Publicação Oficial do Sistema Findes • Setembro 2013 • Distribuição gratuita • nº 308 • IMPRESSO
MPEs capixabas 97,8% das indústrias são pequenos negócios
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EXPEDIENTE DA REVISTA INDÚSTRIA CAPIXABA
Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto 1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini 3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Antonio Tavares Azevedo de Brito Diretores: Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogério de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogério Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro Simonassi Diretor-executivo: Luis Carlos de Souza Vieira Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Conselho Fiscal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da Silva Suplentes: Atílio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas IzotonVieira Suplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior Serviço Social da Indústria – Sesi Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriais Titulares: Manoel de Souza Pimenta Neto, Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Vladimir Rossi Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Alejandro Duenas, Leonardo de Souza Rogério de Castro, Mariluce Polido Dias Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: aguardando indicação Sesi/DN Suplente: Flaviano Rabelo Aguiar Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, João Baptista Depizzol Neto e Ronaldo Soares Azevedo Suplentes: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Neviton Helmer Gasparini e Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias Representante do Ministério da Educação Titular: aguardando indicação do MEC Suplente: Ronaldo Neves Cruz
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Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Sérgio Luiz Guerra Suplente: aguardando indicação Senai/DN Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira Centro da Indústria no Espírito Santo – Cindes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Paulo Alfonso Menegueli, Helcio Rezende Dias Conselho de Administração: Adir Comércio, Almir José Gaburro, Álvaro José Bastos Miranda, Antônio César de Andrade, Augusto Henrique Brunow Barbosa, Benildo Denadai, Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Neto, Dário Fernando Figueira Cruz, Durval Vieira de Freitas, Edson Fernando Sartório, Eduarda Buaiz, Emílio Walace Bicalho Nemer, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Francisco Rodrigues Rocha, Gilber Ney Lorenzoni, João Carlos Pedroza da Fonseca, João do Carmo, José Angelo Mendes Rambalducci, José Carlos Bergamin, Leonardo Jordão Cereza, Luiz Cláudio Nogueira Muniz, Maria Ângela Demoner Colnago, Mario Sérgio do Nascimento, Neviton Helmer Gasparini, Otacílio José Coser Filho, Patrícia Tristão Carvalho de Mendonça, Paulo Ferreira Alencar, Renato Bragança Domingues, Roberto Anselmo Kautsky Junior, Robson Brandão Neves, Romário José Correa de Araújo, Rusdelon Rodrigues de Paula, Sânte Dassie, Solange Maria Nunes Siqueira, Uriel Barcellos, Valdecir Torezani, Wanessa Nascimento Santos Buzatto, Wellington Simões Villaschi Filho Conselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Hélcio Rezende Dias, Sérgio Rogério de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos Guerra Conselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera Borges Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Helio de Oliveira Dórea Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies Presidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies: Marcos Guerra Membro Representante da Diretoria Plenária da Findes: Egídio Malanquini Membro Representante do Setor Industrial: Benízio Lázaro Membro Efetivo Representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro Efetivo Representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros Suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam Pessotti Representante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Membro Representante do Sebrae/ES: Ruy Dias Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Instituto EuvaldoLodi – IEL Diretor-regional: Marcos Guerra Conselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Alejandro Duenas, Ruy Dias de Souza, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini, Houberdam Pessotti, Benildo Denadai, Anilton Salles Garcia
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Conselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos, Luciano Raizer Moura Superintendente: Fábio Ribeiro Dias Instituto Rota Imperial – IRI Diretor-geral: Marcos Guerra Diretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir Rossi Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky, Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, Adetur Metropolitana Suplentes: Jorge Deocézio Uliana, Tullio Samorini, João Felício Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Denícoli, Helina Cosmo Canal, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da região do Caparaó, Associação Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo Zandonadi Membros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador-geral: Sebastião Constantino Dadalto Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Gibson Barcelos Reggiani Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam Pessotti Câmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da Indústria do Vestuário Presidente: Paulo Roberto Almeida Vieira Conselhos Temáticos Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Sergio Rogerio de Castro Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Claudio de Moraes Sandrini Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna Mameri Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Vladimir Rossi Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Luiz Alberto de Souza Carvalho Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Jefferson Cabral (interino) Conselho Temático de Educação (Conedu) Presidente: Luciano Raizer Moura Conselho Temático de Política Urbana (Copurb) Presidente: Aristoteles Passos Costa Neto Conselho Temático de Energia (Conerg) Presidente: Nélio Rodrigues Borges
Diretorias regionais Diretoria da Findes em Anchieta e região Diretor: Fernando Schneider Kunsch Diretoria da Findes em Aracruz e região Diretor: João Baptista Depizzol Neto Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Diretor: Áureo Vianna Mameri Diretoria da Findes em Colatina e região Diretor: Manoel Antonio Giacomin Diretoria da Findes em Linhares e região Diretor: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Diretor: Helder Nico Núcleo da Findes em São Mateus e região Diretor: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Diretor: Ademilson Alves da Cruz Diretores para Assuntos Específicos Diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi e Senai/ES: Alejandro Duenas Diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi e Senai/ES: Flavio Sergio Andrade Bertollo Diretor para Assuntos do IEL: Benízio Lázaro Diretor para Assuntos do Ideies/CAS: Egídio Malanquini Diretor para Assuntos do Cindes: Paulo Alfonso Menegueli Diretor para Assuntos do IRI: Ricardo Ribeiro Barbosa Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egídio Malanquini Diretor para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias: Vladimir Rossi Diretor para Assuntos Tributários: Gibson Barcelos Reggiani Diretor para Assuntos do Meio Ambiente: Wilmar Barros Barbosa Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Fernando Schneider Kunsch Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Inovação Industrial: Luiz Alberto de Souza Carvalho Sindicatos filiados à Findes e respectivos presidentes Sinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Flavio Sergio Andrade Bertollo | Sincafé: Sergio Brambilla | Sindmadeira: José Domingos Depollo | Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II Siges: João Baptista Depizzol Neto | Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Sindibebidas: José Angelo Mendes Rambalducci Sindicalçados: Altamir Alves Martins | Sindifer: Luiz Alberto de Souza Carvalho | Sinprocim: Houberdam Pessotti Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira | Sinvesco: Edvaldo Almeida Vieira | Sindimol: Almir José Gaburro | Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Emerson de Menezes Marely | Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali | Sindinfo: Benízio Lázaro | Sindipapel: José Bráulio Bassini | Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini Sindibores: Silésio Resende de Barros | Sinvel: Atílio Guidini Sinconsul: Bruno Moreira Balarini
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ESPECIAL As micro e pequenas indústrias já correspondem a 97,8% das organizações no Estado. Confira em quais setores se concentram e qual é o atual cenário desses empreendimentos, que sustentam a economia com as inúmeras possibilidades de negócios.
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INDÚSTRIA
ENTREVISTA
As indústrias no Espírito Santo começaram a descobrir as potencialidades e oportunidades geradas pelas redes sociais. Saiba os diferentes tipos de benefícios que essas redes podem representar quando se fala em ferramenta de integração entre empresas e clientes.
Professor da Fundação Dom Cabral do Rio de Janeiro, Paulo Vicente Alves, que estará em outubro em Vitória, com o seminário “Tendências para o Futuro”, fala sobre o papel do planejamento estratégico para a indústria, orçamento anual, desafios estruturais do custo Brasil e da necessidade da inovação nas organizações.
46 INOVAÇÃO Trabalhando o conceito de inovação, a Sociedade Produtora de Alimentos (SPA) lança no mercado o café para comer. Batizados de “Coffee Beans” e “Coffee Coins”, os produtos de café arábica já nascem fazendo sucesso. 6
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52 NO SISTEMA Formado para estreitar laços pessoais e comerciais, identificar oportunidades de negócios e incentivar empreendedores, o Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) completa 44 anos. Conheça mais a respeito dessa entidade do Sistema Findes.
56 SUSTENTÁVEL Veja quais foram as empresas vencedoras da edição 2013 do Prêmio Findes de Meio Ambiente. Criada em 1997, a premiação reconhece ações que resultam em melhorias para o meio ambiente e a qualidade de vida através da responsabilidade social.
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CENÁRIO Crescimento econômico, sustentabilidade e integração da indústria com o poder público. Essas são ações presentes no Mapa Estratégico da Indústria Capixaba 2013-2022 (Meic) e na Agenda de Governo Positiva para o Desenvolvimento da Indústria do Espírito Santo, documentos que conduzirão o Estado nos próximos 10 anos.
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Publicação oficial do Sistema Findes Setembro – 2013 ▪ nº 308 Conselho Editorial – Marcos Guerra, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto, Ernesto Mosaner Junior, Luis Carlos de Souza Vieira, Ricardo Barbosa, Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Fernando Schneider Kunsch, Solange Maria Nunes Siqueira, Fábio Ribeiro Dias, Antônio Fernando Doria Porto, Lucas Izoton Vieira, Marcelo Ferraz, Cintia Dias e Breno Arêas Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES) Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Leonardo Nunes, Milan Salviato e Tatiana Ribeiro Gerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas Depto. Comercial – Unirem/Findes – Simone Dttmann Sarti Tel: (27) 3334-5721 – mercado@findes.org.br
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Produção Editorial
NO SISTEMA Cientes da importância de se fortalecer a indústria agora para colher bons frutos no futuro, a Findes e seus sindicatos apostam no associativismo para vencer os diferentes obstáculos que travam o desenvolvimento do no Espírito Santo. Conheça os novos sindicatos filiados ao Sistema
64 FATOS EM FOTOS 66 CASO DE SUCESSO
Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Coordenação de Produção (interina): Cláudia Luzes Produção editorial e diagramação: Equipe Next Editorial Copidesque: Marcia Rodrigues Textos: Ana Lúcia Ayub, Anderson Cacilhas, Gustavo Costa, Jacqueline Vitória, Nadia Baptista, Vitor Taveira e Taís Hirschmann Revisão de textos: Andréia Pegoretti Fotografia: Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos Findes e Next Editorial
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Editorial
Diagnósticos para o desenvolvimento
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o último mês de agosto, entregamos o Mapa Estratégico da Indústria Capixaba (Meic) 20132022, que detalha de forma técnica uma série de indicadores e metas a serem atingidos pelo setor industrial capixaba e pelo Estado até o ano do bicentenário da Independência do Brasil. Na oportunidade, passamos às mãos do governador Renato Casagrande a Agenda Positiva, que propõe várias ações, envolvendo setores públicos e privados, para o avanço em desafios históricos que podem ser superados sem grandes investimentos, mas com medidas inovadoras, inteligentes e redução da burocracia. Já no mês de setembro, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae-ES), apresentamos outro importante diagnóstico – desta vez, o índice que apura o grau de competitividade das micro e pequenas indústrias capixabas. O indicador tem como objetivo geral avaliar o desempenho empresarial a partir de um conjunto de dados nacionalmente reconhecidos, que suportam a análise do nível de gestão e desenvolvimento do negócio. Enquanto presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), acredito que podemos contribuir com o desenvolvimento do Estado por meio da elaboração de diagnósticos técnicos, sejam pesquisas, estudos ou índices, pois nosso objetivo é construir um cenário econômico, social e ambiental que favoreça o crescimento da indústria capixaba, beneficiando tanto os empresários quanto seus colaboradores, com impactos positivos sobre a geração de emprego e renda e, consequentemente, o bem-estar de toda a população. O trabalho de construção de um ambiente propício ao desenvolvimento, no entanto, não diz respeito apenas ao setor industrial. Apesar das turbulências enfrentadas pela economia do Espírito Santo nos primeiros anos desta
década, o otimismo é uma marca forte da indústria deste Estado. Estamos certos de que as dificuldades trazem consigo as oportunidades de desenvolvimento e que as ações propostas, se bem aplicadas, e com a urgência necessária, serão instrumentos para alavancar o crescimento da indústria capixaba. Nesta edição da revista Indústria Capixaba, além de matérias explicativas sobre o Mapa da Indústria, a Agenda Positiva e o Índice de Competitividade das MPEs, trazemos bons exemplos de ações práticas que reafirmam o processo que vivenciamos de desenvolvimento e diversificação da nossa indústria, como também sobre a importância da inovação e os benefícios que podem trazer para as empresas. Boas práticas no meio ambiente e tradição de mercado também estão presentes nesta edição, em que apresentamos os ganhadores do Prêmio Findes Consuma e uma indústria capixaba de mais de 110 anos, à qual prestamos homenagem durante o evento “Dia DE Associar-se” em Venda Nova do Imigrante, no mês de abril. Tenham uma boa leitura!
Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes
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Indústria por Roberto Teixeira
Indústrias despertam para as redes sociais As redes sociais se consolidam como as principais ferramentas de interação da indústria com os clientes
A
s indústrias que atuam no Espírito Santo começam a descobrir as potencialidades e oportunidades geradas pelas redes sociais - notadamente o Facebook, YouTube e Twitter - para estreitar as relações on-line com os clientes e fornecedores e desenvolver ações de marketing.
Acostumadas a manter um contato direto apenas por meio de seus distribuidores ou vendedores, as indústrias agora despertam para esta nova forma de interação pela web. É o caso de empresas como a Chocolates Garoto, Fibria e Brametal, que já mostram bons resultados. Mais do que
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faturamento financeiro, um bom relacionamento no mundo virtual tem garantido um retorno social positivo. Estudos da companhia eMarketer mostram que, em termos mundiais, 68% das companhias que vendem produtos e serviços para outras empresas se engajaram na web social. Já um levantamento da Penton Media aponta que 79% das marcas de consumo usam redes sociais para marketing. O retorno financeiro gerado pelo comércio via rede mundial de computadores é empolgante. De acordo com artigo publicado pelo especialista em e-commerce no site E-Commerce Brasil, Cristiano Chaussard, o comércio eletrônico brasileiro faturou nada menos que R$ 12, 7 bilhões no primeiro semestre de 2013, 24% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo estudo do E-bit. De 1º de janeiro a 30 de junho, foram realizados 35,54 milhões de pedidos de compra pela internet, com valor médio de R$ 359,49. O especialista afirma ainda que as indústrias, com dificuldades históricas relacionadas a gargalos tributários, de infraestrutura e mão de obra, também estão de olho nesse potencial, que alcança mercados muito além de suas fábricas. “As indústrias têxtil e calçadista, por exemplo, têm mostrado interesse em vender diretamente para o consumidor final, seja por meio de lojas próprias físicas ou pela internet, aproveitando o frenesi on-line”. No entanto, ele pontua, quando resolvem investir em soluções para e-commerce, as indústrias acabam “atropelando” seus tradicionais parceiros - lojistas e representantes comerciais -, gerando conflito de canais. Um dos caminhos para resolver esse impasse tem sido o e-commerce descentralizado, em que a fábrica oferece para cada unidade da rede uma loja virtual “montada”, que pode ser hospedada no mesmo portal da marca ou em um site exclusivo. A parte logística é administrada por cada unidade, com base em um estoque próprio. Em algumas
“Os consumidores criam suas próprias páginas em relação aos nossos produtos e vão comentar sobre nós, precisamos nos posicionar” André Barros, diretor-executivo de Marketing da Chocolates Garoto
“Retorno está sendo acima das expectativas” Carolina Terra, gerente de Mídias Sociais da Garoto
delas, por exemplo, quando falta produto para o e-commerce em uma revenda, há busca pelo mesmo item em outra, para atender à demanda.
Interatividade E em redes sociais, vale a pena investir? Para o diretorexecutivo de Marketing da Chocolates Garoto, André Barros, a resposta é sim. De acordo com o levantamento realizado pela empresa remetendo à pergunta, para cada investimento de R$ 2 mil a estimativa de impacto positivo é de R$ 555 mil, com um custo por impacto de R$ 0,004. Para André Barros, entrar nas redes sociais não é uma escolha, mas uma necessidade. “Os consumidores criam suas próprias páginas em relação aos nossos produtos e vão comentar sobre nós; então, precisamos nos posicionar. Nossos consumidores estão lá. Querem dialogar, querem ser ouvidos. Por exemplo, um usuário criou uma fan page do bombom Serenata, com vários comentários sobre o produto”, comenta. A Chocolates Garoto está presente em praticamente todas as redes sociais de maior relevância, com páginas sendo acessadas por internautas capixabas e ao redor do mundo. Além da fan page institucional no Facebook (/garoto), a fábrica inaugurada em 1929 está presente também no Twitter (@dicasgaroto e @sacgaroto), no YouTube (/GarotoChocolates) e no Instagram (/garotochocolates). Com sua fan page ostentando o título de “a que mais cresceu no Brasil no primeiro semestre deste ano”, a Garoto comemora um feito inédito entre as empresas com presença na rede social Facebook no país: em pouco mais de oito meses, aumentou em cerca de 10 vezes o número de fãs em sua página da web. Enquanto no final do ano passado eram aproximadamente 680 mil, na semana iniciada em 12 de agosto esse número passou para seis milhões, segundo aponta a empresa SocialBakers. Setembro 2013 ▪ 308
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“Entre os capixabas, temos uma base de fãs ativa e presente e sempre produzimos conteúdo específico e direcionado para seus interesses, ligados ao programa de visitas, à loja da fábrica da Garoto, aos eventos regionais/locais e assim por diante”, explica a gerente de Mídias Sociais da companhia, Carolina Terra. Além disso, a Chocolates Garoto registra mais de 30 mil comentários ou manifestações na fan page por mês. Quando comparado ao Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), ganha de muito, já que no atendimento tradicional são 3,5 mil contatos por mês. “O retorno está sendo acima das expectativas e temos notado uma grande receptividade do público”, comenta a gerente. Em terceiro lugar no ranking das fan pages de alimentos no país e na oitava colocação na relação geral brasileira, segundo pesquisa da SocialBakers, a fan page da Garoto mantém constantes ações de co criação com os internautas. Por exemplo, foi possível criar assim o chocolate da Copa (mais de 200 mil pessoas votaram no sabor e na embalagem) e a música da Torcida Garoto. De acordo com Carolina Terra, a transparência é a principal política da empresa: “Se alguém entrar na fan page, vai encontrar, além das sugestões e elogios, as críticas postadas. O que a empresa prega é a necessidade de dialogar com o seu público e corrigir o que não deu certo”. O resultado de toda essa interação pode ser medido numa importante e recente conquista nas redes sociais.
“As pessoas acessam os canais da empresa nas redes sociais por motivos variados” Mara Pinheiro, gerente de Comunicação Corporativa da Fibria
“Muitas utilizam as redes sociais como plataforma de comunicação institucional, trabalhando de um modo mais informal e mais próximo da sociedade” Felipe Tessarolo, professor universitário e especialista no assunto No mês passado, a Garoto ganhou o certificado de “Sociallydevoted” pelo SocialBakers, empresa referência no monitoramento e ferramentas de monitoramento para análise de redes sociais. Avaliada entre o período de abril a junho deste ano, a marca Garoto chegou a 78% de atuação direta com o público no Facebook, o que significa que a empresa interagiu com seus fãs em porcentagem superior à média das marcas com excelência, via perfis oficiais da rede social.
Pra todo mundo, no mundo todo O Facebook também se mostrou como a rede social com melhor capacidade de relacionamento com os diversos públicos da Fibria. Hoje são mais de 3.600 fãs na página da indústria de celulose. A maior parte dos que acompanham a página na rede mundial de computadores são pessoas do entorno das operações (industriais e/ou florestais) da Fibria em sete estados do país: Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Os capixabas respondem, em média, por 30% desse movimento. “As pessoas acessam os canais da empresa nas redes sociais por motivos variados, como busca de oportunidade de emprego, oferecer serviços, solicitar informações e fazer comentários diversos”, comenta a gerente de Comunicação Corporativa da Fibria, Mara Pinheiro. A Fibria lançou sua página no Facebook em 15 de junho de 2012, entrou no Twitter em 19 de março do mesmo ano e no YouTube está desde 27 de outubro de 2010. “O grande desafio é entender que rede social não é um canal de comunicação tradicional, usado para ‘falar’. E sim um canal de relacionamento, que é uma ótima oportunidade de ‘escutar’. Nosso objetivo é integrar cada vez mais as redes sociais aos nossos demais canais de relacionamento”, comenta a gerente.
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Neste ano de 2013, a Brametal também apostou nas redes sociais como ferramenta para divulgar seus produtos e fortalecer sua interação com a sociedade. Atualmente, a empresa trabalha com uma fan page e um perfil no Linkedin - principalmente para recrutamento de profissionais para cargos estratégicos. A Brametal possui uma unidade situada em Linhares, norte do Estado do Espírito Santo, e a outra em Criciúma, na região central do estado de Santa Catarina. De acordo com nota enviada pela empresa, apesar da Brametal não ter cliente em Linhares e região, a empresa acredita que seja muito importante se aproximar das pessoas. E, nada mais amplo e acessível que as redes sociais.
