Revista Voz da Igreja - Junho de 2019

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Revista

VOZ DA IGREJA ANO XVI - EDIÇÃO 193 - JUNHO DE 2019 Impresso Especial 36000135947 - DP/PR ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

CORPUS CHRISTI 2019

CORREIOS

Venha estar junto conosco neste grande dia de oração, de fraternidade e de amor por Jesus Cristo Pág. 10

Peregrinação missionária em colégios Símbolos missionários passaram a percorrer a catequese de colégios em Curitiba. Pág. 7

Solenidade será solidária

Sagrado Coração de Jesus

Com arrecadação de alimentos, a comunidade realiza um gesto de fé sócio-transformador . Pág. 13

De onde provém a grande missão confiada a tantos devotos do Coração de Jesus? Pág. 16


Agenda Mensal dos Bispos Junho/2019

Ação Evangelizadora

Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

Editorial “Fazei de nós um só Corpo e um só Espírito”. Este é o tema do Corpus Christi 2019, que chama todos nós cristãos para celebrar a unidade da Igreja em Nosso Senhor Jesus Cristo. A presença de cada paróquia, movimento, grupo, família é muito importante para celebrar este dia de fé e demonstração da unidade. Junho também é o mês de Santo Antônio, um dos santos mais populares de toda a Igreja Católica, venerado no mundo inteiro. Em seu artigo, Pe. Fabiano Spisla, pároco da Paróquia Santo Antônio de Orleans, conta a trajetória deste que foi definido por Papa Gregório IX como a “Arca do Testamento”. Estamos, ainda, no mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus e, como preparação para tal solenidade, necessita-se um aprofundamento desta devoção, tão importante para os cristãos comprometidos com a Igreja. O artigo do Pe. Maurício Gomes dos Anjos aborda este tema. Outro assunto de destaque nesta edição da revista Voz da Igreja é a peregrinação dos Símbolos Missionários – a Bíblia, a Cruz Missionária e a imagem de Nossa Senhora da Luz – pela catequese nos colégios confessionais e não-confessionais. As escolas que receberam os símbolos relatam como foi a experiência de realizar este ato de fé. Convidamos você a ler estes e outros artigos e notícias voltados para a reflexão e informação acerca de assuntos relevantes para nossa Igreja. Que você e sua família tenham um mês de junho abençoado!

01 • Aula no Seminário Rainha dos Apóstolos • Formação Rhema – Mulheres que se Importam, Cúria • Crisma Santuário Nossa Senhora de Lourdes 02 • Crisma Paróquia São Sebastião, Bateias • TV Evangelizar 03 • Gravação Leitura Orante, TV Evangelizar • Oração Unidade dos Cristãos, Igreja Ortodoxa 04 • Reunião CNBB Regional Sul II • Formação bíblica, Santuário Nossa Senhora do Carmo 05 • Expediente na Cúria • Visita ao Seminário Propedêudico 06 • Reunião dos 15 setores • Missa no Centro Âncora 07 • Aula no Studium • Reunião do setor Mercês 08 • Crismas Paróquias: Bom Pastor • Santa Madalena Sofia 09 • Festa Divino Espírito Santo • Crismas nas Paróquias: São Paulo Apóstolo, Uberaba • Nossa Senhora Aparecida, Pinhais 10 • Gravação Leitura Orante, TV Evangelizar 11 • Reunião APAC • Reunião setor Santa Felicidade • Formação Rhema - Mulheres que se Importam, Cúria 12 • ARSEM • Missa Solene na ALEP, Corpus Christi 13 • Visita ao Seminário Bom Pastor 14 • Aula no Studium • Expediente na Cúria

15 • Crismas nas Paróquias: Santa Catarina Labouré • Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro • Dedicação do altar, Nossa Senhora das Mercês 16 • Crismas nas Paróquias: Santíssima Trindade, Cajuru • Santa Margarida, Capela Santa Helena, Santa Felicidade 17 • Gravação Leitura Orante, TV Evangelizar 18 • Gravação Conhecendo a Palavra, TV Evangelizar 19 • Celebração dos 100 anos do Lar dos Meninos de São Luiz • Curso bíblico na Paróquia Santo Antônio, Orleans 20 • Corpus Christi 22 • Crisma nas Paróquias: Nossa Senhora da Luz, CIC em dois horários 23 • Crismas nas Paróquias: Santa Edwiges, em dois horários 24 • Gravação Leitura Orante, TV Evangelizar 25 a 27 • Reunião do Conselho Permanente, Brasília – DF 28 • Aula Studium • Reunião dos Formadores • Visita ao Seminário São José 29 • Crismas nas Paróquias: São Marcos, Pilarzinho • Nossa Senhora Aparecida, Boa Vista 30 • Missa do Padroeiro, Paróquia Santo Antonio, Parolin • Missa encerramento da Escola de Coord. da Catequese, Casa de Retiro Mossunguê

Dom Amilton Manoel da Silva Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba 01 • Crismas nas Paróquias Nossa Senhora da Visitação e • Nossa Senhora da Conceição – Butiatuvinha • Palestra para os crismandos da Paróquia São Lucas 02 • Missa Capela Nossa Senhor da Cabeça • Crismas nas Paróquias Santa Amélia e Santo Antônio Maria Claret • Mesa redonda na TV Evangelizar 04 • Reunião Conselho Regional Sul II 05 e 06 • Reunião com padres da Ação Evangelizadora 06 • Reunião dos 15 setores 07 • Reunião do Setor Pinheirinho – Paróquia São Pedro Apóstolo • Expediente na Cúria • Crisma na Paróquia Menino Jesus de Praga 08 • Crismas no Santuário Nossa Senhora do Carmo e • Paróquia Nossa Senhora da Paz 09 • Crismas na Paróquia São Cristóvão • Santuário São José • Paróquia Santa Cândida

11 • Reunião da APAC 12 a 16 • Visita Pastoral Paróquia São Brás 14 • Reunião Setor Capão Raso – Paróquia Nossa Senhora da Anunciação • Vigília da Juventude, setor sul – Paróquia Nossa Senhora da Anunciação 15 • Manhã Orante Juvenil • Crismas nas Paróquia Sagrado Coração de Jesus e • São Miguel Arcanjo 18 • Rito de entrega da Bíblia – Paróquia Sagrado Coração de Jesus 19 • Vigília do Corpus Christi, praça Nossa Senhora da Salete 20 • Corpus Christi 21 a 23 • Congresso das Irmãs Passionistas – SP 24 a 27 • Retiro Agudos – CNBB 28 • Reunião dos Formadores • Crisma Paróquia Sant’ana 29 • Crisma Paróquia Sant’Ana 30 • Missa Solene Sagrado Coração de Jesus, Água Verde • Crisma Paróquia Santa Rita, Tatuquara • Encerramento Novenário Perpétuo Socorro

Dom Francisco Cota de Oliveira Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

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A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Chanceler: Pe. Jair Jacon | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Maurício Gomes dos Anjos | Jornalista responsável: Téo Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revisão Teológica: Pe. Márcio Luiz Fernandes | Colaboração voluntária: 13 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral | Foto capa: Bárbara Moraes | Projeto gráfico e diagramação: Sintática Comunicação | Tiragem: 10 mil exemplares.

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01 • Crismas nas Paróquias Nossa Senhora do Sagrado Coração e • São Benedito 02 • Crismas nas Paróquias: Nossa Senhora das Mercês • Santa Cecília, de Campo Largo • São João Batista, do Tingui 03 • Abertura do encontro da Pastoral da Pessoa Idosa, na Cúria 04 • Reunião da Comissão Família e Vida 05 • Expediente na Cúria • Oração Unidade dos Cristãos, Santuário Nossa Senhora de Salette 06 • Reunião dos 15 setores • Crisma Paróquia Santíssima Trindade, Cajuru 07 • Missa na Cúria • Atendimento na Cúria • Crisma Paróquia Sant’Ana, Abranches 08 • Crismas: Colégio Positivo • Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Uberaba em dois horários 09 • Crisma Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Tarumã • Ordenação diaconal, Paróquia São José Trabalhador, Campina do Siqueira 11 • Reunião da APAC • Missa para as novas comunidades – A MI 13 • Reunião setor Orleans • Missa Paróquia Santo Antônio, Boa Vista 14 • Crisma Paróquia Santa Cândida

15 • Crismas: Santuário Divina Misericórdia • Paróquia São Lucas, capela São José 16 • Crismas Paróquias: São Pedro, Umbará • Santa Efigênia 19 • Reunião Formal da Equipe de Nossa Senhora 20 • Corpus Christi 21 • Crisma Paróquia Nossa Senhora das Graças 22 • Crismas Paróquias: Senhor Bom Jesus, Colombo em dois horários 23 • Crismas nas Paróquias: São Pedro, Umbará • Nossa Senhora das Graças, Barreirinha • Missa de encerramento da Semana do Migrante, Santa Felicidade 25 • Reunião do setor Cabral • Missa Jubileu do Movimento de Irmão, Catedral 26 • Concentração do Apostolado de Oração, Santuário Sagrado Coração de Jesus • Missa em celebração ao Fundador da Opus Dei, Paróquia Santo Agostinho 27 • Reunião do setor Cajuru 28 • Reunião dos Formadores • Crisma Paróquia Santa Cândida 29 • Crisma Paróquia Senhor Bom Jesus, Colombo • Formação para o Movimento das Capelinhas, Paróquia São Jorge 30 • Missa Movimento Sacerdotal Mariano, Igreja da Ordem


