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Jô Ramos torna-se referência literária internacional ao criar os Salões de Livros de Nova York, Lisboa, Berlim e Canadá - Pág. 06
PORTUGAL Fernando Cardoso..................................................................................21 Maria Beatriz Ferreira............................................................................28 BRASIL Aparecido Ladislau Favini....................................................................36 Carmem Ortiz.........................................................................................42 Dariel Alves..........................................................................................50 Gilmar Duarte Rocha...........................................................................60 Eloísa Avilla..........................................................................................55 Guadalupe Navarro...............................................................................66 Irlen Leal Benchimol.............................................................................72 Janete Reist............................................................................................78 Lorena Zago...........................................................................................85 Ludmila Clio.........................................................................................93 Melchíades Montenegro........................................................................98 Paulo Henrique.....................................................................................106
Participação Especial Jornal de Santo Thyrso............................................16 Texto Ideal............................................................18 Editora Illuminare..................................................26 Rosa Maria Santos.................................................38 Yasmin Anukit......................................................39 Helena Santos........................................................40 Estevão de Sousa...................................................46 Rosa Marques.......................................................48 Carmen Lúcia Hussein...........................................52 Alves dos Santos..................................................59 Fernando Jacques de M. Pimenta – JAX...........63 Rijarda Aristóteles..................................................69 Etany Cristina......................................................75 Margot Weide.......................................................82 Laé de Souza...........................................................90 Roberto Mello......................................................96 Geraldo Ferraz......................................................100
Entrevistas
capa
Sumário
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Grazielli Moraes..................................................................102 XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco........104 Luiz Carlos Amorim.........................................................108 Nell Morato..........................................................................110
Colunas
Solar de Poetas – José Sepúlveda......................31 Poetas Povoeiros – Fátima Veloso.................32 Mercado Literário – Léo Vieira.........................33 A Vida em Partes – Tito Laraya........................34
Livros em Foco
Georg Frey........................................................113 Maurício Duarte.................................................116 Neyd Montingelli.............................................117 Manuel Amaro de Mendonça...........................118 Silvia Ligabue.................................................119 Diego Magalhães..............................................120 M. Books............,,,,,,,,,,,.....................................121
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Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano V Nº 27 Edição -jun/jul 2017 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação EstampaPB Revisão ortográfica das entrevistas Josias A. de Andrade Texto Ideal - http://texto10.wix. com/mais Para Anunciar smccomunicacao@hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119
Shirley M. Cavalcante (SMC)
Editora e Coordenadora do projeto Divulga Escritor www.divulgaescritor.com
27ª edição da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia é apresentada com enorme orgulho e satisfação a você leitor. Divulga Escritor é a maior revista literária da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário, o editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Nesta edição temos como destaque a autora e ativista cultural Jô Ramos, apresentando os salões de livros Internacional. A edição de N. 27 está composta por mais de 40 autores participantes, divulgando entrevistas, livros, textos em prosa e em versos... LITERATURA. Vamos juntos ler e divulgar a Revista Literária da Lusofonia, apoiar os nossos escritores e escritoras contemporâneas. Muito obrigada equipe Divulga Escritor, administradores dos grupos: Obrigada, Jose Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada, José Lopes da Nave, apoio Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio Brasil Obrigada, a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas em entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantém o projeto vivo! MUITO OBRIGADA, por juntos estarmos Divulgando LITERATURA. por juntos estarmos dizendo ao mundo, EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma Revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita para leitores de todo o mundo. Boa Leitura!
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Jô Ramos é autora do projeto Jovens Escritores das Escolas Brasileiras, que já levou alunos de vários municípios do país para eventos literários internacionais 6
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Jô Ramos torna-se referência literária internacional ao criar os Salões de Livros de Nova York, Lisboa, Berlim e Canadá Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Jornalista, pós-graduada em Sociologia Urbana com Licenciatura em Letras, editora-chefe da Revista Lapa Legal Rio, diretora da ZL Comunicação, editora na ZL Editora, fundou e coordena os projetos do Movimento Defesa da Mulher, que trabalha pelo fim da violência contra mulheres no mundo. Em 2012, lançou o livro “Violência Contra Mulheres. Dê um Basta!”; e o livro “A Mulher e Seus Direitos”, em 2013. Faz palestras pelo Brasil sobre direitos da mulher, questão de gênero no país e literatura brasileira. Fundou o Movimento Defesa da Mulher – Pelo Fim da Violência Contra Mulheres, em 2006. Participou do Salon Internacional du Livre et de la Press, em Genebra, Suíça; e do Salone Internazionale Del Libro em Torino, Itália, em maio de 2013. Participou, também, da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em setembro de 2013.
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Em Portugal, realizou o 1º Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, deu palestra na Casa do Brasil, em Lisboa, e no Centro Cultural Brasileiro de Genebra, onde recebeu a medalha de honra ao mérito da Academia de Letras do Brasil. Fez palestra na Fundação Oswaldo Cruz sobre Movimentos Sociais no Rio de Janeiro, Brasil. Lançou, na Feira de Frankfurt, em outubro de 2013, o livro “A Mulher e Seus Direitos”. Participou também da Antologia bilíngue “Pensieri in Parole”, lançada na Itália em 2013. Ganhou prêmio Laureados Madalena’s, em 2013, pelo trabalho no Movimento Defesa da Mulher, na Suíça. Participou da Feira do Livro de Gotemburgo, Suécia, com um stand, onde levou artistas plásticos e escritores brasileiros para lançamento de suas obras e apresentou o Projeto Jovens Escritores. Lançou o livro “A Silent War”, nos Estados Unidos. Criou o I e II Salão do Livro de Nova Iorque, 2014 e 2015; e a Exposição Tributo a Tom Jobim, em dezembro de 2014. Acaba de lançar os livros “Violenza Contro Le Donne. Diciamo Basta”, em italiano; “Une Guerre Silencieuse”, em francês; e “A Vida em Frases – Sintomas”. Coordenou quatro volumes da “Antologia Escritores da Língua Portuguesa” e a coletânea bilíngue “Os Melhores Poemas de 2016”. É autora do projeto Jovens Escritores das Escolas Brasileiras, que já levou alunos de vários municípios do país para eventos literários internacionais. Participou com um stand na Feira do Livro de Londres, levando autores nacionais para divulgação e exposição de suas obras literárias. Criou o I e o II Salão do Livro de Nova Iorque; o I, II e III Salão do Livro de Lisboa, Portugal; e o I Salão do Livro de Berlim, em 2016. Em 2017, realiza o I Salão do Livro de Montreal, Canadá; e o III Salão de Nova Iorque. Criou o Troféu Literatura, que será entregue a escritores de língua portuguesa em 1º de dezembro, no Rio de Janeiro.
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Escritora e ativista cultural Jô Ramos, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos como surgiram os salões de livros internacionais? Jô Ramos - Os salões de livros internacionais surgiram da necessidade de divulgar o autor independente e as pequenas editoras, ambos sem acesso ao circuito oficial literário brasileiro. É um estímulo para a preservação da nova literatura e dos novos autores. Sabemos das dificuldades e dos círculos fechados, aos quais poucos conseguem acessar; desta maneira, amplio o poder de ação para o exterior. Quais os principais objetivos com a realização dos salões de livros? Jô Ramos - Divulgar o autor independente, desprovido de ajuda institucional no país, alijado do processo editorial que domina a cena brasileira.
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Quais os principais benefícios adquiridos pelos autores participantes? Jô Ramos - Ver sua obra exposta e vendida em outros países, ver seu nome divulgado para um público bem informado, ter a chance de vender os direitos de sua obra para uma grande editora internacional ou por canais de TV a cabo, e até mesmo pelas produtoras de cinema. Em quais locais são realizados os salões de livros? Jô Ramos - Nova Iorque, Lisboa, Berlim, Canadá e França, por enquanto. Estou aumentando o meu raio de ação para outros países. Com que periodicidade são realizados os eventos? Jô Ramos - Anual. Além de criar e organizar os salões de livros, você é promotora do Troféu Literatura 2017. Conte-nos
quais os principais objetivos com a realização deste evento? Jô Ramos - Troféu Literatura 2017 - Carolina Maria de Jesus. A ideia dessa premiação nasce da necessidade de incentivo ao autor de língua portuguesa, tão desprovido de apoio institucional e governamental no seu país de origem. O Troféu Literatura pretende promover e valorizar o autor que rompe o círculo vicioso dos que promovem a cultura institucional dos países, e publica suas obras individualmente ou por meio de editoras. Este prêmio vai contemplar os autores de todos os países de língua portuguesa, e a cada ano homenageará uma escritora. Em 2017, a homenageada será a escritora Carolina Maria de Jesus. A escolha será feita por uma comissão cuidadosamente indicada pelos organizadores. Quem pode participar? Jô Ramos - Todos os autores que
lançaram livros até 31 de dezembro de 2016. Aqui estão as categorias: Livros lançados em qualquer país de língua portuguesa podem participar. MELHOR LIVRO BIOGRÁFICO: livros compostos por textos – documentais ou analíticos, centrados na narrativa da vida de uma pessoa. MELHOR LIVRO INFANTIL: livros compostos por textos literários destinados ao público infantil. MELHOR LIVRO DE ROMANCE: livros compostos por narrativas ficcionais geralmente longas. MELHOR LIVRO DE FICÇÃO: livros com uma narrativa imaginária, irreal, criada a partir da imaginação. MELHOR LIVRO INFANTO-JUVENIL: livros compostos por textos literários destinados ao público adolescente. MELHOR LIVRO DE POESIA: livros compostos por textos literários caracterizados, fundamentalmen-
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te, por ritmo, sonoridade e outros recursos intrínsecos à criação dita poética. MELHOR LIVRO DE PESQUISA: livros compostos por pesquisas, ensaios, textos profissionais, acadêmicos ou científicos. MELHOR LIVRO DE SUSPENSE: livros em que predominam situações de tensão, provocando temor ou eventualmente sustos, no leitor ou espectador. MELHOR LIVRO EDUCACIONAL: livros que possuem um valioso recurso para o acesso à cultura e o desenvolvimento da educação. MELHOR LIVRO DE HUMOR: o título explica. MELHOR PROJETO GRÁFICO: livros avulsos ou pertencentes a coleções em cuja concepção ressalte sua materialidade/visualidade. MELHOR ILUSTRAÇÃO: imagens visuais de caráter técnico, científico ou artístico, articuladas ao texto verbal de um livro. MELHORES CONTOS E CRÔNICAS: livros compostos por narrativas curtas, ficcionais ou não. AUTOR ESTREANTE – PRIMEIRO LIVRO. Onde e quando será realizado o evento em 2017 para entrega da premiação? Jô Ramos - A entrega do troféu será feita no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, no dia 1º de dezembro de 2017. Quais são os prêmios para 2017? Jô Ramos - O troféu é o prêmio, juntamente com o direito de participar dos eventos internacionais promovidos pela ZL Editora em vários países, como convidado.
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Soube que você está organizando a IV Antologia de Escritores da Língua Portuguesa, bilíngue português-francês. Quais temáticas podem ser publicadas na antologia? Jô Ramos - O tema é livre, e esta antologia será lançada no Salão do Livro de Montreal, Canadá, nos dias 9 e 10 de setembro; na França; e no dia da entrega do Troféu Literatura 2017, no Brasil, no Rio de Janeiro. Qual é o público-alvo? Jô Ramos - Brasileiro e estrangeiro. Quem desejar mais informações sobre o Troféu Literatura, antologia e salões de livros como deve proceder? Jô Ramos - Deve encaminhar um e-mail para: zlcomunicacao8mail. com.
diretamente para Lisboa em um endereço indicado por nós. Com tantas atividades como ativista cultural, como encontra tempo para a escrita literária? Jô Ramos - No momento está faltando tempo para escrever, mas vou tentando. Lanço em outubro, em Nova Iorque, um novo livro que foi minha tese de mestrado em Sociologia Urbana, sobre a cidade do Rio de Janeiro, “Rio de Janeiro – Um Caso de Políticas Públicas”. Quais títulos você tem hoje publicado? Jô Ramos - Tenho “Violência Contra Mulheres. Dê um Basta!”, “A Mulher e seus Direitos”, “A Vida em Frases – Sintomas”, “Rio – Um Caso de Políticas Públicas”, “A Silent War”, “Une Guerre Silencieuse” e “Violenza Contro Le Donne. Diciamo Basta!”.
Quais os critérios para participação da exposição de fotos no Varal de Lisboa e Canadá? Onde nossos leitores encontram Jô Ramos - A Exposição Fotos no mais informações sobre seus liVaral de Lisboa vai acontecer no III vros? Salão do Livro de Lisboa, nos dias Jô Ramos - Na página do Facebook. 24 e 25 de junho; e no I Salão do Livro de Montreal, Canadá, nos dias Pois bem, estamos chegando ao fim 9 e 10 de setembro. Nosso objetivo da entrevista. Muito bom conhecer é aproximar fotografia e Editora livro do melhor a escritora e ativista culChiado público, e para isso estaremos re- tural Jô Ramos. Agradecemos sua https://www.chiadoeditora.com/ cebendo fotógrafosautores/bettina-muradas que vão expor participação na Revista Divulga em um grande varal que será ergui- Escritor. Que mensagem você deido durante o evento. Para partici- xa para nossos leitores? par é só enviar 5 fotos no tamanho Jô Ramos - Leiam sempre, presti30x20, sem brilho, foto de rosto e giem nossa literatura, comprem liminibiografia de 10 linhas, pagar vros. Estou tentando fazer o máxia inscrição de R$ 250,00 e mandar mo possível para que nossos autores o comprovante para o e-mail: zl- ganhem visibilidade e, com isso, o comunicacao8@gmail.com. Cada reconhecimento junto ao público da autor só pode expor 5 fotos. Os sua produção literária. Acredito no participantes devem enviar as fotos talento do autor brasileiro. Abraços.
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_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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I Salão do Livro do Canadá – Montreal 2017
O 1º Salão do Livro do Canadá-Montreal, a ser realizado em setembro de 2017, vai reunir autores, escritores, artistas plásticos, estudantes e professores de Literatura. A ZL Editora apresenta uma proposta inovadora apostando nesta atividade como um aliado no aprofundamento e extensão das feiras literárias internacionais. Condições de participação Editores e autores independentes, ou não, poderão se inscrever para o nosso evento. Para participar é só preencher o formulário, que enviamos por e-mail, quando solicitado pelo autor/editor. O pagamento da inscrição e o envio do material solicitado completam a inscrição. A ZL EDitora se propõe: 1- Expor os livros enviados e os trazidos pelos participantes 2- Nos ocupamos da gestão das vendas
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3- Coordenar a presença dos autores, organizando as sessões de autógrafo e bate-papos com leitores e demais escritores Autores presentes O evento acolherá os autores para sessões de autógrafos. Cada autor terá 1 sessão de autógrafo. A inscrição para as sessões é agendada a partir do preenchimento do formulário, do pagamento da inscrição e do envio do material. IMPORTANTE: Autores podem enviar seus livros, caso não possam estar presente. Faremos a exposição e a venda. O pagamento da participação deverá ser realizado através de depósito bancário ou pelo sistema Western Union para quem mora no exterior. Os dados serão enviados por e-mail para quem solicitar. Nosso e-mail: zlcomunicacao8@gmail.com Produtora Executiva: Jô Ramos
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III Salão do Livro de Portugal – Lisboa III Encontro de Escritores de Língua Portuguesa Exposição “Fotos no Varal de Lisboa” Dias: 24 e 25 de junho de 2017
Pela terceira vez vamos reunir escritores dos países de língua portuguesa para reforçarmos a parceria e discutir a melhor forma de divulgação do nosso trabalho em outros países, reforçar o network e, principalmente, estabelecer contatos para publicação editorial de suas obras nos dois países. Queremos valorizar o autor, sua obra e o diálogo literário. Para isso, no evento teremos debates, filmes, exposição fotográfica e venda de livros. Este ano abrimos espaço para a participação de fotógrafos, que poderão expor até cinco fotos na “Exposição Fotos no Varal de Lisboa”, que acontecerá durante o evento. Empresas brasileiras e portuguesas poderão também participar, expon-
do seus produtos no nosso salão. Informações pelo e-mail: zlcomunicacao8@gmail.com . A ZL Editora realiza, há mais quatro anos, esta parceria maravilhosa com autores de países de língua portuguesa, e o resultado tem sido de vitórias para todos os participantes. Neste ano lançaremos livros de vários autores portugueses no evento e firmaremos novas parcerias com países africanos de língua portuguesa. O III Salão do Livro, criado e produzido pela jornalista e escritora Jô Ramos, se consolida em Lisboa, depois de muito trabalho e persistência, enfrentando a árdua tarefa de divulgar a língua portuguesa pelo mundo.
Estaremos focando: a) Disseminação da literatura brasileira e portuguesa; o que temos que fazer para um intercâmbio mais eficaz entre os autores dos dois países; b) Como divulgar suas obras em outros países e como faremos; c) Qual o verdadeiro objetivo nas edições conjuntas e trabalho coletivo; d) Quais os objetivos definidos pelo autor quando decide editar sua obra. Palestra: Jô Ramos: Quais as reais necessidades do autor para divulgação da sua obra.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Victor Manuel de Sousa Borges, atual diretor do jornal de Santo Thyrso
Uma referência da Imprensa Regional portuguesa 11 de Maio de 1882 – 11 de Maio de 2017: 135 anos No mês de Maio, em que se comemoram diversas efemérides importantes na sociedade, como o “Mês do Coração”, o “Mês de Maria”, o “Dia Mundial do Trabalhador, da Segurança Social e da Europa”, entre outras, junto ao belo Parque D. Maria II, no centro da cidade, na então Vila de Santo Tirso, apareceu uma novidade: o nascimento do Jornal de Santo Thyrso, em 11 de Maio de 1882, sendo seu fundador José Bento Correia. Tem a sua sede na cidade de Santo Tirso, Distrito do Porto, Portugal, mais concretamente no Vale do Ave, entre as províncias do Minho e Douro Litoral.
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Este semanário é candidato a Património Cultural e Imaterial. Para a época, foi um acto corajoso de José Bento Correia. Corajoso porque, nessa altura, Santo Tirso era um meio pequeno, assim como pouco populacional. Contudo, foi crescendo e com os seguidores os desejos do Fundador vingaram, continuando vivos até aos dias de hoje, 11 de Maio de 2017, ao se completarem os 135 anos de existência. Tudo isto, realce-se, à custa de muito trabalho, dedicação e da carolice de muitas pessoas, assinantes e anunciantes. Figuras distintas que escreveram para este semanário foram bastantes, desde os mais humildes aos
letrados. Destes, destaque para o escritor português Camilo Castelo Branco, que dispensa comentários. Ele, sua esposa Ana Plácid, o filho Nuno e, também, o escritor Alberto Pimentel (autor do livro “Santo Thyrso de Riba d’Ave, 1902) eram amigos pessoais de José Bento Correia. O jornal contribuiu para o engrandecimento do concelho de Santo Tirso e dos limítrofes. Durante o seu percurso, o Jornal de Santo Thyrso passou por momentos maus e bons. No momento actual, com as novas tecnologias, encargos e os apoios que deveria ter, mas não tem, não está no bom caminho, todavia pode durar ainda muitos anos.
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Compete às entidades públicas a sua salvaguarda, por se considerar um bem público e histórico. A fonte de receita é proveniente das assinaturas e publicidade, que vai diminuindo, devido a não ser obrigatório a publicação das escrituras e anúncios judiciais. O aumento dos custos da matéria-prima, dos portes dos CTT (correios), a redução da percentagem do Porte Pago e a crise contribuíram para uma queda de receitas. Um jornal Regional ou local está próximo das populações é um elo de ligação importante com a comunidade emigrante, que assim sabe o que se passa nas suas terras de origem. É distribuído em maior quantidade pelo concelho de Santo Tirso, pelo continente e países onde existe número expressivo de emigrantes portugueses, como França, Alema-
nha, Suíça e Luxemburgo, em maior número; Brasil, Austrália, Holanda e outros países, em menor quantidade. Renovação: de composição manual, passou para mecânica e, actualmente, computador e máquina de impressão “offset”. É um jornal de referência tanto para a cidade e concelho de Santo Tirso, como a nível nacional, pela sua antiguidade (sexto mais antigo de Portugal). Temas noticiosos: artigos de opinião, religiosos, políticos, desportivos, necrologia (falecimentos) e reportagens de acontecimentos. A Câmara Municipal continua a ser a maior fonte de notícias. Existe um bom relacionamento com as Instituições, Associações, Juntas de Freguesia, Câmara Municipal e mesmo a nível de partidos políticos.
O Jornal de Santo Thyrso teve, no seu já longo percurso, como directores: José Bento Correia (fundador); José Cardoso Santarém; Délio de Castro Cardoso Santarém; António Jorge Pereira Ribeiro; Carlos Manuel Faya Santarém; Luís Augusto Oliveira Fernandes da Silva, Artur Marques de Oliveira e, actualmente (mas antes por duas vezes como interino), é direccionado por Victor Manuel de Sousa Borges.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Revisão ortográfica e o impacto da crise econômica A revisão ortográfica e gramatical é tão necessária no âmbito das editoras, que sua importância pode ser comparada à do controle de qualidade na indústria. Portanto, publicar um texto sem revisar, ciente das consequências que isso traz, mesmo apoiado em alguma justificativa minimamente convincente, não deixa de ter algum risco. Ora, a escrita de um bom texto demanda cuidados, como aplicar regras gramaticais, usar vocabulário apropriado, ter coerência de ideias, atentar para as concordâncias e tempos verbais, ter coesão e ser criativo, entre tantos outros pontos que só um revisor consegue enxergar. E tudo isso precisa ser minuciosamente visto e revisto antes da impressão no papel. Mas quando isso não acontece e o texto é impresso com erros não há mais o que fazer, a não ser ouvir as reclamações, porque sempre alguém acaba percebendo. Corrigir erros tem custo maior do que revisar antes de publicar. Hoje, para alguns editores, a crise econômica pela qual passa o país tem grande impacto na produção do livro, impedindo-os de incluir um revisor nas etapas de produção. Sabemos que o momento é crítico e que nem sempre o gasto é visto como investimento. Atualmente escreve-se mui18
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to, mas é preciso pensar na qualidade. E se a intenção é publicar, uma revisão ortográfica e gramatical feita por profissional é mandatória, ainda que implique despesas. Confiar esta tarefa a um amigo de boa formação cultural não é o caminho, pois ele não tem a expertise de um revisor profissional. A cada segundo, nos dias de hoje, milhões de mensagens são redigidas em todas as plataformas, dando à comunicação escrita uma importância fantástica. Todo mundo tem algo a passar para alguém por meio da escrita, e a era digital proporcionou ao Homo sapiens uma facilidade nunca antes imaginada. O mundo tornou-se de fato uma aldeia global, como preconizava o filósofo canadense Marshall McLuhan poucas décadas atrás. Se esse excesso de escrita resultasse em assimilação de vocabulário diversificado, domínio de regras gramaticais e criatividade nos conteúdos, teríamos textos de melhor qualidade. E essa melhora seria percebida na produção de conteúdo a ser publicado. Mas como isso não ocorre e considerando que um texto, para ser impresso, precisa ser lapidado como um diamante bruto, aí entra o revisor, presença obrigatória na cadeia produtiva do livro.
Há quem diga que um errinho aqui, outro ali não compromete a obra. Afinal, fazer entender é o que basta, dirão alguns. Será?! Não seria esta uma visão ingênua até demais em face de um assunto tão importante? Suponha erros no uso da vírgula: uma vírgula mal colocada pode tanto condenar quanto absolver uma pessoa, pode mudar valores para mais ou para menos; enfim, a pontuação, para citar apenas um aspecto, tem grande importância. Ora, nossa língua, nosso maior bem cultural, merece, no mínimo, que suas regras sejam respeitadas e aplicadas para que uma comunicação eficaz se processe entre o leitor e o autor. Espera-se que um dia tudo isso mude, ainda que demore. E certamente nenhuma crise, por mais devastadora e duradoura que seja, impedirá que se contrate um revisor de textos. Nossa língua — nosso maior bem, um legado que nos faz cidadãos e nos dá voz e a possibilidade de nos entendermos como seres humanos e civilizados que somos — será a melhor ferramenta de que dispõe todo indivíduo. Por Josias A. Andrade Texto Ideal – Serviços Editoriais arquitexto@gmail.com |Skype: josias747
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ENTREVISTA
ESCRITOR FERNANDO CARDOSO Escritor e pedagogo, Fernando Cardoso nasceu no norte de Portugal, mais concretamente na cidade do Porto, mas aos quatro anos de idade foi viver para Lisboa, onde começou a trabalhar aos doze anos. Actualmente é professor universitário de Direito e de Literatura Infantil e Juvenil. É autor de trinta e quatro obras e um dos melhores escritores para crianças e jovens, tendo alguns dos seus livros atingido o maior número de edições em Portugal, como “Flores para Crianças” na 34ª edição. É, ainda, autor de livros de Poesia, Teatro e de Direito. Cardoso procedeu à única recolha, em nível nacional, da poesia popular (Colectânea de Poetas Populares, em quatro volumes). Atendendo ao conjunto da sua obra, foi distinguido com a “Palma de Ouro” pela Accademia Internazionale di Pontzen.
Desses professores, constantemente recebo, inclusive por meio do Facebook, palavras elogiosas e testemunhos de utilizarem, com êxito, nas sua aulas, as minhas obras, o que, naturalmente, muito me sensibiliza.”
Boa leitura!
