Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas
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Indústria busca a saída
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Fotos: Heider Betcel/FIEAM
índice
4 Resultados da Educação são destaque no balanço de 2015
28 Positivo aposta alto no Polo Industrial de Manaus
Revista editada pelo Sistema FIEAM Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas
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Indústria busca a saída
Capa Andrea Ribeiro
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DIRETOR DE COMUNICAÇÃO E MARKETING (DCM) Paulo Roberto Gomes Pereira GERENTE DE COMUNICAÇÃO Idelzuita Araújo - MTE 049/AM
REDAÇÃO Ademar Medeiros - MTE 289/AM Cristiane Jardim Evelyn Lima - MTE 151/AM Mario Freire - MTE 092/AM PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Herivaldo da Matta - MTE 111/AM PUBLICIDADES Mary Martins e Andressa Sobreira
FOTOGRAFIAS Heider Betcel e Divulgação O conteúdo dos artigos e textos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores. Av. Joaquim Nabuco, 1919 - Centro CEP 69020-031 Manaus/AM Fone: (92) 3186-6576 Fax: (92) 3233-5594 www.fieam.org.br acs@fieam.org.br faleconosco@fieam.org.br
12 Com novo
presidente, Sinduscon-AM busca saída para crise no setor
Endereços no Twitter @fieam / @sesiamazonas @senaiamazonas / @ielamazonas Acesse o perfil do Sistema FIEAM no Facebook Canal do Sistema FIEAM no YouTube youtube.com/user/fieam
Tiragem desta edição: 2.000 exemplares Impressão: Grafisa
editorial
Antonio Carlos da Silva (Presidente do Sistema FIEAM)
A
transformação do cenário atual em um que seja favorável ao desenvolvimento da economia local passa necessariamente pelo atendimento das prioridades do Polo Industrial de Manaus (PIM). Em primeiro lugar, não basta um elenco de incentivos fiscais. O fortalecimento do modelo Zona Franca de Manaus depende de agenda que priorize o complexo problema da logística e dos modais de transporte, não só de cargas como também de passageiros. A precariedade da logística no Amazonas está diretamente ligada aos altos custos, lentidão e burocracia, escassez de pessoal para desembaraço de carga, ao demorado processo de internação e despacho de mercadorias, e à infraestrutura defasada e falta de investimento em melhorias e modernização. Todos esses fatores contribuem para a perda de competitividade dos nossos produtos. Precisamos modernizar e inovar não só a nossa indústria, mas também todo o sistema socioeconômico. Devemos pensar numa política industrial pró-competitiva para o Amazonas, que estimule o investimento modernizante, a inovação, a qualificação da mão de obra e o aprimoramento da qualidade de bens e serviços produzidos. Deve constar na agenda estratégica pró-competitividade o aumento significativo dos investimentos com pesquisa e desenvolvimento, tanto da parte do setor público como da iniciativa privada. Então que haja estímulo à associação entre as instituições de pesquisa, a indústria e o governo, por meio dos polos tecnológicos. Menos burocracia e maior agilidade na aprovação dos processos produtivos básicos, que se tornaram uma barreira para aprovação de novos projetos na Zona Franca de Manaus. É preciso que as propostas no grupo técnico interministerial de análise de PPBs, o GT-PPB, sempre sejam aprovadas por consenso e nunca por maioria, e devemos reivindicar a inclusão de um representante do governo do Amazonas e um da classe empresarial nas discussões das propostas de interesse da ZFM. A Zona Franca precisa manter diferencial tributário de atração de investimentos, na fabricação de produtos de alta tecnologia e seus componentes, bem como fortalecer a oferta de produtos regionais manufaturados de comprovada aceitação no mercado nacional e internacional. Mas a única estratégia, capaz de nos conduzir ao êxito, decorrerá da estreita colaboração entre a classe empresarial e o governo, que deverá ser capaz de consolidar o desejo de transformação em um projeto de modernização prócompetitiva do PIM e do parque produtivo do Amazonas, de forma realista e sem temor de enfrentar os árduos caminhos que devemos percorrer.
Devemos pensar numa política industrial prócompetitiva para o Amazonas, que estimule o investimento modernizante, a inovação, a qualificação da mão de obra e o aprimoramento da qualidade de bens e serviços produzidos.
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2015
Desempenho do PIM recua oito anos, avalia FIEAM
A
queda de 35,75% no faturamento do Polo Industrial de Manaus em 2015, conforme resultado apresentado pela Suframa, representou um recuo a patamares de oito anos atrás no desempenho da indústria amazonense. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Antonio Silva, ao fazer um balanço das atividades da organização no ano passado. “Em 2007 tivemos o faturamento total do PIM superior a US$ 25 bilhões”, disse Silva, ao comparar o resultado de 2015 que não passou dos US$ 23,8 bilhões. Silva disse que os números da economia amazonense no ano passado foram piores do que estimavam os mais pessimistas, espraiando-se para vários setores e fazendo crescer o endividamento das empresas e das famílias. “A desaceleração da economia nesse ano nos atingiu gravemente, trazendo muitas dificuldades para o desenvolvimento da indústria e
de todos os segmentos produtivos do Amazonas”, disse. Para Antonio Silva, é possível resumir o impacto provocado pela crise na atividade econômica do PIM na redução do número de empregos: foram 20 mil a menos em 2015, uma queda de 17% na comparação com o ano passado. O contingente de mão de obra do Polo, de acordo com a Suframa foi, em média, de 87 mil vagas ocupadas. Todo esse resultado, segundo Antonio Silva, acabou tendo reflexo negativo também nas receitas e fontes de recursos do Sistema FIEAM. “Mas nem por isso deixamos de cumprir com a nossa missão de minorar as dificuldades e colaborar com as tentativas de superá-las, incentivando a geração de mais empregos, ofertando e estimulando a educação, a capacitação e o bem-estar dos trabalhadores da indústria, oferecendo a eles atendimento médico e odontológico”, disse.
A desaceleração da economia nos atingiu gravemente, trazendo muitas dificuldades para a indústria
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(Continua na página 6)
Faturamento total R$ 78,4 bilhões US$ 23,8 bilhões
Emprego 87.677 (em dezembro de 2015) 104.721 (média mensal no ano) Exportação R$ 2,04 bilhões (crescimento de 21,62% em relação a 2014 Produtos MP3, MP4 (121,98%) Blu-ray (disco) (23,79%) Condicionador de ar (14,05%)
Crescimento por Setor
Fonte: SUFRAMA
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Resultados 2015 Todos os homens são mortais
Na Educação, ‘Samaúmas’ fizeram a diferença As duas unidades móveis tiveram sua cota de participação no bom resultado da Educação do SENAI Amazonas, em 2015, com 3.492 pessoas certificadas em municípios amazonenses e amapaenses Embora um pouco distante da meta para 2015, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Amazonas) recebeu cerca de 40 mil matrículas nos cursos profissionalizantes oferecidos em suas escolas de Manaus e agências de treinamento do interior (Iranduba, Coari, Itacoatiara e Parintins). Desse total, foram realizadas 11.314 matrículas no regime da gratuidade. Outros números apresentados no balanço do Sistema FIEAM estão relacionados à formação profissional oferecida em localidades distantes dos grandes centros da Amazônia, por meio das duas unidades móveis fluviais do SENAI, os barcos-escola Samaúma I e Samaúma II. Em 2015, a equipe do primeiro barco certificou 703 pessoas em Maca-
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pá e Mazagão, dando continuidade à “Missão Amapá”, iniciada em outubro de 2013 e encerrada no final do ano passado. Em dezembro, o barco pioneiro do SENAI Amazonas seguiu para Santarém, no Estado do Pará, onde passará por serviços de manutenção. Já o Samaúma II certificou 2.789 pessoas nos municípios amazonenses de Tefé, Coari, Tapauá e Codajás. Juntos, os dois barcos ofereceram certificação a 3.492 pessoas ao longo desse ano. “Em 2016, a nossa perspectiva com o Samaúma II é atender moradores dos municípios de Nhamundá, Silves, Urucará e Maués, no Médio e Baixo Amazonas”, anunciou o presidente do Sistema FIEAM. Para Antonio Silva, outro bom resulta-
do apresentado pelo SENAI, em 2015, foi na oferta de Serviços Tecnológicos e de Inovação, a segunda área de negócios em que a instituição atua. Até outubro, foram realizados 336 desses serviços, por meio dos quais, o SENAI estreita o relacionamento com o setor produtivo, atendendo à missão de promover a inovação e a transferência de tecnologias industriais para elevar a competitividade da indústria. No geral, o SENAI contabilizou mais de 600 serviços técnicos especializados, consultorias tecnológicas e serviços em normas, legislação e metrologia. Pelo menos 220 empresas e pessoas físicas foram atendidas com a oferta de soluções de tecnologia e inovação no decorrer do ano.
