33ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

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Sumário

Capa

Entrevistas PORTUGAL Filipa Leandro........................................................................................24

Participação Especial Manuel Amaro Mendonça......................17 Vanderley Sampaio................................21 Onévio Zabot.........................................28 Texto Ideal.............................................32 Salmos Modernos..................................40 Rosa Marques........................................60 Marcelo Allgayer.....................................61 Edielane Lacerda da Cruz.........................71 JackMichel..............................................77 Rosa Maria Santos...................................79 Rosana Nicácio.......................................84 Bernadete Bruto......................................90 Marta Maria Niemeyer...........................91 Nell Morato.............................................98 Isi Golfetto.............................................104 Nilza Amaral ........................................110 Petrônio Borges.....................................116 José Lopes da Nave...............................120 Helena Santos........................................121 Vitor Costeira.......................................125

Colunas

Gilmar Duarte Rocha As várias faces da criação literária Pág.10

BRASIL A. Baruk ................................................................................................30 José Melo Marques................................................................................37 Elane Marques........................................................................................46 Fábio A. Gabriel.....................................................................................52 Glaucinede Mendes Machado................................................................58 Guss de Lucca.........................................................................................63 Jorge Luís de Jesus...................................................................................68 José A. Azevedo.....................................................................................73 Luandro..................................................................................................80 Luciana Leopoldino................................................................................86 Marcos Pereira.......................................................................................92 Marisol.............................................................................................101 Nelson Caldeira....................................................................................108 Odilia Portugal.....................................................................................112 Rafaela Figueiredo................................................................................117 Vera Maria Silveira...............................................................................122

Poetas Poveiros – Vários autores..............................50 Solar de Poetas – José Sepúlveda............................55 A Vida em Partes – Tito Mellão Laraya.....................66 Mercado Literário – Léo Vieira..................................67

Livros em Foco Francisco J. S. A. Luís............................................................130 Teia Camargo..........................................................................133 Sobrevivi ao Aborto..............................................................135


Shirley M. Cavalcante (SMC)

Coordenadora do projeto Divulga Escritor

www.divulgaescritor.com www.portalliterario.com www.revistaacademicaonline.com

Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VI Nº 33 Edição abril - 2018 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação EstampaPB Revisão ortográfica das entrevistas Josias A. de Andrade Texto Ideal - http://texto10. wix.com/mais Para Anunciar smccomunicacao@hotmail. com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

Com sucesso, chegamos à edição 33, a segunda edição de 2018, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Nesta edição temos como destaques de capa o autor Gilmar Duarte Rocha, livros do autor Vanderley Sampaio e Salmos Modernos. Esta edição está recheada de entrevistas são mais de quinze. Composta por mais de 40 autores, estamos divulgando entrevistas, livros, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo edição 34. Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos. Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada,José Lopes da Nave, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio no Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada, Josias A. de Andrade, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: revista literária da lusofonia, uma revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita para leitores de todo o mundo. Boa leitura!


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Nova parceria Divulga Escritor

É

Por Manuel Amaro Mendonça

com muito orgulho que assisto ao lançamento da rubrica «Recanto da Lusofonia» da jornalista Shirley Cavalcante, editora da revista «Divulga Escritor», no semanário «Minho Digital». “O semanário ”MINHO DIGITAL” é um Órgão de Comunicação Social que visa tratar a informação regional com rigor, objectividade e isenção, no respeito pelos Princípios Deontológicos e a Ética Profissional.” Foi uma bela surpresa que tive hoje, ao ser confrontado com a entrevista que dei sobre o lançamento do meu último livro, “Daqueles além Marão”, publicada no “Minho Digital”, no âmbito desta nova parceria. A minha colaboração com a “Divulga Escritor” não tem sido tão frequente quanto eu gostaria que fosse, mas mesmo assim tem sido recompensadora e esta surpresa que me fizeram hoje, só prova o al-

truísmo que rege a revista e a sua editora Shirley Cavalcante. As iniciativas em prol da cultura, mais particularmente da escrita, são sempre bem vindas e esta minha amiga, tem sido incansável nesse percurso. Desde os primeiros números da sua revista que os autores participantes, a qualidade da revista e a variedade de artigos não param de aumentar. Esta ligação que a Shirley criou entre os autores lusófonos, continua a ser reforçada e os textos escritos na poderosa língua de Camões, bem como os seus autores, podem ser lidos e conhecidos livremente em todos os continentes... não estarei muito enganado se disser que nunca houve nada tão abrangente neste campo. Imparável, o projecto “Divulga Escritor” cria mais um pilar na fabulosa ponte lusófona, com esta colaboração na “Minho Digital”, que é apresentada assim: “O MINHO DIGITAL abraçou a Causa da Cultura da Lusofonia. Semana a semana, no RECANTO DA

LUSOFONIA, aqui traremos aos leitores os contributos dos escritores mais conceituados.” E é exactamente isso que a Shirley está a fazer nos últimos anos, ao longo dos já 32 números da revista “Divulga Escritor”, que representam cerca de seis anos de árduo trabalho. De resto e para encerrar, deixo que ela se descreva, nas próprias palavras no perfil de Facebook: “Eu sou uma águia voando, inovando, conquistando seguidores, se tornando referencia, benchmarking e que no momento certo, renova-se, para começar novos voos. Para Deus sou filha, dedicada iluminada, que brilha, mas não ofusca, só reflete, dando oportunidade de conforto através do amor que tenho dentro de mim, sem tamanho, sem limites, sem fronteiras.... assim sou eu de passagem por este mundo.” E que bela passagem, que ainda está no início! Senhores e senhoras amantes da palavra escrita, uma forte ovação, de pé!


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Gilmar

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Duarte da Rocha As várias faces da Literatura Gilmar Duarte da Rocha, romancista baiano, com formação em Economia, Tecnologia da Informação e Engenharia de Sistemas, é autor de 8 livros publicados e diversos artigos e crônicas difundidos em jornais e revistas de cunho literário. Atualmente é membro da ANE (Associação Nacional de Escritores) e IWA (International Writers Association). Fará parte da Antologia da Associação Internacional de Escritores (IWA), com um conto inédito em inglês. Láurea: menção honrosa no concurso literário Paulo Setúbal (SP). Boa leitura!

O dúplice poderia designar essa dualidade na linha de investigação dos dois profissionais, mas no final da história, o leitor verá que o dualismo significa, a rigor, outra coisa bem mais complexa e extraordinária.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Gilmar Duarte da Rocha, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever? Gilmar Rocha - Agradeço mais uma vez a oportunidade oferecida pela Revista Divulga Escritor. A motivação pela arte de escrever decorre do dinamismo e da gama de possibilidades que o escritor tem para manifestar suas ideias e o seu pensamento. Diferentemente das outras artes, a literatura exige do artista muito mais do que transpiração e inspiração. Exige também sofrimento, pois nem tudo é deslumbramento quando o escritor senta para construir um texto com ou sem uma ideia preconcebida. É tudo muito doloroso. E também muito gratificante. Creio que a grande motivação decorre desse desafio. Em que momento se sentiu preparado para publicar seu primeiro livro solo? Gilmar Rocha - Eu já vinha escrevendo desde minha juventude. A decisão de publicar mesmo apareceu quando tive a absoluta certeza de que alguém iria se interessar por minhas histórias, iria se sentir feliz lendo algo que brotou do meu interior; quando vi que os textos apresentavam alguma qualidade e que iriam contribuir

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DIVULGA ESCRITOR um pouco com o cenário literário atual. Como venho da área de tecnologia, diferentemente da maioria dos escritores, que provêm da área de jornalismo ou atividade similar, a técnica de formatação dos textos segue uma dinâmica sempre pautada na criatividade e na inovação. Desde então, muitos outros livros foram escritos e publicados. Quais critérios você utiliza na hora de escolher sobre o que escrever um livro? Gilmar Rocha - No meu caso, não há critério algum na hora de lançar um livro. Às vezes uma história navega na minha cabeça por anos a fio e continua lá, guardada e condimentada na memória, esperando, quiçá, o momento certo para vir a público. Outras vezes, um livro nasce num rompante (como a sátira “Um morto na minha cama”), que foi concebido e publicado no decurso de quatro meses. O processo de criação é muito dinâmico. Tem hora que uma ideia atropela a outra que estava brotando, ganhando corpo e acaba tendo a primazia de ganhar as luzes da ribalta. Há ainda a questão do custo do processo editorial, que infelizmente acaba freando a dinâmica de 90% dos escritores brasileiros, que têm que arcar com os custos totais ou parciais de uma publicação. Apesar da diversidade de editores atualmente, o custo de publicar um livro em papel, ainda o formato preferido dos leitores tradicionais, é oneroso; e lançar um romance de mais de quatrocentas páginas torna-se completamente inviável no Brasil sem que se tenha patrocínio. Daí várias boas ideias permanecerem intactas nas gavetas. Você poderia escrever diferentes temáticas em um mesmo segmento. No entanto, você tem livros publicados em diferentes segmentos, entre eles: romances, novelas, crônicas, ficção fantástica, artigo técnico. O que o levou a escrever em diferentes segmentos? Gilmar Rocha - Escrever ficção abre 12

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um leque de opções muito grande. Tem hora que me dá uma vontade imensa de escrever um livro de suspense, outra hora bate aquele estalo e você resolve discorrer sobre uma epopeia regional; em outro momento, após ler um bom livro de outro autor, um determinado tema vem por simbiose. Acho que isso é

um processo bastante natural em todos os escritores de novelas em todos os tempos. Pouca gente sabe, por exemplo, que o notório escritor americano H. G. Wells escreveu mais de 100 obras dos mais diversos gêneros. No entanto, ele só ganhou notabilidade quando escreveu peças de ficção fantástica como “A guerra


DIVULGA ESCRITOR dos mundos” e “O homem invisível”. Outro exemplo oportuno é o de Sir Arthur Conan Doyle, homem dotado de uma mente brilhante e bastante erudito. Publicou inúmeros livros, mas só é reconhecido pela série de histórias do detetive Sherlock Holmes. Há outros que atiraram em várias direções e foram bem-sucedidos, como Alexandre Dumas. Outros, nem tanto. Gilmar, qual o livro que demorou mais tempo para ser escrito e publicado? Apresente-nos a obra. Gilmar Rocha - O outro livro previsto para sair neste ano, “Viajantes de poliverso”. Carreguei-o na memória por anos a fio. Comecei a escrever um núcleo há mais de quinze anos, depois fui enxertando novas ideias ao longo do tempo (sem descaracterizar o núcleo da história). Como é uma obra de ficção fantástica, onde prevalece a fantasia acima de tudo, volta e meia preciso fazer algumas intervenções para adequar o texto às possibilidades tecnológicas do futuro. Além dos inúmeros retoques, acresci gravuras preciosas de artistas talentosos e terminei montando uma grande alegoria literária, um painel de possibilidades artísticas, um almanaque de entretenimento, informações, reflexões, parábolas e magia. Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? O que o motivou a escrever de forma tão intensa? Gilmar Rocha - Ótima questão. “O retrato de Pier Alcoforado” (2010) é um livrinho de pouco mais de 60 páginas e que levou apenas um par de meses para concebê-lo. Traz, no seu conteúdo, uma história aparentemente simples, história essa inspirada após a leitura de um conto do criador do suspense Edgar Allan Poe. Esse conto muito iluminado de Poe traz intrinsecamente em suas poucas linhas uma explosão de sentimentos metafísicos, transcendentais e som-

O outro livro previsto para sair neste ano, “Viajantes de poliverso”. Carreguei-o na memória por anos a fio.

todas são prostitutas. Após serem executadas, as mulheres são atiradas na rua a partir do segundo andar de um prédio de uma rua do centro antigo da capital paulista. Mas o que mais intriga os policiais envolvidos na investigação é que as vítimas pertencem a um determinado signo do zodíaco, ou seja, nunca houve uma pessoa de um mesmo signo no mar de mulheres assassinadas. Essa relação brios; aliás, uma característica muito dos crimes com o horóscopo dá uma peculiar em toda a criação literária certa atratividade à história e prende de Poe. Não é necessário, portanto, o fôlego do leitor. escrever muitas linhas para produzir uma obra intensa. Albert Camus Qual o momento, enquanto escrevia deitou e rolou com o seu sintético e o enredo, que mais o marcou? Coexistencial “O estrangeiro”. mente. Gilmar Rocha - A resposta a essa Vamos conhecer um pouco o seu úl- pergunta reside no próprio título timo lançamento. O que o inspirou “Dúplice”, curiosamente uma palaa escrever “Dúplice”? vra pouco usada na língua portugueGilmar Rocha - “Dúplice” foi escrito sa, já que ela é irmã univitelina da há cinco anos com o título provisófamosa tríplice. Pois bem, ao imario de “A roleta dos signos”. Nasceu ginar a história reparei que estava espontaneamente sem muitas pretensões literárias. Teve – acho – mui- havendo um conflito durante o prota influência do meu vício por filmes cesso de investigação entre os dois de ação e suspense (sou cinéfilo de protagonistas, o policial Renault e carteirinha, para quem não sabe), e o delegado Rey, e essa divergência a dinâmica dele é muito diversa da descamba para um lado perigoso, maioria dos meus livros. Ano passa- onde um não confia mais no outro do, quase por acaso, dei uma passada e começam a aparecer conflitos, arnos originais e achei que poderia pu- mações e conspirações. O dúplice blicá-lo, pois, como disse, a história é poderia designar essa dualidade na vigorosa, cinematográfica, permeada linha de investigação dos dois prode suspense, tensão e excitação. Duro fissionais, mas no final da história, o mesmo foi revisá-lo, pois estou cada leitor verá que o dualismo significa, dia mais exigente comigo mesmo, tala rigor, outra coisa bem mais comvez fruto do processo de dedicação cada dia mais integral com as letras e plexa e extraordinária. Onde podemos comprar seus livros? a literatura de um modo geral. Gilmar Rocha - Como ainda não tenho uma loja virtual própria, recoApresente-nos a obra. mendo a quem tiver interesse em Gilmar Rocha - O enredo não é neadquirir meus livros, inclusive “Dúplinhuma novidade. Conta a história de ce”, procurar no site da Livraria Culum serial-killer que atormenta a po- tura, Estante Virtual ou no Mercado lícia de São Paulo com crimes que se- Livre. Os e-books são mais práticos guem à risca um ritual macabro: to- de adquirir. Os livros mais recentes das as vítimas são do sexo feminino; estão à disposição na Amazon e na todas são estripadas violentamente; Google Books. www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR Quais os seus principais objetivos como escritor? Gilmar Rocha - Escrever mais e mais. Escrever e publicar tudo o que estiver ao meu alcance e escrever bem, sempre antenado com as tendências artísticas e comprometido em propor novas alternativas de expressão literária. Em 2022, iremos comemorar o centenário da última grande revolução artístico-literária brasileira, o Modernismo, de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral, Manuel Bandeira e outros, que de certa forma deu um grande cutucão no processo criativo do nosso país. Depois do Modernismo, vimos um grande salto de produção e de qualidade nas artes e nas letras. Gostaria de participar, junto com artistas e escritores de todas as gerações, de um movimento similar ao Modernismo. Afinal, “um país se constrói com homens e livros”, como disse o sábio Monteiro Lobato. Soube que já temos livro novo em processo inicial de publicação; apresente-nos a obra. Gilmar Rocha - Na quinta questão desse nosso bate-papo eu já adianto alguma coisa desse livro. Só posso acrescentar que é algo inédito na literatura brasileira. Infelizmente não posso explanar muito sobre a história, pois além de ser extensa, é um pouco complicado a gente expor ideias sem ter o concreto ainda em mãos. Hoje, há uma crise generalizada de criatividade no mundo, e uma coisa que estou aprendendo aos poucos é me resguardar. Digo isso sem falsa modéstia e sem hipocrisia, pois não publicamos apenas livros como antigamente. Publicamos mídia e estamos infestados de mídia atualmente. Tem um tal de Netflix (risos) que não me deixa mentir. Às vezes, quando me bate uma ideia de livro, fico todo alegre, começo a formatar a história e vejo depois que não criei nada

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Recomendo, principalmente, revisitar a história geral, pois tudo no mundo é cíclico, e as coisas não acontecem por acaso.

novo. Descubro que um cidadão do Irã, que nunca vi e nunca li na minha vida, escreveu algo similar. Seria o esgotamento do modelo atual de criação artística? Não sei. Além de escrever. Quais os principais hobbies do escritor Gilmar Duarte da Rocha? Gilmar Rocha - Cinema, como falei, é o hobby predileto. Prefiro, geralmente, assistir a filmes e documentários na forma de DVD. Raramente vou às casas de exibição. Ler, como diversão e ofício, naturalmente. Aliás, no ano passado dei vazão a um sonho de infância, que era ter uma biblioteca particular. Hoje conto com um pequeno acervo em meu gabinete e causo inveja a muitos colegas de letras (risos). O terceiro e pegajoso hobby é o futebol. Sou maluco por esse esporte de origem saxã, em que22 homens correm loucamente atrás de uma bola de couro em meio a um relvado de formato quadrilátero. Sempre que vou a Salvador não perco um jogo do meu querido Esporte Clube Vitória. Aqui em Brasília geralmente vou assistir aos jogos pela TV na companhia de um bando de loucos chamado Vitória Candango. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Gilmar Duarte da Rocha e sua brilhante trajetória literária. Agradecemos sua participa-

ção na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Gilmar Rocha - Agradeço a vocês a oportunidade de mostrar um pouco do meu trabalho aos brasileiros que gostam da boa literatura e também aos leitores da comunidade lusófona; aliás, estou cada dia mais interessado nas produções de Portugal, Angola e outros países irmãos de língua. Meu desejo é interagir um pouco mais com eles, e para tal conto com a preciosa ajuda da Revista Divulga Escritor, que está sempre promovendo encontros e estreitando os laços entre os literatos da língua de Camões. Quanto à mensagem que deixo aos leitores é – leiam, leiam e leiam. Tudo o que puderem e sempre que puderem. Sei que é muito complicado – principalmente para os jovens que são bombardeados por uma infinidade de mídia – mas a leitura é que nos dá o pilar para que tornemos cidadãos melhores, para conhecermos melhor a vida, darmos valor ao nosso próximo, saber como funciona a dinâmica do mundo, saber escolher os nossos governantes e cuidar melhor do nosso combalido planeta. Recomendo, principalmente, revisitar a história geral, pois tudo no mundo é cíclico, e as coisas não acontecem por acaso. Faremos uma humanidade melhor no futuro se não cometermos os erros recorrentes do passado e do presente.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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O mito de Sísifo revisitado Por Gilmar Duarte Rocha

Para a amiga Vera Lúcia de Oliveira De todas as correntes da filosofia, desde os tempos pré-socráticos, o existencialismo é a escola que mais expôs questões que continuam gravitando e desafiando os pensadores até os dias atuais. Kierkegaard, no início do século XIX, assombrou os acadêmicos quando pautou que o indivíduo é o único responsável por dar sentido a sua própria vida e que deve viver da melhor forma que lhe aprouver, não obstante os obstáculos que ele se depara como a ansiedade, o absurdo, a alienação e a lassidão. Filósofos que o sucederam, como Nietzche e Heidegger, apimentaram a temática, especificamente Nietzche, que pôs na berlinda a questão da existência de um ser divino superior e da ingerência dessa entidade sobre o destino do homem. O pós-segunda Guerra Mundial abriu espaço para novos filósofos explorarem o tema e trazerem ele-

mentos adicionais à questão do existencialismo. Jean-Paul Sartre (19051980) surge com a instigante teoria de que a existência precede a essência, ou seja, só com o ser humano (apenas ele, o humano) primeiro existe, depois se define. Albert Camus (1913-1960), também francês, contemporâneo, confidente e amigo de Sartre – romperam a amizade em 1952, por divergências ideológicas –, assumiu o existencialismo em toda a sua plenitude construindo obras de profundidade filosófica e psicológica, peças de ficção como A peste, A morte feliz e O estrangeiro, este último uma tradução literal do seu pensamento sobre o absurdo, onde o personagem Mersault comete um assassinato de um árabe, na Argélia, mas é acusado, não apenas pelo ato vil, mas principalmente pela sua absoluta incapacidade de sentir remorso ou compaixão. Contudo, foi no gênero não-ficção, mais propriamente numa peça de ensaio de curto fôlego, publicada sobre o título O mito de Sísifo, que o escritor franco-argelino traz à luz a questão do subjetivismo, da busca do homem

pelo sentido da vida, da linha tênue que delimita o suicídio do absurdo, do questionamento eterno da existência e da criação, como “Ou não somos livres e o responsável pelo mal e Deus Todo-Poderoso, ou somos livres e responsáveis, mas Deus não é todo Todo-Poderoso”. O mito de Sísifo foi publicado em 1942 pela renomada Editora Gallimard, Paris, quase que simultaneamente ao romance O estrangeiro. Camus, com toda a sua genialidade, estruturou a obra de maneira invertida, colocando o mote depois da glosa, ou seja, na seção que dá título ao livro e que consubstancia os seus pensamentos, apresenta-se oportuna e inteligentemente no final da obra. No primeiro capítuloda primeira seção, designada “Um raciocínio absurdo”, logo nas linhas preliminares ele provoca espanto no leitor com a assertiva “Só existe um problema filosófico sério: o suicídio”. Na sequência ele explica em pormenores o porquê dessa afirmação, tecendo comentários acerca de indivíduos que tiveram todo o www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR motivo do mundo para consecução à ação fatalista, mas acabam declinando de cometer tal ato, e outros que terminam cortando por mãos próprias o tubo de oxigênio que os liga ao sopro da vida por razões meramente fúteis. No remate dessa questão – que ele volta a pôr em cheque em capítulos subsequentes –, Camus diz “é sempre cômodo ser lógico. É quase impossível ser lógico a fundo. Os homens que morrem por suas próprias mãos seguem até o fim a inclinação do seu sentimento. A reflexão sobre o suicídio me dá então a oportunidade de enunciar o único problema que me interessa: há uma lógica que chegue até a morte? Só posso sabê-lo perseguindo, sem paixão desordenada, com a única luz da evidência, o raciocínio cuja origem indico aqui. É o que chamo de um raciocínio absurdo”. Quanto ele adentra na seção “muros absurdos”, questiona com muita procedência que grandes obras, grandes ideias da humanidade nascem de um lampejo, na esquina de uma rua, no trespassar de uma porta giratória, no gole despretensioso de uísque numa birosca qualquer. “Absurdo assim”, como analisa Camus. Há ainda a questão da lassidão, da fadiga, do esgotamento, quando o indivíduo de repente se toca que toda a rotina do dia a dia, aquela intensa roda-viva de acordar, fazer o desjejum, pegar o bonde de ida, trabalhar, almoçar, trabalhar, pegar o bonde de volta, jantar, dormir, acordar... tudo isso uma hora cai a ficha e o sujeito fica na extremidade do penhasco da vida, nas palavras do nosso autor “a lassidão está ao final dos atos de uma vida maquinal, mas inaugura ao mesmo tempo um movimento da consciência. Ela o desperta e provoca sua continuação. A continuação é um retorno inconsciente aos grilhões, ou é o despertar definitivo. Depois do despertar vem, com o tempo, a consequência: suicídio ou restabelecimento”. 16

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O mito de Sísifo foi publicado em 1942 pela renomada Editora Gallimard, Paris, quase que simultaneamente ao romance O estrangeiro.

Esse moto contínuo eterno, esse overlooping que Camus nos esfrega na cara sem piedade, é reforçado pela nossa tendência em conviver o presente e viver o futuro, “amanhã faremos”, “mais tarde”, “quando você conseguir uma posição”, “com o tempo vai entender” e o autor arremata cruelmente“estas inconsequências são admiráveis, porque afinal trata-se de morrer”. Há ainda na seção “muros absurdos”, uminevitável questionamento sobre a morte, tema tratado por quase todos os filósofos, apesar da morte ser o acontecimento humano mais temido e o menos comentado. Camus faz a sua abordagem: “Chego, por fim, à morte e ao sentimento que ela nos provoca. Sobre este ponto já foi dito tudo e o mais decente é resguardar-se do patético. Mas é sempre surpreendente o fato de que todo mundo viva como se ninguém ‘soubesse’. Isto se dá porque, na realidade, não há experiência da morte”. Não fugindo ao contexto do seu pensamento, ele classifica os belos discursos que fazem sobre a alma, como uma prova dos nove ao contrário, pois o tempo traz a demonstração e a solução sempre vem atrás. “Este lado elementar e definitivo da aventura (vida) é o conteúdo do sentimento absurdo”. No capítulo “Suicídio filosófico”, o escritor francês retoma o tema suicídio vinculando-o ao absurdo. “Se julgo uma coisa como verdadeira, devo preservá-la. Se me disponho a buscar uma solução para um problema, ao menos não posso es-

camotear com essa mesma solução um dos termos do problema. O único dado, para mim, é o absurdo. A questão é saber como livrar-se dele e se o suicídio deve ser deduzido desse absurdo”. Quando ele afirma lucidamente que o absurdo só tem sentido na medida em que não seja admitido, ele faz em seguida uma inferência que soa como uma estridente trombeta nos nossos ouvidos hermeticamente encerados: “Existe um fato evidente que parece absolutamente moral: um homem é sempre vítima de suas verdades. Uma vez que as reconhece, não é capaz de se desfazer delas. Precisa pagar um preço. Um homem consciente do absurdo está ligado a ele para sempre. Um homem sem esperança e consciente de sê-lo não pertence mais ao futuro. Isto é normal, como também é normal esforçar-se para escapar do universo que criou”. Camus é cru e extremamente sincero quando expressa que o homem tem uma tendência a divinizar tudo que o oprime – as moléstias, pragas, calamidades – e encontra razão para ter esperança dentro do que as desguarnece. E segue dando embasamento à essa sua teoria citando os seus mestres Chestov e Kierkegaard. Em “A liberdade absurda” ele parte do pressuposto de que não existe o “amanhã”. “Esta é, a partir de então, a razão da minha liberdade profunda. Farei aqui duas comparações. Os místicos encontram uma liberdade para se entregar, abandonando-se aos deuses e aceitando as suas regras, pois elas também se tornam secretamente livres... Mais libertos do que livres... Da mesma forma o homem absurdo, totalmente voltado para a morte... Sente-se desligado de tudo... Saboreia uma liberdade em relação às regras comuns. Da mesma maneira (minha segunda comparação), os escravos da Antiguidade não se pertenciam, mas conheciam a


DIVULGA ESCRITOR liberdade que consiste em não se sentirem responsáveis”. Como se percebe, a presente obra de Albert Camus, foi erguida sobre os alicerces da teoria do absurdo e tudo a que ela se cerca. No tópico “O homem absurdo” ele crava no prólogo uma citação da obra “Os possessos”, do também adepto do existencialismo, o russo FiodorDostoiévski: “Se Stravoguine acredita, ele não acredita que acredita. Se ele não acredita, não acredita que não acredita”. Camus começa o capítulo citando Goethe “Meu campo é o tempo”, enunciado que ele acredita ser a essência do homem absurdo. Mais adiante ele justifica o homem absurdo como aquele nada faz pelo eterno. “Seguro de sua liberdade com prazo determinado, de sua revolta sem futuro e de sua consciência perecível, prossegue sua aventura no tempo de sua vida. Este é o seu campo, lá está sua ação, que ele subtrai a todo juízo exceto o próprio”. O escritor consolida a sua obra abordando temas como a síndrome de Dom Juan, onde faz considerações bastantes substantivas sobre o papel do artista perante o tempo. No capítulo “Filosofia e romance”, ele nos presenteia com outro achado filosófico: “... Trata-se apenas de ser fiel à regra do combate. Este pensamento pode ser suficiente para alimentar um espírito: sustentou e sustenta civilizações inteiras. Não se pode negar a guerra. Não é preciso morrer ou viver. É como o absurdo: trata-se respirar com ele, reconhecer suas lições e encontrar sua carne. Neste sentido, o deleite absurdo por excelência é a criação”. Há ainda um excerto sobre o personagem Kirilov, da mencionada obra Os possessos, deDostoiévski, partidário incondicional do suicídio lógico e um outro interessante capítulo intitulado “Criação sem amanhã”, onde ele discorre sobre a

Camus é cru e extremamente sincero quando expressa que o homem tem uma tendência a divinizar tudo que o oprime

importância da perenidade de uma obra artística. Por fim, após desfilar seções e capítulos de questionamentos, lances geniais de epifania, permuta constante de instruções, sapiências e luzes com titãs da filosofia do passado acerca da existência do indivíduo humano e o seu papel primordial neste mundo, o genial escritor transporta no último veículo alegórico o mote de sua obra – “O mito de Sísifo”. Para quem ainda não conhece a simbologia desse mito grego, Sísifo (inclusive eu, antes da leitura do pequeno grande livro de Camus), replico a seguir o primeiro parágrafo do capítulo: “Os deuses condenaram Sísifo a empurrar uma pedra incessantemente até o alto de uma montanha, de onde tornava a cair por seu próprio peso. Pensaram, com certa razão, que não há castigo mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança”. Pergunta-se: qual o motivo que levaram o mito grego a “ser o trabalhador inútil dos infernos”? As respostas são diversas de acordo com o contexto onde o tema do “eterno castigado” foi inserido. A mitologia grega dá uma explicação, ou várias explicações, nem sempre lógicas; Homero, na plenitude de sua fértil imaginação, embaralha ainda mais a razão efetiva do castigo imposto ao símbolo heleno. Camus, enfim, tem um representante mitológico a quem imputar a primazia do herói absurdo. Primeiro, pelo suplício irracional ao qual o nosso símbolo é

submetido adeternum. Seria aquela pedra, aquele peso eterno, que nós humanos somos obrigados a alavancar morro acima, do berço à sepultura? Camus vai mais além e diz que é o regresso (quando a pedra rola de volta à base da montanha e Sísifo retorna ao árduo trabalho de galgá-la morro acima outra vez) a parte que mais o interessa. “Um rosto que padece tão perto das pedras já é pedra ele próprio! Vejo esse homem descendo com passos pesados e regulares de volta para o tormento cujo fim não conhecerá... Em cada um desses instantes, quando ele abandona os cumes e mergulha pouco a pouco nas guaridas dos deuses, Sísifo é superior ao seu destino. É mais forte que a sua rocha”. Como já foi mencionado, Albert Camus publicou esta obra quase que simultaneamente ao romance “O estrangeiro”, em 1942. Há influência evidente do pensamento existencialista tanto no clássico “O estrangeiro”, quanto em “A peste”, “A queda”, “A morte feliz” e outros textos do franco-argelino, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1957. Para os leitores que já tiveram o privilégio de apreciar “O mito de Sísifo” adianto as escusas se por acaso as minhas considerações e ponderações não conjuguem com as apreciações do leitor, afinal o próprio autor frisa no prelúdio da obra “Mas vale a pena notar, ao mesmo tempo, que o absurdo, encarado até aqui como conclusão, é considerado neste ensaio como ponto de partida”. Mesmo quem ache a teoria do absurdo um tanto quanto extravagante (como eu penso às vezes), a gente se pergunta qual seria o leitmotiv da vida se nós tivéssemos a certeza de que tudo seria plano, correto; que iríamos caminhar sempre em estradas lisas, sem ranhuras, enfim que o barco da vida iria sempre navegar em águas plácidas e que o nosso prazo de validade viesse carimbado na nossa testa. www.divulgaescritor.com | abril 2018