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Com trinta e quatro obras publicadas o autor Fernando Cardoso se torna referência Internacional para adultos e crianças Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Fernando Cardoso, muito nos honra com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita literária? Fernando Cardoso - Desde muito cedo, senti um enorme fascínio pelo livro, compreendi que, por meio de um livro se obtêm respostas a muitas interrogações que pairam no espírito de qualquer criança; que o livro se revela uma excelente companhia e que, inclusive, nos permite viajar, conhecer o mundo. E sempre que os meus pais não podiam comprar-me livros, eu próprio construía histórias com que me deleitava e, assim, descobri que tinha fértil imaginação e que dentro de mim coexistia um ávido leitor e um pequeno autor. O passo seguinte foi fácil: procurar transmitir aos jovens e, sobremaneira, às crianças o prazer da leitura que sempre experimentei. Desde o início o gosto pela escrita era diversificado? Como surgiram o gosto e a inspiração para a escrita em diferentes segmentos e estilos literários? Fernando Cardoso - A escrita para crianças surgiu, fruto daquele enorme desejo de transmitir aos homens-do-amanhã o enorme prazer que os livros sempre me proporcio22
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naram; a poesia surgiu do desejo de transmitir aos outros homens (não aos botões do poeta, como alertava o grande vate português Sebastião da Gama) o que flui dos diferentes estados de alma, o teatro por contribuir para a formação da personalidade, para o conhecimento apurado da linguagem e para a educação estética da criança, os livros de Direito têm que ver com a minha formação jurídica. Escritor Fernando Cardoso, você hoje tem vários livros publicados. Conte-nos qual o livro que obteve mais sucesso? Fernando Cardoso - Dos trinta e quatro livros publicados, Flores para Crianças foi, sem dúvida, o que alcançou maior sucesso. Atingiu trinta e quatro edições, o que, em Portugal, é inédito. E neste momento encontra-se traduzido em inglês, Flowers for Children; em francês; Fleurs pour Enfants; e em espanhol, Flores para Niños. Como se explica que o livro “Flores para Crianças” tenha alcançado tantas edições e cativado várias gerações? Fernando Cardoso - As crianças e os jovens, por mais que se afirme o contrário, não são, no que concerne aos livros, muito diferentes das crianças e jovens das gerações anteriores. Também gostam de adivinhas, curiosidades, anedotas, enigmas, jogos, contos, magia, fábulas, lendas, provérbios, poesia e
teatro, ou seja, do conteúdo do livro em apreço. Sucede é que dispõem de muitos outros atractivos desde o Game Boy, Playstation, jogos de computador, televisão e internet. Mas a generalidade das crianças e jovens de hoje, apesar destes fortes “concorrentes” dos livros, não os dispensam. E aqui é que reside o actual mérito, porque são muitos e diferenciados os “amores”… Qual é a criança que não gosta de escutar a educadora de infância a ler um conto ou, ao deitar, ouvir a voz de um dos progenitores ou de um dos avós a ler-lhe uma história, outra e outra até adormecer?!... Ainda antes da escola, cabe à família a responsabilidade de contribuir para criar apetência ao livro e o gosto pela leitura. Porém, há pais que, em vésperas de Natal ou de aniversário, chegam a equacionar esta pergunta: “Queres um livro ou um brinquedo?” E tal sucede, porque eles próprios ignoram a substancial diferença. São os mesmos pais que não oferecem livros aos filhos a pretexto de serem muito caros, porém disponibilizam-se a comprar-lhes toda a gama de aparelhos e jogos electrónicos que permitiria adquirir-lhes uma pequena biblioteca… Quanto ao “Flores para Crianças”, sucede algo diferente: são os próprios pais que o compram para oferecer aos filhos, porque este livro preencheu uma parte significativa das suas vidas. Seu último livro publicado foi “O Tesouro da Infância”. Como sur-
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Francisco) parece alcançar maior importância do que o SER, resolvi escolher o título O Tesouro da Infância para transmitir, sublinhando-o com recurso à imagem, que o verdadeiro tesouro para as crianças não são as ‘barras de ouro’, mas os livros, porque, por meio deles adquirem, de forma lúdica, o hábito de leitura, aprendem a redigir, a interpretar o que leem e enriquecem-se de vocabulário e de inúmeros e distintos conhecimentos.” Trata-se, portanto, de mais um livro que destinou às crianças? Fernando Cardoso - Já destinei vinte livros às crianças, e quando iniciei a feitura de “O Tesouro da Infância”, tinha em mente que as crianças iriam ser os únicos destinatários. Porém, acabei por decidir dedicá-lo também aos pais, educadores de infância e aos professores dos 1º e 2º ciclos de ensino básico, a quem presto a minha gratidão por serem os verdadeiros divulgadores da minha obra, muito especialmente do livro “Flores para Crianças”. Desses professores, constantemente recebo, inclusive por meio do Facebook, palavras elogiosas e testemunhos de utilizarem, com êxito, nas sua aulas, as minhas obras, o que, naturalmente, muito me sensibiliza. giu inspiração para a escrita desta obra? Fernando Cardoso - A inspiração é algo que, até agora, nunca me faltou; a única coisa que rareia é o tempo. Curiosamente, dentro de mim, sempre coabitam várias “histórias” a fermentar e ansiosas para saltarem para o suporte de papel e, assim, ganharem vida exterior. E se entre essas “histórias” a fermentar,
optei pelo “O Tesouro da Infância”, foi mais a pensar no êxito alcançado pelo “Flores para Crianças”, dado que o mais recente livro se integra na mesma linha. Como foi a escolha do título? Fernando Cardoso - Como explicito no próprio prefácio: “Num tempo em que o TER (o ‘deus dinheiro’ na curiosa expressão do papa
Como consegue gerir o tempo que dedica ao Direito, como advogado e professor, à Literatura, à escrita e ao Elos Clube de Lisboa, de que é Presidente? Fernando Cardoso - Na realidade, não é uma gestão fácil: o Direito, porque quase todos os dias entram em vigor novos diplomas legais que urge interpretar e interiorizar; a Literatura, porque exige inúmeras e ponderadas leituras e uma consenwww.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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tânea e criteriosa selecção. E o Elos Clube de Lisboa (que pertence ao Elos Internacional e à Comunidade Lusíada que nasceu precisamente no Brasil) também me absorve muito tempo. Por tudo isto, a escrita está a ser prejudicada. E porque a gestão do tempo é difícil, chego a lamentar que tenhamos de consumir uma terça parte das nossas vidas de olhos fechados… Quais os seus principais objetivos como escritor? Fernando Cardoso - Precisamente porque gostava que as crianças encarassem os livros, como eu encarei quando criança: com enorme fascínio. E, sobremaneira, porque é por meio dos livros (não do Game Boy e ou do Playstation) que adquirem o hábito de leitura, aprendem a redigir e a interpretar o que leem e se enriquecem de léxico, competências estas de inquestionável importância para toda a vida: escolar, académica e profissional. No que concerne às obras para adultos, reconheço que os objectivos são menos ambiciosos. Ressalvo os livros de Direito e a Colectânea de Poetas Populares em que tive ensejo de dar
a conhecer poetas simples, alguns até analfabetos, mas que nos dão um testemunho verdadeiro com a sua própria filosofia da vida, poetas que versejam com o coração e sentimentos e que, sendo do povo, vão ao encontro da alma do povo. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Fernando Cardoso. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Fernando Cardoso - Eu é que agradeço a oportunidade de dar a conhecer, no país irmão, um pouco de mim e da escrita que, com muito amor, destinei, sobretudo aos pequenos leitores. A mensagem que ouso transmitir aos prezados leitores consiste num verdadeiro apelo: que considerem o LIVRO para uma criança uma oferta de eleição. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
ONDE COMPRAR Editora Portugalmundo www. editoraportugalmundo.com na Porto Editora WOOK: https://www.wook. pt/autor/fernando-cardoso/15528 ou no sítio do livro: http://www.sitiodolivro.pt/pt/autor/ fernando-cardoso/27890/
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Editora Illuminare
Editora Illuminare (Brasil/Argentina) se dedica a divulgar e destacar novos autores Na atualidade existem cada vez mais editoras no mercado brasileiro e estrangeiro onde a concorrência é grande e nem sempre os autores são valorizados e destacados como precisam. Nesse cenário, a Illuminare vem se destacando como uma das novas editoras brasileiras, com filial em Buenos Aires, que se volta a valorizar os novos talentos literários através de uma grande rede de marketing literário, com uma equipe de 30 blogueiros, onde estratégias como resenhas, entrevistas, destaque em revistas literárias, promoção e organização de eventos nacionais e internacionais efetivam as ações para que os autores Illuminare sejam destacados e conhecidos. A Illuminare já lançou mais de 50 antologias de contos, poesias e crônicas nos mais diversos temas e cada uma dessas antologias é divulgada assim como seus autores, indo muito além de um serviço de edição/impressão. Nesse mês de maio, no dia 5,
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as 19:00, no Centro Cultural Brasil Argentina, da Embaixada Brasileira em Buenos Aires, a Illuminare co-organizou um evento denominado Feira do Livro Livre, já em sua terceira edição, destacando-se desde a primeira edição desse evento na ação de distribuir livros de seus autores para leitura e divulgação. A Illuminare patrocina 100% desses livros distribuídos, além de brindes e colaboração da organização, coordenação e marketing do evento. Na 3ª Feira do Livro Livre (Buenos Aires) os leitores argentinos, apaixonados pela literatura brasileira em língua portuguesa, se fizeram presentes e conheceram autores e livros, levando para casa um exemplar, que após lido será doado a outra pessoa criando uma corrente de literatura brasileira em terras argentinas. Nessa terceira edição, houve uma confraternização com degustação de vinhos, bate-papo com autores Illuminare e apresentação dos mesmos, assim como dos livros – antologias e solos. Foram mais de
70 livros doados pela Illuminare e mais de 200 pessoas presente fazendo do evento um verdadeiro sucesso. Já está em organização e planejamento a 4ª Feira do Livro Livre, que deverá acontecer em meados de setembro de 2017 onde a Illuminare irá lançar novas antologias e divulgar novos autores. Outro evento desse mês de maio/2017 onde a Illuminare se destacou na pessoa de seus autores, foi a 43ª Feria Internacional del Libro, um dos maiores eventos literários da América Latina, onde a Illuminare providenciou uma tarde literária no stand do Brasil, exclusiva para os autores Illuminare. Novamente teve muito bate-papo autor/leitor, autógrafos, distribuição de marcadores e apresentação de livros, tudo 100% patrocinado pela Illuminare. Em nenhum desses eventos a Illuminare cobra taxa ou qualquer valor, porque ela acredita que quando o autor escolhe lançar seu livro solo ou participar de uma antologia
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Illuminare, ele precisa ser valorizado e sua escolha precisa ser recompensada com destaque e divulgação, porque ser editora é muito mais que editar e imprimir, é “vestir a camisa do autor”. Em ambos os eventos de maio/2017, destacaram-se os seguintes autores: a escritora e antologista Rô Mierling, o escritor e pesquisador literário Tito Prates, o contista Fernando Nunes, o romancista Alexandre Braoios, as contistas Valeria Gravino e Cecilia Torres, além do romancista e contista Carlos Asa. Em ambos os eventos, a Illuminare lançou as seguintes antologias: * Mulheres Fatais; * Espinhos e Rosas (Livro bilin-
gue especial português/espanhol); * Escritos de um verão; * Gritos de Revolta. Lançaram também o livro solo do contista Fernando Nunes “Microcontos Ecléticos”. Além desses eventos internacionais, a Illuminare promove tardes literárias em diversos estados brasileiros, sendo que o próximo evento será a 6ª Tarde Literária na Biblioteca Municipal Viriato Corrêa – Vila Mariana – São Paulo – SP, na organização de Tito Prates, dia 22 de julho, as 14:00. Ainda em julho, no dia 14, das 13:00 as 19:00 a Illuminare estará participando da 1ª Feira Multicultural em Queimados – RJ, em ambos os eventos a Illuminare estará lançando livros solos e
antologias, tudo em prol de divulgar e destacar os novos talentos literários. Como se pode notar é um trabalho intenso, extenuante e complexo, para dar ao novo autor um espaço frente a tantos nomes literários que surgem todo dia. Promover, divulgar, destacar e valorizar são as palavras de ordem para a Illuminare. A Illuminare está sempre recebendo originais de livros solos e tem sempre seletivas para publicação de contos, crônicas e poesias. CONHEÇA MAIS! www.editorailluminare.com. br/ https://www.facebook.com/ illuminareeditora
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ENTREVISTA
ESCRITORA MARIA BEATRIZ FERREIRA Maria dos Santos é o pseudônimo utilizado para todo o trabalho de coletâneas ou outros pequenos trabalhos de prosa. Seu nome de guerra, em trabalhos solo, é seu nome verdadeiro: Maria Beatriz Ferreira. Nasceu no dia 16 de outubro de 1950, na Freguesia de S. Pedro da Cova, Concelho de Gondomar, Distrito do Porto. Licenciada em história pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (1983), é Mestre em Administração Pública pela Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (1998). Beatriz é aposentada da Administração Pública desde maio de 2003.
Boa leitura!
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Trinta Anos é tempo e é espaço também, é persistência e alma. Vesti as Palavras é forma. É adaptação. É luta, perda e ganho.’
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Maria Beatriz Ferreira, por favor, conte-nos o que mais a encanta nos textos poéticos? Maria Ferreira - Não é fácil falar sobre nós, todavia, aceitem como explicação que existe uma dificuldade na fusão entre o querer e a realidade, os sonhos a as palavras. Sem hora marcada, saem sem que eu as proteja, se formam em versos ou estrofes e eis o poema. Há sempre a ânsia de viver, a paixão pela natureza e a vontade de escrever. Nos meus poemas existem os da alma, os da vida e os do caminho. Como foi a escolha dos textos para compor o seu livro “Trinta Anos de Silêncio”? Maria Ferreira - Tem a explicação mais simples que possam imaginar. Resultou, em parte, da recuperação de alguns temas perdidos entre os trinta anos em que deixei de publicar. Ou seja, de 1980 a 2010. Por razões profissionais e de preparação acadêmica, o tempo e a emoção não permitiram que eu desse longa vida ao tempo da escrita. Ordenados cronologicamente, revendo um ou outro, era chegada a hora da editora. Como foi a escolha do título? Maria Ferreira - Logicamente teria que estar em consonância com o conteúdo ou que lhe é subsjacente. Assim foi. Trinta anos foi o espaço de tempo entre a última edição (1978) e aquela em que decidi publicar de novo (2008). Trinta anos em que pouco escrevi. Existe mais vida para além da escrita na minha vida. Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor por meio dos textos que compõem a obra?
Maria Ferreira - Foi o tempo. Já não havia mais tempo para tanto sonho. O livro tinha que vencer, como vencera eu antes, outras dificuldades. Se o seu sonho, prezado leitor, for a escrita, se para si o escrever é uma forma de libertação, saiba que escrever implica uma vida solitária, muito isolamento, muito silêncio. Consciente disso, agarre as letras, segure palavras e chame o poema. O mundo será seu. Além de poesia, escreves em outro segmento? Maria Ferreira - De um modo geral, não. Não se pode servir bem a dois senhores, deixo-me ficar por aqui. Pequenos textos de prosa poética ou tentativa de conto alindam a minha escrita. Se a curiosidade for grande, procure, caro leitor, “Primeiras Palavras de cada manhã”, facebook.com (maria.Dossantos). Junto algumas letras e conjugo-as com as fotos que vou tirando, outra paixão que alimento. O que diferencia “Trinta Anos de Silêncio” de seu livro “Vesti nas Palavras”?
Maria Ferreira - Diferem um pouco sim. Mais na forma que no conteúdo. Neles, existe — transversalmente — pontos comuns em temas que persigo, como: a saudade de algo, o amor ou o que dele a vida nos dá ou pode tirar. O envelhecer e o medo da solidão. Em “Vesti as Palavras” fui agrupando as letras e o meu eu poético pintou-as. Criou outro mundo, já que este se encontra em fase agonizante. Surgiram coisas bonitas, pequenas delícias. Momentos que traduzem percursos de minha vida. Hoje — bastante metamorfoseada — a minha escrita sou eu. Simples. Transparente. Continuo de rima livre, mas liberta de sonhos recolhidos pelo tempo. Trinta Anos é tempo e é espaço também, é persistência e alma. Vesti as Palavras é forma. É adaptação. É luta, perda e ganho. Como leitora, como analisa “Vesti as Palavras” ? Maria Ferreira - Vesti as palavras, uma vez mais, resultou da análise de conteúdo dos textos reunidos. Considerei-os despidos, sem cor. Quiçá a vida mo tenha ensinado e, subtilmente — em alguns poemas — detive-me qual bordadeira, coloquei rendas, colori o texto sem destruir o essencial em seu significado intrínseco. Noutros poemas — mais audaz — ligando a poesia às vivências mais pessoais e colectivas, dei gritos, revoltada cantei, chamei pelo vento através da minha janela, tropecei na calçada e me levantei vezes sem conta. Seguindo sempre o meu caminho. Leia-se em caminhos, os caminhos da serra e da montanha, já que me dedico ao desporto de montanha. Outra paixão de onde me advêm alguns temas que amo. Vesti as palavras despindo-me por www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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vezes. O meu sonho é um rio e o meu rio não tem margens. Sem poesia não concebo a vida, e sem um pouco de alegria, de nada serve viver. Aos poetas — em tempos difíceis — é-lhes dada a faculdade da palavra escrita, embrulhada, colorida, disfarçada como forma de luta e revolta. Desta forma se poderá ler-me: de palavras — algumas — coloridas para não agredir e outras suficientemente despidas para serem aceites. Já que ela — a poesia — nos mesmos poemas é uma mulher sedutora e intemporal.
Escritora Maria Beatriz Ferreira, muito prazer em conhecer um pouco da sua escrita. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem deixaria para nossos leitores? Maria Ferreira - O prazer foi meu ao transmitir um pouquinho do que sinto e escrevo. Não procurem dias ou horas certas para escrever. Simplesmente comecem, ontem seria o dia certo.
Pode presentear-nos com um de seus textos poéticos? Maria Ferreira - Com todo prazer, deixo aqui um poema do livro “Vesti as Palavras”. Que sentem os poetas? Que dizem os poetas nesta hora de crise perante a indecisão, desta realidade crua de fome e solidão? Surgem revoltados, brotam poesia por todos os lados, gritam palavras em forma de rebeldia. Estalam os dedos e as páginas brancas de almas inquietas desassossegadas e, as almas refugiam-se sob formas de escrita inacabadas.
ONDE COMPRAR marbelha.ferreiramail.com www.poesia faclube.gmal.com – para Trinta anos de silêncio www.facebook.com/ multiplashistoriaseditora/grupomultiplas
In Vesti as Palavras, pág. 71 _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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SOLAR DOS POETAS Por José Sepúlveda
TRIOLOGIA DA VIDA Desde há muito tempo que tinha nos mais recônditos pensamentos a vontade e o desejo de passar a texto memórias e estórias dos meus tempos de menino que no percurso da vida me seguiram e agora me obrigaram concretizar esse desejo na nobre forma poética. Chegou a hora de os reunir em três livros, profusamente ilustrados, onde em cada página são relatadas lembranças de menino, estórias vivas e retratos de família, como legado as novas gerações e que duma forma ou de outra foram seguindo e seguem ainda o trajeto dos meus passos. Surgiu assim Josíadas, A Epopeia da Vida, escrito de raiz, em 150 sextilhas decassílabas, e que segue o percurso da minha infância, adolescência e juventude, sem preocupação de ser exaustivo mas deixando fluir memórias antigas ou não, que atingirám os dias de hoje. Nele são
descritos episódios vividos ao longo de dezenas de anos, ilustrados com imagens, sempre que possível dos próprios lugares e dos seus protagonistas. Depois, havia que complementar com Estórias Reais, a Marcha da Vida, que nos lembram lugares, pessoas e estórias, registando vivências que doutra forma ficariam para sempre esquecidas. Por fim, e como complemento, Génese, Histórias de Família, onde
mergulho na ancestralidade das minhas gerações e vou contando em poesia, pitorescas histórias, dando a conhecer raízes da mesma gesta, em percursos muitas vezes distantes e colaterais mas com curiosas estórias que me dá gosto partilhar. Segue-se uma abertura das janelas do tempo, onde se vão desdbrando experiências, muitas vezes com algum humor, do trisavô, dos visavós, dos avós e país ou da minha geração, levando-me a reviverpassagens que me transportam a tempos ancestrais que não vou esquecer. Tudo isto traduzido em três ebooks, disponíveis graciosamente na minha página pessoal, e que vos convido a visitar. A esta triologia, que comporta cerca de quinhentos poemas, outros livros se vão seguir, que divulgarei no momento próprio. Pela vossa visita e apreciação, um antecipado Bem Hajam.
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POETAS POVEIROS Por Maria Carolina Sá
MUNDO EM CONVULSÃO A tempestade aproxima-se!... Ondas alterosas varrem o imenso areal deixando-o coberto de detritos!... A chuva cai impiedosa fustigando tudo por onde passa!... Nuvens escuras toldam o céu de um cinzento pardo envolto numa neblina fria e húmida. O vento, em fortes rajadas, dobra os ramos das árvores sacudindo-os impiedosamente até conseguir arrancar a árvore mãe pela raiz.
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Toda a natureza está em convulsão até que o sol consiga romper este véu escuro e triste e volte a restabelecer a harmonia silenciosa e calma. Assim também está este mundo! Sejamos nós, pobres e simples mortais, o sol dos nossos lares, das nossas associações e, todos juntos, rompamos com a névoa densa e opaca deste mundo alucinado fazendo dele um éden celestial onde haja paz, compreensão e, acima de tudo, muito amor para que a felicidade possa reinar.
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MERCADO LITERÁRIO Por Leo Vieira | leovieirasilva@gmail.com Leo Vieira é escritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura
DUELO DE EGOS Isso não deveria acontecer (ainda mais no meio literário), mas é sempre bom tocar noassunto, para que o leitor se previna e também faça um auto policiamento. O APLAUSO é uma coisa maravilhosa. Todos nós gostamos de ter o reconhecimento merecido,seja como escritor, ou como blogueiro ou mesmo nas duas situações. Acontece que devemos saber também como lidar com essas situações. Uma pergunta chata, porém pertinente: você realmente fica feliz com uma boa notícia de alguém que faz um trabalho semelhante ao seu? Se você parou pra pensar, não se sinta constrangido, mas procure também repensar e rever seus conceitos. A INVEJA realmente existe para todos. Somos humanos e propensos para qualquer tipo de erro. Mas quan-
do reconhecemos nossos defeitos, demonstramos ser sensatos. A inveja é um sentimento vergonhoso e destrutivo. Se ele for alimentado pelo ego,vai se tornar uma síndrome e antes que se dê conta, o afetado estará tomado por uma neurose incontrolável. Pode até parecer um exagero, mas o egocentrismo continua sendo responsável por inúmeros conflitos, divergências e corrompimentos políticos, sociais, além de distúrbios na saúde. Resumindo: ser do mal não faz bem. O escritor/blogueiro nobre não inveja ninguém. Ele também não cultiva inimigos e/ou inimizades. Sabemos que não vamos conseguir agradar a todos (principalmente os invejosos), mas aprendemos a ter a sabedoria de não alimentar sentimentos ruins alheios. www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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A VIDA EM PARTES Por Francisco Mellão Laraya | larayaescritor@hotmail.com
AS NOTÍCIAS Abre-se o jornal e se vê tragédias! Parece que o mundo é só dotado delas, e que as pessoas ruins, ou do mal são os habitantes únicos deste mundo, mas o que é maldade? “A maldade é a revolta do indivíduo contra a sociedade, de ver seus desejos mais selvagens serem sobrepujados por valores morais.” Portanto o alvo de tantas notícias é uma exceção no mundo, que se torna maioria nas paginas dos meios de comunicação. Será que as pessoas que o vinculam e as que as leem tem certa atração por estes instintos bestiais? Ou será que a veiculação destes serve como um alerta contra este tipo de atitude? A resposta correta é que as duas asserções estão corretas. A revolta do indivíduo contra a sociedade também é um grito de liberdade do homem, e o ser humano sente-se abafado perante tantas normas e posicionamentos que duvida serem justos. E seguindo-se neste raciocínio vemos bandidos serem tratados como heróis pelas comunidades que vivem, terroristas serem encarados como mártires, ladrões vistos como homens brilhantes, e vai daí por diante.
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Todos são feitos de atos isolados, de momentos de êxtase, onde se procura a solução de uma situação em um único toque de mão. Do outro lado vê-se o dia a dia, o construir aos poucos um futuro, onde o reconhecimento é demorado, dependendo de muita determinação e dedicação. O caminho do bem é o mais difícil, e muitas vezes não consegue o reconhecimento e a repercussão do caminho oposto. A pergunta que muitas vezes fica é a que ao invés de tanta propaganda nas atitudes do mal, mesmo para alertar que seja, houvesse mais divulgação de homens e mulheres que lutam pelo mundo para que este seja melhor, o caminho do bem, teríamos um planeta menos violento? Teríamos mais pessoas lutando pelo bem, preocupadas com o semelhante, e seguindo este caminho, pois esta estrada também vale a pena. Lembrando sempre que o mundo é feito de pessoas boas, que não custava nada serem reconhecidas e se sentirem melhor, ao invés de amedrontadas em função de tanta barbárie exposta nos meios de comunicação! Agora cabe a literatura a contas as histórias do bem!
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ENTREVISTA
ESCRITOR APARECIDO LADISLAU FAVINI Aparecido Ladislau Favini nasceu em 27 de março, embora documentos informem 21 de abril, de 1952, em Arapongas (PR), na roça, onde a família, descendentes de italianos, cultivava café. Aos três anos, Favini mudou com a família para Moreira Sales (PR), onde foi roceiro até seus dezoito anos. Todavia, conseguiu estudar até completar o nível médio, apenas. Aos dezenove anos, transferiu-se para a pequena cidade e foi trabalhar em escritório. E 1972, passou no então dificílimo concurso do Banco do Brasil. Foi bancário por vinte e dois anos, laborando em diversos estados, chegando ao cargo de administrador do banco. Detentor de importantes cargos, sempre recusou propinas, assunto sempre recorrente. Vítima do alcoolismo, também sofreu infarto em 1993, e por ambas as situações teve retrocesso em sua carreira, culminando com a adesão ao tal Plano de Desligamento Voluntário (PDV) daquela instituição bancária. No limiar de seus sessenta e cinco anos e abstêmio de bebidas alcoólicas há cinco, sofre as penúrias de sua pobreza financeira, aguardando a demorada justiça brasileira liberar seus possíveis créditos. Autodidata ardoroso, planeja escrever seu quarto livro O Anjo de Indaiatuba, ainda em formação. Boa leitura! 36
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Elisão do fanatismo religioso é o tema central. Propõe ‘religião única’, na verdade a crua realidade do limite da mente humana. Agnosticismo disfarçado, enfim, Sepetoke é meu apelido familiar de infância, devido à minha baixa estatura perante os irmãos.”
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Aparecido Ladislau Favini, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais o encanta na arte de escrever? Aparecido Favini – Sair do lugar-comum, assumindo minha personalidade criativa. Carrego o principal escopo de levar pessoas a meditar, ao lado de algumas informações quase óbvias, todavia ausentes do conhecimento popular. O que o motivou a escrever o livro “A Lesbiana e o Plumitivo”? Aparecido Favini – Levar ao conhecimento público a saga e as agruras da colonização do bravio noroeste paranaense. Há, também, enfoques eróticos da vida de nós, caipiras de então. Apresente-nos a obra: Aparecido Favini – Homens e mulheres vindos, principalmente de São Paulo e extremo sul, todos roceiros, traziam na mente muita vontade de trabalhar e enfrentavam todas as dificuldades daquele sertão, literalmente bravio. No final, quase todos viraram proprietários de pequenos lotes. Com carreira literária diversificada, surge “Sepetokismo”. Quais temáticas estão sendo apresentadas no enredo que compõe o livro? Aparecido Favini – Elisão do fanatismo religioso é o tema central. Propõe “religião única”, na verdade a crua realidade do limite da mente humana. Agnosticismo disfarçado, enfim, Sepetoke é meu apelido familiar de infância, devido à minha baixa estatura perante os irmãos.
Quais os principais desafios para a escrita desta obra literária? Aparecido Favini – Deparar com os preconceituosos em relação a agnósticos e ateístas. Ora, proponho que ninguém saiba a verdade universal, a exemplo de possíveis outras vidas e espíritos. E foque na fraternidade. Em que momento surgiu inspiração para escrever o livro “Como Parar de Beber pelo Método Alfavini”? Aparecido Favini – A partir da consciência da satisfação de minha sobriedade. Daí, a vontade de compartilhar. O que é o Método Alfavini? Aparecido Favini – O Método Alfavini é o método do Hoje Não. Visa centrar esforços em não beber hoje. Amanhã será o amanhã, se vier. A bem da verdade, é a metodologia dos Alcoólicos Anônimos, que frequentei – e abandonei visto terem oração católica forçada, a tal Oração da Serenedidade. Alfavini é acrônimo do meu nome completo. A quem indica leitura do livro? Aparecido Favini – Pessoas vítimas do alcoolismo, direta ou indiretamente a exemplo de familiares. E também a todas as pessoas que cultuam amor por novidades literárias e outras.
Onde podemos comprar seus livros? Aparecido Favini – Só disponho fisicamente de cento e poucos exemplares do livro Como Parar de Beber pelo Método Alfavini; envio a interessados pelo correio. Só mais tarde descobri que as livrarias não compram de escritores novatos, daí o insucesso. Livro SEPETOKISMO – A boa-nova – Livre pensamento, elisão de fanatismos https://www. youtube.com/watch?v=hZC9JrOUiyw – Eu falando https://www.youtube.com/watch?v=cVnt2DbAmZ0 – Idem Livro COMO PARAR DE BEBER PELO MÉTODO HOJE NÃO – Superação do alcoolismo https://www.youtube.com/watch?v=7IpwA-Drtgc – Entrevista a uma TV local https://www.youtube. com/watch?v=N2-0Io-78bY – Eu discorrendo Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Aparecido Ladislau Favini. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Aparecido Favini – Leitores, não menosprezem escritores neófitos ou ainda não reconhecidos. Livrarias, não subestimem nem desprezem escritores que não sejam famosos. Editoras, criem oportunidades de parcerias a plumitivos promissores. Auspiciosas saudações de Aparecido Ladislau Favini, 64 anos, aposentado por infarto. Rua Laura Fachini Tomaseto, 648 – Morada do Sol, Indaiatuba SP (19) 3936-1744 e 9 8282-2700 e-mail: favini.1952@gmail.com _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Rosa Maria Santos
Momento… Estava desolada. Fui até à praia, sentei-me na areia, e olhei o mar, o meu mar, límpido, com peixes cor de prata a boiar naquelas águas calmas e infinitas, como que acenando a uma sereia ou musa inspiradora, prisioneira num mágico castelo de tempos lá longe, quiçá, acenando e indicando o caminho de volta. Ao meu redor, a água, a areia, as gaivotas e um imenso céu vestido de azul, cujos raios de sol envolviam meu olhar com os seus laivos de cor de fogo ardente.
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A tranquilidade era só o que precisava, uns bons momentos de paz e harmonia. Uma quimera almejada e que não vinha.. Olhei as ondas que, confiantes, se estendiam nas areias sem fim ao som daquela suave melopeia, no ribombar de cada grito logo depois se esvaíam, adormecendo e deixando-se arrastar nas profundezas do mar. Num vaivém cego e caloroso, reclamavam o seu leito e desapareciam.