Em 2016, a nossa perspectiva é atender moradores de Nhamundá, Silves, Urucará e Maués
Em Tapauá (no alto, ao centro e à esquerda), alunos do Samaúma II vão de canoa às aulas; acima, o Samaúma I, que se encontra em revisão anual
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Resultados 2015
ISI Microeletrônica em plena atividade Um dos grandes destaques na atuação do SENAI, em 2015, na avaliação do presidente do Sistema FIEAM, foram os dois projetos selecionados, junto com outros 29 de todo o Brasil, no Edital SESI SENAI de Inovação. Os dois projetos do Amazonas estão orçados em cerca de R$ 1 milhão cada e serão desenvolvidos em parceria pelo Instituto SENAI de Inovação (ISI Microeletrônica) e as empresas Pronatus do Amazonas e Amazon Biocare, com as contrapartidas do SENAI Nacional e outros regionais. Mesmo não tendo sido inaugurado oficialmente, o ISI Microeletrônica entrou em plena atividade ao longo do ano, com a execução de projetos, como o sensor nanoestruturado para identificar o padrão químico do óleo de copaíba, da parceria com a Pronatus, um sensor ótico de controle de movimento, e processos em back-end, utilizados em sistema Data Warehouse. “Com o ISI Microeletrônica, vamos dar um incremento significativo na competitividade da nossa indústria, incorporando novos sensores com base microeletrônica em seus processos produtivos”, afirmou Antonio Silva. A expectativa do presidente do Sistema FIEAM é começar em 2016 a construção da sede do ISI, que funcionará numa área anexa ao Clube do Trabalhador do Amazonas, no São José. Segundo Silva, os recursos do ISI Microeletrônica, já disponibilizados pelo BNDES, somam R$ 29 milhões, divididos em R$ 11 milhões para a obra e R$ 18 milhões para aquisição de equipamentos.
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SESI e SENAI formam 1ª turma do EBEP
O ISI já tem recursos aprovados para construção da sede própria, no São José, mas já está em plena atividade, com vários projetos em andamento na área de Microeletrônica
Em 2015, o SESI e o SENAI comemoraram a formatura da primeira turma do EBEP – modalidade de ensino básico (SESI), articulado ao ensino profissional (SENAI). A turma de 46 alunos concluiu o ensino médio como a primeira turma do Sistema FIEAM em tempo integral. A aluna Beatriz Lima, 17 anos (foto) festejou o fato de ter completado essa primeira etapa da sua vida escolar no SESI, onde estudou desde a alfabetização. “Aqui, tive oportunidade de realizar sonhos, de construir metas e cumpri-las, e de ser mais que uma simples estudante e me formar pronta para competir e ingressar na indústria”, disse a estudante. Os alunos do EBEP também podem receber curso de inglês intensivo a distância e presencial, por meio do programa Conexão Mundo. Com duração de 340 horas, o curso funciona como programa de intercâmbio de línguas com acompanhamento de monitores americanos em plataforma virtual e em aulas presenciais. Parceria do SESI e SENAI com o US-Brazil Connect, o Conexão Mundo formou neste ano 38 alunos. Para 2016, o EBEP tem como desafio atender cerca de 100 alunos no ensino médio articulado aos cursos técnicos de administração e informática, além de oferecer acesso ao Conexão Mundo. Na Educação Básica, o SESI ofereceu, em 2015, vagas para mais de 5 mil crianças e adolescentes nas três escolas de Manaus, e nas escolas de
Itacoatiara, Iranduba e Parintins. De acordo com o balanço de 2015, apresentado pelo presidente do Sistema FIEAM, Antonio Silva, o SESI executou 499 ações educativas ao longo do ano, por meio de cursos e palestras, 373 ‘in company’ (nas próprias indústrias) e 126 em suas unidades, beneficiando 14.158 trabalhadores.
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Resultados 2015
Resultados/ SESI
QUALIDADE DE VIDA
EDUCAÇÃO
Saúde
Mais de 800 mil atendimentos
Educação Básica 5.701 matrículas
218.633 atendimentos
Educação de Jovens e Adultos (EJA) 3.392 certificados
Saúde Ocupacional 236.750 atendimentos
Educação Continuada 14.168 certificados
Odontologia 207.614 atendimentos
Assistencial
Imunizações 10 mil atendimentos Ação Global (Itacoatiara) 61.753 atendimentos Vida Saudável 110.469 atendimentos
O SESI realizou, em 2015, mais de 800 mil atendimentos para trabalhadores da indústria e comunidade, na área da Qualidade de Vida. Só na medicina assistencial, foram atendidas 218.633 pessoas, das quais 67.694 eram trabalhadores de 190 empresas do segmento industrial. Em 2015, a agenda de especialidades médicas do SESI foi ampliada nas áreas de cardiologia, ortopedia, fisioterapia e ultrassonografia, além de contratadas novas especialidades, como neuropediatria, psiquiatria, pneumologia, gastroenterologia, endocrinologia e psicologia. O atendimento na Saúde Assistencial aos sábados, trouxe ganhos significativos para o SESI em 2015, com 5.173 atendimentos realizados. Essa é uma ação estratégica para ampliar a oferta de serviços ao trabalhador da indústria em horários alternativos. Na Odontolo-
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gia, o SESI realizou 207.614 atendimentos para industriários e comunidade. O Laboratório do SESISaúde investiu na modernização de equipamentos, como o Aparelho de IONS SelectION+ e o Aparelho de Hematologia Mindray, ampliando a oferta de novos exames em análises clínicas. Com isso, o crescimento na produção do Laboratório foi de 42,72% em relação ao ano anterior. Destaque também para a modalidade do Raio X digital que está sendo realizada dentro do SESISAÚDE trazendo maior comodidade aos clientes e um aumento de receita significativa nos quatro primeiros meses de atendimento. Saúde e Segurança Com as atividades de Saúde e Segurança no Trabalho (SST), o SESI atendeu 118.784 trabalhadores ao longo de 2015. Só a campanha de vacinação
contra a gripe, desenvolvida, nesse ano, imunizou mais de 10 mil trabalhadores em 44 empresas. Outro destaque foi o investimento de R$ 90 mil na aquisição de equipamento portátil de ultrassonografia para atender o trabalhador no próprio local de trabalho. O equipamento permite realizar exames nas articulações, como punho, cotovelo, ombro e joelho, entre outras, e nas regiões pélvica, mama, abdome e tireóide. Resultado excepcional O SESI destaca no balanço de 2015, os resultados excepcionais do programa Ação Global, no município de Itacoatiara, a 277 quilômetros de Manaus: 61.753 atendimentos para 30 mil pessoas. Em 2016, o programa volta ao interior do Estado, desta vez, beneficiando a população de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus.
Rebeca França, participou da oficina Empreendedor Juvenil, promovida pelo IEL Amazonas e que contou com a participação de 800 alunos do SENAI no Estado
Estágio, bolsas e novas plataformas Em 2015, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) comemorou 45 anos de existência no Amazonas. No período, o grande destaque foram os 185.800 estagiários colocados no mercado de trabalho no Estado. Para atender às necessidades desse mercado, o IEL lançou em 2015, o projeto piloto da plataforma de provas on-line, utilizado no Processo Seletivo de Estagiários da Seduc para alocação em 12 municípios do Amazonas, com 2.500 inscritos. O programa de estágio do IEL atendeu, no ano passado, 353 empresas, nos segmentos da indústria, comércio, serviços e órgãos públicos, tendo cadastrado em seu banco de dados 54.467 candidatos, encaminhado 7.678, e desenvolvido 5.479 contratos de estágio. Em 2015, o IEL Amazonas também conseguiu aprovar 11 projetos e alocar
no mercado de trabalho 15 profissionais bolsistas, capacitando 30 tutores e bolsistas no Programa Inova Talentos, criado para estimular a inovação nas empresas, uma parceria do IEL Nacional e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em parceria com a Fapeam, o IEL ofereceu, com o Programa de Iniciação Científica e Tecnológica para Micro e Pequenas Empresas (Bitec), 70 bolsas de estudos. Já a Rede de Tecnologia (Retec) atendeu a 420 empresas no desenvolvimento de pesquisas. Por meio do Programa de Apoio à Gestão de Negócios Inovadores (Pró-inovar), no âmbito do Pappe Integração, em parceria com a Finep e Fapeam, o IEL ofereceu a dez empresas, consultorias, treinamentos, workshops, rodadas de crédito e negócios.
