Informativo Julho 2011

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Informativo

Sistema Faerj Julho 2011 Ano 02 - nº3

Balde Cheio Conheça a Unidade Demonstrativa de Conceição de Macabu

Diagnóstico da Carne

Acompanhe o evento de lançamento

Febre Aftosa

Campanha vai mudar em 2012.


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Sumário Julho 2011

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Diagnóstico da carne

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Febre aftosa

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Federação homenageia destaques da pecuária de corte

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Balde Cheio

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Prorrogada mudança na norma de leite

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Senar-Rio Capacita dirigentes

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Dia de cuidar da saúde da mulher no campo

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Agenda

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Faerj apresenta diagnóstico da pecuária de corte na Alerj

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o dia 30 de maio a Faerj reuniu políticos, representantes de sindicatos rurais e produtores para a apresentação do 1º Diagnostico da Pecuária de Corte do Estado do Rio de Janeiro. O estudo é resultado de uma pesquisa coordenada pelo professor Nelson Jorge Moraes de Matos, com a participação de docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e técnicos da Faerj. No Diagnóstico é possível entender o perfil do produtor, os aspectos da produção, o tamanho do rebanho e os temas que precisam ser trabalhados para o desenvolvimento do setor.

Segundo Rodolfo Tavares a publicação é fundamental na orientação das discussões dos envolvidos no processo de fortalecimento da pecuária de corte no estado. “A pesquisa pretende ser fonte importante para os agentes de políticas públicas e para o setor. Só há uma maneira de buscar o fortalecimento do mercado, é conhecendo ele. E a partir daí realizar ações que busquem o desenvolvimento”.

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“O pecuarista não precisa de paternalismo, mas precisa de apoio do Poder Público” Nelson Matos

Investimentos no setor Durante a apresentação o professor Nelson Matos explicou que três itens são importantes para a produtividade com sustentabilidade: o melhoramento genético, no manejo sanitário e na alimentação. Ações que dificilmente o produtor fará sozinho. “O pecuarista não precisa de paternalismo, mas precisa de apoio do Poder Público, principalmente na área de assistência técnica. É necessário, por exemplo, investimento nas universidades, em pesquisas exclusivas para o estado do Rio de Janeiro, com suas particularidades que precisam ser identificadas e contornadas quando forem negativas”. Segundo o estudo, a pecuária de corte intensiva possibilitaria incrementar

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a produtividade, com propriedades menores. “Para isso, é fundamental que haja investimentos em tecnologia”, insistiu o coordenador da pesquisa.

Escrituras Zootécnicas Nelson Matos conta ainda que uma das maiores deficiências do setor é o fato da maioria dos produtores no estado não terem escrituras zootécnicas. O documento contém o registro de todos os eventos que ocorrem no rebanho, sistematicamente, como a anotação dos nascimentos dos animais até seu desempenho produtivo e reprodutivo. “O produtor não tem conhecimento do que acontece dentro de sua propriedade e, conseqüentemente, não tem como


Maurício Salles

estabelecer metas”, explica Matos.

Abate e fiscalização Outro problema apontado pelo diagnóstico é a má distribuição de matadouros, o que contribui para a ocorrência de um grande número de abates clandestinos. Christino Áureo, Secretario de Estado de Agricultura e Pecuária, que participou da bancada, levantou que a fiscalização existe e adiantou que o estado está estudando como criar uma legislação que obrigue os matadouros a fazer a desossa bovina, reduzindo assim o risco de contaminação.

Programa de capacitação Como estímulo a um dos setores mais

importantes do agronegócio fluminense, a Federação junto ao SEBRAE-RJ e Senar-Rio lançou um programa de capacitação tecnológica para a produção intensiva e sustentável de carne. O assessor técnico do SenarRio, Maurício Salles, apresentou o plano de trabalho do projeto durante o evento. “A idéia é capacitarmos técnicos no processo de transferência de tecnologia, buscando semelhanças com o programa de sucesso já existente que atende a pecuária de leite. Criaremos 20 unidades demonstrativas para trabalharmos temas como o manejo do gado, a irrigação de pastagens, controles econômicos, zootécnicos e climáticos e outros itens para aumentar a produção”, explica Maurício. O Presidente da Federação acredita no projeto e prevê a melhora da

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Rodolfo Tavares

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qualidade na carne produzida no estado. “Nosso objetivo é, através do manejo, intensificar o desfrute desse rebanho, abatendo o gado mais precocemente e, com isso, trazendo mais qualidade para o consumo. Queremos que o produtor consiga também gerar mais empregos para atender um mercado com o poder aquisitivo cada vez mais elevado. Atraves de uma melhor distribuição da cadeia produtiva, desde as atividades primárias de cria e recria até o abate, poderemos ter uma carne melhor para ser consumida no mercado”.

