Revista Indústria Capixaba n° 326

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Jan/Fev 2017 • Distribuição gratuita • nº 326 • IMPRESSO

Entrevista Márcio Félix: o cenário para a área de petróleo Especial Educação profissional: mapa traz as profissões em alta no setor

Indústria Alternativas de financiamento para a atividade

É hora de subir Pesquisa mostra: 2017 pode marcar o início da recuperação econômica

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Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani Vice-presidentes: Aristóteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto 1º diretor administrativo: José Augusto Rocha 2º diretor administrativo: Sérgio Rodrigues da Costa 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Flavio Sergio Andrade Bertollo Diretores: Almir José Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, Jose Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, Ortêmio Locatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Silésio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi Conselho Fiscal Titulares: Bruno Moreira Balarini, Ednilson Caniçali, José Angelo Mendes Rambalducci Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Fábio Tadeu Zanetti Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani Suplentes: Lucas Izoton Vieira, Leonardo Souza Rogerio de Castro Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Goggi Serviço Social da Indústria – Sesi Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alcimar das Candeias da Silva Suplente: aguardando nome Representante do Governo: Orlando Bolsanelo Caliman Representantes das atividades industriais Titulares: Sebastião Constantino Dadalto, Houberdam Pessotti, Jose Carlos Bergamin, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular Suplentes: Sergio Rodrigues da Costa, Gibson Barcelos Reggiani, Eduardo Dalla Mura do Carmo, Luiz Carlos Azevedo de Almeida Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Luiz Alberto de Carvalho Suplente: Lauro Queiroz Rabelo Superintendente: Luis Carlos de Souza Vieira Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Rogério Pereira dos Santos, Neviton Helmer Gasparini, Manoel de Souza Pimenta Neto Suplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Wilmar Barros Barbosa, Luciano Raizer Moura, Pablo José Miclos Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alcimar das Candeias da Silva Suplente: aguardando nome Representante do Ministério da Educação Titular: aguardando indicação do MEC Suplente: Ronaldo Neves Cruz Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Vandercy Soares Neto Suplente: aguardando indicação da UGT Diretor regional: Luis Carlos de Souza Vieira

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Centro da Indústria no Espírito Santo – Cindes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani 2º vice-presidente: Aristóteles Passos Costa Neto 3º vice-presidente: Houberdam Pessotti Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Edmar Lorencini dos Anjos, Altamir Alves Martins, Rogério Pereira dos Santos, Zilma Bauer Gomes, Alejandro Duenas, Ana Paula Tongo da Silva, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Bruno do Espírito Santo Brunoro, Celso Siqueira Júnior, Eduarda Buaiz, Gervásio Andreão Júnior, Helio de Oliveira Dórea, Julio Cesar dos Reis Vasconcelos, Raphael Cassaro Machado Conselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Helcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos Guerra Conselho Fiscal: Joaquim da Silva Maia, Gilber Ney Lorenzoni, Hudson Temporim Moreira, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Marcondes Caldeira, Sante Dassie Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies Presidente do Conselho Técnico do Ideies: Marcos Guerra Membro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egidio Malanquini Membro representante do setor industrial: Benízio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES: Luis Carlos de Souza Vieira Membro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam Pessotti Representante da comunidade científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Instituto Euvaldo Lodi – IEL Diretor-regional: Marcos Guerra Conselheiros: Luis Carlos de Souza Vieira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, José Bráulio Bassini Diretor da Findes para Assuntos do IEL: Aristóteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal: Egidio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Loreto Zanotto e Rogério Pereira dos Santos Superintendente: Fabio Ribeiro Dias Instituto Rota Imperial – IRI Diretor-geral: Marcos Guerra Diretores: Adenilson Alves da Cruz, Benízio Lázaro, Jose Carlos Bergamin, Edmar Lorencini dos Anjos Conselho Deliberativo Titulares: Marcos Guerra, Baques Vladimir Carvalho Sanna, Celso Siqueira Júnior, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, José Augusto Rocha, Tharcicio Pedro Botti Suplentes: Maely Guilherme Botelho Coelho, Eustáquio Palhares, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Gervásio Andreão Junior, Henrique Angelo Denicoli, Elias Cavalho Soares Membros natos: Aristóteles Passos Costa Neto, Ernesto Mosaner Júnior, Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro Titulares: Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos Suplentes: Cristhine Samorini, Levi Tesch, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Tullio Samorini, Valter Braun, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo Zandonadi, Agrotures - Associação de Agroturismo do Estado do Espírito Santo Conselho Fiscal Efetivos: Egidio Malaquini, Sergio Brambilla, Altamir Alves Martins Suplentes: Antonio Tavares Azevedo de Brito, Mariluce Polido Dias, Raphael Cassaro Condomínio do Edifício Findes (Conef) Presidente do conselho: Marcelo Ferraz Goggi

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Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador geral: Gibson Barcelos Reggiani Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Claudio José Rezende Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam Pessotti Câmara Setorial das Indústrias de Mineração Presidente: aguardando posse Câmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da Indústria do Vestuário Presidente: Jose Carlos Bergamin Conselhos Temáticos Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Paulo Alfonso Menegueli Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcílio Rodrigues Machado Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna Mameri Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Flavio Sergio Andrade Bertollo Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Franco Machado Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Jefferson Cabral Conselho Temático de Educação (Conedu) Presidente: Luciano Raizer Moura Conselho Temático de Energia (Conerg) Presidente: Nélio Rodrigues Borges Conselho Temático de Economia Criativa (Conect) Presidente: José Carlos Bergamin Diretorias e Núcleos Regionais Diretoria da Findes em Anchieta e região Vice-presidente institucional da Findes: Antonio Prando Diretoria da Findes em Aracruz e região Vice-presidente institucional da Findes: João Baptista Depizzol Neto Núcleo da Findes em Barra de São Francisco e região Vice-presidente institucional da Findes: não definido Diretoria da Findes em Cariacica e Viana Vice-presidente institucional da Findes: Rogério Pereira dos Santos Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Vice-presidente institucional da Findes: Áureo Vianna Mameri Diretoria da Findes em Colatina e região Vice-presidente institucional da Findes: Manoel Antonio Giacomin Núcleo da Findes em Guaçuí e região: Vice-presidente institucional da Findes: Bruno Moreira Balarini Diretoria da Findes em Linhares e região Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Vice-presidente institucional da Findes: José Carnieli Núcleo da Findes em Santa Maria de Jetibá e região Vice-presidente institucional da Findes: Estevério Sebastião Colango Núcleo da Findes em São Mateus e região

Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Diretoria da Findes na Serra Vice-presidente institucional da Findes: José Carlos Zanotelli Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Vice-presidente institucional da Findes: Sérgio Brambilla Diretoria da Findes em Vila Velha Vice-presidente institucional da Findes: Vladimir Rossi Diretoria da Findes em Vitória Vice-presidente institucional da Findes: não definido Diretores para Assuntos Específicos e das entidades Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egidio Malanquini Diretor para Assuntos Tributários: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Eugênio José Faria da Fonseca Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Paulo Roberto Almeida Vieira Diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais: Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona Diretor para Assuntos de Relações Internacionais: Rodrigo da Costa Fonseca Diretor para Assuntos do IEL: Aristóteles Passos Costa Neto Diretor para Assuntos do Ideies/CAS: Egidio Malanquini Diretor para Assuntos do Cindes: Aristóteles Passos Costa Neto Diretor para Assuntos do IRI: Elias Carvalho Soares Diretor para Assuntos do Sesi: José Carlos Bergamin Diretor para Assuntos do Senai: Benízio Lázaro Sindicatos da Findes e respectivos presidentes Sinduscon: Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona | Sindipães: Luiz Carlos Azevedo de Almeida Sincafé: Egidio Malanquini | Sindmadeira: Luiz Henrique Toniato Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: Maria Angela Demoner Colnago Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Sindibebidas: Sérgio Rodrigues da Costa | Sindicalçados: José Augusto Rocha Sindifer: Lúcio Dalla Bernardina |Sinprocim: Raphael Cássaro Machado Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Evaldo Mario Lievore Sindirepa: Eduardo Dalla Mura do Camo | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Tales Pena Machado | Sincongel: Vladimir Rossi Sinvesco: Fábio Tadeu Zanetti | Sindimol: Alvino Pessoti Sandis Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Levi Tesch Sindiquímicos: Jose Carlos Zanotelli | Sindiolarias: Ednilson Caniçali Sindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: Glaucio Antunes de Paula Sindiplast: Gilmar Guanandy Régio | Sindibores: Valkineria Cristina Meirelles Bussular Sinvel: Ricardo Zupeli de Paulo | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini Sindirecicle-ES: Romário José Correa de Araújo Sindilates: Claudio José Rezende Sindipesca: Mauro Lúcio Peçanha de Almeida | Sindividros: Arisson Rodrigues Ferreira Sindicigi: Fernando Otávio Campos da Silva | Sinaes: Carlos Magno Correa Santos Sindijoias: Marco Aurélio Endlich Ribeiro | Sindifabra: José Waldyr Machado Vasconcelos Júnior | Sinerges: Fabrício Cardoso Freitas 2017 • 326

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Nesta Edição

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Cenário Pesquisa do Ideies que traz o olhar do empresariado capixaba mostra pessimismo do setor em indicadores como emprego, produção e crescimento econômico. Cenário só deve começar a melhorar no fim de 2017, segundo as previsões. Sinais de que o pior momento da crise já passou ainda não chegaram ao mercado. Apesar do prognóstico, é hora de avançar.

ENTREVISTA

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Secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, Márcio Félix é um profundo conhecedor da realidade da indústria capixaba. Ex-secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo nos governos Casagrande e Hartung, ele aponta que, quanto às oportunidades de negócios e parceirias na área, o Estado é uma das mais importantes referências nacionais, com experiência que pode fortalecer o segmento.

Especial O Mapa do Trabalho Industrial aponta que o Brasil terá que formar 13 milhões de profissionais para o setor nos níveis de qualificação, técnico e superior até 2020. O estudo inédito promovido pelo Senai também indica que, das 10 funções a serem mais demandadas, sete estão em segmentos de interesse direto do Espírito Santo, como construção, metalmecânica, alimentos e bebidas, e vestuário e calçados.

Indústria 30 As duas faces do crédito bancário. A adoção de uma determinada linha de financiamento pode significar novo fôlego para os negócios, mas se a escolha for desastrosa, a injeção de recurso extra é capaz de comprometer o futuro do empreendimento. Por isso, é preciso que o industrial esteja bem assessorado e informado na hora de fechar contrato. Confira as opções para cada realidade corporativa.

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Sustentável 36 Seminário “Capitalismo sustentável: como isso pode ajudar o meu negócio”, realizado pelo Sesi e pelo Cores, discutiu as mudanças de paradigma no consumo e na produção. Esse modo de atuação já vem sendo adotado pelos empresários para diminuir seus custos operacionais e, principalmente, para atender às expectativas consumidor final, cada vez mais exigente quando se fala em preservação ambiental.

Edição nº 326 Jan/Fev 2017

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Sustentável

Fucape Business School inova e lança seu Estacionamento Verde, com placas fotovoltaicas que suprem praticamente toda a necessidade energética da instituição. O objetivo é operar com 100% com energia verde, proposta incluída no projeto Fucape 120% Sustentável, cujos pilares envolvem mudança de postura da comunidade acadêmica, uso de energia limpa e retorno para a sociedade.

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Gestão Investimentos em saúde e segurança nas empresas levam a benefícios que garantem mais qualidade de vida para os colaboradores e menor tributação para os negócios. Levantamento realizado pelo professor José Pastore indica que, todos os anos, os acidentes de trabalho custam para os empreendimentos brasileiros cerca de R$ 41 bilhões, considerando os segurados e não segurados.

Conselho Editorial – Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani, Sebastião Constantino Dadalto, Aristóteles Passos Costa Neto, Luis Carlos de Souza Vieira, Elcio Alves, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Jose Carlos Bergamin, Egidio Malanquini, Benízio Lázaro, Eugênio José Faria da Fonseca, Annelise Lima, Fabio Ribeiro Dias, Antonio Fernando Doria Porto, Marcelo Ferraz Goggi, Cintia Dias e Breno Arêas. Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES) Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Fernanda Neves, Milan Salviato, Natália Magalhães e Rafael Porto Gerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas

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Produção Editorial

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de produção: Cláudia Luzes Editoração: Michel Sabarense Apoio: Mara Cimero Copidesque: Márcia Rodrigues Textos: Ana Lucia Ayub, Andrea Nunes, Fernanda Zandonadi, Gustavo Costa, Nádia Baptista, Roberto Teixeira, e Thiago Lourenço Fotografia: Jackson Gonçalves, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial Depto. Comercial: 27 2123.6530– comercial@nxte.com.br

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editorial

Deixando o fundo do poço

O

ano de 2016 caminha para o fim e ficará marcado como um dos períodos mais decisivos da história do nosso país. Com importantes mudanças econômicas e políticas, os últimos 12 meses trouxeram desafios, expectativas, frustrações e esperanças para os brasileiros. Embora não tenhamos superado a crise que deixou 12 milhões de trabalhadores desempregados, demos os primeiros passos na direção de reformas essenciais para o crescimento. Ainda há muito a realizar e velhos empecilhos burocráticos a superar, mas os ventos da mudança permitem acreditar que já não estamos mais no fundo do poço. A produção física da indústria capixaba sofreu a pior queda do país no acumulado do ano, sob influência da paralisação da Samarco. Além da indústria extrativa, outros setores tradicionais – como transformação, minerais não metálicos e celulose – sentiram os efeitos da turbulência e perderam ritmo diante das incertezas do mercado internacional e da crise de confiança que o Brasil enfrenta. Contudo, se o período causou um ajuste forçado em nossas indústrias, nos permitiu também otimizar estoques e revisar planejamentos. Sabemos que a retomada não será tão vertiginosa quanto a queda que nos trouxe até aqui. Analistas do mercado financeiro são unânimes em apontar crescimento abaixo de 1% para o PIB nacional, com produção física tímida e mais um ano de obstáculos no país. Para criar um termômetro da indústria capixaba e saber o que pensam nossos industriais, elaboramos uma pesquisa por meio do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). Ouvindo lideranças dos diferentes setores, mapeamos expectativas e perspectivas para 2017, com ampla análise nas páginas a seguir. Ainda que o material não aponte uma guinada repentina, acreditamos que o Espírito Santo tem potencial para ser um exemplo de superação. Não se trata de otimismo cego, mas de análise concreta de nossas vantagens: vocação para o mercado externo; contas públicas ajustadas; políticas de incentivo ao desenvolvimento; segurança jurídica; indústria forte; e novas plantas industriais em operação. Na medida em que nossos produtos ganharem mais conteúdo tecnológico e diferencial competitivo, a indústria capixaba ampliará sua participação nas cadeias globais de valor, estabelecendo um novo ciclo de crescimento. A indústria criativa, outra janela de oportunidades que se abre para o setor produtivo capixaba, é tema de profunda

análise nesta edição, com base em novo estudo elaborado pelo Ideies. Apontamos o crescimento das indústrias ligadas à área, mostrando sua força na economia. Outra novidade anunciada nesta publicação é o lançamento do Passaporte Industrial, iniciativa da Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção da Findes. A ferramenta inédita no país vai desburocratizar a contratação de profissionais com a criação de um banco de dados sobre cursos, exames e treinamentos. Nesta edição, listamos também algumas das obras entregues no maior plano de investimentos da história do Sistema Findes. Modernizamos laboratórios das unidades da Grande Vitória e do interior, equipando-as com o que há de melhor na indústria. Investindo prioritariamente em educação, com reformas, ampliações e construção de novos Centros Integrados, fizemos um ano de entregas – e outras serão realizadas em 2017. Formando profissionais capazes de inovar no ambiente de trabalho e contribuir para o crescimento da indústria, preparamos as bases para o futuro, apostando em um Espírito Santo melhor para nossa gente, com uma indústria forte e oportunidades para todos. Boa leitura!

