Revista Indústria Capixaba n° 294

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Mar/Abr – 2011 • Distribuição gratuita • nº 294 • IMPRESSO

Mulheres na indústria Elas conquistaram seu espaço

E mais: polos industriais, Iriny Lopes, segurança, agroindústria, eleições Findes_294_Capa 1.indd 2

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Nesta edição

INDÚSTRIA

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A participação feminina na indústria, um setor tradicionalmente masculino, ainda é minoritária. Porém, quem trabalha no ramo percebe facilmente que a indústria está se tornando cada vez mais “coisa de mulher”. Esta edição, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, traz uma reportagem sobre a participação das mulheres no setor industrial, um mérito que deve ser comemorado todos os dias do ano.

ESPECIAL A FINDES esteve presente na 31a edição da Vitória Stone Fair, onde apresentou um equipamento inédito de medição de vibração. Confira nesta matéria especial quais foram os outros destaques da feira.

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08 Eleições Findes 42 Caso de Sucesso 44 Indicadores econômicos 60 Fatos em Fotos

CENÁRIO Uma tendência mundial é a implantação de áreas que concentram indústria, comércio e serviços, tendo como meta o desenvolvimento sustentável. São os polos empresariais, cuja criação a FINDES apoia.

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SUSTENTÁVEL Um tijolo fabricado com resíduos pela empresa Argalit é novidade no setor da construção civil e mais uma mostra de que é possível alavancar o desenvolvimento das indústrias sem deixar de lado a sustentabilidade.

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62 Cursos e Cia

50 ENTREVISTA Iriny Lopes, secretária de Políticas para as Mulheres, fala sobre a sua nova função no Governo Federal, sua trajetória política e analisa o novo governo de Dilma Rousseff. Mar/Abr/2011 – nº 294

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SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FINDES Presidente: Lucas Izoton Vieira | 1º Vice-Presidente: Sergio Rogerio de Castro | Vice-Presidentes: Ernesto Mosaner Junior | Aristoteles Passos Costa Neto | Diretor Administrativo: Ademar Antonio Bragatto | Diretor Financeiro: Tharcicio Pedro Botti | Diretores: Ricardo Ribeiro Barbosa | Manoel de Souza Pimenta Neto | Luciano Raizer Moura | Alejandro Duenas | Alvaro José Bastos Miranda | Arthur Arpini Coutinho | Áureo Vianna Mameri | Benizio Lázaro | Carlos Augusto Lira Aguiar | Edvaldo Almeida Vieira | Egidio Malanquini | Elcio Alves | Loreto Zanotto | Luiz Rigoni | Luiz Claudio Nogueira Muniz | Marconi Tarbes Vianna | Mariluce Polido Dias | Neviton Helmer Gasparini | Paulo Roberto Almeida Vieira | Ricardo Vescovi de Aragão | Wilmar dos Santos Barroso Filho | Conselho Fiscal – Titulares: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Vladimir Rossi Altamir Alves Martins | Suplentes: Rogerio Pereira dos Santos | Mario Sergio do Nascimento | José Henrique Roldi | Representantes/CNI – Titulares: Lucas Izoton Vieira | Sergio Rogerio de Castro | Suplentes: Marcos Guerra | Ernesto Mosaner Junior I Superintendente Corporativo: Waldenor Mariot Diretoria Executiva do CINDES Presidente: Lucas Izoton Vieira | 1º Vice-Presidente: Sergio Rogerio de Castro | Vice-Presidentes: Ernesto Mosaner Junior | Aristóteles Passos Costa Neto | Diretores: Paulo Alfonso Menegueli | Adir Comério | Giuliano Souza Rogério de Castro | Evandi Américo Comarella | Leonardo Souza Rogerio de Castro | Edmar Lorencini dos Anjos | Gervásio Andreão Junior | Celso Siqueira Junior | Augusto Henrique Brunow Barbosa | Cristhine Samorini | Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos | Chrisogono Teixeira da Cruz | Fausto Frizzera Borges | Hélio de Oliveira Dórea | David Evaristo Zanotti | Conselho Fiscal: Dory Edson Marianelli Elson Teixeira Gatto | Adilson Borges Vieira | Joaquim da Silva Maia | José Luis Loss | Gilber Ney Lorenzoni

12 NO SISTEMA Em maio, o Instituto Rota Imperial começa o processo de demarcação da Rota Imperial e municípios cortados por ela. Com isso, as trilhas, vales, cachoeiras e matas presentes no caminho serão redescobertos, num trajeto de 575 quilômetros.

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INOVAÇÃO

Movimentando cerca de R$ 2,2 bilhões no ano passado, o comércio eletrônico, ou e-commerce, já se tornou uma tendência mundial entre os mais empreendedores. Apesar de o Espírito Santo caminhar timidamente por essa novidade, algumas iniciativas têm recebido atenção dos empresários do Estado.

Serviço Social da Indústria – SESI Conselho Regional - Presidente: Lucas Izoton Vieira | Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira Representantes da Delegacia Regional do Trabalho: Enésio Paiva Soares | Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Antonio Lyra Cristello | Representantes das Atividades Industriais Titular: Manoel de Souza Pimenta Neto | Tharcicio Pedro Botti | Mariluce Polido Dias | Neviton Helmer Gasparini Augusto Henrique Brunow Barbosa | Alejandro Dueñas | Vladimir Rossi | Egídio Malanquini | Representantes da Categoria dos Trabalhadores da Indústria: Luiz Carlos Fernandes Rangel | José Antonio Teixeira Cozer Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Conselho Regional - Presidente: Lucas Izoton Vieira | Diretor Regional: Robson Santos Cardoso Representantes das Atividades Industriais Titulares: Wilmar Barros Barbosa | Marcos Guerra | Benízio Lázaro Francisco Xavier Mill | Suplentes: Álvaro José Bastos Miranda | Clara Thais Resende Cardoso Orlandi | João Baptista Depizzol Neto | Flávio Sérgio Andrade Bertollo | Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares | Suplente: Alcimar das Candeias da Silva | Representantes do Ministério da Educação Titular: Jadir José Pella | Suplente: Ronaldo Neves Cruz | Representantes da Categoria dos Trabalhadores da Indústria Titular: Paulo Cesar Borba Peres | Suplente: Ivo Cogo Instituto Euvaldo Lodi – IEL Presidente: Lucas Izoton Vieira | Conselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira (SESI) | Robson Santos Cardoso (SENAI) | Augusto Henrique Brunow (FINDES) | Andreas Joannes Maria Schilte (Concex) | Erika de Andrade Silva Leal (Sect) | Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa (Ufes) Lúcio Flávio Arrivabene (Ifes) | Geraldo Diório Filho (Sinepe) | Sônia Coelho de Oliveira (Sedes) | Rosimere Dias de Andrade (Sedu) | Luciano Raizer Moura (Competec) | Antonio Fernando Doria Porto | Alejandro Duenas | Superintendente: Fabio Ribeiro Dias Instituto Rota Imperial – IRI Conselho Deliberativo – Titulares: Baques Sanna | Alejandro Duenas | Fernando Kunsch | Maely Coelho Eustaquio Palhares | Roberto Kautsky | Suplentes: Francisco Xavier Mill | Tullio Samorini | João Felício Scardua Manoel Pimenta | Adenilson Stein | Tharcicio Pedro Botti | Membros Natos: Lucas Izoton Vieira | Sergio Rogerio de Castro | Ernesto Mosaner Junior | Aristoteles Passos Costa Neto | Conselho Fiscal – Efetivos: Flavio Bertollo | Raphael Cassaro | Edmar dos Anjos | Suplentes: Celso Siqueira | Valdeir Nunes | Gervasio Andreao

FINDES EM AÇÃO 36 Indústria capixaba é

apresentada em matéria da Financial Times

14 Supervisores de estágio são capacitados pelo IEL-ES

PUBLICAÇÃO OFICIAL DO SISTEMA FINDES • MARÇO/ABRIL – 2011 • Nº 294 Conselho Editorial – Lucas Izoton Vieira | Sergio Rogerio de Castro Ernesto Mosaner Junior | Aristoteles Passos Costa Neto | Ricardo Ribeiro Barbosa Manoel de Souza Pimenta Neto | Alejandro Duenas | Luciano Raizer Moura | Tullio Samorini Robson Santos Cardoso | Solange Maria Nunes Siqueira | Fabio Ribeiro Dias Antonio Fernando Doria Porto Waldenor Mariot | Vitalino Flávio Abreu de Araújo | Heriberto Neves Simões Filho Jornalista responsável – Lucia Bonino (DRT/ES 586) Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da FINDES

Jornalistas: Evelyn Trindade | Fábio Martins | Laila Pontes | Tatiana Ribeiro

Fotografia: Evelyn Trindade e Fábio Martins

Coordenadora: Lucia Bonino Gerente: Heriberto Simões

24 SENAI promove curso em Barra de São Francisco

Depto. Comercial – Fernando Fiuza – Tel: (27) 3334-5747 | 9275-9550 Impressão: Grafitusa Produção Editorial

54 Melhores práticas

sustentáveis são premiadas

58 Indústria do ES fecha 2010 na liderança nacional

Mar/Abr/2011 – nº 294

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Coordenação editorial: Mario Fernando Souza | Produção editorial e diagramação: Next Editorial | Textos: Lis Trancoso | Lorena Storani | Jacqueline Vitória | Karina Cometti | Mônica Luz | Nádia Baptista | Revisão de textos: Márcia Rodrigues | Fotografia: Cláudio Alves, Júlio Marcelo Stabnow, fotos cedidas, arquivo FINDES e arquivo Next Editorial

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EDITORIAL

O TOQUE FEMININO NA INDÚSTRIA

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com imenso prazer que escrevo o editorial desta edição da Revista Indústria Capixaba, pois ela é publicada no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março). Portanto, nada mais justo do que a nossa matéria de capa ser focada nelas, as mulheres, que estão cada vez mais presentes no meio industrial e promovendo mudanças sempre positivas para a evolução de nosso setor. Nesta edição, você poderá saber um pouco mais sobre como a indústria, antes predominantemente masculina, é hoje aberta à presença feminina. Temos também como destaque os polos empresariais que estão surgindo ou que ainda estão por vir no Espírito Santo e que vão agregar ainda mais valor à indústria capixaba. Com o acelerado processo de desenvolvimento pelo qual o Estado vem passando torna-se ainda mais importante colocar em pauta a segurança do trabalhador capixaba. Por isso, esta edição aborda, de forma bastante esclarecedora, as ações das empresas e da própria FINDES, através do SESI-ES, no intuito de prevenir acidentes e garantir um ambiente de trabalho cada vez mais seguro. E, por falar em desenvolvimento, cabe ressaltar a importância da agroindústria que se torna um caminho viável, não somente para o crescimento econômico, mas também para a inclusão social nas regiões menos favorecidas do Espírito Santo. A FINDES apoia iniciativas neste sentido e para isso tem feito parcerias com entidades como a Faes (Federação de Agricultura e Pecuária do Espírito Santo) e o Sebrae/ES, assunto desta edição.

Entre nossos artigos, temos as opiniões do novo presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Rodrigo Chamoun, e do presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef ), Guilherme Lacerda. Encerro comemorando o que prevíamos já no final de 2009. Afirmei na época que o Espírito Santo registraria em 2010 o maior crescimento industrial do país. E mesmo com nosso Estado ainda sofrendo os efeitos da crise econômica mundial - fomos os mais afetados por ela -, meu otimismo se provou verdadeiro. Em fevereiro, o IBGE divulgou que o Espírito Santo liderou o crescimento da produção física industrial brasileira, fechando o ano passado com alta de 22,3%, mais que o dobro da média nacional, que ficou em 10,5%. Com isso, reafirmo um slogan que já se tornou rotineiro em minhas mensagens: estamos contribuindo para que o Espírito Santo seja um lugar ainda melhor para se viver, visitar, investir e trabalhar.

Lucas Izoton Presidente do Sistema FINDES/CINDES

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Jan/Fev/2010 – nº 293

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eleições

Eleição histórica para presidente da Findes Dia da eleição do novo presidente da FINDES

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Ademar Bragatto, Lucas Izoton e Marcos Guerra

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último dia 28 de fevereiro foi marcante para a Federação das Indústrias do Espírito Santo. Representantes dos 29 sindicatos filiados à FINDES se reuniram para eleger o novo presidente da entidade para o triênio 2011-2014. Por 21 votos a oito, o eleito foi o empresário Marcos Guerra. A proclamação do presidente acontecerá no dia 30 de março de 2011, durante a reunião do Conselho de Representantes da FINDES, na sede da entidade. A metodologia empregada foi uma das novidades desta eleição. É que o Estatuto da FINDES foi modificado no primeiro mandato do atual presidente, Lucas Izoton (de 2005 a 2008), tornando o pleito mais participativo e democrático. Uma característica do novo processo eleitoral foi que cada candidato teve oportunidade de apresentar suas propostas a todos os sindicatos filiados à Federação. “Isso foi muito importante, pois o processo transcorreu de maneira mais participativa”, explicou o coordenador da Comissão Eleitoral, Hélcio Rezende. Mar/Abr/2011 – nº 294

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“O novo sistema representa um avanço muito grande. Antes, a escolha era feita pelos presidentes dos sindicatos, em votação secreta. Agora os sindicatos participam mais do processo. Eles escolhem entre si um candidato e levam essa escolha para a votação. Cada entidade é representada por um voto, e o porta-voz é o seu presidente. Estou orgulhoso por nossa federação ter chegado a este ponto”, explicou. Na opinião de Hélcio, as eleições na FINDES caminham para ser cada vez mais representativas. De acordo com ele, este modelo já está sendo adotado por outras entidades do país. “É o caso da Federação das Indústrias do Ceará,que se baseou no nosso Estatuto,porém, definindo que todos os associados deverão escolher o presidente. Então, creio que a nossa entidade caminha para isso também”, declarou. Processo democrático é elogiado No momento da divulgação do resultado, o presidente da FINDES, Lucas Izoton, disse que, apesar de deixar a função, vai continuar trabalhando para o crescimento da indústria local e que será um “soldado” para ajudar no que for necessário. “Pelas conversas que tive, esta será uma gestão de continuidade. Estamos deixando um pacote de projetos e obras para os próximos três anos e temos um planejamento estratégico até 2015. Pegamos a Federação com R$ 5 milhões e vamos entregá-la com R$ 60 milhões em caixa. Além disso, triplicamos os números da capacitação profissional e fizemos mais de um milhão de atendimentos no SESI. Certamente, a nova diretoria vai poder fazer ainda mais. Estou muito confiante”, ressaltou Izoton. Ademar Bragatto, que disputou a presidência com Marcos Guerra, elogiou o processo democrático, que, segundo ele, deu legitimidade ao eleito. “Eu aprendi muito e cresci. Sou um vencedor por ter chegado até aqui. Continuaremos a defender uma plataforma contra a reeleição e vamos

“O novo sistema representa um avanço muito grande. Agora os sindicatos possuem voz ativa no processo, que transcorreu de maneira mais participativa” Hélcio Rezende Mar/Abr/2011 – nº 294

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Marcos Guerra é o novo presidente da Federação

Quem é Marcos Guerra Marcos Guerra é casado, pai de dois filhos, morador de Colatina e há mais de 30 anos atua como empresário industrial. Atualmente, é diretor-presidente do Grupo Guermar e representante de várias entidades do setor do vestuário no Brasil.É presidente do Conselho Superior de Assuntos Legislativos da FINDES (Coal) e do Conselho Superior de Desenvolvimento Regional da Findes (Conder). Além disso, é diretor da Findes em Colatina e Região, representante suplente da Findes na CNI e foi presidente por três mandatos do Sindicato da Indústria do Vestuário de Colatina (Sinvesco), sendo conselheiro da Findes por este mesmo sindicato. Guerra tem como pontos centrais de seu programa de gestão o fortalecimento das micro e pequenas empresas, a interiorização do desenvolvimento, a ampliação dos programas de capacitação profissional, além da união com os sindicatos filiados em torno de uma indústria ainda mais forte e sustentável. lutar por nossas bandeiras. Será uma oposição construtiva”, disse Bragatto logo após o anúncio do resultado. O eleito, Marcos Guerra, elogiou a gestão de Lucas Izoton à frente da entidade. “Hoje, já tenho subsídios para fazer muito mais pela FINDES. Quero fazer várias reuniões com Lucas e ouvir todos os sindicatos. Minha diretoria terá de um lado as pessoas e do outro os setores. Não quero fazer injustiças, por isso, a nova diretoria vai prestigiar todos os sindicatos da Federação”, concluiu Guerra. O próximo passo será a eleição da chapa completa - formada por Diretoria Plenária, Conselho Fiscal e representantes da FINDES na CNI - pelos conselheiros da FINDES. A votação será realizada em reunião do Conselho de Representantes da FINDES, na sede da entidade, no dia 26 de abril. A transmissão do cargo de presidente acontecerá no dia 29 de julho de 2011, em solenidade no Centro de Convenções de Vitória. Indústria Capixaba – FINDES

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artigo

Os desafios do Espírito Santo Outro ciclo político está para começar. Este será o momento das oportunidades socioeconômicas e ambientais