Participação do Legislativo Na ocasião, Christino Áureo lembrou a importante parceria da Alerj, atualmente presidida pelo Deputado Paulo Melo (PMDB), na defesa de questões envolvendo o segmento. Assim foi com a aprovação da lei apoiada pelo governador Sérgio Cabral que extinguiu o ICMS sobre a carne e seus derivados. Isso contribuiu para que o produto do Rio de Janeiro esteja mais ao alcance do consumidor e ofereça ganhos para produtores e frigoríficos. O benefício incentiva ainda a legalização daqueles que atuavam na clandestinidade, construindo uma cadeia forte, que produz dentro das normas sanitárias. O presidente da cerimônia, deputado Paulo Ramos (PDT), fez o fechamento do evento elogiando a participação dos envolvidos e falando da importância do setor para a economia fluminense. “Não há dúvidas de que se trata de um investimento produtivo. Os números comprovam isso, pois mais de 70% da população nacional consomem carne vermelha. A Casa, desde já, coloca-se à disposição para qualquer ajuda, no que diz respeito ao desenvolvimento da pecuária de corte.

Christino Áureo

Paulo Ramos

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“Nosso esforço contra a doença está sendo recompensado” Christino Áureo

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Vacinação contra febre aftosa vai mudar no Estado do Rio

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ssa foi a afirmação do Secretário de Estado de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo, durante apresentação oficial do “Diagnóstico da Cadeia Produtiva de Gado de Corte no Estado do Rio”, no dia 30 de maio, na Alerj. Atualmente o plano de vacinação prevê duas campanhas anuais, uma em maio e outra em novembro que vacina todas as faixas etárias do rebanho fluminense. A partir de 2012, na campanha de maio, será vacinado apenas o gado com idade até 24 meses. A campanha de novembro não sofrerá alterações. “O Rio de Janeiro completará 15 anos livre da febre aftosa. Sabemos que é uma doença que afeta os rebanhos, diminuindo e comprometendo toda a produtividade. Nosso esforço contra a doença está sendo recompensado, mas precisamos continuar na luta contra o

bacilo transmissor”, afirmou Áureo. O Presidente da Faerj, Rodolfo Tavares, apóia a iniciativa do Secretário de Agricultura e Pecuária. “Essa é uma conquista de todos os pecuaristas do estado. Hoje mantemos uma taxa acima de 90% de animais vacinados e durante 15 anos sustentamos a ausência de foco na nossa região. Acreditamos que essa trajetória de resultados positivos possa também intensificar a campanha de outras zoonoses, tais como brucelose e tuberculose”, comenta Rodolfo. A alteração no calendário a partir de 2012 foi festejada pelo setor que irá reduzir consideravelmente os custos de manejo do gado na época da vacina e, pela metade, o custo de aquisição da própria vacina.

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Federação homenageia destaques da pecuária de corte

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urante o lançamento do 1º Diagnóstico da Pecuária de Corte do Estado do Rio de Janeiro Rodolfo Tavares homenageou pecuaristas de destaque no estado: Paulo Lemgruber e Jair Ferreira. Paulo recebeu o reconhecimento pela importância que a família Lemgruber tem na pecuária brasileira, por ser a pioneira na criação do gado Nelore no país. Já Jair Ferreira foi homenageado por acreditar e investir no setor com a expansão das Industrias Ferreira e Landim. Na homenagem a Paulo, Rodoldo Tavares discursou para uma platéia

repleta de produtores, dirigentes de sindicatos e políticos, onde citou desde a origem do Nelore com Manoel Lemgruber a Paulo Lemgruber, atualmente o guardião dos registros da criação de gado Nelore no Brasil. Paulo se sentiu lisonjeado. “É muito bom saber que nosso esforço é reconhecido. Não esperava a homenagem. É gratificante perceber que a história da família se funde com a história do gado de corte e que todas as nossas ações culminaram nessa linda homenagem que recebi”, conta emocionado.

