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ROSA DE PORCELANA
from Apenas Ser
Tenho uma flor linda no meu jardim, A quem dedico esmero e carinho. É um bálsamo feito para mim, Quando saio e parto ao caminho.
Ao chegar vou lesto falar com ela, Ver como a intempérie a tratou. Bailando como a chama duma vela, Que a tempestade nunca apagou.
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És um mimo que pinta a minha vida, És o ardor, a flamejante chama, Que faz esta passagem mais amiga.
Suave flor e minha companheira, Chamaram-te rosa de porcelana, Meu querer é ver-te a vida inteira!
Um N O
Queres aceites ou não, Eu gosto de dizer não. Para mim, o não encerra Mais robustez que o sim, Traz consequências díspares
E revela menos fragilidade que o sim ou o talvez. O talvez acarreta a dúvida, O receio, a inquietação. Por isso ao talvez não dou Espaço, atenção.
Respondo não, com a força Que enforma a razão. Dizer não, é um desafio, É uma afronta, um conflito. Porém se queres ser o melhor, Se pretendes vencer em calmaria, Com sonante apoio em teu redor, Mesmo que a mente diga não, Encerra os olhos e assim, Afasta as vespas, dizendo um sim!
A Mulher
Sabes cantar e bailar por vezes, Mesmo quando o tempo surgiu ingrato. No trabalho viveste revezes, Tudo arrancaste, nada foi dado.
A meninice não andou grada, Cresceste espreitando em redor, Triste, por todos sempre enganada, Sem alegrias, apenas temor.
A vitória chegou por coragem, O tempo passou e não te venceu, Foi sempre tua essa vantagem.
Hoje és exemplo, mulher e mãe, O bruto explorador tudo perdeu, Agora já liberta, não és refém!