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Publicação mensal do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas Ano I nº02 junho/2006


O SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial oferece a você e sua empresa o Laboratório de Confecção do Vestuário, equipado com máquinas de costura industrial, computadores e plotter com sistema Audaces, a mais moderna tecnologia da indústria de confecção.

INFORMAÇÕES: CAMC - Centro de Ações Móveis e Comunitárias Av. Rodrigo Otávio, 2394 - Distrito Industrial E-mail: sergio.furtado@am.senai.br sonia.silva@am.senai.br Fone: (0xx92) 3614-9975 | 9976 | 9977


iI NnD IdC E i c e D I R E T O R I A Presidente: JOSÉ NASSER 1º Vice-Presidente: ANTÔNIO CARLOS DA SILVA 2º Vice-Presidente: ATHAYDES MARIANO FÉLIX. Vice-Presidentes: FRANCISCO RITTA BERNARDINO, TEREZA CRISTINA CALDERARO CORRÊA, AMÉRICO AUGUSTO SOUTO RODRIGUES ESTEVES., ROBERTO DE LIMA CAMINHA FILHO, ALDIMAR JOSÉ DIGER PAES, NELSON AZEVEDO DOS SANTOS, NEILSON DA CRUZ CAVALCANTE, PAUDERLEY TOMAZ AVELINO, RAIMAR DA SILVA AGUIAR, ORLANDO GUALBERTO CIDADE FILHO. 1º Secretário: AUGUSTO CÉSAR COSTA DA SILVA 2º Secretário: AGOSTINHO DE OLIVEIRA FREITAS 1º Tesoureiro: ERNANI LEÃO DE FREITAS 2º Tesoureiro: FRANCISCO ORLANDO TRINDADE DA ROCHA Diretores Suplentes: JOSÉ CARLOS PETRY DA SILVA, MÁRIO JORGE MEDEIROS DE MORAES, LUIZ CARVALHO CRUZ, FLORO FLORÊNCIO DA SILVA, EUDES RICARDO MORAES MARTINS, FRANCISCO AUGUSTO SOUTO RODRIGUES ESTEVES, JOSÉ AUGUSTO PINTO CARDOSO, RONALDO GALL, ELLEN RITTA HONORATO, GENOIR PIEROSAN, LUÍS OTÁVIO BASTOS BASTOS, ROBÉRIO LINHARES ARRUDA, ARIOVALDO FRANCISCHINI DE SOUZA, MARCUS ANTÔNIO MORAES FERREIRA, RICARDO MOTTA DA ROCHA LOPES, RONALDO DE LIMA MELLO CONSELHO FISCAL: MOYSÉS BENARRÓS ISRAEL, RENATO DE PAULA SIMÕES, ALCY HAGGE CAVALCANTE Suplentes: FERNANDO BRANDÃO DE ALBUQUERQUE, CARLOS ALBERTO SOUTO MAIOR CONDE, JOSÉ PORFÍRIO CHAGAS SALDANHA REPRESENTANTES JUNTO A CNI: JOSÉ NASSER, FRANCISCO RITTA BERNARDINO Suplentes: ANTÔNIO CARLOS DA SILVA, ATHAYDES MARIANO FÉLIX

EDITORIAL

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Nasser recebe o Mérito Empresarial J.G. Araújo

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DESTAQUES

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MODAMA atrai grande público

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Mais de mil alunos no Festival Junino do SESI

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CAPA Novos Laboratórios de Solda e Manufatura do SENAI

Distrito Industrial para Madeira Móveis Revista editada pelo Sistema FIEAM

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PQA 2006

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PBQP-H certifica empresas

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SUPERINTENDÊNCIA CORPORATIVA Maurício de Andrade Marsiglia

COORDENADORIA DE MARKETING E COMUNICAÇÃO Rizo da Silva Ribeiro

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO Idelzuita Araújo - Mtb 049/AM

IEL promove palestra sobre Desenvolvimento e Inovação

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REDAÇÃO Idalina Lasmar - Mtb 137/AM Ademar Medeiros - Mtb 289/AM Irinéia Coelho - Mtb 343/AM Denison Silvan (Sebrae-AM) - Mtb 048/AM COLABORAÇÃO Etienne Lopes Evelyn Lima

PROGRAMAÇÃO VISUAL Mary Martins Andrea Abitbol

FOTOGRAFIAS

ENTREVISTA Wilson Périco aponta que é preciso focar na evolução tecnológica

João Luis A. Neto - MTb-052/AM

Os conteúdos dos artigos e textos são de inteira responsabilidade de seus autores.

OPINIÃO

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Av. Joaquim Nabuco, 1919 Centro CEP: 69020-031 Manaus Amazonas Fone: (92) 3627-3130 Fax: (92) 3233-5594 acs@fieam.org.br

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editorial EDITORIAL

Eng.º José Nasser

A Federação das Indústrias em 12 de junho foi sede da 1ª Rodada de Consultas Estratégicas promovida pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em conjunto com a Suframa e o Governo do Estado. A iniciativa dá prosseguimento às ações desenvolvidas pelos 12 países sul-americanos que participam da Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), criada em 2000 em reunião dos presidentes da América do Sul. Cada um dos países do continente está reunindo contribuições da sociedade civil, da área acadêmica, da iniciativa privada e do poder público, para que se construa uma visão estratégica que indique que tipo de integração interessa aos países sul-americanos e quais são os meios para alcançá-la, com coordenação técnica a cargo de três instituições financeiras multilaterais Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Corporação Andina de Fomento (CAF) e Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). Pelo segmento industrial, podemos assegurar que aqui prospera um pólo industrial pujante, que experimentou em 2005 faturamento em torno de 19 bilhões de dólares, mas que, do ponto de vista logístico, enfrenta os desafios peculiares aos de um sistema isolado em relação aos

Portal da Indústria do Amazonas acesse

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principais mercados, seja com o exterior ou com o próprio país. Nos últimos anos os aportes de recursos para a infraestrutura do Amazonas e da região têm aumentado, com a construção de novos portos no interior e a pavimentação de rodovias estratégicas, como a BR-319 e a BR 317, que vai ligar ao Peru com saída para o Pacífico. A recente liberação do Ministério do Meio Ambiente para a BR 163, a Cuiabá-Santarém, igualmente vai aproximar a Amazônia Ocidental e, especialmente Manaus, das regiões CentroSul com uma porta de escoamento mais rápida e econômica para os produtos locais. São obras estratégicas que vão facilitar a rede sulamericana para o Eixo de Integração Amazonas, com o transporte multimodal, a facilitar a economia regional e a contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população da Região Norte. Esperamos, todavia, que a Região Norte continue a receber investimentos em obras de infra-estrutura de transportes, energia e comunicações, fundamentais a integração física, econômica e social dos brasileiros que habitam a região.


Nasser recebe Mérito Empresarial JG Araújo O empresário da construção civil e presidente da FIEAM, José Nasser, foi uma das cinco personalidades da economia amazonense homenageadas no dia 19 de junho pela Associação Comercial do Amazonas (ACA), na 20ª entrega da Medalha Mérito Empresarial J.G. Araújo, em comemoração aos 135 anos da José Nasser e o arcebispo Entidade. de Manaus D. Luís Soares Vieira Simultaneamente ao evento, que ocorreu na sede da entidade, foi apresentada e empossada a nova diretoria da ACA para o triênio 2006-2009, sob o comando do empresário José Azevêdo. A superintendente da Suframa, Flávia Grosso e os empresários Antônio Marques Filho, Josecy Silva e Gustavo Alex Barbosa também foram homenageados. A medalha faz destaque aos que mais se destacam nos diversos setores da economia e leva o nome do empresário português Joaquim Gonçalves de Araújo, que veio para o Amazonas há quase dois séculos e tornou-se o primeiro presidente da entidade.

Coube ao vice-presidente de Crédito e Finanças da ACA, Gaitano Antonaccio, fazer a homenagem a cada um dos laureados. O orador destacou que Nasser “desenvolve na FIEAM trabalho notável e persistente, mantendo a entidade coesa, com sua forma simples e pacífica de resolver os problemas”. Já a superintendente da Suframa, Flávia Grosso, disse que Nasser possui o espírito típico dos seus ancestrais e que sua empresa deixa marcas em toda a cidade. “A vida proporcionoulhe estar na Federação no momento em que a indústria experimenta os melhores indicadores da indústria”, disse a executiva. Para o presidente da FIEAM, José Nasser, a medalha é fruto do reconhecimento ao trabalho que busca para melhoria nas condições de vida do trabalhador do Pólo Industrial de Manaus (PIM). Segundo o presidente da ACA, José Azevedo, os escolhidos para receber a homenagem fazem justiça a seriedade e ética nas ações por eles desenvolvidas.