O vaivém das ondas no seu permanente bailado, acompanhado por olhares, sós, carentes, em busca de paz e de harmonia. E a frescura suave arrastada pelo vento, perenemente. O meu cabelo esvoaçava num ondular mágico e afagava suavemente o meu rosto, sussurrando segredos de amores antigos e sussurrava aos meus melodias suaves cheias de ternura. E eu ali, encantada, adormecida nesse sonho lindo, de repente interrompido pelo grasnar frenético das gaivotas que esvoaçavam ao redor, ora voando, ora sentadas na areia, olhando, questionando, de ouvido em riste para se lançarem num planar imenso por esse céu imenso. Espetáculo sublime. Raios de fogo descendo sobre nós, divas do amor, pérolas preciosas, aguardando o amante ausente e almejado por um coração faminto de desejo. Olhando o mar. No silêncio de mim, escuto, observo, desejo. Eu, o mar, a areia, as gaivotas. Um só cenário naquele espetro de azul, qual tela na inspiração do pincel do artista. E acordei, contigo, a meu lado, a sorrir, dizendo com carinho: Bom dia, amor!
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Yasmin Anukit Ilusão Nós viajamos de uma vida à outra, do vale escuro ao cume aonde neva, qual folha a esvoaçar em ânsia louca... Somente a primavera é que se leva... O karma é uma memória de ilusão! Lei do retorno... cinzas desta vida! Deixemos a fragrância do perdão na paz da consciência redimida...
Venezas
Por que o apego ao tempo que passou, às ânsias do amanhã e o céu perder, ao fixar o que não pode ser?
O dia se bandeia devagar, trazendo um não sei quê de recordar-me... Com jeito calmo, chegas, sem alarme, eu tudo deixo ir, olhando o mar...
Se o sonho que será, não começou, se finda em nada tudo que criamos, que seja Eterno aquilo que buscamos!
Um céu distante torna a água espelho... Em cada beijo teu, - aurora -, nasço e extasiada em meio a teu abraço, o céu de anil se veste de vermelho! Quando tu vens a mim, o passo leve, - noivas reais em trajes cor de neve, as tardes são manhãs, sinos, Venezas... Porém, se por acaso, estás ausente, gôndolas negras levam-me as tristezas nas mornas águas rubras do poente... www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Helena Santos LIVRO AMIGO És amigo verdadeiro Estamos juntos para festejar Mas as lágrimas Também são para partilhar Quantas vezes me sinto encurralada E como que num passo de mágica Tudo transformas Em leves folhas encantadas Que flutuam ao sabor do vento Porque para ti a vida É feita de doces momentos Todas as dúvidas contigo vou tirar Confio em ti Não és de alardear E se me vês triste Abres as tuas asas E levas-me a viajar É incrível a infinidade de lugares Que me levas a conhecer, a conquistar E é tão bom, voar, voar e voar Sem nunca me cansar Estar em boa companhia E regressar Completa, feliz, rica em sabedoria E desejando sempre Que a viagem seguinte Decorra com a mesma alegria. 40
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AMIGO Um farol que me guia, ilumina Um sorriso que me amima E ainda um poderoso abraço Que me transmite segurança Tal como a casinha da árvore Quando era criança Nos olhos vejo a alma, a calma De quem tanto me dá e nada reclama E embriago-me com gestos adocicados Que melam o meu ser Fazendo-me depreender que os amigos Só me levam a aprender, engrandecer Nunca a perder!
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ENTREVISTA
ESCRITORA CARMEM ORTIZ Carmem Maria Ortiz, 55 anos, nasceu em Porto Alegre (RS). Atualmente é educadora cultural, contadora de histórias e dá oficinas de teatro e artesanato para crianças, adolescentes e terceira idade nas periferias de Porto Alegre. Bacharel em Artes Cênicas pelo Departamento de Artes Dramáticas do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grade do Sul (UFRGS), atua, produz e dirige diversos espetáculos infantis e adultos desde 1983. Boa leitura!
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Enxerguei cada personagem, cada espaço, cada momento como se fosse um espetáculo; então, pelo menos no meu caso, literatura e artes cênicas estão entrelaçadas de todas as formas.”
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Carmen Ortiz, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais a encanta na arte literária? Carmem Ortiz - A literatura em si é encantadora para qualquer um que se presenteia com a leitura, pelo menos no meu entendimento. Ela permite a quem escreve criar, imaginar todas as situações, todas as emoções possíveis. Por outro lado, enquanto se lê, se cria um mundo que só quem está lendo enxerga, é o seu mundo. A literatura propicia a quem lê e a quem escreve a maior viagem que se pode fazer, sem sair de casa, do quarto, da biblioteca ou de onde estiver. Isto, para mim, é encantador! Então penso que o que mais encanta na literatura é esse poder que ela exerce sobre quem se permite chegar a ela, de nos fazer viajar; e olha que são viagens encantadoras, sempre. De que forma a arte literária e as artes cênicas estão entrelaçadas em seu dia a dia? Carmem Ortiz – Há, no teatro ou nas artes cênicas, como preferir, um mundo imaginário maravilhoso; a atriz cria a partir da literatura, entre outros meios, mas a literatura é o primeiro e mais importante meio para a criação da atriz, da encenadora, da professora, seja de teatro ou outra disciplina. Temos em Shakespeare um grande exemplo; cito Shakespeare, porque sou apaixonada por ele, embora não conheça toda sua obra. Mas nós temos inúmeros nomes na poesia, na dramaturgia, na literatura e por aí podemos ver o quanto literatura e teatro estão entrelaçados. E a professora de teatro tem o dever
de deixar isso muito claro, muito forte, pois é uma forma de despertar o hábito pela leitura na criança e no adolescente. No meu dia a dia este entrelaçamento é à flor da pele, pois além de ler muita dramaturgia, adapto muito da literatura para o teatro. “Beco Esperança”, que é meu primeiro livro, está inundado de cenas imaginadas detalhadamente. Enxerguei cada personagem, cada espaço, cada momento como se fosse um espetáculo; então, pelo menos no meu caso, literatura e artes cênicas estão entrelaçadas de todas as formas. Em que momento surgiu “Beco Esperança”? Carmem Ortiz – “Beco Esperança” é uma longa história. A atriz, a escritora, a professora que habitam em mim têm o poder da escuta, da observação; e fui ao longo de muito tempo fazendo anotações de várias histórias ouvidas. Num determinado momento, lendo cada uma das anotações, começou a surgir no meu imaginário uma história só. Como disse antes, consigo enxergar claramente cada personagem, com que roupa está, qual a sua emoção naquele momento; enfim, isto é o que me impulsionou a criar esta história. Comecei escrevendo umas duas horas por dia e percebi que fluía muito mais do que eu esperava; aí fui criando, criando e foi difícil dar um final para a história. Talvez seja por isso que digo que o final é entre aspas, pois acredito que, na verdade, é no final de “Beco Esperança” que se inicia um novo tempo, quando os leitores terão que se encarregar de levar adiante um projeto de vida com mais gentilezas, mais educação e mais amor pelo outro.
Quais os principais desafios para a construção da obra? Carmem Ortiz - Talvez o maior desafio seja no plano material, pois para criar, para construir algo que transcende, neste caso escrever uma história, é o tempo que se dispõe para tal. Já que é preciso trabalhar para sobreviver, sobra pouco tempo para criar, que é o que me mantém feliz. Embora, tanto trabalhar como criar sejam desafios maravilhosos que, além de me deixarem feliz, me mantêm viva. O que mais a encanta no enredo que compõe “Beco Esperança”? Carmem Ortiz – Olha, para mim todo o enredo de “Beco Esperança” é encantador: é a história de dois jovens apaixonados que acabam, pela falta de experiência, por se deixar levar por um destino sem perspectivas e são brindados, mesmo depois de mortos, por uma filha que destila amor por todos os poros, dando início a uma nova era, um novo mundo. Como foi a escolha do título? Carmem Ortiz - O título foi a última coisa que aconteceu, embora estivesse ali o tempo todo. Os seres, as famílias que habitam aquele lugar, têm suas histórias, suas vidas marcadas por diversos momentos; e o título vem de uma das famílias que iniciaram aquele povoado, num momento bastante marcante na história do nosso país, que foi a ditadura. Bom, acho que quem ler “Beco Esperança” vai entender melhor. Onde podemos comprar o seu livro? Carmem Ortiz - Na amazon.com. br (e-book) e no clubedeautores. com.br (impresso e em e-book). www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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Quais os principais cuidados que o autor deve ter ao escrever para teatro? Carmem Ortiz - A peça de teatro escrita é uma forma de literatura tão mágica como todas as outras, mas penso que a necessidade de cuidados existe sempre, pois a extensão que abrange esta arte é para ser grande, e o escritor ou o dramaturgo (quem escreve peças de teatro) deve estar atento a esse detalhe. O que se escreve vai atingir e mudar pensamentos e até vidas; eu, pelo menos, penso que esta seja a intenção. Já a dramaturgia, especificamente, tem detalhes, que quem escreve precisa ter um olhar especial, para que na montagem do espetáculo, o texto escrito possa ajudar os profissionais da cena. Mas penso também que há, na montagem de uma peça de teatro, uma liberdade de expressão onde elenco e encenadores podem se movimentar com muita liberdade sem fugir do tema proposto pelo dramaturgo, inclusive abrilhantando, em alguns casos, ainda mais o texto. Quais os seus principais objetivos como escritora? Carmem Ortiz - A princípio, gostaria de continuar escrevendo, já tenho em andamento outra história, embora seja muito cedo para falar sobre ela. Gostaria de participar de feiras literárias, escrever artigos para jornais e seminários.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Carmen Ortiz. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Carmen Ortiz - Ler nos dias atuais pode ser um grande desafio, pois há um sem-número de propostas bem mais atraentes do que sentar-se numa biblioteca e ler um livro. Mas aquele que se propõe entrar nesta viagem, deixando-se, de boa vontade, atravessar os pesados muros
da falta de leitura, não se arrepende, certamente. Pois pode ser em páginas virtuais, páginas amarelas, brancas ou ecológicas que se encontram um mundo à parte, um mundo paralelo ao que vivemos; e é neste mundo que podemos imaginar, caminhar, voar, viajar, conhecer, nascer, morrer; mas principalmente é neste mundo que podemos crescer como seres humanos, amadurecer nossas ideias e ideais, e é por isso que convido a todos que lerem este artigo a ler “Beco Esperança”, romance cheio de emoções. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritor Estevão de Sousa
VIAJANDO PELO MUNDO -BAVIERAQuem chega ao Franz Josef Strauss, aeroporto de Munique, (Munchen), tem de percorrer trinta e oito quilómetros, pela A 9 para chegar ao centro, (marienplaz), de uma linda e alegre cidade de aproximadamente 1,4 milhões de habitantes, capital do estado da Baviera, considerada a mais bonita região da Alemanha. O rio Isar - afluente do Danúbio - que a atravessa ao centro, empresta-lhe ainda maior beleza com as suas pontes enfeitadas por coloridos vasos de flores. Esta maravilhosa cidade está repleta de magníficos palácios, especialmente no centro histórico. Sendo uma urbe onde existem várias e grandes industrias com tecnologia de ponta – onde pontificam marcas como a BMW - é simultaneamente um importante centro económico onde as pessoas têm uma elevada qualidade de vida.
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Tendo sido destruída aquan- presta-lhe uma vivacidade digna de letos e cultura destas duas últimas, do da segunda guerra mundial, em registo. Celebrado de domingo a diferente do resto da Baviera. cerca de cinquenta por cento, soube terça feira, com cortejos carnavalesAntes de ser um estado, a Bareconstruir-se no pós guerra, mo- cos, musica e dança nas ruas, e mui- viera foi um ducado e seguidamendernizando-se e surgindo mais pu- ta animação nos bares e discotecas te um reino. Enquanto reino, o agojante, ao mesmo tempo que reconsResta ainda dizer que: na área ra estado da Baviera, foi, no reinado truia e mantinha a traça dos seus metropolitana de Munique, que en- de Ludwig I, bastante desenvolvido. belos monumentos. globa várias outras pequenas cida- Este rei, dotou Munique com amNa zona moderna podemos des, vivem atualmente cerca de 5,8 plas avenidas, mandou construir admirar, para além de imponentes milhões de pessoas. numerosos edifícios e palácios e o e modernos edifícios, cilindros, cúVoltando à região da Bavie- centro de artes; o qual, muito veio bicos, ou em forma de pirâmide, o ra propriamente dita, esta, é atu- beneficiar o reino, com a atração de parque olímpico com imensos artistas vindos os seus exóticos estáde fora. dios e ainda, a torre com O seu homólo190 metros de altura, de go Ludwig II, a quem onde temos uma comchamaram o rei doido, pleta panorâmica de mandou construir por toda a cidade. toda a Baviera lindos O nome de Muncastelos, que mais parechen, significa “monge” cem saídos de contos de e deriva de um mosteiro fadas. Este rei ficou céexistente no local onde lebre, não só pela arquiteve inicio a cidade vetetura dos castelos, por lha, fundada por Henele mandados construir, rique, o Leão, duque da mas também pela sua Saxónia, por volta do Castelo de Neuschwanstein – Um dos mandados construir por Ludwig II grande paixão – autênano de 1158, a qual se tica dependência - pela veio a tornar a capital da música de Wagner. Baviera em 1506. Para admirar a beleza de uma almente um estado da Alemanha Em Munique, se realiza a maior que, localizado a sudoeste com uma das mais belas zonas do planeta, festa da cerveja do mundo! A ok- área de 70.553 kms2 é o maior es- convém fazer a “rota romântica”. toberfest, onde são consumidos cer- tado Alemão, tendo uma popula- Cerca de quatrocentos quilómetros ca de sete milhões de litros e que é ção de 12,5 milhões de habitantes. por entre um mesclado de magnílevada a efeito no inicio da segunda O governo é chefiado por um mi- ficas cores, onde predomina o versemana de Setembro, terminando nistro-presidente, designado pelo de, vendo paisagens de sonho em no fim da primeira semana de outu- parlamento, eleito por sufrágio. É que existem belos vilarejos, cidades bro, com uma duração de dezasseis banhado por dois grandes rios: o com história, chalés com varandas dias. Para além desta, realizam-se famoso Danúbio de madeira enfeitadas com flores, mais duas festas da cerveja, anuais; e o Main, para além de vários castelos e palácios de sonho. Tudo uma, entre o carnaval e a Páscoa e a afluentes destes. O seu ponto mais isto tendo como pano de fundo os outra geralmente na segunda sema- elevado são os Alpes Bávaros, Alpes Bávaros! na de Abril, com duração de quinze Em presença de uma tal magcom 2.962 metros de altitude. dias. Para além das sete divisões ad- nificência, sentimo-nos transportaAinda a não perder, a festa de ministrativas, existem três grandes dos aos contos de fadas das nossas carnaval - não tão importante como divisões culturais: a do antigo ter- avós. a da cidade de Colónia – ainda as- ritório originário dos Bávaros, a - Que tal, gostou? sim, a alegria do povo Bávaro em- Francónia e a Snábia, sendo os dia- Venha daí!!! www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Rosa Marques
VERDADEIROS PAIS Mal chegou da cidade naquela tarde Zéza correu a casa da irmã, ansiosa por contar-lhe a novidade. Uma alegria interior, segredava-lhe que era uma boa notícia o que tinha para contar à irmã. Àquela hora encontraria Elisa ocupada na lida da casa, ou já sentada a bordar, junto à soleira da porta como era seu costume. Abriu o portão e foi entrando ao mesmo tempo que a chamava. Elisa passava a ferro na mesa 48
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grande da cozinha e no momento em que Zéza assomou à porta, esmerava-se a fazer o vinco nas calças de Joaquim seu marido. Por cima de um pano branco que colocara para proteger o tecido das calças, Elisa passava e tornava a passar o ferro de engomar, cuidadosamente até o vinco ficar perfeito. Zéza admirava a irmã pela perfeição que colocava em tudo o que fazia, também pela sua firmeza de carácter e seriedade com que tratava todos os assuntos. O bordado
de Elisa era perfeito considerado um dos melhores do sitio e suscitava nas outras mulheres uma certa inveja, comedida porém. Não fosse aquela incompletude, uma mágoa profunda a ensombrar a vida de Elisa e odiá-la-iam certamente. Mas algo faltava a Elisa e esse facto era suficiente para que as outras se condoessem dela, e por vezes a tratassem com comiseração. Mais nova que Elisa três anos, e mãe de cinco filhos Zéza acostumara-se a fazer as tarefas da casa depressa, para dar vencimento a tudo. Para que os filhos fossem para a escola sempre asseados e limpos, e o marido encontrasse a comida pronta, a casa arranjada quando voltasse do trabalho. Dois dias por semana trabalhava na casa de Dona Maria do Amparo, no arranjo da casa. ___ Vieste hoje mais cedo Zéza? ___ Não mana… acabei de chegar, e vim logo por que Dona Maria do Amparo pediu-me para falar contigo e com Joaquim. Surpresa Elisa ergueu o olhar e fixou a irmã com curiosidade. Depois foi colocar o ferro de engomar no descanso junto à lareira e veio sentar-se junto de Zéza, atenta ao que esta dizia: __ Que havia uma menina, órfã de mãe, tendo apenas como família uma avó pobre e doente. Esta achando-se sem condições para cuidar da pequenita, pedira ajuda às irmãs Clarissas. Mas há pouco mais de uma semana o estado de saúde da avó agravara-se e esta fora interna-
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da. As Clarissas procuravam agora uma família que pudesse cuidar da criança, que a estimasse, talvez perfila-la um dia mais tarde se assim o desejassem. O pai um doidivanas sem cabeça para governar vida sumira nesse mundo de Deus, ainda a menina não era nascida. À medida que Zéza falava um brilho novo surgia nos olhos de Elisa, uma sensação nunca antes sentida percorria-a, ao mesmo tempo que, a acometiam alguns receios. ___ Achas que poderá resultar mana Zéza? ___ Eu e o Joaquim estamos a envelhecer, será que ainda somos capazes de criar uma criança? ___E se o pai um dia mais tarde aparece a reclamar os seus direitos? ___ As coisas arranjavam-se de forma, a que ele nunca soubesse quem tomara conta dela. ___ E depois mana Elisa, como poderia tal homem cuidar da filha, interessar-se por ela, se desprezou a pobre da mãe pouco depois de saber que ela estava grávida? Levantando-se Elisa foi colocar a chaleira ao lume com água para fazer café. Colocou uma toalha na mesa e sobre ela o pão feito em casa… a manteiga. Tirou duas chávenas do armário, trouxe a fruteira com as maçãs e colocou-as também sobre a mesa. Em sua mente um turbilhão de ideias atropelavam-se umas às outras. Antevendo já uma criança naquela casa Elisa pensava, qual o quarto que arranjaria para a menina, o que seria necessário comprar para torná-lo mais confortável? Porém faltava ainda falar com Joaquim e Elisa sabia que apenas o
que ele dissesse seria feito. ___ Uma criança que não é do nosso sangue Elisa, é um risco. ___ Não se lhe conhece a casta nem o sangue que lhe corre nas veias… ___ É ainda de tenra idade Joaquim e sendo ensinada por nós, tornar-se-á uma mulher de bem, poderá amparar-nos na velhice. Há-de casar e ter filhos que serão nossos netos, darão alegria a esta casa e a nós… Pensativo Joaquim não respondeu logo. Elisa tomando o silêncio dele por aquiescência continuou: ___ Da próxima vez que Zéza for à cidade, vamos com ela, para sabermos algo mais sobre a criança. Tratadas todas as formalidades procedeu-se à filiação, Dona Maria do Amparo declarou perante a lei conhecer o casal, como sendo pessoas de bem, capazes de cuidar da criança. Pouco mais foi preciso. Quando Maria Inês veio para aquela casa, faltava apenas um mês para completar três anos de idade. Era Primavera e o jardim, não podia estar mais bonito; as macieiras e ameixieiras carregadas de flor. Ao fundo do quintal o pequeno pessegueiro destacava-se com suas flores rosa, o céu azul de uma calma e doce limpidez e o ar da aldeia ainda fresco mas saudável. Pequenina e delicada Maria Inês fixava tudo com estranheza, a casa, as pessoas que vira apenas uma única vez em casa de Dona Maria do Amparo e a tia Zéza que a trouxera, e de quem Maria Inês não largava a mão. Ti-
nham vindo da cidade na camioneta e durante todo o trajecto a menina viera aconchegada ao colo de Zéza. Aninhara-se bem, no calor daquele peito afeito já a proteger crianças e adormecera. Não queria agora separar-se dela. Elisa tentou pegar-lhe e ela choramingou, agarrando-se ainda mais a Zéza. Então Elisa, foi ao quarto e trouxe a boneca que havia deixado em cima da cama para Maria Inês e mostrou-lha. A menina abriu muito os bonitos olhos verdes, depois olhou para Elisa, ao mesmo tempo que agarrava a boneca com ambas as mãos e não mais a largou. Cinquenta anos passados, Maria Inês contemplava a moldura com o retrato de Elisa e Joaquim e interrogava-se; como teria sido a sua vida, onde estaria agora sem a ajuda deles? No seu coração uma saudade imensa, mas também uma enorme gratidão, por aquelas pessoas, os seus verdadeiros pais.
Sobre a autora
Rosa Maria Correia Marques nasceu na Madeira, onde viveu até aos 18 anos. Após casar, mudou-se para Porto Santo, onde vive e trabalha. Gosta de ler e de tudo o que está ligado à arte e à cultura. Ama a Natureza, que sempre exerceu nela um enorme fascínio desde a mais tenra idade e a quem declara um amor incondicional. Preocupa-a a situação precária em que muitas pessoas vivem e toda a fragilidade que o mundo enfrenta devido às guerras e o sofrimento causado ao ser humano, principalmente às crianças. Participou no «XII Concurso de Poesia Sem Fronteiras» e em diversas obras colectivas em Portugal e no Brasil: «Boas Festas», «A Bíblia dos Pecadores», «O Beijo do Vampiro», «Vendaval de Emoções», «Um Litro de Lágrimas», «Perdidamente», «Jardim de Palavras», «Quatro Estações», «Deitado Em Berço Esplêndido», entre outras. «MAR EM MIM» é o seu primeiro livro de poesia.
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ENTREVISTA
ESCRITOR DARIEL ALVES PACHECO Nascido em Uberlândia (MG), Dariel Pacheco é apaixonado por leitura, literatura e poesia. O gosto pela leitura veio cedo graças à indicação de seu grande amigo de infância Rodrigo Batista, que o acompanha até hoje e o ajuda a compor suas histórias. O primeiro livro lido, O mundo de Sophia, abriu uma janela para um mundo de ideias.
Fizemos um estudo em vários veículos da mídia e notamos que o fato, mesmo sendo alarmante e real, é pouco abordado.”
Boa leitura! Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Dariel Alves Pacheco, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que o inspirou a escrever “Malakay”? Dariel Alves Pacheco – A inspiração veio pelo gosto da leitura; sempre gostei de livros dos mais diversos temas: aventura, ficção, romances. Adoro analisar os traços de leitura, o modo como cada escri50
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tor faz sua dissertação. Logicamente que alguns fatos ocorridos na minha vida colaboraram para esta aventura. Descreva o enredo que compõe a obra. Dariel Alves Pacheco – O livro conta as aventuras de Dominic, um web designer que tem uma vida comum, mas devido a um fato inusitado ele se vê em meio a uma rede de tráfico de crianças por membros
da Igreja. Em suas aventuras, Dom conhece várias pessoas interessantes, como o policial Gregory. Dom descreve suas aventuras amorosas, e também seu lindo amor por sua primeira namorada, Solaris. Em uma aventura de tirar o fôlego, Malakay traz a triste realidade sobre o tráfico de crianças, existente no mundo. De que forma o tráfico de crianças está sendo abordado na obra? Dariel Alves Pacheco – Fizemos um
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estudo em vários veículos da mídia e notamos que o fato, mesmo sendo alarmante e real, é pouco abordado. Com base em alguns artigos enaltecemos os fatos e os enquadramos em meio ao enredo, para que de certa forma sirva de “puxão de orelha” para nossas autoridades e também para nossa sociedade. Quais os principais desafios para escrita de “Malakay”? Dariel Alves Pacheco – O maior desafio foi como enquadrar os fatos no enredo. Para não ficar tão científico e monótono e não ter cara de livro investigativo, como destacado, toda a parte que envolve a questão religiosa é uma fábula, criada apenas para aumentar a aventura da história. O que mais o encanta nesta obra literária? Dariel Alves Pacheco – Acho que o fato de o personagem principal demonstrar, mesmo em meio à aventura, seus sentimentos aflorados, a forma que ele, mesmo sem jeito, consegue conquistar a pessoa que sempre admirou, mas nunca imaginou ter um relacionamento. Como foi a escolha do título? Dariel Alves Pacheco – Estudamos também sobre seitas religiosas, de onde vêm seus nomes, e vimos que na maioria das vezes os nomes são baseados em origem, doutrina e influência; cruzamos esses fatos e chegamos a esse nome. Quais os seus principais objetivos como escritor? Dariel Alves Pacheco – Penso que quanto mais eu escrever, quanto mais cada um de nós puder divulgar o hábito da leitura, melhorare-
mos como pessoas, pois é comprovado cientificamente que a leitura, ou a literatura, faz bem para nosso cérebro. E por meio dela podemos treiná-lo para ser cada vez melhor em atividades que exigem compreensão e concentração. Logo, vários estudos concluem que a forma de leitura afeta o cérebro, e podem indicar formas de treiná-lo para ser cada vez melhor em atividades que exigem compreensão e concentração. Leitura é combustível inesgotável para a imaginação. Ler eleva a autoestima, e a leitura desconhece a solidão, pois nos permite estar sempre acompanhados.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “Malakay”, do escritor Dariel Alves Pacheco. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Dariel Alves Pacheco – A leitura nos ajuda para a vida; com ela, entendemos melhor as coisas, aprendemos sobre vários assuntos, ficamos sempre bem atualizados. Em um mundo totalmente globalizado o hábito da leitura nos ajuda em vários aspectos: no trabalho, no amor, nos esportes... Está tudo emaranhado em uma teia, ligando e conectando nossas vidas com o restante do mundo.
ONDE COMPRAR
Nova Editorial https://www.novaeditorial.com.br/livros/ ficcao/pacheco-dariel-malakay-livro/
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Carmen Lúcia Hussein
Poesia: Importância e sua natureza A redação de poesia beneficia o aluno no processo crítico e criativo, bem como na leitura e crítica, levando-o a questionar e a refletir sobre os valores e os problemas da vida. Faz com que ele a aprecie nas suas qualidades poéticas como a beleza, a harmonia e a simplicidade que, além de serem percebidas no poema, também são vistas nas pessoas e na vida. Outro benefício é melhorar a apresentação daqueles com linguagem limitada, como também aumentar a motivação e os hábitos de leitura de poesia e de literatura. O autor também indica a influência e a importância terapêuticas da aprendizagem da poesia sobre a saúde mental e as dificuldades e conflitos emocionais dos aprendizes (XERRI, 2013).
