensinando pela prática e mostran-

"Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda

do o caminho a ser seguido. Todos nós somos convi-

a tua alma, com toda a tua força e de todo o teu entendi-

dados a seguir os passos do Mestre, pois somente Ele

mento; e a teu próximo como a ti mesmo" (Lc 10,27).

é o Caminho, a Verdade e a Vida (cf. Jo 14,6).

Nesta perspectiva, o dízimo está inserido diretamente em nosso compromisso de cristão batizado em ser

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O DÍZIMO E A PASTORAL DO DÍZIMO – Formação de agentes pastorais Com grande alegria a equipe Arquidiocesana do Dízimo concluiu o manual O DÍZIMO E A PASTORAL DO DÍZIMO – Formação de agentes pastorais, após o trabalho de organização e redação que foi iniciado no ano de 2016. Este subsídio é o resultado de estudos, reflexões e dedicação por parte da Equipe Arquidiocesana do Dízimo e seu conteúdo é fundamentado na Sagrada Escritura e nos Documentos do Magistério da Igreja. Apresenta linguagem simples e objetiva para facilitar a compreensão, a implantação e a manutenção do Dízimo nas paróquias. A ideia original do manual iniciou-se com a apresentação de uma apostila desenvolvida e utilizada pelo Diácono Bento Scandian quando residia na Região Nordeste do Brasil. A necessidade de um material próprio incentivou a equipe arquidiocesana a organizar reuniões na Casa Paroquial do Santuário Nossa Senhora do Carmo, residência do Padre Referencial do Dízimo, Pe. Anderson Bonin, para a organização do conteúdo apresentado pelo diácono e de textos do Sr. William Michon (Coordenador Arquidiocesano da Pastoral do Dízimo 2006-2017), formando o texto base do manual.

Diácono Bento Scandian | Padre Anderson Bonin | William Michon

Após as definições iniciais, o texto foi organizado em uma sequência de temas e revisto pelos membros da equipe, que colaboraram com ajustes e adequações até chegar ao resultado final. Uma vez concluída, a minuta do manual foi apresentada pelo Coordenador Arquidiocesano da Pastoral do Dízimo, Wanderley Zocolotti e Pe. Anderson Bonin, na CNBB Regional Sul 2, por ocasião da III Assembleia Geral da Pastoral do Dízimo do Estado do Paraná, realizada nos dias 14 e 15 de maio de 2018, em Guarapuava-PR. Seu conteúdo foi revisado e aprovado pelos participantes, sendo estabelecido como subsídio oficial da CNBB Regional Sul 2 para a Pastoral do Dízimo. Em breve o manual será disponibilizado para as equipes da Pastoral do Dízimo das paróquias e comunidades da Arquidiocese de Curitiba. Agradecemos primeiramente a Deus que nos permitiu realizar este trabalho, que certamente será de grande valia para a compreensão do dízimo e a todos os integrantes da equipe que colaboraram para que este projeto se concretizasse a contento. Deus seja louvado!

Wanderlei Zocolotti – Coordenador da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão e Pastoral do Dízimo: Wanderley Zocolotti. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Secretária da Pastoral do Dízimo: Vanessa Langner - (41) 2105-6309. E-mail: dizimo@mitradecuritiba.org.br

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Ação Evangelizadora

DOM AMILTON MANOEL DA SILVA, CP Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Diretrizes gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019 – 2023) Na última Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, realizada em Aparecida (SP) de 1º a 10 de maio, foram aprovadas as novas diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil (2019 – 2023). Não se trata de um documento a mais da CNBB, nem uma reflexão aprofundada sobre um assunto da vida ou ação da Igreja, mas de uma “ferramenta” para nortear os grandes objetivos e impulsos pastorais a serem animados e cultivados. Ao mesmo tempo, as diretrizes definem um quadro de referência de ação que torna possível a compreensão e execução de uma pastoral orgânica ou de conjunto. As novas diretrizes têm como objetivo responder aos desafios que o país tem enfrentado, sobretudo nas últimas décadas, a “cultura urbana”. Para isso, a concepção da Igreja vem estruturada como “Comunidade Eclesial Missionária”, apresentada com a imagem da “casa”, “construção de Deus” (1 Cor 3,9).

Apresento, a seguir, uma síntese a partir daquela elaborada por Dom Leomar Brustolin, que foi membro da equipe preparatória das novas diretrizes. Recomendo que elas sejam refletidas especialmente nos Conselhos Paroquiais (CCPs) para fomentar a leitura e o estudo do documento, que já foi impresso.

