Publicação Oficial do Sistema Findes • Maio 2013 • Distribuição gratuita • nº 306 • IMPRESSO
Investimentos e diversificação para a indústria do ES E mais: queda de produtividade, Rota Imperial, ATM em Ibiraçu, Anpei no ES Findes_306_Capa_FB_final2.indd 1
27/05/2013 15:22:51
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 2
27/05/2013 15:23:38
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 3
27/05/2013 15:23:53
SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto 1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini 3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Antonio Tavares Azevedo de Brito Diretores: Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogério de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogério Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro Simonassi Diretor-executivo: Luis Carlos de Souza Vieira Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Conselho Fiscal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da Silva Suplentes: Atílio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas Izoton Vieira Suplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior Serviço Social da Indústria – Sesi Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriais Titulares: Manoel de Souza Pimenta Neto, Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Mariluce Polido Dias Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Alejandro Duenas, Leonardo Souza Rogério de Castro, Rogério Pereira dos Santos Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Luiz Carlos Fernandes Rangel Suplente: Flaviano Rabelo Aguiar Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, João Baptista Depizzol Neto e Ronaldo Soares Azevedo Suplentes: Flávio Sérgio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Neviton Helmer Gasparini e Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias Representante do Ministério da Educação: Ronaldo Neves Cruz Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Paulo César Borba Peres Suplente: Ari George Floriano Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira
4
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Expediente_THI.indd 4
Centro da Indústria no Espírito Santo – Cindes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Paulo Alfonso Menegueli, Helcio Rezende Dias Conselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera Borges Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Helio de Oliveira Dórea Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies Presidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies: Marcos Guerra Membro Representante da Diretoria Plenária da Findes: Egídio Malanquini Membro Representante do Setor Industrial: Benízio Lázaro Membro Efetivo Representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro Efetivo Representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros Suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam Pessotti Representante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Membro Representante do Sebrae/ES: Ruy Dias Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Instituto Euvaldo Lodi – IEL Presidente: Marcos Guerra Conselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Alejandro Duenas, Ruy Dias de Souza, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini, Houberdam Pessotti, Benildo Denadai, Anilton Salles Garcia Conselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos, Luciano Raizer Moura Superintendente: Fábio Ribeiro Dias Instituto Rota Imperial – IRI Diretor-geral: Marcos Guerra Diretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Vladimir Rossi Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Künsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky Suplentes: Francisco Xavier Mill, TullioSamorini, João Felício Scárdua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Stein, Tharcicio Pedro Botti Membros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal Efetivos: Flávio Sérgio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador-geral: Sebastião Constantino Dadalto
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:24:23
NESTA EDIÇÃO
10
EDUCAÇÃO A Findes estende sua atuação na educação profissional para o interior do Estado com a inauguração da primeira Agência de Treinamento Municipal no Espírito Santo. Moradores de Ibiraçu e região ganham novas oportunidades com a oferta de cursos profissionalizantes de qualidade.
26
CENÁRIO
34
Um levantamento feito pelo Ideies apontou que a produtividade capixaba caiu em 2012, atingindo um patamar preocupante. Efeitos econômicos externos, aumento de salários e formalização da mão de obra estão entre os fatores que puxaram os resultados da indústria para baixo.
NO SISTEMA Um trajeto repleto de história e beleza. Assim é a Rota Imperial, que com 575 km percorre 14 municípios do Espírito Santo e 17 de Minas Gerais. O caminho entre os dois estados oferece contato com a natureza, gente hospitaleira e manifestações culturais variadas.
40 6
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Sumario_JES.indd 6
INDÚSTRIA Parte dos mais de R$ 100 bilhões em investimentos anunciados para o Espírito Santo nos próximos anos será destinada ao setor industrial capixaba. Com um novo perfil para a atração desses recursos, o Estado pode ter transformado o panorama de sua economia. Conheça os investimentos e como eles afetarão a indústria.
16 ENTREVISTA 44 INOVAÇÃO 60 FATOS EM FOTOS 64 CURSOS E CIA 52 SUSTENTÁVEL
Incentivar o espírito empreendedor e o desenvolvimento de produtos e processos focados no aproveitamento de materiais recicláveis. Esses são objetivos da incubadora de econegócios, que chega ao Estado fomentando bons negócios na área da sustentabilidade.
63 CASO DE SUCESSO
Com 29 franqueados e mais de 200 pontos de vendas espalhados pelo Brasil, a Adcos é referência em fórmulas inovadoras para o tratamento de beleza. Conheça a história da empresa que representa o Espírito Santo no mercado nacional de dermocosméticos.
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 16:03:37
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 7
27/05/2013 15:25:23
EDITORIAL
UNIFICAÇÃO DO ICMS:
OCEANO DE POBREZA COM ILHAS DE RIQUEZA Pelo princípio da igualdade e competitividade
A
Findes, Federação das Indústrias do Espírito Santo, tem atuado diretamente em diversos assuntos que envolvem o Espírito Santo. Por vezes, esses temas fogem à instância industrial, porém são de extrema importância e impacto na sociedade. Atuamos pela manutenção da harmonia e unidade política no Estado, pois essa segurança institucional é fator preponderante para angariar investimentos e recursos externos para o desenvolvimento do Espírito Santo. No próximo mês de julho, o Sistema Findes comemora 55 anos e, nesse sentido, cumpre seu papel de representar e defender os interesses da indústria capixaba.Trabalhamos para elevar a competitividade, fortalecer as instituições industriais, interiorizar o desenvolvimento, diversificar e inovar nossas indústrias, além de estimular o empreendedorismo. Conforme relatamos nas edições anteriores, constantemente o Espírito Santo tem sido alvo de propostas desfavoráveis, vindas especialmente de fora do Estado, dentre elas a polêmica e confusa reforma do ICMS, os novos critérios para a distribuição dos royalties do petróleo, além do fim do Fundap (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias). Para completar esse quadro negativo, recentemente membros do Governo Federal defenderam a retirada de investimentos privados já consolidados no Estado. Todas essas medidas somadas já causam perdas milionárias para os cofres do Espírito Santo e seus municípios, inibindo sua capacidade de investimento e a atividade econômica em geral. Limitar o poder de competitividade dos estados é um passo para a volta de um oceano de pobreza com ilhas de riqueza em nosso país. No preâmbulo da Constituição Federal, a igualdade e a justiça aparecem como valores supremos da sociedade.
A Constituição transfere autonomia para as unidades federativas legislarem sobre suas fontes de arrecadação. É importante ressaltar que a liberdade fiscal propiciou aos estados menos desenvolvidos a possibilidade de criar uma fórmula própria para melhorar a competitividade e promover o desenvolvimento regional. Em um ente federativo que sofre com a falta de infraestrutura portuária, aeroviária e rodoviária, a política de incentivos torna-se uma alternativa essencial enquanto mola propulsora para o desenvolvimento e, consequentemente, mais oportunidades e qualidade de vida para os moradores, visitantes e investidores no Espírito Santo. Com um otimismo moderado e focando em alternativas para contornar o custo da produtividade, nesta edição da Revista da Indústria confrontaremos um levantamento elaborado pelo Ideies que identificou queda na produtividade capixaba em 2012. Os efeitos econômicos externos, aumento de salários e formalização da mão de obra influenciaram de forma negativa no processo. Em contrapartida, apresentaremos uma matéria sobre os mais de R$ 100 bilhões em investimentos anunciados para o Espírito Santo. Com um novo perfil para a atração desses recursos, o Estado pode crescer substancialmente. Conheçam alguns dos investimentos que podem contribuir para a transformação da economia capixaba. Uma boa leitura.
Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes
8
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Editorial_JES.indd 8
Mai/2012 – nº 300
27/05/2013 15:56:09
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 9
27/05/2013 15:26:04
INDÚSTRIA Por Vitor Taveira
FINAL
DIVERSIFICAÇÃO
NA INDÚSTRIA PARA UM ESPÍRITO SANTO MAIS FORTE Investimentos podem modificar panorama da economia capixaba
I
nvestimentos de mais de R$ 100 bilhões em cinco anos. Essa estimativa, projetada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) para o período entre 2011 e 2016, inclui uma importante parcela destinada ao setor industrial capixaba. Outra pesquisa da mesma entidade indica que, entre 2008 e 2011, os grandes investimentos concluídos somaram um montante que chega a R$ 52,4 bilhões. Mas qual o impacto que tudo isso tem na economia e, mais especificamente, na indústria capixaba? Ao longo de uma série de reportagens, mostramos alguns dos principais segmentos que ganham força no Estado com os novos empreendimentos, como as indústrias automobilística, moveleira e naval. Para o presidente da 10
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Série Novo Perfil_JES.indd 10
Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, a chegada destes e de outros novos negócios pode mudar o panorama da economia capixaba e a situação de regiões e municípios do Estado. Guerra explica que muitos dos grandes projetos que estão previstos para o Espírito Santo apresentam grande investimento tecnológico e buscam atender também ao mercado brasileiro. “Nosso projeto converge para a diversificação da indústria capixaba, com maior valor agregado, conteúdo tecnológico e foco em inovação, inclusive para atender à demanda nacional, o que contribui para superar a dependência de nossa produção que é voltada para as commodities”, pontua o presidente da Findes, Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:26:35
Foto: Fernando Zanchetti
“Temos um projeto para a diversificação da indústria capixaba, para que tenha maior valor agregado e conteúdo tecnológico” Marcos Guerra, presidente da Findes
lembrando que, apesar da queda da produção industrial, o comércio continua aquecido no Brasil,demostrando o potencial do mercado nacional. Constantino Dadalto, coordenador-geral das Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos da Findes (Consats), ressalta que as novas indústrias que se instalam demandam também investimentos públicos e privados em logística e infraestrutura, que vão gerar mais oportunidades de crescimento e geração de empregos. “Não há como ter indústria sem logística, são duas coisas que caminham em paralelo. A indústria da construção também deve crescer com as obras estruturantes de rodovias, portos, aeroportos e saneamento básico, especialmente por conta da interiorização dos investimentos industriais”, explica Dadalto. No entanto, cabe ressaltar o fato de que, apesar dos anúncios, o ambiente (tanto internacional como nacional) é pouco favorável aos investimentos, o que poderia afetar o andamento e finalização das obras. Na avaliação do secretário estadual de Desenvolvimento, Nery de Rossi, o cenário é menos confortável, mas não vem prejudicando significativamente o que já estava planejado. “Não temos investimentos cancelados, e o adiamento de alguns não significa algo negativo, já que é comum, em projetos industriais, as empresas reavaliarem seus cronogramas de acordo com as alterações do mercado”, afirma.
Com investimentos de R$ 80 milhões, o Grupo Bertolini deve começar a operar em Colatina em 2014
“O Espírito Santo é um dos estados brasileiros onde o desenvolvimento está em ascensão, sendo receptivo a novos empreendimentos que geram divisas, oportunidades e mais qualidade de vida” Victor Coutinho, vice-presidente de Operações do Grupo Carta Fabril Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Série Novo Perfil_JES.indd 11
Novos investimentos A atual estrutura do Espírito Santo serve como grande atrativo para novos investimentos, como é o caso da empresa Carta Fabril, que está aplicando o equivalente a US$ 140 milhões na construção de uma nova fábrica em Aracruz, motivada pela existência de um grande complexo produtor de celulose na região. Na fábrica da Carta Fabril serão produzidas cerca de 120 mil toneladas anuais de bobinas de papel tissue, destinadas à produção de papéis higiênicos, toalhas e guardanapos. A previsão é de que a primeira fase das atividades tenha início em fevereiro de 2015 e a segunda fase comece a operar em 2017. “O Espírito Santo é um dos estados brasileiros onde o desenvolvimento está em ascensão, sendo receptivo a novos empreendimentos que geram divisas, oportunidades e mais qualidade de vida”, destaca Victor Coutinho, vice-presidente de Operações do Grupo Carta Fabril. Um aspecto importante que dá vantagem ao Espírito Santo é sua situação geográfica que, aliada a questões logísticas, consolida-o como um ponto privilegiado para alcançar o mercado nacional. “Estávamos precisando ampliar a capacidade produtiva, porque nosso parque industrial em Minas Gerais estava operando no máximo. Como Indústria Capixaba – FINDES
11
27/05/2013 15:26:48
INDÚSTRIA
“Não há como ter indústria sem logística, são duas coisas que caminham em paralelo” Constantino Dadalto, coordenador-geral do Consats
Governo, prefeitura e órgãos de fomento. Além disso, outra vantagem é que o Estado detém a segunda maior produção de látex no país, material que serve de matéria-prima para esse setor e que poderia ser ainda mais estimulado, já que a maioria das indústrias importa boa parte da matéria-prima. Com perspectiva de expansões futuras, a empresa atua num setor que, apesar da crise, vem conseguindo se sobressair. “Consideramos ser um período de oportunidades, principalmente para os setores de consumo (alimentos, higiene pessoal e fármacos) focado em produtos com alta qualidade e valor justo para todos os consumidores”, afirma Feitosa. De acordo com a empresa, o cronograma vem avançando conforme o planejado, com a expectativa de início da produção no segundo semestre de 2014. O potencial de expansão da fábrica inclui também a possibilidade de produção de luvas, cujo processo produtivo é similar ao dos preservativos. Nos planos dos investidores, ainda está a implantação de mais duas unidades industriais, uma de cosméticos, já em fase adiantada de estudos, e outra de medicamentos. Também em Colatina, está se instalando o Grupo Bertolini, cujos negócios compreendem duas novas unidades, nos setores de móveis de aço e sistemas de armazenagem, que encontram na região boa logística para distribuir e atender ao mercado. A empresa informa que as obras não foram afetadas por fatores externos e sofreram revisão dos prazos apenas em decorrência de ajustes que tradicionalmente ocorrem em projetos de grande porte. Dentro do planejado, está previsto o início de operação
temos grande parcela de clientes na Região Nordeste, o Espírito Santo é estratégico por conta da BR-101, tornando acessível tanto aquele mercado quanto o do Sudeste”, considera Fábio Rodrigo de Mello, gerente-geral de operações da Unidade Espírito Santo da Itatiaia. A empresa fará um investimento inicial de R$ 80 milhões, o que confere a ela o status de maior empreendimento da história da cidade de Sooretama, no norte capixaba. Em cinco anos, o total do investimento deve alcançar R$ 200 milhões. A empresa passa a produzir no Espírito Santo eletrodomésticos da linha branca, que tiveram muita importância no crescimento do comércio, aproveitando a grande demanda do mercado nacional. Outro grupo que está chegando ao Estado, a Multimodos, encontrou motivos diferentes para instalar em Colatina a sexta fábrica de preservativos CONHEÇA ALGUNS DOS INVESTIMENTOS QUE ESTÃO do Brasil e a primeira do Espírito Santo. SENDO REALIZADOS NO ESPÍRITO SANTO “O projeto da Multimodos nasceu da expectativa de diversos investidores, que Investimento Conclusão Empresa Município Produtos habitualmente direcionam seus recursos (em R$ milhões) para aplicações bancárias e no mercado de Maio ações, de ampliar seus investimentos em Itatiaia Sooretama Eletrodomésticos 200 de 2013 novos modelos de negócios, que atendam aos parâmetros de rentabilidade. Após um Bobinas de Fevereiro Carta Fabril Aracruz 280 papel tissue de 2015 estudo aprofundado de oportunidades, chegou-se a esse segmento e produto”, Preservativos e 2º semestre Multimodos Colatina 13 justifica Gabriel Martins Feitosa, gerentematérias em látex de 2014 geral da Multimodos. Concentrador, Janeiro Com investimento inicial de R$ 13 Samarco Anchieta Mineroduto e Usina 5.400 de 2014 de Pelotização milhões e capacidade para produção de 180 milhões de peças por ano, a empresa Móveis de aço Início considerou aspectos como a situação de Bertolini Colatina e sistemas de 80 de 2014 armazenagem logística e infraestrutura, formação de mão de obra e incentivos fiscais e financeiros, contando com a junção de esforços de Fonte: Dados fornecidos pelas empresas 12
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Série Novo Perfil_JES.indd 12
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 19:51:10
“Consideramos ser um período de oportunidades para os setores de consumo, focados para produtos com alta qualidade e com valor justo para todos os consumidores” Gabriel Martins Feitosa, gerente-geral da Multimodos
Aproveitando o complexo produtor de celulose de Aracruz, a Carta Fabril se instala no município para produção de papel tissue destinado à fabricação de guardanapos, toalhas e papel higiênico
para o ano de 2014. A Bertolini estima que os investimentos devam superar os R$ 80 milhões. “O projeto das unidades da Bertolini no Espírito Santo espera contribuir para o desenvolvimento socioeconômico, através da geração de renda e de postos de trabalho, além de estimular o progresso da região, promovendo novas oportunidades de negócios e crescimento em decorrência de sua instalação”, diz Alcides Pasquali, diretor administrativofinanceiro do grupo. Além dos novos grupos que chegam ao Estado,também são importantes os grandes investimentos de companhias que já atuam no Espírito Santo para ampliar sua capacidade produtiva e sua competitividade. Um bom exemplo disso é a Samarco, que investe R$ 5,4 bilhões no Projeto Quarta Pelotização (P4P), principalmente na região de Ubu, em Anchieta. Estão sendo investidos R$ 1,8 bilhão para as obras do terceiro concentrador,em Germano (MG); R$1,6 bilhão para as obras do terceiro mineroduto (MG e ES); e R$ 1,9 bilhão para as obras da Quarta Usina de Pelotização (ES).“O Projeto Quarta
“É importante agregar valor aos produtos e ganhar novos mercado, sempre pensando em inovação, não apenas tecnológica, mas de investimento sustentável” - Nery de Rossi, secretário de Estado do Desenvolvimento
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Série Novo Perfil_JES.indd 13
Pelotização (P4P) é muito importante para a Samarco, porque amplia a capacidade produtiva instalada da companhia em 37%, sendo também o primeiro megaprojeto de expansão totalmente carboneutro do Brasil”, comenta Ricardo Vescovi, diretor-presidente da empresa. Isso significa que todo o gás carbônico emitido durante a etapa da construção será compensado por ações de recomposição realizadas dentro de programas sustentáveis promovidos pela Samarco. Sustentabilidade Um ponto importante dos novos projetos que chegam ao Espírito Santo é a maior atenção aos temas relacionados com o impacto socioambiental que podem provocar, refletindo as preocupações atuais e apontando para uma indústria capixaba conectada com seu tempo. “O perfil que se espera da nova indústria é que cada empresário use sempre a criatividade para se tornar cada vez mais competitivo, visando ao crescimento da economia capixaba. É importante agregar valor aos produtos e ganhar novos mercados, sempre pensando em inovação, não apenas tecnológica, mas de investimento sustentável”, acredita o secretário Nery de Rossi. Gabriel Martins Feitosa explica como o conceito já foi incorporado por meios empresariais. “O compromisso da Multimodos com o meio ambiente é inerente à própria cultura da empresa, que elegeu como pilar central de seu planejamento estratégico a adoção de práticas administrativas, de produção e de marketing alinhadas aos princípios de desenvolvimento sustentável, ou seja, ao desenvolvimento pautado na harmonia entre os fatores econômico, social e ambiental”. No mesmo sentido, Victor Coutinho destaca os investimentos da Carta Fabril no Estado. “A planta da unidade Aracruz já nasce sob o conceito da sustentabilidade, desde a concepção de seu projeto. A utilização de processos limpos, a melhoria contínua, Indústria Capixaba – FINDES
13
27/05/2013 15:27:08
indústria
o respeito ao meio ambiente, à sociedade e a seus acionistas levam esse projeto a ser coroado de sucesso”. A Bertolini destaca iniciativas como a coleta seletiva de resíduos sólidos, o gerenciamento de efluentes líquidos, a captação da água da chuva e o isolamento para oferecer mais conforto térmico aos colaboradores como atividades sustentáveis que coloca em prática. Outro fator importante e diretamente ligado ao menor dano ambiental é a incorporação de novas tecnologias, que permitam o ganho de produtividade e competitividade com menos desperdício dos recursos. “Em todas as unidades do Grupo Bertolini, utilizam-se equipamentos com alta tecnologia, permitindo a redução de gastos com energia e a otimização do aproveitamento das matérias-primas”, destaca Alcides Pasquali.