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A criatividade é muito importante no nível social e incentiva os indivíduos a serem pioneiros e a progredirem em ciência, tecnologia, saúde e arte. Ela é relevante para o nível global da sociedade e pode ajudar na realização de um mundo mais interativo na civilização humana, podendo também ser importante na solução dos problemas da vida real para todos os indivíduos. E o ser humano não teria avançado nas invenções, nas descobertas, na ciência, na literatura e nas demais artes se não houvesse este processo (SAK, 2004). O processo criativo se relaciona com a prevenção de problemas, à medida que auxilia o indivíduo a desenvolver seu potencial e a facilitar a emergência de suas forças internas na resolução de problemas presentes e futuros (WECHSLER, 1993). Novaes (1971) considera que os textos poéticos dão a oportunidade de refletir sobre os problemas do homem e da vida do homem. E possibilitam-no a questionar e refletir em face dos valores existentes, pois o material do poeta é ele mesmo e a sua vida, e assim a poesia pode expressar a sua experiência, a do outro e a do mundo. Por sua vez, Freud (1906) considera a obra literária como um devaneio, a continuação ou o substituto da brincadeira infantil, e que a satisfação de usufruir da leitura de uma obra literária conduziria a uma liberação de tensões na mente do escritor e possibilitaria a ele obter o deleite de seus próprios devaneios não tendo assim autoacusações e vergonha. Alguns estudos mostraram a importância da leitura ou da escrita de poesia para a melhoria clínica
de alunos ou pessoas, os quais indicaram a função e a importância terapêutica da poesia. Para Mazza (2012) a redação de poesia foi útil para melhorar a autoestima, a solução de problemas, a interação social e o comportamento pró-social de jovens. Kaufman e Kaufman (2007) corroboram a importância do uso da poesia para ajudar na dificuldade emocional da dor. Staltaro (2006) afirmou que a poesia aumentou certos processos internos e positivos, tais como insights, e diminuiu os conflitos interiores. Também Vass (2002) mostrou que a escrita de poesia melhorou as dificuldades de saúde mental de jovens. Pode-se dizer que é comum às pessoas no mundo atual caírem no ativismo, correrem muito e terem uma vida superficial e vazia. Assim, considera-se que a poesia lembra a espiritualidade, a religiosidade, a alma e os sentimentos. E que se pode com a poesia obter os valores mais dignos da vida, como o amor e a solidariedade, a beleza, o bem, a justiça, a verdade e a liberdade. O poeta traz vários ângulos da existência bem como mostra a importância do sentido dela. A poesia leva o leitor a refletir, a contemplar, a meditar e a dar um maior significado ao existir (HUSSEIN, 2013). A seguir serão apresentadas algumas concepções de teorias psicológicas e as considerações de alguns autores a respeito da natureza da poesia. Jung (1987) salientou que seria uma ilusão do consciente a convicção do poeta de criar com liberdade absoluta. A verdadeira obra de arte tem um sentido especial no fato de poder libertar o escritor das estreitezas e dificuldades insuperáveis de tudo o que seja pessoal, elevando-o
para além do efêmero. Já Wescott (1968) concebeu a intuição gestativa ao referi-la como uma reestruturação do campo perceptivo, em que o aluno perceberia repentinamente novas possibilidades de ação que o levam à solução. Ele considera a intuição como uma forma de comportamento inferencial, definindo-a como o fato de o indivíduo chegar a uma solução utilizando-se de menos informações necessárias. Vygotsky (1987) afirmou que há o interesse na noção de linguagem privada como um tipo de locução dirigida e regulada pelo autoconceito quando os alunos se deparam com os desafios. O autor afirma que os aprendizes têm a linguagem interior que expressa as estruturas estabelecidas da linguagem. E acrescenta que a natureza da composição poética oferece-lhes a habilidade de brincar com a linguagem, que tem significados próprios. Considera que as concepções da escrita da poesia são como um processo criativo no qual o trabalho imaginativo ou brincar é complementado pela razão. Deve-se acrescentar que o poeta Ferreira Gullar (2009) afirmou que “A poesia é um difícil ofício de expressar a vida, naquilo que ela tem de belo e dramático”. Ainda, o escritor Cipro Neto (2010) disse que “[...] os poetas são seres enviados por Deus para traduzirem a alma humana”. Portanto, parece que o primeiro autor enfatiza a inspiração dos poetas, que se dá por meio da experiência e vivência da pessoa quanto aos seus dramas, questões culturais e ao meio, enquanto o segundo acha relevante para a criação expressar aspectos religiosos e psicológicos. www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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Hughes (2006) realizou um estudo baseado em entrevistas de proeminentes poetas contemporâneos canadenses para explorar a natureza da poesia. Ela encontrou que a natureza dela é variada ao usar uma nova mídia para isso. Nesse sentido, ela cita definições de vários autores, como a de Smith (1977), para quem a poesia é altamente organizada, complexa e que o poema seria a recriação unificada da experiência em que há o máximo de significado e sons com o mínimo de palavras. Ela propõe a definição de Hirshfield (1997), que considera a poesia como a clarificação do ser e que o poema expressa a musicalidade nas palavras e traz modos diferentes de conhecimento tanto para a compreensão de si mesmo como para a existência. Também esta autora cita vários autores, segundo o dicionário, como a escrita de uma tarefa imaginativa baseada nas experiências expressas em linguagem com significados, sons e ritmos. Outro dicionário a define como a expressão de pensamentos elevados ou sentimentos em forma métrica ou rítmica; e outro a conceitua como uma forma de arte que usa a linguagem. Os poetas usam a beleza na expressão de sua linguagem e palavras com mensagens cheias de sentimentos. Uma característica importante apontada pelos poetas e críticos literários sobre a poesia é a estética ou a beleza do poema. Desse modo, o poeta Carlos Drummond de Andrade (1992) enfatiza a beleza ex-
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pressa na poesia quando reflete sobre ela ao afirmar e acreditar com o mesmo fervor na beleza da palavra e no texto elaborado com arte. Assim, ele considera que aprendeu a gostar da literatura por meio do entusiasmo que ela provoca no leitor quando ele se depara com o texto bem escrito. Dewey (1933) identificou a imaginação como um modo de expressar a experiência estética. Ele falou das experiências de vida interior profundas que levam o leitor a expressar seus sentimentos de beleza. Disse que estes sentimentos, pensamentos e intuições incluem o autoconceito, as pessoas, os lugares e o mundo. A beleza é, para ele, uma aura de fantasia, emoções que expressam a vida interior, o mundo, o espírito, uma coisa, um lugar e outra pessoa. É importante para os alunos o conhecimento poético para expressar a beleza. Concluiu-se sobre a importância de ter opiniões variadas do que seria a poesia para se obter uma melhor compreensão de sua natureza e complexidade. Portanto, aponta-se que ensinar leitura e escrita de poesia aos alunos é uma tarefa difícil. Esta última questão será tratada no próximo item.
Carmen Lúcia Hussein é Doutora com Pós-Doutorado em Psicologia do Escolar no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
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ENTREVISTA
ESCRITORA ELOÍSA AVILLA Sou Eloísa Maria Ávilla de Carvalho. Nasci à margem do Rio Grande, na extinta Cerâmica São Pedro, que pertencia à Usina Junqueira, em Igarapava (SP). Vim à luz pelas mãos da parteira Inês, na manhã do dia 16 de abril de 1961. Sou Filha de José Ávilla e de Genuita Rodrigues. Casada com Francisco Carvalho, sou mãe de dois filhos: Giovana e Allan. Graduada em Letras pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ituverava-FFCL, em 1987, sou professora de Língua Portuguesa na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Desenvolvo, com a ajuda de voluntários, o Projeto Elos de Elô, que tem como desafio multiplicar voluntários com o lema: Eu ensino a você, que ensinará a alguém... Devido ao meu trabalho voluntário, sem perceber me tornei escritora, professora de artesanato em biscuit (massa de porcelana fria), contadora de histórias e palestrante.
Aos leitores, desejo que leiam e sonhem com as mensagens significativas de encantamentos dos caminhos literários, que nos levam ao sentido de sonhar e viver plenamente, com um olhar voltado ao próximo.”
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Escritora Eloísa Ávilla, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor; conte-nos o que mais a encanta na arte literária. Eloísa Ávilla – O mais encantador na arte literária é a tessitura de palavras que nos levam ao universo fantástico da imaginação, formando sentido em nosso “eu”, no movimento da realidade, como reflexão, solução ou fruição de existir, ser e viver. Em que momento surgiu inspiração para O livro que não tem fim... Inspiração? Eloísa Ávilla – Por incrível que pareça, mesmo sendo professora de Língua Portuguesa por quase trinta anos, jamais tive a pretensão de escrever um livro. Aconteceu por causa do meu pequeno trabalho voluntário de artesanato em massa de biscuit (porcelana fria). Confecciono ponteiras de lápis e faço doações aos bazares de hospitais e entidades beneficentes. Certo dia disse, brincando, que escreveria um livro, para ser a semente da solidariedade. Queria mostrar a todos ao meu redor a possibilidade de fazer trabalho voluntário, utilizando algumas horas da semana e com poucos recursos financeiros. Com uma inspiração assoprada pelos sons das asinhas ligeiras de um beija-flor azul, no entardecer em minha varanda, eis que surge... O livro que não tem fim... Inspiração. Conte-nos um pouco sobre o enredo que compõe o livro; eu soube que o livro é baseado em fatos reais. Eloísa Ávilla – O livro é uma encantadora narrativa da personagem Cristal de Aromas, a fadinha da ins56
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piração, que prefere ser chamada de Kiki; e o beija-flor Zip. Em parceria, eles ajudam a Elô a construir um projeto solidário, intitulado Lápis da Solidariedade: inspiração para escrever lindas histórias... A obra é indicada para todas as idades, para que recebam uma porção mágica de inspiração da fadinha Kiki. O enredo mescla ficção e realidade, porque a personagem Elô realmente existe e confecciona muitas ponteiras de lápis de artesanato em biscuit e envia aos bazares de hospitais e entidades beneficentes. Com relação às ilustrações da obra, como foram realizadas? Eloísa Ávilla – Acredito que as ilustrações da obra são cristais de aromas de inspiração da fadinha Kiki, com a ajuda do Zip. Como não sou ilustradora e seria difícil conseguir recursos financeiros para pagar um ilustrador, surgiu a ideia de ilustrar o livro com fotografias, no lugar em que acontece a história. Confeccionei os personagens em massa de biscuit, com a colaboração de minha filha Giovana Ávilla e minha cunhada Cleia. Para a montagem das fotografias foi um verdadeiro trabalho coletivo em família. Filhos, esposo e cunhadas, todos fotografando o melhor ângulo. A capa do livro é a montagem da fadinha Kiki e o beija-flor Zip com a obra (óleo sobre tela), da artista Giovana Ávilla. O que mais a encanta em O livro que não tem fim... Inspiração? Eloísa Ávilla – Sou encantada pela Cristal de Aromas, a Kiki, a fadinha da inspiração. Mas o beija-flor Zip é o meu encanto de alçar voos em contos fantásticos. Ele é o próprio encantamento de minha imagina-
ção em busca de pequenas soluções para os meus sonhos cotidianos. Qual a principal mensagem que deseja transmitir ao leitor por meio do enredo que compõe a obra? Eloísa Ávilla – Desejo que cada leitor receba cristais de aromas de inspiração, porque a obra representa uma semente de inspiração para o trabalho solidário. Ao pegar o lápis com ponteiras de rosinhas em biscuit, que acompanha o livro, receba também inspirações para escrever lindas histórias ou projetos de vida.
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Quais os seus principais objetivos como escritora? Soube que já temos livro novo no prelo. Eloísa Ávilla – Estou trabalhando com o firme propósito de captar recursos para a realização do projeto “Oficina de Leituração”, aprovado pela Lei Rouanet, com o objetivo de publicar o segundo livro, O livro que não tem fim... Criatividade. Em meus planos está também a possibilidade de publicar o livro intitulado As aventuras do beija-flor Zip e o peixinho IG, que trata de um tema de extrema importância para as crianças desenvolverem
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consciência ecológica. Escrevi a narrativa para contar histórias às crianças beneficiadas pelos Programas Socioambientais da Hidrelétrica de Igarapava, na Semana da Água e do Meio Ambiente. O projeto tem feito muito sucesso entre as crianças e adultos, porque todos ficam surpresos quando surge o peixinho confeccionado em biscuit ao longo da “contação” da história. Para o futuro, pretendo dar continuidade ao O livro que não tem..., com as outras doze fadinhas e o “fadinho”, que vivem no Castelo Encantado de Águas da Ribalta. Com relação ao projeto “Oficina de Leituração”, quais são seus objetivos? Quem pode participar? Apresente-nos o projeto. Eloísa Ávilla – O projeto “Oficina de Leituração”, Pronac 164228, está aprovado para captar recursos pela Lei Rouanet, art. 18, com a proposição de publicar O livro que não tem fim... Criatividade, o lançamento da oficina de contação de histórias e a de artesanato em biscuit. O livro é uma encantadora narrativa da fadinha Vida e o beija-flor Zip, que ajudam a Elô a criar um projeto itinerante de contação de histórias concomitante com a oficina de artesanato em biscuit. A realização do projeto “Oficina de Leituração” beneficiará escolas nas cidades de Igarapava, Sertãozinho e Ribeirão Preto no estado de São Paulo; e Uberaba, Uberlândia, Delta e Conquista, no estado de Minas Gerais. Aproveitando a oportunidade, estou à disposição para apresentar o projeto às empresas pagadoras de imposto de renda, com a finalidade de serem incentivadoras de produto cultural de fomento à leitura em nosso país.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Eloísa Ávilla. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Eloísa Ávilla – É uma honra poder divulgar meu trabalho na Revista Divulga Escritor. Shirley M. Cavalcanti, receba o meu agradecimento com cristais de aromas de inspiração, pela oportunidade de contar minha história. Aos leitores, desejo que leiam e sonhem com as mensagens significativas de encantamentos dos caminhos literários, que nos levam ao sentido de sonhar e viver plenamente, com um olhar voltado ao próximo. Compartilho com todos a frase que permeia o meu trabalho: “Sonhei que sonhava, e o meu sonho transformou-se em realidade”
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Texto poético da autora Eloísa Ávilla em homenagem a seus pais
Simplesmente Eu Madrugada... Estrelas adormecem no céu da fazenda... Lamparinas iluminam a colônia. No fogão, a lenha alimenta o fogo. O café tem aroma e sabor de mais um dia de lida. Homens, mulheres com suas crianças, Moços e moças na mesma direção, O carreador, a cana de açúcar. Linda moça com saia de chita, Botina no lugar da sandália, Cabelos encaracolados, Cobertos pelo lenço e o chapéu de palha. Feixe de cana nas costas. Carro de boi. Um olhar, e o sol do meio dia é testemunha Do amor que surge no meio do canavial. Entardecer, água aquecida na beira do fogão Banho de bacia com sabão de coco Toalha alva de algodão, para se enrolar. Na venda Pagamento da lida semanal Ela compra água de cheiro, Ele, colônia para impressionar A expectativa do baile na sede O coração dele acelera Ela ruboriza e se apaixonam... A música os envolve Começam a bailar... Para a criança ninar... Simplesmente Eu.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritor Alves dos Santos
Abandono Ama-me Imploram os meus olhos mal te encontram Ama-me Fantasio acordado num constante sonhar contigo Ama-me Desejo de Homem que esconde um sorriso de menino
Por ti enfrento tudo! Enfrento os monstros que vivem em mim sempre prontos para erguer entraves Enfrento as dúvidas que habitam em ti ressoando medos sem razão de ser Juntos Enfrentamos este Mundo Sempre tão pronto a julgar e condenar
Ama-me Com esses olhos teus que nunca se cansam de me olhar
Juntos Enfrentamos este e o outro Mundo E ninguém nos pára E ninguém nos separa
Por ti abandono tudo! Abandono esta falsa segurança na qual escondo o meu sentir Abandono este porto seguro aonde desde o princípio dos tempos espero por ti
E na nossa união encontramos o nosso lar De onde transborda vida Em forma de sentimentos que criámos nós mesmos Intensos, descomedidos, vorazes, perfeitos…
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ENTREVISTA
ESCRITOR GILMAR DUARTE ROCHA Gilmar Duarte Rocha, romancista brasileiro, natural do estado da Bahia, terra da magia, do cacau e de escritores célebres como Jorge Amado, Castro Alves, João Ubaldo Ribeiro, Antonio Torres e Adonias Filho, é autor de cinco peças de ficção “compostas a ferro, fogo, suor, paralelamente com muita sinceridade, sensibilidade e inspiração”, segundo ele próprio comenta. O escritor é formado em Economia, Análise de Sistemas e Engenharia de Software, embora seu desejo, desde criança, sempre foi criar sonhos sob a forma de arte e letras. Considera-se contador de história, autor de delírios, edificador de enlevos e arquiteto de fantasias. Seu próximo livro, Up & In New York – Apontamentos de Viagem, com lançamento previsto para meados desse ano, é a sua primeira incursão no terreno não-fictício.
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Diria que noventa e nove por cento e meio são fatos reais (risos). Os outros 0,5% deixo para o amigo leitor pescar no oceano de deslumbramentos. Para falar sério, narrei fatos verídicos apimentados e recheados com temperos da verve romântica.”
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Gilmar Duarte Rocha, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos qual o seu objetivo ao publicar o livro “Up & In New York – Apontamentos de viagem”? Gilmar Rocha - O prazer é todo meu. Compor esta obra não fazia parte dos meus planos, ainda que no passado tenha feito um pacto comigo mesmo de que escreveria algo na primeira vez que colocasse os pés fora do Brasil. Aconteceu que o primeiro destino internacional foi Nova York, e pôr os pés na capital do mundo sem sair impregnado de fascinação é realmente muito difícil. Precisava compartilhar essa irradiação com os amigos. Fiz isso sob a forma de letras. Quais locais estão sendo apresentados por meio das crônicas apresentadas nesta obra? Gilmar Rocha - O foco do livro não é a descrição de lugares, pois a literatura sobre as atrações nova-iorquinas é vasta e sortida. Seria redundância e desperdício de tempo se me ativesse apenas à apresentação de prédios, parques e monumentos, que são pródigos e magníficos, por sinal. Cheguei à cidade não apenas na condição de turista; cheguei como uma espécie de expedicionário cultural, um minerador que esmiuçou particularidades; um desbravador que gastou mais de uma hora tentando entender detalhes da intrigante arquitetura da igreja Saint Patrick, um pequeno exemplo. A obra é, portanto, produto direto de revelações e epifania.
O livro é composto por quantas crônicas? Gilmar Rocha - Vinte e cinco crônicas, mais o prefácio. Temos mais de uma crônica abordando um mesmo local? Gilmar Rocha - Sim. O The Leo House Hotel teve espaço em dois textos. Foi a casa onde me hospedei durante toda a temporada e pela qual adquiri um carinho especial, seja pela forma como fui tratado, pelo jeito hospitaleiro que me acolheram, ou simplesmente pela magnífica localização do pequeno e tradicional estabelecimento hoteleiro de Manhattan. Os textos são baseados em fatos reais ou fictícios? Gilmar Rocha - Diria que noventa e nove por cento e meio são fatos reais (risos). Os outros 0,5% deixo para o amigo leitor pescar no oceano de deslumbramentos. Para falar sério, narrei fatos verídicos apimentados e recheados com temperos da verve romântica. Há uma crônica, em especial, sobre o dia em que me deparei com uma ratazana num beco atrás da famosa Rua Tin Pan Alley. O roedor não saiu de minha cabeça por algum motivo, seja pelo tamanho desproporcional, seja pelo fato de Manhattan ser sinônimo de limpeza e profilaxia. Tinha que colocá-lo no texto. No entanto, falar secamente sobre a existência de ratos em Nova York seria uma pobreza de espírito de dar dó. Paramentei, então, a narração desse apontamento com metáforas e prosopopeias. Quais os principais desafios para a escrita dos textos?
Gilmar Rocha - Manter a sinceridade nos comentários, analogias e inferências que teço em cada crônica. Logo no prefácio faço questão de salientar que o livro é desprovido de cunho político, pois o nosso país ainda possui uma democracia incipiente e o nosso povo carece cada vez mais de educação. Então qualquer coisa que a gente observa, analisa e opina pode ferir suscetibilidades e correr o risco de ser tachado como escritor engajado, embora minha vontade fosse essa, de ser rotulado como literato envolvido numa causa política honesta, feita por pessoas sérias e preocupadas em dar a essa federação um conceito mínimo de civilização. Tem ainda outro aspecto importante: esse é o meu primeiro livro não-fictício. Foi um autêntico parto compô-lo, visto que, diferentemente dos romances, onde posso transgredir e “viajar”, um livro desse gênero requer o cumprimento de regras e ser bastante coerente, sob o risco de cometer veleidades. O que mais o encanta nesta obra literária? Gilmar Rocha - A espontaneidade do texto. Tudo é muito puro e sincero. Nada é maquiado. O livro está disponível em e-book; pensas em disponibilizá-lo impresso? Gilmar Rocha - Em princípio sairá em formato impresso, em edição primorosa da Editora Chiado, sediada em Lisboa, Portugal. Logo em seguida, devo lançá-lo em modelo e-book. A publicação de livros virtuais é cada dia mais imperativo, embora eu ainda prefira degustar
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obras de ficção – principalmente – na boa e velha forma de papiro. Quem desejar, como deve fazer para comprar o livro? Gilmar Rocha - Recomendo aos leitores do Brasil, Portugal e da comunidade lusófona acionar o site Mercado Livre (www.mercadolivre. com.br), Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br) e Livraria Saraiva (www.saraiva.com.br). Posteriormente serão divulgados outros pontos de venda, mormente em Portugal e outros países.
oferecendo. Para os leitores fica a recomendação de que o livro Up & In New York vale a pena ser lido, e a promessa de que outros bons escritos virão num futuro não muito distante. Guardem o meu nome com carinho. Um abraço a todos.
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Quais os seus principais objetivos como escritor? Gilmar Rocha - Satisfazer à minha alma. Escrever tornou-se uma necessidade premente para mim e uma razão de viver. Reconhecimento público, benefícios pecuniários e coisas afins virão em segundo plano. Se vierem. Ficarei imensamente feliz se souber que um grupo de crianças de um subúrbio de Luanda ficou satisfeito em ler alguma coisa minha. Por falar em jovens interessados por leitura, posso adiantar para todos que o próximo livro será de ficção científica, bem diferente de todo o lixo do gênero que jogam no mercado todos os anos. Será um livro dedicado aos moços de todas as idades. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Gilmar Duarte Rocha. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Gilmar Rocha - Primeiramente agradeço de coração a vocês da Divulga Escritor pela cortesia e oportunidade ímpar que estão me 62
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Escritor Fernando Jacques de M. Pimenta – JAX
Praxedes, sua empregada e a ordem suprema Praxedes sempre se considerou uma pessoa dotada de raro senso de organização. Com efeito, seu comportamento costuma ser bastante metódico no dia-a-dia. Quando chega à casa, de volta do escritório, e não tem outro compromisso formal, troca de roupa, cuidando para que as chaves do carro e as da residência saiam dos bolsos do paletó para cima da cômoda do quarto de dormir. Se for final de semana, as chaves saem dos bolsos da calça para o mesmo móvel. Já os óculos, nas raras vezes em que os tira, possuem seu posto cativo sobre a mesa
de cabeceira. Praxedes mantém discos, livros e outros objetos pessoais nos mesmos lugares de hábito. O organizado cidadão gosta de contrastar sua conduta cotidiana com a da esposa, que vive a perguntar onde andam os óculos, as chaves e até mesmo a própria bolsa, supostamente sua companheira inseparável. Apesar dessa comparação sempre a seu favor, Praxedes ressalva que não pretende valorizar seu perfil metódico excessivamente. Revela perfeita ciência de que sua conduta tão disciplinada decorre, em larga medida, do reconhecimento de ser
um notório “desligado”. Distraído do jeito que se diz ser, na realidade, somente graças ao método e à disciplina consegue reduzir os riscos de ficar na busca permanente de objetos pessoais, como costuma ocorrer com sua cara metade. Cedendo à ocasional tentação de dar explicações adicionais sobre seu espírito de organização, recorre ao bom humor para esclarecer que quem possui um nome de origem grega deve inspirar-se na grande tradição da lógica aristotélica e socrática. Praxedes acrescenta que, nos seus tempos de estudante (já longínquos, por sinal), teria sido leitor assíduo desses filósofos, bem como de Hegel e de outros pensadores. Reconhece, no entanto, que mal se recorda da essência dessas leituras e conclui, novamente bem humorado, que as lições filosóficas, ora fugidias em sua lembrança, não lhe fazem falta no dia-a-dia. Acredita na sua capacidade de organização, lógica e metódica, com a qual vive muito bem, obrigado.
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Seu modus vivendi implica, como não poderia deixar de ser, certos problemas de convivência humana, tanto na esfera profissional quanto na doméstica, provocados pelo constante cuidado de manter em ordem papéis, livros, discos e um ou outro objeto decorativo nas estantes e mesas do seu cotidiano. Além de ler livros, ouvir música e assistir a filmes e documentários em DVD, Praxedes gosta de contemplar suas coleções desses variados instrumentos de lazer, bem como as poucas peças de artesanato que possui, dispostos sobre mesas e prateleiras de forma ordenada, de acordo com critérios pré-estabelecidos. Na ordem em que são colocados, fica fácil, em rápido passar de olhos, visualizar o conjunto de obras disponíveis de História das Américas ou de música clássica ou, ainda, de aventura e ficção. Seus critérios para ordenar todo esse patrimônio não são, nem poderiam ser, totalmente partilhados por outros seres humanos com quem o pretenso discípulo de Aristóteles divide o espaço ambiente. Da dileta esposa aos colegas de trabalho, sempre haverá percepções e modos de organização que diferem dos dele. Para não se dispersar demasiado nos problemas de convivência daí decorrentes, melhor é ocupar-se do mais contundente, do mais grave, do mais repetitivo e exasperante do ponto-de-vista de Praxedes. Nada supera a incomensurável dificuldade do seu convívio diário – ou quase – com essa figura atentatória à ordem que é a empregada doméstica. Antes que algum ativista de direitos humanos de plantão venha
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a insurgir-se contra o sofrido Praxedes, acusando-o de preconceituoso, elitista ou o que for, cabe esclarecer que sua empregada doméstica, Firmina, trabalha na casa há mais de dez anos e desfruta de sua sincera simpatia, pela índole tranquila, honesta, zelosa e dedicada ao serviço e à família. Além disso, mostra-se bem humorada de maneira geral, dificilmente externando sinais de irritação ou de contrariedade, nem mesmo quando a peste do gato da vizinha salta da varanda dela para a do apartamento de Praxedes e, sem conseguir fazer o inverso, põe-se a miar, num misto de arrependimento e desespero. Todas as ocasiões em que isso ocorre, lá vai a empregada a socorrer o bichano, levando-o de volta para a vizinha pacientemente. A família é uníssona em manifestar que Firmina é uma boa alma, dessas pessoas simples e admiráveis por suas muitas qualidades. Feitas essas ressalvas necessárias, persiste a circunstância de que o organizado cidadão sai do sério nas dezenas de vezes em que se vê obrigado a reordenar seus poucos bens pessoais que a zelosa desarrumadeira manuseia em seus propósitos (louváveis, não resta dúvida) de limpar o pó.
O pequeno presépio artesanal de madeira, originário da Venezuela, é uma das maiores vítimas da Firmina. São José e Nossa Senhora jamais permanecem em postura de contemplação ao Adorado Filho na manjedoura. Um ou outro, quando não ambos, estão sempre colocados das mais diferentes maneiras, olhando noutra direção, como se nem quisessem mirar o Menino. Mais de uma vez Praxedes encontrou a manjedoura de cabeça para baixo, como se fosse uma estatueta vertical. Tudo bem: cabe dar o desconto de que, sendo as três figuras talhadas pelo arte-
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são de forma abstrata, a Firmina nem sequer se dá conta de estar diante de um presépio. No caso de outros objetos nada abstratos, porém, não parecia haver razões para a desarrumação, o que fazia chover impropérios quase diários, em pensamento, a respeito da diligente serviçal. Sem falar de variados casos, como os livros repostos na estante com as lombadas para dentro, o rolo de papel higiênico no banheiro tem sido objeto de permanente litígio. Praxedes sempre o colocava com a tira a ser puxada de cima, o que evita o contato do papel com a parede, bem assim
com a parte baixa do porta-papel higiênico de louça. Se o papel acabava sem que o metódico cidadão pudesse mudar o rolo, Firmina invariavelmente o punha de outra maneira, fazendo com que a tira deslizasse por detrás, tocando a parte baixa do porta-papel e a parede. Um dia, cansado de rearrumar o papel higiênico e de continuar a esperar que a esposa passasse à Firmina a competente orientação na matéria, Praxedes perguntou diretamente à empregada por que ela colocava o rolo daquele modo. Para quem aguardava uma reação estupefata, a estupefação foi dele quando ela disse que, daquele jeito, era mais fácil cortar o papel. Apanhado de surpresa, o cultor da racionalidade limitou-se a expressar um “ah, sim”, de tom compreensivo, embora com a intenção do contra-ataque, rumo ao xeque mate, que não foi dado, entretanto. Em pensamentos que lhe vieram em frações de segundos, reconheceu que Firmina lhe dera uma explicação lógica e que, afinal de contas, a simplicidade da questão não justificaria maior debate. Dias depois, em mais um momento de exasperação, indagou da empregada por que ela alterava a posição do porta-retrato que fica-
va em uma das mesas de cabeceira com a foto do casal no dia do casório. Praxedes entendia que o porta-retrato deveria estar sempre posicionado de modo que qualquer um que entrasse no quarto visse o casal bem de frente. Firmina explicou que enviesava a foto para protegê-la melhor da luz do sol que entrava por uma das janelas do cômodo. Mais uma explicação racional e inesperada, refletiu ele, sem contra-argumentar. Seguiram-se outras perguntas e respostas igualmente compreensíveis, até que o inconformado Praxedes quis saber a razão dos livros colocados ao contrário na estante. Desta vez, pensou exultante, ela terá de reconhecer que se distraiu e cometeu um erro. O sorriso de vencedor que se preparava para abrir desvaneceu-se, todavia, quando Firmina explicou que, como os livros viviam encostados no fundo da estante, às vezes deixava uns e outros ao contrário para que tomassem mais ar e não pegassem bolor. Restou ao cidadão que tanto preza seu perfil organizado considerar que também havia divergências de método e de substância entre os maiores filósofos da humanidade. Na verdade, a existência de opiniões distintas é que teria permitido a evolução da espécie humana. Deu-se assim por satisfeito ao descobrir que Firmina juntava às suas muitas qualidades a da capacidade de refletir e ter ideias próprias sobre a organização do lar. Continuou a xingá-la em pensamento, não obstante, todas as vezes em que teve de restabelecer sua ordem ideal dos livros, discos e tudo o mais.