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“É gratificante perceber que a história da família se funde com a história do gado de corte e que todas as nossas ações culminaram nessa linda homenagem que recebi” Paulo Lemgruber

Lemgruber tem razão. A história da sua família está mesmo ligada à história do gado de corte no país. Manoel Lemgruber trouxe em 1878 o primeiro Nelore para o Brasil. Hoje, cerca de 80% do gado de corte do país descende de zebuínos. Christino Áureo fez a homenagem a Jair Ferreira, que foi elogiado por acreditar nos incentivos tributários do Governo do Estado para o setor e expandir sua atuação. Jair foi representado pelo seu filho Jair Ferreira Junior.

e inaugurar a Indústria Landim em Barra do Piraí, em 2010, foram ações importantíssimas para nossa trajetória de sucesso. Contribuímos para dois setores da economia de forma muito positiva, principalmente com a geração de empregos”.

“Recebemos com muita alegria essa homenagem. Ela é o reconhecimento da importância do trabalho que meu pai exerce há mais de 30 anos no setor da pecuária e indústria do estado”.

O Grupo Landim gera mais de 300 empregos na região e pretende aumentar esse número. De acordo com Alba a empresa está crescendo.

Segundo Alba Landim Ferreira, também filha do empresário, o negócio da família já passou por diversas situações antes de ter o reconhecimento de hoje. “Considero que assumir a direção do frigorífico em Valença, em 1990,

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“As perspectivas para o futuro são grandes. Pensamos na criação de um conjunto de mercado de carnes na região. Pretendemos também aumentar a capacidade de produção da Indústria e criar um setor de desossa e carnes embaladas . Temos muito trabalho pela frente”, conclui a administradora do Grupo.


Paulo Lemgruber

Jair Ferreira Junior

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ESPECIAL

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Balde Cheio Sítio Tavares - Conceição de Macabu

De um presente do Avô nasceu a vontade de se tornar produtor

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Antes

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aniel Tavares Ribeiro, proprietário do Sítio Tavares, teve seu primeiro contato com o meio rural por meio de seu avô, que o presenteou com uma bezerra quando ainda era criança. Logo tomou gosto pelo campo e aos oito anos já ajudava a família na produção de leite. Com o passar dos anos a bezerra cresceu e foi tendo suas crias, em pouco tempo o garoto já tinha três vacas e passou a vender o leite para ajudar na passagem do ônibus para a escola. Acordava cedo e antes de sair, deixava o leite no ponto para o caminhão. Seus pais trabalhavam na lavoura de cana-de-açúcar. Tinham uma propriedade de 10 ha, mas com o fim da atividade canavieira no município de Conceição de Macabu, a família teve de deixar de viver exclusivamente da propriedade e se estabelecer em outra atividade na cidade. Já adulto começou a trabalhar em um posto de recepção de leite em Macabuzinho, 2º Distrito do município, no entanto continuava tirando leite para ajudar nas despesas da família. Vendo o progresso dos fornecedores locais,

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Depois decidiu deixar o trabalho e investir na produção do sítio. Com o dinheiro que recebeu da rescisão trabalhista, comprou mais vacas com o sonho de aumentar a produção. A experiência não foi positiva porque não havia comida para os animais. O resultado foi um rebanho de vacas magras. O produtor teve que se desfazer dos animais, restando somente as novilhas. Desacreditado, Daniel arrumou um emprego de motorista na Cooperativa de Laticínios de Conceição de Macabu e deixou de produzir. Sempre interessado em voltar ao campo, Daniel conheceu o programa Balde Cheio através de revistas e visitas a produtores da cooperativa do município. Acompanhando os resultados fez mais uma tentativa por conta própria, iniciou a plantação de cana, formou 2 ha de mombaça e dividiu a área em piquetes, certo de que dessa vez o negócio emplacaria. Mas o pastejo do mombaça com o passar dos tempos, sem orientação técnica, começou a declinar, retornando a situação anterior. A história de Daniel Tavares Ribeiro lembra a de muitos outros jovens do