“As novas indústrias geram mais empregos e crescimento na renda estimulam o surgimento de indústrias menores e comércios, movimentando toda a região” - Áureo Mameri, presidente do Conselho de Desenvolvimento Regional da Findes (Conder)
São aspectos que fazem com que a descentralização gere um ganho em competitividade também”, pontua Marcos Guerra. Áureo Mameri, presidente do Conselho de Desenvolvimento Regional da Findes (Conder), acredita que o interior capixaba tem grande potencial, especialmente Descentralização Como se nota nos investimentos abordados ao longo desta por conta da proximidade geográfica com outros Estados. série de reportagens, a tecnologia e a inovação são peças-chave “As novas indústrias geram mais empregos e crescimento no perfil das novas indústrias que se instalam no Estado. na renda e também demandam uma série de produtos Outro fator importante é que muitos dos novos investimentos e serviços necessários que estimulam o surgimento de industriais são realizados em cidades do interior do Espírito indústrias menores e de comércios, movimentando toda Santo. “Isso é muito bom, porque você descentraliza o a região”, comenta. Porém, ele sugere que é possível desenvolvimento, gerando oportunidades para municípios fora tornar os empreendimentos fora da Grande Vitória ainda da Grande Vitória. Há menos disputa pelo funcionário, é mais mais atrativos se houver investimento em infraestrutura, fácil montar uma equipe de trabalho, as coisas são mais perto. como estradas, portos e ferrovias. Diretor regional da Findes em Colatina, um dos municípios que se prepara para receber grandes projetos, Manoel Antonio Giacomin também considera positivo o efeito que estes causam para os municípios vizinhos. Ele ressalta a importância da qualificação da mão de obra para atender à nova demanda e destaca os investimentos da Findes na região como fundamentais. Enfim, a partir de todos os exemplos abordados ao longo desta série, é possível vislumbrar, num futuro próximo, um novo perfil sendo delineado para a indústria capixaba, marcado por empreendimentos mais modernos, que adotem mais e melhores tecnologias, primem pela inovação e considerem a sustentabilidade como um de seus pilares. A partir daí o Espírito Santo se fortalecerá como uma economia globalizada, sem depender somente da exportação de A Itatiaia será a primeira grande indústria a se instalar em Sooretama, commodities. Um Estado sintonizado com alavancando a economia local com seu tempo e respeitoso com o meio ambiente. a produção de eletrodomésticos O Espírito Santo que os capixabas merecem. 14
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Série Novo Perfil_JES.indd 14
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:27:17
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 15
27/05/2013 15:27:41
ENTREVISTA por Ana Lúcia Ayub
RAFAEL LUCCHESI “Nossa tímida taxa de inovação explica, em parte, a 58ª posição do Brasil, numa listagem de 141 países, no ranking de inovação elaborado todo ano pela escola de negócios francesa Insead,vinculada à ONU”
E
le está sempre à frente quando o assunto é inovação e tecnologia no Brasil. O economista carioca Rafael Lucchesi, 48 anos, que ocupa os cargos de diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e de diretor-geral do Senai, destaca para a Revista da Indústria que o país ainda ocupa uma tímida posição no ranking mundial de inovação tecnológica – 58ª posição entre 141 nações – e que ainda são necessários muitos avanços nesse segmento. Ele diz que os próximos desafios do setor industrial são ampliar a formação de mão de obra e promover conhecimento técnico de qualidade, alinhados ao investimento em tecnologia e inovação.
16
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Entrevista_Rafael Luchese_FB.indd 16
Que posturas e ações devem ser adotadas no país para que as indústrias se tornem mais competitivas e sustentáveis? Qual é a base dessa transformação? A prolongada crise econômica internacional, que estreitou os mercados e acirrou ainda mais a concorrência, desnudou a falta de competitividade das empresas brasileiras. O comportamento deficitário da balança comercial este ano é uma das faces visíveis do problema, que é grave e preocupante. Estamos perdendo mercado externo e interno, algumas vezes de forma desleal. Aumentar a competitividade, portanto, é crucial e estratégico para o país. Mas a iniciativa Maio 2013 – nº 306
28/05/2013 10:47:51
“O Senai está implantando 86 Institutos de Inovação e Tecnologia no programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira em todas as regiões e de acordo com as suas vocações industriais. Vamos reconfigurar o ensino profissional e formar profissionais de nível superior alinhados às necessidades do setor produtivo” depende mais de decisões de Governo do que das próprias empresas. A indústria brasileira é moderna, diversificada e competente do portão da fábrica para dentro, mas enfrenta, do lado de fora, o que os economistas chamam de custos sistêmicos elevados. É o Custo Brasil, com infraestrutura deficiente, sistema tributário complexo e com uma alta carga de impostos; legislação trabalhista anacrônica, de alto custo para as empresas; excesso de burocracia e educação de má qualidade. O Governo, felizmente, começou a atacar alguns desses problemas com medidas de caráter estruturante, como a redução da tarifa de energia e estímulos aos investimentos privados em infraestrutura. Mas é preciso ir além. Segundos estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o grande desafio do setor industrial é ampliar a formação de mão de obra e promover conhecimento técnico de qualidade, alinhado ao investimento em tecnologia e inovação. Como o Senai vem atuando nesse contexto? O Senai é a maior instituição privada de educação profissional da América Latina, com competência reconhecida internacionalmente. Desde sua criação, capacitou mais de 58 milhões de trabalhadores. Em 2012 registrou mais de 3 milhões de matrículas para cursos em 28 segmentos da indústria, num raio de ação de 2,7 mil municípios. Opera uma rede de 545 unidades fixas e 272 unidades móveis, incluindo um barco-escola na Amazônia, com um segundo em fase final de construção. Possui cerca de 12,5 mil professores e tem uma rede de 208 laboratórios para testes e ensaios, credenciados por Inmetro, Anvisa e Ministério da Agricultura. Entre as unidades estão alguns centros de excelência tecnológica, como nas têxteis (Rio de Janeiro), setor automobilístico (Bahia); na área mecatrônica (Rio Grande do Sul) e no setor de gás (Rio Grande do Norte). Mas pretendemos ampliar esse leque. Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Entrevista_Rafael Luchese_FB.indd 17
Como se daria essa ampliação? O programa Senai de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, com R$ 1,5 bilhão financiados pelo BNDES e R$ 400 milhões de recursos próprios, está implantando, em três anos, 86 Institutos Senai de Inovação e Tecnologia, voltados para pesquisa aplicada e serviços tecnológicos de alta complexidade. Os institutos serão instalados em todas as regiões e de acordo com suas vocações industriais. Vamos reconfigurar o ensino profissional no país e formar profissionais de nível superior alinhados às necessidades do setor produtivo. O objetivo é gerar conhecimento para áreas-chave, como microeletrônica, engenharia de superfície e tecnologia da comunicação e informação. Os alunos serão estimulados a trabalhar nas tendências tecnológicas. A meta é atingir 4 milhões de matrículas em 2014. Além da qualificação, o programa oferecerá às empresas serviços em cadeia e testes laboratoriais, muitos deles feitos hoje no exterior. De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Senai, até 2015 a indústria precisará de 7,2 milhões de profissionais com formação técnica, sendo que 1,1 milhão serão para o primeiro emprego. É possível que o país consiga fazer ingressar na formação técnica jovens em número suficiente para atender a essa demanda? O Mapa do Trabalho Industrial dimensiona o tamanho do nosso desafio. Com iniciativas como o programa Senai de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira e o Pronatec, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, criado para ampliar e interiorizar a oferta de educação profissional, não temos dúvida de que esse desafio será vencido. A propósito, o Senai responde por quase metade da execução do Pronatec no país. Indústria Capixaba – FINDES
17
27/05/2013 15:28:17
ENTREVISTA
“Enquanto no Brasil 6,6% dos estudantes optam pelo ensino técnico, na Alemanha esse percentual entre os jovens de 15 a 19 anos é de 52%. Na França e na Coreia do Sul, atinge 41%. É por isso que profissionais formados no Senai aumentam sua renda em 24% um ano depois de obterem o diploma” A educação com foco em cursos profissionalizantes pode ajudar os jovens a romper o ciclo de pobreza dos seus pais? Segundo pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas, em parceria com o Senai, uma pessoa com nível médio completo tem salário 15% maior quando conclui um curso técnico. O senhor partilha da opinião de que faltam políticas públicas que estimulem o acesso desses jovens na educação profissional, e consequentemente, no mercado de trabalho? O sistema educacional brasileiro valoriza a formação acadêmica e desconsidera as necessidades de um mercado de trabalho em rápida transformação. Ignora a inserção produtiva de jovens e adultos no mercado. É cada vez mais urgente superar o modelo de ensino médio acadêmico, voltado para um processo de seleção universitária generalista. Essa distorção faz com que a maioria dos estudantes que termina o ensino médio não esteja preparada para o mercado de trabalho. Por estarmos centrados na educação regular e colocarmos a educação profissional em patamar inferior, estamos distanciados dos modelos adotados nos países desenvolvidos. Enquanto no Brasil 6,6% dos estudantes optam pelo ensino técnico, na Alemanha esse percentual entre os jovens de 15 a 19 anos é de 52%. Na França e na Coreia do Sul, atinge 41%, enquanto no Japão ultrapassa 55%. É por isso que profissionais formados no Senai, segundo pesquisa da instituição, aumentam sua renda em 24% um ano depois de obterem o diploma. A pesquisa aponta ainda que 72% dos ex-alunos dos cursos técnicos conseguem trabalho no primeiro ano depois da formatura e têm renda média de 2,6 salários mínimos. Além disso, 73% estão ocupados em atividades relacionadas à área de formação. A renda média desses profissionais é 19% maior do que a dos ocupados em outras áreas. 18
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Entrevista_Rafael Luchese_FB.indd 18
Quais são as ocupações na indústria em que há maior demanda por trabalhadores de nível técnico? Em que regiões se concentram o maior número de oportunidades? De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, a demanda por trabalhadores está concentrada nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. No Espírito Santo, a demanda maior é por técnicos mecânicos na fabricação e montagem de máquinas, sistemas e instrumentos; técnicos de controle de produção; técnicos em eletrônica; técnicos em segurança do trabalho; técnicos em eletricidade e eletrotécnica. No grupo de média qualificação, destacam-se trabalhadores da indústria de alimentos (cozinheiros industriais); operadores de máquinas para costura de peças do vestuário; mecânicos de manutenção de máquinas industriais; mecânicos de manutenção de veículos automotores; trabalhadores de montagem de estruturas de madeira, metal e materiais compostos em obras civis.
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:28:32
Qual a realidade das empresas brasileiras? Há investimentos em inovação voltados para a criação de novos produtos? Precisamos avançar muito na prática da inovação. A última Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), realizada pelo IBGE, revela uma taxa de inovação na indústria de 38,1% no período 2006/2008. Significa dizer que de 100,5 mil empresas industriais pesquisadas pelo IBGE, pouco mais de 38 mil naquele período eram inovadoras, isso é, executaram produto ou processo novo ou aprimorado. Nossa tímida taxa de inovação explica a 58ª posição do Brasil, numa listagem de 141 países, no ranking de inovação elaborado todo ano pela escola de negócios francesa Insead, em parceria com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), vinculada à ONU. Na 58ª posição, o Brasil está à frente da Índia (64ª), mas atrás da África do Sul (54º) e bem atrás do Chile, que ocupa a 39ª colocação. Os primeiros colocados no ranking são: Suíça (1º), Suécia (2º) e Singapura (3º). Os Estados Unidos estão na 10ª posição. A maior dificuldade, além da ausência de uma cultura voltada à inovação, está na obtenção de recursos. Como o Sistema Indústria pode contribuir para que as empresas superem essa limitação? O Sistema Indústria dá uma contribuição substancial para que o país melhore essas posições. Criada em 2008, com a participação de empresas de ponta e do Governo, a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) está colocando a inovação no centro da estratégia das empresas, estreitando o diálogo com o Governo e participando da elaboração de políticas públicas de apoio ao desenvolvimento tecnológico. Entre as metas está a de chegar a 2014 com 60 mil empresas inovadoras, 70% a mais do que o número identificado pela última pesquisa. Instituída pela MEI, a Rede de Núcleos Estaduais de Inovação opera em 25 federações de indústrias, estimulando a prática da inovação nas empresas. Foram aplicados nos núcleos, no ano passado, R$ 23,6 milhões. Além disso, uma parceria com o Sebrae oferece consultorias na elaboração e execução de planos de inovação nas micro e pequenas empresas, capacitando 615 empresas em 2012. Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Entrevista_Rafael Luchese_FB.indd 19
Outro fator inibidor do incremento da inovação e de uma cultura inovadora é o distanciamento entre Academia e Indústria. O que pode ser feito para mudar esse quadro? A Embrapii, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, que começou a operar no mês passado, com recursos iniciais de R$ 1 bilhão para financiar projetos de inovação nas empresas, dará grande contribuição para eliminar essa distância. É uma organização social de direito privado que atuará em um modelo inovador. Dos recursos que irá aplicar, um terço é público, o outro terço virá da empresa beneficiada e a última parte será de responsabilidade da instituição de pesquisa credenciada, entre as quais o Senai. Haverá compartilhamento do financiamento e dos riscos entre o setor público, a empresa beneficiada e o instituto de ciência e tecnologia. Outras vantagens serão simplificar e agilizar a execução do projeto atendido pela Embrapii, com foco nas demandas da indústria. Qual será a faixa de atuação da Embrapii? A Embrapii vai minimizar um problema crucial no estímulo à inovação, responsável em parte pelo fato de o Brasil estar atrás no ranking mundial da inovação e da competitividade: o financiamento do chamado período pré-competitivo.Trata-se da fase entre a escala de laboratório e o produto ou processo final, em que são necessários escalonamento de processos, desenvolvimento de protótipos, plantas-piloto e testes. É o período conhecido como “vale da morte”, por ser o mais caro e de mais alto risco no processo de inovação das empresas e, por isso, o que menos recebe apoio financeiro governamental. Na Europa e nos Estados Unidos, o financiamento público em pesquisas de bioenergia no período pré-competitivo, por exemplo, responde por 50% a 60% do total dos investimentos. Indústria Capixaba – FINDES
19
27/05/2013 15:28:45
Indústria EM AÇÃO
Gerson Camata, governador da época (à esquerda), e Oswaldo Vieira Marques, então presidente da Findes (à direita), em visita à obra do prédio que futuramente seria a sede da Federação
Programação especial celebra os 55 anos de história da Findes Uma série de eventos realizados pela Federação das Indústrias do Espírito Santo comemorará o aniversário da entidade, destacando a importância do associativismo e a relevância do setor para a economia capixaba
E
m 12 de fevereiro de 1958, com a fundação da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), teve início uma trajetória de sucesso, responsável pelo fortalecimento do setor industrial capixaba. Cinco meses depois, em 29 de julho de 1958, a entidade foi reconhecida por carta sindical assinada pelo então ministro dos Negócios do Trabalho, da Indústria e do Comércio, Fernando Nóbrega. De lá para cá, o setor somou grandes conquistas com o apoio da federação – que, no princípio, reunia apenas cinco sindicatos, e hoje já conta com 31 entidades filiadas que, juntas, lutam por melhorias para a indústria capixaba. Para comemorar os 55 anos de fundação, celebrados oficialmente no próximo mês de julho, o Sistema Findes promoverá uma série de eventos, que além de confirmar a relevância do setor 20
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 20
“Estamos fazendo um trabalho de recuperação do associativismo e de fortalecimento das entidades que compõem o Sistema Findes” Marcos Guerra, presidente da Findes
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:29:08
industrial para a economia do Espírito Santo, também resgatarão a história do setor, além de fortalecer o associativismo no Estado. Entre essas ações, está o lançamento de um livro, que contará a história da Findes sob o viés de quem faz a federação acontecer, na prática: os sindicatos. Cada capítulo do livro trará, além da história de um dos 31 sindicatos filiados, as principais ações implementadas por cada um e as perspectivas de seus segmentos para os próximos anos. A partir de levantamentos históricos, a Findes pretende fazer um registro único da trajetória desses sindicatos, destacando também as ações em curso nessas entidades, que representam os interesses dos mais diversos setores industriais que atuam no Espírito Santo. O livro será lançado no dia 26 de julho, em um evento especial que acontecerá no cerimonial Itamaraty Hall, em Santa Lúcia, Vitória. Na mesma noite, serão homenageadas também personalidades da indústria capixaba que se destacaram no último ano, com a entrega das medalhas do “Mérito Sindical”, “Mérito Empreendedor” e “Mérito Industrial”. “Estamos fazendo um trabalho de recuperação do associativismo e de fortalecimento das entidades que compõem o Sistema Findes. Queremos trabalhar com a diversificação da indústria, e por isso fazemos investimentos em inovação no sistema, para preparar o Estado para as indústrias existentes e para receber as
55 anos da Findes 15 de julho Sessão Solene em homenagem aos 55 anos da Findes Local: Assembleia Legislativa 22 de julho Coquetel de Abertura da Exposição de Design Local: Casa Cor 26 de julho Lançamento de livro comemorativo e entrega de medalhas e homenagens Local: Cerimonial Itamaraty Hall, em Vitória
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 21
“O selo e o carimbo que celebram os 55 anos da Findes farão parte do acervo do Museu dos Correios” Ricardo Barbosa, diretor administrativo da Findes
novas empresas que estão chegando. Ao mesmo tempo, nossos esforços se concentram em formar e fortalecer novas organizações sindicais de setores que ainda não são atendidas pela Federação, como o das indústrias de laticínios, vidro, pesca e reciclados, com quem já estamos com conversas avançadas. Além disso, também buscamos profissionalizar a gestão do sistema Findes”, esclarece o atual presidente da Federação, Marcos Guerra. Mídia e solidariedade Como forma de apresentar à sociedade capixaba o trabalho realizado pelas entidades de classe industriais que atuam no Estado e os setores que elas representam, os 31 sindicatos filiados à Findes serão tema de uma campanha publicitária. Além disso, em uma parceria com os Correios, serão lançados em alusão ao aniversário, um selo e um carimbo comemorativos, os quais integrarão o acervo do Museu dos Correios. “Posteriormente, o selo e o carimbo que celebram os 55 anos da Findes farão parte do acervo do Museu dos Correios”, disse o diretor administrativo da Findes, Ricardo Barbosa. Aos 55 anos de atividade, a Findes segue sendo o elo entre indústrias e o desenvolvimento. Nessas mais de cinco décadas, a federação atuou no crescimento empresarial, melhorou custos internos e promoveu a qualidade dos serviços. Além disso, buscou durante todo esse tempo capacitar e incluir o povo capixaba nas ondas de desenvolvimento do Espírito Santo. A celebração é não só da Findes, mas da sociedade como um todo. Indústria Capixaba – FINDES
21
27/05/2013 15:29:21
Indústria EM AÇÃO
IEL promove ações de desenvolvimento no interior do Estado
L
evar o desenvolvimento e a capacitação para o interior do Espírito Santo. Com essa premissa, o IEL-ES vem apresentando aos municípios do sul e norte capixabas o Programa de Desenvolvimento Empresarial, uma realização da entidade em parceria com a HSM Educação. Neste começo de ano, o superintendente do IEL, Fábio Dias, esteve com empresários e gestores de Colatina, Linhares, Anchieta, São Mateus, Aracruz, Nova Venécia e Cachoeiro de Itapemirim mostrando as ações do programa e os serviços da entidade. A iniciativa, que leva a educação executiva e formação de líderes para pequenas e médias empresas, faz parte da política de interiorização da entidade. “Estamos voltando o nosso olhar para os municípios do interior do Estado, por conta das perspectivas de investimentos para essas regiões. Já terminamos uma turma em Vitória e temos uma em Cachoeiro. E serão criadas em junho outras três, na Grande Vitória, Sul e Norte”, explicou Fábio Dias. Cada empresa interessada envia um grupo de quatro pessoas e cada turma é formada por no mínimo 10 empresas e no máximo 14 organizações. De acordo com Dias, o feedback das reuniões com os empresários não poderia ser melhor. “Ficamos muito felizes com a satisfação dos empresários com essa ação do IEL, que elimina a necessidade de se deslocar para Vitória ou outros Estados para ter acesso a programas de capacitação de qualidade. Notamos a conscientização sobre a importância da educação executiva. Eles acreditam que podem melhorar suas competências internas e gerenciais”. disse. Ainda de acordo com Dias, a ação do IEL está perfeitamente alinhada à política de interiorização da Findes. “Queremos criar laços com todos os municípios. Destaco nessa
22
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 22
missão o grande apoio de todos os diretores regionais”. O superintendente lembra também dos diversos cursos in company e abertos ás comunidades oferecidos pelo IEL na busca por oportunizar a melhor capacitação aos capixabas. Na opinião do diretor da Findes para assuntos do IEL-ES, Benizio Lazaro, a capacitação das indústrias dos municípios interioranos tem outros desdobramentos. “Levar a qualificação para perto de quem precisa é fundamental. Muito se fala do inchaço nos grandes centros e, para evitarmos isso, é preciso haver o crescimento do interior, o que se faz por meio do desenvolvimento das empresas, da indústria”.Benizio destaca que é uma ação em que ganham todos: os grandes centros, que evitam a superpopulação; os municípios do interior, que podem contar com pessoas cada vez mais preparadas; e os profissionais capacitados, que têm uma melhora na qualidade de vida. “Mesmo indiretamente existem benefícios, pois os familiares e as pessoas que têm contato com esses profissionais acabam sendo impactadas positivamente. Então, são ações que já deveriam ter sido realizadas há décadas, mas que agora começam a acontecer, levando o crescimento para todo o Estado de maneira uniforme”, falou o diretor. Os interessados podem buscar mais informações sobre os cursos oferecidos pelo IEL no site da entidade: www.iel-es.org.br
serviço Inscrições e informações pelo site www.iel–es.org.br ou tel: (27) 3334-5755/5756/5758 Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:29:29
Projeto do Sesi-ES é apresentado em feira internacional O projeto “Turminha Cozinha Brasil”, do Sesi-ES, foi apresentado na feira de sustentabilidade e consumo consciente Fa’ la Cosa Giusta, que aconteceu entre os dias 15 e 17 de março, em Milão, na Itália. O projeto capixaba faz parte do “Sesi Cozinha Brasil”e lida com receitas e cursos de educação alimentar saudável e sustentável para crianças de 2 a 15 anos.“Em maio deste ano esse trabalho será replicado para todo o Brasil, a começar pelos trabalhadores da indústria”, frisou Samuel Siman, gerente técnico de Responsabilidade Social Empresarial do Sesi-ES. “Um dos objetivos do Sesi para esta ação voltada a crianças é a educação alimentar como princípio da construção de um hábito de vida saudável”disse a nutricionista do Sesi-ES, Gisele Bordeguini. O gerente das Unidades Móveis do Sesi/Senai/IEL, Leonardo Leal, informa que esta nova metodologia estará disponível para o público-alvo a partir de maio, em parceria com empresas, escolas e outras instituições.
