Editora Brainstorm 15 de Fevereiro de 2016
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Editorial Na Rua
danรงando em outros carnavais 400 carnavais
Cidade MENina cor e express達o
Resenhando: wannabe jalva
PArede
Editorial Em raros momentos, ainda há quem pare, pense e rabisque em seu caderno ideias e sentimentos das mais diversas formas, seja com tinta, grafite ou qualquer outro material no habitual caderninho guardado em uma parte especial da estante. A SketchLine reúne uma equipe que cultiva rabiscos criativos com um propósito em comum: Compartilhar em linhas ideias, pensamentos, sentimentos e momentos imprescindíveis para o conhecimento do leitor. Um conteúdo que prioriza arte e cultura, buscando traduzir um pouco da essência de ambos em cada edição mensal. Em nossos Sketchs há um universo de ideias e, nesta revista, queremos compartilhá-lo com todos cada estrela que o habita.
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Gabriella Salame ReDatorA-chefe
Na rua A tão aclamada turnê comemorativa da Legião Urbana, que conta dois dos membros originais da lendária banda, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, foi confirmada em Belém com organização da Bis Entretenimento. Os ingressos podem ser comprados nas centrais da produtora, localizadas nos Shoppings Castanheira, Pátio Belém, Boulevard e Parque, e também na Braz de Aguiar. Valores: Pista – R$50,00 (2° lote) Área Vip – R$100,00 (3° lote) Camarote – R$200,00 Data: 27/02/2016 Local: Hangar O grupo Gruta de Teatro se apresentará na loja e espaço cultural Da Tribu, localizado na rua Carlos Gomes, número 117, bairro da Campina em diferentes dias com diferentes atrações, tudo gratuito. Vale a pena conferir! "O Auto da Índia", por Grupo Gruta de Teatro Data: 17 de fevereiro - QUARTA "A farsa do Boi ou o desejo de Catirina", por Grupo Gruta de Teatro Data: 03 de março - QUINTA "Hamlet Máquina", por Grupo Gruta de Teatro De: 24 de fevereiro – QUARTA O Projeto Música e Cidadania, desenvolvido pela Fundação Carlos Gomes em parceria com ONGs e entidades sociais, tem como objetivo proporcionar a inclusão de crianças e jovens de 7 a 19 anos, residentes de bairros mais distantes, através da descentralização da música, contando com 5 polos na região metropolitana presentes em Ananindeua, Benevides, Belém e Coqueiro. Para a inscrição é necessário estar devidamente matriculado na rede pública de ensino, comprovante de matrícula, RG ou Certidão de Nascimento, Comprovante de residência e uma foto 3×4. Data de inscrição: 18/01/2016 até 26/02/2016 Valor: Gratuito
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Grafite conquista cada vez mais espaço em Belém, exaltando a beleza dos traços em muros da cidade e casas ribeirinhas Por gabrIella Salame
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A arte do grafite, antes presente com mais força apenas em metrópoles como São Paulo, hoje também é parte de Belém. A cidade das mangueiras vem respirando cada vez mais a cultura Hip Hop nas ruas graças aos projetos independentes realizados por artistas do ramo. Entre eles Sebastião Tapajós Júnior, conhecido como Sebá Tapajós, é um dos destaques que grafitam traços cheios de cor e estilo autoral. Sendo de origem amazônica e viajante do mundo por visitar mais de 7 países, Sebá Tapajós usa a latinha de tinta nos muros do Reduto desde 2007. Em 2014 fez parte do projeto Reduto Walls, que reuniu artistas, entre eles grafiteiros, Dj’s e Mc’s nacionais para animar e participar da revitalização dos muros do bairro próximos à zona portuária da cidade. Agora, além de continuar o projeto individualmente, Sebá também desenvolveu o Street River.
P Pelas águas da Ilha do Combú, casas ribeirinhas abrigam moradores de todas as idades. O projeto, batizado de Street River, busca revitalizar essas casas, formando uma verdadeira galeria sobre as águas. A arte feita no exterior dos lares apresenta muitas cores e concentra o grafismo abstrato, trazendo emoção aos ribeirinhos e aos que passeiam de barco pelo Combú. Mas, em Belém, ainda existem outros artistas que contribuem espalhando a arte do grafite, em especial os coletivos denominados crews.
