Folha da educação (pdf)

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Ano I - Edição 1

Fevereiro de 2014

Nosso passado mostra nossa força!

Combate as escolas cooperativas. Governo Ricardo Barros, 1991/1992

Organização da categoria pelo PCCS. Governo Jairo Gianotto, 1998

Magistério Municipal segue... do magistério no histórico de luta dos “Vamos lá fazer o que será!” servidores (as) municipais sempre foi muito importante até porque representam Este sempre foi um lema praticado por a maior secretaria do município. Por esta categoria. Antes dos sindicatos serem diversas vezes, foram protagonistas reconhecidos legalmente, os professores de reivindicações e lideranças nos de Maringá, acharam uma alternativa para movimentos grevistas. esta situação e na busca por seus direitos e Mais do que nunca precisamos manter condições de trabalho fundaram em 1987 a esta característica e ir a luta. Vivemos um ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES retrocesso, alguns avanços importantes DAS ESCOLAS MUNICIPAIS que conquistamos ao longo dos anos DE MARINGÁ. Mais tarde com a estão sendo dia a dia perdidos. Podemos promulgação da Constituição Federal, esta citar, por exemplo, a eleição direta para organização convocou assembleia e numa diretores nas escolas e CMEIs, a jornada demonstração de luta coletiva fundou o pedagógica feita em alguns dias que SISMMAR que há 25 anos atua na defesa possibilitava o encontro de todo quadro de toda a classe trabalhadora. da educação, o debate sobre o calendário O envolvimento dos profissionais escolar e tantos outros. É preciso enxergar

Nº DE ALUNOS POR TURMA- 04

Inclusão das auxiliares de creche no PCCR do magistério. Governo Silvio Barros 2012

que este é um modelo de gestão de determinada classe da sociedade que tem governado nossa cidade há algum tempo. No entanto, frisamos que para combatermos a desvalorização profissional, a falta da gestão democrática e o autoritarismo de alguns gestores, precisamos somar forças e ir a luta. Esta é a hora de reavivarmos nossas práticas de organização e mobilização. O PCCR do Magistério está em processo de revisão e lá poderemos melhorar o que já foi feito e incluir novas questões ainda não abordadas. Acompanhe no blog e nas assembleias o que está sendo debatido e venha conosco fazer novamente HISTÓRIA. JUNTOS SOMOS FORTES!

CARTA DE REPÚDIO - 03 Confira nesta edição a carta de repúdio a algumas servidoras do quadro do magistério que se posicionaram contra a deliberação da categoria

Por goela abaixo...

O ano letivo começou e muitas atitudes tomadas de última hora revoltaram a categoria. No fim do ano passado, na mesma semana em que na etapa estadual da Conae se discutiu a qualidade na educação, a Seduc foi na contramão, e baixou uma portaria aumentando o número de alunos por turma. A surpresa foi maior quando fomos comunicados sobre o aumento nos dias docentes do Calendário Escolar. No entanto, os dirigentes do SISMMAR não se calaram diante destas arbitrariedades, pelo contrário, marcamos assembleia com a categoria, para repassar as atitudes da Seduc. Os servidores (as) deliberaram então por campanha pela redução do número de alunos por turma. O primeiro passo será a veiculação de um vídeo sobre o tema. Quanto ao calendário escolar, apesar das inúmeras tentativas de negociação não houve nenhuma alteração. Em compromisso verbal a secretária de educação afirmou, que no próximo ano letivo deverá convocar um representante por unidade para discutir os dias do calendário do ano letivo de 2015. Talvez seja o começo de uma mudança na forma de atuar.


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Horário de almoço Algumas diretoras de escolas e CMEIs estavam fazendo escala para os servidores (as) com 3 horas de intervalo para almoço, desprezando que esses (as) trabalhadores (as), na grande maioria dos casos, moram distantes do seu trabalho e não vão para casa neste horário. Os dirigentes do SISMMAR entraram e contato com a Seduc e conseguiram que a medida fosse alterada, e a partir de agora as escalas devem ter no máximo duas horas para este intervalo.