Prêmio Gazeta Empresarial Colatina Na noite de 10 de abril, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, prestigiou a apresentação dos resultados do 10° prêmio Gazeta Empresarial Colatina 2013. O prêmio é fruto de uma pesquisa realizada anualmente pelas emissoras da TV Gazeta com a finalidade de identificar as marcas de maior presença na mente dos consumidores. A apresentação aconteceu na sede do Centro Integrado Sesi/Senai/IEL de Colatina. Já a solenidade de premiação será no dia 27 de junho no Clube Itajuby, a partir das 19h30. O prêmio contempla neste ano 73 categorias.
“Selo Verde” é apresentado na Findes
Governador conhece mapa da Indústria O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, conheceu no dia 16 de abril, em um evento realizado no Palácio Anchieta, o Mapa Estratégico da Indústria Capixaba. O documento foi apresentado pelo presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, e teve como objetivo detalhar um conjunto de ações propostas pela indústria, contribuindo para o fortalecimento do desenvolvimento sustentável do Espírito Santo, com metas para 2015 e 2022.
Sinvel realiza curso de operador para costura industrial
O Sindicato da Indústria do Vestuário de Linhares (Sinvel) deu início, no dia 22 de abril, ao curso gratuito de Operador de Máquina Reta para Costura Industrial. A entidade quer Por conta da apresentação do “Selo Verde”, o Sindicato da capacitar 200 pessoas em 2013 com seu Laboratório do Indústria de Borracha e Recauchutagem de Pneus do Estado do Vestuário de Linhares, que entrou em operação em abril Espírito Santo (Sindibores) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) após receber investimentos de R$ 200 mil na estrutura física se reuniram no dia 23 de abril, no Edifício Findes, em Vitória, e aquisição de 30 máquinas para atender à demanda de com a Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus 56 indústrias. Até o fim do ano, também estão previstas as (ABR) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). realizações de cursos de Costureiro Industrial do Vestuário, A iniciativa capixaba,que tem o objetivo de adequar e melhorar a Modelista, Operador de Máquinas de Corte de Roupas e gestão ambiental das empresas afiliadas ao sindicato,propiciando Operador de CAD, que serão oferecidos de acordo com a a redução dos impactos ambientais,poderá servir de modelo para demanda do setor. O curso tem carga horária de 160 horas, outros estados. Baseado na norma da Associação Brasileira de com 20 alunos no turno matutino e outros 20 no período Normas Técnicas (ABNT), a NBR 14001:2004, o “Selo Verde” vespertino. O setor de confecções é responsável por 6,5% do define requisitos de planejamento,operação,controle e melhoria Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. A produção de resultados ambientais. O projeto demanda das empresas o é de cerca de 8 milhões de peças ao mês, gerando 30 mil enquadramento em uma série de exigências e diretrizes. empregos diretos e 100 mil indiretos. Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 23
Indústria Capixaba – FINDES
23
27/05/2013 15:29:40
artigo
Investidores Anjos: Dinheiro + Inteligência = Grandes negócios!
O
mercado de tecnologia e inovação, mesmo com todas as consequências da crise de 2008 (que ainda perdura em várias economias mundiais), está aquecido e apresenta para o mundo várias oportunidades de grandes negócios, via as chamadas startups. As startups são empresas com modelos de negócios inovadores e que possuem no seu “DNA” um crescimento diferenciado, um dos mais rentáveis na economia mundial. Trazem um novo olhar para mercados já saturados, agregando novos valores e experiências para os usuários/ clientes, como fizeram o Instagram, ao transformar a paixão por fotografia em uma rede social, o DropBox, ao virtualizar os arquivos de forma compartilhada e colaborativa, e o Viajanet, ao transformar as compras online de pacotes de viagens em algo mais dinâmico. Mais do que uma ideia disruptiva, o empreendedor precisa de fôlego financeiro para executar seu projeto. É aí que entram as aceleradoras e os investidores anjos. A aceleração é voltada para quem está na fase pré seed, ou seja, no início do negócio, e neste momento precisa além de fluxo de caixa - de foco e muita mentoria para que sua startup abocanhe (esteja preparada para) o mercado.
Numa aceleradora, o empreendedor aprende duas regras essenciais: 1) quanto mais rápido descobrir o que não tem sentido, mais rápido descobrirá o que tem sentido e 2) o mercado é quem dita as regras! O sucesso dessa metodologia alavancou gigantes da inovação tecnológica como a DropBox, já citada, na aceleradora Y Combinator, o TuneIn, na Google Ventures, e TaskRabbit, na aceleradora 500 Startups. Já o investimento anjo serve para as startups que precisam de aporte de capital agregado aos conhecimentos de um investidor (que normalmente já empreendeu), e que ajudará o empreendedor em assuntos cruciais, como potencializar sua estratégia de marketing, estruturar a equipe, melhorar seu processo de distribuição, entre outros. E apesar do nome sugestivo, sua atuação não será a “tábua de salvação”, e sim um combustível para levá-la mais longe. No Brasil temos casos de sucesso que contaram com o apoio de investidores anjos, como por exemplo o site Peixe Urbano. Em nosso país, de acordo com dados da Associação Brasileira de Startups contamos com mais de cinco mil investidores anjos, mas ainda assim faltam conhecimento e aporte para as startups. Aqui no Espírito Santo não é diferente. Apesar de o mercado estar aquecido a ponto de termos uma aceleradora membro do programa federal Start-up Brasil / TiMaior, a Start You Up (da qual sou fundador), é algo ainda muito recente. Contamos com um banco de dados de mais 230 startups, de todos os estados brasileiros, bem como de Portugal, Índia e EUA. Por isso, e para aquecer a cena capixaba, a aceleradora Start You Up montou um clube de investimentos para que os empresários conheçam e injetem capital em novos modelos de negócios (startups). Nosso objetivo é oferecer para este grupo de investidores a oportunidade de conhecer e investir (conosco) em startups com alto potencial de rentabilidade e em diferentes estágios. Esse investimento servirá para a startup ganhar musculatura e entrar no mercado preparada, mas também para abrir novos ciclos de investimentos. E ai vem o retorno para o investidor inicial. Marcilio Riegert é CEO-presidente da Start You Up Accelerator
24
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_artigo_Marcílio Rieger_THI.indd 24
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:30:16
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 25
27/05/2013 15:30:31
educação Por Nádia Baptista
Findes inaugura a primeira Agência de Treinamento Municipal no Espírito Santo
Com a inauguração do novo modelo de unidade, o Sistema Findes amplia sua atuação na educação profissional para mais cidades do interior do Estado 26
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Especial ATM_THI.indd 26
D
esde o dia 19 de abril, mais um município capixaba conta com os benefícios e programas de qualificação oferecidos pelo Sistema Findes, cujos investimentos em educação devem chegar a R$ 83 milhões até 2015. Na ocasião, foi inaugurada a primeira Agência de Treinamento Municipal (ATM), em Ibiraçu, que qualificará os moradores da cidade e região para atenderem à demanda por mão de obra das grandes empresas que se instalam na área. Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:31:05
Nomeada de ATM “Gilberto Rosalém”, a escola homenageia um dos fundadores da Pastelaria Califórnia, que tornou a cidade famosa por seu tradicional pastel, servido com caldo de cana, e prova que os potenciais do município vão muito além da culinária. Com sete turmas iniciais já em andamento e 130 alunos, a nova unidade de qualificação Sesi/Senai/IEL abriu suas portas também com 980 inscritos para os cursos que terão início nos próximos meses. A unidade de ensino funciona no prédio do antigo Grupo Escolar Daniel Comboni, na região central da cidade, que passou por reforma e adaptações para abrigar os cursos oferecidos pelo Sistema Findes. Inicialmente, estarão disponíveis os cursos de Auxiliar Administrativo, Almoxarife, Eletricista Predial, Soldador TIG, MIG e Eletrodo, Caldeireiro, Pedreiro e Aplicador de Revestimento Cerâmico. A iniciativa é uma parceria da Federação das Indústrias com a prefeitura de Ibiraçu, e deve ser levada também a outros municípios do interior do Espírito Santo. De acordo com o diretor-executivo da Findes, Luiz Carlos de Souza Vieira, oito prefeituras já fecharam parceria com a Federação, e outras 18 estão em fase de negociação. Inovadoras, as agências de treinamento têm como grande vantagem levar a qualidade dos cursos profissionalizantes oferecidos pelo Sistema Findes a municípios onde a
“Educação e formação profissional são o caminho mais eficiente para gerar oportunidades” Renato Casagrande, governador do Espírito Santo
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Especial ATM_THI.indd 27
“A Agência de Treinamento é um projeto que permite que municípios com baixa arrecadação industrial tenham uma escola do Sesi, do Senai e do IEL” Luiz Carlos de Souza Vieira, diretorexecutivo da Findes
arrecadação industrial compulsória é pequena, o que inviabiliza a presença de um Centro Integrado Sesi/Senai/ IEL, como explica Vieira. “A agência de treinamento é um projeto que permite que municípios com baixa arrecadação industrial tenham uma escola do Sesi, do Senai e do IEL. A sua instalação em um município depende da manifestação da prefeitura. Essa é a lógica da agência: fazer na prática um discurso, que é o sonho de todos nós, de levar a educação profissional a todo o Espírito Santo, descentralizando as oportunidades, que estão, em sua grande maioria, na Grande Vitória”, defendeu. Para o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a iniciativa da Findes em parceria com as prefeituras reforçará ainda mais as ações em prol da educação profissional já implementadas no Estado. “Essa primeira agência mostra o avanço do trabalho realizado pela Federação das Indústrias no Espírito Santo, sempre destacando a ideia de que educação e formação profissional são o caminho mais eficiente para gerar oportunidades”, afirmou. Como funciona a parceria Após fechado o acordo com a Findes, a prefeitura encaminha para a Câmara Municipal um projeto de lei que determina a criação da Agência de Treinamento. Com a aprovação da proposta, são iniciados os trabalhos para a instalação do novo centro de ensino. Segundo Vieira, a lei permite que o trabalho seja mantido na região mesmo quando há troca de governo. Indústria Capixaba – FINDES
27
27/05/2013 16:16:32
educação
Nos termos da parceria, a prefeitura fica responsável pelo espaço físico e sua manutenção, além da parte administrativa, e o Sistema Findes se responsabiliza pelos cursos e corpo docente. O modelo estruturado funciona da seguinte forma: a prefeitura cede a instalação, o prédio, e responde pelo custeio das contas de água e luz, entre outras, além de colocar à disposição da agência dois funcionários administrativos, um para cada turno. Já as entidades do Sistema Findes oferecem os cursos e são responsáveis pelos treinamentos. Uma outra característica da agência é a flexibilidade na quantidade de cursos. “Em um município como Ibiraçu, de cerca de 11 mil habitantes, por exemplo, se você faz uma escola de confecção, daqui a dois anos você já formou toda a mão de obra de que a região precisa. Já uma escola como a ATM permite uma flexibilidade maior. Hoje começamos a agência oferecendo cursos de Informática e de Solda, mas daqui a um ano podem ser outros os cursos ofertados”, esclareceu Luiz Carlos de Souza Vieira. Benefícios para Ibiraçu e região A diretora regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Solange Siqueira, comemorou a iniciativa e acredita que logo a unidade de Ibiraçu poderá ser ampliada. “Inicialmente são 980 vagas, mas estamos dispostos a atender “As regionais da Findes não comportam toda a demanda da região, e até mesmo por uma questão de logística, a ATM vai ser muito importante para ajudar a atender a essas demandas” João Baptista Depizzol Neto, diretor da Findes em Aracruz e Região
28
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Especial ATM_THI.indd 28
“Inicialmente são 980 vagas, mas estamos dispostos a atender quantos alunos for necessário” Solange Siqueira, diretora regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES
quantos alunos for necessário. O espaço cedido pela Prefeitura foi adaptado para atender essa grande parceria do Sistema Findes com o município. É um local onde poderemos gerar conhecimento e formar mão de obra para a indústria. A nossa presença é forte, mas tudo vai depender de como a iniciativa será recebida pela população, e como ela irá nos apoiar”, afirmou. Segundo o prefeito de Ibiraçu, Duda Zanotti, a agência de treinamento trará benefícios não só para os moradores locais, mas também para a população dos municípios vizinhos. “A iniciativa vai ser de suma importância para os nossos jovens, que hoje estão buscando um emprego melhor, ou até mesmo o primeiro emprego. Nossa região tem se desenvolvido muito nesse período, e precisamos qualificar nossos jovens para que possam se inserir no mercado de trabalho. Hoje, ainda não temos grandes empresas no município, mas há na região empresas que poderão absorver toda essa mão de obra que será formada na Agência de Treinamento Municipal”, comentou o prefeito. Ainda de acordo com Zanotti, a mão de obra qualificada também pode ajudar a atrair grandes empreendimentos para Ibiraçu. Além de aproveitar o potencial logístico de Ibiraçu, a principal vitória alcançada com a inauguração da ATM é a interiorização do desenvolvimento capixaba, como reforçou o diretor da Findes em Aracruz e Região, João Baptista Depizzol Neto. “As regionais da Findes não comportam toda a demanda da região, e até mesmo por uma questão de logística, a ATM vai ser muito importante para ajudar a atender a essas demandas. Além disso, a iniciativa é uma forma de levar para os municípios do interior condições para que as empresas se Maio 2013 – nº 306
28/05/2013 09:58:11
Com a assinatura do convênio entre Estado, município e Sistema Findes, centenas de pessoas da região de Ibiraçu serão qualificadas por meio da Agência de Treinamento
Agência de Treinamento Municipal A Agência de Treinamento Municipal é um novo conceito para a educação tecnológica e profissional voltada para o setor industrial, destinado a cidades de pequeno ou médio porte do interior do Espírito Santo. Por meio dela, os municípios terão acesso aos serviços profissionalizantes oferecidos pelo sistema Sesi/Senai/ IEL, em parceria com os governos locais. Para a implementação de uma Agência de Treinamento, é necessário realizar a avaliação da demanda local por meio de um estudo de viabilidade no município e a elaboração de um projeto de implantação que considere a definição das linhas de atuação de cada agência, de acordo com a demanda específica da região. instalem ali também, evitando que continuem a se aglomerar nos grandes centros. A ATM não só qualifica mão de obra, como também forma cidadãos. É uma maneira de manter a qualidade de vida no interior por meio do ensino e da mão de obra, o que é algo muito importante”, reiterou Depizzol. Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Especial ATM_THI.indd 29
Segundo o diretor regional da Findes, a demanda por mão de obra qualificada vem de empresas já instaladas na região, tanto de grande porte, como a Fibria e a Imetame, quanto as de médio e até as pequenas. Ao mesmo tempo, novos projetos em implantação, como o estaleiro Jurong e a nova fábrica da Carta Fabril, devem demandar grande quantidade de profissionais capacitados. “Precisamos preparar os profissionais do interior, de maneira que estejam capacitados para atender a essas demandas”, complementou. Somente o estaleiro Jurong, de acordo com o presidente da Findes, Marcos Guerra, já solicitou ao Senai 1.200 profissionais. “Já estamos, inclusive, nos preparando para isso, trabalhando o conceito de região e capacitando a mão de obra nas redondezas. Nesse sentido, a inauguração da ATM de Ibiraçu é um grande passo dado pelo Sistema Findes”, afirmou Guerra. Até o final de 2013, outras 14 Agências de Treinamento Municipais poderão ser inauguradas no Espírito Santo, conforme Guerra afirmou na cerimônia de inauguração da unidade de Ibiraçu. “Não podemos estar em todos os municípios, mas estaremos presentes nos principais e naqueles que procurarem a parceria com o Sistema Findes. A ATM é uma extensão do Complexo Sesi/Senai/IEL, num trabalho integrado que pretendemos levar a todo o Estado”, destacou o presidente da Findes. Indústria Capixaba – FINDES
29
27/05/2013 16:17:26
Indústria EM AÇÃO
debate reúne jovens lideranças empresariais Representantes de frentes de movimentos jovens empresariais se reuniram com o presidente da Findes, Marcos Guerra, para debater sobre o desempenho da indústria capixaba e ações para curto, médio e longo prazo. O encontro foi realizado no dia 11 de abril, na sede da entidade, em Vitória. “Foi um agenda importante para criar um Grupo Temático Propositivo sobre assuntos de interesse que impulsionem o desenvolvimento da indústria capixaba e, consequentemente, o Espírito Santo”, falou Guerra. Participaram do encontro representantes do Cindes Jovens, Fecaje, CDL Jovem, Federação Capixaba de Jovens Empreendedores, Associação Desenvolvimento e Juventude (Ades), CRA Jovem, Associação de Estudantes Universitários (Aiesec), Associação de Jovens Advogados (AJA) e Associação de Empresas Juniores ( Juniores).