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ENTREVISTA
ESCRITORA GUADALUPE NAVARRO Guadalupe Navarro nasceu em Lima, Peru. Durante a infância, mudou-se, com os pais e os irmãos, para Londres, Inglaterra. E, numa fase posterior, para o Rio de Janeiro, Brasil, onde reside actualmente. É Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com Pós-Graduação em Filosofia Contemporânea. Devoradora de livros desde criança, interessa-se por temas relacionados com Direitos Humanos, refugiados e protecção de animais. Poetisa, cronista e contista, publicou os seus primeiros poemas em 2014 e estreou-se na prosa em 2016, com a sátira “A Estátua de Sal”, na antologia lusófona “A Bíblia dos Pecadores”, da Colecção Sui Generis. Os seus textos (prosa e poesia) estão espalhados em três dezenas de obras colectivas, portuguesas e brasileiras. Em 2015, lançou “Poemas da Alma”, o seu primeiro livro de poesia. “Decifra-me... ou Devoro-te!” é o segundo livro de sua autoria; reúne crónicas e contos incluídos em diversas antologias e foi publicado recentemente, em março, com o selo Sui Generis, em Portugal e no Brasil.
Boa leitura!
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O livro contém doze textos que escrevi desde agosto de 2015 até outubro do ano passado. São contos e crônicas. Humor e drama. Mas o mais importante é que cada personagem não é o que aparenta ser.”
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Instigante e revelador surge “”Decifra-me... ou Devoro-te” da autora Guadalupe Navarro Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Guadalupe Navarro, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos em que momento se sentiu preparada para publicar o seu livro “Decifra-me... ou Devoro-te!”. Guadalupe Navarro - Bem, antes de mais nada, gostaria de agradecer a oportunidade de falar sobre o meu livro. A ideia de juntar todos os meus textos publicados ou selecionados para posterior publicação foi de Isidro Sousa, o editor responsável pela Edições Sui Generis. Inicialmente relutei, pois sou muito crítica em relação ao que escrevo. Mas, à medida que as pessoas diziam que gostavam do que eu escrevia, senti-me segura e decidi publicá-lo. Como foi a escolha do título para a obra? Guadalupe Navarro - Não foi fácil escolhê-lo. Eu queria algo que tivesse alguma relação com aquilo que está em cada parágrafo, em cada linha, em cada frase das histórias que estão no livro. E quem o ler entenderá a razão desse título. Por gentileza, apresente-nos “Decifra-me... ou Devoro-te!”. Guadalupe Navarro - O livro contém doze textos que escrevi desde agosto de 2015 até outubro do ano passado. São contos e crônicas. Humor e drama. Mas o mais impor-
tante é que cada personagem não é o que aparenta ser. Uma das minhas personagens favoritas é uma mulher aparentemente amalucada, muito sensual; ela envolve-se com um homem que revela-se uma fraude, quero dizer, que não tem o compartimento nem a atitude de alguém de sua posição. Também posso dizer que as protagonistas, em parte, refletem mulheres que representam de várias formas o melhor que uma pessoa tem. Com exceção de uma, que é vigarista, mas que acaba revertendo uma situação adversa. Enfim, são histórias que à primeira vista podem parecer simples e corriqueiras, mas são muito mais complexas. Qual é a mensagem que deseja transmitir aos leitores por meio dos doze textos apresentados no livro? Guadalupe Navarro - Mensagem? Talvez que não se pode ter ideias preconcebidas sobre coisa alguma. As pessoas tendem a rotular tudo, a categorizar tudo. Se há um traço marcante em meu livro é que as personagens e os enredos vão contra todos os comportamentos pré-estabelecidos. Uma outra personagem, por exemplo, é um rapaz bonito, bem-sucedido, um tipo que não despertaria qualquer suspeita. Mas que carrega consigo um segredo. Algo sórdido. Que surpreende e até choca. Se pudesse resumir o livro em duas palavras, quais seriam?
Guadalupe Navarro - Difícil, mas acho que estas duas palavras podem defini-lo: instigante e revelador. Onde podemos comprar seu livro? Guadalupe Navarro - Será lançado em Kindle na Amazon.com.br. A versão impressa já está à venda em Portugal, na livraria virtual da editora Euedito, que publica os livros Sui Generis (www.eudito.com/ suigeneris). Podem também solicitá-lo à Sui Generis (letras.suigeneris@gmail.com) ou directamente comigo, através do meu e-mail (grn3006@gmail.com) ou da página no Facebook (www.facebook. com/rubionav). Quais os seus principais objetivos como escritora? Guadalupe Navarro - Que aquilo que escrevo seja julgado pelo seu valor literário, independentemente de qualquer outra coisa. Sou portadora de paralisia cerebral e não quero que ninguém fique constrangido ao me criticar. Não quero que ninguém sinta pena de mim. Se gostarem de meu trabalho, elogiem. Se não gostarem, critiquem. Qual é o tipo de texto que gosta de ler? Guadalupe Navarro - Gosto de ler tudo. Desde livros de culinária até textos filosóficos. Sou muito curiosa, gosto de saber, gosto de conhecer a origem de cada nome, palavra, lenda ou mito. Quanto a autores, os meus favoritos são Gore Vidal, Oscar Wilde e García Márquez. Mas sou apaixonada por História. E por personagens ou fatos históricos. Por isso, já li muitas biografias e livros sobre guerras ou outros acontecimentos marcantes.
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O que mais a encanta na leitura deste tipo de texto? Guadalupe Navarro - A possibilidade de conhecer, de entender mais o mundo. Por exemplo, ao ler o relato de uma sobrevivente do genocídio em Ruanda, entendi a questão das diferentes etnias e seus conflitos no contexto da colonização de África. Quando li sobre Mahatma Gandhi, pude compreender a complexidade da sociedade indiana. Ao ler uma biografia sobre Catarina, a Grande, tive a oportunidade de mergulhar a fundo na história da Rússia, que está muito ligada ao fato de como um povo pode ter sido dominado pelo totalitarismo durante tantas décadas. Enfim, pode-se aprender muito lendo biografias ou livros sobre certos personagens que viveram situações relacionadas a acontecimentos históricos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Guadalupe Navarro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa aos nossos leitores? Guadalupe Navarro - Que leiam tudo o que chegar às suas mãos. Sem nenhum preconceito. Se não gostarem, poderão criticar com argumentos. Mas nunca deixem de ler por qualquer que seja o motivo. E quero, mais uma vez, agradecer esta oportunidade de falar um pouco sobre o meu trabalho. CONTACTOS Email: grn3006@gmail.com Facebook: www.facebook.com/ rubionav
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Rijarda Aristóteles
Mulheres no Caminho das Estrelas: a alta performance com Conhecimento Consciente “O Caminho das Estrelas” é o novo manual voltado para o Coaching Feminino, publicado pelas pesquisadoras e Coaches Rijarda Aristóteles e Rosângela Cordeiro.
Este livro em segunda edição, foi lançado inicialmente em Portugal, chega ao mercado brasileiro com a proposta de unir mulheres em língua portuguesa, para a alta performance em todas as áreas da vida feminina. Ele tem uma sólida base de estudo dos processos de alta performance, e nasceu com a pergunta “de que modo poderíamos ajudar às pessoas e, em particular, às mulheres, a conseguirem o melhor das suas vidas?” O Caminho das Estrelas é baseado em nossas experiências pessoais, das pessoas líderes com as quais convivemos e das nossas clientes. Puro resultado de como conseguimos atingir os objetivos mais congruentes, motivadores, claros e específicos, ao entender que não existe fracasso e sim o resultado da desistência. As mulheres, são seres espetaculares, dinâmicos, dotadas de Inteligência Emocional Feminina, que com Conhecimento Consciente, podemos tirar o melhor de nós mesma, mudar destinos, nossos
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e de nossas famílias. Dá-nos uma motivação peculiar percebermos que não somos uma, mas múltiplas mulheres. Vivemos papéis, com mestria, em todas as áreas do desenvolvimento humano. Somos seres profissionais com capacidades intrínsecas e prontas a serem usadas. Somos líderes com inteligência emocional inata. Somos seres sexuais, dotadas de desejos e vontades próprios. Somos mães geradoras de vida.
lho, mas como caminho. E só através dele se pode atingir a plenitude das nossas vidas. Esta liberdade não condiz com a ausência dela no outro. Perceber que TODOS, inclusive TODAS, temos o poder de construir ou resignificar as nossas vidas. Apoderar-nos, pelo conhecimento, das nossas amplas e infinitas possibilidades, quando entendemos que somos nós quem criamos a nossa realidade. O conhecimento pode mudar ou alterar destinos. Podem-se tomar várias estradas. A escolha do destino é sempre nossa, assim como o preço do bilhete! O livro traz conhecimento científico e ferramentas básicas para irmos Caminho das Estrelas: a metodologia no dia-a-dia descobrindo o melhor de nós mesmas. para alta performance feminina O livro, em linguagem acessível e eficaz, traduz para Durante os anos de pesquisa e observação, comtodas as mulheres a metodologia do Coaching Feminino preendemos que este caminho tem um motor que se chama liberdade de escolha. Uma liberdade sem ata- Caminho das Estrelas.
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As Autoras
Dra. RIJARDA ARISTÓTELES – Internacionalista, Coach Integral Sistêmico, Autora da Metodologia Coaching Feminino Caminho das Estrelas. Presidente da Criativa Internacional Alta Performance, em Lisboa. Psicóloga ROSÂNGELA CORDEIRO – tem Especialização em Psicoterapia Breve e Psicossomática, Master Coach Integral Sistêmico. Certificação internacional em Neurolinguística, Mentora. Mais informações: http://www. criativainternacional.pt/ O livro encontra-se à venda em todas as sedes da Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico – FEBRACIS
O CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COACHING FEMININO CAMINHO DAS ESTRELAS® CHEGA AO BRASIL
De um modo geral, o Coaching é um processo que conduz as pessoas a descobrirem motivação necessária para alcançar o máximo de sua capacidade de realização. Mas, mulheres e homens são muito diferentes para que a motivação seja igual. Foi diante desta constatação que a coach feminina Rijarda Aristóteles criou a Metodologia “Caminho das Estrelas”, primeira e única no mundo, onde sistematiza uma nova abordagem do Coaching, especificamente para mulheres. Após sua aplicação em algumas turmas, em Portugal, a formação chega ao Brasil, em Fortaleza, no próximo mês de abril. As inscrições já estão abertas e o número de vagas é restrito. O curso tem carga horária de 143 horas, em nível de Especialização, com fase teórica e prática. Além de aprender a lidar com as suas perspectivas de vida, a nova “Estrela” inicia um processo exigente e demorado de autoaplicabilidade, que poderá lhe garantir uma certificação para transmitir o que aprendeu em outras mulheres, sendo também uma Coach. O certificado é emitido pela Criativa Internacional Alta Performance, entidade privada, sediada na cidade de Lisboa. A Especialização acontecerá no Espaço Missão Coach, em Fortaleza (Brasil) nos dias 21/23 de Abril – I Módulo e 29 e 30 de Abril – II Módulo ( Teoria ) e a prática com a aplicação das ferramentas as alunas terão em média cinco meses para concluir. Informações Criativa Internacional: +351 927621595. www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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ENTREVISTA
ESCRITORA IRLEN LEAL BENCHIMOL Irlen Leal Benchimol nasceu em Manaus, Amazonas e formouse em Direito. Servidora pública do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, é autora de livros. Este é o terceiro livro da servidora do TJAM, que já lançou outros também na área da literatura infanto-juvenil: “Os Piratinhas do Bem navegando pela Amazônia” e “Os Piratinhas do Bem no Mundo da Imaginação em A Casa Mal-Assombrada”. A escritora diz que a terceira obra literária é uma forma de ajudar as pessoas que nasceram com Síndrome de Down. “O livro conta a história de um menino, chamado Eugênio, que nasceu com a síndrome. É uma obra encantadora que fala sobre inclusão e que todos têm suas diferenças, demonstrando que, na vida, o que vale é o amor. E o amor contagia. Vamos espalhar o bem”, diz a escritora.
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Gostaria de transformar os livros em desenhos animados ou filmes e ensinar algo bom que toque o coração das crianças, para que elas acreditem em um mundo melhor.”
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Amazonense Irlen Leal Benchimol apresenta “Os Piratinhas do Bem” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Irlen Leal Benchimol, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor; conte-nos, o que mais a encanta na arte literária? Irlen Benchimol – A arte literária nos dá a oportunidade de vivenciar vários mundos e cativar o imaginário de crianças e adultos. Abre-se a porta do conhecimento, do aprendizado e da valorização do ser. Criamos asas quando lemos! Ficamos sem limites para sonhar, aprender e vivenciar, mesmo que por alguns momentos, vários mundos e mentes. Como surgiu a coleção “Os Piratinhas do Bem”? Irlen Benchimol – Minha inspiração começou com meu filho Ilan e suas brincadeiras no parque do colégio. E de repente, minha imaginação aflorava, com todos aqueles planos, mapas e tesouros. E o parque se transformava em um grande navio de brincadeiras, lições e mistérios. Quem são “os piratinhas do bem”? Irlen Benchimol – É um grupo de personagens de crianças, animais, bruxas e feiticeiras. Nesse grupo, a fantasia e a realidade do cotidiano se misturam para ajudar quem precisa, sempre fazendo o bem. A coleção já conta com 3 obras inéditas; conte-nos um pouco sobre elas: “Os Piratinhas do Bem navegando
pela Amazônia” – Tudo começou no parque do colégio. O parque se transformou no grande navio Tempestade Vermelha. O capitão Ilan, a botinha Linda Lee, Lord Arthur, peixe-boi Totyr, peixe-boi bebê João Antônio, bruxa Cabeça de Jacaré, bruxa Cabeça de Cupuaçu e peixe-boi bebê Curumim partiram para sua primeira aventura no meio da floresta amazônica. Ilan e sua mãe inventaram uma brincadeira chamada a corrente do bem, em que só podiam participar os colegas que fossem educados, respeitassem os amigos, professores e a família e não falassem palavrão. A proposta era brincar, inventar planos de caça ao tesouro, desenhar mapas, correr o mundo; e assim nasceram Os Piratinhas do Bem. Mas fizeram muito mais que tudo isso. Você terá que ler a história para saber. “Os Piratinhas do Bem no mundo da imaginação em A casa mal-assombrada” – A segunda aventura foi escrita a caminho de Orlando: “Onde tudo pode acontecer”. A história, dessa vez, se passará em Orlando, onde os piratinhas do bem irão ajudar três irmãos. E todos irão ao mundo da imaginação no Navio Tempestade Vermelha, que se transformará em um navio voador fantasma: Capitão Ilan, Lord Arthur, Isaac Moisés, o peixe-boi bebê; Linda Lee, a botinha que se transforma em uma menina; a bruxa Cabeça de Jacaré, a bruxa Cabeça de Cupuaçu e a feiticeira Grosélia Trombosnélia. Uma aventura e tanto. Sinopse: Eis o pla-
no: vamos transformar o nosso navio em um navio fantasma voador para começarmos nossa missão. Fácil, né? – disse Isaac Moisés, o Totyr. – Depende muito de seus desejos e suas inspirações, Totyr. Todos juntos, somos mais fortes e conseguiremos. “Os Piratinhas do Bem no mundo das diferenças em Navegando Contra o Mal” – O texto traz entre seus personagens principais um menino com Síndrome de Down chamado Eugênio. A obra, com uma linguagem simples, é encantadora. Fala sobre inclusão e as diferenças, demonstrando que na vida o que vale é o amor. O amor contagia. Por meio de personagens cativantes, a obra aborda questões como o preconceito e a inclusão das pessoas com Síndrome de Down. Vamos espalhar o bem! Sinopse: Meneslau era um homem muito rico e emburrado que vivia em uma mansão chamada Paraíso, que de paraíso não tinha nada. Ele tinha um filho chamado Eugênio, de 9 anos, que nasceu com Síndrome de Down. Menino bom, inteligente, a alegria da escola em que estudava. O pai nem sequer falava direito com ele. Um belo dia, Eugênio descobriu como enviar e-mail e imediatamente enviou um para os piratinhas do bem, contando de sua síndrome e como vivia, e queria informações de como fazer para entrar no grupo. Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor pelo enredo que compõe a coleção? www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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Irlen Benchimol – Devemos sempre ajudar quem precisa, com amor, compreensão, fé na vida, valorizar as pessoas que amamos, acreditar e lutar pelos nossos sonhos. Tudo é possível onde existe amor. E o amor é maior que qualquer preconceito. A quem indica a leitura? Irlen Benchimol – A todos que se interessarem por uma leitura engraçada, criativa, educativa, que desperta o imaginário das crianças. A quem gosta de conhecimento, de ensinar o bem. Convido a todos a abrir a porta de vários mundos e viver neles, por alguns momentos. Quais os seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar novos livros? Irlen Benchimol – Gostaria de transformar os livros em desenhos animados ou filmes, e ensinar algo bom que toque o coração das crianças, para que elas acreditem em um mundo melhor. E, principalmente, respeitar a todos e acreditar que o bem existe e que os desejos do seu coração podem e serão realizados se elas trabalharem para isso. Em breve publicarei outros livros da coletânea dos Piratinhas do Bem e uma nova coletânea Por trás do Pôr do Sol – Os anjos e seus amores. Parte 1. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Irlen Leal Benchimol. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Irlen Benchimol – Agradeçam a Deus! Amem e façam o bem, sejam felizes e acreditem: tudo é possível quando se tem fé! Beijo no coração de todos! 74
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ONDE COMPRAR http://www.livrariacultura.com.br/p/livros/infantil/literatura/ piratinhas-do-bem-42751336 http://www.livrariacultura.com.br/p/livros/infantil/literatura/ospiratinhas-do-bem-46355000 http://www.livrariacultura.com.br/p/livros/infantil/literatura/ospiratinhas-do-bem-no-mundo-das-diferencas-46460772 http://www.asabeca.com.br/detalhes.php?sid=09102016130941& prod=7921&friurl=_-OS-PIRATINHAS-DO-BEM-NO-MUNDODA-IMAGINACAO--Irlen-Leal-Benchimol-_&kb=1362#.V_ pwEeTKR6h.google_plusone_share No página no Facebook dos piratinhas do bem: https://www.facebook.com/irlenbench/?ref=ts&fref=ts
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Etany Cristina A ideia de escrever este artigo surgiu da necessidade de compartilhar, fornecer e esclarecer registros e informações de minhas experiências como professora na rede pública e privada em diversos Estados do Brasil. À medida que meu estudo da teoria e da prática psicopedagógica evoluía, eu me deparava com uma realidade ainda não conhecida e compreendia o quanto árduo seria minha caminhada em busca de respostas e ideias novas. Assim, iniciei minha trajetória me deparando com a ineficiência e a ina dequação de diversas escolas, ressentindo da falta de um instrumento básico que pudesse conduzir o aluno deficiente a uma leitura e escrita adequadas. A falta de organização clara e lógica do aluno, e a necessidade da leitura e da compreensão de textos de outras disciplinas, acarretava em fracasso geral do discente. A criança com distúrbio de leitura e escrita não tem muito interesse pela linguagem. O mundo das palavras não lhe atrai e, em geral, sua expressão oral é pouco organizada. Seus relatos são de pobre construção frasal, faltando muita coerência e coesão. Face a isso, é primordial uma abordagem que priorize a estimulação da linguagem, em que se faz necessário ajudar e orientar o aluno a organizar o mundo das palavras, das ideias e das percepções. Isso deve ser proposto de modo lúdico, pois estamos interagindo com uma pessoa que deseja, sonha, pensa, trava relações, se expressa, age, enfim, alguém que ocupa um espaço. Partindo desse princípio, a fim de localizar o que impedia esses alunos a uma boa aprendizagem da-
quilo que lhe era ensinado, busquei subsídios e possibilidades de novas ideias acerca da leitura e escrita. Chamamos atenção para a necessidade do professor, em conjunto com os pais e responsáveis, darem acolhimento à criança que está vivendo esta situação desfavorável, fazendo-os entender que o problema, no momento da execução de uma tarefa escolar, não é preguiça, malandragem, burrice, mas uma impossibilidade de concentrar sua atenção a fim de mobilizar sua inteligência para a tarefa escolar, o que levava a erros seguidos. Com isso, a falta de interesse com a leitura resultava em uma baixa auto-estima, diminuindo o envolvimento desses indivíduos com o ato de ler, o que comprometia a compreensão e desencadeava uma serie de consequências negativas. Definir distúrbios da leitura e da escrita não é tarefa fácil. Lembrando que, nem toda criança que apresenta dificuldades em aprender a ler e a escrever, pode ser considerada portadora de distúrbios. A ação psicopedagógica requer diferentes níveis de intervenção que a criança, num determinado tempo, só consegue realizar em parceria. É crucial o papel do educador e do psicopedagogo como parceiros mais competentes no desempenho assistido. Frisando que um olhar reflexivo e abrangente é uma ferramenta importante para auxiliar na busca de melhores técnicas para o ensino da leitura e da escrita. Com melhor ensino-aprendizagem será p ossível evitar parte da evasão escolar nas redes públicas e particulares. www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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O presente artigo aborda a arte como ferramenta para o desenvolvimento das disciplinas básicas, verificando como o projeto de arte pode desenvolver a imaginação e a percepção. Repensando a arte enquanto conhecimento, expressão e linguagem, o tema articulado foi embasado em pesquisas nas obras de Pablo Picasso, Vincent Van Gogh e Leonardo da Vinci (cubismo, expressionismo e simetria), atingindo assim o entendimento das formas geométricas axiais e sensibilização do aluno. Os instrumentos de pesquisa incluíram releituras das obras, atividades simétricas, além de coleta de dados por meio de questionários entre alunos e professores. Ao longo do tempo, a arte experimenta mudanças na sua maneira de ser. Cabe à história da arte avaliar a importância destas modificações, pois a sua ferramenta de auxílio para o desenvolvimento das disciplinas básicas tem por objetivo verificar como o projeto de arte pode desenvolver na criança a percepção e a imaginação. A imaginação pode realizar-se em sua totalidade por meio da arte, criando sentidos fundamentados nos sentimentos, ações, 76
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pensamentos, reflexões e descobertas, desdobrando e detalhando-as. A arte é, nesse ensino-aprendizagem, transformadora e potencializadora e tem auxiliado em outras áreas. O ensino da arte tem a função de fornecer competência-chave para que a criança desenvolva sua visão de mundo, sensibilidade, humanização, percepção e imaginação, pois a arte não está isolada do nosso cotidiano e de nossa história pessoal. O aluno, no ensino fundamental, desenvolverá sua competência estética e artística, aprendendo a valorizar e a julgar os bens artísticos de distintos povos e culturas. É primordial relatar que o ensino da arte é enfatizado de forma mais abrangente na educação infantil, enquanto no ensino fundamental a arte é trabalhada de uma forma imprecisa, em que o educador conta uma história e manda desenhar sobre ela, ou continua pedindo para colorir desenhos com péssima qualidade estética, prejudicando a sua percepção e intelecto. O desenho artístico tem uma grande importância, sendo instrumento da aprendizagem intuitiva por meio dos sentidos, da percepção
e transcrição dos objetos, transformando assim a pedagogia retórica e verbalista. É pela imaginação artística que se dá o autoconhecimento, a utopia, a compreensão e a esfera dos sentimentos, além de apresentar um importante elemento pedagógico. Dessa forma, estar-se-á ampliando a percepção de cultura de mundo como também a conscientização social dos discentes. A arte é um instrumento fundamental para que se tenha a compreensão e a organização de nossas ações. Conclui-se que a imaginação orienta o conhecimento e a aprendizagem. A arte exprime e mostra uma visão direta dos sentimentos de vitalidade. O saber artístico trouxe progressos que incluíram o âmbito mais próximo, particular e singular, como a região, a escola, a sala de aula, e as pessoas individualmente. Não é mais prudente ignorar que a arte auxilia em outras disciplinas. Além de ser um poderoso veículo para o desenvolvimento da imaginação e da percepção, é também para a soma de cultura intelectual necessária ao processo de ensino-aprendizagem.
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Sobre a autora:
Etany Cristina nasceu em Goiana (PE), estudou no Colégio da Sagrada Família e em 1994, foi morar no Recife, estagiando no Banco do Brasil, onde terminou o segundo grau. Em 1995, casou-se e foi morar em Manaus, onde iniciou as primeiras aulas no Liceu de Artes, formando-se como artista plástica. Com isso, participou de diversas exposições e feiras de artes. Em 2001, foi morar na cidade de Cascavel no Paraná, ficando até 2005, onde formou-se em Pedagogia e estagiou na rede pública e particular, porém, dando continuidade nas pinturas a óleo sobre tela. Com várias vernissages e exposições, ministrou aulas para adolescentes e adultos. Em 2007, fez pós-graduação em Psicopedagogia, entre outros cursos de especialização na área de Educação Especial. Em 2009, optou por morar em Manaus (AM). Dando continuidade ao trabalho de psicopedagogia, formou um grupo de pais de fi-
lhos autistas, que hoje é a ong Mãos Unidas pelo Autismo, e trabalhou como orientadora no Colégio Militar de Manaus por dois anos. Mais uma cidade fez parte de sua bagagem cultural, Brasília (DF), na qual morou um ano. De 2012 a 2014 foi morou na cidade de Santa Maria (RS). Lá, começou os trabalhos atendendo crianças com alguma limitação, tendo um artigo publicado no jornal local. Fez mais especialização: Aperfeiçoamento em Terapia Cognitiva Comportamental e participação em diversos seminários e cursos. Em 2015, resolveu ficar mais perto da família, vindo morar em Maceió (AL). Hoje está formando um grupo para ministrar palestras na rede pública, como também fazer atendimento nos bairros mais carentes da cidade. Etany tem uma trajetória longa e uma bagagem cultural diversificada. E agora nos dá a oportunidade de compartilhar seus conhecimentos.
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ENTREVISTA
ESCRITORA JANETE REIST Janete Reist é de São Paulo, mas tem raízes em Minas Gerais. Há doze anos morando na Suíça, participou de teatro, música e dança. Formada em Contabilidade e Publicidade, busca conhecimentos culturais no Brasil e na Europa. Reist é apreciadora da arquitetura antiga e da arte em geral. Escreve para revistas europeias, bem como brasileiras. Foi produtora de webTV e já deu entrevistas direcionadas a famosos da MPB. Tem participação em várias antologias e concurso poético. Boa leitura!
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Fazer com que os leitores entrem em seus íntimos e detectem seus comportamentos, motivemse a pensar nas próprias consequências. Reflitam sobre as voltas que o mundo possa dar, sobre a lei do retorno.”
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Escritora Janete Reist, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a encanta nos textos poéticos? Janete Reist – A realidade humana: somos nossa própria matéria-prima, literalmente falando. Escrever sobre pessoas, animais e a natureza é fantástico. Mas preciso encontrar a essência nos sentimentos e transformar poemas em arte. A poesia tem a magia de libertação, é o encontro perfeito da realidade com a fantasia. O que mais a inspira a escrever textos poéticos? Janete Reist – A inspiração é um mistério, acontece quando eu menos espero, quase tudo se transforma em poesia. Encontro oportunidade em tudo: no que sinto, no que vejo, no que escuto. Sou muito emotiva, sou chorona. Porém, a tristeza não me acompanha por muito tempo, tem prazo de validade. A minha história de vida me inspira, a fé, a música, palavras de carinho, viagens, encontros, alegrias e, digamos, tristezas. E até as armadilhas que encontro pelo caminho. Tenho facilidade em escrever nos dois gêneros: feminino e masculino; não me pergunte como é possível, nem eu sei explicar, simplesmente quando começo a escrever, entra o personagem, (risos) brincadeira. Qual a mensagem que você deseja transmitir ao leitor por meio dos textos que escreve? Janete Reist – Mensagens reflexivas. Fazer com que os leitores entrem em seus íntimos e detectem
seus comportamentos, motivem-se a pensar nas próprias consequências. Reflitam sobre as voltas que o mundo possa dar, sobre a lei do retorno. Pretendo falar sobre o amor de uma forma geral mesmo usando uma expressão mais forte: “indiferenças”, sobre valores adormecidos. Como foi a seleção dos textos para compor o livro “A vida em versos”?
