Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo www.sintetel.org ● sintetel@sintetel.org.br
ECONOMIA Entenda a relação entre crescimento do País e alta dos preços
Setembro 2013 ● 18ª edição ● Ano VII Distribuição gratuita ● Venda Proibida
SINDICAL Nova diretoria do Sintetel é empossada
Linha
TRABALHO Os 70 anos da CLT
Trabalhadores nas ruas Sintetel mobiliza categoria para reivindicar diversas melhorias, entre elas, a regulamentação da profissão de teleoperador
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Institucional
Sintetel lança site mais moderno Com a posse da nova diretoria do Sindicato, no final de julho, o Departamento de Comunicação atualizou o projeto comunicacional da entidade para o quadriênio 2013-2017. Moderno, simplificado e de fácil navegação, o site do Sintetel agora traz mais espaço para notícias em destaque e maior valorização das imagens. As três notícias mais recentes ficam em evidência e o leitor pode alterar a principal delas ao passar o cursor do mouse em cima das fotos no canto direito. Outra importante atualização é o canal “Notícias por Empresas”, agora destacado na página principal. Essa seção permite ao trabalhador filtrar as informações apenas de seu interesse, sem ter que procurá-las em meio às notícias de outras empresas do setor. A TV Sintetel, cujo programa agora se chama Ponto de Encontro, também ganhou mais espaço. Os programas estão divididos de forma a facilitar a vida de quem procura um determinado
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tema. Basta ir no filtro e escolher. Vale lembrar que o programa também está reformulado. Agora, as notícias, dicas e entrevistas são gravadas em um bloco único de 20 minutos, o que torna o programa mais ágil e prazeroso de assistir. Por meio do menu lateral da esquerda, o internauta acessa os artigos e as demais publicações do Sindicato. No mesmo menu, agora mais enxuto para facilitar a localização dos itens, o trabalhador tem acesso aos serviços de agendamento jurídico e consegue se informar sobre as Colônias de Férias e os Convênios da entidade. Para finalizar, ainda é possível acessar todo o histórico de principais conquistas, a história e conhecer os atuais dirigentes do Sindicato. Aproveite para navegar e conhecer todas as demais funcionalidades do novo site do Sintetel. Para o Departamento de Comunicação do Sindicato, será um prazer tê-lo como nosso leitor diário.
Indice
Capa
A força dos trabalhadores Sintetel leva reivindicações às ruas por melhorias para a categoria
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20 Entrevista
Luvas que combatem a dor Presidente da Invel, Mario Hirata, explica como o produto pode auxiliar na prevenção e tratamento das doenças ocupacionais
Cidades
Uma luz no fim do túnel Manifestações de rua trouxeram à tona a necessidade de se priorizar o investimento em transporte público
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Mulher Violência doméstica Quando a volta para o lar causa desconfiança e medo
Editorias 4 Editorial
26 Economia
8 Tecnologia
28 Aconteceu
10 Trabalho
30 Cultura
15 Aposentados
33 Passatempo
Artigos
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Sindical
Unidade na Luta Nova diretoria do Sintetel toma posse e já mostra mudanças
32i Retrato na parede Artigo João Guilherme Vargas Netto
34 Fuga Artigo do Leitor Linha direta em revista
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Editorial
Expediente
Traçando metas para o futuro Foram discutidas melhorias para o setor com o propósito de buscar caminhos para as próximas ações sindicais em defesa da categoria. Já o evento da UNI teve o propósito de buscar união e solidariedade entre os países participantes. Na ocasião, metas foram definidas para criar alianças e fortalecer os sindicatos da categoria representados pelo UNI Américas. Também fui eleito vice presidente regional da UNI Américas ICTS, fato este que reforça a atuação do Sintetel em nível mundial. Almir Munhoz Presidente do Sindicato
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ivemos acontecimentos importantes os quais destacamos na capa da presente edição desta revista. Muita coisa boa aconteceu para o Sindicato neste último período.
Um dos pontos altos para o Sintetel foi a realização de dois importantes eventos aqui em São Paulo: o 4º Congresso da Fenattel e a IV Conferência Regional da Uni Américas ICTS (Informação, Comunicação e Serviço de Tecnologia). O 4º Congresso reuniu representantes de 22 sindicatos de todo o País. 4
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Para finalizar quero destacar a posse da nova diretoria do Sintetel para o quadriênio 2013/2017. Entre as principais mudanças está a presença de duas mulheres na diretoria executiva. A filosofia de nossa Chapa Unidade na Luta sempre foi mesclar a experiência dos dirigentes mais antigos com a energia da juventude que hoje representa a maioria em nossa categoria. Estamos animados e cheios de energia para encarar este novo mandato. Continuaremos empunhando a bandeira em defesa dos trabalhadores em telecomunicações na luta pela manutenção e ampliação das conquistas e dos direitos.
DIRETORIA DO SINTETEL Presidente: Almir Munhoz Vice-Presidente: Cristiane do Nascimento Diretoria Executiva: Aurea Barrence, Fábio Oliveira da Silva, Gilberto Rodrigues Dourado, José Carlos Guicho, José Clarismunde de O. Aguiar. Diretoria Secretário: Alcides Marin Salles, Cenise Monteiro de Moraes, Leonardo Alves Ribeiro, Marcos Milanez Rodrigues, Maria Edna de Medeiros, Paulo dos Santos e Welton José Araújo. Diretor de Aposentados: Osvaldo Rossato Diretores Regionais: Elísio Rodrigues de Sousa, Eudes José Marques, Jorge Luiz Xavier, José Roberto da Silva, Ismar José Antonio, Genivaldo Aparecido Barrichello e Mauro Cava de Britto. COORDENAÇÃO EDITORIAL Diretor Responsável: Almir Munhoz Jornalista Responsável: Marco Tirelli (MTb 23.187) Redação: Emilio Franco Jr. (MTb 63.311), Marco Tirelli e Cindy Alvares Estagiária: Laura Rachid Diagramação: Agência Uni www.agenciauni.com Fotos: Jota Amaro e Robson Fonseca Colaboradores: João Guilherme Vargas Netto, Paulo Rodrigues e Theodora Venckus Capa: DIZ Comunicação Impressão: Gráfica Unisind Ltda. www.unisind.com.br Distribuição: Sintetel Tiragem: 10.000 exemplares Periodicidade: Quadrimestral Linha Direta em Revista é uma publicação do Sindicado dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo | Rua Bento Freitas, 64 | Vila Buarque | 01220-000 | São Paulo SP | 11 3351-8899 www.sintetel.org sintetel@sintetel.org.br SUBSEDES: ABC (11) 4123-8975 Bauru (14) 3231-1616 Campinas (19) 3236-1080 Ribeirão Preto (16) 3610-3015 Santos (13) 3225-2422 São José do Rio Preto (17) 3232-5560 Vale do Paraíba (12) 3939-1620 O Sintetel é filiado à Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações), à UNI (Rede Sindical Internacional) e à Força Sindical. Os artigos publicados nesta revista expressam exclusivamente a opinião de seus autores.
Entrevista
Luvas que combatem a dor Presidente da Invel, Mario Hirata, explica como o produto pode auxiliar na prevenção e tratamento das doenças ocupacionais por Redação
O
s principais problemas de saúde apresentados pelos trabalhadores em telecomunicações acontecem devido à falta de prevenção. Quase 90% dos casos de afastamento de profissionais da categoria são em decorrência de doenças ocupacionais, conhecidas como LER/DORT. Pensando nisso, em abril, o Sintetel,
com o apoio das empresas Invel, Cietec e TIM, promoveu o 1º Simpósio Estadual de Saúde do Trabalhador em Telecomunicações, na cidade de Santo André, em São Paulo. A principal solução apresentada no evento foi a luva de biocerâmica, produzida pela empresa Invel, que auxilia na prevenção e no trata-
mento para o alívio da dor muscular, comuns em profissionais que utilizam equipamentos eletrônicos, como os teleatendentes. Para explicar o processo de desenvolvimento da luva e como funciona essa tecnologia, a revista Linha Direta entrevistou o presidente da Invel, Mario Hirata. Linha direta em revista
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Entrevista LD: Em 2011, a Anvisa reconheceu a eficácia e a segurança do produto. Como foi esse processo? MH: A partir do estudo do grupo do Hospital das Clínicas, obtivemos o reconhecimento da ANVISA como produto médico para o alívio de dor em punho, braços e mãos em pacientes portadores de LER/DORT. A luva deve ser usada também como um preventivo. O produto ainda demonstrou ser um bom protetor da pele contra a ação nociva dos raios solares UVA e UVB com FPU de 21,08.