PQA foi destaque na atuação do DAMPI No balanço do Sistema FIEAM, o presidente Antonio Silva destacou ainda o número recorde de organizações inscritas no Prêmio Qualidade Amazonas: 60. O que, segundo ele, demonstra o crescimento da credibilidade do programa no Estado. Ao todo, 43 participantes foram agraciados com troféus e outras 15 receberam Menção Honrosa na Mostra de Gestão e Melhoria para a Qualidade. Realizado pelo Departamento de Assistência à Média e Pequena Indústria (DAMPI), “o PQA é um indicador do nível de excelência das organizações públicas e privadas”, disse Antonio Silva. O programa existe desde 1991 no Estado. Ao longo do ano, o DAMPI, realizou 121 eventos de treinamento, sendo 41 ‘in company’, 43 cursos em aberto e oito do PQA, e 29 para o projeto PDA – Programa de Desenvolvimento Associativo. Por meio do seu Centro Internacional de Negócios, a FIEAM promoveu sensibilização de 55 empresas de vários segmentos. De acordo com Antonio Silva, o compromisso do Sistema FIEAM continua em 2016, com a defesa e modernização da indústria amazonense, intensificando o relacionamento institucional com os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, apoiado pelos 27 sindicatos patronais, “verdadeiros representantes do segmento industrial amazonense”.
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Construção civil
Presidente eleito fala da crise que o segmento enfrenta com a diminuição das vendas e dos recursos para financiamento
Em busca da saída de emergência 12
Q
ueda nas vendas, devolução de imóveis às incorporadoras, escassez de crédito e redução dos recursos da caderneta de poupança para financiamentos imobiliários. Este é o cenário da construção civil no Amazonas e no Brasil neste início de 2016. De acordo com o presidente eleito do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Amazonas, (Sinduscon), Frank do Carmo Souza, o setor sofreu forte impacto negativo por causa da desaceleração dos investimentos públicos e da instabilidade econômica no País. Ele ressalta que o crédito está restrito tanto para compradores quanto para construtores, o que dificulta a produtividade no setor da construção civil. Eleito em dezembro do ano passado, depois de participar como vice na diretoria anterior, o novo presidente do Sinduscon diz que o setor espera
uma rápida solução para a crise que o Brasil enfrenta, com a retomada do crescimento e o equilíbrio das contas públicas possibilitando a redução da inflação e novos investimentos (leia matéria sobre a posse no Sinduscon-AM na página 17). Para Frank, as construtoras em crise têm que aumentar a produtividade mas, para isso, têm que investir em máquinas e processos inovadores, além de melhorar a gestão, proporcionando mais agilidade ao trabalho com máquinas mecanizadas e projetos eletrônicos. “Toda obra tem um desperdício de 10%, mas a implantação de tecnologias mais avançadas pode reduzir esses custos”, disse o sindicalista. Frank Souza disse que a Indústria da Construção Civil tem agenda positiva para melhorar a produtividade por meio das parcerias público-privadas, mais
Toda obra tem um desperdício de 10%, mas a implantação de tecnologias avançadas pode reduzir esses custos
atrativas, tanto com investimentos nacionais quanto internacionais, modernização tributária, acompanhada de incentivos para uma indústria sustentável, além de mais segurança regulatória, que é uma responsabilidade do Estado, e ainda viabilizar a simplificação e a agilização dos licenciamentos para os empreendimentos. Planejamento Engenheiro civil formado pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, em 1980, e MBA em Mercado de Capitais e em Varejo pela Fundação Getúlio Vargas, aos 57 anos, Frank do Carmo Souza diz que tem como metas para sua administração no Sinduscon-AM, a profissionalização do sindicato, planejamento estratégico, melhorias administrativas internas, fortalecimento das comissões que tratam das atividades meio e fim, e acompanhamento das ações em entidades, como Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Superintendência do Trabalho e Emprego (SRTE), Instituto de Prote-
O presidente do SindusconAM, Frank do Carmo Souza, eleito no final de 2015, avalia o mercado de Manaus e traça os planos para organizar o setor nos próximos três anos
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ção Ambiental do Amazonas (Ipaam), e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgãos que têm estreita relação com o sindicato, mas que não se comunicam entre si, o que, segundo ele, gera entraves e atrasos nas licenças. Com a mudança, esses órgãos passariam a ter informações antecipadas sobre os empreendimentos, visando dar mais celeridade à aprovação dos projetos. Frank citou a necessidade de se adequar as taxas de licenciamento a patamares compatíveis com os projetos, e a busca de taxas reduzidas de financiamento com maior aproximação com os bancos e demais entidades financeiras. Ele disse que é preciso combater a burocracia, que representa 12% do custo final da obra, e definir parâmetros para o cálculo da outorga, além de estudo para que haja mais entendimento entre as entidades licenciadoras. Outra preocupação do dirigente sindical é alinhar as medidas do Plano Diretor de Manaus com as propostas do Sinduscon, que tem assento no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano de Manaus.
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Mais segurança na obra Uma das medidas para aquecer o mercado imobiliário, na avaliação do presidente do Sinduscon, Frank Souza, é continuar com feirões de imóveis e com campanhas bem planejadas para que o cliente receba mais e melhores informações. Ele diz que os feirões são importantes porque agregam em um mesmo local, empresas incorporadoras, bancos e corretores, o que facilita o acess o. Frank disse que o Sinduscon tem um quadro de 120 associados de um universo de mais de mil empresas em atividades na construção civil, gerando 66 mil empregos diretos. “O associado precisa ver as ações do sindicato para poder participar, mas hoje recebe vários benefícios, como assessoria jurídica e técnica, além dos que convergem para cursos e treinamentos”, disse, ressaltando que pretende criar uma boa comunicação entre os associados, e que o fortalecimento vai trazer bons resultados. Outra medida anunciada pelo dirigente será viabilizada por meio do Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci), entidade da
qual também é presidente. Trata-se do “Obra Segura”, que consiste em dar treinamento em segurança no trabalho para evitar acidentes nos canteiros de obra, além de realizar previamente um mapeamento de pontos que estão em desacordo com a obra e normas de trabalho. O resultado será entregue ao gestor do empreendimento para corrigir as falhas, evitando dessa maneira a aplicação de multas nas vistorias do local. Frank ressalta que será uma ação preventiva e que dará prêmios à empresa que apresentar o melhor desempenho, e também para o trabalhador “Destaque do Ano”, que poderá receber como prêmio uma casa, tudo isso inserido na Responsabilidade Social Empresarial. Segundo Frank Souza, o Seconci oferece outros benefícios ao trabalhador, como atendimento médico, odontologia, psicologia, enfermagem, audiometria, exames periódicos, eletrocardiograma, aferição da pressão arterial, exames laboratoriais, além de palestras sobre tabagismo, alcoolismo e câncer de próstata.
A cada ano atualizamos os programas para agregar melhorias de acordo com o cenário do mercado
Sindicato vai criar selo de qualidade A indústria da construção civil deve lançar neste ano o projeto “Obra Legal”. O objetivo é corrigir erros do mercado, fortalecer empresas homologadas e tornar a obra segura e dentro do padrão arquitetônico e de normas reguladoras, atenta para que não esteja em área de preservação ambiental e tenha licenças concedidas por órgãos competentes. A obra que se enquadrar nesse perfil receberá um selo de qualidade. Para o presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, Manaus não difere de outras cidades nesse mercado, mas tem uma variação no valor dos terrenos, localização e o tipo do produto, embora falte a logística para trazer material de acabamento e aço de outros estados. De acordo com Frank, o preço do metro quadrado nacional médio é de R$ 5 mil, enquanto em Manaus é de R$ 4.500,00. Mas, segundo ele, o preço depende muito do produto, que pode ser de padrão econômico, médio ou alto, além do fator localização. “O Adrianópolis, na zona Centro-Sul, concentra o valor mais alto do metro quadrado em Manaus, entre R$ 8 mil e R$ 9 mil; as outras áreas bem valorizadas são os bairros de Dom Pedro, Ponta Negra e Parque 10, devido à localização e boa
infraestrutura. Outro fator que diferencia e pesa contra a cidade, segundo Souza, é o preço do cimento praticado no mercado local, bem acima do valor em outras cidades, o que, segundo ele, ajuda a elevar o custo final do empreendimento. Segundo Frank Souza, o Plano Diretor de Manaus limitou a construção de empreendimentos de acordo com as regiões da cidade - se é de baixa, média e máxima verticalização. Para o sindicalista, a verticalização tem uma maior concentração de praticidades, e a tendência, segundo ele, é o surgimento de mais prédios, mesmo na região do Centro por causa da estrutura para atender estudantes e outros segmentos. Mesmo o Centro Histórico ainda tem espaço para construir, segundo ele. Frank explicou também que com a crise houve queda de desempenho na construção civil com os cortes nos programas ‘Minha Casa Minha Vida’
e
de Aceleração do Crescimen to (PAC). O mercado hoje, segundo ele, atua em duas frentes, uma com o Minha Casa Minha Vida, criado para atender uma determinada faixa salarial - 1, 2 e 3 - especialmente para o cidadão de menor poder aquisitivo. Até o mês de junho deste ano, segundo Frank Souza, pelo menos três mil unidades do Minha Casa Minha Vida 2, em Manaus, serão entregues. A outra frente em que o mercado atua, o privado, tem três mil unidades disponíveis, mas o déficit habitacional no Amazonas chega a 200 mil moradias. Ele afirma que o mercado se autorregula e o cidadão compra casa para uso próprio ou para investimento. Frank Souza diz que faltam grandes obras públicas no Amazonas, como a da duplicação da estrada Manaus-Manacapuru, a única em andamento atualmente.