Palavra do Arcebispo

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

A Festa de Corpus Christi Era o ano de 1264. São já longos sete séculos que os católicos celebram a festa litúrgica de Corpus Christi. Apesar das peripécias de toda ordem, não obstante os questionamentos de todo tipo e estilo, a despeito de contrapontos teológicos e políticos, ainda assim esta festa litúrgica atravessou os tempos e superou inúmeras vicissitudes. Chegou aos nossos dias suscitando muitos afetos religiosos e artísticos. Pelo Brasil afora inúmeros grupos se mobilizam para preparar os tapetes e as procissões. Tudo para expressar de forma solene e cultural o respeito e a fé eucarística do Corpo de Cristo. É uma comovente e singela manifestação que os católicos professam na presença viva de Jesus Cristo na hóstia consagrada. A antiguidade do “Corpus Christi” não aponta apenas para o aspecto longevo desta tradição religiosa. Acaso o que professamos nesta solenidade - isto é, a presença de Jesus Cristo no pão consagrado - atravessaria tantos séculos e objeções se se tratasse de uma fantasia religiosa? É curioso, ademais, observar que o culto à presença eucarística de Jesus na hóstia começou na Bélgica (1260). Logo se difundiu pela Itália. Pouco tempo depois consolidou-se na Alemanha, em Colônia. Para aquele tempo, com meios de difusão de extremada escassez, é admirável como tenha se expandido. Mais do que uma ideia que se disseminou, era uma percepção de fé presente nas intuições de um povo que se voltava para a hóstia com atitudes de adoração. Em nossa Arquidiocese observa-se que a celebração está a juvenescer-se. Em outros anos cada paróquia

organizava ao seu modo um importante evento. Celebrações e procissões se enumeravam. Sem dúvida, era sim um evento marcante. Mas havia sinais evanescentes. As motivações pareciam enfraquecer-se. E nosso povo ansiava por manifestações festivas e também multitudinárias para a nossa identidade de Igreja Católica. E Corpus Christi conjugava bem a religiosidade, a fé e a identidade da nossa Igreja. Somos cristãos eucarísticos. Cremos na presença de Jesus Cristo na hóstia consagrada na Eucaristia e presente em quase todos os nossos templos. No ano passado, segundo informações autorizadas, éramos aproximadamente 110.000 pessoas a participar do caminho processional. Foram muitos os testemunhos a confirmar que não se tratava de uma multidão rumorosa. Na realidade o evento fazia lembrar um “povo em caminho”. Como hoje, aqueles eram dias de incertezas, de polarizações, de tensões sociais e políticas. Mas lá orávamos. Apesar de tantas realidades contrastantes, todos os participantes acalentavam anseios de paz, de superação da violência, de fraternidade e reconciliação. A motivação não era sócio-política. Olhos e atenções se voltavam para o Senhor eucarístico que conosco caminhava. Continuamos a ser uma cidade e uma sociedade machucada de muitas feridas. As muitas ideias e os muitos debates serão sempre insuficientes se faltar a paz e a serenidade de quem se deixa ensinar pelo Senhor. Nossa procissão será sinal de paz esperançosa, mesmo que vivamos dias de quase tudo e todos os contrapontos.

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Palavra de Dom Pedro

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO Arcebispo Emérito de Curitiba

FELIZES OS MANSOS, PORQUE HERDARÃO A TERRA Neste ano de 2019, em meu artigo mensal na Revista “Voz da Igreja” estou escrevendo sobre as BemAventuranças. Em maio, por exceção, foi sobre a Oração aprovada por Dom José Antônio Peruzzo para a Beatificação e Canonização de Monsenhor Bernardo José Krasinski, a pedido do Movimento de Irmãos. Neste mês de junho, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, é a bem-aventurança da Mansidão. A Mansidão é uma bem-aventurança fundamentada no Evangelho, a ser vivida pelos cristãos católicos.

Como viver a Mansidão? A Mansidão não é a renúncia das próprias convicções de fé, nas verdades do Evangelho, na observância dos Mandamentos da Lei de Deus, na vivência dos Sacramentos. É necessário manter o equilíbrio no diálogo, não se exaltar, gritar, ficar com raiva, explodir nervosamente nas discussões. A Mansidão não é teimosia na conversa, no diálogo. A Mansidão não é agressão, mas autodomínio, respeito.

Textos Bíblicos “Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para vosso espírito” (Mt. 5, 29). Que lição magnífica nos ensina Jesus: ser Manso, para evitar a raiva, a explosão nervosa, a violência. Outro ensinamento de Jesus é no dia de sua entrada triunfante em Jerusalém, no Domingo de Ramos: “Eis que o teu Rei vem a ti, manso, montado num jumento” (MT. 21,5). A Mansidão é um fruto do Espírito Santo (Gál. 5, 23). São Pedro Apóstolo, em sua 1ª carta, ensina-nos que é preciso prestar um serviço, que nos é pedido, sempre com mansidão (1 Ped, 3, 16), mesmo que sejam opositores os que no-lo pedem (2Tm, 2, 25).

Causas que provocam a raiva O Papa Francisco no documento “Gaudete et Exsultate” – Alegrai-vos e Exultai, cita umas: inimizade, ódio, orgulho, vaidade, oposição às ideias dos outros, não aceitando seu modo de ser. Outras causas: a arrogância, a autossuficiência, o desprezo do outro, a divergência política, futebolística, a imposição das próprias ideias, a falta de diálogo fraterno, o cansaço etc.

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A Mansidão é não se lamentar, fazer críticas negativas e muito menos mentiras e calúnias. Na Mansidão deve prevalecer sempre a verdade e não a imposição, mas sim a proposição, mesmo em assuntos comuns. Ser manso é ajudar o outro em suas dificuldades, animá-lo, mesmo que não se encontrem soluções. Ser manso é compreender o outro nos sofrimentos: doença, desemprego, incompreensões familiares. É agir com prudência. A melhor escola da Mansidão é a de Jesus: Manso e humilde.


Juventude

Uma caminhada Na Fé O grupo de jovens da paróquia Santa Amélia não mede esforços para levar a palavra aos jovens da Igreja O Na Fé é o grupo de jovens da comunidade Santa Amélia, no bairro Fazendinha, em Curitiba. Iniciado em 2015, o grupo caminha para os quatro anos de encontros aos sábados, levando a presença de Deus para os mais de 150 jovens que já passaram por ali. O grupo não tem um único padroeiro, mas a cada encontro busca histórias e valores que se encaixem no tema proposto e acabam aprendendo mais sobre cada santo da igreja. As atuais coordenadoras Brunna de Lara e Beatriz Fernandes estão à frente do grupo há pouco mais de um ano, sempre contando com o auxílio de todos, e querem mostrar a força daqueles que são o futuro da igreja. “Um refúgio do mundo”. É como Julia Soares, 18 anos, que está no grupo há 3 anos, vê o Na Fé. “Somos uma família, diferentes e iguais ao mesmo tempo. Aqui podemos ser quem somos sem medo do que vão pensar”, diz Julia. A coordenadora Brunna de Lara concorda: “temos muito orgulho do que já fizemos. Saber que motivamos jovens e adolescentes que chegam de vários lugares para buscar a Igreja é lindo”. Por ser da matriz da paróquia, o Na Fé está sempre em busca de promover eventos e atividades para que mais jovens se interessem em conhecer Jesus e participem da Igreja. As interações com as turmas da catequese e com os outros grupos resultam em momentos de muita fé, reflexão e muitas risadas.

Um dos grandes exemplos é o Na Virada, que acontece na Quinta-Feira Santa e esse ano chegou à 3° edição. Os jovens se reúnem após a missa de lava-pés e passam a madrugada juntos em adoração e confraternização. O Na Virada se tornou o maior evento promovido pelo Na Fé, e no ano passado chegou a reunir cerca de 70 jovens de toda a paróquia, já que todos podem participar, propor temas e momentos de oração. O grupo promove desde gincanas até acampamentos e em breve anunciará o primeiro retiro da paróquia Santa Amélia organizado “de jovens para jovens”. Beatriz acredita que as atividades são uma forma diferente de se aproximar de Deus: “mostramos um Deus que você pode se relacionar independente dos seus defeitos, que te ama. Também é uma forma de convidar os jovens não só para o grupo, mas para estarem na Igreja”, conclui. Para colocar tudo isso em prática o grupo se organiza para vender rifas e preparar eventos como a Pastelada Jovem, que aconteceu no dia 27 de abril e contou até com a participação de uma banda formada por alguns integrantes do Na Fé. No Na Fé não faltam ocasiões ou motivos para reunir os jovens em nome da presença de Deus, seja em um jogo de futebol domingo à tarde no campo do seminário ou dentro da sala de encontros em momentos íntimos com ele.

EXPEDIENTE SETOR JUVENTUDE CURITIBA: Assessora Eclesiástica: Ir. Valéria Andrade. Secretário: Kelvin Oliveira. E-mail: juventude@mitradecuritiba.org.br / Telefone: 2105-6364 Arquidiocese de Curitiba | Junho 2019

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PE. LUCIANO TOKARSKI Comissão da Animação Bíblico-Catequética

Catequese

CATEQUESES MISTAGÓGICAS “A Vocação Batismal e a Unção no Espírito Santo” Nossa aventura tem consistido em transitar pela teologia do sacramento do Batismo. Inspiramo-nos na metodologia dos primeiros cristãos: a catequese mistagógica. Ela é um método de reflexão, de instrução e de meditação dos mistérios salvíficos de Deus. Ela une os dois aspectos da fé: a dimensão doutrinal da fé e a dimensão experiencial da fé. Damos um novo passo: neste artigo abordaremos a relação sinfônica entre o sacramento do batismo e a comunicação do Espírito Santo. O Espírito Santo é o sopro que move a vida cristã dos batizados desde os primeiros séculos. A menção do dom do Espírito Santo está indissoluvelmente ligada ao batismo. Nos Atos dos Apóstolos é presente esta estreita relação: Pentecostes foi o batismo da Igreja. O batismo é Pentecostes para o cristão. Paulo também apresenta a força do Espírito Santo como um dom na vida do batizado. “Todos nós bebemos de um único Espírito” (1Cor 12,13) e “o Espírito habita no cristão” (Cf. Rm 8,9; Ef 4,4). O apóstolo Pedro declara à multidão impressionada com sua pregação: “convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2, 38). Pelo Espírito Santo, o Batismo é banho de justificação, de purificação e de santificação. O sacramento do Batismo é a porta da vida no Espírito. De fato, todo cristão recebeu o Espírito Santo no batismo. O sacramento do batismo é também chamado de “o banho da regeneração e renovação do Espírito Santo” (Tt 3,5), pois ele significa e realiza este nascimento, a partir da água e do Espírito” (CIC 1215). São Basílio de Cesareia ao comentar sobre a associação do batismo com a comunicação do Espírito Santo diz: “o Espírito Santo é a origem da santificação, luz inteligível e está presente todo inteiro na vida do batizado, embora todo inteiro em toda parte” (Sobre o Espírito, nº 22). São Cipriano diz: “por meio do batismo se recebe o Espírito Santo” (Ep. 63,8) e em outra ocasião “não há

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batismo onde não há Espírito, porque não pode haver batismo sem o Espírito” (Ep. 74, 5). São Jerônimo segue o mesmo raciocínio teológico: “é nulo o batismo da Igreja sem o Espírito Santo” (Altercatio, 6). Os Padres da Igreja afirmam que o Espírito Santo vem ao batizado para fixar nele sua morada, transformá-lo em seu templo e em pneumatóforo, ou seja, portador do Espírito Santo. O sacramento do Batismo é o véu do Espírito Santo e o Espírito Santo manifesta-se no sacramento do Batismo. Este axioma teológico torna-se gesto litúrgico sensível quando quem preside o sacramento do Batismo unge, em silêncio, a cabeça da criança e do adulto com o óleo da crisma. A unção sacramental é sinal da presença do Espírito Santo na vida do batizado. A unção sacramental é o toque da Igreja na vida do batizado. A pessoa ungida é “coedificada para constituir a habitação de Deus no Espírito” (cf. Ef 2,22). Quem preside pronuncia as belíssimas palavras: “que o Espírito Santo te consagre com este óleo, para que participes da missão do Cristo, sacerdote, profeta e rei” (Ritual, p. 55). Ou seja, “assinalados com o óleo da crisma pela doação do mesmo Espírito, são configurados ao Senhor e cheios do Espírito Santo, a fim de levarem o Corpo de Cristo quanto antes à plenitude” (Praenotanda, n. 02). Interessante notar que na reforma do ritual do sacramento do batismo permaneceu a unção com o óleo dos catecumenatos e da crisma. “É o selo com o qual o Espírito Santo nos marcou para o dia da redenção” (CIC 1274). O cristão é batizado no Espírito Santo, é submerso no Espírito Santo, é ungido pelo Espírito Santo. O Espírito é o agente do mistério batismal e, ao mesmo tempo, é dom do batismo. Portanto, o sacramento do batismo que recebemos é a eterna recordação de que o Espírito Santo atua em nossas vidas: “tudo aquilo que é tocado pelo Espírito Santo fica santificado e transformado” (Cirilo de Jerusalém). Lembre-se: o óleo com que foste ungido é o amigo do Espírito Santo. Viva o seu batismo no Espírito Santo.