OBJETIVO:

CAPÍTULO 1:

Evangelizar no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo em Comunidades Eclesiais Missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude.

ANÚNCIO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO: No início do ser cristão não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. IGREJA: comunidade de discípulos missionários. MISSÃO: Anúncio que se traduz em palavras e gestos. CULTURA URBANA: Desafio à missão. Cultura urbana: Estilo de vida e mentalidade dos ambientes citadinos se expandem sempre mais em todas as realidades. Consequências: Humanas, éticas, sociais, tecnológicas e ambientais.

INTRODUÇÃO: Cultura urbana cada vez mais abrangente / Comunidade Eclesial Missionária / Casa: “lar” para habitantes, perspectivas pessoal, comunitária, social e ambiental da evangelização. Comunidade Eclesial Missionária: Sustentada por quatro pilares: PALAVRA – Iniciação à Vida Cristã e Animação Bíblica; PÃO – Liturgia e espiritualidade; CARIDADE – Serviço à vida plena; ACÃO MISSIONÁRIA – Estado permanente de missão.

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Essa metáfora é rica, porque proporciona adentrar e reconstruir as várias instâncias dominadas por essa cultura vigente: A casa do Pai, de onde nunca deveríamos ter saído e para onde deveremos voltar (Lc 15, 11-32), a casa-família, a casa-relacionamentos, casa-comunidade eclesial, Casa Comum, nosso planeta, etc. Essa Igreja – casa é sustentada por quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária; um convite aos cristãos para reassumirem a missão e reedificar a vida, em todos os sentidos.

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CAPÍTULO 2: OLHAR DE DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS. Discernir luzes e sombras: O mundo urbano – individualidade. Luz – cada pessoa possui uma dignidade irrenunciável e insubstituível. Sombra – afirmação do indivíduo em detrimento do convívio, da fraternidade e da comu-


nhão. A redução da função social do Estado: Tem lesado a dignidade das pessoas. Pluralidade: Modos diferentes de compreender e avaliar a realidade. Ambiente religioso urbano: Cada vez mais plural e diversificado. Alta mobilidade: As pessoas se locomovem de um lado para outro, tentando sobreviver. Pobreza: ausência do necessário para viver com dignidade humana. Crise de vida e de sentido: A vida agredida nas mais diversas formas, desde a fecundação até a morte natural. Desafio ambiental: Ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto. Jovens: Fragilidade de referências. Precariedade de critérios.

CAPÍTULO 3: A IGREJA NAS CASAS. Casa – um dos lugares privilegiados para o encontro e o diálogo de Jesus e seus seguidores com as pessoas. Igreja na casa: Os primeiros cristãos – relações para além dos laços familiares. Senso de pertença à família de Deus (Mc 3,31-35). Comunidades eclesiais missionárias: Se formam em ruas, condomínios, aglomerados, edifícios, unidades habitacionais, bairros populares, povoados, aldeias e grupos por afinidades. Pilar da Palavra: INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ E ANIMAÇÃO BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL. Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos (At. 2,42). Encaminhamentos: Assumir o caminho e iniciação à vida cristã. Universalizar o acesso à Sagrada escritura. Leitura orante da Palavra como o método por excelência para o contato pessoal e comunitário com a Sagrada Escritura. Priorizar pequenas comunidades eclesiais, ao redor da Bíblia. Pilar do Pão: LITURGIA E ESPIRITUALIDADE. Eram perseverantes (...) na fração do pão e nas orações (At 2,42). Encaminhamentos: Valorizar o domingo, manter as Igrejas abertas; clima de acolhida para aqueles que chegam, flexibilizar horários para atender as necessidades; promover uma liturgia essencial; piedade popular, valorizar o canto litúrgico, o espaço sagrado e tudo que diz respeito ao belo. Pilar da caridade: SERVIÇO À VIDA PLENA. Eram perseverantes na comunhão fraterna (At 2,42). Encaminhamentos: priorizar as ações com as famílias e com os jovens. Encorajar o laicato no empenho, inspirado na Doutrina Social da Igreja; acompanhamento de políticas públicas, o cuidado da natureza e todo o planeta na nossa Casa Comum. Apoiar as pastorais da mobilidade humana, a promoção da paz – sem armas, busca da justiça; terra, trabalho e teto.

meios de Comunicação Social, especialmente nas redes sociais. Valorizar com os espaços missionários os hospitais, as escolas e as universidades, o mundo da cultura e das ciências, os presídios e outros. Implantar os Conselhos Missionários em todos os níveis (paróquia, diocese e regional). A Ação evangelizadora e pastoral tem como meta a salvação da pessoa e da humanidade. Salvação que se entende integral.

