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Sumário
Entrevistas BRASIL Almir Santos......................................................................................37 Emerson Gondim...........................................................................41 Hioman Imperiano.........................................................................47 Irlen Benchimol..............................................................................54 Jaime Zimmer..................................................................................60 Paulo Marsal...................................................................................66 Yuri Belov........................................................................................71
Participação Especial Alexandra Vieira de Almeida Escritora e doutora em Literatura Comparada é a nova revelação da literatura brasileira Pág.12
Livros em foco
Tito Laraya........................................................................78 Thais Souza........................................................................78 E. J. Pereira.........................................................................79 Dr. Agricio Inácio José do Vale.....................................80 Dimas Oliveira..................................................................81 Aldirene Máximo.............................................................82 Fábio Gabriel....................................................................83 Alexandre Santos............................................................84 JackMichel.........................................................................86
Editora Penalux - Antonio Ailton..........................................20 Editora Penalux – Ricardo Ramos Filho..............................22 Editora Penalux - Fiori Esau Ferrari.....................................25 Editora Penalux – Goimar Dantas.......................................27 Francisco Antonio Cavalcanti..............................................29 Gabriela Richena Ferreira.....................................................32 Rosa Marques..........................................................................34 Onévio Zabot........................................................................39 Christiane de Murville...........................................................45 Rosa Maria Santos..................................................................53 Luiza Moura.............................................................................58 Fernando Assis........................................................................59 Roberto Mello.........................................................................64 Nell Morato..............................................................................68 Josenilson Leite........................................................................74
Colunas Solar de Poetas – José Sepúlveda........................................50 Poetas Poveiros – José Sepúlveda.......................................52
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DIVULGA ESCRITOR Shirley M. Cavalcante (SMC)
Editora Coordenadora do projeto Divulga Escritor www.divulgaescritor.com http://www.portalliterario.com/ www.revistaacademicaonline.com
Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VII Nº 40 Edição julho 2019 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação EstampaPB Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119
Com sucesso, chegamos à 40ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Nesta edição temos como destaque de capa Alexandra Vieira de Almeida, escritora e doutora em Literatura Comparada. Composta por mais de 30 autores contemporâneos, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 36. Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos. Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada, José Lopes da Nave, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio no Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: revista literária da lusofonia, uma revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita para leitores de todo o mundo. Boa leitura!
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Alexandra Vieira de Almeida
Escritora e doutora em Literatura Comparada é a nova revelação da literatura brasileira
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Alexandra Vieira de Almeida é poeta, contista, cronista, ensaísta e resenhista. Tem Doutorado em Literatura Comparada pela UERJ. É professora na Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro e tutora de ensino superior a distância na UFF. Tem cinco livros de poemas publicados, sendo o mais recente, A serenidade do zero (Penalux, 2017). Publica em antologias, revistas, jornais, sites e alternativos em todo o Brasil e também no exterior, sendo as mais importantes publicações na “Revista Brasileira”, da Academia Brasileira de Letras, no “Jornal Rascunho” e no “Suplemento Literário de Minas Gerais”. Tem poemas publicados para vários idiomas e um conto traduzido para o francês. Boa Leitura!
Esse livro aborda uma experiência impactante na minha vida, de grande busca pelo sentido. Eu revelo o valor do vazio e do silêncio para as pessoas, num trabalho de doação para o leitor. Com ele, eu lapidei meu ser e melhorei meu estilo.”
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Dra. Alexandra Vieira de Almeida, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a ter gosto pela arte literária? Alexandra Vieira de Almeida - O que me motivou a escrever foi o incentivo à leitura desde a infância. Meus professores me incutiram o gosto e o prazer pela leitura e minha mãe Cléa foi a principal motivadora para todo esse processo. Ela me dava livros para eu ler e, assim, desde os meus 10 anos comecei a escrever meus primeiros poemas. Na fase adulta, comecei a fazer poemas mais herméticos, surrealistas e oníricos, pela influência nos estudos do Hermetismo e da Teosofia. Foi nos anos de 2000 que iniciei o processo de escrita para adultos. Durante 11 anos, de 2000 a 2011, escrevi meus dois primeiros livros, 40 poemas e Painel, que saíram publicados em primeira edição pela Editora Multifoco, em 2011. Dessa fase em diante não parei 14
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mais, produzindo meus outros livros de poesia que foram publicados por outras editoras, como a Scortecci e, finalmente, a Penalux. Em que momento você decidiu se dedicar profissionalmente a literatura, sendo hoje, Dra. em Literatura Comparada? Alexandra Vieira de Almeida - Em 2008, quando finalizei o Doutorado em Literatura Comparada (UERJ), nem pensava em trabalhar profissionalmente com a literatura. A oportunidade surgiu com uma Editora primorosa que faz um trabalho de qualidade e que preza pelos seus autores que é a Penalux. Trabalho profissionalmente com a literatura a partir deles, pois faço resenhas, orelhas e quartacapas para livros da Editora. A partir daí, a procura pelo meu trabalho foi grande. Muitos escritores de qualidade e grande expressão artística me procuraram profissionalmente para eu fazer análises críticas sobre os livros deles. Eu dou meu parecer
crítico e eles ficam extremamente satisfeitos com o resultado. Não faço textos críticos de livros comerciais, que apelam por uma linguagem não literária. Busco analisar livros de qualidade. Esse é o grande diferencial. Atualmente, vendo meus livros de literatura para todo o Brasil, para quem me procura. Aqui, no Rio de Janeiro, costumo frequentar saraus e outros eventos literários, onde vendo meus livros. Já adquiri até uma maquininha de débito e crédito para eu aumentar as vendas. Tenho tido grande satisfação e retorno com isso. Apresente-nos seus livros publicados Alexandra Vieira de Almeida - 40 poemas e Painel foram meus primeiros livros publicados no setor da arte literária. Neles, busco o universo do inconsciente, para trazer uma realidade diferente para a nossa sociedade. Os livros têm alguns poemas místicos, outros eróticos e até reflexivos. O meu terceiro livro, Oferta, é mais ousado no fator erotismo, com imagens mais sensuais,
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Fotos da autora: Tiberius Drumond
mas fala também sobre questões sociais, nos poemas em prosa. A partir de Dormindo no verbo, começo a lançar meus livros pela Penalux, que é realmente uma grande editora. Minha relação com eles é de amor. Esse quarto livro tem a recriação do mundo pela linguagem, com poemas mais metalinguísticos, tendo grande influência do poeta Rimbaud. O livro mais recente é A serenidade do zero, que teve grande influência da meditação oriental e de Manoel de Barros, com sua gênese do nada. O livro procura uma reflexão sobre a serenidade. Também aponta pela busca do silêncio em meio ao caos contemporâneo. Tenho também um livro infantil pela Penalux produzido em parceria com a artista plástica Giselle Vieira, formada pela UFES. O livro se chama Xandrinha em: o jardim aberto, que busca incentivar o gosto pela leitura nas crianças. Sei que todos são maravilhosos. No entanto, deixe-nos o seu preferido,
aquele que o leitor não pode deixar de ler. Explique o por que. Alexandra Vieira de Almeida - O meu livro preferido é A serenidade do zero (Penalux, 2017), pois segundo o prefaciador do livro, o professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Marcos Pasche, eu amadureci mais com esse livro, dando um grande salto. Foi o livro em que eu tive mais críticas positivas, como o do professor da UFRJ, ensaísta e grande poeta Igor Fagundes, que me disse que esse livro conjuga o voo e o pouso, pois não fico só no mundo imaginário, mas pouso na concretude do sentido, num processo de maior ordenação (cosmos) em meio ao caos. Esse livro aborda uma experiência impactante na minha vida, de grande busca pelo sentido. Eu revelo o valor do vazio e do silêncio para as pessoas, num trabalho de doação para o leitor. Com ele, eu lapidei meu ser e melhorei meu estilo. O que primeiro você analisa ao ini-
ciar a leitura critica de uma obra literária? Alexandra Vieira de Almeida - Procuro fazer uma leitura minuciosa com relação ao livro, buscando perceber pontos da obra em que a maioria das pessoas não vê. Procuro captar a essência de cada momento do livro. Também utilizo livros teóricos para embasamento de minha pesquisa, mas não fico só presa a isso. Procuro com minhas palavras tecer um diálogo poético com a obra, nivelando-me ao autor para produzir uma análise crítica literária, que utiliza a imagética e a metáfora. Inicialmente, busco me debruçar profundamente na obra do autor, percebendo todos os matizes e os ângulos possíveis, percebendo cada detalhe que uma análise microscópica entrevê. Você já realizou várias resenhas, análises criticas, prefácios, posfácios para autores de diferentes áreas literárias, podes nos informar quantos já foram realizados? www.divulgaescritor.com | julho 019
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DIVULGA ESCRITOR Alexandra Vieira de Almeida São inúmeras análises críticas que ainda não consegui calcular. Mas acredito que tenho mais de 50 análises realizadas. Não gostaria de citar alguns nomes, deixando outros de lado. Mas fiz textos críticos para grandes escritores e isso valeu à pena. São textos diferenciados para cada livro analisado. O retorno foi maravilhoso, com respostas bastante positivas ao meu trabalho como crítica literária. Ainda pretendo reunir todos os meus textos críticos num livro, inclusive, colocando os comentários muito generosos sobre minha escrita crítica. Tenho grande paixão pelo que faço e sou valorizada por isso. Que dicas você dar a quem estar iniciando na escrita, nas seguintes áreas: Cronistas – Busquem analisar a realidade criticamente, não deixando a chama do literário se apagar. Contistas – Busquem injetar grande literariedade em seus textos, conduzindo o leitor para os caminhos da perplexidade. Poetas – O lirismo é muito importante, mas não deixem o poder reflexivo dos textos. Ficção como um todo (romance, policial, drama, comédia...) – Aliem extensão com profundidade, não se dispersando em coisas sem muita importância. Em sua carreira literária já participou de vários eventos, qual o momento/evento, que mais marcou, por quê? Alexandra Vieira de Almeida - O momento mais marcante na minha vida literária foi o 7º Salão do Livro das Escolas Estaduais, realizado pela Seeduc, em 2013. Lá, fui entrevistada sobre minha obra poética e teve também uma tarde de autógrafos, onde a Secretaria adquiriu 50 exemplares do meu segundo livro de poemas Painel, que foram distribuídos gratuitamente
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para professores e alunos do Estado do Rio de Janeiro. Fiquei muito emocionada com o evento, onde pude ter contato com jovens que apreciaram minha obra. Foi um momento marcante, onde fiz belas dedicatórias para outro público, diferente do que estou acostumada. Meu livro foi divulgado e selecionado pela Seeduc para fazer parte desse importante Salão do Livro. Dentre vários livros, o meu e de alguns outros autores foram premiados. Foi uma grande vitória pelo meu trabalho como escritora, sendo reconhecida por isso. Quais, escritores, são as suas referências literárias? Por que eles se tornaram uma referência para você? Alexandra Vieira de Almeida - Os escritores que me influenciaram foram Rimbaud, Murilo Mendes, Manoel de Barros, Cecília Meireles e Clarice Lispector. Rimbaud, pelo estilo transbordante e caudaloso, com várias imagens impactantes. Em Murilo Mendes, a influência está no surrealismo e na multiplicidade de imagens ao se falar da realidade. Em Manoel de Barros, a busca pelo vazio e pelo silêncio que a linguagem causa, com o sentido de sua “despalavra”, o “antesmente verbal”. Não poderiam faltar as mulheres, como Cecília Meireles, pelo teor metafísico e lírico, produzindo os sons do indizível. De Clarice Lispector, a retirada do extraordinário das coisas comuns, misturando os gêneros da prosa e da poesia. Quais os principais objetivos a serem alcançados pela Dra. Alexandra Vieira de Almeida? Alexandra Vieira de Almeida - Pretendo me dedicar mais ao estudo da prosa, saindo apenas da estrada da poesia e me enveredando por outros gêneros, como a crônica, o conto e o romance. Tenho mais dificuldade em escrever prosa literária. A poesia flui mais intensamente nas minhas veias. É uma pulsão forte em minha vida. Escrevi poucos contos e crônicas. Mas
estou na trilha e é um começo. Meu sonho é escrever um romance, o que demandará tempo e experiência. Preciso estudar mais as técnicas da narração para atingir meu intento. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar. Estou lendo e pesquisando muito sobre isso. Quem sabe, mais para adiante, consigo realizar aquilo que tanto almejo. Temos que burilar mais pacientemente a escrita. Quero melhorar cada vez mais meu estilo, atingindo um público maior. Essa relação entre autor e leitor é crucial para o aperfeiçoamento do escritor, lapidando a escrita com minúcias e profundidade. Quero amadurecer cada vez mais. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora e resenhista profissional, doutora em literatura comparada, Dra. Alexandra Vieira de Almeida. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Alexandra Vieira de Almeida - Deixo para os leitores a seguinte mensagem: “Obrigada por vocês existirem e estarem no meu caminho. Vocês são a parte mais importante de todo esse processo literário. Que vocês leiam minha obra e apreciem minha escrita com sinceridade. Que todos tenham experiências significativas em suas vidas a partir da leitura. Que se abram cada vez mais portas para vocês, leitores, meus amigos e receptores atentos e instigantes. Que a leitura os atinja com grande vigor e necessidade como a própria respiração, pois a leitura é algo precioso para a vida das pessoas. É uma necessidade vital”. Serviços Alexandra Vieira de Almeida – e-mail para contato: alealmeida76@gmail.com _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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UMA LEITURA DE A SERENIDADE DO ZERO Lina Tâmega Peixoto
A serenidade do zero me parece ser a mais expressiva e singular obra de Alexandra Vieira de Almeida, tomada como configuração das formas do discurso em suas perfeitas e intrincadas medidas do sentir e atadas ao sensível e ao conceitual da linguagem poética. A leitura do poema obedece ao critério que Dámaso Alonso impõe à aproximação de qualquer obra literária: “todo intento de apoderarse de la unicidad de la criatura literaria, es decir, del poema, ha de empezar por la intuición y há de rematar en la intuición también. En médio queda uma faja abierta ao trabajo cientifico...” Na dedicatória a mim feita, no poema “A morte do centauro”, meu agradecer se soma aos ramos de sedução e encantamento das imagens que os poemas oferecem. Atenho-me, primeiramente, ao título, onde o “zero” é enunciado como essencial fundamento e princípio gerador de todas as coisas criadas. A poeta , para melhor apreensão