O Adrianópolis concentra o valor mais alto do metro quadrado em Manaus, entre R$ 8 mil e R$ 9 mil
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Operacional
FIEAM anuncia Coordenadoria de Infraestrutura
O
presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Antonio Silva, atendeu à solicitação do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas, o Sinduscon-AM, para criar a 12a Coordenadoria Operacional da FIEAM, a de Infraestrutura. O anúncio aconteceu em 3 de março, durante a posse do novo presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza (Ieia matéria ao lado). Antonio Silva reconheceu o papel da construção civil para diminuir as taxas de desemprego, especialmente em momentos como o atual em que a economia como um todo não vai bem. “A construção civil é a área que mais tem capacidade de elevar a taxa de emprego, de produto e de renda, seja a curto ou médio prazo”, disse. Em carta enviada em fevereiro à FIEAM, o então presidente eleito do Sinduscon-AM, Frank Souza, justifica o pedido dizendo que os incentivos à construção civil são importantes para a economia, elevando o bem-estar da população, ofertando melhores condições de vida sobretudo com rendimentos melhores. “Grandes obras do setor da construção civil estimularam a economia brasileira nos últimos anos, sem falar que é um setor praticamente nacionalizado, o que significa que independe da situação da economia mundial, e também que seu crescimento não acarreta aumento de gastos com importações para o país”, disse o sindicalista.
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O presidente da FIEAM, Antonio Silva, acompanhou a posse de Frank Souza, o novo presidente do SindusconAM, um dos 27 integrantes do Conselho de Representantes da Federação
Sinduscon propõe agenda O segmento da construção civil tem importância estratégica, especialmente numa época de crise, para que a economia retome o caminho do crescimento. Foi nesse tom otimista que o presidente da FIEAM, Antonio Silva, saudou o novo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Amazonas, o empresário Frank Souza, na cerimônia de posse da diretoria, em 3 de março, no Clube do Trabalhador do Amazonas. “A capilaridade da construção civil na economia é extensa e demanda compras e serviços em muitas atividades, o que gera um ciclo virtuoso de crescimento que precisamos recuperar”, explicou Silva, chamando atenção para a capacidade do setor
A capilaridade da construção civil na economia é extensa, o que gera um ciclo virtuoso de crescimento que precisamos recuperar
de gerar emprego e renda, itens prioritários para o crescimento econômico do Brasil. A agenda defendida pela nova diretoria do Sinduscon-AM abrange a retomada dos investimentos do programa “Minha Casa, Minha Vida”, e a indicação para que o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) se torne um pré-requisito para participação nas licitações públicas, além da renovação e agregação de novas parcerias que contemplem maior acesso à educação, saúde e lazer ao trabalhador da construção civil. Antonio Silva colocou o Sistema FIEAM à disposição do Sinduscon para contribuir com a defesa e busca de soluções para os desafios da indústria local da construção civil. O Sinduscon é um dos 27 sindicatos que compõem o Conselho de Representantes da FIEAM.
“Nossa entidade de classe que agrega o SENAI, SESI e IEL estará lado a lado do presidente do Sinduscon e associados, cooperando nas ações de fortalecimento deste importante sindicato, que representa segmento primordial para a nossa economia”, declarou Antonio Silva. Em número de associados, o Sinduscon-AM é um dos maiores sindicatos filiados à FIEAM, constituído por 120 empresas. Embora tenha como associados pouco mais de 10% das empresas do ramo no Estado, o Sinduscon-AM representa empresas que são responsáveis por 80% do volume de obras no Amazonas e empregam 66 mil trabalhadores diretamente e cerca de 190 mil indiretamente. Frank Souza, que substitui o empresário Eduardo Jorge Lopes, cumprirá seu mandato até 2018, tendo como vice-presidente, o empresário Zacarias Bichara.
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Zona Franca
É hora de planejar o futur
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Infraestrutura logística da região, envolvendo estradas, portos e hidrovias, além do excesso de burocracia no trato com as empresas, são fatores que dificultam a vinda de novos investimentos para o Polo Industrial de Manaus (PIM). A avaliação é do coordenador de Política Econômica e Desenvolvimento Industrial (CPDI) da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Raimundo Lopes Filho, durante o painel de debates “Zona Franca de Manaus: 2016-2036 – das perspectivas à concretude de ações” promovido pela Suframa. Palestrante que abriu o primeiro painel - “Plano Diretor industrial 2016-2036 e os cenários factíveis para a indústria no Amazonas” - Raimundo Lopes enumerou entre os gargalos do modelo, o descaso do governo com a infraestrutura, a falta de um porto público, as péssimas condições de tráfego na Rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho), além da ausência de sinalização nos rios que servem ao transporte de cargas no Amazonas. Destacou, ainda, o excesso de burocracia. “Cada órgão que concede incentivos, como a Sudam e a Suframa, tem um processo diferente e específico na elaboração e acompanhamento de um projeto industrial. Por que não padronizar, unificar? Isso facilitaria a vida do investidor”, frisou. O palestrante também frisou a importância do PIM estar constantemente inserido no processo de renovação tecnológica. “As feiras de tendências mostram que a febre do momento é o drone. Ou seja, o PIM deveria estar produzindo drones”, exemplificou. Responsável pela palestra de abertura do Painel, Raimundo Lopes explicou que a FIEAM realiza estudos para oferecer soluções e iniciativas que possam melho-
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rar e garantir a sobrevivência do modelo Zona Franca de Manaus, como o que foi apresentado por ele na programação. “Vemos neste momento oportunidade importante de garantir e preservar os insumos regionais que poderiam ser tratados de forma mais eficiente para atender a uma demanda que já existe. A exportação também é importante, mas vejo como um fator não muito fácil de se trabalhar, pois não é de curto prazo, dependendo de acordos internacionais e medidas que extrapolam a própria Zona Franca”, avaliou Lopes. Ele apontou alternativas para contornar a crise econômica do Brasil que impacta diretamente o PIM, a exemplo do investimento em nova matriz econômica, a partir de matérias-primas como óleos vegetais, cana de açúcar, guaraná, mandioca, madeira, minerais, borracha e fibras vegetais. Coordenado pelo economista Mauro Thury, o primeiro painel de discussão contou com a participação do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), Wilson Périco, do economista José Laredo, como representante do Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas (Corecon-AM), do economista José Alberto da Costa Machado, e do secretário de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Seplancti), Thomaz Nogueira. (Com informações da assessoria de Comunicação da Suframa).
As feiras de tendências mostram que a febre do momento é o drone. Ou seja, o PIM deveria esta produzindo drones. Raimundo Lopes
uro imediato
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Em busca de respostas e soluções A superintendente da Zona Franca de Manaus, Rebecca Garcia, disse que a Suframa buscou, com o painel de debates, respostas e soluções para deixar o modelo mais fortalecido até 2036. “A indústria não faz nada sem se programar para um cenário de, no mínimo, 20 anos. Assim, a Suframa também não pode pensar em planejamento com um horizonte de tempo menor”, disse Rebecca. O evento, que fez parte da programação do 49º aniversário da autarquia, foi dividido em duas temáticas de discussão. Depois do industrial foi a vez do tema “Governança e desenvolvimento estratégico da Agricultura e Pecuária no Amazonas”, sob a coordenação do administrador e economista Evandro Brandão Barbosa. No painel, o vice-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Luiz Antonio Oliveira, levantou a importância de se criar um polo de bioindústrias como estratégia de fortalecimento do modelo ZFM.