CAPÍTULO 4: A IGREJA EM MISSÃO. Para aplicar as DGAE: Focar na comunidade; pequenas ou grandes, no campo ou na cidade, a partir de paróquias ou de grupos reconhecidos pela autoridade eclesial. A comunidade-Casa: Abrir as portas para colher é um sinal profético num mundo no qual o individualismo, o medo da violência e o predomínio das relações virtualizadas. Se reúne também em espaços que não sejam residências: salões comunitários, espaços nas Igrejas, espaços públicos etc. Casa: Espaço do encontro: Comunidades precisam ser oásis de misericórdia no deserto da história, casas de oração, de mergulho no sagrado, no mistério revelado. Deixar de lado toda burocratização, lugares de encontro com Deus. Casa: Lugar da ternura: Superar a superficialidade fundada no fazer coisas. Inspirar-se na vivência fraterna e solidária das primeiras comunidades. Casa: Lugar das famílias: Ir ao encontro das famílias em sua realidade concreta, com as luzes e sombras e acolhê-las na comunidade. Casa: Lugar de portas sempre abertas: Quem está dentro é chamado a sair e ir ao encontro do outro onde quer que ele esteja.

CONCLUSÃO: A pedagogia do processo, mais do que um recurso metodológico, é uma mística na espiritualidade cristã. As DGAE hão de inspirar todas as instâncias eclesiais: comissões pastorais da Conferência Episcopal, Regionais, Igrejas particulares, paróquias, seminários, pastorais, comunidades ambientais, movimentos, associações, novas comunidades, organismos, universidades e escolas católicas, meios de comunicação eclesiais, entre outros. Se o Senhor não construir a casa, em vão trabalham os que a constroem e se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia aquele que a guarda (Sl 127,1).

Pilar da Ação Missionária: ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO. Passando adiante, anunciava o Evangelho a todas as cidades (At 8,40). O querigma... Desenvolver a cultura da proximidade, do encontro e do diálogo. Dinamizar ações ad gentes e o revigoramento da experiência das Igrejas-Irmãs. Encaminhamentos: Acompanhar a realidade urbana com observatórios dos ritmos das cidades, suas tendências e alterações. Investir nos Arquidiocese de Curitiba | Julho 2019

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Políticas Públicas

Paróquias da Arquidiocese de Curitiba se integram a projeto de educação ambiental da Prefeitura Paróquias da Arquidiocese de Curitiba estão realizando ações de educação ambiental em parceria com a Prefeitura de Curitiba por meio do projeto Amigo dos Rios. O projeto visa à conservação e recuperação dos rios e mananciais de Curitiba e tem por objetivo desenvolver ações integradas de sensibilização ao meio ambiente, priorizando o componente educativo no ambiente escolar e em toda a sociedade. O Amigo dos Rios é desenvolvido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba (SMMA), e está sendo executado pela empresa Ambientalis Engenharia, a qual conta com 25 educadores ambientais, sendo eles engenheiros ambientais e sanitaristas, engenheiros agrônomos, biólogos e engenheiros florestais. Nesta fase, o foco está voltado prioritariamente para a Bacia Hidrográfica do Rio Belém. A mobilização é feita por meio de palestras e oficinas para crianças e adultos, plantio de mudas nativas, entrega de materiais informativos e peças de teatro para igrejas, condomínios, escolas e associações que tenham interesse em se engajar sobre as questões ambientais e proteção dos rios e mananciais da capital. A pastoral catequética da Paróquia Imaculada Conceição foi a primeira a aderir ao projeto. Na ação, que aconteceu em no dia 28 de março, as crianças de todas as turmas da catequese, da 1ª à 5ª quinta etapa, foram mobilizadas para trabalhar no plantio de árvores e flores no pátio da igreja.