campo, mas a diferença é que apesar de todas as dificuldades ele sempre persistiu em viver da atividade. Cansado de cometer erros, em agosto de 2009, o produtor entrou em contato com Christie Barreto, amigo e Técnico do programa Balde Cheio. Apesar de ter todo interesse em produzir, Daniel ainda trabalhava de 8h as 16h na cooperativa de laticínios. Conversando com o coordenador do projeto no Rio de Janeiro, Maurício Salles, o técnico agendou uma visita a propriedade e logo iniciou o trabalho. Segundo Christie Barreto a área de mombaça na propriedade, foi reduzida e intensificada para 0,7 ha, aproveitando o que já existia, com solo corrigido e adubado, foi implantado um sistema de irrigação. “Começamos a fazer os controles zootécnicos, financeiro e até de chuvas e temperatura. A produção inicial era de 30 litros por dia e hoje com praticamente dois anos de trabalho estamos com uma média de produção de quase cinco vezes mais. Formamos uma área de Tifton de 0,3ha irrigada, uma nova área de 1,05ha de cana distante do curral e

“Sozinho não chegaria a lugar nenhum. O trabalho técnico foi fundamental para o nosso sucesso” Daniel Tavares

para aproveitarmos uma área mais próxima do curral onde hoje tem cana plantada, formaremos um módulo de 0,65ha de Jiggs”, conta o técnico Christie Barreto, responsável pelo programa na propriedade. Segundo Daniel a transferência de tecnologia foi essencial para o trabalho. “Sozinho não chegaria a lugar nenhum. O trabalho técnico foi fundamental para o nosso sucesso. Com ele as tarefas fluem naturalmente e os resultados são alcançados, onde antes o caminho era incerto”. No primeiro ano do programa o produtor passou a produzir 51 litros de leite por dia. Hoje, produz 141 litros/dia. Mas sonha ir longe. “Quero chegar a uma produção média de 500 litros/dia”, idealiza Tavares.

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Prorrogada mudança na norma do leite

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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prorrogou por seis meses a entrada em vigor da próxima etapa da Instrução Normativa nº 51, prevista para ser aplicada a partir de 1º de julho. A legislação determina novos parâmetros de qualidade para produção do leite nacional.

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A norma exigiria a redução em 87% da contagem total de bactérias e em 50% a contagem de células somáticas presentes em cada mililitro de leite. Com isso, o limite de contagem bacteriana total (CBT), que atualmente é de 750 mil Unidades Formadoras de Colônia (UFC) por mililitro, baixaria para 100 mil UFC/ml com relação à contagem de células somáticas (CCS), o teto passaria de 750 mil células/ml para 400 mil/ml. “O governo está dando um prazo de seis meses para que a cadeia produtiva possa fornecer um produto de melhor qualidade para os consumidores, e para que seja firmado acordo setorial para estabelecer sistema de pagamento ao produtor por essa melhoria de qualidade. É importante que o produtor receba incentivos e seja pago pela qualidade do seu leite”, justifica o ministro da Agricultura Wagner Rossi. A alegação de indústrias e entidades do setor é que, se a legislação fosse adotada de imediato, grande parte dos produtores brasileiros ficariam excluídos do mercado. A proposta da cadeia é a redução gradual dos índices a cada ano até que a meta seja atingida. Outros obstáculos apontados pela cadeia são as condições das estradas vicinais, aporte de energia elétrica insuficiente e irregular em algumas regiões, além da falta de acesso à tecnologia e financiamento para aquisição de resfriadores, bem como treinamento para pequenos produtores sobre melhoria das condições de ordenha e produção.

Inspeção e de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira, um grupo técnico composto por representantes do Ministério da Agricultura, de empresas, universidades, Embrapa, Confederação de Cooperativas, da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deverá ser constituído para estabelecer, no prazo de 6 meses, os critérios de participação e as responsabilidades dos elos da cadeia produtiva, e propor os parâmetros de qualidade com base nos resultados das avaliações técnicas realizadas até agora. “O Ministério não está autuando e nem rejeitando nenhum leite. A nossa meta é que se efetive nacionalmente o sistema de pagamento por qualidade, com base em definições dos novos parâmetros que serão estabelecidos. Sabemos das dificuldades do país, mas precisamos do comprometimento de toda a cadeia”, ressalta Oliveira.