Superintendente da Suframa, Flávia Grosso, governador Eduardo Braga, presidente da FIEAM, José Nasser, prefeito Serafim Correa e Josecy Penha e Silva

Empresários Phelippe Daou e José Nasser

PERFIL DO HOMENAGEADO O engenheiro civil José Nasser é proprietário da J. Nasser Engenharia, empresa inaugurada há 26 anos e que mantém sólida presença no setor. Dedicado defensor de políticas para o desenvolvimento econômico e social do Estado, exerce liderança em entidades empresariais como a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), a qual preside desde 1995. Nasser nasceu em 14 de agosto de 1945 em Porto Velho (RO). Veio para Manaus, com apenas um ano de idade, onde realizou os seus estudos. Graduou-se em 1972 em Engenharia Civil na Universidade Federal do Amazonas. Realizou cursos complementares em Recursos Humanos e Organização; em Engenharia e Avaliações; Curso Intensivo de Tecnologia e Concreto; e Curso de Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho. Iniciou atividades profissionais em 1967 como professor de Física e Matemática, em colégios públicos e particulares, e da disciplina Portos, Rios e Canais, na Universidade de Tecnologia do Amazonas (UTAM), no período 1976 a 1979. Como engenheiro civil, foi chefe da Divisão de Engenharia da Administração do Porto de Manaus (Portobras), de 1973 a 1980. Em 19 de março de 1980 fundou a J. Nasser Engenharia cujo primeiro empreendimento foi o prédio residencial dos padres salesianos e o Seminário e Pró-Menor Dom Bosco, no bairro do Alvorada, em 1982. Desde então a construtora já realizou várias obras de porte em Manaus, com destaque para a sede do Loyds Bank, da Universidade Paulista (UNIP), da Estação de Tratamento de Águas de Manaus, na Ponta do Ismael e do Complexo de Lazer da Ponta Negra. Na área imobiliária, construiu vários empreendimentos de alto padrão, como os prédios residenciais na orla da Ponta Negra e em outros setores da cidade de Manaus, porém já atendeu fatia de baixa

renda ao produzir em 1998 duas mil casas habitacionais sob encomenda do Governo do Estado do Amazonas. Na área portuária, participou ativamente da ampliação do porto de Manaus, como também da construção dos portos de Itacoatiara, Coari e Tabatinga. Em 2006, a J. Nasser Engenharia completa 26 anos de atuação no mercado de engenharia e construção em Manaus, somando entrega de mais de 1.200 unidades habitacionais de porte. ATIVIDADES SINDICAIS José Nasser preside a FIEAM, instituição que comanda pelo terceiro mandato - o primeiro de 1995 a 1999, o segundo de 1999 a 2003 e o atual que se encerra em 2007. É vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e membro titular do Conselho de Representantes da CNI. Presidiu o Sindicato da Indústria de Construção Civil de Manaus (SINDUSCON) no período 1991-1997, entidade na qual é conselheiro fiscal. O empresário também preside o Conselho Regional do SESI Amazonas e do SENAI Amazonas. Representou as classes produtoras do Estado do Amazonas no Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) de outubro de 2000 a outubro de 2001, e de outubro de 2003 a outubro de 2004. Presidiu o Conselho Deliberativo do SEBRAE/AM, de 2003 a 2005. Membro titular do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (CODAM), José Nasser também integra o Conselho Diretor da Universidade Federal do Amazonas e exerce mandato de três anos na Comissão Geral de Ética do Estado do Amazonas.


destaques DESTAQUES

ONU BUSCA PARCEIROS NO BRASIL Pela primeira vez em 31 anos a Organização das Nações Unidas (ONU) quer conhecer o potencial das empresas brasileiras em busca de novos fornecedores de produtos e serviços para a entidade. Os procedimentos necessários de como atingir esse mercado, que compra por ano cerca de US$ 8 bilhões em produtos diversos, foram apresentados a empresários na sede da FIEAM, pelo analista do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Mateus Vasconcelos. Segundo o analista, a ONU é hoje compradora em potencial de variados produtos. São mais de 20 mil itens, entre produtos e serviços, como remédios, roupas, calçados, equipamentos agrícolas, energia elétrica e alimentos, um mercado amplo que tem a participação reduzida de fornecedores brasileiros, que hoje perdem até para fornecedores como o Afeganistão e Dinamarca, países de parque industrial menor. Para se tornar um fornecedor em potencial da ONU, Vasconcelos explicou ser necessário que a empresa se cadastre, sem exigência quanto ao porte da empresa, visto que as necessidades são as mais diversas, o que dará a cada fornecedor tratamento individual. Ele incentivou as empresas do Amazonas que trabalham com produtos regionais a investirem nesse mercado, visto que a organização está aberta para novos produtos na área de alimentos. O endereço para mais informações é www.ungm.org Analista do CIN da FIEMG, Mateus Vasconcelos

COMBATE AO NARCOTRÁFICO É PRIORIDADE NA PF O delegado regional Contra o Crime Organizado da Polícia Federal (PF), Sérgio Lúcio Fontes, juntamente com a delegada executiva, Aparecida Válber Reis, em reunião na FIEAM no dia 18 de maio, apresentou as ações da PF na Amazônia. Há 10 anos no Amazonas, Sérgio explicou que a PF não tem caráter ostensivo, sendo uma polícia de investigação e a única que funciona como polícia judiciária de investigação da Justiça Federal, com atribuições definidas no artigo nº 144 da Constituição Federal. “O objetivo da PF é executar com eficiência e eficácia as funções de polícia administrativa e judiciária de apoio a União, não sendo uma polícia repressiva como a Polícia Militar”, disse Sérgio Fontes, ao citar que a PF é uma Polícia de Estado e não de Governo. “As atribuições da Polícia Federal muitas vezes são confundidas, sendo o órgão solicitado a atuar fora de suas atribuições”, reclamou. Devido ao grande número de atribuições inerentes a Polícia Federal, desde segurança privada, fiscalização, segurança de bancos, segurança de autoridades estrangeiras, bancos, contrabandos, crimes financeiros, narcotráfico, direitos indígenas, crianças e adolescentes, entre outros, o delegado disse que houve necessidade de serem eleitas 13 prioridades no Amazonas. A primeira prioridade, apontada pelo delegado, é o combate ao narcotráfico, por ser o Amazonas vizinho da Colômbia, país maior

produtor de cocaína do mundo, que produz 80% de toda droga consumida. Outra prioridade é a exploração mineral, com evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Segundo Fontes, não existe no Amazonas uma única lavra autorizada de garimpo. “O que há são autorizações de pesquisas e que as pessoas fazem por conta própria a extração do minério, o que levou muitas fortunas serem justificadas com a exploração de garimpos”, observou. O combate à corrupção foi também destacado. O delegado revelou que a PF tem atuado no Amazonas de maneira mais intensa, sendo o Estado que tem o maior número de operações anticorrupção no Brasil. Delegado Regional Contra o Crime Organizado, da Policia Federal Sérgio Lúcio Fontes (ao microfone)

PETROBRAS VAI INVESTIR US$ 1 BI NA AMAZÔNIA Até março de 2008 o gasoduto Coari-Manaus deve ser concluído. A previsão foi feita pelo gerente-geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia do Solimões (UN-BSOL), Joelson Falcão Mendes, em reunião na FIEAM no dia 8 de junho. Joelson Mendes explicou que a Petrobras possui oito unidades no País, das quais uma em Manaus e onze refinarias, sendo uma no Amazonas. A Unidade de Manaus, segundo o gerente-geral, até maio passado, alcançou produção de 52 mil barris/dia. Para aumentar a produção, Joelson anunciou investimentos no período de 2006-2015 na ordem de US$ 1,08 bilhões nos projetos do gasoduto Coari/Manaus; Gasoduto Urucu/Porto Velho; Desenvolvimento de Azulão (Silves) e Prospecção Exploratória.