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Resenha: Bolerus, deVanderley Sampaio

(*) Marcos Fidêncio Não há como não estabelecer uma relação entre “Bolero” e “Bolerus”. O primeiro é um gênero musical nascido na Europa e depois trazido para a América, em especial para Cuba, onde se misturou com ritmos africanos. Já o segundo é um besouro. Isso mesmo. Um inseto da ordem dos coleópteros. Qual seria então a provocação do autor com tal título? Fazer o nosso pensamento dançar? Colocar um inseto zunindo na nossa cabeça para remexer os neurônios, rearranjando nossas viciadas sinapses, tão acostumadas ao óbvio? Façamos uma síntese: um besouro atrevido, às vezes irritante e desafiador como o grilo falante de Disney ou a mosca da sopa de Raul, que nos tira da nossa cômoda posição e nos faz encontrar novas formas de fazer o pensamento dançar. Talvez seja isso. E não adianta dedetizar!Também é inútil dormir, que a dor não passa. www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR Mas vamos ao livro. Em primeiro lugar, julgo necessário estabelecer aqui uma definição acerca do estilo de cada escritor. Trata-se do modo com que as palavras são escolhidas e dispostas na prosa ou na poesia. É como se o autor tocasse uma música e as palavras dançassem de acordo com o ritmo dos sons produzidos por ele. Às vezes uma dança lenta, às vezes acelerada, grave ou aguda, harmoniosa... E, em alguns momentos, ele pode até emitir acordes dissonantes pelos cinco mil alto-falantes das páginas da sua obra. Senhoras e senhores, ele também pode pôr os olhos grandes sobre o mundo para cantá-lo do seu próprio modo aos leitores! Na obra “Bolerus”, primeira reunião de poemas de Vanderley Sampaio, a trilha sonora é fortemente marcada pelo concretismo. Na maioria dos poemas, com destaque para “Pingos nos is” e “Um espinho”, isso fica muito claro e pode ser facilmente comprovado na própria diagramação dos versos. Sampaio se preocupa com a disposição espacial das palavras em alinhamentos geométricos, buscando com extrema competência uma forma para veicular a expressão poética, concentrando suas preocupações na materialidade da palavra, nos seus aspectos sonoro e visual, tal qual fizeram Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari, no final dos anos 50, mandando às favas as métricas e rimas tradicionais. Afinal, nem sempre a adequação tem que ser perfeita ao modo de Bilac. Como já disse Caetano, nem tudo é métrica e rima, às vezes é dor! A dor de romper, como faz Sampaio. Por isso, “Bolerus” tem um leve cheiro de Tropicalismo na medida em que flexibiliza versos, aproveita espaços em branco como parte da significação, transforma as palavras em objetos, explorando a sonoridade e a visualidade. Mas também 22

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é deliciosamente contaminado por um sutil sabor de poesia-práxis ao se preocupar com os aspectos semânticos das palavras, fazendo uso de neologismos, decompondo termos, abrindo a possibilidade de múltiplas leituras, levando em conta a capacidade própria de interpretação de cada leitor. A predominância de um estilo em que conteúdo e forma se enamoram e brigam ao mesmo tempo em cada um dos versos, nos leva a compreender o porquê da escolha de tal canto. Possivelmente, as influências dos estudos semióticos do autor, formado em jornalismo, são sentidas aí. As leituras de Peirce, Pignatari, Umberto Eco e outros grandes pensadores, durante seu período na Unesp (Universidade Estadual Paulista), onde ele concluiu a sua primeira graduação, dão o tom e a partitura para que o poeta torne seus instrumentos afinadíssimos, o papel e a caneta, notadamente em noites solitárias e inquietas, como ele mesmo revela em alguns textos – “Escuridão”, “Sozinho”, “A noite que traiu as águas” e “Carta à Madrugada”, por exemplo – e embale as palavras com tal maestria. No poema “Semântica”, porém, Sampaio dá mostras de que nem só de “gestalt” vivem seus versos ao nos mandar engolir, tirar, jogar ou privar a palavra se não for semântica, ou seja, caso ela não esteja carregada de significado. A psicologia das formas, também apreendida pelo autor em seus estudos unespianos, sugere ao leitor não se ater apenas ao particular da palavra-objeto, mas também ao todo, à imagem produzida, que muitas vezes redunda em figuras geométricas reveladoras. Por outro lado, cada palavra particular tem o seu valor e não pode ser completamente desprezada. Prova disso está na página seguinte, em “Termo”, poema em que ele demonstra que as palavras não

devem ser salpicadas ao modo de um saleiro, sem razão, sem destino ou dose certa. Cada termo precisa ser próprio. “E se lhe parecer impróprio, talvez não tenha sido minucioso o suficiente”. Ainda bem que, segundo o poeta, generoso com todos os que se arriscam a cantar sem muito critério, “a insuficiência do termo nem sempre prejudica a noite”. Com relação às indagações acerca da minha análise, como amigo e admirador do autor, eu posso garantir que tive o cuidado de tecê-la com o necessário distanciamento. Meus estudos de sociologia neste momento evocam Bordieu: “os circuitos de consagração social serão tanto mais eficazes quanto


DIVULGA ESCRITOR -----------------------------------------(*) Marcos Fidêncio é jornalista formado pela Unesp (câmpus de Bauru/SP). Também cursou Ciências Sociais na Unesp (câmpus de Marília/ SP) e se especializou em Marketing na Univem (Marília/SP). ------------------------------------------

Sinopse do livro

maior a distância social do objeto consagrado”. Consagro o trabalho de Sampaio pela qualidade, pelo prazer da leitura, pelo compromisso com a seriedade e porque conheço sua trajetória poética, sempre constante e paralela ao oficio de jornalista, que ele igualmente desempenhou com brilhantismo. A poesia acompanha o autor desde a mais tenra idade e tenho certeza de que esse livro é apenas o primeiro de muitos que ainda virão, afinal, eu sei de uma colônia de bolerus que ainda não voaram para as primeiras páginas. Por enquanto, são apenas ninfas em crescimento... Ou, quem sabe, já estão zunindo na cabeça de um certo poeta.

Bolerus é um termo instigante para dar nome a um livro que nos sugere uma leitura sem plano de voo definido, em que podemos assistir à dança dos versos construindo imagens, cadências e zumbidos. Nesses poemas e outros delírios líricos de Vanderley Sampaio, somos confrontados com nossos devaneios e temores mais cotidianos ao mesmo passo em que desejamos conhecer o segredo do Universo. O incômodo e inusitado besouro cascudo, que pousa sobre nossas cabeças nas noites quentes e inquietantes, esconde também asas leves e frágeis, que enternecem nossa fúria existencial. E assim, pareando questionamento e desejo, confusão e silêncio, ludicidade e solidão, somos todos convidados a surtar de poesia e a dançar com os insetos barulhentos que sobejam nossos mais profundos pensamentos. (Rose Almeida, bacharel em Letras pela USP e poeta no blog Absurtos).

Sobre o autor

Vanderley Sampaio nasceu em Garça (SP), no ano de 1972. Começou a escrever poesia na adolescência, quando também mergulhou no teatro como ator amador. Jurando que iria voltar, “pediu um tempo” às artes cênicas, para cursar Jornalismo na Unesp, em Bauru (SP). Descumpriu sua promessa e seguiu a vida sem palcos, atuando como jornalista por nove anos e depois como servidor público. Mudou-se para São Paulo (SP) e formou-se em Direito

pela USP. Mas a poesia sempre se manteve presente em sua vida. Alguns de seus poemas foram publicados em jornais, sites e nas redes sociais, especialmente no blog Absurtos.

Ficha Técnica

Título: Bolerus Autor: Vanderley Sampaio Editora: Scortecci Editora Edição: 1ª ISBN: 978-85-366-5355-6 Ano: 2017 Formato: 14 x 21 cm - 120 páginas Gênero: Poesia brasileira Preço de capa: R$ 35,00 Faixa etária: livre

Onde comprar o livro físico: PagSeguro: https://pag.ae/ bhsTF7S Livraria Asabeça: https://goo.gl/ Gw3L2z Site da Amazon: https://goo.gl/ W7FnFY Cia. dos Livros: https://goo.gl/ EHvedE Livraria Martins Fontes: https:// goo.gl/u9sBP2 Livraria Cultura: https://goo. gl/749hA8

Onde comprar o livro digital (e-book): Site da Amazon: http://amzn. to/2AL1uVl

Links de divulgação:

Book trailer: https://youtu.be/ JwmyMrfPUhE Wattpad: https://my.w.tt/UiNb/ yB5oOE0IgK YouTube: https://goo.gl/FUkQ2X Blog Absurtos: www.absurtos. com.br Facebook: https://www.facebook. com/absurtos/ Instagram: https://www. instagram.com/absurto www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITORA FILIPA LEANDRO ...muitos lugares pelo mundo para visitar e muitos outros surfistas com vidas especiais, que possam vir a integrar as edições: “International Groms Series”, mas em breve quero dar outro passo, quero chegar aos teenagers!” Filipa Leandro, 45 anos, é mãe de três filhos que lhe dão alegria imensa: Joey, 17 anos, adora andar de skate e pegar umas ondas; Francisca Veselko (Kika), 14 anos, está a caminho de ser surfista profissional; e Jaime, 8, também já tem o skate e o surf na veia. A família é de Carcavelos (costa do Estoril), terra que Filipa adora e onde nasceu e cresceu. Filipa teve a felicidade de passar a vida ao ar livre e ter começado a praticar surf, quando esta prática ainda era um desporto “só” para homens. Com muita força de vontade e persistência, foi uma das pioneiras em nível nacional e acabou por ajudar a abrir portas ao surf feminino português. Competiu dez anos e viajou por todo o mundo. Nos up and downs da vida, mesmo com um curso superior em ciências políticas e mestrado em sustentabilidade, teve dificuldade para arranjar um emprego que lhe desse tempo e disponibilidade para tomar conta da família e acompanhar os filhos todos os dias. Decidiu então fazer um curso de professora de surf. Sendo todos eles surfistas e gostando tanto desse desporto, foi a melhor solução que Filipa arranjou. Viver perto do mar facilitou muito. Com uma paixão enorme pela escrita e já com bastantes artigos e reportagens publicadas, foi durante as clínicas de surf no verão de 2015 que lhe surgiu a ideia de escrever esta coleção. Nesse momento Filipa doou muito poucas aulas de surf e está muito mais dedicada à escrita. Filipa tem uma vontade enorme de dar a conhecer o “Vem Surfar com a Pipa, Jaime e Kika”,a pais e filhos, por todo o mundo! Boa leitura!

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DIVULGA ESCRITOR Surfista profissional, Filipa Leandro, destaca a prática do surf em seus enredos

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Filipa Leandro, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pelo surf? Filipa Leandro - Olá, eu é que agradeço a vossa disponibilidade! Sempre vivi perto da praia, e no verão passava as férias todas no mar, a dar mergulhos, a fazer pinos, carreirinhas (pegar jacaré) etc. Havia alguns rapazes a fazer surf e eu adorava vê-los a “dançar” nas ondas, até que o meu irmão do meio, o Gonçalo, que tem três anos menos do que eu, decidiu que queria comprar

uma prancha, ainda com sete anos. Eu também fiquei cheia de vontade de começar, mas como não havia meninas na água, fui deixando passar. Aos poucos, nos verões seguintes, comecei a pegar nas pranchas de windsurf, bem grandes na altura e a levá-las para a água com mais amigas. Apanhávamos as ondas e púnhamo-nos duas e três miúdas em pé ao mesmo tempo, na mesma prancha. O bichinho para fazer surf crescia cada vez mais, até que aos 17 anos disse que era hora, com ou sem miúdas a fazerem este desporto. Comprei prancha, e fato e até hoje nunca mais parei! É uma das minhas grandes paixões!

Em que momento se sentiu atraída pela arte de escrever? Filipa Leandro - Acho que foi ainda teenager, com uns 16 anos. Tenho textos guardados com escritos meus desse tempo. Adorava escrever sobre o meu estado emocional e coisas que iam acontecendo na minha vida. Acabei por escolher letras, tirei o curso superior de Ciências Políticas e fiz um Mestrado em Sustentabilidade. Com cerca de 25 anos comecei a publicar artigos em revistas e a ser convidada para fazer entrevistas e reportagens sobre surf, vida e ambiente. Conte-nos, como surgiu a coleção “Vem Surfar com a Pipa, Jaime e Kika”? Filipa Leandro - Esta coleção surgiu de uma ideia que tive no verão de 2012, enquanto dava aulas de surf a várias crianças de muitos lugares diferentes. No mesmo dia, primeiro pensei em escrever histórias sobre a vida delas, depois sobre a minha vida e todas as viagens e experiências pelo mundo, que o surf me proporcionou: “Vem Surfar com a Pipa!”. Fiquei com esta ideia e fui falando com as pessoas mais próximas. Foi a minha mãe que me foi relembrando deste sonho durante os anos seguintes. Em 2015, em agosto, quando estava novamente a dar aulas de surf no verão, a um grupo de crianças, fui almoçar com a minha “ajudante” e amiga surfista, a Sofia Oliveira,e falei-lhe sobre o possível projeto. Ela disse: “Mas eu faço as ilustrações, avança!”. Como, entretanto, meus filhos tinham crescido e se tinham tornado verdadeiros surfistas, achei que deveria então escrever sobre as nossas aventuras como família de surfistas: “Vem Surfar com a Pipa, Jaime e Kika”. Em três meses lancei os primeiros três livros da coleção! Era a apresentação da família, e para mim não fazia sentido publicar só o primeiro.

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DIVULGA ESCRITOR O meu filho mais velho, Joey, não está no título, mas faz parte de todas as aventuras! Quais os principais objetivos a serem alcançados com a coleção? Filipa Leandro - Tenho como objetivos trazer sempre algo de positivo para a vida dos leitores! Divertir, falar de emoções, dar exemplo de valores, trazer cultura, aprendizagem… e dar sempre ferramentas e exemplos para uma vida saudável e feliz! Apresente-nos o seu livro “Cascais, Capital do Surf Português. A culpa é dos banhos de mar do Rei D. Luís!” Filipa Leandro - Esta é a sinopse: “Foram dar um passeio a Cascais em família… entre a ida de comboio e parte do regresso a andar junto ao mar pelo paredão, conversaram muito sobre os primórdios e de toda a beleza que envolve esta vila turística. A vontade de surfar era enorme, e depois de um almoço saudável, seguiram a pé para a sua praia, Carcavelos, onde todos desfrutaram de excelentes ondas, inclusive a cadela, a Sister… Num dos dias de prova, quando o campeonato mundial de surf acabou mais cedo, aproveitaram para fazer uma visita ao Farol de Santa Marta e ainda tiveram a sorte de ir comer o melhor gelado de fruta natural!”. É uma aventura na lindíssima costa do Estoril, onde temos a sorte de morar. A história começa com as caravelas portuguesas a chegarem da sua primeira viagem à Índia… O que a motivou a escrever esta obra literária? Filipa Leandro - Esta coleção foi lançada com os três primeiros volumes, que como referi, foram a apresentação da família. Não sabia qual era o próximo passo. Entretanto, fomos a Nazaré durante as férias do carnaval, vivenciámos toda a cultura local e vimos os surfistas descerem ondas com cerca de 30 metros. Percebi logo que era o “material” para 26

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a próxima história. Depois, fomos a Peniche, Capital da Onda, passar o fim de semana e ver o campeonato mundial de surf. Esta zona é bastante rica culturalmente e tem também excelentes condições para a prática de surf, o que me levou a escrever a quinta aventura. Sempre a pensar nesta costa maravilhosa onde moro e faço surf, em que Cascais é a Capital do Surf Português, não podia esperar mais, tinha de ser a próxima “aventura” e arranjei maneira de termos dois dias muito especiais, que transmitissem toda a maravilha que é viver nesta costa, sem deixar para trás toda a sua história e cultura que tanto aprecio. Passei-a para o papel, da melhor maneira que consegui, tocando em todos os pontos que achei interessantes, e foi escrito o sexto livro: “Cascais, Capital do Surf Português. A culpa é dos banhos de mar do Rei D. Luís!”. Seus livros estão disponíveis em inglês e português. Apresente-nos os livros publicados. 1 - A Kika começou a Surfar! 2 - Kika na Escola de Surf, Campeonatos e Maldivas... Jaime entra em Cena! 3 - Jaime, a Mascote da Família! 4 - As Ondas Gigantes da Nazaré! 5 Em Peniche durante o Campeonato Mundial de Surf... Super Tubos! 6 Cascais, Capital do Surf Português. A culpa é dos banhos de mar do Rei D. Luís! 7 - As irmãs Resano! 8 - Nazaré, uma Onda para a História... Agora é a vez das crianças! 9 – o Título ainda é surpresa… será lançado na Páscoa! Onde podemos comprar os seus livros? Filipa Leandro - Podem comprar os meus livros na Amazon. A minha página de autora é: www.amazon. com/Filipa-Leandro/e/B0763PB983 Em Portugal, estão à venda na WOOK (loja online da Porto Editora), na Ler Devagar no LX Factory, nas várias Câmaras Municipais (Nazaré, Peniche e

Cascais), na PoP Store no Parque das Gerações, entre outros locais. Quais os seus principais objetivos como escritora? Filipa Leandro - Quero muito viver da escrita, porque devemos fazer o que nos faz brilhar os olhos e eu adoro escrever! Quero dar sempre ao leitor positividade, alegria, crescimento pessoal, conhecimento, entre outros, em todos os meus livros. Vou continuar com a minha coleção do “Vem Surfar com a Pipa, Jaime e Kika”, porque ainda há muitas vilas da costa portuguesa por onde queremos passar; muitos lugares pelo mundo para visitar e muitos outros surfistas com vidas especiais, que possam vir a integrar as edições: “International Groms Series”, mas em breve quero dar outro passo, quero chegar aos teenagers! Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Filipa Leandro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Filipa Leandro - Como mensagem final, quero relembrar que vocês são os realizadores, os produtores, os atores das vossas vidas, por isso vivam o momento presente e vivam sempre com bastante positivismo, muito amor e sigam o bem! Boas leituras e boas ondas! Adeus, beijinhos! Serviços: www.filipaleandro.com www.facebook.com/historiasdapipa www.amazon.com/FilipaLeandro/e/B0763PB983 _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

INCANSÁVEL VOO Tantos sonhos perdidos De forma definitiva, ó incansável águia!

Onévio Zabot

Voraz solidão sem plano: Onévio Antônio Zabot, é de Herval do Oeste/ SC. Livro publicado, Arco de Pedra, poesia, 2000. Participação em antologias no RS, RJ, SP, SC, e Jornal da Poesia Fortaleza, CE. Membro da Academia de Letras Poeta Cruz e Sousa - Itapoá/ SC, e da Associação da Confraria das Letras Joinville. Geopoética de raízes campesinas; inspiração: o cotidiano do campo e do mar.

BARCOS O mar Desenha a lápis Aquilo que os barcos Não sabem.

O oculto e o branco sobrepondo-se.

Os barcos, no entanto, Desenham círculos De luz; Desenham tempestades.

Tantos voos:

E não sabem os homens Que os barcos Sabem desenhar.

Infinita bondade revestindo carruagens.

oculto silêncio, ocultas rochas E você à espera do mar. Mar que nunca retorna como ontem. Apenas cordilheiras aguardam o tempo. Tempo eterno das caravelas andantes.

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SERRA VERDE Todas as manhãs a serra verde vemme visitar. Entra pela janela do alpendre.

JAMBOS VERDES Nessas tristes tardes Debruço-me sobre a janela a colher jambos. Infinita tristeza de jambos amarelos Jambos verdes, jambos vermelhos. Flores dançam ao léu, Vermelhas pétalas de aurora. Cobrem calçadas, Cobrem o colete dos soldados cancioneiros. E há sábias de peito avermelhado: Recolhem rosas no céu. Recolhem minha tristeza Amarga tristeza: risos de outrora. Hoje, já não mais giram e quando giram Não retornam essas aves retardatárias. Memórias esguias. E resta o silêncio, insólito silêncio: Escada de pedra Cravada no peito.

Trás suas árvores verdes, E tantas outras árvores que tem. E outras mais: árvores companheiras, Frutos maduros de aurora. E seus rios então...! Há os pequeninos que ninguém conhece, Com suas pedras brancas. E, outros maiores, carregam seus barcos. Serra danada...! Nem sabe que sou apaixonado por ela.

ADEUS AS ARACUÃS Seu canto de guerra, de manhã bem cedinho por longas primaveras sempre ouvia com carinho. Entre o quintal e a mata, em bando, eram várias. Entoavam breve sonata, todas altivas, solidárias. Na sua cantoria selvagem agradeciam ao criador, pelos rios, o verde, a paisagem. Tudo se foi, porém, de repente: o verde em cidade virou, levando-as para sempre.

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ESCRITOR A. BARUK Precisei pesquisar, fazendo com que este livro se tornasse, também, um livro onde o leitor tivesse a oportunidade de conhecer a história das Copas e o que há de mais interessante, detalhes inusitados.”

Manoel Baruque – ou A.Baruk, seu pseudônimo – é brasileiro, morador de Copacabana, Rio de Janeiro. É apaixonado por futebol, sendo praticante deste esporte desde sempre e nunca se cansando de assistir a jogos de todos os cantos do planeta, inclusive do Sporting Lisboa, clube de sua simpatia em Portugal. Baruque é desenhista de propaganda, arte que pratica também como esporte. É escritor desde que se entende por gente. Por meio dos traços irreverentes de seus desenhos e de seus textos, tenta descobrir e expor o humor e a poesia existentes em tudo e em todos. Muitos imaginam que humor e poesia sejam antagônicos, mas para Baruque eles se completam. O autor decidiu, enfim, unir suas duas paixões, a arte e o futebol, em seu livro “Eu roubei a Jules Rimet – a história como deveria ser”. Boa leitura! 30

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Manoel Baruque, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever “Eu roubei a Jules Rimet –a história como deveria ser”? Baruque - O mistério sempre foi atraente para todos nós, humanos, e até para os animais. Assim, o mistério do roubo da taça Jules Rimet despertou em mim o desejo de me inteirar da história real. Em consequência, chegou-me o desejo de criar “uma nova história”, mantendo os dois ingredientes principais da história real, o mistério e o humor. Apresente-nos a obra. Baruque - A história real do roubo da taça Jules Rimet, contada neste livro, bem poderia ser “roubada” e colocada, em seu lugar, uma outra história, mais digna. Decidi criar esta “outra história”, procurando fazer algo “quase” impossível, superar a história real no quesito humor, como uma espécie de “vingança”. De que forma a história do personagem central está irremediavelmente ligada à história das Copas, incluindo a de 2018? Baruque - O personagem central, em verdade, representa todos os brasileiros. Por isso, este personagem não tem nome. A história dele se liga, de forma irremediável à história das Copas, por uma questão transcendental, por forças ocultas, pelo que chamam de destino, este que eu apresento no livro com o nome de Deus. O personagem tem poderes sobrenaturais, mas estes poderes servem apenas para previsões sobre as Copas, inexplicavelmente. Por outro lado, a própria história das Copas interfere na vida pessoal do personagem. Este livro, em sua segunda edição, foi escrito antes da Copa de 2014, razão pela qual não cita a Copa de 2018. Bem merecia uma terceira edição...


DIVULGA ESCRITOR Quais os principais desafios para a escrita do enredo que compõe a obra? Baruque - O principal desafio foi, na verdade, prazeroso. Precisei pesquisar, fazendo com que este livro se tornasse, também, um livro onde o leitor tivesse a oportunidade de conhecer a história das Copas e o que há de mais interessante, detalhes inusitados. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da publicação do livro? Baruque - Creio que os principais objetivos de todo escritor é ter sua obra reconhecida e conseguir passar aos leitores uma mensagem. No caso deste livro, procurei passar uma mensagem de amor, não apenas ao futebol e à arte. O que mais o marcou enquanto escrevia “Eu roubei a Jules Rimet –a história como deveria ser”? Baruque - Escrevo textos para propaganda, mas jamais havia pensado em escrever um livro. O que me marcou, surpreendeu, foi perceber que um livro precisa ser criado e escrito, mas que, em certo momento, o escritor percebe que o livro começa a caminhar com “as próprias pernas”. O que mais o encanta em se tratando da Jules Rimet? Baruque - A forma como foi conquistada em “definitivo”, com arte jamais vista, por um time de gênios da bola, incluindo Pelé, Gerson, Rivelino, Tostão, Jairzinho..., um time de sonhos, o maior de todos os tempos. O próprio roubo da taça, de certa forma, é encantador. Onde podemos comprar seu livro? Baruque - Pode ser comprado de diversas formas, no site da Livraria Saraiva ou em diversos outros sites, incluindo o da própria editora, www.

allprinteditora.com.br. Preferindo, o leitor poderá comprar o livro diretamente comigo, o que me dará muita alegria. O meu e-mail é manoelbaruque@uol.com.br Quais os seus principais objetivos como escritor? Baruque - Já tenho dois outros livros na “cabeça”, inclusive com títulos, mas não tenho tido tempo e disposição para começar. Porém, tenho certeza que, na linguagem do futebol, bastará dar o “pontapé inicial”. Estes livros não terão o futebol como tema, mas seguirão o mesmo caminho, onde haverá mistério, humor, reflexões e poesia. O meu objetivo é dar vida a estes livros.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Manoel Baruque. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Baruque - Difícil deixar apenas uma mensagem, mas se tivesse de escolher apenas uma, aconselharia aos leitores libertarem suas emoções, seja escrevendo um livro, seja pela prática de esportes, seja pela troca destas emoções com outras pessoas, sempre no sentido do amor. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Josias A. de Andrade

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ofício de revisor – levando em conta anos de prática e as muitas incursões por textos alheios, aparando rebarbas aqui, sugerindo acréscimos ali, melhorando conteúdos e formas acolá – de certa forma dá ao profissional imbuído neste mister elementos mais do que suficientes para também desbravar este universo do faz de conta da literatura. Em face da qualidade dos textos que chegavam a mim para serem revisados e preparados, percebi que havia um nicho que poderia ser mais bem explorado. Muitas pessoas têm o desejo de se

Sucesso à sombra de um talento oculto tornar escritoras, publicar uma história da família, da empresa, escrever um diário ou mesmo alimentar o ego de ter o nome em uma publicação, independentemente do gênero. Observando esta necessidade, vi que poderia explorar esse campo e assim “ajudar” muitos entre os que nutrem esse desejo. Atuar na condição de ghost wri1 ter é, grosso modo, vender o próprio talento por alguns trocados. Sei que ainda hoje muitos ficam pasmados com a ideia, mas que é algo factível, disso não tenho dúvida. E quantos não vendem o talento que têm de outras formas? Mas fato é que re-

solveram pegar o escritor-fantasma para ser o “judas” da vez. E este trabalho, ainda que alguns não vejam com bons olhos, é uma atividade recorrente nos dias de hoje. E o mais interessante é que o beneficiário do serviço age em total “cumplicidade” com o escritor. Se é um acordo tácito entre as partes – o que escreve e o que leva a fama –, que mal há nessa prática? Não importa que foi “encomendado”, a meu ver interessa ao leitor a obra de fato e não quem teve a ideia, quem escreveu, organizou ou pariu o texto finalizado. Enquanto muitos se ocupam de “balelas” para justificar o que não se justifica, os

Escritor-fantasma é a pessoa que, sem aparecer, escreve uma obra ou texto e não recebe os créditos de autoria, os quais ficam com aquele que a contrata ou compra o seu trabalho. 1

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anônimos escribas agem no silêncio, longe daquilo que menos interessa, a opinião dos incomodados. Tomemos como exemplo José Costa, um nome de bastidores, um homem por trás de outros nomes. Costa, um gênio das letras, está fadado ao anonimato, e aceita esta condição resignadamente. Ele é um escritor-fantasma e o protagonista de Budapeste (2003), romance de Chico Buarque de Hollanda, que conta a história de um escriba altamente competente e que vive um profundo conflito existencial ao confrontar-se com o tormento de condenar-se a permanecer à margem do sucesso. Conflitos à parte, ser um fantasma das letras é uma condição voluntária. Dito isso, chego à conclusão de que se um “fantasma” se sente inseguro ao atender seu cliente, respeitadas as particularidades do “negócio”, ele deve imediatamente mudar de atividade. O ofício de escritor-fantasma – é bom que fique claro – é muito antigo, mas ainda hoje sofre o incômodo preconceito de toda sorte de tabu. Aos olhos de muitos, ser o autor intelectual, mas não de direito, de um livro, canção ou de uma apresentação, não é algo tão facilmente aceitável.Mas apesar de muitos questionarem a ética na relação dos que comercializam o trabalho intelectual, a paternidade de obras escritas por ghost writers é resolvida entre as partes, por meio de contrato assinado entre os envolvidos no “negócio”. Se se trata de uma relação comercial,

quer mais civilidade do que essa? A questão do direito autoral fica claríssima para o cliente no momento da contratação do serviço. Os direitos são cedidos integralmente, mediante documento registrado em cartório, tenho dito aos meus clientes quando sentamos à mesa para negociar. Já o advogado Rodrigo Moraes, que escreveu sobre esta prática o livro Os direitos morais do autor, esclarece que o ghost writer não é um plagiador. Ao contrário, diz: “ele cria e, em busca do dinheiro, abre mão da paternidade (que é direito inalienável e irrenunciável), prometendo tacitamente um silêncio tumular. Contrai, assim, uma obrigação de confidencialidade”. Segundo o advogado, “no Brasil, o Código Civil de 1916, que tratou do direito autoral até 1973, dizia, de maneira absurda, em seu artigo 667, que era permitida a cessão de autoria. Em outras palavras, naquela época, a venda da paternidade de uma obra era lícita. Atualmente, todavia, o direito à paternidade é inalienável e irrenunciável. A lei proíbe a cessão de autoria exatamente para proteger a parte hipossuficiente –o autor”. Resta saber como é que se faz obedecer esta lei, pois se houver algum litígio entre o contratante e o contratado significa que uma das partes não cumpriu o que foi acordado. No que concerne a discurso político, Rodrigo comenta um caso de ghost writer muito comum, o dos assessores de imprensa, que costumam escrever discursos para políticos ou

artigos para serem publicados em jornais. “Não vejo algo pernicioso nisso”, pontua. É uma coisa normal, desde que o cliente dê as notas do discurso. Como revisor de textos, em centenas de obras praticamente reescrevo o texto. E ninguém fala da “arte e talento do copidesque”. Por que também a lei não vem em defesa do copidesque? Muitos autores, após terem seus textos copidescados pelo revisor, não os reconhecem e se espantam com a qualidade anos-luz à frente daquilo que apresentaram originalmente. Assim, o revisor que fez o copidesque deveria também ser valorizado por ter “emprestado” ou “vendido” seu talento. Não se fala nem em coautoria.Ora, se querem tratar da questão, que o façam de forma abrangente, e que a lei discipline todo o trabalho de edição e produção editorial e literária, incluindo as atividades do revisor de textos em suas diversas etapas na cadeia produtiva do livro! Para o advogado, o caso grave de ghost writer “é quando a obra é literária, como um romance ou uma obra musical”. Ainda assim, é cada vez mais usual celebridades e anônimos demandarem os serviços de um escritor-fantasma para escrever o livro que desejam publicar. Já foi dito por meio da imprensa que O caminho das borboletas (1994), livro no qual Adriane Galisteu conta como foram seus 405 dias com o piloto Ayrton Senna – um su-

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cesso editorial com mais de 270 mil exemplares vendidos – foi escrito por um ghost writer. Assim como O doce veneno do escorpião (2005), assinado por Bruna Surfistinha.A diferença é que a ex garota de programa nunca escondeu que a tarefa coube a um jornalista – Jorge Tarquini. No mercado literário é mais comum do que se pensa encontrar trabalhos de escritores fantasmas. Muitas vezes, são livros que nunca chegarão ao mercado editorial. O jornalista e escritor Armando Alexandre dos Santos, que incorporou também este ofício em sua rotina, conta o caso de uma publicação encomendada por uma família, para ter como leitores apenas seus membros e os das suas próximas gerações. “Foi o serviço mais fora do comum que peguei”, conta Santos. “Uma família que tinha um segredo conhecido apenas dos mais velhos e que, por uma série de razões, os mais novos queriam que ficasse documentado e fosse conhecido pelas gerações mais novas da família. Com o consentimento de todos, fizemos uma reunião conjunta, e a pessoa mais velha da família contou com pormenores todo o episódio doloroso e traumático que, durante décadas, nunca tinham visto de frente, com toda a clareza. Fizemos, como resultado, um livro que se destinava exclusivamente a ficar guardado nos arquivos da família. Nunca foi nem será publicado. Acabamos ficando amigos.” Afirmo que não tenho apego às obras que escrevo, ainda que sejam distribuídas no mercado editorial com o nome de meu cliente. Não há conflito com relação ao fato de emprestar meu talento aos que não o possuem ou não dispõem de tempo para escrever: encaro esta

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questão com naturalidade. Afinal, tenho ciência de que quando “aquela” obra que escrevi for lançada, não estarei na sessão de autógrafos. A relação entre o ghost writer e seu cliente não pode ser uma disputa, tampouco uma submissão de um em relação ao outro, já que se trata de um trabalho feito a quatro mãos. Resumindo: o cliente entra com as ideias e a verba e o ghost, com o talento. Isto me lembra os trabalhos de grupo, feitos na escola: apenas um fazia a pesquisa, redigia o texto e colocava o nome dos demais. Na avaliação pelo professor, todos se beneficiavam da nota à sombra do talento e esforço de apenas um autor. Se esse aluno que fazia o trabalho e colocava o nome dos demais cobrasse por isso, não estaria agindo como um fantasma? Comigo acontecia isso, só que eu nada recebia em troca. E todos ficavam bem na foto. E tenho certeza que até nos dias de hoje funciona assim. A clientela que apela para o escritor-fantasma é bem variada: desde políticos, que às vezes pedem que escreva sobre assuntos escandalosos em que se meteram, passando ao público sua versão dos fatos, a empresários querendo contar a história da organização e sua trajetória de sucesso. Apesar da aura de mistério, os ghost writers não costumam se esconder.Para eles, está claro que o ofício é regido por três mandamentos: preservar sua identidade nas obras que escrevem; manter no anonimato a relação com os clientes e jamais falar sobre os trabalhos realizados. Para esse profissional – barriga de aluguel da obra intelectual – o segredo é a alma do negócio. Interessados em serviços de revisão de textos, preparação de ori-

ginais, copidesque, cotejo com tradução de obras originais, biografias pessoais e empresariais, apresentações e resenhas, entrem em contato com a Texto Ideal – Serviços Editoriais, há 18 anos agregando valor às ideias.