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

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ES Brasil Retrospectiva 2016: a edição histórica! Política, economia e os fatos que marcaram 2016 E uma avaliação das perspectivas para 2017

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Apoio institucional:

Maio/Junho 2015 • 318

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Especial Cenário por Ana Lúcia Ayub

Recuperação da economia capixaba será lenta em 2017 Com a continuidade na queda do PIB, o aumento do desemprego e o alto endividamento das famílias e das empresas, indústrias veem melhora só no final de 2017

A

aprovação do impeachment da presidente Dilma Roussef, em agosto, trouxe calma e otimismo aos mercados. Após meses de incerteza, a confiança em relação ao futuro da economia aumentou, em sintonia com o arrefecimento da crise política. Mas, hoje, a percepção mudou. O ânimo dos agentes econômicos enfraqueceu-se, e a previsão de recuperação está sendo adiada. As expectativas de melhoria não estavam ancoradas no dia a dia da economia. As dificuldades que ainda travam a retomada efetiva da demanda devem continuar em 2017, tornando pouco provável que a saída da crise se torne uma realidade em curto prazo. É o que aponta a pesquisa sobre as perspectivas da economia e da indústria para 2017, realizada pelo Instituto de

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Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) com 79 empresários capixabas, no período de 22 de novembro a 2 de dezembro deste ano. O levantamento avaliou fatores do cenário econômico, como desemprego, PIB, inflação e produção industrial. Para 80% dos empresários industriais capixabas, a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) ficará no mesmo patamar ou aumentará de forma pouco significativa em relação a 2016, o que indica que a crise econômica deve continuar em 2017, já que de janeiro a setembro deste ano o PIB nacional registrou uma queda de 4% em relação ao mesmo período de 2015.

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“Não vamos recuperar os empregos perdidos, mas alguns setores terão uma melhor recuperação, como a indústria moveleira e as de alimentos, vestuário e calçados”- Marcos Guerra, presidente da Findes

levantamento, a maior redução no ano foi na indústria extrativa (-36%), devido à paralisação da produção de minério de ferro na Samarco, além da queda na produção de gás natural e do baixo crescimento na produção de petróleo. Esse segmento da indústria é o mais importante do Estado, representando cerca de 25% do PIB capixaba.

Desemprego ainda deve aumentar Os sinais de que o pior momento da crise ficou para trás também não chegaram ao mercado de trabalho. Segundo economistas, o desemprego deve continuar crescendo no país até meados do ano que vem, opinião compartilhada por 65,8% dos empresários capixabas entrevistados na pesquisa do Ideies, contra 34,2% que acreditam que o desemprego vai diminuir um pouco no próximo ano. Segundo registros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, o desemprego em outubro atingiu 11,8% no Brasil, com 12 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. No levantamento do Ideies, as perspectivas de aumento do desemprego ou permanência do cenário atual na indústria capixaba somam 70,9% das respostas dos empresários. Isso se explica porque o desemprego não tem dado trégua e continua crescendo no Espírito Santo, mesmo que em menor escala. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, de setembro de 2015 até o mesmo mês de 2016, cerca de 46 mil vagas de empregos formais foram fechadas no Espírito Santo. Somente em 2016, foram No Espírito Santo, a análise das estatísticas mais recentes do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) mostra uma redução generalizada das atividades econômicas do Estado.De janeiro a setembro, a queda no PIB capixaba foi de 13,8%, bem acima da nacional. E a previsão do instituto é de que o PIB feche o ano com uma baixa apenas um pouco menor, de 12% em relação a 2015. Os motivos para tamanha perda vão além da recessão econômica. A paralisação das atividades da Samarco, em Anchieta, e a pior seca vivida pelo Espírito Santo nos últimos 80 anos também são elencadas pelo IJSN para justificar os números ruins. Segundo o

Levando em conta o setor industrial do Espírito Santo em 2016, na sua opinião: o desemprego na indústria do Espírito Santo - em 2017 46,8% 5,1% Aumentará muito

29,1%

19,0% Aumentará um pouco

Ficará igual

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Especial Cenário

menos 26.646 vagas, que atingiram principalmente os setores de serviços, comércio e indústria da transformação, que, juntos, foram responsáveis por 83% das demissões. O último mês com contratações foi março do ano passado, quando foram criados 19,2 mil postos de trabalho. A alta taxa de desemprego, aliada à queda na renda, também desafia a chance de retomada na demanda. Com a produção industrial em baixa em 2016, os empresários do setor estão menos otimistas com a sua recuperação em 2017. Em relação ao Brasil, 51,9% dos empresários capixabas têm expectativas de que a produção da indústria possa melhorar um pouco no próximo ano e 32,9% acham que vai continuar no mesmo patamar. Quanto ao Espírito Santo, 44,3% dos empresários consultados acreditam que a situação pode melhorar um pouco e 39,2% consideram que a situação atual vai permanecer. O não funcionamento da Samarco desde o fim de 2015 foi fator determinante para as perdas da indústria capixaba durante o ano de 2016, de acordo com o diretor-executivo do Ideies, Doria Porto. “A produção industrial geral do Espírito Santo até outubro, em relação ao mesmo período de 2015, foi de -21,6%. Isso é consequência do recuo da indústria extrativa a partir da parada da Samarco. Até o final do ano, essa queda deve se manter mais ou menos no mesmo patamar (-21%). Já a indústria da transformação ao fim do ano deve empatar com 2015 (crescimento de 1,7%)”, afirmou. No Brasil, o declínio foi de -7,7% até outubro. Doria Porto disse que, diferentemente dos prognósticos divulgados no começo do ano, as expectativas para 2016 não se concretizaram. “Os industriais capixabas esperaram por algo que não aconteceu, e por isso as previsões de recuperação agora são mais cautelosas, com retomada do crescimento, de forma ainda bem lenta, a partir somente do 4º trimestre de 2017. Ou seja, se antes, a partir do impeachment da presidente Dilma, havia uma expectativa de pequena recuperação ainda em 2016, com uma retomada gradativa a partir do começo de 2017, esse panorama mudou para pior quando os empresários começaram a avaliar a continuidade na queda do PIB, o aumento do desemprego e o alto endividamento das famílias e das empresas”, explica Porto.

Nó na política e na economia Para o coordenador-geral das Câmaras Setoriais Industriais da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Gibson Reggiani, diante do tumultuado contexto político brasileiro atual, é difícil assegurar

Levando em conta o setor industrial do Espírito Santo em 2016, na sua opinião: a produção industrial do Espírito Santo – em 2017 44,3%

39,2%

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Fontes: Ideies

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Ficará igual

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que a economia vá reagir em 2017. “Os esforços que estão sendo desenvolvidos pela equipe econômica podem ser invalidados pela instabilidade política do atual governo. Infelizmente, o governo, que começou com alguma credibilidade popular, tem sido arrastado por sucessivos escândalos e vem perdendo a confiança do mercado. A primeira condicionante para a retomada do desenvolvimento é o resgate da sua credibilidade. Além disso, o país precisa de uma série de reformas para melhorar, a curto prazo, o desempenho da economia como um todo e, em particular, do setor industrial. A desburocratização e a conclusão da reforma fiscal podem acelerar a retomada, porém, têm que ser aprovadas pelo Congresso e aceitas pela população, para uma maior estabilidade política”, diz ele. Na avaliação de Reggiani, é difícil fazer projeções com o cenário atual. “Podemos seguir algumas diretrizes para uma maior produtividade e sobrevivência das empresas. A redução de custo será fator de competitividade e, como o cenário é de preços baixos, os custos deverão ser mínimos para suportá-los. Uma outra alternativa é buscar negócios com o mercado externo para voltar a aumentar a produção. Com a situação cambial atual, pode ser altamente rentável”, enfatizou. Os índices de expectativa dos empresários industriais também recuaram no país todo em novembro, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Os empresários, que estavam levemente otimistas com relação à demanda para os próximos seis meses, agora esperam manutenção da demanda por seus produtos”, afirma documento da entidade. “Tantos danos não são facilmente sanados. Não há como recuperar em um ano as perdas de dois anos de arrefecimento econômico. O Espírito Santo depende muito de grandes empresas de commodities, principalmente minerais, e encontrou na China um mercado que está comprando pouco, além do fechamento da Samarco, que comprometeu a produção. São grandes indústrias que têm um peso muito grande na economia do Estado”, disse o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

Dólar pode ajudar “O ano de 2017 será desafiador, porém, menos ruim que 2016. A indústria de um modo geral deve começar a se recuperar, inclusive com a abertura da Samarco no 2º trimestre. Não teremos de volta os empregos perdidos, mas alguns setores terão uma melhor recuperação, como a indústria moveleira e

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Avaliação da situação econômica (PIB)

PIB 2015 - 3,8%* PIB 2015 - 1,1%* PIB 2016 (até setembro) - 4%*

PIB 2016 (até setembro) - 13,8%*

“Uma alternativa é buscar negócios com o mercado externo para voltar a aumentar a produção. Com a situação cambial atual, pode ser altamente rentável” - Gibson Reggiani, coordenador das Câmaras Setoriais Industriais da Findes

Perspectivas dos Empresários Capixabas para 2017 Entre 80% e 83,5% acham que vai ficar no mesmo patamar ou aumentará um pouco em relação a 2016. *Em relação ao mesmo período do ano anterior Fontes: IBGE/IJSN/Ideies

as de alimentos, vestuário e calçados. Isso se deve à estabilização do dólar, que inibe a entrada de produtos importados, tornando-os menos competitivos no nosso mercado”, enfatiza Guerra. “O mercado internacional e os acordos bilaterais podem começar a avançar, tendo os ministros das Relações Exteriores, José Serra, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, à frente dessas pastas, em que podem contribuir de maneira significativa para a retomada do crescimento, mas precisamos de um presidente com maior credibilidade. O Japão e a China estão com apetite para voltar a investir no Brasil, mas isso depende muito de se restabelecer e resgatar a confiança no país”, explicou. Se a economia dá sinais de que pode começar a reagir em 2017, a hora pode ser propícia para investir no próprio negócio, porém reduzindo os custos e mantendo a empresa enxuta, orienta o presidente da Findes. “Nos próximos dois anos não

“Os industriais capixabas esperaram por algo que não aconteceu, e por isso as previsões de recuperação agora são mais cautelosas, com retomada do crescimento, de forma ainda bem lenta, a partir somente do 4º trimestre de 2017” Doria Porto, diretor-executivo do Ideies

vai haver necessidade de grandes investimentos em equipamentos, porque a indústria está trabalhando com 72% da sua capacidade instalada, ainda apresentando uma margem ociosa de 28% até atingir a capacidade máxima de produção. A recomendação é continuar investindo no mercado, no produto, na marca, no design, na comunicação, no marketing, no trading. Não podemos deixar isso de lado. Mas sempre mantendo os pés no chão e o menor estoque possível, porque o dinheiro vai continuar caro em 2017.” Para o dirigente, entretanto, vários fatores devem convergir de forma positiva para que a economia possa começar a se recuperar em 2017, entre eles a redução dos juros, a abertura de novos mercados via acordos bilaterais, inclusive na América do Sul, a manutenção da taxa cambial em patamares próximos a R$ 3,50 – o que inibe a importação e incentiva a exportação -, a entrada do capital internacional no país via parceria público-privada (PPP) e o aumento da credibilidade do governo federal. A CNI também tem a expectativa de que a economia retome o crescimento no próximo ano. A entidade adverte, no entanto, que a recuperação depende do ajuste das contas públicas no longo prazo, iniciada com a aprovação do teto do gasto público pelo Congresso em dezembro, e da reforma da Previdência Social. Essas ações ajudariam a acabar com a pressão sobre os gastos e aumentariam a confiança dos agentes econômicos, colaborando também para a reativação dos investimentos externos. “Ambas são absolutamente indispensáveis para se reverter o quadro de grave desequilíbrio fiscal dos últimos anos, condição básica para a estabilidade econômica e a obtenção de um ritmo mais elevado de crescimento”, afirma o Informe Conjuntural da CNI. A entidade lembra ainda que o ajuste fiscal é imprescindível para a redução dos juros e a melhoria das condições financeiras das empresas e dos consumidores, pois abrirá caminho para o aumento do consumo e dos investimentos. 2017 • 326

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indústria Artigo em ação

Fórum do IEL apresenta mercado para novos profissionais Com mais de 1,4 mil inscritos, o Fórum IEL de Carreiras movimentou o Grand Hall, em Vitória. Estudantes e estagiários de níveis médio, técnico e superior puderam conferir informações importantes para entrar no concorrido mercado de trabalho. Além de palestras sobre criatividade e empreendedorismo, aconteceu na ocasião uma Feira de Oportunidades, com estandes de instituições de ensino e parceiros apresentando suas vagas de estágio, emprego, capacitações e oficinas. Entre muitos destaques do evento, que foi realizado em parceria com a Rede Gazeta, houve palestras do arquiteto e urbanista Edgar Gouveia, criador da gincana mundial on-line Play The Call; do estudioso da cultura digital Gil Giardelli, que falou sobre indústria 4.0; do criador da marca Claro, consultor de Comunicação e professor universitário, Dado Schneider (foto); e da especialista em Recursos Humanos da Rede Globo, Suzana Freitas. O evento foi encerrado por Gabriel, O Pensador, que falou sobre os desafios enfrentados na carreira e cantou alguns de seus sucessos.

Vencedores do Prêmio IEL de Estágio são anunciados O Fórum de Carreiras também marcou a entrega do Prêmio IEL de Estágio. A iniciativa premiou as melhores práticas de estagiários, empresas e instituições de ensino que oferecem estágio. Os estagiários da EDP Escelsa conquistaram os troféus e bonificação em dinheiro das três primeiras colocações da categoria “Estagiário Destaque”. Rennan de Melo Nogueira foi o vencedor, com prêmio de R$ 3,5 mil; seguido de Felipe Kuster de Freitas (2º lugar, com R$ 1,5 mil) e Amanda Scarpatti Pedrini (3º lugar, com R$ 1 mil). Na premiação das empresas, vitória da EDP Escelsa. Em “Instituição de Ensino”, o Senai levou o primeiro lugar como “Destaque no Ensino Técnico”. Já a Faesa foi a vencedora em “Ensino Superior”. As duas últimas instituições, inclusive, seguiram com sucesso para a etapa nacional da disputa, realizada em Salvador. O Senai ficou em terceiro lugar na categoria “Instituição de Ensino Técnico”, enquanto a Faesa foi reconhecida como a entidade que emprega as melhores práticas de estágio de todo o Brasil, conquistando o primeiro lugar em “Instituição de Ensino Superior”.

Senai-ES e Placas do Brasil firmam parceria para qualificar trabalhadores Com o objetivo de qualificar profissionais em Pinheiros e Pedro Canário para trabalhar na construção e na produção da Placas do Brasil, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, o diretor regional do Senai-ES, Luis Carlos Vieira, e o diretor-presidente da empresa, Alvino Pessoti, assinaram no dia 20 de outubro, na Diretoria Regional de Linhares, um Termo de Cooperação entre as entidades. O acordo prevê sete cursos gratuitos de qualificação profissional para nove turmas, com capacidade de matricular 180 pessoas. Enquanto o Senai-ES será responsável por docentes, acompanhamento pedagógico, supervisão dos cursos e fornecimento do material didático, as prefeituras oferecerão os locais para realização das capacitações. Primeira fábrica de MDF do Espírito Santo, a indústria Placas do Brasil responderá por divulgação, alunos, equipamentos de proteção individual e segurança, transporte e lanche. Por conta da estrutura, os cursos de Mecânico Montador e Soldador no Processo Eletrodo Revestido terão a parte prática ministrada na unidade do Senai em São Mateus.