Linha Direta: De onde surgiu a ideia da aplicação das luvas de Biocerâmica? Mario Hirata: Trouxemos a tecnologia MIG3 do Japão. Aqui no Brasil, a Invel desenvolveu essa tecnologia e aplicou em diversos produtos como roupas e equipamentos. Com o passar do tempo, a empresa teve vários relatos positivos de usuários sobre os efeitos da tecnologia para a dor nos membros superiores. Isso despertou o interesse natural da companhia em pesquisar e comprovar a eficácia de uma luva para o alívio da dor. LD: O que é a Biocerâmica MIG3? MH: O composto mineral exclusivo da Invel, chamado MIG3, é incorporado nos tecidos das rou6
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pas terapêuticas produzidas pela empresa. Encontra-se polimerizado (fixado) nos fios do tecido. Isso significa irradiação do Invel, que são ondas eletromagnéticas que provocam um efeito terapêutico vasodilatador, melhorando a microcirculação sanguínea local. LD: Como foi o processo de desenvolvimento das luvas de biocerâmica? MH: Desde 2005 a Unifesp e a Unicamp já estudavam o uso do produto para alívio da dor. Em 2008, o Grupo de Dor do Hospital das Clínicas, coordenado pelo Prof. Dr. Manoel Jacobsen, comprovou a eficácia e a segurança da luva para o tratamento e alívio da dor.
LD: Como agem as luvas no corpo humano? MH: Segundo os resultados das pesquisas, a luva, por meio da irradiação da luz, promove um efeito fotoquímico, estimulando a síntese de óxido nítrico que é um vasodilatador. Como efeitos observados, temos a melhora da perfusão e microcirculação sanguínea local, proporcionando maior remoção de substâncias que causam dor. LD: Para quem já sofre com dores provenientes da LER/ DORT, existe uma estimativa de tempo para que as luvas auxiliem na recuperação? MH: Como sabemos, infelizmente o LER/DORT não tem cura. Fa-
Ondas eletromagnéticas provocam um efeito vasodilator e melhoram a circulação sanguínea local.
Entrevista lamos em reestabelecer ou reintegrar o paciente à sociedade. Os produtos possuem indicação terapêutica específica, conforme o estudo clínico realizado. A forma de uso das luvas recomendada é de no mínimo seis horas por dia, durante 28 dias de tratamento. É importante lembrar que o metabolismo individual pode influenciar nos resultados dos usuários. LD: As luvas precisam ser usadas durante todo o tempo em que se desenvolve a atividade profissional? MH: A pessoa pode usar a luva durante o trabalho ou em casa, desde que siga o protocolo de uso. LD: O uso é contraindicado em algum caso? MH: O produto só é contraidicado se o usuário tiver alergia a algum dos componentes do produto, ou seja, poliamida, elastano e Biocerâmica MIG3. Pessoas com história de hipersensibilidade aos componentes do produto devem evitar o uso ou o contato. Deve-se também ter cuidados especiais com o uso luva em áreas com feridas. Neste caso, estas regiões devem ser previamente protegidas, evitando o contato direto com a ferida. LD: Como deve ser feito o processo de higienização da luva para que não haja perda de suas propriedades terapêuticas? MH: O usuário deve lavar a luva com água fria, sabão neutro, sem utilizar alvejante ou removedor de manchas. A luva não deve ser passada a ferro ou limpa a seco. O
produto tem prazo de validade de 24 meses ou 100 lavagens, prevalecendo o que primeiro acontecer. LD: A TIM foi a primeira empresa a distribuir as luvas para os seus trabalhadores em teleatendimento. A Invel faz acompanhamento do uso para medir os resultados? MH: Está sendo realizado um acompanhamento que terá duração de 12 meses. Já consultamos trabalhadores que utilizam as luvas em todos os sites com teleatendimento da TIM. Vamos agora avaliar também os afastamentos. O cruzamento de todos estes dados nos proporcionará entregar a TIM um Cálculo de Retorno sobre o Investimento realizado pela empresa e os benefícios que o produto poderá proporcionar aos colaboradores.
LD: Qual sua avaliação da parceria entre o Sintetel e Invel nesta empreitada? O Sr. acredita que a parceria pode ser ampliada? MH: A Invel investe há 14 anos em estudos científicos voltados para a melhora da qualidade de vida da população. Saber que após todos esses anos de pesquisas e com a parceria com o Sintetel, milhares de trabalhadores de teleatendimento podem ser beneficiados, melhorando assim sua rotina e os reintegrando à sociedade, é uma realização para nossa companhia. Acredito que esta parceria pode ser ampliada por meio da adesão de outras empresas com trabalhadores representados pelo Sintetel, proporcionando, assim, qualidade de vida a um número maior de trabalhadores. Linha direta em revista
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Tecnologia
Novos internautas Terceira idade encontra na internet uma alternativa para superar o isolamento e a solidão por Cindy Alvares
A
resistência dos mais velhos em relação aos aparatos tecnológicos está cada vez menor. Isso porque as pessoas que compõem o grupo da terceira idade vêm deixando de lado o medo do novo e se permitem mais descobrir as curiosidades do mundo tecnológico que as cerca. Nos últimos anos, o acesso à internet, por exemplo, obteve um crescimento em todas as faixas etárias, em geral acima dos 100%. Entretanto, o que mais surpreende é a representativa ascensão do grupo com 50 anos de idade ou mais. Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada pelo IBGE em 2012, a participação da terceira idade no meio virtual aumentou em 222,3% no período de seis anos – um acréscimo de aproximadamente 5,6 milhões de pessoas.
já deixou de ser tradição em diversas famílias. No caso de Marilene Rodrigues, 67 anos, a presença do neto poucas vezes é notada. Ela conta que assim que chega, o rapaz de 22 anos logo a deixa de lado, pois corre para o computador e, segundo ela, dali só sai à noite. “A internet afasta a gente. Mesmo quando ele está do meu lado, eu me sinto sozinha”, desabafa Marilene, que se incomoda em especial com as redes sociais.
tada Iraci de Morais, de 64 anos, para resgatar o relacionamento com sua sobrinha, que há anos mora em Toronto, no Canadá. “Não é a mesma coisa do que dar um abraço, mas já ameniza a saudade”, conta a aposentada que, de São Paulo, fala todas as semanas pelo Facebook com a sobrinha. “Da última vez usei até a câmera para falar com ela”, mencionou empolgada ao comentar sobre seu primeiro contato com a webcam.
Distância para uns, proximidade para outros No passado, visitar os avós aos finais de semana já foi uma regra para muitas pessoas. Porém, isso
Se por um lado os sites de relacionamento distanciam quem está próximo, por outro aproximam quem está distante. Essa foi a alternativa encontrada pela aposen-
“É um prazer poder ajudar” Por motivos culturais, os idosos enxergam as inovações tecnológicas com um olhar muito diferente dos mais jovens. Porém, a
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Tecnologia necessidade de interagir e reduzir a sensação de solidão faz com que cresça o interesse em buscar novas formas de se relacionar. Iraci teve a sorte de encontrar as explicações e ensinamentos da neta para conhecer o mundo virtual. Mas nem sempre os idosos contam com a atenção e paciência de quem está próximo. Foi esse o motivo que levou Maria de Lurdes Serafim, de 62 anos, a procurar o Núcleo de Convívio para o Idoso, na zona Leste de São Paulo. Em parceria com a prefeitura, a Obra Social Dom Bosco disponibiliza um Telecentro aos moradores da região e, entre tantas atividades, conta com uma equipe capacitada que apresenta ao público com mais de 60 anos as possibilidades por trás das telas do computador. “O trabalho aqui leva muito mais tempo e exige mais paciência do que ensinar alguém de 15 ou 20 anos”, explica a orientadora Jéssica, que há mais de dois anos trabalha com a terceira idade.
Iraci de Morais (à esquerda), 64, utiliza as redes sociais para falar com a sobrinha, que mora em Toronto, no Canadá
O núcleo de convívio reúne 127 idosos, 18 deles matriculados no telecentro
Para a psicopedagoga e coordenadora do Núcleo de Convívio, Maria Inês Santana, esse projeto tem o compromisso de superar as limitações e inserir os idosos no mundo da tecnologia. Ela conta que o uso da internet pode ser uma alternativa para amenizar o sentimento de solidão dessas pessoas que, na maioria dos casos, estão viúvas e os filhos já saíram de casa. Com 62 anos, Sabastiana Altalopes está aprendendo a usar o computador, mas já tem um objetivo traçado: utilizar as redes sociais. “Eu quero criar o meu perfil no ‘face’, sozinha, sem a ajuda de ninguém. Daí eu vou fazer novas amizades”, conta empolgada. Mas a coordenadora do projeto enfatiza uma preocupação especial com esses novos internautas. Segundo ela, assim como em todo tipo de golpe, os idosos também são os mais vulneráveis no web espaço. Por esse motivo, o
Núcleo de Convívio tem um módulo em seu sistema de ensino que trata justamente da prevenção contra golpes virtuais. “Desta forma, nos sentimos mais confiantes em deixá-los à vontade na internet”, conta Inês. Adeus solidão Apesar das dificuldades para aprender e da vulnerabilidade, a psicóloga Ana do Carmo explica que essa inclusão digital é fundamental para a saúde dessas pessoas. “O envelhecimento não é somente uma questão genética e biológica, mas também psíquica e social. A internet contribui muito para se chegar na maturidade de forma mais saudável”. Assim, estas tecnologias podem ajudar as pessoas idosas a aumentar as possibilidades de manter contato com familiares e amigos, por meio da utilização das redes sociais como uma ferramenta facilitadora para se envelhecer de forma ativa. Linha direta em revista
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Trabalho
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anos de direitos consolidados Pesquisadores e sindicalistas ressaltam a importância da legislação trabalhista e rechaçam sua flexibilização por Marco Tirelli
A
CLT completou 70 anos em 1º de maio de 2013. Criada por Getúlio Vargas, ela é tida como a medida mais importante em termos de garantias para o trabalhador e constituiu um avanço significativo no campo de proteção social. “A CLT sistematizou o que existia e acrescentou importantes proteções individuais e coletivas para regular as relações entre empregadores e empregados”, afirma José Pastore, professor da Universidade de São Paulo. Mas existem setores patronais que querem alterar o documento sob o argumento de que a CLT precisa ser atualizada. O movimento sindical acredita que eventuais mudanças só poderão ser feitas no sentido de ampliar direitos. Um longo e difícil processo Diferente de muitos países que não possuem legislações traba10
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lhistas, o Brasil tem na CLT um instrumento para oferecer um mínimo de proteção aos trabalhadores. No entanto, a conquista só foi possível graças às diversas lutas em diferentes momentos da história. As mobilizações dos trabalhadores em busca de direitos tiveram início no final do século 19, com as primeiras grandes paralisações. No século 20, o movimento foi ampliado pela crescente industrialização. Um dos pontos altos da história se deu em 1917, quando os trabalhadores da indústria e das fábricas protagonizaram uma greve geral, com adesão de cerca de 70 mil pessoas.