Wagner Rossi

Segundo o diretor do Departamento de

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Impactos positivos De acordo com o coordenador-geral de Inspeção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Marcius Ribeiro de Freitas, com a melhoria da qualidade do leite cru, automaticamente todos os tipos de leite terão padrões mais rígidos. Como conseqüência, o produto brasileiro poderá atender aos padrões internacionais de qualidade, além de trazer benefícios para produtores, indústrias e consumidores.

“O Brasil é uma potência agrícola e um grande produtor de leite. Temos que ter um produto que atenda padrões internacionais de qualidade. Hoje, o consumo de lácteos de valor agregado alto tem crescido e as pessoas não estão comendo apenas mussarela”, avalia Freitas.

Outras vantagens são a valorização do preço pago aos criadores, uma matéria-prima de melhor rendimento e maior vida comercial para as indústrias, além da possibilidade de exportação. Os consumidores terão à disposição um leite de melhor qualidade.

Programa de monitoria da qualidade do leite O Senar-Rio, mantém desde 2002 ações para tratar da melhoria dos procedimentos de higiene na ordenha e qualidade do leite. Os resultados obtidos ao longo dos anos sugerem a eficácia da formação profissional na atualização dos trabalhadores e produtores rurais. Em 2010, o Senar-Rio lançou o Programa de Monitoria da Qualidade do Leite para atender a Instrução Normativa nº 51 e incentivar os produtores a manterem boas práticas. Já são parceiros do Senar-Rio a Cooperativa de Laticínios de Conceição de Macabu, a Cooperativa Agropecuária de Barra Mansa, a Cooperativa Regional Agropecuária de Macuco e a Cooperativa de Laticínios de Paraíba do Sul. As empresas ou produtores interessados em participar do Programa de Monitoria da Qualidade do Leite poderão entrar em contato com o Senar-Rio pelo telefone 0800-2820020 ou com o Sindicato Rural do seu município.

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Como funciona o programa?

1ª Fase – Adesão

2ª Fase – Nivelamento Técnico

Adesão por parte de Sindicatos Rurais, Laticínios, Cooperativas Agropecuárias e produtores na forma e método do trabalho.

Processo de nivelamento de conhecimentos técnicos e pressupostos do programa para instrutores da ocupação Trabalhador na Bovinocultura de Leite/Qualidade do Leite; Profissionais dos departamentos de controle e qualidade do leite dos estabelecimentos.

3ª Fase – Treinamentos Sobre Qualidade do Leite

4ª Fase – Monitoria Sobre Qualidade do Leite

Processo de formação profissional de trabalhadores e produtores rurais, trabalhadores na coleta e recepção do leite.

Através dos técnicos do departamento de controle e qualidade do leite de cooperativas agropecuárias e laticínios parceiros do programa;

5ª Fase – Análises A Medição dos índices de CBT – Contagem Bacteriana Total, CCS – Contagem de Células Somáticas, Determinação dos teores de gordura, lactose, proteína, sólidos totais, sólidos desengordurados, feita mensalmente através de laboratório credenciado pela RBQL – Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade para o acompanhamento das cooperativas e laticínios servirão como parâmetro para os treinamentos e monitorias.

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Senar-Rio capacita dirigentes e colaboradores de sindicatos rurais

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e 29 a 01 de julho, o município de Rio das Ostras sediou a primeira etapa do Programa Sindicato Forte no Rio de Janeiro. O programa é uma parceria da CNA e SENAR Administração Central com a Faerj e o Senar-Rio para a qualificação das lideranças sindicais rurais.

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Durante a abertura, o Presidente da Federação elogiou a iniciativa da CNA e do SENAR NACIONAL em qualificar a base do sistema. “Acreditamos que a CNA não terá legitimidade no plano federal se no plano municipal nós não tivermos um sindicato que reflita a confiança do produtor rural para o encaminhamento e vocalização das suas demandas. É muito importante esse tipo de trabalho. Nessa linha nós concordamos com a CNA que precisamos dar foco as nossas ações no plano nacional pra que haja uma percepção geral do produtor rural”, afirma Rodolfo Tavares. Sob a coordenação de Celso Botelho,

do Senar Nacional, a primeira fase do treinamento prevê a elaboração de um diagnóstico que aponte a real situação dos sindicatos. Em seguida serão refletidas e discutida a proposta de fortalecimento dos sindicatos, identificando suas potencialidades e necessidades. “Como parte da metodologia, levantaremos as expectativas e receios dos dirigentes com a proposta de fazer uma reflexão do sistema de forma dinâmica e leve. Discutiremos juntos uma nova visão que desejamos para o Sindicato Rural”. De acordo com Botelho somente com a construção de uma cultura sindical