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITOR JOSÉ MELO MARQUES O cangaço, sem dúvida, foi um movimento que marcou os nossos sertões de forma negativa na época, mas de forma positiva para a atualidade.”

Archimedes José Melo Marques, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, nasceu em 24 de novembro de 1956. Formado em Direito pela Universidade Tiradentes, é delegado de polícia no Estado de Sergipe há mais de trinta anos. Na área policial, possui o curso de Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Segurança Pública, pela Universidade Federal de Sergipe. É escritor de artigos e contos diversos nas áreas policiais e afins, publicados em sites e jornais escritos, espalhados pelos quatro cantos do Brasil e além fronteiras, com vários textos publicados em livros. “Lampião contra o Mata Sete” foi sua primeira obra literária, um livro contestação ao seu opositor “Lampião, o Mata Sete”. O seu segundo trabalho, fruto de quase oito anos de pesquisa, é a coleção “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”, composta de cinco volumes (até o momento somente o primeiro volume lançado), uma obra riquíssima em todos os detalhes que traz boas novidades para os amantes do tema e para a própria história do cangaço.

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Archimedes Marques, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever sobre o cangaço? Archimedes Marques - Faço parte do Movimento Cariri Cangaço, na qualidade de Conselheiro. O Movimento Cariri Cangaço é o maior evento do mundo dentro do assunto Cangaço, Sertões, Nordeste e afins, que reúne anualmente mais de 300 escritores, historiadores, pesquisadores e amantes desses temas para palestras, debates, apresentações e visitas aos locais históricos. Daí, em nome disso tudo que é pura história, resolvi enveredar pela literatura cangaceira, literatura essa que já passa dos 800 títulos diferentes de diversos autores, mas ao que parece é um assunto que não se esgota, pois a cada ano descobrimos algo novo, a cada ano surge um novo autor para trazer essa história ao patamar de mais aproximada possível da verdade.

Boa leitura! www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR Apresente-nos “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”: Archimedes Marques - Foram nove anos de atuação do bando de Lampião em terras do baixo São Francisco, notadamente em Sergipe, de 1929 a 1938.A partir de suas fortes ligações com o mandonismo local, veio a estabelecer um verdadeiro feudo sob suas ordens, instalando o terror e o medo, trazendo sofrimento para as muitas povoações e lugarejos do menor estado da federação.E é justamente dentro desse contexto que o livro procura colocar em “águas mais cristalinas” essa história, com o confronto de uma infinidade de entrevistas, debruces em arquivos públicos, documentos diversos, registros iconográficos, mapas, escritos, enfim, com novas pesquisas de campo, fazendo com que tudo pudesse estar em permanente diálogo na direção do fortalecimento da verdadeira história, ou seja, a definição mais aproximada do que realmente foi a passagem de Lampião por terras sergipanas, trazendo em seu bojo muitas novidades nunca antes publicadas. Quais os principais desafios na construção do enredo que compõe a obra? Archimedes Marques - Desafios há em todos os projetos de nossas vidas, e isso nos faz sair fortalecidos quando alcançados nossos objetivos. No caso em pauta, em virtude de eu exercer o cargo de delegado de polícia, fui e ainda continuo sendo criticado por muitos que confundem a coisa, ou seja, pensam que no fundo defendo Lampião, um bandido, quando na verdade defendo a história; para dizer a verdade, a grande história dos nossos sertões nordestinos, e porque não dizer, da grande história do nosso Brasil, uma história de sangue e lágrimas para multidões, mas também uma histó38

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ria de orgulho para tantos outros. O Major Optato Gueiros, da Força Pernambucana, inimigo e exímio perseguidor de Lampião, reconhecendo a força desse cangaceiro disse o seguinte: “Lampião foi um instrumento nas mãos de Deus para executar uma justiça que nem a polícia nem os juízes poderiam fazê-lo”. Apresente-nos os principais objetivos a serem alcançados com a publicação de “Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe”. Archimedes Marques - A história do cangaço sempre foi banhada em mitos, galgada em criações, mergulhada em invencionices, submergida em exageros e até mesmo estrangulada em mentiras propositais ou omissões descabidas, sem contar as tantas lendas daí surgidas, por isso é tão diversificada, tão bifurcada, possui tantas vertentes, pois além de tudo, Lampião, o símbolo maior desse tema, virou um mito, um mito, acredito, impossível de desmitificar. Desse modo, como já dito nas entrelinhas, o objetivo principal dessa obra é mostrar a história nua e crua como ela de fato ocorreu, ou pelo menos a mais verossímil possível. Qual a passagem do livro que mais o marcou, quer seja pela pesquisa ou o momento, enquanto escrevia a obra? Archimedes Marques - A história relativa às cangaceiras sempre foi muito intrigante. Procurar saber o porquê de pacatas sertanejas se atreverem a deixar seus lares, abandonarem seus pais, suas famílias, para viverem em eternas perseguições policiais ao lado de perigosos bandidos, sempre é uma incógnita.E é dentro desse contexto que surge o exemplo maior: Maria Bonita, a pioneira das cangaceiras, mulher de coragem e porque não dizer, “revolucionária”,pois revolucionou a so-

ciedade machista da época, e com ela trouxe novas adeptas. E é justamente relativo a essa grande mulher que trago a maior novidade da coleção, uma novidade ocorrida dentro da cidade de Propriá, em Sergipe, uma novidade que até então pesquisador algum tinha chegado a tanto. Essa é a descoberta e passagem que mais me marcou. Além desta obra sobre o cangaço, você tem “Lampião contra o Mata Sete”, apresente-nos esta obra literária. Archimedes Marques - Há alguns anos um cidadão conterrâneo sergipano escreveu um livro intitulado “Lampião, o Mata Sete”, obra que infelizmente o autor esqueceu o rumo da história do cangaceirismo, e de modo diverso tentou contrariá-la, afastou o seu roteiro, escondeu os caminhos claros e andou pelas veredas. Trouxe um conteúdo que não interessa a ninguém, muito menos aos amantes, pesquisadores, curiosos da história do cangaço no Nordeste brasileiro. É patente a premeditação do enredo em busca do ataque. Do primeiro ao último capítulo a emissão de juízo de valor subjetivo pelo autor fluiu de forma tão exacerbada, que faz os pelos do leitor se arrepiarem a ponto de tamanho de sobressalto, e cair no campo da indignação, principalmente por não apresentar provas, nem mesmo indícios.Afirma o autor que Lampião era um homossexual, covarde e medroso, que nada entendia de guerrilhas; e Maria Bonita,uma mundana adúltera, mulher de muitos, tudo no sentido de desmitificá-los. Enfim, usando de perspicácia rasteira e invencionices, tenta mudar os rumos da verdadeira história. Desse modo, vendo tamanha insensatez, escrevi sua contestação: “Lampião contra o Mata Sete”, uma refutação que desmonta


DIVULGA ESCRITOR pedra sobre pedra a pretensão do seu opositor, que além de tudo traz um livro de todo equivocado com fatos trocados, datas erradas, nomes diferentes, erros que pululam a cada página e provam que o seu autor NUNCA FOI E NUNCA SERÁ UM VERDADEIRO PESQUISADOR. O que mais o encanta no cangaço? Archimedes Marques - O cangaço, sem dúvida, foi um movimento que marcou os nossos sertões de forma negativa na época, mas de forma positiva para a atualidade. De forma positiva, porque hoje milhares de pessoas vivem do comércio de livros, de escritos diversos, de utensílios, de artesanatos, de turismo, de filmes, de teatros... enfim, vivem e sobrevivem dessa história tão intrigante quanto encantadora, ou seja, o cangaço ultrapassou décadas, e por certo ultrapassará séculos. Quer encanto maior? Onde podemos comprar seus livros? Archimedes Marques - Infelizmente meu primeiro livro “Lampião contra o Mata Sete” já se esgotou e não lancei a segunda edição, porque o autor contraditado não lançou a segunda edição do seu “Lampião, o Mata Sete”. Já o livro atual “Lampião e o Cangaço na Historiografia De Sergipe” não se encontra em livrarias, mas pode ser adquirido em contato direto comigo pelo e-mail: archimedes-marques@bol.com.br Quais os seus principais objetivos como escritor? Archimedes Marques -Como não sou escritor de ficção e sim um historiador, meu principal objetivo é propalar a verdade dos fatos, para que estes sirvam de parâmetros a gerações futuras, e com isso meu nome fique marcado como dos mais sérios historiadores.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Archimedes Marques. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Archimedes Marques - Como existe gosto para todos os tipos de literatura, sugiro aos amantes do tema cangaço que procurem ler os livros mais sérios, os menos tendenciosos, os

menos inventivos, os menos alucinados, aqueles pesquisados e escritos por historiadores mais renomados, mais acreditados, pois só assim estaremos propagando a história mais próxima da realidade. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | SALMOS MORDERNOS

Salmos Modernos – Antologia A Poesia Sacra retorna nos tempos da modernidade. A gratidão e o louvor ao Divino, em versos, valorizam ainda mais a literatura portuguesa. Numa iniciativa inédita e inovadora, e ousada até em razão do que se pretende, a Bortolini Editora com o apoio da Associação Céu do Brasil, registradas em Genebra, Suíça, lança várias séries na Antologia Salmos Modernos. É o segundo de muitos volumes da obra e marca Salmos Modernos. O segundo volume da série Antologia Salmos Modernos foi escrito em formato de poemas com o tema Santo, em hebraico, Kadosh. Cada um de seus autores expressa o que vai em sua alma, em seu coração, sentimentos esses que traduzem bem o que muitos de nós sentimos e pensamos, fato que confere credibilidade e aceitação ainda maiores ao projeto, dada a profunda identificação do leitor com o tema. Não se trata de uma releitura dos salmos bíblicos, mas uma quase “retrospectiva”, guardadas as devidas proporções, do que mais profundo existe em termos da ambivalência da alma de todos nós. Por se tratar de uma antologia, Salmos Modernos aborda temas diversos relacionados à fé e à cristandade. Por que Salmos Modernos 2 segue a linha poética? Por que esse título e qual a finalidade desta obra? Salmo significa louvor, cânticos. O livro bíblico de Salmos também é uma antologia, foi escrito por diver-

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sos escritores de diferentes níveis sociais e apresenta a inteira gama dos sentimentos humanos, o que contribui para torná-los tão poderosos e tão belos. Muitos dos autores eram amantes da arte literária e da música. Eram pessoas simples, “sem nomes”, identificadas apenas como “filhos de Corá”. Muitos dos salmos também foram compostos por dois reis famosos: Davi e Salomão – pai e filho. E ainda foram escritos por compositores e músicos, como Asafe, sem deixar de mencionar o libertador do povo hebreu, Moisés. Os Salmos também foram escritos por inúmeros outros autores. Alguns nem possuem referência ou uma biografia que os identifique mais claramente. Os Salmos também são textos atemporais e tocantes, porque todos os textos vêm do mais profundo do coração e expressam uma devoção singela, mas não menos profunda, genuína, tocante. E a nossa proposta é essa também com a obra Salmos Modernos. Compreendermos que a história da adoração e entrega ao Eterno não terminou. A inspiração no Divino também não acabou. Podemos expressar a adoração e todos os nossos sentimentos em forma de oração, texto ou canção. Falamos das maravilhas

de um Deus Eterno, sem olhar classes sociais e títulos acadêmicos. A Antologia é formada por escritores que apreciam o contato com o Criador e O reconhecem como fonte inspirativa. O lançamento da obra será realizado em abril de 2018, na embaixada do Brasil, em Genebra, Suíça, às 18 horas em um sarau poético, uma programação cultural que contempla exposição de textos, música e os lançamentos anteriores. A Antologia Salmos Modernos 2será produzida em português e hebraico.


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A Associação Céu do Brasil e Bortolini Editora, juntas, em um só propósito A Associação Céu do Brasil, sediada em Genebra, Suíça, foi fundada para estabelecer um vínculo com toda manifestação artística e cultural que professa a fé cristã em todos os segmentos artísticos dentro da sociedade, como artes plásticas, literatura, cinema, música etc. Somos um segmento artístico e cultural apreciado por mais de 42 milhões de brasileiros. O nome da entidade, Associação Céu do Brasil, foi inspirado na ideia de que o céu é grande e tem espaço para que todos possam mostrar sua luz. Longe de ser a resposta única, a Associação Céu do Brasil tem a proposta de ser uma “vitrine” em nosso tempo com um modo diferente de expressar a literatura. O diferencial da Associação é a inspiração no Divino e Sua influência na cultura, vida social e no particular. Um modo de viver apreciado ao longo de milhares de anos. Hoje, muitos projetos culturais excluem a inspiração no Divino. Sequelas dos tempos modernos, do Iluminismo. Em nosso trabalho os artistas expressam em sua arte e nas suas canções, suas experiências, baseando-se no contato com o Criador. A Associação Céu do Brasil acredita que todo dom artístico foi dado pelo Criador, e que esses dons alcancem as necessidades mais permanentes do homem moderno, levando-o à compreensão de Deus e do Seu propósito para sua vida. As atividades artísticas e culturais são manifestações de gratidão, e ao mes-

mo tempo, formas de atender aos necessitados. Suas ações têm visão humanitária, apoio a comunidades carentes e projetos sociais existentes e sérios. Nosso trabalho é a Antologia Salmos Modernos volume 2. Vários eventos culturais estão sendo preparados em torno do projeto para o

público que aprecia a arte da literatura cristã. A obra será apresentada ao público europeu e internacional. Nossa Antologia é dedicada ao público brasileiro e/ou lusófono, com tradução para o hebraico. A edição anterior foi feita no francês. Nosso trabalho não engrandece o homem, nosso trabalho engrandece o Eterno.

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Participantes :

Para as próximas edições da obra poderão participar todas as pessoas físicas maiores de 18 anos, residentes no Brasil, bem como no exterior. Escritores de outras nacionalidades também poderão participar da antologia, desde que a língua mantida seja o português e siga o regulamento da editora responsável. Todo autor é proprietário dos direitos autorais dos textos publicados na coletânea e assina um documento para liberação do uso do texto e imagem em todos os canais da mídia. O lançamento oficial da obra será realizado em Genebra,em 23 de abril de 2018,às 18 horas, apresentado a Deus e lido em Israel entre os dias 1º

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de maio de 2018 e dia 7 de maio de 2018 em um congresso local. Todos os participantes receberão certificados de participação dos nossos trabalhos. O projeto Antologia Salmos Modernos é assinado pela escritora Blenda Bortolini, que responde também por sua idealização e concepção. Quem responde pela assessoria do projeto e revisão é o jornalista e editor-chefe Marcelo Ferreira. Contato: salmosmodernos2@gmail.com aceudobrasil@gmail.com blendabortolini@gmail.com www.salmosmodernos.com

Andréa Frommelt Blenda Bortolini Carlos A MoysÉs - voz da verdade Christian Guimarães Christiane de Murville Eder José de Souza Edna Barbosa Souza Edna Lima de Mendonça Edson Nascimento de Carvalho Edwards Reis Esmeraldo Storti Jonathas Ferrera Laricia Menezes Marcelo Ferreira Marcelo Oliveira Souza Maria das Dores Assis Maria José Negrão Marise Toledo Micheli Stringlini Mila Lopes Nilze Monteiro Batista Nivea Soares Paulo Victor Artibale Rosana Vitachi Rubens Camargo Siqueira Samira Aparecida de Camargo Salomão Epifanio Santa Catarina Fernandes da Silva Costa Suzana Victória Puppo Thiago Sabino Leite Wil Sebá


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PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS | OBRA SALMOS MODERNOS

Nivea Soares É um ícone da música gospel brasileira. Fez parte do grupo Diante do Trono como backing vocal. Dona de uma belíssima e suave voz com qualidade técnica inegável. Em 2003, Nívea Soares iniciou a carreira solo, o primeiro CD chamado ‹Reina Sobre Mim› gravado em estúdio. Em Maio de 2003, ultrapassou a vendagem de 300 mil cópias. Hoje, Nívea Soares não é apenas mais um nome que se destaca no cenário musical cristão, mas um ministério reconhecido dentro do Brasil e por muitos países afora. Nos vários congressos, seminários e conferências de louvor e adoração de peso que são realizados, o Ministério Nívea Soares é quase que unanimidade e presença obrigatória, dados os muitos convites que recebe.

Carlos Moysés

É pastor, cantor, compositor e instrumentista brasileiro. À frente da banda Voz da Verdade desde seu início, já se apresentou em todo o Brasil e também fora dele. Em 2018, a banda completa 40 anos desde a sua primeira gravação. É casado com Liliani Z. Moyses, pai de Samuel, Cristiane e Daniel, e avô de quatro crianças. Preside também o Ministério Voz da Verdade, com sede em Santo André-SP, Brasil. Sua discografia conta com 36 CDs gravados e 14 DVDs - com repertório essencialmente autoral. Já foi regravado por grandes nomes do cenário brasileiro. Ganhou prêmios como o de “Banda do Século”, oferecido pela frente parlamentar evangélica do Congresso Nacional do Brasil. Sua composição tem simpatizantes e seguidores por todo o mundo.

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ESCRITORA ELANE LIMA MARQUES Satisfação pessoal em ver o meu trabalho sendo divulgado, propalado, lido, por vezes elogiado pelo público; enfim, deixando como parâmetro para pesquisas de futuras gerações.”

Elane Lima Marques nasceu em Aracaju em 17 de março de 1959. Na graduação, é formada em Pedagogia pela Faculdade Pio X, com especialização em Administração Escolar. Na pós-graduação cursou Psicopedagogia Institucional e Clínica. Na área de voluntariedade notabiliza-se no Lions Club International, tendo ocupado a Presidência do Lions Clube Atalaia, assim como os cargos de Coordenadora do Gabinete de Integração, Assessora da Mulher e da Família, Assessora Distrital das Crianças, Assessora Distrital de Eventos, Presidente da Divisão D, e atualmente exerce o cargo de Presidente da Região D do Distrito LA3 que abrange Pernambuco, Alagoas e Sergipe. É sócia também do Woman’s Club International of Sergipe onde ocupa o cargo de 2ª Vice-Presidente.

Boa leitura!

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Pesquisadora aracajuense apresenta ‘Sila, do Cangaço ao Estrelato” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Elane Lima Marques, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto por temáticas voltadas para o cangaço? Elane Marques - Sendo Conselheira do Movimento Cariri Cangaço e acompanhando o meu companheiro, escritor Archimedes Marques, também me apaixonei por esse tema culminando em escrever o livro “Sila, do Cangaço ao Estrelato”, uma obra que minucia a história de vida dessa cangaceira, companheira de Zé Sereno, uma mulher que sobreviveu ao cangaço e também venceu na grande metrópole São Paulo.


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Em que momento pensou em escrever “Sila, do Cangaço ao Estrelato”? Elane Marques - Na qualidade de autêntica representante da mulher, conforme sempre procurei ser em todas as áreas de minha atuação, quando me inteirei mais profundamente do tema cangaço, procurei dentre as cangaceiras aquela que melhor fizesse parte do meu perfil, pois pretendia escrever algo a seu respeito. Assim, em uma dessas pesquisas de campo alguns anos atrás, próximo a Curituba, município de Canindé do São Francisco, em Sergipe, conhecemos uma pessoa encantadora, humilde, um homem simples e castigado pelo tempo: José de Souza Lins Ventura, mais conhecido por Zé Leobino, vaqueiro aposentado, nascido na fazenda Cuiabá, em 3 de fevereiro de 1924. Zé Leobino, nos seus doze anos

de idade, conheceu Lampião, Maria Bonita e diversos outros cangaceiros, dentre os quais Sila, que sempre se acoitavam naquela propriedade pertencente à portentosa família Brito que dominava o baixo São Francisco. Após sermos apresentados, depois de uma curta conversa, ele foi logo dizendo que eu era bonita e bem feita igual a Sila, com uma “anca” bem torneada, também uma mulher determinada, decidida e acima de tudo, uma mulher que demonstrava saber o que queria, enfim, o retrato em pessoa de Sila. Oportunamente fizemos outra visita ao simpático Zé Leobino, e novamente esse “galanteador” asseverou estar olhando para Sila, para ele a mais bela das cangaceiras. Desse modo, vaidosa como sempre fui, me despertou a ideia fixa de melhor pesquisar essa mulher, uma brava cangaceira do passado e uma grande mulher no período pós-cangaço. Aquele cansado homem me fez ver o que estava “escrito nas estrelas”, ou seja, que eu deveria escrever sobre Sila, e assim foi feito.

A autora e o grande Zé Leobino Apresente-nos a obra. Elane Marques - O envolvimento de Sila com o cangaço se deu na segunda metade de 1936, quando passou a conviver maritalmente com o então cangaceiro Zé Sereno (José Ribeiro Filho) que pertencia ao bando de Lampião. Esse acontecimento mudou para sempre a vida dessa jovem sertaneja, natural de Poço Redondo, Sergipe, menina nos seus 13 anos de idade que, juntamente com sua família, se tornou a partir de então alvo das perseguições das Forças Policiais Volantes que atuavam no combate ao banditismo pelos sertões. Sila e seu companheiro estiveram presentes em alguns combates e sobreviveram à emboscada realizada pela Força Policial Volante de Alagoas, comandada pelo então Tenente João Bezerra, que vitimou Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros, além de um soldado da Força Policial, fato ocorrido em 28 de julho de 1938 na grota do Angico, em Sergipe. Após a morte de Lampião, o casal se entregou às autoridades em troca da anistia prometida pelo governo Vargas, e pouco tempo depois de serem liberados pela Justiça, seguiram perambulando a pé pelas estradas vivendo grandes aventuras, www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR com destino ao sul da Bahia, indo posteriormente para Minas Gerais e por fim para a grande São Paulo, onde se estabeleceram definitivamente. De que forma Sila se destacou após o cangaço? Elane Marques - Assim que chegou a São Paulo, nasceu o quarto filho com vida do casal; entretanto, somente três estavam em sua companhia, pois o primeiro, nascido na época de cangaço, fora entregue a terceiros para uma melhor criação. A exemplo das outras paragens, sem dinheiro algum, comeram o “pão que o diabo amassou” entre os paulistanos da periferia, não somente por terem um passado de sangue, mas principalmente por serem sertanejos nordestinos, pior ainda, por terem sido cangaceiros. Mas os dois foram à luta: Zé Sereno fazia “biscate” aqui e acolá até que conseguiu um emprego fixo como vigilante e faxineiro em uma escola municipal. Sila, por sua vez, mostrava seus dotes na costura. Costurava em casas diversas ganhando diárias ou por encomenda. Costurava na sua residência as roupas dos clientes da redondeza. Sila em dois tempos

Devido ao seu excelente desempenho, montou um atelier de costura nos Jardins, em São Paulo e fez bicos de vendedora e enfermeira, viran48

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do-se como podia. Durante alguns anos, trabalhou como costureira na TV Bandeirantes, costurou roupas para as dançarinas do Chacrinha, foi camareira das atrizes Regina Duarte e Fernanda Montenegro. Também fez figuração nas novelas “Sapos e Beijos” e “Os Imigrantes”. Auxiliandonas filmagens da minissérie “Lampião”, da Globo, nos anos 80, regressou ao palco de sua tragédia. Sila começou a viajar, dar palestras e resgatar a epopeia do cangaço, que viveu na carne. Mas Sila era “ranhenta”, sempre queria mais. Quando descansava, estava lendo ou escrevendo algo, aprimorando a língua portuguesa, daí virou escritora, autora de três livros: (SOUZA, Ilda Ribeiro de. “Sila Uma Cangaceira de Lampião”. São Paulo: Traço Editora e Distribuidora Ltda, 1984. / SOUZA, Ilda Ribeiro de. “Sila, Memórias de Guerra e Paz”. Recife: Imprensa Universitária, 1995. / SOUZA, Ilda Ribeiro de. “Angicos Eu Sobrevivi”. Oficina Cultural Mônica Buonfiglio, 1997). Pelo fato de ser conferencista em vários eventos, congressos e afins, Nordeste afora, Sertão adentro e noutros tantos lugares do Brasil, passou a ser mais conhecida ainda, dando entrevistas para muitas revistas, rádios, televisões, jornais... Sila agora já era uma celebridade, uma estrela... Quais os principais desafios para a escrita do enredo que compõe o livro? Elane Marques - Os desafios e dificuldades vieram e se foram à medida que a “colcha de retalhos” ia sendo remendada com a ajuda do meu companheiro, do amigo escritor Paulo Gastão, do cineasta Aderbal Nogueira, do pesquisador Geraldo Junior e dos remanescentes familiares de Sila, dentre tantos outros pesquisadores que contribuíram para a grandeza da obra.

O que mais a marcou enquanto escrevia o enredo que compõe “Sila, do Cangaço ao Estrelato”? Elane Marques - Sem sombra de dúvida, o que mais me marcou foi o falecimento de Gilaene de Souza Rodrigues, a Gila, filha de Sila, pessoa que acolheu na totalidade os meus propósitos, que me forneceu importantes informações, fotografias iné-


DIVULGA ESCRITOR Onde podemos comprar seu livro? Elane Marques - Nas livrarias: Leitura, no Shopping Boa Vista, em Salvador; e Escariz, no Shopping Jardins, em Aracaju. Também por correspondência fazendo o pedido pelo meu e-mail: marqueselane2@bol.com.br Quais os seus principais objetivos como escritora? Elane Marques - Satisfação pessoal em ver o meu trabalho sendo divulgado, propalado, lido, por vezes elogiado pelo público; enfim, deixando como parâmetro para pesquisas de futuras gerações. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Elane Lima Marques. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Elane Marques - Desejo que as pessoas não deixem os livros impressos morrerem. Adquiram, leiam, continuem colecionando e engordando suas bibliotecas. Usem seus computadores e celulares para outros fins, esquecendo um pouco dessa história de livro virtual.

ditas; enfim, uma santa alma que se colocou à minha inteira disposição e que ficou radiante com minha ideia de escrever sobre sua mãe. Uma pessoa extraordinária que também deixou marcadas as suas considerações no meu livro em texto simples, mas direto sobre seus pais. Uma pessoa que também viria pessoalmente para o lançamento do meu livro, mas que

infelizmente faltando apenas alguns dias para o evento partiu para o outro mundo, quem sabe a se reencontrar com Sila e Zé Sereno. O que mais a encanta na trama? Elane Marques - A lição de vida que nos traza grande Sila, provando que quando há perseverança se pode mudar da água para o vinho.