39 milhões de brasileiros são protegidos pela CLT
A partir da década de 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, as lutas se acirram dando início a um processo de criação de direitos trabalhistas. A Constituição de 1934 previa pagamento de salário mínimo, férias anuais e descanso semanal e ainda a criação da Justiça do Trabalho – iniciativa que sairia do papel apenas em 1ª de maio de 1941. Exatamente dois anos depois, durante outro Dia do Trabalhador, Getúlio Vargas assinava a Consolidação das Leis do Trabalho. Inicialmente, a legislação se estendeu apenas aos trabalhadores das cidades, que representavam cerca de 10% do total do País. No meio rural, a resistência do patronato impedia que tais direitos chegassem aos camponeses. De acordo com o professor do Instituto de Economia da Uni-
Trabalho camp Marcio Pochmann, a criação da CLT com foco sobre os trabalhadores urbanos estava diretamente ligada ao projeto de Vargas para o Brasil. “Como o projeto na década de 30 era a construção de uma sociedade urbana e industrial, a CLT teve valor estratégico porque a expansão das ocupações a partir de então se deu nas cidades”, afirma.
criam um clima antiemprego e dificultam a competitividade do País.
Além da própria Consolidação das Leis do Trabalho em 1943, Pochmann destaca outros momentos notáveis para os trabalhadores. Um deles ocorreu com a criação do Estatuto do Trabalhador Rural nos anos 1960, que estendia os benefícios da CLT para o campo. Outro acontecimento importante foi a incorporação dos trabalhadores domésticos à legislação trabalhista. “É uma longa jornada de incorporação dos trabalhadores a esse sistema de proteção no Brasil”, destaca.
As tentativas de flexibilização não são novas, como pontua o professor Marcio Pochmann. Ele lembra que durante os anos 90, no governo FHC, houve um esforço nesse sentindo, dando valida-
Segundo José Pastore, a comemoração dos 70 anos da CLT é uma oportunidade para se refletir. “Estou convencido de que a reforma da CLT só poderá ocorrer de maneira fatiada e gradual. Por isso, vejo com muita esperança o documento da CNI”, argumenta.
José Pastore: "A CLT acrescentou proteções individuais, mas deve ser reformada de forma fatiada e gradual"
guns setores. “Não há razões que poderiam justificar um retrocesso em termos do padrão de proteção que temos hoje”, afirma. Para José Carlos Juruna, secretário Geral da Força Sindical, modificar a CLT significa suprimir direitos. “Somos contra alterações. A CLT garante direitos individuais e hoje cada vez mais se avança na negociação direta, que é uma forma de ir além dos direitos garantidos na CTL”, explica.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o número de trabalhadores protegidos pela CLT é de aproximadamente 39 milhões.
Marcio Pochmann: "Não há razões para reformar a CLT, pois seria um retrocesso"
101 propostas da CNI No final do ano passado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou uma proposta de “modernização trabalhista”. O documento propõe a alteração de 101 pontos que o empresariado considera irracionalidades da atual legislação. Para a CNI, a rigidez da legislação trabalhista e a burocracia
de às negociações em detrimento do que constava na legislação. Naquele momento, a CLT era considerada responsável pela crise do desemprego que se abatia sobre o País. O argumento, segundo Pochmann, caiu por terra a partir do ano 2000, quando o Brasil recuperou sua economia, chegando à situação de pleno emprego em al-
O tema tem gerado muitas discussões acaloradas. Mas do ponto de vista da defesa dos trabalhadores, o Sintetel está convicto de que não há necessidade de alterações na CLT. “Por meio da negociação podemos sempre avançar e conquistar condições melhores das que constam na CLT, porém sem alterar o documento que assegura o básico na relação empregado e empregador”, acrescenta Almir Munhoz, presidente do Sintetel. Linha direta em revista
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Cidades
Uma luz no fim do túnel Manifestações de rua trouxeram à tona a necessidade de se priorizar o investimento em transporte público por Emilio Franco Jr.
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ra época de Copa das Confederações, o torneio preparatório para o maior evento de futebol do planeta, quando milhões de brasileiros foram às ruas de todo o Brasil. Para a surpresa de muitos, ninguém queria celebrar a seleção. Muito menos o fato de o País sediar tão importantes eventos esportivos. A população, na realidade, empunhou bandeiras verdes e amarelas para protestar contra os serviços públicos precários. O gasto milionário com os estádios padrão FIFA, enquanto escolas e hospitais caem aos pedaços, foi o penúltimo passo antes da revolta popular. 12
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Não são só R$ 0,20
A paciência do povo se esgotou mesmo com os reajustes das passagens de ônibus em diversas cidades. Em São Paulo, o acréscimo de R$ 0,20 levou, a princípio, o Movimento Passe Livre (MPL) às ruas. Este mesmo grupo já havia organizado passeatas em 2006, 2010 e 2011 após reajustes realizados pela Prefeitura. Em anos anteriores, o grupo chegou a reunir cinco mil pessoas em protestos. Sete anos depois de criado, e com o cenário de uso ineficiente de dinheiro público, o MPL saiu às ruas para protestar contra o aumento das passagens dos ônibus e contra o reajuste de metrôs e trens no mesmo valor.
Após um dos atos em São Paulo ser fortemente reprimido pela polícia, a população, insatisfeita com os serviços públicos de transporte, saúde, educação e segurança, em um país com uma das maiores economias do mundo, se juntou ao MPL para exigir a derrubada do reajuste e também mais qualidade no transporte público. Iniciado com o objetivo específico de reivindicar melhorias na mobilidade urbana, o ato, que em São Paulo interrompeu famosas vias como a Avenida Paulista e a Faria Lima, exigiu respostas do poder público. A primeira delas foi a revogação do aumento. As passagens de
Cidades ônibus, trens e metrôs voltaram a custar R$ 3,00 na capital do Estado. Mas mesmo assim, as ações lentas dos governantes nos últimos anos continuaram servindo de combustível para a explosão de insatisfação mostrada nas ruas. Não era mais só R$ 0,20, como diziam os manifestantes, eram pessoas cansadas da qualidade dos serviços e do transporte urbano. Camilla Gobatti, uma entre os tantos jovens que saíram às ruas em junho, resume os motivos da revolta. “Falta planejamento, faixas para veículos levarem um ou dois passageiros é o maior atraso em questão de mobilidade, não adianta”, desabafa. “Não houve tentativa de melhorar o fluxo diário de pessoas, nem aumento efetivo na malha metroviária e de ônibus, mesmo assim os valores de transporte público sempre aumentaram”, justifica. Por fim, Camilla acredita que o erro está nas décadas perdidas com investimento prioritário em transporte individual. “Criou-se no imaginário dos habitantes de que é normal tirar o carro diariamente da garagem para ir trabalhar”. Tentando dar uma resposta à voz das ruas, a presidenta Dilma Rousseff anunciou um grande investimento em mobilidade. O governo destinará R$ 50 bilhões para a ampliação do transporte coletivo nas principais cidades. Em artigo publicado na revista Carta Capital, Nabil Bonduki,
professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e vereador de São Paulo pelo PT, disse que a medida é uma importante inversão de prioridades. “Nos últimos dez anos, se deu mais importância ao subsídio da gasolina e às isenções fiscais para o automóvel do que ao investimento em transporte coletivo”. Carro x ônibus
Os números mostram que o
transporte coletivo é mesmo a única saída para o nó na mobilidade urbana. Um carro, por exemplo, transporta, em média, 1,3 passageiro, enquanto um ônibus pode levar 45 pessoas sentadas e mais 30 em pé se for preciso. É como dizer que um ônibus equivale a 57 carros. No caso dos chamados ônibus biarticulados, com capacidade para até 190 passageiros, seria possível tirar 146 carros das ruas. Linha direta em revista
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Cidades um imposto sobre o combustível comprado pelos donos de automóveis e transferir os recursos para o transporte público. Seria o chamado subsídio cruzado, no qual o usuário individual, ao ocupar as ruas da cidade com seu automóvel, teria que ajudar a financiar o sistema coletivo como contrapartida.