Participantes do primeiro painel de debates sobre o Plano Diretor Industrial 2016-2036, na sede da Suframa
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Indústria
Medidas para acelerar recuperação do PIM
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Produtos fabricados na Zona Franca de Manaus não fazem parte dos itens de consumo em tempos de crise e o resultado é a queda no faturamento
epois de amargar uma queda de 10,21% no faturamento de 2015, em comparação com o ano anterior, os segmentos reunidos no Polo Industrial de Manaus (PIM) já não têm esperança de ver esse cenário mudar em 2016. A expectativa, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (SINAEES), Wilson Buzato Périco, é de que a retomada do crescimento no PIM só ocorra a partir de 2017 ou 2018. “Isso se o governo anunciar medidas corretas para o país, visando melhorar a competitividade, a confiança e o crescimento da economia”, diz. Périco, que também é presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), sugere algumas ações que podem ajudar na recuperação do crescimento do PIM, como o resgate dos direitos do modelo Zona Franca, celeridade nas aprovações dos processos produtivos básicos (PPB´s) e a busca de novas matrizes econômicas. Segundo ele, estas são as iniciativas que deveriam ser postas em prática de imediato. “São medidas de extrema importância para a manutenção e reação do PIM nos próximos anos. Os direitos da Zona Franca devem ser cumpridos, pois são constitucionais e atraem qualquer tipo de fabricante de produtos, com exceção de arma e munição, derivados do álcool, fumo e automóvel”, explica. Em 2015, o segmento eletroeletrônico sofreu uma queda de 44% em seu faturamento, na comparação com o ano anterior. Ainda assim, respondeu por cerca de 30% do total faturado pelo PIM, com R$ 23,2 bilhões (ou US$ 7,05 bilhões). O setor, que reúne 109 das cerca de 500 empresas instaladas no PIM e responde por mais de 39 mil dos empregos gerados, foi responsável praticamente pela metade do faturamento de 2014, o que o torna um bom termômetro da movimentação gerada pelo modelo Zona Franca.
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Reflexo da crise que atingiu em cheio a indústria brasileira, em 2015 a queda no faturamento do PIM se deve em parte ao fato de que os bens de consumo fabricados em Manaus são, quase em sua totalidade, consumidos pelo mercado interno. “Com o aumento do desemprego a população perde o poder de consumo e aqueles trabalhadores que estão no mercado ficam com medo de gastar e passam a comprar apenas produtos considerados de primeira necessidade, sendo que os produtos fabricados aqui não fazem parte desta lista”, avalia o presidente do SINAEES. Segundo ele, por conta disso, houve queda tanto no faturamento das empresas quanto no nível de emprego. Wilson Périco diz que os resultados do PIM seguem o ritmo da indústria do país, consequência da insegurança da classe empresarial e da sociedade diante do que vem acontecendo na política e na economia do Brasil. “O problema de confiança do país transformou-se nessa crise econômica e a expectativa de conter o avanço deste cenário depende do Governo com o anúncio e aprovação de medidas que resgatem a confiança perdida”, diz Périco. Ano de cautela O presidente do SINAEES avalia que a situação do setor eletroeletrônico vai se manter no ritmo atual. Os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e o aumento da temperatura climática no Brasil não devem contribuir muito para a recuperação do segmento em geral, muito menos para as vendas de televisores e condicionadores de ar. O industrial lembra que a demanda do mercado brasileiro em 2015 não correspondeu às expectativas do setor eletroeletrônico e a indústria chegou a estocar mais de 500 mil condicionadores de ar no ano passado. Périco aposta que o aumento da energia elétrica será outro fator que não ajudará a retomada do polo eletroeletrônico em 2016. “A energia vai impactar a socieda-
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de e o PIM com o aumento do custo de vida da sociedade e da indústria. O cidadão que gastava R$ 100,00 de energia vai passar a gastar R$ 138,00. A conta de luz mais alta vai pesar no processo produtivo e na venda de produtos, pois aquelas pessoas que estavam pensando em comprar um ar-condicionado, vão deixar de usar este aparelho e voltar a usar o ventilador, sem contar que o produto vai ficar mais caro, pois a energia é importante para toda atividade industrial, mas para alguns segmentos é mais ainda, como no segmento de injeção plástica. A peça plástica vai ficar mais cara, gerando a elevação do preço de outros produtos que utilizam componentes plásticos, dentre os quais, a maioria dos eletroeletrônicos”, explicou Wilson Périco. Iniciativas ao nosso alcance De acordo com Périco, paralelo às ações sugeridas para recuperar o crescimento do PIM, como a defesa dos direitos do modelo ZFM e maior celeridade na aprovação dos PPB´s, o potencial industrial da biodiversidade do Amazonas deve ser devidamente aproveitado. “Precisamos buscar segmentos inovadores para sair da dependência econômica do PIM. Temos que ir além dos muros da capital que hoje é responsável por 95% dos impostos estaduais arrecadados, e aproveitar as potencialidades dos 61 municípios no desenvolvimento de novas matrizes que nos tornarão independentes do PIM e de Brasília”, avalia. Para o sindicalista, o governo federal precisa equilibrar as contas públicas, mas, em vez de cortar despesas, o que faz são cortes no orçamento, o que significa menos recursos para os serviços à população que já são ruins, como saúde, educação e infraestrutura, em vez de propor medidas de corte de despesas”, disse.
A expectativa de conter o avanço deste cenário depende do Governo, com medidas que resgatem a confiança perdida
PIM ganha projeto para semicondutores Apesar do cenário pessimista e do resultado negativo, em 2015 pelo menos 350 projetos industriais de instalação e de ampliação foram aprovados para o parque industrial amazonense, na soma das deliberações do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam) e do Conselho de Administração da Suframa (CAS). Esse resultado evidencia a consolidação do PIM e do modelo Zona Franca de Manaus, que encerraram o exercício com a credibilidade em alta e aparentemente imunes aos efeitos devastadores da crise no país. Foram 155 projetos industriais aprovados pelo Codam, administrado pela Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti), com investimentos de R$ 4,7 bilhões e a promessa de gerar um total de 6.319 novos postos de trabalho nos próximos três anos. Já o conselho da Suframa aprovou 197 projetos durante o ano, com investimentos de US$ 1,1 bilhão e a geração de cerca de 3 mil novos empregos. Entre os projetos aprovados no ano passado destacam-se os dois da Cal-Comp Indústria e Comércio de Eletrônicos e Informática, um para fabricar placas de circuito impresso, com investimento total de R$ 610 milhões e abertura de 529 postos de trabalho, e outro para fabricar dispositivos de armazenamento de dados à base de semicondutores, no primeiro projeto para formação de uma indústria do gênero no PIM, com investimentos de R$ 84,3 milhões e geração de 252 postos de trabalho. (Com informações da Suframa e Seplancti).
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PNCE
Plano para incentivar a O
Centro Internacional de Negócios do Amazonas (CIN-AM) vai estimular ainda mais, a partir deste ano, a competitividade e a inserção internacional de micro, pequenas e médias empresas do Estado, graças à parceria da Rede CIN com o governo federal no Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), um programa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em colaboração com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A parceria foi sacramentada, no início deste ano, com a formação do comitê gestor do PNCE. Fazem parte do grupo, além da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, a Suframa, Governo do Estado, por meio da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Inovação (Seplancti), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Sebrae-AM, dentre outros. Com essa nova perspectiva, o CIN-AM vai trabalhar na sensibilização e capacitação dos pequenos e médios empresários, mostrando os caminhos para superar as barreiras burocráticas e outras dificuldades nos trâmites da exportação. A proposta do PNCE é aumentar o número de empresas exportadoras e, para isso, vai contar com a parceria de órgãos estaduais e municipais, e instituições do setor privado ligadas ao segmento empresarial e comércio exterior. O analista de comércio exterior do MDIC, Rafael Codeço, apresentou, em janeiro último, na primeira reunião do PNCE, em Manaus, as novas propostas de trabalho do governo federal com as instituições parceiras do Plano. Além da criação do comitê gestor, foi indicada e confirmada a responsável pela área de comércio ex-
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terior da Suframa, Sandra Almeida, como interlocutora estadual das demandas e ações do Plano. Depois de criado o comitê, as próximas etapas do plano de ação do PNCE no Amazonas envolvem cadastro de empresas, identificação de ações que podem ser desenvolvidas por cada integrante, cadastro das ações no Sistema do Plano, e pla-
nejamento das ações para este ano. No âmbito estadual, a FIEAM, por meio do CIN, vai contribuir no processo de capacitação, treinamento, consultoria e promoção comercial à micro, pequena e média empresa com potencial e interessada em exportar seus produtos. Esse portfólio de serviços que será disponibilizado dentro da parceria do PNCE está integra-
cultura exportadora
do ao projeto Inserção Internacional Competitiva de Pequenos Negócios, o INSERI. “O CIN disponibilizará todo o seu ‘know-how’ de mais de dez anos de trabalho na internacionalização de empresas e exportação de produtos amazonenses”, disse o gerente executivo do CIN Amazonas, Marcelo Lima, ressaltando que o principal plano de ação da Rede CIN para
atender a demanda proposta pelo PNCE será de ampliar o INSERI. O projeto, de 2015, é iniciativa da CNI e Sebrae Nacional, e direcionado a micro empreendedores individuais, microempresas
e empresas de pequeno porte com potencial para internacionalização. Em 2014, o CIN AM foi responsável por preparar, orientar e sensibilizar representantes de pequenos negócios em temas relevantes à inserção competitiva internacional. O projeto atingiu mais de 50 empresas locais de diversos segmentos, disponibilizando 10 cursos e promovendo aproximadamente 120 horas de conteúdos transversais e específicos sobre competitividade, requisitos e padrões internacionais e potenciais do mercado exterior. As capacitações foram realizadas tanto de forma presencial, com consultores contratados pela Rede CIN, quanto on-line. “Promovemos essas capacitações para os sete setores prioritários identificados pela Rede CIN que incluem alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, químico e cosmético, borracha e plástico, madeira e móvel, têxtil e soft ware. Em 2016, vamos dar continuidade a capacitações e novas ações de estudos mercadológicos, missões prospectivas e missões comercias”, explicou Lima. Para 2016, duas capacitações presenciais estão no plano de ação setorial, são elas: Negociações Internacionais e Planejamento Estratégico para Exportação. Em eventos internacionais, além da participação nas missões comerciais de Hannover, em abril, na Alemanha, estavam previstas a Expomin, em abril, no Chile, e missão prospectiva em Cuba, programada para novembro. (Leia mais nas páginas 26 e 27).