Peregrinação dos Símbolos Missionários pela catequese nos colégios confessionais e não-confessionais – 1ª parte Os Símbolos Missionários, que percorreram todas as paróquias da Arquidiocese de Curitiba, passaram a percorrer também a catequese dos colégios. A proposta foi feita em encontro com as coordenações de catequese de colégios confessionais e não-confessionais. Os símbolos são a Bíblia – Palavra de Deus; a Cruz Missionária – sinal do amor de Cristo; e a imagem de Nossa Senhora da Luz – padroeira de Curitiba. Peregrinaram durante o mês de abril por alguns colégios e, em junho essa peregrinação se estenderá aos demais colégios com catequese. Eis o resultado:

COLÉGIO POSITIVO AMBIENTAL E INTERNACIONAL No dia 6 de abril, os catequizandos da 1.ª a 5.ª Etapa dos Colégios Positivo Ambiental e Internacional tiveram a oportunidade de participar da Catequese Familiar, realizada no Sítio Pedagógico Recanto Sagrado. Anualmente, promovemos esse encontro familiar muito bem elaborado, para proporcionar aos catequizandos e seus familiares um dia de confraternização e formação cristã com muita alegria e descontração. Nesse dia, a alegria foi maior porque passaram o dia conosco os Símbolos Missionários da Arquidiocese de Curitiba, representados pela imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais e pela Bíblia.

COLÉGIO SANTO ANJO Nós, do Colégio Santo Anjo, tivemos a honra de receber os símbolos missionários entre os dias 09 e 11 de abril, vindos do Colégio Positivo Ambiental. Pudemos transmitir aos nossos catequizandos a importância que cada símbolo tem em nossa vida católica. A integração entre catequistas e catequizandos foi um momento de muita emoção. Rezamos, cantamos, agradecemos, pedimos e, acima de tudo, nos vimos diante de símbolos que possuem significado impar em nossas vidas. Trabalhamos a fé, os mistérios, Jesus vivo, e acreditamos que, a cada vivência como essa, conseguimos levar às nossas crianças a Igreja fora da igreja.

COLÉGIO INTERNACIONAL EVEREST A peregrinação dos Símbolos Missionários no Colégio Everest proporcionou aos alunos uma reflexão diante da mística e um olhar para a missão de cada um. O ponto de partida para a missão se realiza pelo símbolo da nossa fé em seu verdadeiro sentido. Pelo sinal que traçamos em nossa fronte na dimensão espiritual. E a Palavra de Deus nos dá todo o alicerce para fortalecer nosso papel de discípulos missionários.

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COLÉGIO NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO O Colégio Rosário recebeu, em 22 de abril, os três Símbolos Missionários que estão peregrinando pelos colégios de Curitiba. Iniciativa da Arquidiocese de Curitiba, essa peregrinação atende ao convite evangélico do Papa Francisco por uma Igreja em saída e marca no Rosário o início das atividades em comemoração à semana da fundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de Monteils, Madre Marie-Anastasie.

COLÉGIO MARISTA SANTA MARIA Contemplar a fé é viver o momento de agora esperando o próximo passo com as bênçãos de Deus. Em parceria com a Arquidiocese de Curitiba, o Colégio Marista Santa Maria recebeu a Peregrinação da Sagrada Escritura, da Cruz e da Imagem de Nossa Senhora da Luz. Os símbolos estiveram na Capela do Colégio nos dias 29 e 30 de abril. Durante este período a comunidade escolar foi convidada a viver momentos de reflexão e oração.

COLÉGIO MARISTA PARANAENSE No Colégio Marista Paranaense, a peregrinação começou de manhã com catequizandos da 2ª etapa que acolheram os símbolos e os levaram para a Capela do Colégio. As três turmas da manhã participaram de um encontro único, quando cada símbolo foi trabalhado de maneira especial. Na parte da tarde, as atividades com os Símbolos Missionários aconteceram com os alunos dos primeiros e segundos anos do ensino fundamental. A turma dos crismandos também participou, juntamente com os jovens da PJM, de um momento de espiritualidade junto aos Símbolos. As crianças da primeira etapa tiveram um encontro totalmente voltado para os Símbolos: “Os amigos de Jesus recebem a visita dos Símbolos Missionários” e participaram de três oficinas. O ápice foi a presença dos pais para um momento de oração com as famílias diante dos Símbolos. Essa peregrinação foi uma oportunidade de alimentarmos nossa fé nesse Tempo Pascal e, como família Marista, confrontarmos nossas vidas com a cruz do Senhor, alimentados por sua Palavra e com a proteção de Maria, nossa Mãe.

COLÉGIO MARISTA ANJO DA GUARDA No Colégio Marista Anjo da Guarda recebemos os símbolos nos dias 23, 24 e 25 de abril. Para celebrar a presença da Cruz, da Sagrada Escritura e da Imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, tivemos momentos marcantes de reflexão e oração junto a alunos e colaboradores do Colégio. Com a catequese fizemos uma celebração, explicando a proposta da peregrinação, uma reflexão acerca de nossa missão e uma oração diante da imagem de Nossa Senhora. Já com os colaboradores tivemos a oração do terço.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@mitradecuritiba.org.br. (41) 2105-6318. Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon.

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Família e Vida

CARLOS E VIVIAN AUWERTER Comissão Família e Vida da Arquidiocese de Curitiba

Desafios da santidade no relacionamento entre casais

Reflexão para todos os casais, inspirada no dia dos namorados Vivemos um período da história no qual as pessoas têm muitas informações sobre si mesmas, sobre a ciência, sobre a religião, etc. Porém, não conseguem discernir sobre o que lhes é básico para que tenham uma vida tranquila e feliz. Queremos aqui apresentar os desafios que os casais de nosso tempo devem enfrentar e vencer para que seu relacionamento tenha mais chances de se tornar sólido e duradouro. O primeiro desafio é viver o relacionamento, o que pode parecer complicado para muitos, principalmente no início, quando nos percebemos diferentes. Sim, somos diferentes. Isto porque na maioria dos casos viemos de famílias diferentes, fomos criados por outras pessoas, vivemos e crescemos em lugares diferentes do nosso esposo/esposa e de muitas das pessoas que fazem parte de nossa convivência. Aqui temos duas etapas a serem vencidas. Na primeira delas o casal, de forma individual e como forma de superar esta situação, deve buscar a proximidade. Isto os levará à intimidade e fará com que cada um se descubra como pessoa, que descubra qual seu estilo de personalidade, quais são suas qualidades e seus defeitos, e possam assim aceitar-se e aceitar ao outro como cada um é verdadeiramente. Viver a intimidade os ajudará no exercício do amor, pois amamos a quem conhecemos. A forma de atingir este autoconhecimento é o diálogo honesto e profundo e será preciso viver o relacionamento de forma responsável. Isto significa que devemos deixar de esperar que o outro mude, evitar de culpar o outro por tudo aquilo que não funciona e nos tornarmos juntos responsáveis pelo nosso relacionamento. É o que chamamos de “tomar a decisão de amar!”. Temos que ter em mente que somos chamados a fazer o outro feliz todos os dias de nossas vidas. Quando cada um cumpre sua parte os dois saem ganhando. Na segunda etapa os casais devem buscar viver em comunidade. Como seres sociáveis que somos, temos a necessidade de nos relacionarmos com outras pessoas, porém, isso pode se tornar difícil se esta convivência não for com pessoas que vivem os mesmos valores, ou seja, que compartilhem mesmas crenças e mesmos anseios. Quando conseguimos fazer parte de uma comunidade

com este tipo de convivência temos sentimentos de pertença, e isto nos dá a tranquilidade de sermos nós mesmos. Isto torna o fardo mais leve, fortalece os laços de amizade, de companheirismo e da responsabilidade pela santidade uns dos outros. Por fim, o segundo desafio é buscar a santidade um do outro. “Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde se encontra” (GE 14). Assim, nossa santidade deve consistir em nos esforçarmos para viver nosso relacionamento de casal com amor, conforme está em Romanos 13,8.10: “Quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei […] Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei.” (Cf. n. 60). Isto envolve a atitude de estarmos dispostos a mudar. Porém, temos que ter cuidado, pois somente podemos mudar a nós mesmos e não aos outros. É verdade que ainda não somos plenamente santos e que deveremos cair ao longo do caminho. Por isso devemos estar cientes e dispostos a incluir o perdão e a cura das feridas que nos causamos ao longo da caminhada. Para vivermos nosso relacionamento de forma íntima e responsável será preciso tomar diariamente a decisão de amar, de querer o bem do outro, de fazer o outro feliz. Somente desta forma podemos buscar a santidade e experimentar a verdadeira felicidade que vem do amor.