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Arquidiocese de Curitiba | Julho 2019

Maria Salete Benvenutti Rodrigues, da coordenação da catequese, avalia que foi uma experiência ímpar. “As crianças ouviram sobre a necessidade do cuidado com nossa casa comum, a importância do cuidado com o meio ambiente, a necessidade da preservação das matas ciliares e a importância de conscientizar a população acerca da reciclagem. Elas se sentiram à vontade para relatar o que já estão fazendo em suas casas e o que ainda precisa ser feito”, destacou Maria Salete. Foram plantadas cinco árvores e os catequistas escolheram um nome para cada uma delas. Depois do plantio assistiram a uma peça de teatro que tratou da importância da reciclagem. Na medida em que a apresentação ia acontecendo eles interagiam contando como procediam em suas casas e na casa de seus avós. Estavam atentos e muitos interagiam sugerindo novas ações que poderiam ser implantadas nas escolas, na paróquia e pela própria prefeitura para elevar o nível de consciência da população. A bióloga e analista socioambiental da Ambientalis, Silvete Alice, também avalia que a experiência na Paróquia foi excelente. “As crianças participaram e interagiram conosco durante toda a ação e se envolveram no plantio das mudas nativas. Ficaram interessadas nos temas abordados, questionando e fazendo complementação”, disse Silvete. Outras paróquias também estão aderindo ao projeto, que certamente trará grandes benefícios para as comunidades envolvidas.


Vocações

FÁBIO ATAIR CRISTO COSTA Seminarista

Vocação e amor Não se pode pensar em vocação sem lembrar tam-

“Simão filho de Jonas, tu me amas”? E Pedro entris-

bém do amor. Tanto o amor daquele que chama

teceu-se e compreendeu que era de um amor in-

quanto do que é chamado. Toda vocação exige mui-

condicional que Jesus lhe falara naquele momento.

to amor e doação, ou seja, toda vocação termina em

Portanto, Pedro dá a sua última resposta com con-

amor. Tendo em vista que toda vocação é um chama-

vicção e coragem: “Sim senhor, Tu sabes tudo, sabes

do para quem se dispõe a tornar-se capaz de amar e

que eu te amo”. E nas três vezes Jesus diz: “apascenta

ser feliz, se faz necessário também compreender que

as minhas ovelhas”. Ou seja, cuida dos meus, ama-

se exige de cada um de nós que somos chamados a

-os como eu os amei. Pedro, naquele momento, não

corresponder uma vocação, uma entrega total pelo

somente é chamado para amar, mas também é pro-

que por nós vai ser amado. Toda vocação nos leva a

fundamente amado por Deus. É como se o próprio

assumir um compromisso de amar verdadeiramente.

Jesus nos ensinasse: se me amas será capaz de amar também os meus, e se ama o próximo, nele também

E como vocações específicas temos o matrimônio,

me amarás.

o sacerdócio, a vida religiosa e a vida leiga. Seja qual for a nossa vocação específica, é, certamente,

A partir desta narrativa somos levados a compreen-

uma vocação que vai lhe exigir amor. E quem ama é

der o sentido profundo da verdadeira vocação. Pe-

mais feliz.

dro compreendeu, mesmo ao negar Jesus por três vezes (Jo 18, 25-27). Quantas vezes negamos o com-

Em todas as vocações exige-se, antes de mais nada,

promisso de assumir um chamado com fidelidade?

o amor a Deus e ao próximo. É sendo também amado que nos sentimos chamados a também amar. Por

Que possamos refletir sobre a nossa vocação, sobre

isso, recordar a narrativa do Evangelho de São João no

o chamado que recebemos em nossas vidas: Se so-

capítulo 21, a partir do versículo 15 – onde Simão Pedro

mos capazes de assumir um compromisso de amor,

tem um encontro com Cristo Ressuscitado – nos faz

assumir uma vocação, superar a superficialidade de

compreender um tanto da grandeza do amor de Deus,

um falso “amor” (um jeito distante da postura de al-

que nos impulsiona a também corresponder ao cha-

guém que verdadeiramente ama)? Conseguimos ser

mado que Ele tem para nós.

pai, mãe, padre, religioso ou religiosa felizes e capazes de amar. Porque somente aquele que soube ser