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os últimos 20 anos podemos dizer que o Espírito Santo passou por dois ciclos políticos distintos. O primeiro durou pouco mais de uma década e foi marcado pela intensa e contínua desorganização da máquina estatal. A baixa capacidade de investimentos públicos, o atraso nos salários dos servidores, movimentos escusos entre o público e o privado e, sobretudo, o envolvimento de autoridades em atividades ilícitas, fizeram com que o nosso Estado ficasse à beira de uma intervenção federal. O segundo ciclo, a partir de 2003, eu dividiria em duas fases: a Sólida Transformação e a Consolidação com Avanço. A primeira fase, durante o governo Hartung, possibilitou que o Estado se tornasse nos últimos oito anos referência em vários campos de atuação. A capacidade per capita de investimentos públicos ficou entre as primeiras do Brasil, o setor produtivo consolidou importantes empreendimentos e o emprego formal cresceu 49,8% entre 2002 e 2009. No mesmo período, o número de pessoas que viviam na extrema pobreza caiu pela metade e a administração estadual, construída com modernas técnicas de gestão, planejou-se estrategicamente, possibilitando que os serviços ofertados pelo governo passassem a ser oferecidos com melhor qualidade à população. A outra fase ficará sob a liderança de um político de grande expressão nacional, cuja trajetória é profundamente

admirada pelos capixabas: o governador Renato Casagrande. A ela dou o nome de Consolidação com Avanço. “Consolidação” porque as conquistas alcançadas necessitam de constante monitoramento para a permanência de seu êxito. “Avanço” porque é necessária a implantação de políticas públicas robustas, inovadoras e inadiáveis. Elas terão como responsabilidade transformar o solo capixaba numa terra de oportunidades para todas as regiões e classes sociais. O Espírito Santo é, ainda, um Estado de enormes contradições. As desigualdades regionais refletem o contexto histórico de um lugar que teve na monocultura do café o seu primeiro ciclo socioeconômico. O segundo, marcado pela instalação das grandes indústrias, foi, por um lado, responsável pela diversificação econômica local, transformando o Espírito Santo numa importante plataforma do comércio internacional brasileiro. Mas, por outro lado, num curtíssimo espaço de tempo, provocou uma forte concentração do desenvolvimento na Região Metropolitana da Grande Vitória. E o crescimento veio seguido de graves problemas urbanos, como a violência e a insuficiência nos serviços de saúde pública. Entretanto, poderemos viver um terceiro ciclo, das oportunidades socioeconômicas e ambientais. Este poderá corrigir ou minorar os acontecimentos passados. Para isso, ele terá como princípios fundamentais a preservação da natureza, o respeito à qualidade de vida das pessoas e a democratização do conhecimento, com educação pública de qualidade chegando a cada canto de nossas cidades. O desenvolvimento da indústria do petróleo e do gás; o fortalecimento dos mais diversos arranjos produtivos locais, que se espalham por todo o território capixaba; a especialização das atividades rurais, tanto na pequena atividade familiar quanto no agronegócio; a busca da excelência na logística de transporte e distribuição de cargas; o desenvolvimento do turismo como estratégia de divulgação de nossas potencialidades; todos, somados a políticas públicas de qualidade, comporão uma grande rede de oportunidades para a sociedade capixaba. Rodrigo Chamoun (PSB), presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo

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NO SISTEMA

DEMARCAÇÃO DA ROTA IMPERIAL SAI DO PAPEL Para transformar o traçado histórico em produto turístico, o Instituto Rota Imperial começa, em maio, a demarcar a Rota Imperial e os municípios cortados por ela

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ento e noventa e cinco anos de histórias escondidos em trilhas, vales, cachoeiras, rios e matas estão prestes a ser redescobertos, passo a passo, num trajeto que soma 575 quilômetros de paisagens exuberantes, onde se misturam diferentes relevos, etnias e culturas. Trata-se da Rota Imperial São Pedro D’Alcântara, caminho concluído em 1816 e que interligou as cidades de Ouro Preto, em Minas Gerais, e Vitória, no Espírito Santo. “Será feita uma sinalização rodoviária nas estradas vizinhas, identificando entradas que levam à Rota Imperial” Aristoteles Passos

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A partir do próximo mês de maio, começam a demarcação dessa rota e a sinalização nos municípios cortados por ela no lado do Espírito Santo. Esse é o resultado do trabalho realizado pelo Instituto Rota Imperial (IRI), entidade criada pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) para transformar o traçado histórico em produto turístico. Criado há menos de dois anos, o IRI não tem poupado esforços para tirar o projeto do papel e transformá-lo num agente de desenvolvimento econômico para as cidades capixabas ao longo da rota. O primeiro trecho, que compreende 14 municípios, já tem garantidos R$ 650 mil, liberados pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Turismo, que serão investidos no início da demarcação e da sinalização. “Desse total, 10%, ou seja, R$ 65 mil, são contrapartida do IRI”, explicou a gerente operacional do Instituto,Viviane Gaudio Morais. Ao todo, nessa primeira fase, serão colocados 368 marcos e 58 placas. Já nos 17 municípios mineiros, os trabalhos ainda serão desenvolvidos, em parceria com a Federação das Indústrias de Minas Gerais. O diretor do IRI, Aristoteles Passos Costa Neto, explica que o circuito será mantido em sua forma original, sem pavimentação. Serão feitos apenas trabalhos para abrir alguns trechos e torná-los transitáveis. “Os marcos serão colocados a cada quilômetro para que os caminhantes não se percam”, explicou. Também será feita uma sinalização rodoviária nas estradas vizinhas, como as BRs 101 e 262, identificando entradas que levam à Rota Imperial . Mar/Abr/2011 – nº 294

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Turismo O objetivo do Instituto Rota Imperial é associar história e desenvolvimento sustentável. Incrementar o turismo no Estado sempre foi uma preocupação da FINDES e a criação do IRI mostra que os empresários estão atentos às oportunidades que se abrem a partir dessa visão e desse novo produto. Para os 14 municípios em questão, as oportunidades são diretas. Por isso, a FINDES, em parceria com o Sebrae, visitou cada um deles, com o intuito de conscientizar as prefeituras e as comunidades sobre a importância de abraçar o projeto. “Eles precisam se sentir responsáveis pela Rota Imperial. As prefeituras estão empolgadas, pois sabem que isso vai ajudar a desenvolver diversas comunidades”, ressaltou a assessora técnica do IRI, Kátia Peterle Camargos. Viviane Gaudio lembra que algumas cidades ao longo do trajeto não têm desenvolvimento industrial e levar o turismo a essas regiões requer um diagnóstico das potencialidades locais, para que se possa identificar a vocação de cada comunidade. “Primeiro, é preciso saber o que cada localidade oferece: se tem cachoeiras ou trilhas, por exemplo. A partir daí, pode-se formatar um roteiro e definir o tipo de turista que será recebido”. Depois, entra em campo a parceria com o Sebrae, que vai ajudar na capacitação das comunidades a partir do diagnóstico realizado. É preciso que se tenha em mente que o desenvolvimento do turismo depende de toda uma engrenagem. Além da capacitação das comunidades, a iniciativa privada também tem papel fundamental para o sucesso de um projeto como a Rota Imperial. Uma vez consolidado, o trajeto vai demandar a instalação de restaurantes, acomodações, passeios guiados, pontos de venda de artigos locais, entre outros itens, que vão depender de investimento privado. “São novas oportunidades, com foco no interior. É uma coisa nova, com retorno maior do que em regiões que já estão saturadas, como a Região Metropolitana”, afirmou Viviane Gaudio. A rota A Rota Imperial São Pedro D’Alcântara é um caminho que liga Ouro Preto a Vitória. Essa rota era usada para busca de alternativas econômicas e também para o escoamento da produção. Anos mais tarde, em 1860, foi por ela que Dom Pedro II passou em sua visita ao Espírito Santo, conforme Mar/Abr/2011 – nº 294

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“O governo tem apostado na iniciativa porque acredita que o turismo é uma das vertentes que contribuem para o desenvolvimento do Estado” Ângela Modolo

ficou comprovado em um trabalho de pesquisa realizado por um historiador e uma equipe técnica que percorreram o caminho e identificaram evidências técnicas e científicas da rota, que recebeu o nome do santo padroeiro da família real. Assim, o Espírito Santo passa a integrar um projeto turístico que abrange os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. “Quando a Rota estiver 100% demarcada, juntamente com a Estrada Real (outro empreendimento turístico que corta cidades nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), será o maior produto turístico do Brasil dentro do contexto histórico”, lembrou Kátia Peterle. A demarcação do trecho consiste na instalação de marcos, a cada quilômetro, identificando o circuito. Os marcos terão a logomarca da Rota Imperial e haverá um espaço reservado a parceiros, inclusive os da iniciativa privada. Já as placas de sinalização serão dispostas ao longo de estradas vizinhas, como as BRs 101 e 262, para identificar entradas que levam ao caminho histórico. Setur A proposta do IRI é tão promissora que o Governo do Estado resolveu investir no projeto. A verba para a demarcação e sinalização do circuito, que inicialmente foi pleiteada junto ao Governo Federal, saiu, na verdade, da Secretaria de Estado do Turismo (Setur). “O governo tem apostado na iniciativa porque acredita que o turismo é uma das vertentes que contribuem para o desenvolvimento do Estado, gera emprego e renda, fomenta a pequena propriedade rural e a agroindústria”, ressaltou a gerente de Estudos e Negócios Turísticos da Setur, Ângela Modolo. “O traçado relembra a história do Brasil em cada município por onde Dom Pedro passou. As pessoas terão a oportunidade de reviver essa época, de reconstituir os passos do imperador”. Para Ângela Modolo, é importante que os municípios façam, cada um, o seu ‘dever de casa’. “É muito importante capacitar funcionários e comunidades, investir em seu potencial. Com o envolvimento de todos, em breve esperamos ver nosso produto exposto nas prateleiras das grandes operadoras de turismo do País”, concluiu. Indústria Capixaba – FINDES

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FINDES EM AÇÃO

Supervisores de estágio são capacitados Acompanhando as transformações do mercado e atendendo às solicitações das empresas, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) promoveu, entre os dias 14 e 17 de março, uma capacitação especial para supervisores de estágio. O curso teve como objetivo principal contribuir para um programa de estágio que atenda aos requisitos da legislação vigente e promova uma relação equilibrada entre liderança e liderado, além de uma boa referência profissional para o estagiário. Ministrada pela facilitadora Maria Teresa Brandão de Souza, graduada em Psicologia pela PUC-MG, a capacitação abordou temas como boas práticas de gestão de estágio, aspectos legais, o papel do supervisor e as mudanças trazidas pela nova legislação.

São Mateus recebe Ação Global O município de São Mateus vai sediar a Ação Global pela primeira vez. O mutirão da cidadania vai acontecer no dia 14 de maio, no Centro Integrado SESI SENAI do município, das 8 às 16 horas. A expectativa é receber cerca de 25 mil pessoas. De acordo com a entidade organizadora do evento no Estado, o SESI-ES, este ano o Ação Global deve contar com o apoio de mil voluntários, entre trabalhadores da indústria, empregados do Sistema FINDES, funcionários de empresas e de entidades parceiras. Serão oferecidos serviços nas áreas de responsabilidade social, lazer, saúde, cidadania e esporte.

Representantes da FINDES no Conselho do Sebrae/ES No dia 11 de fevereiro, no Centro de Convenções de Vitória, foi realizada a posse da nova Diretoria Executiva do Sebrae/ES para a gestão 2011-2014. Pela FINDES, Lucas Izoton e Gervásio Andreão assumiram, respectivamente, os cargos de titular e suplente e, pelo IDEIES, Luciano Raizer tomou posse como titular e Alejandro Duenas como suplente. Além disso, foi empossado também o novo Conselho Deliberativo da entidade. Na presidência está Júlio da Silva Rocha Júnior, que também ocupa o cargo de presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes). Já na diretoria-executiva não houve mudanças. Permanecem como diretor-superintendente José Eugênio Vieira; como diretor-técnico, Benildo Denadai; e como diretor de atendimento, Ruy Dias de Souza.

Programa Sesi Verão leva cultura e lazer para Jacaraípe O programa Sesi Verão invadiu as areias de Jacaraípe, na Serra, entre os dias 11 e 16 de janeiro, levando lazer e cultura para turistas e moradores. Foram realizadas atividades como massoterapia, medição do índice de massa corporal (IMC) e orientações sobre atividade física, além de diversas oficinas. Profissionais especializados atenderam a todos os que passavam pela “Tenda do bem-estar”, montada na Praça da Feirinha. Durante o evento, também foram realizados shows com artistas e bandas locais, como Amaro Lima e Tabacarana, entre outros.

Definida Agenda Legislativa da Indústria para 2011 Nos dias 8 e 9 de fevereiro, os representantes das federações das indústrias dos estados brasileiros e das associações nacionais da indústria se reuniram na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, para identificar os projetos que vão compor a Agenda Legislativa da Indústria 2011. Durante o encontro, mais de 350 projetos foram analisados, e mais de 100 identificados como relevantes para o desenvolvimento da indústria brasileira. Os representantes da FINDES foram o vice-presidente da entidade, Sergio Rogerio de Castro, e o presidente do Conselho Superior de Assuntos Legislativos (Coal), Marcos Guerra. A 15ª edição da Agenda Legislativa da Indústria será lançada em 29 de março; já a agenda referente aos projetos de lei do Espírito Santo será lançada pela FINDES em abril. 14

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ESPECIAL por Heliomara Mulullo

FINDES MARCA PRESENÇA A NA 31 VITÓRIA STONE FAIR Feira atraiu 25 mil visitantes

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diversidade das rochas ornamentais e a alta tecnologia dos equipamentos para o setor atraíram para a 31ª Feira Internacional do Mármore e Granito – Vitória Stone Fair 2011 um público de 25 mil visitantes. Destes, 2.540 eram estrangeiros, vindos de 66 países - um recorde de participação. Os dados são da empresa organizadora do evento, Milanez & Milaneze. Considerada a maior feira de rochas ornamentais da América Latina e uma das mais importantes do mundo,

Máquinas e equipamentos foram apresentados na feira

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a Vitória Stone Fair contabilizou 410 expositores, sendo 95 de países como Itália, Egito, Espanha, França, Portugal, Índia, Argentina, Grécia e Turquia, entre outros. A Vitória Stone Fair 2011 aconteceu no Pavilhão de Carapina, na Serra, entre os dias 15 e 18 de fevereiro, funcionando como uma vitrine mundial do setor. Mármores inéditos, granitos exóticos, novidades em quartzitos e riolitos, máquinas pesadas e equipamentos de última geração atraíram os olhares dos compradores nacionais e internacionais. O Sistema FINDES (Federação das Indústrias do Espírito Santo) marcou presença. A entidade montou um estande onde apresentou aos empresários da cadeia produtiva do mármore e granito capacitações importantes para a sua profissionalização. De acordo com o gerente de Relações com o Mercado da FINDES, Leonardo Leal, a instituição mostrou cinco cursos em áreas específicas: Produção; Manutenção; Soldagem; Operação de Equipamento; e Segurança. Mais de 400 empresários buscaram conhecer melhor o Sistema. Além disso, a FINDES também realizou uma pesquisa quantitativa que avaliou o conhecimento dos participantes sobre a instituição, informações que servirão de subsídio para ações de marketing voltadas para o empresariado capixaba. “A participação do Sistema FINDES foi importante. Concedemos informações sobre todos os cursos, mas focamos principalmente os cursos específicos para a Mar/Abr/2011 – nº 294

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“O setor de rochas representa 8% do PIB capixaba, sendo também o quarto produto na pauta de exportações. Nós batemos o recorde em quase US$ 700 milhões em exportações no ano de 2010, 39% acima do ano anterior, o que representou cerca de 70% das exportações brasileiras” Lucas Izoton

Projeção para o mercado internacional A participação do mercado internacional na Stone Fair é um dos grandes atrativos do evento. Para os empresários, é uma oportunidade de expandir os seus negócios. É o caso da diretora administrativa da IGM Granitos, Sônia Furlanitto, presente pela segunda vez no evento. “Até o ano passado trabalhávamos mais para o mercado interno, mas com a feira foi possível expandirmos para o exterior. Hoje, 30% das vendas são para empresas estrangeiras. Nossa meta, porém, é aumentar para 60%”, disse.

área de mármore e granito. Recebemos muitas pessoas, tanto empresários que estiveram expondo, quanto visitantes. Em nosso estande, eles encontraram suporte para a realização de reuniões e consulta a informações e serviços necessários”, declarou Leonardo. O gerente informou ainda que outros segmentos, como a indústria moveleira, também utilizaram o estande como suporte. “Isso aconteceu porque estes empreendedores entenderam que a FINDES está presente nestes eventos justamente para apoiar a cadeia de negócios.” FINDES apresenta equipamento inédito A saúde do trabalhador também esteve em foco no estande da FINDES. A entidade apresentou, no dia 17, o equipamento Medidor de Vibração Quest Technologies – Hav Pro, que tem sido um aliado da Divisão de Saúde da Federação no monitoramento do grau da vibração transmitida nas diversas atividades. As engenheiras de Segurança do Trabalho Ligia Scherrer Cardozo e Leila Vilaça fizeram a demonstração do aparelho. “Tivemos uma receptividade muito boa ao equipamento, que opera de acordo com a interpretação da Norma ISO 2631, vigente na Europa e que estamos utilizando, pois no Brasil não existe ainda uma adequação específica”, destacou a engenheira Lígia. FINDES apresentou medidor de vibração

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As pedras exóticas chamaram a atenção do público

Para a Milanez & Milaneze, organizadora da feira, os bons negócios fechados já estão gerando uma expectativa positiva de crescimento em relação ao próximo ano. Segundo a diretora Cecília Milanez, tanto os empresários de pedras quanto os de máquinas, equipamentos e insumos já pretendem retornar em 2012. “Eles mostraram interesse na renovação ou ampliação de seus espaços expositivos, o que nos assegura uma feira ainda maior no próximo ano”, contou. O investimento nos estandes e a participação das empresas superaram as expectativas e demonstraram que a crise ficou para trás e que a recuperação tem sido considerável. “A feira é um marco da retomada do crescimento do setor. A Vitória Stone Fair é de extrema importância para difundir os produtos brasileiros, ditando tendências, e este ano veio com muitas inovações tecnológicas, não apenas para o produtor, mas para as indústrias. O evento sinalizou a virada do segmento de rochas ornamentais”, avaliou o presidente do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Estado (Sindirochas) e do Centro Tecnológico do Mármore e Granito (Cetemag), Emic Costa. Indústria Capixaba – FINDES

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especial

Por dentro da Stone Fair Ministro de Minas e Energia prestigia evento A solenidade de abertura da Vitória Stone Fair 2011 ocorreu no dia 15 de fevereiro, com as presenças do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e do governador do Estado, Renato Casagrande. A cadeia produtiva de beneficiamento de rochas foi representada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado (FINDES), Lucas Izoton. Para ele, a Vitória Stone Fair é importante também para a economia mundial. “O setor de rochas representa 8% do PIB capixaba, sendo também o quarto produto na pautade exportações. Nós batemos o recorde em quase US$ 700 milhões em exportações no ano de 2010, 39% acima do ano anterior, o que representou cerca de 70% das exportações brasileiras. Outra coisa que é importante ressaltar é que cada vez mais estamos exportando placas, ou seja, mais produto acabado, porque enquanto a tonelada do bloco custa, em média, US$ 200, a tonelada da placa é US$ 800, ou seja, quatro vezes mais. Isto significa que estamos agregando valor e gerando renda e impostos para o Espírito Santo”. Já o ministro Edison Lobão classificou o Espírito Santo como uma referência mundial em rochas ornamentais. “É um dos maiores produtores do mundo. As exportações do setor representam uma boa fatia das exportações brasileiras. O Espírito Santo tem uma participação especial no Plano de Mineração 2030, destacando-se justamente no setor de rochas”, declarou.