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Sabe aqueles caras que andam em grupo dando mais vida a cidade com o grafite? Então, cada grupo desse pode ser chamado de crew. Só não confunda: grafitar e pichar não são sinônimos, embora ambas as formas de expressão tenham um contexto social próximo. A pichação é proibida por lei. O grafite é uma arte urbana que se popularizou inicialmente nos Estados Unidos, na década de 1970. E, assim como existem artistas realizando o trabalho do grafite individualmente, as crews marcam presença na arte a céu aberto. Por aqui, podemos encontrar algumas crews que espalham o grafite e conquistam mais reconhecimento ao longo dos últimos anos, como é o caso do Cosp Tinta Crew. Conhecido pelo trabalho que constrói, o Cosp Tinta é um coletivo que também integra o grafite na cidade. Os desenhos apresentam muitas temáticas e alguns carregam elementos da cultura amazônica, como o muiraquitã. A ideia de utilizar esses elementos é compartilhar um pouco mais da própria cultura pelas ruas, porque, às vezes, o indivíduo conhece a cultura que está mais distante, e não conhece a cultura que o pertence. Além da arte nas ruas, o Cosp Tinta desenvolveu uma marca que confecciona bonecos customizados, chamados de toys, blusas com estampas personalizadas e outros produtos especiais preparados pelos grafiteiros. O trabalho feito pelos grafiteiros preenche os bairros com desenhos de estilos e temas variados, beneficiando, aos poucos, partes da cidade que fazem apelo devido à falta de arte, à ausência de um espaço mais admirável aos nossos olhos.
Mas grande parte dos grafiteiros de Belém tem um segundo objetivo ao compartilhar os desenhos nos muros: atrair todos os jovens que precisam conhecer o grafite para trilhar um caminho melhor em suas vidas. Afinal, a curiosidade sobre o grafite e a prática pode mudar a vida de jovens e adolescentes que vivem no abismo da sociedade. Fazer mais por todos eles seria possível se houvesse incentivo público em projetos sociais direcionados a arte de rua. Infelizmente, pela falta de recursos e apoio, nem tudo é possível. Enquanto isso, seja em um passeio de barco pelas águas do Combu, seja voltando para casa em um transporte coletivo, somos convidados a apreciar o grafite dos artistas que sacodem as latinhas para dividir um pouco desse mundo com todos nós.
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EM OUTROS CARNAVAIS Por Heleno Beckmann
O carnaval de rua, amado por uns e amaldiçoado por outros, é uma grande festa que atrai pessoas do mundo todo e alcunha nosso país como “o país do carnaval”, é uma experiência a ser desfrutada por todo o ser vivente do mundo, a música e as pessoas criam uma harmonia estupendamente transcendental e festiva a qual chamamos de carnaval. Mas se 4 dias de folia não bastam pra você, saiba que existe algo além e por trás, que atravessa fronteiras através do mundo, algo que diversos povos compartilham, que é a alegria de dançar e festejar no mês de fevereiro.
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BAILE DE MASCARAS Uma das tradições mais antigas de carnaval pelo mundo e talvez uma das mais conhecidas é o carnaval veneziano. O carnaval de Veneza surgiu por volta do século XI e tornou-se popular e oficial durante o período renascentista. Para nós que estamos acostumados com um carnaval de folia e axé, o carnaval veneziano pode parecer estranho, com suas máscaras excêntricas e seu brilho difuso que se espalha com o frio da cidade. As máscaras foram criadas para que a elite e o povo pudessem se misturar e estar no mesmo nível durante as festividades, uma donzela do campo poderia facilmente relacionar-se com um nobre sem sofrer com os preconceitos da sociedade. Os Macherari, como são conhecidos os artesãos de máscaras, são considerados uma posição privilegiada na sociedade. As máscaras são nspiradas na commedia dell’arte
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manifestação de teatro popular que imortalizou personagens como Arlequim, Pierrô e Colombina, eternizados nas músicas dos tão aclamados Los Hermanos, e podem ser feitas de porcelana ou couro, podendo aparecer em diversos estilos. Ao fim da festa é feito um concurso de máscaras na Piazza San Marco, onde são eleitos o rei e a rainha das máscaras que mantêm seus postos até o próximo ano. A grande diferença entre os carnavais se encontra no estilo, enquanto o nosso carnaval é pautado pela festividade mais popular, a festividade veneziana é pautada pela elegância tanto nas vestimentas quanto na música e significado. Mas no final o carnaval veneziano compartilha da mesma essência que o brasileiro: dança, música e casualidade.