Aproximação Para o professor universitário e especialista no assunto Felipe Tessarolo, as redes sociais têm funcionado nas indústrias como estratégia para administrar a imagem/ marca da empresa e aproximarem-se do cliente final. “Muitas utilizam as redes sociais como plataforma de comunicação institucional, trabalhando de um modo mais informal e mais próximo da sociedade”, comenta. Em relação ao marketing empresarial, de acordo com os estudiosos da área, o que as redes sociais ajudam, e muito, é no aumento do capital social da empresa. “Falo de capital
Dicas para as indústrias conquistarem o sucesso nas redes sociais • Acentuar o relacionamento com as pessoas • O importante é participar das redes, pois assim sabemos o que as pessoas estão falando das marcas e podemos responder/defender as instituições. • A comunicação deve ser menos formal e mais direcionada, já que com as redes sociais as indústrias respondem a cada indivíduo, diretamente. • Contratar um profissional especializado para a área de monitoramento de redes sociais é muito mais do que postar imagens e responder a algumas perguntas. • Respostas devem ser rápidas, o que conta nas redes sociais é o imediatismo e a presença. • Estabelecer códigos de boas práticas e conduta, para evitar, por exemplo, que funcionários vazem informações sigilosas ou publiquem fotos indevidas do local de trabalho Fonte: especialistas entrevistados
“As redes na web são como uma pesquisa de opinião em tempo real” Fernando Mendes, diretor da Knowledge Media e especialista em mídias sociais
social, no sentido do valor gerado pelas conexões sociais, aquelas que são obtidas por pertencer a um determinado grupo social. Permitem uma proximidade com o cliente, um atendimento que antes necessitava de maiores recursos para ser efetivado. Com as redes sociais essas conexões são aumentadas exponencialmente”, explica o professor. Carolina Terra, da Chocolates Garoto, acredita que as redes sociais se tornaram um valioso canal de comunicação entre empresas e consumidores. “São uma forma de interagir mais direta e rapidamente com o consumidor, de receber comentários, críticas, elogios e, principalmente, sugestões que ajudam a traçar estratégias para novos lançamentos e produtos, além de ajudar a engajar ainda mais o consumidor com a marca”, comenta. Para o diretor da Knowledge Media – KM, também especialista em mídias sociais, Fernando Mendes, as redes na web são como uma pesquisa de opinião em tempo real. “Podem servir tanto para testar um novo produto junto a um público específico, quanto para captar informações e necessidades, podendo, inclusive, dar origem a novos produtos”, aponta. Relacionamento é a palavra-chave para as indústrias conquistarem sucesso via redes sociais. “Não é lugar de ficar se vendendo ou apenas falando de seus produtos e se elogiando. A indústria precisa se humanizar, pois redes sociais são feitas de pessoas”, afirma. Apesar dos avanços, muitas ainda estão reticentes com a novidade e avaliam a eficácia da ferramenta neste segmento. Há casos de empresas que não contam com nenhuma rede social e nem projetam se lançar neste universo virtual. Certeza mesmo é de há muitas oportunidades a serem aproveitadas pela indústria capixaba, como ocorre velozmente no cenário mundial. Para isso, ainda há bastante o que se trabalhar. Setembro 2013 ▪ 308
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ARTIGO
Entender as manifestações
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mês de junho criou uma nova pauta política no Brasil quando, de forma inteiramente inesperada, uma grande massa de pessoas tomou as ruas das cidades brasileiras. Para ficar apenas no caso da capital do Espírito Santo, a avaliação feita é que mais de 100.000 estiveram presentes na grande manifestação do dia 20 de junho. Estavam todos dando uma espécie de grito de desabafo pela ausência de qualidade de vida, pela má qualidade dos serviços prestados à população, pela corrupção. O que proporcionou o estopim da revolta explícita de largos setores sociais, sobretudo de classe média, foi certamente a Copa das Confederações e a inauguração de grandes arenas esportivas feitas para a Copa de Mundo de 2014. Ficou de repente muito clara a diferença entre as obras caríssimas do chamado “padrão Fifa” e a péssima qualidade dos serviços oferecidos pelo setor público brasileiro. Mas, historicamente costuma ser assim mesmo. As massas surgem na história quando o sistema político existente não consegue dar respostas a novas demandas. É uma ruptura com os sistemas de representação política.
Diante da forte pressão das ruas e do evidente apoio da quase totalidade dos brasileiros, o Governo nacional tentou responder, e o fez de forma improvisada e atabalhoada. Ficou evidente a falta de preparo político da presidente Dilma Rousseff para enfrentar a situação, e a consequente perda de competitividade eleitoral. Sua reeleição, tida como certa, ficou problematizada. Mas, não apenas Dilma foi afetada em sua imagem. De fato, o movimento acabou por mostrar o descontentamento dos setores de classe média com os governos. Assim, todos os que estão hoje no poder sofreram desgastes. O caso mais grave está sendo o do Rio de Janeiro, onde o governo Sérgio Cabral desabou, arriscando até de não se concluir, com sua renúncia. Mas, de uma forma geral, todos os atores identificados com o poder perderam. No Espírito Santo, a empresa que opera o pedágio na Terceira Ponte foi fortemente atingida. Não é simples de concluir o que restará para o futuro do movimento de junho – radicalmente diferente da violência que aconteceu depois –, mas é certo que há no ar um sinal de alerta. As redes sociais, sobretudo o Facebook, certamente darão sobrevida ao mal-estar expresso nas ruas. Todas as instituições que se movimentam em torno do poder, inclusive as empresas privadas, estarão na mira no ano de 2014. A tática Black Bloc que tomou conta das manifestações a partir do mês de agosto, meio que encerra o ciclo iniciado em junho, por seu distanciamento do mundo dos brasileiros comuns. Mesmo nas manifestações americanas do mesmo tipo, a presença final dos meninos vestidos de preto decretou seu distanciamento da população e certamente reduziu seus impactos políticos. Espera-se que com a Copa do Mundo as massas voltem às ruas – isso, se a violência que restou nos meses seguintes não tiver assustado demais as pessoas. Mas, mesmo que o movimento das ruas tenha a mesma potência, ele mudou a pauta política e, certamente, vai impactar fortemente as eleições de 2014. João Gualberto é cientista político e diretor da Futura
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IEL-ES capacita empresas em inovação
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apacitar as micro e pequenas Empresas (MPEs) capixabas a implantarem planos de inovação e fomentar o surgimento de novos produtos, processos e sistemas diferenciados para a melhoria da produtividade e lucratividade empresarial. Esses são os principais objetivos do Inova Findes. Uma de suas ações é o programa Movimento para Inovar, uma iniciativa do Sistema Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que objetiva preparar as empresas para captar recursos com projetos ligados à inovação. No Espírito Santo, é executado pelo IEL-ES. Desde a sua criação, já sensibilizou 340 pequenas indústrias no Estado e pretende capacitar 150 empresários e elaborar aproximadamente 60 projetos até 2014. “Se a empresa não se reinventar, ela deixa de ser competitiva e perde mercado.A inovação é uma saída para ela se manter à frente da concorrência. No mundo globalizado de hoje não existem mais fronteiras e o empreendedor tem
“Se a empresa não se reinventar, ela deixa de ser competitiva e perde mercado. A inovação é uma saída para ela se manter à frente da concorrência” Luiz Alberto Carvalho,diretor para Assuntos de Inovação da Findes
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que estar conectado às novidades tecnológicas a todo instante, senão ele perde competência”, diz o diretor para Assuntos de Inovação da Findes, Luiz Alberto Carvalho. Em julho, o IEL-ES iniciou a primeira turma do curso Elaboração de Projetos de Inovação, formada por representantes de 28 empresas de pequeno porte de diversos setores industriais do Estado. O curso, realizado entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, faz parte do Movimento para Inovar, que conta com subsídios do Sebrae para suas ações, cobrindo 70% do valor de cada etapa. Na atividade os participantes adquirem novas experiências sobre o gerenciamento de projetos. “O empresário aprende a identificar o que as instituições de fomento esperam de um projeto: objetivos, justificativas, o cronograma e viabilidade financeira. E, o mais importante, por que o projeto é inovador”, explica o economista Iomar Cunha, gerente de Inovação da Findes. A empresária Martha Elizabeth Colodetti Albernaz,da Surreal Indústria e Comércio de roupas, participou de curso com o tema inovação pela primeira vez. “Foi importante porque abriu minha visão para a possibilidade de viabilizar financiamentos. Outro fator é agregar a inovação ao empreendimento, com a possibilidade de gerar mais renda”, disse. Já Alessandro Andrade, que atua no ramo da tecnologia e informática, comenta que já vem desenvolvendo projetos de inovação na sua empresa, mas o curso serviu para prepará-lo tecnicamente.“Para mim é importante para entender os conceitos e saber como pensa quem vai avaliar meus projetos”, explicou. A duração de cada curso é de 15 horas, e o valor integral é R$ 693,65, mas com o subsídio as empresas pagam R$ 206,00. As empresas que quiserem participar devem assinar um termo de adesão, que autoriza o IEL-ES para que faça um diagnóstico da empresa. O diagnóstico traça um plano de ação, que através de várias etapas, ajuda a empresa a construir um projeto de inovação para captar recursos. Informações: inovacao@findes.org.br / 3334 5946.
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Show do trabalhador da indústria capixaba
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omo parte das comemorações dos 55 anos da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), foi realizada no dia 27 de julho a terceira edição do Show do Trabalhador da Indústria Capixaba. O evento foi um presente para os trabalhadores da indústria e funcionários do Sistema Findes, que assistiram de graça à apresentação da banda Jota Quest no Ginásio do Álvares Cabral, em Vitória. A iniciativa é do Serviço Social da Indústria do ES (Sesi-ES), que promoveu a primeira edição em 2011, quando o Sesi-ES completou 60 anos. “O show é um momento único do Sesi-ES, pois conseguimos unir empresários e trabalhadores na mesma ocasião, levando cultura e entretenimento, com ênfase no relacionamento e integração entre as pessoas. Além disso, conseguimos o apoio
dos sindicatos industriais, que promoveram as premiações aos trabalhadores durante o evento. Estamos cumprindo uma das missões do Sesi, que é levar cultura aos trabalhadores da indústria e seus dependentes”, explicou Solange Siqueira, superintendente do Sesi-ES e diretora regional do Senai-ES. Os primeiros mil ingressos retirados deram direito também à entrada gratuita para um acompanhante do trabalhador. Vários brindes foram sorteados no evento, entre eles três motos Honda 0 Km, cujas chaves foram entregues pelo presidente da Findes, Marcos Guerra, aos sorteados Gennyson Maurício de Oliveira, Elton Horoi Silvia e Danilo Santos Siqueira. Cerca de sete mil pessoas compareceram ao ginásio, entre funcionários, industriais e executivos do Sistema Findes.
História da Findes contada pelos sindicatos A Findes desenvolveu uma série de ações para marcar os seus 55 anos de história. Uma dessas ações foi o lançamento do livro “Associativismo para uma indústria forte”, que conta a trajetória da Federação no ponto de vista dos 31 sindicatos filiados. Em cada capítulo, o leitor pode conferir as conquistas e desafios dos sindicatos e das empresas que representam. Da construção civil à indústria de bebidas, passando pela área de confecções, panificação e de calçados, a obra faz um resgate histórico de setores importantes para a economia capixaba. Estão presentes as realizações, os presidentes e os investimentos já feitos e aqueles que deverão movimentar esses segmentos nos próximos meses e anos. Por meio deste memorial da indústria, a Findes relembra as vitórias e aponta os próximos objetivos a serem alcançados. O lançamento do livro aconteceu no dia 26 de julho, no cerimonial Itamaraty Hall, em Vitória. Setembro 2013 ▪ 308
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Entrevista por Ana Lúcia Ayub
Paulo Vicente Alves “Sem um planejamento, as empresas acabam fazendo mais do mesmo”
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professor da Fundação Dom Cabral do Rio de Janeiro, Paulo Vicente Alves, estará em outubro em Vitória, para o seminário “Tendências para o Futuro”, que será realizado no Centro de Convenções de Vitória com apoio do Sesi-ES. Em entrevista à revista Indústria Capixaba, ele falou sobre como o planejamento estratégico das empresas pode reduzir gastos e agilizar processos. Ao programar as etapas da fabricação, as empresas aumentam a competitividade e dão um passo à frente da concorrência. Alves diz que, no atual cenário de instabilidade econômica, investir na linha de produção automatizada, preparando-se para as novidades tecnológicas, pode ser a saída para se destacar no mercado. O executivo é mestre e doutor em administração e já atuou como professor na PUC Rio, na Escola Superior de Propaganda e Marketing e no curso de MBA do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais. Hoje é professor exclusivo da Fundação Dom Cabral nas áreas de Estratégia, Planejamento, Gestão, Marketing e Gestão Pública.
Qual é o papel do planejamento estratégico para uma indústria? Ele tem um papel fundamental. Sem um planejamento, as empresas acabam fazendo mais do mesmo, ano após ano, até que uma mudança no mercado possa causar um impacto devastador e mesmo matar a empresa que não se preparou para as mudanças mercadológicas. Um exemplo disso foi a Kodak, que a partir do momento em que a máquina digital foi criada, entrou em declínio econômico. Excetuando-se as especificidades de cada uma, o que as indústrias devem levar em conta para elaborar seu planejamento para 2014? Vai ser um ano de eleição no Brasil, o que significa que podemos ter alguns cenários positivos. O Governo deve reduzir os juros,afrouxando a inflação,e aumentar o gasto governamental. São medidas que causam mudanças a curto prazo: a economia se aquece, gerando mais crescimento e consumo, mesmo que aumente o endividamento. Porém, se houver perspectiva de
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“Minha percepção é que o Brasil e o mundo estão rumando para uma crise generalizada na década que vem, entre 2020 e 2030” mudança de Governo, podemos ter instabilidade no segundo semestre, com um consequente aumento dos juros e do Risco Brasil. O medo de mudança em um governo sempre gera instabilidade no mercado, como em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito. Um dos efeitos é o aumento da inflação. E quando ela começa a subir, o Banco Central normalmente aumenta os juros. Em termos de orçamento anual, a primeira regra para que seja eficiente é que ele deve contemplar diferentes cenários para a administração do negócio. O que os empresários devem priorizar para o orçamento de 2014? Investir em inovação? Em marketing? Cortar custos? Minha percepção é que o Brasil e o mundo estão rumando para uma crise generalizada na década que vem, entre 2020 e 2030. Minha teoria é baseada no Ciclo de Kondratiev, que diz que a cada 50 ou 60 anos, os últimos 10 anos sempre são de crise na humanidade. Se os ciclos persistirem, a próxima deve ser análoga à de 1970. Minha sugestão é buscar automatizar ao máximo a produção, o que é ao mesmo tempo inovação e redução de custos. Os americanos estão há muito tempo investindo em robotização na indústria e na agricultura, mas o Brasil não, e assim se expõe ao risco de perder mais competitividade. Isso pode até gerar desemprego, mas cria novos empregos a longo prazo. Foi assim com a computação, que destruiu milhares de empregos, mas logo surgiram novas funções e toda uma rede eletrônica. Além disso, reforçar as marcas através de desenvolvimento da comunicação integrada é fundamental.
ainda pior. Já as empresas de commodities dependem muito do mercado externo e não são tão impactadas em ano de eleição. No geral, a economia mundial está desaquecendo e as commodities não devem ter um grande crescimento. De acordo com um estudo do Project Management Institute (PMI), feito em parceria com The Economist, nos últimos três anos, 44% dos planos estratégicos delineados pelas grandes empresas não foram bem-sucedidos. A que o senhor atribui esse resultado? E como garantir que o planejamento de uma indústria seja eficaz e eficiente? Depende de como os planos foram feitos. Em geral, o problema é excesso de otimismo e baixa capacidade de execução. Muitas empresas colocam perspectivas irreais do crescimento econômico, ou lançam um produto e aumentam exageradamente suas perspectivas de vendas. Como subir 10% das vendas com o país crescendo a 2%? Há um exagero nas previsões de receitas. Às vezes,
Estamos, no momento, em um contexto de juros e dólar em alta, inflação fora da meta e dívida pública crescente. Por outro lado, temos os desafios estruturais do custo Brasil. Fatores conjunturais e estruturais têm o mesmo peso no planejamento? Sob quais critérios eles devem ser considerados na hora de planejar o ano seguinte? Para as empresas, os dois influenciam, e o peso depende do setor de atuação. O governo deve tentar melhorar a conjuntura econômica para 2014, estimulando o consumo. Isso deve causar uma piora estrutural na economia, porque ele aumenta os juros como mecanismo de controle da inflação, o que causa outros impactos, como tornar mais caro o crédito para o consumo e para expandir a capacidade produtiva. Se a estrutura piorar em 2014, 2015 pode ser Setembro 2013 ▪ 308
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Entrevista
“A alternativa é o planejamento estratégico, pensando quais processos precisam de melhorias e quais são os projetos a serem executados. Ele deve ser elaborado com todas as partes da organização ” pensam apenas numa campanha de marketing, achando que vão dobrar as vendas. Mas o marketing tem que ser integrado com a estratégia. A Nokia, por exemplo, levou 10 anos para lançar o smartphone, não executando o plano a contento. Logo depois a Apple anunciou o iPhone. A partir daí, vieram outros celulares inteligentes, e a Nokia tentou correr atrás do prejuízo - mas já era tarde demais. A alternativa é o planejamento estratégico, pensando quais processos precisam de melhorias e quais são os projetos a serem executados. Ele deve ser elaborado com todas as partes da organização, para que as pessoas de todas as áreas possam discutir o que é viável técnica e economicamente.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) elaborou, atualiza e implementa o Mapa Estratégico da Indústria, com visão de longo prazo. Em linha com a CNI, a Federação das Indústrias do Espírito Santo acaba de atualizar e divulgar o Mapa Estratégico da Indústria Capixaba, com propostas para o desenvolvimento industrial até 2022. Qual a validade da realização de um planejamento estratégico para um setor inteiro, se as partes que o compõem são tão desiguais, em todos os níveis? Existem problemas similares, como custos logísticos, de mão de obra, robotização, impostos, barreiras alfandegárias, energia, e pesquisa e desenvolvimento. Algumas destas questões só podem ser resolvidas quando a indústria tem ganho de escala, curva de aprendizado, e mobiliza politicamente Governos para investimentos ou concessões e parcerias privadas. Isoladamente, as indústrias não podem fazer muito, mas juntas elas têm muita força. Todo planejamento deve ser periodicamente revisado, mas de quanto em quanto tempo? O que levar em conta para decidir se é hora de revisar o planejado? Isto depende da estabilidade do ambiente no qual as empresas se encontram. Quanto mais turbulento o ambiente, mais frequente deve ser a revisão. Minha sugestão é de dois em dois anos, mas é comum ser refeito anualmente. Inovação tem sido quase um mantra entoado por executivos que se dizem preocupados com a competitividade. Como inserir a inovação no planejamento empresarial? De modo geral os empresários são conservadores e, na maioria das vezes, nunca tiveram um treinamento formal para administrar seus negócios. Aprendem na prática. Por serem conservadores, não testam novas formas de pensar e não avançam em novas tecnologias. Existem novos métodos em planejamento, tais como cenários, modelagem causal, simuladores de empresa, jogos de empresas, competição em rede, inteligência competitiva e salas de situação. Há muitas novas abordagens ainda pouco exploradas no Brasil. No método de cenários, por exemplo, a empresa deve levantar todas as variáveis que não consegue controlar, como a regulamentação política, a economia e a tecnologia.
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Exemplificando com uma empresa de construção civil, ela deve avaliar como vai avançar a tecnologia no setor, se pode automatizar processos e se vai ter redução na demanda e nos preços dos imóveis. Combinando essas variáveis, ela terá os cenários futuros para a empresa. No método de simuladores de empresa, o empresário simula o que pode acontecer com a empresa no futuro. É o último estágio de desenvolvimento de planejamento e orçamento, e para chegar até esse estágio, a empresa tem que seguir vários passos antes. A competição em rede é para a empresa não atuar sozinha no mercado e, sim, junto com outras organizações, maximizando os ganhos e minimizando os riscos. A inteligência competitiva é para monitorar os competidores, Governo e sociedade, antevendo os movimentos competitivos. No Brasil, milhares de pequenas empresas fecham por ano e têm como uma das causas a falta de planejamento. A gestão eficiente de um negócio é um fator determinante para a sobrevivência empresarial. Com o contexto atual globalizado, repleto de mudanças econômicas, o que os pequenos empresários podem fazer para mudar esse quadro? Num ambiente turbulento, você não pode fazer planejamento incremental, partindo do pressuposto de que o ano que vem a empresa vai ter um incremento em cima do anterior ou parecido com esse ano, e se basear num produto só. Tem de existir um portfólio de produtos balanceado, preferencialmente alguns que vendem mais quando a economia vai mal, e que servem de proteção ou hedge. Pensar em termos de cenários futuros, inteligência competitiva e competição em rede são boas práticas de sobrevivência, e não são tão caras ou complexas. O dólar disparou e isso causa uma série de efeitos na economia. As indústrias, que compram insumos de fora e têm dívida em dólar vão pagar mais caro pelos produtos que importam. Outras, que vendem commodities para o mercado externo, já são favorecidas com a alta da moeda americana. Como planejar nessas horas de muita incerteza? As indústrias devem pensar no longo prazo e fazer reservas cambiais, inclusive fora do país, através de empresas associadas. Quando tudo vai bem, deve-se acumular dólares e, quando preciso, reduz-se as reservas. Isso cria um colchão de amortecimento para as flutuações existentes. Também devem pensar em montar empresas fora do Brasil como entidades separadas, ajudando-as a formar uma rede, que as tornam mais fortes para competir.