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indústria em ação Artigo

Indústria homenageia profissionais em encontro O Encontro da Indústria reconheceu no dia 27 de outubro, no Itamaraty Hall, em Vitória, a atuação dos profissionais de destaque na luta pelo desenvolvimento do Espírito Santo. O evento, que marca sempre o aniversário do Cindes, pela primeira vez aconteceu em conjunto com o lançamento do Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, que em 2016 chegou à sua 20ª edição e com a novidade de ter uma versão completa para a língua inglesa. A noite foi de festa por reunir as principais personalidades que são responsáveis por fortalecer não somente a indústria, mas também toda a economia do Estado. O empresário Américo Buaiz Filho recebeu a Medalha de Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O gerente-geral da Unidade de Exploração e Produção da Petrobras e secretário estadual de Desenvolvimento, Márcio Felix, foi homenageado com a Medalha do Mérito Industrial, enquanto o presidente do Grupo Estel e do Conselho de Administração da Placas do Brasil, Luis Soares Cordeiro, recebeu a Medalha do Mérito Empreendedor. Ganharam a Medalha do Mérito Sindical o presidente do Sindicato das Empresas de Informática no Estado (Sindinfo),Luciano Raizer; o presidente do Sindimóveis,Ortêmio Locatelli Filho, e o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma), Wilmar Barros Barbosa. Já o governador do Estado, Paulo Hartung, recebeu do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, o troféu “Amigo da Indústria”, que homenageia gestores e líderes.

Lista dos capixabas homenageados com a Medalha de Ordem do Mérito Industrial da CNI 1992

Helmut Meyerfreund

1997

Camilo Cola

2000

Américo Buaiz (post-mortem)

2001

José Bráulio Bassini e Jones Santos Neves Filho (post-mortem)

2005

Sergio Rogerio de Castro

2006

Arthur Carlos Gerhardt Santos

2008

José Armando de Figueiredo Campos

2009

Eliezer Batista da Silva

2010

Helcio Rezende Dias

2011

Erling Sven Lorentzen

2014

Fernando Aboudib Camargo

2016

Américo Buaiz Filho

Obs.: Em 2012 o indicado foi Lucas Izoton Vieira, que declinou de concorrer, pois, no momento, ocupava o cargo de vice-presidente da CNI.

Prefeitos se encontram para discutir desenvolvimento econômico e regional O vice-presidente institucional da Findes em Nova Venécia e região, José Carnieli, se encontrou no dia 29 de novembro com os prefeitos eleitos dos oito municípios que compõem a regional. A reunião teve a finalidade de debater parcerias para alavancar projetos e ações que promovam o desenvolvimento econômico e sustentável local. Carnieli apresentou aos presentes a cartilha “Agenda para o Desenvolvimento Sustentável das Cidades Capixabas”, que traz como mensagem-chave uma gestão pública compartilhada e eficiente. “O interior do Estado tem recebido grandes investimentos industriais, e precisamos ser protagonistas do desenvolvimento da região de Nova Venécia e seu entorno. Mas só realizaremos esse feito por meio da união com os empresários/ industriais e as prefeituras”, falou ele. A mesma ação aconteceu também em Anchieta e Colatina. A Diretoria Regional da Findes nessas regiões se reuniu com os prefeitos e a pauta foi o futuro econômico e social das cidades sob o ponto de vista da indústria. “Precisamos vencer o desemprego, desenvolver a autoestima à população colatinense, e a Findes será uma parceira incondicional nesse processo”, afirmou o prefeito de Colatina, Sérgio Meneguelli.

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Artigo

A retomada da construção civil

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construção civil se encontra produzindo o mesmo volume de dez anos atrás, situação que se reflete diretamente no volume de negócios de sua cadeia de fornecedores e mais ainda no emprego no Estado. Há sinais de recuperação, mas é preciso não se falar na retomada de posição, e sim de mudança de cenário. O único ponto que o setor irá retomar é o número de imóveis produzidos, mas o mercado será outro, sendo preciso estar preparado para esse novo cenário. O ambiente empresarial no setor se alterou; não estudar esse meio é entrar na selva desarmado. Jamais iremos voltar a construir como antes, tudo está diferente e mais difícil. As leis trabalhistas dificultam qualquer negócio produtivo. O empresário, inundado com as facilidades econômicas da década passada, não participou para mudar o que era possível; as convenções coletivas que o digam. A mudança do governo e a crise de emprego trazem sinais positivos, mas exigem uma modificação dos executivos, que precisam ser mais participativos em suas entidades. O Código do Consumidor e a Norma de Desempenho passam a exigir capacitação dos empresários para compreender esse novo universo. Essa capacitação tem sido oferecida pelo Sindicig e pelo Sinduscon, que com a Findes se tornam o fórum adequado e necessário para a construção do ambiente favorável ao crescimento. As novas leis como o PDM, o PDU e o IPTU Verde, os problemas de mobilidade e também a demanda por sustentabilidade e economia vão produzir mais oportunidades para o setor da construção civil e para toda a cadeia industrial. Começa a surgir um novo mercado em que o consumidor quer trocar seu imóvel por um mais atualizado e conectado com suas necessidades. Existem outros números que contribuem para que o setor tenha uma recuperação

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sustentável. Um dos principais é a demanda reprimida, pois, mesmo com a franca expansão de anos anteriores, não foi possível esgotar o déficit da habitação e muito menos dos investimentos em infraestrutura. As oportunidades estão postas, porém, é fundamental a preparação para viver esse novo mundo da construção civil capixaba. As empresas ainda lutam para sobreviver e passar por este período, mas ainda é tempo de se preparar. Estamos em uma guerra e, como diz Sun Tzu: “Ao percorrer as fileiras de teu exército, se notares algum vazio, preenche-o. Se encontrares superabundância, reduz. Se perceberes algo alto demais, abaixa. Se houver algo excessivamente baixo, eleva”. Ainda estamos em tempos de cortes e de busca por uma melhor organização de nossas empresas. A palavra de sucesso para a retomada do setor de construção civil no ES é associativismo. Por meio de ferramentas de qualificação, compras coletivas e negociação em defesa do setor, vamos conseguir levar todos para o outro lado desse rio de lama. O Sindicig, o Sinduscon e a Findes são, juntos, a ponte entre este momento de dificuldade e um futuro de crescimento. O ano de 2017 se mostra positivo, com estabilização do nível de desemprego e aumento da confiança do consumidor. A oferta de crédito recomeçou, mas com novos critérios e exigências, o que muda as perspectivas de demandas de imóveis. Unidades compactas, práticas e bem localizadas se desenham como as de maior demanda. O setor de infraestrutura dependerá muito da saúde financeira de cada empresa, pois obras nesse segmento, somente com as PPPs – parcerias público-privadas. A sorte está lançada, mas ela é a soma de preparação com oportunidades. Temos muitas oportunidades. Se quer aumentar a sua sorte, procure seu sindicato.

Fernando O. C. Silva é presidente do Sindicig (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Guarapari), presidente do Seconci (Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Estado do Espírito Santo), diretor de Relações Trabalhistas do Sinduscon-ES (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo), conselheiro no Consurt/Findes (Conselho Temático de Relações do Trabalho da Findes), membro da CPRT/CBIC (Comissão de Políticas e Relações Trabalhistas)

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Entrevista Artigo por Fernanda Zandonadi

Márcio Félix “Há muita coisa acontecendo, e o Espírito Santo é o único que tem água profunda, água rasa, terra, gás e óleo leve e pesado. Ele tem diversidade e, combinado com a localização geográfica, torna-se um cenário promissor”

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m meio à crise econômica brasileira, que assusta investidores, o Espírito Santo surge como um oásis para as empresas de energia. A diversidade é o que torna o Estado tão interessante: por aqui há campos de exploração em terra, águas profundas,águas rasas,gás e óleo leve e pesado.Combinado com a localização geográfica, o cenário torna-se promissor. Nesta entrevista exclusiva para a Revista da Indústria, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix, fala do momento pelo qual passa o Estado e das mudanças no setor de energia e exploração de petróleo. Com a aprovação das regras de exploração do pré-sal, foi aberto um inédito espaço na reserva para a entrada de outras companhias, além da Petrobras. E isso pode ser uma oportunidade de novos negócios para as empresas locais, segundo Félix, que conhece bem a realidade capixaba depois de ter comandado a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado por três anos, nos governos Paulo Hartung e Renato Casagrande. A discussão em torno das oportunidades no setor no Espírito Santo foram destaque no Fórum Capixaba de Petróleo e Gás (FCP&G), realizado em meados de dezembro, reunindo empresas nacionais e estrangeiras. Shell, Statoil, Petrobras, Seadrill, Subsea7, Abespetro, Schlumberger do Brasil, IBP, Vallourec e NBCC apresentaram aos empreendedores capixabas suas estratégias e oportunidades de negócios. De acordo com Márcio Félix, é possível viabilizar um fórum brasileiro de petróleo e gás e estimular as empresas nacionais a buscarem negócios com outras operadoras, em feiras, congressos, rodadas de negócios e outras ocasiões. O Fórum Capixaba de Petróleo e Gás foi uma boa oportunidade para debater os próximos passos nessa cadeia de energia?

Sim. Toda a construção da indústria do petróleo foi feita e capitaneada pela Petrobras. E ela está se reestruturando,

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com novos negócios, há novos atores no mercado. Empresas iguais ou maiores do que a Petrobras estão entrando no país como operadores e vão contratar bens, serviços e pessoal. O operador tem um papel importantíssimo nessa cadeia. E neste workshop da Findes, tivemos a presença de operadores importantes, como a Shell e a Statoil, ambas com operação no Espírito Santo, além de outros atores importantíssimos na cadeia de petróleo e gás. Quer dizer, fizemos no Espírito Santo algo que nunca foi feito no país, um seminário unindo personagens importantes nessa cadeia. Qual foi o foco do evento?

O objetivo do seminário foi mostrar que teremos por aqui companhias globais, multinacionais, como Statoil e Shell. São empresas que, se não estão em todos os países, estão em todos os continentes. Isso significa que, ao se relacionar com essas empresas, o fornecedor de bens e serviços vai vender para o mundo, não só para o Espírito Santo ou o Brasil. E em vez de nos apegarmos às regras locais, temos que mostrar quais são as regras em uso no mundo. A ideia do seminário, portanto, foi mostrar essa nova forma de se relacionar com essas novas empresas e participar desse processo. Em vez de o fornecedor buscar um percentual de vendas no Brasil, ele precisa mirar um outro percentual do mundo. E, com a crise, o mercado brasileiro está momentaneamente diminuído, o que mostra que há vantagens nesse processo de trabalho com empresas globais. Um outro ponto fundamental, além da exportação, é que conseguimos reunir os atores que vão girar essa engrenagem e eles poderão construir propostas competitivas para o uso de nossa capacidade industrial. E isso precisa de diálogo. Antes, essa conversa era promovida pela Petrobras, por meio do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), mas hoje o diálogo precisa ser feito pelos próprios atores do mercado.

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“A queda no preço do petróleo no exterior pegou todas as petrolíferas, não apenas a Petrobras. A Lava Jato, no entanto, atingiu a Petrobras em cheio, além de várias empresas importantes do país”

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Entrevista Artigo Quer dizer, a hegemonia da Petrobras acabou e agora o próprio mercado precisa se movimentar para encontrar as oportunidades?

projetos e não teve o retorno esperado. Quer dizer, a combinação disso tudo fez com que a empresa vendesse ativos e se concentrasse nas áreas do pré-sal para tentar se recuperar. Mas isso demora um pouco. Não sei se ela voltará a ser a mesma empresa, mas, talvez em quatro ou cinco anos volte a ter saúde financeira, apetite. Quando voltar a essa força total, certamente terá um espaço menor. Muitas áreas serão adquiridas por outras empresas. Será um mercado diferente, já que estamos vivendo a abertura do mercado de petróleo e a estatal encontrará um mercado dividido. Dos 90% que ela detinha, ela voltará com 60% do mercado.

A Petrobras passou por algumas turbulências nesses últimos anos. Como o senhor analisa esse cenário desafiador – Lava Jato e queda no preço do barril de petróleo no exterior – para a estatal? E como ela vai sair desse processo todo?

E o Espírito Santo? Qual o papel do Estado neste novo momento do mercado do petróleo?

A Petrobras cuidava de tudo. Mas esse modelo acabou. O próprio representante da Petrobras, que participou do seminário, disse que a estatal estava saudando a presença de outros setores para dividir essas obrigações. Temos que ter em mente que há muitas oportunidades e algumas delas são com empresas que não têm tantas amarras como tem a Petrobras, que é uma estatal e tem um processo mais complexo de licitações, por exemplo.

A queda no preço do petróleo no exterior pegou todas as petrolíferas, não apenas a Petrobras. A Lava Jato, no entanto, atingiu a Petrobras em cheio, além de várias empresas importantes do país, que estão buscando acordos de leniência para voltar a participar de licitações. Há ainda um endividamento enorme da Petrobras, por conta de os derivados estarem com preços congelados por aqui e com valores muito altos lá fora. A estatal também entrou em uma série de

Conseguimos reunir no evento todos esses importantes atores da indústria do petróleo não foi à toa. O ambiente de negócios do Espírito Santo é a esperança da indústria por parte dos operadores e dos fornecedores. O Espírito Santo, relativamente aos outros estados, está ganhando competitividade por ter as contas em dia, mas a história é maior do que isso. É por ter estabilidade. Veja o que acontece no Rio de Janeiro. Assusta os investidores. A própria Petrobras disse isso. Vemos outros estados que têm estaleiros, e os estaleiros passam por dificuldades. No Rio Grande do Sul, na Bahia, em Pernambuco, são as empreiteiras que tiveram problemas na Lava Jato. Já o Espírito Santo tem um estaleiro novo, construído recentemente e sem esses problemas. E qual o olhar de investidores do resto do Brasil e do mundo em relação ao Espírito Santo?

O Espírito Santo, na atual conjuntura, é o Estado mais admirado do Brasil. Questões como Fundap e terreno de marinha são assuntos locais. Eles não incomodam o nacional. O que está repercutindo nacionalmente é que o Estado tem vários projetos interessantes e promissores, como o Porto Central. Há desafios: a BR-101 e o Porto de Vitória são temas que estão em discussão pela indústria do petróleo, mas são preocupações menores. O Espírito Santo é sede em logística para a indústria do petróleo e tem projetos de porte mundial. Quem, no Brasil, tem algum projeto em parceria com o Porto de Roterdã? Só o Espírito Santo. Por isso é bom enfatizar que o que antes era feito pela Petrobras, por meio do Prominp, que é organizar os empreendedores, agora precisa ser feito pelos próprios empreendedores. Por isso a importância deste fórum para discutir os rumos do petróleo e gás. E que ele sirva de exemplo. Já conversamos e estamos pensando em fazer um próximo no Rio Grande do Sul.

“A crise tem vários componentes. É a maior crise em 120 anos e é significativa não apenas para o Brasil. O mundo passa por turbulências” 20

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“Neste workshop da Findes, tivemos a presença de operadores importantes, como a Shell e a Statoil, ambas com operação no Espírito Santo, além de outros atores importantíssimos na cadeia de petróleo e gás”

E o ambiente de negócios que se instala no Espírito Santo ajuda?