Sindirepa-ES faz revisão gratuita de carros em Vitória O Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos do Espírito Santo (Sindirepa-ES) ofereceu uma inspeção veicular gratuita nos dias 2 e 3 de abril, na Praça dos Namorados, em Vitória. Foi o Pit Stop 2013 da Manutenção Preventiva, que verificou 49 itens dos veículos que passarm pelo local e deu diagnóstico aos 300 automóveis atendidos. A ação foi promovida em parceria com Prefeitura de Vitória, Sindicato da Indústria da Borracha e Recauchutagem de Pneus do Estado (Sindibores), Associação das Oficinas de Reparação de Veículos (Assorves), Senai-ES, Magneti Marelli, Limoar, Excel, Coringa Pneus e Nacional Peças. Ao todo, 35 profissionais trabalharam na checagem dos carros, analisando itens como alinhamento de direção, faróis, nível de óleo do motor, amortecedores, pneus e sistema elétrico.
30
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 30
deputados prestam homenagem à Findes A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) foi homenageada, no dia 2 de março, pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Inclusão Digital, Biossegurança, Qualificação Profissional e Petróleo e seus Derivados da Assembleia Legislativa. A homenagem foi realizada no Plenário “Emir de Macedo Gomes”, na sede da instituição, e fez parte das comemorações da 1ª Semana de Energia no Legislativo Estadual. Na oportunidade, o assessor de Relações Institucionais da Findes, Cezar Villar de Mello, representou os interesses da indústria.
Qualidade de Vida do industriário é mostrada em pesquisa do sesi O Sesi-ES apresentou, no dia 3 de abril, os resultados da pesquisa “Indicadores Sociais da Indústria – avaliação da qualidade de vida do trabalhador da indústria”. Encomendada pelo Departamento Nacional do Sesi, a pesquisa teve a finalidade de obter informações e dados de modo organizado sobre as condições de vida dentro e fora do trabalho na indústria no Brasil, de forma a estabelecer a sua relação com a produtividade da empresa. No Espírito Santo, 37 indústrias dos mais diversos setores participaram. Segundo o especialista em Pesquisa e Educação do Departamento do Sesi Nacional, Milton Mattos, “reduzir o absenteísmo e presenteísmo na indústria - motivadores do impacto na produção - e diminuir o número de reduzir acidentes de trabalho são alguns dos desafios encontrados para desenvolver a qualidade de vida do trabalhador”. Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 16:21:19
Comitiva italiana visita a Findes O Centro Internacional de Negócios (CIN) recebeu no dia 19 de abril uma comitiva de empresários italianos, acompanhada pelo ex-presidente da Findes Lucas Izoton. O objetivo da visita foi ampliar negócios no Estado, particularmente nos setores metalmecânico, construção civil e instrumentação elétrica. O encontro foi uma extensão de outro, realizado em 2012, com a delegação capixaba que participou da Marmomacc, maior feira mundial do setor de rochas, promovida em Verona, na Itália. Na avaliação do gerente do CIN-ES, Christiano Furtado, a visita superou todas as expectativas da comitiva italiana. “Queremos realizar um trabalho em conjunto. Achei a comitiva bem receptiva, os empresários vieram dispostos a debater parcerias de projetos e negócios”, falou. Além do encontro na Findes, a comitiva participou de uma reunião na Secretaria de Desenvolvimento e de uma viagem a Pedra Azul, em Domingos Martins, onde conheceram os empreendimentos da região de montanhas.
Sindinfo é pioneiro em norma para software
Autoridades prestigiam nova diretoria do Sindiplast-ES
Garantir que as empresas capixabas de Tecnologia da Informação (TI) despontem como fornecedoras de software de qualidade. Com essa finalidade, o Sindicato das Empresas de Informática no Estado do Espírito Santo (Sindinfo) iniciou o processo de adequação de seus associados à norma ISO/IEC 29110: Engenharia de Software – Perfis de ciclo de vida para micro-organizações (VSEs). O projeto começou em fevereiro de 2013 e deve ter as primeiras certificações concluídas em julho. A NBR ISO/IEC 29110 é um conjunto de normas e relatórios técnicos desenvolvidos para melhorar a qualidade de produtos ou serviços e o desempenho dos processos de micro-organizações que desenvolvem ou mantêm software. No Espírito Santo, 84% das empresas de TI são consideradas de micro porte, segundo dados do diagnóstico do setor de TI de 2011, divulgado pelo Sindinfo. O projeto, que conta com a participação de 10 empresas e o apoio do Sebrae e IEL-ES, faz do Estado o primeiro no Brasil a se engajar no processo de adoção dessa norma.
O Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Espírito Santo (Sindiplast-ES) empossou a sua nova diretoria para a gestão 2013-2016 no dia 22 de abril, em um evento no Itamaraty Hall, em Vitória. O público prestigiou a posse do industrial Neviton Helmer Gasparini, da Plastin, na presidência do sindicato. Estiveram presentes autoridades, como o vice-governador Givaldo Vieira; empresários; representantes profissionais da indústria; o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; o vice-presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Lucas Izoton; e o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 31
Polos de Inovação são debatidos na Findes Viabilizar a instalação de um polo de inovação tecnológica no Espírito Santo. Com essa finalidade, o vice-presidente do Sistema Findes, Manoel Pimenta, participou de reunião com o vice-governador do Estado, Givaldo Vieira, no Palácio da Fonte Grande, no dia 15 de abril. O diretor da Findes em Anchieta e região, Fernando Künsch, também esteve presente no encontro, que mobilizou lideranças empresariais, técnicos e estudiosos do segmento de tecnologia. Indústria Capixaba – FINDES
31
27/05/2013 16:20:41
artigo
A distorção do
instrumento da greve
S
olicitado a escrever este artigo, me senti bem à vontade para discorrer sobre tema tão presente no dia a dia da sociedade. As greves são consideradas movimentos legítimos, previstos em lei, e se tornaram ferramentas importantes para os trabalhadores exercerem pressão em busca de novas conquistas e direitos. Há, todavia, restrições quanto à utilização deste mecanismo pelos trabalhadores, ou seja, há limites, de modo a não se permitirem abusos. Por exemplo, as greves são disciplinadas em caso de serviços essenciais. No setor privado não há esse tipo de restrição, mas há regulamentação impondo à parte que promove a greve alguns preceitos básicos que devem ser cumpridos para que um movimento paredista seja considerado legal. Já há algum tempo, todavia, temos observado o descumprimento desse regramento. As greves têm sido muito mais utilizadas para toda e qualquer reivindicação. Muitas vezes, são deflagradas antes mesmo de serem esgotadas as negociações em um processo de campanha salarial. Em nosso setor, a construção civil, temos enfrentado movimentos nos últimos anos. Movimentos duros, longos e, por vezes, violentos. Tais movimentos, pouco compreendidos pelos patrões, expõem nossos canteiros a atos de violência, com depredação de patrimônio e,
algumas vezes, lesão física de empregados. O que se vê são greves induzidas por pessoas infiltradas com o propósito de coagir os demais a abandonarem seus postos de trabalho. Esses movimentos são conhecidos como “piquetes” e têm funcionado como ferramenta para impedir o acesso das pessoas ao trabalho. Esse é o tipo de greve que temos presenciado em nosso Estado. Cito como outro exemplo as greves no sistema de transportes. A população é impedida de se locomover, os coletivos são bloqueados e todos sofremos, embora o movimento seja de uma categoria profissional específica para pressionar os seus patrões. A nós, empregadores, restam poucas alternativas. Temos como instância de recurso contra os abusos a Justiça do Trabalho, que, via de regra, prefere atuar como conciliador e evita julgar tais abusos. Temos visto com frequência as conciliações convergirem para acordos que concluem em abono de parte dos dias parados. Ora, a greve é um instrumento de pressão com o objetivo de conquistar algum direito. Pois bem, após o alcance desses objetivos o que se espera é que haja reposição dos dias parados por parte dos trabalhadores. Se isso não ocorre, e somos levados a abonar parte desses dias, o que vemos é um prêmio pela greve deflagrada. Como vamos interromper esse ciclo de movimentos paredistas? Acho que temos que pensar em um novo tempo nas relações capital e trabalho. As negociações precisam ser intensificadas e patrões e trabalhadores precisam se esforçar para conquistar e pacificar as negociações na mesa de discussão. Mas precisamos contar com a Justiça do Trabalho para, com sua atuação de magistrado, dirimir tais conflitos com posições justas e equilibradas. Queremos, sim, uma Justiça que enxergue os empregadores e trabalhadores numa mesma perspectiva, afinal, somos todos, empresários e trabalhadores, parte do ciclo de desenvolvimento econômico de um Estado. Não há empresa sem trabalhador, mas não há trabalhador sem empresa. Portanto, ambos têm que sobreviver. A visão dessa relação tem que ser mais equilibrada. Aristóteles Passos Costa Neto é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES)
32
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_artigo_Aristóteles Neto_THI.indd 32
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:32:30
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 33
27/05/2013 15:32:49
cenário por Nadia Baptista
Baixa produtividade
preocupa indústria capixaba Queda na produção e manutenção dos empregos fizeram os índices de produtividade da indústria capixaba caírem em 2012 a níveis bem abaixo da média nacional 34
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Cenário Produtividade_THI.indd 34
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:34:37
“No caso do Espírito Santo, é mais simples identificar a origem da queda na produtividade, evidenciada principalmente no setor industrial ligado às commodities” Orlando Caliman, economista
A
produtividade da indústria capixaba nos últimos oito anos vem oscilando entre períodos positivos e outros com resultados abaixo da média brasileira. É o que demonstra um levantamento feito pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), com base em dados da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) e da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo comparou os índices de produtividade da indústria capixaba e brasileira com o custo da mão de
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Cenário Produtividade_THI.indd 35
obra entre os anos de 2005 e 2012, revelando números preocupantes para o setor no Espírito Santo. De acordo com a pesquisa, a produtividade da indústria capixaba em 2012 foi uma das piores da série histórica, registrando um decréscimo de 3,6%, enquanto a queda na média nacional foi de apenas 0,8%. No mesmo ano, os custos das indústrias com mão de obra cresceram 9,6% no Espírito Santo e 6,6% no Brasil. No período analisado pelo Ideies, o desempenho em 2012 só não foi pior que o do ano de 2009, ápice da crise econômica mundial, quando a produtividade capixaba caiu 9,5% e a brasileira, 2,2%. Naquele ano, o custo com a mão de obra no Espírito Santo aumentou 20,9%, enquanto no Brasil cresceu 4,9%. Para o economista Orlando Caliman, a diminuição da produção, que tem relação com a crise econômica mundial, pode ser apontada como uma das responsáveis pelos baixos índices de produtividade. “No caso do Espírito Santo, é mais simples identificar a origem da queda na produtividade, evidenciada principalmente no setor industrial ligado às commodities, com destaque para as indústrias metalúrgica, siderúrgica e extrativa mineral. Essas indústrias têm um peso muito grande para determinar a produtividade da indústria em geral e são, para o Estado, bem mais significativas que em nível nacional. Quando se tem uma crise externa, como essa pela qual o mercado internacional está passando, em que a demanda pelas commodities caiu, normalmente a produtividade das plantas industriais capixabas cai, porque se produz abaixo da capacidade, mas mantendo o mesmo número de trabalhadores. Ou seja, se está produzindo menos por cada trabalhador. Em 2012, a queda de produtividade capixaba foi de 3,6% e, no caso do Brasil, 0,8%. Contrapondo isso com o custo do trabalho aumentando, podemos perceber que esse aumento do custo do trabalho não está sendo coberto pelo aumento de produtividade”, esclarece o economista. Indústria Capixaba – FINDES
35
27/05/2013 20:52:54
cenário
Produtividade e custo de trabalho Brasil x Espírito Santo Produtividade (PF/HP) Indústria Geral - Espírito Santo
Produtividade (PF/HP) Indicador Acumulado - Brasil
14,8
3,3 2,0
5,1 2,4
7,2 4,1
6,4
6,6 6,1 1,1
-0,8 0,1
-2,2
-3,6
-9,5 2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
“Como tem sido frequente a formalização de trabalhadores, inclusive na indústria, uma possível razão para a queda na produtividade pode ser o aumento do número de trabalhadores formais” Arlindo Villaschi, economista
20,9
caiu muito no Espírito Santo de 2011 para 2012, mas o salário dos trabalhadores da 4,4 3,2 indústria continuou aumentando. As horas 1,9 2,8 6,6 trabalhadas ficaram mais caras, pois o salário -0,5 4,9 médio cresceu muito, o que fez com que o 0,2 -0,6 -0,6 ,1,1 -11,8 coeficiente da produtividade caísse”, declara. -2,5 O aumento dos salários, com ganho real acima da inflação, também é apontado por -2,7 Orlando Caliman como uma das causas para Custo do Trabalho Custo do Trabalho produtividade menor. “Nos últimos anos os Indústria Geral - Espírito Santo Indicador Acumulado - Brasil salários médios cresceram razoavelmente, até acima do próprio crescimento do Produto Fonte: IBGE-PIM-PF e PIMES | Elaboração: FINDES/IDEIES/NEC Interno Bruto (PIB). Algumas categorias tiveram, inclusive, reajuste salarial acima da O presidente da Findes, Marcos Guerra, concorda. inflação. Esse reajuste só seria razoável para a indústria se “Mais de 50% da economia capixaba dependem do viesse acompanhado de um crescimento de produtividade, o mercado internacional, que está desaquecido e, por isso, que, na prática, não aconteceu”, lembra o economista. automaticamente vendemos menos no ano passado, Segundo ele, esse quadro agrava o risco da inflação pois as e com isso a indústria também produziu menos. Em 2012, indústrias tendem a repassar o custo maior ao preço final do a produção física da indústria capixaba em geral decresceu produto. “O que normalmente costuma acontecer é que esse 6,3%, e a da indústria de transformação, 9,6%. Apesar disso, custo seja transferido para os preços e aí temos a inflação, a indústria preservou o emprego. E a partir do momento que termina por corroer os aumentos de salário. É um perigo em que preserva o emprego, ela encarece o seu custo”, que corremos, de que a nossa economia entre em um círculo esclarece Guerra. vicioso que o país já vivenciou no passado”, alerta Caliman. O diretor-executivo do Ideies, Antonio Fernando Doria Já o economista Arlindo Villaschi acrescenta ao Porto, destaca um outro ponto que contribuiu para que a diagnóstico para a queda na produtividade o aumento na produtividade da indústria capixaba diminuísse. “A produção formalização da mão de obra. “Como tem sido frequente 9,6
36
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Cenário Produtividade_THI.indd 36
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:34:59
a formalização de trabalhadores, inclusive na indústria, uma possível razão para a queda na produtividade pode ser o aumento de trabalhadores formais. Por exemplo, se uma indústria tem em um ano dois trabalhadores operando uma máquina, um formal e um informal, e no ano seguinte passa a contar com dois trabalhadores formais operando a mesma máquina, oficialmente a produtividade diminui, porque o trabalhador informal antes não entrava na conta de cálculo da produtividade. Contudo, o que a formalização da força de trabalho está indicando é que, mesmo que isso implique aumento dos impostos pagos, os trabalhadores estão preferindo se formalizar. O mercado está aquecido e a procura pela força de trabalho é cada vez maior. Então, a formalização é uma maneira de buscar reter o trabalhador. O empresário gasta tempo e dinheiro adequando o trabalhador à sua linha de produção, por isso é mais vantajoso para ele reter bons profissionais”, afirma Arlindo. Indústrias impactadas A queda na produtividade pode ser bem visualizada na indústria da construção civil. O setor, que viveu momentos de muita prosperidade por conta do processo de desenvolvimento instalado no Estado nos últimos anos, hoje enfrenta um cenário diferente, que se reflete na desaceleração dos negócios. “Saneamento das contas públicas com retorno dos investimentos pelo Estado, grandes investimentos industriais e a pujança da cadeia de gás e petróleo foram os grandes indutores do crescimento de nosso setor. Em minha empresa, soubemos aproveitar esse vento a favor para aumentar o volume de nossos negócios. Esse cenário, todavia, não é mais o mesmo. O setor da construção civil está sentindo uma retração e,
“Em 2012, a produção física da indústria em geral decresceu 6,3%, e a da indústria de transformação, 9,6%. Apesar disso, a indústria preservou o emprego. E a partir do momento em que preserva o emprego, ela encarece o seu custo” Marcos Guerra, presidente da Findes Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Cenário Produtividade_THI.indd 37
“Não questionaria a carga tributária se tivéssemos um retorno, em serviços essenciais, desse imposto que é pago. Mas esse retorno não existe, e continuamos sofrendo com a falta de infraestrutura” Salvador Turco, presidente da União Engenharia em consequência, uma desaceleração nos negócios, que obviamente atinge também a minha empresa, que precisa lidar com receitas menores e baixa produtividade”, comenta Aristoteles Passos Costa Neto, diretor do Inocoopes. Aristóteles também aponta a crise internacional – e seus reflexos no mercado interno – como a grande responsável pela diminuição da demanda no Espírito Santo. “A crise mundial e o baixo crescimento econômico de nosso país têm reflexos diretos na economia de nosso Estado. Somos um Estado dependente do mercado externo de commodities, que movimenta nossa economia e, com isso, aquece o mercado interno. A indústria imobiliária depende fundamentalmente de um mercado interno forte. Hoje estamos passando por momentos de insegurança, o que leva o consumidor a pensar muito antes de realizar investimentos de longo prazo, que é o nosso caso”, explica. Custo Brasil De modo geral, em relação à indústria brasileira, segundo o economista Orlando Caliman, também é possível destacar outras razões para a queda na produtividade, entre elas o custo Brasil. “O custo Brasil reduz a capacidade de o setor industrial se desenvolver mais rapidamente, afetando a produtividade”, reitera Caliman. O custo Brasil constitui-se em um conjunto de fatores que comprometem a competitividade e a eficiência da indústria nacional. Esses fatores chegam a representar até 60% dos custos de uma empresa, como acontece com a União Engenharia, presidida pelo empresário Salvador Turco. A empresa não foi afetada pela recente queda na produtividade, porque diversificou sua atuação, o que tem ajudado a superar a crise. Contudo, sofre os impactos dos impostos e da falta de infraestrutura no Estado. “O custo Brasil influencia muito nossos negócios. Não questionaria a carga tributária se tivéssemos um retorno, em serviços essenciais, desse imposto que é pago. Mas esse retorno não existe, e continuamos sofrendo com a falta de infraestrutura, seja de estradas, Indústria Capixaba – FINDES
37
27/05/2013 15:35:07
cenário
“A produção caiu muito no Espírito Santo de 2011 para 2012, mas o salário dos trabalhadores da indústria continuou aumentando. As horas trabalhadas ficaram mais caras, pois o salário médio cresceu muito, o que fez com que o coeficiente da produtividade caísse” Antonio Fernando Doria Porto, diretorexecutivo do Ideies
seja de acesso à área portuária, entre tantos outros problemas. Além disso, somos prejudicados ainda pela falta de infraestrutura para o trabalhador, que não tem acesso a moradia, educação, lazer e saúde. Isso também afeta a produção, porque o funcionário acaba trabalhando insatisfeito”, critica Turco. Outro setor bastante afetado pelo custo Brasil é, novamente, o da construção civil, como explica Aristóteles Passos. “Há um conflito permanente entre capital e trabalho em nosso setor. Há constante insatisfação dos empregados com as remunerações e os benefícios que recebem e, por outro lado, o nosso custo de mão de obra é inflado por uma carga enorme de encargos sociais que pesa no orçamento das empresas. Ou seja: o trabalhador alega receber pouco, mas as empresas gastam muito. Essa insatisfação se reflete diretamente na produtividade de nosso segmento.