Há um consenso entre a classe empresarial brasileira de que a elevada carga tributária do país é um dos fatores que comprometem a competitividade do setor industrial frente aos outros mercados. Alguns incentivos têm sido dados pelo Governo, mas os mecanismos são pontuais, caso do IPI de automóveis e dos produtos da linha branca. Como fazer uma gestão eficiente e competitiva nesse cenário? Planejamento tributário é essencial. Existem diversas formas de reduzir a carga tributária de forma legal, mas isto funciona até certo ponto. Depois disto, é preciso pensar quais as partes do negócio que de fato precisam ser mantidas no Brasil e quais podem ser executadas no exterior. É triste falar assim, mas na medida em que o Governo aumenta impostos, ele cria incentivos para a desindustrialização do Brasil e a exportação da geração de valor agregado. Um exemplo é o café. O Brasil vende café em grãos para a Alemanha. Lá, ele é torrado, feito uma nova mistura e revendido ao Brasil. Com o crescimento de inúmeras ofertas de novos produtos, os setores de desenvolvimento e de tecnologia das empresas nunca foram tão exigidos como nos últimos anos, mas as empresas brasileiras ainda investem uma porcentagem pequena do faturamento em pesquisa e desenvolvimento. Na sua opinião, é fundamental que uma empresa faça investimentos em P&D para que se mantenha no mercado atual? No mercado atual e principalmente no futuro. O Brasil investe pouco em P&D e isto num momento onde começa a aumentar a velocidade de uma verdadeira revolução tecnológica em robótica, genética, nanotecnologia, energia verde e gás de xisto (gás natural encontrado dentro de formações de xisto argiloso). Infelizmente, o Brasil parece não ter acordado para o movimento mundial de revolução tecnológica que está se montando. Setembro 2013 ▪ 308
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PROGRAMA VITÓRIA ALFABETIZADA É LANÇADO NA CAPITAL Com o desafio de eliminar o analfabetismo em Vitória, foi apresentado no dia 17 de julho, na sede da Rede Gazeta, o Programa Vitória Alfabetizada. O lançamento reuniu gestores, empresários e autoridades estaduais e municipais. A iniciativa prevê a realização de ações focadas em aproximadamente quatro mil jovens e adultos moradores da capital na faixa etária produtiva, com idade entre 15 e 59 anos. Eles fazem parte do Programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal. A novidade do programa que será realizado em Vitória está na integração de políticas públicas em que os alunos terão a oportunidade de frequentar aulas do curso Empreendedorismo e Associativismo, em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Turismo, Trabalho e Geração de Renda e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Posteriormente, essas pessoas também poderão ter acesso ao microcrédito. Com isso, o programa dá aos adultos a condição de cidadania plena, oferecendo dignidade e independência. A ideia geral é a universalização da alfabetização na cidade até 2016. As inscrições podem ser feitas no blog do programa, disponível no site da Prefeitura Municipal de Vitória (www.vitoria.es.gov.br) ou nas associações comunitárias.
PRODFOR RECERTIFICA 84 FORNECEDORES Referência no país, o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor) recertificou 84 empresas capixabas no dia 8 de agosto, na sede da Petrobras. O evento celebrou a manutenção da gestão da qualidade nessas empresas. Para receber a recertificação, as organizações precisaram mostrar um bom desempenho no sistema de gestão. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, falou sobre a importância do Prodfor para o desenvolvimento dos fornecedores capixabas de bens e serviços. “O Prodfor é um programa muito importante, pois promove a integração das micro e pequenas empresas com as grandes plantas industriais que estão instaladas no Estado, proporcionando geração de renda e fortalecimento da economia estadual”, disse. As mantenedoras do Prodfor são: ArcelorMittal Cariacica, ArcelorMittal Tubarão, Canexus Química, Cesan, Chocolates Garoto, EDP Escelsa, Fibria, Grupo Technip, Petrobras, Samarco Mineração, Vale, e o Sebrae, como mantenedor institucional. “A recertificação confirma que cada vez mais as empresas fornecedoras estão amadurecendo e entendendo que a manutenção da profissionalização da gestão é pré-requisito para a competitividade e perenidade das instituições neste mercado tão competitivo”, destacou o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias.
FINDES E GUARAPARI DISCUTEM PARCERIA PARA CAPACITAÇÃO Fortalecer os laços institucionais. Com essa finalidade, o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, recebeu no dia 18 de julho o prefeito de Guarapari, Orly Gomes. O encontro foi realizado na sala de reuniões do gabinete da Presidência, na sede do Sistema Findes, em Vitória. “Estamos estabelecendo parcerias com diferentes municípios em prol da capacitação, principalmente nas regiões com potencial industrial e carência de trabalhadores qualificados. Em Guarapari, nosso foco é no segmento do turismo, pois nosso objetivo é potencializar a interiorização do desenvolvimento no Estado”, destacou o presidente da Findes.
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“Dia DE Associar-se” chega a Nova Venécia
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om um público de mais de 500 pessoas, o Dia DE Associar-se foi realizado em Nova Venécia no dia 15 de agosto. Na oportunidade, o presidente da Findes, Marcos Guerra; o governador do Estado, Renato Casagrande; e o prefeito de Nova Venécia, Mario Sérgio Lubiana, assinaram convênio para a implantação do Núcleo Regional da Findes que será instalado no complexo educacional do município. Também foi assinado convênio com a Prefeitura de Vila Pavão para a implantação da “Escola Pedreira”, que tem como objetivo qualificar os profissionais que atuam na extração de pedras ornamentais. Marcos Guerra destaca a importância do associativismo para as empresas e adianta que a Findes tem uma estrutura para apoiar e defender os interesses da indústria. “Entre outras ações, desenvolvemos um banco de dados com a relação de todos os incentivos e benefícios no cenário nacional e essa ferramenta serve de subsídio para as negociações do setor com o governo. Além disso, oferecemos para todas as indústrias filiadas, principalmente as de micro e pequeno porte, descontos de até 80% em serviços prestados
Convênios são assinados no norte do Estado
pelo Sesi e Senai”, frisou. Para ele, o associativismo impulsiona a interiorização e diversificação da indústria. “Temos que criar uma sinergia no Espírito Santo,distribuindo por região os novos investimentos. É importante trabalhar o conceito de região e suas particularidades. O fortalecimento do associativismo é importante para construirmos uma indústria mais forte, diversificada e competitiva”, disse. Outra novidade sobre o Dia DE Associar-se é que a partir de 2014 ele será realizado também nas Federações das Indústrias de todo o Brasil, com o nome de Associa Industria. Trata-se de um acordo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Sebrae Nacional, que será replicado pelos Sebrae dos estados e deverá capacitar mais de 53 mil empresários e gestores do setor industrial.
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Cenário por Daniel Hirschmann
Indústria apresenta estratégias para crescimento do ES Estudo da Findes aponta ações para o Estado ter crescimento econômico e desenvolvimento sustentável, destacando integração com o poder público 24 Indústria Capixaba – Findes
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Presidente da Findes, Marcos Guerra, entregou o Mapa Estratégico da Indústria Capixaba e a Agenda Positiva ao governador Renato Casagrande
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Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) lançou, no último dia 13 de agosto, dois documentos que vão ajudar a conduzir o Estado nos próximos dez anos, com o objetivo de chegar ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, como uma referência no país em geração de emprego e renda do setor industrial. As ações propostas pelo Mapa Estratégico da Indústria Capixaba 2013-2022 (Meic) e pela Agenda de Governo Positiva para o Desenvolvimento da Indústria do Espírito Santo buscam eliminar as desigualdades entre municípios capixabas e promover o crescimento econômico no rumo do desenvolvimento sustentável, elevando a qualidade de vida da população.
Na cerimônia de lançamento, realizada no auditório da Findes, o presidente da Federação, Marcos Guerra, entregou o Meic e a Agenda Positiva ao governador Renato Casagrande, destacando a importância da parceria entre o setor industrial e o poder público. “A ideia é tornar a indústria capixaba mais célere e com ações menos burocráticas, em parcerias com os governos estadual, federal e municipal. A Findes entende que só conseguimos tornar nossa indústria maior e melhor a partir do momento em que todos se juntam para buscar objetivos comuns ao desenvolvimento do Estado do Espírito Santo”, afirma Marcos Guerra. A partir de aspectos trabalhados no próprio Meic, a Agenda Positiva propõe ações que envolvem diversos setores, principalmente do Governo Estadual, mas também do Governo Federal e dos municípios (veja quadros). O documento cita, por exemplo, as secretarias de Estado de Meio Ambiente, de Desenvolvimento e da Fazenda, além de Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. As medidas abrangem temas como a concessão de alvarás pelos municípios, a ampliação das parcerias entre indústria e Governo, Câmaras Setoriais, carga tributária, ensino técnico e qualificação de mão de obra, tecnologia e financiamento às micro e pequenas empresas. Divididas em oito temas, as propostas dependem não apenas de ações da indústria, mas fundamentalmente da atuação do Governo. O presidente da Findes lembra que, em edições anteriores, as ações da entidade e do Governo eram apresentadas juntas no Meic. Agora, as medidas que preveem a participação do Governo estão separadas. “A Findes vai trabalhar sugerindo e se colocando à disposição para auxiliar no cumprimento dessa Agenda”, explica Marcos Guerra. Setembro 2013 ▪ 308
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Cenário
A Agenda de Governo Positiva estabelece um canal de discussão direta entre iniciativa privada e Governo, para tratar de imediato as dificuldades setoriais. Com a criação dessa interlocução direta, será possível discutir assuntos específicos de setores que enfrentam dificuldades momentâneas e que precisam de soluções urgentes. Segundo Guerra, isso torna possível discutir não só a indústria, mas as deficiências dos serviços públicos, como educação, saúde e segurança, entre outros. Ao receber a Agenda Positiva, Casagrande destacou a importância do documento e se colocou à disposição para dar continuidade ao trabalho proposto em parceria. Entre os resultados práticos já anunciados, está a inclusão de representantes de secretarias ligadas mais diretamente ao desenvolvimento da indústria nos Conselhos Temáticos e Câmaras Setoriais do Sistema Findes, para discutir deficiências e buscar melhorias nos diversos temas apresentados no documento.
Articulação Para dar continuidade aos esforços conjuntos, Marcos Guerra agendou reuniões com o secretário estadual de Desenvolvimento, Nery De Rossi, incumbido pelo governador de se articular com a Findes a fim de tratar dos temas propostos na Agenda. Rossi destaca a relevância do planejamento para construir um futuro firmado na qualidade de vida, com desenvolvimento econômico e sustentabilidade. O secretário lembra que o Governo do Estado está investindo na descentralização do desenvolvimento e na diversificação da indústria, pontos de destaque na Agenda Positiva. “O Mapa Estratégico da Indústria e a Agenda Positiva apresentam propostas enriquecedoras para o desenvolvimento do Espírito Santo nos próximos anos, com alternativas que viabilizam a competitividade para as indústrias capixabas, movimentando a economia do Estado e trazendo investimentos nos diversos setores econômicos, com inovação e tecnologia. Reconhecer a importância de planejamentos como este é acreditar no potencial das indústrias que queremos construir, fortes e pujantes”, afirma.
“O Mapa Estratégico da Indústria e a Agenda Positiva apresentam propostas enriquecedoras para o desenvolvimento do Espírito Santo” Nery De Rossi, secretário estadual de Desenvolvimento
“O Mapa Estratégico é o programa de trabalho da Federação como um todo, seja para o meio interno, seja para as interações com o meio externo. Nas ações internas, a Findes já tem dado andamento. Na Agenda Positiva, temos trabalhado intensamente. São ações que saíram do Meic, mas que são de curto e médio prazo. Nessas ações, temos trabalhado mais intensamente, notadamente na parte tributária, porque muitas empresas estão em dificuldades, pela falta de competitividade. Nessa parte, estamos trabalhando, principalmente, quanto à substituição tributária. Temos feito contato com a Secretaria de Desenvolvimento para tentar equacionar essa questão, porque envolve setores vitais da nossa economia, que estão em situação muito delicada, como os de bebidas e água mineral, café, tintas e produtos químicos. São setores muito importantes para o Estado e a questão da substituição tributária diz respeito a viabilizar ou não as indústrias desses segmentos.” Gibson Reggiani, presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas “O Mapa Estratégico da Indústria Capixaba e a Agenda de Governo Positiva são ferramentas importantes para o aumento da competitividade da cadeia da construção. Os dois documentos apontam o caminho que a indústria deve percorrer nos próximos dez anos, até 2022, para obter o aumento dos níveis de produtividade e eficiência do setor, por meio, por exemplo, da geração de postos de trabalho, da preservação do meio ambiente, do estímulo às micro, pequenas e médias empresas capixabas, da redução das desigualdades geográficas e do recolhimento justo de impostos, taxas e tributos. São ferramentas que estabelecem o posicionamento desejado para a indústria da construção – fabricar produtos competitivos e de qualidade.” Houberdam Pessotti, presidente da Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção
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O ES em 2022 - Metas do Mapa Estratégico da Indústria Capixaba para 2022 • Crescimento real do PIB estadual - 5% (média 2016 a 2022) • PIB per capita - R$ 33.182 • Crescimento da produção industrial - 5,5 % (média 2015 a 2022) • Taxa de desemprego - 3,8% • Índice Gini- 0.454 • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - 0.840 Fonte: Findes
Em relação à integração proposta pela indústria capixaba com o Governo, Rossi lembra que ambos atuam pela descentralização do desenvolvimento e pela maior diversificação do setor industrial. “Com isso, podemos afirmar que o governo estadual sabe que pode contar com o setor empresarial e pode esperar o mesmo dos empresários, pois estão unidos em busca de um objetivo comum”, explica.
Pilares Segundo o diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Antonio Fernando Doria Porto, agora, está se montando a estrutura de acompanhamento das ações propostas na Agenda Positiva. Coordenando o trabalho que resultou no Mapa Estratégico e na Agenda de Governo Positiva, ele destaca os pilares do Meic para que a indústria capixaba consiga alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável nos próximos dez anos: educação, em todos os níveis; fortalecimento do associativismo; interiorização do desenvolvimento; inovação e indústrias criativas. O Mapa Estratégico indica que a indústria capixaba precisa inovar e agregar valor aos seus produtos, fundamentos que só são possíveis se o conhecimento estiver disseminado entre a população. Hoje, a educação básica e profissional é a base da atuação da Findes – 82,07% de todos os investimentos do Sistema Indústria são direcionados para a educação básica, com foco maior na educação técnica e profissional, por meio do Sistema S – Sesi, Senai e IEL (Instituto Euvaldo Lodi - ES). Outro pilar é o fortalecimento do associativismo. A Findes quer o industrial capixaba dentro da entidade, para engajá-lo nos esforços pelo desenvolvimento sustentável do setor e do Estado. A estratégia é criar um ambiente favorável para as empresas se associarem aos sindicatos, defender coletivamente os interesses do diferentes segmentos do setor e qualificar executivos e líderes industriais. A visão é que, quando o industrial entra na entidade representativa, suas demandas e sugestões contribuem para tornar a indústria como um todo mais competitiva. Os benefícios desse processo devem se espalhar pelo interior do Estado. A projeção do Mapa Estratégico é de que o Espírito Santo chegue ao ano 2022 com aumento da participação dos municípios do interior no PIB estadual – dos 36,8% registrados em 2010 para 40%,
“O negócio de produção de confecção é voltado para uma intensa mão de obra. O Espírito Santo tem um grande número de cidades que precisam manter a empregabilidade local, e a confecção é uma grandiosa oportunidade, porque gera empregos com baixo investimento. Não é uma indústria poluidora, pois se instala dentro de bairros comerciais sem nenhuma agressão. Para nós, é claro que, a partir das propostas da Agenda Positiva e do Mapa Estratégico, devem ser criadas oportunidades para essas empresas se instalarem nesses ambientes. O Espírito Santo não pode abrir mão disso, porque tem essa vocação, e isso não vai continuar sendo feito na Grande Vitória. No arranjo como um todo, é preciso trabalhar o design estratégico, que vai desde a logística à tributação, abrangendo ainda incentivo a setores que estão conectados à moda e acessórios, complementos e de outros tipos de fornecedores, e tentar trazer para o Estado esses operadores, para que o arranjo fique completo aqui.” José Carlos Bergamin , vice-presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário “Para a indústria moveleira, um dos pontos principais no Mapa Estratégico e da Agenda de Governo Positiva é a manutenção dos Contratos de Competitividade com o Governo do Estado, porque outros polos do Brasil têm esse benefício e, inclusive, vêm crescendo mais do que o nosso. Já perdemos uma posição – éramos o sexto e fomos para o sétimo lugar. Se não houver essa ajuda, o setor fica fora do mercado. E é importante, também, o Governo ajudar no desenvolvimento principalmente do interior do Estado, que depende de matéria-prima, além de apoiar a instalação de fábricas para o segmento moveleiro. É preciso atenção quanto à qualificação de mão de obra, que está sendo um problema para essa indústria. Então, a Agenda Positiva é importante para mostrar ao Governo como está caminhando o setor, para que ele entenda como pode administrar esses pontos.” Luiz Rigoni, presidente da Câmara Setorial da Indústria Moveleira
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Conheça melhor as propostas da Agenda Positiva Competitividade Empresarial
Inovação • Ampliar os beneficiários das linhas de financiamento abrangendo MPMEs, em especial os projetos de inovação para o desenvolvimento de novos designs (inovação não tecnológica), incluindo os setores de bens salários. • Disponibilizar recursos para pagamento de serviços de terceiros no apoio à elaboração e submissão de projetos, viabilizando a participação de MPMEs nos editais de inovação. • Aumentar a capitalização do Fundo de Aval para que maior quantidade de MPEs que financiam recursos para inovação possam utilizá-lo como garantia junto às agências de fomento.
Liderança Empresarial
• Ampliar a parceria entre governos e indústria, para promover a melhoria e a consolidação da competitividade do Estado. • Criar colegiados com caráter consultivo, propositivo e de intermediação, já previstos no Proedes, com representação da Findes, criando e/ou estruturando as Câmaras: de Logística, de Educação, de Competitividade da Indústria de Base e Construção e da Indústria da Tecnologia da Informação e Comunicação. • Contribuir com a concretização dos investimentos previstos em infraestrutura, mobilidade urbana, educação, segurança e saúde. • Estabelecer encontros setoriais com o governo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento (Sedes), para discutir fatores de competitividade sistêmica dos diversos segmentos industriais.
Educação
Ensino Profissionalizante • Articular com o Ifes, o Sistema S e a rede de ensino privada capixaba o desenvolvimento do ensino profissionalizante, maximizando a utilização das vagas já ofertadas. • Manter a participação da Findes no Grupo de Intermediação Massiva de Mão de Obra (IMMO) instituído na Sectti, para conhecimento dos histogramas e demais informações sobre os empreendimentos novos e em expansão no Estado, visando ao planejamento do Sistema Sesi/Senai/ IEL quanto às demandas de capacitação e qualificação de mão de obra local.
Ambiente Legal e Trabalhista
Tributário • Diferir o ICMS para aquisição de máquinas e equipamentos para as micro e pequenas indústrias. • Obrigações acessórias – reduzir as multas aplicadas pela Secretaria da Fazenda quando as empresas não atendem às obrigações acessórias. • Implementar o Refis Capixaba, ou outras formas de regularização fiscal. Relações do Trabalho • Apoiar ações para o avanço da modernização nas relações trabalhistas, garantindo a competitividade das indústrias e geração de mais e melhores empregos.
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Financiamento
Mecanismos de Fomento • Criar um canal com o comitê do Invest/ES, para contribuições técnicas. • Alterar as exigências para cadastro e garantias solicitadas pelo Bandes, quando da tomada de crédito.
Infraestrutura
Energia Elétrica • Instituir ações conjuntas de intervenção junto ao Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Furnas e outros organismos, a fim de que as obras previstas para o suprimento de energia elétrica ao Espírito Santo nos próximos anos ocorram dentro dos prazos necessários.
Meio Ambiente
• Criar um Grupo de Estudo formado por Findes e Seama/ Iema, para entendimento e esclarecimento das dificuldades dos empresários quanto ao licenciamento ambiental e discussão da viabilidade da informatização de todo o processo de licenciamento ambiental. • Apoiar e incentivar, em conjunto com a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), a municipalização do licenciamento ambiental.