VENHA SER PARTE DA EQUIPE DE APOIO À SAGRADA FAMÍLIA Foi criada em 12/03/2018 por membros da antiga Escola de Agentes da Pastoral Familiar, com o objetivo de auxiliar as paróquias na implantação da “Pastoral Familiar” e na motivação de quem já participa e de novos membros, tanto para a “Pastoral Familiar” como para todas as atividades dentro da Igreja, despertando nas pessoas a vontade e o desejo de usar os seus talentos a serviço da comunidade. Contato (41) 99823-0900 / - (41) 99673-7005 – Maria Irene e Emilio

EXPEDIENTE COMISSÃO FAMÍLIA E VIDA: Coordenadores: Roberto Machado e Márcia Regina S. Machado. Secretária: Vanessa Langner. Contato: (41) 2105-6309 -vanessads@mitradecuritiba.org.br

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PE. ALEXSANDER CORDEIRO LOPES Coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba

Especial

CORPUS CHRISTI 2019 “Fazei de nós um só Corpo e um só Espírito” O Corpus Christi 2019 de Curitiba tem como tema “Fazei de nós um só corpo e um só espírito!”. Esta aclamação litúrgica é dita pelo povo durante a Oração Eucarística III, após a consagração do Pão e do Vinho no momento em que se reza pedindo que, pelo sacrifício Eucarístico, o Espírito Santo crie na comunidade cristã uma comunhão tal que não haja diferenças entre o único Corpo de Cristo posto sob o Altar e o Corpo de Cristo que é a Igreja, reunida ao redor do altar. Esta intenção recorda a união mística dos fiéis entre si e destes com o seu Senhor Ressuscitado, de tal forma que o cristão receba em suas mãos aquilo que ele mesmo é pela sua graça batismal. Santo Agostinho assim ensinava: “Se queres, pois, entender o Corpo de Cristo, ouve o que diz o Apóstolo aos fiéis: ‘Ora, vós sois o Corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros’ (1Cor 12, 27). Se vós, portanto, sois o Corpo de Cristo e membros seus, o vosso mistério está posto na mesa do Senhor: é o vosso mistério o que recebeis. Respondeis ‘Amém’ ao que sois e, respondendo, o confirmais. Escutas, pois, ‘O Corpo de Cristo’ e respondes ‘Amém’. Sê membro do Corpo de Cristo, para que o teu ‘Amém’ seja verdadeiro”. (Santo Agostinho, Sermão 272: PL 38, 1247). Deve, portanto, o fiel, buscar com todas as suas forças a unidade “do” e “com” Corpo de Cristo que é a Igreja, a fim de que a Eucaristia que ele recebe seja sinal sacra-

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mental do Reino de Deus – que é a unidade e a comunhão dos seres humanos entre si. Vivemos tempos de polaridades... Divisões políticas, ideológicas e de linhas de espiritualidade ameaçam desunir aqueles pelos quais o Senhor derramou o seu Sangue na Cruz. Muitos são os que têm optado pelo conflito, pela divisão e pela discórdia, ao invés de buscar a caridade fraterna. Por este motivo, neste ano, a comissão de organização do Corpus Christi escolheu rezar e celebrar a unidade da Igreja. Estaremos exaltando nas ruas de nossa cidade um único pedaço de Pão, que não é qualquer pão – mas o próprio Senhor, o “Pão da Vida”. E ao louvarmos este Pão imploramos a Ele a graça de sermos, de fato, um só corpo e um só espírito. Imploramos a Ele que nos ajude a superar todas as divisões, a fim de que a Eucaristia que a cada dia celebramos seja de fato sinal vivo do que buscamos e realmente somos. Este tema é urgente, mas não é novo... São João Crisóstomo (Séc. IV) já alertava os fiéis do risco de comungarem da mesa do Senhor e desprezarem o irmão: “Degustaste o Sangue do Senhor e não reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilhar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de todos os teus pecados e te convidou para esta mesa. E tu, nem mesmo assim, te tornaste mais misericordioso.” (São João Crisóstomo, In epistolam I ad Corinthios, homilia 27, 5: pg 61, 230).


De fato, o cristão precisa sentir-se obrigado a buscar a comunhão com os seus irmãos da mesa eucarística. Nossa Igreja Local convoca a todos a fugir às ocasiões de conflitos, divisões, condenações e discussões infrutíferas. Um só é o Senhor, uma só precisa ser a sua Igreja, mesmo que marcada pela pluralidade de opiniões. A divergência faz parte de qualquer grupo humano, e a Igreja não se exclui disto. Mas a falta de caridade e o rompimento com o outro são um grave escândalo para os cristãos que adoram e comungam do único Pão que é Jesus.

O Catecismo da Igreja Católica (1398) afirma: “‘Ó sacramento da piedade! Ó sacramento da unidade! Ó vínculo da caridade!’. Quanto mais dolorosas se fazem sentir as divisões da Igreja que rompem a participação comum à mesa do Senhor, tanto mais prementes são as orações ao Senhor para que voltem os dias da unidade completa de todos os que nele creem.” Seja, pois, nosso Corpus Christi 2019 um forte clamor aos céus a fim de que todas as divisões no Corpo de Cristo sejam de fato superadas.

CORPUS CHRISTI 2019 - 20 DE JUNHO 8h às 12h - Paróquias e movimentos confeccionam os tapetes na Av. Cândido de Abreu. 9h às 12h – Festividades com adoração, shows com grupos locais e momentos de oração na Praça Nossa Senhora de Salete. 13h – Animação com Coral das Comunidades no palco em frente à Catedral Basílica de Curitiba – Praça Tiradentes

14h – Santa Missa da Solenidade de Corpus Christi em frente à Catedral 15h30* – Procissão com o Santíssimo Sacramento pela Cândido de Abreu, da Catedral até a Praça Nossa Senhora de Salete em frente ao Palácio Iguaçu. 17h* – Benção do Santíssimo Sacramento. 18h* – Show com Padre Reginaldo Manzotti. * horários estimados, dependendo da duração da celebração e da procissão

SEJA SOLIDÁRIO – DOE ALIMENTOS NÃO PERECÍVEIS PARA NOSSAS OBRAS SOCIAIS. Leve às tendas na lateral da Catedral Basílica ou frente à Assembleia Legislativa do Paraná.

VOCÊ TAMBÉM PODE SER UM VOLUNTÁRIO NAS EQUIPES DE BRIGADISTAS, SOCIAL, SAÚDE E INFRAESTRUTURA. Cadastre-se no site do Corpus Christi de Curitiba.

WWW.CORPUSCHRISTICURITIBA.ORG.BR Mais informações: corpuschristi@mitradecuritiba.org.br Telefone: (041) 2105-6323

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Especial

DIÁCONO CLEVERSON MARTINS TEIXEIRA Comissão Litúrgica da Arquidiocese de Curitiba

TRÍDUO DE CORPUS CHRISTI Costumeiramente o povo de Deus tem procurado celebrar novenários ou tríduos como meio preparatório para comemorar as festividades dos santos padroeiros das comunidades. Observando esta prática popular a Arquidiocese de Curitiba apresenta, pelo segundo ano,

Todos somos convidados a expressar nosso amor pelo Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo através do tríduo preparatório, utilizando o material

a proposta da realização do tríduo preparatório para

disponibilizado junto com esta revista e

a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus

que também pode ser acessado pelo site

Cristo, já que entendemos a Eucaristia como fonte de

arquidiocesedecuritiba.org.br.

onde emana toda a força do fiel cristão. O tema central adotado pela Arquidiocese para refle-

A comunidade pode, inclusive, escolher os melhores

xão deste ano é “fazei de nós um só corpo e um só es-

dias para estas orações serem celebradas, atendendo

pírito”, que traz como pano de fundo a unidade cristã

o maior número da parcela do Povo de Deus. O impor-

que deve ser vivenciada constantemente. A união dos

tante é concretizar este momento orante até a quarta-

cristãos é vista através da expressão da fé, da oração,

-feira, véspera do dia de Corpus Christi.

da caridade e do amor. Quando nos congregamos para manifestar um destes meios, ou todos juntos, somos

Contando com a força da oração do povo de nossa

reconhecidos pelo Amor que nos une.

Arquidiocese, queremos nos unir em torno de Jesus Eucarístico, ponto alto da nossa fé, para manifestar a

A Igreja arquidiocesana de Curitiba é convidada a viver

fraternidade que existe entre nós.

a fraternidade por meio da oração deste tríduo, que pode ser celebrado de maneiras diferentes. Propomos

Pedimos a você líder comunitário (ministro ordenado ou

quatro formas celebrativas, mas reforçamos que não

leigo) que anime sua comunidade para juntos rezarmos

são as únicas maneiras para a realização desta oração.

formando este elo forte que existe entre nós.

Seguem nossas propostas para este momento orante: a. Em uma celebração eucarística, onde se pode utilizar de algumas orações propostas; b. Em uma adoração eucarística, utilizando o subsídio como fonte inspiradora para a vivência desta devoção; c. Em grupo de oração ou de reflexão, aproveitando os encontros que já acontecem habitualmente para realizar esta oração; d. Também pode ser realizado nas casas em família ou individualmente.

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PE. DANILO PENA Assessor da Dimensão Social da Arquidiocese e Curitiba

“Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9, 13)

A solidária arrecadação de alimentos no Corpus Christi da Arquidiocese A Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor – Corpus Christi, possui na Arquidiocese de Curitiba um conjunto de significados que ultrapassa a riqueza litúrgica, agregando à vida das comunidades um grande e festivo dia de encontro ao redor do Santíssimo Sacramento. Paróquias, comunidades, pastorais, movimentos, famílias inteiras e fiéis de todas as regiões episcopais reúnem-se em um ato público, celebrativo, alegre e eclesial, expressando a sincera adesão do povo católico aos apelos da eucaristia, pão de unidade e revelação de amor. Neste ano de 2019 será no dia 20 de junho, em solene liturgia, estendendo-se com a procissão sobre o tapete ornamental (confeccionado pelas comunidades), bênção com o Santíssimo, apresentação musical e um importantíssimo gesto que expressa a relação da eucaristia com a perspectiva sócio-transforamadora da fé: a arrecadação de alimentos não perecíveis que serão distribuídos a entidades assistenciais. A Eucaristia é Sacramento da Comunhão não apenas no que se refere diretamente ao pão e vinho consagrados, mas também comunhão com os irmãos e irmãs. Somos alimentados pelo Senhor enquanto povo eleito; comemos e bebemos num contexto de refeição, de convivialidade. Daí a beleza de uma arquidiocese que na festa da eucaristia, comunga do Senhor, mas também comunga da presença do irmão, solidário em suas demandas concretas. Dom Helder Câmara sempre dizia que nos pobres tocamos “o Cristo vivo”, passamos além dos símbolos e alcançamos o conteúdo da fé. Celebrada na centralidade da experiência católica, a eucaristia não constitui apenas um momento da vivência eclesial, senão o ponto culminante dela. Embora algumas práticas religiosas ligadas à comunhão, vez ou outra estejam marcadas por uma visão desenraizada da realidade, é urgente redescobrir a dimensão social da eucaristia. Ela foi instituída como ceia pascal (Lc 22,15); alimento e bebida (Mt 26,26-27); sacramento escatológico (1Cor 11,26); remissão dos pecados (Mt 26,28); sacrifício (Lc 22,19-20); memorial (1Cor 11,24-25). Isso tudo implica forte envolvimento e conotação comunitária. Transversal à sua celebração, estão presentes os valores da solidarie-