Janete Reist – Foi difícil. Tenho poesias que chamam muito a atenção e convidam o leitor a ler mais e mais, também pelo valor sentimental que cada uma transmite. Foram feitos mais de 70 poemas, e alguns ficaram para o próximo livro. Pode nos presentear com um dos poemas que irão compor o livro? Janete Reist – Será um prazer. www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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Madrugada fria Madrugada fria e companheira Estou sozinho, não sei que direção devo tomar Sou órfão do tempo e por ele fui abandonado Sinto-me um escravo sem cor, sem correntes, sem grades Ando descalço e assim vou seguindo em frente Perdido na neblina, vagando como trapo humano em cada esquina Sou um pobre andante, não tenho dinheiro nem levo malas, um sonhador viajante Não vejo a luz do dia, nem as estrelas da noite, me entreguei à frieza, sou cego de toda beleza Sou fruto de toda dor, a voz da própria euforia, o uivo de agonia Um mendigo sou Só sinto os meus pés cansados, maltratados pelas pedras colocadas no caminho Em minhas mãos só restaram os calos, feitos pela tristeza da minha pobreza O meu cheiro forte se mistura com a poeira e o suor de todo sofrimento Sobrevivo na luta com o tempo Minha pele tem as marcas dos raios de sol que me maltratam Choro por dentro, porque queima forte a minha alma Quem sou eu, me responda, doce e fria madrugada? Seguindo só, sem futuro, sem rumo Nessa longa e cruel estrada
Qual a previsão para o lançamento da obra? Já temos dia e local? Janete Reist – A previsão ainda não tem data, estamos verificando o local, estrutura... Pretendemos fazer tudo com muito carinho. Acreditamos que seja no próximo semestre, avisaremos antecipadamente para que todos, amigos e admiradores da poesia, possam comparecer e pretigiar o momento de grande realização.
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Após o lançamento, onde os leitores poderão comprar o livro? Janete Reist – Comigo, pela editora em futuros pontos de apoio literários. Quais os principais objetivos da autora Janete Reist? Janete Reist – Continuar evoluindo como ser humano, ser útil, receber e acrescentar valores. Acredito que a vida tem muito a nos oferecer. Já
plantei árvores, já tive uma filha e agora estou escrevendo meu livro. Tenho muitos planos e projetos pela frente. Quais os seus principais hobbies? Janete Reist – Sou uma mulher bem eclética, ousada, desafiadora, amo arte, música, dança, viagens. Sou fascinada por objetos da Antiguidade, gosto de visitar museu, admirar os quadros e assistir a um bom filme; tenho uma lista gigantesca de hobbies. Viajar por países que não estavam nos planos e fazer trabalho social se tornaram um hobby bem pessoal, gosto de conhecer e sentir os valores das pessoas. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Janete Reist. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Janete Reist – Os nossos limites são completamente desconhecidos, vivemos em um território cheio de observadores; uns, apostando em nosso sucesso; outros, esperando nossa queda. Não tenha medo de arriscar, de se aventurar em novas conquistas; acredite em você e coloque para fora esse dom que está preso em seus medos. Simplesmente viva de cabeça erguida e não permita que ninguém coloque ponto-final em seus planos. Um grande beijo, desejo uma excelente leitura! _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Margot Weide
“Alaba Textory” O sussurro dos sinos Enquanto avó e neta conversavam, Marta participava da reunião de encerramento dos trabalhos, com a apresentação do relatório anual, simples, elaborado pelos grupos, comparando os dados mensais. Ao final da reunião, como sempre vinha acontecendo, haveria uma comemoração pelas festas de final de ano. Todos alegres e com a consciência tranquila, fizeram as exclamações normais e esperadas ao estourar dos champanhes, que se derramavam borbulhantes até alcançar a taça de alguém que vinha ao encontro do
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gargalo cascateante. Então, os brindes aconteciam entre sorrisos e palavras animadas. Marta fez sua voz mais aguda e todos se calaram, alguns imediatamente atentos, outros, mais distraídos, terminavam a conversa. Quero fazer um brinde especial ao amor, disse ela, crescida. E estendendo o braço, tocou com a sua, a taça de padre Miguel, dizendo: — Eu o amo, padre! Eu o amo pelo que fez por mim neste ano. O corpo do padre estremeceu, sacudindo o líquido, que derramou em seus dedos. A cor
normal do rosto mudou para pálido e depois para rosa. Ela divertiu -se com o susto que lhe causou e a todos os presentes. Sem demonstrar desconforto, nem dar atenção, virou -se tocando na taça de Olga, que sorriu surpresa. — Eu a amo, Olga! Eu a amo por toda a sua dedicação mês após mês, registrando números e valores que cresceram e se transformaram em alegrias. Sentiu que ao dirigir -se à amiga, houve um alívio na sala, com o alívio também do sacerdote, que enxugava os dedos no lenço retirado do bolso,
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ainda sob o impacto da declaração de amor feita publicamente. Marta ia adiante: — Eu o amo, seu Afonso! Eu o amo por ter largado os chinelos e o jornal e vir nos ajudar com tanta disposição e carinho. Eu a amo, dona Zélia! Eu a amo por ter lutado contra a timidez, dando tanto de si para todos, mostrando -nos, sem medo, sua beleza escondida. E assim ela andou pela sala saudando cada um dos membros. Ao finalizar, todos a imitavam no gesto, sorridentes, satisfeitos pelas palavras dela, e Marta retornou dizendo: — Amo cada um de vocês de forma pessoal — dizia no meio da sala, virando corpo e rosto, olhando para cada uma das pessoas que a ouviam em pé, com uma das mãos ocupadas pela bebida. — Amo padre Miguel, por me ajudar a conhecer as diferentes nuances do amor ao próximo — e ele novamente balançou, mas não derramando nada desta vez. — Amo Olga, por me ensinar a divisão pela amizade que renasceu no amor entre nossos filhos. O reverendo admirou -se ao ouvir “amor entre nossos filhos”, olhando para uma e depois outra, porém nenhuma delas apresentava emoção ao que foi dito ou ouvido. Ele imaginou que Olga certamente não a havia entendido. Ao chegar no Dr. Assis, Marta disse: — Amo Dr. Assis, e tenho que confessar que ele me obriga a ter uma dose maior de amor do que qualquer um de vocês — e o abraçou, acariciando -lhe a barriga, de forma que todos entenderam e riram com exclamações verbais. — Além dos seus cento e poucos quilos, sou obrigada a amar como contrapeso sua égua, que esteve sempre disposta ao trabalho. Ambos são tão ágeis em atividade quanto um menino de 5 anos brincando com o seu cavalinho de pau. O médico
assentiu com a cabeça, gargalhando. O ambiente tornou-se extremamente descontraído. Marta andava, chegando perto, indo ao encontro do próximo homenageado de forma astuta e divertida causando expectativa com relação ao que iriam ouvir, sabendo, no entanto, que seria agradável. Quando aproximou -se das cunhadas, as três de uma só vez encostaram seus cálices no dela e a beijaram no rosto marcado pela alegria. — Amo Betsi, Nora e Maria, pelo absoluto altruísmo contido em suas atitudes. A estrutura forte, que vem de cada uma delas e de seus maridos, sustenta hoje as moradias que um dia surgiram em minha mente. Devo muito aos Großmann. Ao meu marido e cunhados. — Marta, além das palavras, distribuía gestos atenciosos, abraçando ou encostando seu rosto em alguém ou ainda afagando -lhes os cabelos. O sacerdote, que anteriormente participava do que era dito, junto com os demais, chegando a sorrir, mantinha -se agora sério, encostado à parede perto da janela. Bebericava e a observava, julgando um tanto estranha a forma áspera como Marta havia chocado de início a equipe, tendo sido ele escolhido para abrir a sequência de agradecimentos. Já não conseguia escutá -la, mas, sim, tentava analisar por que ela agira de forma tão grotesca. Marta chocava, sim, chocava a todos com suas atitudes independentes e determinadas, normalmente não vistas nas mulheres. Chocava a todos com seu modo de ser, único, não dando satisfações a ninguém; não se deixando levar pelo que possivelmente pensariam, julgariam ou esperariam dela. Sua habilidade e suavidade no agir, porém, torna -a sempre sutil e delicada, amortecendo sentimentos e
emoções, angariando simpatia e admiração. Jamais usara de tanto rigor como tinha feito poucos minutos atrás. Demonstrando uma falta de tato da qual não era em geral portadora, causara um abalo emocional de curtos segundos, deixando o ambiente tenso. Foi proposital, analisava o padre. Ela quis causar esse embate, pois iria em seguida amenizá -lo com o que ouviriam como despedida do ano. Mas por que desse modo grosseiro? Olhou -a de alto a baixo. Sua presença preenchia a sala de alegria. Causava contentamento às pessoas, na sua conhecida maneira, doce e elogiosa; engrandecia -os. O tecido vermelho vivo de seu vestido, quase longo e abotoado em todo o comprimento com uma fileira de pequenos botões brancos, lembrava a figura de um Papai Noel que, trazendo seu trenó vazio de objetos materiais, entregava um valioso presente: amor e solidariedade. Quando ela moveu um dos braços, algumas pedras do inseparável colar brilharam em seu colo, às vistas do padre, que sofreu um íntimo e imperceptível estremecimento. Uma grande dor lhe subiu pela garganta e seu corpo enrijeceu em estado de alerta. Que habilidade mental!, admirou -se, porém não tão surpreso quanto pesaroso. Não foi em vão que nos melindrou! Foi para nos distrair do que pretendia fazer: despedir -se sem destaques. Não do ano, mas, sim, do grupo. Marta se despede de todos nós, afirmou para si..., e precisou olhar um pouco para fora, pois seus olhos se embargaram: E por que razão não o diz abertamente? Voltou -se, correndo seu olhar pelos rostos satisfeitos que encobriam sentimentos de fragilidade, medos, inseguranças, descrenças... impotência. Não www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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poderia fazê -lo, concluiu. Estariam perdidos, colocando todo o trabalho realizado até então a perder. E lembrou -se: Esse prazo pertencia a ela..., piscou e as lágrimas desceram. Ele as escondeu com o cálice que levara aos lábios. Marta vinha se afastando com perspicácia há um ano, como a mãe que encoraja seu filho aos primeiros passos, soltando -o à medida que a situação permite. Ali parado, ouvindo sua voz, sem prestar atenção ao que dizia, vinham -lhe à mente conversas e gestos que definiam com clareza suas intenções. Mas as lembranças que vieram com maior intensidade foram o pedido subentendido que lhe fora feito de permanecer por perto e o agradecimento estampado em sua fisionomia quando ela lhe havia perguntado: Mais do que tem feito? Ou pensa que não noto? Afinal, por que havia ele se proposto a adiar os planos resolutos de ir -se em dezembro? Para estar perto, apoiando -a em suas dificuldades; para que sentisse ter alguém neutro. — As lembranças interromperam-se, quando, de olhos fechados, revivendo o encontro na igreja, sentindo o calor do hálito dela aquecer -lhe a pele, ouviu mais uma vez: Meu prazo é intrínseco a esse dia. Você irá entender aos poucos. Então, o homem virado para a janela com os olhos cerrados, que flutuava nas nuvens... percebeu que estas se abriram, desestabilizando -o. Não sentia mais o chão e tinha a sensação de que fora empurrado precipício abaixo. Eram os aplausos que soavam, fazendo -o retornar. Marta recebia muitas palmas eufóricas e inconscientes do que se passava. Desta vez, padre Miguel não deixou de sorrir irônico e seus olhares se cruzaram num semi 84
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entendimento. Acabava de receber mais uma lição do próprio insight que tivera. Estar perto... é, não resistir, dissera certa vez Marta. Deixar -se levar como as águas do rio, fora dito por dona Alzira e esse era o entendimento que o absorvera neste instante, no significado da atitude que tomaria. Os aplausos se encerraram e decidido, com os olhos umedecidos pela emoção da catarse que vivera, deslocou -se, com a ideia de chamar a atenção para si, porém distante o suficiente para precisar falar alto e ser ouvido por todos. Marta, de costas, conversava com duas senhoras; então, ele perguntou de supetão: — E você Marta, pretende mesmo tirar umas férias em janeiro? Ela voltou -se com o rosto ainda sorridente, mas seus olhos faiscaram de surpresa, precisando recompor -se em um esforço de raciocínio, que havia abandonado em troca finalmente do relaxar. Encarou -o perplexa, interrogativa, reconhecendo, então, a ajuda, a facilidade que surgia no que havia adiado comentar. Poderia dizer: sim, não ou talvez, ao tipo de pergunta que lhe fora feita e o olhava. Sorriu, de certo modo consolada ao responder: — Vejam... falei tanto que ia me esquecendo desse pormenor! Obrigada, padre por me lembrar — e comunicou que precisava estar ausente por um período, durante a visita de amigos a quem iria hospedar. Ninguém deu a esse fato maior peso, embora dona Linda tenha exclamado: — É bom nos avisar, pois a sabendo ausente, temos que ficar ainda mais unidos. Marta correu os olhos de leve em direção ao padre, que lhe sorriu com carinho, pelo olhar meigo recebido. Ele conversava com uma senhora e a olhou por cima dos ombros próximos aos seus. Houve mais tarde o
momento de estarem a sós em meio aos festejos. — Você é um bruxo — Marta desabafou. — Aprendi a ser um bruxo com você — disse divertido, sem ofender -se. — Como soube que eu ficaria longe no mês de janeiro? — Eu não soube; aproveitei para dar uma sugestão forçada. Precisa descansar um pouco, Marta! Além do mais... — e desistiu de falar disfarçando, bebendo seu último gole e oferecendo -se para pegar o cálice vazio de Marta para enchê -lo. Ela estendeu a mão e o entregou, mas quando o reverendo o pegou, sentiu que ela o mantinha firme, retendo -o. Surpreso a olhou e ouviu: — Além do mais?... — repetiu arqueando as sobrancelhas, mostrando interesse pelo final do que o padre diria. Olharam -se por um momento. Ele arrependido e ela na expectativa. Então, aproximando -se de seu ouvido, disse: — Além do mais, Henrique precisa de você — sentiu que a taça foi largada em suas mãos e, indeciso, saiu. — Bruxo — xingou Marta entre dentes —, percebeu que me despedia... Padre Miguel parava, dando atenção a um ou outro que estava em seu caminho, dizendo algo ou sorrindo com os cálices vazios na mão. Ao voltar com duas taças cheias, trouxe também um pratinho com salgados que colocou sobre o parapeito da janela. — Você já parou um pouquinho para pensar no seu cansaço? — perguntou -lhe de relance. — Já pensou que não é de ferro? — e olhou -a com um olhar brilhante. — ...que é de carne e osso? Marta não respondeu, bebendo devagar em pequenos goles sem deixar de olhá -lo na roupa masculina que vestia novamente nesta tarde. — Atraente, por demais atraente — sussurrou. — Calor, por demais calor — explicou.
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ENTREVISTA
ESCRITORA LORENA ZAGO Margarida Lorena Zago (Lorena Zago), pedagoga, FUBR (Fundação Universidade Regional de Blumenau, SC); Pós-Graduada em Psicomotricidade e em Psicopedagogia, UNIDAVI (Universidade Para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, SC); Mestranda em Educação, UPAP (Universidade Politécnica e Artística Del Paraguay, PY); Parapsicóloga pelo Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville, SC. Experiências profissionais: Gerente do Departamento de Crédito e Cobranças, na Empresa Agro Pecuária e Industrial Zink S.A.; Professora do Ensino Fundamental e Ensino Médio no Colégio Estadual Orlando Bertoli, Presidente Getúlio, SC; Professora do Ensino Superior, UNIDAVI (Universidade Para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí), Rio do Sul, SC; FEHH (Fundação Educacional Hansa Hamônia) Ibirama, SC; Secretária Municipal de Educação e Cultura por dez anos, no município de Presidente Getúlio, SC; Terapeuta Holística, Escritora e Poetisa; VicePresidente da Academia de Letras do Brasil, Seccional de Presidente Getúlio, SC; Membro do Conselho Estadual da Academia de Letras do Brasil, SC, Título outorgado pela Academia de Letras do Brasil/ Humanitária; Doutora em Filosofia Humanística Internacional/Ph.I.
Meus principais objetivos como escritora são: levar a cada leitor momentos únicos de paz, amor, lazer, conforto, estimular mensagens de reflexão”
Boa leitura!
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Lorena Zago, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que a motivou a ter gosto pela escrita literária. Lorena Zago – Desde minha adolescência venho cogitando ser escritora. Ler e escrever me fascinava. Com treze anos comecei a trabalhar no escritório de uma empresa da família, e no outro horário estudava, o que dificultou-me a dedicação especial à escrita. Durante vários anos trabalhei com Ciências Exatas, o que me distanciava da escrita literária; contudo, em cada momento de folga lia muito. Meus pais primavam para que tivéssemos boas obras para ler, dentre as quais figuravam: Machado de Assis, José de Alencar, Monteiro Lobato, Érico Verissimo, Pearl S. Buck, Cynthia Freeman... E os poetas: Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Olavo Bilac, Castro Alves, Fagundes Varela, Álvaro de Azevedo, Cruz e Souza, Cecília Meireles e tantos outros... O que diferencia Poemas, Contos & Encantos I de Poemas, Contos & Encantos II? Lorena Zago – Poemas, Contos & Encantos I apresenta contos e poemas na língua portuguesa. Reúne poemas que foram escritos ao longo dos anos em que fui professora do ensino fundamental, médio e superior, bem como enquanto fui Secretária Municipal de Educação e Cultura. Escrevia poemas aos meus alunos e professores, que somados aos que elaborei em 2014, compuseram o meu livro até o dia da minha posse na Academia de Letras do Brasil, seccional de Presidente Getúlio. Os contos versam sobre 86
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momentos vivenciados com alunos do ensino fundamental e outros que escrevi homenageando nossas filhas, uma menção ao tempo de suas peraltices. Tempos de ouro, engraçados e muito significativos. Visitei as lembranças registradas em nosso computador, o cérebro, para ressignificar as suas fantasias imaginárias, reportando-me também a outras crianças com quem convivo nos tempos atuais. Poemas,
Contos & Encantos II está escrito em três idiomas: português, espanhol e alemão. Poemas elaborados nos anos 2015 e 2016, cultuando o amor, a compaixão, o respeito mútuo, a solidariedade, um chamado ao resgate dos valores, estimulando a luz, a harmonia e a paz entre os seres no contexto universal. Os contos são histórias alicerçadas em narrativas infanto-juvenis, somadas à ficção. Em sua essência destinam-
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-se às crianças, mas sempre com um olhar pedagógico, aos pais, professores, pois de forma bem sutil apresentam temas que poderão ser trabalhados em sala de aula, bem como nos lares, se os pais prestarem atenção ao enredo, ao anúncio, que se encontra nas entrelinhas, sempre com a preocupação voltada para a aprendizagem e a evolução.
to sigiloso” a lhe contar. A avó pediu-lhe que dialogasse com o vovô para chegarem a um consenso alusivo ao descanso do vovô. E assim aconteceu. Vovô dormiu na cama do neto e o neto dormiu com a vovó, e logo que foram descansar, o menino contou à vovó um segredo muito sigiloso, que após algum tempo foi registrado em um livro; e com autorização do neto, a vovó o publicou.
O que mais a encanta nos contos? Lorena Zago – O que mais me encanta quando escrevo contos são as lembranças que emergem da minha infância. A fantasia, o imaginário infantil ao interagir com as roupagens da natureza e a mediação entre os pares. Um olhar adulto para tempos mágicos da infância suscita uma vontade especial de voltar a ser criança. Lembro do livro de Janusz Korczak: Quando voltar a ser criança, que, com um olhar adulto, relembrou os tempos da infância e fez a leitura para o que é essencial a elas. Amo observar e dialogar com as crianças. Tenho aprendido muito com as suas narrativas fantasiosas, tão puras e sinceras.
o acolhimento... Falar com o leitor por meio das mensagens emitidas na essência de cada verso. Extravasar as aflições, enaltecer o amor, a compaixão, dizer-se e fazer-se entender. Ouvir uma música e deixar aflorar os sentimentos a que as notas musicais nos conduzem. Sermos quem somos, sem medo de nossos sentimentos. Sermos autênticos por meio da poesia.
O que mais a atrai nos poemas? Lorena Zago – Nos poemas, o que mais me atrai é a oportunidade de deixar fluir os sentimentos, as emoções, as nostalgias, as alegrias, as frustrações, o encantar e ao mesmo tempo elevar os sentidos que povoam a alma. Filosofar com as palavras deixando mensagens a outros olhares, entendimentos e compreensões. A busca da luz, da harmonia, da paz, o perdão, o enlevo,
Como surgiu Um Segredo Muito Sigiloso? Lorena Zago – A história do texto Um Segredo Muito Sigiloso deu-se por meio da narrativa de meu neto de seis anos, que mora em Salvador, e que a cada ano, em janeiro, vem passar férias em Santa Catarina, na casa dos avós. Na véspera de sua volta a Salvador, o menino pediu para dormir com a vovó, mas sem o vovô, pois tinha um “segredo mui-
Conte-nos um pouco sobre o enredo que compõe o livro Um Segredo Muito Sigiloso: Lorena Zago – Um Segredo Muito Sigiloso é um conto cheio de mistérios e fantasias, que se revelaram na mente de um menino muito criativo, com grande potencial de projetar suas fantasias e deixar crianças e adultos curiosos em conhecer o desenrolar deste segredo tão sigiloso. É um conto de dois meninos que desvendam verdadeiros mistérios, em uma tarde em que suas mães os deixaram sob os cuidados de uma babá. Os meninos não contaram tempo para aprontar suas travessuras, subindo por uma escadaria de 300 degraus para desvendar mistérios. E nesta pesquisa encontraram monstros de todos os tipos e tiveram lutas severas para se salvarem, até encontrarem um verdadeiro tesouro no telhado de um prédio. Para saber mais sobre o tesouro é necessário adquirir o livro, ler até o final e surpreender-se com cada página. Conte-nos o que mais a surpreendeu ao lançar um livro com a sua www.divulgaescritor.com | jun/jul 2017
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neta Eduarda Gabrielly Bairros? Lorena Zago – Promover um lançamento de livro com minha neta foi um momento único. Foi emocionante ver um ser em tenra idade com a mesma preocupação de nós, escritores adultos. Foi lindo ver minha neta preocupada com a divulgação, falando na emissora de rádio e em gravações alusivas ao evento de lançamento. Observar o brilho em seus olhos ao chegarem da gráfica os seus livros, observar suas produções, o amor e o exemplo a outras crianças, a elaboração do seu discurso para o dia do evento. Percebe-se que os exemplos que semeamos emergem em sensações de gratidão e felicidade, ao vermos seres na sua infância, já tão comprometidos com a cultura brasileira. Emociona e alegra! Quais os seus principais objetivos como escritora? Lorena Zago – Meus principais objetivos como escritora são: levar a cada leitor momentos únicos de paz, amor, lazer, conforto, estimular mensagens de reflexão; e outras que fortaleçam os laços familiares e sociais, enalteçam a amizade e promovam sentimentos nobres, em que o bem prevaleça e o norte seja para a evolução dos humanos, constituindo um universo mais harmônico e saudável, resgatando valores, que conduzam a hominização à humanização do ser. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Lorena Zago. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Lorena Zago – Queridos leitores, 88
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primem pela leitura saudável que possa constituir em cada ser a reflexão, o aprimoramento intelectual, humano, solidário, afetivo, e, consequentemente, o alicerce, o ato cognoscente. Contribuam para que a leitura seja constante e inovadora. Estimulem seus filhos a boas obras literárias; assim, estarão com as mentes ocupadas rumo à evolução. Não estagnem no processo, mantenham-se sempre atualizados por meio de bons livros, assim vocês terão menos preocupações em relação à formação de mentes sadias e responsáveis.
ONDE COMPRAR
Livrarias Catarinense, de Santa Catarina; na Blulivros, em Blumenau; na Central Livros, em Rio do Sul; na Analú Presentes, em Presidente Getúlio; e pelo site: www. escritoralorenazago.com.br
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Escritor e ativista Cultural Laé de Souza
GRUPO PROJETOS DE LEITURA LEITURA EM TODOS OS LUGARES No próximo ano o Grupo Projetos de Leitura chega aos seus vinte anos de história de incentivo à leitura todos os cantos do Brasil. Tudo começou com o projeto “Encontro com o escritor” onde o escritor Laé de Souza, corajosamente, imprimiu cinco mil exemplares do seu livro de crônicas “Acontece...” e emprestou às escolas públicas para leitura e depois se reunia com os estudantes para discutir os textos e o processo de criação. O que era chamado de loucura e utopia pelos amigos e colegas escritores foi bem aceito pelos professores e deu tão certo que a partir daí surgiram outras iniciativas de incentivo à leitura.
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Numa verdadeira maratona o escritor percorria escolas da periferia e do interior de São Paulo ministrando palestras e conversando com estudantes participantes do projeto. Num determinado momento, não conseguindo mais atender todas as escolas com visitas, e decorrente do interesse de escolas de outros estados, surgiu o projeto Ler é Bom, Experimente em que o professor com base em um manual conduz várias atividades literárias em sua sala de aula. Vamos falar um pouco sobre dois dos nove projetos de leitura do Grupo, que foram criados e são coordenados pelo escritor Laé
de Souza. Baiano, de Jequié e radicado há mais de quarenta anos em São Paulo, o escritor e produtor cultural é inconformado com o índice de leitura no país e afirma que projetos de incentivo à leitura bem formatados e bem conduzidos formam leitores. “Muitos alunos se manifestam dizendo que mudaram a sua postura referente à leitura por ter participado de um projeto de incentivo à leitura. Fico feliz ao ver a contribuição de pessoas e grupos independentes lutando pela leitura e ajudando a formar leitores. Tenho conhecimento de muitas pessoas por aí com ações em ruas, bairros e escolas e, sempre que possível, faço
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doação de meus livros para fortalecer a ideia”, diz o escritor. O projeto “Ler é Bom, Experimente!” contempla, por ano, cerca de 40 mil alunos de escolas públicas de municípios de várias regiões do país, atendendo, inclusive, escolas da zona rural. São cerca de 300 escolas por ano, em que todos os alunos participantes do projeto recebem o mesmo livro e material auxiliar para desenvolver as atividades a partir da leitura. O professor, a seu critério desenvolve algumas atividades sugeridas em um manual, como adaptação dos textos para teatro, encenação, ilustrações de textos produzidos pelos estudantes,
discussão dos temas etc sendo que obrigatoriamente o aluno deverá desenvolver um texto. O professor escolhe o melhor texto de sua classe e envia ao Grupo Projetos de Leitura que seleciona os melhores textos recebidos das escolas participantes do projeto e publica um livro. O livro publicado, anualmente, denominado “As melhores histórias dos projetos de leitura”, e que terá a 9ª edição neste ano, traz um texto de Laé de Souza e dos estudantes que tiveram os seus textos escolhidos. Aguardado com grande expectativa, o lançamento do livro é comemorado com festa em uma escola, escolhida pelo seu resultado no projeto, e que tem
na capa, alguns dos alunos que participaram das atividades na escola. O projeto a cada ano é aplicado com novos livros para atender o público infantil e juvenil. Algumas escolas e municípios participam do projeto há vários anos, como Sorocaba-SP, Condeúba-BA, Itaú de Minas-MG, Torres-RS entre outras. São dezessete anos do projeto que nos últimos dez anos é patrocinado pelo Grupo Segurador, Banco do Brasil e Mapfre. Muitos estudantes, que passaram pelo projeto, vez ou outra se manifesta sobre a importância do projeto na sua vida escolar e profissional como jornalista, advogado, professores e em áreas
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ligadas a literatura. Alguns professores participaram do projeto como alunos e hoje conduzem o projeto em suas salas de aula. O projeto “Ler é Bom, Experimente!” atende escolas públicas (estadual e municipal) e abre inscrições, que são efetuadas no site do Grupo Projetos de Leitura, em março de cada ano. O material segue pelos correios e até o final de agosto, é enviado ao Grupo um relatório do professor e os textos produzidos pelos estudantes para a seleção e publicação do livro dos estudantes que ocorre no início de novembro. Já o projeto Viajando na Leitura, iniciado em 2006, contempla passageiros de transportes públicos. Em datas comemorativas à leitura como Dia do Livro Infantil, Dia do Escritor, Dia Nacional do Livro, 92
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Dia da Leitura, são distribuídos livros ou deixados nos assentos dos transportes ou nas estações com a proposta ao leitor para que depois da leitura deixe o livro em um lugar público para dar continuidade ao projeto. “Encontrar um livro pode despertar a curiosidade, fazer a pessoa dar uma folheada e aí, esperamos que o texto seja atraente e do agrado do leitor para ele dar continuidade à leitura e quem sabe descobrir o prazer de ler” diz Laé de Souza. O projeto já foi aplicado vários anos no Metrô de São Paulo, na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, na Viação Cometa e por dois anos em Guarulhos, nos terminais urbanos, com a Guarupass (Associação das Concessionárias de Transporte Urbano de Passageiros de Guarulhos e Região).