Gerente-geral da UN-BSOL (ao microfone), Joelson Falcão Mendes

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destaques

DESTAQUES

BANCO JAPONÊS ABRE CRÉDITO PARA COMPRA DE CARBONO Em busca de novos parceiros em projetos de desenvolvimento sustentável, principalmente de projetos que reduzam a emissão de gases de efeito estufa, foi uma das propostas apresentadas pelo coordenador do Protocolo de Kyoto e do Banco de Cooperação Internacional do Japão (JBIC), Takashi Hongo, em palestra proferida no dia 24 de maio na sede da FIEAM a empresários do Pólo Industrial de Manaus (PIM), sobre os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL): Oportunidades de Negócios Limpos. O MDL, explica Takashi Hongo, é uma ferramenta de compensação utilizada pelos países desenvolvidos que, por não conseguirem mais baixar seu nível de liberação de gases, investem em projetos para diminuir a cota de emissão das nações em desenvolvimento como o Brasil. Segundo o representante do JBIC, o Japão, a exemplo de outros países desenvolvidos que assinaram o protocolo de Kyoto, tem compromisso de diminuir em 6% a emissão de gases principalmente de dióxido de carbono (CO2), a cada ano, para amenizar o aquecimento global no período 20082012. O Japão atualmente é responsável pela emissão de 3,9% do total de gases do efeito estufa, o que faz com que este índice e prazos estabelecidos, segundo Takashi Hongo, inviabilizem ao Japão cumprir a meta, por isso o interesse em desenvolver projetos junto às empresas do Pólo Industrial de Manaus, que

possam promover a redução de gases poluentes a um custo razoável. “O Japão oferece dinheiro, sem limite na linha de crédito, equipamentos e tecnologia, deixando ao empresariado local a responsabilidade de elaborar esses projetos”, afirma.

Coordenador do Protocolo de Kyoto e do Banco de Cooperação Internacional do Japão, Takashi Hongo

IIRSA VAI INVESTIR US$ 5,2 BILHÕES ATÉ 2010 A Integração da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) estabeleceu como meta até 2010 investir US$ 5,2 bilhões em 31 projetos de médio prazo nos 12 países da América do Sul. Do total, 28 são da área de transportes, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Corporação Andina de Fomento (CAF) e o Fondo Financiero para el Desarrollo (Flonplata). A informação é do secretário nacional de planejamento e investimentos estratégicos e coordenador da comissão interministerial da IIRSA, Ariel Pares, que no dia 19 de junho coordenou o seminário realizado na FIEAM. Criada durante a Reunião dos Presidentes da América do Sul, em Brasília em agosto de 2000, a IIRSA tem como objetivo a implantação de projetos comuns de transportes, energia e telecomunicações e realização de ações nos campos do desenvolvimento social, informação e conhecimento e gestão ambiental. A base desse planejamento são os Eixos de Integração da América do Sul.

Hidrovias são mais baratas Entre as alternativas apresentadas, o vice-presidente da FIEAM, Raimar Aguiar, apontou o melhor aproveitamento das hidrovias, que, segundo ele, são menos prejudiciais ao

meio ambiente e de custos menores que o transporte rodoviário, com a necessidade de reparos periódicos nas estradas.

O 1º vice-presidente da FIEAM, Antonio Silva (esquerda) abriu o evento


Modama atrai público de duas mil pessoas no Clube do Trabalhador Modama cresce a cada ano e se torna um dos eventos mais requisitados do calendário cultural da cidade Em sua 11ª edição, a Mostra de Dança de Manaus (Modama) reuniu nos dias 26, 27 e 28 de maio cerca de duas mil pessoas no Clube do Trabalhador. Realizada pelo SESI Amazonas e a Cia de Dança Corpo em Movimento, a cada ano que passa a Modama cresce e se torna um dos eventos mais requisitados do calendário cultural da cidade. Neste ano 600 profissionais se envolveram no evento e cerca de 300 coreografias foram realizadas pelos grupos de danças que se apresentaram em nove modalidades nas categorias infantil, juvenil e adulto. Na primeira noite, 46 grupos se apresentaram nas modalidades de sapateado, dança de salão e jazz. No sábado foi a vez das danças clássicas, neoclássicas e caráter etnias, com 54 grupos no palco da Modama. No domingo, 68 grupos encerraram a programação com apresentação de danças modernas, contemporâneo e street dance. O teatrólogo e um dos coordenadores do evento, Wagner Melo, disse que a Modama tem papel muito importante na formação dos grupos de dança, pois abre espaço para todos os gêneros de dança em Manaus, dando oportunidades aos grupos de Manaus de participar do evento. Wagner falou também que para 2007 a coordenação do evento tem projeto de levar a Mostra de Dança para dentro das indústrias do PIM e também torná-la nacionalmente conhecida, com grupos de dança de outros departamentos regionais do SESI. Em ano de Copa vários grupos fizeram homenagem a Seleção Brasileira. Os bailarinos da Escola de Dança Arnaldo Peduto encenaram o Grand Finale, uma disputa entre Brasil X Argentina, o Grupo de Dança da 3ª Idade, da professora Mônica Loureiro, apresentou o espetáculo Torcida Jovem do Brasil rumo ao hexa. A Mostra de Dança reuniu bailarinos de várias idades, como dona Clanair Silva Moura, de 81 anos, integrante mais velha do Grupo da 3ª Idade, da escola de dança da professora Mônica Loureiro. Desde os 15, a bailarina da 3ª idade dança, super animada. Sobre a apresentação na Modama, dona Clanair disse que a dança a faz

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viver. Praticante de ginástica, passeia todos os dias e vai a festas. “Aproveito a vida enquanto posso, aconselho

a todos a

dançarem”, disse dona Clanair. A bailarina Aymè Silva da Rocha, 21 anos, mãe da pequena Ana Luiza Rocha Normando, de três anos, que faz parte da academia Dance Hall Club, estava emocionada. Aymè contou que era a primeira apresentação da filha e estava apreensiva porque não sabia se Ana Luiza subiria ao palco. Mas, “como filho de peixe, peixinho é”, Ana deu um show com suas amigas do Dance Hall Club. O bailarino da Academia Arnaldo Peduto, Fábio Rodrigo Vieira, de 21 anos, cursa o 6º período da faculdade de dança na UEA. Para Fábio, o preconceito contra o bailarino ainda é grande, mas graças ao apoio da família, enfrenta as dificuldades. O estudante, que já participou de competições fora de Manaus, tem sonho de dançar em outros países. Com dificuldades, porém muita força de vontade, alguns grupos marcaram presença no Modama, a exemplo do Balé Encontro das Águas, que faz parte do Projeto Encontro das Águas, do Centro de Educação Infantil Padre Luiz Ruas, no Mauazinho. Segundo a professor Sally Miguel, o projeto foi criado em agosto de 2001, com objetivo de socializar as crianças do bairro. Atualmente o projeto tem 17 crianças de 3 a 5 anos. “Nós não recebemos apoio e nem incentivo financeiro para realizar os espetáculos. Sem o apoio dos pais das crianças e do corpo docente da escola não estaríamos nos apresentado nesta noite”, disse a professora. Uma das coordenadoras do evento, a bailarina Ana Mendes,

“Sem o SESI seria muito difícil realizar a Modama. A parceria proporcionou melhor estrutura, com mais espaço para as apresentações dos grupos”, destacou. agradeceu o apoio do SESI.


Alunos do SESI no compasso do folclore “SESI Folcloreando na Copa” reuniu 1,3 mil alunos no ginásio de esportes do clube