Claro que para convencer o motorista a migrar para o transporte coletivo é necessário que haja qualidade. Em seminário realizado na Fecomércio, a diretora de Transporte e Planejamento, da Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo, Ana Odila, defendeu que para haver a migração de usuários o mais importante são a regularidade e a confiabilidade da população no sistema. Soma-se a isso, uma taxa de ocupação que não transforme os coletivos em lata de sardinha. As primeiras medições feitas na cidade de São Paulo após a implantação de mais de 70 km de faixas exclusivas para ônibus em menos de seis meses, mostram que a velocidade dos coletivos mais do que dobrou e já supera a dos carros em alguns locais. Nabil Bonduki aponta, ainda no artigo, que carros parados no congestionamento e ônibus circulando livremente são a melhor defesa para a mudança de um modal para o outro, mas ressalva. “Desde 14
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que a qualidade, o conforto e o tempo de espera sejam aceitáveis”. Pagar menos, andar mais
Para além da qualidade do transporte público e da infraestrutura disponível para a população, o MPL introduziu na sociedade o debate sobre o transporte gratuito. No Estado de São Paulo, por exemplo, a cidade de Agudos há anos tem catracas liberadas e Paulínia deixou de cobrar pelo serviço após as manifestações. Mas, isentar os usuários de cobranças exige financiar os custos de algum modo diferente. Em debate promovido pela Rede Nossa São Paulo, em agosto, o prefeito da capital, Fernando Haddad, ventilou a hipótese de criar
Especialistas há anos defendem a priorização do transporte público.
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) apresentou um estudo baseado na realidade da capital paulista. Os pesquisadores concluíram que a cada R$ 0,50 de acréscimo no combustível, seria possível reduzir em R$ 1,20 a passagem. Isso seria importante não só para aliviar o orçamento da maioria da população como ainda geraria um benéfico efeito deflacionário para o País. A estimativa aponta queda de 0,026 pontos no índice que mede a inflação como resultado da diferença entre o aumento do combustível e a redução nos bilhetes. Especialistas há anos defendem a priorização do transporte público em detrimento do uso do carro. Agora, parece que os governantes e a população também estão convencidos de que sufocar o automóvel e investir no transporte coletivo é a única solução para a questão da mobilidade urbana. “Para além da revogação do reajuste das tarifas de ônibus, mais relevantes são os indícios de que, finalmente, nossos governantes começaram a ser convencidos, pelo povo nas ruas, de que não é possível dar continuidade ao modelo de desenvolvimento urbano baseado no automóvel”, concluiu no artigo o professor e vereador Nabil Bonduki.
Aposentados
Telefonista, professora e mãe exemplar A história de uma paranaense criada em Santo André que, apesar dos percalços da vida, nunca perdeu a esperança e o bom humor por Marco Tirelli
Z
ilda Coelho ingressou na Telesp em 2 de dezembro de 1974 e se aposentou em 31 de outubro de 1995. “Eu já havia trabalhado em outros luga-
res e assim foram 32 anos de trabalho”, conta. Nascida no Paraná, em 5 de dezembro de 1952, no município de Santa Mariana, Zilda migrou com os pais e uma irmã para
Santo André aos dois anos de idade. Seu pai vinha do trabalho rural e arrumou emprego na Companhia Cervejaria Antárctica, na qual trabalhou por muitos anos. Linha direta em revista
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Aposentados Em Santo André, Zilda ganhou mais dois irmãos. Aos 17 anos, quando terminou o equivalente ao ensino médio, arrumou um namorado. “Minha mãe não deu alternativa e disse que eu tinha que escolher entre namorar ou estudar. Optei por namorar e arrumei um emprego de costureira”, afirma. Como Zilda não gosta de ficar parada, ao mesmo tempo em que trabalhava como costureira, cursou datilografia e foi admitida no setor de crediário das Lojas Riachuelo. “De manhã eu trabalhava na loja e a tarde fazia um curso remunerado no Senac para aprender a profissão de telefonista”, recorda-se.
Zilda Coelho na época em que trabalhava no 101-Chamadas Interurbanas
Certo dia, Zilda estava passando pela rua com amigas e encontrou uma moça distribuindo panfletos divulgando vagas na Telesp. “Foi uma semana de testes no RH e fui admitida na Telesp no cargo de telefonista”, relata. “Fui trabalhar no prédio da Rua Sete de Abril no antigo 101 – chamadas interurbanas”. Nesta época, Zilda Coelho já era casada pela primeira vez. “Fiquei casada por oito anos e deste relacionamento eu tive o Marco Antonio. Descasei, fiquei sozinha por quatro anos, e em 1982 casei novamente. Isso já faz 31 anos”, conta. Deste segundo relacionamento, Zilda teve um casal de filhos: Meire e Marcelo. Uma luta constante Em 1979, quando Zilda estava separada, seu filho, Marco Antonio, com sete anos de idade, adoeceu. “Meu filho foi diagnosticado com uma doença que não é comum 16
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Zilda, seu marido José Ferreira e sua netinha Maíra
chamada dermatopolimiosite. É uma doença crônica, inflamatória de origem auto-imune caracterizada por fraqueza muscular que paralisa o corpo do paciente”, explica. Zilda passou de 1979 a 1981 no Hospital das Clínicas acompa-
nhando o filho. Depois de descobrirem a doença e iniciar o tratamento correto, Marco Antonio melhorou significativamente, o que permitiu a ele fazer o curso de prótese e trabalhar no setor de segurança do Supermercado Extra, em Santo André. “Com 27 anos,
Aposentados ele começou a passar mal e descobriram que ele também estava com diabetes”, discorre. A ajuda da Família da Telesp
Na época em que o primogênito de Zilda encontrava-se internado, ela teve muito auxílio das pessoas com as quais trabalhava. “Descobri que eu não tinha colegas de trabalho na Telesp, eu tinha uma família. Tudo que eu precisava, elas levavam para mim. Eu praticamente não voltava para casa. Ficava direto no hospital”, conta.
Apesar de todas as atividades, Zilda Coelho encontrava tempo para escrever. Naquela época, a “Diretoria de Serviços de Telecomunicações para os funcionários que prestavam serviço de atendimento a clientes” editava um jornalzinho: o Boletrim. A seguir dois textos de autoria de Zilda publicada naquele veículo.
Nesta época, Zilda trabalhava à noite na OLM-2 no 108 – serviço tarifário. Seu turno era das 19h às 00h50. Após o trabalho, ela pousava nos dormitórios da Telesp até às 6h00 para às 7h00 estar no Hospital das Clínicas. No hospital, Zilda permanecia até as 18h00. Zilda chegou a pesar 35 kg. Foi neste período que se separou do seu primeiro marido. “Após alguns anos eu conheci o José Ferreira, que morava nos fundos da casa da minha mãe, namoramos e casamos em 1982”, lembra-se.
marcada para aquele país. As amigas da Telesp doaram dinheiro, trocaram em dólar e deram para a jornalista comprar o remédio”, relembra.
Mais um exemplo de solidariedade das colegas de trabalho ocorreu quando seu filho Marco precisou de um remédio que só vendia nos Estados Unidos. “Eu tinha uma amiga que era vizinha da jornalista Lília Telles, da TV Globo. Ela estava de viagem
Até hoje Zilda dirige seu carro para levar o filho ao médico, entre outros afazeres. “Depois que meu filho teve AVC, sua situação exige maiores cuidados, então a família se une em torno dele, que não pode ficar sozinho”, discorre.
“Descobri que eu não tinha colegas de trabalho na Telesp, eu tinha uma família"
Zilda afirma que graças à família Telesp ela conseguiu dar uma boa vida ao seu filho. “Se eu não tivesse o amparo e a compreensão de todos não estaria aqui hoje. Elas foram amigas, companheiras e ir-
mãs. Quando encontramos os anjos, conseguimos passar por todas as dificuldades”, emociona-se. Professora Zilda Em 1990, Zilda foi em busca do seu sonho de menina: o Magistério. “Mesmo trabalhando na Telesp, entrei no curso de Magistério e me formei em 1993”, lembra. A professora Zilda lecionou de 1999 a 2002, na escola Adamastor de Carvalho, a mesma em que se formou no Magistério. “Eu lecionava na pré-escola e no primeiro ano de alfabetização”. Mas teve que abreviar sua carreira devido seu compromisso com a saúde do filho. Linha direta em revista
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Sindical
Quatro anos de muito Diretoria do Sintetel toma posse para o mandato que vai até 2017 por Emilio Franco Jr.