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POETA POVEIROS Por Maria Santos

Mulher Ser mulher, ser poesia, Mãe, esposa, companheira, Mar liberto em maré cheia Em estrofes é magia. Livre no tempo, flutua Como uma égua num prado, No firmamento é lua, Coração apaixonado. Rosa, lírio, malmequer, Liberdade no sentir, Corpo lindo de mulher Coração de ouro a sorrir! Rosa

Toda a Mulher é uma Deusa Mulher, tu és uma Deusa Tua energia é inesgotável Tua força é extraordinária És filha da mãe Natureza És Deusa no amor, na paixão És Deusa Mãe e feiticeira E por tudo isto és mágica E incrivelmente bela Como todas as Deusas A mulher precisa de ser cuidada Protegida e amada Por isso, homem, como companheiro, Cuida protege e ama a... És mulher Deusa A Deusa da Beleza Bárbara Godinho

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Ser Mulher Mulher Mulher madura com alma de menina Cresceste e a vida muito te ensina Romântica sentimental apaixonada E por vezes simplesmente ignorada Precisas de amar para não adoecer Precisas de coragem para te erguer Sorris, quando te apetece chorar. E cantas quando te apetece gritar. Mas também choras de felicidade. E vertes lágrimas de saudade. Consegues ter a força invejável De uma rocha inquebrável. Mas também quebras e ficas miserável. Ganhaste tua própria personalidade. E até conseguiste maior liberdade. Liberdade, pelo que hoje és. Mas há limitações que nem vês Romântica, aspirando teus ideais Cuja fragilidade é teres amado demais. Aurora Maria Martins

Ser mulher, esposa mãe É o melhor que a vida tem, É o mundo da mulher… P’lo marido ser amada Pelos filhos adorada É tudo o que ela quer. Quando surgem dissabores, Tristezas, por vezes dores, Jamais se dá por vencida, Ergue a cabeça altaneira E luta à sua maneira, Leva tudo de vencida. Mesmo que esteja empregada, Ao regressar, já cansada, Ainda tem de trabalhar… Há comida p’ra fazer, Crianças para atender E a casa p’ra cuidar. Lava tachos e panelas, Limpa o chão e as janelas, E não se furta ao labor. Do Lar ela é a rainha,

Seja na sala ou na cozinha, Tudo trata com primor. Já vencida p’lo cansaço Ainda aguarda o abraço Daquele que é seu amor… Adormece finalmente Corpo cansado e a mente Esquecendo qualquer dor. Novo dia vem nascendo, Mesma rotina trazendo… Não há que desanimar! E os anos vão passando, Suas marcas vão deixando Nesse corpo a labutar. Sua beleza esmorece Mas seu amor não fenece, Ela é apenas mulher! Sem forças e já cansada Vai seguindo a dura estrada Que lhe foi dado viver. E essa “caixinha de amor” Deixando imensa dor Parte quando não se pensa. Ó mulher, esposa e Mãe, O melhor que a vida tem, DEUS te dê a recompensa. Amy Dine

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ENTREVISTA

ESCRITOR FÁBIO A. GABRIEL Acredito que a grande riqueza desta coletânea seja diversidade de vertentes dos estudos sobre formação de professores. Há uma ênfase em se pensar na formação inicial dos professores das diversas licenciaturas.”

Nascido em Quatiguá (PR) e residente em Joaquim Távora no mesmo estado, Fabio A. Gabriel é formado em filosofia, teologia e pedagogia; é especialista em ética e mestre em educação. Trabalha como professor de filosofia na Rede Estadual do Paraná. É organizador do site Coletâneas Científicas, que reúne as obras que publicou e organizou. Trabalhou como professor de Filosofia na Universidade Estadual do Norte do Paraná e atualmente é doutorando em educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Dedica-se ao estudo sobre a relação entre filosofia e educação, ética e formação de professores de filosofia.

Boa leitura! 52

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor e pesquisador acadêmico Fábio Antônio Gabriel, é um prazer contarmos mais uma vez com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a publicar o livro “Possíveis caminhos na formação de professores: articulando reflexões, práticas e saberes”? Fábio A. Gabriel - O livro surge das pesquisas em um grupo de pesquisa liderado pela minha orientadora na Universidade Estadual de Ponta Grossa, Profa. Dra. Ana Lúcia Pereira, que tem se dedicado a estudar sobre formação de professores. A obra surge deste contexto e reúne pesquisadores de diversas instituições preocupados também com a formação de professores no contexto da pós-modernidade. Quais os principais objetivos a serem alcançados com a publicação da obra? Fábio A. Gabriel - O objetivo central do livro é congregar pesquisas sobre formação de professores procurando divulgar os resultados de pesqui-

sas sobre a temática. Apresente-nos a obra Fábio A. Gabriel - Uso palavras do prefaciador, Prof. Dr. Jorge da Cunha Dutra: “Ao longo dos textos, encontro, pelo menos, duas preocupações que perpassam a todos: o comprometimento com a melhoria da qualidade na formação docente e a luta pela superação de um ‘conteudismo’, ou seja, que os cursos de formação de professores apresentem novas possibilidades de reflexão sobre a prática pedagógica de modo que permita a superação da educação bancária em vista de uma educação problematizadora, onde os conteúdos ensinados façam sentido para a vida dos estudantes e não sejam apenas algo a mais que eles tenham de ‘decorar’ para responder em alguma prova e depois esquecer; pois como diz Rubem Alves: ‘ o aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento fez o seu trabalho’. Com relação a temática abordada. O que mais chamou a sua atenção após análise das pesquisas realizadas. Fábio A. Gabriel - Acredito que a


DIVULGA ESCRITOR ca no curso de licenciatura em pedagogia: alguns posicionamentos dos licenciandos da UEPG; Formação permanente em tempos neoliberais; Pesquisas sobre o professor do ensino superior: para onde vamos; Avaliação da aprendizagem: dilemas e perspectivas da atuação docente na escola em ciclos; O problema da restituição: uma análise do discurso em Padre Vieira; Equipe gestora e as relações interpessoais na escola democrática: em busca de uma escola de qualidade.

grande riqueza desta coletânea seja diversidade de vertentes dos estudos sobre formação de professores. Há uma ênfase em se pensar na formação inicial dos professores das diversas licenciaturas. Talvez um ponto problemático seja ainda o fato de muitas licenciaturas funcionarem como bacharelados sem uma preocupação com a parte pedagógica dos futuros professores. Apresente-nos os principais tópicos apresentados em “Possíveis caminhos na formação de professores: articulando reflexões, práticas e saberes” Fábio A. Gabriel - Apresento alguns capítulos da obra aleatoriamente: Formação de professores: a prática em questão; A formação matemáti-

Como você vê a formação dos professores na atualidade? Fábio A. Gabriel Acredito que é de grande relevância pensar a formação de futuros professores. A internet possibilitou um grande acesso a informações mas acredito que o papel do professor para filtrar e direcionar a aprendizagem é de fundamental importância.

meu site www.fabioantoniogabriel. com Você vem organizando diferentes antologias. Temos alguma antologia em formação? Fábio A. Gabriel - Quem desejar participar pode entrar em contato pelo meu email: fabioantoniogabriel@ gmail.com Sempre estamos organizando, daí pelo contato podemos conversar com a pessoa sobre como participar. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o trabalho do escritor e pesquisador acadêmico Fábio Antonio Gabriel. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Fábio A. Gabriel - Ao iniciar o novo ano penso que é importante refletirmos sobre a nossa colaboração para um mundo mais ético. A ética é de fundamental importância para uma sociedade em que as pessoas possam conviver harmoniosamente. Como o livro fala sobre formação de professores, penso que o dia em que a sociedade valorizar mais os professores teremos uma nova sociedade, porque os professores são de grande importância na formação de novos professores.

A quem indica leitura? Fábio A. Gabriel - Recomendo a leitura para quem desejar se inteirar sobre pesquisas contemporâneas sobre a formação de professores. Onde podemos comprar o livro? Fábio A. Gabriel - O livro pode ser adquirido no link da editora: https://editoramultifoco.com.br/loja/ product/possiveis-caminhos-na-formacao-de-professores-articulando-reflexoes-praticas-e-saberes/ E também pode ser acessado pelo

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SOLAR DE POETAS Por José Sepúlveda

O Douro que canta Parece que foi ontem. Resguardado naquele saco-cama, deitado sobre a terra quente do Parque de Campismo de Miranda, eis-me de noite a cogitar com a lua sobre aquela aventura louca de percorrer o Vale do Douro, do Pocinho ao Cabedelo, na companhia de mais de sessenta jovens, num trajeto repleto de aventuras, com dezasseis viaturas na comitiva, oito cicloturistas (entre eles o Rafael Silva, o homem que levou a Bandeira dos Dragões ao Polo Norte, quando a equipa ganhou o Campeonato Europeu de Futebol), dezasseis canoeiros vindos de Salvaterra de Magos a Bragae quanta mais gente a calcorrear a pé o longo trajeto de quase quatrocentos quilómetros, em nove dias apenas. No primeiro dia, no Pocinho, preparámos a saída bem cedo. Aí, dois repórteres improvisados, com máquinas de filmar nas velhas cassetes VHS, levantaram-se acrobaticamente para filmar as maravilhas ao redor, em cima da canoa, desequilibraram-se enuns segundos, ei-los mergulhados nas frescas águas do Rio de Ouro. E, sem repórteres a filmar, lá seguimos ao longo do rio, rumo a Sendim de Miranda, terra de gente generosa que num abraço nos acolheu oferecendo-nos o apoio logístico de todoindispensável, para que ali pudéssemos pernoitar. Foi lá que apresentamos a nossa segunda atividade. (A primeira foranas muralhas do Castelo de Miranda, na tarde anterior): Rastreios de saúde, música, preleções sobre cuidados primários de saúde, apoio infantil. Passava já da meia-noite quando depois de uma noite mágica recolhemos à Junta de Freguesia, local que ali tinham preparado para o nossoacantonamento. Depois, Freixo-de-Espada-à-Cinta, onde dezenas de filhos da terra vagueavam felizes por cada rua, matando saudades da família e dos amigos. Reunidos ao serão, ao pé do rio, onde um grande palco e muitas dezenas de pessoas nos esperavam, ali apresentamos o nosso programa, levando àquele povo o abraço das gentes do litoral. Seguiram-se Foz-Coa, São João da Pesqueira e Régua. No caminho para Foz-Coa,enquanto as Rádios Piratasque nos acompanhavam ao longo do dia não se cansavam de divulgar a nossa aventura, decidimos visitar uma delas, em Torre de Moncorvo, que liberalmente nos franqueou as portas e o Estúdio para que ao longo de mais de uma hora pudéssemos divulgar com liberdade plena a nossa mensagem e tudo o que nos motivara a abraçar este projeto.

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SOLAR DE POETAS Por José Sepúlveda

No regresso, ali pelo Mogadouro, enquanto merendávamos, já tardiamente, apareceu um homem da terra, o Ti’ Manel, de bicicleta e concertina ao ombro, que nos deliciou e desbobinou uma série de cantigas ao desafio. Ele ela bom no improviso e tivemos dificuldade em ripostar às sua incisivas provocações, com sarcasmo e muito humor. Não desistimos, replicámos e no fim, sob o olhar estupefacto e curioso de todos, aproximou-se, olhou-me nos olhos e disse: - É, pá, vocês têm fibra! Naquele profundo e sentido abraço que se seguiu, estava a alma do povo generoso do Alto Douro, a sua raça, a sua força, o seu carinho, a sua amizade, o pulsar do seu sentir mais profundo. Era a alma do povo deMiranda, Sendim, Foz Coa, São João da Pesqueira, quiçá, Torre do Moncorvo, Lamego, Tarouca. Tarouca, sim, o abraço desta cidade linda onde a poesia pulsa nos gestos, nas palavras, no sentir da alma de gente que abraça o mundo e nos grita queVale a Pena, vale a pena sonhar, partilhar, sorrir para o mundo e enlaçar a gente neste repetido e longo abraço, num banho de cultura.

Tarouca, Tarouca, Já sinto na boca Um sabor a mel, Instinto poeta, Arrombo a gaveta Caneta e papel.

Caminho, caminho, A roda, o moinho, A água a saltar E lá, no horizonte, A urze e o monte, Semente a brotar.

A vaca que pranta, A ave que canta, O grilo, grigri, O sino que tine, E o povo redime Tão perto de si.

A abelha, precisa, A flor poloniza E voa no espaço E, quando assustada, Com leve picada Eriça meu braço.

Tarouca, cidade, Que felicidade A todos acena Para nos dizer Como é bom fazer Da vida um poema!

… Já lá vão trinta anos. No âmago do peito guardo aquele abraço, agora renascido no coração deste povo que nos acolhe e convida a partilhar aquilo que sentimos, aquilo que nos faz vibrar e transforma cada um de nós num farol que brilha e faz brilhar ao longo da nossa terra. Bem-haja à organização pela sua iniciativa, pelo seu convite, pelo privilégio deste Encontro de Poetas onde a poesia vive e se propaga, qual testemunho recebido dos Vultos de Antanho que souberam fazer brotar das suas entranhas uma língua que em toda a parte, em todo o mundo, há de enaltecer Portugal.

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITORA GLAUCINEDE MENDES O momento em que Melisteu dança com Lunon. Nesse episódio quis mostrar toda a emoção e tristeza de Melisteu, por acreditar que não podia amar Lunon.”

Glaucinede Mendes Machado nasceu em Boa Viagem (CE). Além da paixão pela escrita, seus outros amores são seus filhos e netos: Camila Machado, que lhe deu João Pedro e Vitor Hugo; Fernando Mendes, que lhe deu Ana Luiza e Theo; e Eduardo Machado, que Deus lhe permita conhecer os filhos que lhe dará. Aos 15 anos sofreu um grave acidente automobilístico, por um mês não saiu de casa e se escondia quando alguém chegava. Motivo: ficou cega de um olho, tinha vergonha de olhar de frente para as pessoas. Hoje faz uso de prótese ocular.

Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Glaucinede Mendes Machado, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever o seu livro A Fada e o Cavaleiro? Glaucinede Machado - Adoro romances, principalmente a magia dos encontros, descobrir um ao outro; assim, decidi escrever um livro que falasse de amor, dos encontros e desencontros que passamos até chegarmos ao final feliz de cada história. O bom da ficção é justamente isso, ter sempre um final feliz. Apresente-nos a obra. Glaucinede Machado - “Era um mundo de Cavaleiros, Fadas Guerreiras e Seres Malignos. Com a morte da Rainha Ainara, a fada Melisteu, ainda muito jovem, assumiu o trono. No Reino Místico, as rainhas são casadas com os Cavaleiros da Luz, mas Melisteu ainda não conhecera o seu Cavaleiro, e o Livro Mágico Amuraí lhe fez uma revelação: ‘Seu cavaleiro não é dessa dimensão. Quando a terra estiver encharcada com o

sangue dos inocentes e não houver mais vida, seus destinos se cruzarão’. Os Seres Malignos, também chamados de molivocks, aprisionam os humanos em seu mundo, conhecido como a Dimensão do Medo, de onde jamais alguém retornou. Fala a profecia que uma fada do cabelo cor de fogo porá fim aos molivocks. Também está escrito que ‘a filha gerada no presente, mas que nascerá no futuro’, que, para a dor da Rainha Melisteu, é a filha que ela carrega... ‘não nascerá de seu ventre’!” Quais os principais desafios para escrita da trama que compõe o enredo? Glaucinede Machado - A história gira em torno da fada do alto grau, da mulheres colhida para liderar o reino místico, e como vencer os desafios que surgem no desenrolar dos acontecimentos. No decorrer da história tive a grande dúvida sobre a personagem Melisteu: ela deveria ou não morrer? Foi uma decisão difícil, porque me encantei com essa personagem. Qual o momento que mais a marcou enquanto escrevia “A Fada e o Cavaleiro”?


DIVULGA ESCRITOR Glaucinede Machado - O momento em que Melisteu dança com Lunon. Nesse episódio quis mostrar toda a emoção e tristeza de Melisteu, por acreditar que não podia amar Lunon. Soube que você tem algo a nos revelar com relação ao nome dos personagens. De onde vem inspiração para os nomes dos principais personagens que envolvem a trama? Apresente-nos os principais personagens que compõem o romance. Glaucinede Machado - Os personagens principais são Melisteu, Lunon, Laura e Gabriel. As personagens principais sempre iniciam com a letra “L”, neste caso é a Laura, inicial do nome de minha mãe Luiza (em memória), uma forma que encontrei para homenagear mãe tão maravilhosa e guerreira. Os nomes dos personagens, bem como vários episódios, crio durante o percurso para o meu trabalho, visto que o caminho é longo, mas prazeroso. Além de A Fada e o Cavaleiro, você tem mais duas obras publicadas. Apresente-nos. Andomi, a Luz e as Trevas – Essa história conta o drama vivido pelos pais adotivos de Lissieni, criança que nasce com o poder da cura; a menina é perseguida por pessoas que querem dominar seu poder. Assim,os pais vivem fugindo, na tentativa de proteger sua filha. Plock, o Duende – História infantil que conta as travessuras do duende Plock, com seus amigos Flora, João Pedro e Ana Luiza. Juntos, vivem emocionantes aventuras. Onde podemos comprar seus livros? Glaucinede Machado - No site de minha editora: http://189.111.238.146/ cont/login/Index_Piloto.jsp?ID=b-

v24x7br (livro digital e físico). Também na www.amazon.com.br (livro digital) e Livraria Cultura. Quais os seus principais objetivos como escritora? Soube que já temos livros novos sendo escritos. Comente. Glaucinede Machado - Meu maior objetivo é levar emoção às pessoas; a leitura nos faz viajar para lugares incríveis, além de nos fazer refletir sobre determinadas atitudes. Estou escrevendo mais dois romances, os títulos não estão definidos; como escrevo somente nas horas vagas, acredito que no mais tardar no final deste ano os dois estejam prontos para serem publicados.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Glaucinede Mendes Machado. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Glaucinede Machado - Ser diferente não é ser menos que o outro. Entender as diferenças, respeitar a opinião e as escolhas de cada um, assim, precisamos amar mais, respeitar mais; e nessa correria em que vivemos, encontramos tempo para falar mais vezes... “Eu te amo”. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

DO SILÊNCIO DA TERRA

Rosa Marques

PRECIOSA AGUARELA É Primavera Todo o vale está formoso Encantado… Com suas flores tão belas! As lilases… As azuis e brancas e muitas… Muitas amarelas! À beira do lago é onde A beleza mais impera… Únicos matizes e narcisos, Amores-perfeitos Nascidos nesta Primavera! E as majestosas árvores em flor Pelas ruas da nossa cidade Oferecendo a quem passa, Pétalas de carinho A todos saudando com amor! É grande a sensibilidade Com que a Natureza se doa… se revela A quem não se cansa de contemplar Tão preciosa aguarela!

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Do silêncio da Terra Eleva-se um doloroso lamento Da Terra abismada pela insensibilidade, Pela crueldade humana… Que de Terra verde e sadia a transformaram Em Terra queimada… A Terra, que antes era amparo e sustento Agora Terra de luto desrespeitada Acoitando a morte e a fome Que ronda os homens… Os homens que tudo perderam Os homens que ficaram sem nada… Num grito de revolta… numa raiva Que não adianta já ser reprimida… A Terra une a sua dor, à dor dos homens Chora com eles… Todos os que perderam a vida A Terra antes verde e sadia Agora Terra de luto empobrecida. Perante a angústia… o desalento Dos que porfiam pela sobrevivência… Dos homens que tudo perderam… A fé… a razão… A Terra renova-se, e num grito de júbilo Faz brotar das suas entranhas as novas sementes Crescer e prosperar os novos rebentos Tornando-se de novo esperança e alimento… Aos homens devolve-lhes a fé… a razão Mas a vida… Ah! A vida dos que pereceram não!


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Marcelo Allgayer

Os amigos de verdade

Acredito existirem os amigos de verdade. Mas também acredito que eles não precisam conhecer alguém profundamente e saber de todas as virtudes e manias de qualquer pessoa, a sua trajetória de vida etc. Com efeito, um amigo pode vir inesperadamente por muitos motivos e muitas ocasiões. Pode ser até aquela pessoa que você não vê há mais de trinta anos, ou alguém que constantemente está do seu lado nas horas fáceis, difíceis, prazerosas ou dolorosas. Pode ser aquele cara que paga a sua cota para o garçom quando a grana está curta, ou aquele que avisa o melhor caminho a seguir numa situação de encruzilhada vital. Amigos podem vir quando você me-

nos espera, num momento em que não há nada para se fazer, quando alguém se lembra de você para um jogo de futebol ou quando o convidam para uma festa de aniversário. Amigo também é aquele que o convida para um happy hour, ou para conversar no banco da praça mais próxima. Assim, não importa a distância ou o tempo, pois essa pessoa jamais deixará de cultivar a amizade. Por outro lado, os familiares, muitas vezes, são nossos melhores amigos, por conhecerem profundamente nossos estados sentimentais; e um amigo de verdade não esquece de você. Um amigo pode estar no trabalho, em casa, ou mesmo nas redes sociais, pois ele o procura onde você estiver.

Um pouco mais de poesia As crianças precisam jogar menos videogame, estudar a lição de casa e, às vezes, um pouco mais de poesia. Os adultos precisam trabalhar menos, trazer dinheiro para a casa, mas também precisam de um pouco mais de poesia. Os casais precisam de um pouco mais de harmonia, relações mais afetuosas, menos intempestivas; precisam um pouco mais de poesia. Não que a poesia seja para tudo a solução do dia a dia, mas ela, a poesia, pode dar silêncio a um lar; e nas vidas, um pouco mais de compreensão. Nos conflitos, um pouco mais de paz. Pois a poesia nos ajuda no desespero, ajuda-nos no recomeço, no apego pela vida, ajuda-nos a compreender o que não tem resposta, o desejo da liberdade suposta; mais do que isso, ela, a poesia, ajuda-nos a entender o mistério da existência. www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITOR GUSS DE LUCCA Seus protagonistas não são aventureiros, magos ou predestinados; o mundo não é habitado por criaturas fantásticas como elfos, orcs, gigantes e demônios; e a história é fechada, não fazendo parte de uma trilogia ou saga.”

O jornalista e historiador Guss de Lucca sempre soube que contar histórias era seu destino. Desde criança seus melhores amigos eram lápis e papel. Depois, na adolescência, ele descobriu os jogos de RPG (roleplaying games) e passou a criar mundos, personagens e tramas para entreter os amigos. Apesar de ter escrito seu primeiro livro, o infantil “S.O.S. Cupinzeiro”, aos dez anos, foi só depois da faculdade de jornalismo que se arriscou como romancista. Guss escreveu dois livros, e como muitos autores iniciantes, enviou os manuscritos para diversas editoras. As poucas respostas não passavam de negativas com textos genéricos. Desanimado, ele só voltou para a literatura anos mais tarde, convencido por amigos de que deveria apostar no seu talento e montar uma campanha de financiamento coletivo. Dela surgiu o suspense de fantasia “O Monstro”, livro voltado ao público adolescente e cuja trama foge de clichês comuns ao gênero.

Boa leitura!

Um mundo diferenciado e completo é apresentado em ‘O Monstro’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Guss de Lucca, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever “O Monstro”? Guss de Lucca - Quando decidi escrever outro livro, mas agora com a certeza de que iria autopublicá-lo, peguei a lista de histórias que carrego comigo e fiquei um tempo pensando qual das oito deveria ser a primeira. “O Monstro” era a única trama de fantasia. E ela tinha algumas qualidades que combinavam com o momento. O gênero estava em alta, a proposta fugia de muitos clichês e, acima de tudo, era uma forma de entrar em contato com o

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DIVULGA ESCRITOR meu passado nerd (sim, na minha época não existiam geeks) e agradecer pelos anos de alegria que as histórias de fantasia me proporcionaram. Apresente-nos a obra. Guss de Lucca - “O Monstro” conta a história de três jovens agricultores, pessoas bem pobres, cujo maior bem são os próprios sonhos. Suas rotinas mudam após algumas mortes ocorrerem nos arredores da vila onde vivem. Sem pistas sobre quem ou o que teria desmembrado animais e pessoas, a autoridade real oferece uma recompensa pela captura da assim chamada “criatura”. Instigados pela possibilidade de realizar seus objetivos, os adolescentes unem forças para capturar o tal monstro que aterroriza a floresta local, mesmo sem os atributos tidos como necessários para a realização desse desafio. O interessante, para quem gosta e consome obras de fantasia, é que “O Monstro” foge de certos consensos do gênero. Seus protagonistas não são aventureiros, magos ou predestinados; o mundo não é habitado por criaturas fantásticas como elfos, orcs, gigantes e demônios; e a história é fechada, não fazendo parte de uma trilogia ou saga. Quais os principais personagens que compõem o enredo de “O Monstro”? Guss de Lucca - O livro tem três protagonistas unidos por um incidente. Augustus, o filho de um plantador de batatas, tem talento para escultura e sonha integrar a Academia de Artes Real, restrita à nobreza. Porém, ele teve a mão mutilada na infância como punição por esculpir um busto proibido. Milenna, sua prima, trabalha para 64

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o pai, um criador de javalis que a maltrata por preferir ter tido um filho homem. Seu sonho é juntar-se ao exército real e deixar a vila onde mora para sempre. O problema é que mulheres não são aceitas pelos militares. Já Fabia, a filha do guardião local, que é o nobre designado pelo rei para administrar um conjunto de terras, tenta provar ao pai que pode

substituir o irmão mais velho, morto na guerra, como herdeira da família. Como foi a escolha dos nomes para os principais personagens? Guss de Lucca - Uma das minhas ideias foi não usar nomes anglo-saxões. Como a vila onde a ação se desenvolve integra um reino que pertenceu a uma lendária civilização, já extinta, seus habitantes têm por


DIVULGA ESCRITOR hábito adotar nomes do passado, baseados em nomes romanos. Quais os principais desafios para escrita da obra? Guss de Lucca - Manter a disciplina da escrita diária, quando me encontro cercado por outros afazeres, que vão desde a produção de textos jornalísticos até ter que ir ao mercado ou passar roupa, foi e ainda é um dilema. E qual foi a maior descoberta encontrada no processo de autopublicação? Guss de Lucca - Assim que optei pela autopublicação, decidi estudar para saber como as editoras criam seus livros. E após um curso de produção editorial da Universidade do Livro (UNESP), decidi adotar o rigor desse processo. Contei com a ajuda de uma preparadora de texto, uma diagramadora/ designer e uma revisora de texto. Durante meses, todas contribuíram muito para que o produto final ficasse excelente. Por isso, decidi creditar, com foto e nome, todos os envolvidos na segunda orelha do livro, onde habitualmente vemos apenas uma foto do autor e pensamos que o cara é um gênio por fazer tudo sozinho. Qual o momento, enquanto escrevia o enredo, que mais o marcou? Comente. Guss de Lucca - É difícil falar sobre isso sem adiantar uma parte importante da trama, mas posso dizer que entre todos os personagens, principais e secundários, havia um preferido – ou uma preferida. E ver essa pessoa sofrer como sofreu me partiu o coração. Onde podemos comprar seu livro? Guss de Lucca - A versão em papel pode ser adquirida diretamen-

te comigo pelo meu site: http:// gussdelucca.com.br/livros.html . Já a versão digital está à venda na Amazon: www.amazon.com.br/dp/ B078P5PWFB/ Apresente-nos seus próximos projetos. Guss de Lucca - No momento desta entrevista o curta-metragem “Passagem”, cujo roteiro é meu, está em fase de finalização. Já na literatura, comecei a escrever meu segundo livro, o romance de vingança “Cor-de-Rosa”. Nele, uma adolescente, a duas semanas de sua tão esperada festa de debutante, vê o mundo cair e decide fazer todos que julga responsáveis pela sua infelicidade pagarem caro. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Guss de Lucca. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Guss de Lucca - “O Monstro” foi a maneira que encontrei de contribuir com o gênero que me acompanhou na adolescência. Eu jamais o faria se não acreditasse estar apresentando uma história diferente, pois acho que o leitor ávido por um tema sempre busca outras abordagens dentro desse estilo. Espero que entusiastas da fantasia se divirtam com este livro.

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DIVULGA ESCRITOR DIVULGA ESCRITOR

A VIDA EM PARTES Por Tito Mellão Laraya larayaescritor@hotmail.com

O VALOR DO ANONIMATO A advocacia, como profissão, guarda exemplos de humanidade que a dignificam em sua conduta. No princípio do século XX, um advogado rico, jovem, se viu, da noite para o dia órfão e viúvo. O seu pai, um medico de quem levava o nome, e de que tanto se orgulhava, pois já naqueles áureos tempos, quando a medicina social não era muito difundida, cuidava dos ricos cobrando, e dos pobres gratuitamente. Muitas vezes sensibilizado com a penúria do paciente deixava o dinheiro da medicação com a família. Seu filho, advogado, sempre foi um homem bem sucedido, e havia amealhado uma pequena fortuna, no correr de sua vida. Quando se viu só, continuou morando com a mãe, de onde nunca havia saído, e arrumou um emprego de advogado da Caixa Econômica Federal, instituição pública de crédito, para ocupar seu tempo, sua vida e não ficar pensando na tragédia que o abatera. Não era bem quisto no local de trabalho, afinal, o que um rico que não precisava do dinheiro fazia ali, roubando o lugar de quem precisava? Até que pouco tempo depois morreu, e descobriu-se que todo o seu salário ia para a caixa dos funcio-

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nários pobres daquela instituição. Durante todo tempo que lá trabalhou sempre foi alegre, e sua alegria e suas piadas contagiavam a todos, enfim um homem de bem com a vida, poucos sabia da dor que trazia no coração, pois em menos de um mês havia perdido o pai que se espelhava tanto e a esposa. Até hoje é motivo de estórias polêmicas familiares, a vida dos dois, pai e filho, ambos tinham o mesmo nome. Quando nasci, foi este o nome que meus pais me deram. Minha bisavó, de quem amava muito, e mãe de um e viúva de outro, acompanhou a minha infância e adolescência, contando-me histórias de meus antepassados. Hoje, sou escritor, assino os meus livros comeu apelido, que é meu nome de família, aquele que só as pessoas que gostam de mim sabem. E, não foi sem espanto ao ver que este apelido era mais popular do que o nome honroso que levo. Sou advogado e músico, como os laraya, é há gerações, e é contando estórias, que guardo na razão, de valores que trago no coração, que tenho o nome que tenho então!