O Clube do Trabalhador nos dias 23 e 24 de junho tornou-se o palco do “SESI Folcloreando na Copa”, festival folclórico promovido pelas unidades de ensino da Instituição, que reuniu 1,3 mil alunos no ginásio de esportes do clube. No primeiro dia de apresentação, o festival foi aberto pelos alunos da Unidade 3, que empolgaram a platéia com apresentação do boi bumbá. Com muito ritmo no compasso do dois pra cá, dois pra lá, os alunos da Unidade Émina Mustafa inspiraram-se nos bumbás de Parintins, com rituais e personagens, como sinhazinha da fazenda, cunhã-poranga, rainha do folclore e porta-estandarte, para mostrar a beleza do bailado e do figurino. A Unidade apresentou também a quadrilha Funk na Roça, dança que surgiu em 1995 no bairro de Educandos com objetivo de criar uma dança folclórica com mistura de ritmos. A Unidade 2 apresentou dois espetáculos: Dança das Três Regiões e Quadrilha da Copa que, com muita criatividade lembraram a presença do Brasil na Copa do Mundo. Na dança “As Três Regiões” os alunos do 2º período cantaram e dançaram unindo as três regiões em um só coração, vestidos de verde e amarelo ao som da música Pra Frente Brasil. O Quadrilhão da Copa foi apresentado pelos alunos do 3º período, com muito ritmo e cores, destacando o Brasil como o País do Futebol. Com muito ritmo e coreografia, alunos da 1ª a 4a série da Unidade de Ensino de São Jorge apresentaram pout-porrit de ritmos e danças, como samba, boi, frevo, forró e cangaço. A Unidade 1 fez apresentação marcante, com capricho no figurino com roupas elaboradas, identificando as características de cada dança, bem como a cultura e os traços das regiões. O samba é de origem africana com manifestação cultural mais forte no Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro São Paulo e Minas Gerais. O frevo é uma dança genuinamente pernambucana. O boi de origem nordestina disseminou-se pela Amazônia, especialmente no Amazonas. O cangaço é uma manifestação caracterizada pelo banditismo do sertão nordestino no século 19. O forró originou-se da mistura de influências africanas, européias e indígenas. O ritmo nasceu no Nordeste. Já a Unidade 8, além da apresentação das danças Carimbó, Bravos Brasileirinhos e Quadrilha Rumo ao Hexa, apresentou com criatividade e figurino de qualidade, o espetáculo do boi bumbá, com muito bailado e dentro das características dos bumbás de Parintins, com todos os rituais desenvolvidos com muita coreografia. Houve ainda participação especial dos alunos do Programa SESI Educação do Trabalhador com a apresentação de quadrilha. No segundo dia, o festival empolgou o público com novas coreografias e figurinos impecáveis. O encerramento do festival foi emocionante com apresentação dos grupos folclóricos das Unidades Émina Mustafa, Dioclecio Miranda Corrêa e Adalberto Valle, que realizaram trabalho de muita pesquisa. Mais de oito mil pessoas prestigiaram a grandeza a beleza e a força da cultura de várias regiões. Foram apresentadas as seguintes danças: Cacetinho, Country, Frevo, Dança de Rua, Mistura de Ritmos e Dança Cigana (Unidade 3), Quadrilha, Frevo, Dança Country (Unidade 1), e Brasil Uma Grande Maloca pelos alunos da Unidade 2, exaltação ao Brasil das águas, do carnaval, da miscigenação, da floresta e do futebol. O espetáculo foi dividido em vários atos: conscientização para os cuidados com a grande maloca: um ritual indígena que une todos os elementos do planeta, água, terra, ar e fogo e o renascer

da vida, com a Dança do Fogo. O encerramento deu-se com homenagem a seleção brasileira de futebol. A superintendente do SESI, Dorinha Mourão, disse que as unidades de ensino da instituição realizaram um espetáculo com muita criatividade e beleza, mostrando a diversidade da cultura brasileira. Ela destacou a importância da parceria com os pais de alunos no planejamento do festival que possibilitou a realização de um grande evento. Alunos da Unidade 3 empolgaram a platéia com apresentação do boi-bumbá

O verde, amarelo, azul e branco predominaram no figurino do festival

O Quadrilhão da Copa destacou o futebol brasileiro

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SENAI inaugura oficinas de

Solda e Manufatura O SENAI Amazonas acaba de consolidar dois novos projetos afinados com o mercado exigente por mão-de-obra qualificada. Trata-se da Oficina de Soldas do Centro de Formação Profissional Waldemiro Lustoza (CFP-WL), que representa investimentos de 430 mil reais oriundos de repasses do governo japonês, Lincolln Eletric do Brasil e do Departamento Nacional do SENAI. O Laboratório de Sistema Integrado da Manufatura, no Centro de Educação e Tecnologia Antônio Simões (CETAS), que vai concentrar atividades de ensino e treinamento da área de mecatrônica e sistema flexível de automação da manufatura, é outra inovação do SENAI.

Parcerias no Laboratório de Soldas A Oficina de Soldas do Centro de Formação Profissional Waldemiro Lustoza (CFP-WL), unidade operacional do SENAI Amazonas, foi inaugurada em 24 de maio. No projeto foram investidos mais de 430 mil reais oriundos de repasses, mediante convênio, do governo japonês, da Lincolln Eletric do Brasil e o Departamento Nacional do SENAI. O evento foi prestigiado pelodo 2º vice-presidente da FIEAM, Athaydes Mariano Félix, diretor regional do SENAI Amazonas, Adercy Maruoka, cônsul do Japão, Susumu Segawa, diretor executivo da Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas, Roberto Maruoka, representante da Lincolln Eletric do Brasil, Randerson Oliveira, e representantes do Sindicato da Indústria da Construção Naval, entre outros. Atualmente, o CFP-WL oferece cursos nas áreas de MetalMecânica, Mecânica Veicular e Soldagem. Com o novo ambiente de capacitação a escola irá atender mais de 800 pessoas por ano nos cursos de Tecnologia da Soldagem, da Soldagem MIG/MAG, Aperfeiçoamento de Soldador para Eletrodo Revestido, de Soldador para MIG, de Soldador para MAG, Preparatório para Certificação das Normas Internacionais ASME, AWS e API. Segundo a gerente do CFP-WL, Ivana Ayrton, em Manaus existem aproximadamente 5.800 soldadores que atuam na área industrial de soldagem, mas o número de profissionais certificado é pequeno para a demanda do Pólo Industrial de Manaus. “Para suprir a deficiência, a oficina deverá treinar 86 pessoas em cada turno - matutino, intermediário, vespertino e noturno-, de segunda a segunda”, ressaltou. A oficina é composta por equipamentos modernos, voltados à produção precisa, além de atender aos cuidados com os soldadores e ao meio ambiente. Por exemplo, os seis exaustores de fumo de soldagem (tecnologia sueca) absorvem o ar carregado de metal no momento da atividade do soldador e purifica o ambiente. Outra ferramenta que visa a proteção do trabalhador é a cortina vermelha que serve para filtrar os raios infravermelho e ultravioleta. O local agrega 22 pontos de trabalho, sendo oito de soldagem MIG/MAG, oito de TIG, seis Oxigás e dezesseis reutilizam equipamentos para o aprendizado de soldagem de eletrodo revestido. Os cursos iniciados estão fechados com as empresas do Distrito Industrial, pois são destinados, principalmente, à mão-de-obra que atua no setor ou profissionais liberais que trabalham na área de soldagem. O SENAI também irá oferecer serviços de consultoria, técnico e tecnológico compatível às exigências do setor industrial das empresas do PIM, visando viabilizar soluções e desenvolvimento da indústria no Amazonas.

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Cônsul do Japão, Susumu Segawa, diretor regional do SENAI AM, Adercy Maruoka e o 2º vice-presidente da FIEAM, Athaydes Mariano Félix, na inauguração do Laboratório

Equipamentos são modernos e voltados à produção precisa, além de atender aos cuidados com os soldadores e ao meio ambiente


Sistema Integrado da Manufatura O SENAI Amazonas inaugurou dia 30 de maio o Laboratório de Sistema Integrado da Manufatura no Centro de Educação e Tecnologia Antônio Simões (CETAS), que vai concentrar atividades de ensino e treinamento da área de mecatrônica e sistema flexível de automação da manufatura. A cerimônia de inauguração contou com a presença do 2º Vicepresidente da FIEAM, Athaydes Félix, gerentes e professores das Unidades Operacionais do SENAI Amazonas, representantes do Sindicato das Indústrias de Materiais Plásticos de Manaus (Sindplast) e do Sebrae-AM. O ambiente comporta oito computadores e equipamento de tecnologia de ponta que reproduz todas as etapas produzidas em uma empresa automatizada. O equipamento, da marca Amatrol, que custa 260 mil reais, apresenta máquina de usinagem e um robô que realiza tarefas e operações diversas sem a utilização direta da mão humana no processo, sendo comandada exclusivamente por computador. Serão oferecidos mais de seis cursos no Laboratório, entre eles Robótica, Planejamento de Controle da Produção, CAD/CAM, CNC, e MRP. O SENAI Amazonas enviou os docentes Marcelo Aguiar e Lean Santos à Jerfersonville, Estado de Indiana (EUA), onde realizaram o curso de capacitação na sede da Amatrol, empresa fabricante de alta tecnologia nas áreas de Robótica, Sistemas de Automação Flexível (FMS), Tecnologia Industrial e Controles. O equipamento foi comprado da Nova Didacta, empresa que custeou todas as despesas da viagem dos professores Marcelo e Lean. A Nova Didacta é responsável pelo suporte técnico e manutenção da máquina de usinagem e do robô Pegasus. Segundo o gerente do CETAS, Rodson Barros, até o final do ano o SENAI vai qualificar no novo laboratório 75 pessoas em Sistema Integrado da Manufatura e áreas afins. “O Laboratório será utilizado inicialmente pelos alunos do curso Técnico de Automação, mas pretendemos ainda estender o atendimento aos cursos de qualificação e aperfeiçoamento, pois há muita demanda de profissionais no Pólo Industrial de Manaus”, disse Barros.