dos recursos intelectuais e sensíveis, necessários ao ato de ler, confere aos títulos uma função norteadora na relação simbólica com o mundo. Em “A serenidade do zero”, a Autora nos comunica a sua profunda e profusa espiritualidade, a sua essência que, em conjunção com o mundo interior, flexionam-se em uma intensa textura humana e na claridade de uma visão mágica, consumidas em poemas. E transcrevo os versos: “Na confusão das formas / Das línguas das religiões / Precisamos voltar à fonte / A origem sem nome / Ao vazio primordial”. Na língua perdida, exilada na Torre de Babel entre tantos códigos, a poeta procura o fascínio e o mistério da linguagem primeira, que associa o eixo humano à densidade divina do Ser. No mundo da transparência, na procura da palavra essencial, há uma força metafísica de corrosão nos sentidos, tanto no plano qualitativo-opositivo, quanto nas percepções olfativa, visual, auditiva e sensório
do paladar, a fim de construir a origem do que não foi nomeado ainda. Assim, lemos: “Sem o dualismo do bem e do mal / Sem som sem sabor / Sem perfumes ou cor. Em estado de “serenidade”, o “zero, livre de valor, percebido como um arabesco do nada, da ausência, torna-se capaz de se expressar, de se identificar com sua linguagem e, nesta ação transformadora de estremecimentos espirituais, adquirir um elemento divino que, convocado pela palavra, abre-se a um corpo religioso na linguagem poética. “O zero em sua solidão não se identifica”. Só, em solidão, o zero não pode nomear o mundo, não se mostra, não se move , não se submete a nenhum vocabulário, enfim, dessacraliza-se frente à multiplicidade das coisas. Assim, convoca, pelo nome, um espaço mágico fechado em si mesmo, a “cápsula da essência interior” e a de um mundo “insano”, isto é, profano, que se reveste de www.divulgaescritor.com | julho 019
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DIVULGA ESCRITOR margens sagradas, no surgimento do instante mítico. Acumula-se e se clarifica a duplicidade da substância da matéria, fragmentada e trespassada de mistério e enigma, na ilusão e na vertigem do sonho, a caminho da cosmovisão da unidade. O “zero”, o “vazio”, como expressões linguísticas, compreendem o silêncio que existe antes da criação, “o divino em pleno despertar”. “Silêncio” constitui o elemento que se avulta, significativamente, nos poemas, referido como o princípio gerador da palavra e se equivale ao “zero” Valéry nos diz que: “Um silêncio é a estranha fonte da criação poética.” A poeta trabalha seu espaço de desejo quando diz: “Quero acordar grávida de vazio e silêncio”; “O vazio funda minha sede / Ser sedenta de silêncios acende / uma chama invisível” e ainda: “Silêncio / Seja minha nudez sem luz ou trevas” (em Silêncio). Em mais alguns versos, encontramos: “A morte se embrenha nos arvoredos suspensos do Paraíso /A serpente se cala /É hora do silêncio” (em A delicadeza do silêncio) e ainda “A sacralidade não está em interromper a palavra, o gesto?” (em Paganismo zero). Podemos enumerar, quantitativamente, muitos exemplos que evidenciam a força poética das metáforas do “zero”, do “vazio” , do “silêncio”, ”como indicadores dos conflitos existenciais que coexistem entre o homem e o divino, provocados pela palavra, o verbo, no nomear as coisas e o mundo em sua perfeita dualidade que leva à unidade desejada. Ponho em relevo o poema “A morte do centauro”, em que a Autora expressa a dialética do “eu” e do “outro”, no representar as diversas valorizações da pureza e das substancias das matérias. “No lago,” o centauro divide-se em dois elementos e constrói o duplo. Torna-se “Metade água, metade fogo”. Na água, pela vertigem do sonho, o Ser renova a forma e renasce incessantemente de sua morte temporal. Do fogo, brota o calor, a chama, o
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sopro e, semelhante ao gesto divino que criou o homem pelo barro e pelo sopro, tenta-se construir “em vão um centauro de argila”, porque se está só em sua humanização. Na metáfora do “vazio,” homem e centauro se igualam, são únicos na palavra não pronunciada, na história sem tempo, no absoluto sem referências. Em sofrimento, sem se identificar ainda, o homem estende seu gemido, seu grito, pronunciado pelo atrito do som da voz com a água, como a dissolver a vida, e dela restar apenas o resíduo do vazio. As forças dos quatro elementos da imaginação material: terra, ar, fogo e água representam, nas ciências antigas, a base de todas as coisas criadas. Alexandra perfaz este mesmo percurso, quando escreve: “De terra, de céu, de fogo e de água / os homens e os centauros se igualam no seu vazio inaugural”, onde “céu” remete à ideia de “ar”. Cabe ao homem vencer sua desumanidade, por meio da purificação que a cada dia se plasma e se completa pelo ritual da morte, semelhante à sacralização na última ceia do pão e do vinho, o corpo e o sangue de Cristo, representados poeticamente na morte e na vida do centauro, para que se alcance o deciframento simbólico do homem “Após aquela ceia de morte, a vida e a morte se igualam”. Nota-se a repetição da forma verbal “igualam” nos versos, este e o citado acima, como a enfatizar a percepção de que, para viver, é preciso ressuscitar da morte, mutações que coexistem, intimamente vinculadas a um conteúdo religioso. Desta descida ao abismo do espírito, resta a “mancha na terra”, isto é, o pecado original, que aguarda que o “fogo”, o sacrifício pelo sangue redima a palavra ungida, que se oculta na linguagem. A Serenidade do zero expõe a experiência espiritual-religiosa-mítica da poeta pelo exercício da palavra, que engendra admiráveis poemas, fabricados nas estruturas simbólicas do imaginário. Isto, lhe possibilita a
imersão no inconsciente mágico, no mais profundo de si mesma, pelo conflito, pela presença, no campo linguístico, do silêncio enredado na linguagem da poesia pelo vazio que, para ser tátil aos sentidos, precisa estar multifacetado pelas coisas do mundo. O equilíbrio espiritual e as esferas do simbólico que levam a palavra a conferir ao homem o estar no mundo, enfermam a poeta pelo que o “zero” ordena de opacidade, negação e perda. A dimensão linguística com que o Ser se interpreta pela palavra, perante o mundo, visível e invisível, solta-se de suas amarras e cai no equívoco, no difuso, na inutilidade, no repúdio ao racional e, nesta dissonância intelectual e emocional, o “zero”, o “vazio” sobrevivem no difuso e no caos da palavra ilegível, muda, esvaziada e oca. Exemplificam esta transmutação, alguns exemplos de versos: “Sem palavras / acordam os livros em sua sonolência”; “Sem palavras / para dizer qualquer vocabulário de meia-tigela”; “A serenidade do zero me enerva / quero a placidez da atonalidade”; “As palavras perfuram o vazio”. O “silêncio” também se situa nesta terra estrangeira onde a poeta agora habita, despida de plurais e de linguagem. E lemos: “Todo o mistério do mundo e dos livros / Só Deus não saberia em seu mudo silêncio?” e ainda: “A comunhão dos signos / Se faz pela hóstia do silêncio”. Em sua perplexidade, cheia de angústia, dúvida e de uma religiosidade opressiva e salvadora, a poeta pergunta ao leitor se “É possível desdizer, desfazer, impensar tudo?” Haverá respostas, certamente. Alexandra desenha nos poemas a odisseia da vida, transfigurada pelo enlace da morte com o sagrado, os movimentos do espírito e do sonho, a temporalidade do duplo em um só, as vozes do pensamento em linguagem poética de extremo fascínio, mistério e beleza, com filamentos de ouro e imagens.
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DIVULGA ESCRITOR TRABALHOS REALIZADOS E PUBLICADOS DA DRA. ALEXANDRA VIEIRA DE ALMEIDA
Entre o símbolo e o real no livro Cerzir, de Antonio Aílton Alexandra Vieira de Almeida – Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ) O livro de poemas Cerzir, de Antonio Aílton (Penalux, 2019) é dividido em seis partes: Desdobras, Bestiário da terra e do céu, Memória Mínima, A incursão fortuita de Ouroboros, A hora do poema do sol e Imagine se Ponge vem beber na Praia Grande. Nestas seis seções se nota o trabalho de reunir num único respiro uma variedade de formas e de vozes pela unidade da tessitura textual. Num dos significados de “cerzir”, no Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa, se diz: “juntar (algo) sob núcleo comum, reunir, combinar, incorporar”. Só que esta reunião é feita da mistura de várias expressões artísticas que se distinguem por sua máxima originalidade e inventividade. Neste intercalar de elementos vários, encontramos a dupla via do literário: uma linguagem mais simbólica e sugestiva mesclada com uma expressão mais realista e objetiva, fazendo deste hibridismo inaugural uma ponte para uma literatura de qualidade, diversificada e camaleônica, escondendo entre suas dobras os mistérios da engrenagem literária. O grande poeta Stéphane Mallarmé nos revelou a seguinte definição sobre a fruição da poesia: “Nomear um objeto equivale a suprimir os três quartos do prazer da poesia, que é feito de adivinhar pouco a pouco: sugeri-lo, eis o sonho”. Antonio Aílton, a partir de suas metáforas inusitadas e sugestões, potencializa a força da criação poética com a chama do verbo. A delimitação e definição dos objetos, com suas explicações seria a morte da poesia, vista por este ângulo. Vejamos: “A estria advém da pele e da lisura da presença do vazio/que o ronda/no cós do antes”. Numa maximização poética, a poesia de Antonio Aílton nos traz a semântica do vazio, que é trazer para a profusão de imagens a busca do silêncio e do espanto frente às realidades enigmáticas. Este poeta revelador do
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fogo criador trabalha com os espaços brancos e vazios das páginas prestes a gerar os sentidos mais plurais. Reúne numa mesma página dois ou três poemas, coloca alguns títulos de poemas com números e outros com nomes, alternando a gênese geométrica do infinito ao sustentar o caos com as mãos libertas da razão ocidental. Numa complexidade de opostos simétricos, sua poesia calcula os sentidos com a máquina da urdidura dos versos, sempre plenos e grávidos da chama solar. Utiliza números aleatórios como num jogo de dados mallarmaico em que não sabemos o resultado. Cabe ao leitor especular sobre os vários caminhos abertos pelas vias dos múltiplos sentidos que acordam o verbo para o êxtase da celebração do tempo e do que vai além de cronologias insuspeitas. Antonio Aílton trabalha, assim, com a paginação, com as folhas e os tecidos do texto, cerzindo auroras e crepúsculos com a linha múltipla do literário. Nisto, reside a solidão e a companhia das palavras, o uno e o múltiplo. Em [1 x 1], temos: “A partilha do tempo também é a partilha da língua/O tempo começa antes da língua mas só nela sobrevivemos”. Como se fosse possível palmilhar o simbolismo da língua, encontramo-nos com “o antesmente verbal”, de que tanto falava Manoel de Barros, uma linguagem primeva anterior a tudo que conhecemos, anterior ao próprio tempo que nos mergulha numa prisão domesticável pelos pontos do relógio a fabricar os sonhos da morte. Aqui, o poema numerado, juntamente com outros poemas intitulados com palavras, forma uma constelação de sentidos vários, diversificando suas formas poéticas num labirinto de vozes textuais. É como se ele buscasse a voz dos componentes do real, antes que a língua a entreteça com os fios significativos do texto interno, fechado nas folhas de papel, uma babel que obscurece a chama da vida: “O que aprendi da pedra aprendi do pântano/Com um pouco mais ou menos de meditação/Os ventos falam pouco, mas assoviam”. Antonio Aílton quer reinventar a vida além de toda a violência que nos acomete no real. Ele quer recriar o real pela força imagética dos versos, mas não deixando de enaltecer os poderes da natura que subvertem a agressividade do mundo em beleza silenciosa: “Reinventar a vida é redimi-la de toda a sua crueza”. Além da potência da linguagem literária, Antonio Aílton não deixa de questionar e refletir sobre a nossa sociedade, com uma poesia mais engajada e politizada que busca a partir do realismo, a sua outra face poética, descosturar os véus para que alcancemos a tão sonhada liberdade. Uma parte do livro é dedicada ao poeta Francis Ponge, a última parte da sua obra poética. Pedro Maciel, num trecho de um ensaio para o caderno “Verso e Prosa”, do jornal O Globo, assim disse: “Francis Ponge é, por
excelência, o poeta das coisas que exigem definições, das coisas partidas, das coisas naturais, das coisas inanimadas e animadas. Ele descreve o universo, os meteoros, a chuva, o fogo. Encanta-se com os moluscos, as ostras, caracóis. Busca a todo momento dar voz à coisas silenciosas. Traz à luz o mundo mágico da natureza”. É muito recorrente na poesia de Aílton a presença de autores estrangeiros, como Ponge, Rimbaud, William Carlos Williams entre outros. Isso não quer dizer que ele esqueça a presença de autores nacionais, que também comparecem em sua poética. Na sexta parte do livro, “Imagine se Ponge vem beber na Praia Grande”, podemos perceber a utilização do poema em prosa, reunindo duas formas de expressão literária em jogos inusitados. Temos aqui, o universo do áspero, da náusea, com imagens impactantes da imundície com seu asco. Aqui, vemos a mistura admirável e sedutora entre as linguagens científica e simbólica: “Para ali afluem e ali se encontram as mais variadas espécies e formúnculas: de bichos de crista a bichos de estopa; de áscaro-lumbricóides a pavôneo-ciliares”. Além das constantes enumerações neste poema em prosa, com características numeradas numa fórmula em ordenação hierárquica, temos o estilo prosaico de Ponge. O poema aqui extenso é bastante adjetivado com seu apelo ao descritivo e à objetividade que flerta com o caleidoscópio dos símbolos. Mas não temos apenas as descrições, pois Antonio Aílton alcança um grande viés filosófico a partir das definições e explicações. Há reflexões iluminadoras que cobrem com seu olhar de sol as coisas descritas. A ambientação é iluminada pelo olhar ambíguo da razão e do onírico. O tom antigo da descrição se molda aos elementos contemporâneos. Temos a enumeração dos seres, seus tipos e caricaturas com pitadas de tom grotesco. Aqui, encontramos uma reflexão crítica sobre a realidade das várias camadas da sociedade que são simbolicamente representadas pela metonímia da Praia Grande. Além deste longo poema em prosa, podemos vislumbrar outros textos de Antonio Aílton que misturam as duas formas discursivas em matizes diferentes e inusitados. Suzanne Bernard, em Le poème em prose. De Baudelaire jusqu’à nos jours, 1959, assim se expressou: “ao mesmo tempo no poema em prosa uma força anárquica, destruidora, que conduz à negação das formas existentes, e uma força organizadora, que tende a construir um ‘todo’ poético: e a própria expressão poema em prosa sublinha essa duplicidade...” Nesse sentido, os poemas em prosa de Antonio Aílton conjugam forças opostas e complementares, formando uma unidade paradoxal que tende a enriquecer o olhar poético sobre as coisas, que são feitas de ordem e desordem, cosmos e caos.
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Em sua poesia, encontramos os elementos mais diversos, o concretismo, o poema em prosa, os poemas numerados ou nomeados, a presença marcante do francês, a cultura japonesa, entre outras, num processo de “globalização poética”, que recoloca o que vem de fora num novo olhar dentro de sua terra, de sua gente, abrasileirando o internacional com suas peles de criatividade, postura crítica e questionadora. Num de seus poemas em prosa, “Poema par C Tarkos”, temos a imagem perfeita para essa exploração ambígua do literário. A cor cinza como símbolo que une pares opostos, o branco e o negro: “Volto ao Sena [se você quiser], caminharei de noite sobre a ponte, a ponte é cinza (se você quiser) o signo é cinza”. Ao longo do vasto poema, cita Artaud e sua “nuit gris.” Além destes elementos, não poderia faltar os familiares em sua poesia, como um bom Manuel Bandeira que evocou seus parentes. Neste livro de Aílton, na parte ”Memória mínima”, encontramos suas evocações à lembrança de tempos idos, falando sobre seus pais, a sua terra e outros parentes. A força telúrica nestes versos representa o sangue linguístico que corre em suas veias e que amanhece dias passados. As belezas e intempéries encantadoras do lugar são indomesticáveis. Antonio Aílton não segura as rédeas da sua imaginação, deixando o canto do passado como um
canto de louvor à memória e ao tempo, a correrem soltos pela vastidão do universo poético. A língua cospe fogo de outros tempos que são soltos como uma tempestade noturna. Em “A incursão fortuita de Ouroboros”, temos uma tacada genial de sua veste artística. Aqui, percebemos o movimento circular de uma serpente mordendo a própria cauda, na distribuição em circularidade de seus versos. Assim, podemos ver o “eterno retorno” dos símbolos e imagens. Vislumbramos o começo e o fim de uma mesma camada semântica a percorrer com seu fogo serpentino as peles das palavras de Antonio Aílton. Portanto, neste excepcional poeta, podemos nos maravilhar com uma poesia ambivalente que flerta com os símbolos, mas que não deixa de “escreviver” sobre as realidades plenas da existência. Unindo uma linguagem complexa e metafórica ás referências do mundo contemporâneo, sua poesia se ergue no seu poder de imaginação a partir do onírico e da sua aderência ao real imediato. A mediação entre dois polos opostos é possível, fazendo de sua poesia um rico panorama das vivências múltiplas e conjugadas da realidade e do texto como criação literária, cuja referência une o inacabado e o completo, cerzindo com fios de ouro sua poesia de grande relevo para a humanidade presente e futura.