O LIVRO Não importa se é dia de branco ou feriado, se é de dia ou de noite, se é hora própria ou imprópria, a ideia do livro vai-se brotando no meu ser. Eu, sem ter hora nem jeito, sem pesquisar o que já foi feito, vou botando no papel as ideias que me aparecem então! Algumas fogem outras permanecem, sei que a entrega para esta missão exige dedicação integral. Ainda não consegui estabelecer um horário para as ideias brotarem, e se não for rapidamente coloca-las no papel, elas se perdem como vieram, mas outras irão aparecer. Fico encantado com o escrever um livro, pois muito se parece com minha existência. As coisas acontecem por espasmos, para no final tomarem a forma fluida e constante que eu lhes der. Algumas vezes misturo assuntos, outras humores, pois ele nunca, nem quero que isto aconteça, deixou de ser retrato meu. Algumas vezes paro outras alucinadamente trabalho sem saber o rumo que as coisas estão a tomar. No fim, na primeira revisão, começarei a dar sua forma final. E, um dia lhe direi: agora fala!


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MERCADO LITERÁRIO

Por Leo Vieira é escritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura | leovieirasilva@gmail.com

Quando Livros Falam Demais e Contam Pouco

Eu já li histórias boas, porém enfadonhas somente pelo fato de serem longas demais. Poderiam muito bem ser resumidas em livros menores. Eu estou com muitas sinopses e argumentos guardados, que não sei ainda se vão se tornar contos, enredos paralelos ou romances. O conselho é sempre o mesmo: Não tenha pressa. Analise sempre e deixe a história germinar na sua cabeça, antes de transcrevê-la no papel.

O Hábito da Leitura

Leve sempre um livro com você, seja onde for. Sempre há uma fila de banco, uma espera no médico ou um engarrafamento no ônibus que pedirá uma leitura. Quando se sentir entediado ou estressado, leia o livro. Antes de dormir, leia um pouco também. Se você escovar os dentes perto do filho bebê, ele começará a imitá-lo antes mesmo de ter seus próprios dentinhos. Da mesma forma com o hábito de ler. Em vez de ficar manuseando o celular, procure substituir pelo livro. Você vai chegar a um ponto de se irritar pelo fato de ter se esquecido de sair com um livro.

Escrevendo como Hábito

A escrita é uma atividade cativante e às vezes ingrata. Não podemos esperar ganhar dinheiro e o mundo. Mas a gente vai conquistando aos poucos com paciência e sabedoria. Eu acho que escrever é uma tarefa que exige disciplina. Todos nós temos esse dom porque somos estimulados a escrever desde cedo. Cartas, redações, textos, etc. Todos nós sabemos contar histórias. O fato de desenvolver a habilidade, depende do empenho de cada um. Escrever é igual bater massa de bolo. Se parar, embola tudo e o fermento é a imaginação. Uma dica legal é ter um diário. Escrever manuscritamente é uma forma prática de relaxar porque a escrita a mão mexe também no cérebro. Exponha emoções, ideias, soluções que o seu cérebro estará interagindo com você. O blog virtual é totalmente diferente do bom e velho diário em caderninho.

Segundo uma pesquisa feita pelo Google com 150 fontes, existem em torno de 150 milhões de livros publicados no mundo inteiro. Com certeza há um livro feito para cada um abrir o gosto pela leitura. A humanidade precisa saber que leitura é uma necessidade que tem que ser estimulada desde cedo. O hábito é igual uma barbante trançado. Vai engrossando a um ponto de se tornar impossível rompê-lo.

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITOR JORGE LUÍS DE JESUS Uma escavação arqueológica resulta no despertar milenar de um poderoso mago, revelando que a Terra é habitada por criaturas extraterrestres conhecidas como Mithus.”

Natural de Itajaí (SC), Jorge Luís de Jesus é professor da rede pública municipal há 24 anos. Criou o hábito pela leitura no ensino médio, e a partir de então leu Agatha Christie, Charles Dickens, Shakespeare, Machado de Assis, José de Alencar e tantos outros escritores nacionais e internacionais. É fã da série Alienígenas do Passado e da lenda arturiana e jogador de RPG off-line e MMORPG. A soma de tudo isso desenvolveu sua aguçada imaginação criativa, resultando na criação da saga Black Mage.

Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Jorge Luís de Jesus, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever “Black Mage – A Origem”? Jorge Luís - Idade Média, magias, arqueologia, teorias da conspiração, lendas urbanas e romance policial são meus gêneros literários preferidos. Sempre tive vontade de escrever uma história de magia no tempo presente, saindo dos clichês do medievo. Apresente-nos a obra. Jorge Luís - “Black Mage” é bem isso, uma mistura de todos esses gêneros. Uma escavação arqueológica resulta no despertar milenar de um poderoso mago, revelando que a Terra é habitada por criaturas extraterrestres conhecidas como Mithus. Esses seres possuem a habilidade de assumir a forma humana, e seu objetivo é apropriar-se do comando planetário. Lideradas por um misterioso chefe denominado Quimera, essas criaturas, mons-

truosas na forma original, serão capazes de qualquer coisa para atingir o seu objetivo. Cabe a Black Mage impedi-las de alcançar tal intento. Qual a origem da “Arqueologia Proibida” que o inspira a escrever? Jorge Luís - É uma vertente da arqueologia conservadora (oficial) que, segundo seus defensores, esconde da sociedade o verdadeiro passado sobre a evolução humana no planeta Terra. Erichvon Däniken, autor de “Eram os Deuses Astronautas?”, é considerado o precursor dessa corrente, muito divulgada hoje em dia por meio da série “Alienígenas do Passado” (Ancient Aliens), produzida por Giorgio A. Tsoukalos. Apresente-nos os principais tópicos listados no sumário que compõe a trama. Jorge Luís - Arqueologia e magia são os tópicos principais da obra, que aborda também teorias da conspiração (invasão planetária, alienígenas vivendo entre nós, Nibiru...), política, investigação policial, jornalismo, mitologia, mistério... Quais os principais desafios para a elaboração do enredo que compõe a obra? Jorge Luís - Apesar de sua trama se desenvolver no tempo presente, o cenário central é um país imaginário na Oceania, o que dá maior liberdade para desenvolver as tramas. Mas precisei fazer muita pesquisa sobre as viagens de James Cook e outros


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navegadores que exploraram em primeira mão a Oceania; pesquisei sobre o parlamentarismo e o sistema monárquico para criar o passado histórico de Mú, o país fictício. Além disso, busquei fontes na mitologia de várias culturas, já que os Mithus são seres da mitologia planetária, como quimera, wendigo, fauno, minotauro; e detalhes sobre clima e paisagem no norte da Escandinávia. A tudo isso incluí o que sei sobre a arqueologia proibida. A partir daí, desenvolver as tramas foi fácil. Jorge, qual o momento, enquanto escrevia o primeiro volume da trama, que mais o marcou? Jorge Luís - Eu ter me emocionado, a ponto de chorar, ao escrever algumas cenas. Isso foi marcante, pois revelou o quanto eu estava “inserido” na trama, “presente” em cada cena, vendo e ouvindo os personagens. De quantos volumes será composta a obra“Black Mage”? Jorge Luís - A ideia inicial, quando escrevi “O Despertar”, em 2014, era de aproximadamente oito volumes. Os volumes 2e 3 já estão praticamente

escritos. Ao relê-los, porém, considerei-os muito afastados do tema central da saga. Por isso, dei um tempo. Escrevi outro livro (um romance policial espírita), que será lançado neste ano, e no momento estou escrevendo uma trilogia medieval. Nesse intervalo tenho dado umas rascunhadas na continuação de Black Mage. Creio que está ficando melhor e menos complexo. Temos previsão para lançamento do segundo volume? Jorge Luís - Talvez em 2019 saia o volume 2. Onde podemos comprar seu livro? Jorge Luís - Na livraria da Drago Editorial, https://www.livrariadragoeditorial.com/products/black-mage-j-l-de-jesus/ Ou em grande parte das livrarias de atendimento online e físico do país. Quais os seus principais objetivos como escritor? Jorge Luís - Tenho minha própria profissão e pretendo me aposentar nela. Então, de momento faço minhas as palavras de Virgínia Wolf: “Escrever é que é o verdadeiro pra-

zer; ser lido é um prazer superficial”. É claro que ter os livros vendidos é o grande objetivo, mas o que quero dizer é que no momento não almejo nada grandioso, apenas “me aquecer” para estar preparado quando me aposentar. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jorge Luís de Jesus. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Jorge Luís - A leitura é a viagem mais barata que existe. Vamos a Londres, Pequim, Marte, Urano, Ibiza pagando uma única e acessível passagem, com direito a todo o conforto que desejamos, pois não existe experiência mais gratificante do que “viajar sem sair do lugar”.

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DIVULGA DIVULGAESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Edielane Lacerda Edielane Lacerda da Cruz nasceu em Ponta Grossa (PR) em 26 de julho de 1964. Dedica-se ao magistério e às artes há mais de trinta anos e é contadora de histórias e autora de muitos projetos pedagógicos para o Ensino Fundamental. Psicopedagoga e professora atuante nos mais diversos níveis de educação, é formadora de professores, palestrante, animadora de oficinas pedagógicas, bibliotecária, arte-educadora, regente de coral, teóloga e escritora desde os 7 anos de idade. Ganhou muitos prêmios durante sua carreira, entre o quais se destacam: poesia “O conflidético” (conflito do aidético), pelo Sesc/Ponta Grossa, e “Os encantos de Itália”, no I Concurso Nacional de Poesias do Centro di Cultura Italiana (PR). Participou da Academia Pontagrossense de Letras e Artes (APLA), tendo sido responsável pelo Departamento de Teatro sob a presidência da poeta Sônia Ditzel Martello, em Ponta Grossa. Continua atuando como professora na Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.

Percepções da Sabedoria O que mais deprime neste vasto universo aparente, é a hipocrisia, irmã da falsidade hipotética e prima da mentira absoluta. O que mais causa ira é ler a verdade dos falsários e ter que calar-se para manter a ordem vigente ou está fora do sistema e não poderá fazer absolutamente nada. O que mais abomina a alma é saber a verdade e ter que viver ao lado da mentira. O que mais afeta a dignidade é submeter-se ao indigno e curvar-se diante de seu poder. O que mais apodrece a consciência são palavras falaciosas vestidas de lei. O que mais exauri o sentimento afeto é o sentimento desconexo que inebria ignorantes. Os que mais tolos são, aqueles que chamam o sábio de mestre e o louco de insensato. A pobreza de espírito se veste de púrpura e ouro enquanto a riqueza da sabedoria morre na boca de um douto. A morte se veste de luz enquanto a vida é sufocada pela escuridão de poucas mentes. Os ignóbeis projetistas do mundo estão tomando as rédeas da humanidade, das mãos dos próprios pais. Os filhos da corrupção estão sendo gerados à luz do sol, enquanto a lua ri ironicamente do rico, que crê estar dando ao filho na melhor formação e não percebe o que espreita o rebento. Riem dos miseráveis das escolas públicas e cegos por suas indulgências não observam que trilham os mesmos a caminhos. O que mais preocupa o mestre é saber que existe um projeto traçado de forma estratégica e pedagógica para tornar a plebe escrava da liberdade aparente. Oh! Céus... Oh! dor... porque me fazes saber?

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DIVULGAESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | EDIELANE LACERDA

O Guardião e os Livros

Ao dormir, pensava em livros e no seu guardião. Quando abri os olhos, pela manhã, lá estavam os autores clamando em minha mente. Outrora, dançando e conversando nas estantes de um castelo. Esfuziantes com a presença de muitos convidados, de todas as idades. Sumiram, foram embora porque o castelo já não é mais a moradia dos ilustres autores. Agora textos, frases, palavras, sílabas, letras, interjeições, acentos e pontos, estão sentados como velhos em um asilo. Melhor, em um depósito frio, cinzento, sem ar, sem luz. Escondidos na penumbra de um ambiente, no qual ninguém consegue ficar muito tempo. Todos os dias conjecturam comigo : quando vão nos libertar? Eu digo para eles todos, que tenham paciência e dêem o seu melhor. Para consolá-los, converso e conto histórias que só nós escutamos. Então relutantes sossegam em suas prateleiras de pedra, numa selva de pedra. Dou razão à eles. Em lugar de estantes próprias estão num mausoléu. Em lugar de uma biblioteca, estão num depósito de materiais diversos, um almoxarife. Janelas? Podemos dizer que não tem, tão pequeno o lugar por onde entra e sai o ar, semelhante ao quarto de um manicômio. Apenas um pequeno quadrado na porta selada. O Sol a muito tempo não visita meus amigo e a iluminação artificial pifou e ninguém parece ligar. Onde havia cores e alegria, há agora um tom cinzento e tristeza recolhida. No lugar de uma mesa branca, alva de pesquisa, uma carteira comum, pequena e escura que mal sustenta a ata de registros. Ata, esta que mostra que salteadores andaram naquele beco e muitos amigos se perderam, isso, se não morreram. Os ilustres se apertam escondidos sem poder contar as suas histórias ou revelar a glória do passado que pode inspirar o presente. Somos como sombra onde tudo é mais importante que nós. Se quer falamos, pois já gritamos, esperneamos e de nada adiantou. Agora, ouço às vezes, um gemido, um soluço de livrinho tímido de criança. Logo digo para que não chore, porque o sistema que nos gere é muito mais forte do que nós. Embora, o tema, livro, leitura sejam aplaudidos em tese reconhecida por doutores, continuamos esquecidos, a 72

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mercê do infortúnio. E nas mãos de quem detém o poder, não somos nada, apenas papéis sem importância. Bolas e colchonetes tem lugar mais digno que o nosso. As personagens hibernam, lacradas entre capas seladas . A dignidade dos autores está por um fio. Assim mesmo com dificuldades continuamos tecendo histórias, ainda que periodicamente em gotinhas homeopáticas. Estamos estarrecidos e apáticos diante de tanta “consideração.” Há... não podemos esquecer que lindas fotos foram tiradas quando estávamos no castelo, antes de os despejarem, talvez para passar a opinião pública uma ideia mentirosa. Sabemos que ficaremos aqui e que estamos esquecidos. Porém, isto não nos impede de expressar um grito de socorro!

Heloísa Um olho que não apenas vê...mas olha profundamente o seu, o meu interior. Helô... como o nome sugere...um elo: entre o homem e si mesmo, entre o homem e os outros, entre o homem e o mundo, entre o homem e seu Deus! Heloísa, um oceano de perguntas em um mar de respostas. Um vento forte a banir os medos, uma brisa suave a abrandar os corações. Helô, um sorriso infantil a perscrutar e escutar a alma. Um semblante sério de mulher decidida e sereno de mulher que conhece a vida! Heloísa um espelho que reflete a minha, a alma dela! Dois elementos que conseguem conhecer os seus objetos de estudo: o ser humano! Helô de alôôô! O mundo, a vida esta aí! Um vaso do Pai, do mais fino alabastro derramado por Deus. Energia pura, movimento preciso, jóia rara, cristal genuíno, água cristalina! Águia em posição de vôo mas que ainda não alçou o grande e maravilhoso vôo planejado por seu Magnífico Criador. Heloísa que sou eu que sou ela, que é você e que não seríamos se não fosse a essência Divina. Heloísa menina-mulher que precisa saltar para a plenitude da vitória esperada! Edielane Lacerda da Cruz


DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITOR JOSÉ A. AZEVEDO Analisa também o aspecto vivencial da família, desmoralizada pela mídia e enxovalhada por quem mais deveria defendê-la: pais, mães e filhos.”

Há 22 anos quando aposentou como auditor fiscal da Receita Federal, e com pendores literários, Azevedo, como é costumeiramente tratado nos meios literários, motivado por amigos, começou a escrever aos 65 anos. Utilizando a tecnologia da informação para seu tino autodidata,até então valeu-se de seu diário vivencial desde 1970. Tem cinco livros publicados. Considerandose um escritor ainda em formação, intitula-se uma pedra bruta a ser lapidada conforme crítica literária. Transitando da terceira para a quarta idade (82 anos) continua lendo, estudando e escrevendo para satisfazer seu ego, embora dificultem-lhe as dores físicas, a surdez severa, a memória esvaindo e outros empecilhos mais.Sem perder o senso crítico e a lucidez, reflete especialmente sobre a razão que leva os ingratos a agirem assim. Conclui sobre a diferença entre o velho e o idoso: ser velho é quando perdemos as esperanças e passamos a reclamar de tudo e de todos como se nada mais valesse a pena. Ser idoso é quando ainda descortinamos um novo porvir, transpondo barreiras na estrada da vida e abrindo picadas para as trilhas nas matas.

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor José Antônio de Azevedo, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever o seu livro “O Homem no Mundo”? Azevedo - Trata-se de uma obra séria com algumas pitadas de ironia, discorrendo sobre vários temas, como episódios do dia a dia do país, a administração pública e o descaso das autoridades com os idosos, apesar do Estatuto do Idoso. Analisa também o aspecto vivencial da família, desmoralizada pela mídia e enxovalhada por quem mais deveria defendê-la: pais, mães e filhos. Quais os principais desafios para a escrita de “Transição”? Azevedo - Demonstrar a existência das duas grandes e traumáticas transições: a do nosso nascer e a do morrer. O nascituro, que está tranquilo no ventre da mãe, suporta um grande choque ao vir à luz. Ao morrer sofre enorme impacto ao transitar para a quarta dimensão.

Boa leitura!

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DIVULGA ESCRITOR

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio do enredo que compõe a obra? Azevedo - Divulgar minha visão sobre as transições por que passou o mundo na atualidade, visto que em menos de um século tudo que existe nele transformou muito mais do que o que ocorreu até então desde o Big Bang. Dando continuidade à sua carreira literária, surge “O coração infarta quando chega a ingratidão”. Quais temáticas estão sendo abordadas por meio do enredo que compõe a obra? 74

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Azevedo - O tema da ingratidão como o PIOR DEFEITO do ser humano. Nele, reflito sobre a razão que leva os ingratos a se utilizarem dos velhos como escada, enquanto produtivos, para os descartarem quando perdem a capacidade de trabalho. E por fim temos “Comendo fogo e cuspindo cinza”. Por que este título? Azevedo - Fiel à temática que me é cara e crítico sobre a sociedade, nas questões que envolvem pessoas idosas, apresento uma personagem nova, Zé Baiano, e o cidadão ido-

so Maicro, para fundi-los como em uma simbiose, transformando-os daí numa terceira, Ícaro. Resulta em seguida no melhor que há nos outros dois: o vigor da juventude com a experiência da maturidade. O simbiótico Ícaro, assim transformado, torna-se imbatível nas batalhas diárias da vida, pois descobre dentro de si uma fogueira de energia que gera potência para fazer funcionar o motor da juventude acumulada. Conduzo, assim, o tema por uma série de palestras que abordam vários aspectos da existência, sempre em busca do equilíbrio, tão necessário a quem come fogo e cospe cinzas


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para produzir a energia de que precisa na evolução da vida. Onde podemos comprar seus livros? Azevedo - “Transição” está à venda na Biblioteca 24h. “O Homem no Mundo”, “O coração infarta quando chega a ingratidão” e “Comendo fogo e cuspindo cinzas” podem ser adquiridos nas livrarias Cultura, Martins Fontes e Asabeça. Qualquer um destes títulos pode ser pedido pelo e-mail jazevedo2008@ gmail.com diretamente com o autor a preço a ser combinado, ou doado para leitores pobres que não tenham condições de comprar.

Quais os seus principais objetivos como escritor? Soube que já temos livro novo no prelo. Azevedo - Considerando minha humilde e simples pessoa, não tenho pretensões financeiras como escritor, mas se angariar alguns leitores já me sinto orgulhoso e realizado. O livro que está no prelo “Evolução Transcendental da Juventude” está com previsão para ser editado até final de abril deste ano (2018). Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor José Antônio de Azevedo. Agradecemos sua parti-

cipação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Azevedo - A todos os leitores o meu muito obrigado.

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DIVULGA DIVULGAESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

JackMichel Biografia da autora:

JackMichel é o primeiro grupo literário na história da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que possui livros escritos nos gêneros ficção, poesia, novela, romance, fábula e conto de fadas. Publicou Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora, 2015), LSD Lua (Drago Editorial, 2016), 1 Anjo MacDermot (Drago Editorial, 2016), Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate (Drago Editorial, 2016), Ovo (Drago Editorial, 2016), Papatiparapapá (Editora Illuminare, 2017),Sixties (Helvetia Edições, 2017) e Tim, O menino do Mundo de Lata (Helvetia Edições, 2017). É associada da ACIMA (AssociazioneCulturale Internazionale Mandala), da LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas), da AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura) e da UBE (União Brasileira de Escritores). Seus contos e poemas constam em antologias internacionais bilíngues: Amor & Amore (EdizioniMandala), Os Melhores Poemas de 2016 (ZL Editora), Faz de Conto II (Helvetia Edições), 1ª Antologia Cultive (Fast Livro), III Antologia Mulheres Pela Paz 2017 Edição Especial (Fénix), Antologia de Poesia Brasileira Contemporânea Além da Terra Além do Mar (Chiado Editora), Antologia Criticartes 2017 (Biblio Editora), A Vida em Poesia II (Helvetia Edições), Antologia Sem Fronteiras pelo Mundo... Vol.3 (Editora Rede Sem Fronteiras). Também foi destaque em diversos jornais e revistas on-line de literatura, artes e cultura como Varal do Brasil, Arca Literária, Ami, Divulga Escritor, Geração Bookaholic, Conexão Literatura, Criticartes e Philos. Participou do XXIX Salão Internacional do Livro de Turim 2016, I Salão do Livro de Lisboa 2016 e I Salão do Livro de Berlim 2016. Em 2017 tomou parte nos eventos: XVIII Bienal Internacional do Livro do Rio, 4ª Feira do Livro Livre de Buenos Aires, 31º Salão do Livro e da Imprensa de Genebra, XXX Salão Internacional do Livro de Turim, Salão Internacional do Livro de Milão, BUK Festival Literário de Modena, Feiras Literárias de Mântua, Bolonha e Roma. Recebeu Menção Honrosa no Prêmio de Excelência Literária “Troféu Corujão das Letras”, conquistou o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prêmio ALALS de Literatura” e o 1°lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1”. www.divulgaescritor.com | abril 2018

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JackMichel/vídeo:

JackMichel “A Escritora 2 em 1” PromoVideo https://www.youtube.com/watch?v=3F8J4ck6XHU JackMichel “A Escritora 2 em 1” Iº Lugar no II Festival de Poesia de Lisboa - Promo Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=E3EgcVsLzBA JackMichel Books - Promo Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=qKNNsL0Kb6E JackMichel na Bienal Internacional do Livro/Rio 2017 - Promo Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=lJ3IrJ9Gg7Y Booktrailer Arco-Jesus-Íris – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=iBjgF0DkAik&t=34s Spot Televisivo LSD Lua – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=Khg1oKH6WKo Spot Televisivo 1 Anjo MacDermotJackMichel https://www.youtube.com/watch?v=dmVR-jE07pU&t=31s Spot Televisivo Sorvete De Pizza Mentolado X Torpedo Tomate - JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=Zn5xRdnwJvQ Spot Televisivo Ovo – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=dsBd0O_e5WI Book Trailer Oficial da obra Papatiparapapá https://www.youtube.com/watch?v=qbC4iWoCsTo Spot Televisivo da obra Sixties – JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=FqOHYwE6Ukw Spot Televisivo da obra Tim, O Menino do Mundo de Lata JackMichel https://www.youtube.com/watch?v=vNetlo9xB9Q

Poema: Visão da Alma Na capela abandonada é silente a paz. Os vitrais coam a luz tíbia do último raio de sol da tarde que morre... os bancos ebúrneos e a penumbra interior formam um ambiente inefável: por tudo o alvor do mármore e a cinza da tarde.

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Detrás do sacrário paira uma nuvem de estranho incenso e diante do altar, tendo na fronte a unção e na face o livor dos desolados, ergo a urna onde repousam – sacrossantas – as cinzas do passado morto.


DIVULGA DIVULGAESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Rosa Maria Santos

O tempo

Assimilei que o tempo não é nosso. Por mais que o queiramos esconder, não conseguimos, não é como uma lágrima que cai e nos escorrega pela mão... As lágrimas não são apenas pequenas partículas de cloreto de sódio, os sais salgados, são antes de uma composição química, uma amálgama de sentimentos tão dispersos como o próprio vento, sentimentos que expressam alegria outristeza. Quando de tristeza, servem como um unguento para nos libertar do sofrimento, quiçá, como um grito para libertar a nossa alma. Quando de alegria, fazem resplandecer o nosso rosto, quantas vezes, deixando atrás de si uma efusiva vontade de sonhar. Hoje escrevo de alma lavada, lancei os meus sentimentos num pequeno bloco de papel amarrotado pelo tempo. É assim a nossa vida: amarrotada, delimitada pelo tempo, muitas vezes fazendo-nos perder a noção do ser, do pensar, do viver. São

também um alibi para nos curar das feridas, quais marcas tatuadas pelas pegadas do tempo, o nosso tempo. O tempo que desejávamos para nós e tantas vezes nos escapa das mãos sem que nos apercebamos. Com elas lavamos as angústias, os pesadelos e os medos guardados no curso da nossa peregrinação. Acordei com o peso da nostalgia sobre os ombros. Vaticínio das condições do clima, certamente. Chove, é triste. Talvez porque o vento arrasta consigo a folhagem espalhada pelo chão, resquícios de um inverno tão diferente de si. Para trás, o tempo de lazer, as visitas ao campo, os passeios à beira mar, o cheiro a maresia, o vaivém perene das ondas. Lembranças retidas no olhar, tons frios, tons quentes, tons que nos penetram na mente e nos fazem sonhar, lembrar tempos idos que a memória regista onde tudo era belo e quente, tempo de promessas, de textos escondidos entre as folhas dos livros, tantas de-

las agora amarelecidas pelo tempo, promessas de amor que não chegaram ao destino mas que se conservam dentro de nós e nos fazem derramar uma lágrima de saudade, quem sabe, de sonhos ainda por sonhar. Hoje fui ver o mar, o mesmo mar, o mesmo passeio que tantas vezes percorri, sozinha, pensando em ti. Saudade, saudade do teu abraço, das palavras sem sentido que me sussurravas ao ouvido, promessas não cumpridas e que hoje percorrem os recantos da minha consciência. A saudade apoderou-se da minha consciência, entranhou-se no meu coração e a tomei conta de mim. Na minha memória,lembranças de um grande amor, uma lágrima que cai, registos de alma que não mais vou esquecer. São elas que mantém vivo o meu pensamento, é por elas que choro. De alegria? De tristeza? Não, apenas de saudade!

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITORA LUANDRO Se com a leitura aprendemos a “ler” o mundo, com a escrita o tornamos um pedacinho do eterno.”

Desde os seis anos, Maria de Lourdes Batista trabalhou como “babá” de uma menina de dois anos. Aos onze, com o novo casamento de sua mãe, mudou-se para um barraco de madeira, a pior moradia de seus tios ricos. Seu padrasto perdeu o emprego e então começou a entregar pão e leite de porta em porta. Ela começou a passar roupa, enquanto sua mãe lavava trouxas e trouxas para não passarem fome. Maria de Lourdes sabe passar e engomar perfeitamente, até com ferro a carvão. Aos dezessete anos formou-se professora primária (hoje fase I do Ensino Fundamental). Já dava aula em casa e fazia de tudo, menos “viver”. Era necessário pagar as contas e ser correta. Nunca foi a um baile. Sua mãe lhe arrumava namorados. Não quis nenhum. O que ela amou, a morte levou. Trabalhou em comércio e começou a lecionar com carteira assinada aos 17 anos.Traumatizada com a perda de seu primeiro amor, mergulhou no trabalho. Fez Letras – Português/Literatura, bem como especializações. Em seguida, prestou concurso para uma empresa ligada a um ministério em Brasília, onde esteve alguns anos, sempre trabalhando e lecionando em cursinhos e cuidando de seu filho pequeno. Separou-se. Seu marido, já falecido, era advogado e bebia. Ficou casada menos de três anos.Tem um filho (mas teria dois) e um neto. Tornou-se executiva-geral aos 27 anos, mas foi demitida em 2003 e só lecionou a partir de então. Hoje, está aposentada por cegueira. Foi responsável pela correspondência geral do CDL-Rio, bem como pelos discursos e artigos para a imprensa. Era responsável pela secretaria-geral. Nunca deixou de escrever... Um dia rasgou tudo.

Boa leitura! 80

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DIVULGA ESCRITOR

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Maria de Lourdes Batista, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, como surgiu o pseudônimo Luandro? Luandro - O pseudônimo Luandro surgiu pela voz saudosa de minha mãe, que não compreendendo bem a denominação de certas, mas lindas flores azuis semelhantes às hortênsias, chamava-as de luandros. Há quem diga, no entanto, que em determinado mosteiro, perdido no tempo, um monge de Leandro cuidava de hortênsias. Além disso, e um mistura com as flores lilases (sic). Porém, o que marca mesmo esse pseudônimo é a época em que minha mãe as trazia para mim. Ela estava tratando dos documentos para virmos para o Brasil. Em breve, na última viagem do navio “Vera Cruz”, atravessaríamos o Atlântico, e a minha vida, a dela e a de meu irmão mudariam para sempre. Em seu livro “Vestido Lilás e Outras Histórias”, você apresenta crônicas, cartas e contos. Quais temas estão sendo abordados nesta obra literária? Luandro - Permita-me citar: Jorge Luís Borges, como ele e, em virtude do que foi a minha vida de criança só, adolescente só, estudando em bibliotecas, sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.