Edison Lobão participou da Vitória Stone Fair

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Diretoria do Centrorochas toma posse No dia 16, houve a posse da Diretoria do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas) para o triênio 2011-2013. Agora, à frente da entidade está o empresário Geraldo Santana Machado, da Tracomal Mineração, que assumiu o cargo de presidente, antes ocupado por Sandro Verzola. Na vice-presidência estará José Carlos Machado e Olívia Tirello continua como superintendente da entidade. Durante a solenidade de posse, foram apresentados os membros do Conselho Deliberativo e Fiscal da entidade. São eles: Altivo Duarte, Antonio Terrozo, Áureo Mameri (diretor regional da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e Região), Daniela Tabelini, Edgard Thom, Etore Cavalliere, Francisco Rocha, Frederico Robson, Georgio Zanet, Geraldo Machado, Gonçalo Machado, Helio Volpini, João Laveglia Neto, José Antonio Guidoni, José Carlos Machado, José Jonas Zucchi, Luca Burlamacchi, Luis Costa, Marcos Marin, Mauro Machado, Paulina Dantas, Ricardo Schevz, Samuel Mendonça, Sandro Verzola, Sidiclei Mathielo, Valdecyr Viguini, Valdirene Lopes e Zenildo Nunes. No mesmo dia, realizou-se o evento “Pedra Fundamental”, no qual prefeitos de bateram sobre o futuro do setor. O encontro, cuja abertura ocorreu no dia 15, teve a participação de técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Brasil e Espanha fecham acordo Durante a Vitória Stone Fair 2011, um acordo de cooperação foi assinado entre o Centro Tecnológico do Mármore e do Granito (Cetemag) e o Centro Tecnológico de la Piedra (Ctap), da Espanha, para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao setor de rochas ornamentais dos dois países. Para o presidente do Ctap, Antonio Pastor, trata-se do “maior contrato de transferência de tecnologia internacional”feito pelo centro espanhol.“É uma oportunidade de valor ainda incalculável para posicionar a Andaluzia (região da Espanha) como um dos maiores provedores de conhecimento e tecnologia do setor da pedra em nível internacional”. O centro espanhol avalia o Brasil como uma das potências econômicas da América Latina e do mundo, principalmente no que diz respeito ao setor de rochas ornamentais.

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CENÁRIO por Jacqueline Vitória

POLO EMPRESARIAL:

ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL 20

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A implantação de polos empresariais, dotados de infraestrutura coerente, oferece competitividade à indústria capixaba

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um mundo onde as cidades foram se desenvolvendo praticamente sem planejamento, nos anos de 1970 uma nova ideia surgiu para tentar equilibrar o que começava a se tornar caótica nos grandes centros e já ameaçava as cidades do interior. Trata-se da implantação dos polos industriais, que tiveram início no Espírito Santo com a implantação do Civit I e Civit II no município de Serra. O modelo mostrou-se adequado para aquele momento, mas, com a necessidade de toda uma logística para que esses polos não ficassem isolados, percebeu-se que algumas adequações eram indispensáveis. Se antes os polos só aceitavam a instalação de indústrias, agora os setores de comércio e serviço eram bem-vindos nesses lugares. O economista e consultor Clóvis Abreu Vieira conta que na Bahia, na década de 70, foi criado o Centro Industrial de Aratu, um complexo multissetorial que possibilitou àquele Estado sair da estagnação econômica. O governo capixaba, diante da bem-sucedida experiência baiana, contratou a mesma empresa responsável pelo Centro Industrial de Aratu para fazer o planejamento dos dois Civits. Sem recursos para bancar sozinho os investimentos, o governo acabou por incentivar grupos privados a constituírem os centros industriais. Clóvis completa que o setor privado, com uma nova visão, ampliou esses polos. Hoje, eles somam vários empreendimentos logísticos, reunindo empresas com suporte comercial e de serviços, ajudando a promover o crescimento econômico com desenvolvimento sustentável e atendendo às características da região. O primeiro empresário a se instalar no Civit foi o vicepresidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Sergio Rogerio de Castro, que hoje é diretorexecutivo da Fibrasa, explica essa mudança: “Mudou-se o conceito para polos de desenvolvimento/empresariais, evoluindo o ordenamento dos municípios, para atrair novos empreendimentos nas diversas atividades. Antes, apenas as indústrias se instalavam nessas áreas, que eram chamadas de polos industriais”. De polos industriais a empresariais Os polos empresariais também se revelaram uma oportunidade de resgate dos negócios no interior, onde polos já tradicionais que concentravam setores específicos – confecção,

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“Mudou-se o conceito para polos de desenvolvimento/ empresariais, para atrair novos empreendimentos nas diversas atividades” Sergio Rogerio

por exemplo – começaram a perder espaço na economia estadual. Com a chegada dos grandes empreendimentos, a necessidade de locais onde a cadeia produtiva se completa é um fato ao qual a Federação das Indústrias está atenta. Tanto é que uma das principais ações da FINDES foi a elaboração do “Mapa Estratégico da Indústria Capixaba 2008-2015”, que propõe iniciativas que identifiquem as potencialidades do interior. Isso porque, com o fortalecimento, as chamadas cidades-polo, como Colatina, Anchieta, Linhares, São Mateus, Cachoeiro de Itapemirim e Aracruz, precisam ser dotadas de infraestrutura para se desenvolver ainda mais. Para isso, os atores políticos e econômicos devem estar em constante identificação de novos investimentos privados para essas regiões. Além disso, deve-se priorizar o fortalecimento dos arranjos e cadeias produtivos de alta relevância regional com a promoção de investimentos públicos e privados. A Federação, numa ação de apoio ao Governo do Estado, também elaborou a “Agenda FINDES para a Competitividade, prioridades da indústria capixaba para 2011-2014”, contendo propostas da indústria capixaba para os poderes Executivo e Legislativo do Espírito Santo, com destaque para a descentralização da economia, hoje concentrada na Região Metropolitana da Grande Indústria Capixaba – FINDES

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cenário

“O empreendimento pode se deparar muitas vezes com dificuldades na disponibilidade da área mais adequada para a sua implantação” - Clóvis Abreu Vieira

Vitória, incentivando a criação de polos empresariais nos municípios do interior. A Agenda foi elaborada e redigida pela equipe técnica do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (IDEIES), e entre as ações propostas estão a identificação e apoio ao desenvolvimento das potencialidades regionais. Os objetivos são manter atualizadas as informações sobre as potencialidades existentes nos vários municípios do Estado, desenvolvendo ações de atração de investimentos; apoiando o fortalecimento das instituições e entidades no interior do Estado; incentivando a gestão da competitividade sistêmica no interior, promovendo a articulação de recursos e iniciativas para sua melhoria; e elaborar políticas de desenvolvimento regional por meio de um canal de comunicação aberto entre o poder público e a iniciativa privada. Gestão compartilhada Para Sergio Rogerio de Castro, a indústria capixaba tem um foco de atuação que pode lhe garantir um futuro promissor, a partir do fortalecimento das micro, pequenas e médias indústrias, elevando, assim, o potencial das cadeias produtivas e arranjos produtivos locais (APLs) e garantindo o desenvolvimento sustentável do Estado. Com isso, será estimulada a chegada de novos projetos nas cidades do interior. Esses novos empreendimentos não estarão dissociados da realidade local dos municípios. Ou seja, se já existe nessas regiões uma propensão para determinada atividade, será preciso fortalecer os arranjos produtivos que garantirão a geração de emprego e renda. Um exemplo é o que está acontecendo no município de Vila Velha. Com o apoio da prefeitura local, a FINDES está 22

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implantando o Centro Moda, direcionado para o setor de vestuário. O Centro Integrado SESI-SENAI Centro Moda será erguido numa área de 6.290 metros quadrados que foi cedida pela Superintendência de Projetos de Polarização Industrial (Suppin), no bairro Santa Inês. A previsão de investimento é de R$ 10 milhões e este será um polo empresarial com adequações para atender às exigências do mercado de moda. Na área do Centro Moda, além das indústrias de confecções de roupas, também serão abrigadas atividades dos setores secundários e terciários, de acordo com as necessidades da economia local. Essa medida foi possível a partir de 2009, quando o Governo do Estado, as prefeituras e a iniciativa privada acordaram pela necessidade de criar polos públicos e/ou privados levando em consideração as reivindicações dos municípios, adensando as atividades para garantir a satisfação das reais necessidades de cada região. Implantou-se então a gestão compartilhada de polos públicos, que consiste na promoção e consolidação de parcerias entre os poderes público e a iniciativa privada. A gestão compartilhada é um procedimento que tem entre seus objetivos fomentar a integração da comunidade empresarial e estimular a implantação de projetos de interesse comum, visando à melhoria do nível de competitividade das empresas. Iniciativas Vila Velha tem, hoje, mais de 700 indústrias de confecção. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Harlen da Silva, a cidade tem grande expectativa com a construção do CentroModa. “Poderemos estimular novas empresas do setor, treinar mão de obra e lançar novas marcas no mercado. Isso é bom para o segmento e para o município, que pode vir a se tornar referência na indústria de moda nacional. Além disso, a obra vai valorizar a região e as empresas nela instaladas”. Outro exemplo de município que está atento à implantação dos polos é Serra. O secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Jessé Moura Marques, lembra que a cidade possui oito áreas, num total de 20 milhões de metros quadrados, reservadas aos polos empresariais, sendo 12 milhões disponíveis. Do total de polos, cinco são privados e três são públicos, sendo que o Polo Cercado da Pedra está em implantação com 360 mil metros quadrados, divididos em 109 lotes para ocupação industrial, comercial e de serviços. “Hoje, pela primeira vez, em virtude de uma lei municipal, 20% desses lotes, de 70 mil metros quadrados, Mar/Abr/2011 – nº 294

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serão destinados às micro e pequenas empresas, com faturamento de até R$ 2 milhões e 400 mil por ano. O segundo ponto positivo é que será possível oferecer estímulos para as empresas que queiram vir para o Estado e se fixar no Cercado da Pedra, agregando valor para a economia local”. Suporte comercial e de serviços Os polos empresariais estão na proposta de interiorização do desenvolvimento, elaborada pelo governo capixaba dentro do “Plano de Desenvolvimento Espírito Santo 2025”. A Suppin é o órgão responsável pela implantação dos pólos empresariais públicos – Civit I, Civit II, Polo Empresarial de Vila Velha, Micropolo Industrial de Vila Velha (popularmente conhecido como Polo de Confecções de Santa Inês), Piúma e Baixo Guandu (que se prepara para a comercialização dos lotes visando à implantação de empresas) –, mas também há polos privados, como Jacuhy, Piracema e TIMS, na Rodovia do Contorno; Sergio Vidigal, na Rua Atalydes Moreira de Souza; Serralog, na BR 101, próximo à Serra sede; Serra Norte, na BR 101, e Distrito Industrial Lauro Lemos Jr., na estrada de São Joaquim, em Cachoeiro de Itapemirim.

Por que interiorizar? Dados do documento “Diretrizes Estratégicas 20072010”, do Governo do Estado, mostram que, nos últimos 30 anos, a economia capixaba apresentou uma taxa de crescimento elevada, superior à média brasileira: 6,2% contra 4,1% ao ano, de acordo com o IBGE. Entretanto, esse crescimento concentrou-se predominantemente na Região Metropolitana, enquanto outros polos que irradiavam dinamismo, como Cachoeiro de Itapemirim, Alegre e Colatina, começaram a perder espaço na economia estadual. Atualmente, apesar do vigor de regiões do Estado, como, por exemplo, o litoral norte, onde há atividades econômicas voltadas ao petróleo e gás, celulose, cana-de-açúcar, frutas e indústria moveleira, a desconcentração e a interiorização do desenvolvimento ainda se colocam como um importante desafio para o Espírito Santo. Dados do Instituto Jones dos Santos Neves (2006) mostram que 62,8% do PIB estadual estão concentrados na Região Metropolitana.

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“Poderemos estimular novas empresas do setor, treinar mão de obra e lançar novas marcas no mercado” - Harlen da Silva

O economista Clóvis Vieira observa diversos fatores determinantes para a implantação de um empreendimento industrial/empresarial, dentre os quais cita a disponibilidade de capital, mão de obra, matéria-prima, mercado consumidor e energia. Além desses fatores, no Espírito Santo há uma ampla concentração de investimentos previstos na Grande Vitória, Linhares e Cachoeiro, o que intensifica o esforço do Governo do Estado em interiorizar e descentralizar o investimento. O Sistema FINDES vem mantendo atualizadas as informações sobre as potencialidades existentes nos vários municípios do Estado, desenvolvendo ação de atração para investimentos e articulando ações e parcerias intensas com os poderes locais do interior do Estado, por meio de suas Regionais Colatina, Linhares, Cachoeiro de Itapemirim, Anchieta, Aracruz e dos Núcleos Regionais: Venda Nova do Imigrante, São Mateus, Nova Venécia. O objetivo é alcançar o desenvolvimento econômico e social também no interior do Estado. No crescente e rápido processo de urbanização, que requer uma mobilização do poder público e da iniciativa privada em torno de determinadas prioridades e orientações básicas ao desenvolvimento, tem-se buscado atenuar a demanda por áreas industriais através da implantação de centros industriais projetados pelo setor público, bem como de polos empresariais privados, dotados de infraestrutura coerente, com o objetivo de oferecer condições de competitividade ao conjunto do sistema produtivo. Segundo o IDEIES, para crescer, a indústria capixaba tem um foco de atuação que pode lhe garantir um futuro promissor, fortalecer as micro, pequenas e médias indústrias, elevando assim o potencial das cadeias e arranjos produtivos locais, o que garantirá o desenvolvimento sustentável de todo o Estado, inclusive no interior. Indústria Capixaba – FINDES

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FINDES EM AÇÃO

Pós-graduação em Gerenciamento de Projetos O Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) deu início, no dia 7 de fevereiro, ao curso de pós-graduação em Gerenciamento de Projetos Industriais, em parceria com a Fucape. O curso visa à capacitação dos profissionais que atuam com planejamento, execução, acompanhamento e controle de projetos e promove o domínio de conceitos e práticas modernas de gestão de projetos industriais. A turma inicial tem 42 participantes e a duração prevista para o curso é de sete meses, com mínimo de 384 horas/aula.

SENAI Colatina promove curso em Barra de São Francisco O SENAI de Colatina celebrou, no dia 2 março, a formatura de 60 alunos dos cursos de eletricista instalador predial e operador de máquinas de costura para o vestiário, na localidade de Cachoeirinha de Itaúnas, interior de Barra de São Francisco. O curso de eletricista foi realizado entre 16 de novembro e 19 de janeiro, com 180 horas. Já o curso de operador de máquinas aconteceu entre 22 de novembro e 18 de janeiro, com duração de 160 horas. Os treinamentos foram gratuitos e realizados por meio de uma parceria com a comunidade local.

Orquestra Camerata SESI inicia temporada 2011 A Orquestra Camerata SESI retomou as suas atividades em 2011 no Teatro SESI. Com o tema “Concertos Oficiais”, as apresentações são das obras de Beethoven e Schubert. Para abrir a temporada, foi convidada a solista carioca Sylvia Thereza, sob a regência do maestro Leonardo David. Sylvia tem no currículo participação nas maiores orquestras brasileiras e estrangeiras, como Philadelphia, Câmara Kremlin, Hanover Chamber e Orquestra de Câmara de Tel-Aviv. Além disso, apresentou-se na França, Portugal, Alemanha, Suíça, Sérvia, Rússia, Dinamarca, Estados Unidos, Israel, Espanha e em todo o Brasil. 24

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Colatina recebe investimento milionário A cidade de Colatina recebeu um investimento de R$ 10 milhões para a construção do Shopping Moda Brasil, que atenderá atacadistas de todo o país. A inauguração está prevista para junho e serão oferecidos 1.450 postos de trabalho, sendo 1.200 voltados para a área industrial. Até agora, cerca de 80% das lojas já foram negociadas com fábricas das regiões norte e noroeste do Espírito Santo. Após inaugurado, o Centro atenderá principalmente lojistas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. “O Shopping Moda Brasil será um canal de distribuição para os lojistas, que poderão comprar e levar a mercadoria na hora”, afirma Edvaldo Vieira, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Colatina e Região (Sinvesco).

Ensino à distância Os estudantes de ensino técnico, médio e superior contam com uma ferramenta extra para complementar sua formação e currículo. O Instituto Euvaldo Lodi (IEL) lançou recentemente uma série de cursos à distância para estagiários, com 11 opções de capacitação, entre elas Empreendedorismo, Marketing Pessoal e Legislação Trabalhista. As aulas acontecem on line, em um ambiente virtual, podendo ser acessadas a qualquer hora e lugar. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.iel.org.br.

Empresário capixaba se mantém otimista sobre economia Segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, elaborado pelo IDEIES, entidade do Sistema FINDES, a confiança da iniciativa privada em relação à economia capixaba em 2011 continua alta. Prova disso é que o ICEI do Espírito Santo atingiu 61,9 pontos em fevereiro de 2011, inferior apenas 0,2 pontos em relação a janeiro e superior 0,3 pontos ao índice de dezembro de 2010. A pesquisa revela ainda que o índice de expectativas do empresariado para os próximos seis meses aumentou 0,1 ponto. Em fevereiro, o índice foi de 64,5 pontos, bem acima da linha média de 50 pontos, enquanto em janeiro foi de 64,4. Mar/Abr/2011 – nº 294

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ESPECIAL por Nádia Baptista

MULHERES

NA INDÚSTRIA Nem melhores, nem piores. Diferentes. E é na diferença que as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço. É na sensibilidade do agir que elas deixam sua marca em tudo o que fazem. Então, por que não ter uma data especial só para elas?