O poder crítico da literatura em Conversa comigo, de Ricardo Ramos Filho Por Alexandra Vieira de Almeida No livro de crônicas Conversa comigo (Penalux, 2019), de Ricardo Ramos Filho, temos um escritor que busca por problematizações, observando o real com olhos críticos. Trazer o terreno do cotidiano e trivial para a análise linguística da crônica a partir da densidade dos problemas da vida, eis a grande chave mestra do viés literário deste autor admirável que apresenta um livro maduro e repleto de questões político-sociais e artísticas. No E-Dicionário de termos literários, organizado por Carlos Ceia, temos o verbete crônica analisado por Annabela Rita, que propõe: “Inicialmente, a crónica, mais geral ou mais po22
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pular, registrava acontecimentos históricos ou por ordem cronológica. Fonte mais directa e imediata de conhecimento histórico, comportava também fatos menos relevantes, informação secundária que a História moderna tenderá a elidir”. Dessa forma, temos um paradoxo em sua obra, que embasa o próprio teor da crônica mais substancial, ou seja, tornar fatos do dia a dia como algo de grande importância. Já tivemos o instigante livro do pensador italiano Nuccio Ordine com seu livro A utilidade do inútil. Criticando o teor mais pragmático e útil do que seria o poder do capital, o que tem uso comercial, Ordine fala de saberes, que seriam considerados inúteis para a estrutura dominante. Podemos pensar em nosso país, numa época
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em que temos o corte de verbas para universidades e colégios e o desinteresse pelo conhecimento crítico, levando-nos ao colapso do sistema educacional. Renato Ramos Filho faz de algo ordinário um movimento para a beleza das coisas mais significativas, revelando a relação entre o útil e o inútil. As ciências humanas, as artes, por exemplo, adquirem valor e podem ser sim úteis para a atitude crítica e reflexiva de toda a humanidade. Mas pensar, proliferar os discursos, torná-los decifráveis para todos é o grande desafio deste escritor excepcional. Assim temos na epígrafe do seu livro o pensamento do filósofo Michel Foucault, afirmando o que temos dito anteriormente: “Mas, o que há enfim, de tão perigoso no fato das pessoas falarem e de seus discursos proliferarem indefinidamente? Onde, afinal, está o perigo?” Na crônica que abre o livro, “Conversa comigo”, temos o dom da narrativa, de contar histórias e segredos na vida cotidiana de cada um, pois a literatura é o melhor remédio para a solidão e o silêncio. O diálogo é aplaudido, é a busca da personagem desse texto. Dessa forma, encontramos, no interior do carro um casal, em que a mulher procura a palavra, a fala, a qualquer custo. O poder de comunicação é o norte para ela. Dessa forma, começa a crônica no meio do silêncio no carro do casal: “− Conversa comigo, diga alguma coisa”. A verbalização é necessária como um sopro de vida. Há a exploração do verbo, da palavra, como parte indispensável do viver. O filósofo Nietzsche já dizia sobre o horror ao vácuo. A esposa não tolera o nada, o que está à beira do abismo das palavras, busca o outro na sua comunicabilidade e preenchimento do caos interior. Só que o assunto particular e regional, o futebol de São Paulo, que o marido discute, ganha ares de importância universal, dando um grande gancho para se discutir sobre o social e a situação no país do futebol que valoriza o capital assim como em qualquer parte do mundo, um prazer então utilitário para a maioria. Só que o final da crônica é surpreendente, pois há uma interrupção da narrativa futebolística para a despedida do casal em seu tom amoroso. Na crônica “Macaco-prego”, temos o hibridismo entre o intelectual e o sentimental, pois a presença da
música nacional é marcante, fazendo do narrador-personagem, que é alguém inteligente, gostar de músicas sentimentalóides e cafonas: “...embora batalhe para ter um paladar estético um pouco mais evoluído, sou capaz de gostar com alguma liberdade de coisas não tão recomendáveis e certamente de gosto duvidoso”. O intelecto e o sentimentalismo são a ponte entre o pensar e o sentir. Isso não seria um equilíbrio do ser para que a intelectualidade não engesse o coração? É uma questão apresentada por essa crônica maravilhosa que nos instiga a partir de nosso dia a dia, de nossa relação com a realidade. Outro fator importante na obra deste cronista é a reflexão lírica, reunindo o criticismo e a poesia. Vejamos: “E a quase ausência de automóveis nas avenidas transmite uma impressão de profundidade inusitada.” Temos assim o casamento perfeito entre crítica social e a finura poética, a faca cortante que sangra e a delicadeza da flor perfumada. Nesta crônica, a partir do rádio que o narrador-personagem no carro escuta, temos a beleza de nossa terra, de nossa gente. O que é regional se torna grandioso e global, trazendo as questões e reflexões do cronista para o terreno da literatura. Encontramos essa grandiosidade do Nordeste através da escuta no rádio da nova faixa, Elba Ramalho: “O sotaque nordestino tem a capacidade de despertar memórias atávicas”. Vivenciamos também nos seus textos a mistura entre o urbano e a natureza, um canto à cidade refletida nas coisas naturais. Numa mesma crônica temos o peso filosófico do pensamento crítico e a leveza da poesia mais graciosa. No final do texto, um movimento de ilusão e desilusão, pois o narrador-personagem se confunde ao ver um macaco-prego, sendo que na verdade ele é algo diferente. Temos na tradição oriental esse mistério de maya, a ilusão, pois podemos confundir a cobra com a corda. É uma visão desfocada, o quanto a percepção nos engana, os sentidos nos absorvem numa areia movediça, pois segundo o filósofo Platão, os sentidos nos enganam. Na verdade, a grande personagem no seu livro é São Paulo, onde temos uma crônica no livro com este título. Temos um retrato dela, como numa fotografia revelada pelo narrador-personagem. O local lhe traz dúvida www.divulgaescritor.com | julho 019
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e ambiguidade, num misto de amor e ódio, de prazer e rejeição. No belíssimo prefácio do escritor Edmar Monteiro, ele diz: “Ao longo das quarenta e quatro crônicas que compõem o livro, mesmo quando não é explicitamente mencionada, a cidade frequenta a conversa fluida de Ricardo Ramos Filho”. O narrador-personagem vai dialogando com a cidade, ao mesmo tempo em que dialoga com o leitor. Temos, aqui, a cidade que acolhe, que violenta e agride. E para isto há um motor para suas lembranças da infância, um tempo em que não era assim como hoje. Uma espécie de idílio ou paraíso é posto no passado, com suas recordações, comparando o presente e o passado. As crianças com a tecnologia perdem o gosto pela natureza e pelas brincadeiras saudáveis. A necessidade delas é essa mesma tecnologia, fazendo-as respirar os computadores. Ricardo Ramos Filho vai descascando as camadas da cidade como uma pele, um tecido a serem descobertos e desvendados pela pena firme do cronista. Na crônica “Leilão”, temos o contato com os familiares de Ricardo Ramos Filho, neto do tão prestigiado autor Graciliano Ramos, um dos maiores nomes da literatura brasileira. A primeira edição autografada do livro Vidas Secas seria leiloada. Na dedicatória, o seguinte: “Para seu Américo, um abraço; Graciliano Ramos Rio – 1938”. Este autógrafo seria o leitimotiv para o escritor falar de suas férias no Rio de Janeiro com vários familiares: “Vovô Américo, sogro de Graciliano, pai de vovó Heloísa, mulher do escritor alagoano, e também de minha tia-avó Helena, era uma velhinho querido”. Ele era um grande contador de histórias, contava para Ricardo vários relatos. A questão da oralidade é enaltecida e, a partir daqui, temos o empuxo para que Ricardo Ramos Filho se tornasse escritor: “Os relatos ouvidos ali, tenho certeza me fizeram querer ser escritor mais tarde”. Nessa crônica, podemos vislumbrar a junção entre o verídico e o ficcional, pois no final do texto temos o poder de efabulação da crônica e sua força de imaginação, que veremos mais adiante. O neto de Graciliano Ramos resolve ir ao leilão, dando um lance inicial de 3.000,00, o que seria muito para ele. Aqui, nesse texto, revela-se o poder do capital e sua força aparentemente útil, sendo o livro vendido para além do valor inicial. Só que para Ricardo, esta relíquia do avô teria outro destino, mais útil para todos, uma doação para a humanidade: “Caso conseguisse aquele volume, ele teria o destino de todos os outros livros autografados da família, o IEB – Instituto de Estudos Brasileiros”. Seria algo importante para os estudantes e pesquisadores da obra. O seu poder de utilidade é formidável, diferente do discurso egoísta do valor monetário. Mas no final da crônica, somos levados
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pelo escritor por uma vingança literária. Aqui, temos o poder da imaginação do cronista, engendrando uma hipótese do que teria acontecido com o livro nas mãos do novo conquistador dele. No meio de algo verídico, a força de efabulação do texto. Assim perguntamos, há limites entre o real e o ficcional? Há intercâmbios, cruzamentos. Na verdade, a vingança literária do neto é o que está na dedicatória, que guarda a memória de quem ele conheceu na realidade: “A minha arma é o que a memória guarda”. Portanto, Ricardo Ramos Filho, a partir de sua obra magistral, quer mostrar a singularidade de sua escrita, que se caracteriza pela polivalência. Apresentando as imagens opostas da utilidade e da inutilidade, mostra sua rede de relações, o que torna possível o poder crítico da sua literatura. Há uma mistura inusitada na sua escrita, revelando contradições e, ao mesmo tempo analogias, não apresentando a facilidade de uma escrita unilateral. Ao contrário, sua literatura é multifacetada, nos fazendo perceber os vários ângulos de uma questão. Para finalizar, podemos citar o livro A via de Chuang Tzu, uma releitura deste pensador oriental por Thomas Merton, onde encontramos um belo texto intitulado “A árvore inútil”. Essa árvore não pode ser cortada pelos problemas que ela apresenta, de modo de que não seja útil. No fim do texto, a resposta surpreendente de Chuang Tzu, dizendo que essa mesma árvore servirá de sombra para se descansar e que “nenhum machado ou decreto proclamará o seu fim”. Portanto, nunca será abatida: “Inutil? Que me importa!” “Conversa comigo”, crônicas. Autor: Ricardo Ramos Filho. Editora Penalux, 180 págs., R$ 40,00, 2019. Disponível em:https://www.editorapenalux. com.br/loja/conversa-comigoE-mail: vendas@ editorapenalux.com.br A resenhista Alexandra Vieira de Almeida é Doutora em Literatura Comparada pela UERJ. Também é poeta, contista, cronista, crítica literária e ensaísta. Publicou os primeiros livros de poemas em 2011, pela editora Multifoco: “40 poemas” e “Painel”. “Oferta” é seu terceiro livro de poemas, pela editora Scortecci. Ganhou alguns prêmios literários. Publica suas poesias em revistas, jornais e alternativos por todo o Brasil. Em 2016 publicou o livro “Dormindo no Verbo”, pela Editora Penalux. Contato: alealmeida76@gmail.com
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O lugar do imaginário em Variações do exílio, de Fiori Esaú Ferrari Alexandra Vieira de Almeida – Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ) No livro de poemas de Fiori Esaú Ferrari, Variações do exílio (Penalux, 2018), temos a busca de um espaço imaginário habitado pela linguagem, um exílio em meio às trevas do mundo. O sol do imaginário e não mais da razão dá a engrenagem de uma geografia literária prestes a percorrer os espaços da natureza e dos locais urbanos. Na epígrafe do livro, temos o primeiro momento do exílio, seu pai num campo de concentração. Os primeiros poemas são dedicados à figura paterna. Aliás, as figuras familiares e não fantasmas vagueiam nos espaços em branco do seu livro, prestes a adquirirem materialidade a partir dos afetos do eu-lírico. É intensa a carga emotiva desta obra excepcional em nos alertar sobre as viagens de dentro, introspectivas e, as de fora, nos mais longínquos espaços do mundo. No poema que abre o livro, temos: “Fiquei pensando nas flores/do jardim fazendo a manhã//Fui lá./Reguei de carmim/a melancolia futura”. O tempo é habitado por um lugar. O lugar da metáfora. São densos os jogos metafóricos deste belíssimo livro que utiliza imagens inusitadas para se falar de experiências pessoais do eu-lírico com seus familiares e com o mundo. O sonho, o imaginário, em meio ao real é o que o move, comove. Em “Meditação”, temos: “quando meu pai falava do campo de concentração/eu me deitava ao sol depois/uma ordem triste de continuar o dia/e as nuvens diziam coelhos/ diziam dragões/diziam grandes cachorros de asas/ diziam castelos e portais...” Há um embate tenso entre o local do mítico e o local da realidade. O controle do sofrimento em meio ao caos é trazido pelo imaginário, o poder de metaforizar o real transfigura sua imagem de dor em alegria e delicadeza. Dando-lhe uma imagem, uma representação, o real se configura a partir do constructo místico em imagens ricas e originais utilizadas por www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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Ferrari, que transfere a crueldade do mundo e estanca o sangramento da realidade que é puro tremor. Além do paganismo em alguns momentos, temos a mistura entre o pagão e o cristão, como podemos ver na crença de seus familiares pela base mais tradicional com os embates do eu-lírico que questiona uma visão mais unilateral. Além dos espaços de dentro, o eu-lírico percorre sua cidade natal cheia de beleza, lembranças e saudades com as imagens cortantes das guerras ao redor do mundo, como nas crianças em Gaza, os refugiados em outros pontos do globo, revelando seu conhecimento histórico em meio à suavidade do mito. As imagens da memória da infância são constantes, o exílio no tempo também é outro lugar de sua imaginação, pois muito além dos espaços, há o tempo a corroer tudo com suas garras de destruição. O eu-lírico também é um exilado do tempo que utiliza as recordações como imagens de uma linguagem a não ser esquecida, pois é extremamente forte o lirismo de seus versos, pois como dizia o grande teórico dos gêneros literários, Emil Staiger, a essência do gênero lírico é a recordação, pois recordar é “trazer de novo ao coração”. Assim, Ferrai reconfigura o mito pela simbologia linguística, por seus intensos jogos imagéticos que fazem sangrar o real. O tom renovado de sua linguagem traz à tona o dom de renomear o mundo, e transfigurá-lo pela presença do ficcional: “O menino só precisava do vento, do sol e do quintal...” Reconfigurar estes espaços a partir da rememoração é sua chave secreta. O tempo doma a geografia do mundo, trazendo o passado pela imaginação do presente que o ficcionaliza e o transforma em literatura de qualidade. A imagem constante do sol em seus versos faz da iluminação da escrita uma habitação de vida. O habitat natural do eu-lírico é perante o sol dos caminhos que faz o poeta trilhar pela solarização dos espaços, tirando sua densidade sombria e trazendo alento para os leitores. No poema “A flor”, temos: “Fiz uma pétala/do papel vermelho/sangue/e lancei da janela/do apartamento.//A cor apagou o sol,/esparramou o horizonte,/pontilhou de estrelas,/lágrimas aceleradas,/a noite na cidade.//Em neon/ na esquina/na garoa/a pétala/pulsava/como um órgão/ sem perfume.” No Dicionário de símbolos, de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant se diz: “O sol é a fonte da luz, do calor, da vida”. Assim, experenciar o contato com a luz do sol pelo eu lírico é trazer para o sol da memória o passado
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vivo de suas lembranças, de seus familiares para a presentificação do momento e para a perpetuação do futuro, mesmo que o real lhe traga tristeza e melancolia e apague com o sangue vermelho da flor a radiância de um sol onipresente. Além dessa presença enigmática do sol, temos recortes abruptos em seus poemas. Após falar da delicadeza do menino, do filho numa linguagem bela e lírica, há um corte sangrento nas bordas do imaginário familiar com a figuração histórica da crueldade, apontando para a frieza da guerra, como com as crianças de Gaza, no estrangeiro e, remetendo ao Brasil, o fim de Amarildo que nos impactou e entristeceu. Ao falar de Gaza e Telavive, Israel e Palestina, não esquece jamais de nossa particularidade, ao falar do nosso país. Assim, a linguagem mítica se mescla ao real, fundindo os sonhos num mesmo caldeirão imaginário. Se busca um espaço e a fuga de outro espaço. Também temos a suavidade da descrição feminina em “Elas”, logo após o tom bélico, mostrando que sua poesia se liga a uma multiplicidade de vozes, entre a melancolia e a felicidade, a tristeza e a esperança, entre a guerra e a paz da linguagem. O eu-lírico busca o pacífico espaço do conforto, uma utopia em meio ao nada: “Eu me persignava,/a paz entre nações/do meu continente íntimo”. Assim, várias vozes formam o corpo de seu livro. A figuração da viagem serve como extravasamento do eu, um expandir-se do centro para os espaços do mundo. Da sua terra ao espaço estrangeiro, a viagem é de dentro e de fora. No interior do ser e no exterior das coisas. Portanto, a obra de Fiori Esaú Ferrari não é um canto apenas triste das mazelas do mundo. Há a esperança de um lugar imaginário permeado pela linguagem dos símbolos. Como numa floresta encantatória e enigmática, seu livro reconstrói os espaços e os tempos, trazendo as pétalas da memória ao relembrar suas imagens mais belas. Trazendo a essência das coisas num coração que pulsa lirismo, sua poesia é pioneira e servirá como modelo para futuras gerações de escritores. Com uma poesia de intensa carga emotiva, imagética e plural, sua literatura tem grande impacto linguístico, com uma ficcionalidade forte e literariedade grandiosa, sem deixar nada a dever aos grandes nomes da literatura universal. Fiori Ferrari é realmente um artista de peso, com uma poesia madura e experiencial, que trará influências para novos autores ávidos por apreciar a verdadeira poesia.