Trata-se de uma narrativa na qual encontramos

capaz de amar será também mais feliz, apesar das

a tríplice declaração do amor de Simão Pedro por

dificuldades. Todo batizado é chamado para amar,

Jesus, após lhe perguntar: “Simão filho de Jonas, tu

isso pode ser afirmado com São Paulo Apóstolo en-

me amas”? E nas duas vezes Pedro confirma: sim Se-

quanto falava aos Romanos: “Porque o amor de Deus

nhor, Tu sabes que eu te amo. Torna-se, portanto,

foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo

necessário Jesus perguntar ainda pela terceira vez:

que nos foi dado”. (Rm 5,5)

Entre em contato com a Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Curitiba: (41) 3285 4097 / (41) 9 9821 5196. pvcwb.com.br

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Família e Vida

MARA AVELINO - PSICÓLOGA Coordenadora do SOS Família da Cúria Metropolitana de Curitiba

Família Moderna:

Quem está no controle? Quando o assunto é família, não se pode deixar de pensar como os pais e responsáveis correspondem à vocação de educar no contexto de modernidade e tecnologia. É uma tarefa desafiadora e complexa, pais e mães se encontram cada vez mais envolvidos com o mercado de trabalho, vivendo em um ritmo acelerado e com pouco tempo de convivência com os filhos. Uma característica do momento atual é o afastamento dos pais e responsáveis da posição de principal referencial de mundo para os filhos. Há um fluxo de informação disponível para as crianças, em tablets, smartphones, computadores, televisão, que por meio da internet basta um simples toque para se obter respostas a todas as perguntas. O resultado dessa acessibilidade gera nos filhos a ilusão de que a educação, no sentido mais amplo da palavra, tornou-se um processo autônomo e independente da influência dos pais. Esta dinâmica observada na maioria das famílias contribui para o afastamento dos filhos na relação com os pais. Infelizmente, numa proporção sempre maior, crianças desde muito cedo estão sendo expostas a este universo de informações pelos próprios pais, que pensam estarem dando a elas a possibilidade de crescimento pedagógico e intelectual. Por outro lado, para alguns pais estas ferramentas têm o objetivo de manterem as crianças ocupadas e entretidas, na necessidade de realizarem as tarefas diárias da casa e da família; e outros, que encontram dificuldades em abrir mão de suas próprias escolhas e rotina para atender as demandas dos filhos pequenos. E existem ainda pais que se encontram apegados e, quando não, viciados na internet, passando horas a fio nas redes sociais. É papel dos pais e responsáveis não apenas gerar, mas responsabilizarem-se por construir as bases do desenvolvimento de aprendizado dos filhos, que ocorre principalmente nos primeiros anos de vida. Este papel está cada vez mais ameaçado pelo afastamento da figura paterna e/ou materna do centro de referência para a criança. Os pais estão deixando de ser o modelo de conduta, desempenhando apenas um papel de coadjuvantes no desenvolvimento da criança, perdendo assim a posição de autoridade. Todos estes fatores, na medida em que se tornam parte da estrutura familiar, fazem com que os conceitos de limites e respeito percam a sua legitimidade, criando para os pais uma situação bastante complicada, na qual as crianças acreditam nesta ilusão de autonomia e assumem uma postura de autoridade sobre os pais. Sem contar que, com frequência, são elas que acabam determinando suas próprias vontades, necessidades e limites, impondo em casa quem dá a última palavra, sem qualquer referencial do que é certo ou errado. A grande questão aqui não é quem está no controle da famí-