“O setor da construção civil está sentindo uma retração e, em consequência, uma desaceleração no volume dos negócios, que obviamente, atinge também a minha empresa, que precisa lidar com receitas menores e baixa produtividade” Aristóteles Passos Costa Neto, diretor do Inocoopes 38
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Cenário Produtividade_THI.indd 38
Esse é o custo Brasil na gestão de mão de obra, que precisa ser mudado com urgência”, aponta o empresário. Para Marcos Guerra, é urgente tornar a indústria capixaba mais competitiva. “Hoje o setor industrial enfrenta problemas como o alto custo da energia elétrica; o custo ligado ao trabalho, que é muito alto; o custo da burocracia; da infraestrutura, que é ruim, entre tantos outros fatores que compõem o que chamamos de custo Brasil. Medidas como a desoneração da folha de pagamentos, já em vigor, são positivas para a indústria, mas ainda falta no país um programa de recuperação da indústria nacional, com ações de curto, médio e longo prazo, que observe o setor de forma robusta, trabalhando questões tributárias, de burocracia, de financiamento e de infraestrutura no país. Hoje somos a sétima maior economia do mundo, mas em matéria de exportação, ocupamos apenas a 24ª posição. Precisamos ser mais competitivos”, sugere o presidente da Findes. Segundo Orlando Caliman, as despesas ligadas ao custo Brasil demonstram a dificuldade de se produzir no país, o que limita a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. “O Brasil tem encontrado dificuldades para exportar, não só pela queda da demanda mas, no caso de produtos industrializados, devido ao custo para produzir determinados itens. Hoje, no Brasil, esse custo é maior que em outros países”, explica. Para ele, o cenário de queda na produtividade só deve se alterar nos próximos anos caso sejam tomadas as medidas certas. “Isso depende muito dos efeitos da política do governo, que está adotando algumas medidas no sentido de reduzir o custo da produção, como a desoneração e a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mas apenas para alguns setores. Agindo assim, não se ataca o problema estrutural, mas trabalha-se apenas com alguns segmentos, considerados estratégicos, numa tentativa de fazer com que a economia possa voltar a crescer novamente. Uma solução mais segura teria que ser mais abrangente e envolver outras questões que originam o custo Brasil”, esclarece o economista. Já Marcos Guerra prevê um cenário melhor até o final do ano, apesar de nos dois primeiros meses de 2013 o desempenho da indústria capixaba ter sido negativo. “Para 2013,estimo um crescimento de 3,5% da produtividade das indústrias capixabas, a despeito do desempenho negativo do primeiro bimestre, de cerca de -10,7% na indústria geral e -18,4% na indústria de transformação”, arrisca o presidente da Findes. Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 20:58:09
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 39
27/05/2013 15:35:40
NO SISTEMA Por Fabiana Tostes
ROTA IMPERIAL: UM CAMINHO DE DESCOBERTAS E DE BELEZA
Um trajeto por onde passou a realeza, cheio de história e paisagens exuberantes. Assim é a Rota Imperial, que liga o Espírito Santo a Minas Gerais, e se torna o mais novo destino turístico para os amantes da cultura e da natureza 40
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Rota imperial_THI.indd 40
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 16:14:27
E
m 1814, o príncipe regente D. João VI emitia uma importante instrução para o Brasil: a construção de uma rota que ligaria Vitória, no Espírito Santo, a Ouro Preto, em Minas Gerais. A corrida do ouro já estava decadente, e o desenvolvimento da capitania do Espírito Santo começava a interessar à família real. Assim, criar uma via de comunicação entre as duas regiões se fazia mais do que necessário. A Estrada São Pedro de Alcântara foi então construída, e vilas às margens do trajeto foram formadas e povoadas. Imigrantes europeus chegaram, e eram constantes as idas e vindas de famílias mineiras pela estrada, por onde também trafegavam mulas e boiadas. Porém, após a Independência do Brasil (1822), o caminho foi abandonado. Sem investimentos, o tráfego se tornou quase impossível, e a estrada passou a ser lembrada apenas por historiadores. Agora, quase 200 anos depois, em uma parceria entre o Ministério da Cultura, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, as Assembleias Legislativas dos dois estados e a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), o caminho tantas vezes percorrido por D. Pedro II será retomado. É a Rota Imperial, que engloba uma região de 5.600 quilômetros quadrados e uma população de quase
250 mil habitantes. O projeto abre as divisas comerciais ao turismo do eixo Ouro Preto-Vitória, que passa a integrar e se beneficiar da marca “Estrada Real”, unindo história, cultura e entretenimento em um mesmo roteiro. O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, destacou a importância do projeto para a capital capixaba. “História, cultura, turismo e desenvolvimento das cidades. Para nós, várias situações se complementam quando consideramos os benefícios de um roteiro tão bem planejado e que passa por cidades belíssimas do nosso Estado e de Minas Gerais. Vitória tem fundamental destaque por ser o ponto de partida, o marco zero, de um trajeto belíssimo iniciado no Palácio Anchieta, pleno de significado para nós, capixabas,seguindo até a histórica Ouro Preto (MG). A Rota Imperial permitirá que uma grande quantidade de turistas conheça nossa linda Vitória ao fazer esse percurso”, destacou Luciano Rezende. Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Rota imperial_THI.indd 41
“O objetivo do IRI é ampliar a participação dos diversos níveis da sociedade neste projeto que resgata um dos mais importantes momentos de nossa história, criando um diferenciado vetor para o turismo e para a economia da região” Marcos Guerra, presidente da Findes
O processo de implantação da Rota Imperial – que contou com um investimento conjunto entre Findes e Secretaria de Estado do Turismo no valor de R$ 645 mil – já está em fase final. Até o fim de maio, todos os 384 marcos, com informações turísticas a cada quilômetro de estrada, aproximadamente, serão implantados. A partir do marco zero no Palácio Anchieta, em Vitória, a Rota Imperial, de 575 km, percorre 14 municípios capixabas e 17 mineiros. No percurso, paisagens impressionantes, gente simples e hospitaleira, traços múltiplos de culturas variadas presentes numa única região. O presidente da Findes, Marcos Guerra, destaca que a instituição busca a democratização para a Rota Imperial. “O objetivo do IRI é ampliar a participação dos diversos níveis da sociedade neste projeto que resgata um dos mais importantes momentos de nossa história, criando um diferenciado vetor para o turismo e para a economia da região.” pontuou Guerra. “A Rota Imperial proporciona, além do contato com a história do Brasil, centenas de quilômetros de belas paisagens entre vales e montanhas e a cultura marcante dos imigrantes que colonizaram suas terras. A sinalização com certeza vai incrementar o turismo na região, onde é possível ter contato Indústria Capixaba – FINDES
41
27/05/2013 15:38:50
Queda d’água límpida em Ibitirama faz parte do cenário
A ESTRADA REAL
com as tradições e os costumes passados pelos descendentes de italianos, alemães, pomeranos, tiroleses e austríacos de geração em geração”, disse o secretário estadual do Turismo, Alexandre Passos. “Descobrimos lugares fantásticos e verificamos in loco como o Espírito Santo é maravilhoso. Conhecemos pessoas de muito valor, gente simples do campo, que traz em suas raízes a sabedoria dos nossos antepassados. Conhecemos histórias de antigos tropeiros, que levaram no lombo de seus animais o desenvolvimento ao nosso Estado”, disse a deputada estadual Luzia Toledo. Presidente da Comissão de Cultura e Comunicação Social da Assembleia Legislativa, Luzia Toledo sonhava em introduzir a Rota Imperial (de Vitória a Ouro Preto) à Estrada Real. “Sabíamos que havia uma estrada construída no início do século XIX, mas não tínhamos todos os dados. A partir de diversas pesquisas capitaneadas pelos nossos amigos – o historiador e professor João Eurípedes Franklin Leal e o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Estrada Real, Eberhard Hans Aichinger – descobrimos onde está localizada a Estrada São Pedro Alcântara e desbravamos esse caminho de Vitória até Ouro Preto”, afirmou a deputada.
“É um sonho que oferece inúmeras possibilidades de geração de riqueza, fixação do homem no campo, desenvolvimento de novos negócios e favorecimento da indústria criativa” Paulo Teodoro, diretor da Findes para Assuntos do IRI
42
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Rota imperial_THI.indd 42
Estrada Real era o nome alusivo a qualquer via terrestre que, à época do Brasil Colônia, era percorrida no processo de povoamento e exploração econômica de seus recursos, em articulação com o mercado internacional. A designação reflete o fato de que era esse o caminho oficial, único autorizado pela Coroa portuguesa para a circulação de pessoas e mercadorias. A abertura ou utilização de outras vias constituía crime de lesa-majestade, encontrando-se aí a origem da expressão “descaminho” com o significado de contrabando. Em 1999 foi criado o Instituto Estrada Real, uma ONG que transformou o antigo caminho, aberto há mais de 300 anos pela Coroa portuguesa, em um destino turístico reconhecido no Brasil e no exterior. Além da Rota Imperial São Pedro de Alcântara, que percorre 31 municípios capixabas e mineiros, a Estrada Real passa também por outros 199 municípios – 169 em Minas Gerais, 22 em São Paulo e oito no Rio de Janeiro – e tem 1,6 mil quilômetros de extensão e mais de 80 mil quilômetros quadrados de área de influência. No Espírito Santo, a Rota passa por Vitória, Cariacica, Viana, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante, Castelo, Conceição do Castelo, Muniz Freire, Ibitirama, Ibatiba, Iúna e Irupi. De acordo com o diretor da Findes para Assuntos do Instituto Rota Imperial, Paulo Teodoro, já está aberta a visitação e, provavelmente, até o final do semestre será lançado o primeiro guia turístico da Rota Imperial, que deve ser disponibilizado na internet. “É um sonho, que oferece inúmeras possibilidades de geração de riqueza, fixação do homem no campo, desenvolvimento de novos negócios e favorecimento da indústria criativa. O fortalecimento do turismo distribui renda e melhora a vida da sociedade. Esses primeiros passos são fundamentais para alcançarmos o grande ideal de fortalecimento e resgate da história da Rota Imperial”, afirmou Teodoro. Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:39:12
Ele também destacou que o turista tem a opção de fazer seu próprio roteiro e aproveitar a paisagem que vai encontrar pelo trajeto. A exuberante Mata Atlântica, rica na variedade de orquídeas e bromélias, torna ainda mais prazeroso o caminho, sem contar que esconde altas montanhas e abriga numerosas cachoeiras. Em Santa Leopoldina, por exemplo, um ponto alto é o Museu do Colono, que guarda relíquias e histórias das primeiras famílias europeias que habitaram a região. De Santa Leopoldina para Domingos Martins, há um caminho de mata preservada, estrada de terra estreita, que faz do trecho um dos mais atrativos para a prática de esportes de aventura, como cavalgada, motocross, trekking e ciclismo. “Para quem gosta de adrenalina, a Rota Imperial também oferece muitas opções, com paredões rochosos, rios, cachoeiras e trilhas que compõem o cenário ideal para os praticantes ou iniciantes de rapel, rafting, voo livre, trekking, enduro e caminhadas. Uma ótima opção é o Parque Nacional do Caparaó, localizado na divisa entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além dos Parques Estaduais de Pedra Azul, do Forno Grande e do Itacolomi”, sugeriu Alexandre Passos. Para aqueles que não são muito fãs de esportes, mas são atraídos pelo agroturismo, a comunidade de Barcelos, em Domingos Martins, é o destino ideal. O iogurte artesanal e outros produtos da Família Pizzol, além de encherem os olhos, agradam também o paladar,incrementando a gastronomia local como um atrativo a mais e um ponto de parada obrigatória. E as atrações não param por aí. Poucos marcos à frente, em Venda Nova do Imigrante, eis que surge um mirante natural, oferecendo um visual privilegiado da Serra das Sete Voltas. Uma paisagem bela e marcante, capaz de encantar o mais insensível dos visitantes.
“A Rota Imperial permitirá que uma grande quantidade de turistas conheça nossa linda Vitória ao fazer esse percurso” Luciano Rezende, prefeito de Vitória
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Rota imperial_THI.indd 43
Marco 161, Igreja Cristo Rei, em Domingos Martins
E como a exuberância não poderia ficar de fora, ela encontra espaço no trecho de corredeiras e cachoeiras entre Conceição do Castelo e Muniz Freire. Quedas d’água límpidas e paredões de rochas fazem parte do cenário, que vai se repetir na divisa entre o Espírito Santo e Minas Gerais, nas corredeiras de águas também transparentes do rio José Pedro. Isso sem falar dos parques estaduais às margens da estrada, como o da Mata das Flores, em Castelo, e Pedra Azul, em Domingos Martins. Ao longo do percurso, diversas propriedades rurais servem como ponto de apoio aos trilheiros e são uma boa forma de aproveitar da mesma hospitalidade de que desfrutou D. Pedro II quando, em visita ao Espírito Santo, viajou pela Rota Imperial e se hospedou em diversos casarios às margens do caminho. De acordo com a subsecretária de Turismo de Cariacica, Viviane Morais, a prefeitura municipal está investindo na região.“Estamos capacitando as pessoas e os empreendimentos rurais, em torno de 15, para receberem o turista. Não queremos que este turista apenas passe por Cariacica, mas sim que ele fique aqui e aproveite do melhor que o município pode oferecer”, disse. Além da capacitação, a proposta da prefeitura é também desenvolver a economia solidária, vendendo artesanato e outros produtos feitos na região. Já para o secretário de Turismo de Santa Leopoldina, Elcio Schaeffer Nunes, a Rota Imperial representará um atrativo turístico a mais para o município, que já está estudando e elaborando ações e investimentos. A Rota Imperial é um trajeto deslumbrante, cheio de beleza e cultura, que leva o turista de volta a um passado nem tão distante, a refazer os mesmos caminhos e reviver as histórias daqueles que impulsionaram e desbravaram o Espírito Santo e Minas Gerais. Indústria Capixaba – FINDES
43
27/05/2013 21:05:20
INOVAÇÃO Por Anderson Cacilhas
VITÓRIA RECEBE
O MAIOR EVENTO DE INOVAÇÃO DO BRASIL Com o tema “Inovação Competitiva e Aberta: Transformando o Brasil”, XIII Anpei terá mais de dois mil participantes nos três dias de conferência
A
capital capixaba vai receber a XIII Conferência Anpei, da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras, o maior evento sobre inovação do país. O encontro será realizado entre os dias 3 e 5 de junho, no Centro de Convenções de Vitória, e tem o apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), incentivadora da inovação no Estado. Durante a programação, palestrantes nacionais e internacionais vão abordar temas como inovação aberta, propriedade intelectual, gestão das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, políticas e programas de incentivo à inovação, entre outros. Entre os palestrantes está o americano Chris Anderson, autor do livro “A Cauda Longa - Do Mercado de Massa para o Mercado de Nicho”. Além disso, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, confirmou presença no evento. O tema desta edição é “Inovação Competitiva e Aberta: Transformando o Brasil” e são esperados mais de dois mil participantes, entre empresários, gestores, representantes do poder público e de universidades. “A postura do empresariado evoluiu muito. A inovação é a melhor forma de enfrentar a competição global. Os que permanecem nos antigos padrões estão a caminho da extinção, pois hoje é preciso inovar para sobreviver. Trabalhando desta 44
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Inovação_XII Anpei_JES.indd 44
forma, as empresas contribuem para o crescimento do país”, disse o coordenador-geral da XIII Conferência Anpei, Mario Barra. Para ele, houve uma transformação das economias nacionais, e o Brasil precisa se engajar na agregação de valor aos seus produtos. “O Brasil não pode ficar estagnado por posturas conservadoras. A transformação da sociedade é uma realidade.