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O poder da Arte e de Eros em Aquele mês de abril, de Goimar Dantas Por Alexandra Vieira de Almeida O romance Aquele mês de abril (Penalux, 2018), de Goimar Dantas oscila entre a referencialidade, com intensas pesquisas nos campos da pintura e da medicina, como exemplos; e uma ficcionalidade admirável a partir das artes e do erotismo. O livro é dividido em cinco partes. E os títulos dos capítulos se referem a pinturas do grande artista do século XIX José Ferraz de Almeida Júnior: “Leitura, Descanso do modelo, O importuno, Amolação interrompida e Saudade”. Cada seção aponta, na sua estruturação simbólica e narrativa, ao quadro específico do pintor aludido. É feito um trabalho de grande maestria por Goimar Dantas que representa a literatura a partir da pintura. Logo no início do livro somos levados a uma linguagem metafórica que condiz ao estado de espírito de Ana, a protagonista da história. O livro explode em minérios artísticos na sua escavação literária, conduzindo o leitor a uma viagem para o universo erótico das personagens Ana e Helena. Ana, professora de Arte e Helena, sua aluna e jornalista se conhecem num curso na Pinacoteca do Estado de São Paulo e foi tamanha a força tremenda causada pelo choque de ambas, que o erotismo se vale do fogo das palavras para se fazer incendiário da arte que promove o encontro de vidas: “A sensação labiríntica, o desconcerto e a saudade regiam sua vida desde que deparara com Helena pela primeira vez”. Ambas são casadas. Ana, com o médico Pedro e Helena, com o pintor Théo. Ambos os maridos são bem sucedidos e famosos. O que levaria às duas mulheres a se encontrarem nesta imensidão de mares simbólicos e eróticos? O campo da Arte é o domínio onde o sorriso de Eros lança suas flechas neste amor inusitado e homoerótico. No livro de Goimar, o plano feminino é enaltecido, há um recorte essencial na figura das mulheres que ganham grande relevo na sua obra. A pintura “Leitura”, por exemplo, representando artisticamente esta relevância, mostra a figura de uma mulher lendo em pleno século XIX, algo incomum de ser colocado numa tela, mas que pela mão inovadora e ousada do pintor ganha ares de exuberância e beleza. O amor as unia e mesmo assim Helena continua amando seu marido com a mesma intensidade com que ama Ana, sua professora de Arte. Mas isto não é recíproco, o mesmo não se dá com Ana, que até pensa em se separar do médico Pedro: “Casawww.divulgaescritor.com | julho | 2019
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da há mais de dez anos, Ana nunca pensava que pudesse se apaixonar de novo com tamanha intensidade.” O grande teórico do erotismo, Georges Bataille, assim disse: “O sentido último do erotismo é a fusão, a supressão do limite”. Na sua tese havia um abismo entre um ser e o outro, trazendo a descontinuidade. A pulsão freudiana é revalorizada a partir da pulsão de vida (eros) e a pulsão de morte (tánatos). Mas esta descontinuidade é quebrada pelo erotismo, a partir da nudez e sua abertura. A nudez aponta para a continuidade. São belíssimas as cenas eróticas entre Ana e Helena, que não admitem nenhuma vulgaridade, mas um grande teor de adensamento simbólico a partir do jogo erótico entre estes dois seres. E a arte caminha lado a lado com o erotismo, assim como os sonhos que ganham grande representatividade no seu livro. Ao utilizar um pintor do século XIX no seu livro, encontramos um intenso rendimento narrativo na sua obra ao unir os universos antigo e contemporâneo, fazendo dialogar os tempos, trazendo os meandros folhetinescos deste século passado para as memórias narrativas do presente. Assim, o que é passado e o atual se conjugam num abraço crucial entre as épocas. No livro magistral de Octavio Paz, A dupla chama do erotismo, assim temos: “Os sentidos, sem perder seus poderes, convertem-se em servidores da imaginação e nos fazem ouvir o inaudito e ver o imperceptível. Não é isso, afinal, o que acontece no sonho e no encontro erótico”. O jogo da visibilidade e da invisibilidade promovido por Goimar Dantas a partir de suas personagens destaca o teor ambíguo que permeia o literário. O romance, feito de sensações, prazeres e imaginários, leva o leitor para o campo transgressor e excessivo do universo erótico, que ultrapassa o meramente sensorial para tocar o intangível e o ausente de corpo. Os corpos se tocam e ultrapassam a fisicalidade para se fazerem a chama sutil do simbólico e do artístico. E Roland Barthes já nos traduzia esta incógnita e mistério do amor que não se traduz apenas concretamente, tamanho seu poder de abstração: “De amor não falamos. De que serviria dar nome ao que encerra somente o equívoco?” Como algo palpável ao toque e ao mesmo tempo imperceptível e enigmático, o amor que unia Ana e Helena não merece maiores explicações. As sem razões do amor caminham num espaço longínquo da impenetrabilidade da Arte. Essa molda os seres em sua beleza fulgurante. O livro também é um mosaico de planos distintos, pois, ao mesmo tempo que é prosa, é também poesia, a partir de seu viés lírico. É também ensaístico, por sua referência ao campo real da Arte. Théo, por exemplo, lê um artigo de Ana e este texto teórico é reproduzido no romance, fazendo seu estilo flertar com vários tipos de linguagem, a literária, a jornalística, a médica, a pictórica,
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a crítica e assim por diante. É como se o erotismo contaminasse ricamente sua obra, unindo amorosamente os discursos numa chama densa e aconchegante, ao mesmo tempo. A força do erótico corta seu livro numa simetria perfeita, unindo os saberes, com precisão e necessidade cirúrgica, sem deixar nada de fora ou de forma excessiva. O alcance do livro é dinâmico, nos mostrando o poder do transdisciplinar de que tanto nos alertou Edgar Morin. Os saberes não podem ser mais estanques. Pela força erótica das palavras, Goimar Dantas, une os conhecimentos a partir de sua ótica ficcional que serve como um amálgama na construção da sabedoria. Portanto, se o seu romance por um lado faz referência aos saberes do real, sua ficcionalidade traduz um casamento perfeito entre o que é factual, uma verdade de fato, e o que é do campo da arte do imaginário. O poder de Eros e da Arte ultrapassa o meramente documental para se fazer a trajetória de um universo ambíguo e paradoxal. Seu romance se estrutura a partir de uma continuidade entre os campos do saber, traduzindo o encontro de duas pessoas, ou seja, o humano, no meio dos conhecimentos. Seu livro revela o poder da feminilidade no setor amoroso que não está propensa à uma interpretação fácil e fechada. A obra em abertura nos comove e nos traz a majestade das linguagens profundas e inusitadas. Ana, Helena, Théo e Pedro representam o que há mais de força e fraqueza na humanidade. Revelam nossos desejos, vícios, delírios, vitórias, acertos e desconcertos. O lado humano é traduzido em Arte e Eros tece um tapete de beleza e infinitude do amor além das aparências mundanas, pois não é só de carne que se alimenta o erotismo, mas de palavras simbólicas, ou seja, o espírito das letras nos envolve em seu manto de visibilidade e de invisibilidade. “Aquele mês de abril”, romance. Autora: Goimar Dantas. Editora Penalux, 164 págs., R$ 45,00, 2019. Disponível em: https://www.editorapenalux.com.br/loja/aquele-mes-de-abril E-mail: vendas@editorapenalux.com.br A resenhista Alexandra Vieira de Almeida é Doutora em Literatura Comparada pela UERJ. Também é poeta, contista, cronista, crítica literária e ensaísta. Publicou os primeiros livros de poemas em 2011, pela editora Multifoco: “40 poemas” e “Painel”. “Oferta” é seu terceiro livro de poemas, pela editora Scortecci. Ganhou alguns prêmios literários. Publica suas poesias em revistas, jornais e alternativos por todo o Brasil. Em 2016 publicou o livro “Dormindo no Verbo”, pela Editora Penalux. Contato: alealmeida76@gmail.com
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O voo da narrativa como engenho literário em O tempo de tudo
Por Alexandra Vieira de Almeida Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ) Este romance, O tempo de tudo, de Francisco Antonio Cavalcanti, ultrapassa o gênero investigativo para se fazer voo pelas palavras e pelos mistérios que nelas se prendem. Mais do que elucidar o enigma do crime, o romance excepcional que temos diante de nós quer buscar desvendar os mistérios da natureza humana. Com forte densidade psicológica, o livro realiza a enorme proeza de misturar o raciocínio rigoroso ao lirismo pulsante da poesia. Este é o voo empreendido no romance que tem a literariedade da verdadeira literatura. O autor da obra é engenheiro com formação acadêmica na área, tendo o título de Doutorado neste campo do saber. Toda a engenharia estrutural com suas camadas, preenchimentos e desenvolvimentos aparecem na obra em questão, pois tal romance é uma rica urdidura em que as partes estão todas bem calculadas e colocadas satisfatoriamente como no trabalho do engenheiro que mede tudo com precisão. O livro realiza a tal máxima da própria origem do texto, que vem do latim textus, significando “tecido”. A tessitura do texto, como a estrutura realizada pelo engenheiro, é uma construção em que a unidade é elaborada pela coesa e coerente fusão das partes, formando um todo, como no jogo de quebra-cabeças. No romance em questão, tudo é estruturado corretamente. Cada parte tem um tempo preciso para compor esta totalidade. O livro é dividido em dezenove capítulos que primam pela simetria e quase exatidão dos números de páginas que oscilam com pouquíssima diferença, algo matematicamente pensado pela figura dupla e ambígua do engenheiro das palavras, Francisco Antonio Cavalcanti. E, finalmente, um epílogo com menos páginas, que faz um resumo da elucidação do crime e o destino das personagens com a leitura bela e lírica de um texto final de uma das personagens, que não cabe por aqui expor para não se perder o encanto da surpresa e da novidade. O livro leva a questões insondáveis da mente humana. Qual nossa verdadeira identidade, que máscaras
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usamos, como nos camuflamos e nos revelamos na nossa trajetória de vida? Questões que nos cercam e que levam ao labirinto tortuoso do romance, sem que nos percamos, pois o narrador puxa o fio de Ariadne que nos conduz a respostas e também a dúvidas inusitadas como os percursos de sua narrativa bela e magistral. Umberto Eco, em Seis passeios pelos bosques da ficção, vai nos falar do poder da narrativa, que segundo uma metáfora de Jorge Luis Borges “um bosque é um jardim de caminhos que se bifurcam”. E Eco completa: “Num texto narrativo, o leitor é obrigado a optar o tempo todo”. São constantes as conversas do narrador Tércio com o “leitor” ou “leitora” (aqui o olhar feminino é levado em consideração), conduzindo-os aos caminhos duplos e sinuosos do literário. O voo da narrativa segue movimentos oscilantes entre o presente e o passado. No início de cada capítulo temos a narração num tempo mais presente, seguindo-se a isto as rememorações de um tempo em que são narradas as motivações para o atentado a Tércio. Este conta com a ajuda de personagens femininas e masculinas ao longo do romance. Logo no início, temos as figuras de Zulmira e sua filha Marina que ajudam na clandestinidade do narrador-personagem, e este se vê em um envolvimento amoroso com Marina, ao tempo em que relembra seu amor frustrado por uma colega de redação do jornal em que trabalhava antes, A Gazeta, a bela e culta Laila. Ele vive em flutuações por estes dois amores na narração de suas memórias e dos fatos. E poderíamos falar de uma outra verve no romance em questão, que não apenas atina para o processo investigativo, mas também para o fator memorialístico, “o tempo de tudo”. Em cada momento da narração, percebemos como o narrador vai descrevendo cada coisa no seu devido momento crucial. Ele muda de identidade para fugir da tentativa de assassinato e nos perguntamos ao longo do livro: qual nossa essência, nossa verdadeira identidade, do que fugimos? De nós mesmos, dos outros, do tempo que nos mata, mas ao mesmo tempo nos acolhe em suas mãos proeminentes? Além do tempo cronológico e psicológico nesta narrativa, há um tempo outro, o mítico. É mencionada no livro uma obra de arte que passa a pertencer a Aldo Rebouças e que é examinada por Tércio quando o visita. Aldo Rebouças, irmão de Lívio, cujo pai assassinado vai ser o leitmotiv para a condução da narração, adquire num leilão o quadro “Le rève de voler” (1902), que empresta título a um dos capítulos do livro como “O sonho de voar” (capítulo VI), de Camille Pissarro, pintor bastante reco-
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nhecido, que mostra a junção entre o mito e a realidade, a figura de Ícaro e o empreendimento moderno da aviação, dom que Aldo tem como aviador e também empreendedor ambicioso. No Dicionário de símbolos, de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, é dito: “Ícaro é o símbolo do excesso e da temeridade, a dupla perversão do juízo e da coragem”. Aldo é a imagem deste símbolo mítico oscilando nos jogos duplos da personalidade cambiante e por isto terá sua queda como no mito. Como no palimpsesto, em que as camadas são retiradas, Tércio, ao longo da narrativa, vai nos escondendo e, ao mesmo tempo, revelando as máscaras individuais e sociais. Ele, obtendo o conhecimento de literatura a partir da avó, é erudito, culto e astuto. Com seu engenho perspicaz e investigativo nos lembra o mito do ardiloso Ulisses, que desbravava os mares e suas profundezas. Daí, o interesse em trabalhar com jornalismo investigativo, para desvendar crimes. Se o herói é um arquétipo, Tércio oscila, hesita, face aos acontecimentos, principalmente com relação ao romance inacabado com Laila, uma bela e culta descendente de libaneses, por quem seu coração vibrou no passado narrado, enquanto ela era “presa de uma inexplicável alternância de sentimentos”. Logo no início da narrativa, percebe-se a complexidade deste romance, com várias tramas secundárias, todas interligadas pelo mesmo fio narrativo. As personagens secundárias têm uma importância vital na elucidação dos mistérios de fora, não os de dentro. No começo da narração temos uma contradição entre o tempo e o espaço de dentro e o de fora. O aspecto ameno e pacífico do externo não condiz com a agitação do narrador-personagem que vive um atentado terrível. O tempo exato dos acontecimentos, todos encaixados perfeitamente, é a medida deste romance admirável por seu constructo, entre tramas e dramas. A urdidura do texto é tecida com os fios de ouro da melhor literatura. O autor Francisco Antonio é um erudito e fino conhecedor das tramas e meandros das várias áreas do saber, passando do conhecimento das artes, pelo jornalismo, pela política, o policialesco e conhecimento do estrangeiro, como a influência da literatura libanesa e do papel dos avós na vida de Laila. Os jogos de visibilidade e invisibilidade na narrativa são recorrentes. Tércio, ao mesmo tempo que é raciocínio lógico e instinto de sobrevivência, é emoção, beleza e sensibilidade. O narrador, a partir do paradoxo dos retardamentos e tensões, vai conduzindo o leitor ou leitora ao clima de mistério e suspense. Quando quere-
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mos saber um fato enigmático, o narrador produz um retardamento, liberando cada vez mais a adrenalina, de nós, leitores e leitoras, em querer saber logo sobre os fatos. Como nos gêneros policiais folhetinescos à la Allan Poe, deixa um tom de surpresa em cada capítulo. São notórias as referências a autores de contos ou romances policiais, como o mesmo Poe, Arthur Conan Doyle, Georges Simenon e Frederick Forsyth. As citações são fantásticas, como as feitas de filósofos e mestres da literatura, por esta figura enigmática de Tércio Gama, o narrador-personagem. Há camadas e reflexos na narrativa, como paralelismos e espelhamentos, ou seja, como os fatos vão refletindo outros maiores, ou como se dá, o entrecruzamento de tramas e acontecimentos nos seus fios bem urdidos. A solidão da narrativa inicial é expandida pelo avizinhamento de várias personagens que vão surgindo e mostrando sua origem, pois o narrador não deixa nenhuma lacuna ou furo nessa construção, explicando com detalhes, os aspectos físicos, biográficos e psicológicos das pessoas que percorrem toda a trama. Os tempos se misturam, as tramas se intercalam, vários relatos se dão de forma espetacular. Isto dá complexidade à narrativa, que se mostra como uma boneca russa, em que as várias partes vão dando lugar a outras, num jogo especialíssimo. São narrativas dentro de narrativas, com várias camadas. São textos que se entremesclam com grande maestria. O tecido poético é urdido com perfeição por Francisco Antonio. O externo e o interno comparecem, o dentro e o fora, as comparações entre as personagens, formando um jogo rico e dinâmico, como um tapete bem desenhado. Ao mesmo tempo, o poder de engenho criativo das personagens é incrível, com elas inventando ficções, as invenções do próprio literário, pois como disse Fernando Pessoa, “o poeta é um fingidor”. A complexidade do romance é revelar aqui micronarrativas dentro do enredo maior, histórias dentro de histórias. Só que estas tramas menores não se perdem, elas são necessárias à narrativa. Vejamos em O tempo de tudo: “Em qualquer caso, eu estava certo de que, face a uma dificuldade de recuperação, seria capaz de reescrever tudo, ou pelo menos o que considerava indispensável”. O teórico Wolfgang Iser já nos falara no seu livro O fictício e o imaginário, sobre o trabalho de seleção e combinação literárias. Tércio não foge a esta regra. São também presentes os cortes e interrupções, como nesta passagem: “Em meio a esses pensamentos, fui interrompido por Marina”. O objetivo disto é quebrar o fio linear de um romance tradicional, criando-se, assim, o inusitado.