dade, da liberdade, da comunicação e da justiça. A sua força profética não pode, entretanto, ficar emparedada no tempo e espaço da celebração. Exige um desdobramento posterior que atinja a vida. Ao longo da sua vida pública Jesus se compadeceu com a fome das pessoas. Foi sensível às necessidades do povo e comungou da vida das comunidades onde esteve. Provocou os discípulos a despertar no coração a mesma solicitude. Antes da multiplicação dos pães e dos peixes, diante de uma multidão com fome, interrogou seus apóstolos sobre o que fazer diante aquele drama concreto. A resposta deles foi evasiva, dizendo que a multidão deve ser dispersada para buscar alimento por si mesma. O desafio de Jesus, que atravessa os séculos e chega até nós é: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13). Somos todos convidados a participar dessa grande mesa da solidariedade, que é também o nosso sinal de coerência com a eucaristia que liturgicamente celebramos e piedosamente comungamos. Aos fiéis que participarão deste momento significativo da vida diocesana fica o insistente convite: oferecer ao menos 1Kg de alimento não perecível (exceto sal). Caixas de leite longa vida também são bem vindas. Caso ache mais fácil, organize com a sua caravana e recolha com antecedência a doação. Ela poderá ser entregue à secretaria da dimensão social, na Mitra de Curitiba (Rua Jaime Reis, 369). Aos que desejarem entregar a doação dos alimentos no dia da missa de Corpus Christi, basta ficar atento aos postos de coleta, distribuídos próximos à catedral. A Eucaristia é o Sacramento que nos faz sair do individualismo para viver comunitariamente o seguimento autêntico do Senhor, doação plena. Com ela experimentamos a “solidariedade de Deus” que se revela verdadeira comida e verdadeira bebida. Corpus Christi evoca esta mensagem solidária e nos faz acolher o convite à conversão e ao serviço, ao amor e ao perdão. Encoraja-nos a imitarmos, com a vida, aquilo que celebramos na liturgia. Seja a arrecadação dos alimentos, neste ano de 2019, um sinal visível dessa conversão eucarística.

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Especial

DIÁCONO HENRY BELCHIOR DA CUNHA

A confecção do tapete é viver a mística do caminho de Cristo?

Desde o Século XIII a Igreja revive a tradição da Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo. Esta solenidade é celebrada na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade. Logo após a missa solene o Santissimo Corpo do Senhor sai da igreja e percorre um caminho nas ruas da cidade em procissão. Ao final do caminho, uma adoração ao Santíssimo Sacramento. Deus se manifesta no meio do povo e no caminho.

do de evitar a banalização da fé através de manifestações que estejam fora do assunto Eucaristia. Esta reunião de muitas pessoas e desenhos poderia virar uma grande ”torre de babel” não fosse um espírito de alegria que invade a todos e faz acontecer, improvisar, colaborar e, no final, contemplar uma obra tão efêmera, mas que no fundo imprime uma assinatura do povo de Deus no caminho do Santíssimo.

Foi por influência dos açorianos, que trouxeram ao Brasil colônia uma tradição de preparar um tapete com folhas e flores no caminho por onde passava a procissão com o Santíssimo, que hoje temos esta tradição. As cidades barrocas de Ouro Preto, Mariana, Diamantina e Congonhas, em Minas Gerais, foram as primeiras a vivenciar esta prática, que depois se alastrou por todo território nacional. Portanto, acontece neste dia uma verdadeira festa da Eucaristia, com música, canto, arte popular e religiosidade.

O incompreensível esforço humano e terreno que não é protagonista da festa, mas participa de um caminho imperfeito ainda na direção do caminho do Senhor. Não se trata de um caminho humano para Deus, mas sim a participação da mística do Caminho que é o próprio Jesus Cristo. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14,6), por isso participar da confecção do tapete é viver a mística do caminho de Jesus. É estar com Ele desde o preparo do tapete até o fim da solenidade e, mais ainda, é permanecer com Ele ao voltar para casa e anunciar a todos esta felicidade sem fim de conhecer o amor de Deus e participar da vida divina. Confeccionar o tapete é uma oração.

Hoje em dia chama a atenção de todos o fenômeno da confecção dos tapetes pelas ruas das cidades. Ele pode ser observado sob várias óticas, sob o olhar da arte, da cultura, mas também sob o olhar da mística, uma mística do caminho. Neste tempo, o ritmo da cidade é quebrado pela chegada no local da procissão das muitas pessoas que farão a confecção do tapete. São fiéis católicos de muitas comunidades de fé. Eles trazem, com alegria, as soluções formais mais variadas e espontâneas para desenhar o tapete. Uma manifestação sincera de amor a Deus. Os desenhos refletem a simbologia cristã e trazem o cuida-

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Agora, ao olhar a cidade que parou para Ele passar, vislumbro o caminho que Ele percorreu. O tapete já foi removido. As ruas já voltaram ao seu estado normal, porém as pessoas voltaram diferentes. O coração do povo de Deus já esqueceu a técnica, o cansaço, as cores e desenhos. Permaneceu o sentimento da presença Dele nos corações. Uma alegria sem fim que revigora a fé. São jovens, idosos, adultos, ricos e pobres que se lembram neste dia que viveram no chão, ajoelhados, a mística do caminho do Senhor.


Dízimo

PADRE ANDERSON MATHIAS BONIN BUENO Padre Referencial da Pastoral do Dízimo

O Dízimo e a conversão pessoal Nestes anos em que estou trabalhando com a Pastoral do Dízimo, já ouvi muitas histórias interessantes e recebi muitos testemunhos emocionantes de pessoas que mudaram sua maneira de ver o mundo e suas formas de relacionamento com Deus e com a Igreja por meio da vivência do dízimo. Pode parecer que dinheiro e conversão sejam assuntos desconexos ou temas de ambientes estranhos à fé católica, porém na prática paroquial são bem coerentes. A partir da nova concepção sobre o dízimo que a Igreja nos oferece no Documento 106 – “O dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas (CNBB, 2016)”, essa dinâmica está bem identificada, pois a primeira e fundamental dimensão do dízimo é a religiosa: [...] tem a ver com a relação do cristão com Deus. Contribuindo com parte de seus bens, o fiel cultiva e aprofunda sua relação com aquele de quem provém tudo o que ele é e tudo o que ele tem, e expressa, na gratidão, sua fé e sua conversão. Essa dimensão, tratando da relação com Deus, insere o dízimo no âmbito da espiritualidade cristã. A partir da relação com Deus, a relação como os bens materiais com e com seu correto uso, à luz da fé. (CNBB, Doc. 106 §29) A dimensão religiosa deixou de ser “pagar as contas do culto divino”. Essa é entendida como a segunda dimensão chamada de eclesial. A dimensão religiosa está colocada como parte da espiritualidade cristã. De fato, se o dízimo for entendido apenas como meio para se pagar a água e a luz da igreja, comprar hóstias e vinho, fornecer a espórtula dos padres, dar comida aos pobres e financiar as missões, ainda assim será apenas um meio de arrecadação financeira e poderia até ser substituído por outros meios, conforme a melhor eficiência. Porém, como entendemos agora, o dízimo é uma resposta diante do encontro com Deus e com a Igreja. Muitas dessas pessoas que encontrei na vida aproximaram-se da Igreja pela Pastoral do Dízimo, por uma campanha de inscrição de novos dizimistas, ou por um convite na entrada ou na saída da missa. Antes, eram católicos que vinham à missa esporadicamente, sem conhecer muitas pessoas e a Pastoral do Dízimo foi o primeiro contato com membros da comunidade paroquial

envolvidos na vida da Igreja. Depois foram dispondo do seu tempo para ajudar em alguma atividade ou ação de caridade e, por fim, já estavam completamente inseridos na paróquia. Outras nem a missa estavam habituadas a frequentar, mas aceitaram o convite de ajudar a Igreja e depois de algum tempo começaram a receber cartões de aniversário da paróquia, a prestação de contas dos recursos arrecadados, presentes devocionais e, a partir desses meios, foram sentindo-se pertencentes à sua paróquia até retomar a missa dominical e a corresponsabilidade na vida comunitária. O que acontece realmente nessas histórias? Eu acredito que Deus foi saindo da periferia da vida dessas pessoas e foi tomando seu lugar de direito no centro de suas vidas. Quando a pessoa separa o seu dízimo todos os meses, ao fazer a lista dos compromissos financeiros, ela se pergunta:"Por que eu devo separar essa quantia para a paróquia?" E ela mesmo vai responder: "Porque eu acredito em Deus e na Igreja! É minha forma de fazer parte dela!" Esse gesto consciente e constante faz com que a fé vá crescendo e a relação da pessoa com Deus e com a Igreja também. À medida que o fiel vai sendo informado sobre a vida financeira da Igreja, ele vai tomando conhecimento, de forma indireta, de tudo o que a Igreja está fazendo e quais são seus projetos paroquiais e suas necessidades. Com isso, muitas mentiras e calúnias são desmascaradas e ele passa a conhecer verdadeiramente sua comunidade paroquial e a amá-la. Pois, como diz o ditado, “ninguém pode amar o que não conhece”. Com a mudança no relacionamento com Deus e com a Igreja nasce uma nova dinâmica na vida e na espiritualidade do fiel. Ele quer conhecer mais, rezar mais, ajudar mais, fazer parte e pensar junto. Essa escolha abre caminho para uma catequese permanente, para a busca de um retiro, para um curso bíblico, para um encontro de casais, etc. O dízimo é um caminho de conversão! Faça você também a experiência de ser um dizimista fiel!