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uem trabalha no ramo percebe facilmente que a indústria está se tornando, cada vez mais, feminina. Já em 1857, quando foi criado o Dia Internacional da Mulher, as mulheres eram uma parcela importante da mão-de-obra industrial. Mas, se antes eram operárias do setor de confecção, hoje, mais de um século depois, elas ocupam posições de destaque em todos os segmentos industriais. Um mérito que deve ser comemorado todos os dias do ano. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que a participação feminina na indústria, um setor tradicionalmente masculino, ainda é minoritária. Em 2009, 40,5% do contingente de trabalhadores do setor era composto por mulheres, sendo que em alguns segmentos a participação ainda é menor, como na construção civil, onde elas representam apenas 7,6% dos trabalhadores. Já em outros segmentos, como o de vestuário, as mulheres continuam firmes e representam quase 70% da mão de obra. Para o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES), Lucas Izoton Vieira, é importante o crescimento da participação feminina nos negócios. “A FINDES vê com muita satisfação o crescimento do número de mulheres que são empresárias ou que ocupam funções de gestão nas indústrias, pois todos nós temos consciência de que competência, capacidade e foco em resultados não dependem do sexo. O importante é que seja o profissional certo no lugar certo”, afirma. Na Federação das Indústrias ainda são poucas as empresárias que presidem ou mesmo ocupam cargos na diretoria dos sindicatos, mas isso deve mudar nos próximos anos. “A tendência é de crescimento, pois o número de empreendedoras que buscam participação em funções ligadas ao associativismo é grande”, prevê Izoton. Algumas dessas mulheres que ocupam posições de destaque na FINDES e no mercado de trabalho contam como fizeram a diferença. A seguir, você confere algumas dessas histórias.

“Nós temos consciência de que competência, capacidade e foco em resultados não dependem do sexo. O importante é que seja o profissional certo no lugar certo” Lucas Izoton Mar/Abr/2011 – nº 294

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“O fato de a presidente da República ser mulher tem um significado muito grande. E isso causa um efeito de valorização da mulher,” Clara Orlandi

Clara Orlandi Com 69,9% de participação de mulheres, o ramo de confecções é o setor industrial que mais emprega mão de obra feminina no país. De acordo com a presidente do Sindicato da Indústria de Confecções de Roupas em Geral do Espírito Santo (Sinconfec), Clara Orlandi, essa predominância feminina na indústria de vestuário remonta a fatores históricos. “Nosso segmento é composto, em sua maior parte, de micro e pequenas empresas. Muitas delas nasceram como uma forma de complementar a renda da dona de casa, que já costurava roupas para os filhos e, daí, partiu para o mercado de trabalho”, explica. “O segmento de confecções é atípico em relação às outras indústrias quando se fala de mulheres, porque ele já tem uma predominância feminina. Por muitos séculos, a mulher foi quem fez as roupas. Por tradição, ela já vem com essa história”, completa. Clara acredita que mulheres em posições de liderança serão uma realidade bem mais presente nos próximos anos. “O fato de nossa presidente da República hoje ser mulher tem um significado muito grande. E isso causa um efeito de valorização da mulher, ressaltado quando o então presidente Lula criou um ministério especifico para tratar da mulher. Tudo isso veio comprovar que realmente as mulheres estão partindo para o mercado de trabalho no mesmo nível de igualdade dos homens.” Clara acredita que tanto o homem quanto a mulher são capazes de serem condutores de ações para que haja a renovação da indústria, desde que tenham ideias boas, que façam diferença. “No meu ramo, é mais comum que as mulheres se destaquem. Mas em outros ramos da indústria, os homens levam vantagem. O importante é que se busque fazer diferente, que exista a criatividade”, explica. Além de ocupar a presidência do Sinconfec, Clara Orlandi está há 32 anos no mercado de confecções. A Kiara, empresa da qual ela é sócia, fabrica uniformes escolares e há 10 anos atende também a empresas. “A história da Kiara se confunde Indústria Capixaba – FINDES

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com a minha vida”, conta a empresária, que atualmente lida com a parte comercial dos negócios e tem a seus cuidados as relações com os clientes.

“O trabalho da mulher já é respeitado, e existe esse recohecimento da excelência em tudo o que ela faz” Jaqueline Pacheco

Jaqueline Pacheco “As mulheres costumam planejar melhor os seus passos. Quando arriscam, é um risco mais calculado. É mais provável que dê certo. Eu mesma sou assim.” É dessa forma que Jaqueline Pacheco enxerga as atitudes das mulheres que estão à frente de cargos importantes. Diretora do Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo), ela também participa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet (Assespro-ES) e dirige a TS Tecnologia, empresa do setor de desenvolvimento de sistemas, com duas unidades, uma em Cariacica e outra em Vila Velha. Jaqueline reconhece que a indústria, incluindo o setor de tecnologia da informação, continua sendo predominantemente masculina. “Sempre existe um preconceito quanto ao trabalho da mulher, pelo simples fato de ser mulher. Esse preconceito não é escancarado, mas existe, sim. Por isso, procuramos sempre fazer o melhor, e fazemos. Mas já tivemos algumas conquistas. O trabalho da mulher já é respeitado, e existe esse reconhecimento da excelência em tudo o que ela faz”, destaca a empresária, que está no ramo da tecnologia da informação há 17 anos. Jaqueline também justifica o destaque feminino em algumas funções. “Talvez por uma questão inconsciente mesmo, de sofrer discriminação por parte dos homens, “Quando há vontade, e a mulher busca participar mais, os caminhos acabam se abrindo” Valkinéria Meirelles Bussular

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a mulher acaba se esforçando mais, mostrando a que veio, e fazendo seu trabalho muito bem. Aqui na empresa mesmo, as mulheres são minoria. Mas percebo por parte delas um carinho maior com o que estão fazendo, uma preocupação maior com a qualidade do trabalho. Alguns clientes até preferem ser atendidos por elas, justamente porque demonstram esse cuidado maior com o que fazem. Mulheres não fazem nada só porque tem que ser feito, elas sempre procuram fazer bem feito”, argumenta. Para Jaqueline, ainda existe muito machismo no Brasil. “Esse talvez seja um problema mais difícil de solucionar do que o preconceito em relação ao trabalho das mulheres. Porque nós já mostramos que temos capacidade”, finaliza. Valkinéria Meirelles Bussular Desde os 17 anos no ramo da recauchutagem de pneus, Valkinéria Meirelles Bussular sabe como ninguém aonde o trabalho de qualidade pode levar uma mulher. Atualmente, ela é diretora da FHF Recauchutadora de Pneus e vicepresidente do Sindicato das Indústrias da Borracha e Recauchutagem de Pneus do Espírito Santo (Sindbores). Foi cedo que Valkinéria começou a ajudar o pai na empresa de recauchutagem da família e com apenas 24 anos ela começou a administrar a FHF. Lidando com transportadoras e caminhoneiros – um público majoritariamente masculino -, Valkinéria soube, junto aos três irmãos, fazer a empresa crescer. Atualmente ela comanda 40 funcionários, em sua maioria, homens, e acredita que a conquista de posições privilegiadas e cargos de importância deve ser mérito pessoal, tanto dos homens quanto das mulheres. “As pessoas falam muito em preconceito, mas eu não sofri esse preconceito por ser mulher. Muitas vezes, para a mulher é mais difícil crescer profissionalmente, mas ela também tem que buscar o seu espaço, e não esperar que outros façam isso por ela”, sustenta. Ela critica as mulheres que se acomodam pelo simples fato de serem mulheres.“Há muitas mulheres que deveriam ter mais vontade de inovar. Por mais que tenhamos que conciliar trabalho, família e vida pessoal, é possível sempre estar inovando. Quando há vontade, e a mulher busca participar mais, os caminhos acabam se abrindo”, defende. Mar/Abr/2011 – nº 294

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Segundo a empresária, a participação feminina no setor da recauchutagem de pneus é muito pequena, principalmente no interior do Estado. “Praticamente 100% do mercado é composto por homens. Nesses 21 anos em que venho trabalhando no ramo, só vi na empresa uma mulher caminhoneira”, lembra. No sindicato também. Dos 32 membros, de acordo com Valkinéria, ela é a única mulher. “E nem por isso deixo de me destacar. Já fui eleita diretora administrativa do Sindbores, presidente e, hoje, vice-presidente. Não é porque sou mulher que não posso fazer bem o meu trabalho, e essas eleições comprovam a confiança que os demais membros do sindicato depositam em mim”. Solange Siqueira Há 26 anos no SESI, entidade do Sistema Findes, e há quatro ocupando a Superintendência daquela instituição, Solange Siqueira se diz gratificada pelo seu trabalho. “Eu não sinto a minha jornada, pelo contrário; alegro-me todos os dias ao vir trabalhar. Quando você chega ao final de um expediente em que conseguiu realizar tantas coisas boas, é gratificante”, conta. Formada em Administração, com pós-graduação em Gestão Social e especialização em Gestão de Pessoas, Solange reconhece o mérito da mulher em alcançar diferentes espaços. “Fico feliz porque a mulher está sendo mais respeitada no mercado de trabalho. Não porque nós sejamos melhores do que os homens, mas porque até pouco tempo nos consideravam menos importantes do que eles. Não vejo uma disputa da mulher com o homem. O que vejo é o destaque que a mulher está tendo no mercado e o espaço que ela está alcançando. Nós não somos nem melhores, nem piores que os homens, somos tão importantes e tão competentes quanto eles”, defende. Solange acredita também que, quando a mulher faz um serviço, o faz com muita dedicação - as exceções são raríssimas. “Além do coração, nós temos útero, e o útero é fértil, é envolvente. Então, a mulher se envolve de corpo e alma no trabalho. Quando parte para o mercado, independentemente de ser uma faxineira ou uma juíza, a mulher vem com muita dedicação, muito afinco. Ela não mede esforços para que tudo que tenha que desempenhar saia com a máxima qualidade possível. Acho a mulher muito dedicada e fico feliz porque o mercado de trabalho está despertando para isso”, ressalta. Um mercado que busca, de acordo com a superintendente, profissionais cada vez mais criativos e empreendedores. Solange, que não gosta de comparações entre o trabalho de homens e de mulheres, enxerga no público feminino Mar/Abr/2011 – nº 294

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“Eu não sinto a minha jornada, pelo contrário; alegro-me todos os dias ao vir trabalhar” Solange Siqueira

uma força de vontade muito grande. “A mulher busca alternativas, sai à caça de resultados, de desafios, vai à luta. Ela não se contenta com o primeiro’ não’, ou com o primeiro empecilho. E isso traz mais benefícios e mais resultados para a indústria. Hoje, o mercado de trabalho quer o funcionário que busque alternativas, que não se acomode. Que encontre caminhos alternativos em busca de resultado. E a mulher não se acomoda”, destaca. Sobre as diferenças de tratamento entre homens e mulheres, Solange conclui: “Não temos que ser tratadas de maneira diferente por sermos mulheres. O que nós buscamos são condições igualitárias de trabalho e de tratamento”, finaliza. Lívia Ferolla As mulheres mostram que o caráter inovador faz a diferença quando o assunto é negócio. No Espírito Santo, um bom exemplo de que a criatividade pode e faz a diferença é Lívia Ferolla. Atualmente, a empresária e designer de bijuterias está à frente da Tesori, loja de acessórios femininos, e da fábrica de bijuterias Domini, que fornece para a Diferolla, uma das mais tradicionais lojas capixabas de acessórios. A empresária tem sob seu comando dez funcionárias. “Como a empresa é pequena, a gente tem que dar conta de muita coisa. Cuido da parte de criação das peças, mas cuido também da parte administrativa. Eu procuro sempre estar fazendo coisas novas”, ressalta. Lívia destaca uma mudança nas empresas dirigidas por mulheres no ramo da moda. “Aquelas mulheres que começaram há alguns anos, que passaram por dificuldades por serem mulheres, que eram sozinhas, hoje fazem tanto sucesso que os maridos migraram para as empresas delas. Vejo muitos casos de maridos que largaram o emprego Indústria Capixaba – FINDES

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Foto: Samarco

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e vieram ajudar na empresa da esposa, que se tornou um sucesso”, comenta. Sobre os espaços que a mulher ocupa no mercado de trabalho, a designer e empresária defende seu ponto de vista. “A mulher entra sempre com seriedade no que faz. Também é muito versátil, então, consegue trilhar caminhos muito diversos, a partir do momento em que as coisas vão acontecendo. É muito dedicada e consegue dar conta de muitas coisas ao mesmo tempo. A gente é mãe, esposa, dona de casa, empresária. Então, temos esse ângulo de visão aberto. Hoje em dia, para ser empreendedor, essa visão mais ampla é necessária”, completa. Ivi Segrini Martins Trabalhar em uma siderúrgica não é normalmente o sonho de uma menina. Mas para Ivi Segrini Martins, a história foi diferente. Chefe da equipe de Manutenção da unidade da “A mulher é muito versátil e consegue trilhar caminhos muito diversos, a partir do momento em que as coisas vão acontecendo” Lívia Ferolla

“As mulheres possuem capacidade de inovação e percepção de processos diferenciada, em função de serem mais detalhistas” Ivi Segrini Martins

Samarco em Ubu, litoral sul do Estado, ela se destaca em um setor onde a presença masculina é maciça. Ivi é a única mulher que exerce a função de chefe de equipe na empresa, e trabalha com um grupo de 12 homens. “Não vejo muita diferença ao comparar as minhas decisões às dos meus pares na organização. Percebo que não há restrições para nenhum dos sexos nesta função. O que ocorre é a pouca procura feminina por esta área de atuação”, explica ela. Para ocupar o cargo, Ivi fez curso técnico profissionalizante em Eletrotécnica, cursou Engenharia Elétrica e atualmente faz MBA em Gestão Empresarial. Em sua opinião, uma das vantagens de ocupar um cargo de liderança é o reconhecimento. “Para a mulher, um dos maiores benefícios é o reconhecimento profissional, principalmente em uma empresa onde a maioria do corpo gerencial é masculina”, destaca a profissional. Ivi também acredita no caráter inovador que a mulher pode trazer para a indústria. “As mulheres possuem capacidade de inovação e percepção de processos bastante diferenciada, em função de serem mais detalhistas e de tratarem diferentes estímulos simultaneamente. Se estas características forem direcionadas corretamente, os resultados são surpreendentes”, conclui.

O Porquê do 8 de março O Dia Internacional da Mulher foi criado em homenagem a 129 operárias que morreram queimadas numa ação da polícia para conter uma manifestação numa fábrica de tecidos em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Naquela época – 8 de março de 1857 –, elas lutavam por direitos básicos, como a diminuição da jornada de trabalho de 14 para dez horas por dia e o direito à licença-maternidade.

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FINDES EM AÇÃO

Complexo Gás-Químico será construído em Linhares Será criado pela Petrobras até 2014 um complexo gásquímico em Linhares, norte do Estado, que demandará um investimento de cerca de US$ 3 bilhões e produzirá fertilizantes, aumentando a oferta interna desses derivados de gás, reduzindo a necessidade de importação. “O Estado terá condições de agregar valor a um de seus principais produtos, o gás natural, e irá contribuir para uma menor dependência da agricultura nacional em nitrogenados. Com a criação do polo gás-químico, teremos a oportunidade de atrair vários empreendimentos Qualidade e Produtividade são downstream, gerando empregos, impostos e riqueza, além de contribuir para o desenvolvimento do Estado e para a temas de pós-graduação Objetivando capacitar os profissionais nos conceitos e distribuição de renda”, analisa Ernesto Mosaner Júnior, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos práticas da Qualidade, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), em parceria com a Fucape, oferece o curso de pós-gradudo Espírito Santo (Sindiquímicos). ação em Gestão da Qualidade e Produtividade. Destinado a profissionais que atuam na área da Qualidade, a duração Paulo Menegueli, do curso é de sete meses, com mínimo de 380 horas/aula, novo secretário da sendo ministrados conceitos que possam ser aplicados aos negócios, tornando-os mais competitivos em seus campos Prefeitura de Vitória de atuação. Informações sobre os cursos oferecidos pelo Paulo Alfonso Menegueli, membro do Conselho de IEL-ES podem ser acessadas no site www.iel-es.org.br. Representantes da FINDES pelo Sindipães e primeiro diretor-administrativo do CINDES, foi nomeado secretário de Trabalho e Geração de Renda da Prefeitura iEL-ES recebe de Vitória, no dia 11 de janeiro. A solenidade, na qual outros secretários também foram consultores do empossados, foi prestigiada pelo presidente da FINDES, BID/CNI para o Lucas Izoton, e também pelo primeiro vice-presidente, setor de rochas Sergio Rogerio de Castro, além de conselheiros da entidade O superintendente do IEL-ES, e empresários, que fizeram questão de participar da ocasião. Fabio Dias (foto), recebeu consultores do Projeto BID/CNI de Desenvolvimento Territorial no dia 25 de janeiro, para discutir propostas que ampliem a competitividade do setor de rochas ornamentais do Espírito Santo, através dos Arranjos Produtivos Locais (APLs). Os consultores Carla Sollberger, Claudio Moura Castro e Claudio Marinho fizeram uma visita de três dias ao Espírito Santo, inclusive a Cachoeiro de Itapemirim, que concentra a maior parte da produção capixaba de rochas. O presidente da FINDES, Lucas Izoton, e o diretor para assuntos do SENAI-ES, Manoel Pimenta, também estiveram presentes na segunda parte da reunião, fortalecendo o compromisso com esse importante projeto. 32

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INOVAÇÃO

NEGÓCIOS

COMÉRCIO ELETRÔNICO: SAIBA

COMO INVESTIR NESSE MERCADO

O

comércio eletrônico, também chamado de e-commerce, ganhou força no início dos anos 2000 e rapidamente se tornou uma tendência mundial, englobando todos os processos de negócios realizados por meio do ambiente virtual. Somente entre novembro e dezembro de 2010, para se ter ideia, o comércio eletrônico “A empresa com o site mais acessível sai na frente” Paulo Galles

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brasileiro movimentou R$ 2,2 bilhões, apresentando um crescimento de 40% em relação a 2009. O Espírito Santo ainda caminha timidamente pelo mercado no ciberespaço, porém iniciativas nesse setor pouco a pouco recebem mais atenção dos empreendedores capixabas. É o caso, por exemplo, do empresário Paulo Galles. Há três anos, ele decidiu investir em comércio eletrônico e criou a empresa de produtos alimentícios Chef Galles (www.chefgalles.com.br/novo). O empreendimento conta com um site por meio do qual os clientes podem se cadastrar e comprar refeições congeladas sem sair de casa. As vendas são destinadas tanto para o consumidor final quanto para pessoas jurídicas. No cardápio há desde moquecas a strogonoffs, passando pelo arroz branco e diversos tipos de purês, dentre outros pratos. Todos os pedidos são entregues em 24 horas. Segundo Galles, a escolha pelo e-commerce se deu pela facilidade de implantação e por a área se mostrar como uma tendência mercadológica. De acordo com o empresário, os resultados são satisfatórios, mas, para se manter no mercado, é preciso estar sempre atualizado e atento ao desejo do consumidor. Pensando nisso, ele pretende fazer mudanças no site e também na forma de se comunicar com os clientes. “Queremos um site leve, com informações claras. O cliente não quer perder tempo lendo informações que não serão úteis. Ele quer praticidade”, ressalta.