Sim, ajuda, pois permite que os investimentos aconteçam. O futuro da indústria de óleo e gás no Brasil passa pelo Espírito Santo, pelo potencial exploratório do Estado. Hoje já são mais de 400 mil barris por dia, um número bastante significativo. Há novos blocos que serão ofereidos, blocos em exploração, descobertas a serem desenvolvidas. Tem a questão do estaleiro, do setor metalmecânico forte. Há um conjunto de empresas que estão voltadas para a exploração terrestres, há empresas colocando filiais no exterior. O Espírito Santo está ativo, e a combinação de ambiência, infraestrutura e potencial só mostra que basta trabalhar para a moqueca ficar perfeita. Mesmo com a crise econômica, é possível dar essa volta por cima?

A crise tem vários componentes. É a maior crise em 120 anos e é significativa não apenas para o Brasil. O mundo passa por turbulências. Num primeiro momento, falou-se da marolinha de 2008 e 2009, mas vimos que o tsunami veio logo depois. E ainda temos a situação política, com o impeachment de um governo que tinha acabado de começar um segundo mandato. Temos todo o processo de purificação pela Lava Jato. Não é um processo simples fazer a economia

voltar a crescer. No nosso setor, uma das apostas é a retomada do crescimento da mineração, da energia e dos biocombustíveis. Mais da metade das parcerias que estão em andamento no país tem a ver com minas e energia. O setor elétrico, por exemplo, está no seu grande momento de virada. Para dar uma ideia, a Escelsa foi a primeira distribuidora de energia a ser privatizada no país e agora a distribuidora de Goiás também foi privatizada. Isso mostra o momento diferente pelo qual estamos passando. Ninguém fala mais em apagão, falta de energia, até porque os investimentos que estão chegando ao Brasil são nesses setores de energia elétrica. Há também investimentos em etanol e biodiesel, mas observamos que são o óleo e o gás que trarão mais investimentos no curto prazo. Em janeiro, teremos um programa de revitalização da atividade de exploração terrestre no Brasil. Há o Fórum Onshore, que havia sido interrompido e que queremos realizar em 2017, em Vitória. Há muita coisa acontecendo, e o Espírito Santo é o único que tem água profunda, água rasa, terra, gás e óleo leve e pesado. Ele tem diversidade e, combinado com a localização geográfica, torna-se um cenário promissor. Precisamos apenas juntar as peças e organizar. E a partir do seminário que fizemos, o olhar já começa a ser outro. Em vez de querer que a Petrobras trabalhe todo o processo, temos que focar as associações que vão ajudar. O ano de 2017 promete ser melhor para o setor e para a economia, de forma geral?

Para nossa área de petróleo, gás e biocombustíveis, vai ser um ano melhor. Trabalhamos bastante em 2016, especialmente no segundo semestre, para a abertura do setor de gás natural. Ele é um agente de desenvolvimento, e temos mais negócios a caminho. Vamos reunir investimentos nas áreas de gás e distribuição de gás ao mercado brasileiro. Isso tudo é investimento e que gera emprego. Teremos no ano que vem três leilões importantes. Um deles sobre pequenos campos terrestres, em maio. E em setembro, dois outros leilões, sendo que a 14ª rodada é importante, pois o Espírito Santo tem áreas e esperamos que sejam arrematadas em terra e mar. Teremos ainda leilões do pré-sal. 2017 • 326

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Indústria

O governador Paulo Hartung participou da cerimônia de inauguração

Modernização do Sesi Cobilândia

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om foco em melhorar a capacitação, o atendimento aos alunos e as salas de aula e laboratórios, o Sistema Findes promoveu obras de reforma e ampliação do Centro de Atividades “Arlethe Zorzanelli Buaiz”, em Cobilândia. A cerimônia de inauguração aconteceu no dia 1º de dezembro e contou com as presenças do governador do Estado, Paulo Hartung; do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; de presidentes de sindicatos, de representantes da Federação das Indústrias, de autoridades e de empresários. Com a ampliação orçada em mais de R$ 2 milhões, a unidade que até então atendia a mil alunos, passa a contar com quatro novas salas, entrada exclusiva para alunos, laboratórios modernizados (Lego Robótica, Ciências e Informática), espaços climatizados, biblioteca maior, pátio e parquinho cobertos. Para Guerra, a ampliação da unidade confirma mais uma vez a educação como um dos pilares do Sistema Findes. “Nos últimos dois anos, investimos mais de R$ 50 milhões apenas na modernização de nossos laboratórios, mas estamos destinando um total de R$ 200 milhões em obras

para todas as regiões do Estado. A unidade de Cobilândia e a cidade de Vila Velha ganham com essas intervenções. Com conforto e modernidade nas salas de aula, aliados à qualidade de nossos professores, avançaremos muito na formação de bons cidadãos e profissionais”, falou ele. O dirigente foi homenageado na solenidade com a leitura de cartas escritas por alunos da unidade. Durante o evento, o governador Paulo Hartung aproveitou para parabenizar o trabalho realizado por Guerra. “Você está fazendo uma ótima gestão, mas a obra mais relevante que entrega para o futuro é a prioridade dada à educação. É justa a homenagem feita por esses alunos ao presidente. O que a gente deseja é que os futuros presidentes e as demais federações do país sigam seu exemplo”, declarou. O Centro de Atividades de Cobilândia não é o único em Vila Velha a contar com novidades. O Sistema Findes investirá R$ 10,4 milhões no Senai-ES Centromoda Araçás, que foi idealizado como uma indústria-conceito, capaz de preparar profissionais para a indústria de vestuário e de confecção da Grande Vitória.

Agência de Treinamento Municipal é inaugurada em Castelo Em uma solenidade que contou com o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, foi inaugurada no dia 6 de dezembro a Agência de Treinamento Municipal Ademar Antônio Campo, em Castelo. A unidade oferece cursos de qualificação profissional e deve formar 600 alunos por ano. Com local cedido pela prefeitura municipal, a ATM possui três ambientes pedagógicos (Laboratório de Elétrica Predial, Laboratório de Confecção e Laboratório de Informática), administração, refeitório e banheiros. Sua inauguração dá sequência à gestão pautada pela interiorização do desenvolvimento. “Estamos presentes em todas as regiões do Estado, ouvindo os setores, levando investimentos e projetos para estimular o desenvolvimento econômico. A ATM é um primeiro passo, o ponto de partida para a realização de novas ações”, explicou Guerra. Inicialmente, serão oferecidos cursos gratuitos de Eletricidade Básica, Informática Básica e Costura do Vestuário. Os cursos têm carga 60 horas, e as inscrições podem ser feitas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), localizado na Rua Mario Pena, no bairro Niterói. Para participar é necessário ter o ensino fundamental completo e possuir mais de 16 anos. Mais informações: (28) 3542–1382.

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Indústria

Ordem de serviço para auditório é assinada em Aracruz

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presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e o vice-presidente institucional da Federação em Aracruz e região, João Baptista Depizzol Neto, assinaram, no dia 13 de outubro, a ordem de serviço para início das obras de construção do auditório/teatro do Centro Integrado Sesi/ Senai/IEL Sergio Rogerio de Castro, em Aracruz. Orçado em R$ 2,5 milhões, o auditório foi pensado como uma estrutura multiúso, ocupando uma área de 740 m². O local poderá receber

um público de 265 pessoas e possui três lugares destinados a cadeirantes e quatro a obesos. “A Diretoria Regional da Findes em Aracruz concentra uma das áreas industriais de maior relevância para a economia capixaba. A criação de um auditório/ teatro multifuncional torna o Centro Integrado completo. O investimento é resultado da nossa política de interiorização das ações do Sistema Findes, levando cultura, lazer e mais qualidade de vida para o trabalhador”, frisou o presidente.

Vitória ganhará Sesi Galeria Arte e Cultura A partir de 2017, Vitória terá mais uma opção de cultura. Trata-se da Sesi Galeria Arte e Cultura, que terá quase 800 m² de área e será construída no térreo do Edifício Findes. Para falar sobre o projeto, o Sistema Findes organizou um café da manhã no dia 27 de outubro e convidou profissionais do meio artístico, empresários, políticos e imprensa. Com investimentos da ordem de R$ 1,7 milhão, o espaço será reformado para tornar-se multifuncional, com iluminação e acessibilidade adequadas, capaz de receber as mais diversas obras, ações culturais, manifestações artísticas e eventos nacionais e internacionais. “O nosso espaço de arte vem ao encontro da missão institucional do Sesi, que é proporcionar qualidade de vida para o trabalhador da indústria. Mais do que isso, a galeria tem o objetivo de unificar os setores industrial e cultural, aproximando-os ainda mais de toda a sociedade”, falou o presidente da Findes, Marcos Guerra.

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Especial por Thiago Lourenço

Indústria terá que qualificar 13 milhões até o final de 2020 Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020, elaborado pelo Senai, identifica áreas e profissões que demandarão mais pessoal

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ais de 13 milhões de trabalhadores deverão ser qualificados no Brasil nos níveis superior, técnico e de qualificação para ocupações industriais. Foi o que constatou o Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020, elaborado pelo Senai para subsidiar o planejamento da oferta de formação profissional da instituição. Das 10 áreas que mais serão demandadas, sete estão em segmentos que

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possuem grande peso na economia do Espírito Santo: construção (3,8 milhões), metalmecânica (1,7 milhão), alimentos e bebidas (1,2 milhão), vestuário e calçados (974.592), petroquímica e química (327.629), madeira e móveis (258.570) e meio ambiente e produção (2,4 milhões). As projeções apontam as demandas por formação inicial e continuada de trabalhadores para as indústrias. Ou seja,

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“Apesar da modernização das empresas industriais, de modo geral, o trabalho industrial no Brasil ainda requer trabalhadores com formação inicial em nível de qualificação profissional, aqueles cursos com carga horária média de 160h, e em nível técnico, os que têm duração média de 1.200h” Luis Carlos Vieira, diretor regional do Senai ES

Percentual de estudantes que optam por cursar o ensino profissional 51,5%

Alemanha

69,7%

Finlândia 44,6%

Espanha 32,1%

Reino Unido

38,8%

Portugal

76,8%

Áustria 44,3%

França 11,1%*

Brasil

*Fonte: Censo da Educação Básica, 2015 / Cedefop, 2013.Elaboração Senai - Uniepro

estão relacionadas tanto a novos empregos quanto ao aperfeiçoamento de profissionais já empregados. Para chegar aos números identificados, considerou-se uma queda de 3,7% e 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos anos de 2015 e 2016, respectivamente, seguida de uma lenta recuperação em 2017 e uma melhoria mais intensa a partir de 2018, próxima da média histórica de 2,7%. Da demanda de 13 milhões de profissionais, 55,3% correspondem a cursos de qualificação de menos de 200h e 25,7% a de mais de 200h – o que sugere uma necessidade maior de qualificar os profissionais já contratados do que de formar novos. No Espírito Santo, do total de 257.563 vagas estimadas para a formação profissional, 237.504 serão para aperfeiçoamento, enquanto 20.059 para formação inicial. Para o presidente do Conselho Estadual do Trabalho, Haroldo Massa, como o Brasil ainda está em “fase inicial de desenvolvimento”, há uma demanda maior por trabalhadores com formação inicial e em nível técnico, pois os serviços e investimentos têm uma tendência “massiva”. “Existe muita infraestrutura para fazer, um território gigantesco e uma plataforma de inovação e tecnologia ainda restrita a pequenas ilhas de excelência. Além disso, todos precisam ser qualificados. Produtividade e mérito não acontecem sem qualificação da mão de obra. Polir ‘moedas’, valorizar a prata da casa e buscar mais e novas ‘moedas’ são regras básicas do empreendedor, seja ele micro, pequeno, médio ou um grande industrial”, aponta. Outra tendência apontada pelo estudo é uma demanda maior por profissionais de nível técnico (14,1%) do que por nível superior (4,8%). “Apesar da modernização das empresas industriais, de modo geral, o trabalho industrial 2017 • 326

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Especial

Demanda por formação (2017 a 2020, em %) 4,8 14,1

no Brasil ainda requer trabalhadores com formação inicial em nível de qualificação profissional, aqueles cursos com carga horária média de 160h, e em nível técnico, os que têm duração média de 1.200h. Isso ocorre, principalmente, em razão de o perfil da indústria nacional e, em especial, do capixaba, se encontrar em estágio tecnológico que requer mais trabalhadores com baixa e média qualificação”, avalia o diretor regional do Senai-ES Luis Carlos Vieira.

Atuação do Senai-ES A educação profissional do Senai-ES é oferecida em 10 unidades de ensino no Espírito Santo, sendo nove fixas e um centro de ações móveis, com um catálogo de quase 250 cursos diversificados, distribuídos em 16 áreas tecnológicas: metalmecânica, eletroeletrônica, automação industrial, construção civil, polímeros, madeira e mobiliário, automotiva, tecnologia da informação, alimentos e bebidas, têxtil e vestuário, refrigeração e climatização, couro e calçado, gestão, meio ambiente, minerais não metálicos, petróleo e gás e segurança no trabalho. Para 2017, estão projetadas mais de 46 mil matrículas na rede Senai-ES, sendo quase 5 mil em cursos técnicos de nível médio, com dois anos de duração. “O desenvolvimento de novos cursos pelo Senai-ES ocorre a partir de demandas identificadas nos setores industriais. Nos últimos cinco anos, de 2011 a 2016, o Senai-ES investiu R$ 49 milhões em máquinas e equipamentos para que as unidades de ensino estivessem atualizadas tecnologicamente para atendimento aos diversos segmentos industriais”, destaca Vieira.

Qualificação -200h Qualificação +200h Técnico

55,3 25,7

Superior

Fonte: Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020

O diretor regional do Senai-ES lembra ainda que o mapa sinaliza os setores que devem ser atendidos, o que não quer dizer que há uma relação direta com as áreas de formação. “Empresas industriais do segmento de alimentos necessitam de profissionais com formação na área tecnológica de alimentos e bebidas, metalmecânica, eletroeletônica, automação industrial e segurança, entre outros. Por isso, faz toda a diferença tanto a análise técnica do mapa, quanto a proximidade do Senai com as indústrias”, acrescenta. Nos últimos anos a instituição tem avançado na qualidade do ensino, como mostram os resultados dos cursos técnicos na avaliação feita pelo Sistema de Avaliação da Educação Profissional (Saep) do Senai Nacional e a preferência de 93% das indústrias por contratar egressos do Senai-ES. “Temos superado o grande desafio de elevar para os níveis ‘adequado’ ou ‘avançado’, no mínimo, 75% dos concluintes na avaliação de desempenho de estudantes dos cursos técnicos de nível médio. Atualmente 74,7% dos estudantes do Senai-ES estão nos níveis adequado e avançado”, pontua Luis Carlos Vieira. Entretanto, existem alguns obstáculos à formação profissional que precisam ser superados no Estado. Para Haroldo Massa, um deles é o acesso ao ensino fundamental, bem como sua qualidade. “O Governo do Estado vem cuidando disso e esperamos resultados nos próximos cinco anos, se as políticas públicas de educação forem mantidas e estimuladas. Também precisa haver reação econômica à estagnação atual e a diversificação na produção de bens e serviços com valor agregado por tecnologia, inovação e custo de produção. Por fim, a consolidação de um perfil social mais globalizado, com visão de futuro e vocação profissional estimulada desde o ensino básico”, conclui Massa.