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moderna e profissionalizada é que se poder fazer frente às questões que afetam o agronegócio. No primeiro dia do treinamento, os instrutores iniciaram os trabalhos com uma reunião de motivação, com o objetivo de sensibilizar os dirigentes a aderirem, entusiasticamente, ao programa. E foi o que aconteceu. Todos os 40 participantes ficaram atentos a mensagem dos instrutores. Ao final do dia, eles se submeteram a um questionário que buscava entender o perfil de cada sindicato rural, fazendo um levantamento das bases produtivas dos associados, de posicionamento de gestão e liderança sindical e relações de governança. O documento também lança questões sobre os serviços e estratégias para os associados, a participação do sindicato com o desenvolvimento da produção rural, as relações de gestão de pessoas, o emprego da tecnologia nas atividades internas, o investimento em comunicação e marketing, gestão patrimonial e processos administrativos, finanças e contabilidade e questões sociais, ambientais e culturais. Os problemas das bases produtivas locais também foram levantados. Getúlio Ribeiro, de São João da Barra, diz que a região tem dificuldades com a qualidade do solo, carência de recursos e escoamento da produção. Já Aloysio Monteiro, de Carmo, comenta que a falta de mão de obra no município é grande. Em S. Francisco do Itabapoana, de acordo com Sigmarina Reis, falta crédito para o produtor rural. O resultado desse levantamento de informações gerará um diagnóstico que irá subsidiar as capacitações dos dirigentes e

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do pessoal administrativo para a elaboração de um plano estratégico. No segundo dia, dando continuidade a capacitação. O grupo foi dividido em duas salas, uma com dirigentes e outra com os colaboradores. “Os dirigentes sindicais serão capacitados para o desenvolvimento de gestões inovadoras, mas a execução necessariamente passará pelos colaboradores, daí a necessidade de treinar os dois grupos. As capacitações visam alcançar com efetividade resultados melhores”, diz Botelho. Enquanto os presidentes de sindicatos recebiam treinamento de liderança, Olympio Bezerra, instrutor do Sindicato Forte, capacitava os colaboradores transmitindo conceitos sobre o papel e a importância deles dentro da administração. Nesse momento, Olympio também passou noções do método 5S, que trabalha os sensos de utilização, arrumação, limpeza, higiene e saúde e autodisciplina, oferecendo mais um instrumento facilitador de organização do ambiente. “Para o sucesso desse novo modelo sindical, o colaborador constitui peçachave no processo pelo fato de ser o responsável em lidar diretamente com o produtor rural”, destaca Bezerra. No terceiro dia de evento Botelho e Bezerra deram ênfase a importância da comunicação. Ao fazer um atendimento no sindicato os dirigentes e colaboradores devem manter uma postura e serem bem claros. “Por ser representante maior de entidade, o líder sindical dispõe da

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autoridade de comunicar oficialmente fatos que digam respeito ao sindicado e seus associados. A comunicação deve ser clara e eficiente. Deve-se evitar transformar informações em boatos, evitar exageros ou mesmo posturas corporais que reflitam descaso com o produtor”. A gestão sindical também foi tema da parte final do curso. A proposta do programa Sindicato Forte também é usar o diagnóstico como ponto de partida, copiar experiências de sucesso, determinar metas a serem seguidas e investir em reuniões. Segundo os instrutores as reuniões são importantíssimas para o sindicato, sem elas ele é fraco e inoperante. “Temos que pensar nos resultados positivos das reuniões, no compartilhamento das necessidades comuns, na colocação do produtor dentro do sindicato, no sentimento de fortalecimento da classe e até mesmo a visibilidade da liderança sindical”, destaca Botelho. A capacitação foi finalizada com a apresentação do Canal do Produtor como grande fonte de informações e serviços para os dirigentes e colaboradores. Todos os sindicatos participantes poderão se cadastrar e receber um login e senha, além de um certificado de participação do Programa Sindicato Forte para utilizar serviços exclusivos como o Classificado Rural e Assessoria Especializada.