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão e Pastoral do Dízimo: Wanderley Zocolotti. Padre Referencial da Pastoral do Dízimo: Pe. Anderson Bonin Secretária da Pastoral do Dízimo: Vanessa Langner - (41) 2105-6309. E-mail: dizimo@mitradecuritiba.org.br

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Sagrado Coração de Jesus

PE. MAURÍCIO GOMES DOS ANJOS Reitor e Pároco do Santuário Sagrado Coração de Jesus Diretor Espiritual Arquidiocesano do Apostolado da Oração Coordenador Geral do Clero

Sagrado Coração de Jesus: nós confiamos em Vós! “O fruto desta entrega total em favor da humanidade se evidencia em dois sinais que brotaram do Coração de Jesus, a água e o sangue”. (São João Crisóstomo) Estamos no mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus e, como preparação para tal solenidade, necessita-se um aprofundamento desta devoção, tão importante para os cristãos comprometidos com a Igreja. De onde provém a grande missão confiada aos membros do Apostolado da Oração e tantos devotos do Coração de Jesus? Onde está fundamentada esta espiritualidade? Como tornar-se testemunha autêntica da fé cristã nos tempos atuais? Estas questões encontrarão respostas na medida em que nos deixarmos guiar pelo próprio Cristo, no mistério de sua vida, missão, paixão, morte e ressurreição. O mistério da vida de Cristo é marcado pelo coração misericordioso de Deus, que nunca abandona o ser humano. Embora o nosso coração esteja marcado pelo pecado, nos levando para outros caminhos, o retorno para Deus se encontra na encarnação de Jesus. “Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos”. (Gl 4,4s) Assim, a vinda de Cristo e sua missão no mundo tornou-se o grande sinal da salvação de toda humanidade. Deus se tornou pequeno e humildemente se rebaixou para elevar a dignidade humana. “No momento em que vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe incomparável dignidade: ao tornar-se ele um de nós, nós nos tornamos eternos”. (Prefácio do Natal, III) A missão salvífica de Jesus, o Cristo, do Enviado de Deus se delineia em favor dos corações desfavorecidos, dos pobres, dos abandonados, dos esquecidos. Há tantos corações no mundo atual que necessitam ouvir o Evangelho, e a nossa missão encontra-se junto a tantos que sofrem injustiças e abandonos. O próprio Jesus nos ensinou a fidelidade e obediência ao projeto do Pai. “E, sendo encontrado em forma hu-

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mana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!”. (Fl 2,8) O fruto desta entrega total em favor da humanidade se evidencia em dois sinais que brotaram do Coração de Jesus, a água e o sangue. “Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue? Repara de onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, traspassando-lhe o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro, alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim aconteceu com este cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício. De seu lado saiu sangue e água (Jo 19,34). Não quero, querido ouvinte, que trates com superficialidade o segredo de tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta água e este sangue são símbolos do batismo e da eucaristia. Foi destes sacramentos que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja de seu lado traspassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa”. (Catequeses de São João Crisóstomo, bispo, Cat. 3,13-19: SCh 50,174-177, séc. IV) É do coração aberto de Jesus que nasceu a Igreja. É neste coração e espiritualidade que precisamos mergulhar profundamente. Somos a Igreja do Cristo! Daquele que padeceu a morte por nós e renovou nossa vida por meio da sua ressurreição. Eis a grande missão daqueles que se dedicam à devoção ao Sagrado Coração de Jesus: unir-se ao mistério de sua vida, missão, paixão, morte e ressurreição. Não nos acomodemos! Sejamos testemunhas do Cristo imolado e ressuscitado junto àqueles que mais necessitam.


Solenidade do Sagrado Coração No próximo dia 28 de junho, Solenidade do Sagrado Coração, é o dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero. Programe-se para participar desta Solenidade no Santuário do Sagrado Coração de Jesus. Conforme pedido do nosso Arcebispo Dom José Antônio Peruzzo e dos bispos auxiliares, neste dia haverá um momento de oração e encontro com os padres que trabalham na Arquidiocese, de acordo com a programação prevista. Intensifiquemos nossas orações pedindo ao Sagrado Coração de Jesus por aqueles que foram chamados ao ministério sacerdotal.

175 anos do Apostolado da Oração Também no dia 28 de junho o Papa Francisco celebrará em Roma o Jubileu de 175 anos do Apostolado da Oração. Nossa Arquidiocese estará representada pela Sr.ª Lourdes Pimenta Pereira da Silva, Coordenadora Arquidiocesana, e alguns membros do Apostolado.

Festividades no Santuário do Sagrado Coração de Jesus Programação das festividades no Santuário do Sagrado Coração de Jesus destacando o Centenário do Lar dos Meninos de São Luiz e inauguração do Vitral Central.

Santuário Sagrado Coração de Jesus convida para festividades: 11/06 - 19h: Missa Solene de 20 anos de elevação da paróquia a Santuário. Presença de pe. Octávio Aládio Vaz Filho e comunidade do Seminário Teológico Rainha dos Apóstolos 19/06 - 15h: Comemoração dos 100 anos do Lar Meninos de São Luiz com presença de Dom José Antônio Peruzzo 23/06 - 10h30: Missa em ação de graças dos 100 anos do Lar Meninos de São Luiz 25, 26 e 27/06: Tríduo do padroeiro. 25/06 - 19h: 1º dia - com presença de Dom Pedro Fedalto e comunidade do Seminário São José 26/06 - 14h: Apostolado da Oração. Presença de Dom Francisco Cota / 19h 2º dia - com Pe. Emmanuel Portella Cardoso 27/06 - 19h: Missa em italiano com Pe. João Batista Chemin e coral da paróquia São Sebastião de Rondinha. 28/06: Dia mundial de orações pela santificação do Clero - Presença dos bispos e padres da Arquidiocese. 11h e 16h: Missa | 19h: Missa Solene de Inauguração do vitral central, com Pe. Maurício Gomes dos Anjos, colaboradores do vitral, coral Sagrado Coração de Jesus, Coral da Cruz da comunidade Luterana da Vila Hauer e Coral Novo Som 29/06 - 8h: Missa dedicada ao Imaculado Coração de Maria, com Pe, Francisco Pereira | 12h: Festa Junina do Lar Meninos de São Luiz | 17h30: Santo Rosário na Praça Afonso Botelho, com Paróquia Imaculado Coração de Maria, seguida de procissão 19h: Missa do Imaculado Coração de Maria, com Pe. Nilton Boni. 30/06 - 9h: Missa com Pe. Francisco Pereira | 10h30: Missa solene com Dom Amilton Manoel, cp | 11h30: Almoço Comunitário (churrasco) | 19h: Missa com Pe. Maurício Gomes dos Anjos 06/07: Venda do bolo do Sagrado Coração a partir das 12h | 18h Missa de Encerramento das Festividades e show de prêmios

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Santo Antônio

PE. FABIANO SPISLA Pároco - Paróquia Santo Antônio de Orleans

13 de junho, dia de

Santo Antônio Trata-se de um dos santos mais populares de toda a Igreja Católica, venerado não somente em Pádua, onde se erigiu uma esplêndida basílica que recolhe seus restos mortais, mas no mundo inteiro. São queridas dos fiéis as imagens e estátuas que o representam com o lírio, símbolo da sua pureza, ou com o Menino Jesus nos braços, lembrando uma aparição milagrosa mencionada por algumas fontes literárias. Antônio contribuiu de maneira significativa para o desenvolvimento da espiritualidade franciscana, com seus fortes traços de inteligência, equilíbrio, zelo apostólico e, principalmente, fervor místico. Nasceu em Lisboa de uma família nobre, por volta de 1195, e foi batizado com o nome de Fernando. Começou a fazer parte dos cônegos que seguiam a regra monástica de Santo Agostinho, primeiro no mosteiro de São Vicente, em Lisboa, e depois no da Santa Cruz, em Coimbra, renomado centro cultural de Portugal. Dedicou-se com interesse e solicitude ao estudo da Bíblia e dos Padres da Igreja, adquirindo aquela ciência teológica que o fez frutificar nas atividades de ensino e na pregação. Em Coimbra, aconteceu um fato que marcou uma mudança decisiva em sua vida: em 1220 foram expostas as relíquias dos primeiros cinco missionários franciscanos que haviam se dirigido a Marrocos, onde encontraram o martírio. Este acontecimento fez nascer no jovem Fernando o desejo de imitá-los e de avançar no caminho da perfeição cristã: então ele pediu para deixar os cônegos agostinianos e converter-se em frade menor. Sua petição foi acolhida e, tomando o nome de Antônio, também ele partiu para Marrocos, mas a Providência divina dispôs outra coisa. Por causa de uma doença, ele se viu obrigado a voltar à Itália e, em 1221, participou do famoso “Capítulo das Esteiras” em Assis, onde também encontrou São Francisco. Depois disso, viveu por algum tempo escondido totalmente em um convento perto de Forlì, no norte da Itália, onde o Senhor o chamou para outra missão. Convidado, por circunstâncias totalmente casuais, a pregar por ocasião de uma ordenação sacerdotal, Antônio mostrou estar dotado de tal ciência e eloquência que

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os superiores o destinaram à pregação. Ele começou assim, na Itália e na França, uma atividade apostólica tão intensa e eficaz, que levou muitas pessoas que haviam se separado da Igreja a voltar atrás. Esteve também entre os primeiros professores de teologia dos Frades menores, talvez inclusive o primeiro. Começou a lecionar em Bolonha, com a bênção de Francisco, o qual, reconhecendo as virtudes de Antônio, enviou-lhe uma breve carta com estas palavras: “Eu gostaria que você lecionasse teologia aos frades”. Antônio colocou as bases da teologia franciscana que, cultivada por outras insignes figuras de pensadores, teria conhecido seu zênite com São Boaventura de Bagnoregio e o beato Duns Scotus. Nomeado como superior provincial dos Frades Menores da Itália Setentrional, continuou com o ministério da pregação, alternando-o com as tarefas de governo. Concluído o mandato de provincial, retirou-se perto de Pádua, onde já havia estado outras vezes. Depois de apenas um ano, morreu nas portas da Cidade, no dia 13 de junho de 1231. Pádua, que o havia acolhido com afeto e veneração em vida, prestou-lhe sempre honra e devoção. O próprio Papa Gregório IX – que, depois de tê-lo escutado pregar, definiu-o como “Arca do Testamento” – canonizou-o em 1232, também a partir dos milagres ocorridos por sua intercessão.