Prioridade “Todos precisam ser qualificados. Produtividade e mérito não acontecem sem qualificação da mão de obra” - Haroldo Massa, presidente Conselho Estadual do Trabalho

A educação é um dos pilares do Sistema Findes. Esta gestão tem investido 83,5% na formação e na qualificação de mão de obra, sendo que todas as regiões do Espírito Santo estão recebendo inovações, com abertura de novas escolas, reformas e ampliações. A entidade destinou R$ 200 milhões para a educação profissionalizante em todo o Estado. Fonte: Sistema Findes

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Demanda por formação profissional inicial e aperfeiçoamento no Espírito Santo

Áreas de formação

Formação Aperfeiçoamento Inicial

Total

Alimentos

1.568

23.415

24.983

Construção

5.983

71.881

77.864

Energia

922

10.305

11.227

Madeira e móveis

362

5.142

5.504

Meio ambiente e produção

4.237

48.418

52.655

Metalmecânica

2.616

29.376

31.992

Mineração

1.240

10.831

12.071

Papel e gráfica

228

2.244

2.473

Pesquisa, desenvolvimento e design

70

993

1.063

Petroquímica e química

348

4.180

4.527

Tecnologia da informação e comunicação

840

8.179

9.018

Veículos

724

8.857

9.581

Vestuário e calçados

922

13.683

14.604

Fonte: Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020

Olimpíada do Conhecimento: desempenho inédito do Senai-ES A Olimpíada do Conhecimento, maior torneio de educação profissional das Américas, realizada de 10 a 13 de novembro em Brasília, foi marcada por uma conquista inédita para o Espírito Santo. O Senai-ES ficou entre os 10 primeiros colocados gerais na competição no ranking elaborado com base no total de medalhas, ocupando a nona posição: foram oito medalhas e 31 participantes capixabas. Promovida a cada dois anos, a Olimpíada do Conhecimento 2016 reuniu mais de mil estudantes de todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal, entre alunos de cursos técnicos e de formação profissional do Senai e dos Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (IFs). Entre as novidades da edição 2016, as provas passaram a exigir dos alunos habilidade técnica e conhecimento sobre o mundo do trabalho, além de capacidade para trabalhar em grupo e para resolução de problemas. Os participantes tiveram que apresentar soluções às empresas industriais e à comunidade, sendo desafiados individualmente e em equipe. Os objetivos da competição são estimular jovens em processo de formação, elevar o nível de desempenho dos alunos em cada ocupação, promover o intercâmbio técnico-pedagógico entre os participantes, proporcionar vivências semelhantes às enfrentadas na vida profissional e aproximar a educação profissional do mercado de trabalho e das necessidades reais da indústria. Os alunos do Senai-ES na Olimpíada do Conhecimento integraram uma comitiva que foi recebida pelo governador Paulo Hartung no dia 29 de novembro, no Palácio Anchieta. A iniciativa foi coordenada pelo diretor regional do Senai-ES, Luis Carlos Vieira, com o objetivo de motivar e reconhecer o bom desempenho dos alunos. Na ocasião, o governador agradeceu a forma como Espírito Santo foi representado em uma competição nacional. 2017 • 326

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indústria Artigo em ação

Mostra do Senai apresenta projetos de inovação Sempre apoiando e estimulando a inovação, a curiosidade, as ideias e a criatividade dos alunos, o Senai-ES realizou, entre 23 e 25 de novembro, uma exposição de produtos inovadores elaborados nas suas unidades. A 8ª Mostra Tecnológica Estadual Inova Senai aconteceu no Senai Vila Velha, em Araçás, e contou com cerca de 40 produtos desenvolvidos por alunos e instrutores da entidade de todo o Estado. Chamaram a atenção no evento inovações como o chuveiro automático de baixo custo para aquecedores solares nas casas populares, o sistema de localização e segurança automobilística, e o medidor de nível pluviométrico com alerta de enchentes. Para Zilka Teixeira, gerente da Divisão de Educação Profissional do Senai, a meta é fazer com que a ideia de inovação esteja sempre na cabeça dos estudantes. “A exposição dos produtos acaba atraindo a atenção deles e cria uma nova expectativa”, declarou.

Seminário debate soluções para economia de energia O debate de alternativas para reduzir os gastos com energia e os aspectos práticos sobre a migração do mercado cativo foram destaques do seminário Soluções em Energia, realizado pelo Conselho Temático de Energia da Findes (Conerg) no dia 18 de novembro. O assessor técnico da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), João Barreto, explicou as diferenças entre os mercados cativo e livre e os potenciais que este último oferece aos consumidores interessados. “Como perspectiva para o segmento industrial, o consumidor cada vez mais vai interagir com o sistema elétrico. Nesse contexto, o mercado livre de energia tem um papel central”, afirmou Barreto, lembrando que os interessados nessa área encontrarão boas oportunidades no país. De acordo com ele, quem tem contratos de fornecimento acima de 500 kW pode partir para o mercado livre. Isso equivale a uma conta de luz mensal de no mínimo R$ 60 mil. Logo, os consumidores residenciais estão fora desse nicho.

“Caminhos para o Desenvolvimento Regional” ganha atualização Elaborado pelo Ideies para estimular investimentos no interior capixaba, desenvolver a economia e gerar novas oportunidades o documento “Caminhos para o Desenvolvimento Regional” surgiu em 2014. Dois anos depois, a série foi atualizada e conta com dados sobre o perfil socioeconômico das diferentes regiões do Espírito Santo. Formada por 12 exemplares, mostra o perfil de cada uma das 15 diretorias regionais da Findes. São 11 cadernos específicos para o interior e um especial sobre as quatro diretorias da Grande Vitória. O documento pontua dinamismo econômico dos municípios, perfil das empresas e dos empregos, análise da importância dos diferentes segmentos na economia local, indicadores sociodemográficos, perfil financeiro e investimentos do Sistema Findes em andamento. “A atualização do ‘Caminhos para o Desenvolvimento Regional’ joga luz sobre o perfil das novas diretorias, destacando a atuação da indústria em cada região, sua influência na economia local e importância para a geração de renda”, falou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

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Especial Indústria por Roberto Teixeira

O preço de investir Em meio à crise, manter-se atualizado e competitivo é essencial para permanecer no mercado global

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pesar do momento de convulsão política e incertezas econômicas, as linhas de crédito oferecidas pelos bancos ainda mantêm importância primordial para a sobrevivência do setor industrial e de toda a cadeia produtiva. Para viabilizar investimentos, os bancos oferecem diferentes alternativas de financiamento, que atendem diferentes necessidades das indústrias. “A utilização de linhas de crédito inadequadas pode comprometer o futuro de qualquer empresa. A opção por linhas de capital de giro para investimentos fixos, por exemplo, é uma das maiores causas do insucesso de

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empresas. Daí a importância de um assessoramento competente e confiável da instituição bancária na indicação do

“Estamos preparados para auxiliar nos investimentos que eles precisam para se tornarem cada vez mais competitivos” Geraldo Lorencini, superintendente regional da Caixa Econômica Federal

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melhor produto”, explica o superintendente estadual do Banco do Brasil, Sadi Luiz Hendges. Nesta edição, a Revista da Indústria foi a campo pesquisar quais as linhas de crédito disponíveis para o setor industrial nos bancos capixabas, de forma a contribuir para maior esclarecimento e melhores decisões na hora de definir como e onde buscar os recursos necessários para a compra de máquinas ou equipamentos, construção ou ampliação de plantas, importação ou exportação de produtos ou, ainda, a formação de capital de giro.

Banco do Brasil As maiores demandas por financiamento no Banco do Brasil vêm de empresas dos segmentos de rochas ornamentais, vestuário, construção civil e móveis. O superintendente da instituição, Sadi Luiz Hendges, enumera as vantagens lá oferecidas: “linhas de longo prazo, com carência, capital de giro associado e taxas muito competitivas, ao lado da solidez e da tradição da marca BB. Além disso, nossos gerentes possuem amplo conhecimento do mercado local, o que os torna aptos a atuar como consultores financeiros para os clientes”. Sadi explica que quando o caso é de investimento em recursos fixos, como na ampliação ou na modernização do parque industrial, é imprescindível conseguir recursos de baixo custo e com prazos mais alongados para pagamento, para que o recurso de giro da empresa não fique comprometido. “As linhas de crédito disponibilizadas pelo BB vão ao encontro dessas necessidades”, comenta. Já as empresas importadoras e exportadoras podem usufruir de taxas altamente competitivas quando comparadas às de outras instituições financeiras.”Dada a expertise do BB na área de comércio exterior, possuímos vasta experiência no assessoramento do empresariado que atua diretamente na comércio internacional”, acrescenta o executivo. O superintendente do BB destaca ainda as linhas de Antecipação a Fornecedores e Progredir (esta, exclusiva para fornecedores da Petrobras). Essas linhas permitem que organizações fornecedoras possam obter empréstimos dando como garantia os contratos de fornecimento de bens e serviços assinados com empresas-âncora – grandes companhias que contratam daquelas a compra de bens e serviços. Entre as vantagens estão maior agilidade nas operações, taxas de juros diferenciadas, carência e prazos dilatados e isenção de IOF.

“Os financiamentos são de suma importância para atualização tecnológica, para inovação, capital de giro e expansão das empresas industriais” Paulo Vieira, diretor da Findes para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria

“A utilização de linhas de crédito inadequadas pode comprometer o futuro de qualquer empresa, a opção por linhas de capital de giro para investimentos fixos é uma das maiores causas do insucesso de empresas” Sadi Luiz Hendges, superintendente estadual do Banco do Brasil

Bancos estaduais O Bandes tem em sua carteira de clientes indústrias de vários segmentos, entre eles rochas, metalmecânica, móveis, alimentos e bebidas e confecções. Para startups, o banco financia projetos de inovação de produtos e/ou serviços, sua produção e introdução no mercado, a aquisição desses produtos ou serviços por terceiros e a implantação ou relocalização de empresas inovadoras, com prazo total de amortização de até 120 meses. O diretor-presidente da instituição, Aroldo Natal, explica que o banco, que hoje tem uma carteira de crédito de R$ 1,08 bilhão e 29,6 mil contratos ativos, atua com diversas fontes de recursos, entre próprios, repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e, em 2017, também do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), do Banco do Nordeste. Segundo Natal, alguns dos importantes diferenciais do Bandes são a não exigência de reciprocidade do cliente para concessão do crédito, os prazos de carência e amortização adequados à expectativa das empresas, o financiamento à implantação de projetos e o atendimento personalizado de profissionais capacitados e credenciados. Além disso, o Bandes operacionaliza o Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), que funciona como um atrativo para que empresas que atuam no comércio exterior se utilizem dos portos capixabas e oferece também um programa de apoio à exportação, com soluções específicas para a atividade. “O Bandes também busca integrar suas ações de fomento às atividades realizadas por outras instituições que buscam incentivar o comércio exterior, por meio de ações de sensibilização, capacitação e promoção”, ressalta o diretor. 2017 • 326

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Indústria Especial

Mesmo não sendo um banco de fomento, como o Bandes, o Banco do Estado do Espírito Santo, o Banestes, também dispõe de linhas de crédito que atendem a diversos setores industriais, da microempresa ao empreendimento de grande porte, oferecendo opções como empréstimos para capital de giro com pagamento parcelado em até 36 vezes; e produtos rotativos e créditos para investimento, com financiamentos de longo prazo, via recursos captados no BNDES. Os diferenciais em seu portfólio são o financiamento imobiliário para aquisição de imóveis empresariais; a Parceria Empresarial, que oferece recursos para o pagamento do 13° salário de trabalhadores de empresas financiados em até 12 vezes; e ainda o Cartão BNDES Banestes, que possibilita financiar a aquisição de bens, serviços e insumos industriais.

Crédito para a competitividade Na avaliação do diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria da Findes, Paulo Vieira, os financiamentos são de suma importância para atualização tecnológica, inovação, capital de giro e expansão das empresas industriais. “O investimento traz ganho de produtividade, melhorando a competitividade e a qualidade dos produtos industrializados. As empresas ganham escala e se qualificam para uma competição acirrada e global”, defende. Para Paulo Vieira, na ausência de capital próprio, somente é possível alavancar os negócios da empresa por intermédio de bancos de desenvolvimento, como o Bandes, o BNDES e o Banco do Nordeste. Outra opção é o Fundo de Investimento. O diretor da Findes, no entanto, alerta que o cenário ainda não é animador para quem pretende e necessita investir. “Com a atividade econômica fraca, a intenção de investir

ECONOMIA VERDE O Bandes apoia a aquisição de mecanismos de redução de custo de energia, de reúso e destinação de água e outras boas práticas que barateiam os custos e colocam as indústrias em uma posição mais amigável em relação ao meio ambiente. A linha de financiamento para a chamada economia verde tem condições especiais e apoia investimentos: • que proporcionem a busca por melhores práticas de controle ambiental; • para atender a condicionantes ambientais aplicadas pelos órgãos competentes; • de empresas participantes da cadeia de materiais reaproveitáveis; • de empresas que utilizem subprodutos ou produtos reciclados como principal matéria-prima em seus processos produtivos, em projetos de implantação, expansão, ampliação, relocalização e modernização de instalações; e • em energia renovável e eficiência energética. Contempla ainda: • obras civis, montagens e instalações; • máquinas, equipamentos, móveis e utensílios, inclusive os importados, suas reformas, retrofitting e despesas de nacionalização; • aquisição de veículos, novos, para uso na atividade da empresa; • investimentos para racionalização do consumo de energia e água (estudos e projetos; serviços técnicos especializados; sistemas de informação, monitoramento, controle e fiscalização); • desenvolvimento e aquisição de tecnologias; • despesas/investimentos em softwares; • capital de giro associado, entre outros. Fonte: Bandes

“O diferencial do Bandes está na condição de não exigir reciprocidade do cliente para concessão do crédito, prazos de carência e amortização adequados à expectativa da empresa” Aroldo Natal, diretorpresidente do Bandes

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continua baixa, segundo pesquisa da CNI/Sondagem Industrial. Os juros reais para investimento são elevadíssimos, dos mais caros do mundo, inibindo iniciativas nesse sentido. No entanto, as empresas precisam investir, sob pena de ficarem defasadas ou obsoletas. Por isso, antes de tomar uma decisão, é recomendável pesquisar bastante o que o mercado financeiro oferece e estudar outras possíveis alternativas. Reinventar-se e inovar estão na ordem do dia”, alerta o diretor da Findes.

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Evento marca entrega do Prêmio Findes de Jornalismo

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epois de muita ansiedade, jornalistas capixabas puderam conferir os vencedores da terceira edição do Prêmio Findes de Jornalismo. O evento de entrega dos troféus aconteceu no dia 2 de dezembro, no cerimonial MS Buffet, em Vitória. A iniciativa, que foi idealizada em 2013, como parte das ações em comemoração aos 55 anos do Sistema Findes e com a finalidade de estimular e reconhecer a produção jornalística no Estado, tem o apoio de ArcelorMittal, Fibria, Sincades e Vale. Na edição 2016, Luciano Rosetti ficou com o Grande Prêmio Rubem Braga, considerado o mais importante, com o trabalho “Eu, empreendedor!”. A série de reportagens mostra os caminhos para empreender em tempos de crise e foi veiculada na TV Tribuna em outubro de 2015. A concorrência foi grande: 430 matérias foram inscritas no Prêmio Findes de Jornalismo, das quais 70 disputaram o Rubem Braga. Para isso, tiveram que atender aos critérios de tema relacionado ao setor industrial, como ambiente macroeconômico, gestão, inovação, produtividade, infraestrutura, educação, financiamento, tributação, competitividade, meio ambiente e segurança do trabalho. Na solenidade também foram premiados mais trabalhos, divididos nas categorias Fotojornalismo, Jornalismo Impresso, Webjornalismo, Radiojornalismo, Repórter Cinegrafista e Telejornalismo.A premiação em dinheiro foi de R$ 105 mil. Presente no evento, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, falou sobre a importância da imprensa para a sociedade como um todo.“Apesar do ano difícil, marcado por uma grande crise política e econômica, nós conseguimos manter uma premiação desse porte, tão importante para a categoria. Nosso compromisso com a imprensa capixaba é forte, e nosso objetivo é estimular, reconhecer e premiar cada vez mais a produção de bons trabalhos jornalísticos”, enfatizou. A noite ainda reservou uma homenagem ao jornalista e professor José Irmo Gonring, que foi parabenizado em razão de sua dedicação, ética e respeito à profissão. O reconhecimento Jornalista Destaque é a maneira encontrada pela Federação das Indústrias para parabenizar os profissionais que trabalham diariamente para levar informação de qualidade à população capixaba.