Expansão da Base Industrial
Micro e Pequena Indústria • Apoiar a solicitação das micro e pequenas indústrias para criação de percentual único dentro de cada faixa, visando à estabilização da tabela do Simples. • Intervir, junto à bancada federal, para aprovação da PLP 237/12 (vedação de substituição tributária quanto ao ICMS de MPEs, aumento no teto das licitações exclusivas para as MPEs e ampliação do MEI • Microempreendedor Individual). • Apoiar o debate a fim de estimular o crescimento das pequenas empresas, criando uma fase de transição quando estas se tornarem médias perante a Lei Geral, minimizando o salto no montante de tributos a recolher. Articulação com o Executivo • Agilizar a instalação e ordenação de investimentos empresariais de forma articulada com os municípios, contribuindo para o processo de desenvolvimento do Estado. • Estimular as prefeituras a adequarem seus PDMs de forma unitária e articulada regionalmente, visando à definição e à estruturação ou mesmo desmembramento de áreas para localização/relocalização de empresas, bem como para fomentar a atratividade de novos projetos, inclusive destinando novas zonas urbanas não residenciais para zonas industriais. • Estimular a integração de municípios em torno de Arranjos Produtivos Locais (APLs), visando ao desenvolvimento econômico do Espírito Santo e ao fortalecimento das cadeias produtivas existentes. • Aperfeiçoamento das relações contratuais,visando à construção de uma forma mais eficaz para tratamento das planilhas de custos das obras, BDI - Benefícios e Despesas Indiretas e encargos sociais, dos projetos licitados pelo Governo. Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária • Melhorar os procedimentos de concessão de alvará, criando um grupo de estudo para avaliar a possibilidade de alteração do marco legal, avaliação do prazo de validade e limite de área física. • Uniformizar procedimentos na aplicação da legislação nos diversos municípios do Estado. • Rever legislação sobre vigilância sanitária, com o intuito de uniformizar e definir procedimentos claros para emissão de alvará, estabelecendo um tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas. • Melhorar a infraestrutura de atendimento para emissão de alvará. Setembro 2013 ▪ 308
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“A Findes quer selecionar os setores com vocação para iniciar a atividade, por meio de parcerias com os agentes de fomento” Antonio Fernando Doria Porto, diretor-executivo do Ideies
já em 2015, chegando a 2022 com 65%. Esse salto deve ser puxado pela construção de novos polos industriais, por investimentos em infraestrutura rodoviária, aeroportuária, portuária e de energia elétrica, e pelo desenvolvimento da agroindústria, entre outras medidas. A meta da Findes também é elevar a participação da cadeia produtiva do Núcleo da Indústria Criativa no PIB estadual para 5% em 2022 – em 2011, era de 1,7%. Esse crescimento terá impacto na geração de empregos. Em 2011, o segmento respondia por 12.629 empregos no Estado, número que pode atingir 13.891, em 2015, e subir para 22 mil em 2022. “A fim de alavancar esse aumento, a Findes quer selecionar os setores com vocação para iniciar a atividade, por meio de parcerias com os agentes de fomento, Governo Federal, Estadual e municipais, além de instituições de ensino e Sebrae”, explica Doria Porto.
Micro, pequenas e médias O foco dessas ações está, principalmente, no desenvolvimento da micro, pequena e média indústria (MPMI). Atuando em uma economia que tem grandes indústrias exportadoras de commodities, a entidade empresarial está pronta a ajudar a outra parcela – aquela que, apesar de ser maioria, precisa de apoio para fabricar produtos de maior valor agregado, inclusive por meio da indústria criativa, e continuar sobrevivendo. O resultado esperado das 67 ações propostas no Mapa Estratégico é o desenvolvimento sustentável, com “a satisfação das necessidades atuais da sociedade sem comprometer a possibilidade de atendimento às gerações futuras”, conforme o conceito de sustentabilidade da Comissão Brundtland, das Nações Unidas. As medidas apresentadas levam a um cenário econômico, social e ambiental que favorece o crescimento da indústria, beneficiando os empresários e seus colaboradores, estimulando a geração de emprego e renda e o bem-estar da população. “O Estado só é forte e reconhecido além de suas fronteiras quando tem uma indústria forte, porque é a indústria que rompe os limites do Estado para as outras unidades federativas e para o mundo. A indústria tem que ser forte. Indústria forte é sinônimo de uma identidade forte para o Estado”, afirma o presidente Marcos Guerra.
“O Mapa Estratégico e a Agenda de Governo Positiva para o Desenvolvimento da Indústria Capixaba são muito importantes. Não apontamos nada específico para o segmento, mas destacamos que o documento abrangeu todos os setores. A indústria precisa ter uma estratégia para o futuro. Não pode ficar esperando para amanhã. Tem que tomar a iniciativa. A indústria do Espírito Santo teve um decréscimo muito grande nos últimos anos, apesar de esse não ser o cenário para o setor de rochas. No segmento, com a melhora do dólar e com o crescimento dos Estados Unidos, já houve um impulso. No segundo semestre de 2012, por exemplo, as exportações começaram a ser alavancadas e 2013 está sendo muito bom. Para o nosso setor, nos próximos cinco anos, a expectativa é de continuar crescendo, mas não na mesma velocidade deste ano.” Samuel Mendonça, presidente da recém-criada Câmara da Mineração “Nosso setor, da indústria de base e construção, continua compartilhando com a Federação das Indústrias as ações que ela propõe, inclusive agora, no Mapa Estratégico e na Agenda de Governo Positiva. Realmente, há gargalos de infraestrutura e logística muito importantes para reverter, principalmente na nossa área, que lida com esses setores, intimamente ligados ao desenvolvimento do Estado. O setor espera, realmente, que essa articulação com o Governo e as entidades possa resultar em melhores condições de competitividade para a nossa indústria, tão combalida, mas que gera emprego, paga imposto e se vê nessas dificuldades, algumas, muitas vezes, por falta de investimento nessas áreas. O trabalho do Mapa Estratégico e da Agenda Positiva está muito bom e esperamos que seja aproveitado pelos nossos governantes, para realmente gerar melhores condições de continuarmos na nossa atividade.” Wilmar Barroso, presidente da Câmara Setorial da Indústria de Base e Construção
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Especial por Ana Lúcia Ayub
MPEs: a força dos pequenos negócios no Espírito Santo No Estado as micro e pequenas indústrias já são responsáveis por cerca de 58% das vagas com carteira assinada e representam 97,8% das organizações 32 Indústria Capixaba – Findes
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“A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o Supersimples e o Programa de Microempreendedor Individual (MEI) tiveram papel fundamental nesse boom de formalização” Guilherme Pereira, economista e presidente do Bandes
O setor de alimentos faz parte da indústria da transformação que é um dos grandes segmentos das MPEs
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nquanto as grandes indústrias tentam se recuperar da crise internacional, empreendedores de menor porte mostram que são capazes de alavancar a economia. O Brasil já tem mais de seis milhões de micro e pequenas empresas, que representam 99% dos negócios do país, segundo pesquisa do Sebrae/Dieese de 2011. Elas geram quase 15 milhões de empregos e a cada R$ 100 em salários, R$ 40 são pagos por micro e pequenos empresários. A cada ano, este segmento ocupa mais nichos de mercado, abertos pelos movimentos da terceirização e do avanço do progresso técnico. No Espírito Santo, elas não ficam atrás e absorvem 58,5% da força do trabalho, gerando 350,9 mil empregos formais. Juntas, todas as micro e pequenas empresas do Estado, somam 122,5 mil estabelecimentos. Destes, 83,4% ficam no
interior do Estado e o restante (16,6%) na Capital. Segundo a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), agora, apenas no setor da indústria capixaba, as MPEs somam 11.899 empresas em 2013, representando 97,8% do total do setor e são responsáveis por 58% dos empregados. Elas se concentram principalmente nos segmentos da indústria da transformação (6.712 empresas), construção civil (4.579) e indústria extrativa (608). Na indústria da transformação, a maior aglomeração é nos setores de Mármore, Granito e Cerâmica (1.496), Confecções (1.191) e Alimentos (809). “As microempresas promovem o crescimento econômico, criam empregos e renda e melhoram as condições de vida da população. Elas sustentam a economia com as inúmeras possibilidades de negócios e pela absorção de mão de obra, inclusive dos trabalhadores com maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, como os jovens em busca do primeiro emprego”, destacou o diretor da Findes para Assuntos do IEL-ES, Benízio Lázaro. No período de 2000 a 2011, o crescimento médio das micro e pequenas empresas foi de 3,7% ao ano. Para o economista Guilherme Pereira, presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), as políticas em prol do segmento têm incentivado os empreendedores a sair da informalidade. “A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o Supersimples e o Programa de Microempreendedor Individual (MEI) tiveram papel fundamental nesse boom de formalização”, afirmou. Os dados comprovam que o acesso à formalização do microempreendedor individual contribuiu para esse incremento. No Espírito Santo, desde que o programa foi lançado, 85,5 mil pessoas já saíram da informalidade e legalizaram o seu negócio. A iniciativa visa à formalização de maneira simplificada e desonerada. O empreendedor individual paga apenas 5% do salário mínimo (R$ 33,90) de contribuição previdenciária e mais R$ 1 de ICMS (comércio ou indústria) ou R$ 5 de ISS (prestação de serviço). Também os programas de microcrédito foram uma importante ferramenta de inclusão produtiva, segundo Guilherme Pereira. “No Estado temos programas como o Nossocrédito, que está presente nos 78 municípios e já apoiou Setembro 2013 ▪ 308
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mais de 18 mil contratos em 2012. O risco é minimizado com o aval de garantia e contamos com uma rede de agentes de crédito que vão até o cliente e o orientam sobre a melhor forma de aplicar o crédito para obter melhores resultados”, explica. Para um crédito de até R$ 3 mil, a taxa é de 0,41% ao mês; até R$ 10 mil, o percentual é de 0,9%; e até R$ 15 mil, chega a 1%.
Sobrevivência das empresas Considerado um dos indicadores que mais assustam quem está pensando em abrir um negócio, o índice de mortalidade das empresas no Espírito Santo, nos dois primeiros anos do empreendimento, está entre os menores do país – o Estado ocupa o 7º lugar nesse ranking. Das empresas abertas no Estado, 23% fecham nos dois primeiros anos de existência, enquanto a média nacional é de 24,4%. Na Bahia, por exemplo, o índice de mortalidade é de 30%. Além da gestão deficiente, o excesso de carga tributária também contribui para a morte das empresas no país. Para o diretor da Findes para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias, Vladimir Rossi, a falta de gestão, a alta carga tributária e a burocracia para a implantação de uma empresa são os principais motivos que levam à falência os pequenos negócios antes de dois anos de atividade. “A legislação para o licenciamento e os custos para a implantação são os mesmos para todas as empresas. Não existe tratamento diferenciado para os pequenos negócios. Aqui deveria haver incentivos parecidos com o programa dos países europeus ‘Pense Primeiro nas Pequenas’, pois muitas vezes o empreendedor abre uma empresa e é surpreendido com novas mudanças na legislação, complicando a adequação”, afirma. Apesar da representatividade na economia capixaba, as micro e pequenas empresas evidenciam menor
“Para que as empresas se dinamizem, faltam melhorias na carga tributária e trabalhista, juros mais baixos em linhas de capital de giro e agilidade e tratamento diferenciado para o licenciamento das micro e pequenas indústrias” Ednilson Caniçalli, presidente do Sindicer
contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB) do que as empresas de maior tamanho, e têm uma limitada participação nas exportações. No Estado, a participação no PIB é de 10%, contra 20% em nível nacional. Nas exportações, elas representaram apenas 0,56% do valor exportado em 2011. De um valor total de US$ 15,2 bilhões exportados, registraram apenas US$ 85,4 milhões nas vendas. “Para aumentar essa participação, só através da inovação. Não apenas a tecnológica, a que inova o produto e o processo, mas também a que cria novos mercados, novos modelos de negócios e novos métodos organizacionais, aumentando a competitividade”, explica Benízio Lázaro.
Mais de 111 mil contratações em junho • As micro e pequenas empresas representam 99% dos empreendimentos no ES. Dessas, 93,3% são micro, ou seja, faturam até R$ 360 mil por ano. As outras 5,7% são pequenas empresas, que faturam até R$ 3,6 milhões por ano. • Das 122,5 mil micro e pequenas organizações do Espírito Santo, 83,4% ficam no interior do Estado e o restante (16,6%) na capital. • Ao todo, as MPEs capixabas são responsáveis por 58,5% das vagas de emprego geradas no Estado.
“Os encargos sobre a folha pesam muito na composição de nossos custos” Aristoteles Passos, presidente do Sinduscon-ES
• Mais de R$ 85 milhões foram exportados por 296 micro e pequenas empresas no ES, em 2011. • Mais de 111 mil vagas foram geradas pelo setor no país, somente no mês de junho deste ano, representando 90% do saldo de empregos do mês, que foi de 123,8 mil. Fonte: Sebrae
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O segmento da construção civil registra a segunda maior concentração de MPEs do Espírito Santo
Algumas iniciativas começam a ser implementadas no Espírito Santo para a inovação empresarial. Em maio, o Governo do Estado assinou o protocolo de intenção para a implantação dos dois primeiros polos de inovação capixabas, um em Vila Velha e outro na Serra. Além desses, um outro empreendimento, privado, já está sendo pensado por um grupo de empresários, que estão se organizando para construir um polo de tecnologia e inovação na Serra. A expectativa é a de que as obras sejam iniciadas em 2014. Para vender aos grandes clientes Com o objetivo de fazer com que o pequeno e médio empresário esteja cada vez mais capacitado para se tornar
“A meta é aumentar em 60% a participação das empresas capixabas nas compras realizadas pelas grandes corporações. Hoje, dos R$ 15 bilhões comprados no ano, R$ 6,4 bilhões são do Estado (40%)” Luciano Raizer, coordenador do Prodfor e diretor da Findes
“As microempresas promovem o crescimento econômico, criam empregos e renda e melhoram as condições de vida da população” Benízio Lázaro, diretor da Findes para Assuntos do IEL-ES um fornecedor preparado para as demandas das empresas de grande porte do Estado, o Programa Integrado de Desenvolvimento de Qualificação de Fornecedores (Prodfor) qualifica as empresas em diversas áreas de gestão. As atividades de desenvolvimento envolvem a realização de cursos, eventos e consultoria com duração de 12 meses. O programa é uma ação conjunta de 12 grandes empresas estabelecidas no Espírito Santo, que participam como mantenedoras, com apoio e coordenação da Findes, por meio do IEL-ES. “Desde quando foi criado, em 1997, já foram qualificados 560 fornecedores locais em diversos segmentos”, explica o coordenador-executivo do Prodfor, Luciano Raizer. Segundo Raizer, pesquisa do programa aponta que as vendas das empresas certificadas aumentaram 23,4% nesses 15 anos de existência. “Mas o maior resultado é que em 80% das empresas houve melhorias organizacionais e aumento da competitividade”, explicou. De acordo com ele, a meta é aumentar em 60% a participação das empresas capixabas nas compras realizadas pelas grandes corporações. “Hoje elas compram por ano cerca de R$ 15 bilhões. O que fica no Estado é 40% desse valor – R$ 6,4 bilhões”, afirmou. Setembro 2013 ▪ 308
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As MPEs nas exportações capixabas Em 2011, 557 empresas do Espírito Santo exportaram US$ 15,2 bilhões. Dessas, 296 são micro e pequenas empresas. As pequenas empresas (205) exportaram US$ 81,1 milhões, enquanto as microempresas (91) registraram volume de vendas de apenas US$ 4,3 milhões em exportações, o que representa somente 0,56% do valor exportado.
Novas oportunidades de negócios Já o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) atua acompanhando os grandes projetos do Estado nas fases de estudos, construção, operação e manutenção das plantas industriais. A coordenação fica a cargo da Findes, também por meio do IEL-ES. “O programa procura identificar as oportunidades de negócios junto aos compradores e detentores de tecnologia, proporcionando a participação dos fornecedores locais nas concorrências do Espírito Santo”, diz o coordenador-executivo do PDF, Rusdelon de Paula. Atualmente 1,2 mil empresas do Espírito Santo participam do programa. Rusdelon explica que antes as empresas contratavam só fornecedores de fora do Estado e, até mesmo de outros países, mas isso mudou. “No início da década de 90, as empresas locais participavam em menos de 1% dos investimentos do Estado. Hoje elas participam de 60%”, explica. Segundo ele, as empresas integrantes empregam mais de 65 mil pessoas e faturam R$ 10 bilhões/ano. Cerca de 88% são micro, pequenas e médias empresas.
“Falta de gestão, alta carga tributária e burocracia para a implantação de uma empresa são os principais motivos dos pequenos negócios falirem antes de dois anos de atividade” Vladimir Rossi diretor da Findes para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias
“No início da década de 90, as empresas locais participavam com menos de 1% dos investimentos do Estado. Hoje elas participam com 60%” Rusdelon de Paula, coordenador do PDF
Obstáculos para o dinamismo industrial Mesmo com a implantação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, do Supersimples e do Microempreendedor Individual, que trouxeram avanços para os pequenos negócios, estes ainda enfrentam dificuldades para o seu dinamismo. Na opinião do empreendedor Ednilson Caniçalli, que também preside o Sindicato da Indústria de Cerâmica do Espírito Santo (Sindicer), são necessárias melhorias na carga tributária e trabalhista, juros mais baixos em linhas de capital de giro e agilidade e tratamento diferenciado para o licenciamento das micro e pequenas indústrias junto aos órgãos ambientais. A extração da matéria-prima, a argila, é a maior dificuldade do setor de cerâmica vermelha do Estado, que reúne 60 indústrias. “Obter o registro do Departamento de Produção Mineral, um órgão federal, pode levar até 10 anos – isso, só para a liberação da guia de utilização. Depois, essa guia vai para o Iema, que também leva muito tempo para liberar a licença de operação. Há um projeto de lei a ser votado no Congresso Nacional para mudar o atual marco regulatório do setor minerário. É uma esperança para que o setor se dinamize”, explicou Caniçalli. Já na construção civil, as dificuldades estão na relação entre o capital e o trabalho. Enquanto a média salarial tem aumentado, a produtividade vem caindo. “Os encargos sobre a folha pesam muito na composição de nossos custos, além dos benefícios que são concedidos nas convenções coletivas anuais. E não há a contrapartida da produtividade de que precisamos nos negócios. Hoje, os custos com pessoal representam 50% dos custos totais”, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do ES (Sinduscon-ES), Aristoteles Passos Costa Neto. Ele disse que a Medida Provisória 610/2013, que desonera, até 2014, a folha de pagamento da construção civil, substituindo a contribuição de 20% ao INSS por uma taxa de 2% sobre o faturamento, pode ajudar muitas empresas do setor. “Mas ainda não temos resultados dessa mudança”, lamentou.
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“Vamos buscar ferramentas para ajudar essas empresas a competir em melhores condições” Marcos Guerra, presidente da Findes
Falta de planejamento é o obstáculo das pequenas indústrias A elevação dos custos e a alta carga tributária são outros fatores que implicam no desenvolvimento
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Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e o Sebrae-ES divulgaram para a sociedade e membros da indústria, no dia 5 de setembro, o Índice de Competitividade das MPEs Capixabas – Setor Indústria (ICP-MPE). O evento foi realizado no plenário da Findes e contou com a participação do presidente da entidade, Marcos Guerra, diretores e gerentes da Federação, Sesi, Senai e IEL, industriais e representantes de sindicatos da indústria, do diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai e da gerente da Unidade de Estratégia e Planejamento do Sebrae-ES, Daniela Negri. A pesquisa, fruto de uma parceria entre a Findes e o Sebrae-ES, foi a primeira realizada, em nível nacional, para avaliar o índice da competitividade empresarial. Numa escala de zero a 100, o Índice de Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias do Espírito Santo ficou em 37,3 pontos, ou seja, abaixo do ideal. De acordo com o estudo, o maior problema está no planejamento, com sérias consequências no resultado das empresas. Para a formação do índice, foram entrevistados 1.073 empresários, entre microempresas (com faturamento anual de até R$ 360 mil) e empresas de pequeno porte (com faturamento de até R$ 3,6 milhões). Foram analisados nove critérios relacionados aos modelos de gestão: liderança, planejamento, clientes, relação com a sociedade, conhecimento, recursos humanos, processos, resultados e desempenho socioeconômico. Na escala que vai de zero a 100, a dimensão resultados marcou apenas 11,2 pontos.
Foi identificado que o segmento carece de melhorias para implantar rotinas baseadas nas melhores práticas de gestão. “As micro e pequenas indústrias capixabas somam 11.899 empresas, representam 97,8% do total do setor e são responsáveis por 58% dos empregos. Mesmo com números tão expressivos, elas não têm conseguido aumentar a produtividade. Essa classe encara duros desafios, como os crescentes custos, alta carga tributária, infraestrutura deficiente e excessos burocráticos. Após esse estudo, vamos buscar ferramentas para ajudar essas empresas a competir em melhores condições”, argumenta o presidente da Findes, Marcos Guerra. “A indústria capixaba está numa posição intermediária e precisa evoluir. Agora vamos tentar ajudar essas empresas para que possam ter uma boa competitividade”, frisa o diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai. Entre as ações já previstas estão a realização de treinamentos e consultorias, conforme a necessidade de cada indústria. O estudo tem como objetivo mostrar o desempenho dos segmentos em relação à competitividade, a partir de um conjunto de indicadores que tiveram como base os critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). A ideia é que os dados obtidos sirvam para melhorar os negócios. As coletas foram realizadas entre julho e outubro de 2012. A margem de erro amostral é de 2,9% para o Estado. O próximo estudo será realizado no ano que vem. Setembro 2013 ▪ 308
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No sistema Inovação por Jaqueline Vitória
Sindicatos apostam no caminho da federalização Associativismo é estratégia para vencer gargalos e promover o desenvolvimento econômico no Espírito Santo
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onsciente de que é preciso fortalecer a indústria do presente para garantir a atividade no futuro, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), sob a gestão Marcos Guerra, tem apostado no associativismo como o melhor caminho para vencer os diferentes obstáculos que travam o desenvolvimento do setor no Espírito Santo. Da alta carga tributária às lacunas na infraestrutura, todos os pleitos de quem empreende ganham força ao serem apresentados ao poder público de forma coletiva. Não por outra razão a entidade criou o movimento “Dia DE Associar-se”, que vem colhendo frutos expressivos
de norte a sul do Estado, visitando indústrias de diversos segmentos e estimulando-as a associarem-se a seus sindicatos e estes, por sua vez, à Findes. Os esforços direcionados a mobilizar as os empreendimentos locais já resultaram em visitas a mais de 1.600 empresas e no processo de filiação à Findes de três novas entidades sindicais: os sindicatos do vidro (Sindividros), da pesca (Sindipesca) e da indústria de laticínios (Sindilates). “Para a Findes, é importante que estes segmentos possam ter a sua representatividade legitimada junto aos órgãos públicos e à sociedade como um todo”, explica o diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical da Findes, Egídio Malanquini.