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“É importante que o site tenha ‘a cara’ do negócio, pois ele será a essência do empreendimento” Jaqueline Pacheco sites úteis

Na visão do diretor da FINDES Luciano Raizer Moura, abrir uma empresa virtual se configura como um caminho sem volta, à medida que mais e mais pessoas utilizam a internet. Por outro lado, Raizer alerta que ainda há uma parcela da população resistente às potencialidades do comércio eletrônico. “Ainda não é possível sentir, tocar e levar o produto para casa no momento da compra pelo computador.” A secretária do Sindicato das Empresas de Informática no Estado do Espírito Santo, Jaqueline Pacheco, recomenda que para compensar essa limitação é importante que o empresário se comunique de maneira clara com o consumidor e escolha com cuidado a empresa responsável pelo desenvolvimento do site que viabilizará o seu empreendimento virtual. “O primeiro passo para fazer um bom site é pesquisar. É importante que o site tenha ‘a cara’ do negócio, pois ele será a essência do empreendimento. Para isso, é preciso encontrar um bom desenvolvedor e trabalhar para que as compras sejam feitas com segurança”, diz. Algumas instituições oferecem orientação para os empreendedores que querem investir no comércio eletrônico, como a FINDES, por meio do Sindinfo, e o Sebrae. Ambas as instituições dão apoio a esse tipo de empreendedor e disponibilizam material para estudo. “Ainda não é possível sentir, tocar e levar o produto para casa no momento da compra pelo computador” Luciano Raizer Moura

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Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico www.camara-e.net/ A Câmara e-Net é a principal entidade multissetorial da economia digital no Brasil e na América Latina, voltada ao comércio eletrônico como fator estratégico de desenvolvimento econômico na era do conhecimento. ABC do E-commerce www.abc-commerce.com.br/ebook_gratis.htm E-book gratuito. Mostra os quatro segredos de um negócio bem-sucedido na internet. e-Commerce Org www.e-commerce.org.br Site especializado em e-commerce, com artigos, dicionários, e-books gratuitos e conteúdos sobre webmarketing. Sindicato das Empresas de Informática no Estado do Espírito (Sindinfo) www.sindinfo.com.br/ O site apresenta informações sobre as atividades do sindicato e do mercado de informática.

Tendências De acordo com Jaqueline Pacheco, os sites de compra coletiva aparecem como uma das principais tendências de mercado para o comércio eletrônico nos próximos anos. Em junho de 2010, esses sites faturaram R$ 1 milhão, e é possível que fechem 2011 com lucro entre R$ 30 e R$ 50 milhões. O conceito de compra coletiva baseiase na parceria entre sites e empresas. São oferecidos produtos e serviços com grandes descontos (de até 90%). Mas, para a oferta ser ativada via site, é preciso que alcance um número mínimo de compradores, que varia em função das condições negociadas entre as partes. As ofertas são feitas uma de cada vez e ficam disponíveis on line por 24 a 72 horas. Geralmente, os estabelecimentos responsáveis pelas ofertas não têm custo com o anúncio. Os donos do site as divulgam e ficam com 40% do total vendido, restando os outros 60% para o estabelecimento ofertante. No Espírito Santo, os sites Compre GOL (www.compregol.com.br/) e Groupon (www.groupon.com.br) são exemplos de empreendimentos no segmento de compras coletivas.

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FINDES EM AÇÃO

SESI traz Aline Calixto para show em vitória No dia 18 de fevereiro, a cantora Aline Calixto, uma das revelações da música popular brasileira contemporânea, se apresentou pela primeira vez em terras capixabas. O show, promovido pelo SESI por meio do projeto Luzes e Aplausos, teve participação do músico mineiro Flávio Renegado, com abertura a cargo da banda capixaba Tabacarana. O evento aconteceu no Teatro SESI em Jardim da Penha, Vitória, e para assistir a essa festa do samba as pessoas doaram itens de higiene pessoal, como escovas de dentes, fraldas e roupas íntimas, para atendimento às vítimas da tragédia na Região Serrana, no Rio de Janeiro.

Indústria Capixaba no Financial Times A publicação Brazil Confidential, integrante do jornal britânico Financial Times, traz em sua edição da primeira quinzena de março uma reportagem especial sobre a indústria capixaba. A correspondente do FT no Brasil, Amy Stillman, esteve na sede da FINDES, em Vitória, para entrevistar o presidente da Federação, Lucas Izoton, que também ocupa o cargo de vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A matéria traça um perfil econômico do Espírito Santo, que registrou o maior crescimento industrial do país em 2010 e prevê investimentos da ordem de R$130 bilhões para os próximos dez anos. Lucas Izoton explanou sobre os principais segmentos da indústria capixaba, comércio exterior, logística, infraestrutura, fundos de investimento e perspectivas para os próximos anos.

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Cacau Monjardim é o terceiro convidado do “Contando Histórias” Em fevereiro, o CINDES retomou o projeto “Contando Histórias”, desta vez com a participação do jornalista José Carlos Monjardim Cavalcante, mais conhecido como Cacau Monjardim e famoso, entre outras coisas, por cunhar a frase: “Moqueca, só capixaba. O resto é peixada”. Idealizado como um espaço para que grandes personalidades capixabas possam compartilhar mensalmente suas experiências de vida com uma plateia selecionada, o “Contando Histórias” foi criado pelo presidente da FINDES, Lucas Izoton Vieira. Nesta terceira edição do evento, a primeira de 2011, o presidente Lucas Izoton destacou: “um povo sem história é um povo sem cultura. Por isso criamos esse projeto”. Cacau Monjardim deu um show de vida e sabedoria. Contou muitos casos de sua história pessoal e episódios com pessoas com quem conviveu, como Christiano Dias Lopes Filho, Octacílio Coser e Francisco Lacerda de Aguiar, entre muitos outros. Com muito humor, Cacau relatou ainda um encontro que teve com o arquiteto Oscar Niemeyer, no qual lhe perguntou o que achava de Guarapari. O grande arquiteto respondeu que “jogaria uma bomba atômica na cidade e começaria tudo de novo”. Ao final do evento, o convidado da noite manifestou a expectativa de que o “Contando Histórias”abra portas para a criação do Museu da Imagem e do Som. “Eu vivo uma noite de muita emoção e satisfação. Isso representa para mim um reconhecimento profissional que eu carrego com carinho. Deixo aqui um agradecimento muito carinhoso e especial ao Lucas Izoton, por ter tido a felicidade de, ao criar esse programa, abrir uma porta, quem sabe eu torço para isso -, para a implantação do Museu da Imagem e do Som, que é uma necessidade do Estado do Espírito Santo”, declarou. Mar/Abr/2011 – nº 294

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Pesquisa

Pesquisa indica que capixabas preferem produtos locais

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m tempos de economia globalizada, os capixabas demonstram que o regionalismo ainda tem seu espaço. Foi o que revelou uma pesquisa de opinião encomendada recentemente pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) à empresa Flex Consult. A pesquisa fez a seguinte pergunta a 400 pessoas: “Se fosse criado um selo para identificar o produto feito no Espírito Santo, você daria preferência na compra de produtos capixabas?”. Do total de entrevistados, 77% responderam que comprariam o produto capixaba, mesmo que ele custasse um pouco mais caro, para gerar empregos. Apenas 12,25% responderam que adquiririam um mais barato, mesmo que isso signifique gerar empregos fora do Espírito Santo. A pesquisa foi realizada entre 17 e 20 de dezembro de 2010, em domicílios da Serra, Cariacica, Vila Velha e Vitória. “É possível implementarmos um selo de qualidade, para que possamos mostrar a todos de nosso Estado as nossas melhores marcas e produtos”Lucas Izoton

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O resultado aponta uma mudança no comportamento dos capixabas em relação aos produtos locais. Em outro levantamento, de março de 2007, 44% dos entrevistados afirmaram que preferem comprar produtos capixabas. Para o coordenador da pesquisa e cientista político Fernando Pignaton, esse resultado revela uma mudança sociológica e cultural do capixaba. “Desde a crise econômica mundial, existe uma guerra cambial, aumentou o protecionismo em todos os países e o capixaba consolidou uma nova visão do Estado, aumentando sua autoestima.” Essa mudança fica mais evidente ao se analisar outros dados de uma pesquisa parecida feita em 2007. Naquele ano, apenas 22% dos entrevistados responderam que se preocupavam em saber se o produto era ou não fabricado por empresas do Espírito Santo. Para 60,5% das pessoas ouvidas na ocasião, os produtos capixabas tinham qualidade igual à dos produtos fabricados fora do Estado. O porquê Ao analisar o cenário exposto pela pesquisa, o assessor da presidência da FINDES Vitalino Flávio Abreu de Araújo aponta que a mudança de pensamento dos empresários, que passaram a investir em qualificação de profissionais e adequação às normas de certificação, tem como consequência uma maior aceitação dos produtos locais pelos capixabas. “As empresas perceberam que, para prosperarem, era necessário investir em pessoal e na própria empresa”, complementa. Entretanto, a mudança da visão dos empresários tem séria razão de existir. Vitalino explica que diversas marcas capixabas se associaram a empresas de fora, melhorando o padrão de serviços oferecidos e fortalecendo a marca. Além disso, a participação em feiras nacionais e internacionais possibilitou troca de valores e um aperfeiçoamento da visão empresarial capixaba. Mar/Abr/2011 – nº 294

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Março de 2007 Você prefere comprar produtos capixabas ou produtos de fora? 44%

Prefiro produtos capixabas

O gerente de Marketing da FINDES, Heriberto Simões, defende que o processo de compra também interfere nessa mudança de pensamento. “Existem muito mais opções de produtos capixabas no 4,25% - Tanto faz varejo e essa exposição aumenta as possibilidades de escolha”, diz. 37% NR / NS Para Fernando Pignaton, a mudança de ótica do capixaba sobre os produtos locais teve também uma razão política. “A visão de um Espírito Santo corrupto foi deixada para trás. Fonte: Pesquisas Flex Consult realizadas em 2007 e 2010 Consequentemente, investidores e população passaram a valorizar as coisas da terra, afirmando a Dezembro de 2010 sua imagem”, analisa Se fosse criado um selo para identificar se o produto Selo para produtos locais é feito no Espírito Santo, você daria preferência na Por conta dos resultados, a FINDES estuda a compra de produtos capixabas? criação de um selo de qualidade dos produtos locais. Sim, compraria o produto Segundo o presidente da Federação, Lucas Izoton, capixaba, mesmo que um 77% pouco mais caro, para “com base nisso, acredito que é possível implemengerar empregos aqui tarmos, de maneira adequada, um selo de qualidade, 12,25% Não, compraria o importado que é mais barato para que possamos mostrar a todos de nosso Estado as nossas melhores marcas e produtos e, com isso, 10,75% - NR / NS criarmos um alto padrão, que se reflita nacional e até internacionalmente.” 14,75%

Prefiro produtos de fora

Fonte: Pesquisas Flex Consult realizadas em 2007 e 2010

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SUSTENTÁVEL por Jacqueline Vitória

RESÍDUO DE TINTA

VIRA TIJOLO ECOLÓGICO

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construção civil acaba de dar mais uma prova de que, com consciência e vontade de inovar, a cada dia abrem-se novas possibilidades para a transformação, em matéria-prima, daquilo que seria descartado no meio ambiente. São as indústrias alavancando o desenvolvimento com sustentabilidade, com o total apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES). O bom exemplo vem da Argalit, unidade do município de Viana, no Espírito Santo, que propôs a incorporação e o

“A confecção de tijolos de solo-cimento com resíduo incorporado reduzirá os custos na produção, diminuirá o uso do solo e/ou cimento e poderá tornar o resíduo em um ativo econômico” Rider Soares Rocha, coordenador de projetos da Argalit 40

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aproveitamento de resíduos da indústria de tintas látex na confecção de tijolos de solo-cimento destinados à habitação de interesse social. O projeto foi aprovado e pesquisado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). De acordo com os pesquisadores da Ufes, o estudo considerou a possibilidade de produção de tijolos de solo-cimento com a adição de borra de tinta, que é o resíduo sólido resultante da separação da água utilizada na lavagem de dispersores e tachos usados no processo de fabricação de tintas à base de água, massa corrida e texturas. O material é retirado da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da fábrica da Argalit e levado para secagem natural. A água separada passa por um tratamento prévio, objetivando sua reutilização na própria empresa. Na Argalit, o consumo de água para a limpeza dos equipamentos chega a aproximadamente 10 mil litros por mês, volume que gera cerca de 18 mil litros de efluentes e 30 toneladas por mês da borra de tinta. O volume não é grande, mas para não gerar impactos ambientais precisa ser tratado adequadamente. “A gestão dos recursos hídricos na produção é fundamental para o controle da poluição ambiental. Mar/Abr/2011 – nº 294

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Adotamos um modelo que otimizasse os custos, evitando o lançamento dos efluentes em cursos d’água, colaborando com o equilíbrio ecológico”, explica o coordenador de projetos da Argalit, Rider Soares Rocha. Tijolo ecológico A água é o recurso natural mais utilizado no setor de fabricação de tintas, para as mais diversas finalidades. Boa parte dessa utilização ocorre nas operações de limpeza e lavagem de máquinas, equipamentos e instalações. Ao identificar que, no final do processo, além de água limpa, podem-se obter subprodutos que tenham aplicações nobres, a área de meio ambiente da empresa inovou e acertou em cheio: além de promover economia de um recurso natural importante como a água, encontrou uma utilidade nobre para seus resíduos sólidos. A parte sólida do tratamento do efluente está sendo beneficiada em caráter experimental pelos pesquisadores da Ufes, com a adição de cimento e outros componentes, para se tornar a base do tijolo ecológico. As cerca de 18 toneladas geradas por mês podem se transformar em até 2.400 unidades do tijolo. O material produzido, que já foi analisado pelo Laboratório de Materiais de Construção da Universidade, é de excelente qualidade e poderá ser utilizado internamente ou doado. Para a confecção e aproveitamento dos tijolos considerou-se a possibilidade de envolvimento do Projeto Bem Construir (2006), da Associação de Artesãos Ateliê de Ideias (Artideias), cuja produção de tijolos de solo-cimento tem sido direcionada para a construção de unidades habitacionais

ETAPAS DO TRATAMENTO • Floculação (formação de flocos de impurezas) -

Facilita sua posterior remoção por sedimentação sob ação da gravidade;

• Sedimentação/Decantação – Método onde há

separação entre uma fase sólida e uma fase líquida;

• Desinfecção - Proteção contra o perigo de infecções,

que acontece quando a água recebe a radiação de luz ultravioleta (UV), ou a dosagem de cloro;

“Adotamos um modelo de gestão ambiental que otimizasse os custos, colaborando com o equilíbrio ecológico” Rider Soares Rocha

em comunidades carentes na capital capixaba, Vitória. O aprimoramento das propriedades técnicas para confecção de tijolos de solo-cimento com resíduo incorporado reduzirá os custos na produção, diminuirá o uso do solo e/ou cimento e poderá tornar o resíduo em um ativo econômico. De volta à linha de produção Dentro do seu sistema de gestão dos resíduos, a Argalit também está realizando análises na água que resulta do processo de tratamento para que ela seja reutilizada no próprio processo de produção de tintas e demais produtos. “Nosso laboratório está fazendo análises periódicas em busca da possibilidade de se reutilizar essa água sem interferências na matéria-prima”, informa Rider. A técnica básica de produção de tijolos solo-cimento usa apenas solo, cimento e água como matérias-primas. Os tijolos podem ser fabricados com uma prensa manual ou hidráulica na própria obra e não necessitam ser queimados no forno. Porém, o processo requer controle técnico e conhecimento especializado. Os tijolos de solo-cimento são considerados ecológicos em relação aos tijolos cerâmicos porque dispensam o processo de queima, reduzindo a emissão de CO² e a utilização de óleo combustível ou madeira, gerando também um baixo consumo de energia na extração da matéria-prima. O tijolo SCR (solo, cimento, resíduo) intensifica essa característica da sustentabilidade por encapsular1 um resíduo não inerte, segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004), além de não gerar efluentes que venham a causar danos ambientais.

• Filtragem - Essa operação visa a obter a água

em estado de maior “pureza”, ou seja, mais livre de eventuais agentes danosos (físicos, químicos e biológicos).

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Encapsulamento é a técnica de estabilização e solidificação do resíduo, transformando-o em uma estrutura sólida monolítica inerte (o tijolo) e, dessa forma, promovendo a imobilização de compostos perigosos ou reduzindo o potencial de lixiviação (solubilidade) desses compostos.