O narrador mostra as qualidades, mas também os pontos fracos das personagens, como o dono de A Gazeta, o Moita, que apesar de seus empreendimentos e caráter loquaz, apresenta uma personalidade duvidosa dando ensejo a maledicências com relação à Laila e sua mãe Iêda. O próprio Tércio mesmo se autorreflete, mostrando o seu tom irônico, ou seja, expõe suas ideias desorganizadas, seus instintos, em meio aos raciocínios. Este paradoxo e complexidade revelam a riqueza literária de tal romance, pois: “A vida é de sonhos bons e de pesadelos”. No livro, temos os paralelismos entre as hipóteses de Tércio e dos meios de comunicação. E também se dão os paralelismos entre as pequenas narrativas e a narração central. Há explicações e encadeamentos bem firmes, com uma narrativa muito bem costurada. Além de tudo isto, Tércio ainda teoriza sobre seu processo de escrita, dando-nos chaves preciosas sobre o processo estrutural de sua prosa. No texto “A imagem” do grande crítico literário Octavio Paz, este diz que a poesia não explica, enquanto a prosa explica. Em Francisco Antonio, constata-se a mistura destes dois elementos, como no jogo de revelações e encobrimentos, entre o tom intelectivo do romance e passagens de extrema beleza lírica, dando ritmo ao livro. O narrador nos dá pistas e também nos despista, como algumas personagens o fazem, exemplo de Marina. Entre o corriqueiro, o erudito e o lírico, Francisco Antonio cria um romance formidável em se ler, entreter e ensinar. Como na máxima horaciana do “ensinar deleitando”, sentimos isto no romance deste escritor surpreendente. O narrador vai montando sua história de acordo com o que vai descobrindo, tirando o véu sobre nossos olhos, mas apesar dos elos, o narrador nos testa a partir das suposições e despistamentos. A necessidade de que se escolhesse o momento preciso de tudo, faz sua narrativa ser toda atravessada pela questão do tempo, da memória e dos encaixes em que se dão. O frescor em meio ao suspense. As imagens da natureza em meio à beleza deste romance. Isto é um respiro para o narrador-personagem e para os leitores e leitoras. Os amores, as ternuras, os afetos também estão presentes em meio a toda esta arquitetura da palavra. O sombreamento inicial vai sendo iluminado por sua escrita, mas ocorrem os jogos dos paradoxos e enigmas das almas. Clique no link abaixo para compra: https://www.livrariadragoeditorial.com/products /o-tempo-de-tudo-francisco-antonio-cavalcanti-16x23-300-paginas/
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DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ESCRITORA GABRIELA RICHENA FERREIRA
HOSPEDEIRO
"Sinto-o corroer minha carne vagarosamente vasculhando pelos pedaços de alma que lhe faltam tentando sorver de mim o que não tem meu inimigo mora em casa e ninguém o percebe matou quem eu fui, mas paradoxalmente me fez quem sou hoje incomodamente deixo que se alimente do meu sangue amargo jamais dos meus vívidos sonhos afinal, doce verme, é na onde não sou que me construo tu, não roubarás minha fertilidade vá, encontra um gozo teu remenda tua própria carne."
DESABROCHAR
"Acreditava que só na embriaguez da vida Consumida pela loucura taciturna Sentiria o êxtase febril do existir Contudo, No desabrochar da flor Compreendeu que o arrebatamento da vida Encontra-se numa branda manhã de sol e na solidez do próprio amor No fim, somos nós as únicas barreiras do mundo."
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DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ESCRITORA ROSA MARQUES
MINHA TERRA (Madeira) Minha terra é bela princesa na amurada a contemplar o mar! Tem vestidos bordados, a ouro matizados, de uma beleza sem par! Tem manhãs frescas de Maio de mil flores enfeitadas! Tem fontes e ribeiras, tem levadas! Altas montanhas e o ar puro que se respira lá! Frondosas árvores, glicínias e magnólias. Belas tílias em flor! Acácias tão formosas! Como elas, outras não há… Pelas encostas, as urzes e giestas em verde e ouro. São um tesouro! Um deslumbre para o olhar! Minha terra tem orquídeas, estrelícias e também girassol. Tem mastro e vela… Navegando à luz do Sol! Asas sobrevoando o céu azul,
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pássaros cantando o ano inteiro! Aves migratórias rumando ao Sul! Tem poente despedindo-se no horizonte em ouro. Barcos de pesca regressando ao cais à hora breve do sol-pôr! Tem gaivotas! Um mar azul de inigualável beleza belos tons de azuis… Desde o claro cristalino ao anil… Até ao azul-turquesa! Tem serra branquinha de neve! Tem lareira acesa… E verde…verde a perder de vista! Tem mirante bonito, com muito turista! Minha terra! Meu jardim em flor! És de uma beleza majestosa. Para ti, todo o meu amor! Rosa Marques, poema do livro Mar Em Mim
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NÃO ESQUEÇAS A TERNURA
FIM DE TARDE À BEIRA-MAR
Nas meigas palavras … subtis Apenas pressentidas… Como arco-íris evolando-se Por entre a névoa das manhãs Tornando-as, Mais belas e coloridas…
Há namorados de mãos dadas a passear… E jogos na areia. Ao longe uma traineira que da pesca volta ligeira!
Rosa Marques Meu amor, não esqueças a ternura, Elixir mágico… Que outrora vi no teu olhar
Rosa Marques Fim de tarde à beira-mar à hora dos regressos há magia no ar…
Há maré cheia! No rumor de um beijo… No terno calor dos teus braços Refúgio das frias tardes… Diluindo incertezas, Em nós todos os cansaços Meu amor, não esqueças a ternura, Encanto e poesia… Que dá sentido à vida… magia, Que dirige os nossos passos!
E pezinho de criança marcado na areia! Esculturas que é preciso contornar! E mais além os montes, já doirados pelo poente, são um deslumbramento, um contentamento para o olhar, para admirar!
Publicado na antologia: «5 Sentidos II Há vislumbres de lua cheia, e branca espuma, alucinada espalhada pela areia
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ENTREVISTA
ESCRITOR ALMIR SANTOS Bispo Almir Nunes, formado em bacharel e mestre na teologia, psicanalista, psicopedagogo, master reiki, origem da cidade do rio de janeiro, e com residência fixada em Cristalina Goiás. Escritor com 15 livros já editado pelo clube de autores, líder espiritual da igreja de Cristo Tabernáculo do Povo, há dez anos, pai, terapeuta, pastor, orientador pedagógico, irmão, amigo, e acima de tudo fé em Deus para fazer um trabalho social por uma sociedade mais justa e feliz. Boa Leitura! Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
'Batalha Espiritual’ uma obra para trazer conhecimento aquele que são leigos no mundo espiritual, tirando dúvidas que permeiam a mente de pessoas com sede de conhecer esses dois lados. anjos e demônios.”
Escritor Almir Nunes, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever “Batalha Espiritual”? Almir Nunes - apresentar um trabalho que tirasse algumas dúvidas sobre o mundo espiritual, pois sempre ouço as mesmas perguntas “ Deus existe mesmo? e o inferno foi criado mesmo? existem anjos de verdade? nesse primeiro volume usamos trinta e cinco anos de experiência nesses dois mundos espirituais. Apresente-nos a obra (sinopse) Almir Nunes – “Batalha Espiritual” uma obra para trazer conhecimento aqueles que são leigos no mundo espiritual, tirando dúvidas que permeiam a mente de pessoas com sede de conhecer esses dois lados. anjos e demônios.
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Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura de “Batalha Espiritual”? Almir Nunes - tirar pessoas da escuridão espiritual, e trazer um pouco de conhecimento que ajude a entender e lidar com esse mundo, esses dois mundos não são difíceis de entender, se existe o bem, existe também o mal, Por que ler está obra literária? Almir Nunes - para saber como lidar e fazer as escolhas certas quando se trata da alma, pois todos temos uma, e ela não nos pertence, por isso devemos ter cuidado onde entramos, com quem convivemos, e como vivemos, pois os dois lados tem resultado , bons ou ruins. Deus ele é bom, que nos permite plantar e semearmos conforme o nosso querer, mas ele é justo, pois, nos permite colhermos exatamente o que plantamos. O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia o enredo que compõe a trama? Almir Nunes - que para escrevê-la eu fui a fundo na mente e na alma, tanto minha quanto de pessoas que eu mesmo questionei se tinham ou não conhecimento do tema. Muitos apresentaram dúvidas simples e uma falta total de conhecimento sobre os dois lados. Resuma o livro em duas palavras Almir Nunes - tirar da escuridão. 38
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Comente sobre o antes e o depois de ser um escritor. O que vem mudando por meio da escrita? Almir Nunes - eu escrevo há muitos anos, peças de teatro, romances, e livros teológicos, comecei com uma caneta e um caderno, não existia ainda essa facilidade de hoje, escrever é bom, nos liberta, faz a nossa mente viajar. Me sinto livre só eu e meu computador.
Onde podemos comprar o seu livro? Almir Nunes - clube de autores.com ou meu face para contato. Almir psicanalista Nunes Santos. ou blog embuscadaverdade.blog.blogspot.com https://www.clubedeautores.com. br/livro/batalha-espiritual-7#.XN6nOiBKjIU Quais os seus próximos projetos literários. Almir Nunes – O 2º volume com tema sobre todas as religiões quais são as verdadeiras e as falsas, pois existe uma frase muito conhecida que pessoas dizem ”todos os caminhos levam a Deus” e isso não é verdade, existe para o homem alguns caminhos que parecem bons, mais o final dele é dor e sofrimento.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Almir Nunes. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Almir Nunes - leia essa obra, ao menos por curiosidade, não precisa concordar com o que vai ler, ou aceitar, pois cada um tem sua fé. Eu aprendi a ler de tudo e guardar o que me faz crescer, aquilo que não me acrescenta eu apenas leio, mais o que pode me ajudar eu guardo com carinho.
_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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ANASTÁCIA
Ali a lápide brilha, parece remoçar... Negação do espanto. Mas lá está o retrato... Enaltecer a eterna moça, a mais linda do povoado. Nasceu ainda ontem, como sempre nascem nuvens passageiras. E flores desprendem-se, esvaem-se sobranceiras... Margaridas singelas. Mas aquele olhar, por Deus, ó Deus... Saudade danada de boa! Expressar-se às arrozeiras, olhar singelo a enaltecer à alma. E fadas voam, e voam... Reconstroem castelos nos quintais do mundo. E Anastácia, calada, nada pede... Apenas recolhe o orvalho... Teares verdes, renovação da esperança. Crianças crescendo,
como crescem as rosas nas manhãs do mundo. Quintais de casa. Nada mais pede Anastácia, encanto e doçura nas mãos de Deus. Onévio – março – 2019
CAVALOS EM ULAN BATOR Cavalos alados coabitam Ulan Bator. Pégaso e Hipogrifo desvendam o azul... Leite branco de égua em cio. Cio da terra! Gengis Khan porém não está mais lá, e nem falanges povoam o Mar Cáspio. Nuvens passageiras retiram-se ressabiadas.
Incansáveis asas devoram a solidão do mundo. Asas do espanto. De Ulan Bator partem cavalos ensimesmados com suas celas de prata. Vasculham a solidão do mundo, cavalos de Ulan Bator. Onévio - abril, 2019
Amplidões d´Ásia...! Mongólia de cavaleiros andantes. Ó insignes águias! Vastidão a estender-se além de vossas casas.
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HARPAS EM CÓRDOBA As harpas em Córdoba já não choram por mim, e nem choram por ti. Pois sinos de Córdoba vibram todas as tardes mesmo que o céu não seja azul. Não há metais em Córdoba, nem minas há em Córdoba. Apenas corcéis pastoreiam em Córdoba. E aves habitam em Córdoba... Clamam aos céus com seus cestos de vime suspensos no ar. Sonhar a mocidade em Córdoba, é ensaiar hinos... Acordes ao vento em Córdoba. Reportar-se enfim às harpas de Córdoba. Onévio, abril, 2019
TIZIU
Flauta de ouro largando acordes ao vento.
Onévio Antônio Zabot (1953), natural de Joaçaba, hoje Herval do Oeste/SC. Engenheiro Agrônomo, bacharel em direito, especialista em Direito Ambiental. Participação em coletâneas poéticas: Jornal da Poesia - Dois mil poetas da língua portuguesa(Fortaleza); edições Galo Branco – Poesia Para Todos(Rio de Janeiro)); Gotas de Poesia e Outras Essenciais (Joinville); Sinergia (Florianópolis), Shan Editores(Porto Alegre); Editora Scortecci (São Paulo), Associação e Confraria das letras(Joinville), Academia de Letras Cruz e Sousa(Itapoá),Academia Joinvilense de letras) . Premiações: Evilsásio Caon (OAB/ SC; Silvio Castro (RJ); Lindolfo Bell (SC). Publicações: ARCO DE PEDRA, poesia, (2000); Rodovia do Arroz – Um Marco de Nossa História (em coautoria,2007); Bacia Hidrográfica, Espaço de Governança Intersetorial de Recursos Hídricos (2013) e, Redescobrindo o Campo (1917). Membro da Academia de Letras Poeta Cruz e Sousa (Itapoá/ SC), da Confraria das Letras, da Associação das Letras e da Academia Joinvilense de Letras. Artigos publicados nos jornais: A Notícia, Jornal de Joinville, Extra, Diário Catarinense, Notícias do Dia, O Pescador, Notícias da Vila e Jornal de Pirabeiraba. Geopoética de raízes campesinas. Universo rural.
Onévio, 12 de fevereiro, 2019
Joinville, 16 de março de 2019
Tiziu danado, quanto atrevimento! Salta largando versos ao vento. E gira sobranceiro, (cambalhotas no ar) pousando sempre no mesmo lugar. Não é feito de plumas este tiziu... Mais parece feito de vento. Cá à mão brado contrafeito... Acaso há outro jeito de tiziu cantar sem estufar o peito. Prendê-los não posso, pois voa livre campo afora para afugentar os males do mundo. Enquanto saltita, penso: porque canta sem cessar saltitando no ar este frágil passarinho, se assim não consigo cantar. Resta-me reverberar inconformado: cante lá que eu canto cá. Ó atrevido tiziu! Ao embalar versos ao vento, embalas meu coração.
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Sobre o poeta
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ENTREVISTA
ESCRITOR EMERSON GONDIM Emerson Lima Gondim Filho, nascido na cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão em 1992, onde residiu até a idade adulta e se tornou acadêmico de design na Universidade Federal do Maranhão - UFMA, atualmente residindo em Teresina, capital do estado do Piauí, estudando atualmente na Universidade Federal do Piauí - UFPI, sendo acadêmico de medicina na referida universidade. Católico e membro do Movimento dos Focolares. Ainda desenha nas horas vagas e está se preparando para fazer especialização em psiquiatria e mestrado em bioética. Admirador da filosofia brasileira, em especial a filosofia concreta de Mário Ferreira dos Santos.
O livro procura inverter a perspectiva, frequentemente implícita em muitas obras, da vida humana em função dos sentimentos, mostrando estes como algo que existe em função do homem e não o contrário.”
Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Emerson Lima Gondim Filho, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto por romances? Emerson Gondim - Também é um prazer para mim poder ser entrevistado pela revista Divulga Escritor. Acredito que meu gosto por romances se deva a influência que vários romancistas tiveram ao longo da minha vida como leitor. Apesar de ainda nutrir um gosto especial por contos de fadas, que vem desde a minha infância (e isso ter influenciado inclusive a escolha do nome do personagem principal em “À flor dos meus olhos”), os romances de modo geral sempre trazem consigo características muito particulares de cada autor, que nos cativam de tal forma que ao se encantar por um romance passamos a nutrir uma simpatia pelas outras obras do autor, mesmo sem ainda as ter lido. O que o inspirou a escrever “À flor dos meus olhos”? Emerson Gondim - Como já disse muito sabiamente o jovem Peter Parker, interpretado por Tobey Maguire, no filme do Homem-Aranha de 2002: “como toda história que se preze, é tudo por causa de uma garota”. Comigo não foi diferente. Como o próprio título da obra sugere, o livro foi escrito para a flor dos meus olhos, cujo calor e encanto supera até mesmo a pureza do lírio, o ardor das rosas, o perfume dos jasmins e o esplendor dos girassóis, além de ser a mais bela das graças. Sou muito grato a ela por este presente que recebi e torço para que
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seu gosto por essa leitura seja pelo menos tão grande quanto a minha gratidão por ela. Eu tenho uma participação especial no capítulo 9 do livro, onde explico um pouco melhor essa pergunta, então caso alguém tenha curiosidade é mais um motivo para ler o livro. Apresente-nos a obra (sinopse) Emerson Gondim - Um adolescente no segundo ano do ensino médio tentando conquistar o coração da menina por quem está apaixonado conta ao leitor um pouco do seu jeito de ver o mundo enquanto narra a história. Depois de algumas tentativas e com a ajuda de seu pai, um amigo atrapalhado, uma donzela de tranças compridas e um jovem extremamente sábio ele descobre o que de fato precisa ser feito... Qual temática está sendo abordada? Emerson Gondim - Se trata de um romance escolar que aborda os sentimentos como instrumento de amadurecimento pessoal e a importância do amor como meio para solidificar as virtudes que irão direcionar o nosso futuro. O livro procura inverter a perspectiva, frequentemente implícita em muitas obras, da vida humana em função dos sentimentos, mostrando estes como algo que existe em função do homem e não o contrário. O que mais o atrai em “À flor dos meus olhos”? Emerson Gondim - Os personagens. É claro que eu sou suspeito para falar, já que, sendo eu seu co-criador, tenho um carinho muito grande por
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eles, mas acredito que os leitores também irão desenvolver um relacionamento particular com pelo menos alguns deles e isso é muito importante para que se possa desenvolver um intimidade maior com a obra. A história produz um impacto completamente diferente no leitor quando se passa com um amigo, por isso acho que seja muito bom quando a relação dos personagens com o leitor se aproxima o máximo possível deste tipo de relação. A quem indica leitura? Emerson Gondim - Eu indico para quem gosta de romances em que os personagens dividem com o leitor os seus sentimentos, dúvidas, inseguranças e divagações, para quem gosta de histórias de amor à primeira vista, para quem gosta de uma narrativa “poética, sonhadora e sensível” (na fala de uma leitora e resenhista) e pra quem gosta de leituras com triângulos amorosos e de torcer para o seu casal favorito ficar junto no final. Resuma o romance em duas palavras Emerson Gondim - Pureza e amadurecimento. Pureza porque sempre foi o meu desejo que esse fosse o centro do livro. Escolhi a flor-de-lis para ilustrar a capa por ela representar a pureza. Pode-se inclusive dizer que ela também é a flor dos meus olhos, ainda mais do que qualquer outra. Amadurecimento porque o objetivo do livro é mostrar que os sentimentos não tem uma função em si mesmos, mas servem para nos auxiliar no processo de amadurecimento, que é a própria vida. Além
disso, acredito que escrever este livro foi um passo importante para o meu próprio amadurecimento pessoal. Onde podemos comprar o seu livro? Emerson Gondim - O livro físico está disponível nos sites da editora Viseu, Amazon, Lojas Americanas, Submarino e Shoptime. A versão digital está disponível também no site da editora Viseu e Amazon, e nos sites da Livraria Saraiva, Wook, Kobo, Barnes & Noble, Walmart.com, El Sótano, Unicornio Libreria, Casa del Libro, Gonvill Librerias, la Feltrinelli, além do Google Play e iTunes. Quem quiser pode também comprar o livro físico diretamente comigo via direct do Instagram: https://www.instagram.com/emersonlgondim/ Quais os seus principais objetivos como escritor? Emerson Gondim - Ajudar a construir uma revolução na cultura. Não uma revolução construída em cima de ideologias, mas sim um revolução de amor. Não falo de um amor romântico que nos desvia do que realmente importa, mas de um amor que seja verdadeiro, tão verdadeiro que gere transformação na vida das pessoas e, através da vida dessas pessoas, se difunda como um fogo que incendeia os corações de toda a sociedade. Incendiar o mundo com o amor é não só o meu objetivo como escritor, mas o meu objetivo de vida. Mesmo que esse livro não seja capaz de ascender essa chama no coração de alguém eu espero que ele seja capaz de aquecer pelo menos um pouco o coração de várias pessoas, de modo que quando essa chama,
que já existe e já está se espalhando, chegar até eles ela possa se espalhar cada vez mais rapidamente. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Emerson Lima Gondim Filho. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Emerson Gondim - Se de alguma forma a chama do amor tiver se acedido no coração de algum de vocês, então não deixe essa chama se apagar, espalhe-a, seja onde você estiver, na sua família, no trabalho, na escola, na universidade... Mesmo que não seja escrevendo um livro, mas dando um bom dia, um sorriso, um abraço... Lembrem-se sempre que a história mais bonita que podemos escrever é a da nossa própria vida, e essa é a mais importante também. E por fim, quando encontrar alguém que está em um ponto de sua história que não sabe como prosseguir: não perca a oportunidade ajudá-lo a criar o seu próprio final feliz!
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Abacaxi Rei
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ue abacaxi!, exclamou Zézinho, inconformado com o problema difícil que tinha que resolver. Mas não havia jeito. Teria que descascar esse abacaxi, e sozinho, pois ninguém queria saber de nada ou de tratar de assuntos chatos. Enquanto rosnava descontente, na fruteira, o abacaxi silencioso mantinha sua postura imponente, sobressaindo entre as demais frutas que se encontravam ao seu lado. Ele era um rei, tinha coroa. E estava maduro. Sua vestimenta vistosa tendia ao dourado, indicando que estava pronto para oferecer o melhor de si. Além do mais, o seu perfume não deixava dúvida, era
agradável, gentil e doce como mel. Ele estava mesmo pronto para ser Rei. Pois, além da aura luminosa e da coroa na cabeça, também era humilde. Ficava na fruteira com todo mundo e não reclamava da vida. Para ser rei, tinha que ser humilde, senão como enxergar os outros? Afinal, reis de verdade ocupam o último lugar, se colocam como o menor de todos e tudo que fazem é para que os outros sejam felizes e retomem consciência. Levam todos à volta deles a também se comportarem como Reis. Isso é que era ser chique de verdade! Zézinho olhou para a fruteira e endireitou a postura. Não reclamou mais e foi cuidar do assunto que tinha que resolver. www.divulgaescritor.com www.divulgaescritor.com| |agosto julho | 2019
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Brilho na correnteza Um feixe de luz incidiu sobre o riacho. Infinitas partículas luminosas mergulharam na água e começaram suas aventuras no mundo. Uma fagulha de luz sentiu-se fortemente atraída pelas plantinhas que cresciam nas bordas úmidas do riacho. Aproximou-se delas e se fundiu a elas. Outra seguiu um peixe que nadava graciosamente, até alcança-lo. Queria aprender a nadar, ser um peixe também. Outra ainda ficou fascinada com as pedras que desenhavam o curso das águas. Virou pedra, enquanto sua irmã foi atrás de uma tartaruga que topou pelo caminho. A primeira a atingir os cascalhos nas margens juntou-se a eles, transformando-se em um deles. Mas muitas mergulharam fundo e se metamorfosearam em grãos de areia no leito do riacho. Passou ainda um galho de árvore flutuando e incontáveis faíscas luminosas se agarraram a ele, finalmente se transformando no próprio galho.
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Quantas experiências possíveis de se viver no riacho! Cada centelha divina podia escolher onde morar e por quais experiências passar neste mundo de contrastes e movimento, ora apresentando águas claras, ora escuras, revoltas ou tranquilas. Enquanto ia sendo levada pela correnteza, uma porção de luz reconheceu suas irmãs na vegetação, nas pedras, nos insetos, nos animais... Notou que muitas delas já acreditavam ser o galho, o tronco, o cascalho, a larva, o peixe... Viviam em grupo com suas colegas vizinhas semelhantes a elas e não se recordavam mais do universo de possibilidades no qual estavam mergulhadas. Tinham dificuldade em lidar com diferenças e estavam apegadas a tudo que haviam juntado à volta delas. Uma ou outra chegava até a se achar mais especial do que as outras e olhava de cima suas irmãs. Havia peixe grande menosprezando os pequenos, girino falando mal do galho, lesma brigan-
do com o cascalho, grão de areia irritado com a tartaruga! Ninguém se lembrava mais de que todos eram somente luz. Porém, apesar dos desentendimentos aqui e acolá, o riacho amorosamente acolhia todo mundo de forma igual, conforme as necessidades e vontades de cada um, sem julgar nada ou qualquer ser. Afinal, cada centelha divina era sagrada, assim como toda situação que ela resolvesse experimentar ou as moradas que desejasse visitar. A faísca luminosa que via a luz em tudo sabia que não estava só. Sentia-se parte de uma imensa vida que acontecia à sua volta, no riacho e em todo o universo. Decidiu, então, ser como a correnteza que não se prende a nada. Passearia por todos os ambientes, densos e sombrios ou leves e luminosos, mas continuaria sendo ela mesma - simplesmente um brilho na correnteza!
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ENTREVISTA
ESCRITOR HIOMAN IMPERIANO Hioman Imperiano de Souza é Mestre em Direito, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Especialista pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FESMIP); pós-graduado pela Escola Superior da Magistratura da Paraíba (ESMA);pesquisador do Laboratório Internacional de Investigação em Transjuridicidade (LABIRINT); pesquisador do Grupo LoFt – Law of the Future (Direito e Revoluções Pós-Digitais) e do grupo Time Thinkers, bem como do Grupo de Estudos Avançados em Arbitragem Judicial e Comércio Exterior (GEACE); parceiro da Academia Paraibana de Letras Jurídicas (APLJ);Juiz Instrutor Estadual do Tribunal de Justiça da Paraíba; Auditor Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba; escritor e consultor jurídico; professor de Direito na Graduação e Pós-Graduação. Boa Leitura!
Lavagem de dinheiro digital e sua influência no mercado brasileiro e internacional Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Jurista Hioman Imperiano, muito nos honra com a sua participação na Revista Acadêmica Online. O que consideramos “lavagem de dinheiro digital”? Hioman Imperiano - Preambularmente, exteriorizo desde já minha admiração e respeito a esta valorosa Revista de cunho internacional, a qual tem o condão de difundir o conhecimento de diversas áreas de estudo mundialmente. Pois bem, podemos considerar “lavagem de dinheiro
digital”, denominada igualmente de “cyber-lavagem”, como sendo uma espécie do crime de “lavagem de dinheiro” ou, como preferem alguns países, “branqueamento de capitais”, posto que, nesta situação em análise, o agente criminoso responsável pela lavagem age se valendo das chamadas “moedas virtuais/digitais”. Qual a influencia da “lavagem de dinheiro digital” no mercado brasileiro? Hioman Imperiano - A lavagem de dinheiro digital ou, como vimos, a www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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DIVULGA ESCRITOR cyber-lavagem, é uma modalidade criminosa extremamente nociva a qualquer nação mundial, não sendo diferente em relação ao Brasil. Neste diapasão, sua atuação a nível tanto nacional como internacional é capaz de influenciar direta e negativamente diversas estruturas do Estado (lato senso). A cyber-lavagem pode desestruturar economias, desregular o ambiente concorrencial, gerar externalidades consideráveis no mercado, desequilibrando a balança de preços, de investimentos, dando azo à formulação de cartéis, de grandes conglomerados monopolizadores, dentre outras diversas consequências nefastas. O que diferencia a “lavagem de dinheiro digital” no mercado brasileiro do mercado internacional? Hioman Imperiano - Em verdade, como dito, tem-se que a cyber-lavagem possui tanto envergadura de atuação no Brasil como a nível mundial. Estima-se que as moedas digitais passíveis de utilização nestas operações criminosas, como o Bitcoin, o Litecoin, Monero, Ripple, Zcash, Dash, Neo, Ethereum, movimentem milhões no mercado das mais variadas áreas. A diferença residiria mais em relação ao tipo de moeda digital utilizada pelo agente lavador e, posteriormente, sua inserção na economia com interação junto aos recursos existentes no ambiente de colocação do capital virtual. Quais critérios básicos devem ser analisados por quem deseja trabalhar nesta área? Hioman Imperiano Diante desta sofisticada atuação criminosa no âmbito da virtualidade tecnológica, há atividades de diversos setores que visam o combate de tal cyber-crime. Há constante interação de agentes da segurança pública, como a Polícia, também órgãos do Poder Judiciário, o Ministério Público, juntamente a profissionais variados, tais quais Economistas, Advogados, Con48
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tadores, Peritos, que agem em seus espectros de trabalho específicos e analisam, por sua vez, as peculiaridades e, cada qual, os critérios de suas atuações para investigar e punir os criminosos. O que mais chama a sua atenção na “lavagem de dinheiro digital”? Hioman Imperiano Em primeiro lugar, chama bastante atenção o fato de que as moedas digitais em geral e, precisamente, aquelas utilizadas para a lavagem, são detentoras de uma complexa tecnologia criptográfica que não permite seu rastreamento específico nas operações, ou seja, torna-se deveras difícil sua identificação e, consequentemente, a fiscalização, investigação e combate deste crime. Um segundo ponto chamativo é a ausência de lei específica no Brasil acerca dos cyber-crimes em geral e, mais detidamente, da cyber-lavagem, havendo apenas legislações correlatas, as quais, por vezes, carecem de plena aplicação, devido justamente ao aprimoramento deste modelo de crime virtual. É possível identificar algum exemplo concreto no Brasil desde tipo de criminalidade virtual ? Hioman Imperiano Como se pode observar, constitui-se uma árdua tarefa o combate da cyber-lavagem, mormente no que tange à esfera persecutória/investigatória, precisamente com relação ao levantamento probatório para se identificar a autoria criminosa e a posterior materialidade. Recentemente, no corrente ano, noticiou-se no Brasil uma situação na qual determinada organização criminosa se valia da moeda digital Bitcoin para lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas, onde os agentes conseguiam até mesmo duplicar o valor da moeda em pouquíssimo intervalo de tempo, chegando a valer milhões de reais que seriam convertidos para recolocação no mercado, demonstrando uma verdadeira “lavanderia virtual”.
Como vem sendo a fiscalização dos órgãos competentes no Brasil em relação ao uso das moedas digitais com esta finalidade criminosa ? Hioman Imperiano Indubitavelmente existem correntes que buscam a regulamentação da utilização das moedas virtuais/digitais, pois, como dito, ante a inexistência de normatizações específicas acerca da matéria, torna-se complicado o agir fiscalizatório de qualquer órgão de controle, sobretudo quando se consta que as moedas virtuais têm tido cada vez mais adesão, dando-se margem ao aperfeiçoamento de práticas criminosas no cyber-espaço. Já como iniciativa para fiscalização deste ativo financeiro que é a moeda virtual, por exemplo, no exercício de 2017 a Receita Federal do Brasil incluiu os Bitcoins nas instruções da declaração anual do Imposto de Renda, ou seja, o seu portador deve declarar anualmente. Agradecemos sua participação na Revista Acadêmica Online. Deixe uma mensagem final para nossos leitores. Hioman Imperiano Enfim, agradeço o espaço que me foi confiado, máxime para abordar um tema extremamente atual e de ímpar relevância, oportunidade que também venho reforçar a necessidade de se aprimorar os métodos e instrumentos de atuação investigativa e combativa das variadas espécies de cyber-crimes, como o é a cyber-lavagem, a fim de que a chamada “nova clientela do Direito Penal”, referidamente a criminalidade macroeconômica, os crimes de “colarinho branco”, de alta sofisticação, possa ser de fato punida pelos profundos danos causados ao meio social.