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“Para a Findes, é importante que estes segmentos possam ter a sua representatividade legitimada junto aos órgãos públicos e à sociedade” Egídio Malanquini, diretor da Findes para Assuntos do Fortalecimento Sindical
O presidente da entidade, Marcos Guerra, reforça: “O associativismo é uma ferramenta fundamental para melhorar a competitividade da indústria no Estado. O reconhecimento de novos sindicatos ligados ao Sistema Findes contribuem para a formação de entidades representativas, que possam falar em nome do setor. A partir do momento em que temos sindicatos fortes e organizados, temos melhores condições de apresentar com sucesso as demandas, e automaticamente os líderes sindicais têm mais possibilidades de trazer resultados positivos para as indústrias e o setor específico que representam”. O caminho do associativismo tem demonstrado ser uma alternativa eficaz para fazer crescer os negócios de um mesmo segmento, que, unidos por meio dessa cultura, ganham força e espaço na competição do mercado interno e externo. Entre os muitos benefícios que conquistam, estarem ligados a um sindicato associado a uma Federação torna possível aumentar a participação do respectivo segmento nas decisões e ações das políticas públicas, por exemplo. Além disso, as empresas passam a contar com toda uma estrutura associativa montada pela Findes para atuar positivamente na busca dos seus interesses. Esse suporte vai desde a orientação jurídica até a educação executiva, passando por programas de saúde e de certificação, entre outros serviços que melhoram o desempenho operacional e de gestão.
Muito distante desses benefícios, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Espírito Santo (Sindilates) enfrentou nos últimos anos diversos problemas, sem ter uma entidade de classe a que pudesse recorrer. Muitas indústrias do setor fecharam. O presidente do Sindilates, Cláudio José Resende, disse que “nesse segmento faltava união e representatividade. Chamamos as empresas à filiação, juntos identificamos os principais gargalos, elaboramos os documentos de fundação do sindicato e os encaminhamos aos órgãos competentes, tudo com o apoio da Findes”. Fundado no dia 30 de maio de 2011, o Sindilates tem hoje, excetuando as cooperativas, 12 indústrias filiadas, do total de 25 em todo o Estado, segundo Resende. Ele explica que a principal tarefa do sindicato é fazer um levantamento para saber onde estão os problemas, destacando que nos últimos anos muitas indústrias fecharam. “A importância do sindicato é essencial para que a indústria aumente cada vez mais a sua produção. No caso específico do nosso setor, o exemplo é a produção de leite, que cresceu muito em todo o Estado. E as indústrias devem aproveitar este momento. Mas hoje o Espírito Santo deixa sair matéria-prima para importar produtos acabados, como queijos e iogurtes, entre outros. Isso por falta de capacidade industrial, deixando de produzir e vender dentro do Espírito Santo, de gerar emprego, renda e tributos para o Estado”, explicou o dirigente. Citando como exemplo positivo a indústria de Minas Gerais,onde a herança associativa é forte entre os empresários do setor, Resende revela que Minas dificulta a saída da matéria-prima do Estado. “Eles querem que os próprios mineiros processem suas matériasprimas, e o Governo acaba dando condições para isso”, afirma. O levantamento feito pelo sindicato aponta que é necessário realizar também um trabalho na zona rural capixaba, para fixar o homem no campo, evitando a imigração. E cita novamente o exemplo da cadeia produtiva do leite, que gera muitos empregos, contribuindo para reter mão de obra no campo.
Patinho feio Já o grande problema da indústria da pesca no Espírito Santo é a informalidade. “Nós entendemos que a pesca é o ‘patinho feio’ do setor industrial, não só no Estado, mas no Brasil. Apesar de anos e anos de existência, temos uma dificuldade muito grande Setembro 2013 ▪ 308
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Inovação
“Estar associado à Federação das Indústrias significa reunir forças para defender os interesses dos associados” Maurício Ribeiro, presidente do Sindividros
“O Espírito Santo deixa sair matéria-prima para importar produtos acabados” Cláudio José Resende, presidente do Sindilates
na captação de recursos e elaboração de projetos. Enfim, a estrutura geral da pesca começa a tomar forma agora”, registrou o presidente do Sindipesca, Mauro Lúcio Peçanha de Almeida. Até então o setor não tinha, praticamente, representatividade nenhuma no Estado, a exemplo do que ocorre no Brasil. Segundo Mauro Peçanha, a ideia de se associar ao Sistema Findes é justamente para organizar e alavancar esse segmento. “Evidentemente, a ajuda da Findes vai contribuir muito para melhorar toda a estrutura da pesca, valorizar realmente o setor”, acredita. O presidente do Sindipesca revelou que hoje 80% das empresas atuantes no Espírito Santo são ilegais. “Apenas de seis a oito indústrias estão legalizadas, e este é um grande problema. Isso porque a competitividade fica comprometida, já que a grande maioria das empresas que estão no mercado praticam a atividade sem qualquer qualificação para a pesca, sem cuidado com o meio ambiente e, inclusive, adquirindo o produto de forma irregular”, ressaltou Peçanha. Outro problema que apontou são as traineiras – barcos grandes, com redes enormes – de fora no Estado, que pescam sem autorização na costa capixaba, levando o pescado clandestino para outros estados. Após a filiação à Findes, em agosto de 2013, foi lançado o Plano de Estratégia de Desenvolvimento da Pesca do Espírito Santo. Trata-se na verdade de uma cartilha, que orienta como criar toda uma estrutura dentro do setor. “Hoje podemos nos unir para sermos mais fortes e tentar solucionar a atuação das traineiras trabalhando em toda a nossa costa. Estão realmente carregando o que existe de melhor. E ninguém faz nada”, lamenta Peçanha.
“Apesar de anos e anos de existência, temos uma dificuldade muito grande na captação de recursos e elaboração de projetos” - Mauro Lúcio Peçanha de Almeida, presidente do Sindipesca
Legitimidade Segundo o presidente do Sindividros, Maurício Ribeiro, o aporte da Findes é de suma importância para a estruturação do sindicato e dos demais setores da cadeia produtiva. “Estar associado à Federação significa reunir forças para defender os interesses dos associados, além de representá-los perante o poder púbico e privado, buscando fortalecer a categoria com informações pertinentes ao setor, participação em eventos, feiras e demais trabalhos relevantes”, ressaltou. Ribeiro destacou que dentre as ações planejadas para 2013/2014, o Sindividros tem como meta tornar-se uma importante ferramenta no contexto econômico do Estado, aumentando a produção e gerando tributos e empregos. Além disso, atuará também buscando a estruturação do setor, pleiteando subsídios do governo estadual para fomentar o setor vidreiro e incentivos financeiros, como linhas de crédito específicas, entre outras iniciativas planejadas. Com as novas filiações, a Findes passará a ter 34 sindicatos com representatividade em nível federativo e estadual. “Assim, a entidade tem muito mais condições de trabalhar a articulação junto aos poderes constituídos, no sentido da redução da carga tributária, por exemplo, como hoje já acontece com os 18 sindicatos dos 31 sindicatos até então filiados, que conseguiram esses incentivos junto ao Governo do Estado por meio do Compete. Enfim, quando se organiza, você tem melhores resultados”, garante Malanquini. O propósito da atual gestão de ter todos os segmentos produtivos industriais do Espírito Santo organizados, analisa, está muito próximo de ser alcançado, pois a cultura do associativismo está sendo cada vez mais disseminada entre o empresariado industrial. Com essa meta alcançada, novos horizontes se descortinarão para a indústria capixaba.
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Indústria em Ação
MARCOS GUERRA RECEBE O PREFEITO DE CARIACICA CASTELO RECEBE A ETAPA DO ROTA IMPERIAL ADVENTURE A cidade de Castelo sediou, entre 23 e 25 de agosto, a segunda etapa do Rota Imperial Adventure. O evento abrangeu tanto a Copa ES de Rally de Regularidade quanto o Circuito Rota Imperial de Trekking, tendo o Casarão da Fazenda do Centro como local de concentração. A competição de rally recebeu 25 carros para os 100 quilômetros de prova. Na categoria “Open”, o primeiro lugar ficou com a dupla Luciano e Sandro Garbelotto. Na “Expedition”, a vitória foi de Eidiano e Oriel Casagrande.; e na “Turismo”, de Lauro Zoppe e Flavio Cypriano. Já na primeira etapa do trekking, 115 pessoas formaram as 25 equipes participantes nas duas categorias: Graduados e Trekkers. Após 7,5 km de prova, o primeiro lugar da categoria “Graduados” ficou com a equipe “A +/- Baleias”. E na “Trekkers”, a melhor foi a equipe “Segue a Trilha”. Até o final do ano, serão mais três etapas fechando o Circuito Rota Imperial de Trekking 2013, com quatro etapas. Outro destaque foi a parceria firmada entre o Instituto Rota Imperial e o Survival Trip Trail, maior festival de esportes do Espírito Santo, que passará a fazer parte do Rota Imperial Adventure. Os eventos agora comporão o projeto, que tem como objetivo a divulgação da Rota Imperial, fomentando o turismo dos 31 municípios que integram o trajeto. Conceição do Castelo será a primeira cidade contemplada pela parceria, nos dias 21 e 22 de setembro. As novidades podem ser conferidas no site www.rotaimperial.org.br. 42
O presidente da Findes, Marcos Guerra, recebeu o prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia de Oliveira Junior, o Juninho, no dia 26 de julho. Na reunião, que também contou com a presença do empresário Ademar Brumatti e do representante da Findes, Robson Cardoso, foram abordados assuntos como investimentos em educação, qualificação de mão de obra, ações e parcerias para o crescimento do município.
FINDES E JURONG DISCUTEM PARCERIAS PARA INDÚSTRIA O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) realizou, na sala de reuniões da Presidência da Findes, no dia 7 de agosto, um encontro que teve a presença do presidente da Jurong Brasil, Martin Cheah. O evento visou à ampliação da participação das empresas capixabas nas obras de instalação do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) e foi coordenado pelo vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta. “Nosso objetivo é articular ações para ampliar ao máximo a participação da indústria capixaba, em especial do setor metalmecânico, nas obras de construção e manutenção do Estaleiro Jurong, pois assim vamos gerar mais emprego e renda para o Estado”, frisou Pimenta. A reunião contou também com a participação do secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery De Rossi, do coordenador dos Consats e das Câmaras Setoriais, Constantino Dadalto, do superintendente do IEL, Fábio Ribeiro Dias, e de outros diretores e representantes do setor metalmecânico. Aumentando a sua ação de fortalecimento da indústria capixaba, o PDF está sob a coordenação-executiva do IEL-ES.
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CAPIXABAS CONQUISTAM 16 MEDALHAS NOS JOGOS DO SESI
CACHOEIRO STONE FAIR APRESENTA NOVIDADES DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS O Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa, em Cachoeiro de Itapemirim, foi movimentado entre os dias 20 e 23 de agosto, pela 25a edição da Cachoeiro Stone Fair, uma das principais feiras do segmento do Brasil. Empresários e profissionais de mais de 600 cidades, de todos os estados brasileiros, estiveram na feira para conferir de perto as novidades apresentadas nos 32 mil m² da feira pelos 220 expositores de rochas ornamentais, máquinas, equipamentos e insumos. O público estrangeiro, de 17 países, também marcou presença, com participação expressiva da Itália, Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Espanha, Peru, Portugal, China e Índia. O evento apresentou as novidades e lançamentos de ponta em insumos, rochas ornamentais, máquinas e equipamentos voltados para a indústria de extração e beneficiamento de rochas, como cavalos mecânicos, protótipos de ponte rolante, retroescavadeiras e cortadeiras. O diretor regional da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região, Aureo Mameri, que representou o presidente da entidade, Marcos Guerra, recebeu homenagem em comemoração aos 25 anos de realização da feira, uma das principais do segmento de rochas do Brasil. A homenagem foi concedida pelos organizadores do evento durante a abertura oficial da Cachoeiro Stone Fair. O presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas), Samuel Mendonça, avaliou que a Cachoeiro Stone Fair 2013 conseguiu mais uma vez cumprir o seu papel de alavancar o segmento e a economia municipal. “Os expositores ficaram satisfeitos e novos negócios deverão ser feitos ao longo do ano. Isso é de extrema importância para o setor e para a economia”, disse.
Teve capixaba brilhando na 9ª edição dos Jogos Nacionais do Sesi, realizada no Rio de Janeiro entre 15 e 18 de agosto. A delegação do Sesi do Espírito Santo voltou da competição com cinco medalhas de ouro, nove de prata e duas de bronze. Os atletas competiram nas modalidades vôlei de praia masculino, tênis de campo feminino, atletismo feminino e natação, masculina e feminina. O destaque foi a nadadora da ArcelorMittal Tubarão Thaynara da Silva (foto), que ganhou três medalhas na categoria 16+. Thaynara conquistou uma de ouro, na prova de 50m livre, e duas de prata, nas provas de 50m borboleta e 200m livre. Os capixabas levaram ainda mais duas medalhas de ouro, sete medalhas de prata e duas de bronze na natação. Já no vôlei de praia masculino, a equipe composta pelos trabalhadores Fábio da Silva, Auto dos Santos, Wilians Braga e Roger Cunha ficou em primeiro lugar. A outra medalha de ouro veio com o tênis de campo feminino. A pentacampeã dos Jogos Nacionais do Sesi e também campeã mundial, Cláudia Rios, na categoria 35+, conquistou o seu hexacampeonato. A nadadora Thaynara da Silva foi destaque, com uma medalha de ouro e duas de prata
SENAI GANHA PRÊMIO RECALL PELA QUINTA VEZ O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES) é pentacampeão na categoria “Curso Técnico Profissionalizante” na 21ª edição do Recall de Marcas 2013, de A Gazeta. A premiação foi entregue no dia 26 de agosto, em evento realizado no Centro de Convenções de Vitória. De acordo com a diretora regional do Senai-ES, Solange Siqueira, o reconhecimento pela quinta vez consecutiva mostra que a instituição continua no caminho certo, qualificando mão de obra e se tornando referência em educação e qualificação profissional para os capixabas. “O Senai-ES sempre está atento às tendências do mercado. Com isso, aprimora e amplia sua oferta de serviços técnicos, tecnológicos e de educação profissional, em busca de atender às necessidades da demanda industrial da região, sem perder a qualidade e a essência de nossa missão”, falou ela. Setembro 2013 ▪ 308
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ARTIGO
Momento do dólar: entendendo sua valorização e a perspectiva para o final do ano
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os últimos meses, nos deparamos com uma forte valorização da moeda americana, representada por uma alta de 15%, no acumulado do ano, até o mês de agosto. Em meados de maio, esse ciclo de alta se intensificou e o Governo vem tentando frear seu avanço com algumas medidas, como: (i) zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em renda fixa e derivativos, na esperança de atrair dólares; e a (ii) realização, pelo Banco Central, de leilões da moeda americana no mercado futuro (chamados de “swap cambial”). Como causa principal do aumento do dólar, destaca-se a expectativa de que o Federal Reserve (o banco central americano) possa reduzir os estímulos à economia dos EUA, baseado numa recuperação da atividade econômica e queda do desemprego. Com menos dinheiro no sistema financeiro americano, sobram menos recursos para investidores, que buscam maiores retornos para suas aplicações em outros mercados. Outro fator, em menor grau, refere-se ao baixo desempenho da economia brasileira, em especial quando comparado a outros países emergentes, e sua perspectiva negativa da política econômica e da própria política, o que se traduz em aumento do risco do país e amplia a sensação de desconfiança para o investidor internacional. A rapidez na valorização do dólar traz preocupações em virtude de seus impactos sobre toda a economia.
Os preços de produtos importados e também daqueles cujas cotações acompanham os valores internacionais tendem a subir e pressionam o preço de itens considerados supérfluos, mas atinge também insumos importantes como o trigo, os componentes eletrônicos e o petróleo. É verdade que, em alguns casos, a exportação passa a se tornar mais atraente e amplia a chance de o produtor nacional vender para outros países com um preço mais competitivo. Por outro lado, ainda é cedo para avaliar o impacto positivo da alta da moeda americana, especialmente para a indústria que, em alguns setores, precisa importar componentes para depois vender seus produtos para o exterior, além da baixa produtividade nacional, que interfere na competitividade da indústria brasileira. Como consequência do movimento cambial, a possibilidade de ocorrer menor oferta no mercado interno, somada a necessidades de reajustes de insumos importados imprescindíveis para o Brasil, tende a elevar o preço nas prateleiras, com um reflexo iminente na inflação brasileira. Além disso, deve haver um impacto negativo na balança comercial, na qual grande parte do déficit se deve às importações de combustíveis pela Petrobras – e a perspectiva de alta nos preços do petróleo pode piorar ainda mais essa situação. Além disso, a demanda mundial está fraca e os produtos brasileiros, mesmo com o real mais barato, ainda são menos competitivos do que os de muitos outros países emergentes. Para os próximos meses, a cotação do real tende a continuar sendo influenciada fortemente pela dinâmica externa. De acordo com a consultoria Tendências, do economista Maílson da Nóbrega, a taxa de câmbio tende a finalizar o ano no patamar de R$ 2,35/US$ (final de período). Indica, portanto, que o momento do dólar será de manter sua trajetória de certa volatilidade, com a manutenção em patamares mais altos, como ocorrido nos últimos meses, muito em virtude da incerteza a respeito da política monetária nos Estados Unidos e à piora dos fundamentos domésticos. Gustavo Barbosa Vargas é mestre em Administração de Empresas com especialização em Estratégia Empresarial pela Kellogg School of Management e vice-presidente de Administração e Finanças do Ibef-ES
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O presidente do Sinduscon, Aristoteles Passos Costa Neto, falou sobre o curso de Gestão de Obras
Parceria resulta em pós-graduação
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m uma parceria entre o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon) e o Conselho Regional de Administração (CRA), foi realizada no dia 26 de agosto, na Findes, a aula inaugural da pós-graduação inédita “Gestão de Obras da Indústria da Construção”. A iniciativa disponibilizará conteúdo e conhecimentos para a execução e o gerenciamento de obras, preparando profissionais para a gestão dos canteiros. A aula inaugural contou com palestra do diretor de Obras da Lorenge, Giulliano Polito, e também com a participação de representantes de todas as entidades parceiras. Para o presidente do Sinduscon, Aristóteles Passos Costa Neto, o curso agrega competência e qualidade aos profissionais da construção.“Essa ação vem ao encontro de uma demanda identificada pelo setor, que demonstrou necessidade por profissionais qualificados no desempenho dessa atividade nos canteiros, liberando os nossos engenheiros para o desenvolvimento de suas reais competências.
SINCONSUL DEFENDE NOVAS REGRAS PARA IMPORTADOS Nivelar a concorrência no mesmo nível de custos e valorizar o produto nacional para o consumidor final. Com esses objetivos, o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções do Sul do Estado do Espírito Santo (Sinconsul), Bruno Balarini, defende que os produtos importados sejam submetidos às mesmas regras trabalhistas, ambientais e tributárias dos produtos nacionais. Segundo Balarini, é o que precisa ser feito para alcançar a meta de criar 300 mil empregos até 2025, estipulada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). “É preciso incentivar os empresários e investirem em inovação, capacitação e tecnologia, como vem sendo feito por alguns programas, como o Compete-ES, criado pelo Governo do Estado”, disse.
Assim, teremos profissionais focados nas atividades compatíveis com sua formação, obtendo com isso maior produtividade em nossas obras”, frisou. Já o presidente da Findes, Marcos Guerra, falou sobre o apoio da entidade à iniciativa. “A intenção é formar gestores para um setor que é muito importante no Estado, o que mais emprega e está presente nos 78 municípios. A Federação das Indústrias, por intermédio do IEL-ES, se sente responsável por fazer esse trabalho em parceria com o pessoal da construção civil”. No curso, que tem duração de 12 meses, os 60 participantes desenvolverão as competências necessárias para o planejamento do empreendimento, acompanhamento de sua execução, medição e análise de resultados, visando à melhoria dos processos. As aulas serão realizadas no Centro de Pós-Graduação da Faesa.
GOVERNADOR PARTICIPA DE REUNIÃO NA FINDES Um encontro promovido no dia 18 de julho na sede da Findes reuniu o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o presidente Marcos Guerra e os presidentes dos 31 sindicatos da Federação. Em pauta, a posição do Governo em relação às manifestações populares e o alinhamento com o setor industrial. Na ocasião, foram abordadas a atual conjuntura socioeconômica do Estado e as ações que podem ser realizadas para impulsionar a competitividade da industria. Alguns gargalos históricos, como falta de infraestrutura (vias, aeroporto, porto) e mão de obra qualificada, além de impostos e burocracia, também foram debatidos. Setembro 2013 ▪ 308
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Inovação por Marcia Rodrigues
De uma boa ideia à inovação, caminho é árduo, mas compensa Empresas que não inovam podem morrer, como descobriram tardiamente algumas gigantes da indústria mundial. No Espírito Santo, alguns já estão percorrendo com sucesso o caminho da inovação
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ocê se lembra de como ficou surpreso e encantado quando descobriu que seu telefone poderia acompanhá-lo aonde quer que você fosse? E quando teve a oportunidade de fazer sua caminhada ou corrida matinal ouvindo as músicas favoritas, tocadas por um pequeno aparelho preso ao braço? Essa sensação de deslumbramento e de surpresa, que faz você pensar “como é que consegui viver até hoje sem isso?”, é o segredo do sucesso de produtos inovadores, como o celular e o walkman. Produtos que fazem com que seus fabricantes conquistem legiões de verdadeiros fãs e fatias imensas de mercado.