Horário de descanso Diante da procura no sindicato quanto ao horário de descanso, o SISMMAR informa que, segundo a Seduc, os diretores foram orientados a proporcionar um espaço dentro unidade escolar para este fim. Caso isso não esteja acontecendo no seu local de trabalho, entre em contato com o sindicato. O que não está permitido é usar os colchonetes das crianças.

Horário de saída Informamos que as serviços gerais que permanecem nas unidades escolares após o horário de saída dos alunos devem ficar exercendo apenas a sua função de limpeza. O cuidado com as crianças tem que ficar a cargo da diretora, supervisora ou orientadora. Nos casos de CMEIs a auxiliar de creche pode fazer esta função, sempre junto com alguém equipe pedagógica.

Lamentável - Conae 2014 É lamentável o adiamento da etapa nacional da Conae que seria realizada neste mês. Com o adiamento, ela ocorrerá nos dias 19 a 23 de novembro deste ano. Há discussões importantes sobre diversas pautas que refletem diretamente na vida do trabalhador (a). Entre as principais destacamos a qualidade da Educação: democratização do acesso, permanência, avaliação, condições de participação e aprendizagem. Gestão democrática, Participação popular e Controle social. Valorização dos Profissionais da Educação: formação, remuneração, carreira e condições de trabalho. As dirigentes Cibele Campos e Iraídes Baptistoni estarão participando desta etapa representando todos (as) servidores (as) municipais da educação do Paraná. Vitória! Progressão do magistério de 2010 O SISMMAR moveu ação judicial com o objetivo de que fosse paga a progressão aos profissionais do quadro do magistério referente ao ano de 2008 e 2009. Vencemos em 1ª instância, mas como a adminstração recorreu, agora a ação segue para Curitiba onde deverá ser julgada pelo Tribunal de Justiça do Paraná.

Uso do jaleco Os dirigentes do SISMMAR interviram junto a Secretaria de Educação e conseguiu flexibilizar o uso do jaleco até meados de março, devido ao intenso calor em nossa cidade. Ressaltamos que esta conquista só foi possível pela reivindicação da categoria, portanto, destacamos que é imprescindível que os servidores (as) procurem o sindicato para juntos fazermos a luta.

Informativo do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá Avenida Paissandu, 465, Vila Operária - Maringá-PR

Auxiliares administrativos

Alimentação dos profissionais Recebemos algumas reclamações de que as diretoras não estavam autorizando os (as) servidores (as) a se alimentarem nas unidades de ensino. Procuramos a secretaria de educação e a orientação repassada pelo diretor administrativo é de que, após as crianças se alimentarem, havendo “sobra”, estes podem sim serem consumidos pelos funcionários (as) ao invés de parar no lixo. Bom senso da administração!

Hora atividade; direito negado servidor (a) revoltado (a) O SISMMAR sempre defendeu o direito dos profissionais do magistério a sua hora atividade, porém, é fato que isto está sendo negligenciado. Por isso, o sindicato está buscando na justiça desde 2012 que o tempo em sala durante a hora atividade seja pago em dinheiro aos professores (as) e educadores (as). O sindicato orienta os servidores (as) que não tiverem o dia de sua hora atividade, registrem em seus livros de chamada as atividades dadas e assinem provando assim que seu direito está sendo ferido.

44 3269-1782 www.sismmar.blogspot.com http://twitter.com/sismmar sismmar@yahoo.com.br

No dia 18 de dezembro o SISMMAR realizou assembleia para dar início a luta pelas reivindicações dos (as) auxiliares adminstrativos de escolas e CMEIs. Os (as) servidores (as) naquele momento se encontravam revoltados com o fato de não poderem usufruir 30 dias de férias consecutivos, um direito garantido pelo Estatuto do Servidor. O sindicato imediatamente interferiu nesta questão, e no dia 27 de dezembro a categoria foi chamada pela Seduc para escolher entre o parcelamento das férias (20 ou 10 dias) ou os 30 dias consecutivos. Portanto, tiveram direito de escolha e não acataram a imposição. Com relação ao recesso no mês de julho e dezembro, entendemos isto como uma luta que demos início em 2013 e daremos sequência em 2014, caso a categoria mostre interesse e mobilização. O SISMMAR sempre lutou pela ampliação de direitos entre as categorias e jamais se omitiu de apresentar as demandas dos servidores (as). Acreditamos na organização da classe trabalhadora, pois assim podemos conquistar direitos. Portanto, convocamos a categoria para manter a organização e resistir às arbitrariedades do gestor.