Para Manoel Pimenta, vice-presidente da Findes, o evento é a oportunidade para que representantes de diferentes indústrias possam conferir projetos inovadores
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 21:10:29
Quem perder este movimento vai ficar para trás. Temos que nos preparar”, afirmou Barra. O coordenador acrescentou que essa pauta não pode ser tocada sem preocupação com a sustentabilidade. A inovação é necessária para que as demandas possam ser atendidas sem o esgotamento dos recursos naturais e possibilitando a inclusão no mercado de pessoas hoje excluídas do consumo. Além da Findes, empresas associadas à Anpei com atividades industriais no Estado, como Fibria, Samarco, Vale e WEG, apoiam a realização do evento, assim como a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho do Espírito Santo (Sectti). Para o vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta, o evento é a oportunidade para representantes de diferentes indústrias possam conferir projetos inovadores. “Muitos trabalhos são apresentados na Conferência Anpei, e vários se transformam em produtos inovadores para o mercado. Serão três dias tratando de novas tecnologias, estratégias e procedimentos. O Espírito Santo será a capital nacional da inovação. E a Findes está mobilizando o maior número possível de pessoas ligados à indústria. Sempre é importante conferir as novidades e apostar em tecnologia. A inovação é um dos caminhos para o desenvolvimento de produtos de maior valor agregado, geração de conhecimento e maiores salários”, disse. Conferência vai movimentar cerca de R$ 2 milhões em Vitória Entre as cerca de duas mil pessoas que participarão da XIII Anpei, mais de 1,2 mil vêm de outros estados, muitas delas com a família. O evento é “colado” no feriado prolongado de Corpus Christi e, levando-se em consideração o número de dias que estas pessoas ficarão na capital, sem contar os acompanhantes que trarão, a conferência deve movimentar cerca de R$ 2 milhões apenas em consumo dos turistas. O cálculo tem como base o gasto médio de cada turista em
SAIBA MAIS Realizada pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei) desde 2001, a Conferência Anpei tornou-se um fórum privilegiado sobre inovação, com abrangência nacional. O evento é realizado em um estado diferente do país a cada ano. A última edição, em 2012, foi realizada em Joinville, Santa Catarina, com a participação de quase duas mil pessoas.
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Inovação_XII Anpei_JES.indd 45
Mario Barra, coordenador da XIII Anpei, defende que o Brasil não pode ficar estagnado por posturas conservadoras
eventos no Estado. Mario Barra informou que, no setor hoteleiro, o número de reservas deve ficar em torno de mil. O coordenador-geral da conferência acrescentou que o Espírito Santo pareceu extremamente interessante para receber o evento, já que possui uma população com disposição para o desenvolvimento. Os incentivos do Governo do Estado e da Prefeitura de Vitória à inovação também contribuíram. “Vitória concorreu com outras cidades e tivemos o apoio do empresariado. Além disso, o Espírito Santo possui grandes empresas com projetos futuros consistentes. Cidades como Manaus, Belém e Cuiabá também queriam receber o evento”, disse. Autor de “A Cauda Longa” será principal palestrante A XIII Conferência Anpei vai tratar de temas relacionados ao futuro da inovação, como a gestão aberta, com base em redes de conhecimento. Nesse modelo, as empresas inovam em parceria com atores externos, como universidades, centros de pesquisa e fornecedores. Essa é uma tendência mundial. Para falar sobre o assunto, Chris Anderson, autor do livro “A Cauda Longa - Do Mercado de Massa para o Mercado de Nicho”, será o keynote speaker do evento, com a palestra mais esperada da conferência. De acordo com o coordenador geral do evento, foi Chris Anderson quem identificou o comportamento dessas redes e por isso o americano foi chamado ao evento. Mario Barra lembra que empresas como Natura, Apple e Amazon já trabalham desta forma. “Nossa conferência tem um pé no presente e o olhar no futuro”, disse. Chris Anderson é jornalista e tem 51 anos. No livro “A Cauda Longa”(Campus/Elsevier), ele defende o crescimento dos mercados de nicho. É formado em Física, trabalhou nas revistas Science, Nature e The Economist. Atualmente, é editor-chefe da revista americana Wired. A inspiração para a expressão “cauda longa”vem da Estatística, em que o termo é usado para identificar distribuições de dados classificados de forma decrescente, como na curva de Pareto. Comparada a uma distribuição normal (ou Gaussiana), a cauda longa é capaz de apresentar uma quantidade muito maior de dados, formando um gráfico que lembra uma cauda. Indústria Capixaba – FINDES
45
27/05/2013 15:40:17
inovação
O objetivo é demonstrar que a cultura e a economia mudam contínua e rapidamente seu foco.Por isso,a pequena quantidade de hits (produtos muito populares em termos quantitativos de venda) não reina mais absoluta, dividindo espaço agora com um grande número de produtos de nicho (menos populares e que vendem menos) que, juntos, também são sucessos de venda, modelo muito aplicado no varejo, em especial nas vendas pela internet.
Serviço XIII Conferência Anpei Centro de Convenções de Vitória 3 a 5 de junho Público-alvo: empresários,executivos e gestores de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de empresas, dirigentes e técnicos de organismos governamentais da área de ciência, tecnologia e inovação, de universidades, de institutos de pesquisa e agências de fomento Inscrições: www.anpei.org.br/xiiiconferencia
46
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Inovação_XII Anpei_JES.indd 46
Chris Anderson é jornalista, formado em Física e vem a Vitória falar de redes de conhecimento e gestão aberta
Chris elaborou e popularizou o conceito primeiro em um artigo publicado na Wired, em outubro de 2004 (em que menciona a Amazon, a Apple e o Netflix como exemplos de empresas que adotam essa estratégia), e depois em seu livro, para designar a estratégia de varejo de comercializar também uma grande variedade de itens que vendem, cada um, pequenas quantidades, em vez de apenas oferecer os poucos itens populares que vendem muito.
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:40:29
Ação Global realiza mais de 20 mil atendimentos Cerca de 10 mil pessoas participaram da Ação Global em Cachoeiro de Itapemirim, realizada no dia 18 de maio, no Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa. Em torno de 700 voluntários proporcionaram 20.330 atendimentos. Entre os serviços oferecidos, destaque para emissão de carteira de identidade e de trabalho, além da requisição de 2ª via de certidão de nascimento e de casamento. Os participantes também receberam informações sobre reconhecimento de paternidade voluntária (DNA), redação e cadastro de currículos, cadastramento de estágio, além de orientações sobre microempresário individual. O maior mutirão de cidadania do país aconteceu simultaneamente em 28 cidades brasileiras, e no Espírito Santo foi realizado por meio de uma parceria do Sesi (entidade da Federação das Evento movimentou cerca de 10 mil pessoas em Indústrias do Estado do Espírito Santo - Findes) e a Rede Gazeta. Cachoeiro de Itapemirim Pela primeira vez, o evento foi temático, voltado às mulheres. As presentes ganharam até maquiagem gratuita. Quem chamou a atenção do público da Ação Global foram os atores Rafael Almeida, Aline Peixoto e Cinara Leal. Para o presidente da Findes, Marcos Guerra, o evento é um projeto de sucesso, consolidado no Estado, e que disponibiliza serviços de grande importância para a sociedade capixaba “Traz inúmeros benefícios para o cidadão, por reunir em um mesmo espaço serviços indispensáveis à sua dignidade e inserção social. O projeto é uma forma de elevar a autoestima da população, muitas vezes carente dos direitos básicos de cidadania”, frisou ele.
cai faturamento da indústria mecânica
Siges leva associados à feira e lança prêmio
Ao contrário da indústria mecânica nacional,as empresas capixabas do setor não registraram um início de ano promissor. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Mecânica do Espírito Santo (Sindimecânica), Ennio Modenesi Pereira II, 2013 deve ser de dificuldade para as indústrias locais. “Estamos trabalhando com uma queda de 35% a 40%, em relação ao ano passado, tendo em base o levantamento oficial feito pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). Não há obras ou investimentos no Estado, por isso não há previsão para crescimento. Está tudo parado”, disse o dirigente. Segundo levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), as indústrias nacionais do ramo, por outro lado, registraram em fevereiro um crescimento de 16,8% no faturamento real, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em janeiro, o estudo da CNI já havia verificado um aumento de 15,3% no faturamento.
Com a finalidade de atualizar seus associados com as novidades no setor gráfico, o Sindicato da Indústria Gráfica do Espírito Santo (Siges), em parceria com o Senai, ofereceu 10 bolsas para empresários associados participarem da 1ª edição da ExpoPrint Digital, feira de equipamentos e tendências direcionados à impressão digital, realizada entre os dias 13 e 16 de março, em São Paulo. O evento aconteceu junto com a Fespa Brasil (feira de comunicação visual), atraindo mais de 13 mil visitantes e registrando movimentação financeira de R$ 120 milhões. Segundo estimativas, os negócios para os próximos seis meses ainda podem chegar a R$ 170 milhões. Outro destaque do Siges é o “Prêmio Padre José de Anchieta de Excelência Gráfica”. Criada pelo sindicato, a premiação reconhece a qualidade da produção gráfica local, além de servir de incentivo para que as empresas aperfeiçoem seus produtos. A divulgação dos finalistas vai acontecer no dia 14 de junho, e a cerimônia de premiação está marcada para 4 de julho. No Espírito Santo, o setor gráfico é formado por 258 empresas, sendo que 155 são associadas ao Siges.
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 47
Indústria Capixaba – FINDES
47
27/05/2013 21:16:36
Indústria EM AÇÃO
Setor de massas aprova desoneração para indústrias A regulamentação das importações de trigo, que contempla a isenção da alíquota de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) para países fora do Mercosul até o dia 31 de julho deste ano, foi bem recebida pelo setor de massas. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Espírito Santo (Sindimassas), Emerson de Menezes Marely, a portaria publicada no Diário Oficial da União reduzirá o impacto nas altas dos preços do produto nos últimos meses. O trigo, responsável por cerca de 80% do custo dos insumos na indústria de panificação e de 50% nas indústrias de biscoitos, acumulou nos últimos meses um aumento de 30%, provocado pela quebra da safra brasileira e problemas de queda na produção na Argentina.“Essa redução deve ajudar a diminuir os custos e deve haver repasse para o consumidor. Entretanto, temos que aguardar essa definição porque outros itens, como mão de obra, influenciam na formação do preço final”, frisou Marely.
Findes e Vale discutem sobre 8ª Usina de Tubarão A fim de debater o cronograma de obras da 8ª Usina em Tubarão, o presidente da Findes, Marcos Guerra, no dia 4 de abril, recebeu a visita do diretor do Departamento de Pelotização da Vale, Maurício Max. A nova usina deverá produzir anualmente cerca de 7 milhões de toneladas de pelotas e vai se juntar às outras unidades que operam em Tubarão com capacidade de produção de 29 milhões de toneladas por ano. A Vale está investindo aproximadamente R$ 2 bilhões na usina. As obras foram iniciadas em 2008 e serão entregues no segundo semestre deste ano. A visita também foi acompanhada por diretores e executivos das duas organizações.
Fórum reúne entidades e federações do Estado O Fórum das Entidades e Federações do Espírito Santo (FEF) realizou no dia 6 de maio, no Itamaraty Hall, em Vitória, um debate sobre a competitividade econômica do Espírito Santo, com a finalidade de mobilizar o Estado a traçar mecanismos de incentivo fiscal à produção e atração de novos investimentos. Promovido pela Findes, Fecomércio, Faes, Fetransportes e ES em Ação, o evento reuniu cerca de 450 pessoas. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, assinou na ocasião um manifesto para ser entregue ao Governo Federal questionando a política de redução das alíquotas interestaduais do ICMS.“Os incentivos fiscais de ICMS se revelaram a mais eficaz plataforma impulsionadora dos programas de desenvolvimento regional até hoje implementados no Brasil”, afirma o documento, assinado por nove governadores. Casagrande frisou que os incentivos têm cumprido um papel fundamental para os estados, por conta da ausência de uma política de desenvolvimento regional. Durante o evento, Paulo Osório Silveira Bueno, assessor da Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial), declarou que o fim do sistema vigente resultaria no retorno de alguns estados a uma situação indesejada no que se refere à atração de negócios. “As empresas que no passado saíram do Sudeste para outras regiões, se hoje decidem abandonar estas regiões não voltarão para o Sudeste e, sim, buscarão outro país”, completou, destacando o alto custo do Brasil. Bueno ressaltou a importância da união de entidades no Espírito Santo em torno de uma reversão desse cenário. 48
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 48
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:41:48
Prêmio movimenta empresas de alimentos e bebidas A fim de ampliar a competitividade dos negócios por meio do estímulo à inovação, o Sistema Findes realiza,por meio de sua Câmara Setorial das Indústrias Em 2012, a entrega da premiação também de Alimentos e Bebidas, o 2º Prêmio Capixaba de aconteceu na Super Acaps PanShow, com a Inovação em Alimentos e Bebidas (IAB). A iniciativa, participação de empresários e autoridades que tem o apoio do Inova Findes, é voltada para as empresas do setor que sejam associadas aos sindicatos filiados à Federação das Indústrias. A segunda edição abrange duas categorias:“Design de Embalagens”e “Inovação de Produto”,ambas divididas entre micro e pequenas empresas e médias empresas. Para “Design de Embalagens”, serão avaliados critérios como funcionalidade, sintonia e unidade dos componentes, conservação do produto, apelo de venda, posicionamento do produto em sua categoria, sustentabilidade, harmonia e clareza das informações. Já em “Inovação de Produto”, os critérios serão impacto da inovação, originalidade do produto, crescimento econômico, benefícios socioambientais e imagem da empresa no mercado. As inscrições encerraram-se no dia 17 de maio. Os resultados serão divulgados entre os dias 20 e 28 de junho e a entrega dos prêmios acontecerá na Feira Super Acaps Panshow, entre os dias 9 e 11 de junho, no Pavilhão de Carapina, na Serra. “O prêmio foi concebido para alavancar a competitividade do setor. Trata-se de uma convocação aos empresários para uma ação vigorosa de inovação, em um setor no qual as indústrias de grande porte de fora do Estado estão intensificando a presença no mercado local”, falou o presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas da Findes, Gibson Barcelos Reggiani.
Vale promove Prêmio Fornecedor de ValoR Com a participação do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, a Vale fez a entrega, no dia 9 de abril, do Prêmio Fornecedor de Valor. A premiação reconhece as empresas prestadoras de serviço à mineradora que mais se destacaram durante o ano e toma como base o resultado do Índice de Desempenho de Fornecedores (IDF), metodologia desenvolvida pela Vale que avalia o nível de serviços e materiais fornecidos à empresa. O evento foi realizado no Parque Botânico da Vale, em Vitória. Os premiados nesta etapa serão finalistas na Premiação Nacional de Fornecedores de Operações e Projetos Correntes, no Rio de Janeiro,e concorrerão com os melhores fornecedores escolhidos nos estados de Minas Gerais,Maranhão e Espírito Santo. Com a iniciativa, a Vale reforça o compromisso de investir no desenvolvimento de fornecedores. Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 49
Indústria Capixaba – FINDES
49
27/05/2013 15:42:03
Indústria EM AÇÃO
Senai-ES é 1º lugar no ranking do Pronatec O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que completou 61 anos de atividades no Espírito Santo, conquistou no mês de fevereiro o primeiro lugar no ranking nacional de cursos técnicos do Pronatec, com a marca de 2.760 matrículas. No fim de 2012, a instituição ofereceu aos alunos da rede pública a opção de 15 modalidades de cursos técnicos, distribuídas em nove municípios onde o Senai está instalado. As aulas tiveram início em fevereiro, com 48 turmas formadas. Para o segundo semestre, a entidade abrirá mais 2.140 vagas em cursos técnicos gratuitos por meio do Pronatec. O resultado é comemorado pela instituição, que vem se empenhando em aumentar a oferta de profissionais qualificados para a indústria capixaba. Além dos cursos técnicos, o Senai-ES vai oferecer, no 2º semestre, mais de 12 mil vagas em cursos de qualificação profissional.
Moveleiros capixabas participam de principais eventos do setor O Sindmóveis de Colatina e região marcou presença em dois eventos importantes para o setor moveleiro. O sindicato teve comitivas participando da 11ª Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (Fimma Brasil 2013), no Rio Grande do Sul, e do 53º Salão Internacional do Móvel, em Milão, na Itália. No primeiro, 20 pessoas formaram a comitiva do sindicato, enquanto na Europa estiveram presentes os empresários Ortêmio Locatelli Filho e Israel Moreira Júnior. Já o Sindicato da Indústria de Madeiras e Atividades Correlatas em Geral da Região Centro- Sul do Espírito Santo (Sindmadeira) levou um grupo de 15 empresários para a Fimma Brasil. A Missão Técnica Moveleira tem a parceria do Sindmadeira, Sebrae-ES e Findes, em uma iniciativa para facilitar o acesso de micro e pequenos empresários às tendências para o setor nos próximos anos. Os empresários moveleiros capixabas também fizeram uma visita ao Centro Tecnológico do Móvel, em Bento Gonçalves (RS), acompanhados por técnicos do Senai-ES.