Neste ano, em comemoração ao Dia Nacional do Livro Infantil foram distribuídos sete mil livros infantis aos passageiros que passaram pelo terminal São João em Guarulhos. Os exemplares distribuídos têm um adesivo na capa, com a frase: “LEIA-ME E ME ESQUEÇA POR AÍ” e, na primeira página, a informação que, após a leitura o leitor o “esqueça” em outro ônibus ou local, para dar continuidade ao projeto. No livro infantil, um texto incentiva os pais a fazer uma leitura compartilhada com o filho, neto, sobrinho e fala da importância desse ato no estímulo à leitura. Outros projetos e ações desenvolvidas pelo Grupo Projetos de Leitura em hospitais, praças, parques, grupos de terceira idade, você pode conhecer pelo site www.projetosdeleitura.com.br
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ENTREVISTA
ESCRITORA LUDMILA CLIO Ludmila Clio nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES), em 22 de março de 1981. Começou a escrever para sua gaveta, como a maioria dos escritores, mas furtivamente, mostrando seus escritos para amigos e professores, foi encorajada a romper com a gaveta e publicar-se. O estopim se deu em 2004, quando venceu pela primeira vez um concurso nacional de poesias, realizado no Paraná. Em 2012, lançou “Sem Filtro na Veia”, seu primeiro livro de poesias, com fotografias de Natássya Carvalho e prefaciado por Ignácio de Loyola Brandão. Em 2016, é publicado simultaneamente no Brasil e em Portugal, pela Chiado Editora “Febríssima”, seu segundo livro de poesias, ilustrado por Vanz Santos, designer e ilustrador de Alegre (ES). A propósito, “Clio” não é seu sobrenome de batismo, mas uma homenagem a Clio, musa grega da história, curso no qual Ludmila graduou-se em 2005. Mãe da adolescente Luísa, Ludmila mora em Campinas (SP) desde 2013.
Ela tem que romper essa fronteira da plasticidade e arrebatar a minha alma. Ela tem que se comunicar com meu coração, me emocionar. Assim como as pessoas.”
Boa leitura!
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Ludmila Clio, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos o que a motivou a ter gosto pela escrita literária? Ludmila Clio - Agradeço a oportunidade. É sempre especial poder divulgar meu trabalho! Bem, minha motivação não foi romântica e poética. Comecei a escrever numa tentativa de exorcizar meus demônios interiores, minhas angústias e insatisfações. Escrever, para mim, sempre foi uma forma de aliviar a tensão da minha existência ante a realidade, uma maneira de arrancar o amálgama da rotina e me devolver à vida, ainda que momentaneamente. Em suma, escrever é a única maneira de me sentir viva e, desde que senti isso na adolescência, não parei. Quais critérios foram utilizados para a seleção dos textos poéticos que compõem “Febríssima”? Ludmila Clio - Via de regra, esco-
lho os mais recentes (embora no Febríssima tenha uma poesia escrita quando eu tinha 17 anos) e os que, de alguma maneira, me emocionam. Procuro me distanciar do contexto em que foi escrito, tento ler como uma terceira pessoa. Se me tocar em algum ponto na alma, o poema provavelmente é selecionado. O critério é basicamente o arrepio que ele pode me provocar. Quais temas estão sendo abordados nesta obra literária? Ludmila Clio - Sentimentos... Toda nossa humanidade como saudade, solidão, desejo, dor, amor, paixão, vontade, caos, a angústia ante o sistema. Tudo o que nos move ou, pelo menos, deveria nos mover. Como foi a escolha do título para o livro? Ludmila Clio - Escrevi um poema que fala sobre ter febre na alma, destoar do que é posto, do padrão. E quis ser hiperbólica. Dizer “febre alta”, “febrão”, ainda não me traduzia. Então,
num lampejo, me veio a palavra “febríssima”, que atendia perfeitamente ao meu anseio. Como sempre faço quando tenho uma dúvida, fui ao dicionário pesquisar o termo, que não existia! Até há pouco tempo, se alguém pesquisasse no Google a palavra “febríssima”, ele não retornava resultados e sinalizava: “você quis dizer feríssima”. Atualmente ele ainda faz essa crítica, mas apresenta diversos resultados. Então posso dizer que, de alguma maneira, inventei uma palavra, apesar de seu significado ser claro e dispensar traduções. O que mais a encanta nos textos poéticos? Ludmila Clio - A profundidade, a verdade. Uma poesia, para me encantar, tem que ser muito mais que um amontoado de palavras bonitas. Ela tem que romper essa fronteira da plasticidade e arrebatar a minha alma. Ela tem que se comunicar com meu coração, me emocionar. Assim como as pessoas.
Você pode presentear os nossos leitores com um dos textos apresentados em “Febríssima”? Cuide bem do teu amor O amor excede as palavras. Ele é declarado silenciosamente nas atitudes mais simples, nos cuidados mais sutis. Zelamos por quem amamos acho que, por puro agradecimento. Porque pessoas especiais transformam a importância de tudo em nossa vida, mudam o sentido das coisas, fazem do comum o extraordinário. Pessoas especiais são raras, e cuidar delas é um privilégio existencial, É sabedoria também.
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Quais os principais hobbies da autora Ludmila Clio? Ludmila Clio - Música é a maior paixão da minha vida. Meu tempo livre, em geral, invisto em assistir a shows, clipes específicos ou em leitura de biografias de músicos que aprecio. Quais os seus principais objetivos como escritora? Ludmila Clio - Tocar a alma das pessoas é algo com o qual nunca sonhei quando comecei a escrever e, no entanto, depois de tantos depoimentos lindos e fortes que já recebi, isso se tornou meu principal objetivo. Nada é mais fascinante que isso. Claro que ter reconhecimento é muito bom, mas que não seja pela imagem ou por moda. Que seja por transitar no profundo, por falar dos segredos de quem não conheço. Isso dá sentido à minha vida. Pois bem, estamos chegando ao
fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Ludmila Clio. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Ludmila Clio - O que tenho de mais vivo em mim é a urgência de viver, consciente da efemeridade da vida. Então, se eu tivesse que dizer algo a alguém, diria que vivesse com paixão, sem deixar a vida para depois. Corremos para apressar o trabalho, mas não corremos para encontrar uma pessoa querida. No entanto, se ela morre, suspendemos tudo para ir ao seu velório. Corremos para nos despedir, mas não temos tempo para dar um abraço, sorrir junto, passear, deixar a rotina um pouco de lado de vez em quando. Não vejo sentido nisso. Minha mensagem seria essa: a vida é agora. Daqui a pouco eu não sei. A poesia está acontecendo todo dia, ela não se intimida ante a rotina. Perceba. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
ONDE COMPRAR Livraria Cultura http://www.livrariacultura.com.br/ busca?N=0&Ntt=febríssima ; da Martins Fontes; http://www.martinsfontespaulista.com.br/ febrissima-541414.aspx/p da Chiado Editora (comercializado somente em euros) https://www.chiadoeditora.com/livraria/febrissima e em e-book: Apple iBookstore, Barnes & Noble, Sony, Kobo, Diesel ebook Store, Amazon, Baker & Taylor e Google Play
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritor Roberto Mello
S.O.S – Salvem Carlinhos, de onze anos, é amiguinho de Rafael, com dez. Eles, ao entardecer, brincam de pesquisadores. Quando estão com dúvidas sobre qualquer assunto, seja na escola ou no condomínio onde residem, seguem para o “laboratório de pesquisas” — o quarto de Carlinhos —, ligam o computador, acessam a internet e procuram respostas. Diariamente, após o término das aulas, eles se encontram na entrada do prédio e, enquanto caminham em direção ao hall dos elevadores trocam informações e atualizam dúvidas.
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Hoje, por volta das 11horas, no instante que se aproximam da portaria central, o zelador, senhor João, com os olhos umedecidos, chama a dupla e explica que encontrou um beija-flor com uma ferida no bico, no chão, fraco e doente. Ambos entreolham-se assustados, segundos depois, agradecem pela informação e combinam uma reunião de emergência às 16 horas no “laboratório”. Após o almoço, Carlinhos não perde tempo e inicia sua pesquisa em busca de informações para entender o motivo do pássaro doente. Depois de várias leituras e
anotações em seu caderninho, ele aguarda a chegada do amigo. No horário previsto, Rafael chega. Ele expõe que já catalogou informações essenciais, porém, sugere anotar os apartamentos que disponibilizam bebedouros para beija-flores. Rafael, sem entender, questiona o motivo e, seu amigo, replica: — Muitas pessoas não sabem, entretanto, colocar água com açúcar no bebedouro é prejudicial para eles. É um crime ambiental. — Por quê? — Rafael, com espanto, questiona. — Esta combinação cria um
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Este conto integra a Antologia InfantoJuvenil “Minhas Histórias Preferidas 2” organizada pela Escritora Izabelle Valladares – GRUPO LITERARTE – ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE ESCRITORES E ARTISTAS.
m O Beija-flor! fungo no bico, e com o decorrer do tempo, aparece uma ferida, e eles não se alimentam e morrem — Carlinhos afirma. — E como evitar? — argumenta Rafael. — O ideal são flores específicas, afinal, além de sugarem o néctar, também se alimentam de pequenos insetos ali existentes. No caso de bebedouros, o correto é utilizar água filtrada com néctar em pó que é vendido em lojas especializadas e sempre mantendo a higiene — Carlinhos explica. — Caracas, então as pessoas utilizam água da torneira e mistu-
ram com açúcar? — Rafael questiona. — Isso mesmo. — E por que isso não é divulgado através dos canais de televisão ou na escola? — Rafael argumenta. — É complicado. Fazem tantas campanhas idiotas, falam mais de violência do que qualquer outra coisa e fatos como esse são esquecidos — Carlinhos fala. — E qual a sua ideia, Carlinhos? — De início, faremos um texto com esta explicação, a seguir, cópias, e colocaremos na caixa de correio dos apartamentos. Depois, avisaremos ao síndico para que ele
comunique aos moradores que possuem estes bebedouros nas varandas e janelas — Carlinhos explica o plano. — Boa ideia, cara! E assim, um vai passando a informação para os outros. — Rafael, o que você acha de realizarmos uma campanha no FACEBOOK? — Até já sei o título. — Diga. — S.O.S – SALVEM OS BEIJA-FLORES! Autor: Roberto Mello
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ENTREVISTA
ESCRITOR MELCHÍADES MONTENEGRO Melchíades Montenegro, pernambucano, é geógrafo, escritor e poeta, com inúmeros artigos, contos, poemas e livros publicados. Montenegro é associado da União Brasileira de Escritores, Vice-Presidente da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, e Acadêmico da Academia Recifense de Letras; da Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda; da Academia de Artes e Letras de Pernambuco e da Academia Triunfense de Artes e Letras. Últimos livros publicados: ESPREITANDO O PARAÍSO (2ª edição); 16 POEMAS MUSICADOS (em português, inglês, francês, espanhol e italiano); O TEMPO E A FÉ; CESÁRIO; FELICIANA – Um olhar no Infinito e A GRANDE PEDRA DO CÉU. Boa leitura!
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O enredo é quase a saga de Urbano, da infância à morte, incluindo doses maciças de psicanálise. No ápice da história existe o conflito com os dogmas cristãos que entram em choque com a ética moderna.”
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Melchíades Montenegro, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos como surgiu “A Grande Pedra do Céu”. Melchíades Montenegro – Sou geógrafo por formação acadêmica, e a lua com sua grande influência sobre nós, sempre me fascinou. No início, o texto não possuía título, e a medida que evoluiu e a lua estava sempre presente no enredo, tornou-se patente que ela era um personagem.
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Quais os principais desafios para a escrita da obra? Melchíades Montenegro – Esse livro abrange vários tópicos que são motivos de controvérsia: aborto, inseminação artificial, descarte de embriões, dogmas religiosos, homossexualidade, bullying, relação conjugal, suicídio etc. Foi um desafio escrever sobre todos estes temas. Conte-nos um pouco sobre o enredo de “A Grande Pedra do Céu”. Melchíades Montenegro – O romance é impactante, tendo em vista que o personagem Urbano, que perdeu toda a família, sem qualquer reflexão mais profunda, direciona sua vida sem se dar conta de que todas as pessoas que passam por ele tornam-se marionetes em suas mãos. É um livro onde o amor está presente em variadas formas: paternal, carnal, filial, fraternal, maternal etc., chegando ao clímax do amor salvação. O enredo é quase a saga de Urbano, da infância à morte, incluindo doses maciças de psicanálise. No ápice da história existe o conflito com os dogmas cristãos que entram em choque com a ética moderna. O pós-morte está presente de forma contundente. O que mais o encanta nesta obra literária? Melchíades Montenegro – A liberdade de escrever sem barreiras. Sou católico, mas os conceitos, ações e interpretações pertencem aos personagens. Muitos irão discordar de mim, esquecendo que os personagens têm vida própria. Criei-os diferentes de mim. Como foi a escolha do título?
Melchíades Montenegro – Acontecerá no domingo, dia 23 de abril, às 17 horas na sede da União Brasileira de Escritores (UBE), na Rua Santana, nº 202, no bairro de Casa Forte, no Recife. Haverá um show com um “cover” de Elvis Presley pelo fato de o enredo coincidir com o auge da carreira desse cantor. O livro estará à venda por quanto no evento de lançamento? Melchíades Montenegro – O livro foi publicado com capa dura tem um pouco mais de trezentas páginas; seu preço no lançamento será de R$ 50,00 (cinquenta reais). Melchíades Montenegro – O título A grande pedra do céu é uma alusão ao nosso satélite que acompanha o desenrolar de toda a trama. As tradições populares falam de inúmeras influências da lua em nossas vidas. Em uma das sessões de psicanálise o personagem, falando de sua infância, cita a lua como uma pedra no céu. Daí para o título foi um pulo. Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor por meio do enredo que compõe a obra? Melchíades Montenegro – Que o amor tudo pode. Até surgir em personalidades egocêntricas levando-as à salvação. Descreva o livro em duas palavras Melchíades Montenegro – Apoteose do amor (desculpe, foram três). Soube que nossos leitores estão convidados para o evento de lançamento do livro. Conte-nos onde será.
Após o lançamento onde os leitores poderão encontrar o livro? Melchíades Montenegro – No Recife, na Livraria Ideia Fixa, Livraria Jaqueira e possivelmente na Livraria Cultura (ainda em negociações). Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor “A Grande Pedra do Céu”, do autor Melchíades Montenegro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para os nossos leitores? Melchíades Montenegro – Não existe melhor distração do que a leitura. Aquele que lê, viaja sem passaporte, passagem e dinheiro; aprende fora da escola e vive aventuras incríveis sem correr riscos.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritor Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho
DERROCADA DE CANUDOS. 120 ANOS DA CAMPANHA MILITAR CONTRA O FANATISMO (MESSIANISMO), NO SERTÃO BRASILEIRO Para melhor entender a campanha contra o fanatismo em Canudos, faz-se necessário entender o fenômeno do messianismo, que teve uma presença forte no Brasil daquela época. Assolados por uma inclemente seca, ocorrida no ano de 1877, uma parcela do povo miserável do sertão passou a seguir o cearense Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido por, Antonio Conselheiro. Com sua áurea mística, representou a figura do redentor, pois, ele prometia um tempo novo para aquele sofrido povo. O primeiro assentamento dessa organização chamou-se Arraial de Bom Jesus, nos anos finais do Império. Pouco tempo depois, uma multidão de peregrinos, calculada em 100
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cerca de 25.000 pessoas, começou a circundar a figura de Conselheiro, o que acabou tornando-se, para seus opositores, uma temida organização político-religiosa, paralela à República e à Igreja. Em 1897, o Governo Prudente de Morais (1894/1898) – primeiro presidente civil da Velha República –, estava humilhado com a Campanha de Canudos. Era uma peleja contra o beato Antônio Conselheiro e seus seguidores, refugiados, desde 1893, no norte da Bahia. Três fortes expedições enviadas para acabar com Canudos malograram tristemente e bateram em fragorosa retirada. A primeira expedição, chamada punitiva, foi enviada em 12 de novembro de 1896. Tinha 104 homens
e era comandada pelo tenente Manoel da Silva Pires Ferreira. No dia 21 de novembro, os discípulos do Conselheiro atacaram de surpresa aquele destacamento. Após quatro horas de combate, embora fossem provocadas muitas baixas no inimigo, a força foi posta a correr. Uma segunda expedição, maior e mais bem aparelhada, contando com 2 canhões Krupp 7½ e duas metralhadoras Nordeufelt, comandada pelo major Febrônio de Brito, foi enviada ao local e era composta por 550 homens. De 18 a 19 de janeiro de 1897 aquela expedição teve o mesmo destino da primeira. Em março de 1897, foi enviada uma terceira expedição, desta feita comandada pelo coronel Moreira César e era composta por 1.300 homens. O comandante da Força, e até mesmo o seu sucessor, coronel Tamarindo foram mortos e as suas tropas desarticuladas. Uma grande mobilização nacional seguiu-se à derrocada da terceira expedição. A oposição, por sua vez, explorava os episódios proclamando os graves perigos pelos quais passariam a Nação. Foi montada uma quarta expedição, composta de 5.000 homens, que seguiu em abril de 1897, sob o comando do general Artur Oscar
FOTOS: Domínio Público
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de Andrade Guimarães. Como estratégia, aquele comandante dividiu a expedição em duas colunas. A primeira coluna foi apanhada em junho, numa armadilha no Morro da Favela, e foi salva por muito pouco pela segunda, que era comandada pelo general Cláudio Savaget. Após um mês de combate, a tropa encontrava-se em situação crítica. Os governadores de diversos estados, os congressos, as câmaras municipais insistiam em mensagens patrióticas e na necessidade de esmagar os jagunços. Decretou-se o luto nacional; exararam-se votos de pesar por toda a parte; sufragaram-se os mortos em todas as igrejas. De 25 de junho até 10 de agosto daquele ano, a expedição teve 2.049 baixas. O próprio ministro da Guerra, o marechal Carlos Machado Bittencourt, veterano da Guerra do Paraguai, que se encontrava na Bahia desde o mês de agosto, comandou pessoalmente uma expedição de reforço, composta de 3.000 homens. Finalmente, a 05 de outubro de 1897, os últimos pontos de resistência dos fanáticos foram vencidos. Para o jornalista Euclides da Cunha (Os sertões), “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história resistiu até o esgotamento completo”.
A 05 de novembro de 1897, na cidade do Rio de Janeiro, no Arsenal da Guerra, Prudente de Morais foi pessoalmente receber os batalhões vitoriosos que regressavam de Canudos, quando sofreu um atentado levado a efeito pelo Anspeçada Marcelino Bispo de Mello e que resultou na morte do ministro da Guerra Carlos Bittencourt, que se adiantara em defesa do presidente. (*) Membro das seguintes Entidades: – União Brasileira dos Escritores – UBE, onde coordena o Sarau Literário Quartas às Quatro (há 14 anos). – Centro de Estudos da Historia Municipal da CONDEPE/ FIDEM, Recife - PE. – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC, Mossoró - RG. – União Nacional de Estudos Históricos e Sociais - UNEHS, São Paulo – SP. – Conselheiro do Cariri Cangaço. Grupo de estudos da temática Cangaço, que acontece no Sul do Estado do Ceará. Acadêmico da: – Academia de Artes e Letras de Gravatá, ocupante da Cadeira nº 09. – Academia de Artes e Letras do Nordeste, ocupante da Cadeira nº 29. – Academia Recifense de Letras, ocupante da Cadeira nº 02. – Academia de Letras do Brasil, ocupante da Cadeira nº 29. – Sócio-correspondente da Academia Serratalhadense de Letras (Serra Talhada - PE). P.S.: Para conhecer o autor e sua obra, visitem o site: www. geraldoferraz.net.br BIBLIOGRAFIA: Pernambuco no tempo do Cangaço (Antônio Silvino – Sinhô Pereira – Virgulino Ferreira “Lampião”). Um Bravo Militar. A vida e a época do Tenente-Coronel Theophanes Ferraz Torres. 1894-1933. Volume I.
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Blogueira Grazielli Moraes Pra quem quer conhecer novos autores nacionais, convido-os a conhecer a coluna “Quem é o/a autor(a)?” Lá no blog Faces de Uma Capa (www.facesdeumacapa.com. br) consiste em dar espaço para parceiros ou não do blog para divulgar seu trabalho literário. E agora teremos mais esse espaço aqui na Revista pra desenvolver a mesma ação – divulgar autores nacionais. Hoje apresentarei a autora que registra estórias desde que aprendeu a escrever. Já escreveu Delenda & o vale dos segredos - Madras, já resenhado lá no blog. É apaixonada por qualquer forma de arte, cultiva o canto, a dança, o desenho, a pintura, o teatro, a composição musical e a fotografia. Atuou em filmes de produção recente (2015/2016), como Cipriana Gótica, do diretor Cláudio Andrade e roteirista Lala Lopes, para o qual também colaborou com parte da trilha sonora com a música Death Instead. É produtora de conteúdo e apresentadora do programa Criador de Mundos na Rádio Geek, sócio - proprietária, produtora e apresentadora do canal Nerd Fantasy e tem diversos contos, poemas e colunas publicados.
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A Autora de hoje é Amanda Reznor. Seus trabalhos podem ser conferidos pelas suas redes sociais, também disponíveis nos links a seguir: Site da Autora (http://www.amandareznor.com.br/) Site da série O Vale dos Segredos (http://www.valedossegredos.com.br/) Entre em contato com a autora AQUI: E-mail: amandareznor@hotmail.com Facebook: Amanda Reznor Espero que tenham curtido a autora de hoje! Quer participar da Coluna no blog ou aqui na Revista, entre em contato: graziellimoraes@hotmail.com
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco 6 a 15 de outubro de 2017 A mais importante Bienal do Livro do Norte e Nordeste e a terceira maior do Brasil está marcada para acontecer entre os dias 6 e 15 de outubro, no Centro de Convenções, em Olinda. Em sua 11ª edição, a tradicional feira literária pernambucana tem como homenageados os escritores Fernando Monteiro e Lima Barreto (in memoriam). A Bienal do Livro, além de consolidada pelo sucesso alcançado junto ao público e ao mercado editorial e livreiro, foi incorporada, em caráter oficial, ao calendário de
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eventos de Pernambuco, através da Lei 14.536, de 13 de dezembro de 2011. Trata-se de um dos momentos culturais mais aguardados no Nordeste, com público de diversos municípios e de outras partes do País. Em 2017, a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco conta com a parceria da CBL e outras instituições. Entre as quais, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que irá lançar no evento os primeiros volumes de um projeto em que renomados pesquisadores e escritores apre-
sentam seletas de grandes autores brasileiros em domínio público. Os dois primeiros são o homenageado da Bienal, Lima Barreto (por Flora Sussekind) e Machado de Assis (por Luiz Ruffato). A Bienal Internacional do Livro de Pernambuco oferece um retorno de imagem relevante para patrocinadores, apoiadores e parceiros, que comungam da visão de que o investimento em educação é um dos pilares do desenvolvimento social – e tal investimento não pode deixar de estimular a paixão do ci-
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dadão pela literatura, especialmente nas crianças e adolescentes. A XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco contará com espaços diferenciados para palestras, oficinas literárias, bate-papos, apresentações infantis, culturais e outras atividades. No Além das Letras serão realizadas apresentações culturais, recitais poéticos e contação de histórias para crianças de todas as faixas etárias. O Café Literário é o lugar intimista e informal onde escritores, jornalistas e professores irão fazer leituras abertas, participando de debates, bate-papos, minicursos, e estabelecendo um contato mais próximo com o público. O Círculo das Ideias é o coração dos debates da Bienal. Por lá vão passar os principais autores convidados do evento, em uma programação variada de oficinas, seminários e mesas de debates. Com o Mundo Geek, o universo da cultura pop será representado por ações desde a participação de cosplays a rodas de discussão sobre literatura fantástica. Os autores convidados poderão apresentar suas obras em local adequado para se discutir literatura nerd e geek, filmes e games.
Geração de 3 mil empregos diretos, em média, por edição; R$ 40 milhões em negócios. - Em 2015: Foram 300 mil visitantes; 369 atividades de conteúdo e entretenimento além da feira de livros; Impacto econômico de R$ 10 milhões; Mais de 40 minutos de mídia espontânea nas principais redes de TV aberta; Mais de 3 horas de mídia espontânea nas principais estações de rádio de PE. O ano das lágrimas na chuva O poeta, romancista e cineasta Fernando Monteiro será homenageado pela XI Bienal do Livro de Pernambuco já nos meses anteriores ao evento, quando comanda o projeto O ano das lágrimas na chuva na Biblioteca Pública Estadual, sediada no Recife. Monteiro irá recepcionar um debate quinzenal, entre agosto e setembro, com alguns dos principais poetas do Brasil.
Bienal do Livro de No reino mágico das letras, Pernambuco na Internet Acompanhe as novidades e números grandiosos - Entre 2003 e 2013: O público acumulado superou 2 milhões de pessoas; Mais de 600 atividades culturais, em média, por edição;
Site www.bienalpernambuco.com/ Facebook www.facebook.com/
Desconto para o associado CBL
O destacado papel da CBL na formação e ampliação de leitores no Brasil motivou o fortalecimento de laços com a Bienal do Livro de Pernambuco, numa parceria que visa consolidar e ampliar a atuação da entidade no Nordeste. Nessa perspectiva, associados da CBL terão um desconto promocional de 18% até o dia 30 de maio, na aquisição de seu estande para a XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco. Garanta sua participação! Contatos Rogério Robalinho Coordenador-Geral rogerio@cia-eventos.com (81) 99133-0885 Samuel Santos comercial@cia-eventos.com vetor.representacaoecomercio@ (81) 99123-5152
a atualização da programação da XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco no site oficial e na página no Facebook, que acaba de ultrapassar a marca de 50 mil curtidas.
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ENTREVISTA
ESCRITOR PAULO HENRIQUE Paulo Henriques – brasileiro, casado, Congregado Mariano desde a juventude, sempre atuou na comunidade paroquial, fez parte de várias pastorais e acompanhou com interesse cada um dos documentos promulgados durante o Concílio Vaticano II. Henriques preparou resumos deste evento para estudos na comunidade eclesial, fez Curso de Teologia para Leigos no Instituto Pio XI, dos padres salesianos, e ministrou palestras de cunho de formação católica desde 1968. Foi membro da Renovação Carismática Católica, tendo exercido a função de Coordenador de Grupo de Oração e Coordenador Regional da Escola Paulo Apóstolo. Paulo Henriques é um dos braços da Comissão Nacional de Formação na Região Norte da cidade de São Paulo e membro da Comissão Nacional de Formação e do Conselho Editorial, tendo colaborado para a edição da Apostila sobre a Igreja. Atuou como palestrante no Cursilho de Cristandade, em Encontro de Casais com Cristo, retiros e pós-encontros em diversas comunidades. Por intermédio da Editora Palavra & Prece, publicou os seguintes livros: “O Senhor Fez em Mim Maravilhas”, “Anjos Bons e Anjos Maus”, “Pedro, tu me Amas?”, e “O Credo Meditado”. Também publicou o livro “O Segredo da Cruz” – Coleção RCC Novo Milênio na Editora Santuário. Atualmente, trabalha com e-books e publicou: “Cura Interior – O que a Igreja nos ensina sobre isso” e “Luz e Trevas”, pela Editora Cia do E-book. Boa leitura! 106
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Com muita satisfação, procuro participar desse quadro de pessoas que fazem derramar uma chuva de conhecimento por meio de suas experiências de vida e transmitem à humanidade palavras que animam e constroem uma sociedade pacificadora num mundo conturbado, mas esperançoso.”
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Em que momento pensou em escrever o livro “Cura Interior – O que a Igreja nos ensina sobre isso”? Paulo Henriques – Toda a nossa linha de trabalho tem um caráter de formação religiosa na linha da Igreja Católica Apostólica Romana. Com nossa participação como membros atuantes em diversas linhas de pastoral, entendemos como válido entregarmos determinado tempo para o assunto da cura interior que faz sofrer muitas almas. Quais temáticas estão sendo abordadas nesta obra literária? Paulo Henriques – Fundamentalmente o tema do livro é procurar auxiliar as pessoas que enfrentam dificuldade em superar seus dramas pessoais a encontrarem um caminho que existe, e a própria Igreja recomenda, superando assim aquilo que ocasiona o mal e afastamento da vida espiritual que tem como origem a má-formação e mesmo taras provenientes de infância e juventude. Qual a mensagem que deseja transmitir ao leitor por meio do enredo que compõe a obra? Paulo Henriques – Confiança num porvir de paz interior graças a um relacionamento maior com a Pessoa de Deus. Saber que é possível superar os dramas pessoais por intermédio da Sua Graça.