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artão postal de São Paulo, a Avenida Paulista se tornou símbolo também para o Sintetel. Foi lá, exatamente no número 735, que a nova diretoria do Sindicato tomou posse, em 26 de julho, para comandar a entidade pelos próximos quatro anos, até julho de 2017. O salão do Club Homs ficou inteiramente ocupado por delegados sindicais, convidados, dirigentes e seus familiares. Em pouco menos de duas horas, a nova chapa estava empossada pelo Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Luiz Antônio Medeiros. “Não há uma luta do povo brasileiro em que os telefônicos não tenham participado”, discursou para a plateia pouco antes de declarar oficialmente a recondução de Almir Munhoz ao cargo de presidente. “Já construímos os alicerces com as conquistas das convenções no teleatendimento e nas prestadoras, agora é hora de erguer as paredes e avançar nos ganhos”, disse Almir em referência ao trabalho dos últimos anos. Com um discurso voltado também para a necessidade de substituição das antigas lideranças, o presidente reeleito falou sobre o trabalho de 18
Linha direta em revista
“Nosso principal papel agora é organizar a categoria nacionalmente e dentro das centrais”, disse Almir Munhoz, reeleito presidente
José Carlos Guicho assina a ata de posse em nome de toda a diretoria
preparo de novos dirigentes sindicais. “Aos jovens e mulheres, peço que se adequem, aprendam e nos ensinem, além de se prepararem para assumir nosso legado”. RENOVAÇÃO E MULHERES Como prova disso, pela primeira vez na história do Sindicato uma mulher assume o posto de vice-presidente. Cristiane do Nascimento, responsável por ler o juramento de posse, disse estar feliz pelo reconhecimento de seu trabalho e disposta para o novo desafio. “Sei que com essa responsabilidade tenho que me dedicar sempre ao máximo para conquistar melhorias aos trabalhadores”. Ainda há outra presença feminina na diretoria executiva. Também é a primeira vez que duas mulheres integram o alto escalão em um mesmo mandato. Aurea Meire Barrence assumiu como diretora secretá-
Primeira mulher vice-presidente da entidade, Cristiane do Nascimento leu o juramento de posse da nova diretoria
ria. “Precisamos intensificar o trabalho na base para ampliar ainda mais as conquistas que tivemos ao longo dos anos”, disse. As novidades não se resumem às mulheres. José Clarismunde, conhecido como Zé do Paraíso, passou a ser diretor de relações sindicais. “Precisamos principalmente lutar por melhores salários”, opinou. Novamente empossado para o cargo de diretor de finanças, José Carlos
Sindical
trabalho
Diretoria executiva: Gilberto Dourado, Cristiane do Nascimento, Almir Munhoz, José Carlos Guicho, Aurea Meire Barrence, Fábio Oliveira e José Clarismunde
Guicho, que assinou a ata de posse por toda a diretoria, falou do desafio de consolidar as contas. “O objetivo é ter dinheiro em caixa e fazer novas aquisições para os trabalhadores”. Fábio Oliveira continua na diretoria social. Vindo do setor de teleatendimento, ele centrou seu discurso neste segmento. Para ele, é preciso avançar muito nos salários e benefícios dos teleoperadores. “Temos que fazer esse setor se tornar mais digno”. Gilberto Dourado, agora presidente da CONTCOP (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicações e Publicidade) passou ao cargo de secretário geral e demonstrou preocupação principalmente com a terceirização. “Precisamos que esse processo seja feito sem que haja precarização para os trabalhadores”. SUBSEDES Embora oxigenada por jovens lideranças, as subsedes do Sintetel pelo Estado de São Paulo, que somam sete no total, continuam sob o comando dos mesmos dirigentes (ver foto). Todos eles falaram sobre a necessidade de sindicalizar os trabalhadores e ampliar os salários e benefícios. VISÃO DE FORA Rubén Cortina, presidente da UNI Américas, acrescentou que sem os sindicatos não há trans-
Diretores regionais: Elísio Rodrigues (Campinas), José Roberto da Silva (Ribeirão Preto), Jorge Luiz Xavier (Bauru), Genivaldo Barrichello (Baixada Santista), Mauro Cava de Britto (ABC), Eudes José Marques (Vale do Paraíba) e Ismar José Antônio (São José do Rio Preto)
Secretários: Paulo dos Santos (Secretário de Assuntos Assistenciais), Leonardo Alves Ribeiro (Secretário de Patrimônio e Desenvolvimento Econômico), Cenise Monteiro (Secretária da Mulher), Marcos Milanez Rodrigues (Secretário de Formação Sindical), Alcides Marin Salles (Secretário de Higiene, Medicina e Segurança do Trabalho) e Maria Edna Medeiros (Secretária de Esporte, Turismo, Cultura e Lazer). Welton José de Araújo (Diretor Jurídico), que não está na foto, completa a lista de diretores secretários
formação. Arnaldo Faria de Sá, deputado federal pelo PTB, se colocou à disposição para auxiliar as demandas do Sintetel junto ao governo, como é o caso da regulamentação da profissão de teleoperador. “Tenho certeza de que esse sindicato tem um papel importante”, disse. Ricardo Patah, presidente da UGT, disse que a posse é dia de reflexão. “Os caminhos que esse sindicato fi-
zer serão os caminhos do movimento sindical”. Além deles, Paulo Pereira da Silva, deputado federal e presidente da Força Sindical, e Major Olímpio Gomes, deputado estadual e pré-candidato ao governo de São Paulo, aproveitaram para cumprimentar o presidente reeleito Almir Munhoz pelo trabalho realizado nos últimos anos e desejar sucesso na nova empreitada. Linha direta em revista
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Congressos da Fena definem lutas e obje Sintetel leva reivindicações às ruas por melhorias para a categoria por Emilio Franco Jr. e Marco Tirelli
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Sintetel foi às ruas, como sempre fez em sua história, para chamar a atenção da sociedade e dos parlamentares para as reivindicações da categoria. Em julho e agosto, a diretoria da entidade e os trabalhadores mais politizados reivindicaram em diferentes atos na Avenida Paulista, ao lado das centrais sindicais, cuja pauta era mais ampla, demandas importantes para o setor de telecomunicações. Os atos, muito mais do que aproveitar o momento de empolgação frente aos gigantescos protestos de ruas que sacudiram as cidades brasileiras em junho, foram resultado de deliberações ocorridas durante o 4º Congresso da Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações) e da IV Conferência Regional da UNI Américas. Durante cinco dias do mês de maio, em São Paulo, dirigentes do Sintetel e de diversos sindicatos de telecomunicações do Brasil se reuniram em ambos os eventos. 20
Linha direta em revista
Dia Nacional de Luta em 11 de julho
Almir Munhoz discursa na abertura do Congresso da Fenattel
Neles, ficou decidido o caminho de luta a ser seguido para melhorar as condições trabalhistas no setor. Essas demandas, tempos depois, já faziam parte das
bandeiras do Sindicato durante os protestos. Para dar apoio a essa luta unitária, Força Sindical, UGT e CUT, todas centrais com sindicatos filiados à Fenat-
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ttel e da UNI tivos do setor
disse Almir Munhoz, presidente do Sintetel e da Federação.
tel, deverão investir em secretarias de telecomunicações. “Nossas reivindicações terão mais força porque as centrais poderão encampar as lutas que queremos”,
Regulamentação da Profissão de Teleoperador A profissão de teleoperador ainda não existe legalmente. Como forma de garantir mais direitos a esses trabalhadores, a Fenattel recomendou aos sindicatos a distribuição de um abaixo-assinado com o objetivo de reunir mais de um milhão de assinaturas em todo o Brasil. A ideia é pleitear junto aos deputados e senadores a regulamentação da profissão. O Sintetel disponibilizou o documento no site da entidade (sintetel.org) e ainda colheu assinaturas durante o Dia Nacional de Luta, na Avenida Paulista, que contou com a participação de diversos teleoperadores da Atento Belém.
Durante as assembleias para composição da pauta de reivindicação para a Convenção Coletiva 2014 dos trabalhadores do setor, realizadas em agosto, os dirigentes do Sindicato aproveitaram para conscientizar a categoria e colher mais apoio ao projeto. Repúdio ao PL 4330 Os Sindicatos de telecom de todo o Brasil também repudiaram o Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização. Na capital, um ato específico contra a votação da proposta no Congresso foi realizado pelas centrais sindicais em frente ao prédio da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), também na Avenida Paulista, em 6 de agosto. O Projeto autoriza a terceirização na chamada atividade-fim, que é a função principal da empresa. Isso precariza as condições de trabalho e põe em risco a representatividade trabalhista, o que, por consequência, enfraquece a luta por melhores salários e benefícios. O Sintetel participou ativamente das reuniões em Brasília para alterar o Projeto e impedir que ele trouxesse perdas aos trabalhadores da categoria. “Nós não aceitamos o PL como era e apresentamos nossa proposta de emenda ao texto original”, disse Mauro Cava de Britto, diretor do Sintetel que participou das negociações com empresários, deputados e representantes do governo. “Os empresários queriam o projeto na íntegra, afinal ele favorecia apenas as empresas”. Linha direta em revista
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Delegados votam durante o 4º Congresso da Fenattel
José Carlos Guicho, dirigente do Sintetel/Fenattel, fala sobre a importância de uma Campanha Salarial Unificada
Manifestação contra a PL 4330 em 6 de agosto
Campanha Salarial Unificada do Teleatendimento Os sindicatos filiados à Fenattel também aprovaram a unificação da campanha salarial no teleatendimento. A intenção é garantir direitos e benefícios iguais em todo o País. Isso porque as empresas praticam políticas diferentes nas várias regiões para não melhorar os salários e os benefícios. O argumento usado é o de que elas se mudarão para outros estados, onde pagam menos.