NA CIDADE DO JAZZ Já em Nova Orleans, o carnaval é comemorado à la brasileira, com carros alegóricos, bebidas e dança. O carnaval da terra do jazz e do blues é também um dos mais famosos do mundo sendo conhecido como Mardi Gras. O Mardi Gras ocorre todos os anos no período entre janeiro e fevereiro, quando a cidade é tomada por carros alegóricos de 3 andares e um figurino exuberante, qualquer um que já participou de um bloco de carnaval brasileiro não estranharia os excentricidades do evento. O alto da festa ocorre durante a “terça-feira gorda” quando os brincantes vão às ruas para os inúmeros desfiles que ocorrem na cidade, outra peculiaridade é a nudez incentivada durante o período, onde diversas moças, em sua
maioria universitárias, andam com os seios a mostra para ganhar os tradicionais colares de contas, que são distribuídos para as mais bonitas da festa.
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uma mistura de tradições europeias, caribenhas e principalmente da tradição negra, que sempre foi muito forte na Lousiana desde a sua fundação,ogo, o Mardi Gras tem uma grande representação negra em seus significados, como o Rei Zulu que é um simbolo da festa. As cores também são muito importantes para o Mardi Gras, cada uma representando uma virtude, como o dourado que representa o poder. No Mardi Gras, os carros alegóricos e desfiles são tão comuns quanto no Brasil. Na maioria das vezes representam figuras folclóricas de diversas culturas que protagonizam os blocos da cidade.
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CARNAVAL DAS CORES Enquanto isso do outro lado do mundo, na Índia, o inverno começa a se retirar e quando a primavera chega, o frio dá lugar às cores. É comemorado no norte da Índia o Holi, também denominado de Festival das Cores. O festival é organizado para celebrar a chegada da primavera e a vitória do bem contra o mal, a festa é realizada com muita alegria, dança e comida, diferente dos demais festivais, o Holi tem um significado altamente religioso e espiritual para o povo indiano, representando em sua simbologia a vitória de seus deuses. Um dos costumes dessa festividade é o lançamento de Gulal, que é o famoso pó colorido feito de ervas, que dá nome a festa. O Holi tornou-se mundialmente famoso, tendo edições
em grande parte do mundo, inclusive famoso, tendo edições em grande parte do mundo, inclusive em Belém, mas esses festivais, alcunhados de “Happy Holi”, não carregam o significado espiritual que tinha originalmente, são festas de música eletrônica e trance, que chamam a atenção dos jovens que procuram a festa principalmente pelo apelo visual e pela “vibe”. No ocidente o Holi também é conhecido como o carnaval das cores pela alegria que o mesmo traz para os locais onde é realizado. Mas como todo carnaval tem seu fim, com esses não poderia ser diferente, o importante é saber que ano que vem tem mais um pouco.
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Por Heleno Beckmann As esquinas da cidade ainda guardam um pouco de todos os carnavais que já foram comemorados por aqui e um pouco de cada um dos foliões que passaram pelas ruas nesses 400 anos, Belém guarda um carnaval que tem muitas memórias e muita história e que ainda hoje move diversas famílias nas marchinhas e blocos tradicionais da cidade. Antigamente Belém costumava ostentar um carnaval orgulhoso e elegante, ocupando a posição de terceiro maior do país, com seus bailes de máscaras oferecidos pelos clubes sociais e uma grande cobertura da mídia sobre os festejos, além, é claro, de uma mistura gigantesca de ritmos e sons, que iam do carimbó até o samba de raiz. Com o tempo e com a falta de incentivo do governo, o carnaval em Belém perdeu um pouco do seu glamour, em decorrência dos altos índices de violência e acidentes. Porém a vontade de festejar jamais esmaeceu no coração do povo, que dá início às inúmeras marchas e blocos que enfeitam e enchem de música as ruas da cidade no mês de fevereiro. Hoje, em Belém, o carnaval é uma festa verdadeiramente do povo, e apesar de grande parte dos belenenses de classe média irem aos interiores durante a época carnavalesca, existem cidadãos que mesmo com todas as dificuldades ainda se mobilizam para montar os blocos de rua que enchem a cidade. O carnaval belenense é um verdadeiro ato de resistência, de moradores que se recusam a deixar a memória e cultura morrer por falta de incentivo.