O CIN vai disponibilizar todo o seu ‘know how’ na internacionalização de empresas
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Qualificação da base exportadora O mercado internacional é uma alternativa para compensar a retração econômica que o Brasil vive, isso porque a desvalorização do real frente ao dólar favorece a exportação brasileira para países não apenas da América do Sul, mas também da América do Norte, Europa e Ásia. É nesse nicho de novos negócios que o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) quer investir, visando o aumento e a qualificação da base exportadora. Por conta desse potencial pouco explorado, o governo federal vem propondo inúmeras iniciativas para possibilitar o aumento da exportação nacional e maior participação dos produtos brasileiros no mercado internacional. Com essa intenção, o ministro Armando Monteiro, do MDIC, anunciou em dezembro a criação de um comitê gestor do Plano Nacional de Exportação (PNE) e um grupo de trabalho para incentivar a ampliação de exportações de produtos amazônicos e, também, estimular alternativas competitivas de produtos nacionais para suprir a demanda do PIM. Segundo o gerente executivo do CIN Amazonas, Marcelo Lima, mesmo diante da valorização do dólar, em 2015, que subiu 48,49% sobre o real, alcançando o maior patamar dos últimos 13 anos, a exportação foi tímida em decorrência da crise nos países vizinhos, incluindo a baixa das vendas para a Argentina. Na perspectiva de exportação para 2016, Marcelo Lima destaca os mercados ainda promissores da Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos e Peru. Os setores que devem continuar impulsionando a participação do Amazonas na exportação brasileira são os de alimentos e bebidas e de metal e mecânica. De acordo com o analista Rafael Codaço, a justificativa dos empresários brasileiros para a falta de interesse em exportar vai da dificuldade de acesso ao mercado internacional à falta de incentivo e informação. Para atender a essa demanda, o PNCE
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O gerenteexecutivo do CIN Amazonas, Marcelo Lima, diz que a crise nos países vizinhos inibiu as exportações da Zona Franca
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deverá trabalhar na sensibilização e capacitação dos pequenos e médios empresários, mostrando os caminhos para superar as barreiras burocráticas e dificuldades nos trâmites. O CIN Amazonas participará do PNCE com a oferta de treinamentos, capacitações e incentivo empresarial, na participação de feiras e missões prospectivas e comerciais internacionais. O gerente Marcelo Lima destacou que a Rede CIN já atua nos estados brasileiros com planos de ações voltados a disseminar a cultura exportadora e internacionalização de em-
presas, oportunizando ao empresário brasileiro o acesso a capacitações que preparam empresa, produto e empresário para ingressar no mercado exterior. “Em 2015, o CIN-AM promoveu a sensibilização de 55 empresas dos setores de alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, químico e cosmético, borracha e plástico, têxtil, software e madeira e móvel. Os empresários participaram de treinamentos e capacitações com o objetivo de apresentar aos compradores do comércio internacional produtos da biodiversidade da floresta amazônica”, explicou Marcelo Lima.
Número de empresas que passaram por sensibilização do CIN/AM , em 2015, em vários segmentos
Acordo facilita atração de investimentos estrangeiros A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) assinaram Acordo de Cooperação Técnica para consolidar o trabalho conjunto entre os setores privado e público na atração de investimentos estrangeiros. A partir desse acordo, os Centros Internacionais de Negócios (que compõem a Rede CIN), coordenados pela CNI, e Rede Nacional de Informações sobre Investimentos (RENAI), formada pelas secretariais estaduais de indústria e coordenada pelo MDIC, vão desenvolver uma estratégia para impulsionar setores da economia com potencial para receber investimento estrangeiro direto (IED). Para a CNI, setores como indústria da construção, indústria extrativa
e o setor de alimentos e bebidas são prioritários para atração de IED no desenvolvimento da sua cadeia produtiva. “Se tem alguma coisa que pode ajudar o país, é o comércio exterior. E a CNI tem trabalhado para facilitar os investimentos estrangeiros no Brasil e dos brasileiros lá fora. Esse acordo é mais uma ferramenta que poderemos utilizar para o desenvolvimento da indústria brasileira”, disse o presidente da CNI, Robson Braga, durante a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica. Para o ministro Armando Monteiro, do MDIC, a integração entre o setor público e o privado vai ampliar o intercâmbio de informações e a articulação de ações de facilitação de investimentos. (Com informações da CNI).
Brazil for Business Em 2012, a CNI desenvolveu um projeto com a Rede CIN, chamado Brazil for Business. O projeto ampliou a oferta de serviços que os Centros Internacionais de Negócios das Federações Estaduais de Indústria e do Distrito Federal possuem para apoiar e atrair investidores estrangeiros que tenham interesse nos estados brasileiros. O Brazil for Business está ativo em dez federações com mais de 300 projetos de investimentos sendo prospectados. Além do Amazonas, os estados atendidos são: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.
Ministro Armando Monteiro, do MDIC, Robson Braga, presidente da CNI, e o vice da CNI e presidente da FIEAM, Antonio Silva, na assinatura do Acordo em Brasília
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Indústria
Tudo positivo e operante no PIM
A
produção do segmento eletroeletrônico, especialmente de bens de informática, no Polo Industrial de Manaus (PIM), ganhou reforço com a entrada em operação da nova planta da Positivo Informática. A partir de agora, a empresa vai concentrar em Manaus toda sua produção de notebooks, desktops e tablets das marcas Positivo e VAIO. O presidente da empresa, Hélio Rotenberg, revelou que o Grupo avaliou por oito anos o desempenho e as vantagens da fábrica no PIM. O resultado da avaliação foi tão bom que o grupo decidiu trazer toda a linha de produção de computadores da empresa para Manaus. Com isso, teve que encerrar a produção nesse segmento em Curitiba, onde se encontra há 26 anos. Na capital paranaense ficará
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concentrada apenas a produção de smartphones. A inauguração da nova fábrica do PIM aconteceu em 21 de janeiro e contou com a presença do primeiro e do segundo vice-presidentes da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), respectivamente, Moyses Israel e Nelson Azevedo, do governador José Melo, da superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, e do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), Wilson Périco. Com a ampliação, a empresa terá capacidade para triplicar sua produção, saindo de 80 mil para 270 mil unidades por mês, entre desktops, notebooks, “all-in-one” (tudo-em-um, computador completo agregado ao monitor) e monitores de LCD. “Estamos trazendo para Manaus uma
indústria de 26 anos situada em Curitiba. Aqui teremos toda a produção de computadores, notebooks e desktop.s O modelo Zona Franca permanece competitivo e o negócio implantado está muito interessante”, disse. Numa área total de 23,5 mil metros quadrados e 12,9 mil m2 de área construída, a nova fábrica da Positivo, no Distrito Industrial, tem estrutura de segurança superior, com equipamentos de ponta, e de padrão internacional. “Começamos do zero e construímos uma fábrica como queríamos, usando o conhecimento que a Positivo já possui”, revela o diretor da planta de Manaus, Edson Toffoli, destacando que a ampliação das atividades no PIM no momento de crise foi um voto de confiança na Zona Franca e na economia brasileira. (Leia mais nas pág. 30 e 31).