Sinprocim-ES é exemplo nacional
Márcio Mendonça França, da Federação das Indústrias do Distrito Federal; Vladimir Teixeira, da Fiepe; Danieli Longue, do Programa de Desenvolvimento Associativo do Espírito Santo; Dam Pessotti, do Sinprocim-ES; e Oseas Omenas, do Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar de Pernambuco
50
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 50
Com o objetivo de compartilhar suas experiências da gestão, o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento do Espírito Santo (Sinprocim-ES), Dam Pessotti, participou do projeto “Mesa-Redonda”, do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). O evento foi realizado no dia 18 de abril, na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco. O Sinprocim-ES foi convidado por conta de suas boas práticas sindicais voltadas para o associativismo, retratando suas experiências, ações e projetos. Na ocasião, Dam Pessotti recebeu uma placa de agradecimento pela participação no evento. O Sinprocim-ES foi o primeiro sindicato da Findes convidado a participar do programa. O evento foi uma inciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado do Pernambuco (Fiepe). Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 21:18:36
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 51
27/05/2013 15:42:32
Sustentável por Jacqueline Vitória
Incubadora de econegócios: uma ideia duplamente boa
Empresas transformam lixo em novos produtos e lucram ajudando a preservar o meio ambiente
U
m condomínio para ajudar a transformar uma boa ideia em um bom negócio. Assim são as incubadoras de empresas, que fomentam o surgimento de novos negócios por todo o país, quase sempre na área de tecnologias da informação e comunicação (TICs). No Espírito Santo, além destas, um novo formato de incubadora surge como exemplo de que é possível estimular boas oportunidades também na área da sustentabilidade. Incubando empresas de econegócios, a IncubaLIX realiza ações variadas para cumprir sua missão: incentivar o espírito empreendedor e a manifestação criativa, na forma do desenvolvimento, produção e comercialização de novos produtos e processos, focados no aproveitamento de materiais recicláveis. 52
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Sustentavel_Incubalix_THI.indd 52
Todos os empreendimentos abrigados sob a estrutura da incubadora reaproveitam resíduos que chegam à Central de Tratamento de Resíduos da empresa Marca Ambiental - CTR Marca, utilizando-os como matéria-prima para seus processos produtivos. Ou seja, esses resíduos deixam de ser dispostos em células de aterro sanitário e ganham um novo destino, voltando ao processo produtivo e viabilizando empreendimentos sustentáveis, exatamente por serem ambientalmente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010), mais de 50% dos municípios do Brasil ainda destinam os seus resíduos em vazadouros a céu aberto, ou “lixões”. A substituição desse sistema pelo de aterros sanitários Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:43:08
(uma determinação da Lei nº 12.305/2010), considerados como locais adequados e seguros para esse fim, permite ainda que, ao se associarem técnicas como a de tratamentos térmicos dos resíduos, surjam opções também economicamente viáveis. Em conformidade com essa lei, as prefeituras de todo o país têm prazo até agosto de 2014 para abolir os “lixões”. Existem no Brasil algumas iniciativas para o reaproveitamento dos resíduos. Entretanto, grande parte delas é gerida por pequenas associações ou cooperativas de trabalhadores que possuem nível de escolaridade baixo e, portanto, pouca ou quase nenhuma visão de gestão. Visando a profissionalizar e desenvolver essa atividade surgiu a IncubaLIX, implantada em novembro de 2006 graças a um Convênio de Cooperação Técnica e Financeira firmado em parceria entre a Marca Ambiental e o Sebrae/ES. Para viabilizar a constituição da IncubaLIX, foi necessária a criação do Instituto Marca de Desenvolvimento Socioambiental (Imadesa). A gerente de Comunicação e Imagem da Marca Ambiental, Mirela Chiapani, conta que a ideia surgiu em uma visita da equipe do Sebrae, em 2006, à Central de Tratamento de Resíduos da empresa, quando observou algumas iniciativas na área de beneficiamento de resíduos no site da Marca Ambiental. “Essas iniciativas eram duas unidades de reciclagem, uma de vassouras confeccionadas a partir de garrafas PET, e outra de tijolos ecológicos.Assim,o então superintendente do Sebrae/ES, João Felício Scárdua, nos estimulou a constituir o instituto, de forma a podermos celebrar um convênio com a entidade que pudesse fomentar a incubadora”, explicou. Hoje com 18 empregados, as empresas do setor de resíduos incubadas pelo Imadesa movimentam anualmente cerca de R$ 1,69 milhão.Esse tipo de negócio traz benefícios econômicos, sociais e ambientais, na medida em que oferece oportunidade de emprego para a população local e geração de renda com a produção de itens desenvolvidos a partir de matéria-prima reciclável oriunda dos resíduos.
“Foi trabalhando com o Instituto Marca Ambiental e o Sebrae que obtivemos o conhecimento de todos os passos que tínhamos que dar para estruturar a empresa” Humberto Martins, empresário da BioMarca Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Sustentavel_Incubalix_THI.indd 53
“Queremos incentivar o empreendedorismo, a inovação e a tecnologia por meio do desenvolvimento de bens e serviços ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis” - Mirela Chiapani, gerente da Marca Ambiental
Cuidado e carinho para alavancar novos negócios O gerente atual da Unidade de Acesso das Informações e Tecnologia do Sebrae/ES, Mário Barradas, explicou que a incubadora é um espaço que funciona como um condomínio. “A empresa é instalada no local por um período predeterminado, normalmente dois a três anos, até se firmar no mercado. Dentro da incubadora, ela tem todo o apoio: os custos operacionais, como luz, água, telefone, são rateados pelo condomínio, que também presta assistência técnica e comercial. Assim, o novo empresário pode se preocupar quase que exclusivamente com o desenvolvimento do seu projeto e do seu produto”, disse. A importância de uma empresa ser incubada, segundo Mirela Chiapani, é o próprio processo de incubação, que já é uma forma de proteger as empresas em seus primeiros anos de vida, estimulando-as a criarem resultados positivos para suas atividades, até que estejam maduras para competirem sozinhas no mercado. Aliado a isso, o fato de estarem alocadas em um ambiente estratégico, que propicia o fornecimento da matéria-prima, agiliza o processo e reduz ainda mais os custos de produção, o que se reflete em preços competitivos para seus produtos. Uma das empresas incubadas é a BioMarca - que utiliza a reciclagem de óleo de fritura para produção de biodiesel, sabão em barra e detergente. A unidade processa aproximadamente 45.000 litros de óleo por mês. O empresário da BioMarca, Humberto Martins, lembra que tudo começou “com uma boa ideia”. “Ao apresentarmos esse projeto na incubadora, começamos a desenvolver essa empresa. Porque, na realidade, quando você cria uma empresa, ainda não tem tino empreendedor. E foi trabalhando com o Instituto Marca Ambiental e o Sebrae que obtivemos o conhecimento de todos os passos que tínhamos que dar para estruturá-la, como o plano de negócios”, disse Martins. Ele explica que, na área de reciclagem, normalmente é necessário dispor de um galpão e de estrutura para receber a matéria-prima ou para, se for o caso, ir atrás dela. E nesses aspectos, a incubadora fez uma diferença fundamental. Indústria Capixaba – FINDES
53
27/05/2013 16:26:07
Estão no processo de incubação da IncubaLix: • Artefato de Fibra de Coco (BioCOCO)
• Reciclagem de Eletroeletrônicos (REVERTEC)
• Estão em fase de pré-incubação: RCC Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e uma ecoindústria de beneficiamento de pneus (Reciclap). “Aqui no instituto, além de todo esse suporte, temos ainda o apoio administrativo, como uma sala confortável, uma sala de reunião, acesso à internet, uma série de vantagens por estarmos dentro dessa estrutura. Além disso, o local é estratégico para mexer com a reciclagem, pois estamos dentro de uma central de tratamento de resíduos”, destaca. Hoje a BioMarca tem uma gama de mais de 15 tipos de produtos diferentes, que são vendidos para outras empresas e, como a base do negócio é a coleta de óleo usado, também é feita a permuta dos produtos. Preservação ambiental com inserção social Outro objetivo da IncubaLIX é utilizar mão de obra dos chamados reeducandos, integrantes de um programa do Governo do Estado do Espírito Santo que visa à reassocialização de presos no sistema semiaberto a partir da inserção dos mesmos
“O que falta é um programa específico de apoio às empresas que queiram participar de um projeto de incubadora” Mário Barradas, gerente do Sebrae-ES
54
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Sustentavel_Incubalix_THI.indd 54
no mercado de trabalho. “Hoje, temos sete empregados e três reeducandos”, informa o empresário da BioMarca. De acordo com o gerente do Sebrae, uma empresa incubada com sucesso alavanca o desenvolvimento de empresas novas. “A incubadora abre editais convocando ou convidando as empresas a participarem do processo. Um dos instrumentos analisados para o processo de incubação é o plano de negócio da empresa. Se o comitê aprova, a empresa passa a participar desse processo”, esclarece Mário Barradas. No caso específico da IncubaLIX, a empresa trabalha com o produto sólido, resíduos, permitindo que se transforme o chamado “lixo” em um novo produto, com bom valor agregado.“Ainda há uma certa relutância e falta de informação e conhecimento do empreendedor para entrar nesse negócio. O próprio Sebrae, por exemplo, pode elaborar um plano de negócio para o micro e pequeno empresário, para que ele possa participar da incubadora. Também podemos fazer projetos de gestão para essas empresas”, esclarece Barradas. Ele revela que não adianta ter uma boa ideia, um bom produto, se a empresa não possui uma boa gestão, e o Sebrae dá esse aporte oferecendo ajuda na gestão e capacitação empresarial. Por fim, o presidente do Sindirecicle (Sindicato das Empresas de Reciclagem do Espírito Santo), Aloízio Oliveira Barros, lembrou que a cada dia se gera uma quantidade maior de resíduos sólidos, tornando também crescente a necessidade de adoção da política de “reduzir, reutilizar e reciclar”. “Nos países desenvolvidos, de cada 100 quilos de lixo, 80 kg são reaproveitados e só 20% vão para o aterro sanitário. Se o Brasil absorver esse conceito, estaremos caminhando para um ambiente salutar de convivência”, disse. Ainda segundo Barros, a solução é simples e, ao mesmo tempo, difícil, pois depende de o cidadão implantar definitivamente a cultura da separação do lixo, tornando-se responsável pela sua própria produção. Pode ser uma boa ideia! Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 16:28:32
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 55
27/05/2013 15:44:13
Indústria EM AÇÃO
Novas regras para garantir a integridade física do trabalhador
U
m grande desafio para os empresários está posto desde a entrada em vigor da Norma Regulamentadora 12 (NR 12) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTe), publicada no Diário Oficial da União na Portaria nº 197, de 17 de dezembro de 2010. Cumprir todos os itens da NR exige dos empresários um grande investimento de tempo e dinheiro, e ainda uma profunda mudança cultural. Todas as empresas que possuem máquinas e equipamentos precisam se adequar à norma. Ela estabelece medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, além de requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho. A NR deve ser aplicada nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos
“O empresário deve manter à disposição da fiscalização um inventário atualizado das máquinas e equipamentos. As informações desse inventário subsidiarão as ações de gestão para aplicação da norma” - Alejandro Duenas, diretor para Assuntos do Sesi/Senai-ES
56
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 56
de todos os tipos, e ainda nas etapas de sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas. A regra entrou em vigor em dezembro de 2010, mas alguns itens e subitens tiveram prazo de 30 e até 48 meses para que as empresas pudessem se adequar às exigências impostas. Este ano, alguns desses itens passam a ser cobrados. A NR 12 foi construída de forma tripartite,com a participação ativa de representantes do Governo, dos trabalhadores e dos empregadores. E, também de forma tripartite, foi aprovada por consenso em duas instâncias: uma, a própria comissão que discutiu a norma, e outra, a Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), entidade atuante em nível nacional, explicou o diretor para Assuntos Específicos do Sesi/Senai-ES, Alejandro Duenas. O assunto já era tratado em normas ISO internacionais e normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), porém ainda faltava instituir uma norma nacional abrangente, que criasse um marco regulatório capaz de obrigar a existência de mecanismos e sistemas de segurança em todas as máquinas de uso industrial. O objetivo, de acordo com Duenas, é garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, pelo estabelecimento de requisitos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho na utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos. A norma exige, por exemplo, que todos estes tenham suas zonas de perigo protegidas por sistemas de segurança que incluem barreiras físicas, móveis e dispositivos de segurança interligados. “Além disso, esses sistemas devem possuir conformidade técnica com os comandos da máquina, e ser instalados de modo que não possam ser neutralizados ou burlados. A norma ainda prevê, entre outras coisas, que as máquinas Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 21:18:52
áreas de aplicação da nr 12 Para fins de aplicação desta Norma, consideram-se dispositivos de segurança os componentes que, por si só ou interligados ou associados a proteções, reduzam os riscos de acidentes e de outros agravos à saúde, sendo classificados em: A) comandos elétricos ou interfaces de segurança;
B) dispositivos de intertravamento: chaves de segurança
eletromecânicas, com ação e ruptura positiva, magnéticas e eletrônicas codificadas, optoeletrônicas, sensores indutivos de segurança e outros dispositivos de segurança que possuem a finalidade de impedir o funcionamento de elementos da máquina sob condições específicas;
C) sensores
de segurança: dispositivos detectores de presença mecânicos e não mecânicos, que atuam quando uma pessoa ou parte do seu corpo adentra a zona de perigo de uma máquina ou equipamento, enviando um sinal para interromper ou impedir o início de funções perigosas.
D) v álvulas
e blocos de segurança ou sistemas pneumáticos e hidráulicos de mesma eficácia;
E) dispositivos
mecânicos, como: dispositivos de retenção, limitadores, separadores, empurradores, inibidores, defletores e retráteis; e
F) dispositivos
de validação: dispositivos suplementares de comando operados manualmente, que, quando aplicados de modo permanente, habilitam o dispositivo de acionamento, como chaves seletoras bloqueáveis e dispositivos bloqueáveis.
possuam dispositivos seguros de parada e partida, paradas de emergência, manuais técnicos, procedimentos de trabalho escritos e sinalização”, esclarece o diretor. Os trabalhadores diretamente envolvidos na operação devem receber curso de capacitação ou reciclagem, e cada manutenção realizada nas máquinas deve ser documentada. Os locais onde as máquinas e equipamentos estão ou serão instalados devem possuir meios de acesso adequados, e o posto de trabalho deve atender aos princípios de ergonomia. A norma também proíbe a fabricação, importação, comercialização, leilão, locação, cessão, exposição e utilização de máquinas e equipamentos que não atendam ao que está nela disposto. Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Industria em Ação_THI.indd 57
“O empresário ainda deve manter à disposição da fiscalização das equipes da Cipa, do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e dos sindicatos um inventário atualizado das máquinas e equipamentos, com identificação por tipo, capacidade, sistemas de segurança e localização, elaborado por profissional qualificado ou legalmente habilitado. As informações desse inventário subsidiarão as ações de gestão para aplicação da norma”, ressaltou Alejandro Duenas. A norma propõe uma reformulação de todo o parque industrial, por meio das adaptações das máquinas existentes às condições da norma, ou ainda a fabricação e importação de novas máquinas que obedeçam aos rigorosos requisitos de segurança industrial e adoção de procedimentos de trabalho seguros. “Está evidente que será um grande desafio para os empresários. As empresas terão que fazer um grande esforço econômico e de mudança da cultura. Além disso, há ainda o investimento de tempo, as capacitações. Infelizmente, muitas empresas somente estão acordando para essa necessidade devido ao risco da punição pela fiscalização, mas agora a procura por orientação está sendo considerável”, destaca Adriana Freitas Coelho Carvalho, gerente da Divisão de Segurança e Saúde no Trabalho do Sesi-ES. As dúvidas, destaca Duenas, são muito heterogêneas, até porque as empresas são muito diferentes em suas atividades. “Mas a principal pergunta é: por onde devo começar?”, sublinha ele. A norma diz que, devido à diversidade de máquinas e seus funcionamentos específicos, a solução encontrada foi determinar às empresas a tarefa de ministrar e decidir sobre a carga horária e o conteúdo dos cursos, delegando essa responsabilidade a um profissional legalmente habilitado. O Sesi está testando uma metodologia com o objetivo de atender à empresa industrial na resposta à questão sobre por onde começar. “Nossa equipe foi capacitada na norma e prestará assessoria às indústrias orientando a elaboração do inventário atualizado das máquinas e equipamentos, o diagnóstico das necessidades de adequação e a construção do plano de ação. A partir de um plano de ação exequível, a empresa poderá contratar o referido profissional qualificado no segmento específico para desenvolver e implementar os projetos de adequação, que podem ser de elétrica, mecânica, ergonomia ou outros”, finalizou Adriana Carvalho. Indústria Capixaba – FINDES
57
27/05/2013 15:44:35
indicadores
ÍNDICE DE CONFIANÇA (ICEI) Maio de 2013 Aumenta a confiança do industrial capixaba
O
Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou um acréscimo de 1,4 ponto em maio de 2013, relativamente ao mês anterior. O aumento foi impulsionado pelo indicador de expectativas, já que o de condições atuais recuou nesse mês. Além disso, o ICEI do Espírito Santo se manteve acima da linha divisória de 50 pontos (54,2 pontos), sinalizando que o industrial capixaba permanece confiante. Na análise em
relação a maio de 2012, cujo indicador era de 59,9 pontos, o ICEI registrou uma queda de 5,7 pontos. O ICEI da indústria brasileira ficou praticamente estável em maio de 2013, em relação ao mês anterior (+0,1 ponto) e se posicionou em 55,5 pontos. De acordo com a CNI, a estabilidade da confiança do empresário industrial após dois meses de queda indica ausência de melhora significativa no ambiente de negócios para a indústria e, para que a confiança volte a subir, é preciso uma mudança de maior impacto de redução dos custos de produção. Na comparação com maio de 2012, cujo índice era de 57,9 pontos, o ICEI decresceu 2,4 pontos. O ICEI do Brasil é composto pelas informações de ConTabela 1 dições Gerais da Economia Índice de Confiança do Empresário - ICEI Brasileira e Condições Gerais Espírito Santo e Brasil da Empresa e de Expectativas INDICADORES Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. Brasil 57,4 56,7 58,1 57,1 55,4 55,5 O ICEI do Espírito Santo Espírito Santo 55,4 56,8 57,9 55,0 52,8 54,2 inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado Fonte: Findes / Ideies / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC e Expectativas do Estado.
Percepção do Empresário Industrial - Condições Atuais As condições atuais, cujo indicador é apurado com base na percepção dos empresários da indústria capixaba em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, estão relativamente piores, já que mostrou uma queda de 0,4 ponto em maio de 2013, em comparação ao mês anterior, se mantendo na faixa inferior a 50 pontos (44,6 pontos). Dos itens que compõem o indicador, decresceram os 58
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Indicadores-MAIO_THI.indd 58
relacionados às condições da economia brasileira (-0,5 ponto) e às condições da empresa (-1,8 ponto) e se elevou o de condições do Estado (+2,5 pontos). Entretanto, todos se posicionaram abaixo da linha divisória de 50 pontos, O indicador de condições atuais da indústria nacional aumentou 0,7 ponto em maio de 2013, frente ao mês anterior, porém permaneceu abaixo da linha divisória de Maio 2013 – nº 306
28/05/2013 10:44:26
Tabela 2
Indicador de Condições Atuais ESPÍRITO SANTO Abr/13
Mai/13
Abr/13
Mai/13
45,0
44,6
46,8
47,5
Economia Brasileira
40,0
39,5
43,2
42,6
Estado
37,4
39,9
-
-
Empresa
48,6
46,8
48,6
49,8
Condições Atuais
50 pontos (47,5 pontos). O acréscimo foi influenciado pela melhora nas condições atuais da empresa (+1,2 ponto), já que o indicador de condições da economia brasileira recuou 0,6 ponto. Ambos se situaram abaixo da linha divisória de 50 pontos.