No contexto atual, em que a disputa pela preferência (e, claro, pelas compras) dos consumidores pode representar a diferença entre manter-se vivo ou sair do mercado, inovar tem sido a palavra de ordem para empresas de todos os ramos e setores. Parodiando a frase mais famosa do mais famoso apresentador de TV, o Chacrinha, hoje, “quem não inova se trumbica”. Que o digam gigantes como a Kodak, a Olivetti e a Polaroid, entre centenas de outras eliminadas do mercado pelo pecado de não inovar. Para quem é mais jovem, um bom exemplo é o da própria Microsoft, que precisou dar adeus ao Hotmail, por razões semelhantes.
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No Espírito Santo, a cada dia mais empresas se conscientizam da necessidade de lançar novos produtos e serviços, renovando suas linhas com itens que possam encantar o consumidor e proporcionar incremento nas vendas e oportunidades em mercados até então fechados, trazendo um intenso sabor de novidade. Sabor, aliás, foi justamente uma das características que norteou o desenvolvimento de um produto inédito da Sociedade Produtora de Alimentos, a SPA. Há cerca de um ano, após muitas experiências e aperfeiçoamentos, a empresa capixaba lançou o “café para comer”. Não, você não leu errado: é isso mesmo. O Coffee Beans é café Arábica Premium da melhor qualidade, em forma de “grãos” comestíveis. Levando ainda mais longe a ousadia, a empresa criou também as Coffee Coins, em formato de moedas, para uso em preparações da gastronomia. “Foram quase quatro anos de dedicação, apostando numa ideia, até chegarmos aos produtos finais. Podemos, pela primeira vez, enquadrar o café em uma nova categoria dentro do segmento gastronômico, agora também como comida, podendo ser consumido a qualquer momento, em qualquer lugar e, inclusive, acessível às crianças”, ressalta Renato Abaurre, diretor da SPA.
Ousadia e alegria A empresa atua há mais de 20 anos no mercado. Sua fábrica, instalada em Vila Velha, possui certificação de qualidade ISO 9001-2008 e pode produzir 150 toneladas mensais do “café para comer”, tendo sido projetada para triplicar esse volume, de acordo com a demanda. É o empresário quem narra como tem sido essa bem-sucedida trajetória “O mundo, e por conseguinte a atividade empresarial, ganharam recentemente uma velocidade muito grande. Os consumidores têm uma expectativa de sempre encontrar novidades e, se a empresa não as oferece, ela perde posição e mercado. Então, pesquisamos o café e fizemos com ele, hoje, o que foi feito com o chocolate em 1847, quando o inglês Joseph Fry misturou cacau em pó, manteiga de cacau e açúcar e transformou o chocolate, até então consumido apenas como bebida, em um alimento sólido. Gostamos de pensar que no ‘Google’de daqui a 50, 100 anos, leremos, quando pesquisarmos sobre a história do café, que ‘em 2012, Flavio Abaurre, do Espírito Santo, Brasil, misturou café torrado e moído, gordura vegetal e açúcar e fez o que ele chamou de ‘café para comer’. Isso é um marco na história do café e, com muito orgulho, nosso país será protagonista nessa página”, comemora. Renato destaca aspectos importantes do potencial transformador de uma ideia inovadora: “No nosso caso, isso abre uma perspectiva muito grande para o café. A safra mundial de cacau é 45% da safra mundial de café, e enquanto o cacau vai praticamente todo para a confeitaria, o café não participa desse mercado. Só isso já agrega uma perspectiva que o café não tem há muito tempo, no que diz respeito à ampliação de mercado. Para a empresa, está exigindo um esforço muito grande. Consolidar um novo conceito não é tarefa fácil,
Foram quase quatro anos de dedicação, apostando numa ideia, até chegarmos aos produtos finais, Renato Abaurre, diretor da SPA
a cada dia aprendemos e retornamos esse aprendizado em novas ações, mas o Coffee Beans se mostra um produto muito sólido, com ampla aceitação”. Além disso, o empresário ressalta que, “em mercados competitivos, a tendência é que as margens se estreitem com o passar do tempo e a chegada de novos competidores, e, nesse contexto, as inovações propiciam o restabelecimento de margens e a capacidade da empresa de investir”.
“No meio do caminho tinha uma pedra...” Mas apesar de tantas vantagens, no Brasil a inovação ainda se mostra um caminho difícil de ser seguido em larga escala, como alerta o diretor para Assuntos de Inovação Industrial da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Luiz Alberto de Souza Carvalho. “Faltam políticas consistentes de apoio. As exigências de apresentação de projetos são muito burocráticas e acabam dificultando o acesso às fontes de incentivo, editais e financiamentos. Os gestores e políticos brasileiros deveriam se concentrar em tornar a criatividade e a inovação uma constante nas indústrias, a começar pelo entendimento de que a única saída para indústria brasileira, principalmente a de transformação, é investir em inovação. Nesse sentido, precisamos criar políticas públicas consistentes, de fácil acesso, com subsídios a fundo perdido. É necessário incentivar a criação de centros de inovação setoriais e de incubadoras de base tecnológica”. Carvalho aponta que a Findes está acompanhando as mudanças estabelecidas e discutidas pelo mercado e estudiosos. “Nosso objetivo é subsidiar os industriais com informações estratégicas para a tomada de decisão. Estamos consolidando a implantação do Inova Findes, um convênio da CNI e Sebrae, para sensibilizar as empresas, fazer diagnóstico e desenvolver projetos e que tem por objetivo estimular e promover ações de inovação junto às micro e pequenas indústrias”. Desde sua criação, em 2010, o programa sensibilizou 300 indústrias no Estado e pretende capacitar 250 empresários e elaborar aproximadamente 60 projetos até o ano que vem. “Acreditamos que, num futuro próximo, se cada sindicato associado à Findes indicar um projeto de inovação por ano, poderemos dar um salto significativo, colocando o Espírito Santo na vanguarda do desenvolvimento tecnológico”, conclui o diretor da Federação das Indústrias. Setembro 2013 ▪ 308
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FINDES RECEBE REPRESENTANTES DE DOIS PAÍSES O diretor-executivo da Findes, Luís Carlos de Souza Vieira, recebeu no dia 25 de julho o embaixador da República Dominicana no Brasil, Héctor Dionisio Pérez Fernández, acompanhado de Nelson Saldanha e Thomas do Amaral, respectivamente cônsules daquele país no Espírito Santo e Paraná. Na oportunidade, foram apresentadas pelo gerente do Centro Internacional de Negócios (CNI-ES), Cristiano Furtado, as potencialidades econômicas do Espírito Santo. Já no dia 15 de agosto o representante da Findes na CNI e presidente emérito da entidade, Lucas Izoton, recebeu representantes do Consulado do Reino dos Países Baixos. Entre os assuntos abordados, destaque para negócios em rochas ornamentais, café, aço, celulose e minério de ferro para o Espírito Santo. Os holandeses, por outro lado, ofereceram oportunidades para os capixabas em segmentos como logística, mobilidade urbana, educação profissional, saneamento e tecnologia. O encontro foi coordenado pelo Centro Internacional de Negócios da Findes (CIN-ES), e contou com as presenças do embaixador Kees Rade; do cônsul geral-adjunto no Rio de Janeiro, Arie Plieger; e do cônsul honorário no Espírito Santo, Andreas Schilte.
IDEIES CELEBRA 42 ANOS O Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) completou 42 anos no Sistema Findes no dia 31 de agosto. A entidade apoia a Federação na defesa de interesses das indústrias capixabas. O Ideies dá apoio a cinco Câmaras Setoriais e a 12 Conselhos Temáticos (Consats), além do suporte à participação de representantes da Findes em órgãos colegiados. O Ideies coordenou a elaboração do Mapa Estratégico da Indústria Capixaba 2013/2022, que prevê ações para o desenvolvimento regional das micro, pequenas e médias indústrias. Também é responsável por levantamentos de informações sobre a economia e a indústria do Espírito Santo, nacional e internacional. Segundo o diretor-executivo do Ideies, Doria Porto, a entidade contribui para a Federação nos estudos de inteligência competitiva do setor industrial e vem apoiando o desenvolvimento da indústria criativa do estado. “O atual direcionamento do Ideies é muito importante para obtermos uma visão sobre o futuro da indústria capixaba, pois, por exemplo, com o Mapa Estratégico temos condições de melhorar a competitividade das empresas do Espírito Santo”, declara.
PRESIDENTE DO SINDIQUÍMICOS FALA SOBRE PRODUTOS AGRÍCOLAS E COSMÉTICOS IEL-ES COMEMORA 44 ANOS DE HISTÓRIA A equipe do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) se reuniu no dia 15 de agosto para celebrar o aniversário de 44 anos da entidade. O IEL-ES conta com 26 empregados e 13 estagiários, que se dividem em três áreas: Gestão Empresarial, Educação Empresarial e Estágio. Através dessas áreas, o IEL-ES promove a capacitação gerencial executiva, oferecendo diversos cursos em parceria com a HSM Educação e com as maiores escolas de negócios do mundo. A entidade trabalha também em consultorias empresariais, que vão da implantação de sistemas de gestão certificáveis a soluções financeiras, passando por gestão de pessoas e soluções customizadas. O IEL-ES também é um agente de integração, levando para as empresas estagiários com perfil adequado às suas reais necessidades.De acordo com o superintendente, Fábio Dias, o objetivo da entidade é contribuir para o aumento da competitividade das indústrias capixabas. 48
Uma comitiva de empresários do Estado esteve em julho em Luanda, capital da Angola, participando do 3º Congresso do Empreendedor Lusófono e 3ª Feira Internacional de Luanda (Filda). A vice-presidente do Sindiquímicos para Assuntos Químicos em Geral, Zilma Bauer Gomes, fez parte do grupo e contou que Angola é um país com grande demanda por produtos como adubos e fertilizantes, e onde há uma política governamental de incentivo à agricultura. Contando com a participação de mais de 250 empreendedores locais, o congresso aconteceu dos dias 14 a 19 e reuniu empresários de países que têm o português como língua oficial. Já a Filda, realizada de 16 a 21, foi prestigiada por mais de mil empresas de 35 nações. Zilma também falou sobre o levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) que apontou que o mercado de cosméticos cresceu 15% em 2012. “O mercado cresceu, a partir da inserção do segmento infantil, com produtos especializados para as crianças, assim como com a presença cada vez maior de homens entre os consumidores. Além disso, as classes C e D ampliaram seu poder de compra e estão comprando mais produtos de estética”, falou ela.
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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O Planalto obteve vitória no Congresso Nacional, que apreciou o veto da presidente Dilma Rousseff no dia 17 de setembro
Indústria lamenta continuidade de multa de 10% sobre o FGTS
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pós várias negociações com líderes da Câmara dos Deputados e do Senado para expor os impactos que seriam causados nas contas do Governo caso fosse derrubado o veto presidencial à extinção da multa de 10% sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o Planalto obteve vitória no Congresso Nacional, que apreciou o veto da presidente Dilma Rousseff no dia 17 de setembro. Com isso, fica mantida a cobrança de 10% sobre o FGTS, cobrada dos empregadores, além da multa dos 40%, paga diretamente ao trabalhador, em caso de demissão sem justa causa. O dinheiro vai para os cofres do Governo Federal, que temia perder R$ 3,5 bilhões por ano caso os parlamentares insistissem na mudança da lei. O Planalto argumentou que o montante arrecadado com a cobrança é fundamental para manter as fontes de financiamento do Minha Casa Minha Vida. A sua extinção colocaria em risco o programa. O argumento é rechaçado pela indústria, que fez forte pressão entre os parlamentares para tentar derrubar o veto presidencial, sob o argumento de que agora foi criado “um novo imposto no país”.
“O Governo não pode penalizar quem gera emprego no país, como a indústria. Na verdade, está criando um novo tributo, mas não há amparo jurídico para manter essa cobrança” Marcos Guerra, presidente da Findes
Para a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), a manutenção do veto ao Projeto de Lei Complementar 200/2012 é um passo atrás no processo de racionalização do sistema tributário brasileiro. A decisão do Congresso frustra os anseios do setor produtivo de ver extinto um tributo criado para ser provisório e cuja finalidade, a de salvar o FGTS da falência, foi cumprida integralmente ao longo dos últimos 12 anos. “O Governo Federal tem que buscar recursos junto ao orçamento para essas funções. Não tem o direito de obrigar as empresas a fazer o cunho social e penalizar quem gera emprego no país, como a indústria. Na verdade, está criando um novo tributo, pois para a função que ele foi criado, já cumpriu sua obrigação. Não há amparo jurídico para manter essa cobrança”, argumenta o presidente da Findes, Marcos Guerra. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de R$ 270 milhões continuarão a ser desembolsados a cada mês pelo setor privado referentes ao adicional de 10% do FGTS, de forma indevida. Caso o tributo tivesse sido extinto pelo Congresso Nacional,esses recursos poderiam ser revertidos em qualificação profissional, em inovação e em investimentos para a ampliação da capacidade produtiva. A contribuição foi criada em 2001 para ajudar a pagar os expurgos inflacionários de R$ 42 bilhões devido a milhões de trabalhadores lesados nos planos Verão e Collor 1. Com a medida, a multa do FGTS paga pelas empresas nas demissões sem justa causa passou de 40% para 50%. O trabalhador continuou recebendo os 40%,e o restante foi para cobrir o rombo. Mas para os empresários, a dívida foi quitada em julho de 2012 e as parcelas pagas indevidamente já somam mais de R$ 2,7 bilhões. A verba, diz o empresariado, estaria abastecendo a conta do Tesouro para o superávit primário. Setembro 2013 ▪ 308
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Cursos no Sambão do Povo vão permitir a profissionalização de pessoas que trabalham no Carnaval
Mão de obra qualificada para o carnaval capixaba
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m ponto comum nas reclamações da indústria e do varejo é a falta de mão de obra qualificada. Para melhorar a competitividade da indústria capixaba e avançar na qualificação da mão de obra local, foi inaugurada, no dia 29 de agosto, a Agência de Treinamento Municipal (ATM) de Vitória, nas dependências do Sambão do Povo. A ATM é fruto de uma parceria entre a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Prefeitura de Vitória e Governo do Estado. Essa é a oportunidade para que milhares de pessoas que trabalham com a preparação do Carnaval recebam capacitação profissional gratuita. O Carnaval envolve vários tipos de profissionais e a maior parte deles nem aparece para o grande público, embora forme um grande exército. Além de costureiras, modelistas, bordadeiras e aderecistas, há cursos também para eletricistas, montadores e reparadores de computador, almoxarife, operadores de computador e soldadores, entre outros. Atualmente, 780 pessoas já estão sendo capacitadas, em três turnos diários. A maior parte pertence às comunidades do samba. As aulas das primeiras turmas vão até o fim do ano. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, ressaltou que o modelo da ATM é mais rápido, barato, eficaz e flexível para atender às demandas específicas de cada município. “Não estamos preocupados em construir instalações físicas. Nossa meta é avançar na qualificação. O formato da Agência de Treinamento permite aproveitar um espaço
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subutilizado pela gestão municipal para ofertar cursos e serviços para a sociedade. É uma parceria de benefícios múltiplos”, destacou o presidente. A unidade do Sambão do Povo funcionará nas salas que estão desativadas. O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, ressaltou a importância de utilizar essa estrutura.“O Sambão do Povo só é utilizado na época do carnaval. Queremos aproveitar todas essas estruturas da cidade que não estão sendo utilizadas para qualificar os profissionais”, contou. A agência também contará com três unidades móveis que oferecerão práticas dos cursos de Corte e Costura, Construção Civil e Soldador. Já o governador Renato Casagrande ressaltou que o Sistema Findes tem avançado de forma pioneira no Estado em medidas para impulsionar a interiorização do desenvolvimento e a qualificação da mão de obra. “O trabalho executado pela Findes tem sido exemplar e demonstra a união das instituições capixabas em prol do desenvolvimento do Estado”, destacou Casagrande. A meta da Findes é instalar Agências de Treinamento em 10 municípios capixabas até 2014. No dia 13 de setembro foi inaugurada a de São Gabriel da Palha, a terceira unidade do Sistema, onde há 140 vagas para seis cursos diferentes. Por meio dela, os municípios terão acesso aos serviços profissionalizantes oferecidos pelo sistema Sesi/Senai/IEL, em parceria com os governos locais. Para implantar uma ATM é necessário realizar a avaliação da demanda local, por meio de um estudo de viabilidade no município.
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No Sistema Saúde por Jacqueline Vitória
O jornalista Helio Dória abriu a segunda temporada do Projeto Contando Histórias
Cindes: comprometido com a integração social dos empresários Entidade identifica oportunidades de negócios e estimula o surgimento de novos empreendedores
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m espaço para confraternizar, ampliar o círculo de relações pessoais e comerciais, discutir ideias e pensar ações em prol do desenvolvimento da indústria capixaba. Assim é o Centro da Indústria do Espírito Santo – Cindes. Desde a sua constituição, em outubro de 1969, na administração de Jones dos Santos Neves Filho, a entidade tem sido o braço da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para promover o network, reforçar laços e ideais e estimular o surgimento de novos empreendedores e líderes empresariais. Na gestão Marcos Guerra, iniciada em 2011, o Cindes vem ganhando ainda mais força com o apoio mais assertivo da Findes. Segundo o diretor para Assuntos do Cindes, Paulo Afonso Menegueli, o Centro é o ponto de encontro do empresariado capixaba, auxiliando no desenvolvimento de empreendedores para o futuro e se posicionando politicamente em diversos projetos voltados para a indústria
“A partir dos seus 40 anos o Cindes tem despontado na mídia e nos meios empresariais ” Celso Siqueira, membro da Diretoria
local. “O Cindes está comprometido com a integração social dos empresários, congregando profissional e socialmente seus empreendedores e dirigentes”, disse. Além de fortalecer o associativismo, o Cindes estuda e aponta novas oportunidades de negócios. Através de reuniões periódicas, nas quais, as necessidades do empresariado são identificadas e debatidas, são também apontadas determinadas diretrizes, além de consolidadas alianças e parcerias para dar-lhes suporte. Segundo Menegueli, tais medidas têm a finalidade de ampliar o debate e a proposição de ações concretas junto aos órgãos competentes das áreas correlatas. “O objetivo é de proporcionar desenvolvimento e aumento da competitividade das empresas associadas. Para tanto, utilizamos os recursos oferecidos pelo Sistema Indústria, do qual somos integrantes”, revela o diretor da Cindes. A pauta de discussões tem temas pertinentes ao cotidiano do empresariado, tais como: carga tributária, cidadania, representatividade setorial, intercâmbio institucional e setorial. Para o futuro, o Cindes tem o projeto de ser uma entidade de referência na defesa dos interesses da indústria em seus diferentes segmentos empresariais. Para cumprir eficazmente seus objetivos, o Cindes vem passando por mudanças. Cristhine Samorini, que faz parte da diretoria da entidade, lembrou que o Centro foi
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criado com o propósito de integrar a classe empresarial do Estado, e que hoje está em processo de resgate de sua missão institucional. Ela garante que, para tanto, a nova diretoria está empenhada em resgatar a importância dessa entidade junto à sociedade capixaba, gerando ações que a aproximem das classes empresarias. “Estamos ainda sofrendo mudanças por conta de necessidades de aperfeiçoar os trabalhos sociais gerados dentro do sistema Findes. Por muito tempo o Cindes ficou meio esquecido, e aos poucos estamos conseguindo, juntamente com o presidente Marcos Guerra, conferir-lhe maior visibilidade e revigorar sua atuação, colocando o Cindes para, por exemplo, organizar os eventos de que o empresariado capixaba necessita”, ressaltou a diretora. Entre as atividades desenvolvidas pelo Cindes, Cristhine Samorini destacou o retorno do projeto “Contando Histórias” e do ciclo de palestras. “Há também a Rede de Negócios, que já foi lançada, mas ainda precisa passar por uma reestruturação, e temos ainda a intenção de retomarmos o Clube da Indústria - que era administrado pelo Cindes”, adiantou. O projeto “Contando Histórias” é um evento pioneiro e inovador no âmbito nacional. Em uma série de encontros periódicos, diferentes e relevantes personalidades do Estado foram convidadas a compartilharem suas trajetórias e experiências de vida, num ambiente muito aprazível e informal, que propicia uma intensa interatividade entre narrador e plateia e estreita o relacionamento interpessoal. Com o encerramento da primeira temporada, que contou com a participação de dez personalidades da política, da indústria e de variados setores, foi lançado o livro intitulado “Contando Histórias” - um marco para o registro histórico e cultural do Espírito Santo, reunindo o registro de fatos e anedotas que também, em muitos casos, fazem parte da história política e econômica do Brasil. “Temos a expectativa de que esses registros servirão como plataforma para o surgimento de novos estudos e, por conseguinte, novos atores, que contarão novas histórias”, ressaltou Paulo Menegueli. Com o recurso à realização de palestras temáticas, viagens de negócios e de turismo e eventos culturais, o Cindes vem se transformando no “Clube da Indústria Capixaba”, local de integração e lazer entre seus associados, os filiados ao Sistema Findes e membros dos demais segmentos empresariais do Estado.