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Confira a lista dos destaques do Prêmio Findes de Jornalismo 2016 Fotojornalismo 1º lugar - Mar de lama (Gabriel Lordêllo), do Metro Jornal. 2º lugar - Carvoeiro: a vida em preto e branco (Marcelo Prest), do jornal A Gazeta. 3º lugar - Lama: o rio, o pescador e o peixe (Carlos Alberto Silva), do jornal A Gazeta. Jornalismo Impresso 1º lugar - A caixa-preta dos sindicatos (Mikaella Campos e Vilmara Fernandes), do jornal A Gazeta. 2º lugar - Guerra pela água (Patrik Camporez Mação), do jornal A Gazeta. 3º lugar - Cadê minha casa? Cadê minha vida? (Mikaella Campos, Raquel Lopes e Marcelo Prest), do jornal A Gazeta. Radiojornalismo 1º lugar - Rio de lama (Rafael Andrade Monteiro de Barros), da Rádio CBN. 2º lugar - Regência Augusta: o olhar dos moradores seis meses depois da tragédia em Mariana (Camila Soares), da Rádio Espírito Santo. 3º lugar - Caminhos cruzados: entre a lei e a realidade (Johnnatan Sardi), da Rádio Espírito Santo. Repórter Cinegrafista 1º lugar - Seca: Espírito Santo em crise (Alberto Pires Leite), da TV Tribuna.

2º lugar - Cooperativismo/ Reflorestar (Alberto Pires Leite), da TV Tribuna. 3º lugar - Coroa Vermelha: uma ilha quase intocada no sul da Bahia (Juliano da Silva Gomes), da TV Gazeta. Telejornalismo 1º lugar - 16 dias: o caminho da lama no Rio Doce (Bruno Faustino), da TV Educativa ES. 2º lugar - Mar de lama (Mário Bonella), da TV Gazeta. 3º lugar - Especial Rio Doce (Gabriela Ribeti), da TV Gazeta. Webjornalismo 1º lugar - Violência sexual – Crime invisível (Katilaine Chagas, Mayra Passos Bandeira, João Paulo Rocetti Nascimento e Aglisson Lopes), do Portal Gazeta Online. 2º lugar - A caixa-preta dos sindicatos (Mikaella Campos e Vilmara Fernandes), do Portal Gazeta Online. 3º lugar - Indústria do Carnaval: por dentro da fábrica de sonhos (Leonardo Soares), do Portal Gazeta Online. Grande Prêmio Rubem Braga de Jornalismo Vencedor - Série: Eu, empreendedor! (Luciano Rosetti), da TV Tribuna. Jornalista Destaque 2016 José Irmo Gonring

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indústria em ação Artigo

Corrida do Trabalhador é realizada em Anchieta

José Bassini relembra trajetória no Contando Histórias O presidente emérito da Findes, José Bráulio Bassini, foi o homenageado da última edição do “Contando Histórias”, que aconteceu no dia 17 de novembro, no Salão da Indústria. O empreendedor narrou sua trajetória, desde os tempos de estudante até se consolidar como presidente da Federação das Indústrias, cargo que ocupou de 1992 a 2000, começando por detalhes sobre como a família veio de Vargem Alta para Vitória, o relato de suas experiências até a contribuição que deu para a criação do Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor). Uma iniciativa do Cindes, o “Contando Histórias” traz sempre um grande empreendedor ou personalidade com uma vida marcada pelo trabalho e pela contribuição no desenvolvimento da indústria no Espírito Santo. Em sua segunda temporada, o projeto já homenageou Helio Dorea, Jônice Tristão, Hilda Cabas, Carlos Aguiar, Max Mauro, Sergio Rogerio de Castro, Américo Buaiz Filho, Aylmer Chieppe e Etore Selvatici.

Pela primeira vez o Sesi-ES realizou a Corrida do Trabalhador no interior do Estado. A prova foi um sucesso: 600 pessoas, entre atletas de todas as idades, portadores de necessidades especiais e trabalhadores da indústria capixaba, participaram da disputa, realizada em Anchieta no dia 4 de dezembro. Na categoria Geral, os vencedores foram Marivaldo Neri Oliveira e Viviane Motta, respectivamente masculino e feminino. Joserlan Santos Cerqueira e Daniela Simões Barros Rangel foram os primeiros colocados masculino e feminino da categoria Indústria. Já Leandro Alpoim Souza e Cynthia Rovetta da Silva ganharam na categoria Prefeitura. Um dia antes, foi realizado, no espaço do Centro Integrado, o “Sesi na sua Rua”, uma tarde de lazer e esporte que recebeu 300 crianças e adolescentes. Durante a ação foram arrecadados mais de 2.300 quilos de alimentos, que serão entregues ao hospital de Anchieta e ao Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes).

Prodfor certifica 17 empresas em 2016 Referência nacional em certificação de empresas, o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificaçãode Fornecedores (Prodfor) formou em dezembro mais uma turma. O evento aconteceu no dia 15, no auditório da Findes, em Vitória. Este ano, 17 empresas foram certificadas pelo programa, sendo 13 em Gestão da Qualidade (SGQF) e quatro em Saúde e Segurança Ocupacional (SGSS). Em novo formato em 2016, a cerimônia contou com a palestra “Novos investimentos para o Estado do Espírito Santo”, ministrada pelo diretor-geral da Cesan, Pablo Andreão. Os destaques do evento ficaram com a Alunobre Industrial, na certificação SGQF; com a MI Caldeiraria, no processo de manutenção da certificação em Qualidade; e com a Ipê Engenharia, na conquista da verificação em Saúde e Segurança. Leonardo Perini Zanotelli, diretor técnico da Hábil Treinamentos, fez um pronunciamento em nome das fornecedoras, enquanto o coordenador-geral do Prodfor em 2016, José Eduardo Cruz Del Esposti, da Petrobras, falou sobre a importância de se qualificar.

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Especial Sustentável por Fernanda Zandonadi

Evento realizado na Findes trouxe especialistas sobre o tema. Da esquerda para a direita: Nelci Loyola Porto, Romário de Araújo, Rosana Jatobá, Luiz Carlos Barbosa Lima e Fernanda Lima

Práticas sustentáveis ganham mercado Seminário discutiu os novos rumos do capitalismo e mostrou que é possível gerar lucro e renda com boas práticas para o meio ambiente

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apitalismo e sustentabilidade. Duas palavras que, juntas, podem até causar certa estranheza ao senso comum. Mas, com as mudanças de paradigma no consumo e na produção, os dois conceitos têm tudo para andar de mãos dadas e gerar bons resultados para os empreendedores que entenderem que é possível ganhar dinheiro e ao mesmo tempo respeitar a sociedade e o meio ambiente. E muitos empresários vêm descobrindo na sustentabilidade uma forma de diminuir os custos de produção e ainda conquistar novas janelas para exportar seus produtos, uma vez que o consumidor final também está mais exigente quando se fala em preservação ambiental. Essa foi a discussão proposta pelo seminário “Capitalismo sustentável: como isso pode ajudar o meu negócio”, realizado pelo Sesi-ES e pelo Conselho de Responsabilidade Social da Findes (Cores). “O senso comum diz que ‘capitalismo’ e ‘sustentável’ são palavras incongruentes. Mas, pelo contrário, são palavras harmônicas e potencializadoras. Nosso esforço foi exatamente fazer com que os participantes pudessem vivenciar a prática do que representa adotar o capitalismo sustentável como uma estratégia de negócio”, explicou o presidente do Cores, Jefferson Cabral. O foco são os micro e pequenos empreendimentos, responsáveis pela fatia majoritária da economia do país. “Há dois

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desafios. O primeiro é mostrar que o capitalismo pode, sim, ser sustentável. O segundo é apontar que essas práticas sustentáveis podem efetivamente gerar receita para os negócios. Todo empresário busca o lucro, a receita e o retorno do capital. Não adianta falar sobre sustentabilidade se o empreendedor não entender que isso vai gerar algum resultado financeiro. Além do mais, não adianta pensar em um negócio sem ter em mente que os recursos naturais do planeta são finitos”, disse Jefferson. O evento revelou que o resultado financeiro com a sustentabilidade pode ser grande. A experiência do empresário

“Não dá mais para agredir o meio ambiente, não dá mais para fazermos ações que não preservem o planeta, não haverá mais lugar para quem pense dessa forma” Clara Orlandi, diretora da Findes para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano

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“Hoje em dia, as práticas sustentáveis não são apenas uma questão ambiental, mas também de sobrevivência da própria empresa. Temos que reduzir o uso de recursos onde pudermos” Romário de Araújo, empresário e presidente do Sindirecicle-ES capixaba Romário de Araújo, também presidente do Sindicato das Empresas de Reciclagem do Estado do Espírito Santo (Sindirecicle-ES), mostrou aos participantes que, além de cuidar do meio ambiente, é possível economizar dinheiro com práticas sustentáveis. A empresa de Araújo já lida diretamente com a reciclagem como atividade principal. Mas eles foram além e criaram um sistema de calhas que direciona a água da chuva para pequenos reservatórios que atendem a demandas dentro da empresa. Com esse processo, implantado há cinco anos, a conta anual de água da empresa baixou de R$ 160 mil para apenas R$ 9 mil. O sistema, que custou em torno de R$ 200 mil, mostrou retorno financeiro em apenas um ano e meio. “Hoje em dia, as práticas sustentáveis não são apenas uma questão ambiental, mas também de sobrevivência da própria empresa. Temos que reduzir o uso de recursos onde pudermos. No nosso caso, trabalhamos com reciclagem, e toda nossa matéria-prima é submetida a lavagem. Isso significa que a água é um recurso importantíssimo para nossa indústria, o que gerou a necessidade de baratearmos o preço desse recurso. Reusamos toda a água do processo produtivo”, explicou. Rosana Jatobá, jornalista e radialista da Rede Globo, apresentadora do canal National Geographic Brasil e também mestre em “Gestão e Tecnologias Ambientais”, que em novembro esteve no Espírito Santo para o seminário,destacou que há vários exemplos de micro e pequenas empresas que tiveram sucesso ao adotar a sustentabilidade em seus negócios. “O modelo de capitalismo vigente até agora é algo que a sociedade não aceita mais”, enfatizou Rosana, explicando ainda que o brasileiro se mostra

“O modelo de capitalismo vigente até agora é algo que a sociedade não aceita mais” Rosana Jatobá, jornalista e radialista da Rede Globo e apresentadora do canal National Geographic Brasil

“ O senso comum diz que ‘capitalismo’ e ‘sustentável’ são palavras incongruentes. Mas, pelo contrário, são palavras harmônicas e potencializadoras. Nosso esforço foi exatamente fazer com que os participantes pudessem vivenciar a prática do que representa adotar o capitalismo sustentável como uma estratégia de negócio.” Jefferson Cabral, presidente do Cores

cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e que 76% dos consumidores optariam por produtos que sejam sustentáveis em sua produção. “Contudo, o Brasil ainda ocupa um modesto 45º lugar no ranking mundial de sustentabilidade, logo à frente da Venezuela, um país bem menos desenvolvido que o nosso. A sustentabilidade é, ainda, algo complexo e que representa custos altos para ser aplicada em empresas de micro, pequeno e médio porte. Mas os seus benefícios diretos são evidentes e essenciais para os anseios da sociedade atual. O desafio é grande, mas o empresário que adotar práticas sustentáveis sabe que estará fazendo parte de algo que não tem mais volta”, concluiu a palestrante. Na avaliação de Clara Orlandi, diretora da Findes para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano, a mudança de paradigma se inicia nas próprias mudanças de comportamento. “Pensar a sustentabilidade nos leva a ter um olhar diferente sobre o processo produtivo das empresas, sobre a agressão que se faz, até de forma involuntária, ao meio ambiente, sobre todos os aspectos que são levantados e passam despercebidos. Por exemplo, se temos em uma indústria um gasto grande de água, e ela tem condições propícias para captar água da chuva, haverá um grande ganho com a redução das taxas de água. Caso seja reaproveitado um subproduto de uma empresa, aumentam-se os negócios, porque do produto inicial já se pode partir para outros, que são consequência dessas medidas de cautela para não agredir o meio ambiente.” Analisando os exemplos de sucesso, a diretora da Findes destacou que é notório que os empresários, quando adequaram e melhoraram seus processos produtivos, “abriram portas e janelas para o mundo e começaram a ser vistos de uma forma positiva. Aumentaram o número de clientes, porque as pessoas querem se unir a quem aderiu ao processo de sustentabilidade. E essas empresas passaram a exportar, porque as importadoras não aceitam mais que se trabalhe fora das condutas sustentáveis”. Clara foi além e avaliou que, em um período de tempo não muito longo, terão mercado principalmente as empresas que estiverem ecologicamente corretas. “Não dá mais para agredir o meio ambiente, não dá mais para fazermos ações que não preservem o planeta, não haverá mais lugar para quem pense dessa forma”, concluiu. 2017 • 326

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Especial Sustentável por Andrea Nunes

Faculdade investe em energia verde e sustentável Projeto fotovoltaico da Fucape faz parte de programa de sustentabilidade

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om o objetivo de funcionar 100% com energia verde, a Fucape Business School construiu em seu pátio o Estacionamento Verde, com placas fotovoltaicas que suprem praticamente toda a necessidade energética da instituição. A iniciativa faz parte do Projeto Fucape 120% Sustentável, cujos pilares envolvem uma mudança de postura da comunidade acadêmica, o uso de energia limpa e um retorno para a sociedade. A ideia do projeto surgiu a partir de discussões em sala de aula envolvendo o tema e formas de tornar a faculdade sustentável do ponto de vista ambiental. Durante os debates, os alunos fizeram propostas, e a instituição consolidou as ideias para colocar o projeto em prática. Segundo o professor e cofundador da Fucape Valcemiro Nossa, o projeto trabalha com quatro frentes, sendo a usina

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fotovoltaica a maior delas. Também fazem parte da proposta a captação de água de chuva para uso interno, como limpeza, descarga e rega de plantas, logística reversa para um descarte adequado de tudo o que for produzido ou usado dentro da faculdade (eletrônicos em desuso, mobília danificada, papel,

“Além de não termos um juro barato, ainda temos a cobrança de ICMS da energia sustentável. E o pior é que essa cobrança é inconstitucional” Nélio Rodrigues Borges, presidente do Conerg

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copos, etc) e o estímulo à carona solidária e a cobrança do estacionamento, como forma de desestimular o uso do carro como meio de transporte individual. “Em relação à questão do gás carbônico, a maior emissão dentro da faculdade vem dos carros que chegam até aqui. Então estamos fazendo um mapeamento de todo o impacto e vamos desenvolver um aplicativo de carona solidária.” Para estimular o uso de bicicletas, a entidade vem cobrando a utilização do estacionamento dos veículos e trabalha na construção de vestiários, uma forma de facilitar a vida dos ciclistas, que poderão aproveitar as novas dependências para troca de roupas e banhos. O planejamento, o acompanhamento e a execução do projeto estão sendo feitos pela empresa júnior da Fucape, com alunos trabalhando sob a supervisão do comitê gestor, que envolve professores, empresários e pessoas da comunidade. A previsão é de que todas as frentes estejam funcionando 100% até 2020 e o conceito de “120% sustentável” até 2035, quando o trabalho de recuperação do Rio Santa Maria será alcançado, conforme explicou o professor. O custo da estrutura de captação de energia solar girou em torno de R$ 1 milhão, com um retorno esperado dos investimentos em um prazo de sete anos, graças à economia da conta de energia, que custava em torno de R$ 25 mil por mês e que já caiu para R$ 8 mil a R$ 10 mil. A expectativa é de que essa conta fique ainda mais barata, com outras ações para melhorar e eficiência energética, como substituição de lâmpadas para LED e aquisição de novos aparelhos de ar condicionado.