Por isso, os temas abordados, em especial nas crônicas, são “flashes” da vida. Alguns da minha vida, embora raramente escreva em primeira pessoa; outros, observações do cotidiano e alguns pensamentos acerca da realidade em que vivo. Por isso, há cartas com apelos nunca respondidos. Há também orações, pois a fé é meu alicerce. Além disso, há alguns contos “sobrenaturais”, em geral passados na minha aldeia e, no meu site, já há um passado no bairro em que vim morar, há décadas. Apresente-nos a obra. Luandro - Fernando Pessoa dizia: “... Segue teu destino. Lida comas dificuldades e apara os teus defeitos, aprimorando as qualidades”.Minha singela obra é meu sentir da vida.É, hoje, o modo que encontrei para enfrentar as dificuldades e dar colorido ao silêncio que me cerca.Há quinze anos, tinha tanta coisa escrita e “afundei” na vida. Além disso, lecionava e elaborava discursos como executiva. Por isso, vivo em busca de novos caminhos para mandar a tristeza embora. O instrumento de que me valho é a palavra. Embora, normalmente, não o faça em primeira pessoa, a obra revela um eu isolado, refugiado no espaço interior, mas querendo sempre o melhor, optando sempre pela solidariedade e a união. Procurei captar, em um mar de emo-

ções– muitas nubladas pelo tempo e com extrema humildade –momentos de uma trajetória de vida, que muito pouco foi vivida ou não vivida, posto que só me ocupei do trabalho e para o trabalho. Quais as principais características de uma crônica, uma carta e um conto? Conte-nos o que os diferencia. Luandro - A diferença entre conto e crônica – é fato sabido – é sutil. A crônica é circunstancial, captando o cotidiano. Quem escreve traz para o texto a realidade de forma mais livre, não obstante a origem nobre da crônica. Na crônica, conta-se apenas um “caso” e dele se afere um “conceito”, “uma moral”. A crônica pode dispensar até o elemento tempo. Por sua vez, o conto apresenta outros ingredientes e uma só “célula dramática”, mas com maior intensidade dramática, explorando muito mais as características dos personagens ou o porquê de suas ações. No entanto, não por ser maior ou menor. A diferença está na forma de levar o tema ao leitor. O gênero literário carta mudou muito. Todavia, sua principal característica é ter um destinatário e, sem dúvida, um remetente. Há vários tipos de carta. Porém, eu não faço carta com destinatário universal. As que tenho feito são destinadas, hipoteticamente a meu pai, que perdi aos cinco anos, www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR à minha mãe e várias a meu filho. Os destinatários, por certo, não as lerão. Os dois primeiros por já terem partido. Meu filho, porque não quer. As cartas que faço são argumentativas, posso dizer, dissertativo-argumentativas. Apresente-nos parte do sumário que compõe a obra. Luandro - A crônica que dá nome ao livro “Vestido Lilás” é a narrativa de uma menina vivendo com parentes muito abastados, completamente isolada em seu sótão e em si mesma. Um dia, resolveram (ela nunca teve roupa nova ou bonita) levá-la a uma festa no Humaitá. Foram comprar-lhe um vestido, mas os sapatos esqueceram de fazê-lo. Ela nunca esqueceu as risadas das outras crianças... os olhares denunciando como estava ridícula. Quanto custa um beijo? A triste história, passada em um ônibus, em que um menino vende seus beijos por uma esmola. A sociedade está, de fato enferma. A caixa de lápis de cor: certo dia, a menina que adorava desenhar e só usava “cotocos” de lápis, resolve ir à Casa Mattos “namorar”uma caixa de lápis com vinte e quatro unidades. Para ela era o melhor presente. Nunca a ganhou. Porém, nunca esqueceu a surra que levou por ter ido para as vizinhanças. Hoje, os lápis são dados com o material. Mas o valor que se lhes dá é tão outro. Ser mulher: muitos anos depois, a autora já tinha “afundado “ na vida, ia andando pela calçada, triste, para lecionar, quando se deparou com uma mendiga, de aparência tão contrária ao que fazia. No entanto, usava um pedaço de espelho para consertar a imagem que a vida já esfacelara. Solidariedade sem limite (pág. 79): ainda com visão, observando a realidade, notou que em plena e movimentada avenida da Tijuca um cãozinho percebeu que o outro, do lado 82

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oposto, não sabia – como ele – atravessar a rua. Não era “urbanizado” como tantos que pairam pelas ruas e esperam os humanos atravessarem. Foi lá, do outro lado, e veio com ele. Isso é solidariedade... Um amor para recordar: a narrativa de um primeiro amor não abençoado pela mãe e pelo padrasto. Um amor platônico e eterno, que o destino cortou com um desastre, deixando para sempre as marcas desse querer... sem igual e nunca consumado. Sabemos que cada um dos textos apresentados tem um pedacinho de Luandro, como exemplo. Apresente-nos um dos textos publicados na obra que a marcou. Luandro - Só escrevo sobre aquilo que ora me marca ou marcou minha vida (embora esteja recuperando muito do que rasguei e tentando fazer um conto, mas tenho que ir devagar, pois a visão é muito pequena). Portanto, falarei de uma narrativa que é a marca do ontem, do hoje e, sem dúvida, do amanhã. “Contando estrelas”: uma criança de seis anos, com medo, em seu sótão, em uma solidão plena, indescritível, não consegue dormir. Enquanto isso, pela residência todos repousam. Ela prefere contar estrelas e sonhar. Que pena! Hoje, não as vê sequer. Duas pontas de uma mesma vida. Onde podemos comprar o seu livro? Luandro - No site: www.recantodasletras.com.br. O pseudônimo “luandro” está anunciado por treze reais e noventa centavos. https://editora. recantodasletras.com.br/livros/Vestido-Lilas-e-outras-historias--Maria-de-Lourdes-Batista Quais os seus principais objetivos como escritora? Luandro - Escrever... escrever e escrever. É o meu instrumento de vida. É isso que pretendo enquanto puder,

não obstante não tenha recursos para divulgar. Eu tenho escrito pouco. Mas a tristeza vai ser despedida. Mais uma vez, permitam-me citar o grande Fernando Pessoa: “Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto”. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor Luandro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Luandro - Queridos leitores da Revista Divulga Escritor, por favor, escrevam por amor, escrevam pela dor, escrevam para materializar o sentir. Parece que foi outro dia que o ser humano inventou o telefone. No entanto, tudo mudou. A escrita – também foi inventada outro dia... Havia trinta mil anos a.C. já se tinha notícia da escrita. Se com a leitura aprendemos a “ler” o mundo, com a escrita o tornamos um pedacinho do eterno. A citação abaixo diz muito do sonho de escrever e o quanto um ser humano pode transmitir às futuras gerações, ainda que estivesse confinado pela Segunda Guerra Mundial. “Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta. Mas pergunto-me: escreverei alguma vez alguma coisa de importância? Virei a ser jornalista ou escritora? Espero que sim, espero-o de todo o meu coração! Ao escrever sei esclarecer tudo, os meus pensamentos, os meus ideais, as minhas fantasias.” Anne Frank _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


DIVULGA ESCRITOR

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DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Carreira não Rosana Nicácio

Rosana Nicácio Consultora na área de Gestão com as Pessoas, Mentora, Palestrante, Professional Coach e Analista Comportamental Disc Profile e Facilitadora de Metodologia LEGO® SERIOUS PLAY® Methods Contato (84)99670-6309 E-mail:nicacio.rosana@gmail.com Instagram: Rosana.Nicacio

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Caros Amigo(a)s Leitore(a)s Espero que estejam bem,assim como estou também! O tema que trago hoje para vocês é retratando acercada construção de uma carreira que não requer carreira. Pode até ser contraditório diante da 4ª Revolução Industrial que estamos vivenciando, marcada pela convergência de tecnologia digitais, físicas e biológicas, em que as mudanças ocorrem na velocidade da luz e pasmem, não é uma tendência, é pura realidade. Diante do exposto, você deve estar questionando-se: se a revolução está acontecendo e será algo perene, como elucidar o título do artigo? Pois bem, a primeira coisa para entender é que movimento, pressa e correria, pode apenas passar de um estado de deslocamento, sem resultado, ocasionando muitas vezes ansiedade, desencadeando surgimento de enfermidades psicossomáticas e levando a perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia e prostração, sendo diagnosticado um quadro de depressão, considerado pela Organização Mundial da Saúde o “Mal do Século”. Considero que tudo na vida se desenvolve de forma encadeada.E se não souber o que fazer? Para que fazer? Como fazer? Quando fazer e

que resultados almeja atingir? Muitas vezes irá se perder e o desgaste de energia, para retomar ao foco, será demasiadamente intenso. Quando menciono dessa forma encadeada, não me limito apenas ao âmbito relacionado à carreira. Expando para os relacionamentos, para o papel de pai, mãe, irmã(o), amigo(a), networking e outros. Portanto, precisamos de forma paulatina com os nossos dons e desenvolvimento dos talentos, construir uma carreira, deixando um legado, baseado no propósito de vida. A música “Quando Houver Sol”, da banda de rock Titãs, lançada em 2004, pela gravadora BMG e composição de Sérgio Britto, menciona em determinada estrofe que “ É caminhando que se faz o caminho” e é nesse contexto de forma gradativa que reafirmo que não precisa carreira na carreira, aproveite o caminho e aprecie sua beleza, seus encantos, suas depreciações, precisamoster uma mudança de atitude mental com que se encara a vida e a carreira. Apsicóloga e professora Carol S. Dweck, especialista em sucesso e motivação,retrata muito bem a temática através do livro “Midset”: A nova psicologia do Sucesso. Segundo a autora, ela revela de forma sublime como o sucesso pode ser alcançado pela maneira como li-


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o requer Carreira damos com os nossos objetivos. Ainda expõe a autora que pessoas que possuem o “Midset Fixo”, que são pessoas que acreditam que as habilidades não mudam e não se alteram ao longo da vida, estão muito menos propensas a ser bem-sucedida, do que as que possuem “Midset de Crescimento”, que são aquelas que acreditam que as habilidades podem ser desenvolvidas por meio de trabalho, boas estratégias e orientação. Reafirma a especialista que midset não é um mero traço de personalidade, ela define nossa relação como trabalho e com as pessoas, e a forma como educamos

nossos filhos. É um fator decisivo para que todo o nosso potencial seja explorado. Diante do contexto mencionado, sugiro você acompanhar a 4ª Revolução Industrial, também transformando seu midset fixo para o midset de crescimento, planejando a sua carreira de forma alicerçada em valores, princípios, em realização do seu propósito e com ações de curto, médio e longo prazo, monitorando e procurando não fugir do foco, com determinação, persistência e se inserindo nas oportunidades do cenário internacional, nacional e local. Convido desde já, para acom-

panhar em nossa Revista, o próximo artigo que será intitulado “ Um passo por vez”, objetivando ofertar dicas de como conseguir atingir seus objetivos e suas metas na vida e na profissão. Se gostou do artigo, compartilhe com seus amigos ou pessoas que você considera especial e que mereça ler. Dessa forma, espalharemos sempre a corrente do bem, fazendo o bem para outrem e o nosso próprio bem. Siga-nos nas redes sociais Instagram: rosana.nicacio Facebook: Rosana Nicácio

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITORA LUCIANA LEOPOLDINO E agora que o livro está disponível para todo o país, tenho me surpreendido com tantas mensagens positivas recebidas pelas redes sociais.”

Luciana Terezinha Leopoldino de Oliveira dos Santos nasceu em Nova Cantu (PR), mas atualmente reside em Arapongas, no mesmo Estado. Luciana é casada e mãe de dois filhos. Formada em Letras pela Unicesumar, em 2016 lecionou a disciplina de Língua Portuguesa na Casa do Bom Menino de Arapongas e especializou-se em preparação e revisão de textos e produção editorial pela UNIL – Universidade do Livro. Em 2014, publicou seu primeiro livro A história de Joaquim, em cada batalha vencida uma lição de vida; e em 2016, lançou o segundo: Porque somos todos diferentes. No momento trabalha para a publicação de seu terceiro livro: Um diálogo com Deus, da depressão à cura.

Boa leitura! Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Luciana Leopoldino, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever “Um Diálogo com Deus”? Luciana Leopoldino - Para mim é uma honra participar de uma revista tão conceituada em literatura, como a Divulga Escritor, pois já acompanhava o trabalho de vocês pelas redes sociais, e fazer parte disso é uma alegria. Agora sobre o livro: Um diálogo com Deus foi escrito como um “desabafo”. Sou uma pessoa que tem muita dificuldade em falar, sobretudo de meus sentimentos; e durante meu encontro com a depressão encontrei alívio relatando meus sentimentos por escrito, às vezes por diálogos, às vezes por poesias, e assim fui encontrando o caminho da cura, depois foi só organizar em livro. 86

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DIVULGA ESCRITOR da vida nos detalhes do dia a dia. Ao abrir o livro, uma poesia questiona “Que Deus é este?”, e durante todo o livro aparecem tons poéticos de forma discreta para dar ênfase ao sentimentalismo. E para finalizar, uma poesia fecha o livro e abre o coração do leitor. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio de “Um diálogo com Deus”? Luciana Leopoldino - O principal objetivo é ajudar o maior número possível de pessoas que sofrem com a depressão. Os capítulos descrevem as fases da doença, e com a leitura a pessoa que sofre ou que vive com alguém que tem a doença vai compreender os sentimentos que ela produz, e assim vai encontrar a melhor forma de ajudar ou o tipo de ajuda que deve buscar.

Apresente-nos a obra. Luciana Leopoldino - O livro “Um diálogo com Deus” relata sentimentos vivenciados durante uma depressão. Perguntas e reclamações sobre a vida são feitas aqui diretamente para o autor da existência. E mais surpreendente são as respostas que

calam estas perguntas, levando o leitor à reflexão. O livro descreve um caminho, desde os momentos de solidão, tristeza, até o reencontro com os sonhos e a vida, ou seja, a cura da depressão. Melancólico sim, mas também é cheio de inspiração e encanto nos reencontros com a beleza

O que este livro significa para você? Conte-nos como se sentiu enquanto escrevia o livro e o que mudou após sua publicação. Luciana Leopoldino - Sem dúvida alguma, este livro significa “vitória”, porque os sentimentos são exatamente os que estão lá; houve momentos de desistência, de euforia, de recaídas. E eu nunca soube ao certo aonde ia parar. Ele foi uma batalha com a depressão e eu não tinha certeza da vitória, por isso quando senti que tinha retomado minha vida, me senti na obrigação de escrever o livro para servir de testemunho, que a vitória sobre a depressão existe sim. E agora que o livro está disponível para todo o país, tenho me surpreendido com tantas mensagens positivas recebidas pelas redes sociais. A quem indica a leitura da obra? Luciana Leopoldino - O livro não faz referência a nenhuma religião, mas apresenta uma convivência particular com o dono da vida. Sendo assim, indico para todos que acreditam na www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR existência de um Deus. E aos que não acreditam, desafio a ler este livro e continuar pensando da mesma forma. Além de Um Diálogo com Deus, você tem outros dois livros publicados, uma literatura de cordel e uma fábula; apresente-nos as obras publicadas. A história de Joaquim – É uma releitura da literatura de cordel, com formato de livro. Ilustrado em aquarela, apresenta uma história de superação de um homem que teve todas as oportunidades de se perder, e no entanto construiu uma bela história. O livro tem ajudado professores a trabalhar temas como bullying, alcoolismo e analfabetismo. Com uma leitura dinâmica, o livro tem atraído leitores de todas as idades, principalmente adolescentes. Porque somos todos diferentes – O livro apresenta, por meio dos personagens, uma situação de vida e morte, onde a vida prevalece somente porque as diferenças existem. Um livro colorido, de fácil leitura, com uma linguagem adequada para crianças na fase de aprendizagem. Luciana, onde podemos comprar seus livros? Luciana Leopoldino - O livro Um diálogo com Deus está disponível em várias plataformas digitais como, Submarino, Americanas, Cia. do Livro, além do site da Editora Autografia: http://www.autografia.com.br/loja/ um-dialogo-com-deus/detalhes A história de Joaquim está no Mercado Livre, e Porque somos todos diferentes está no site da Chiado Editora, e ainda toda informação e compra pela minha página no Facebook: https://www.facebook.com/Luciana-Leopoldino-208471479507438

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Soube que já temos livros novos no prelo. Quais os seus principais objetivos como escritora? Luciana Leopoldino - Sim, tenho um novo livro para ser publicado; este é um livro apenas de poesias, pois com ele espero ser reconhecida como “poeta”. Este próximo trabalho é um projeto que realizo nas escolas, grupos aqui na minha cidade e região. É

um trabalho de motivação por meio de poesia; com o livro pronto, espero conseguir publicá-lo e levar este projeto por todo o Brasil. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Luciana Leopoldino. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que


DIVULGA ESCRITOR

mensagem você deixa para nossos leitores? Luciana Leopoldino - Eu que agradeço e quero parabenizar a Revista Divulga Escritor pelo belo trabalho de incentivo aos escritores. Como mensagem, gostaria de deixar um alerta: diante da diversidade de leituras apresentadas em nossos dias, devemos ficar atentos aos propósi-

tos dos livros que lemos, pois entretenimento tem o único propósito de entreter, já literatura tem o propósito de reler o passado, conhecer melhor o presente e projetar o futuro. Sendo assim, “leia um livro que encha sua alma e não a sua cabeça”.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Bernadete Bruto

Meu Corvo da Sorte E raven never raven never raven. Pássaro Preto, pássaro Preto black bird me responde:” tudo já ficou atrás.” (trecho da musica: Velha Roupa Colorida - Belchior)

Toda vez Em muitas fases da vida Quando aquele ser via Eu ria! 2014 No meio do caminho Diferentemente do poema Num repetido fonema Falando de morte Ver um animal de poder Bem na minha frente Propiciando-me a sorte! O que podia causar horror Pousava esta alegria Em pode até dizer Ao invés do nunca Para sempre Sempre mais Mais e mais Para sempre Viva! Forever and ever - Bernadete Bruto Recife, 1º de Maio de 2017

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DIVULGA DIVULGAESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Marta Maria Niemeyer

SIM , SIM - NÃO , NÃO Meu freio me controla quando estou perdendo o desequilíbrio. Paciência suporta o peso e pressão. Até quando? SIM, sempre SIM, sou boazinha,amiga compreensiva. Pau para toda obra. Se digo NÃO, sou imprestável e egoísta... Como manter o equilíbrio? O NÃO exige explicação ou justificativa. SIM, com carinho e compaixão. NÃO, com firmeza e respeito. Estou sempre dizendo SIM. Um dia digo NÃO... Transformei-me em um monstro. Em verdade, o monstro sou eu ou a situação. SIM é compatível com a possibilidade. NÃO, na avaliação entre prós e contra, é desfavorável as ambas situações.

ADVOGADA DA GALINHA A pobre da galinha tem jeito... Infeliz em seu terreiro, serve apenas para botar ovos e morrer na panela quente. A coitada sofre preconceitos, é desmoralizada. Toda vez que se fala em ovo, se fala do ovo dela. Oh, os pássaros botam covos, até o homem é gerado após o ovulo ser fecundado; o avestruz, daquele tamanho todo, bota aquele ovo gigantesco! Todo ser ovíparo bota ovo. Por que a galinha leva a fama sozinha? Tem ovo de todos os tamanhos e cores: ovo pequeno pintado, ovo vermelho, ovo branco... Tem ovo indez. Ovo indez serve como chave que abre a porta do ninho. A galinha reconhece seu ninho por causa do ovo que lá deixou.

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITOR MARCOS PEREIRA ...pois o escritor, ao grafar letras combinando sílabas, palavras e frases, torna-se imortalizado, eternizado na história por meio dos textos por ele produzidos.”

Marcos Pereira dos Santos, natural de Ponta Grossa, (PR), pósdoutorando em Educação Religiosa, área de concentração “Religião e Cultura” e linha de pesquisa “Cultura e Sistemas Simbólicos”, pelo Seminário Interdenominacional de Educação Teológica Kerigma Didache (SETEAD) – Brasília (DF),doutor em Teologia com ênfase em Educação Religiosa,mestre em Educação, especialista em diversas áreas da Educação,bacharel em Teologia,licenciado em Pedagogia, Filosofia, Matemática e Letras – Habilitação Língua Portuguesa e suas Respectivas Literaturas,escritor, trovador, poeta, cronista, ensaísta, articulista, antologista, haicaísta ao estilo oriental, pesquisador da área educacional e docente universitário. Membro fundador, titular, efetivo e correspondente imortal de várias academias de letras, ciências e artes em nível nacional e internacional. No campo artístico-literário é reconhecido pelo pseudônimo de “Quinho Caleidoscópio” ou “Quinho Calidoscópio”, tendo participado ativamente de diversos concursos e antologias literárias Brasil afora. Atualmente exerce a função de professor adjunto na Faculdade São Braz (FSB) em cursos superiores de graduação (bacharelado, licenciatura e de tecnologia) e pós-graduação lato sensu, nas modalidades presencial, semipresencial e a distância online, em Curitiba (PR). Boa leitura!

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DIVULGA ESCRITOR Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Marcos Pereira dos Santos, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais o atrai na arte de escrever? Marcos Santos - Trata-se realmente de uma arte, no sentido literal do termo, tanto no âmbito acadêmico-científico quanto no contexto artístico-literário. Escrever é uma dádiva divina, um dom que precisa ser colocado em ação/prática, bem como ser socializado e democratizado às pessoas por intermédio do ato de escrita acadêmica ou literária; utilizando-se corretamente os ditames e as regras constituintes da nova ortografia, da gramática normativa, do português formal (norma-padrão), da sintaxe, da semântica, do léxico, da pragmática, da linguística aplicada e do próprio ritmo da escrita; visando assim atingir aos leitores e às leitoras que possuem gostos, personalidades, hábitos de leitura e práticas de escrita e letramento bastante heterogêneos. Escrever também é uma “terapia”, ora complexa e árdua, ora divertida e prazerosa; a depender do público-alvo a que se destina, da tipologia de texto a ser escrito e do estilo/gênero literário escolhido pelo autor/ escritor/escrevente. É um ato que demanda tempo, paciência, dedicação, compromisso, reflexão, análise crítica e, principalmente, muita leitura. Quem não lê, não escreve! Por intermédio da arte de escrever é possível criar, recriar, imaginar, construir, desconstruir, remontar e deixar o pensamento fluir ao seu bel prazer. Escrever é uma “aventura”, algo “mágico”, fantástico; pois o escritor, ao grafar letras combinando sílabas, palavras e frases, torna-se imortalizado, eternizado na história por meio dos textos por ele produzidos.

Sobre quais temas o senhor escreve atualmente? Marcos Santos - Atualmente, escrevo obras acadêmicas, literárias e ensaios/artigos científicos versando sobre diferentes temáticas diretamente correlacionadas à área educacional em geral no âmbito de seus vários sub-ramos, num viés teórico-prático de abordagem didático-pedagógica e metodológica; mais especificamente nos seguintes campos ou subáreas do conhecimento científico: Pedagogia, Educação Matemática, Estatística Escolar, Tecnologias Educacionais, Educação a Distância Online, Didática, Formação de Docentes, Metodologias e Práticas de Ensino, Educação Religiosa Escolar, Filosofia da Educação, Sociologia Educacional, Cultura Material Escolar, História e Historiografia da Educação Brasileira, Psicologia da Educação, Psicopedagogia Escolar, Neurociência Aplicada à Educação Escolar, Estágio Curricular Supervisionado, Gestão Pedagógica, Métodos e Técnicas de Pesquisa Científica e Linguística Escolar. Afora isto, também dedico atenção especial à área literária, escrevendo poemas, poesias, crônicas, contos, prosas, trovas, acrósticos poéticos, haicais ao estilo oriental, dentre outros trabalhos de estilos/gêneros literários diversificados. Em que momento se sentiu preparado para publicar “Poemas haicaístas: arte de fazer e viver literatura ao estilo oriental”? Marcos Santos -Esta é minha obra literária mais recente. Ela foi lançada emnovembro de 2017, em minha cidade natal. Sua gênese está diretamente atrelada ao fato de que, em 2012, comecei a ler com maior intensidade alguns poemas haicaístas e dedicar mais tempo ao estudo sobre literatura haicaísta ao estilo

oriental, notadamente sob a influência do nobre amigo e respeitado poeta carioca Paulo Roberto de Oliveira Caruso (pseudônimo literário de “Paulo Caruso”). Daí, após um longo período de tempo (2012-2015) dedicado ao aprofundamento literário no que tange à poesia haicaísta, tive a iniciativa de começar a escrever alguns poemas haicaístas ao estilo oriental veiculados a diversos assuntos do cotidiano, tais como: família, profissões, brincadeiras infantis, vida pessoal, tragédias naturais, educação, escola, relações interpessoais, ecologia, política, religiosidade, dentre outros. Aos poucos, fui adquirindo cada vez mais gosto e interesse em escrever poemas haicaístas até que, no decorrer de 2016, redigi um total de 60 poemas haicaístas ao estilo oriental, os quais resultaram na obra literária supracitada que fora então publicada com grande maestria. Apresente-nos a obra literária. Marcos Santos - O livro intitulado “Poemas haicaístas: arte de fazer e viver literatura ao estilo oriental” possui um total de 82 páginas e foi publicado em novembro de 2017 pela Inter Art Gráfica e Editora Ltda – ME, localizada em Ponta Grossa, Paraná. O sumário da obra literária supra aludida é composto das seguintes partes estruturantes: prólogo, 60 poemas haicaístas ao estilo oriental (os quais fazem alusão a diferentes temáticas sociais), epílogo, referências (bibliográficas), algumas sugestões de leitura sobre literatura haicaísta em geral e biografia do autor. Especificamente na parte introdutória do corpus do livro em questão, além de trazer a lume informações relevantes sobre a origem do opúsculo literário e sua estrutura didático-metodológica, explico também, de forma bastante breve, aos(às)

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DIVULGA ESCRITOR estimados(as) leitores(as) o que é literatura e poema haicaísta no intuito de melhor familiarizá-los(as) com o tema abordado e contextualizar o assunto em foco. Considero deveras significativo efetuar tal procedimento esclarecedor, uma vez que há, inclusive, leitores(as) leigos(as) ou que não apresentam conhecimento aprofundado sobre a temática tratada. Apresente-nos um poema haicaísta publicado no livro de sua autoria. Marcos Santos -Dentre os 60 poemas haicaístas ao estilo oriental que foram por mim redigidos, vou citar, à guisa de exemplificação, o vigésimo poema haicaísta intitulado “Ato de Escrever”; haja vista que até o momento presente muito comentei sobre leitura e escrita. O vigésimo poema haicaísta ao estilo oriental apresenta, pois, a seguinte composição literária: ATO DE ESCREVER Necessidade de momento. Amiúde intento. Textos com contextos. Expressão de pensamento que se transforma em escrita-documento. Escritor Marcos Pereira dos Santos, você tem vários livros publicados. Conte-nos: qual o livro que demorou mais tempo para ser escrito e publicado? Marcos Santos - Até o presente momento possuo um total de 7 obras acadêmico-científicas de minha autoria, sendo todas elas publicadas somente na versão impressa por diferentes editoras nacionais. São 6 os livros de autoria individual, a saber:Recursos didático-pedagógicos na educação matemática escolar: uma abordagem teórico-prática (Editora Ciência Moderna Ltda, 2011); Educação estatística na esco-

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la: teorias e práticas (Editora Livre Expressão, 2012); História da supervisão educacional no Brasil: reflexões sobre política, pedagogia e docência (Wak Editora, 2012); Dificuldades de aprendizagem na escola: um tratamento psicopedagógico (Wak Editora, 2012); O real e o ideal na escola do século XXI: temas básicos de educação escolar – um enfoque multirreferencial (Editora Longarina, 2015); e Poemas haicaístas: arte de fazer e viver literatura ao estilo oriental (Inter Art Gráfica e Editora Ltda – ME, 2017). Somente no que tange ao opúsculo científico intitulado Oito olhares sobre a escola: formação docente, processo ensino-aprendizagem, políticas e gestão da educação, publicado pelaInter Art Gráfica e Editora Ltda – ME (2015), é que sou o organizador e um dos autores dos oito artigos acadêmico-científicos que compõem a obra científica supracitada. De todos os livros de minha autoria, posso assegurar que a obra científica que demorou mais tempo para ser redigida e editada foi Recursos didático-pedagógicos na educação matemática escolar: uma abordagem teórico-prática (Editora Ciência Moderna Ltda, 2011), não somente porque fora o meu primeiro livro a ser publicado, mas também porque este é o resultado de uma versão parcialmente reformulada e ampliada de minha dissertação de Mestrado em Educação, apresentada e defendida perante banca examinadora na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG),em dezembro de 2005. Comente os principais objetivos a serem alcançados por meio de sua obra literária publicada recentemente. Marcos Santos - Os objetivos que almejo alcançar com a publicação da obra literária intitulada Poemas haicaístas: arte de fazer e viver lite-

ratura ao estilo oriental, a qual foi editada em 2017, são os seguintes: divulgar a literatura haicaísta ao estilo oriental, a qual nem sempre é devidamente valorizada e reconhecida como estilo literário e expressão de arte literária; suscitar nos leitores e nas leitoras pelo mundo afora o gosto pela poesia literária haicaísta ao estilo oriental; ampliar o arcabouço teórico existente até então no que concerne à literatura haicaísta; e tornar pública a minha identidade pessoal e profissional de poeta e escritor brasileiro (cujos pseudônimos literários são “Quinho Caleidoscópio” ou “Quinho Calidoscópio”) no campo da Literatura em sentido amplo, tanto em nível nacional quanto no âmbito internacional. Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? Apresente-nos a obra. Marcos Santos - Dos 7 livros de minha autoria que já foram publicados, posso dizer que Oito olhares sobre a escola: formação docente, processo ensino-aprendizagem, políticas e gestão da educação, editado em 2015, foi o que demandou menor tempo para ser redigido e publicado, tendo em vista que esta obra acadêmico-científica é o resultado qualitativo de uma compilação de oito artigos científicos, de autoria de professores-pesquisadores brasileiros em diversas áreas das Ciências da Educação (Didática, Formação de Professores, Biblioteconomia Escolar, Linguística Aplicada à Educação, Direito Educacional, Políticas Educacionais, Educação Profissional e Tecnológica, e Educação Infantil) cujas produções textuais foram minuciosamente revisadas por mim (que exercia no momento, de modo concomitante, as funções de autor e organizador da obra acadêmico-científica supracitada) no que tange ao uso adequado e correto das regras


DIVULGA ESCRITOR particular e sob demanda de exemplares solicitados pelo autor, o livro em foco pode ser adquirido pelos(as) leitores(as) interessados(as) por intermédio de contato direto com o autor da obra (endereço eletrônico: mestrepedagogo@yahoo.com. br), pelo site da editora responsável pela editoração da obra supra aludida (www.impressoarte.com.br) ou ainda pelo e-mail do setor comercial da editora mencionada (gráfica@impressoarte.com.br).

gramaticais da nova ortografia e ao enquadramento textual em algum dos três eixos de abordagem temática elencados (formação docente, processo ensino-aprendizagem e políticas e gestão da educação).

Onde podemos comprar o seu livro? Marcos Santos - Uma vez que a obra acadêmico-científica intitulada Poemas haicaístas: arte de fazer e viver literatura ao estilo oriental fora publicada por uma gráfica e editora

Quais os seus principais objetivos como escritor? Marcos Santos -Estar a serviço de todas as pessoas por meio do dom de escrever; praticar de forma cada vez mais intensa o ato de escrever nos estilos acadêmico-científico e literário; socializar/compartilhar informações, conhecimentos e saberes científicos por meio das mídias impressa e eletrônica; divulgar pesquisas científicas de viés quali, quanti e qualiquantitativo que ora esteja desenvolvendo; incentivar e apoiar, por intermédio da escrita acadêmico-científica e/ou literária, ações práticas (eficazes e eficientes) que contribuam direta ou indiretamente para o bem social e cultural coletivo da humanidade, bem como denunciar e contestar veementemente qualquer tipo de prática ilícita que possa violar a lei, a ordem pública, a disciplina, a segurança, o respeito, a ética, a moral, a identidade e a integridade pessoal, os valores sociais e os direitos humanos assegurados pelo ordenamento jurídico em nível nacional e internacional; romper possíveis barreiras e fronteiras que impedem a democratização da cultura acadêmico-científica e literária em nível local, global e planetário; e ainda fazer-me conhecido no meio acadêmico e literário, pois existe um sábio provérbio popular que diz: “Quem não é visto, não é lembrado”.