Jornalista Responsável: Cláudio Santos Diagramação e Arte Final: Cláudio Santos-claudiocvds@outlook.com

Impressão: Editora Central Ltda. Tiragem: 1.500 exemplares


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Nota de repúdio a alguns membros do Conselho Municipal de Educação servidoras do magistério municipal de Maringá Nós servidores (as) do quadro do magistério, REPUDIAMOS a posição da comissão eleita durante reunião do Conselho Municipal de Educação para tratar junto a secretária desta pasta, sobre a redução do número de alunos por turma e a diminuição dos dias docentes do calendário escolar. Ocorre que na comissão foram eleitas apenas servidoras do magistério municipal que envergonharam nossa categoria com a postura adotada, mesma demonstração de desrespeito a nós. Após assembleia específica do magistério que deliberou solicitar ao Conselho Municipal de Educação apoio a redução do número de alunos por turma e a diminuição dos dias docentes do calendário escolar, as dirigentes do SISMMAR foram tomadas de espanto e surpresa. Apesar de o Conselho Municipal de Educação ter aprovado essas duas pautas, restando apenas conversar com a secretária de educação para negociar possíveis ajustes visando alcançar esses dois objetivos, no momento da reunião, os membros CONCORDARAM em manter inalterado o calendário escolar e o número de alunos por turma. No mínimo uma vergonha! Portanto, expressamos nossa total indignação, pois nós que atuamos no magistério e conhecemos a realidade de uma sala de aula, vimos aqueles que deveriam nos representar se posicionando contra o magistério. Manteremos, contudo, nossa disposição de lutar e não esqueceremos este episódio. Servidoras do magistério que compõem o Conselho Municipal de Educação*1

Representantes da Secretaria de Educação Gisele Aurora Assumpção – titular Nilda da Silva Martins – suplente

Representantes do Poder Executivo Mara Lúcia Martins de Mello – titular Sueli Cristina Locatelli – suplente Rosilene Nascimento Polizeli – titular Meire Bono Soares – suplente Marcos Cloro de Mello – titular Ana Paula Pires – suplente Ednéa Regiane de G. Moraes – titular Lúcia Catto M. Campelo – suplente

Representantes do quadro do Magistério Público Municipal Rosinêde da Conceição Toledo – titular Kelly Cristina de Aguiar – suplente Edilaine Aparecida dos Santos – titular Vânia Ortega Rizzi – suplente Edineuza Pazian França da Silva – titular Regina Célia Alves Blasques Dias – suplente Andréa Gomes Cirino – titular Ana Paula Meller Victer Ferreira – suplente Vanessa Alessandra da Silva – titular Elizana Malanette da Silva Gama – suplente

Esta relação não contém o número total de membros do conselho. Foram elencados apenas as servidoras do magistério. *1

Reunião do Conselho Municipal de Educação no dia 12 de dezembro de 2013 em que foi nomeada comissão para tratar com a secretária de educação do aumento do número de alunos por turma e diminuição dos dias docentes do calendário escolar.

Auxiliares de serviços gerais não deistem da luta

Assembleia da categoria no dia 3 de fevereiro. Servidoras lotaram o Plenário da Câmara em demonstração de força vontade de lutar!

As auxiliares de serviços gerais estão unidas e provando que não vão baixar a guarda enquanto não tiverem garantido em Lei o recesso de 1 semana em julho e 1 semana em dezembro. Historicamente estas servidoras gozavam deste período, mas ano passado, isso só foi possível pela união da categoria que chamou o sindicato e decidiu fazer a luta por esta pauta. Ainda há muito para fazer, a secretária de educação se comprometeu a apresentar a proposta entregue pelo SISMMAR ao jurídico da adminstração municipal para que fosse analisado até maio. Solange Lopes, se mostrou favorável a atender este pedido das trabalhadoras, que também estão indignadas com o pequeno número de servidoras nas unidades, o que gera sobrecarga de trabalho e inúmeros problemas. As serviços gerais estão unidas e lotando as assembleias que o sindicato tem convocado. Esta atitude com certeza é muito importante para conquistarmos as vitórias que a categoria tanto espera. Um bom exemplo disso, é que após a a insitência do sindicato as serviços gerais estão sendo reconhecidas e valorizadas, a categoria conquistou um aumento na sua GAE que antes era de 13% e a partir de agora ficou estabelecido um avanço de 2%, (acréscimo de aproximadamente R$ 18,00) para corrigir o valor que já estava defasado.