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Nesse quesito, os bairros do centro da cidade como a Campina, o Reduto e a Cidade Velha, nunca deixaram a tradição morrer e, apesar de que nos últimos anos o número de blocos ser menor que nos anos dourados, ultimamente tem havido um renascimento na cultura carnavalesca desses bairros, que voltaram a celebrar com mais folego o mês de fevereiro, com diversos blocos alternativos que começam a festejar quase um mês antes do carnaval propriamente dito, como o bloco Kalango, Filhos de Glande e tantos outros. Celebrar o carnaval em Belém é uma questão de preservação do patrimônio cultural, não se trata apenas de uma festa qualquer, é parte integrante da história de todos nós. Isso fica claro com a mistura que é o nosso carnaval, com os seus diversos ritmos que embalam as festividades nessa época do ano, manter esses ritmos e essa festa vivos é de extrema importância para a manutenção da cidade que queremos viver no futuro, uma Belém que utilize todo o potencial de cidade cultural que guarda em sua alma.
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Em grande parte a sobrevivência do nosso carnaval se deve às periferias que mantiveram seus blocos e festas de forma independente, sem incentivos e ações governamentais, apesar disso há uma preocupação por parte dos organizadores mais antigos de que as festividades percam sua essência, exatamente pelas misturas de ritmos como o tecnobrega que tem tomado o lugar das marchinhas e do samba, fazendo com que as festas tomem um novo significado, que foge dos usuais blocos. Essas preocupações não são injustificadas, pois a perda da essência da cultura do carnaval intensifica ainda mais a falta de incentivo por parte do governo, por haver uma espécie de olhar estigmatizado sobre esse estilo musical, contudo nem só de marchinhas e samba se faz o nosso carnaval e em meio a uma diversidade tão grande todos os estilos deveriam ser comtemplados e respeitados. É importante que aconteça o reconhecimento do papel do carnaval na vida dos cidadãos e o incentivo é fundamental, não só para manter o carnaval, mas também incentivos na fiscalização, na manutenção e no aumento da segurança nos blocos, de forma que as famílias voltem a frequentar os blocos, a festejar pelas ruas e a dançar sem medo, para que o carnaval belenense volte a protagonizar entre os maiores do Brasil e para que a nossa cultural carnavalesca tão única não se perca no esquecimento.
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Fez aniversário uma menina. Garota nobre, de família boa, acolhedora. Ama arquitetura parisiense. Sempre admirou o estilo colonial das igrejas e casarões, principalmente por causa de alguns visitantes de famílias europeias que andou recebendo em sua casa. Teve uma história longa e difícil até aqui. Viu seu povo lutar por seus direitos todos os dias. Hoje, faz coleção de cartões-postais. Ver-o-Peso, Ver-o-Rio, Mangal das Garças, Forte do Castelo, Estação das Docas... Há uma época do ano em que suas veias se enchem de alegria. Ela acolhe todos que lhe aparecem com a mesma simpatia. Eles chamam essa festa de Círio de Nazaré, e a menina tem cuidado com todos, desde o promesseiro que vai da Sé à Basílica de joelhos até os menores barcos da procissão fluvial. É viciada em cupuaçu, tacacá, tucupi, maniçoba... Tem uma mania de colocar farinha de tapioca no açaí. Mas tem que ser açaí legítimo, da terra, grosso e, no máximo, com açúcar. De outro tipo, nem chega perto.
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Tem algumas tradições musicais também, que foi criando durante sua vida. Aprecia o carimbó, o brega e o novíssimo technomelody, que anda ganhando o país desde que começou a aparecer nas novelas uns anos atrás. Essa menina, de personalidade forte, peculiar, e de singularidade inexplicável, não abre mão de se apresentar com o nome do pai. Afinal, não quer ser confundida com outra, que mora lá na Palestina. Toda sorridente, Belém do Pará completa seus 400 anos de maneira histórica, tempo que pode ser muito comparado a nós, meros habitantes, mas é uma criança dentro desse mundo enorme. Feliz aniversário, cidade das mangueiras, do Ver-o-Peso, de uma das maiores procissões religiosas do mundo, Paris na América, capital desse estado imenso que é o Pará. Vá aproveitando sua infância, que a idade adulta vai chegar.