Laboratório concentra atividades de ensino da área de mecatrônica e sistema flexível de automação da manufatura

Para o diretor-executivo Sinplast, Paulo Abreu, a iniciativa do SENAI Amazonas é muito importante para as indústrias do PIM, que até hoje necessitam mandar ou trazer funcionários para desenvolver atividades que requeiram maior conhecimento das novas tendências tecnológicas industriais. “O SENAI, com a inauguração do Laboratório de Sistema Integrado da Manufatura, deu grande passo para o avanço tecnológico de nossa região, pois agora podemos contar com uma instituição de ensino profissionalizante que forma mão-de-obra, apresentando técnica e prática no mesmo ambiente”, ressaltou. O CETAS oferece cursos nas áreas de Eletroeletrônica, Informática, Automação e Gestão da Produção que custam em média entre R$ 110,00 à R$ 3.840,00, com carga horária que variam de 50 horas (um mês) a 1.800 horas (dois anos). Desde 2005, o SENAI Amazonas vem investindo na sua equipe de professores e infra-estrutura do CETAS. As mais recentes inaugurações da escola foram a ampliação do Laboratório de Eletropneumática e a implantação dos Laboratórios de Mecatrônica e de Surface Mounting Technology (SMT). Assim, o SENAI vem firmando junto à sociedade sua missão de contribuir para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento pleno e sustentável do país, promovendo a educação para o trabalho e a cidadania, a assistência técnica e tecnológica, a produção e disseminação de informação e a adequação, geração e difusão de tecnologia.

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Empresários de madeira e móveis terão Distrito Industrial Com apoio de 15 instituições, entre elas o Sebrae, o governador do Amazonas, Eduardo Braga, lançou em Manaus no dia 20 de junho a pedra fundamental do Distrito Industrial de Micro e Pequenas Empresas de Madeira e Móveis (Dimpe). A iniciativa do Governo do Estado representa um novo modelo de desenvolvimento para as micro e pequenas empresas amazonenses, pois irá proporcionar as condições básicas para que aproveitem as vantagens competitivas locais. O diferencial do pólo de madeira e móveis é representado na variedade, qualidade e quantidade de matéria-prima oferecida pela Floresta Amazônica. "Com apoio dado ao Dimpe, o Sebrae Amazonas cumpre missão de alavancar o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade, pois toda a madeira a ser utilizada será proveniente de áreas de manejo florestal", revela o diretor administrativo e financeiro da instituição, Nelson Rocha. Para isso, o Sebrae e a Agência de Florestas do Amazonas, instituição do Governo do Estado, irão implantar o Plano de Manejo Florestal Simplificado de Pequena Escala, destinado a aproveitar com sustentabilidade o potencial madeireiro de áreas de até 500 hectares. Com previsão de funcionar no fim deste ano, o novo Distrito Industrial irá concentrar em área de 105 mil metros quadrados 24 lotes urbanizados e 24 galpões industriais de 450 metros quadrados. Na área comum do empreendimento, haverá central de secagem de madeira, unidade de tratamento de efluentes líquidos e resíduos sólidos. Também será construído um Centro Tecnológico Integrado de Madeira e Móveis, com quatro salas de aula, um laboratório, núcleo de informática, almoxarifado e uma escola de marcenaria, que terá capacidade para atender 500 alunos. Segundo o governador Eduardo Braga, o investimento de R$ 10 milhões vai dinamizar setor vital para economia amazonense, ampliando a competitividade das empresas locais e aumentando a

oferta de emprego e renda. Braga ressalta que o Distrito abre aos empreendedores perspectivas de capacitação de mão-de-obra, oferta e qualidade de matéria-prima e inovação em design. "Vamos provocar um impacto positivo em toda a economia amazonense, ao comprarmos matéria-prima no interior e substituir as compras de móveis de outros Estados", disse o governador. O gerente da Unidade de Atendimento Coletivo Indústria e Serviços, Carlos Henderson Cardoso, revela que o Sebrae participou desde o início do projeto do Dimpe com apoio financeiro, técnico e gerencial. O Distrito Industrial foi iniciativa do Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), com participação da Associação da Indústria de Móveis do Estado do Amazonas (Aimazon), presidida por Valdemarino Alecrim. Nelson Rocha: início do Distrito no fim de 2006

Fecomércio e Sebrae lançam Credempresas Resultado da parceria entre a Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio) e o Sebrae Amazonas, foi assinado no dia 20 de junho o termo de compromisso de criação da Cooperativa de Crédito de Empresários de Manaus (Credempresas). O presidente da Fecomércio, empresário José Roberto Tadros, que também é o presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae Amazonas, foi um dos principais articuladores e incentivadores do projeto de criação da cooperativa. A participação do Sebrae se deu por intermédio do projeto Cooperativismo de Crédito, vinculado à Unidade de Acesso a Serviços Financeiros. O capital inicial da nova cooperativa, a ser filiada à Siscoob Central Norte, é de R$ 300 mil, com cotas de R$ 3 mil, a ser integralizado por grupo de 30 sócios-fundadores. A instituição já nasce com parte do capital integralizado, sendo R$ 10 mil do consultor e empresário Júnior Paes e R$ 9 mil da Federação do Comércio de Rondônia. A Credempresas funcionará na sede da Fecomércio, em espaço que está sendo adaptado para a nova instituição e que deverá estar pronto até dezembro. Em setembro, o projeto da cooperativa deverá ser protocolado no Banco Central, o que permitirá o funcionamento a partir de março de 2007. A gestora do projeto Cooperativismo de Crédito, contadora Sâmia Cardoso, salienta que a cooperativa de crédito é uma instituição financeira fiscalizada pelo Banco Central do Brasil, fundada por um

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grupo de pessoas com interesses comuns, visando a melhoria das transações comerciais."As vantagens da cooperativa são o fácil acesso ao crédito, redução da burocracia e a praticidade de se ter à disposição diversos serviços, nos moldes dos serviços bancários, a um preço bem mais competitivo", avalia. Os empresários poderão ter mais informações sobre a Credempresas por meio dos telefones 2121-4926 ou 4923, ou pelo e-mail samia@am.sebrae.com.br . José Roberto Tadros: um dos articuladores do projeto de criação da cooperativa


PQA 2006 visita as empresas Trinta e nove especialistas em Qualidade iniciaram o processo de avaliação pré-classificatória das empresas concorrentes ao Prêmio Qualidade Amazonas 2006 nas modalidades Processo e Gestão. Em sua 15º edição, o PQA é promovido pela FIEAM, por intermédio do Departamento de Assistência a Média e Pequena Indústria (DAMPI-AM), com a missão de incentivar as organizações a empreenderem esforços pela qualidade, produtividade e competitividade. Segundo a gerente executiva do Programa Qualidade Amazonas, Salete Braga da Costa Amoedo, a próxima etapa do Prêmio inicia em 19 de julho com a visita às empresas classificadas, processo que deve se estender até 31 de julho, para que nos dias 13 e 14 de setembro os concorrentes possam apresentar suas idéias durante a VII Mostra de Gestão e Melhorias para Qualidade. Comemorando aumento de 15% no número de empresas participantes em relação a 2005, Salete diz que este ano o Prêmio teve maior adesão de empresas do Pólo Industrial de Manaus (PIM), com a participação de empresas novas, com a LG, Philips, Springer, Thomson e Showa.