Presidente da Positivo Informática, Hélio Rotenberg, recebe o 1º vicepresidente da FIEAM, Moyses Israel; abaixo, governador José Melo e Rebecca Garcia descerram a placa de inauguração das novas instalações da fábrica no PIM
Empresa é a maior do Brasil no segmento Criada em 1989, a Positivo Informática é, atualmente, a maior fabricante brasileira de computadores e ocupa a 10a posição entre as maiores do mundo. Em Manaus, onde se instalou em 2008, a empresa gera 300 empregos diretos e outros 200 indiretos, e tem como carro-chefe a produção de notebooks com tela de 14 polegadas. Os produtos fabricados no PIM são destinados ao mercado interno. “Ao transferir sua produção do Paraná para o Amazonas, a Positivo demonstra claramente que confia na competiticidade da Zona Franca de Manaus, e que vale a pena colocar sua empresa aqui”, disse a superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, no discurso de inauguração da fábrica. Na avaliação do vice-presidente da FIEAM, Moyses Israel, o investimento da Positivo no PIM, mostra a visão de empresários que fazem sua parte e impulsionam o desenvolvimento da indústria e do país. “Agradecemos por essa confiança depositada em nossa atuação industrial. Estaremos em nossa posição de luta agora e sempre ao lado da Positivo”, declarou Israel. O governador José Melo disse que o investimento da empresa traduz a confiança do grupo empresarial na solidez da política industrial adotada no Estado. “A decisão da Positivo Informática em implantar uma nova planta industrial em Manaus mostra a credibilidade e a maturidade do nosso polo industrial como ambiente seguro para os investidores”, disse. O presidente da empresa, Hélio Rotenberg, disse que, apesar da conjuntura econômica deste ano não ser favorável, não é hora de colocar o pé no freio. “A gente procura buscar todas as oportunidades que temos numa crise, pois não tem jeito, temos que continuar”, afirma. (Com assessorias).
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Positivo no PIM A Positivo Informática é o braço tecnológico do Grupo Positivo. O grupo surgiu em 1972, mas a empresa só foi criada em 1989. A empresa se instalou no Polo Industrial de Manaus em 2008. Vem apresentando desde 2010 projetos de ampliação e atualização de seus produtos. Em 2013, apresentou proposta de investimento de US$ 33.1 milhões para produzir telefone celular no PIM Capacidade de produção atual: 80 mil a 270 mil unidades/mês (notebook, desktop e tablet) Mão de obra: 300 trabalhadores diretos, com promessa de gerar até 1.000 empregos no auge da produção total proposta
Grupo consolida liderança O vicepresidente da FIEAM, Nelson Azevedo (esquerda), com o governador José Melo e o presidente do CIEAM, Wilson Périco, na inauguração da nova planta da Positivo
A origem do Grupo Positivo está numa gráfica e num cursinho para vestibular, fundados em Curitiba, em 1972. Hoje presente em mais de 40 países com produtos e serviços desenvolvidos por suas empresas, o grupo consolida sua liderança em áreas como ensino, soluções educacionais, tecnologia, gráfica, cultura e entretenimento. Além de Manaus, a Positivo mantém sua base em Curitiba, onde produz exclusivamente smartphones; duas fábricas na Argentina, uma em Buenos Aires e a outra na Terra do Fogo, e uma na capital da Ruanda, Kigali, na África. A empresa oferece atualmente cerca de 3,5 mil empregos em suas plantas em todo o mundo. Os computadores e tablets são os carros-chefes da produção, mas a empresa fabrica também softwares educacionais, jogos eletrônicos, set-top
box para a televisão digital, celulares e smartphones. Em Manaus, o presidente da empresa disse que a mão de obra que atua na Positivo e o ambiente de atração de investimentos do modelo Zona Franca de Manaus deram à diretoria a certeza de que a capital amazonense é uma das melhores cidades para se fazer negócios na América Latina. “A positivo já viveu várias crises, mas temos consciência de que não podemos parar de investir. Estamos sempre pensando no futuro. Procuramos buscar todas as oportunidades que temos numa crise, pois temos que continuar e seguir em frente. Fico olhando colegas de multinacionais tirando os pés do acelerador, mas nós somos brasileiros e vamos enfrentar essa crise de frente, pois o Brasil vai voltar a crescer”, disse Hélio Rotenberg.
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Workshop
Legislação e qualidade da água mineral em debate Lideranças nacionais e locais do setor discutem os gargalos na produção e venda do produto no país
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A
inclusão do produto água mineral nos itens que compõem a cesta básica de alimentos, uma das reivindicações em nível nacional da indústria de bebidas, esteve entre os principais temas discutidos no workshop promovido em Manaus pela Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais), em 3 de março, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM). Na prática, a mudança representa uma redução de 18% para 7% na alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os garrafões retornáveis de 10 e de 20 litros. “Já conseguimos a redução da alíquota nos estados de Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo”, disse o presidente da Abinam, o geólogo Carlos Alberto Lancia. Alguns gargalos envolvendo a produção e venda de água mineral no Brasil, assim como a legislação que trata da água adicionada de sais e vitaminas, foram discutidos no evento. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral de Manaus, Luiz Carvalho Cruz, as demandas são antigas. Há 20 anos não há regulamentação das águas adicionadas de sais, e a atual legislação tem como base o Código
Produtores locais reunidos no workshop; na foto abaixo, a mesa composta por Carlos Lancia (esquerda), Fernando Burgos, do DNPM, Luiz Cruz e Carlos Pedroza, advogado da Abinam
de Mineração, instituído pelo DecretoLei nº 7.841, de 8 de agosto de 1945, e atualizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 1995. Lancia, que além da Abinam é presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Águas Minerais (Sindinam), apresentou no evento “a visão do comitê científico” da Abinam, segundo ele, sobre três temas - “Água adicionada de sais - 20 anos sem regulamentação”; “O pH da água - quebrando o mito”; “CFEM, novo marco regulatório”, além do uso de garrafões retornáveis (leia na página 34). Segundo Lancia, a definição de água mineral, conforme se encontra no Código de 1945, é bem clara e continua atual. “São poucas coisas que eu mudaria hoje, como a ação medicamentosa atribuída ao produto, no documento, e que eu substituiria por ação funcional”, disse. Para o geólogo, não se pode dizer hoje qual é a melhor água mineral, pois vai depender do benefício que se quer com essa água. “Os diferentes minerais encontrados nela possuem propriedades funcionais, como mais quantidade de cálcio ou magnésio”, explicou. Segundo ele, é como se cada água tivesse sua própria impressão digital. O presidente da Abinam lembrou que existe legislação para água mineral, mas não para a água adicionada de
sais, antes conhecida como agua mineralizada. “Não há exigência de controle de qualidade, por isso, os órgãos representantes do setor de águas minerais se mobilizaram em 2015 para que essas águas tenham uma regulamentação em prol da segurança do consumidor. Para desvendar o mito do potencial hidrogênico (pH) da água, o geólogo esclareceu que o nível de pH não é pré-requisito para potabilidade, uma vez que águas ácidas ou alcalinas não representam riscos à saúde humana. Essa variação do pH depende da fonte
onde foi captada, característica que também traz a diferenciação de sais minerais e oligoelementos da água. A diversidade de rochas por onde a água é filtrada torna cada água única com suas peculiaridades de níveis de pH e sais minerais. Lancia explica que o nível de pH da água é exigido nos rótulos das embalagens e para a rede pública de distribuição, sendo esta na faixa de pH de 6 a 9.5, com a finalidade de tratála para usos operacionais e não de consumo. Os parâmetros de pH das concessionárias de distribuição de água são taxados para que a população possa usá-la, principalmente em limpeza, por isso a necessidade de seu tratamento passar pelas etapas de floculação, sedimentação e cloração, evitando que essa água manche roupas, entupam e corroam as tubulações da rede de distribuição. O pH é representado por uma escala que mede o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade. A escala varia de 0 a 14, e indica a concentração de íons de hidrogênio (H+) solubilizado, sendo considerado ácido o mais próximo de 0, neutro, o mais próximo de 7, e alcalino, o mais próximo de 14. “A faixa de pH exigida na rede pública não é aplicada à água mineral. O pH não é propriedade funcional e parâmetro de potabilidade, mas de controle, por isso ela precisa ter exigência mínima estabelecida para as concessionárias”, ressaltou Lancia.