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CASO DE SUCESSO por Jacqueline Vitória

JOSÉ LUIS GALVÊAS: União, palavra-chave na vida pessoal e profissional

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eterminação, luta e respeito. A mistura desses ingredientes é o segredo do sucesso de José Luís Galvêas, diretor-presidente da Galwan. Em 25 anos, a construtora já entregou 23 prédios, todos construídos pelo sistema de condomínio fechado. “O respeito e a consideração pelos clientes, fornecedores e funcionários da empresa são fundamentais para o sucesso”, ensina o empresário. O capixaba José Luís Galvêas Loureiro nasceu em 1954, em Guaçuí, na localidade de Divisa, onde hoje é o município de Dores do Rio Preto. Ali, as pessoas trabalhavam na agropecuária, no comércio e no serviço público. Seu pai, Moacyr Loureiro Pereira, era servidor da Secretaria Estadual da Fazenda, e sua mãe, Déa Martins Galvêas Loureiro, era professora. O amor e carinho recebidos na infância foram privilégios que contribuíram positivamente para a sua formação. Quando ele tinha dois anos, sua família se mudou para Vila Velha. A união familiar e o convívio frequente com os primos influenciaram muito a vida do futuro empresário, que encontrou neles referências positivas para sua formação. Isso porque um dos primos, Gilberto, era apaixonado pela engenharia, pelos cálculos e pelas técnicas da profissão. “Sua determinação me fascinava”, lembra. Em 1973, José Luís Galvêas ingressou na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no curso de Engenharia Civil, profissão que sempre sonhou seguir. Mas o primeiro passo de sua carreira foi dado como professor. Aos 19 anos, foi contratado pelo Colégio Salesiano e depois pela Escola Técnica (atual Ifes), onde deu aulas de Física até concluir o curso de Engenharia. Em 1978, José Luís, para ganhar experiência como engenheiro, saiu da Escola Técnica para trabalhar na Encol, como auxiliar de engenheiro ganhando 20% do que ganhava na escola. Quando se formou, o mercado de trabalho estava ruim para engenheiros recém-formados e ele não foi aproveitado pela empresa, nem no Espírito Santo, nem em Minas Gerais, onde chegou a ser entrevistado. 42

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De volta ao Espírito Santo e em busca de emprego, ele caminhava pelo calçadão da Praia da Costa quando viu o tapume de uma obra. A construção era da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, próxima ao Clube Libanês. Foi contratado, mas em apenas 13 meses a obra estava concluída e José Luís, desempregado novamente. Em 1979, associado a Romário Setúbal, que hoje é gerente de Vendas da Galwan, montou uma empresa de construção de casas de madeira, a Chatô. Tempos depois, José Luís se juntou a outros dez amigos. Compraram um terreno e decidiram empreender juntos, dividindo entre si os custos. Foi o jovem engenheiro quem fez todos os projetos e buscou financiamento junto à Caixa Econômica Federal. Após obtê-lo, propôs receber uma taxa de administração pela execução da obra. Todos aprovaram a ideia, e foi assim que nasceu o primeiro condomínio fechado de Vila Velha: o Fazenda da Praia, concluído em 1984. Foi o início do que é hoje a marca registrada do sucesso da Galwan: a construção em sistema de condomínio fechado, com a obra saindo a preço de custo, possibilitando qualidade com economia. “Em 1986, construímos o Edifício Saint Pierre, e foi quando conheci Expedito Ximenes, que liderava aquele grupo e que viria a ser sócio e diretor administrativofinanceiro da Galwan, além dos demais sócios Ailton Menini e Heberson Lacerda. Juntei o ‘Gal’, de Galvêas, com o ‘Wan’, de Wanderley, sobrenome da minha esposa e montei a Galwan, em 1987”. Olhando para trás, José Luís está convencido de que os caminhos que se fecharam para ele estavam, na realidade, apontando para um outro, em que ele teria que empregar esforço, determinação e vontade de vencer. “Por isso, este é o meu conselho: faça tudo ao seu alcance para conseguir seu intento, mas não desanime caso haja insucesso, pois Deus pode ter reservado algo melhor para você.” Mar/Abr/2011 – nº 294

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indicadores

Maioria das indústrias capixabas não concorre com empresas e produtos chineses

O

IDEIES (Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo) realizou a Sondagem Especial do 3º trimestre de 2010 com o objetivo de investigar o impacto do mercado chinês na economia do Espírito Santo e a concorrência com as empresas locais. Das 60 indústrias pesquisadas, 75,0% afirmaram não concorrer com empresas ou produtos chineses, nem no mercado interno, nem no externo. Cerca de 20,0% concorrem com produtos daquele país no mercado doméstico,

3,3% concorrem com produtos chineses no exterior e outras 3,3%, ao contrário, realizam exportações para a China (a questão admitia múltipla escolha). Na indústria nacional, que contou com a participação de 1.442 empresas na pesquisa, segundo a CNI, 66,4% das respondentes não concorrem com empresas ou produtos chineses, mas 28,2% concorrem com esses produtos no mercado doméstico, 9,4% concorrem com os mesmos no exterior e 2,8% exportam para a China, conforme gráfico 1.

Forma de concorrência com empresas e/ou produtos chineses 80,0%

Participação (%) das respostas - Gráfico 1

75,0%

66,4%

70,0% 60,0%

Não concorrente

50,0% 40,0%

Exportador para a China 28,2%

30,0% 20,0%

20,0% 10,0% 0%

9,4% 3,3%

3,3%

Espírito Santo

2,8%

Concorrente dos produtos chineses no mercado doméstico Concorrente dos produtos chineses no exterior

Brasil

Fonte: IDEIES/CNI Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC/IDEIES

Produção das empresas capixabas na China Em relação à produção de empresas capixabas na China, das 58 empresas que responderam a essa questão, 15,5% das indústrias (num total de nove) informaram que produzem ou pretendem produzir naquele país. Dessas, 66,7% (ou seis empresas) ainda não produzem, 44

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mas pretendem terceirizar parte de sua produção com empresas chinesas. Das três empresas restantes, uma já produz com fábrica própria na China, uma também já produz através de terceirização de sua produção com empresas chinesas e a outra não citou os meios utilizados (todas 11,1%). Mar/Abr/2011 – nº 294

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Espírito Santo

Evolução da participação dos produtos no mercado doméstico

Gráfico 2

Dentre as empresas capixabas que concorrem com produtos chineses no mercado doméstico (num total de 12), 58,3% informaram que a participação de seus produtos não se alterou em função da concorrência de produtos chineses. Em contrapartida, 25,0% afirmaram que sua participação diminuiu, ao passo que 16,7% perceberam aumento, conforme gráfico 2. Na indústria nacional, 41,3% das empresas não perceberam alteração na participação de seus produtos mediante a concorrência chinesa. Já 45,0% das empresas que competem com empresas da China alegaram ter perdido participação no mercado doméstico. Por outro lado, 13,7% perceberam aumento (gráfico 3).

Competição com produtos chineses no mercado internacional

Evolução das exportações para as empresas exportadoras que competem com produtos chineses no exterior Participação (%) das respostas

Espírito Santo

Brasil

Parou de exportar

0,0

4,2

Perdeu clientes externos para a China

60,0

66,9

Não perdeu clientes externos

40,0

27,1

Conquistou novos clientes

0,0

1,7

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16,7%

58,3%

25,0%

Brasil

Entre as empresas capixabas pesquisadas, 16 são exportadoras (27,1% do total pesquisado). Dessas, 68,8% (11 empresas) afirmaram que realizam exportações, porém não sofrem concorrência de produtos chineses no mercado internacional. Dentre as 31,2% restantes (cinco empresas), 60,0% perderam clientes externos para a China e 40,0% alegaram não ter perdido clientes externos.

Fonte: IDEIES/CNI Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC/IDEIES

Evolução da participação dos produtos capixabas no mercado doméstico em função da concorrência de produtos chineses

Evolução da participação dos produtos brasileiros no mercado doméstico em função da concorrência de produtos chineses Gráfico 3

13,7%

41,3% 45,0%

Diminuiu

Manteve-se inalterada

Aumentou

Fonte: IDEIES/CNI Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC/IDEIES

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indicadores

Importações da China A pesquisa também investigou questões referentes às importações que empresas capixabas realizam da China. Apurou-se que das 43 respondentes dessa questão, 72,1% das indústrias do Estado (ou 31 empresas) não importam nenhum produto da China. Entretanto, 18,6% (oito empresas) são importadoras de matérias-primas, 11,6% (cinco empresas) importam produtos finais e 9,3% (quatro empresas) são importadoras de máquinas e equipamentos, conforme gráfico 4 (a pergunta admitia múltipla escolha). Dos 11 importadores de matériasprimas, 63,6% informaram que as Importações da China importações permanecem estáveis, 18,2% Participação (%) das respostas - Gráfico 4 que apresentaram aumento e 18,2% 72,1% 80,0% que registraram aumento acentuado. 70,0% A empresa não importa Entre as indústrias importadoras de 60,0% produtos finais chineses (oito empresas), 50,0% 50,0% perceberam estabilidade, 25,0% Importador de matérias primas aumento, 12,5% aumento acentuado 40,0% e 12,5% queda. Das empresas que Importador de 30,0% 18,6% produtos finais importam máquinas e equipamentos 20,0% 11,6% (seis empresas), 50,0% afirmaram que 9,3% 10,0% Importador de máquinas as importações estão estáveis, 16,7% e equipamentos 0% que houve aumento acentuado, 16,7% que houve queda e 16,6% que ocorreu Fonte: IDEIES/CNI Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC/IDEIES queda acentuada.

Medidas adotadas

Medidas adotadas Participação (%) das respostas - Gráfico 5

pelas empresas mediante a concorrência de produtos chineses Em torno de 66,7% das empresas (30 de 45 respondentes dessa questão) ainda não definiram nenhuma estratégia frente à concorrência de produtos chineses, 22,2% investiram na qualidade e/ou no design de produtos, 15,6% investiram na diferenciação de marca/imagem/marketing, 15,6% reduziram custos ou ganhos de produtividade, 6,7% decidiram lançar novos produtos e 6,7% reduziram drasticamente os preços (e/ou a lucratividade), entre outras ações, conforme gráfico 5. 46

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66,7% 22,2%

Investimento na qualidade/ design de produtos

15,6%

Redução de custos / ganhos de produtividade

15,6%

Diferenciação de marca / imagem /Marketing

6,7%

Redução drástica de preços (e/ou lucratividade)

6,7%

Lançar novos produtos

4,4% 2,2% 0,0%

Ainda não definiu estratégia

Buscar parcerias com empresas

Antecipar- se às importações chinesas (oferecer pronta-entrega) 10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

Fonte: IDEIES/CNI Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC/IDEIES A pesquisa Sondagem Especial, realizada pelo IDEIES/IEL-ES, sob a coordenação da CNI, contemplou 60 empresas, sendo 36 de pequeno porte e 24 de médio e grande porte.

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ECONOMIA por Karina Cometti

FINDES APOIA O

DESENVOLVIMENTO DA AGROINDÚSTRIA CAPIXABA

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esenvolver as regiões menos favorecidas do Espírito Santo por meio do fortalecimento da agroindústria é uma das principais metas da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) para 2011. E para atingir esse objetivo, a FINDES assinou com a Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (FAES) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Espírito Santo (Sebrae-ES), no último dia 7 de fevereiro, um protocolo de intenções para a criação e implantação de projetos direcionados ao segmento agroindustrial.

De acordo com o presidente da FINDES, Lucas Izoton, além de aquecer a economia, essas medidas servirão como ferramentas de inclusão social e diminuição da pobreza. “É uma iniciativa que vai gerar empregos. Quando a população tem maior poder aquisitivo, ela pode ter acesso a mais informação e melhor qualidade de vida”, diz. As três instituições envolvidas têm 90 dias a partir da assinatura do protocolo para apresentar novos projetos. A partir desse período, as ações começam a ser colocadas em prática. Segundo o diretor-superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira, é possível também aproveitar projetos já existentes para expandir a outros municípios. O prazo para a implantação de novos projetos é de 12 a 18 meses e para os que já existem é de cerca de seis meses. Há planos de implantá-los com o apoio do Governo do Estado e das prefeituras. Cenário Dos 78 municípios do Estado, 63 têm vocação para a agricultura ou agroindústria, a maioria nas regiões norte, noroeste e no Caparaó. Contudo, esse grupo constitui a parte menos visada do Espírito Santo, em termos de grandes investimentos, além de apresentar baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

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“A intenção é gerar um crescimento equilibrado do Espírito Santo nos anos seguintes. Queremos ajudar os municípios a desenvolver suas vocações” Antônio Fernando Doria Porto Segundo o gerente-executivo do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (IDEIES), Antônio Fernando Doria Porto, os outros 15 municípios, localizados na faixa litorânea e próximos à BR 101, têm vocação para o setor industrial e devem receber 90% de todo o investimento destinado ao Espírito Santo nos próximos anos,o que desequilibra o desenvolvimento estadual. Para igualar a conta, a Federação das Indústrias traçou um plano para alavancar o potencial agrícola das regiões pouco favorecidas. “A intenção é gerar um crescimento equilibrado do Espírito Santo nos anos seguintes. Queremos ajudar os municípios a desenvolver suas vocações”, afirma Dória Porto. Projeções otimistas De acordo com Lucas Izoton, existem projeções que indicam que nas próximas décadas a China deve se transformar na maior potência industrial do mundo; a Índia, na maior prestadora de serviços, e o Brasil, no maior fornecedor de alimentos. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevê um aumento de 70% na produção de produtos alimentícios para o atendimento à população mundial no ano de 2050. O Espírito Santo pode participar dessa realidade a partir do desenvolvimento da agroindústria e da agricultura. Atualmente, nenhuma das 200 maiores empresas do Estado atua nesse campo. O presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas da FINDES, Vladimir Rossi, ressalta que a agroindústria é a nova geração das indústrias. “As frutas estão em evidência, principalmente por causa da fabricação de polpa. O café é outra potencialidade da agroindústria, assim como o açaí, que já é uma realidade no Espírito Santo.” As perspectivas para o setor são tão otimistas que FINDES, Faes e Sebrae-ES estão preparando uma

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“Um grande benefício que a pesquisa trará será a possibilidade de incentivar a interiorização, movimentando também os negócios no interior do Estado” Vladimir Rossi

pesquisa sobre as agroindústrias no Estado. O objetivo é identificar produtores, descobrir se eles fazem parte ou não de alguma entidade ou federação, qual sua atividade etc, de modo a formar um grande banco de dados sobre o setor no Estado. Com essas informações, será possível, inclusive, indicar quais alimentos devem ser plantados e determinar em que lavouras valerá a pena investir, qual o potencial e crescimento do setor e quais serão os melhores mercados para escoar a produção. Segundo Vladimir, “outro grande benefício que a pesquisa trará será a possibilidade de incentivar a interiorização,movimentando também os negócios no interior do Estado”. Afinal, conhecendo bem o produtor rural e suas características, o desenvolvimento da agroindústria se dará de forma muito mais coesa em todo o território estadual.

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entrevista por Jacqueline Vitória

Iriny Lopes

Ministra quer apoio da Findes para políticas públicas

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epois de eleger um presidente operário, o Brasil ousa novamente ao escolher uma mulher para administrar o país. Na opinião de outra mulher, a ministra Iriny Lopes, isso representa um avanço. Para a titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), trata-se da consolidação do processo democrático e significa que o conjunto da população – e não apenas parte dela – está se apropriando do seu destino e percebendo que a construção de um projeto de nação se faz dia a dia e com a participação de todos. Empenhada em implantar políticas públicas direcionadas principalmente à atenção da saúde feminina, Iriny quer a parceria de entidades como a Federação das Indústrias do 50

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Espírito Santo (Findes) para fortalecer a principal bandeira da presidente Dilma: erradicar a pobreza e a miséria no país. A ministra acredita que o momento é um marco simbólico, político e histórico, que põe à luz a força da mulher brasileira e sua capacidade para acabar com práticas discriminatórias, a começar pela pobreza, seguida da violência, ausência de participação política e autonomia econômica. Iriny Lopes garante também que em nenhum outro momento o Estado esteve tão bem representado e com tanto peso. “Articulação e diálogo vencem qualquer limitação de tamanho de bancada”, afirma, otimista. Em entrevista exclusiva à Revista da Indústria do Espírito Santo, ela conta a sua trajetória até chegar ao posto de ministra. Mar/Abr/2011 – nº 294

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“Vamos atuar em harmonia, diálogo e cooperação com todas as áreas e organizações sociais. A Findes e o Sesi já prestam um serviço importante à sociedade e poderão continuar parceiros”

Quem e como é a cidadã Iriny Lopes? Sou mulher, mãe, esposa e avó. Uma pessoa que adora música, cinema, literatura. Faço parte da geração que combateu a ditadura, lutei pela redemocratização do país e pela reafirmação dos direitos socioambientais, culturais e econômicos. Quais os maiores desafios que enfrentou na vida? Conciliar a condição de mulher, mãe e militante política e, nessa condição, não negligenciar nenhuma dessas dimensões. Como vê hoje a primeira presidente no poder? É um marco histórico sem precedentes. Dilma Rousseff chegou à Presidência não trazida por uma história política agregada à elite ou a uma tradição oligárquica. Ela vem por mérito próprio, com uma biografia de afirmação da liberdade, da igualdade e da defesa da democracia e dos direitos humanos. Ela vem suceder um operário egresso das lutas populares. Uma mulher na Presidência muda a forma de entender e de operar essas políticas, especialmente para as mulheres. Estamos no primeiro ano da primeira presidente do Brasil. Não haverá outro ano nem outro mandato como esse. A presidente Dilma abre as portas para que outras mulheres possam vir a ocupar o mesmo posto. Mas ela é a primeira. É um marco simbólico, político e histórico, que põe à luz a força da mulher brasileira e sua capacidade para acabar com um conjunto de práticas discriminatórias que começam com a pobreza e passam pela violência, ausência de participação política e autonomia econômica. Melhorar a vida das mulheres é melhorar a vida de todos e, nesse sentido, ter uma presidente faz toda a diferença.

econômica e participação nos espaços de poder. Pois o protagonismo das mulheres muda sua condição e impede que se reproduzam práticas discriminatórias como a violência doméstica, por exemplo. Quais os principais problemas, hoje, na sua opinião, enfrentados pela mulher? Embora já tenhamos avançado muito, os principais problemas são, em primeiro lugar, a violência - e, nesse sentido, precisamos sustentar e defender a Lei Maria da Penha -; a dificuldade de acesso aos direitos; a falta de autonomia econômica, de igualdade e equidade no mundo do trabalho e a pouca presença nos espaços de decisão e poder. Como começou a sua carreira política? Ainda muito jovem me envolvi com a cultura. Depois, militei nos movimentos populares, que, naquele período de final da ditadura militar, foram às ruas contra a carestia, pelo direito à água, à habitação digna, pelos direitos humanos e, no processo de abertura política, pela anistia aos presos políticos e por eleições diretas. Ajudei a formar o PT no Espírito Santo e presidi o partido por três ocasiões. Com outros companheiros, durante a luta contra o crime organizado no Estado, criamos o Fórum Reage ES.