Banca Examinadora do PQA

Abraham David de Carvalho Bensadon

Jorge Miguel Werkauser

Adilson Nascimento Barroso

José Antônio de Oliveira Antunes

Afonso Fonseca Fernandes

Manoel Carlos de Oliveira Júnior

Antônio Acatauassú Bittencourt

Maria José Reis Silva

Antônio Henrique Queiroz Conceição

Nivaldo Garcez

Clairton Fontoura

Orlem Pinheiro de Lima

Eduardo Henrique de Oliveira Pereira

Patrícia Sério Dias

Elias Moraes de Araújo

Paulo César Diniz Araújo

Eraldo Boechat Leal

Raimundo Ribeiro Passos

Fábio Rodrigues

Regina Kanawati

Flávio Augusto Carvalho Montenegro

Renata Maria Pujós Tavares Riquena

François André Martinot Franklin Encarnação da Silva

Risoney da Silva Nascimento Sérgio Marçal Alencar da Silva

Gilbert Queiroz dos Santos;

Telma Regina de Menezes Leão Sena

Gilvandro Farias de Miranda Filho

Valdemir de Carvalho Barros

Gláucia Vanessa Ferreira de Souza

Vanessa de Queiroz Rocha

Guilherme Shumacher

Vicente de Paula do Vale Ferreira

Iremar Bezerra da Luz

Wênista Tarciana Tavares de Araújo Fernandes

Jersey T. Pessoa Jorge Alberto Pizarro de Menezes

Examinadores recebem orientação de como proceder durante as visitas nas empresas

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PBQP-H certifica seis empresas no nível C O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), por meio do Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras e do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiQ/SiAC), recomendou no período de 23 de março a 1º de abril a certificação no nível C das construtoras J. Nasser Engenharia Ltda., Matrix Construções, Esquadros Ltda., Elo Engenharia, Cicol Engenharia e Sólida Ltda. A FIEAM, por meio do SENAI, prestou consultoria às construtoras. A instituição possui equipe de auditores e consultores capacitados que auxiliam no processo de adaptação as normas de qualidade. A certificação é realizada por organismos certificadores credenciados e a construtora tem liberdade de escolher o organismo com que mais se identifica. “Essas empresas estão de parabéns, porque vão estar aptas a participar das licitações de obras públicas, além de ter o controle transparente dos processos, adquirindo maturidade dentro de um Sistema de Gestão”, disse a representante estadual do PBQP-H, Sílvia Barros. Manaus tem cerca de 300 empresas do setor da Construção Civil. Dessas, 30 já estão certificadas no PBQP-H e 56 estão em fase de implantação do serviço de qualidade. O Governo Estadual e Municipal adotaram o decreto de adesão ao PBQP-H nas obras públicas. A partir de 2 de maio só vão poder participar nas licitações as empresas que possuem a certificação no nível C. Para o engenheiro civil Ariovaldo Francischini de Souza, da Construtora Sólida LTDA., a certificação vem agregar aos colaboradores da empresa novos procedimentos para execução de obras, gerando a satisfação do cliente que é o consumidor final. “Os consultores do SENAI foram atenciosos, acompanhando e orientando nos processos”, disse o engenheiro da Sólida. O PBQB-H é uma iniciativa do Governo Federal para apoiar a promoção do setor da construção civil, com vistas a melhoria da qualidade do habitat e modernização produtiva. O programa coloca-se como via de desenvolvimento para toda cadeia produtiva do setor. Assim, um dos benefícios para as empresas que participam do programa é a oportunidade de aumentar a competitividade, por meio da redução de desperdícios, melhor formação dos profissionais, acesso a projetos, materiais e componentes de melhor qualidade e adequação as normas técnicas. Além de garantir um produto final com boa qualidade, o que vincula diretamente à imagem da empresa. “O mercado está bastante voraz e cada vez mais a empresa tem necessidade de se aperfeiçoar, buscar novas tecnologias, porque com a certificação você não só garante a qualidade para o cliente, mas também para a empresa”, disse o engenheiro civil da empresa Esquadros Engenharia, Bruno Araújo Leite. A Elo Engenharia, uma das empresas recomendadas para certificação, está no mercado da Construção Civil há 30 anos e buscou a adoção do programa com objetivo de ampliar os serviços e ter o controle dos processos. “Com a adoção do PBQP-H, quem ganha é o Estado, a Prefeitura e a sociedade porque as empresas constroem obras com qualidade”, disse o engenheiro civil da Elo Engenharia, Carlos Coelho Salesiano. Já o gerente de engenharia da Matrix Construções, Claudiomiro de Souza Façanha, revelou-se entusiasmado com os benefícios que o programa proporciona. “Ainda nem recebemos a certificação e o retorno tem sido grande. Passamos a ter

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melhor organização na obra e no escritório”, disse o gerente de Engenharia da Matrix Construções. “O mercado está cada vez mais exigente de qualidade nos serviços. Os operários da construção vão se qualificar e se adaptar ao Programa melhorando os serviços oferecidos”, disse o engenheiro civil Pedro André Souza da Silveira, da Cicol Engenharia. O PBQP-H é um programa de adesão voluntária que respeita as características dos setores industriais envolvidos e as desigualdades regionais. “Com a adoção do programa, conquistamos a organização no canteiro de obras e a interação dos funcionários melhorou significativamente”, disse o engenheiro Luiz Henrique Delattre, da Nasser Engenharia. No final do processo de avaliação, as empresas recebem a certificação do selo de Qualidade Total. Para as empresas interessadas em implantar o Programa, o valor da consultoria depende da instituição escolhida, do porte da empresa a ser trabalhada, do valor do subsídio do Sebrae, quando for o caso, do prazo de implantação e do nível que se deseja implantar: D, C, B ou A. No mercado, o investimento varia em torno de R$ 6.000,00 a R$ 36.000,00, dependendo dos níveis de certificação, os prazos para implantação são de 4 a 18 meses, conforme as informações no site do Sinduscon-AM, (www.sinduscon-am.com.br).

Representante estadual do PBQP-H, Sílvia Barros

Para o engenheiro civil Ariovaldo de Souza, a certificação vem agregar novos procedimentos na execução de obras

Trabalhadores da Matrix Engenharia em atividades


IEL promove palestra sobre Desenvolvimento e Inovação Com objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e o crescimento da indústria do Amazonas, por meio de sua atuação em estágio, capacitação, projetos e interação das instituições de ensino com as empresas, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) promoveu a palestra Desenvolvimento e Inovação Estratégica no dia 23 de junho. O tema foi Hélio Severo falou sobre ministrado pelo motivador Desenvolvimento e Inovação Estratégica e pedagogo, com experiência em Design, Treinamento, Propaganda e Marketing, Hélio Severo. Parte do Programa de Qualidade da instituição, o evento visa contribuir com a sociedade na busca de melhores caminhos dentro das áreas que atuam. Segundo Hélio, o assunto abordado serve para estimular mudanças comportamentais no trabalhador do dia-a-dia. “A proposta da palestra é despertar no

participante a iniciativa de inovar suas atividades”, e enfatiza que o povo brasileiro detém grande potencial criativo, mas falta aplicar técnica no recurso humano.

Conselheiros Master já atende 8 municípios Do projeto piloto iniciado em 1998 no Instituto Euvaldo Lodi (IELAM) o Programa Conselheiros Master atende hoje além de Manaus oito municípios do Estado Itacoatiara, Beruri, Manaquiri, Maués, Iranduba, Cacau Pirera, Presidente Figueiredo e Manacapuru e vem se constituindo em um programa vitorioso na formação do microempreendedor usando a metodologia de sessões de aconselhamento individual e em grupo. Criado com objetivo de promover ações com foco em desenvolvimento de competências empreendedoras, que venham contribuir para o desenvolvimento do micro e pequeno empreendedor, capacitando-o a iniciar ou manter seu negócio, o projeto, segundo o superintendente do IEL, Wilson Colares, encontrou dificuldades em seu início, principalmente pela pouca capacidade de agregar e despertar o interesse do pequeno empresário, tanto que os resultados positivos só passaram a acontecer após a aliança do IEL com a Federação das Associações das Pequenas e Micro Empresas do Amazonas, que por sua própria natureza jurídica e operacional cooperou enormemente para a difusão do modelo. Colares admitiu que a partir de 2001, por meio de junção de esforços com o SEBRE-AM e parceria com universidades locais, o projeto alcançou o sucesso. Hoje o programa é um grande ícone do empreendedorismo local. Até 2005 realizou 22.974 atendimentos.