Projeto Fucape 120% Sustentável Geração de energia: 158 MWh/ano ou 13.167 kWh mês ou 433 kWh/dia. É suficiente para abastecer toda a faculdade em condições de céu azul e incidência vertical de raios de sol. Área que a usina fotovoltaica ocupa: são 384 placas do tipo Canadian Solar e 4 inventores SMA. Juntas, formam um estacionamento capaz de abrigar 45 carros. Custo da usina fotovoltaica: Cerca de R$ 1 milhão, com retorno dos investimentos previsto em um prazo de sete anos, graças à economia na conta de energia. Conceito: O conceito do projeto é mitigar 100% do impacto ambiental causado pela instituição e retribuir mais 20% para o meio ambiente. Com isso, as ações abrangem também a captação de água pluvial, logística reversa dos equipamentos e materiais usados na instituição, a promoção da carona solidária entre os alunos e a recuperação vegetal das nascentes que alimentam o Rio Santa Maria, um dos que abastecem a Grande Vitória, por meio de parceria a ser firmada. Fonte: Fucape

“Em relação à questão do gás carbônico, a maior emissão dentro da faculdade vem dos carros que chegam até aqui. Então estamos fazendo um mapeamento de todo o impacto e vamos desenvolver um aplicativo de carona solidária” - Valcemiro Nossa, cofundador da Fucape, professor doutor

Burocracia Um grande desafio encontrado pela equipe da Fucape na hora de implantar o sistema fotovoltaico foi enfrentar a burocracia, como conseguir uma linha de financiamento que atendesse às necessidades do projeto. “Esse trabalho é pioneiro no Espírito Santo, somos os primeiros de porte médio. Tivemos vários entraves burocráticos, precisamos ir atrás de financiamento. Agora existe uma linha específica para isso no Bandes que está pronta para a comunidade usar”, afirmou o professor Valcemiro Nossa. Outra questão burocrática a ser rompida nos sistemas fotovoltaicos é a tributação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide quando a energia excedente produzida durante o dia é enviada para a rede concessionária e depois utilizada novamente à noite. Para o presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) da Findes, Nélio Rodrigues Borges, os juros cobrados no Espírito Santo para financiar projetos de energia sustentável ainda são muito altos, de 10,5% ao ano, o dobro do que é pago em São Paulo, por exemplo, que é de 5% ao ano. Além disso, o governo de São Paulo também não cobra o ICMS da energia solar, o que Nélio defende como sendo a medida correta a ser tomada também no Espírito Santo. “Além de não termos um juro barato, ainda temos a cobrança de ICMS da energia sustentável. E o pior é que essa cobrança é inconstitucional, pois essa tributação não é devida quando se trata de uma autoprodução. Não existe uma mudança na titularidade da energia, ela vai para a concessionária e volta, não há transação comercial”, explicou. Para avançar nos incentivos à produção de energia sustentável nas empresas do Espírito Santo, Nélio afirma que a Findes já está em reuniões com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e com a agência reguladora para negociar o fim da cobrança do imposto e também para definir juros mais atrativos nas linhas de financiamento. Por enquanto, o financiamento mais atrativo é para as empresas do norte do Estado, que estão na região da Sudene, por meio do Banco do Nordeste. 2017 • 326

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Gestão Especial por Nádia Baptista

Estratégia com retorno garantido Investimentos em saúde e segurança do trabalho trazem benefícios que vão muito além do cumprimento de normas, garantindo mais qualidade de vida e menor tributação

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á quase um século, em 1919, foi instituída a primeira lei brasileira que tratava de acidentes de trabalho, o Decreto Legislativo nº 3724. De lá para cá, a legislação trabalhista evoluiu, tornou-se cada vez mais específica, e o seu cumprimento, primordial para o bom andamento de um negócio – especialmente para aqueles que operam linhas de produção, como é o caso de boa parte das indústrias. Hoje,

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saúde e segurança se tornaram investimentos, que refletem a forma como cada empresa trata um de seus bens mais valiosos: seus colaboradores. Quando as ações de segurança do trabalho não estão inseridas na rotina de uma organização, as consequências podem aparecer não só na forma de atrasos na produção, queda na produtividade e redução da qualidade do produto,

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Prevenção em pauta De 29 de novembro a 2 de dezembro, foi realizada a Semana Prevenir. Uma iniciativa do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer), com o apoio do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon) e do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas), o projeto tem como objetivo fomentar as medidas em prol da saúde e da segurança nas empresas e a popularização desse tema na sociedade. Em uma programação diversificada e distribuída em locais distintos, o evento trouxe a temática “Saúde e Segurança” sob vários formatos, alcançando tanto o trabalhador da indústria quanto a população em geral. “Por meio desse projeto, pretendemos, além de alertar os empresários para a importância dos investimentos em SST, conscientizar a população em geral sobre a relevância da prevenção de acidentes, não só no trabalho, mas também no dia a dia. Quando acontece um acidente no trabalho, há não apenas o custo financeiro dessa ocorrência para a empresa, mas também um custo social muito alto a se pagar. As grandes e médias empresas têm investido com maestria na prevenção de acidentes. Com a programação da Semana Prevenir, buscamos chamar a atenção também das micro e pequenas empresas para a importância das ações de SST”, explica Lúcio Dala Bernardina, presidente do Sindifer.

Passaporte para os trabalhadores da indústria

Entre as novidades apresentadas durante a Semana Prevenir, está o Passaporte Industrial, iniciativa inédita no Brasil, que vai unificar 41 procedimentos médicos e 10 treinamentos comuns às grandes plantas industriais do Espírito Santo: Vale, ArcelorMittal, Fibria e Samarco. A ideia é implantar um procedimento comum para a integração do trabalhador aos quadros da empresa, diminuindo assim o tempo e o custo das contratações. “Saúde e segurança é um tema que não se pode deixar de lado, principalmente nas indústrias de base, que têm atuação nas grandes plantas. Para que um trabalhador seja liberado a atuar – sobretudo nas áreas operacionais dessas plantas, – é necessário fazer previamente uma série de treinamentos e exames médicos. Antes, cada empresa exigia um procedimento de integração diferente e o processo levava de 30 a 45 dias. O Passaporte Industrial nivela todas essas principais exigências, como carga horária de treinamentos, reciclagem e padronização dos exames exigidos”, explica o presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), Wilmar Barroso. Segundo ele, ao mesmo tempo, o Passaporte Industrial permite criar uma rede credenciada de empresas que prestam serviço de treinamento em saúde e segurança. “O foco é aumentar a oferta de mão de obra qualificada para trabalhar na empresa de base, com um sistema seguro e empresas qualificadas, permitindo não apenas reduzir o tempo consumido na integração, mas que o trabalhador esteja mais bem qualificado no que diz respeito às questões de segurança”, destaca Barroso.

mas também, o que é especialmente grave, em acidentes e ameaças à saúde e integridade da força de trabalho. Esses fatores, somados, levam a prejuízos e redução do lucro. Além do afastamento do trabalhador, uma doença ou acidente de trabalho podem trazer consigo outros aspectos que interferem negativamente nos resultados de uma empresa: interrupção da produção, gastos imprevistos com horas extras, primeiros socorros, danos aos equipamentos, pagamento do salário com trabalhador afastado e repetição do treinamento

“Saúde e segurança é um tema que não se pode deixar de lado, principalmente nas indústrias de base, que têm atuação nas grandes plantas” Wilmar Barroso, presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção da Findes

para os trabalhadores, entre outros. Um levantamento realizado pelo professor José Pastore indica que, todos os anos, os acidentes de trabalho custam para as empresas brasileiras cerca de R$ 41 bilhões, considerando os segurados e os não segurados. Levando-se em conta também as doenças do trabalho, o custo para o Brasil é de aproximadamente R$ 71 bilhões, ou cerca de 9% da folha salarial do país. As questões relacionadas à gestão da segurança e saúde no trabalho (SST) podem reduzir a incidência de tributos pagos pela empresa e diminuir os gastos com seguro-saúde – o que faz delas assunto estratégico para qualquer negócio. De acordo com o médico do trabalho especialista em Segurança e Saúde no Trabalho do Departamento Nacional do Sesi, Gustavo Nicolai, para boa parte das indústrias do país, as despesas com saúde já representam a segunda maior conta depois da folha de pagamento, em razão da alta sinistralidade (utilização) e da inflação médica, muito superior aos demais índices econômicos. “Para as empresas, os afastamentos implicam a perda, temporária ou definitiva, de trabalhadores muitas vezes capacitados para o exercício de uma função específica. Adiciona-se a esse 2017 • 326

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Gestão Os custos dos acidentes de trabalho Quer saber o valor de cada acidente e afastamento com estabilidade em sua empresa? Acesse o site: http://cbic. org.br/construindosegurancaesaude/ e faça seu cálculo livremente. Você precisará apenas dos dados do FAP de sua empresa, informados no site do INSS (mediante senha) e do valor estimado de sua folha de pagamento.

contexto do afastamento do trabalho outras consequências no âmbito das imposições legais e de acréscimo tributário substancial na forma do Seguro Acidente de Trabalho (SAT), ajustado pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP)”, ressalta Nicolai. Quando um trabalhador sofre acidente, com ou sem afastamento previdenciário, a empresa está sujeita a uma tributação variável, de acordo com leis em vigor desde 2010. As empresas com mais ocorrências de acidentes e afastamentos pagam mais impostos e mais tributações mensais sobre a folha de pagamento do que aquelas que têm menos afastamentos e melhores resultados. “Compreender o valor de cada sinistro que ocorre em sua empresa ajuda na tomada de decisão e faz com que saúde e segurança não necessariamente representem um gasto, mas sim um investimento, contribuindo para o efetivo resultado empresarial”, explica o especialista. Cada empresa pode calcular o valor dos acidentes de trabalho por meio do simulador “Construindo Segurança e Saúde”, disponível na internet. De acordo com a análise da base de dados cadastrada pelos usuários do simulador até maio de 2016, para esse grupo de empresas cada acidente do trabalho custa, em média, mais de R$ 9 mil, e cada afastamento acidentário, acima de R$ 51 mil em acréscimos tributários ao SAT. “A tributação se tornou variável. A empresa aumenta seu coeficiente tributário à medida que nela ocorrem mais acidentes, com consequentemente mais afastamentos previdenciários. É preciso considerar, ainda, outros custos associados aos afastamentos. Pessoas são um fator estratégico para as companhias, pois sem colaboradores não há produto, e a empresa deixa de existir. O dano à saúde do trabalhador e os acidentes de trabalho geram uma perda econômica muito grande. Por isso, os investimentos em SST vêm ganhando valor e importância na estratégia gerencial das empresas”, afirma Gustavo Nicolai.

“Quando acontece um acidente no trabalho, há não apenas o custo financeiro dessa ocorrência para a empresa, mas também um custo social muito alto a se pagar” Lúcio Dala Bernardina, presidente do Sindifer 42

“Compreender o valor de cada sinistro que ocorre em sua empresa ajuda na tomada de decisão e faz com que saúde e segurança não necessariamente representem um gasto, mas sim um investimento, contribuindo para o efetivo resultado empresarial” Gustavo Nicolai, médico do trabalho especialista em SST do Departamento Nacional do Sesi

Entender a origem desses encargos financeiros, bem como o valor atribuído para cada acidente e afastamento, possibilita agir de maneira proativa e garantir a sustentabilidade empresarial. “Ter bons resultados em termos de promoção da saúde e de prevenção a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais é igualmente bom para os negócios. Ganham a indústria, a sociedade e os trabalhadores, o Estado, a Previdência e a economia”, destaca o médico.

eSocial Como forma de centralizar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados, o Governo Federal está instituindo um novo sistema digital, conhecido como eSocial. O portal da internet reunirá em uma só plataforma todas as obrigações fiscais, previdenciárias, jurídicas e trabalhistas, o que demandará mudanças por parte das empresas para que se adaptem ao novo sistema. O instrumento substituirá o procedimento de envio das diversas declarações, formulários, termos e documentos referentes à relação de trabalho e deve começar a funcionar em janeiro de 2018. Esse projeto é uma ação conjunta de órgãos e entidades do Governo Federal e tem entre seus objetivos viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas aos trabalhadores; simplificar o cumprimento de obrigações; e aprimorar a qualidade das informações acerca das relações trabalhistas, previdenciárias e fiscais. Com o eSocial, torna-se obrigatório o envio de diversas informações relacionadas a SST, relativas a algumas normas regulamentadores (NRs) e a outras legislações acessórias associadas a essa temática. Cerca de um quarto dos eventos previstos para a implantação do eSocial está direta ou indiretamente relacionado a SST, em maior ou menor grau de intensidade. “Embora, num primeiro momento, as empresas tenham de fazer investimentos para se adequar ao novo sistema, essa adequação levará a uma maior organização do ambiente empresarial e à estruturação dos processos, o que ajuda a minimizar os erros, levando a resultados mais consistentes. Isso pode se refletir, inclusive, como vantagem competitiva dessa empresa diante das demais”, salienta Nicolai.

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indústria em ação Artigo

Findes sedia primeiro Fórum Capixaba de Desenvolvimento do Setor de Petróleo e Gás Um evento criado para fomentar e articular ações de desenvolvimento do setor de petróleo, servindo para promover a interlocução das iniciativas pública e privada, além de aumentar a participação da indústria local na cadeia global do segmento. Essas são premissas do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás (FCP&G), que teve no dia 19 de dezembro a sua primeira edição realizada no auditório do Edifício Findes, em Vitória. O evento reuniu grandes empresas, como Petrobras, Shell, Abespetro, Statoil, Seadrill, Subsea7, NBCC, Schlumberger do Brasil, IBP e Vallourec, que apresentaram oportunidades de negócios aos empreendedores presentes. Inovação e tecnologia, com projetos voltados diretamente para a área, também foram debatidas no encontro. A ideia com esses debates é gerar uma agenda de trabalho de elaboração e implantação de um programa que estimule o setor e mostre para as fornecedoras que soluções criativas são sempre bem-vindas. O Fórum foi prestigiado pelo governador Paulo Hartung; pelo presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; pelo secretário estadual de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo; pelo secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, Márcio Félix; além de empresários e especialistas da área. Em seu pronunciamento, Hartung lembrou que o Governo do Estado é parceiro da iniciativa privada que atua

Fórum Capixaba de Desenvolvimento do Setor de Petróleo e Gás

em solo capixaba gerando renda e empregos. “Ter que administrar um Estado com despesas em alta e arrecadação em queda não é fácil. Mas sendo criativos e tendo prioridades, é possível avançarmos sem aumentar impostos. Acredito que podemos fazer um movimento de lideranças coletivas para mudar o país e realizar as reformas necessárias. Podemos fazer com que a indústria do petróleo e gás volte a impulsionar a economia do Estado”, explicou ele. Já Márcio Felix anunciou que o Espírito Santo terá 34 leilões de áreas de exploração de petróleo e gás em 2017, sendo 22 em terra (onshore) e 12 no oceano (offshore). “Temos grandes desafios a curto e médio prazos, mas, agora, contamos com uma forte governança local, que permitirá uma competitividade maior para a indústria capixaba”, frisou. Marcos Guerra aproveitou a ocasião para falar sobre o grande impulso para o desenvolvimento do setor a partir da criação do Fórum. “Existiam poucas oportunidades para a indústria capixaba no setor de petróleo e gás. A criação do FCP&G veio no intuito de aumentar a participação de fornecedores locais por meio de qualificação e investimentos em tecnologia e inovação. Estamos consolidando agora, com este evento, o sucesso de todo esse trabalho”, destacou o presidente.