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No meu caso específico, como docente universitário, literato (escritor, poeta e outras atividades congêneres) e pesquisador da área educacional, acredito que o mais prudente seria complementar e parafrasear de modo análogo este ditado popular de maneira a deixá-lo com a seguinte composição linguística: “Quem não é lido por meio da palavra escrita, não é lembrado; isto é, corre um sério risco de tornar-se insosso e enfadonho, estar fadado ao caos e cair no completo esquecimento”. Portanto, torna-se imprescindível que haja qualidade no sentir, no pensar, no fazer-agir, no falar, no estudar, no ler e no escrever; enfim. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Marcos Pereira dos Santos. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Marcos Santos - Ser escritor, no Brasil dos dias atuais, não é algo fácil; principalmente pelo fato de o mercado editorial estar cada vez mais competitivo. A indústria cultural, outrossim, também está cada vez mais exigente. Contudo, ser escritor é algo prazeroso, valoroso, primoroso. Diz respeito a uma experiência sem igual. Mas, é preciso gostar de ler muito e de escrever. Afinal de contas, a leitura é um fator primordial para a realização do ato de escrever. Leitura e escrita são processos distintos, porém interdependentes. Ler e escrever são dois verbos que se conjugam juntos! Leitura é bússola do escrever!A leitura abre-nos hori-

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zontes, quebra barreiras, ultrapassa fronteiras, rompe paradigmas arcaicos e leva o(a) leitor(a) ao conhecimento de mundo, à reflexão analítica, à crítica construtiva, ao despertar da imaginação criativa e a conhecer fatos e acontecimentos históricos de toda ordem e natureza. Por sua vez, a escrita, por meio da palavra grafada (símbolo gráfico), deixa registrados pensamentos, ideias, valores, concepções, ideologias, filosofias de vida, modos de ser e de sentir-fazer, identidades pessoais e socioculturais, personalidades, emoções e sentimentos, opiniões, arcabouços teóricos, experiências de vida e resultados de pesquisas científicas qualiquantitativas. E mais ainda: torna o escritor, o escrevente propriamente dito, alguém que ficará para sempre lembrado na história das civilizações e na memória de seus leitores e de suas leitoras (crianças, adolescentes, jovens e adultos). Lembre-se: a palavra lavra e não morre jamais, transformando, pois, o escritor em um ser “eterno”, “imortal” e “divinizado”. Palavra é vida. Palavra viva tem força, poder, direção, sentido e alvo certo. Ler e escrever é uma questão de hábito e de continuum exercício. Pensemos a respeito! Viva a literatura haicaísta ao estilo oriental!!! Ademais, teria ainda algo a nos dizer em específico? Marcos Santos - À guisa de palavras finais, gostaria ainda de ressaltar que gosto muito de minha profissão de professor, educador, pesquisador e literato(poeta e escritor). Sendo assim, como docente-pesquisador militante em prol da causa da Ciên-

cia, da Educação e da Cultura em nível mundial, corroboro com o célebre escritor e poeta pré-modernista brasileiro José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) ao afirmar que “[...] um país é, outros sim, constituído de homens; mas também de livros”. Em suma: estou sempre à disposição do público leitor para esclarecimentos de possíveis dúvidas e demais informações que forem necessárias. Cordial abraço a todos os leitores, a todas as leitoras e aos meus colegas de profissão das áreas acadêmica e literária! Agradeço, em especial, a Deus e à Revista Literária de Lusofonia, por intermédio do Projeto Divulga Escritor, a oportunidade de divulgar meus trabalhos de pesquisa científica nas searas universitária e literária. Muito obrigado!!! Endereço eletrônico para contato: mestrepedagogo@yahoo.com.br

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Nell Morato

Miscelânea Literária… Fiquei absolutamente confusa sobre o que deveria escrever ou, até mesmo, sobre o que queria escrever. São tantos assuntos congestionando minha mente, que está complicado organizar a bagunça… Assuntos prioritários? Sempre que falamos de livros, os assuntos são importantes, nem que seja para quem não vive sem eles ou depende dos livros para trabalhar, ou até mesmo para garantir a sobrevivência. Chamou a minha atenção um post no novo feed do Linkedin. Parei para ler atentamente o que dizia a moça freelancer em elaboração de textos e diagramação, entre outras atribuições. Confesso que não lembro seu nome e senti-me um tanto “envergonhada” com o seu “desabafo”. Contava que as pessoas achavam que ela tinha a vida perfeita, mas não era verdade. Estava sem trabalho no momento e sem dinheiro no bolso. O que dispunha 98

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daria para pagar as despesas fixas, como internet, aluguel, água e luz e comprar alimento para seus cães (acho que eram cães os bichinhos de estimação). Depois de tudo isso relatado, dizia que sobraria uns parcos reais. Não percebi lágrimas e nem desespero em seu relato, apenas a realidade de profissionais que se dedicam à literatura, às letras, aos livros e similares. Qual a sua pretensão escrevendo o texto? Será que pretendia chamar a atenção de empresários editoriais ou escritores independentes, que pudessem resolver o seu problema de subsistência? O tiro poderá sair pela culatra… Exposição demasiada não é recomendável para pessoas que trabalham em nosso ofício. Como uma pessoa envolvida em tantos problemas terá tranquilidade e discernimento para elaborar textos, revisar, organizar? Antigamente havia uma preocupação com a pessoa, o seu bem-es-

tar, o seu conforto no ambiente de trabalho. Pessoas com dificuldades encontravam colocação com certa facilidade, e a sua situação momentânea poderia ser rapidamente resolvida. Hoje não é assim! São muitos os profissionais disponíveis e o que conta, o que procuram os empregadores e contratantes, são pessoas focadas em resultados, profissionais competentes e “sem problemas”. Alguns poderão não entender o enfoque do meu ponto de vista, mas trata-se da realidade no mercado de trabalho e até mesmo, da informalidade nas redes sociais. Ninguém mais quer pagar por um serviço mal feito. Errou é preciso assumir a responsabilidade e refazer, seja lá o que for que saiu errado. Como dizem por aí: “errar é da natureza humana”… então temos que aprender com nossos erros ou com os erros do vizinho, dos amigos, dos colegas. Se queremos mudar o conceito da literatura brasileira, incluindo na história, os


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escritores contemporâneos independentes, precisaremos deixar o amadorismo no passado. Outro assunto que chamou minha atenção, foi a reportagem do Estadão sobre os 260 anos que o Brasil levará para atingir o nível educacional de países desenvolvidos em Leitura. A defasagem do aluno brasileiro foi apresentada no estudo realizado pelo Banco Mundial.“Esta é a primeira vez que o World Development Report, relatório anual que discute questões para o desenvolvimento mundial, é dedicado totalmente à educação. A conclusão mais importante do documento é que há uma ‘crise de aprendizagem’ no mundo todo. ‘Nos últimos 30 anos houve grandes progressos em colocar as crianças nas escolas na maioria dos países, mas infelizmente muitas não entendem o que leem ou não sabem fazer contas’, disse ao Estado o diretor global da área de educação do Banco Mundial, Jaime Saavedra.” E nós, autores brasileiros, vamos fazer o quê? Como vamos colaborar para reduzir esse prazo, que à primeira vista, parece utópico? Jamais alcançaremos os países desenvolvidos. Não há interesse por parte dos governos, preocupados com os entraves políticos, a corrupção e a in-

capacidade de gerir o Estado; não há interesse da maioria da sociedade, e muitos, sequer se dão conta de como isso é preocupante. Escritores precisam de leitores. Precisam ser lidos e comentados os nossos textos. Compartilhei essa reportagem no Google+ e várias pessoas se manifestaram a respeito, indignadas e achando absurda e impossível tal revelação. Também o fiz no Facebook, no entanto, um ou outro comentou. A rede e a maioria das pessoas que por aqui circulam, diga-se autores, não estão interessados na falta de leitores, e só lhes interessam os seus concorrentes, ou seja, outros escritores e os livros por eles publicados. Não encontrei comentários indignados! Autores querendo ir às ruas em busca de soluções, mostrar que estão unidos em torno do mesmo objetivo, que é o de atrair seguidores, adeptos da leitura de obras de autores independentes… O debate é contra os autores “concorrentes” e os enredos escolhidos para seus livros, esquecendo das verdadeiras batalhas que enfrentamos no dia a dia. Aliás, nem sabem o que os atrapalha, o que dificulta a venda, só conseguem enxergar outros escritores, os que realmente escrevem e dedicam-se à literatura brasileira.

Escritores com talento e dedicados ao próprio trabalho… É isso que faz a diferença... E seguindo a tendência atual, cadê as manifestações raivosas pela falta de políticas públicas na cultura? A falta de leitores? Os preços abusivos para livros nacionais comparados aos traduzidos?Quais as providências que tomarão para mudar o cenário? Quem sabe uma lista negra? E assim poderemos retroceder… lá para o período antes do Pré-modernismo, no início do século XX, quando a nossa literatura estava meio que paralisada. O que uma coisa tem a ver com a outra? Tudo. O sonho de alguns poucos autores poderá fazer a diferença, assim como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto e Graça Aranha, diferenciaram-se dos demais e produziram grandes obras desnudando a realidade brasileira. É isso que eu espero. Já que não há união, entendimento, que alguns possam se destacar e fazer a diferença. E o que depender do estilo Nell Morato de ser, eu farei. Fonte: http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,pais-so-deve-dominar-leitura-em-260-anos,70002206631

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ESCRITORA MARISOL Todo o processo dele dentro da trama é baseado no desejo de voar muito alto e no rancor derivado de suas limitações.”

Formada em Ciências Biológicas pela PUC-PR, Marisol mora em Curitiba e dedica seu tempo a projetos de preservação ambiental e campanhas em defesa dos animais. Trabalha como tradutora de espanhol e italiano e redatora de blogs de turismo. A maioria de seus livros é ambientada em Curitiba. Em cada trama, Marisol conta um pouquinho da história de sua cidade. Boa leitura!

Repleto de desejos e limitações surge Icaro novo lançamento da Appris Editora Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Marisol, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, em quem momento surgiu inspiração para a escrita de “Ícaro”? Marisol - Todos os meus personagens possuem inspiração na vida comum, no dia a dia. Nesse caso específico me inspirei em uma pessoa muito inteligente que conheci, mas que tinha o hábito de manipular seu entorno, justamente por ter uma inteligência acima da média e limitações impostas por sequelas de uma paralisia cerebral. A partir da observação dessa pessoa, desenvolvi o personagem Afonso. Todo o processo dele dentro da trama é baseado no desejo de voar muito alto e no rancor derivado de suas limitações. Como foi a escolha do título? Marisol - Foi espontânea, não cheguei a pensar sobre isso. Me ocorreu

de forma natural. Quando comecei a escrever o texto, já tinha o título. Asas de cera. Desejo de voar. Desejo de subir muito alto, mas sem ter condições para isso. Esse é o Ícaro. Apresente-nos a obra. Marisol - Deborah é uma jovem mãe e uma mulher muito bela. Sua vida é dedicada ao filho pequeno e ao trabalho com crianças especiais. Ela mora em uma linda casa em Gramado (RS) e tem um casamento estável com um bioquímico. Seu marido é apaixonado por ela e dedicado à família que formaram juntos. Com uma boa situação financeira, vivem uma vida tranquila em todos os aspectos. No entanto essa vida, aparentemente perfeita, passa a se desintegrar baseada em alguns comportamentos estranhos de Deborah e pela repulsa que passa a demonstrar pelo marido. Esse comportamento acaba sendo observado em seu círculo de amigos e também em seu trabalho.

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DIVULGA ESCRITOR A partir do momento em que ela se dá conta de que precisa de ajuda, após crises de pânico que colocam em risco sua segurança, procura ajuda profissional e dá início a uma psicoterapia com um profissional muito competente. Seu atormentado passado, aos poucos, começa a vir à tona. No entanto, será necessário mais do que isso para descobrir o que de fato ocorreu em sua vida. Somente com a ajuda da hipnoterapia serão conhecidos os segredos terríveis guardados no mais profundo de seu inconsciente, e uma corrida contra o tempo terá início para salvar a vida de seu único filho. Quais os principais desafios para a escrita desta obra literária? Marisol - Não encontrei nenhuma dificuldade para escrever ou publicar este texto. Foi tudo muito tranquilo, pois já tinha tudo pronto na cabeça ao começar a escrever, e na primeira vez que enviei o original para uma editora, foi aceito. Qual o momento, enquanto escrevia o enredo, que mais a marcou? Marisol - Não houve nenhum fato fora da normalidade enquanto eu escrevia o texto. Foi tudo muito tranquilo. O momento marcante foi quando recebi a capa do livro para aprovação. Fiquei encantada, aquele desenho parecia ter saído do meu pensamento enquanto escrevia. A capa do Ícaro representa o meu sentimento ao escrever o texto. Recebi como um presente, como algo especial e pessoal do designer da Appris, Anderson Silveira. Aliás, todo o processo de edição do livro foi muito positivo. A interação com minha equipe de apoio, sempre gentil e profissional, foi fundamental para o resultado final. O que mais chama a sua atenção no suspense psicológico, que a fez escrever uma obra com esse perfil? 102

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Marisol - Escrevo sobre a vida, sobre as pessoas... e a vida é assim. As pessoas são assim... boas e más, positivas e negativas. Dessa dualidade, derivam as ações dos personagens e também das pessoas. Utilizo o material humano. Com relação ao lançamento, onde será, qual o dia e horário? Marisol - Dia 7 de abril de 2018, no Paço da Liberdade, Praça Generoso Marques, em Curitiba. Por quanto a obra será comercializada no evento?

Marisol - 35,00 reais. Quem não puder comparecer ao evento de lançamento, onde poderá comprar o livro? Marisol - Em todas as livrarias nacionais e pelo site da editora Appris(www.editoraapris.com.br). O ebook estará disponível pela Amazon. Quais os seus principais objetivos como escritora? Você pensa em escrever novos livros? Marisol – Lançarei em setembro, pela editora Appris, dois novos títulos: O canto do cisne e Dança comi-


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go? No momento, estou escrevendo O lado escuro da lua, um suspense que gira em torno de um crime cometido em família. Objetivo? Acho que é o mesmo de qualquer escritor: ser lida. Que desafios você encontra no mercado literário brasileiro? Marisol - O livro é um produto que precisa atingir seu público-alvo. Marketing. Acho que o mercado livreiro precisa de profissionais que trabalhem com a divulgação desses trabalhos após sua finalização por parte da editora.

Conte-nos, em sua opinião o que cada leitor pode fazer para ajudar a vencermos os desafios encontrados no mercado literário brasileiro? Marisol - Acreditar que entre os escritores nacionais também existem muitos talentos, e dar chance ao trabalho nacional, adquirindo obras de autores nacionais.

Marisol - Leiam. Leiam muito! Nenhuma viagem é tão maravilhosa quanto a viagem feita por meio de um livro bem escrito. Para contato, deixo meu endereço de e-mail: maresolctba@gmail.com A todos os leitores meu muito obrigada.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Marisol. Agradecemos sua participação na revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

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Isi Golfetto

Mães seguram a mão de seu filho apenas por um curto espaço de tempo, mas o seu coração... para sempre. Mãe de menina Isi Golfetto

Até se tornar mãe ninguém vai conseguir te explicar como será possível amar alguém tão profundamente que você vai ficar feliz quando ela está feliz ou sofrer quando ela sofrer sem nunca dizerem uma só palavra. Não existe fórmula mágica que torne uma mãe perfeita... mas, existem centenas de maneiras de ser uma boa mãe. Um dia você acorda e tem ao seu lado um pacotinho de gente. De repente, se dá conta que o pacotinho não veio com manual de instrução. Sem ter a mínima noção por

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onde começar você procura daqui... mexe dali... na esperança de achar uma pista e o que encontra é um sorriso maroto e um olhar confiante de quem diz... agora é com você! Incentivos daquela pequena jamais irão faltar para te animar e, especialmente, reanimar! Haverá dias em que você não terá a menor ideia de como fazer ou o que fazer diante das suas necessidades e demandas. Você vai procurar meios de enfrentar esses momentos decisivos até descobrir que o famoso mantra de emergência dos voos poderá ser seu aliado... coloque primeiro a sua máscara de oxigênio para depois ajudar quem está aí do seu lado!

E não haverá nada mais gratificante, depois de cada turbulência, do que olhar para aquela pequena dormindo tranquilamente e dizer... consegui! Ser mãe, para algumas mulheres é um dom, mas para outras é uma verdadeira aventura. Algumas mulheres parecem que já nasceram mães. Ficamos admiradas com a destreza que lidam com todas as situações da maternidade. Já, para nós outras é uma aventura constante, especialmente quando a façanha é ser mãe de menina. Ser mãe de menina é ter a responsabilidade de ser a primeira referência feminina da própria filha. Você vai ser seu exemplo o tempo


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todo seja por aquilo que faz, pela maneira como fala, pelo modo como se veste, e, principalmente, como se comporta e lida com as suas próprias emoções e adversidades. Você está sendo atentamente observada por alguém que está a procura de um ideal de mulher para se tornar um dia! Ser mãe de menina é, também, ter a sua primeira grande frustração maternal. Nada vai te preparar para aquele momento estranho quando nada do que você faz ou diz vai fazer mais sentido para ela. O tempo passou e a sua pequena cresceu. Agora ela está em outra vibe. Precisa se auto afir-

mar como mulher. Você a orientou através dos seus ensinamentos e atitudes para que ela pudesse desenvolver o seu potencial e autossuficiência. Portanto, antes de querer ser essa mãe de menina infalível é preciso se conhecer, estar bem consigo mesma e alimentar a sua força interior. Assim, quando a sua filha enfrentar os próprios medos ou estiver diante das suas ansiedades ela vai encontrar em você a tranquilidade, a força e a confiança de que precisa. Destacamos algumas qualidades que podem ser uma fonte de inspiração.

Ser Exemplo.

Seja o exemplo que você sempre sonhou para a sua filha. Não a decepcione com as suas atitudes. Ser bem-sucedida na missão de mãe de menina não é um objetivo a ser conquistado ou uma busca incansável pela perfeição. Antes, é algo pessoal. É preciso criar, desenvolver e aprimorar em nós mesmas as qualidades que queremos ver em nossas filhas.

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Ser Forte.

Seja uma mulher forte. Sua filha terá um modelo consistente a seguir e seu filho saberá o que procurar em uma mulher. A mulher forte impacta a vida de seus filhos. Acreditar em si e em suas habilidades é essencial para ser essa fonte de inspiração.

Conhecer a si mesmo.

Confiar em si mesmo é saber que tudo pode estar ao alcance de uma tentativa. Ser uma mulher segura de si é reconhecer as suas qualidades e conhecer bem os seus limites. É saber bem onde investir e quando desistir.

Ser consistente.

A consistência é o que transforma o mediano em excelente. Ser uma mulher consistente é estar entusiasmada com o que quer obter. A consistência cria as grandes conquistas. Não é o que fazemos eventualmente que molda a nossa vida, mas o que fazemos com consistência.

Valorizar-se.

Quando você tem consciência do seu valor não é qualquer coisa que te satisfaz, muito menos qualquer coisa que te atinge. A mulher que tem consciência do seu valor não foca naquilo que não é. Ao contrário, ela aprenda a valorizar e amar tudo aquilo que é. Ela enxerga o fracasso e as críticas como feedback, como ferramentas que ajudam a crescer. Tem plena consciência de que se ela mesmo não se valorizar... uma hora todos vão acabar acreditando nela!

Energia Leve e Positiva.

Sempre acredite que coisas boas podem acontecer. A mulher com boa energia procura por algo positivo em cada dia, mesmo que em alguns dias seja preciso procurar um pouco mais. Ela sabe que a energia positiva que emana das suas ações não vai refletir apenas em sua própria vida, mas vai se espalhar para as pessoas com as quais se convive. Ela sabe que atitudes e pensamentos negativos nunca irão proporcionar uma vida com energia leve e positiva.

Paixão. Siga a sua paixão. Esteja preparada para trabalhar duro e se sacrificar, mas jamais permita alguém limitar os seus sonhos. A mulher movida pela paixão naquilo que faz é verdadeiramente entusiasmada com as coisas que ama e são importantes para ela, sejam essas coisas grandes ou pequenas. Sua paixão a motiva a enfrentar obstáculos e a dar o seu melhor. Ela sabe que seguir a sua paixão vai fazer com que o sucesso a siga. Seja o tipo de mulher que deseja ver refletido em sua filha. Confie no sério trabalho que fez e esteja pronta para dizer... agora é com você, minha menina. Ser mãe de menina é deixar ela aprender com os próprios erros e elogiar sempre nos seus acertos, é deixar ela saber que você vai estar ao seu lado observando-a, respeitando-a e orientando-a sempre que precisar. Ser mãe de menina é, principalmente, poder dizer a ela... nunca esqueça o amor que eu sempre tenho por você. Não importa se os dias vão ser difíceis ou bons... aprenda com cada um deles. Seja essa mulher forte e decidida que eu sei que você se tornou. E nunca esqueça de aplicar o mantra... em casos de emergência coloque a máscara... Mães de meninas não nascem prontas. Elas são forjadas através dos desafios da vida. Feliz Dia das Mães! Um abraço especial Isi

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DIVULGA ESCRITOR

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITOR NELSON COSTA Tentem realizar seus sonhos, não deixem para a velhice como eu. Antes tentar e fracassar do que fracassar sem ter tentado.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Nelson Costa Caldeira, 74 anos, nascido em Belo Horizonte, é formado em Direito pela Faculdade Milton Campos. Foi policial civil por trinta anos e funcionário da justiça por vinte. Escreveu os livros a seguir mencionados há mais de cinquenta anos, e somente agora foi encorajado a publicá-los. Boa leitura!

Escritor Nelson Costa Caldeira, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever? Nelson Caldeira - Sempre gostei de escrever, tendo começado tão logo entrei para a escola, mas sempre tive muitas reservas sobre isso, sempre guardando meus textos apenas para mim. O que o inspirou a escrever o romance policial “Os Assassinos”? Nelson Caldeira - Uma reportagem que li em uma revista muitos anos atrás, mais de quarenta. Apresente-nos a obra. Nelson Caldeira - São duas quadrilhas, uma que planta maconha no Mato Grosso e outra que a distribui, e o relacionamento entre elas. Como foi a escolha dos nomes para os principais personagens que envolvem a trama? Apresente-nos resumidamente. Nelson Caldeira - Eu era policial. Então, usei nomes que me lembravam os de bandidos verdadeiros, mas a história é ficção.

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Qual o momento, enquanto escrevia “Os Assassinos”, que mais o marcou? Nelson Caldeira - Quando escrevi sobre a morte de policiais. Além de “Os Assassinos”, você tem outros dois livros outros publicados. Comente-os. “Aprendiz de Escritor “ – vários contos pequenos, alguns engraçados, que estavam guardados havia longo tempo; e “Sempre no Coração” – uma história de amor passada durante a Segunda Guerra Mundial,e que se baseia em situações reais. Onde podemos comprar seus livros? Nelson Caldeira - Atualmente somente estão sendo vendidos pela Amazon. com Os Assassinos https://www.amazon.com.br/OsAssassinos-edi%C3%A7%C3%A3oNelson-Caldeira-ebook/dp/ B0789N7V45/ref=sr_1_4?s=digitaltext&ie=UTF8&qid=1519261400&sr=14&keywords=nelson+c aldeira+caldeira


DIVULGA ESCRITOR Aprendiz de Escritor https://www.amazon.com.br/Aprendiz-Escritoredi%C3%A7%C3%A3o-Nelson-Caldeira-ebook/dp/B07846JTK9 Sempre no Coração https://www.amazon.com.br/Sempre-noCora%C3%A7%C3%A3o-1%C2%AA-edi%C3%A7%C3%A3oebook/dp/B0789NG1YW/ref=sr_1_1?s=digitaltext&ie=UTF8&qid=1519261400&sr=1-1&keywords=nelson+calde ira+caldeira Qual o seu principal objetivo como escritor? Nelson Caldeira - Dividir com o público os trabalhos que durante anos acumulei, os quais vinha mantendo guardados. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Nelson Costa Caldeira. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Nelson Caldeira - Tentem realizar seus sonhos, não deixem para a velhice como eu. Antes tentar e fracassar do que fracassar sem _________________ ter tentado. Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | NILZA AMARAL

O sorriso do mor Tenho afinidade imensa com morcegos. Esses animais que enxergam na escuridão sempre me atraíram. Inexplicavelmente parece que a atração é recíproca. À noite quando se encontram de cabeça para baixo para recuperar energia, e os olhos luminosos clareando a noite, não resisto a tentação de acariciá-los e embrenho-me na mata ciliar próxima ao meu condomínio, o reduto dos ani110

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maizinhos, onde passo horas acariciando suas cabecinhas e suas asas pontudas. É meu segredo. E foi assim que talvez pelo meu amor pelo bizarro, ou pelo olfato precioso do morcego meu protegido, que aos poucos fui me identificando com ele e apreciando seu modo de ser. Mais ainda me interessei pelos seus hábitos, quando os ambientalistas do local proibiram

a exterminação da espécie, pois uma vez que eles devoram os insetos em busca do alimento primordial __o sangue, a floresta permanece saudável, livre de pragas. Outras afinidades foram surgindo, fui me descobrindo senão morcego, vampira. No início, atribui minha letargia momentânea à preguiça, cansaço, horas de internet demais, comida muito frugal. Mas para


DIVULGA DIVULGAESCRITOR ESCRITOR

rcego meu espanto, tive que admitir que as horas junto ao Morceguinho, como o apelidei, energizavam meu corpo. Foi a primeira descoberta. Conseguia sugar a energia do próximo. A segunda descoberta foi mais primordial, a que me deu a certeza de minha espécie: troco o dia pela noite. Gosto de estudar, amar, dançar, e minha vontade de viver combina com a noite, aprecio comi-

das vermelhas, minha preferida é o chouriço de sangue de animal, petisco muito. apreciado pela minha família italiana. Jamais poderia ser vegano, essa coisa da moda, pois o sangue é o que move as minhas montanhas. Minha fraqueza me auxiliou no desenvolver de minha espécie. Médicos me recomendaram transfusões de sangue periódicas durante um certo período, por causa de uma suposta anemia. Foi então que o gosto adocicado que me vem à boca depois das transfusões, me deu a certeza. Gosto de sangue, quente, vermelho. Sou uma vampira hitech, e na internet descobri um jogo eletrônico, um jogo de coragem que exige mutilações e flagelações dos jogadores como passagem de ritual. Entrei no grupo e, para não despertarmos ansiedade nos parentes, nos encontramos em lan houses. Os mais audaciosos se flagelam no banheiro, e eu sou a auxiliar no caso. Lambo suas feridas e o gosto do sangue desperta meu sexo selvagem. Depois dos jogos vamos a danceterias e, entre abraços e beijos, lábios carnudos feridos por alucinantes ósculos de língua e mordidas, acabo minhas noites. Entre eles há outros como eu, que ainda não se deram conta de sua verdadeira espécie. Sou mais feliz do que os que ainda ignoram, pois além de sangue que me oferecem ainda posso sugar a sua energia. A vida continua, sou uma vampira adolescente e tenho toda a eternidade ao meu dispor. Escolho companheiros ingênuos na arte do sexo, tenho preferência por lábios quentes e grandes, e se alguém pensa que vampiros sugam sangue mordendo

veias de pescoços, vive na fantasia de que vampiro é ficção. Não nego que existam os clássicos, porém, jamais poderiam usufruir das oportunidades que uma sociedade nos dá. O importante é o ¨conheça-te a ti mesmo¨. Meu lugar predileto, o que mais gosto de frequentar, são bancos de sangue. Conheço vários doadores e muitas vezes fazemos transfusões diretas depois de uma noite de amor. Felizmente há uma grande população masculina que se excita com sexo bizarro, essa é a sorte de vampiras camufladas como eu, imaterial farto e saudável à toda prova. Se o material humano escasseia, há frigoríficos. Sempre me ofereço para as compras diárias de minha casa, e me delicio com bifes sangrentos, carne quente e macia que despejam sangue à primeira dentada. Minha caminhada pela vida é normal, frequento a universidade, faço medicina, e já descobri muitos iguais a mim, que ainda não conhecem o seu verdadeiro eu. Geralmente sofrem de narcolepsia, e no dia em que voltarem do estado letárgico descobrirão que sangue é vida. Logo terei meu consultório, especializo-me em necropsias e medicina pôs mortem. Sou uma vampira moderna, que uiva para a lua em noites de lua cheia. E aguardo o vampiro que me descobrirá para sermos felizes na transcendência da vida, que será sempre trocarmos sangue por sangue. Porém, sou fiel aos meus morceguinhos, e percebo o sorriso esticado em suas faces, quando os visito na calada da noite, a lua linda e cúmplice nos acobertando. www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITORA ODILIA PORTUGAL É ser um incentivo para que as pessoas acreditem que muitas vezes, diferentemente do que parece, nem tudo está perdido. E que a vida pode nos surpreender com acontecimentos misteriosos e extraordinários.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Odilia Maria Portugal Guimarães, brasileira, residente em Niterói (RJ), é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF), licenciada em História, Geografia e Sociologia, professora aposentada da rede estadual (RJ) e particular e escritora, com dois livros publicados: “Circulando o Mundo” e “Conversando com Antepassados”.

Boa leitura!