“O Cindes está em processo de resgate de sua missão institucional” Cristhine Samorini, membro da Diretoria
“No Cindes são realizados muito mais do que negócios. Aqui criamos oportunidades e incentivamos o fortalecimento dos relacionamentos interpessoais” Paulo Afonso Menegueli, diretor para Assuntos do Cindes
Recursos próprios Outro diretor da entidade, Celso Siqueira, revela que durante a trajetória do Cindes houve períodos mais atuantes e outros de “calmaria”. “Dependendo de quem fosse o presidente da Findes, que também é o presidente do Conselho e da Diretoria do Cindes, tínhamos altos e baixos. A partir dos seus 40 anos, o Cindes, por incentivo dos últimos presidentes, Lucas Izoton e Marcos Guerra, tem despontado na mídia e nos meios empresariais como uma instituição que executa seu planejamento estratégico voltado para o bem-estar das empresas e colaboradores”, ressaltou Siqueira. Ele sublinhou que o Centro tem recursos próprios para investir em várias ações, incluindo as do Cindes Jovem. O Programa Cindes Jovem, voltado para os jovens empreendedores na faixa etária de 19 a 35 anos, visa a fomentar o empreendedorismo entre a juventude capixaba e formar jovens comprometidos com o objetivo de conciliar interesse público e privado, capital e trabalho, em total harmonia, vislumbrando resultados a médio e longo prazo, além de formar novos líderes e gestores conscientes da necessidade de ousadia profissional, tendo o Centro sempre a responsabilidade da importância do papel social que desempenha dentro da comunidade. Rede de Negócios Outro projeto que merece destaque é a Rede de Negócios do Cindes. Ela foi criada para promover a integração comercial, divulgação da marca e fomento aos negócios entre os associados, através da apresentação de suas empresas, produtos e serviços. Essa rede é o espaço virtual no qual os associados podem ampliar sua participação no mercado capixaba, utilizando os recursos disponíveis no site da entidade. Os associados participam de rodadas de negócios, captam novos clientes, desenvolvem fornecedores, firmam parcerias comerciais estratégicas e ampliam, assim, sua participação no mercado capixaba e nacional. “Mas no Cindes são realizados muito mais do que negócios. Aqui criamos oportunidades e incentivamos o fortalecimento dos relacionamentos interpessoais, tendo como resultado amizades duradouras que, consequentemente, também geram negócios”, comemora Paulo Menegueli. Setembro 2013 ▪ 308
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Mec Show 2013 movimenta R$ 50 milhões
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restigiada por mais de 17 mil pessoas, a Feira da Metalmecânica, Energia e Automação (Mec Show) 2013 aconteceu entre 23 e 26 de julho, no Carapina Centro de Eventos.Negócios da ordem de R$ 50 milhões previstos para um prazo de 12 meses foram iniciados em rodadas e reuniões diretas com os expositores.Na solenidade de abertura,o presidente da Findes, Marcos Guerra, defendeu a utilização das indústrias capixabas como fornecedoras das grandes plantas industriais que estão em processo de instalação no Estado. “De acordo com o Governo do Estado, são 170 novos projetos, com investimentos previstos de aproximadamente R$ 104 bilhões. Nosso objetivo é criar um conjunto de condições favoráveis para permitir que as indústrias capixabas sejam fornecedoras dos projetos locais e, em seguida, das plantas nacionais. Nossa expectativa é fornecer pelo menos 60% da demanda”, disse ele. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer-ES), Luiz
MERCADO DE CAFÉ OTIMISTA Bons presságios para o setor cafeeiro no Brasil. O segmento deve crescer 20,3% até 2017, segundo o relatório lançado pela Mintel, empresa britânica fornecedora global de inteligência de mídia, consumidor e produto. Se confirmada essa previsão, o faturamento do setor alcançaria R$ 8,3 bilhões, em comparação com os R$ 6,9 bilhões registrados em 2012. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Café do Espírito Santo (Sincafé), Sérgio Brambilla, a projeção sugere um otimismo muito grande, porém é possível ser concretizada. “O nosso desafio é manter a taxa de crescimento entre 5% e 6%, o que nos permitiria alcançar esse resultado em quatro anos. O setor está empenhado e conta com o aumento de consumo, principalmente dos cafés especiais”, disse ele.
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Alberto de Souza Carvalho, destacou o sucesso da feira. “A Mec Show cumpriu com o seu papel de possibilitar os primeiros passos nos negócios das empresas expositoras”, enfatizou. Já o presidente do Centro de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), Antonio Falcão, ressaltou ainda que houve uma forte interação entre os expositores e os visitantes. Além disso, a programação paralela, com seminários e cursos, conseguiu apresentar as novas oportunidades ao empresariado do setor, principalmente na indústria naval e na de petróleo e gás natural. O evento contou com 180 expositores nacionais e internacionais, e é uma parceria do Sindifer-ES e do Cdmec, com realização da Milanez & Milaneze e apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), Sedes, Sebrae, Findes e Abraman.
CAPIXABAS PARTICIPAM DE EVENTO DE CONSTRUÇÃO Um grupo formado por 30 empresários do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Espírito Santo (Sinprocim-ES) participou do Concrete Show South America 2013, maior evento da construção civil da América Latina, realizado entre 28 e 30 de agosto no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Em sua 7ª edição, a feira trouxe novidades e tendências mundiais em sistemas e métodos construtivos à base de concreto e soluções que somam na produtividade, na qualidade e na velocidade de execução da obra. A missão empresarial faz parte do Programa de Desenvolvimento Empresarial para as Indústrias de Produtos de Artefatos de Concreto no Estado do Espírito Santo (PDE-ES) e tem o apoio da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Sebrae e Senai.
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VITÓRIA MODA REÚNE MODA E NEGÓCIOS
PROGRAMA BENEFICIA CADEIA DE CONFECÇÕES Com a finalidade de beneficiar toda a cadeia produtiva do setor de confecções da Grande Vitória, é realizado o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF). O projeto foi elaborado após identificação da demanda por parte das empresas âncoras, que participaram da concepção do PQF. Cerca de 70% das participantes foram indicadas e outras 30% foram aceitas após um processo de seleção que incluiu consultoria e auditoria. Segundo o diretor do IEL-ES, José Vieira,o programa beneficia a cadeia como um todo,envolvendo âncoras e fornecedoras em suas ações. “Para as contratantes, o PQF amplia as opções de fornecedores com produtos de boa qualidade e garantia de entrega. Já as contratadas passam a ter uma otimização nos seus processos internos de gestão”, explica. O PQF é uma iniciativa do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Tinturaria e Estamparia do Espirito Santo (Sindutex), do Sindicato das Indústrias de Calçados do Espírito (Sindicalçados) e do Sindicato das Indústrias de Confecções do Espírito Santo (Sinconfec), por meio de parceria com Sebrae-ES e IEL-ES.
Para fomentar ainda mais um mercado que movimenta US$ 56,7 bilhões por ano e emprega mais de 1,6 milhão de pessoas no país, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) promoveu, entre 23 e 25 de julho, a 6ª edição do Vitória Moda, o maior evento do setor no Estado. O público pôde acompanhar as novidades da indústria de vestuário e tecidos, a partir de debates, palestras e desfiles de marcas capixabas. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, abriu o evento, que contou ainda com as presenças do superintendente do Sebrae, José Eugênio Vieira; do presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário, Paulo Vieira; e do secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, Nery De Rossi. Em 2013, o Vitória Moda apresentou muito mais que tendências. Levantou discussões a respeito de assuntos como inclusão, democratização e responsabilidade social, sempre com foco na indústria da moda capixaba e nacional. Com a adoção do tema “Diversidade”, a Findes, por meio da Câmara do Vestuário, abordou não apenas a moda como objeto de consumo, mas também todas as questões que a permeiam, em especial a economia criativa, além de valorizar as raízes culturais do Estado e sua multiplicidade paisagística, étnica, econômica, gastronômica e social.
SINDINFO QUER MAIS NEGÓCIOS COM SETOR METALMECÂNICO Com a meta de expandir os negócios fechados entre os setores capixabas de tecnologia da informação (TI) e metalmecânico, o Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo) promoveu o 2º Infoshow, evento realizado durante a Mec Show 2013, em julho. A iniciativa teve a finalidade de mostrar a experiência capixaba na gestão de projetos de outsourcing e soluções especialistas, buscando participação nos investimentos de infraestrutura previstos para o Estado, além de consolidar o relacionamento das empresas capixabas de TI com o setor metalmecânico, sejam clientes, fornecedores ou detentores de tecnologia. “Foi uma grande oportunidade para mostrar o valor da TI local como forma de compor os principais projetos de infraestrutura previstos para o Estado. Além de soluções e pacotes específicos para melhorar o desempenho das empresas do setor, o encontro também ofereceu serviços de engenharia de software”, frisou o presidente do Sindinfo, Benízio Lázaro. Hoje, cerca de 35% dos associados à instituição já realizam negócios com a atividade, mas o objetivo é ampliar esse número em 20%.
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Sustentável por Gustavo Costa
Marca Ambiental levou o prêmio na categoria Responsabilidade Social
Projetos sustentáveis são premiados na Findes Vencedores do Prêmio Findes de Meio Ambiente receberam troféus em coquetel realizado na sede da entidade
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stimular a conscientização para a integração dos aspectos relacionados ao cuidado com os recursos naturais,humanos e econômicos,reconhecendo trabalhos de destaque na implementação de melhorias significativas para o meio ambiente e a qualidade de vida; disseminar informações relativas a práticas e técnicas bem-sucedidas na gestão ambiental, valorização das pessoas e da qualidade de vida, por meio da adoção do princípio da responsabilidade social. Essas são metas do Prêmio Findes de Meio Ambiente, criado em 1997, e que conheceu no dia 14 de agosto os vencedores da edição 2013. O coquetel de entrega da premiação foi realizado no Salão da Indústria do Edifício Findes. O presidente emérito da Federação das Indústrias do Espírito Santo - Findes (gestão 1992-2000), José Bráulio Bassini, fez a abertura do evento, representando o presidente, Marcos Guerra. A premiação foi criada na gestão de Bassini,
com o nome de “Prêmio Consuma de Meio Ambiente”, em uma atitude inovadora para a época, com a Federação buscando promover a consciência ambiental e as práticas sustentáveis como base para todas as indústrias capixabas. O Conselho de Meio Ambiente (Consuma) da Findes foi instalado já no começo do primeiro mandato de Bassini. “A criação foi importante por conta das dificuldades que se tinha, na época, para a questão do licenciamento ambiental. Estabelecemos uma relação com as autoridades, o que possibilitou que diversas plantas industriais que estavam ‘emperradas’ sem licenciamento fossem liberadas, por meio de um convênio firmado entre o governo, Federação e Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Criamos um banco de consultores – professores da Ufes – que fizeram a análise de todos os projetos. E a Secretaria de Meio Ambiente liberava o
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Confira a lista dos vencedores do Prêmio Findes de Meio Ambiente: licenciamento. Isso aconteceu com o segundo alto-forno da ArcelorMittal Tubarão, com a Quarta Usina da Vale, com a Segunda Usina da Samarco, com a expansão da Fibria. Enfim, foi uma prestação de serviço extraordinária”, falou. Segundo Bassini, tem crescido bastante a conscientização dos empreendedores no que se refere à importância de um projeto sustentável. “Precisamos ver não só o crescimento da empresa, mas a qualidade de vida da sociedade”, frisou. Para a secretária de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Diane Rangel, o prêmio é fundamental, por demonstrar a importância da sustentabilidade para as empresas capixabas, que constroem novas formas de trabalhar. “Com sustentabilidade, se promove uma economia mais verde para o Espírito Santo. Inserir o componente sustentabilidade nas suas rotinas é uma questão de sobrevivência das empresas, por vários motivos. Primeiro, as razões de mercado; segundo, as razões econômicas; e finalmente, a empresa que pensa de forma sustentável idealiza um ciclo de produto em que você consegue reaproveitar, reutilizar, reduzir e remanejar recursos. A empresa maximiza os benefícios e minimiza os custos ambientais”, explicou ela. Segundo Wilmar Barbosa, diretor da Findes para Assuntos de Meio Ambiente e presidente do Consuma, o Conselho tem por meta determinar as características ambientais que envolvem todo o setor industrial, toda a regulamentação que rege esses procedimentos, e fazer os enquadramentos das empresas a essas necessidades para que se possa ter uma ligação entre o meio ambiente e a indústria. “O modelo com que trabalhamos é pioneiro. É a busca contínua da inovação na gestão ambiental para a gestão produtiva, fazendo um processo chamado de autossustentabilidade industrial. O processo produtivo que tem a sustentabilidade ambiental consegue ser um modelo inovador. É isso o que a indústria busca”, falou.
“Precisamos ver não só o crescimento da empresa, mas a qualidade de vida da sociedade” José Bráulio Bassini, presidente emérito da Findes
Resíduos Sólidos: AAMOL – Associação Ambiental Monte Líbano, com o “Projeto Argaamol – Qualidade e Sustentabilidade”. Qualidade do Ar: Vale, com o “Projeto de Implantação de Novos Sistemas de Controle de Emissão de Material Particulado no Complexo de Tubarão – Termo de Compromisso Ambiental – TCA”. Proteção de Recursos Hídricos: Estel, com o “Projeto Aproveitamento de Água Pluvial nas Instalações Prediais da Nova Sede da Estel”. Educação Ambiental: Fibria, com o “Programa de Formação Ambiental para Comunidades Escolares “Árvore do Saber”. Educação Ambiental – Menção Honrosa: Samarco, com o projeto “Educação Ambiental na Indústria de Mineração. Case: Samarco”. Responsabilidade Social: Marca Ambiental, com o “Programa Ciranda do Saber”. Relação com as Partes Interessadas: Heliomar Venâncio Arquitetura, com o projeto “Casa Popular Sustentável – Ecovillage Porto Canoa”. Relação com as Partes Interessadas – Menção Honrosa: Cesan, com o projeto “Se Liga na Rede”.
Vencedores Após os discursos, as empresas vencedoras do Prêmio Findes de Meio Ambiente receberam os troféus, assinados pela artista plástica Ana Paula Castro. A peça foi baseado no ipê, uma árvore robusta, que pode atingir 30 metros de altura. Para o diretor-executivo da Associação Ambiental Monte Líbano (Aamol), Fabrício de Athayde Rocha, o prêmio é uma bússola, indicando que as ações desenvolvidas pelas empresas são as mais acertadas. “Ter o nosso projeto Argaamol – Qualidade e Sustentabilidade reconhecido pelo Prêmio da Findes foi muito importante e mostra que estamos caminhando para a direção certa. Todos ficaram muito felizes com essa premiação, tanto a diretoria quanto os associados. São sete anos de experiência, sempre atuando com consciência no gerenciamento de resíduos e a premiação veio para reforçar nosso trabalho”, disse. Um dos premiados foi Heliomar Venâncio, arquiteto que fez o projeto do condomínio Ecovillage Porto Canoa, da construtora Ecovila. Vencedor na categoria “Relação com as Partes Interessadas”, a Heliomar Venâncio Setembro 2013 ▪ 308
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Sustentável
Premiação da Findes estimula e reconhece trabalhos de empresas que pensam de forma sustentável AAMOL
Estel
Samarco
Vale
Fibria
Venâncio Arquitetura
Cesan
Marca Ambiental
Arquitetura idealizou um condomínio de forma sustentável, com detalhes como ventilação cruzada, iluminação farta através de janelas maiores, e aquecedor solar para cada casa (resultando em economia energética). “São ações como essa da Findes que incentivam os trabalhos de quem pensa de forma sustentável, visando a um planeta melhor. Isso valoriza muito o nosso trabalho. Com incentivos como esse, nós pesquisamos mais, buscamos mais informações, colocamos em prática e colhemos os resultados. O próprio mercado depois nos procura para novos projetos. Ou seja, dá visibilidade, é uma alavanca de novos talentos. Quando fizemos o Ecovillage Porto Canoa, notamos o potencial sustentável. Fizemos o projeto com amor e descobrimos que poderíamos concorrer com o empreendimento ao Prêmio da Findes. E a conquista veio, para premiar o trabalho. Estou feliz e vou compartilhar com o pessoal que executou a obra”, disse Venâncio. Encerrando o evento, José Bráulio Bassini, Wilmar Barros Barbosa e a diretora regional do Senai-ES e superintendente do SesiES, Solange Siqueira, entregaram placas comemorativas em homenagem às entidades e pessoas que compuseram a Comissão Julgadora do Prêmio Findes de Meio Ambiente. Receberam as placas Isabela de Deus Cordeiro e Nícia Regina Sampaio, do Ministério Público do Estado do Espírito Santo; Fábio Márcio Bisi Zorzal, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes); Beatriz Câmara do Vale Pretti, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); Andressa Lemos Fernandes e Maria Terezinha de Alencar Lino, da Secretaria de Meio Ambiente de Vitória; Geovane Sartori e Flávia Karina Rangel de Godoi, do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema); e Iberê Sassi, da ONG Instituto Goiamum. Também foram produzidas placas em homenagem a Robson Sarmento (que não pôde estar presente no evento), por ter sido o presidente da Comissão Julgadora; e a Mauro Murad, por sua atuação no Conselho de Meio Ambiente da Findes.
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Indústria em Ação
Findes inaugura Escola Móvel em Governador Lindenberg
“A Escola Móvel e a Agência de Treinamento Municipal (ATM) são ações inovadoras do Sistema Findes, para oferecer com mais rapidez qualificação gratuita e de qualidade que podem diversificar e tornar mais atrativo o setor industrial capixaba” - Marcos Guerra, presidente da Findes
A unidade vai ofertar 172 novas vagas para qualificação gratuita em seis cursos diferentes
C
om o objetivo de promover a integração e a interiorização do desenvolvimento do Estado, proporcionando aos municípios do interior capacidade competitiva, emprego e renda, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), inaugurou a primeiraEscola Móvel da entidadeno município de Governador Lindenberg, no dia 30 de agosto. Segundo levantamento da Findes, entre as 200 maiores empresas do Estado, 178 estão localizadas no litoral e a demanda por mão de obra, que já era crescente, nos próximos anos será de 152,9 mil profissionais capacitados. O diagnóstico sustenta a necessidade de levar o desenvolvimento para o interior e formar mão de obra qualificada para alavancar o crescimento da indústria da região. O presidente da Federação, Marcos Guerra, destaca a importância da iniciativa para melhorar a competitividade da indústria no Estado. “Estamos trabalhando com foco na interiorização da indústria. Projetos como a Escola Móvel e a Agência de Treinamento Municipal(ATM) são ações inovadoras do Sistema Findes para oferecer, com mais rapidez, qualificação gratuita e de qualidade que pode diversificar e tornar mais atrativo o setor industrial capixaba”, afirmou. A ideia é levar às cidades que não possuem unidades do Sesi/Senai uma estrutura itinerante que ofereça à localidade todo o portfólio de cursos e produtos da Findes. A escola oferecerá várias opções de formação e capacitação profissional, conforme a demanda industrial do município e da região. A unidade é montada com módulos educacionais articuláveis, que formam salas de aulas e laboratórios. O projeto prevê que a unidade fique instalada até seis meses em cada município. Em Governador Lindenbergserão 172 novas vagas para qualificação gratuita em seis cursos diferentes A expectativa é de que no período aproximadamente 1.500 pessoas sejam atendidas e cerca de duas mil matrículas sejam efetuadas. 60
Escola Móvel Governador Lindenberg Curso
C.H.
Operador de Microcomputador
180
Mecânico de Motocicleta
320
Padeiro e Confeiteiro
320
Eletricista
120
Costureiro Industrial
220
Pedreiro e Alvenaria
220
Total de vagas
Turno
Vagas
Vespertino
14
Noturno
14
Vespertino
18
Noturno
18
Vespertino
18
Noturno
18
Vespertino
18
Noturno
18
Vespertino
18
Noturno
18
Noturno
18
172
Total de curso ofertados
6
Total de turmas ofertadas
10
“O Plano de Investimentos do Sistema Findes é de R$ 104 milhões até 2015. Deste total,R$ 83 milhões (82%) serão voltados para educação e qualificação. Cada local terá cursos específicos, de acordo com as potencialidades da região”, explica Marcos Guerra. Compareceram à inauguração o presidente da Findes, Marcos Guerra; o diretor da entidade em Colatina e região, Manoel Antônio Giacomim; o prefeito de Governador Lindemberg, Paulo Cezar Coradini, além de outras autoridades e lideranças da região.