O que falta às mulheres no mundo de hoje? Oportunidades? E como superar os obstáculos? Igualdade de gênero em todos os espaços, no cotidiano da vida. As mulheres pobres e negras são as mais afetadas. E o primeiro passo para superar esse obstáculo é criar condições e oportunidades para sua autonomia Mar/Abr/2011 – nº 294

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entrevista

Como vê a sua ascensão política? Como resultado de um processo de construção conjunta de uma geração que sonhou e lutou pela igualdade, pela participação popular, pela democracia, por direitos, não só das mulheres, mas com elas e para elas, em busca de um ideal coletivo. Qual será a sua principal bandeira à frente da pasta? Contribuir efetivamente com a prioridade da presidente Dilma, que é erradicar a pobreza e a miséria, que têm rosto feminino e negro, dando condições para que as mulheres tenham autonomia econômica e financeira, além de seguir avançando no enfrentamento à violência contra elas. Qual o papel que pretende desempenhar junto aos governos federal e estadual? A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) tem o papel de formular políticas públicas para as mulheres, em articulação e diálogo com todos os entes federados e a sociedade, para que tais políticas se consolidem e melhorem concretamente a vida das mulheres. Nesse sentido, vamos manter a proximidade com governos estaduais e municipais para dialogar, propor e implementar as políticas públicas para as mulheres. Como enfrentar divergências de opiniões, como a que ocorreu recentemente com relação ao aborto? Vamos reiterar o compromisso que a presidente Dilma Rousseff assumiu durante o segundo turno das eleições. O Governo não irá mexer na atual legislação sobre o aborto, que permite o procedimento em caso de estupro e de risco grave à saúde materna. O debate sobre a questão é com o Congresso Nacional, que tem como uma das principais funções definir políticas públicas.

com essas questões, mas um governador que dialoga com os deputados estaduais e federais, senadores e também com o Governo Federal. Além disso, como ministra, eu também faço essa interlocução em prol do Espírito Santo, assim como Rose de Freitas, agora vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara, dá alento a esses esforços. Acho que em nenhum momento o Estado esteve tão bem representado e com tanto peso. Articulação e diálogo vencem qualquer limitação de tamanho de bancada. Politicamente, como vê outra capixaba, Rose de Freitas, ocupar um cargo importante como a vice-presidência da Câmara dos Deputados? A Rose é a primeira mulher a integrar a Mesa Diretora da Câmara. Claro que isso é motivo de orgulho para todos nós. E ela chegou ali graças à sua experiência no Legislativo e poder de articulação. Rose tem compromissos com o Espírito Santo, e acho que é mais uma voz num cargo importante, a defender as causas dos capixabas. Quais políticas públicas pretende desenvolver no país e no Estado? Vitória, por exemplo, é uma das capitais com mais altos índices de violência e assassinato de mulheres. O que fazer nos campos preventivo e punitivo? A questão da violência deve ser encarada cada vez mais pelo conjunto da sociedade, e com maior contundência. A Secretaria de Políticas para as Mulheres vai atuar em várias frentes: intensificar a rede de atendimento e o acesso das mulheres aos seus direitos, a rede de proteção às

Como uma bancada tão pequena pode assegurar recursos para o Espírito Santo, um Estado com problemas grandes, como os da área de logística, por exemplo? A bancada capixaba tem um entendimento daquilo que é fundamental para o Estado, sobretudo na área de infraestrutura, como a importância da ampliação do aeroporto, a criação do porto de águas profundas em Praia Mole, a duplicação das estradas, entre outros. O Espírito Santo tem não só parlamentares comprometidos 52

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Ainda na Saúde, incluímos em nosso planejamento o fortalecimento da Área Técnica de Saúde da Mulher, compreendendo também a Saúde Mental do Idoso; DST/HIV/ Aids e Câncer; inclusão do Módulo de Gênero nos diferentes programas de qualificação dos profissionais da Saúde promovidos pelo Ministério da Saúde; participação da articulação para reativar a Comissão Nacional “O acesso das mulheres à saúde e educação de População e Desenvolvimento (CNPD). Pedimos ao ministro deve vir junto com outras ações”. que indique também representante do Ministério da Saúde para o vítimas de violência, a punição dos criminosos e a aplica- Comitê de Monitoramento do II PNPM (Plano Nacional ção da Lei Maria da Penha. Mas vamos combater também, de Políticas para Mulheres), entre outros temas que tratamos. e principalmente, as causas da violência, e a principal delas é a pobreza. A senhora tem projetos para a mulher trabalhadora da indústria? Quanto à saúde feminina, a senhora pretende Sim, e em todos os aspectos que dizem respeito às polícontar com o apoio de entidades como o Sesi, ticas para as mulheres. Vamos debater e formular ações que por exemplo, que já desenvolve campanhas e visem a acabar com as desigualdades de gênero no mundo do trabalhos locais e nacionais nessa área? trabalho, contribuir para que as trabalhadoras tenham Sim, e isso é importante. Vamos atuar em harmonia, equidade de oportunidades e de salários e condições dignas diálogo e cooperação com todas as áreas e organizações de trabalho, sem discriminação. sociais. A Findes e o Sesi já prestam um serviço importante à sociedade, aos trabalhadores e trabalhadoras, e poderão O que significa para o país eleger a continuar parceiros. primeira presidente? O acesso das mulheres à saúde e à educação deve vir junto Significa que o conjunto da população – e não apenas parte com outras ações que o complemente e auxilie para que seja dela – está se apropriando do seu destino e percebe que a permanente. Tivemos uma reunião muito boa com o minis- construção de um projeto de nação se faz dia a dia e com tro da Saúde, Alexandre Padilha, no último dia 7 de fevereiro, a participação de todos. A cidadania é mais do que exigir para definição de ações prioritárias para a saúde da mulher. respeito ao cumprimento de leis. Ser cidadão implica ter Uma das propostas é a implantação da Rede Cegonha, de acesso às coisas elementares, desde o atendimento no posto atenção à saúde da mulher e da criança. A ideia é proporcio- médico à creche para seus filhos, acesso à cultura, ao lazer, nar um cuidado especial à mãe e à criança desde o pré-natal, ao direito de ir e vir e de sentir a cidade, o bairro onde mora, passando pelo atendimento hospitalar no parto até o cuidado de conversar com amigos.Eu,particularmente e coletivamente, nos primeiros momentos da infância. sempre lutei para que as pessoas tivessem qualidade de vida. Outro ponto abordado foi o Programa Nacional de Para muitos, isso é considerado extremismo. Não é e nunca foi. Atenção Integral à Saúde da Mulher. Explicitamos ao É apenas a percepção de que, quanto mais avançarmos na ministro nossa preocupação. Pautamos o aumento de justiça social, mais nos aproximaremos daquilo que realmente escala dos exames de prevenção ao câncer de mama e importa. Uma sociedade com oportunidades para todos será de colo de útero, além da redução da mortalidade materna. mais autônoma. Isso se reflete nas mudanças cotidianas, O ministro Padilha tem demonstrado agilidade na nas reivindicações nos bairros e nos espaços de decisão e adequação da Portaria 104 do Ministério da Saúde, poder. Por isso, a importância de se combater a miséria, para inclusão dos casos de suspeita ou confirmação de propiciando a mulheres e homens condições dignas de vida, violência doméstica e sexual na Lista de Notificação de sonhos. Porque sem eles, resta apenas a dureza e a concreCompulsória. Essa Portaria já faz uma alteração importante tude. As pessoas merecem mais do que isso. Elas merecem a no enfrentamento à violência contra a mulher. amplidão das possibilidades, o horizonte. Mar/Abr/2011 – nº 294

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FINDES EM AÇÃO

Sindifer promove palestra para setor metalmecânico No mês de fevereiro, o Sindicato da Indústria Metalúrgica e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer) realizou a palestra “Agenda de Competitividade da Cadeia Produtiva de Óleo e Gás Offshore no Brasil” para que 50 empresários do setor metalmecânico avaliassem as oportunidades na área de petróleo e gás no Espírito Santo. O presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, aposta na integração dos investidores que desenvolvem projetos no Estado para aprofundar o aperfeiçoamento tecnológico do segmento.

Cindes organiza 3ª Semana do Jovem Empreendedor Foi realizada na primeira semana de março, no auditório da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, a 3ª Semana Estadual do Jovem Empreendedor, uma ação desenvolvida pela Federação Capixaba de Jovens Empreendedores (Fecaje) com apoio e organização do CINDES Jovem, entidade do Sistema FINDES. A proposta da Semana é promover e valorizar a difusão do espírito empreendedor entre jovens e incentivar a coragem para transformar ideias em realidade. Para a presidente do CINDES Jovem, Ana Paula Tongo, discutir sobre a cultura empreendedora é importante para fortalecer as pequenas empresas Ana Paula Tongo, Carlos Bressan, e ajudar os jovens empresários a Cristina Pupin e Luciano Raizer Moura persistirem diante das dificuldades.

Prêmio SESI reconhece Práticas sustentáveis O SESI-ES realizou a entrega do Prêmio SESI Qualidade no Trabalho (PSQT) no dia 2 de fevereiro. O prêmio, em sua 14ª edição, inovou em relação aos anos anteriores ao reconhecer as melhores práticas empresariais com base nos critérios de avaliação do Modelo SESI de Sustentabilidade no Trabalho, que são: cultura organizacional, gestão de pessoas, educação e desenvolvimento, ambiente de trabalho seguro e saudável, inovação e desenvolvimento socioambiental. O vice-presidente da FINDES para Assuntos do SENAI, Manoel Pimenta, deu as boas-vindas aos convidados e parabenizou o SESI pela iniciativa. Durante a premiação aconteceu também a palestra “Diálogos de Sustentabilidade”, ministrada por Cid Alledi Filho. Confira os vencedores

Categoria micro e pequena empresa:

• Modalidade: Ambiente de trabalho seguro e saudável - FHF Recauchutadora de Pneus • Modalidade: Educação e desenvolvimento - Spirit Soluções em Informática • Modalidade: Gestão de pessoas - Ingral Indústria Gráfica

Categoria média empresa

• Modalidade: Ambiente de trabalho seguro e saudável - SPA Sociedade Produtora de Alimentos • Modalidade: Desenvolvimento socioambiental - Marca Ambiental 54

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A Elkem vai disputar o Prêmio SESI PSQT nacional

Categoria grande empresa • Modalidade: Cultura organizacional Chocolates Garoto • Modalidade: Desenvolvimento socioambiental - Elkem Participações Indústria e Comércio • Modalidade: Educação e desenvolvimento - Fibrasa Sudeste • Modalidade: Gestão de pessoas - Tecvix Planejamento e Serviços • Modalidade: Inovação - Companhia Espirito-Santense de Saneamento/Cesan Mar/Abr/2011 – nº 294

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SAÚDE por Nádia Baptista

SEGURANÇA

DO TRABALHO: INVESTIR NA PREVENÇÃO É O MELHOR CAMINHO

Refrigerantes Coroa: menos acidentes e doenças, colaboradores mais felizes

E

vitar acidentes, cuidar da saúde e garantir a segurança dos funcionários têm sido preocupações cada vez mais presentes nas empresas. Para ajudá-las na implementação desses cuidados, o SESI desenvolve programas de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) junto a seus associados. Além de orientar as empresas sobre as normas de SST, o SESI ministra palestras e cursos que conscientizam os funcionários sobre a importância de adotar práticas de prevenção e de ter uma vida saudável. Quem recebe a orientação do SESI ainda tem à sua disposição uma clínica do trabalho. O vice-presidente da FINDES para assuntos do SESI, Ricardo Barbosa, destaca as vantagens que a parceria pode trazer para as empresas. “As empresas realmente necessitam desse programa de SST, no qual o SESI faz muito bem o seu papel. Temos uma equipe muito preparada, que é reconhecida na área. Podemos oferecer um trabalho com muita qualidade e nossos laudos, assim como os programas que temos, são muito respeitados. Além de fazer o serviço com maestria, o SESI ainda oferece descontos para a comunidade industrial”, diz. “Quando a empresa investe em SST, ela está pensando no trabalhador. O SESI traz esse tipo de programa com toda a metodologia e aparato técnico para que o empresário tome as medidas corretas e possa empreender seu programa de saúde e segurança para o trabalhador. Ganham com isso o empresário, já que um funcionário bem disposto e com saúde trabalha melhor e produz mais, e o trabalhador, porque está sendo beneficiado em sua saúde”, completa Barbosa. Para a gerente da Divisão de Saúde do SESI, Adriana Coelho, os acidentes ainda são resultado da falta ou ineficiência de práticas voltadas para a segurança do trabalho. 56

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“De maneira geral, os acidentes e doenças do trabalho acontecem como resultado de um somatório de fatores, como desconhecimento dos riscos existentes no local de trabalho, descumprimento da legislação, utilização de ferramentas inadequadas, falta de ergonomia no local de trabalho e, principalmente, falta de planejamento, logística e sistematização das atividades de prevenção”, explica. Segundo Adriana, com a adoção de medidas corretivas e preventivas em relação aos acidentes e doenças ocupacionais, as empresas obtêm benefícios em vários níveis. “Esses benefícios se estendem durante períodos de um ou mais anos, incluindo redução do absenteísmo. Além disso, a implementação de ações de SST traz para as empresas maior produtividade, economia de recursos, melhoria e maior confiança na imagem externa, melhoria nos níveis de qualificação para os contratos, maior satisfação dos empregados e melhor capacidade de retê-los no emprego”, completa. A gerente destaca ainda outro benefício para as empresas que investem na prevenção de acidentes e garantia da segurança de seus funcionários. “Um bom ambiente de trabalho faz bem à saúde. Aqueles indivíduos que julgam viver em melhores ambientes de trabalho apresentam menos comportamentos de risco, como tabagismo, obesidade, sedentarismo e abuso de álcool”, afirma. “Empresas bem-sucedidas aperfeiçoam continuamente o modo como realizam suas ações em SST, como um reflexo do posicionamento estratégico da gestão. A segurança e Mar/Abr/2011 – nº 294

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a saúde no trabalho precisam estar constantemente sendo avaliadas e divulgadas, pois este é um processo de conscientização em que todos devem estar voltados para um mesmo objetivo: conquistar uma indústria saudável e segura”, conclui Adriana. Exemplos de quem previne Ao longo de boa parte de seus 25 anos de mercado, a Renova, empresa do ramo da reparação automotiva, em parceria com o SESI, tem adotado práticas que possibilitam uma melhor qualidade de vida para seus funcionários. “Fazemos um trabalho de orientação com os funcionários e a empresa está em campanha permanente. Nós trabalhamos de forma a orientar para a que a prevenção esteja em primeiro lugar, como deveria ser em todas as empresas”, defende um dos proprietários, Fábio Tessarolo. Fábio explica também que as práticas de prevenção de acidentes são um trabalho continuado, não uma ação pontual. “Todos os dias a empresa abre as portas com essa preocupação: a segurança do trabalho. Em primeiro lugar, preservando o ser humano. E segundo, como nós vivemos de serviços, esperamos que a nossa capacidade produtiva esteja sempre preparada para atender à demanda. Se um funcionário se acidenta,é alguém a menos na equipe, o que atrapalha a dinâmica da empresa. O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva é exaustivamente cobrado e sua importância, trabalhada diariamente. Também temos espalhados pela empresa cartazes, orientando os funcionários sobre como os equipamentos de proteção devem ser usados”, conta o empresário. “Além de contribuir para que a empresa tenha uma boa imagem externa, o próprio funcionário se sente valorizado”, completa. A empresa gasta, somente com EPIs, cerca de um salário mínimo e meio por ano, por funcionário. “Trabalhamos para a que a prevenção esteja em primeiro lugar, como deveria ser em todas as empresas” - Fábio Tessarolo

“Quando a empresa investe em SST, ela pensando de ações de SST traz para as empresas “A está implementação no trabalhador” maior produtividade, economia e satisfação dos -empregados”– Ricardo Barbosa Adriana Freitas Coelho Carvalho

Além disso, há o gasto com exames admissionais e periódicos, que fica em torno de R$ 100 por funcionário a cada exame, variando de acordo com a função que este ocupa. Mas o que muitos veriam como um ônus acabou se mostrando um investimento que já traz benefícios para a Renova. Fabiane Tessarolo, também sócia da empresa, se orgulha de nunca ter afastado nenhum funcionário em função de acidente. “Fazemos um acompanhamento periódico. Temos todo o suporte necessário para resguardar nossos funcionários e acompanhar todo esse processo de segurança no exercício das atividades laborais. Isso é muito bom para a empresa”, afirma. A Refrigerantes Coroa é outro bom exemplo de empresa que leva a sério a segurança e a saúde de seus funcionários. De acordo com a coordenadora de Saúde e Bem-estar, Mara Telma Gomes, as normas de segurança são aplicadas de forma contínua e regular, sempre passando por avaliações e melhorias. Entre os benefícios que a Coroa identifica com essas práticas, Mara destaca a diminuição do número de acidentes e de doenças ocupacionais, a elevação da autoestima dos funcionários, o aumento da produtividade e da motivação e a promoção da saúde. Contar com o apoio do SESI nesses programas de SST, segundo a coordenadora, traz ainda outras vantagens para a empresa. “O Grupo Coroa acredita que um ambiente de trabalho saudável e estimulante proporciona maior produtividade. O estilo de vida saudável estimulado pelo SESI é o grande diferencial dos seus programas, que buscam atender às particularidades dos nossos trabalhadores”, defende. Ações Entre os programas do SESI que a empresa usa com mais frequência estão a Ginástica Laboral, o Indústria Saudável (ações de responsabilidade social a favor dos trabalhadores da indústria), o Indústria Segura (levantamento das aplicações de todas as normas regulamentadoras pertinentes a cada atividade) e o Arte e Cultura para Todos – Caminhão da Alegria, utilizado em campanhas de saúde como, por exemplo, para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e na semana interna de prevenção de acidentes (Sipat).