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Padronização mínima dos garrafões O presidente da Abinam e do Sindinam, Carlos Alberto Lancia, disse que o tema sobre os garrafões retornáveis de uso exclusivo para água ganhou relevância pela questão do prazo de validade de três anos dos recipientes. Foi por conta dessa questão que o sindicato convocou os envasadores de água mineral local para o workshop. A Norma Brasileira ABNT NBR – 14222, de 2013, apresenta os requisitos mínimos de desempenho para garrafões retornáveis de 10 e de 20 litros, de uso exclusivo para água mineral e potável de mesa às empresas engarrafadoras que operam em sistema intercambiável. Esse sistema utiliza embalagens retornáveis cujas características permitem seu intercâmbio e engarrafamento por diferentes empresas. Sendo assim, os ciclos subsequentes de envase são realizados por outras engarrafadoras, e este garrafão pode ser trocado entre consumidores, distribuidores e empresas ao longo de sua vida útil. “Por este motivo é necessário que esses garrafões apresentem uma padronização mínima em relação às dimensões
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(altura e diâmetro), capacidade volumétrica, formato e dimensões do gargalo”, disse. Lancia lembrou que a reutilização é um sistema importante para o negócio, pois reduz os gastos, mas que o destino desses garrafões deve ser acompanhado devido aos impactos ambientais, o tempo de uso, não excedendo o prazo de três anos, e o seu estado para que o micro espaço gerado a partir de arranhaduras, amassados ou qualquer outro defeito tornem-se propícios para alojamento de bactérias. Tributação CFEM O advogado da Abinam, Carlos Pedroza, discorreu sobre a carga tributária na exploração de água mineral estabelecida pela Constituição de 1988. A compensação financeira pela exploração de recursos minerais (CFEM) é uma tributação de 3% da alíquota sobre o valor do faturamento líquido, resultante da venda do produto mineral, obtido após a última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação industrial.
Este imposto é devido aos Estados, Distrito Federal, aos municípios e aos órgãos da administração da União, como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios. A CFEM impacta a competitividade industrial mineral, inibindo maiores investimentos nesta exploração onde o Brasil possui grande potencial. Atualmente, há mais de mil lavras concedidas no país, atingindo a produção de água mineral de 7 bilhões de litros anuais, colocando o Brasil entre os maiores produtores mundiais. Pedroza explicou a distribuição da arrecadação da CFEM, destinando 12% para a União, incluindo aí Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), e Ministério da Ciência e Tecnologia), 23% para o Estado onde for extraída a substância mineral, 65% para o município produtor. A proposta da Abinam é que o Código de Águas Minerais incorpore o novo marco regulatório da mineração que está em discussão no Congresso Nacional.
A estudante Beatriz Cáritas aproveitou ao máximo as horas de estudo na Biblioteca Raimar Aguiar e conseguiu aprovação em quatro vestibulares
Na Biblioteca,
quem estuda passa A Biblioteca Raimar Aguiar continua colecionando histórias de estudantes que vão ali em busca do grande sonho da aprovação nos concorridos vestibulares 35
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ada dá mais satisfação ao empresário Moyses Israel que colher bons frutos com a Biblioteca Raimar Aguiar. Idealizador e maior incentivador do espaço, ele é o primeiro a “curtir” quando surge um novo grupo de usuários da biblioteca entre os estudantes aprovados no vestibular. Como aconteceu, mais uma vez, neste ano. Desta vez, 19 usuários da biblioteca, que funciona na sede do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, estão entre os aprovados para a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), em cursos, como medicina, direito e engenharia. Em março passado, ao receber alguns dos novos calouros, na sede da biblioteca, Moyses Israel, atual 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), falou do quanto se sente gratificado pelo resultado que se reveste em mais um ponto positivo para a biblioteca. “É reconfortante saber que a indústria pode contribuir para esses resultados e também que os leitores da ‘Raimar Aguiar’ possam conhecer um pouco do que fazem as instituições do Sistema FIEAM”, disse Moyses Israel. Lugar ideal Na contramão da falta de espaços públicos para leitura em Manaus, já há alguns anos a Biblioteca Raimar Aguiar tem-se revelado lugar ideal para estudantes que se preparam para o vestibular e ingressam numa faculdade. É o caso de Lailson Melgueira Navarro, 20, 2º lugar no vestibular para o curso de medicina da UEA. “Foi aqui (na biblioteca) que obtive tranquilidade e encontrei material para estudar e alcançar a sonhada vaga na universidade”, disse Lailson. Aprovada para os cursos de direito e engenharia integral, na UEA, de en-
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genharia civil, no Ifam, e de história, na Ufam, Beatriz Cáritas Moreira, 18, revela que aproveitou a biblioteca ao máximo. “Aqui não temos chance de fazer barulho”, comenta. Para a nova universitária, a biblioteca foi essencial aos estudos. “Só tenho a agradecer”, diz ela. Para a estudante Thaís Amaral da Silva, 18, aprovada em quatro vestibulares - todos para engenharia, dois deles fora do Amazonas - a biblioteca é uma alternativa para quem não tem onde estudar. “Quando estudamos, não temos condições de comprar livros, e
aqui temos a oportunidade de sair com livros emprestados, facilidade que não tem em outro lugar”, destaca. Outro diferencial citado foi o funcionamento da biblioteca aos sábados. Thaís acabou optando por fazer engenharia química em Manaus, na UEA. Além de Thaís, aprovada na Federal de Mato Grosso e na PUC de São Paulo, outros três candidatos passaram para medicina na Universidade Federal de Roraima. Os 19 aprovados deste ano, assim como os dos anos anteriores, a maioria
Na página oposta, sob a aprovação de Raimar Aguiar (no quadro), Moyses Israel cumprimenta Thaís da Silva, ao lado do assessor João Teixeira; acima, aprovados no vestibular; à direita, Israel, o vice-presidente da FIEAM, Aldimar Paes, João Teixeira e o diretor de Comunicação e Marketing do Sistema FIEAM, Paulo Pereira, com os calouros na faixa dos 18 aos 21 anos, encontraram na biblioteca acesso facilitado aos livros e à internet, além de um agrado que, para eles, fez muita diferença: água e cafezinho à vontade. A Biblioteca Raimar Aguiar funciona há quase nove anos e conta com duas bibliotecárias, Selene Moreira e Maria América Smith. Ocupa o 3º andar, numa área de 96 metros quadrados, do edifício ao lado da sede da FIEAM, na avenida Joaquim Nabuco, no Centro. O acervo reúne mais de cinco mil títulos bibliográficos, didáticos e técnicos.
A Biblioteca A Biblioteca abre de segunda a sexta, de 8h às 19h, e aos sábados, das 8h às 12h, e está localizada no 3º andar do Edifício Raimar Aguiar, na Avenida Joaquim Nabuco, 1919, Centro (foto). O acervo de livros abrange mais de 40 áreas do conhecimento, além de revistas, jornais e produtos multimídias. A biblioteca também conta com oito cabines com acesso à internet para que os frequentadores consultem e tirem suas duvidas nos temas estudados. Para se cadastrar, os interessados devem apresentar uma foto, RG e comprovante de residência original. Mais informações pelo telefone (92) 3186-6599.
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Diretoria
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO AMAZONAS - FIEAM Presidente Antonio Carlos da Silva 1º Vice-Presidente Moyses Benarros Israel 2º Vice-Presidente Nelson Azevedo dos Santos Vice-Presidentes Tereza Cristina Calderaro Corrêa Roberto de Lima Caminha Filho Aldimar José Diger Paes Wilson Luiz Buzato Périco Carlos Alberto Rosas Monteiro Eduardo Jorge de Oliveira Lopes Amauri Carlos Blanco Sócrates Bomfim Neto Agostinho de Oliveira Freitas Júnior Ana Paula Franssinette Sarubi Perrone 1º Secretário Orlando Gualberto Cidade Filho 2º Secretário Roberto Benedito de Almeida 1º Tesoureiro Jonas Martins Neves 2º Tesoureiro Augusto César Costa da Silva
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Diretores Renato de Paula Simões Sebastião Montefusco Cavalcante Júnior Sebastião Nascimento Guerreiro Luiz Carvalho Cruz Mateus de Oliveira Araújo Frank Benzecry Williams Teixeira Barbosa Antônio Julião de Sousa Sandro Augusto Lima dos Santos Paulo Shuiti Takeuchi Francisco Ritta Bernardino Joaquim Auzier de Almeida Mário Jorge Medeiros de Moraes Genoir Pierosan José Miguel da Silva Nasser Pedro de Faria e Cunha Monteiro Frank Lopes Pereira Conselho Fiscal/Titulares: José Nasser Celso Zilves Carlos Alberto Marques de Azevedo Suplentes Alcy Hagge Cavalcante Carlos Alberto Souto Maior Conde Delegados representantes junto ao Conselho da CNI/Titulares Antonio Carlos da Silva Moyses Benarros Israel Suplentes Nelson Azevedo dos Santos Carlos Alberto Rosas Monteiro
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