lia, mas como os pais podem recuperar este papel central de referência de mundo para os seus filhos, voltando a ser protagonistas no processo de educação. As crianças quando pequenas não apresentam grandes questionamentos que desafiam a lógica de um adulto. Elas precisam apenas de alguém que lhes mostre e direcione o mundo à sua volta. É nas coisas triviais que se estabelecem as primeiras bases da educação. É brincando que a criança faz a experiência de valorizar as palavras dos pais e se sentem motivadas a reproduzir os seus comportamentos. É no relacionando com os filhos que se pode ensinar os principais conceitos que irão nortear o seu desenvolvimento, principalmente a aprenderem respeitar a sua própria vida e a dos outros com dignidade. O desafio da educação exige dedicação e empenho, que apesar do cansaço dos pais e de tantos outros problemas que a família enfrente não podem renunciar ao papel de educar. Cabe à família “ser lugar de apoio, acompanhamento, guia, embora tenha de reinventar os seus métodos e encontrar novos recursos” (Amoris Laetitia, 260). O Papa Francisco recomenda aos pais: “Se um progenitor está obcecado com saber onde está o seu filho e controlar todos os seus movimentos, procurará apenas dominar o seu espaço. Mas, desta forma, não o educará, não o reforçará, não o preparará para enfrentar os desafios. O que interessa acima de tudo é gerar no filho, com muito amor, processos de amadurecimento da sua liberdade, de preparação, de crescimento integral, de cultivo da autêntica autonomia. Só assim este filho terá em si mesmo os elementos de que precisa para saber defender-se e agir com inteligência e cautela em circunstâncias difíceis. Assim a grande questão não é onde está fisicamente o seu filho, com quem está neste momento, mas onde se encontra em sentido existencial”, ... Por isso, eis as perguntas que faço aos pais: Procuramos compreender onde os filhos verdadeiramente estão em seu caminho? Sabemos onde está realmente a sua alma? E sobretudo queremos sabê-lo?” (Amoris Laetitia, 261). O que estamos assistindo hoje é uma degradação da arte de se relacionar e dar sentido a própria existência. Não é a família que está em crise, mas os relacionamentos frágeis que tornam os indivíduos vulneráveis diante dos problemas. Não aprenderam a razão do viver e, por muito pouco, perdem o sentido da vida, diante dos modelos absurdos de felicidade que o mundo virtual impõe às suas vidas. Por isso, não importa apenas manterem o controle, importa mais a confiança e admiração adquirida pelos pais que se tornam referência e modelo para os filhos. Sempre é possível recomeçar no relacionamento com os filhos e dar um novo rumo na educação, esta etapa é fundamental na construção do adulto que eles irão se tornar quando crescerem.

EXPEDIENTE COMISSÃO FAMÍLIA E VIDA: Coordenadores: Roberto Machado e Márcia Regina S. Machado. Secretária: Vanessa Langner. Contato: (41) 2105-6309 -vanessads@mitradecuritiba.org.br

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Dimensão Social

COORDENAÇÃO DIOCESANA DA PASTORAL DA SOBRIEDADE

PASTORAL DA SOBRIEDADE: a ação da Igreja e o desafio contra a drogadição A Pastoral da Sobriedade é a ação concreta da Igreja na prevenção e recuperação da dependência química. É uma ação conjunta que busca a integração entre todas as pastorais, movimentos, comunidades terapêuticas, casas de recuperação para, através da pedagogia de Jesus-Libertador, resgatar e reinserir os excluídos, propondo uma mudança de vida através da conversão. É uma resposta da Igreja ao complexo problema das drogas, uma realidade dramática, sentida no cotidiano de tantas pessoas. Considerando que 25% da população brasileira está direta ou indiretamente ligada a este fenômeno, e que cada vez mais cedo os adolescentes entram em contato com as drogas, carregando consigo, em média, quatro outras pessoas, chamadas de codependentes (em geral, membros da família e amigos), a Pastoral da Sobriedade capacita aqueles que, de alguma maneira, se identificam com a causa e desejam lutar pela vida, tornando-se um agente da Pastoral da Sobriedade. Dependente e sua família são estimulados a participar juntos da reunião semanal de forma sistêmica e permanente. Prioriza não somente a abstinência, mas a sobriedade. O Grupo de Autoajuda é a porta de entrada para o desenvolvimento do trabalho, em comunhão. É a resposta na comunidade de fé para o tratamento das dependências. Realiza-se na Paróquia, mediante reuniões semanais com dia, horário e local estabelecidos. Atua em cinco dimensões: a Prevenção, a Intervenção, a Recuperação, a Reinserção Familiar e Social e a Atuação Política. As cinco dimensões de Ação da Pastoral da Sobriedade: Prevenção – A Prevenção é dirigida a quem nunca experimentou drogas, ou não faz uso delas. Podemos e devemos prevenir não só contra alguma coisa, mas a favor de algo. Deve favorecer tudo que, por si só, se oponha à droga, ao alcoolismo, aos vícios e pecados em geral. Intervenção – A Intervenção é dirigida àqueles que fazem uso de drogas, fazem uso dela esporadicamente, porém ainda não se tornaram dependentes químicos. É necessário agir para redimir, resgatar, reconstruir. É necessário fazer brotar novamente a vida, uma vida digna, uma vida plena. Ela tem que ser eterna, entretanto, a redenção começa aqui e agora, quando você age a favor da vida. Recuperação – A recuperação refere-se ao atendimento dos usuários de droga em quem já se instalou a dependência química ou psicológica, portanto aos de-