Campanha de Sindicalização Os participantes do Congresso também decidiram que é hora de ampliar a sindicalização dos trabalhadores. Quanto maior o número de associados, mais forte as entidades se tornam na hora de reivindicar melhorias junto à bancada patronal. A ideia é fazer os trabalhadores se aproximarem dos Sindicatos, conhecerem de perto seu funcionamento, e ajudar assim a dar mais representatividade para as entidades.
Com a união dos sindicatos dos mais diversos estados, com uma pauta unitária de reivindicação, a prática tende a acabar.
Um dos pontos principais é a sindicalização de jovens e mulheres, atualmente maior parte da categoria, considerados de grande
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importância para o projeto de renovação das lideranças. “A gente vem trabalhando para fortalecer o Sintetel e deixá-lo mais representativo”, disse o presidente do Sintetel e da Fenattel Almir Munhoz antes de emendar um recado aos jovens. “Se preparem para aos poucos começar a nos substituir”. Conferência da UNI Melhorar o Acordo Global com a Telefônica, promover uma maior cooperação na organização de sindicatos e construir uma aliança de fortalecimento das entidades são algumas das intenções dos participantes da IV Conferência Regional da UNI Américas ICTS - Informação, Comunicação e Serviço de Tecnologia. As deliberações da Conferência começam a se tornar visíveis e concretas. A partir da decisão de promover e fortalecer os sindi-
Capa catos das áreas em que a empresa America Movil, do milionário mexicano Carlos Slim, atua, os sindicatos de telecomunicações do Brasil organizaram o Dia Nacional de Luta na Claro. Fato é que Carlos Slim, dono da Claro, é partidário das práticas antissindicais em toda a América. Aqui no Brasil ele tenta, mas já se depara com a grande resistência dos sindicatos filiados à Fenattel. Em 30 de julho, o Sintetel e os sindicatos de telecom do Brasil foram às portas da Claro para protestar e para conscientizar os trabalhadores sobre a precarização dos critérios de pagamento do PPR (Programa de Participação nos Resultados). Selo de qualidade O presidente do Sintetel e da Fenattel, Almir Munhoz, também defendeu a criação de um selo de qualidade para as empresas prestadoras de serviços em telecomunicações. A ideia é que elas sejam avaliadas em diversos critérios tanto pelo sindicato patronal como pelos sindicatos de trabalhadores. Entre os critérios estariam o cumprimento da legislação e o respeito aos acordos e convenções coletivas. Isso seria pré-requisito para que elas possam atuar no país.
O movimento sindical combate a terceirização desde os anos 80.
Dia Nacional de Lutas na Claro
Almir (ao centro) foi eleito vice presidente da UNI-Américas durante a IV Conferência
Enquanto os empresários buscam enfraquecer as condições de trabalho dos terceirizados, a exemplo do Projeto de Lei 4330, as centrais buscam fortalecer os direitos trabalhistas e a representação dos empregados frente aos interesses patronais. O movimento sindical combate a terceirização desde o início da década de 80, mas atualmente ela é uma realidade no Brasil. São
mais de 12 milhões de trabalhadores em todos os segmentos que atuam na área de prestação de serviço. “Temos que saudar esta iniciativa do Sintetel de lutar por um selo de qualidade, pois regular essa relação com a participação do sindicato gerará uma concorrência mais leal entre as empresas, que terão de respeitar as leis, direitos e conquistas”, avalia Sergio Luiz Leite, primeiro Secretário Geral da Força Sindical. Linha direta em revista
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Mulher
Violência que mata Uma em cada três mulheres no mundo sofre agressão em casa, afirma a Organização Mundial da Saúde por Laura Rachid
“M
eu pai bebia todos os dias. Ele sempre agredia minha mãe fisicamente e verbalmente sem ela fazer nada. Lembro do dia em que ele chegou bêbado em casa e bateu na cabeça dela com uma foice. Eu tinha apenas oito anos, queria ajudar, mas não podia fazer nada”, desabafa Mariana (que preferiu ocultar sua real identidade), hoje com 19 anos.
A mãe de Mariana é uma das muitas mulheres que sofrem ou já sofreram violência doméstica. Esse tipo de agressão não é exclusividade do Brasil, de uma religião ou de uma classe social. A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que é um problema de saúde global e que mais de 600 milhões de mulheres vivem em países onde a violência doméstica não é considerada crime.
Com as constantes transformações sociais, a mulher conquistou mais espaço. Porém, ao mesmo tempo em que ela se insere no meio social, como no trabalho, o machismo ainda persiste e a submissão às vontades masculinas continua.
No Brasil, a Lei Maria da Penha é conhecida por 98% dos brasileiros, segundo o Instituto Patrícia Galvão. Ela proíbe agressão doméstica contra a mulher e estabelece o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
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Linha direta em revista
Mulher, o que possibilita rapidez no processo. Sérgio Peixoto Camargo é procurador de justiça e afirma que a Lei é fantástica. “Antes a mulher fazia uma denúncia e o caso demorava ou não dava em nada. Hoje se a mulher chega machucada, o agressor já é preso na hora”, explica. Mas se o Código é tão bom por que ainda há muitos casos de agressão? “Fazer lei é muito fácil e esse código é excelente, mas não está sendo aplicado. A vítima não tem lugar para denunciar, faltam juizados. O País precisa saber onde se concentram os maiores números de crimes e investir nesse sistema”, enfatiza Sérgio.
Mulher A Lei foi criada há sete anos e nesse tempo apenas quatro juizados foram criados no Espírito Santo, Estado com o maior número de homicídios femininos do país, segundo o Mapa de Violência de 2012 no Brasil. Neste ranking, o Pará está em quarto lugar e possui seis juizados.
seus companheiros. Cerca de 40% das mulheres mortas no mundo foram assassinadas pelo marido, namorado ou ex, e 35% de todas as mulheres devem sofrer agressão em casa ou na rua em algum momento de suas vidas, aponta relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pesquisadores defendem que, para a Lei ter resultados precisos, a violência contra a mulher deve ser debatida nas escolas. “É um problema cultural e deve haver reflexões que levem o cidadão a ter respeito pelo sexo oposto”, explica a diretora do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo. ”Há conhecimento da sociedade, mas falta ação do Governo em políticas públicas. Muitas mulheres denunciam o agressor e não contam com a proteção do Estado. Elas acabam sendo assassinadas pelo companheiro”, lamenta.
Casos como o de Mariana tornaram-se constantes no Brasil e no mundo. A mãe dela sofreu agressão do marido durante 11 anos. “Não sei por que minha mãe não saiu de casa antes, mas posso dizer que desde então nunca mais vimos meu pai. Não tenho raiva, mas guardo muita mágoa”, confessa.
Vítima A maioria dos atos de violência contra a mulher é causada por
Taxa de ocorrência no ambiente doméstico representa 71,8%, enquanto em vias públicas 15,6%, aponta o Mapa de Violência 2012 no Brasil
Mas por que ela não denunciou? Por que ela permitiu ser agredida? Por que ela não fugiu? Vergonha e medo de ser assassinada, segundo a diretora do Instituto Patrícia Galvão, são as principais razões para a vítima não se separar do agressor. “O homem acha que a mulher é propriedade dele, por conta dessa formação patriarcal, e a mulher acha que deve aceitar essa opressão. A mãe dela aceitou, a avó dela aceitou”, diz o procurador Sérgio. Soluções no Brasil Partindo da ideia de que violência contra mulher é um problema social, em março deste ano foi aprovada em Sergipe a inclusão de temas relacionados aos direitos da mulher nas disciplinas escolares. No mesmo mês, a presidente Dilma Rousseff anunciou o programa “Mulher, Viver sem Violên-
Como denunciar casos de agressão? Pela Central de Atendimento à Mulher, no número 180. Funciona 24 horas e a ligação é gratuita. Além disso, a Central não possui identificador de chamadas, o que possibilita a preservação da identidade de quem está denunciando.