No último período da sua vida, Antônio escreveu dois ciclos de “Sermões”, intitulados, respectivamente, “Sermões dominicais” e “Sermões sobre os santos”, destinados aos pregadores e professores de estudos teológicos da ordem franciscana. Neles, comentou os textos da Sagrada Escritura apresentados pela liturgia, utilizando a interpretação patrístico-medieval dos quatro sentidos: o literal ou histórico, o alegórico ou cristológico, o tropológico ou moral e o anagógico, que orienta à vida eterna. Trata-se de textos teológicos-homiléticos, que recolhem a pregação viva, na qual Antônio propõe um verdadeiro e próprio itinerário de vida cristã. É tanta a riqueza de ensinamentos espirituais contida nos “Sermões” que o venerável Papa Pio XII, em 1946, proclamou Antônio como Doutor da Igreja, atribuindo-lhe o título de “Doutor Evangélico”, porque destes escritos surge a frescura e beleza do Evangelho; ainda hoje podemos lê-los com grande proveito espiritual. Nos “Sermões”, ele fala da oração como uma relação de amor, que conduz o homem a conversar docemente com o Senhor, criando uma alegria inefável, que envolve suavemente a alma em oração. Antônio nos recorda que a oração precisa de uma atmosfera de silêncio, que não coincide com o afastamento do barulho externo,

mas é experiência interior, que procura evitar as distrações provocadas pelas preocupações da alma. Segundo o ensinamento deste insigne Doutor franciscano, a oração se compõe de quatro atitudes indispensáveis que, no latim de Antônio, definem-se como: obsecratio, oratio, postulatio, gratiarum actio. Poderíamos traduzi-las assim: abrir com confiança o próprio coração a Deus, conversar afetuosamente com Ele, apresentar-lhe as próprias necessidades, louvá-lo e agradecer-lhe. Neste ensinamento de Santo Antônio sobre a oração, conhecemos um dos traços específicos da teologia franciscana, da qual ele foi o iniciador, isto é, o papel designado ao amor divino, que entra na esfera dos afetos, da vontade, do coração, e que é também a fonte de onde brota um conhecimento espiritual que ultrapassa todo conhecimento. Antônio escreve: “A caridade é a alma da fé, é o que a torna viva; sem o amor, a fé morre” (Sermões Dominicais e Festivos II). Que o exemplo de Santo Antônio nos motive cada vez mais a testemunharmos a Boa nova do Evangelho tornando verdadeiro o seu ensinamento: “É Viva a palavra quando são as obras que falam”. Fonte: Zenit.org/ Pronunciamento do Papa Francisco

Programação de festividades nas paróquias dedicadas a Santo Antônio na Arquidiocese de Curitiba: Paróquia Santo Antonio - Orleans Rodovia Curitiba Ponta Grossa, Km4 S/n – Orleans Trezena de 27/05 a 8/06 1/06 - 20h Noite Cultural 7/06 - 20h Esquenta do Toninho 8/06 - 17h Quermesse 9/06 - 10h missa solene de Santo Antônio seguida de almoço festivo. 8, 9 e 13/06 a partir das 9h - Venda do bolo Informações na secretaria: (41) 3285-4101 Paróquia Santo Antônio - Parolin Rua Alferes Poli, 3390, Parolin, Curitiba 9/06 - Venda do bolo. Churrasco às 11h com show de prêmios 13/06 - venda do bolo 10h às 19h. Informações na secretaria: (41) 3205-5320

Paróquia Santo Antonio - Boa Vista Av. Paraná, 1939 Boa Vista, Curitiba Trezena de 31 de maio a 13 de junho 1/06 - Noite da Sopa 2/06 - Churrasco e show de prêmios 8/06 - Missa Sertaneja 8 a 13/06 - Venda do bolo Informações na secretaria: (41) 3356-5330 Paróquia Santo Antônio - Uberaba R. Augusto Zibarth, 214 - Uberaba, Curitiba Trezena de 27/05 a 8/06 9/06 - Festa de Santo Antônio 10h15 - Missa seguida de churrasco e show de prêmios. Venda de bolo durante o dia a partir das 9h. Informações na secretaria: (41) 3286-6366

Bolo de Santo Antônio nas Paróquias: Apesar de não ter em seus sermões nada específico sobre casamentos, a tradição do bolo remete a uma possível ajuda que Santo Antônio dava a moças humildes para conseguirem um dote e um enxoval para o casamento. Diversas são as paróquias preparando o bolo para a venda nas proximidades do 13 de junho. Confira em sua paróquia ou acesse lista no site da Arquidiocese de Curitiba.

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COMIDI

PEDRO MOCELIN Seminarista do terceiro ano da filosofia e responsável pelo COMISE da Arquidiocese de Curitiba

COMISE: seminaristas em ação!

O que é o COMISE? É o Conselho Missionário de Seminaristas, que tem como objetivo falar de missão dentro do ambiente formativo para os futuros padres da Arquidiocese. Esse conselho surgiu, primeiramente, em 1985 no Piauí, por iniciativa do padre Fábio Bertagnolli, especificamente no Seminário Maior Interdiocesano Sagrado Coração de Jesus.

desafiador para o futuro: ser padre. Porém, não temos como pensar um seminarista ou até mesmo um padre que não cumpra ou não busque seu chamado primeiro, o chamado para a vida e uma vida santa, seguindo os ensinamentos de Cristo assumidos no batismo. Por isso, ser missionário faz parte de “ser cristão”, de “ser seminarista”, de “ser padre”.

Na Arquidiocese de Curitiba a iniciativa veio com um grupo de seminaristas da teologia, entre eles padre Tiago Polonha e padre José Mussiol, que participaram do primeiro congresso nacional em Brasília, no ano de 2010. Com isso, a ideia foi crescendo e, animados pelas experiências missionárias que foram acontecendo, conseguiram realizar um primeiro encontro de seminaristas para falar especificamente sobre missão no dia 15 de agosto de 2011 na teologia.

Visando a esse compromisso missionário de dar testemunho do amor de Deus e de anunciar o santo Evangelho a toda criatura, os estudos e os aperfeiçoamentos no modo de falar sobre missão e de fazer missão não cessam de tornar-se fundamentais. Com esse intuito, três seminaristas participarão do 3º Congresso Missionário de Seminaristas representando todos os seminaristas de Curitiba. Esse congresso acontecerá na cidade de Santo Antônio da Patrulha, da Diocese de Osório, estado de Rio Grande do Sul, dos dias 10 a 14 de julho. Juntamente com outros seminaristas de todo o Brasil, irão refletir sobre o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”, proposto pelo Papa Francisco para a celebração do Mês Missionário Extraordinário, em outubro deste ano.

Depois disso, o Conselho foi se estruturando e ganhando uma importância fundamental no ambiente formativo. Foram sendo acrescentadas mais experiências e formações missionárias durante o ano, até ganhar a estrutura que tem hoje. O COMISE, voltado para o objetivo de manter vivo o assunto “sobre missão” dentro dos seminários, proporciona FORMISEs – Formação Missionária de Seminaristas – bimestrais em todas as casas formativas (menor, propedêutico, filosofia e teologia) e experiências missionárias nos períodos de férias (julho e janeiro) nas paróquias da nossa Arquidiocese que estejam dispostas em nos receber e acolher. Além do mais, muitos seminaristas também já participaram de missões fora do estado do Paraná em outras dioceses irmãs. Sabemos que “ser seminarista” não deixa ninguém mais importante, mas nos alerta para um compromisso mais

O COMISE agradece todo o apoio da Arquidiocese e dos padres formadores que se dedicam em formar homens, cristãos e, se for da vontade de Deus e da Igreja, futuros sacerdotes, verdadeiros discípulos missionários. Pedimos as orações de todos por esse congresso, pelas atividades missionárias e pelas vocações sacerdotais. Desde já, muito obrigado e fiquem ligados em nossas redes sociais do Facebook (Pastoral Vocacional de Curitiba), Instagram (@pvcwb) e YouTube (Canal: Pvcwb), pois divulgaremos conteúdos exclusivos de todo o congresso e de curiosidades seminarísticas.

EXPEDIENTE COMISSÃO DA DIMENSÃO MISSIONÁRIA: Coordenador: Padre Marcondes. Secretária: Elania Bueno - 2105-6376. E-mail: elaniacmb@mitradecuritiba.org.br

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Vocações

SEMINARISTA MARCUS VINICIUS SEGEDI DA SILVA

A história da Eucaristia No princípio, era o Amor. Este amor, feliz em si mesmo, não quis que sua felicidade ficasse somente consigo. Por isso, o amor criou o mundo. Quando criou, amou. Criou para amar. Criou para o amor. Amando tudo o que existia, não considerou que fosse suficiente, então criou um ser capaz de amar. Criou num jardim um homem, um ser de amor, um ser que ama e que é amado. Deus viu o universo. Ele era enorme. Deus viu o coração do homem que criara, e resolveu que este coração fosse maior que o próprio universo. Tinha que ser assim, porque Deus queria uma casa: como no universo ele não cabia, criou uma mansão imensa no coração do homem. Então Deus soprou nas narinas do homem, e ele viveu. Viveu porque o Amor de Deus, o seu Espírito, entrou em seu corpo, em seu coração. O Espírito encheu o coração do homem e, desse jeito, aquele lugar imenso ficou todo cheio de Deus. Desse modo, o homem se tornou casa de Deus, porta do céu. Certo dia, o homem, que era casa de Deus, resolveu que queria ser, ele mesmo, um deus. Então ele comeu um fruto, o fruto da morte. Não foi Deus que expulsou o homem do paraíso: o homem é que expulsou Deus do seu coração, e este deixou de ser o paraíso. Sozinho, com um vazio enorme no peito, o homem buscou repouso, e não encontrou. Começou a saciar-se com coisas menores, mas nada bastava. O vazio era sempre maior, e quanto mais ele colocava em seu coração, mais se convencia que nada bastava. Deus ficou com pena do homem, e teve saudades. Tão grande foi esta saudade de Deus, que ele cansou de chamar o homem e resolveu ele mesmo se fazer um

homem. Ele veio. Soprou seu Espírito em Maria, e ela concebeu o próprio Deus. Desse jeito, se Deus não era íntimo do homem, ao menos podia ser seu vizinho. Ele morou conosco, viveu, cresceu. O paraíso estava em Nazaré, não mais em Éden. Aquela pequena casa, agora, era maior que o universo todo, porque ali cabia Deus. E aqueles corações já não estavam vazios, mas cheios daquilo para o qual existiam. Deus viu. Viu Maria, viu José. Olhou seus corações repletos dele mesmo, transbordantes de amor. E ficou contente. Pensou, então: não é bom que sejam somente eles. Vim para todos. Quero entrar no coração de todos. E tomou uma decisão: “quem vier até mim, eu não deixarei ir embora de mãos vazias. Quem quiser, receberá de graça a própria vida”. Quando estava na hora de fazer isso, ele disse “tomai e comei”. Então aquele pedaço de pão ficou maior que o universo, porque ali estava Deus. E Deus conseguiu, assim, simplesmente, silenciosamente, um modo de entrar no coração humano. Deus se fez carne. E esta carne continua no pão. Quem come este pão tem a vida, e não morre jamais. Jovem, se você sente um vazio e quer preencher. Jovem, se você vê o mundo vazio e quer que seja pleno. Jovem, abra seu coração a Deus que o chama para ser servidor na igreja do Pão da Palavra e da Eucaristia. Jovem, você já pensou em ser padre?