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SOLAR DE POETAS Por José Sepúlveda
O ARDINA, O S. PEDRO E A POESIA
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omo é nosso hábito, naquela tarde, fomos dar um giro à Povoa, calcorreando pela Rua Junqueira e passeando ao longo do Passeio Alegre, na nossa descontraída caminhada junto ao mar, trajetos cada vez mais curtos, fruto de algum descuido alimentar e, digamos com franqueza, do correr da idade, que às vezes já não permite grandes andanças. Na volta, lá estávamos os dois, eu e a Amy, na Pastelaria Consolação, para um pequeno lanche, e o João, o proprietário, como sempre, meio escondido atrás da vitrine, mirando sem qualquer discrição, no seu modo tão peculiar, o que se passava ao redor e aproveitando para tagarelar com a gente que ali entrava. Dias antes, havia pouca gente no estabelecimento, abeirou-se, pediu autorização e sentou-se ao nosso lado. E ali, em forma de desabafo ou de avidez de se dar a conhecer, descontraído, entusiasmado, falou, falou inusitadamente, durante muito tempo, contando-nos as suas aventuras dos tempos de emigrante, do seu regresso ao país e das suas características empreendedoras, a que ao longo desses anos dera corpo com orgulho: Aveiro, Guimarães e agora a Póvoa. Mas Braga, – ai esse sonho antigo! – a cidade não lhe saia do pensamento. Não concretizado ainda. Quem sabe, um dia! Empreendedor, sem dúvida. Olhando a sua figura, o seu ar bo50
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nacheirão, ninguém diria que dentro dele esconde um alfobre de criatividade nato que surpreende. Esse nota-se sobretudo no modo como vai remando o seu barco, no passar dos dias, sempre inovando, de modo sereno, ponderado, multifacetado e seguro. Agora, essa tarde – já toda a gente respirava o fulgor das Festas de S. Pedro. Nestes momentos de relaxe, ninguém previa que a dado instante o Ardina se abeirasse da porta do estabelecimento e, cordialmente, saudasse quem lá estava. – Boa tarde, rapaziada! Com o seu à vontade, como se conhecesse toda a gente, ergueu a mão e saudou os presentes. Do mesmo modo como chegou, preparava-se agora para desaparecer. Foi então que cruzou comigo o seu olhar. Raramente nos encontrávamos. Ainda algo surpreso por este encontro inesperado, deu um passo em frente e afavelmente disse: - Estás aqui? (como se ele não estivesse ali à minha frente a ver-me!). E disparou: Olha, já viste as quadras que fiz para o S. Pedro? Compra o Jornal da Póvoa e lê, estão lá. Bem sei que não sei fazer versos, nada percebo de rima ou métrica, mas vai ver. Estão também expostas ali, frente à Escola dos Sininhos, numa montra. Consegui! – disse com prazer, como se fora o seu grande feito do momento. Surpreendido, prometi ler o Jornal ou passar pela tal montra: - Vou ler,
prometo! … E lá foi ele à sua vida. Estava habituado a ver o Ardina não a escrever poesia, mas a intervir com militância aqui e ali, no campo laboral, na defesa de quem trabalha, ou em qualquer outra manifestação cívica. Poesia, não era realmente a sua praia. Nada a ver com o seu perfil, pensava. Lembro-me dele, há algumas dezenas de anos. Vivíamos ainda no fulgor da Revolução dos Cravos. Andava então com uma boina à Che Guevara e participava ativamente nas lides laborais, onde sempre era delegado sindical. Encontrei-o nas então famosas RGT’s - Reuniões Gerais de Trabalhadores, sempre na qualidade de delegado sindical, quando ele era ainda, como eu, trabalhador na Banca. Apreciava o modo como com um pequeno grupo de Delegados Sindicais conseguir conduzir a seu bel-prazer as Assembleias, recorrendo amiúde a estratagemas como votações nominais, de modo a que as o tempo as arrastasse madrugada dentro, altura em que, vencidos pelo cansaço, muitos dos presentes a tivessem já abandonado. Era então, às tantas da matina, que, com ou sem quórum, conseguiam ver prevalecer as propostas que levavam para essas Assembleias. Nessa hora, a participação era então muito reduzida, constituída quase apenas por delegados e militantes sindicais, e as propostas passavam com relativa facilidade. Agora, era vê-lo vestido na
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roupagem de poeta. Que fino, quem diria! A esposa do João, sempre atenta a tudo o que se passava no estabelecimento, aproximou-se discretamente com um jornal na mão, que cortesmente me entregou, dizendo, sem disfarçar um sorriso irónico.: - Tenho aqui o Jornal, se gostar de ler. Agradeci, retribuindo o sorriso e cortesia e, com alguma curiosidade, desfolhei o jornal, página a página. Nada! - Onde raio estão os versos? – comentei com a Amy, que escondia um sorriso maroto. Ah, ali estavam, na coluna à direita da última página, toda a coluna, de cima abaixo. Quatro estrofes, cada uma com um fundo de cor diferente. – Que chique! - comentei. Li-as, atento. Quadras? Nem por isso. Rima? Notava-se o esforço para a conseguir. Métrica, desajustada. Mas, na verdade, notava-se o empenho com que tinham sido escritas. Faziam algum sentido, mostravam-se enquadradas no tema proposto. Alguma simbologia, a alegoria ao propósito das festas do Santo Padroeiro. Buriladas as estrofes, até que poderiam dar uma meia dúzia de quadras interessantes. Mas, o propósito de toda esta retórica é dar ênfase ao cariz popular que está subjacente ao festejo destes três Santos, tão populares na nossa terra, e ao apego e incentivo à criatividade poética que se faz ao povo no decorrer dos festejos. Na verdade, do Santo Antônio ao S. Pedro, esse vício de poetar tão enraizado em cada português está arreigado desde há muito no íntimo de todos nós. Em cada um destes fes-
tejos, o mesmo convite à criatividade poética prolifera por toda a parte: No Santo António, aonde os festejos são sobretudo relevantes na capital, são os belos desfiles das Marchas de Lisboa, a apresentação pública de cada Bairro, que percorre as principais artérias da cidade no meio de arraiais populares revestidos de encanto. Neste entretanto, as ancestrais festas dos Casamentos de Santo António, onde ano após ano, um sem número de casais dão o nó. Por quanto tempo, não se sabe. (Não percamos a noção de que se está a festejar o Santo Casamenteiro). Depois, vem o S. João, e são muitos os festejos por algumas cidades do país. Mas no Porto e em Braga, estes assentam os seus arraiais. No Porto, desde há muitos anos, tem lugar um marcante Concurso de Quadras Populares, direcionado sobretudo para o Santo e os seus festejos, cuja temática se estende do manjerico ao alho porro, do balão ao namorisco, com uma criatividade que impressionaria o melhor poeta. São imensos os participantes e as melhores quadras têm depois direito a publicação de primeira página naquele periódico, cujas páginas se desdobram com publicação de tanta produção poética. Durante os festejos, os vasos do manjerico espalham-se por todas as ruas e em cada um, lá estão elas, as quadras populares, incutindo em quem vagueia pelas ruas um sentido de humor e alegria que rapidamente
leva à compra, para que a sorte nos proteja ao longo do ano. E no culminar de toda a azáfama que nos invade no decorrer dos Festejos Joaninos, surge o S. Pedro, festa de cariz muito popular enraizada sobretudo junto das gentes do mar. São os desfiles e arraiais, os concursos de montras, cada qual engalanada com belas quadras ao S. Pedro, são as arruadas do dia 28 nas principais artérias da cidade, as visitas aos Tronos, principalmente aos três mais marcantes, o do Bairro da Matriz, ancestral e conservador, o do Bairro Sul, popular e onde se vive a festa mais genuína, ligada ao coração das tentes do mar, e os faustosos festejos do Bairro Norte, onde prolifera a gesta poveira ancestral, de onde saíram aqueles que um dia foram colonizar toda a região do Bairro Sul. É aí que proliferam as fogueiras e a sardinha assada, que se espalham ao longo de toda a rua que, apinhada de gente, leva os festejos ao longo de toda a noite. Os Bairros, não só estes mas todos os outros que foram surgindo ao longo dos anos, desfilam então, visitando cada um os três tronos atrás mencionados e desfilando pelas principais artérias da cidade. No meio de todo este fulgor, a gente do povo que, como o Ardina vive fulgurosamente cada momento que toda esta envolvência lhes proporciona, cantando e versejando com uma alegria que irá marcar durante muito tempo aqueles que de um modo ou de outro quiseram nesses dias mostrar também o seu rasgo de poeta. www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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POETAS POVEIROS
Por José Sepúlveda
“Oh meu Santo adorado” Oh, S. João és malandro As moças sabemos isso S. João vai com cuidado Que nós fazemos feitiço!
S. João te chamam Santo Mas és um Santo traquina Tem cautela meu santinho moças te esperam na esquina! S. João não vou contigo Porque detesto multidão Mas neste dia que é teu Te lembro com o coração! S. João vai lá diverte - te Com alegria e emoções Mas por favor cuida de ti As moças roubam corações! Maria José
MELODIA DO CORAÇÃO
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Mulher coragem
Com as mãos acarinhaste Os filhos que Deus te deu, Os sonhos teus tu guardaste Com a graça lá do céu.
Na pauta do meu coração, Compus a mais bela canção. Com rimas da imaginação. E acordes feitos de emoção.
Escusaste ser mulher Zelando em favor dos outros, Foram anos sem viver E o tempo se foi aos poucos.
Cantei a melodia do amor, Num cântico libertador. E o meu poema inspirador, ganhou muito mais sabor.
Um dia, quando acordaste, Olhaste o espelho da vida E nesse dia notaste A mocidade perdida.
O coração deu-me um aviso. Que todo o amor é preciso. Os versos fiz de improviso E enfeitei-o com um sorriso.
O tempo trouxe incerteza, Foram sonhos e quimeras; Nos teus traços de beleza Ficaram marcas severas.
Descobri que o amor me contagia. Amor para mim é a melhor terapia. Se o coração se alimenta de alegria, O pensamento da alegria beneficia
Mas como mulher coragem Inventaste a esperança Numa nova aprendizagem Tão cheia de confiança!
Aurora Maria Martins
Rosa Maria Santos
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Silêncio
É noite... O vento sopra de mansinho... Ao longe oiço os ruídos do meu mar Que tenta transmitir-me com carinho Histórias que guardou pra me contar. O vento ruge. As folhas do caminho, Já secas, esvoaçam pelo ar E entoam melodias tão baixinho Que no silêncio as oiço sussurrar. E nesta melopeia desabrida, Eu tento penetrar na minha vida E descobrir porquês desta loucura. A ventania sopra, o vento cresce, Ao longe o mar imenso se enfurece... E eu a procurar minha alma impura! José Sepúlveda
DIVULGA ESCRITOR DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ESCRITORA ROSA CHRISTIANE MARIADESANTOS MURVILLE
O Beijo Serena olhou fixamente na direção do caminho. Era ali que Litos habitualmente aparecia. Hoje estava atrasado. Eram já seis da tarde ele, nada de aparecer. Um surto de ansiedade invadiu o seu corpo. - O que se passará? – pensava. Havia poucos dias que tiveram um pequeno desentendimento, nada de importante, pensava que o pequeno desaguisado estivesse sanado. Agora, no entanto, o relembrar desse pequeno incidente, causava-lhe alguma apreensão. Habitualmente, encontravam-se uma vez por mês. Fora aí que se conheceram e era, assim, um lugar de boas recordações. O lugar situava-se junto a um pequeno parque, nos arredores da cidade. Serena era apaixonada por pássaros e ali no parque havia aves de muitas espécies para satisfazer a sua curiosidade. Foi aí que um dia, ao final da tarde, conheceu Litos. Uma feliz coincidência. Como ela, Litos gostava de apreciar as aves. Trocaram um olhar, um cumprimento, e por ali ficaram durante duas horas a conversar. Quando deram por isso, já tinham passado duas horas. - Como o tempo voa – pensava. Como era já tarde, decidiram jantar juntos. Como foi bom partilhar da companhia um do outro! Foi assim que, ao se despedir, resolveram combinar um novo encontro. A empatia gerada criou neles a necessidade de se voltarem a encontrar.
Embora morassem algo distantes, trocaram contactos e foram falando uma vez ou outra, ainda com cautelas. Na data combinada, encontraram-se de novo. Sem se aperceberem – ou talvez não -, uma certa afeição foi crescendo entre ambos. Agora, volvido um ano, ei-la de novo aguardando Litos. Sentia-se de novo como uma adolescente nos seus tempos de estudante. Este tempo de espera levava-a a pensar com apreensão. O que terá acontecido? Passavam já uns longos dez minutos e novas de Litos, nada. Uma chorosa nuvem sobrevoara sobre o seu pensamento. Afinal, Litos era sempre o primeiro a chegar. – Talvez o trânsito – tentava convencer-se a si mesma – hoje está caótico, muita gente na rua. Era uma ensolarada tarde de outono, a estação de que mais gostava. -Tapetes multicolores se espalhavam pelo chão ao longo do parque. No momento, ouviu os passos de alguém que se aproximava. Não pareciam os passos de Litos. Olhou discretamente e viu o guarda do parque: - Menina, desculpe-me, daqui a cinco minutos fechamos o parque. - Já? Desculpe, não me apercebi do correr do tempo. - Fechamos as 19 horas – sorriu cortesmente. - Obrigada. Naquela ansiedade, não conseguiu evitar uma lágrima peregrina que lhe caía pelo rosto. - Não apareceu. – pensou, triste – O que terá acontecido?
Um turbilhão de sentimentos a invadiu de repente o seu pálido rosto: - Será que ele está bem? Será que não vai aparecer mais? Cabisbaixa, dirigiu-se para o portão de saída do parque, cheia de tristeza. Já não conseguia dispensar aqueles encontros. O Litos fazia já parte da sua vida. - Como vai ser a minha vida daqui em diante? – pensava - Sem ele, a vida voltará a não ter sentido. Saiu e ficou ali, no exterior, à espera de não se sabe o quê. - Acho que não vou voltar a este lugar. – pensava – Este lugar deixou de fazer sentido para mim. Lentamente, foi caminhando em direção à sua viatura, estacionada ali próximo. Chegada ao carro, abriu a porta e entrou. Num gesto automático, pegou na chave e ligou a viatura. - Serena, Serena! – ouviu chamar. - De um salto, saiu do carro e correu em direção à voz e num instante abraçou o amigo. - Litos, que bom que vieste! - Serena, minha amada, desculpa, este trânsito… Serena olhou levou o seu dedo indicador à boca de Litos, olhou-o com ternura, e, segredou: - Chiuuuu… E logo o enlaçou num apaixonado e longo beijo. De repente, interrompeu o beijo e disse: - Tenho uma surpresa para ti. – Segredou Litos. – Abre… - Ó! Que lindo! – respondeu radiante, ao ver um lindo anel revestido com dois lindos rubis. Cheia de alegria, com o mais lindo brilho que seus olhos já teriam vivido, disse: - Queres casar comigo? - Sim, meu amor! - Pedido aceite. – sorriu, cheia de alegria. E, minutos sem fim, ali ficaram, alimentando assim o insaciável beijo que instantes antes tinham interrompido… www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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ENTREVISTA
ESCRITORA IRLEN BENCHIMOL lrlen Leal Benchimol nasceu em Manaus (AM), servidora pública do Tribunal de Justiça do Amazonas, Formada em Direito, Pós-Graduada em Direito Processual Penal, com Curso de Aperfeiçoamento pela Escola da Magistratura do amazonas, membro da ABEPPA (Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan-Amazônicos), da ASSEAM (Associação de Escritores do Amazonas) e AEILIJ (Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil). É criadora da coleção Os Piratinhas do Bem, que já conta com três volumes: Os Piratinhas do Bem Navegando pela Amazônia; Os Piratinhas do Nem no Mundo da Imaginação; e Os Piratinhas do Bem no Mundo das Diferenças. Tem como principal inspiração seu filho Ilan. Lançou em outubro de 2017, sua segunda coleção: Por Trás do Pôr do Sol - Os Anjos e Seus Amores. Suas obras são direcionadas ao público, infantil e infanto-juvenil e a todos que queiram compartilhar da experiência de ser um piratinha do bem. Poetisa, Compositora, amante das artes, da natureza. Seu lema: sem amor nada tem valor. Seus livros tratam sobre preservação da natureza, inclusão, solidariedade, respeito, amizade, lealdade, com lições de amor para vida toda. Em 2019 apostou em uma nova coletânea: O Reino dos Encantados - Uma Mistura que Deu Certo, onde dá ênfase à preservação da natureza, limpeza dos rios, inclusão, um misto de amor e aventura. Boa Leitura! 54
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritora Irlen Benchimol, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos o que mais a atrai na literatura infantil? Irlen Benchimol - Como escritora e mãe incentivar a formação do hábito da leitura nas crianças, levando-as a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos. Abrir uma porta, um olhar ou uma janela para o mundo das páginas de um livro, para o conhecimento e entendimento do mundo que nos cerca. Como surgiu inspiração para “O Reino dos Encantados – a Mistura que Deu Certo”? Irlen Benchimol - Tudo é o resultado das emoções construídas no meu mundo particular e vivências. Minha inspiração simplesmente vem. Ela poderia se chamar: manhã, tarde e noite… risos… talvez tenha vindo desde pequena quando ouvia as histórias dos botos e de outras lendas que meus pais e avós contavam. Lembro que a do boto era a mais especial. Pedia toda noite para o meu pai contar várias vezes até eu dormir. Talvez, também, tenha vindo dos passeios amazônicos que faço. Apresente-nos a obra (sinopse) Irlen Benchimol - O livro explora um misto de amor e aventura entre um príncipe tucuxi chamado Yank e uma “bota” cor de rosa chamada Luara, vindos de reinos diferentes do subterrâneo do encontro das águas. Começa uma batalha contra as diferenças entre o reino dos Salvadores (dos botos cor de rosa) e o reino dos Tucuxis. Quais os principais personagens da obra? Irlen Benchimol - Uma aventura que conta com muitos persona-
gens incríveis: o príncipe Yank, a princesa Luara, o peixe- bibliotecário Dom Bodó, a Sucuri Juliet, o Rei Rudá, a botinha Ayu, entre outros.