Ativa é modelo em segurança, meio ambiente e saúde no trabalho Há quatro anos no Pólo Industrial de Manaus, a Ativa Indústria, Comércio e Importação é um exemplo de empresa preocupada com a melhoria da qualidade de vida dos seus colaboradores e com as questões de Saúde e Segurança do Trabalho de seus colaboradores. No empreendimento, segundo o diretor operacional, Rafael Firmo, a preocupação com a proteção dos trabalhadores é evidente com prática de medidas de proteção coletiva e individual. Ressalta o executivo que os trabalhadores demonstram bom nível de conscientização sobre a importância da utilização de capacetes, máscaras, botas, óculos e protetores auriculares para evitar danos à saúde. A empresa está há 180 dias sem registro de acidentes. Para conseguir esses resultados são realizadas semanalmente palestras e reuniões com os membros da CIPA. Na área de pintura de máquinas copiadora, o trabalhador, além de utilizar máscaras de proteção facial completa, a área dispõe de exaustores para evitar o forte odor das tintas e uma cortina de água que retém as partículas de tinta, para evitar danos à saúde do trabalhador. Depois das oficinas de Boas Práticas de Gestão em Saúde e Segurança no Trabalho (SST), realizadas pelo SESI em parceria com o Sebrae, os ganhos conseguidos pela Ativa já são visíveis. O colaborador está mais satisfeito e se sente mais valorizado, melhorando a qualidade de vida e a competitividade. A empresa possui Brigada de Emergência, CIPA, certificação da ISO 9001 e desenvolve programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programas de Controle Médico em Saúde Ocupacional (PCMSO), além de ter iniciado a implementação de Boas Práticas

em SST. A empresa atua de forma transparente e sustentável com envolvimento de todos os colaboradores. A responsabilidade social empresarial está bem definida na Ativa, que investe na formação dos colaboradores. A empresa paga 50% das despesas de cada trabalhador com o ensino. Este ano beneficia 16 trabalhadores: dez cursam nível superior, quatro o ensino fundamental e dois o ensino médio. Tem como atividade principal a remanufatura de máquinas copiadoras e emprega cem colaboradores. Outra preocupação da empresa é com as questões ambientais: todo efluente químico passa por estação de tratamento com os elementos líquidos, depois de corretamente tratados, despejados na rede de esgoto público, enquanto que o resíduo sólido é armazenado em tambores, depois de avaliação do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e recolhido por empresa habilitada para ser incinerado. Segundo Rafael Firmo, 400 litros de resíduos, o equivalente à produção de três meses, são recolhidos e incinerados. A produção da Ativa é destinada a São Paulo e Recife no total de 200 maquinas copiadoras por mês. As máquinas remanufaturadas pela Ativa são adquiridas nos mercados internacionais, principalmente nos Estados Unidos da América e são entregues em perfeitas condições de uso. As copiadoras, quando chegam a Manaus, passam por diagnóstico completo para identificar os problemas com 30% das peças sendo substituídas. “É realizado um trabalho por profissionais habilitados que realizam com competência trabalho de recuperação que exige conhecimento para identificação dos problemas nas copiadoras”, disse Rafael Firmo.

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entrevista ENTREVISTA

Precisamos buscar alternativas de desenvolvimento regional

WILSON PÉRICO Ele é um dos líderes empresariais mais jovens do segmento industrial de Manaus. Wilson Périco, 42 anos, tecnólogo eletrônico e graduado em economia pela Universidade Mackenzie, destaca-se pelo conhecimento e desenvoltura com que defende os interesses do Parque Industrial de Manaus (PIM). Diretor industrial da Thomson Multimidia Ltda, atualmente exerce o segundo mandato à frente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), que reúne 49 empresas associadas, setor responsável por 60% dos empregos e 43% do faturamento do parque industrial. Paulistano de nascimento, mas criado em São Sebastião da Grama, Wilson Périco está em Manaus desde 1993, local que confessa ter aprendido a respeitar e amar, onde cria seus quatro filhos, ao lado da mulher Célia Villas Bôas. Em entrevista concedida à Revista FIEAM Notícias, revela as razões da competitividade, os principais desafios para consolidação do PIM e fala sobre a Responsabilidade SócioAmbiental Empresarial. Por Idelzuita Araújo

Pólo Industrial de Manaus tem batido recordes e as empresas têm ampliado a suas operações industriais. Quais os principais fatores para esse resultado? Périco - A preocupação das empresas em competir internacionalmente nos fez buscar formas de aprimorar nossa atividade, investindo não só na inovação tecnológica dos processos fabris, mas na capacitação de nossa mão-de-obra. Assim conseguimos ter preços e qualidade competitivos. Somando-se a isso, temos as linhas de crédito e financiamentos oferecidos ao mercado e aos trabalhadores que impulsionaram a economia nacional. Mais dinheiro, maior o consumo, maior necessidade de produtos, mais empregos, mais dinheiro, é um ciclo virtuoso. Algumas indústrias locais de grandes corporações mundiais têm maior nível competitivo em relação a outras unidades. Além da situação do câmbio favorável a que o Sr. atribui esse comportamento? Périco - O maior diferencial entre as indústrias locais e suas coirmãs em outros países é a qualidade da mão-de-obra local. Realmente os índices fabris (qualidade e produtividade) atingidos pelas indústrias de Manaus nos colocam numa condição muito

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favorável nesta competição globalizada. O nível de qualificação do trabalhador tem aumentado? O que falta para ampliarmos de forma mais competitiva a formação desse pessoal? Périco - Precisamos oferecer condições de um crescimento técnico focado nas atividades e necessidades das indústrias. Para o nível básico já estamos obtendo resultados fantásticos, porém, precisamos aprimorar a qualificação no nível técnico e universitário, com cursos focados na evolução tecnológica que está transformando o mundo e as necessidades das empresas de acompanhar esta transformação. Temos de trabalhar conjuntamente com as instituições de ensino para levantarmos estas necessidades / carências e elaborarmos uma reformulação curricular para possibilitar ao indivíduo obtenção do conhecimento técnico necessário para executar as atividades que estão cada vez mais complexas e dinâmicas. A microeletrônica, a robotização, até mesmo a biodiversidade, são áreas que precisamos focar com muita responsabilidade e atenção para a formação das novas gerações, para que elas tenham condições de buscar uma posição no mercado de trabalho.


entrevista ENTREVISTA

A prorrogação da Zona Franca de Manaus contribuiu para a ampliação dos investimentos locais. Quais pontos o Sr. destaca? Périco - Sem dúvidas, a prorrogação permite que os investimentos tenham um tempo para serem amortizados, porém, não podemos nos permitir a chegar em 2017 e as incertezas nos apavorarem novamente. Precisamos buscar formas de contribuir cada vez mais no resultado do país, não só com relação à balança comercial, mas a balança social, para que o Governo Federal tenha necessidade de manter a atividade no nosso estado. Para tal, precisamos buscar alternativas de desenvolvimento regional que não dependa pura e exclusivamente do PIM. Com isso, conseguiremos maior geração e distribuição de renda e tributos, obtendo a tão falada sustentabilidade em nossa região. Quais as perspectivas para as empresas do segmento de componentes? Périco - Temos de entender bem a questão de componentes. Uma coisa são as empresas de partes plásticas, metálicas, fios e cabos, que já temos em Manaus e sofrem com a competição com os importados e brigam para se manter competitivas no mercado estas são realidade e existe a possibilidade de outras empresas desses segmentos se instalarem no PIM. Quando falamos em indústria de semi-condutores a situação é totalmente diferente: não temos escala para atrair um investimento nesta área, além disso, os insumos necessários para esta atividade, como energia elétrica de qualidade, por exemplo, e a qualificação de profissionais, são outros pontos que tornam difícil a atração destes investimentos, não só em Manaus, mas em todo o território nacional. Os impactos do chamado 'custo Brasil' e 'custo Amazonas' afetam a competitividade das empresas? Quais os maiores entraves? Périco - A carga tributária no Brasil é a mais pesada do mundo. Somando-se a isso, temos a nossa fraca infra-estrutura aeroportuária e a alta burocracia. Tudo isso compõe uma equação que prejudica o crescimento da atividade industrial no país. Nossa legislação em comércio exterior está totalmente ultrapassada, advém dos anos 40 e precisa ser revista. Para nós, além dos pontos citados, temos a oferta de serviços de transporte de carga que está muito aquém de nossas necessidades, com baixa freqüência de vôos e navios chegando e saindo de Manaus. Quanto menor a oferta maior o custo que se paga pelo serviço e isso só dificulta, ainda mais, a atividade das indústrias do PIM. Precisamos de um empenho conjunto, empresas e governo, para melhorarmos esta situação. A greve dos auditores fiscais está completando dois meses. Quais os dados mais recentes dos prejuízos gerados pelo movimento.

diretamente quem não tem nada a haver com a situação, tirando das indústrias o direito de produzir e obter lucros, gerar empregos e manter sua atividade. Falamos em um prejuízo que supera U$ 1 bilhão e aproximadamente quatro mil empregos. As constantes paralisações na zona aduaneira podem chegar a contribuir para a retração ou deslocamentos de investimentos que viriam para Manaus? Périco - A nossa situação é um pouco mais grave que de outros estados, pois somos fiscalizados tanto na importação quanto na saída dos produtos, seja para exportação ou seja para o mercado local; mas esta situação afeta a imagem do pais como um todo. Quais as perspectivas da indústria eletroeletrônica com a entrada da televisão digital no País? Périco - É a de alavancarmos ainda mais a atividade pois o apelo tecnológico é muito grande e vai trazer muitas possibilidades de crescimento para este segmento. Falamos, hoje, em 85 milhões de aparelhos de TV já instalados que serão substituidos em aproximadamente 5 anos, é realmente um grande volume. O Sinaees é um dos sindicatos que dão apoio às ações da responsabilidade sócio-ambiental nas empresas. Qual a importância dessa mudança na cultura empresarial local? Périco - É total. Quando pensamos no futuro dos investimentos não podemos esquecer que as pessoas precisam estar vivas e com saúde neste futuro e isso só acontecerá se tivermos consciência de nossa responsabilidade em manter o que a natureza nos dá de graça, dar em troca à sociedade, onde estes investimentos foram realizados, condições de evoluir culturalmente e socialmente, de forma digna, com empregos saudáveis, algo de que o individuo tenha orgulho de realizar. O Sr. preside a Coordenadoria de Responsabilidade Social da FIEAM/CIEAM. Quais as principais ações que estão sendo tocadas pela Coordenadoria? Já é possível mensurar o impacto dessas ações na sociedade? Périco - Temos feito um movimento muito grande com ações voluntárias em algumas comunidades. Temos trabalhado bastante com as empresas para que publiquem seus balanços sociais, todos os investimentos feitos no q u e c h a m a m o s Responsabilidade SócioAmbiental Empresarial, pois temos que dar visibilidade a tudo o que já é feito, e há muito tempo, pelas empresas como auxílio educação, saúde, lazer e civismo, entre outras.