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FINDES EM AÇÃO

Segmento de cimento e blocos em alta As vendas de cimento produzido no país para o mercado interno brasileiro no ano passado atingiram 59,121 milhões de toneladas, alcançando um crescimento de 14,79%, em relação a 2009. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), que também apontam a Região Sudeste como responsável por um incremento do volume de vendas de 13,9%, totalizando 29,632 milhões de toneladas de cimento. No Espírito Santo, foram comercializados cerca de 1,182 milhões de toneladas de cimento.

Indústria capixaba fecha 2010 na liderança nacional O IBGE divulgou no dia 9 de fevereiro o que o IDEIES já havia antecipado: o Espírito Santo fechou o ano de 2010 na liderança do crescimento da produção física industrial brasileira, registrando em dezembro o índice de 22,3%, mais que o dobro da média nacional, que ficou em 10,5%. O Estado liderou este ranking de janeiro a dezembro de 2010, e ao ver confirmadas as suas expectativas, o presidente da Findes, Lucas Izoton, comemorou: “Os dados do IBGE consolidaram o Espírito Santo na liderança do crescimento da produção industrial brasileira, o que nos traz grandes benefícios, como a geração de mais postos de trabalho e o consequente aumento na arrecadação de impostos, que se refletem diretamente na qualidade de vida do cidadão capixaba, além de pavimentarem o caminho para novos investimentos”. Porém, Lucas alertou sobre os desafios ainda existentes. “Precisamos agora ampliar os resultados positivos para o interior do Estado, que inclusive já vem recebendo novos empreendimentos”.

IEL-ES ultrapassa divisas Toda a expertise do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) com o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor) está sendo levada para Mato Grosso do Sul. Por um período de 10 meses, em um processo que se realizará em 10 etapas, o IEL-ES prestará consultoria ao IEL-MS a fim de estruturar um programa similar ao Prodfor naquele Estado. Na primeira etapa, já realizada, o vice-presidente para assuntos do IDEIES e coordenador executivo do Prodfor, Luciano Raizer Moura, apresentou uma visão geral do Programa à equipe do IEL-MS. “Nesse encontro, fizemos um seminário com os fornecedores, apresentando detalhadamente o programa, os preparativos para a execução das atividades e os conceitos básicos da gestão da qualidade”, contou Raizer. As demais etapas serão conduzidas pelo consultor do IEL-ES José Vieira Neto, que realizará também treinamentos e consultorias aos fornecedores locais.

Siges realiza cursos de qualificação Num momento em que o mercado exige profissionais cada vez mais capacitados, o Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo (Siges) está promovendo cursos de capacitação em cinco municípios do Estado: Cachoeiro de Itapemirim, Vitória, Colatina, Linhares e São Mateus. O próximo curso programado é o de impressor offset em máquina monocolor, a ser realizado em Linhares de 11 a 15 de abril, e em São Mateus de 25 a 29 de abril. Os interessados podem obter mais informações pelo telefone (27) 32279970 ou através do e-mail siges@siges.com.br.

Empresários italianos de olho no Estado A Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) recebeu, no dia 13 de fevereiro, um grupo de empresários italianos interessados em instalar uma fábrica no Brasil. Os empresários e a FINDES discutiram as possibilidades de instalação da fábrica de peças plásticas para banheiros em parceria com empresários capixabas. A fábrica, Gedy, é líder do segmento na Europa, e atende tanto aos consumidores populares quanto aos de alto padrão. Quem deu as boas-vindas aos italianos foi o presidente da FINDES em exercício, Sergio Rogerio de Castro; já o diretor técnico da Agência de Desenvolvimento em Rede do Estado (Aderes), Duarte Henrique Vervloet, apresentou as potencialidades do Espírito Santo. Na ocasião, também estiveram presentes Neviton Gasparini, diretor da FINDES e presidente do Sindiplast-ES; Rubens Szpilman, diretor do Sindiplast-ES; Thiago Zecchinelli, diretor do Centro Internacional de Negócios da FINDES (CIN); e José Maria Barboza, coordenador do Posto de Atendimento FINDES/BNDES. 58

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fatos em fotos

6ª Convenção SESI-SENAI-IEL “Mente aberta para a educação” foi o tema da 6° Convenção SESI, SENAI e IEL-ES, realizada pelo sistema FINDES no dia 4 de fevereiro. O evento reuniu cerca de 900 pessoas, entre professores e funcionários administrativos das instituições, para promover a melhoria do processo de ensino-aprendizagem e despertar os potenciais criativo, sustentável, inovador, empreendedor e de responsabilidade social dos participantes. 1 – Lucas Izoton dando boas-vindas aos participantes, destacando a importância dos professores na formação dos alunos. 2 – Carlos Palma apresentou monólogo sobre a vida de Albert Einstein. 3 – Poeta, psicóloga e filósofa, Viviane Mosé palestrou sobre as exigências do profissional contemporâneo. 4 – Sérgio Mercúrio interagindo com os participantes, na sua apresentação de teatro de bonecos. 5 – Júlio César Franco discursou sobre os diversos tipos de inteligência. 6 – Roberto Shinyashiki ensinou lições para o mundo corporativo ao som de muito rock and roll.

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7 – Público presente ao evento. 8 – Participantes da Convenção exercitando-se com a ginástica laboral, logo após o almoço. 9 – Roberto Shinyashiki e Lucas Izoton entre conselheiros do Sistema FINDES. 10 – Manoel Pimenta, Alejandro Duenas e Flávio Bertolo. 11 –Robson Cardoso com a equipe do SENAI. 12 – Solange Siqueira, Lucas Izoton e a equipe de colaboradores do evento.13 – Participantes da Convenção atentos às palestras. 14 – Roberto Shinyashiki posando com o corpo técnico do Sistema FINDES. 15 – Robson Cardoso, diretor regional do SENAI, Viviane Mosé, o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, e a superintendente do SESI, Solange Siqueira.

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cursos e cia

Sustentabilidade é destaque em curso de qualificação

N

o mês de abril, o IEL-ES promove o curso de Gestão Ambiental em empresas de médio e pequeno porte para preparar os profissionais que buscam desenvolver seus conhecimentos na área sustentável e social. O curso, que inicia a sua oitava turma no dia 15 de abril e se encerra em 27 de agosto, capacita os profissionais para atenderem às demandas ambientais específicas decorrentes das atividades da empresa sob sua responsabilidade de uma forma prática, para que estes saiam adequadamente preparados para o mercado de trabalho. O gerente da Regional Sul da Concrevit, Selmo de Souza Alexandrino, que trabalha em Guarapari, participou da sétima turma do Curso de Gestão Ambiental. “O curso foi importante, porque proporcionou o conhecimento técnico necessário para darmos continuidade aos planos de mudança que estavam em andamento em nossa empresa”, relata Selmo.

Cronograma DE CURSOS IEL - 2011 ABRIL 2011 Curso

MAIO 2011 Curso

Período

Interpretação da NBR ISO 9001:2008

02 a 05/05/11

Cálculos Trabalhistas

02 a 06/05/11

Desenvolvendo as Habilidades do Supervisor como Líder de Pessoas

09 a 12/05/11

Administração de Conflitos

09 a 12/05/11

Gestão Financeira

16 a 20/05/11

Programa de Desenvolvimento de Supervisores e Líderes

16 a 19/05/11 e 30/05 a 02/06/11

Relacionamento com o Cliente

23 a 26/05/11

Técnicas de Negociação

23 a 26/05/11

Formação de Auditor Interno da Qualidade

30/05 a 02/06 e 03/06/11

JUNHO 2011 Período

Curso

Período

Interpretação da NBR ISO 9001:2008

04 a 07/04/11

Interpretação da NBR ISO 9001:2008

06 a 09/06/11

Administração de Pessoal e Rotinas Trabalhistas

04 a 08/04/11

Administração de Pessoal e Rotinas Trabalhistas

06 a 10/06/11

Negociando com Resultados em Compras

Contabilidade para Não-Contadores

13 a 16/06/11

11 a 14/04/11

Gerenciamento de Projetos Uma abordagem prática

13 a 17/06/11

11 a 15/04/11

Liderança e Coaching Os segredos para gerar resultados extraordinários

Logística de Materiais

12 a 15/04/11

Formação Básica de Líderes de Produção

Gestão Ambiental em Empresas de Médio e Pequeno Porte Turma VIII

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Cronograma DE CURSOS IEL - 2011

15/04 a 03/09/11

Gestão Eficaz do Tempo

18 a 19/04/11

Técnicas de Dinâmicas de Grupo

25 a 29/04/11

Formação de Auditor Interno da Qualidade

25 a 29/04/11

Indústria Capixaba – FINDES

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14, 15 e 17/06/11

Avaliação de Desempenho por Habilidade e Competência para Otimização de Resultados

20 a 22/06/11

Desenvolvimento de Equipe de Atendimento

18 a 19/06/11

Desenvolvimento Gerencial

27/06 a 01/07/11

Formação de Auditor Interno da Qualidade

27 a 30/06 e 01/07/11

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“O curso proporcionou o conhecimento técnico necessário para darmos continuidade às mudanças em nossa empresa”Selmo de Souza Alexandrino

cronograma DE CURSOS senai - 2011

No curso, ele aprendeu sobre as ações poluentes, que degradam o meio ambiente, e as ações preventivas e corretivas, possibilitando o desenvolvimento da indústria, levando ao progresso, mas andando de mãos dadas com a sustentabilidade. O IEL-ES tem como missão ofertar serviços de excelência em capacitação e gestão empresarial, contribuindo para a competitividade da indústria e o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo, oferecendo durante todo o ano programas de qualificação. Veja a relação dos outros cursos oferecidos pelo IEL-ES e SENAI-ES e prepare-se você também para o mercado de trabalho.

cronograma DE CURSOS senai - 2011 SENAI LINHARES

SENAI VITÓRIA Curso

Curso

Período

Período

Operador de Máquina de Usinagem de Madeira

21/03 a 28/07/2011

Operador de Máquina de Usinagem de Madeira Produção em Série

21/03 a 28/07/2011

Mecânico de Motor Álcool e Gasolina

21/03 a 31/05/2011 e 21/03 a 27/06/2011

Soldador de Solda Elétrica MAG

21/03 a 17/05/2011

NR 10 - Segurança em Instalações em Eletricidade Reciclagem

28/03 a 01/04/2011

Auto CAD 2D

02/04 a 07/05/2011

Soldador a Arco Elétrico Processo MAG

05/04 a 15/06/2011

Mecânica Instalações Industriais

09/04 a 05/11/2011

CAD Solid Works

09/04 a 14/05/2011

Soldador a Arco Elétrico Processo Eletrodo Revestido e Oxicorte

18/04 a 30/06/2011 e 18/04 a 07/07/2011

Caldeireiro

28/03 a 07/06/2011 28/03 a 24/05/2011

Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico

Soldador de Solda Elétrica Eletrodo Revestido

18/04 a 31/05/2011

28/03 a 04/10/2011

Comandos Elétricos

03/05 a 04/07/2011

Marceneiro de Móveis Personalizados

Alinhamento a Laser

16/05 a 26/05/2011

Armador de Ferragens

04/04 a 31/05/2011

Injeção Eletrônica

23/05 a 30/06/2011

Mecânico de Manutenção Industrial

04/04 a 02/09/2011

Soldador a Arco Elétrico Processo MAG

24/05 a 04/08/2011

Caldeireiro

04/04 a 17/07/2011

Caldeiraria

30/05 a 21/10/2011

Pintura de Móveis à Pistola

04/04 a 03/05/2011

Metrologia

06/06 a 22/06/2011

Mecânico de Usinagem

25/04 a 18/11/2011

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Indústria Capixaba – FINDES

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cursos e cia

Centro Integrado SESI / SENAI de Colatina

cronograma DE CURSOS senai - 2011 SENAI CIVIT Curso Caldeireiro

Período 25/04 a 15/07/11

SENAI VILA VELLHA Curso

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Período

Almoxarife

21/03 a 17/05/2011

Segurança para Eletricista

28/03 a 08/04/2011

Eletricista Instalador Industrial

11/04 a 24/05/2011

Eletricista Instalador Predial

11/04 a 07/06/2011

Operador de Betoneira

11/04 a 15/04/2011

Operador de Elevador de Obras

25/04 a 29/04/2011

Operador de Serra Circular

02/05 a 06/05/2011

Revit Básico

07/05/ a 04/06/2011

Leitura e Interpretação de Projetos de Edificações

09/05 a 27/05/2011

Armador de Ferragens

30/05 a 26/07/2011

Indústria Capixaba – FINDES

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cronograma DE CURSOS senai - 2011 SENAI COLATINA Curso

Período

Pedreiro

21/03 a 06/06/2011

Auto CAD 2D

22/03 a 10/06/2011

NR - 10

26/03 a 09/04/2011

Soldador Arco Eletrodo

28/03 a 13/06/2011

Costureiro Operador de Máquina para Costura do Vestuário

29/03 a 07/06/2011

Informações e inscrições: Edifício FINDES – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • SESI Jardim da Penha – Tel: (27) 3334-7300 • Fucape – Tel: (27) 40094444 • Inscrições e informações também pelo site www.iel– es.org.br • SENAI Cachoeiro – Tel: (28) 3522-4015 •SENAILinhares–Tel:(27)3371-2389•SENAIColatina–Tel:(27) 3721-4017 • SENAI Civit: Tel: (27) 3298-7800 • SENAI Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • SENAI São Mateus – Tel: (27) 3767-9343 • SENAI Vila Velha – Tel: (27) 3399-5800 • SENAI Anchieta – Tel: (28) 3536-3088 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br.

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artigo

As economias brasileira e

estadual no cenário internacional

C

omo dizia o grande romancista Guimarães Rosa, “viver é gostoso e perigoso”. Guimarães sabia das coisas e se hoje estivesse vivo, com certeza voltaria a fazer essa mesma afirmação ao observar o cenário internacional,especialmente a realidade econômica nacional – e a do Espírito Santo – perante os conturbados acontecimentos mundiais recentes. A economia brasileira passou muito bem pela crise de 2008-2009, porém não saiu dela incólume, sem desafios relevantes a serem superados. Da mesma forma, a economia capixaba foi a que mais se retraiu na crise e, depois, foi a que mais intensamente se reergueu, em função da sua elevadíssima subordinação à dinâmica econômica internacional. O impacto sobre o Estado e, mais ainda, sobre as finanças municipais, foi forte e trouxe problemas novos a serem enfrentados. Assim, está na hora de tirarmos lições do ocorrido. Tanto a economia brasileira quanto a capixaba apresentaram desempenhos formidáveis nos últimos anos. A média nacional do crescimento do PIB brasileiro, desde 2004, foi de 4,2% (supondo que em 2010 o PIB se expandirá a 7,8%). Nesse mesmo tempo, a expansão do fluxo de comércio internacional no Brasil cresceu 140,5%, ou seja, mais que dobrou em termos absolutos nos últimos seis anos. Mesmo assim, a participação brasileira no comércio mundial ainda é pequena: em 2010 foi de 1,06%. Como agravante, nossa pauta de exportações ainda tem uma forte predominância de matériasprimas ou bens industrializados com baixo valor agregado. Já a economia estadual apresentou crescimento médio de 5,1% no período 2004-2009 e a estimativa para o ano

de 2010 é de 12,6%. O somatório de exportações mais importações do Estado atingiu em 2010 o total de U$ 19,6 bilhões, um montante 176,6% maio r do que era em 2004. Apesar dos avanços em vários quadrantes da economia brasileira nos últimos anos, é preciso acelerar esforços (governamentais e empresariais) para concretizar uma política industrial verdadeira, que parta da seleção de setores prioritários a serem incentivados, que fortaleça as cadeias produtivas, que promova o desenvolvimento tecnológico, que rompa barreiras burocráticas e inerciais de todas as ordens, que afira as necessidades de crédito e que imponha limites para a admissão desenfreada de produtos importados subsidiados. Os maiores desafios a serem enfrentados para o fortalecimento econômico nacional e estadual são de duas ordens: os gargalos de infraestrutura, principais responsáveis pelo elevado “custo Brasil”, e o câmbio. Neste caso, o tema requer tratamento no âmbito das novas referências monetárias mundiais em debate nas agências multilaterais, em especial no grupo G-20, e uma revisão no tratamento permissivo ao ingresso de capitais para aplicações de curto prazo. Neste contexto mais amplo, insere-se a fragilidade da economia capixaba, que se tornou altamente dependente de uma pauta restrita e peculiar de seu comércio exterior, que acaba por ter um efeito multiplicador interno aquém do recomendado, revelando uma situação bem restritiva ao seu fortalecimento e estabilidade. Superar tal situação implica um efetivo esforço para ampliar o componente econômico estadual de bens e serviços voltados para o mercado interno. O desempenho econômico estadual, praticamente subordinado ao mercado externo, determinou que houvesse esta oscilação de desempenho tão gritante: queda brusca na crise e recuperação forte no momento seguinte. Em suma, e voltando à referência inicial sobre os perigos do mundo, vale enfatizar: nosso desenvolvimento estadual vai bem, porém, há que se repensar os paradigmas que até hoje sustentam os discursos dos líderes empresariais e políticos na tônica de se preservar ad eternum os programas voltados para sustentar as importações. Essa medida não precisa ser abandonada, mas tem que ser acompanhada, de preferência, por apoios a investimentos que promovam maior valor agregado no próprio Estado e se voltem para o mercado interno. Guilherme Lacerda é mestre e doutor em Economia, professor universitário e presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef)

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