Fórum de Entidades e Federações recebe senadores Com a finalidade de discutir temas como logística, meio ambiente, recursos hídricos e infraestrutura, o presidente do Sistema Findes e coordenador do Fórum de Entidades e Federações (FEF), Marcos Guerra, recebeu no dia 31 de outubro os senadores da República Ricardo Ferraço e Rose de Freitas. No encontro, Guerra falou da necessidade de lideranças políticas e empresariais atuarem juntas para viabilizar projetos em pauta no Congresso Nacional. “Precisamos desburocratizar e adotar uma postura mais agressiva em relação ao Governo Federal, de modo a darmos agilidade aos projetos de infraestrutura do Estado: a BR-262, o aeroporto, os licenciamentos ambientais de portos, e ainda a terceirização e as reformas trabalhistas, entre outros. Nós, do FEF, entendemos que esses gargalos precisam ser resolvidos urgentemente, para o país e nosso Estado voltarem a crescer”, explicou ele. Rose de Freitas aproveitou para abordar os recursos para a conclusão das obras do novo aeroporto de Vitória. “O aeroporto vai sair e é nossa principal obra no momento.”

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Indicadores

ICEI CAI 1,0 PONTO EM DEZEMBRO E MOSTRA A FALTA DE CONFIANÇA DO INDUSTRIAL CAPIXABA

E

m dezembro de 2016, em relação ao Tabela 1 Índice de Confiança do Empresário Industrial mês anterior, o Icei da indústria capixaba Icei – Espírito Santo e Brasil caiu 1,0 ponto, permanecendo abaixo da linha divisória entre a confiança e a falta de confiança, com 46,7 pontos. Essa queda sinaliza jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 uma permanência do cenário de suaves baixas, Brasil 47,3 51,5 53,7 52,2 51,7 48,0 refletindo a piora das condições atuais, cujo indicador decresceu. Contudo, as expectativas para Espírito Santo 44,9 51,5 50,0 49,3 47,7 46,7 os próximos seis meses se mantiveram estáveis, Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI permanecendo acima de 50 pontos. Apesar do recuo do índice geral do Estado, O Icei do Brasil registra 48,0 pontos em dezembro de 2016, o industrial capixaba está menos pessimista do que no período de dezembro de 2014 a julho de 2016, conforme gráfico. um retrocesso de 3,7 pontos diante de novembro, mostrando a Ao compararmos o índice de dezembro de 2016 (46,7 falta de confiança do empresário, após quatro meses acima da pontos) com o de dezembro do ano passado (35,7 pontos), linha divisória. Contudo, comparado a dezembro de 2015, está 12,0 pontos acima. observa-se um avanço de 11,0 pontos no índice atual.

Índice de Confiança do Empresário Industrial - Icei-ES (em pontos)

Gráfico 1

60 55

Média Histórica (fev/10 a dez/2016): 52,7

50 46,7

45 40 35 30

set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNI

Composição do Icei - condições atuais O indicador de condições atuais, obtido por meio do levantamento da percepção dos industriais capixabas em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, registrou queda de 1,8 ponto em dezembro de 2016, em confronto com o mês anterior. O índice continua abaixo de 50 pontos (38,8 pontos) devido ao cenário nacional de instabilidade econômica e política. Todavia, se mantém em patamar mais alto do que o de todo o ano de

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2015 e o do primeiro semestre de 2016, indicando que os empresários estão aos poucos reduzindo o pessimismo diante das adversidades provocadas pela atual crise. O recuo do índice em relação ao mês anterior foi influenciado por todos os itens que o compõem, condições da economia brasileira (-7,2 pontos), condições do Estado (-3,2 pontos) e condições da empresa (-0,1 ponto).

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Na comparação com dezembro de 2015, o panorama é de menor pessimismo, considerando que todos os índices atuais são superiores aos daquele mês. O indicador geral de condições atuais está 11,9 pontos acima do registrado no mesmo mês do ano passado.

Principais aumentos do Estado Em relação a

Dez/15

Economia brasileira

12,6

Estado

12,7

Empresa

11,8

Tabela 2

Indicador de condições atuais ESPÍRITO SANTO

BRASIL

Dez/15

Nov/16

Dez/16

Dez/15

Nov/16

Dez/16

26,9

40,6

38,8

28,3

43,8

40,7

Economia brasileira

21,0

40,8

33,6

19,3

42,4

37,0

Estado

24,5

40,4

37,2

-

-

-

Empresa

28,9

40,8

40,7

32,9

44,5

42,6

CONDIÇÕES ATUAIS ¹ Com relação a

1 - Em comparação com os últimos seis meses Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI

Composição do Icei expectativas para os próximos seis meses O indicador de expectativas dos industriais capixabas permaneceu invariável em dezembro de 2016, frente ao mês anterior. Logo, pela sexta vez no ano fica acima dos 50 pontos (51,3 pontos), revelando empresários confiantes em relação aos próximos seis meses. Observa-se que o quadro de pessimismo em que o industrial capixaba se encontrava no período de dezembro de 2014 a junho de 2016 não se perpetua neste segundo semestre, provavelmente em razão do cenário esperado com as

Principais aumentos do Estado Em relação à

Dez/15

Economia brasileira

15,8

Estado

13,0

Empresa

10,2

Indicador de expectativas para os próximos seis meses

Tabela 3

BRASIL

ESPÍRITO SANTO Dez/15

Nov/16

Dez/16

Dez/15

Nov/16

Dez/16

39,8

51,3

51,3

39,8

55,8

51,6

Economia brasileira

30,4

50,1

46,2

29,9

53,1

46,4

Estado

35,0

48,8

48,0

-

-

-

Empresa

43,7

52,3

53,9

45,0

57,2

54,3

EXPECTATIVAS ² Com relação a:

2 - Para os próximos seis meses Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI

novas medidas propostas pela equipe econômica do Governo Federal. Dois dos três índices que compõem esse indicador recuaram diante do mês anterior. A exceção foi no índice referente à empresa, que avançou em 1,6 ponto, continuando acima dos 50 pontos. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o indicador cresceu 11,5 pontos. Essa melhora presume uma revisão das estimativas referentes aos novos investimentos industriais no Estado.

Notas Em janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações http://www.cni.org.br/) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010. - O Icei varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. - A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria CNI, contou nesse mês com a participação de 88 empresas capixabas (29 pequenas, 35 médias e 24 de grande porte). Dessas, 21 empresas pertencem à indústria da construção. 2017 • 326

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Prêmio da Findes reconhece destaques do jornalismo Iniciativa criada com o objetivo de incentivar e reconhecer a produção jornalística no Estado, o Prêmio Findes de Jornalismo teve a sua terceira edição encerrada no dia 2 de dezembro. O evento de entrega dos trofeús aconteceu no cerimonial MS Buffet, em Vitória. A todo, 430 matérias foram inscritas para a disputa. Na solenidade foram premiados trabalhos nas categorias Jornalismo Impresso, Fotojornalismo, Webjornalismo, Radiojornalismo, Repórter Cinegrafista e Telejornalismo. Houve ainda entrega do Prêmio Rubem Braga e do Jornalista Destaque. 1 – O diretor de Jornalismo da Rede Gazeta, Abdo Chequer, e o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. 2 – O diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação da Findes, Eugênio Fonseca, ao lado do diretor de Comunicação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Alberto Barreiros. 3 – O jornalista e professor José Irmo Gonring recebeu a homenagem Jornalista Destaque 2016. 4 – Na edição deste ano, Luciano Rosetti, da TV Tribuna, ficou com o Grande Prêmio Rubem Braga, considerado o mais importante da noite, com o trabalho “Eu, empreendedor!”. 5 – A jornalista da Rede Globo Christiane Pelajo deu um brilho a mais para o evento promovido pelo Sistema Findes. 6 – O presidente do Sindicato da Indústria de Mecânica do Estado do Espírito Santo (Sindimecânica), Ennio Modenesi Pereira II; o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; o diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos Vieira; o assessor de ralções institucionais da Presidência da Findes, César Villar de Mello; e o assessor executivo da Presidência da Findes, Luiz Oliveira. 7 – Gabriel Lordêllo, do Metro Jornal, foi o vencedor na categoria Fotojornalismo 8 – O editor-chefe da Redação Multimídia da Rede Gazeta, André Hees; o vice-presidente do Sistema Findes Leonardo de Castro e o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma), Wilmar Barros Barbosa. 9 – Talento e compromisso com a verdade: jornalistas capixabas celebram conquistas.

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Fatos em fotos Noite marcada por homenagens no Encontro da Indústria Empresários e profissionais de destaque na luta pelo desenvolvimento da indústria do Espírito Santo foram homenageados pelo Sistema Findes no Encontro da Indústria. O evento, realizado pelo Sistema Findes no dia 27 de outubro, no Itamaraty Hall, em Vitória, também comemorou o aniversário do Cindes e o lançamento do Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, que teve uma edição especial pelos seus 20 anos. 1 – O empresário Américo Buaiz Filho recebeu a Medalha de Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 2 – O presidente do Sindimóveis, Ortêmio Locatelli Filho, foi contemplado com a Medalha do Mérito Sindical. 3 – O presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma), Wilmar Barros Barbosa, também ganhou a Medalha do Mérito Sindical. 4 – A Medalha do Mérito Empreendedor foi entregue ao presidente do Grupo Estel e do Conselho de Administração da Placas do Brasil, Luis Soares Cordeiro. 5 – O diretor-geral da Rede Vitória, Fernando Machado; a publicitária Solange Rocha; e o gerente de Relações Institucionais da Vale, Eugênio Fonseca. 6 – O secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Felix, foi homenageado com a Medalha do Mérito Industrial. 7 – O presidente do Sindicato das Empresas de Informática no Estado (Sindinfo), Luciano Raizer, conquista a Medalha do Mérito Sindical. 8 – O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, entregou o troféu “Amigo da Indústria” ao governador do Estado, Paulo Hartung. 9 – O secretário de Educação do Estado, Haroldo Corrêa Rocha, e o diretor-presidente do Prodest, Renzo Colnago. 10 – Suzy Faria, assessora; Sebastião Vicente, presidente; e Serlene Motta, superintendente da Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense (Aebes). 11 – O presidente do Sindmadeira, Luiz Henrique Toniato; o diretor para Assuntos do Senai-ES , Benízio Lázaro; e o gerente da Escola Móvel, Leonardo Leal. 12 – O diretor de Marketing da Rede Tribuna, Geraldo Schuller; e o fundador da Samp, Amadeu Maciel. 13 – O presidente do Sinduscon-ES, Paulo Alexandre Baraona; e o diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos Vieira. 14 – Fábio Dias, superintendente do IEL-ES, Marcos Guerra e o vice-presidente da Findes e diretor para Assuntos do IEL, Aristóteles Passos Costa Neto, entregam o troféu ao gerente-geral da Petrobras no ES, Ricardo Morais, pelo 1º lugar da empresa no ranking principal do Anuário. 15 – O diretor adjunto da Findes em Guaçuí e região, Elias Carvalho Soares; o senador Ricardo Ferraço; o vice-presidente institucional da Findes em Linhares e região, Paulo Joaquim do Nascimento; o presidente emérito da Findes Sergio Rogerio de Castro; e o diretor da Findes César Vilar. 16 – O governador Paulo Hartung e Fábio Dias apresentam a edição 2016 do Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo. 17 – Empresários e diretores receberam placas durante o evento. 18 – Leonardo de Castro, ao lado do deputado federal Lelo Coimbra.

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Artigo

Vem aí uma “guerra fria econômica”: EUA x China?

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Marcos Troyjo é economista e cientista político

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o final de 2016, num contexto em que forças de desglobalização operam grandes inflexões (Brexit, Trump, ascensão de populismos), ganha força entre muitos analistas o argumento de que estamos adentrando uma nova guerra fria. A “guerra fria 2.0”teria duas dimensões principais. A primeira é mera continuação, numa escala e abrangência geográfica menor, do embate EUAURSS – agora, no entanto, tendo por antagonista de Washington a Rússia supostamente autocrática de Vladimir Putin. Essa disputa manifestar-se-ia na série de acusações mútuas de ciberespionagem. Nas manobras russas de enfraquecer União Europeia e Otan. Na liderança norte-americana em impor sanções a Moscou por manobras geopolíticas como a anexação da Crimeia. Essa versão “light” de guerra fria seria, no entanto, menos potencialmente danosa do que a confrontação no campo geoeconômico. E, aí, os grandes contendores são EUA e China. O mundo teve um aperitivo de tal cenário recentemente como resultado da conversa telefônica entre o presidente eleito Donald Trump e Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan. Pequim se enervou com a conversa, pois há décadas tem na chamada “One China Policy”– a noção de que Taiwan deveria ser agregada política e territorialmente ao país de Xi Jinping – cláusula pétrea de sua política externa. O curioso é que nessa eventual guerra fria econômica entre EUA e China, a ocupação de espaços de influência ou mesmo a costura de alinhados parecem menos importantes para a Washington de Trump. Isso desagrada muitos em seu partido. Derrotado por Obama nas eleições presidenciais de 2008, o senador republicano John McCain defende em artigo no “Financial Times” que o abandono, por parte da futura administração Trump, de mega-acordos comerciais apenas fará com que regiões produtivamente dinâmicas como a Ásia passem crescentemente a gravitar em torno da China. Trump estaria mais disposto a engendrar sua estratégia perante a China por duas vias – a da negociação de acordos bilaterais com países da ÁsiaPacífico e a imposição de restrições a exportações

chinesas aos EUA. Trata-se de uma aposta de elevado risco. Por um lado, mais de uma dezena de países a quem Trump promete lançar entendimentos bilaterais desperdiçaram tempo, energia e capital diplomático nos últimos anos na negociação minuciosa do Tratado da Parceria Transpacífico (TTP, na sigla em inglês). Algumas dessas nações detêm grande peso econômico relativo, como é o caso de Japão, Coreia do Sul e Austrália. Por que agora se predisporiam a jogar fora todo o esforço realizado, em nome de acordos bilaterais que, daqui a quatro anos, sendo o governo Trump malsucedido, voltariam todos à mesa de negociação para um acordo geograficamente mais abrangente? Por outro, caso os EUA endureçam para cima da China, Pequim tem muitas formas de buscar retaliação. Os chineses podem diminuir o volume de compras de soja que realizam dos EUA – exportações norte-americanas nesse setor que em 2016 devem ultrapassar US$ 10 bilhões. Ou então dizer “não” a aeronaves da Boeing – cujas vendas para a China em 2015 alcançaram a impressionante cifra de US$ 15 bilhões. Para as empresas multinacionais norteamericanas – e os EUA têm mais companhias de atuação global do que qualquer outro país –, isso significaria enormes abalos em seus balanços patrimoniais. Ademais, haveria um expressivo aumento de custos de produção, com muitas empresas norte-americanas forçadas a redesenhar completamente sua cadeia global de fornecedores. Há ainda a possibilidade de a China responder à imposição unilateral de barreiras por parte dos EUA com desvalorizações seletivas de sua moeda de modo a dotar suas exportações de mais competitividade. Ou mesmo vender lotes dos títulos do Tesouro norte-americano nas mãos do governo de Pequim. Hoje os EUA devem à China cerca de US$ 1,2 trilhão, o que representa 30% de toda a dívida norteamericana com os governos estrangeiros. EUA e China (e o mundo) nada têm a ganhar com um “equilíbrio do terror” em versão geoeconômica. Tomara esse potencial de desentendimento, hoje tão alentado, seja restringido pela imensa interdependência em comércio e investimentos que marca as duas maiores economias do planeta.

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