Segunda Etapa Além de qualificar as lideranças sindicais rurais para o exercício de

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atividades econômica e socialmente sustentáveis, o programa Sindicato Forte atuará em uma segunda etapa que irá trabalhar o planejamento. Serão discutidas as ações de curto, médio e longo prazo que compreendem principalmente a prestação de serviços ao produtor rural. Os sindicatos serão auxiliador na construção de um plano de ação que efetivamente os auxilie nas tomadas de decisões. No Rio de Janeiro serão capacitados cerca de 100 dirigentes e funcionários dos sindicatos rurais do estado. Participaram dessa primeira fase 40 representantes de sindicatos das cidades de Carmo, São Francisco do Itabapoana, Sumidouro, Rio Bonito, São João da Barra, Miracema, Duas Barras, Natividade, Itaperuna, Porciuncula, Laje do Muriaé, Araruama, Cambuci, Campos dos Goytacazes, São Fidélis, Cantagalo, Santa Maria Madalena, Casimiro de Abreu, Macaé, Trajano de Moraes. Os outros dirigentes e colaboradores farão o treinamento no início de agosto.


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Dia de cuidar da saúde da mulher no campo

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Senar-Rio, Faerj e Sindicato Rural de Porciúncula realizaram no dia 18 de junho um grande evento de ação social para cuidar da saúde das mulheres das áreas rurais do município. A ação faz parte do Programa Útero é Vida, lançado pelo Senar Nacional em 2009. No Rio, a organização fica por conta de Raquel Lima, do Departamento Técnico e Pedagógico. Segundo Raquel o programa tem por objetivo gerar oportunidades de educação, prevenção e diagnóstico do câncer do colo do útero em comunidades carentes, levando informações importantes que conscientizem as mulheres do meio rural e possibilitem seu acesso ao exame preventivo. Durante o evento em Porciúncula, no Colégio Estadual José de Lannes Dantas Brandão, foram atendidas 171 mulheres, sendo que 121 fizeram exames ginecológicos. As que apresentavam sintomas mais sérios eram encaminhadas para a medicação e marcadas posteriormente nos postos de saúde da região. De acordo com Raquel, fazer o exame de papa nicolau sempre foi um tabu para as mulheres no Brasil, principalmente as do campo. No entanto é só através dele que se pode evitar o câncer de colo de útero.

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“Recebemos mulheres que nunca fizeram exame ginecológico e tiveram a oportunidade de fazê-lo pela primeira vez. Atendemos até grávidas que não tinham acompanhamento pré-natal. É muito comum as mulheres da Zona Rural terem seus filhos sozinhas e não verem a necessidade de acompanhamento médico. Estamos aqui para orientá-las e cuidar da saúde delas”. Além de realizar os exames, as mulheres puderam participar de palestras sobre doenças sexualmente transmissíveis, métodos anticoncepcionais e nutrição.

beleza para fazer limpeza de pele e cabelo. Todas receberam um kit de beleza. Também foi oferecido um almoço para a família. Os filhos que acompanhavam as mães foram vacinados e tiveram momento de recreação. Porciúncula foi a terceira cidade do Estado a receber o Útero é Vida. O evento teve o apoio do Lions Club da cidade, da Emater e da Prefeitura Municipal, através das secretarias de Saúde, Agricultura e Educação. A próxima edição será em Miracena no dia 20 de agosto.

Para tornar o dia ainda mais especial foi montado na escola um espaço de

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AGENDA

Julho 18/22 Inseminação Artificial Local: Barra do Piraí Bovinocultura de Leite – Alimentação de Inverno Local: Barra do Piraí

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Reflorestamento – Colheita florestal Local: Barra do Piraí

Agosto 19/22

03/05

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Artesanato em Bambu Local: Barra do Piraí Reflorestamento – Tratamento de Madeiras Local: Barra do Piraí

18/22 Bovinocultura de Leite – Alimentação de Inverno Local: Resende

Fazenda Legal – Ambiental Local: Itaguaí

Produção Orgânica de Folhosas Local: Itaperuna

Útero é Vida Local: Miracema

24/25 3º Simpósio do Leite Local: Quissamã

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21/22

Viveiros de Essencias Florestais Local: Barra de Piraí Bovinocultura de Leite – Qualidade do Leite – IN 51 Local: Barra de Piraí

Programa Sindicato Forte Local: Rio das Ostras

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Fazenda Legal – Ambiental Local: Resende


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