pendentes químicos. O dependente é um doente que necessita de ajuda para obter cura. Ele foi roubado no uso de sua liberdade e da razão. Por conseguinte, é necessário perceber o dependente dentro do seu ciclo de vida, de suas relações familiares e sociais, compreender que ele e a família precisam de ajuda e não de críticas. Diante da constatação do vazio espiritual que existe em cada dependente, desenvolvemos a espiritualidade, centrada na visão Cristã e Pastoral da nossa Igreja. Reinserção Familiar e Social – Falar em Reinserção do dependente químico em Sobriedade é lembrar do amor pródigo do pai que acolhe o filho com o coração aberto. Para a Reinserção do dependente químico e Sobriedade na família e na sociedade é imprescindível que seus familiares participem dos grupos de autoajuda da Pastoral, pois todos precisam de informação, formação e sustentação espiritual. Estudos comprovam que cada dependente químico destrói consigo quatro vidas que também necessitam de apoio, acompanhamento e redenção. Atuação Política – Atuação Política é desenvolver reflexão e atividades junto aos organismos que atuam na sociedade (Conselhos, Fóruns, etc...), defendendo sempre uma política “antidrogas” que seja eficaz, prática e que gere vida. Na Arquidiocese de Curitiba, a Pastoral da Sobriedade é parte integrante da Comissão da Dimensão Social, em colegialidade com as demais pastorais socias e com toda a vida da Igreja. Realiza um trabalho de admirável alcance, junto às comunidades onde estão instaladas, com os grupos de autoajuda e capacitando novas lideranças para a multiplicação desse importante trabalho evangelizador. São 11 paróquias com a presença da Pastoral da Sobriedade, a saber: 1) Paróquia Santa Terezinha de Lisieux; 2) Associação Rainha da Paz; 3) Comunidade São Vicente Pallotti; 4) Paróquia Santa Rita; 5) Paróquia São Benedito; 6) Paróquia São Jorge; 7) Paróquia São José Operário; 8) Paróquia São Pedro e São Paulo; 9) Paróquia Nossa Senhora Aparecida; 10) Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança e 11 ) Paróquia Nossa Senhora da Luz. Caso você tenha interesse em conhecer essa ação sóciotransformadora do evangelho entre em contato com José Castilho – Coordenador Diocesano da Pastoral da Sobriedade, pelo telefone (41) 997734093 ou pelo email josecastilho1956@gmail.com. Sobriedade e paz!

Fontes: 1) Pastoral da Sobriedade - http://www.sobriedade.org.br/ ; 2) Formação e Capacitação de Agentes – 9ª Ed – Curitiba – Vitória Gráfica & Editora 2018; 3) Os 12 Passos da Pastoral da Sobriedade – 7ª Ed – Curitiba – Vitória Gráfica - 2018.

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Painel

Foto: Patryck Madeira

Fomos 100 mil pessoas, em unidade, no CORPUS CHRISTI 2019

Fotos: Geovanni de Luca

Mais de 100 mil pessoas estiveram presentes na solenidade de Corpus Christi em Curitiba. Além da tradicional confecção dos tapetes pela manhã e da missa seguida de procissão à tarde, a programação neste ano contou com atividades musicais na praça Nossa Senhora de Salete, feira gastronômica, mutirão de confissões, tendas de adoração e uma ação solidária: a distribuição de lanche e almoço para população em situação de rua.

Aproximadamente 5 mil pessoas participaram pela manhã da montagem dos tapetes na Av. Cândido de Abreu, representando com grãos, pedriscos e serragem as diversas imagens relacionadas à fé católica.

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Foto: Bárbara Moraes

a5-sangra.pdf 1 03/06/2019 15:22:29

À tarde foi celebrada a missa em frente à Catedral Basílica de Curitiba, reunindo a multidão com 100 mil pessoas, que saiu em procissão até o Centro Cívico. O tema do Corpus Christi de Curitiba deste ano foi “Fazei de nós um só corpo e um só espírito”. C M

Y

Ao comentar a importância do dia, o arcebispo de Curitiba, Dom CM José Antônio Peruzzo, ressaltou o espírito de união do povo católiMY co, comentando que “mesmo em dias tão difíceis e exigentes como CY os nossos, há bons motivos que nos unem, como o dia de hoje”. Ele CMY ressaltou que a importância da celebração vai muito além do culto: K “É um dia de experiência de afeto entre as pessoas participantes e também de arte, cultura e de experiência comunitária”. O dia foi encerrado com show do Padre Reginaldo Manzotti.