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Escritora Odilia Portugal, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever sobre fatos reais? Odilia Portugal - Em primeiro lugar sou grata pela oportunidade de poder falar sobre meu trabalho nesta revista. Mesmo tendo exercido o cargo de professora durante muitos anos lecionando história e geografia, na verdade me considero uma estudante. Uma estudante da vida, por um viés espiritual, que procura conhecer os mistérios e a força que movimenta e sustenta cada um de nós. A realidade da vida é, por si só, fonte inesgotável de lições e ensinamentos, e alguns acontecimentos merecem ser contados. Como vem sendo a seleção de histórias a serem escritas? Odilia Portugal - Inicialmente, resolvi relatar acontecimentos fortes ocorridos comigo mesma. Na sequência, alguns amigos me contaram momentos difíceis que viveram, em que se apresentaram soluções

inesperadas e misteriosas. Em seguida, comecei a pesquisar, em outras fontes, acontecimentos milagrosos e extraordinários. Quando percebi já havia escrito alguns contos então publiquei meu primeiro livro. Baseado em fatos reais você tem publicado o livro de contos “Circulando o Mundo”. Apresente-nos a obra. Odilia Portugal - É uma obra de ficção, inspirada em acontecimentos reais que a mim chegaram de alguma forma. São narrados alguns milagres, mistérios ou acontecimentos extraordinários. As circunstâncias, nomes, lugares e datas são fictícios; só a essência, a modificação da realidade e a transformação ocorrida são reais. O que existe em comum entre os contos é o encantamento, o inexplicável, o inesperado e a gratidão. Sabemos que cada texto apresentado na obra tem um pouco da Odilia Portugal. Apresente-nos a história de um dos textos publicados como exemplo. Odilia Portugal - O estudo da espiritualidade se tornou fundamental para mim depois de uma viagem


DIVULGA ESCRITOR que fiz ao Norte do Brasil, há alguns anos, em circunstâncias permeadas de mistérios. Este encontro com a espiritualidade é relatado no conto “Circulando o Mundo”, porque é impossível eu falar de acontecimentos extraordinários sem me lembrar que também vivenciei alguns deles. Outros dois contos: “Lago do Arara” e “Um dia e o Rei” são também momentos especiais vividos por mim. Nestes casos alguns nomes são trocados, mas as histórias são verdadeiras, exatamente como são narradas. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio de “Circulando o Mundo”? Odilia Portugal - Meu principal objetivo, com esses contos, é lembrar que muitas coisas que acontecem estão além da compreensão racional e materialista. É a alegria de ver a vida movimentada por uma força que circula o mundo e que é invisível aos olhos materiais. É ser um incentivo para que as pessoas acreditem que muitas vezes, diferentemente do que parece, nem tudo está perdido. E que a vida pode nos surpreender com acontecimentos misteriosos e extraordinários. Além de “Circulando o Mundo”, você publicou “Conversando com antepassados”. Apresente-nos a obra. Odilia Portugal - Trata-se de um romance no qual é narrada a vida de uma mulher cuja família veio do Líbano no início do século passado, e que teve uma infância muito difícil a começar pelas palavras de maldição proferidas no dia de seu nascimento pelo próprio pai. Uma história de superação, lutas e vitórias. Qual a relação de “Conversando com antepassados” com a doutrina espírita? Odilia Portugal - Podemos dizer que tem uma relação com a doutrina espírita, porque fala de causa e www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR efeito, perdão, superação, lutas e vitórias. Existe um trecho: “quando uma criança está para nascer toda a família e amigos se preparam para recebê-la, é uma alegria. Quando o espírito precisa desencarnar, outros esperam por ele do outro lado, há uma preparação também. Deus não o abandona, manda seus mensageiros de luz para receber com amor e carinho o espírito no plano invisível”. Por aí podemos ver a existência do viés espiritual. Na verdade, “Circulando o Mundo” tem mais a ver com a doutrina espírita, porque nele falo claramente de manifestações espirituais. Mas nenhum dos dois é vinculado a qualquer religião, mesmo eu sendo uma estudante da alta espiritualidade. Onde podemos comprar seus livros? Odilia Portugal - Meus livros foram publicados com meus próprios recursos e não estão disponíveis em livrarias por não achar interessante as propostas por elas oferecidas. Podem ser pedidos pelo e-mail circulando.omundo@gmail.com pelo qual são dadas mais informações. Quais os seus principais objetivos como escritora? Odilia Portugal - Continuar escrevendo textos que sejam agradáveis, tragam boas mensagens e auxiliem a refletir sobre a vida e seus mistérios. No momento estou preparando um livro com novos contos e crônicas e trabalhando no blogdequemeomundo.com.br. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Odilia Portugal. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Odilia Portugal - Agradeço a opor-

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tunidade de divulgar meu trabalho, convidando a todos a lerem meus livros e a interagirem no blog. Existem palavras tais quais “sempre” e “nunca”, entre outras que, a meu ver, devem ser usadas com muito critério, porque a vida pode se expressar em mistérios e nos surpreender... _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

Serviços: Blog:dequemeomundo.com.br Canal do YouTube: https://www. youtube.com/watch?v=4Pj-0ez_ hiM https://www.youtube.com/watch?v=YR3Xn2m_cQg


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DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Petrônio Borges

Atenção Plena: Está presente no aqui e agora Muitas vezes nos pegamos com nossas mentes vagando na linha do tempo, trazendo o passado para o presente e puxando o futuro para o presente. Com isso, achatamos o nosso momento atual, deixamos de fazer coisas importantes porque o passado ocupa nosso presente e o futuro faz o mesmo. O passado, o presente e o futuro não é algo muito complicado para administrar, é altamente possível fazê-lo. Mas como isso é possível? As vezes queremos nos concentrar no que estamos fazendo e de repente, nos encontramos pensando em outras coisas. É no presente que resolvemos tudo, muitas vezes estamos presos ao passado, trazemos o passado para 116

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o presente e ocupamos o presente com coisas do passado, e assim não conseguimos construir o futuro por que não há espaço da construção desse futuro no meu presente. Às vezes nós também pensamos tanto no futuro, que ocupa o nosso presente com preocupações que ainda não aconteceram, e assim, não conseguimos construir o futuro que está sendo ocupado com tantas preocupações no presente. Também ficamos preocupados com o que deixamos de fazer no passado, então precisamos resolver o nosso passado no presente, abrir espaço no presente para construir um futuro. E assim, resolvemos os problemas que ficaram no passado, que no momento estão no nosso presente. Ao conseguir solucionar problemas passados, seremos mais felizes, pois do passado a única coisa que devemos ficar é o aprendizado, tanto de boas lembranças como de más,tudo isso serve para construir um futuro melhor sem cometer os erros do passado. É nessa hora que começamos a nos perguntar como a atenção plena pode nos ajudar? O que é atenção plena? Quando falamos de atenção plena, estamos a falar de atenção presente. Prestar atenção do que estamos fazendo, um bom exemplo é: se estou comento e também estou olhando o celular, então, não estou comendo, estou apenas ingerindo algum alimento em meu corpo. Se estou varrendo a sala de minha casa e ao mesmo tempo estou pensando no que deixei de fazer ontem, na verdade não estou varrendo, estou passando a vassoura e lembrando do passado. Isto não é estar presente. Quando

nossa mente pensa em várias coisas ao mesmo tempo, dificilmente conseguiremos realizar com sucesso absoluto cada pensamento existente na mente, isso é o que podemos falar: muito da cabeça, não pense. Quando dizemos não pense, quer dizer que devemos estar presente apenas no que estamos fazendo. Estar presente requer atenção no aqui e agora. Existe um ditado chinês que diz o seguinte: o passado virou história, o futuro é um mistério e o hoje é uma dádiva, por isso é chamado de “presente”. O nosso presente é esse momento atual que vivemos, o minuto atual e quando esse minuto se passa, já virou história. Estar presente, requer alguns treinamentos, como por exemplo ficar sentado em um local tranquilo apenas observando sua respiração. Podemos inspirar e expirar, observar cada processo de oxigenação que acontece em nosso corpo. Se fizermos isso por 5 minutos, não se apegando em nenhum pensamento que virá em nossa mente, apenas prestando atenção na respiração, já é um bom treinamento. Um exercício que deve ser repetido várias vezes até se acostumar em ter total atenção no que faz nesse exato momento. No início pode não parecer tão simples como exposto aqui, mas a prática revelará uma boa concentração. Concentração é reunir tudo em só lugar, agrupar o que se encontra disperso. Nossa mente vaga pelo tempo, fica dispersa, distante daquilo quer realmente devemos fazer no aqui e agora, então é assim que funciona, paramos para nos concentrar no que estamos fazendo. Estão a dica é, se vou dirigir, não devo está disperso, devo dirigir com atenção plena.


DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITORA RAFAELA FIGUEIREDO [...]numa espécie de brincadeira na qual a própria poesia se torna uma maneira de a ciência estar presente nos mais singelos – e muitas vezes despercebidos – detalhes da nossa realidade.”

Professora, carioca e pisciana, Rafaela nasceu nas águas de março de 1987. Na adolescência, apaixonou-se pela(s) literatura(s), e pouco mais tarde comprometeuse com as Letras; namorou a Prosa, mas casou com a Poesia. Juntas, têm um filho chamado “O meio do avesso”, e atualmente está para dar à luz o seu segundo, o “Palavra atômica”. Também possui publicados alguns poemas em antologias de concursos literários promovidos no país. Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Rafaela Figueiredo, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela arte de escrever? Rafaela Figueiredo - No Ensino Médio, tive a sorte de ser aluna de uma maravilhosa e cativante professora de LP, Juliana Bulhões, apaixonada por seu trabalho. Isso, certamente, contagiou e ampliou minha “proto disposição” para as Literaturas. Mais tarde fui cursar Letras, e o encanto só cresceu. E como dizem – e é verdade –, a escrita foi uma consequência: quase todo leitor tem um pouco de escritor. Em que momento se sentiu preparada para publicar “O meio do avesso”? Rafaela Figueiredo - O meio do avesso foi uma ideia, um desejo de reunir meus escritos (a maioria publicada em meu antigo blog), de poder guardar isso num registro físico, mais afetivo, talvez. Acredito também que tenha ajudado a me entender melhor, compartilhando com as pessoas mais próximas um tanto da intimidade, do meu processo de

amadurecimento (pessoal mesmo, não necessariamente literário) e autoconhecimento por meio da escrita. Sempre fui bastante introspectiva, e às vezes até acreditava que isso era um problema. Apresente-nos a obra. Rafaela Figueiredo -São poemas de 2006 ou 2007 a 2011, uma reunião de um curto período da minha vida, mas muito especial, em diferentes aspectos. São divididos em 3 partes: avesso, com poemas de métricas livres, sonetos e haikais, embora nem todos com medida à risca. A temática predominante é existencialista, eu diria. Há poemas que falam de morte, vida, da própria poesia, de amor e outros sentimentos em relação ao estar no mundo. Além disso, tive o privilégio de a orelha do livro ser escrita pela querida Marcia Tiburi, a quem devo muito também do meu aprendizado. Apresente-nos um dos textos publicados na obra. Do poder das águas [2010] minha força vem das pedras. todavia, não sou dura: [a vida o é; tanto bate até que fura!] www.divulgaescritor.com | abril 2018

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DIVULGA ESCRITOR tenho músculos de trepadeiras – cipós frágeis – em meu tronco; reles flores se me brotam, vez ou outra, e há mil ninhos em meu cerne se me nascem, ora, pensamentos-praga, sim; glebas em minha visão; projeto sombras sobre mim… quando chove, destas mãos, porém, – pequenos galhos – se rebentam éclogas com que o pensamento se figura entre água, folhas, sobre os meus canteiros secos, como abstrata pintura. Como foi o processo de seleção dos textos para compor “O meio do avesso”? Rafaela Figueiredo - Conforme mencionei, baseada no que eu possuía publicado no blog e escrito em manuscritos ao longo dos primeiros anos na experiência de escrever. Quais critérios foram utilizados para a escolha do título? Rafaela Figueiredo - Como a voz dos poemas é, em sua maior parte, bem intimista, “avesso” seria, em princípio, o título. Inspirada pelo trecho da canção de Caetano (Sampa): “porque és o avesso, do avesso, do avesso, do avesso…”. A partir dessa ideia meio mise en abyme, adentrei um pouco mais e acrescentei “o meio do”, numa espécie de exposição do interior… Onde podemos comprar seu livro? Rafaela Figueiredo - Por ter sido uma publicação independente, os

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mesclando noções físicas, químicas, numa espécie de brincadeira na qual a própria poesia se torna uma maneira de a ciência estar presente nos mais singelos – e muitas vezes despercebidos – detalhes da nossa realidade. Quais os seus principais objetivos como escritora? Rafaela Figueiredo - Tenho uma inspiração profunda em Clarice Lispector, no tocante à questão da escrita: não penso em viver de escrever, mas sei que já não posso viver sem.

exemplares ficaram basicamente sob meu domínio. A maior parte deles eu dei; poucos eu vendi. Mas é possível adquirir, comprando ou fazendo troca (uma ideia que aprecio), enviando um e-mail para rafaelagf3@gmail.com. Sabemos que já temos livro novo no prelo. Apresente-nos sua nova obra literária. Rafaela Figueiredo - O “Palavra atômica” possui 50 poemas de temática predominantemente cosmológica (um assunto que me fascina) e visa explorar, por meio de versos livres, a ideia da palavra (atômica!) como uma metáfora da criação do mundo, como cocriadora de todo sentido e de nós mesmos: afinal, tudo é linguagem. Alguns poemas passeiam por assuntos cotidianos, questões sentimentais ou mesmo filosóficas,

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Rafaela Figueiredo. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Rafaela Figueiredo - Creio que muitos dos leitores, também escritores, tenham sido influenciados por diferentes pessoas e motivos, e espero que sempre tenham em mente quem ou quais são eles. Porque é isso o que nos permite (re)conhecer e jamais esquecer o poder que possui a Literatura, que é uma prática de esperança contra toda miséria da educação e da reflexão. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com


DIVULGA ESCRITOR

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DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR DIVULGA PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

DIMENSÃO DO TEMPO Mas, porque o sol continua a brilhar, o mar tão calmo, as aves cantam, as estrelas brilham no espaço, o meu coração até bate, sou a vontade e o desejo em meu olhar, mas, eles não sabem que é o termo do meu mundo. Nesta negrura assustadora

José Lopes da Nave

de ser consumido, o silêncio apodera-me e torna-se parte de algo que aparenta um sonho mau

AS TRINDADES

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e, às vezes tem sido mesmo, uma consumação. Desperto, tudo parece o mesmo,

Ao cair da noite,

mas sem ti não compreendo como a vida começa,

tocam as Trindades na Igreja Paroquial

caminhando pensativo no meu universo

o homem benze-se e larga o trabalho,

com as curvas do tempo decorrendo,

e, de enxada ao ombro

olho para cima, nas minhas noites frias

para casa se encaminha,

e as estrelas brilham pelo infinito,

onde, já, a mulher cozinha a ceia,

ainda que não possa tocar-lhes,

na lareira crepitante.

visto não existirem em mim,

Fatigado, após um dia invernoso,

mas elas insistem e a esperança permanece.

descalça as botas e os pés doridos aquece

Os dias são confusos e solitários

e com as mãos afaga o rosto,

e, mesmo que as nuvens me perturbem

volvendo o olhar meigo para o cônjuge

elas regressam mais belas

que lhe devolve o sorriso de amor.

e uma sensação de renovação

Bem depressa, os filhos se aproximam,

invade-me no vazio que me apavorava,

sentando-se no colo, aguardando pelo mimo

pois percebi a importância de observar

e, alguma guloseima, habitualmente escondida,

a dimensão da vida, de eterna compreensão

circunstância que se transforma em jogo e risadas.

que me acompanha.

__ Então, amor, essa comida, estou cheio de fome.

A lucidez, por vezes, confunde-me

__ Está pronta, podem sentar-se.

e o imaginário desfila em mim

Dando graças, ceiam,

e tão próximo que parece existir!

cada um contando os acontecimentos do dia.

Inquietação!

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DIVULGA DIVULGA ESCRITOR ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

ROSAS SEM ESPINHOS?

Helena Santos E PORQUE... E porque sinto-me abençoada E porque não devo perder a esperança E porque sou fraca, mas não desisto de amar E porque acho-me uma imbecil, já que perco tempo com imbecilidades e deixo pedaços de vida escaparem-se pelos dedos E porque não tenho capacidade para abrir o coração dos outros, não fecho o meu E porque não devo apontar o dedo, sabendo que três ficarão apontados a mim E porque tenho um castelo com telhado de vidro, não devo atirar pedras ao telhado do vizinho E porque o passado faz parte de mim, acolho-o com serenidade, mas não vivo em função dele E porque não deixo as mágoas passarem de prazo, para não me azedarem o coração E porque tenho noção de que a amizade e o amor, devem ser maiores do que a importância que dou ao meu umbigo E porque não devo criticar, julgar ,ou condenar, quem não me esforcei por conhecer E porque não devo “tomar” as dores dos outros, correndo o risco de ser injusta. Os inimigos dos meus amigos, não têm de ser meus inimigos, por contágio. E porque sempre pensei e decidi por mim, não emprenho pelos ouvidos E porque devo jubilar com as vitórias dos amigos e não deixar a inveja tomar conta de mim E porque me sinto orgulhosa das rugas pinceladas no meu rosto, também me sinto leve com o perfume que exala o meu coração. E porque amo e sei que me amam…o resto é chuva de Verão!

Se não me for permitido errar Que ando aqui a fazer? Mas errando não posso esquecer Que os meus erros devo assumir E com as consequências conviver Não é bonito deles fugir E a terceiros os atribuir É pura cobardia Todos temos legitimo direito De caminhar, tropeçar e até cair Mas é no levantar com dignidade Que mostramos a nossa verdade Não apostar na mentira piedosa Que nos vitimiza e transforma Em seres alheados da realidade Vendo a vida passar ao lado Com o coração interditado Pela razão não fomos contemplados Sabemos Mas insistimos em arranjar outros culpados Simplesmente para nos convencermos Que somos seres iluminados E que nunca falhamos Tenho rosas nos meus canteiros São lindas E para se manterem vistosas Não dispensam carinhos Gosto de tocá-las, cheirá-las Se não tiver cuidado e me picar Não posso culpar as rosas Tampouco os espinhos!

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DIVULGA ESCRITOR ENTREVISTA

ESCRITORA VERA MARIA SILVEIRA Gosto de citar um fato que poucas pessoas sabem. Nos anos 850 a 858, entre o pontificado de Leão IV e Bento III houve em Roma uma papisa chamada Joana.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Vera Maria da Silveira, nascida em Florianópolis (SC), Brasil, é filha de descendentes açorianos, pesquisadora, blogueira e historiadora de assuntos relacionados a religiões. Uma de suas maiores paixões, a cidade de Florianópolis, é uma ilha localizada no sul do Brasil, recheada de histórias pitorescas e curiosas que retratam a temática da magia e bruxaria.

Boa leitura!

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Escritora Vera Maria da Silveira, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever “Os papas no banco dos réus”? Vera Silveira - Foi o trabalho como catequista de crianças de minha comunidade, asquais se mostravam muito curiosas sobre a hierarquia na igreja católica e em outras religiões. Também acrescento o fato de que escrever sempre foi um sonho desde muito jovem. Apresente-nos a obra. Vera Silveira - “Os papas no banco dos réus” é um compilado de informações até agora desconhecidas da maioria das pessoas, principalmente dos adeptos do cristianismo. O texto retrata a figura tão protegida e personificada dos papas ao longo dos tempos, na história da mais antiga instituição, a igreja católica. Legados, fatos curiosos e informações de bastidores compõem o roteiro deste livro que fará com que muitas pessoas passem a olhar a igreja católica de maneira diferente.

Quais os principais desafios para escrita da obra? Vera Silveira - Todo o trabalho de pesquisa acaba sendo desafiador, pois é preciso filtrar as informações e tentar torná-las mais acessíveis ao leitor. Com relação à publicação, quais critérios foram utilizados para a publicação do livro? Vera Silveira - Em se tratando de Brasil, tudo aquilo que envolve assuntos religiosos, principalmente a religião católica, acaba sendo muito bem aceito, despertando curiosidade nos leitores em geral. Como foi realizada a pesquisa para compor a obra? Vera Silveira - As pesquisas foram realizadas em arquivos de bibliotecas e por meio de entrevistas, feitascom vários padres e párocos de igrejas católicas espalhadas por vários cantos do mundo. O que mais chamou sua atenção após a conclusão da pesquisa sobre o texto “Os papas no banco dos réus”? Vera Silveira - Foi o fato de que pouco sabemos a respeito dos bastidores da igreja católica de maneira geral, e como existem fatos curiosos que cercam a vida dos papas.


DIVULGA ESCRITOR Como exemplo, cite-nos, resumidamente, um dos casos apresentados na obra. Vera Silveira - Gosto de citar um fato que poucas pessoas sabem. Nos anos 850 a 858, entre o pontificado de Leão IV e Bento III houve em Roma uma papisa chamada Joana. Na época não se sabia que ela era mulher, somente sendo descoberto quando ela engravidou e deu à luz diante de uma multidão em uma procissão em Roma. Onde podemos comprar seu livro? Vera Silveira - No Brasil é possível encontrar o livro em sites de vendas online e no formato e-book, bem como em várias livrarias. www.americanas.com.br www.walmart.com.br http://www.editorabarauna.com. br/os-papas-no-banco-dos-reus. html Quais seus principais objetivos como escritora? Soube que você já tem novos livros a serem publicados. Comente. Vera Silveira - Costumo falar que todo escritor antes de tudo, é um ótimo leitor; cresci em meio a este cenário, continuarei lendo muito e buscando mais e mais ideias e projetos de novos livros, mas agora estou engajada em livros que retratem o cotidiano das pessoas, como o casamento, a vida familiar e curiosidades que componham este universo. Já tenho outros livros prontos em fase de publicação, cito: “Quando um casamento acaba” e “O caminho das pedras”. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Vera Maria da Silveira. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Vera Silveira - Primeiro, gostaria de agradecer a oportunidade de apresentar um pouco do meu trabalho e, quem sabe, em breve terei a oportunidade de estar em Portugal lançando “Os papas no banco dos réus”, bem como meus novos livros. Para os leitores deixo a mensagem de que todos devem sempre buscar conhecimento e aquilo que lhes faça

felizes. Não existe o gênero literário perfeito; existe, sim, aquilo que nos preenche como seres que somos. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com www.divulgaescritor.com | abril 2018

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ESPECTADOR DE MIM

Vitor Costeira

E O CORPO VAI … e o corpo vai! Despojando-se, o invólucro fita o horizonte e continua, prolongando a sombra no rasto dos passos que recuam para a origem. Chegará sem bagagem, ausente de si, cheio de nada, sem projecção de uma sombra que possa dizer de quem vem ou quem foi. O corpo é o corpo, só…

Não saí daqui, enquanto fui e vim. Parti e cheguei mas aqui fiquei, vendo-me ir e vir, partir e chegar, sem nunca daqui sair… Indo e vindo. Vou chegando aos poucos mas ainda não cheguei na totalidade. Espectador de mim, ainda aqui estou esperando ver-me chegar… NO PONTO DE PARTIDA Caminho para onde sei que não vou, porque sei que, ao lá chegar, aqui continuarei e, caminhando, afasto-me de mim e vejo-me mais distante, sempre que me vejo, enquanto ainda me vejo. Sei que, mesmo indo, não irei e, afastando-me, me encontrarei… no ponto de partida!

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Lançamento maio de 2018 Travestis Brasileiras em Portugal Os séculos XX e XXI corresponderam ao agudizar de processos globalizantes potenciados pelas novas tecnologias, quer no âmbito comunicacional, quer industrial, sublinhando dinâmicas de desruralização e de construção de tecidos urbanos densos onde o anonimato se tornou possível na vivência de experiências, outrora reconduzidas ao silêncio do sujeito socialmente isolado. A diferença, enquanto experiência vivida, tornou-se comunitariamente possível, surgindo grupos que delimitam geograficamente determinadas áreas urbanas a que correspondem afinidades eróticas ou de práticas sexuais, inicialmente de gays e lésbicas. Quebra-se na prática a uni-direccionalidade entre sexo e género, entre sexo e sexualidade, questionando-se esquemas de relações assimétricas e modelos de pensamento enraizados (heterossexualidade, patriarcado, machismo, feminismo, etc.). Rubin (1975 in Lewin 2006, in Vance, 1984) propõe a existência de dois sistemas diferenciados de sexo e género que tornam plausível, sob o ponto de vista analítico, a não correspondência entre sexo, género e sexualidade. O paradigma máximo desta autonomia sistémica alcança-se na construção de uma identidade travesti. Esta identidade mutante, mutável e instável parece acompanhar um mundo de fluxos intensos e interdependências múltiplas. É na sociedade global que as travestis encontram espaço para a vivência comunitária da sua experiência, constituindo-se como um grupo com práticas transnacionais, marcado pela mobilidade de género e geográfica, primeiramente dentro das fronteiras brasileiras e depois para a Europa. Cidade, prostituição e migração surgem como fatores chave da disseminação geográfica e identitária desta comunidade. Este projeto tomado sob uma perspetiva global mantêm ou reinventa relações com a estrutura, que aparentemente as apaga enquanto atores sociais e da qual, aparentemente, se autoexcluem. A obra encontra-se dividida em duas partes, a primeira fornece as ferramentas teóricas necessárias à interpretação dos dados, enquanto, que, a segunda revela a etnografia como matéria-prima privilegiada da antropologia. Através dela procura-se colocar o leitor, num patamar que o supere enquanto tal, e o reconduza ao estatuto de acompanhante de viagem pelas experiências trans.

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Diário de Bordo com a autora Téia Camargo Em DIÁRIO DE BORDO a escritora Téia Camargo narra, com requinte de detalhes, os oito dias de sua viagem pelo litoral brasileiro num transatlântico turístico. Em DIÁRIO DE BORDO a escritora Téia Camargo narra, com requinte de detalhes, os oito dias de sua viagem pelo litoral brasileiro num transatlântico turístico. Capítulos diários registram rotina, diversão, aventuras, desventuras e as impressões da escritora sob uma ótica realista, bem-humorada, sincera e por vezes poética. Lançado inicialmente na ferramenta de leitura gratuita Wattpad, onde alcançou grande repercussão, o livro agora está disponível em versão e-book no site www.amazon.com.br, Se você já teve uma experiência como essa, vai gostar de revivê-la nas páginas deste livro Se ainda não, seja bem-vindo(a) e embarque em DIÁRIO DE BORDO para conhecer os detalhes deste cruzeiro marítimo. Link para compra: https://www.amazon.com.br/DIÁRIO-BORDO-Téia-Camargo-ebook/dp/B07BH556D5?__ mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=T%C3%A9ia+Camargo&qid=1521220326&sr=8-3-fkmrnull&ref=sr_1_fkmrnull_3

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Sobrevivi ao Aborto 40 A 50 MILHÕES... Este é o número de bebês abortados por ano no mundo, equivalente a 125 mil por dia. Os dados são da OMS (Organização Mundial da Saúde). Até o fechamento desta obra, início de março, em tempo real, os dados já davam conta de mais de 1 milhão e cem mil bebês que tiveram suas vidas interrompidas por decisão da própria mãe. Esse número consta do site Worldometers – http://www.worldometers.info/abortions/ –, que se baseou nas estatísticas da OMS. A proposta do “abortômetro”, criado pelo site, seria dimensionar a problemática da questão. A estimativa é de que a cada ano, no país, 1 milhão de abortos são realizados. Segundo ainda dados do estudo, o procedimento é realizado, geralmente, no auge do período reprodutivo feminino, ou seja, entre 18 e 29 anos, e é mais comum entre mulheres de menor escolaridade. Pela lei, em apenas três situações específicas a prática é permitida ou autorizada: se a gravidez for fruto de estupro; se a vida da mãe estiver em risco; ou se o feto for anencéfalo, isto é, não possuir cérebro. “Há tanto aborto no Brasil, que é possível dizer que em praticamente todas as famílias alguém já fez um aborto – uma avó, tia, prima, mãe, irmã ou filha, ainda que em segredo. Todos conhecemos uma mulher que já fez aborto.” A questão é considerada como sendo de ordem de saúde pública. Mas e quando a gravidez é interrompida contra a própria vontade da genitora? Quanto aos números em relação à perda gestacional involuntária – leia-se aborto espontâneo –,os dados são imprecisos e difíceis de mensurar, em virtude dos próprios desafios de uma coleta e/ou pesquisa com esse fim, tendo em vista o fato de que nem todas as mulheres se dispõem a falar ou tornar pública sua dor em razão da culpa que carregam, seja ela imposta por elas mesmas (por acharem que deviam ter cuidado mais) ou imposta pela própria sociedade (por fatores adversos, incluindo a suposta falta de cuidado da mãe), visto ser essa uma questão de tabu.São mais de 4,2 milhões de mulheres no mundo que sofrem pela perda de seu(s) bebê(s). Dados de entidades de peso, como OMS e ONU (Organização das Nações Unidas) dão conta de que entre 10%e25% de todos os casos de gravidez podem terminar em aborto espontâneo. Cerca de 50% a 75% de todos os abortos espontâneos são originados por gravidez química, que se dá quando a gestação chega ao término logo após a fecundação, dando origem a uma perda de sangue que geralmente coincide com o período menstrual. Mais de 50% de todos os casos de gravidez comprovados por exames de laboratório acabam em aborto espontâneo. Como em toda perda, tem o luto.

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A dor do luto... Como mensurar isso? Não se trata de dados, estatísticas, números. Tem a ver com a vida. Porque gente não são dados, estatísticas, números. É alma. E no caso do bebê que partiu, um ser – trata-se de um ser que foi desejado, amado, esperado. Não é também um luto do corpo que não se formou ou se completou, ou que se formou, mas alguém amado que não sobreviveu. Os sentimentos são mistos, mas mútuos, por parte de quem perdeu quem não virá mais. A sensação é uma só: VAZIO. Vazio do ventre e da alma. A proposta dessa obra não é mais que apresentar números. Mas uma oportunidade para uma catarse, em que essa mulher que chora sua dor se vê agora apta ou pronta para dar vez à sua voz, mas acima de tudo, a de uma cura e libertação para uma vida inteira. Em cada depoimento, sim, aqui mencionado, a angústia da perda, mas também a serenidade de quem, ainda que marcada pelo seu passado que ora parece tão presente, conseguiu olhar para frente e caminhar, numa reelaboração contínua e eterna, ainda que sob os passos de um dia de cada vez, na esperança de que dias melhores sempre surgem, a cada oportunidade. Algumas, talvez, não tenham superado a dor. Há muito silenciaram a voz e a alma. Mas é uma de muitas que têm se levantado a favor da vida – como a “voz que clama no deserto” – para que um caminho seja endireitado. O livro foi criado para mostrar o outro lado da história. Alguns relatos de sobreviventes e depoimentos de quem desejou a criança. O livro “Sobrevivi” vem com uma proposta para repensar o aborto: a prevenção. Ela é a base que previne grandes tragédias. A morte nunca poderá ser uma solução para resolver um problema. A prevenção, sim. O livro foi escrito pela escritora Blenda Bortolini, com suporte do jornalista Marcelo Ferreira e impresso pela Bortolini Editora. O lançamento está previsto para ser realizado no Salão do Livro em Genebra, em abril de 2018,no stand brasileiro da Helvetia Edições. Contato com a autora e pedidos: blendaebortolini@hotmail.com

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DIVULGA ESCRITOR Obrigada a todos escritores que fazem do Divulga Escritor o maior projeto de divulgação literária da Lusofonia

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