cia”, que tem como objetivo criar uma rede de assistência às vítimas de agressão. A rede disponibilizará delegacia especializada, juizado especial de violência doméstica e equipes de psicólogos e de assistências sociais. Outra ação voltada a esses casos é a lei que obriga atendimento integral a vítimas de violência sexual no Sistema Único de Saúde (SUS). Sancionada em agosto pela presidente da República, a vítima receberá pílula do dia seguinte e terá prioridade em diversos exames para averiguação de infecções e lesões. O Sintetel também atua contra essa prática com eventos e ações para as trabalhadoras da categoria. A delegada sindical Rosângela da Silva, junto com outras sindicalistas, realizou uma Campanha em junho na Tivit de Jundiaí para divulgar a Lei Maria da Penha. Rosângela conta que ficou surpresa com a quantidade de mulheres que foram até ela. “Senti que muitas sofriam algum tipo de agressão, pois elas estavam muito curiosas em saber como poderiam se defender”, explica. Linha direta em revista
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Economia
O conflito entre inflação e crescimento O desenvolvimento econômico do Brasil e o aumento dos preços interferem diretamente no bolso da população por Cindy Alvares
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uando os diversos setores do País produzem, a tendência é que os preços diminuam, pois a oferta de produtos aumenta no mercado. Além disso, para sustentar essa demanda, mais empregos são gerados. Assim, a população tem mais renda para gastar, mais produtos para comprar e o Estado tende a alcançar altos índices de crescimento e percentuais de inflação controlados. No Brasil, o que acontece nos últimos semestres é que, mesmo com o aumento do emprego, o País vem produzindo menos e os preços oscilando. PIB x Inflação Entender o PIB é importante para saber se houve progressão, regres26
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são ou estabilidade na economia do país. O Produto Interno Bruto (PIB), índice que mostra a situação econômica do País em determinado período, engloba tudo o que foi produzido por diversos setores, como a indústria, agricultura e serviços. Desde o café até o carro fazem parte deste cálculo. O PIB é divulgado a cada três meses e aponta as condições econômicas e o bem-estar da população. Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA/USP), explica que com altos índices no PIB as pessoas têm mais dinheiro no bolso e, consequentemente, mais poder de compra. Entretanto, se não houver investimentos para que a produção aumente junto com os salários, esse consumo gera inflação, que é o aumento generalizado dos preços. O governo, por meio do Banco Central, adotou, em 1999, um sistema de metas para controlar o aumento dos preços. Esse sistema estipula um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo),
que mede a inflação oficial do País, de 4,5% ao ano, com 6,5% como teto, ou seja, como limite máximo nos índices. Impasse No final do primeiro semestre deste ano, os brasileiros foram surpreendidos com uma alta significativa dos preços. Enquanto a taxa de emprego subia no País, os preços caminhavam na mesma direção. A queda na produção agrícola, por uma questão climática, só acelerou a inflação, que atingiu em maio 6,7% no IPCA no acumulado de 12 meses, ultrapassando a meta. No mesmo período, o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - divulgou um crescimento de apenas 0,6% nos primeiros meses do ano, quando as expectativas eram de que alcançasse 0,9%. Já nos meses seguintes, os preços caíram. Inclusive dos alimentos. O Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Pesquisas Socioeconômicas) divulgou, em agosto, uma queda nos preços das cestas básicas em 16 cidades. Houve redu-
Economia ção de 8,86% nos valores de alimentos básicos em Brasília, 7,06% em Porto Alegre e 3,82% em São Paulo. O assessor sindical João Guilherme Vargas Netto conta que a aceleração inflacionária durante o primeiro semestre de 2013 foi um acontecimento excepcional. “Os dados do Dieese só provam que esse aumento dos preços foi sazonal”, esclarece Vargas Netto. O governo tem tomado algumas medidas para controlar a inflação com desonerações à cesta básica e descartando reajustes, além de aumentar os juros. Antônio Lanzana, da FecomercioSP, conta que o governo deixou em segundo plano investimentos que pudessem estimular o crescimento do PIB. “No curto prazo haverá conflito entre inflação e crescimento. Não há instrumentos na economia que permitam isolar exatamente o que é política de combate à inflação, o que acaba impactando o nível de atividade”, disse. De acordo com Lanzana, a expectativa do Banco Central no início do ano para o crescimento econômico nacional em 2014 girava em torno de 3,4% e, já no início do segundo semestre, foi reduzida para aproximadamente 2%. Segundo ele, um reflexo da luta contra a inflação. Estimular o crescimento para conter a inflação O economista e ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, enfatiza que o crescimento de um Estado está relacionado à sua capacidade de investimento nos mais diversos setores esta-
O gráfico mostra a relação inflacionária com o crescimento do país nos últimos governos. Inflação
9,7
PIB
8,8 6,4 5,1
6,2 4,6
3,5 2,5
FHC (1995 -1998)
2,1 FHC (1998 - 2002)
1,8 Lula Lula (2003 - 2006) (2006 - 2010)
Dilma (2011 - 2012)
Fonte: IBGE
tais, além da promoção de incentivos às empresas privadas. Nos últimos 10 anos, o País investe apenas 2% daquilo que arrecada. O economista aponta que para estimular o crescimento, além de investir em infraestrutura, a alternativa é ampliar os gastos com educação para promover a capacitação profissional. O que se espera para o próximo ano Para 2014, os economistas projetam um nível inflacionário mais confortável do que este ano. Apesar disso, o professor da FEA/ USP, Heron do Carmo, pontua que o período eleitoral pode prejudicar o índice oficial. “Não po-
demos descartar algum repique da inflação. A situação para o próximo ano pode ser preocupante”, alertou o professor doutor. Ele ainda conta que o aumento dos preços também está relacionado às questões políticas e eleitorais. “Isso é algo normal, como aconteceu em 2002. O governo gasta mais em época de eleição e investe menos”, esclarece. Carmo acredita que um cenário mais favorável para o próximo ano dependerá muito das medidas tomadas pelo governo para “casar” a estabilização dos preços com investimentos para o crescimento econômico. Linha direta em revista
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5 3 Fotos 1 e 2: Sintetel leva centenas de trabalhadores ao Dia Nacional de Luta para reivindicar a reativação da Pauta Trabalhista Fotos 3 e 4: Em protesto contra a terceirização, Sintetel e as demais centrais sindicais ocupam a Av. Paulista Fotos 5 e 6: Trabalhadores cruzam os braços contra mudança no Convênio Médico (foto 5 Atento, site Belém, foto 6 Contax, site Barra Funda)
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Fotos 7 e 8: Festa do Teleoperador é a maior desde a sua criação Fotos 9 e 10: Sintetel realiza tradicional festa do Dia da Telefonista Foto 11: Sintetel apresenta 52 novos delegados sindicais, trabalhadores das empresas de teleatendimento, operadoras e prestadoras de serviço Foto 12: Assembleia aprova por unanimidade as contas do Sindicato Linha direta em revista
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Cultura
Exclusão cultural ter Vale-cultura chega para incluir trabalhadores no meio cultural e alavancar a economia do setor por Laura Rachid
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esquisa realizada pelo Ibope em 2008 revelou a falta de acesso da população de baixa renda a bens culturais e surpreendeu ao mostrar que 92% dos brasileiros nunca haviam ido ao cinema. Para mudar essa realidade, o governo federal criou o vale-cultura. Além de incluir esses brasileiros nas atividades culturais ao possibilitar gastos com cinema, teatro, revistas e shows, o objetivo é também ajudar no crescimento do setor cultural. Mas o que é o vale-cultura? Intitulado Bolsa vale-cultura, trata-se de um benefício de R$50,00 mensais destinado a todos os trabalhadores com carteira assinada que ganham até cinco salários mínimos (R$ 3.390). A lei não é obrigatória, portanto, o funcionário só pode participar do programa se a sua empresa tiver interesse. Para isso, a empresa precisa ser tributada com base no lucro real e se cadastrar no Programa de Cultura do Trabalhador. Dos R$50,00, o empregador descontará no máximo 10% da renumeração salarial do trabalhador (o que corresponde a R$5,00). O restante a empresa cobrirá e, em troca, receberá desconto no Imposto de Renda. 30
Linha direta em revista
O programa pretende alcançar o patamar de 18,8 milhões de trabalhadores
O trabalhador poderá acumular os R$50,00 mensais para ir a shows
Como funciona A estrutura é igual ao vale-refeição e ao vale-transporte. Por meio de um cartão magnético, o trabalhador poderá comprar CDs, livros, instrumentos musicais, ir a shows e teatros, entre outros gastos com cultura. Ainda há a opção de acumular o benefício de um mês para o outro, o que pode proporcionar acesso a produtos e espetáculos mais caros.
Os trabalhadores que possuem renda superior a cinco salários mínimos podem participar, mas o desconto será de acordo com a faixa salarial. “As empresas têm que ver esse vale com um investimento humano voltado para a ampliação da cultura e do conhecimento. Espero contar com a adesão de todos”, afirmou a ministra da Cultura Marta Suplicy em reunião para apresentar o pro-
Cultura
á nova saída?