Fotos: Patryck Madeira

Além da multidão que acompanhou a missa e a procissão presencialmente, a TV Paraná Turismo produziu e transmitiu a missa ao vivo em HD. A missa foi retransmitida também pela TV Evangelizar e pelas rádios Evangelizar e Canção Nova, alcançando milhares de pessoas em Curitiba e em todo o Brasil.

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Painel

22º Encontro Regional da Pastoral do Surdo aconteceu em Curitiba Nos dias 7, 8 e 9 de junho aconteceu na Casa de Retiros do Mossunguê, em Curitiba (PR), o 22º Encontro Regional da Pastoral do Surdo. Inspirados pelo lema: “Enviai o vosso Espírito Senhor e da terra toda a face renovai” (Sl 103), participaram do encontro cerca de 100 pessoas, representando as Arqui/Dioceses de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Palmas e Francisco Beltrão, Cornélio Procópio, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Campo Mourão, Guarapuava, Umuarama e Paranavaí.

Comunidade Serra Cidade Sorriso comemora 40 anos de oração e amor pelas vocações O Movimento Serra chegou no Brasil em meados do ano de 1979 e seu Carisma é dedicado exclusivamente às Vocações Sacerdotais, Religiosas e Missionárias dentro da Igreja. Em Curitiba, o Movimento é conhecido por Comunidade Serra Cidade Sorriso e neste ano completa 40 anos de oração e amor pelas vocações. Para comemorar este momento foi celebrada em 6 de junho a Missa e Confraternização no Seminário Menor São José, que contou com a presença do Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Curitiba, Dom Pedro Fedalto.

Lar dos Meninos de São Luiz celebrou seu centenário Em 19 de junho o arcebispo de Curitiba esteve presente na solenidade de celebração dos 100 anos do Lar dos Meninos de São Luiz. A instituição atualmente atende 230 crianças com atividades no contraturno escolar e é mantida pela Arquidiocese de Curitiba, representada pelo Pároco do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, padre Maurício Gomes dos Anjos. Foi fundado em 21 de junho de 1919, tendo como fundadores Dom João Francisco Braga, Madre Maria dos Anjos de Rullier e Pe. João Michel. Na época tinha o nome de “Asilo São Luiz”, para assistir órfãos de pais vitimados pela gripe espanhola. Depois de anos após sua fundação, em 1957, o Arcebispo Dom Manuel da Silveira D’Elboux, reconhecendo a importância social da instituição, cedeu em comodato o prédio situado à Rua Bento Vianna, 71, onde o Lar encontra-se até hoje.

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Realizada a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) A Semana é uma experiência consolidada da consciência ecumênica das igrejas, tendo originado e fortalecido outras tantas iniciativas de diálogo. Foi realizada de 3 a 8 de junho, sendo que um dos destaques foi a Noite Musical, realizada no dia 4 de junho simultaneamente em duas comunidades, uma luterana e outra católica, reunindo diversos grupos de canto e coros. Na quartafeira, dia 5, foi realizada uma celebração no Santuário Nossa Senhora de Salette. A Semana de Oração se encerrou com uma celebração ecumênica na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – Catedral de São Tiago. A SOUC é promovida internacionalmente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e, em nível de Brasil, desde a década de 1980 é orientada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC).

Reunião da Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB Sul 2 Aconteceu no dia 04 de junho, na sede do Regional Sul 2 da CNBB, em Curitiba (PR), a reunião da Comissão Episcopal de Pastoral. Participam dessa reunião, que acontece duas vezes por ano, os bispos da presidência e um bispo representante de cada província eclesiástica. Os bispos trabalharam, durante todo o dia, sobre assuntos referentes a caminhada pastoral do Regional Sul 2 da CNBB. O arcebispo de Curitiba e vice-presidente do Regional Sul 2, Dom José Antônio Peruzzo, e o bispo-auxiliar e secretário do Regional Sul 2, Dom Amilton Manoel da Silva, participaram da reunião.

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Artigos religiosos, livros e outras publicações Adquira no setor de artigos religiosos da Mitra da Arquidiocese de Curitiba

P Av. Jaime Reis nº 369 Alto São Francisco, Curitiba/PR M sac@mitradecuritiba.org.br Telefone: (41) 2105-6325


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