Entre em contato com a Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Curitiba: (41) 3285 4097 / (41) 9 9821 5196. pvcwb.com.br

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Ecumenismo

IR. RAQUEL DE FÁTIMA COLET, FC Movec - Movimento Ecumênico de Curitiba

Semana de Oração pela

Unidade Cristã 2019:

um chamado à justiça e ao cuidado A Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) é

compromisso ativo e profético com direitos da Casa

uma experiência consolidada da consciência ecu-

Comum, lugar da coexistência e do cuidado mútuo.

mênica das igrejas, tendo originado e fortalecido

Em Curitiba, a SOUC é dinamizada pelo Movimen-

outras tantas iniciativas de diálogo. É promovida

to Ecumênico de Curitiba (MOVEC) e acontecerá

internacionalmente pelo Pontifício Conselho para

entre os dias 03 a 08 de junho com celebrações em

a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conse-

diferentes igrejas cristãs. Neste ano, cabe um des-

lho Mundial de Igrejas (CMI) e, em nível de Brasil,

taque à Noite Musical (o4 de junho) que acontecerá

desde a década de 1980 é orientada pelo Conselho

simultaneamente em duas comunidades, uma lu-

Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC). No hemisfério

terana e outra católica, reunindo diversos grupos

sul, sua realização comumente antecede a soleni-

de canto e coros.

dade de Pentecostes, expressando um chamado às comunidades cristãs para a busca da unidade na di-

Informações e programação:

versidade reconciliada.

facebook.com/movimentoecumenicocuritiba

A SOUC 2019 foi preparada pelas igrejas da Indonésia, país do sudeste asiático detentor de uma expressiva diversidade étnica e religiosa. Nesse país de minoria cristã (menos de 10% da população), a pluralidade de credos e culturas convive com o desafio de superar os conflitos gerados pelo fundamentalismo religioso e as disputas entre grupos étnicos. O tema escolhido é inspirado no texto bíblico de Deuteronômio 16, 11-20: “Procurarás a justiça, nada além da justiça”. Dessa forma, busca-se refletir e orar para que o convite à reconciliação entre os crentes possa efetivamente transformar os contextos e estruturas socioculturais que fomentam e legitimam a injustiça, a corrupção e a intolerância. O CONIC-Minas Gerais trabalhou na adaptação do subsídio original para a realidade brasileira, agregando às reflexões uma oportuna dimensão ecológica decorrente dos crimes ambientais ocorridos recentemente nas terras mineiras. Considera-se, assim, que a unidade e a justiça estão vinculadas ao

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Painel

Lar dos Meninos de São Luiz

completa 100 anos

A instituição atende atualmente 230 crianças, com atividades no período de contraturno escolar O antigo Asilo São Luiz foi fundado em 21 de junho de 1919 pelo Pe. João Michel e pela Madre Maria dos Anjos de Rullier, na época para assistir órfãos de pais vitimados pela gripe espanhola. Depois de anos após sua fundação, em 1957, o Arcebispo Dom Manuel da Silveira D’Elboux, reconhecendo a importância social da instituição, cedeu em comodato o prédio situado à Rua Bento Vianna, 71, onde o Lar encontra-se até hoje. No início da década de 70, o então Asilo São Luiz passou a se chamar Lar dos Meninos de São Luiz, abrigando 50 meninos internos e 70 em regime semi-interno. Em 1986 o Lar adotou a rotina cumprida até os dias de hoje, atendendo crianças em situação de vulnerabilidade social, estudantes da Escola Municipal São Luiz, em regime de contraturno.

Ao longo desta história passaram pela instituição mais de 14 mil crianças, atendidas em sua maior parte pelas Irmãs de São José de Chambery, que durante 94 anos mantiveram este projeto em comunhão com a Igreja particular de Curitiba. Em 2014 o Lar dos Meninos de São Luiz passou a ser mantido somente pela Arquidiocese de Curitiba, que hoje está representada pelo Pároco do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, padre Maurício Gomes dos Anjos que, com uma diretoria devidamente constituída, mantém esta instituição centenária. A partir de 2019, o diácono Valdir Pegoretti, membro efetivo da diretoria, tornou-se coordenador geral do lar, que atualmente conta com 18 funcionários e alguns voluntários, atendendo 230 crianças, nos dois contra turnos escolares.

Seja benfeitor desta instituição fazendo uma visita ou ligando para (41) 3242-2764, 98527-2609 ou visite nosso site: www.larsaoluiz.org.br

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Painel

ESCOLA DE AGENTES DA PASTORAL DO BATISMO ‘’Ide ao mundo todos vós, a Palavra anunciai Ide ao mundo todos vós e a todos batizai’’

Aconteceu no dia 04 de maio de 2019 a 1ª Etapa da 5ª Escola de Agentes da Pastoral do Batismo. Os 120 participantes vivenciaram e aprofundaram seu conhecimento no processo de preparação personalizado de pais e padrinhos com inspiração catecumenal.

VEM AÍ!

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Assembleia da CNBB reafirma o compromisso de ser uma Igreja em saída A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou sua 57ª Assembleia Geral da CNBB, entre 1º e 10 de maio de 2019 em Aparecida (SP). Em seu primeiro discurso como novo presidente, Dom Walmor Oliveira de Azevedo assumiu o compromisso de buscar a comunhão com o Santo Padre e de ser uma Igreja em saída, missionária e hospitaleira. O arcebispo da Arquidiocese de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, e os bispos auxiliares, Dom Amilton Manoel da Silva, CP, e Dom Francisco Cota Oliveira estiveram presentes na Assembleia. Dom Peruzzo foi reeleito para presidir a Comissão Episcopal para Animação Bíblico-Catequética. A Assembleia também aprovou as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o próximo quadriênio. As diretrizes falam de um jeito de ser: uma casa que acolhe, sustentada por quatro pilares essenciais: 1) Palavra de Deus e a iniciação à vida cristã; 2) O Pão, que é a casa sustentada pela liturgia e sobre a espiritualidade; 3) A Caridade, que é a casa sustentada sobre o acolhimento fraterno e sobre o cuidado com as pessoas, especialmente os mais frágeis e excluídos e invisíveis; 4) A Missão, porque é impossível fazer uma experiência profunda com Deus na comunidade eclesial que não leve, inevitavelmente, à vida missionária.

EFAIAM 2019 Nos dias 26 a 28 de abril foi realizado na casa de retiros Mãe do Bom Conselho, no Boa Vista, o Encontro de Formação para Assessores da IAM – EFAIAM 2019. O encontro contou com a participação de 20 novos assessores e foi conduzido pela equipe de coordenação da IAM da Arquidiocese. A obra da IAM ensina a respeitar o protagonismo das crianças, dando oportunidade para o assessor crescer na fé, aprendendo junto com o grupo a fazer a diferença no mundo e na própria vida, tornando Jesus conhecido e amado. Arquidiocese de Curitiba | Junho 2019

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Painel

Movimento “Mães que Oram pelos Filhos” realiza II Encontro Estadual no Paraná As mães precisam de coragem para enfrentar todos os desafios pelos quais passam uma família! São inúmeros esses desafios. Mas nós mães, muitas vezes, nos esquecemos que esta missão confiada por Deus é revestida de grande poder. Quanto amor tem a benção de uma mãe para seu filho! Deus não deixa de ouvir a oração de um coração puro. O carisma do Movimento Mães que Oram pelos Filhos é a Restauração das famílias pelo poder da oração de intercessão. O II Encontro Estadual Mãos que Oram Pelos Filhos acontece no dia 6 de julho de 2019, das 7h às 18h, na Paróquia Divino Espírito Santo. Inscrições em www.arquidiocesedecuritiba.org.br. O encontro é destinado a todas as mães que queiram experimentar a força da Restauração, da Fé e da Oração em sua vida e na vida das suas famílias. Mãe, este convite é para VOCÊ!

Formação anual do Clero O Clero da Arquidiocese de Curitiba esteve reunido em formação do dia 13 até o dia 15 de maio. O assessor foi o Pe. Renzo Pegoraro, médico e membro da Pontifícia Academia para a Vida do Vaticano. Veio da Itália especialmente para este momento formativo com o clero. Pe. Pegoraro versou sobre a cultura da vida, com enfoque para o tema do aborto, falando sobre a posição da Igreja e dos aspectos da medicina em defesa da vida e incentivando que os presbíteros se posicionem neste tema sempre que possível.

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Arquidiocese de Curitiba inicia Escola de Comunicação para as paróquias Uma novidade na área da comunicação foi colocada em prática na Arquidiocese de Curitiba: a Escola de Comunicação. A proposta é reunir agentes de Pastorais de Comunicação (Pascom) e outras pessoas interessadas em contribuir com a comunicação das paróquias em um encontro em cada um dos 15 setores pastorais da Arquidiocese. O primeiro setor que recebeu este encontro de formação inicial foi o setor Rebouças. O encontro foi realizado em 18 de maio na paróquia Imaculada Conceição e contou com fala de: Padre Luiz Kleina, pároco e coordenador da Comissão de Comunicação da Arquidiocese; Bárbara Moraes, assessora de marketing da Arquidiocese; e Antônio Kayser, coordenador da Pascom Arquidiocesana e da Pascom do Regional Sul 2 da CNBB. Cada um dos setores paroquiais deve receber a formação entre 2019 e 2020, sendo o conteúdo deste encontro relacionado à fundamentação teórica para a implantação da Pascom nas Paróquias e de como esta pastoral funciona, propiciando também conhecimentos técnicos e práticos, tais como: gerenciamento de redes sociais, escrita criativa, fotografia, entre outros. As datas serão divulgadas no site da Arquidiocese de Curitiba. A formação realizada foi muito elogiada pelos participantes: “assim que recebemos o convite percebemos que era uma excelente iniciativa, pois contribui para a qualificação da comunicação das paróquias e, principalmente, para que haja mais integração entre as pastorais de comunicação”, comentou Danúbia Ravena, da Pascom da Paróquia Imaculado Coração de Maria.

XXIII SEMINÁRIO DO DÍZIMO Atendendo a exortação do Papa Francisco que convoca uma “Igreja em saída” e com o objetivo de preparar, conscientizar e desenvolver multiplicadores da missão, a Pastoral Arquidiocesana do Dízimo realizará o XXIII Seminário Arquidiocesano do Dízimo, com ênfase ao Dízimo como sustentação das comunidades. “Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros." (1Cor 12,27) Data: 30 de junho de 2019 Palestrante: Pe. Cristovam Iubel Local: Paróquia São Braz Endereço: Rua Antonio Scorsin, 1840 – São Braz Inscrições pelo site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br Informações: Centro Pastoral | Fone: 2105-6309 | 99109-2693 falar com Vanessa Participe! Arquidiocese de Curitiba | Junho 2019

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