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parede da sala Ela estava cansada de ser a parede da sala. Já haviam lhe posto tantas cores, tantos quadros diferentes, uma tevê e, por duas vezes, um ventilador. Pudera, ela nem conseguia mais contar nos dedos o número de famílias que passaram por ali. Espera, ela não tinha dedos. Era uma parede. Estava cansada de pregos. De furadeiras, de quadros ruins e dessas televisões finas e grandes de 50 polegadas que tiravam metade da sua visão. É, ela não era a maior parede da casa, havia maiores. E melhores. Mas a sala é o cartão de visita, não é mesmo? E foi cartão de visita para vários inquilinos. Já foi verde, amarela, azul-bebê, rosa, e até marrom, uma vez. Não gostou. Mas mudar era a melhor parte. Também já foi riscada. Crianças e gizes de cera não deviam andar junto, esse era o seu lema. Qual a graça de riscar a parede? Só porque ela não pode fazer nada pra se defender? Injustiça. Uma vez, uma garotinha lhe desenhou um sol, quase perto do chão. Até sujou o assoalho. A parede presenciou a briga. E também o castigo. Por que as mães adoravam castigar as crianças deixando-as em pé e olhando pra parede? Era tão feia assim? Uma vez colocaram uma mesa à sua frente. Parece que aquela família só gostava de jantar vendo o jornal da noite. Nessa mesa houve discussões, festas de aniversário (quando cobriam quase a parede inteira com um painel de princesas), um pedido de casamento e um infarto. Outra vez, lhe puseram um espelho. Reparou que a parede da frente ficou muito feliz de poder se olhar o dia todo. Mas estava cansada de ser a parede da sala. Mesmo com as histórias boas. Se tivesse lágrimas, choraria. Na verdade, a infiltração, que se instalava por dentro dela e já prejudicava a pintura, podia substituir. E agora, o que faria? O prédio seria demolido. Ouviu o último inquilino dizer que era “área de risco”. Não compreendeu. Estava esperando. Conseguia ver, pela janela, homens de uniforme vindo. São eles. São eles que vão me derrubar. E espero ouvir sua estrutura desabando, levando sua memória de parede e todas as histórias de sala-de-estar que pôde presenciar.
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Com um pouco de funk rock, indie rock e uma pegada muito dançante a Wannabe Jalva banda natural de Porto Alegre, carrega consigo inúmeras referências, Porém sua música passa longe do habitual, a Wannabe Jalva consegue traduzir suas inspirações em uma sonoridade tão única que contagia desde o primeiro verso até à última nota. A banda é composta Felipe Puperi, Fernando Paulista,
Jojô, Rafael Rocha e Tiago Abrahão. A Jalva teve uma estreia fonografica elogiada em 2011 com o albúm homonimo Welcome to jalva produzido inteiramente pela banda tanto o material sonoro quanto o material gráfico. A Wannabe Jalva vem construindo desde de 2010 uma sonoridade sólida e própria que tem conquistado diversos fãs, tanto no brasil quanto no exterior, .
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a banda toca seu auto intitulado space-groove rock desde 2010 tendo em seu repertório diversos shows com outras bandas de responsa como o Pearl Jam, Vampire Weekend, Two Doors Cinema Club e uma turnê pela gringa,além de ter uma música “Follow It” como tema de uma episódio de CSI:NY. Todas as músicas da banda são compostas em inglês. Inicialmente houve uma tentativa de cantar em português, porém, segundo os próprios integrantes, o estilo parecia não se encaixar com a proposta da banda, que começou a fazer suas composições
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exclusivamente no outro idioma, foi quando tudo se encaixou e a banda começou a decolar.Entretanto as composições à gringa não tiram a brasilidade da banda, afinal só o Brasil para nos proporcionar esse leque tão grande de misturas que reflete na Wannabe Jalva. Em 2014 a banda lançou a turnê Collecture, que foi toda nos Estados Unidos, acompanhada do clipe de Miracle, dá uma conferida logo a baixo. Se quiser ouvir um pouco mais do som dos caras, as minhas dicas são The Way, Down The Sea e Mainline.
Amanda Ferreira Graduanda de Administração na Universidade Federal do Pará.
Gabriella Salame Graduanda de Comunicação Social com enfasê em Jornalismo na Universidade da Amazônia.
Gabriela Cavalcante Graduanda de Comunicação Social com enfasê em Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande Do Norte.
Heleno Beckmann Graduando de Comunicação Social com enfasê em Publicidade e Propaganda na Universidade da Amazônia.
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Expediente Expediente Editorial - Gabriella Salame Na Rua - Amanda Ferreira Cor e expressão - Gabriella Salame Foto cor e expressão - Gabriella Salame Em outros carnavais - Heleno Beckmann 400 carnavais - Heleno Beckmann Cidade Menina - Gabriela Cavalcante Arte Cidade menina - Heleno Beckmann Parede - Gabriela Cavalcante Wannabe jalva - Heleno Beckmann Revisão - Amanda Ferreira Revisão Gráfica - Amanda Ferreira Arte e diagramação - Heleno Beckmann Todos as imagens utilizadas pertencem a seus respectivos autores Contato, sugestões e textos: revistasketchline@gmail.com www.facebook.com/sketchline
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