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PCCR do magistério; é hora de avançar A comissão permanente de revisão do Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR) do Magistério já está se reunindo para trabalhar. Algumas pautas deliberadas em assembleia que foram levantadas pelos (as) servidores (as), estão sendo discutidas. Nesse momento é necessário que os (as) trabalhadores (as) acompanhem o processo, através de nosso blog e também as assembleias que irão acontecer, para se manterem informados. Reforçamos que somente com a categoria unida é possível lutar por reconhecimento salarial e valorização. Reiteramos também que os dirigentes do sindicato representam os servidores (as), mas não substituem a força e a expressão de toda a categoria. Somente com a união da entidade sindical e a pressão dos servidores (as) é possível conquistarmos novas vitórias.

Pautas que já estão sendo discutidas pela comissão •Aumento no percentual do incentivo de mérito; •Aumentar o percentual pago para especialização, mestrado e doutorado; •Criar classe específica para o doutorado; •Revogar o limite de 2 títulos para o recebimento do incentivo de mérito; •Retorno do concurso para supervisor e orientador educacional, mudando a nomenclatura para professor pedagogo (20 horas); •Voltar para três níveis o avanço na progressão. Atualmente são apenas 2 de 1,5%;

Reunião da comissão de revisão do PCCR do magistério, com participação do secretário de RH Gilmar Benkendorf

composisão da comissão de revisão do PCCR do Magistério Profª Mara Lúcia Martins de Melo - representante da administração; Iraídes Baptistoni - representante dos servidores (as) (SISMMAR); Márcia Socreppa - representante do Legislativo; Rosilene Polizeli - representante do Conselho Municipal de Educação

Nº de alunos por turma; qualidade X quantidade. O que está em jogo?

Ivana Veraldo é doutora pela UEM, e atua no Departamento de Fundamentos da Educação

Para se aprofundar e buscar informações fundamentadas para defender a redução do número de alunos por turma, o SISMMAR, entrou em contato com a doutora da Universidade Estadual de Maringá, professora Ivana Veraldo, do Departamento de Fundamentos da Educação. Para a doutora, a superlotação nas

salas de aula pode gerar inúmeros problemas, tais como: estresse e adoecimento do professor, dificuldades de atender aos alunos, o não emprego de didáticas e técnicas de aprendizagem. Para os alunos, pode acarretar em violência, bullyng, indisciplina, baixo nível de atenção e consequentemente pouca capacidade de absorver conteúdos.

Segundo a doutora, outro fator determinante é a heterogeneidade da sala de aula. “Os alunos são muito diferentes e possuem necessidades específicas que o professor não terá condições de atender em uma sala lotada”, explica. É importante lembrar também, que atualmente as salas possuem alunos de inclusão que requerem ainda mais da atenção do docente. Veraldo aponta, que, “a Conae 2010 definiu os tamanhos ideais para as turmas da educação infantil em 15 alunos, para o ensino fundamental, 20 e para o ensino médio, 25 alunos. No entanto, apesar das discussões sobre a qualidade na educação, o que muitas vezes está em jogo é uma visão econômica do ensino, que se sobrepõe aos critérios pedagógicos”,

ressalta. É preciso também considerar que o trabalho do professor não se restringe somente a sala de aula. O profissional têm provas e avaliações para corrigir, atende os pais, sem contar que muitas vezes têm dois vínculos, o que dobra a responsabilidade deste docente. Para melhorar as condições de trabalho dos profissionais e de aprendizagem dos alunos, além de reduzir o número de alunos nas salas de aula é preciso também investir na capacitação, novas técnicas de ensino e aprendizagem, melhores salários, condições satisfatórias de trabalho, infraestrutura apropriada. Dessa forma, é possível se pensar na qualidade do ensino e no bem estar do profissional.


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