Como foi a escolha do título para o seu livro “Luz e Trevas”? Paulo Henriques – O título e todo o texto se fundamentam na frase de Jesus Cristo: “Vós sois a luz do mundo”. O que mais o encanta nesta obra literária? Paulo Henriques – Mais do que um encantamento, trata-se de um chamado à responsabilidade do cristão de nosso tempo a viver intensamente sua missão. Deus nos capacita a exercê-la. O autor tem clara ideia de que não viemos a este mundo para simplesmente sermos espectadores da história, mas para sermos protagonistas e agentes de uma transformação da sociedade humana, a qual não sofrerá nenhuma mudança se cada um deixar de fazer sua parte. A mudança do modo de ver de uma sociedade começa pela mudança individual de cada um de seus membros.
é composta de religiosos e religiosas. A presença de um leigo com os mesmos conteúdos pode ou não ser favorável, mas pretendemos colaborar com nossos irmãos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Paulo Henrique. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Paulo Henriques – Como observação final, gostaria de deixar meus agradecimentos sinceros pelo interesse e atenção dispensados. Com muita satisfação, procuro participar desse quadro de pessoas que fazem derramar uma chuva de conhecimento por meio de suas experiências de vida e transmitem à humanidade palavras que animam e constroem uma sociedade pacificadora num mundo conturbado, mas esperançoso.
A quem indica leitura? Paulo Henriques – A todo batizado que deseje assumir seu papel na história. Quais os seus principais objetivos como escritor? Paulo Henriques – Na linha de trabalho que escolhemos, nosso principal objetivo é o de cumprimento de missão. Existem muitos escritores que se empenham nessa mesma linha, mas sua grande maioria
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritor Luiz Carlos Amorim
Foto Wikipedia
Notícias de Portugal
Cantora brasileira Adriana Calcanhoto
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Duas coisas boas, nos últimos dias, me remeteram à terrinha, aquela Portugal linda e única do outro lado do oceano. Tenho saudades muitas de Lisboa – a cidade da luz única, que eu prefiro chamar Luzboa; Porto, Coimbra, Sintra, Extremoz, Douro, Óbidos, Évora, Guimarães, Ourém, Peso da Régua, Pinhão e tantos outros lugares por onde passei. A primeira coisa, a notícia de que a cantora brasileira Adriana Calcanhoto, grande estudiosa da poesia e entusiasta da poesia cantada, está na nossa querida Portugal, para dar uma série de masters classes na famosa Univesidade de Coimbra.
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Adriana nunca dissossiou a poesia da música. Isso me faz pensar que, quando o Bob Dylan ganhou o Nobel de Literatura – e ela já tinha incluído Dylan na sua aula de trovadores medievais e contemporâneos – eu não concordei muito com um cantor ganhando um Nobel de Literatura. Pensei que deveria haver alguma obra de algum escritor, por todo este mundão de Deus, que merecesse o prêmio. Mas agora percebo que a Academia pode ter sua razão, pois Adriana Calcanhoto me abriu os olhos, com sua paixão e seu conhecimento da poesia cantada, me lembrando que muitos poemas da melhor qualidade são cantados todos os dias, mesmo quando não são poemas de poetas consagrados musicados. Que algumas letras de músicas não são apenas letras, mas poemas. Li a entrevista de Adriana Calcanhoto no Diário de Notícias de Lisboa, entrevista alentada, grande mesmo, mas deliciosa de ler. Ou “ouvir”. Fiquei triste quando acabou. Senti orgulho de ser brasileiro, Adriana. De ser poeta. Tenho só um poema meu musicado, mas vou
pedir para o Pierre Aderne, cantor e compositor da família que faz sucesso no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, na Polônia, no Japão e por aí afora, para ver se tenho algum poema bom o bastante para ser musicado. Como Adriana nos ensinou, poesia e música tem tudo a ver. Eu, disse, uma vez, num poema, que a música é a poesia do som. E Adriana confirma. Segunda coisa boa: no dia do meu aniversário, ao receber os parabéns da filha Daniela e do genro Pierre Aderne, eis que ganho de presente um concerto, ao vivo, via Facetime. Pierre cantou o “Parabéns a você” ao violão, em ritmo de fado e mais, cantou uma das músicas do seu novo CD, “Da Janela de Inês”, que nem tinha sido lançado ainda, seria lançado no dia seguinte. Foi muito lindo. Obrigado, Pierre. Pierre é francês, mas cresceu no Brasil, então é um francês muito brasileiro, é um carioca autêntico. E ele leva a música popular brasileira, de Portugal e de outros países pelo mundo. No Brasil, teve vários programas produzidos e apresentados por ele no Canal Brasil, como “Música Por-
tuguesa Brasileira”, “Rua das Pretas”, “Cantoras Portuguesas”, “Desafinado”, etc. O concerto ao vivo de Pierre foi um daqueles presentes tipo “a coisa linda do dia”, como diria minha amiga cronista Norma Bruno, que segue daqui alguns meses para Portugal, para passar um meses lá e ser a cronista do Porto, também. Acho que vou também. Adoro aquela terrinha, adoro Portugal. Vamos passear por lá com Norma, para instigar-lhe ainda mais a inspiração. E inspiração é o que não falta em Portugal, aquela terra de luz única que tem o vale do Douro, que tem o Tejo, que tem o Rio Sado, que tem tantos lugares que estão entre os mais lindos do mundo. Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 36 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http:// luizcarlosamorim.blogspot.com.br – http://www.prosapoesiaecia.xpg. uol.com.br
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Escritora Nell Morato
Por que eu escrevo? Quero ser lida! Foi uma surpresa quando resolvi escrever um livro. Tantas lembranças aflorando na minha mente, como se estivessem dormentes, submersas na fumaça dos meus cigarros. E, então, de repente tudo ficou limpo, lúcido, claro, e os arquivos com as lembranças da minha vida, desde a infância, estavam ali, diante dos meus olhos, impacientes para serem vividas outra vez. Como? Como poderia reviver os momentos de alegria, de aprendizado, de dor, de angústia, de tristeza e de amor? Escrevendo… disse uma voz. Uma doce voz imaginária insistia que eu precisava escrever um livro.
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Falava que eu precisava dizer o que sentia, sabia, amava e odiava… nem que fosse apenas para eu mesma ler e conhecer a minha essência. Saber quem eu era de verdade, na mais pura e nua intimidade da minha alma. Uma vida com altos e baixos, erros e acertos e tantas coisas brutalmente arrancadas, perdidas. E de repente, não mais que de repente, os pensamentos se vão, voltando para o lugar, ora aconchegante dentro do meu âmago. Tanta coisa a ser feita, quem sabe as palavras possam mudar alguma coisa ou tudo? Tantos já falaram que os livros mudam
as pessoas. E cadê as pessoas para serem mudadas pelos livros? E cadê os livros para mudar as pessoas? É preciso procurar, andar pelos tortuosos caminhos da vida, em busca delas… Nas ruas, nos espaços públicos, batendo nas portas daquelas casas de belos jardins ou jardins pequeninos e toscos… Livros. Sempre livros. Focando em mudar as pessoas através da leitura, do aprendizado e do ensinamento a uma criança… duas, dez até chegar em todas elas. Somos escritores! E temos o dever de mudar as pessoas! E andar juntos em busca de políticas públicas que atendam às necessidades da
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cultura e do aprendizado. Parar com as reclamações: ninguém compra livro; livro não vende; livro é caro e se vender barato demais vão achar que não presta; as editoras não querem escritores independentes, e assim por diante… Devemos esquecer das editoras. Escritor é aquele que escreve. Jornalista e repórter também são escritores. Não gosto de comparações, de cópias, de regras que só atrapalham a criatividade. Fico irritada quando alguém diz que o livro precisa disso ou daquilo, como índice, e todas aquelas baboseiras que alguns escrevem antes do principal. Livro precisa é de bom conteúdo. Usar corretamente a nossa língua portuguesa. Se contar uma história da vida real, que todos os fatos sejam exaustivamente conferidos… e se a ficção tomar conta do texto, use e abuse da criatividade, que não existe limite para um bom enredo. E depois… Bem, depois, vamos em busca de leitores. Escritor não é celebridade, e muito menos imortal. Academia de letras não serve para nada. A maioria delas é só pompa e circunstância. Elas deveriam criar políticas de distribuição de livros, campanhas para espalhar livros pelas ruas. Levar os livros ao encontro dos leitores, dos pretensos leitores. Criar concursos para promover a poesia, tão amada poesia, tão abandonada e quase nada se vende. Temos que mudar o rótulo de que livro é caro. Temos que mudar o conceito de que livro é só entretenimento… é também uma relíquia. Que deve ser lido, degustado, relido, guardado a sete chaves para que as gerações futuras possam-se dele usufruir. Livro deve ser classificado como um tesouro, uma joia de incalculável valor, diante das vidas que poderá melhorar, mudar, ensinar…. Livro é o companheiro na
solidão física dos corpos humanos. Um programa de variedades da televisão aberta mostrou recentemente que o número de leitores no Brasil está crescendo. Lentamente, porém os dados não mentem, e um ínfimo crescimento pode ser constatado. E, também, que muitos não leem por falta de oportunidade. Isto é, se o livro não encontrar o leitor… Então, um livro está para uma pessoa, assim como uma pessoa está para um leitor. Se eles se encontrarem, por acaso, pelas ruas das cidades, fatalmente se apaixonarão um pelo outro. Estou trilhando meu caminho. E antes de me entregar inteiramente ao meu âmago, para viver esse amor com meu íntimo, e espalhar as palavras há tanto tempo guardadas, ao som do Coldplay, “Always in my head, or Midnight or A sky full of stars”, na tarde do lindo domingo de outono, vou avaliando o que se oferece pela vida. O casal Walker divertindo-se em lua de mel nas ondas do Havaí, espera a narrativa de suas aventuras; enquanto a Nora, luta para se libertar, aguardando o momento de nascer das minhas palavras. Eles merecem melhores condições. Tanto à fazer pela literatura. Como se exploradores fôssemos, saímos em busca do nosso espaço e da mudança dos arcaicos conceitos. Antes dos meus personagens receberem a liberdade, muito por fazer para melhorar um pouco que seja, a realidade literária. Os livros precisam ir em busca dos leitores. Ensinando-lhes a apreciar a leitura, mostrando-lhes o crescimento na condição humana e social, ao adquirir conhecimento, para que no futuro os leitores saibam onde encontrar os livros. E eu, não vou fazer o que esperam de mim e sim o que eu quero… O que eu sou, sem medo de ser eu mesma.
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LIVROS EM FOCO | AUTOR GEORG FREY |
@2017 1ª Edição Aviso ao leitor Decidi escrever este livro, como parte da cura, sobre as profundas feridas, adquiridas nas Guerras Secretas, que travei contra o Luto a Depressão e o Suicídio. Esta obra, tecnicamente, pode ser definida como de Autoajuda, mas prefiro classificá-la como um Manual de Sobrevivência. Se você, leitor, for minimamente inteligente, tirará proveito da situação, aprenderá com os meus erros e acertos, verá na luta para exorcizar uma legião de demônios, uma inspiração, para combater e vencer os seus. De qualquer forma; não espere que eu lhe trate com suavidade
e condescendência, ou insultando a sua inteligência, venha a oferecer soluções fáceis para vivências tão dolorosas e devastadoras. Sei que a escolha será sua, sempre é. As suas Guerras Secretas, suas dores, solidão e desespero, serão tratadas nessas páginas. Estaremos juntos, lutaremos juntos e venceremos! Aqui, você terá a oportunidade de aprender, por meio de histórias e experiências reais. Elas ensinam melhor do que as herméticas e frias teorias acadêmicas. E por falar em histórias reais, quando desci os degraus do inferno, não sabia se, um dia, iria sair de lá.
Eu nem desconfiava que estava indo nessa direção. Acredite: estar no inferno é lutar suas Guerras Secretas na mais absoluta solidão, sem poder contar com ninguém. Tive que rasgar na carne, indo além de limites que eu nem imaginava ter. Parentes e amigos que estavam ao meu redor, não enxergavam o quanto sangrei. Através das minhas vivências e de outras ricas histórias de vidas que compartilharei aqui, você aprenderá a encarar os seus medos, seus demônios de frente. Assim como eu, você terá que se transformar, no que precisa, para sobreviver, atravessar os seus pesadelos e vencer!
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1ª PARTE O LUTO CAPÍTULO 01 TODA PERDA PODE GERAR UM LUTO Você já foi demitido (a)? É assustador, desesperador! A perda vai muito além do emprego. Esse relato, amargo, registra um dos momentos mais difíceis, do período em que fiquei desempregado e deixei de ser o provedor, o protetor da minha família. Foi muita dor, vergonha e humilhação. Minha História: Foram dilacerantes os meses, ao longo de 1999, em que estive desempregado. O saldo no banco e a minha auto-estima caíam vertiginosamente, enquanto a condição de provedor fugia. Uma vergonha cortante me fazia evitar olhar nos olhos dos meus filhos e esposa. Trezentos e vinte currículos enviados, nove entrevistas realizadas, e todas deram em nada. Aos 35 anos, eu já estava, precocemente, velho para o mercado. Numa manhã, colhi pela casa: um aparelho de som, um fax, uma secretária eletrônica, a TV, e parti para a rua de móveis e eletrônicos usados. Precisava desesperadamente fazer dinheiro, levar algo para casa, alimentar os meus... Em paralelo, estava tentando alguns trabalhos como free lance e o destino me colocou no mesmo elevador que um conhecido empresário, muito, muito rico. Usando a minha melhor cara, puxei assunto. Ele comentou sobre a necessidade de realizar uma grande ação promocional para aquecer o fluxo no ponto 114
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de venda, em sua rede de lojas, ampliar o tíquete médio, fidelizar clientes... Pronto, era disso que eu precisava, apenas uma chance, sabia como poucos qual solução apresentar, pois fizera isso nos últimos 15 anos. Voei para casa, meus dedos nervosos teclavam freneticamente, e o velho computador, dessa vez, não travou. Rapidamente o projeto tomou forma, estava tudo lá: dinâmica aplicada, custos, previsão de retorno... Mas agora, faltava-me papel e tinta na impressora, os currículos haviam consumido tudo. Salvei o arquivo num disquete (hoje vocês chamam de pen drive...), joguei o blazer sobre os ombros e logo estava entrando num hotel cinco estrelas, à beira-mar, fazendo meu melhor tipo executivo em viagem. Atravessei o saguão com parcimônia, sentei no espaçoso sofá da sala vip e abri o jornal de economia, em inglês, enquanto esperava que o gringo turista terminasse de usar o computador do hotel. Dez minutos depois, chegava ao estacionamento com as impressões prontas e as esperanças renovadas. O tanque, na reserva da reserva, não permitia grandes aceleradas, mas os sinais verdes em seqüência, me ajudaram a chegar em cima da hora marcada. Encontrei o cliente saindo. Ele havia se esquecido da reunião e já estava atrasado para outra. Tentei controlar a ansiedade enquanto ele, em pé, já na recepção, lia
o projeto apressadamente. Minhas mãos estavam frias, o coração acelerado... Tentava ler a linguagem corporal daquela Esfinge, já que ele balançava a cabeça, quase imperceptivelmente, num possível sinal de aprovação. Longuíssimos 46 segundos de um silêncio devastador. O cliente respirou fundo, olhou-me e disparou um seco: “Ok, tá aprovado, vamos tocar, mas dê uma ‘arredondada’ nestes custos. Passe amanhã para acertar o recebimento do sinal com dona Virgínia. Agora, me deixa ir embora que já estou atrasado”. Dito isso, enfiou a papelada na pasta, deu-me um tapa no ombro, e partiu, a passos largos e duros. Uma onda de calor invadiu-me a cabeça, meu corpo tremia. Estava elétrico, tinha vontade de correr, gritar, beijar, abraçar quem estivesse pela frente. Mas me contive; ainda podia pôr tudo a perder com essa explosão dentro do escritório do cliente. Segui para o estacionamento. Agora as pernas estavam fracas. Encostei em um carro, tentei ligar para a minha mulher (a cobrar, pois a conta atrasada, tirou os meus créditos). No alô, ela parecia um pouco irritada, meio impaciente. Comecei a contar sobre a vitória, mas não consegui terminar a frase: um choro arrebatador roubou todo o controle. Convulsivamente, tentava articular as palavras, que voavam desconexas da minha boca. Afastei o telefone do rosto, molhado pelo suor e lágrimas, e deixei que tudo aquilo vazasse de meu peito...o guerreiro ainda podia lutar e vencer!
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LIVROS EM FOCO | AUTOR MAURÍCIO DUARTE |
“As Vozes que calam” As VOZES QUE CALAM são as mais necessárias Vozes que falam, mas não são ouvidas. Vozes que não falam, abafadas. Vozes que falam tão alto que calam todas as outras. Essas são as vozes que calam de Mauricio Duarte. Vozes de um tempo que deixou de ouvir, um tempo que só vomita informação numa mídia que sobrepõe dados encima de dados, sem parar, sem chance de respirar. Os poemas são breves e graves e de temática a mais variada possível, mas com um fio em comum: muitas vezes não queremos ouvir o que é dito neles. Desassossega e desnuda realidades. Realidades cósmicas, santas ou mundanas e miseráveis. As vozes que calam são as mais necessárias. 27 poemas das vozes que calam fundo na alma e nos trazem a certeza do silêncio que diz muito. 40 páginas Capa colorida Miolo PB Papel pólen 80 gr/m2 Editora Literacidade R$ 15,00 Venda de exemplares: https:// editora-garcia.xtechcommerce. com/home1/Vozes-que-calam-sementes-liricas-de-Mauricio-Duarte ou com a Editora Literacidade: https://www.sementesliricas.com.br/ 116
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Mauricio Duarte é poeta, contista e romancista, além de artista visual e ilustrador. É formado em Desenho Industrial – Programação Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ. Formado também em Web Design no SENAC de Niterói – RJ. Formado ainda em Produção Textual com a poetisa Maria Regina Moura na editora Canteiros em Maricá. Participou da Antologia 100 poemas 100 Poetas e da Antologia Poemas Breves no Concurso de Poesia ambas da Editora Literacidade. Foi selecionado no Concurso Cultural Feiticeiro das Letras da Alquimia das Letras. Recebeu o 2º. Lugar no 12º. Prêmio Nacional de Poesia – Cidade Ipatinga pelo CLESI (Clube de Escritores de Ipatinga no âmbito do 14º. Circuito de Literatura de 2015. Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni. Membro da SAL (Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo). Membro Acadêmico da cadeira 18 da Academia de Letras Virtual do Grupo Intenção e Gestos e membro da AGLAC (Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências) na cadeira 56. Contatos com o autor: e-mail: duarte.mauriricioantonio.maurici@gmail.com facebook: https://www.facebook.com/mauricio.a.duarte
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LIVROS EM FOCO | AUTORA NEYD MONTINGELLI |
“Passos Poéticos” Passos poéticos, um convite à reflexão Em um tempo em que as mensagens instantâneas ocupam o centro das atenções e as mídias eletrônicas acabam por nos “consumir”, a poesia torna-se, mais do que nunca, um bálsamo para nossa sensibilidade. Ao abrir a mente para meditação, sua leitura nos possibilita aflorar nossos sentimentos, proporcionando grande bem-estar. Neyd Montingelli, autora de diversos trabalhos, desenvolve sua poesia recheando-a de episódios engraçados, algumas vezes dramáticos e reais, outras não, mas sempre inusitados. Para obter o melhor resultado, a autora pesquisa os temas para chegar o mais próximo da realidade, ainda que seja ficção. Focando na família, seu tema preferido, Passos poéticos é uma coletânea de 140 poesias, escritas para emocionar e levar o leitor à reflexão sobre esta instituição. Valendo-se dos recursos poéticos, a autora faz o melhor uso das palavras para homenagear as mães, os pais, a família, a natureza, os animais, os habitantes do Olimpo e os dias comemorativos em geral.
Onde comprar
Venda: https://clubedeautores.com.br/book/232994--Passos_ poeticos
Biografia
Neyd Montingelli nasceu em Curitiba, é casada, tem quatro filhas e um neto. Formada em psicologia, nutrição, processamento de alimentos e laticínios, é aposentada pela Caixa Econômica Federal. A autora publicou 21 livros, participou em 78 antologias e foi premiada em concursos literários de contos, crônicas e poesias. É membro da ALUBRA e ALB/ Araraquara, do Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires e de Lisboa, da Academia ALMAS de Salvador (BA), do Centro de Letras do Paraná e da Embaixada da Poesia. Recebeu troféus, comendas, medalhas, placas e certificados. Cavalos e contos, de sua autoria, recebeu o prêmio de melhor livro de contos pela Literarte, em Ouro Preto (MG). Receberá o prêmio Melhores do Ano 2017 pelo conjunto da obra na série Feliz viver.
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LIVROS EM FOCO | AUTOR MANUEL AMARO DE MENDONÇA |
“Daqueles além Marão”
“Para além do Marão, mandam os que lá estão”, é uma máxima que não se pode contestar. Gente dura, os transmontanos. São filhos da terra e das pedras: gerados sob o tórrido verão e embalados nas neves que coroam os montes e gelam as casas. Como o ferro bem temperado, das pedras herdaram a dureza e a força, e do sol o calor da simpatia e da lealdade. Vamos conhecer camponeses, guardadores de cabras e até salteadores. Mas seja na vivência de uma das muitas lendas da região, nas dores do amor, ou nas agruras das invasões napoleónicas, é a sua tempera que vai sobressair e, tal como o azeite na água, assim eles se distinguirão dos restantes. É deles que se fala neste livro, Daqueles Além Marão, que lá vivem, trabalham, riem e choram. Site do livro: http://manuelamaro.wixsite.com/autor/daqueles-alem-marao 118
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Sobre o autor
Manuel Amaro Mendonça é português, do concelho de Matosinhos, a “Terra de Horizonte e Mar”. Nasceu em Janeiro de 1965, na cidade de São Mamede de Infesta, é casado e reside noutra região do mesmo concelho. Apesar da sua carreira na escrita não ser muito longa, apresenta-se, até à data, muito prolífica. Desde os finais de 2014, altura em que se decidiu a encarar a escrita com mais seriedade, ganhou um 1º e um 3º prémio em dois concursos de escrita e os seus textos foram seleccionados para mais de uma dezena de coletâneas de contos, de diversas editoras. É autor dos livros “Terras de Xisto e Outras Histórias” (Agosto 2015), “Lágrimas no Rio” (Abril 2016) e “Daqueles Além Marão” (Abril 2017), todos editados pela CreateSpace e distribuídos pela Amazon. Outros trabalhos estão em projeto e saírão em breve, mantenha-se atento às novidades em http://manuelamaro.wixsite.com/ autor e registe o seu e-mail para as receber.
Páginas pessoais
https://www.amazon.com/author/manuelmendonca https://issuu.com/manuelamaromendonca
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LIVROS EM FOCO | AUTORA SILVIA LIGABUE |
“Foque em você – uma reflexão diária” Uma forma de atenuar o estresse causado pelo dia a dia é, sem dúvida, uma boa leitura. E se esta leitura levar à reflexão, proporcionando ao leitor um momento íntimo consigo, o proveito será muito maior. Pensando nisso, a psicoterapeuta, palestrante e escritora Silvia Ligabue publica seu mais recente trabalho: Foque em você – uma reflexão diária. Em vez de apresentar a mensagem em texto, Silvia optou por frases, pensando no exercício de reflexão que esta leitura pode proporcionar. “Muitas vezes paramos, esperando o momento especial, a pessoa especial ou a grande oportunidade, e perdemos as infinitas possibilidades que nos são oferecidas a cada instante da vida”, analisa Tania Orlando, que escreveu a contracapa. Focado nas perguntas que cada um deve fazer a si mesmo, o livro, na opinião de alguns leitores, é leitura de cabeceira. A obra, mais que uma coleção de frases bem elaboradas, é uma fonte de inspiração. E uma das pérolas do livro é esta frase: “A vida é feita de pequenos momentos e grandes histórias”. Esta e muitas outras frases levarão o leitor à reflexão sobre suas dúvidas e anseios e o ajudarão nas pequenas ou grandes decisões que a vida, diariamente, exige que tomemos.
Onde encontrar:
Livro impresso http://www.autografia.com.br/loja/foque-em-voce/detalhes
E-book
https://www.clubedeautores.com.br/book/218157--Foque_em_voce#. WQHPG1XyvIV https://www.kobo.com/br/en/ebook/foque-em-voce
Biografia
Silvia Ligabue é psicóloga clínica de adultos e casais e coaching em bem-estar. Palestrante e escritora, atua há mais de vinte e cinco anos em seu consultório, localizado em São Paulo; e há mais de cinco pela internet, atendendo clientes em todo o Brasil e exterior. É também escritora e palestrante com temas comportamentais e motivacionais. A autora auxilia centenas de pessoas na busca de autoconhecimento, qualidade de vida e bem-estar.
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LIVROS EM FOCO | AUTOR DIEGO MAGALHÃES |
“Detox Verborrágico” Polêmico e instigante surge Detox Verborrágico do autor Diego Magalhães
Dizem que escrever um livro e atravessar o deserto são coisas muito parecidas. Grandes extensões de terra seca e plana são ocasionalmente marcadas por poços de inspiração. Embora escrever um livro possa ser semelhante a uma jornada pelo deserto, o ato de ler um livro não deveria ser. Ele deveria ser uma pausa para descanso num oásis. E foi assim que me senti lendo o livro “Detox Verborrágico”. O Diego conseguiu unir temas polêmicos que nos faz criar pequenas pausas para refletir e questionar, com coisas suaves do nosso cotidiano. Fiquei muito feliz em encontrar com Drummond e Guimarães Rosa nesse trajeto. Parafraseando Hilda Hilst, é triste explicar um escrito. É inútil também. Um escrito não se explica. É como um soco. E, se for perfeito, te alimenta para toda a vida. Baseado nisso não busquei muitas explicações nos escritos do Diego, apenas bebi, saciei-me e fiquei alimentada. Que assim seja com você também. Beba com vontade! (Néia Lopes) Biografia do autor: Acadêmico da Academia Januarense de Letras, Membro do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa, Mineiro e Monarquista. Link: https://www.chiadoeditora.com/livraria/detox-verborragico
Sinopse
Entre o mimimi e o blá-blá-blá existe um vácuo axiológico de chistes e chorumelas cuspidas ou declamadas por pensadores de rua e on-line. Youtubers, textões de Facebook, clichês acadêmicos e ideológicos... sempre há uma palavra ou expressão que puxa o bonde uníssono de uma multidão reativa. É sobre tais palavras contaminadas que discorro, escorro e esporro. (Que parágrafo esquisito!) O detox verborrágico é importante para “lavar” as palavras de ideias nocivas. Há quem evite dizer algumas delas por medo de ser enquadrado em determinado posicionamento ideológico. É um absurdo segregá-las.
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LIVROS EM FOCO |
EDITORA M. BOOKS |
BREVE GUIA PARA TRATAMENTO DO AUTISMO Elisabeth Hollister Sandberg e Becky L. Spritz
Cuidadosamente investigado e escrito de forma concisa, Sandberg e Spritz oferecem, pela primeira vez, um guia extremamente bem pesquisado e acessível sobre os tratamentos disponíveis para crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. As famílias com crianças autistas precisam enfrentar a difícil tarefa de encontrar as melhores intervenções para os seus filhos, em meio a uma gama estonteante de informações fornecidas por profissionais e educadores, por outras famílias, materiais impressos e Internet. O processo de analisar essas informações é assustador, confuso e extremamente demorado, tornando quase impossível para as famílias com uma criança com necessidades especiais obter as orientações fundamentais de que precisam. As autoras não apenas descrevem os tratamentos disponíveis e os seus custos, mas fornecem uma avaliação bem fundamentada do apoio para qualquer intervenção em particular, desde informações on-line a relatos de pais e sólidas evidências científicas. Este livro se tornará o guia definitivo sobre tratamentos para todas as famílias de crianças com autismo, e eu o recomendo com vigor a qualquer um comprometido em otimizar as intervenções para crianças com transtornos do espectro do autismo.
SOBRE AS AUTORAS
Elisabeth Hollister Sandberg PhD., psicóloga cognitiva e palestrante na Vanderbilt University, Tennessee, Estados Unidos. Becky L. Spritz PhD., psicóloga clínica infantil e professora associada de psicologia na Roger Williams University, em Rhode Island, Estados Unidos. Juntas as autoras editaram a obra A Clinician’s Guide to Normal Cognitive Development in Childhood.
M. Books do Brasil Editora Ltda
Atendimento ao Cliente: 11 3645-0409 / 0410 - Fax: 11 3832-0335 Email: vendas@mbooks.com.br Visite nosso site: http://www.mbooks.com.br / Twitter: @mbooks_ / Facebook: facebook/mbookseditora
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Obrigada a todos escritores que fazem do Divulga Escritor o maior projeto de divulgação literária da Lusofonia
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