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Findes apoia projeto de lei para aumentar competitividade Para a Federação das Indústrias, a regulamentação da terceirização de mão de obra trará eficiência e produtividade para o setor
A
Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) apoia e está se mobilizando, por meio do Conselho Temático das Relações do Trabalho (Consurt) e da coordenação do Conselho Superior de Assuntos Legislativos (Coal), pela aprovação no Congresso Nacional, do Projeto de Lei nº 4330/2004, que prevê a legalização e a regulamentação da terceirização de mão de obra. A matéria tramita na Câmara dos Deputados há nove anos e está em fase final de exame, devendo ainda ser debatida junto à Comissão Geral. Depois, será encaminhada para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em caráter terminativo. Se não houver recurso para ser votada em plenário, irá direto da CCJ para análise do Senado. Marcos Guerra, presidente da Findes, defende o projeto e se empenha na mobilização junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo ele, a ausência de regras claras sobre terceirização gera insegurança jurídica, torna o ambiente desfavorável aos negócios e reduz a competitividade. “Em agosto, fomos até Brasília e nos reunimos com os
“A ausência de regras claras sobre terceirização gera insegurança jurídica, torna o ambiente desfavorável aos negócios e reduz a competitividade” Marcos Guerra, presidente da Findes
deputados da CCJ, mostrando a necessidade, para a indústria, da aprovação deste projeto. A regulamentação da terceirização, além de contribuir com a geração de emprego e redução de custos, faz com que todos ganhem, tornando as indústrias mais competitivas e sustentáveis”, enfatiza Guerra. De acordo com Haroldo Massa, presidente do Consurt, a aprovação do PL nº 4330/2004 para a Findes e para todos os setores econômicos é de vital importância. “A terceirização é uma realidade mundial, que objetiva ganhos de especialidade, qualidade, eficiência, produtividade e competitividade. Tudo isso gera riqueza para o país, que, por sua vez, cria maiores oportunidades de emprego. Setores como construção civil, nanotecnologia, biotecnologia, naval, mecatrônica, hospitalidade, tecnologia da informação, entre outros, só serão mais eficientes, produtivos e competitivos com a terceirização de serviços especializados”, pontuou. O projeto estabelece que a terceirização de mão de obra será permitida em qualquer atividade das empresas, sejam atividades-meio ou atividades-fim. Atualmente, a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que rege a terceirização no Brasil, proíbe a contratação para atividades-fim das empresas, mas não define o que pode ser considerado fim ou meio. O projeto em discussão propõe que, em relação ao empregado terceirizado, a responsabilidade da empresa contratante seja, em regra, subsidiária, isto é: a empresa que contrata o serviço é acionada na Justiça do Trabalho somente quando a contratada não cumpre as obrigações trabalhistas e após ter respondido, previamente, na Justiça. Setembro 2013 ▪ 308
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Indicadores
Foto: Sagrillo
ÍNDICE DE CONFIANÇA (ICEI) Agosto de 2013 Confiança do industrial capixaba volta a crescer
O
Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) registrou uma alta de 3,7 pontos em agosto de 2013,em relação ao mês anterior,levando o ICEI do estado de volta à faixa superior a 50 pontos (52 pontos), sinalizando que o industrial capixaba está mais confiante, como nos meses anteriores.
Índice de Confiança do Empresário ICEI – Espírito Santo e Brasil Mar/13
Abr/13
Mai/13
Jun/13
Jul/13
Brasil
57,1
55,4
55,5
54,8
49,9
Espírito Santo
55,0
52,8
54,2
54,0
48,3
Fonte: Findes / Ideies / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC
O acréscimo foi motivado tanto pelo indicador de condições atuais, como pelo de expectativas, já que ambos avançaram. Na comparação com agosto de 2012, cujo indicador era de 59 pontos, o ICEI registrou uma queda de 7,0 pontos. O ICEI da indústria brasileira subiu 2,6 pontos em agosto, na comparação com o mês anterior e também ultrapassou a linha divisória de 50 pontos (52,5 pontos). Segundo a CNI, o crescimento do indicador é importante para a retomada da economia, mas ressalta que o nível de confiança dos industriais continua significativamente Tabela 1 baixo. Em relação a agosto de 2012, cujo índice era de 54,5 pontos, o ICEI decresceu 2,0 pontos. O ICEI do Brasil é composto pelas Ago/13 informações de Condições Gerais da Economia Brasileira e Condições Gerais da Empresa e 52,5 de Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O ICEI do Espírito 52,0 Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.
Percepção do Empresário Industrial - Condições Atuais O indicador de condições atuais, apurado com base na percepção dos empresários da indústria capixaba em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, apresentou crescimento em agosto de 2013, relativamente ao mês anterior (+4,0 pontos), porém permaneceu na faixa inferior 62
a 50 pontos (43,1 pontos). Todos os itens que compõem o indicador cresceram, mas se posicionaram abaixo da linha divisória de 50 pontos: condições da economia brasileira (+4,4 pontos), condições do Estado (+1,5 ponto) e condições da empresa (+4,4 pontos).
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Indicador de Condições Atuais
Tabela 2
ESPÍRITO SANTO Jul/13
Ago/13
Jul/13
Ago/13
39,1
43,1
41,1
43,7
Economia Brasileira
31,0
35,4
34,1
37,2
Estado
34,9
36,4
-
-
Empresa
41,9
46,3
44,7
47,0
Condições Atuais
As condições atuais da indústria nacional estão um pouco melhores em agosto, já que o indicador cresceu 2,6 pontos, porém continuou abaixo da linha divisória de 50 pontos (43,7 pontos). O crescimento foi influenciado tanto pelo item “condições da economia brasileira” (+3,1 pontos) como pelo item “condições atuais da empresa” (+2,3 pontos). Ambos se situaram abaixo da linha divisória de 50 pontos.
BRASIL
Com relação à:
Fonte: Findes / Ideies / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC
Percepção do Empresário Industrial Expectativa para os próximos seis meses Os empresários da indústria capixaba estão mais otimistas em relação aos próximos seis meses, pois o indicador de expectativas aumentou 2,4 pontos em agosto de 2013, quando comparado a julho, além do fato de ter se mantido acima da linha divisória de 50 pontos (56,4 pontos). Apesar de todos os itens que compõem esse indicador terem crescido, somente o que se refere à “empresa” está situado acima da linha divisória de 50 pontos (60,1 pontos), ou seja, os empresários ainda não estão otimistas em relação à “economia brasileira” (47,5 pontos) e ao “Estado” (49,3 pontos). Os acréscimos no mês foram: em relação à economia brasileira (+2,9 pontos), ao Estado (+1,4 ponto) e à empresa (+2,2 pontos). O indicador de expectativas da indústria brasileira também aumentou em agosto de 2013, frente ao mês anterior (+2,5 pontos) e permaneceu acima da linha divisória de 50 pontos (56,9 pontos). Cresceram os itens “com relação à economia brasileira” (+2,9 pontos) e “com relação à empresa”
Indicador de Expectativa para os próximos seis meses
Tabela 3
ESPÍRITO SANTO
BRASIL
Jul/13
Ago/13
Jul/13
Ago/13
54,0
56,4
54,4
56,9
Economia Brasileira
44,6
47,5
46,8
49,7
Estado
47,9
49,3
-
-
Empresa
57,9
60,1
58,2
60,5
Condições Atuais Com relação à:
Fonte: Findes / Ideies / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC
(+2,3 pontos), entretanto somente o último se manteve na faixa superior a 50 pontos.
Notas • O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. • A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 101 empresas capixabas (25 pequenas, 54 médias e 22 de grande porte). Dessas, 25 empresas pertencem à indústria da construção.
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Fatos em Fotos Findes celebra 55 anos A Findes completa em 2013 uma trajetória de 55 anos. Uma grande campanha publicitária apresentou o papel da entidade e seus 31 sindicatos, mas o destaque das comemorações foi mesmo a entrega das medalhas de Mérito Industrial, Mérito Empreendedor e Mérito Sindical a empresários. Na ocasião, foi lançado o livro “Associativismo para uma Indústria Forte: A história dos sindicatos industriais do Espírito Santo”, resgatando a trajetória dos sindicatos associados à Findes. 1 - O presidente da Findes, Marcos Guerra e o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, entre todos os presidentes de sindicatos filiados à Findes 2 - Robson Braga de Andrade, grande homenageado da noite, entre o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery De Rossi, e Marcos Guerra 3 - O presidente da Findes junto aos homenageados com a Medalha de Mérito Empreendedor da Indústria, Ada Mota, Elder Marim e Egídio Malanquini 4 - Marcos Guerra e os homenageados com a Medalha de Mérito Sindical, João Depizzol, Dam Pessotti e Wilmar Barroso Filho 5 - Marcos Guerra e Rafael Carpanedo Fiorio, diretor regional dos Correios no Espírito Santo, lançaram o selo comemorativo dos 55 anos da Findes 6 - Robson Braga de Andrade entre os presidentes das Federações do Rio Grande do Norte, Amaro Lima; de Santa Catarina, Glauco Corte; de Goiás, Pedro Alves; e de MInas Gerais, Olavo Machado 7 - Flavio Bertollo e a esposa, Jane 8 - O diretor Ricardo Barbosa 9 - José Bráulio Bassini e a esposa, Marlene
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Design Móveis Assinados na Casa Cor 2013 A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) apresentou a exposição Design Móveis Assinados na Casa Cor 2013, que exibiu 17 peças de mobiliário que integraram a coleção do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque. O evento foi realizado entre 7 de agosto e 17 de setembro, no Boulevard Shopping Vila Velha. 1 - Dezessete peças ícones do design mundial fizeram parte da exposição em comemoração aos 55 anos da Findes 2 - Luís Carlos de Souza Vieira, Fernando Kunsch, o jornalista Eustáquio Palhares e o vice-presidente da CNI, Lucas Izoton 3 - Fábio Dias e o diretor-técnico do Sebrae, Benildo Denadai 4 - Solange Siqueira com o vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta 5 - O presidente Marcos Guerra e a realizadora da Casa Cor ES, Rita Rocio Tristão 6 - José Elcio Lorenzon, Manoel Antonio Giacomin, Cezar Villa de Mello e Luiz Rigoni 7 - A exposição apresentou um cadeira de balanço Gebruder Thonet, de 1860 8 - Aristóteles Passos Costa Neto e a esposa, Neuza 9 - Neviton Gasparini e Fabio Alves do Espírito Santo 10 - Marcos Guerra e Raphael Cassaro 11 - Peças do Senai na Casa Cor mostraram que resíduos industriais podem se transformar em móveis sustentáveis
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Caso de Sucesso Entrevista
“Nossas ferramentas são de alta qualidade, o que sempre foi o fundamento de toda a produção. Esse foi o ponto principal para ganharmos mercado nessa área” Carlos Alberto Prest, proprietário da LP
LP Ferramentas: marca capixaba é sinônimo de tradição e qualidade A fábrica de ferramentas agrícolas, que hoje está presente em 11 estados brasileiros, quer aumentar a produção em 60% e ampliar as cidades atendidas nos próximos dois anos
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om 110 anos de fundação e presente em 11 estados brasileiros, a fábrica de ferramentas LP, com sede no distrito de Araguaia, em Marechal Floriano, é especializada na produção de itens agrícolas. A marca capixaba é garantia de tradição e qualidade. “Em Rondônia, a nossa marca virou sinônimo de nome de ferramenta agrícola. Quando alguém vai comprar uma foice, pede uma LP, não pede a foice”, diz o empresário Carlos Alberto Prest, 67 anos, já da terceira geração da família que administra a empresa. Centenário, o negócio foi criado por seu avô, Luiz Prest (daí as iniciais LP), que veio da Itália na segunda metade do século XIX, com apenas nove anos de idade. Tempos depois, ele conheceu Aurélio Mainardi, que era dono de uma pequena fábrica de ferraduras e de reforma de ferramentas em Matilde, Alfredo Chaves. Luiz foi contratado para trabalhar nessa fabriqueta, fundada em 1900. Em 1903, tornou-se sócio da empresa e, em 1917, comprou a parte de Aurélio. Em 1918, a fábrica passou a funcionar em uma fazenda em Araguaia, onde havia uma queda d’água que facilitava o trabalho manual. Anos depois, por volta de 1937, com a chegada da ferrovia, e mais tarde com a disseminação do automóvel, o número de cavalos foi diminuindo e a fabricação de ferraduras foi reduzida. Foi aí que se iniciou a produção de ferramentas agrícolas, como enxadas, machados e facas, mas sobretudo foices.
Em busca de novos mercados, a empresa se mudou para Colatina, no noroeste do Espírito Santo, onde permaneceu até 1943. Lá a organização ficou a cargo de Luiz Prest. “Nesse período, o meu pai, Ferdinando Prest, continuou em Araguaia, para não perder o mercado local. Ele ficou na direção da empresa até 1978, quando se aposentou e passou o comando para mim”, recorda Carlos Alberto, que já começa a passar para os seus quatro filhos homens a responsabilidade de ficar à frente dos negócios, cabendo ao mais velho a administração. Só a filha caçula não trabalha na empresa. A fábrica produz hoje 1.300 ferramentas por dia e conta com mais de 60 itens diferentes no seu portfólio de produtos. Parte da produção, de 11 etapas, é mecanizada, mas todo o acabamento é feito manualmente, peça a peça. “Isso faz com que tenhamos ferramentas de alta qualidade, o que sempre foi o fundamento de toda a produção, desde o tempo de meu avô. Para ele, não existia produto de segunda. Só de primeira. Esse foi o ponto principal para ganharmos mercado nessa área. Com isso, a vida útil de nossas ferramentas é muito superior à média”, explica o empresário. Para os próximos dois anos, a meta é aumentar a produção em 60% e ampliar as cidades brasileiras atendidas pelas vendas. Segundo Prest, se a expectativa for bem-sucedida, a fábrica abrirá mais 12 vagas de emprego na área de produção. Hoje, a LP atua com 75 funcionários, sendo 55 da área de produção e 20 em outras áreas.
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Cursos e Cia
Senai: celeiro de bons profissionais O Senai-ES se tornou referência na hora de contratar sendo um suporte para o empresário que busca profissional capacitado e qualificado
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ão faltavam antigamente no mercado profissionais do ramo da construção civil. Porém, com o aumento de demanda, essa oferta tem sido menor do que a necessária. Em busca de um profissional qualificado, que atendesse ao perfil almejado por sua empresa, o engenheiro César de Oliveira, da Arpa Construtora, foi até uma unidade do Senai-ES obter informações sobre os cursos de formação técnica para essa área. Contratou um aluno e acompanhou criteriosamente seu desempenho. Verificou que ele se destacava, e isso o fez priorizar a contratação de técnicos formados na instituição. “Conheço o Senai há anos, pois é uma entidade nacionalmente conhecida. Em contato com um colega que também atua na construção civil, fui informado de que o Senai de Vila Velha preparava mão de obra qualificada para atuar no setor. Busquei informações e fiquei sabendo do resultado obtido na prova nacional de conhecimento para escolas com o curso de Edificações. Fiz questão de conhecer a infraestrutura da escola e concluí que possibilitava a formação de bons profissionais”, explicou o engenheiro. “Fiz questão de conhecer a infraestrutura da escola e concluí que possibilitava a formação de bons profissionais” César de Oliveira, da Arpa Construtora
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Programação de Cursos IEL Vitória Curso
Período
Desenvolvimento de Equipe de Atendimento
07 e 08/10/2013
Desenvolvendo as Habilidades do Supervisor como Líder de Pessoas
07 a 10/10/2013
Administração de Pessoal e Rotinas Trabalhistas
07 a 11/10/2013
Interpretação da NBR ISO 14001:2004
14 a 17/10/2013
Organização de Almoxarifado
14 a 17/10/2013
Programa de Imersão em Finanças
14 a 18/10/2013
Técnicas Modernas de Compras
15 a 18/10/2013
Folha de Pagamento – Nova Forma de Processamento Através do E-Social
17/10/2013
Excelência em Vendas
21 a 24/10/2013
Técnicas de Apresentação e Oratória
21 a 25/10/2013
Marketing: Relacionamento e Serviços
28 a 31/10/2013
Gestão da Qualidade Técnicas de Elaboração de Documentos e Procedimentos Operacionais
28 a 31/10/2013
Competências Essenciais para Líderes Atuais
28 a 31/10/2013
Indústria Capixaba – Findes
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Programação de Cursos Senai Vila Velha
Programação de Cursos Senai Serra Curso
Período
Curso
Período
Operador de movimentação e armazenagem de cargas
28/09/2013 a 09/11/2013
Comandos Elétricos Industriais
28/09/2013 a 25/01/2014
Soldador no processo TIG em aço
30/09/2013 a 20/12/2013
Leitura e interpretação de projetos de edificações
28/09/2013 a 21/12/2013
Mecânico de Refrigeração
30/09/2013 a 29/11/2013
30/09/2013 a 03/10/2013
Eletricista Instalador Predial
30/09/2013 a 09/12/2013
NR-10 Segurança para Eletricista (Reciclagem)
Mecânico de Man. em Máq. Industriais
30/09/2013 a 06/11/2013
Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão
05/10/2013 a 15/03/2014
Hidráulica e Pneumática
30/09/2013 a 25/10/2013
Auxiliar de Recursos Humanos
05/10/2013 a 15/03/2014
Preparatório para o Cequal de Mecânica
30/09/2013 a 06/12/2013
NR-10 Segurança para Eletricista
19/10/2013 a 30/11/2013
A Arpa Construtora, que está no mercado desde 2002, iniciou suas atividades com apenas uma pessoa além do dono. Após um ano em operação, contratou seu segundo funcionário. Hoje, a empresa possui em seus quadros 600 colaboradores diretos e 200 terceirizados. Sempre que necessário, busca no Senai os profissionais de que necessita. “Quando contrato um profissional bem qualificado, estou fazendo um investimento na qualidade de minha obra e evitando desperdícios em meu canteiro”, relatou. César esclarece que sempre que é preciso, faz contato com o setor de Pedagogia do Senai, que tem sido um facilitador na hora de indicar um aluno capacitado para a contratação de técnicos e estagiários. “O atendimento é de bastante cordialidade e profissionalismo. Sinto-me acolhido por
toda a equipe do Senai. Recebo em troca informações da formação profissional de qualidade, na visão da escola. Essa interação tem dado certo”, afirmou. Com o apoio do Senai, a Arpa Construtora já contratou quatro colaboradores. Leonardo Pizzol Falqueto, técnico em Edificações, entrou na empresa por meio de seleção na própria escola do Senai. “Me candidatei e passei na seleção. Me formei no fim do ano passado e já conquistei um emprego. Hoje ocupo uma posição de chefe e tenho meu próprio estagiário, que também é do Senai. Isso tudo só foi possível porque tenho aplicado todo o conhecimento que adquiri na instituição no meu dia a dia na empresa. Com essa mesma base, a empresa também contratou outros profissionais”.
Informações e inscrições: E difício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br
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ARTIGO
Liderança criativa: a ética da liderança
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odo líder é (ou deveria ser) um criador: alguém capaz de trazer à existência objetivos, projetos e produtos. Ter a capacidade de criar novas realidades nos empreendimentos coletivos, nas relações interpessoais em sua equipe e no desabrochar das potencialidades de seus colaboradores. Pensar em liderança criativa, portanto, não pode se limitar à originalidade e inovação, ou ao emprego da imaginação e intuição – por fundamentais que sejam estes atributos. Ela almeja a capacidade criadora, aquela que permite ao líder estabelecer um legado, algo que transcenda o cumprimento de metas e atribuições no âmbito de uma empresa. Trata-se de deixar a sua marca no mundo, tornando melhor a vida da coletividade. Talvez seja esse o sentido da impactante frase atribuída ao guerreiro escocês William Wallace (1272 – 1305): “Todos os homens morrem, mas nem todos chegam a viver”. Aqueles cujas vidas se restringem a seus próprios interesses ou se contentam meramente em realizar suas obrigações ainda não começaram a viver. A riqueza, profundidade e magnitude da vida só se revelam àqueles que descobrem e vivenciam a multidimensionalidade da natureza humana. Se eu cuido apenas de meu corpo, mente e recursos materiais, ainda
estou distante da plenitude. À primeira vista, isso poderia ser interpretado como um assunto estritamente pessoal, mas o fato é que se eu não consigo me enxergar por inteiro, também não conseguirei perceber a complexidade de meus parceiros de trabalho e colaboradores. Essa visão incompleta ou distorcida da natureza humana está na raiz de inúmeros problemas enfrentados nas empresas. O colaborador, seja ele gerente ou maquinista, é antes de mais nada, um ser humano. Como tal, ele ama, sonha, teme, muda, e busca sentido para a sua existência. Um líder que compreende essa realidade e permanece atento às múltiplas dimensões de seu próprio ser poderá fazer o mesmo em suas relações com os colaboradores. No ambiente de trabalho, quando as pessoas são reconhecidas e respeitadas em sua inteireza, uma nova realidade emerge. Colaboradores deixam de ser meras peças de uma engrenagem, substituíveis ao primeiro sinal de defeito. Deixam de ser objeto de treinamentos cuja premissa é o seu adestramento para exibirem comportamentos determinados. A capacidade criadora é desenvolvida na medida em que o líder compreende a multidimensionalidade da natureza humana, compromete-se com o bem-estar coletivo e demonstra o mais elevado padrão ético em suas práticas e interações. Estamos falando de uma ética que nasce de um profundo e sincero compromisso com o universo, a vida, o todo, o outro e consigo mesmo. Compromisso com o que é verdadeiro, justo, belo e correto para todos. Uma ética que é a antítese daquelas tentativas de mascarar o que é falso, injusto, feio e errado com uma camada superficial de tinta destinada a manter aparências. Quando alcança esse patamar, a liderança torna-se capaz de transformar vidas e estabelecer um legado, contribuindo para a mais radical das inovações: um mundo justo e equilibrado. Feizi M. Milani é professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), doutor em Saúde Pública, escritor e conferencista internacional. Blog: www.feizimilani.blogspot.com E-mail: feizi.milani@gmail.com
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Indústria Capixaba – Findes
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