“A criação do vale tem dois objetivos: fortalecer o mercado consumidor de bens e serviços criativos e contribuir para a formação de cidadãos apreciadores e consumidores de cultura”, ressalta a ministra Marta Suplicy na apresentação do programa à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)
jeto na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), no final de junho deste ano. Alexandre de Oliveira, teleoperador da Atento, site Liberdade, deseja que a empresa implante o benefício. “É importante para nós o acesso a eventos culturais. Espero que as empresas participem, pois nem todos os trabalhadores têm condições para curtir momentos de lazer”, declara. Ação Sindical Levar conhecimento cultural para os trabalhadores nas empresas do setor é o desafio que Maria Edna Medeiros, diretora
da Secretaria de Esporte, Turismo, Cultura e Lazer do Sindicato, tem para os próximos quatro anos. Edna explica que a entidade será porta-voz do vale-cultura perante a categoria. “Por ser um projeto novo, o Sindicato tem o dever de divulgá-lo. Precisamos do trabalhador unido à entidade para juntos conquistarmos o benefício nas empresas do setor”, explica. A divulgação da existência do vale ocorrerá por meio de panfletos nas portas das empresas e notificações nos meios de comunicação do Sintetel. Porém, antes de chegar aos trabalhadores, Edna aponta que,
como todo benefício, o vale fará parte das reinvindicações do Sindicato. “Queremos o vale nas mãos dos trabalhadores, não descansaremos até sairmos vitoriosos”, afirma. Impacto na vida do trabalhador A chefe do Gabinete do ministério da Cultura, Flávia Martins F. Nunes afirma que o MINC luta contra a exclusão cultural por meio da construção dos CEUS (Centro de Artes e Esportes Unificados), que tem como objetivo trazer de forma gratuita programas culturais aos municípios brasileiros.“Espaços culturais comunitários como os cineclubes e os pontos de cultura devem ser estimulados enquanto política pública e o vale-cultura tenderá a ser o elo sustentável desta cadeia criativa”, declara. Segundo o ministério da Cultura, a garantia de uma renda exclusiva para gastar com bens culturais estimulará a economia. A meta do benefício para 2013 é atender um milhão de trabalhadores e injetar R$ 300 milhões na economia. “O Ministério está programando uma campanha para obter o maior número de adesões possíveis, com ações junto às estatais e às instituições representativas dos trabalhadores e das empresas, como sindicatos, Federações das Indústrias e associações comerciais”, declara a ouvidoria do ministério da Cultura. Para os próximos anos, o Programa pretende alcançar 18,8 milhões de trabalhadores e gerar R$ 11,3 bilhões anualmente. Linha direta em revista
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Artigo
Retrato na parede Por João Guilherme Vargas Netto, assessor sindical
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m visitante do revolucionário Carlos Marx ao ser recebido por ele comentou a semelhança entre o personagem ao vivo e o seu retrato. Marx prontamente retrucou, de forma jocosa: - Sempre dizem isto. Em geral, os retratos se parecem com as pessoas; no meu caso, parece, eu me pareço com meu retrato. Algo semelhante pode ocorrer com a descrição de um fato e o fato em si; basta que ao se descrever algo se acrescente à aparência da coisa aquele algo mais que a valorize. É o que procuro fazer ao ressaltar o enorme prestígio da direção sindical dos telefônicos de São Paulo 32
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materializada na afluência maciça à cerimônia de posse da diretoria nova, no êxito do congresso nacional de sua federação unitária, nas novas responsabilidades assumidas em âmbito internacional pelo seu presidente e, sobretudo, no empenho constante dos diretores, e delegados e delegadas sindicais em representar todos os trabalhadores do setor, unificar suas lutas, defender seus interesses e mobilizar a categoria pela pauta trabalhista do movimento sindical. A vantagem de um retrato assim é dupla; além de figurar a realidade com cores fortes, induz a todos a cumprirem no dia a dia as responsabilidades que lhes foram assinaladas, garantindo a continuidade do
avanço e a melhoria constante de sua participação. Os telefônicos de São Paulo, os trabalhadores em teleatendimento, os prestadores de serviços das empresas terceirizadas, os da ativa e os aposentados, os homens e as mulheres, todos têm no sindicato um instrumento unitário, eficiente e representativo capaz de encarnar seus anseios e suas reivindicações. O Sintetel tem força e tem história. E o seu retrato, diferentemente do retrato de Itabira pendurado na parede da casa do poeta Carlos Drummond de Andrade, não dói. É solene e expressivo como o retrato de Carlos Marx.
Passa tempo
AS ORIGENS DAS SUPERSTIÇÕES
CAÇA-PALAVRAS
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QUEBRAR ESPELHO O reflexo da imagem é a alma, o outro eu, o duplo, passível de perigos e acidentes como o próprio corpo físico. Não ver a imagem pessoal no espelho é a denúncia indiscutível de que a alma está condenada a desaparecer. Daí uma série de superstições. Partir um espelho é despedaçar a própria alma, e, portanto, resulta em sete anos de azar. Não se fala em frente de um espelho. Não se deve olhar para um espelho durante a noite. Quando alguém morre, cobre-se o espelho na primeira semana do falecimento. Um espelho que se parta inexplicavelmente anuncia a morte de uma pessoa da casa.
Pesquisa de opinião com executivos das 60 maiores economias do mundo definiu os países que apresentam um melhor fluxo de capital, abertura para os negócios, intercâmbio de tecnologia, entre outros requisitos que atestam seu grau de globalização. 1o HONG KONG
7o SUÉCIA
13o FINLÂNDIA
19o ÁUSTRIA
2o CINGAPURA
8o DINAMARCA
14o FRANÇA
20o ESPANHA
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9 HUNGRIA
15 CANADÁ
4 BÉLGICA
10 Reino Unido
16 ISRAEL
25o Estados Unidos
5o SUÍÇA
11o ALEMANHA
17o TAIWAN
28o CHILE
6o HOLANDA
12o ESLOVÁQUIA
18o Rep. Tcheca
45o BRASIL
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ESCADAS Alguns acreditam que a superstição surgiu na Europa Medieval. Quando um castelo era atacado, a ponte levadiça era recolhida. Um dos únicos meios de invadir era usar escadas. A defesa para este tipo de ataque era atirar óleo fervendo ou pôr piche nos muros do castelo para repelir os invasores. Quem segurava as escadas, geralmente recebia um banho mortal. Portanto, segurar uma escada por baixo passou a significar má sorte. Ainda hoje é considerado mau agouro passar por baixo de uma escada, pois objetos podem cair de cima.
Países mais globalizados
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Artigo do Leitor
Fuga N
a bagagem, misturadas a sonhos e lembranças, acomoda as tralhas.
Faz promessa de voltar: – Gente, nesse dia trago as melhorias comigo! A mãe, as pessoas, as coisas... seu mundo se enternece. Olha o jeito triste de sua gente e pensa: “Eu volto, destá qu’eu volto”. Aos poucos, tudo se perdendo em distância. Olha para dentro de si mesma e, como num filme, revê a infância e a adolescência. Dá-se conta de que, em meio a tanta dificuldade, fome e tristeza, fora feliz. Pai, mãe, irmãos, amigos, bichos... Embora a terra seca e o desencanto em derredor, tudo era sinônimo de felicidade. Mas sabia de ouvir falar que nem tudo era assim, que noutros lugares havia terras de bem-aventurança. Se havia, ela ia buscar. Num cantinho do embornal, levava a fé nos padroeiros. Abaixo de Deus, eram eles que mantinham puro o espírito daquela gente. Mas dela quem cobrava não era o espírito,
era a carne. E a carne exigia muito mais que pureza. Por isso partia. A cidade! Deus, como é grande! Tem de tudo, e tanto, tanto que se desperdiça. A cidade, como é contraditória! Poucos desperdiçam e muitos morrem à míngua: sem nome, sem casa, sem pão, sem dignidade. Como isso é possível em meio a tanta fartura? – se pergunta.
princípio tem medo, ele lhe estende a mão e ela se encolhe. Pelo nome, pelo porte, pelo sotaque, é um igual. Pela postura não é. Ele pega em seu queixo e a obriga a olhar para cima. “Pega tua sopa”, diz. “Mata tua fome como se matasse a fome da tua gente. Cabeça erguida! Organiza tua vida como se fosse a da tua comunidade. É assim que os teus te querem de volta...”
Já enfrentou cobra, jagunço e seca, todavia começa a esmorecer. Como arranjar emprego, aprender falar, enfrentar o frio (do lugar e das pessoas) e ganhar um nome? Deixar de ser simplesmente “Farinha”, a “Cabeça-chata”?
Foi dormir mais serena, certa de que amanhã começaria a traçar seu rumo.
Ao passar pela fila da sopa é abordada por um servidor, Jesuíno. A
Ana Theodora Teleoperadora
Talvez nunca mais voltasse, mas começava a entender que o resgate da sua gente principiava em suas próprias conquistas.
As ideias contidas nesta página são de responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do Sintetel.
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Institucional
TV Sintetel tem novo nome e formato O programa de TV na Web do Sintetel está de cara nova. Desde o mês de setembro, o canal de comunicação conta com novo nome, Ponto de Encontro. Além disso, o formato do programa também foi modificado. Agora, em bloco único de 20 minutos. Nos diversos programas, o Ponto de Encontro repercute acontecimentos relevantes para a categoria de telecomunicações e proporciona o aprofundamento e reflexão sobre os temas abordados. O trabalhador confere todas as semanas quadros fixos com dicas de cultura, lazer e saúde. Inclusive pode participar e esclarecer alguma dúvida, além de saber das principais notícias do setor no Giro Sintetel. A reformulação do programa faz parte do novo projeto comunicacional da entidade. O principal objetivo das mudanças é dinamizar o programa, tornando-o ainda mais agradável ao mesmo tempo em que leva as principais informações para os trabalhadores da categoria. O horário de exibição também foi alterado. Todas as quartas-feiras, às 22 horas, um novo programa vai ao ar de forma inédita, pela TV Geração Z (www.tvgeracaoz.com.br).
Hospedados em parceria com a TV UOL, que tem autorização para veiculação no portal, os programas também ficam disponíveis no site do Sindicato
a partir da sexta-feira seguinte. Portanto, é possível ver qualquer programa veiculado a qualquer momento. Acesse www.sintetel.org e assista! Linha direta em revista
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SUA VIDA
MUITO MAIS
SAUDÁVEL E
EXCELENTE
HIDRATANTE PARA O CORPO
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RICO EM
C
VITAMINA
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ALTO TEOR DE
FRUTAS
ZERO
CONSERVANTES
FELIZ