BRASIL
Com relação à:
Fonte: Findes / Ideies / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC
Percepção do Empresário Industrial – Expectativa para os próximos seis meses Os industriais capixabas estão mais otimistas em relação aos próximos seis meses, já que o indicador de expectativas cresceu
2,3 pontos em maio de 2013, em relação ao mês anterior, além de estar situado acima da linha divisória de 50 pontos (59,0 pontos). Todos os itens que compõem o indicador também se situaram Tabela 3 Indicador de Expectativa para na faixa superior a 50 pontos, mas houve os próximos seis meses acréscimo em relação ao mês anterior nos itens relacionados à economia brasileira ESPÍRITO SANTO BRASIL (+2,0 pontos) e à empresa (+2,9 pontos), Abr/13 Mai/13 Abr/13 Mai/13 pois o relacionado ao Estado recuou (-0,3 ponto). Expectativa 56,7 59,0 59,6 59,6 O indicador de expectativas da indústria Com relação à: brasileira permaneceu estável em maio de 2013, com o mesmo índice do mês Economia Brasileira 50,4 52,4 54,1 53,9 anterior (59,6 pontos). Entretanto, o Estado 51,2 50,9 item “com relação à economia brasileira” recuou 0,2 ponto e o item “com relação à Empresa 59,8 62,7 62,4 62,5 empresa” aumentou 0,1 ponto. Ambos se Fonte: Findes / Ideies / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC mantiveram na faixa superior a 50 pontos.
Notas • Desde janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/icei) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010. • O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. • A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 92 empresas capixabas (26 pequenas, 49 médias e 17 de grande porte). Dessas, 20 empresas pertencem à indústria da construção.
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Indicadores-MAIO_THI.indd 59
Indústria Capixaba – FINDES
59
28/05/2013 10:44:45
fatos em fotos
“Dia DE Associar-se” acontece em Venda Nova Fortalecer o desenvolvimento sindical e do associativismo. Com esse objetivo, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) realizou, no dia 18 de abril, mais um “Dia De Associar-se”. O evento aconteceu no Centro Cultural de Venda Nova do Imigrante e contou com a presença de lideranças empresariais e políticas. O encontro foi a primeira edição do “Dia De Associar-se” em 2013. 1 – O presidente da Findes, Marcos Guerra, e o diretor da Findes em Anchieta e região, Fernando Künsch 2 – O presidente do Sindiplast, Neviton Gasparini; o presidente do Sindirochas, Samuel Mendonça; e o superintendente corporativo da Findes, Marcelo Ferraz 3 – O diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento em Rede do Espírito Santo (Aderes), Pedro Rigo, e o diretor técnico do Sebrae, Benildo Denadai 4 – O diretor do Banestes, Bruno Negris, participou do “Dia DE Associar-se” 5 – A presidente do Sindicato da Indústria de Confecção em Geral do Estado do Espírito Santo (Sinconfec), Clara Orlandi 6 – O empresário Carlos Alberto Prest foi homenageado durante o evento pelo diretor regional da Findes em Venda Nova do Imigrante e região, Ademilson Alves da Cruz, e por Marcos Guerra 7 – O diretor-executivo da Findes, Luis Carlos de Souza Vieira; o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; e o assessor especial da Findes, Luiz Oliveira 8 – Marcos Guerra com a turma de panificação da Escola Móvel Sesi/Senai/IEL 9 – O diretor de Crédito e Fomento do Bandes, Guilherme Henrique Pereira
2
1
4
7
60
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Fatos em Fotos_THI.indd 60
3
5
6
8
9
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 17:17:02
Primeira ATM do Estado é inaugurada em Ibiraçu Autoridades e empresários estiveram presentes na inauguração da primeira Agência de Treinamento Municipal (ATM), no dia 19 de abril, em Ibiraçu. Batizada de “Gilberto Rosalém”, a escola presta uma homenagem a um dos fundadores da Pastelaria Califórnia, um dos comércios mais conhecidos da região e que torna a cidade uma parada obrigatória para os viajantes. A agência será importante por qualificar os moradores do município para atenderem à demanda por mão de obra das grandes empresas que se instalam na região. Com sete turmas iniciais já em andamento e 130 alunos, a nova unidade de qualificação Sesi/Senai/IEL abriu suas portas também com 980 inscritos para os cursos que terão início nos próximos meses. 1 – Marcos Guerra discursa, observado por autoridades 2 – O secretário de Administração de Ibiraçu, Diego Krentz, com o presidente da Findes, Marcos Guerra 3 – O prefeito de Ibiraçu, Duda Zanotti 4 – O superintendente corporativo da Findes, Marcelo Ferraz; o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; e o diretor-executivo da Findes, Luis Carlos de Souza Vieira 5 – Renato Casagrande fala sobre importância da ATM 6 – A diretora regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Solange Siqueira; e o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias 7 – O deputado federal Lelo Coimbra e o monge Daiju 8 – O vice-governador, Givaldo Vieira, o deputado federal Paulo Foletto; Janete de Sá; e o diretor da Findes em Aracruz e Região, João Baptista Depizzol Neto 9 – Marcos Guerra e o prefeito Duda Zanotti: parceira
2
1
4
7 Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Fatos em Fotos_THI.indd 61
5
8
3
6
9 Indústria Capixaba – FINDES
61
27/05/2013 17:17:18
fatos em fotos
Findes articula aprovação de lei No dia 21 de maio, uma comitiva de empresários coordenada pelo presidente da Findes e vice-presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (CAL) da CNI, Marcos Guerra, visitou as principais lideranças partidárias em Brasília. O objetivo foi colocar na pauta da Câmara Federal o projeto de lei complementar que extingue a multa de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devida pelos empregadores em caso de demissão de empregado sem justa causa (exceto os empregadores domésticos). A proposta é de autoria do ex-senador Renato Casagrande (PSB), hoje governador do Espírito Santo. 1 – No gabinete do DEM: Emerson Marely (Sindimassas), Vladimir Rossi (Sincongel), Gibson Reggiani (Sindicacau), Ronaldo Caiado (deputado federal / DEM-GO), Marcos Guerra (presidente da Findes), Benizio Lazaro (Sindfinfo), Pedro Alves, José Domingos Depollo (Sindimadeira) e Dam Pessotti (Sinprocim) 2 – Dam Pessotti, Marcos Guerra e José Domingos Depollo, com o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) ao fundo discursando no Senado 3 – A agenda da comitiva foi bastante prestigiada pela imprensa local e lideranças políticas 4 – Marcos Guerra no gabinete do líder do PSD, deputado Eduardo Sciarra (PR). O presidente reafirmou o momento sensível que a indústria passa 5 – Comitiva da CNI, coordenada pelo presidente Marcos Guerra, em reunião com deputados federais 6 – Marcos Guerra e comitiva da CNI em articulação com lideranças políticas 7 – Marcos Guerra com membros do PTB e CNI, no gabinete do partido 8 – José Guimarães (CE), Marcos Guerra e comitiva da Findes com o líder do PT na Câmara dos Deputados, deputado José Guimarães (PT-CE) e membros do partido 9– Comitiva capixaba que participou de encontros na Câmara Federal
2
1
3
62
4
5
6
7
8
9
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Fatos em Fotos_THI.indd 62
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 17:38:16
caso de sucesso por Ana Lúcia Ayub
Adcos: receita de beleza e sucesso
“Já superamos muitos desafios e nesses 20 anos investimos incessantemente em pesquisa e tecnologia”- Ada Mota, diretora da Adcos
Hoje, o grupo capixaba possui 29 franqueados, mais de 200 pontos de vendas espalhados pelo país e um projeto piloto em Portugal
T
udo começou quando ela concluiu uma pós-graduação em Cosmetologia e Dermofarmácia, em Paris. De volta ao Brasil, ao final da década de 70, a capixaba Ada Mota fundou uma farmácia de manipulação,em Vitória.Estava criada aquela que seria a essência da Adcos: desenvolver produtos que unem ciência e tecnologia, oferecendo fórmulas inovadoras e eficazes para o tratamento de beleza. Com o sucesso dos produtos e o crescimento da demanda, em 1993 foi fundada a indústria que hoje representa o Espírito Santo diante de um dos mercados mais movimentados da economia nacional, o ramo dos dermocosméticos. “A Adcos nasceu de uma vivência bem-sucedida da farmácia de manipulação. Em pouco tempo, a marca começou a ganhar destaque na classe médica, na área profissional de estética e junto aos clientes finais. Já superamos muitos desafios e nesses 20 anos investimos incessantemente em pesquisa e tecnologia para desenvolver produtos especialmente para o clima e a pele brasileiros”, diz Ada Mota. Vencedora, ela comemora os 20 anos da empresa com uma coleção de prêmios, sendo o mais recente o “Atualidade Cosmética 2012”, na categoria Empresa Revelação, que ela recebeu em um evento em São Paulo. O segredo, segundo Ada, é a eficácia do modelo de negócio. “O sucesso da marca está atrelado ao nosso modelo de negócio diferenciado: atuamos nas áreas médica, profissional e varejo com o mesmo empenho e sinergia. Para isso,
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Caso de sucesso_JES.indd 63
traçamos estratégias comerciais e de marketing específicas para cada público”, revela. A comprovação é o crescimento acelerado do grupo nos últimos dez anos. “Ampliamos o número de lojas de 25 para 44 cidades e criamos uma empresa franqueadora, responsável pelo crescimento da rede e suporte aos franqueados”, diz. Hoje, a Adcos tem 29 franqueados e mais de 200 pontos de vendas em 20 estados brasileiros, além de um projeto piloto em Portugal. A empresa também se destaca pelo vasto portfólio nas linhas profissional e home care. Ao todo, são 200 produtos nas categorias de fotoproteção, cremes anti-idade, tratamento para celulite e diversos tratamentos específicos faciais e corporais, linhas de bem-estar e produtos para a pele masculina. Este ano, a marca prevê o lançamento de 22 novos produtos. Nos últimos três anos, a empresa investiu R$ 6 milhões ao ano e inaugurou sete lojas somente no segundo semestre de 2012. O Estado de São Paulo é responsável pelo maior volume de vendas, com 30%, seguido do Espírito Santo, com 15%. O restante se dilui entre os demais estados. Com um faturamento atual de R$ 136 milhões, a meta da Adcos é crescer 35% este ano. Em 2013, a previsão é abrir 16 lojas, e outras 26 unidades em 2014. O número é motivado pela ampliação da rede franqueada e do número de lançamentos previstos. Hoje, a Adcos emprega cerca de 300 colaboradores diretos e mais de 500 indiretos. Indústria Capixaba – FINDES
63
27/05/2013 15:46:49
cursos e cia
Rede Sesi/Senai de Ensino quer resgatar o valor da disciplina Novo projeto das escolas da rede visa à construção de relacionamentos mais harmoniosos
R
elacionamentos harmoniosos, cooperativos, disciplina comportamental e acadêmica, se aprendem desde os primeiros anos, no ambiente escolar e familiar. Mas, conforme a criança vai crescendo, alguns conceitos se perdem ou ficam esquecidos, deixando de contribuir para a formação integral do aluno. Aí começam as dificuldades, que, dentre outras coisas, geram as indisciplinas e, consequentemente, a queda no rendimento escolar. O Projeto “Disciplina que Gera Conhecimento”, lançado nas escolas do Sesi/Senai do Espírito Santo este ano, quer recuperar esses valores e difundi-los em todos os municípios atendidos por escolas do Sistema Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). “O objetivo é resgatar e ampliar a importância de valores fundamentais para a formação humana e o exercício da cidadania, conscientizando toda a comunidade escolar dos seus direitos e deveres enquanto cidadãos e agentes transformadores da sociedade, para que possam humanizar e harmonizar os relacionamentos de forma a prevenir comportamentos e condutas inadequadas a curto, médio e longo prazo”, explica o diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi/Senai, Flavio Bertollo.
“Queremos que estejam presentes na comunidade escolar vivências de democracia, respeito, cooperação, justiça e igualdade” - Flávio Bertolo, diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi/Senai
64
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_Cursos_THI.indd 64
PROGRAMAÇÃO DE CURSOS senai Vila Velha Curso Excel Avançado (sábados)
Período 08/06/2013 a 10/08/2013 10/06/2013 a 14/06/2013
Operador de Movimentação e Armazenagem de Cargas
17/06/2013 a 21/06/2013 24/06/2013 a 28/06/2013
NR-10 Segurança para Eletricista
17/06/2013 a 28/06/2013
Auto CAD 2D (sábados)
22/06/2013 a 24/08/2013
Cronoanálise
29/06/2013 a 09/07/2013
Segundo ele, essas ações vêm sendo trabalhadas há cinco anos, período em que a Rede Sesi de Educação vem promovendo trabalhos socioeducativos visando a desenvolver uma consciência ampla em relação à preservação de recursos e bens, numa visão social e sustentável, por meio de um projeto compartilhado em que as questões relativas a organização, limpeza, disciplina e conhecimento fossem discutidas coletivamente, buscando soluções viáveis junto à comunidade escolar. O trabalho pretende atingir três grupos da escola: os alunos, professores e famílias,e vem sendo realizado desde o início do ano letivo, com os primeiros resultados já podendo ser observados. “As escolas têm liberdade de aplicar a metodologia do projeto criando suas próprias abordagens. Há um conjunto de metas a serem conquistadas, assim como um trabalho padronizado para todas as escolas. Mas temos ideias muito interessantes, Maio 2013 – nº 306
29/05/2013 18:33:42
PROGRAMAÇÃO DE CURSOS IEL - Vitória Curso
Período
Pós Vendas
10/06/2013 a 11/06/2013
Fundamentos Didáticos para Instrutores e Multiplicadores de Treinamento
10/06/2013 a 14/06/2013
Formação de Auditor Interno em Sistema de Gestão Integrada com base nas normas NBR ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007
10/06/2013 a 14/06/2013
Sistema de Gestão de Responsabilidade Social (SA 8000) - Interpretação e Implementação
17/06/2013 a 20/06/2013
Planejamento Estratégico na Prática
17/06/2013 a 20/06/2013
Qualidade no Atendimento ao Cliente como Diferencial Competitivo
17/06/2013 a 21/06/2013
Interpretação da NBR ISO 9001:2008
PROGRAMAÇÃO DE CURSOS senai Vitória Curso
Período
Metrologia
08/06/13 a 06/07/13
NR-10 Reciclagem
08/06/13 a 06/07/13
Reciclagem de Motorista Infrator
15/06/13 a 20/07/13
NR - 10
17/06/13 a 01/07/13
Excel Básico
20/07/13 a 03/08/13
21/06/2013 e 22/06/2013
Word Básico
22/06/13 a 06/07/13
Vendas e Negociação
24/06/2013 a 27/06/2013
Solid Works
29/06/13 a 27/07/13
Desenvolvendo as Habilidades do Líder nas Relações Interpessoais
24/06/2013 a 27/06/2013
Diretrizes na Gestão de Pessoas
24/06/2013 a 28/06/2013
Formação de Auditor Interno da Qualidade
24/06/2013 a 28/06/2013
Palestra Gratuita: Desenvolvendo a Competência do Empreendedorismo Inovador
26/06/2013
tendo inclusive os próprios alunos como protagonistas, sendo colocadas em prática, gerando excelentes resultados”, disse Bertollo, acrescentando que entre as ações voltadas para as famílias estão informativos para os pais, palestras e encontros. De acordo com o diretor, o projeto prevê como metas, por exemplo, reduzir o percentual de alunos em recuperação para, no máximo, 20%, assim como diminuir gradativamente, mês a mês, as ocorrências disciplinares registradas na escola. No final de cada trimestre, haverá reuniões com as gestoras, para avaliar as próximas ações a serem tomadas.
Informações e inscrições: Edifício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br • Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Senai Vila Velha – Tel: (27) 3399-5800 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br.
Maio 2013 – nº 306
Findes_306_Cursos_THI.indd 65
Indústria Capixaba – FINDES
65
29/05/2013 18:33:49
ARTIGO
GANHO REAL NA INDÚSTRIA M uito se fala em se medir os ganhos nominal e real em aplicações do mercado financeiro, ou seja, avaliar o que representa a recomposição do poder de compra e o que significa ganho acima da inflação. Porém, avaliar o ganho real que a indústria é capaz de gerar não é tão explorado. A avaliação do ganho real em aplicações no mercado financeiro é de fácil cálculo, pois o ganho nominal está explícito e basta compará-lo à variação do nível de preços no período. Antes do Plano Real, quando o Brasil apresentava um quadro de hiperinflação, ganhos nominais de 10%, 20% ou 30% ao mês criaram uma ilusão monetária (falsos ganhos) que perdurou por décadas. Hoje, 0,5% de diferença de rendimento entre uma aplicação e outra é determinante para a decisão do investidor. Quando a necessidade é a avaliação do ganho real na indústria, a situação é mais complexa e necessita de uma série de análises fundamentadas em bases conceituais de finanças. Qual a margem de contribuição em cada
produto ou venda, qual a lucratividade real no mês ou no ano, qual o valor presente líquido de cada fábrica ou máquina, qual o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro são perguntas que devem ser respondidas com exatidão tanto pelos gestores como pelos acionistas. A grande questão é que a fundamentação em diversas áreas de finanças como custos, análise financeira, gestão do capital de giro, projeção do fluxo de caixa, orçamento e, análise de viabilidade, entre outras, deve ser ministrada com metodologias que aliem a teoria à prática, estimulando um processo de aprendizagem significativo e reflexivo, além de que se aprenda fazendo, ou seja, que os conceitos sejam imediatamente aplicados à realidade de cada organização. Se a obtenção das respostas para essas, dentre tantas outras, questões em termos nominais já exige um sistema de informações gerenciais eficiente, o que dizer de avaliar esses indicadores com os ganhos reais na indústria? Torna-se imperioso uma contínua necessidade de capacitação e/ou reciclagem de gestores e acionistas na compreensão da elaboração, análise e tomada de decisões fundamentadas na busca em agregar valor e ganho real às indústrias. Nesse momento, os gestores e acionistas devem aliar os conhecimentos de finanças a uma correta estratégia de negócios. Apenas uma política de alianças estratégicas entre instituições com notória competência e tradição em capacitação empresarial, como o IEL (Instituto Euvaldo Lodi) e Sebrae, por exemplo, com organizações que se apropriam da tecnologia de ponta em gestão como a HSM ou o Insead, e as universidades, pode fornecer ao mundo empresarial a fundamentação necessária ao processo de tomada de decisões. Lauro Chaves Neto é consultor do Programa de Desenvolvimento Empresarial HSM-IEL, do Banco Mundial, e do Programa Sebrae Mais para Empresas Avançadas
66
Indústria Capixaba – FINDES
Findes_306_artigo_Lauro Chaves_JES.indd 66
Maio 2013 – nº 306
27/05/2013 15:48:16
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 67
27/05/2013 18:52:53
Findes_306_ANUNCIOS_JES.indd 68
27/05/2013 15:48:50