Périco - É uma situação que vivenciamos nos últimos cinco anos e este ano atingiu as empresas num momento de aquecimento do mercado interno, por conta da Copa do Mundo, trazendo prejuízos não só às empresas, mas, também, a sociedade, pois muitos empregos foram perdidos, ou seja, é um movimento que afeta

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opinião OPINIÃO

Encontro Nacional da Indústria Sugestões de mudanças nas áreas de educação básica, trabalhistas, segurança jurídica, gastos públicos e novos investimentos foram apresentadas por representantes da FIEAM, durante o Encontro Nacional da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nos dias 28 e 29 de junho, no Hotel Blue Tree, em Brasília, com representantes de sindicatos, associações e federações industriais de todo o Brasil. As propostas consideradas prioritárias para promover o crescimento sustentado da economia serão apresentadas aos candidatos à Presidência da República. O documento encaminhado pela FIEAM ao presidente em exercício da CNI, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, identifica as prioridades nacionais, segundo a visão da Federação. As propostas, que incluem questões de política macroeconômica, reformas institucionais, infra-estrutura, inovação, ambiente regulatório, educação e outros temas, se baseiam nos programas e metas traçados no Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015. O Mapa revela a visão da indústria brasileira sobre o futuro do país, traça agenda de longo prazo e define as bases necessárias para a indústria e o país retomarem o caminho do desenvolvimento sustentado. A redução de gastos públicos, educação básica e avanços nas reformas básicas institucionais e estruturais - previdenciária, tributaria e trabalhista e segurança jurídica - foram prioridades destacadas no documento apresentado pela FIEAM, que elencou como desafios, a serem ultrapassados, o ajuste fiscal precário, a alta tributação, ineficiência institucional (burocracia), a falta de segurança jurídica e a alta taxa de juros. Justificativas O mundo está em crescimento e atualmente existe um acúmulo de poupança disponível para investimentos nos países em desenvolvimento, emergentes. Esses investimentos produtivos são fundamentais para eliminar a pobreza e promover a prosperidade dos países. Nessa competição é necessário que a indústria brasileira ofereça condições melhores do que os concorrentes. Segundo o documento, o país possui fatores naturais favoráveis, ímpares no mundo, porém, é inadiável que se criem soluções para disponibilizar fatores artificiais que, atualmente dificultam e constrange o acesso a esses investimentos Gastos Públicos É preciso reduzir ou reestruturar. Pelo senso comum, no Brasil, as transferências de renda realizadas pelo governo programas sociais, gastos com saúde, educação, previdência etc., beneficiam principalmente os pobres. Em realidade, segundo um estudo do Ministério da Fazenda, cerca de 60% do valor dos gastos sociais ficam com os 20% mais ricos da população.

Raimar Aguiar *

PRIVILEGIAR INVESTIMENTOS EM Infra-Estrutura Pelo senso comum, a privatização do setor elétrico foi um dos principais culpados pelo apagão de 2001. Isso não é fato. Em realidade, apenas 20% da geração da eletricidade no Brasil estão sob a responsabilidade da iniciativa privada, e onde a privatização foi mais abrangente, na Região Sul e do Norte do Amazonas (no Norte), não houve relacionamento. Educação Pelo senso comum, o Brasil gasta pouco com educação. Em realidade, o Brasil gasta mal em educação. Há insuficiência de recursos nas áreas de ensino básico e médio, além da concentração de verbas no ensino superior. REFORMAS BÁSICAS Previdência Social Pelo senso comum, os aposentados brasileiros ganham mal porque o Brasil gasta pouco em Previdência. Em realidade, temos um dos maiores gastos previdenciários do mundo, em proporção ao PIB. Um dos motivos pelos quais o aposentado ganha mal é que a idade média da aposentadoria é muito baixa no Brasil. Tributária Pelo senso comum, o Brasil, há anos, pratica uma política de arrocho fiscal. Em realidade, é verdade, mas isso ocorre porque o gasto público tem se expandido a taxas muito superiores à do PIB, demandando carga tributária crescente. Trabalhista Pelo senso comum, a legislação trabalhista no Brasil é pior para os trabalhadores do que a existente nos países ricos. Em realidade, a legislação trabalhista brasileira protege muito mais o trabalhador do que o da maioria dos países ricos. Como essa proteção é maior do que permite a realidade do mercado, mais da metade dos trabalhadores brasileiros são informais. Segurança Jurídica A linguagem jurídica na Legislação Brasileira não se harmoniza com a linguagem econômica e os mercados. A Justiça busca a equanimidade e a Economia busca a eficiência. Justiça sem eficiência é nula e muito demorada. As empresas estão optando pelos “tribunais de arbitragens”, fugindo dos fóruns convencionais. A Justiça ouve muito e julga pouco, fazendo com que as causas demorem anos. Os institutos consagrados da Justiça são de séculos passados. Nesse interregno, o mundo mudou muito. Os nossos concorrentes têm outra lógica, outra ética e outra Justiça. Isso mina segurança jurídica e assusta os investidores. Assim perderemos a guerra econômica. * Vice-presidente da FIEAM

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Boas Práticas de Gestão em SST Saúde e Segurança no Trabalho

24 a 28 de julho de 2006 das 18h às 22h LOCAL:

CIET - CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO DO TRABALHADOR Av. Rodrigo Otávio, 510 - Distrito Industrial

OBJETIVO Viabilizar maior competitividades às micro e pequenas empresas no Brasil, buscando a melhoria de suas práticas e performances relacionadas à SST, disseminando boas práticas de Gestão em Saúde e Segurança no Trabalho.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO + Diagnóstico. + Mapeamento das Atividades. + Identificação e avaliação de perigos e riscos. + Levantamento de requisitos legais. + Definição de mecanismos de controle + + +

PÚBLICO-ALVO MICRO e PEQUENAS EMPRESAS DE TODOS OS SETORES. Participantes: empresários, gerente de RH, administradores, clientes SESI e SEBRAE, e demais interessados atuantes na área de gestão e operacional.

+ +

operacional, medição e monitoramento. Estabelecimento de objetivos e metas. Definição do Plano de Ação. Controle de acidentes e incidentes e adoção de medidas preventivas, corretivas ou mitigadoras. Apresentação do Modelo SESI. Revisão

CARGA HORÁRIA: 20h de aulas teóricas e uma aula prática na empresa.

INVESTIMENTO R$ 210,00 para dois participantes por empresa. (Observação: O valor do investimento é de R$ 420,00 sendo 50% subsidiado pelo SESI e SEBRAE).

FORMA DE PAGAMENTO: boleto bancário e

INSTRUTORES: Engºs de ST Edson Cavalcanti e Francisco Miranda.

INCLUSO: Certificado, materiais didáticos, apostilas com os temas das oficinas e coffee break.

depósito em conta. OBS.: SESI e SEBRAE se reservam ao direito de alterar esta programação, se necessário.

SESI e SEBRAE: SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Site: http://www.sesi.org.br/sst Inscrições: http://www.fieam.org.br/sesi/sesisebrae

SESI

SEBRAE

Fone: 3216-3026 / 3627-3017 / 3627-3057 Fax: 3216-3027 / 3233-1379 E-mail: stm.sesiam@interlins.com.br marketing@fieam.org.br

Fone: 2121-7315 / Fax: 2121- 4932 E-mail: adeliana@am.sebrae.com.br celio@am.sebrae.com.br


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