Onde podemos comprar o seu livro? Nos seguintes sites: Amazon | Livraria Asabeça | Martins Fontes
O que mais a atrai em “O Reino dos encantados”? Irlen Benchimol - Trata-se de uma obra que inspira as crianças a terem esperança sempre. Esperança num mundo melhor é nosso papel para tornar isso possível. No livro, por exemplo, todos estão à espera da concretização de uma profecia que diz que surgirá um novo reino onde todo mundo podia ser o que era livre de preconceitos! Um mundo onde todas as diferenças são aceitas e respeitadas: O Reino dos Encantados!
O que a escrita representa para você? Irlen Benchimol - Uma música que precisa ser cantada, uma rosa que precisa ser entregue, uma carta que precisa ser lida, o bem que precisa vencer o mal. No fim para mim tudo é poesia, alegria, encontros e desencontros. A escrita é um vício bom de se viver e me cai bem. A mensagem que precisa ser entregue.
Quais os principais desafios para escrita do enredo que compõe a trama? Irlen Benchimol - Quando a inspiração vem, preciso acalmar a mente e organizar as ideias. Quero que não só as crianças como pré-adolescentes e mesmo adolescentes despertem para o mundo da leitura, dando margem à imaginação de uma forma significativa para que se desenvolvam como pessoas de bem em nossa sociedade, respeitando a todos, a natureza, as diferenças, exercendo uma influência positiva na sua capacidade de expressar emoções e ideias, além de criar personagens com bom humor, que estimulam a solidariedade, lealdade, esperança, ensinando as crianças a acreditarem na vida e buscarem seus sonhos. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária? Irlen Benchimol - Exercer uma influência positiva e incrementar a capacidade de cada um de expressar emoções, sempre respeitando a todos, a natureza e as diferenças.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Irlen Benchimol. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Irlen Benchimol - Leiam todos os livros que puderem e os que não puderem ler doem para que outras pessoas possam ter a mesma oportunidade que você. O conhecimento abre às portas, precisamos de mais pessoas com às mesmas chances que você. Isso é só uma das maneiras de continuar mais uma corrente do bem no mundo. Tenha fé, esperança na vida e nas pessoas. Contatos da autora: www.ospiratinhasdobem.tk www.irlenbenchimol.tk @irlenbenchimol_escritora Instagram @ospiratinhasdobem instagram _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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Amazonense, Irlen Benchimol, apresenta ‘O Reino dos Encantados’
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mais nova coleção da autora amazonense Irlen Benchimol, de Os Piratinhas do Bem, traz novos personagens numa trama que dá ênfase a assun56
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tos como preservação da natureza e limpeza dos rios. É o pano de fundo de histórias com um misto de amor e aventura entre um príncipe tucuxi chamado Yank e uma bota cor-de-rosa chamada Luara, vindos de reinos
diferentes do subterrâneo do encontro das águas. Neste primeiro livro começa uma batalha contra as diferenças entre o reino dos Salvadores (dos botos cor-de-rosa) e o reino dos tucuxis. É
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uma aventura que conta com muitos personagens incríveis, como o peixe-bibliotecário Dom Bodó, a sucuri Juliet, o rei Rudá, a botinha Ayu, entre outros. Todos à espera da concretização de uma profecia que determina o surgimento de um novo reino onde todo mundo poderá ser o que realmente é, livre de qualquer tipo de preconceitos! Um mundo onde todas as diferenças são aceitas conhecido como o Reino dos Encantados!
A Autora
lrlen Leal Benchimol nasceu na cidade de Manaus, estado do Amazonas. É servidora pública do Tribunal de Justiça do Amazonas, formada em Direito, pós-
-graduada em Direito Processual Penal com Curso de Aperfeiçoamento pela Escola da Magistratura do Amazonas. É membro da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infanto-Juvenil (AEILIJ), da Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan-Amazônicos (ABEPPA) e da Associação de Escritores do Amazonas (ASSEAM). Seu trabalho mais famoso é a coleção Os Piratinhas do Bem, que já conta com três volumes: Os Piratinhas do Bem Navegando pela Amazônia, Os Piratinhas do Bem no Mundo da Imaginação e Os Piratinhas do Bem no Mundo das Diferenças. Suas obras são direcionadas aos públicos infantil e infanto-juvenil, bem como para todos que queiram compartilhar da experiência de ser um Piratinha do Bem. Tem como principal inspi-
ração seu Filho Ilan, que inspirou o capitão de mesmo nome na turma dos Piratinhas. Lançou em outubro de 2017, sua segunda coleção: Por Trás do Pôr-do-Sol - Os Anjos e Seus Amores. Poetisa, compositora, amante das artes e da natureza são outros aspectos de seu talento. Seu lema pessoal é “sem amor nada tem valor”. Seus livros tratam sobre preservação da natureza, inclusão, solidariedade, respeito, amizade e laldade com lições de amor para vida toda.
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Confirma algumas das ilustrações de O REINO DOS ENCANTADOS
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DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ESCRITORA LUIZA MOURA
Sobre autora:
“Viver: modo imperativo Vá Se perca Se encontre Se entregue Deseje Se atreva a sonhar Sinta E não busque sentido Não seja contido A lógica só serve Pra nos limitar Queira Mas queira profundo Mergulhar nesse mundo Que bem lá no fundo Tem tanto a nos dar Viva Mas viva sem medo E veja em segredo O que o visível Não consegue alcançar. . (Publicada no Livro “Bordejos Poéticos” - Editora Mente Aberta)
"
Nome: Luiza Moura de Souza Azevedo Instagram: @luiza.moura.ef Email: lmsn_91@hotmail.com Natural de Feira de Santana/BA, Enfermeira, Hipnoterapeuta e Psicanalista em Formação. Pós-graduada em Saúde Pública e Enfermagem do Trabalho. Estudante de Perícias Forenses. Com cursos de Francês e Inglês avançados e Espanhol intermediário. Também Compositora e Produtora Fonográfica. Publicou pela editora Mente Aberta o livro Bordejos Poéticos em conjunto com outros escritores e participou também do Livro: Antologia Poesia Agora, editora Trevo, São Paulo. Com participações confirmadas nas antologias da editora Cogito como Cogito Internacional v. IV, Mundo Infantil, Kama – Contos e Poemas Eróticos v. 2, Imagens da Paisagem e Focus XIV, todas para este ano. Participações também no livro Inspiração em verso V, pela editora Futurama. Também selecionada a participar da Antologia Arautos da Literatura Brasileira- Vol I, Revista Inversos, Feira de Santana. Com participação confirmada em mais um livro fruto do Concurso Nacional Novos Poetas, Poesia Brasil 2019 da Vivara Editora Nacional. Participação confirmada também em um livro fruto do Concurso Literário Pague Menos. Também fará parte da décima quinta edição da Revista LiteraLivre de São Paulo após ser selecionada em concurso. Premiada pela revista Inversos de Feira de Santana após ter sido selecionada em segundo lugar em concurso de poesias. Também representa o Brasil após ter sido selecionada no Concurso Literário Internacional “Contos das Estrelas”. “Ainda tenho muito a aprender e enquanto viver continuarei estudando. Eterna amante das artes, fascinada pelos mistérios da mente humana. Acredito na poesia como oxigênio para a alma.”
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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ESCRITOR FERNANDO ASSIS
PIANO
Cai a chuva E somente eu A vejo caindo. Cada gota de água que bate no chão É uma pergunta Que não respondo. Cai a chuva Num piano de cauda Cada gota que bate nas teclas Pergunta uma nota. Meu piano de cauda De madeira firme Vou desabá-lo a machadadas, Faz anos e carreguei nas costas Esse piano. Subi escadas Fiquei do lado de fora de tantas festas Andei durante tanto tempo Em tantos caminhos de sol e chuva Procurando um lugar para o piano Para esse piano de cauda Que pesa tantos quilos de indignação. Deixá-lo na chuva Até que as gotas da chuva o entorte Assim como ficou meus dedos Completamente tortos Quando resolvi tocá-lo. Cai a chuva E meu piano encurta a cauda Fico na janela A olhar as gotas que se arrebentam Sem receber resposta
INSTANTE
Fumo e Aninha me olha embaraçada posso eu fumar dar belas e fortes tragadas e estragar o cheiro de alecrim que é tão habitual na sala... Aninha me fita eu fito a fita no cabelo dela que cabelo estranho é seda é palha... Fumo e a fumaça no ar dissipa, quando acabo o cigarro Aninha se ergue de onde está e me faz uma proposta indecorosa. Aninha se eu pudesse eu fugia me dissipava feito a fumaça largava você na sala com o seu cheiro habitual e enjoativo de alecrim.
DESEJO AINDA SER... Desejo ser ainda Como o puro olhar de uma criança Como a gaivota que no céu Busca o alimento no mar Como a águia que arrisca seu voo Em um risco vital Como a fonte de pura água Que nunca seca Como os velhos que sorriem Das inexperiências dos mais jovens Como a nuvem que caminha E se dissolve sem se preocupar
Desejo ainda ser Como a leve brisa de uma noite quente Como a agilidade de um gato Que sobe muros e caminha sem ser visto no escuro Como as estrelas que se exibem E depois se explodem Como a Vésper que cai Alucinadamente Como um cometa que passa E deixa seu rastro Como um apaixonado que vive a suspirar A todo instante Como o cheiro da dama-da-noite Que apenas exala à noite Ainda desejo ser Como os despreocupados Como os que sonham E são abstratos Como os poetas que amam E acreditam na humanidade Como uma serpente A devorar uma maçã Como um músico a cantar Uma nova canção Como um filósofo a discutir O ostracismo Como um profeta a perturbar Os incrédulos Como uma sombra Que salta e permanece Como a chama a queimar e aquecer Tolos corações Como a água que escorre E molha um belo corpo feminino Ainda desejo ser Como o vento que nunca erra a direção Como as sedes que foram Saciadas Como as fomes que foram Exterminadas Como as águas que nunca erram O percurso Ainda desejo ser O Ser que se criou separado do humano Ainda desejo ser O Ser no momento da criação www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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ENTREVISTA
ESCRITOR JAIME ZIMMER Escritor, coach financeiro e palestrante. Educador financeiro e facilitador nas comunidades e organizações de apoio a brasileiros nos Estados Unidos. Atuante empresário, cofundador da câmara de dirigentes lojistas e empreendedores dos Estados Unidos. Engajado em atividades de network profissional, foi o primeiro presidente do Grupo Dream na Flórida. Iniciou sua trajetória como escritor em 2018, lançando dois livros nos EUA, que retratam as necessidades emergentes na vida comunitária brasileira “Como Comprar a Casa de Seus Sonhos” e “Escravidão Digital”, com histórias da vida real - na prática do dia a dia do imigrante. Publica artigos em diversos jornais e revistas voltados a brasileiros nos Estados Unidos. Fundador e CEO da Okforever, empresa de treinamento em alta performance para empresários. Apresentador do Programa de Rádio “Dinheiro é Show” que vai ao ar semanalmente em Framingham, MA. Gaúcho de Porto Alegre, RS. Casado, pai de três filhas, vive na grande Boston, no Estado de Massachussets, Estados Unidos. Ganhador do prêmio Literatura do Focus Brasil Boston 2019. Boa Leitura!
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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Jaime Zimmer, muito nos honra com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever “Escravidão Digital”? Jaime Zimmer - Agradeço muito a oportunidade de estar aqui participando desta vibrante publicação, que alcança muitos amantes da nossa querida língua portuguesa. O que me motivou a lançar o Livro “Escravidão Digital” foi a mudança que senti em meu dia a dia, eu notei que algo estava avançando sutilmente, tomando um espaço ímpar e importante em minha vida e também notei que isso acontecia com amigos ao meu redor, e que merecia ser melhor estudado. Muito rapidamente pude constatar, que a vida presencial estava sendo literalmente ceifada pelas tecnologias, simplesmente maravilhosas que temos ao nosso redor... Esse é o fator principal de ter lançado o livro (em tempo record), como conviver com algo incrível e devastador ao mesmo tempo? Como utilizar tantos recursos mirabolantes, sem me tornar um viciado da eletrônica? Apresente-nos a obra? Jaime Zimmer - Escravidão Digital – Como usar corretamente as tecnologias sem se tornar um escravo digital. Todos sabemos da influência e dos benefícios que recebemos com a era digital. Porém, temos observado que existe uma crescente dependência, que tem levado diversas pessoas à total escravidão do uso das tecnologias ora existentes. Como tirar vantagem de tanta tecnologia e o máximo proveito possível sem se tornar um escravo digital? Esta e outras perguntas são respondidas com clareza, apontando os perigos da escravidão digital, que vão desde os relacionamentos familiares e sociais
até os profissionais. De forma simples, inteligente e prática, abordo o assunto apontando para diversas soluções, que irão beneficiá-lo como usuário das tecnologias disponíveis e, ajudar outras pessoas a se libertarem dos vícios nocivos à sociedade e ao convívio familiar. Um guia essencial para o máximo proveito dos recursos digitais. Quais itens do sumário pode destacar para nossos leitores? Jaime Zimmer - Destaco algo bem prático, como nos capítulos: 2) “Você escolhe o Escravizador” e “Convivendo com o Inimigo”, Capítulo 4) “Descobrindo-se um escravo Digital”. Quais os principais desafios para a escrita do livro? Jaime Zimmer - Sendo um livro com assunto “superatual”, precisei dar velocidade ao projeto. Usei muito foco e estratégias, para que o livro pudesse se manter atualizado por um período mínimo de tempo, ao
menos três anos... Desde a concepção, impressão do livro, entrega e coquetel de lançamento, tivemos 45 dias para tudo se realizar. Sim, 45 dias do ponto zero ao lançamento! Precisei postergar atendimentos profissionais; fiquei dias e dias de quase enclausuramento para pesquisas; precisei da grande parceria de meu editor e, apoio incondicional de minha família, para que tudo se realizasse a tempo. Até o nome do livro foi uma escolha um tanto arrojada, pois leva a possível confronto psicológico, de quem foge da realidade de nossos tempos. Vimos que o seu livro está disponível para vendas nos Estados Unidos. Como foi a escolha da Editora para a edição do livro? Jaime Zimmer - A escolha da editora foi fundamental. Eu precisava de uma editora que me guiasse da capa a contracapa, e foi isso que aconteceu. Descobri ser escritor recentemente. Não dominava basicamente nada a respeito de publicar um livro, www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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DIVULGA ESCRITOR sem o apoio da editora e da parceria incondicional do seu proprietário, acredito que o livro só poderia ser lançado muito tempo depois... O livro está a venda diretamente no site de minha empresa, com entrega nos EUA e conto com algumas unidades no Brasil para pronta entrega. Destaque os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura da obra? Jaime Zimmer - O livro joga luz sobre um assunto pouco tratado hoje em dia. Todos os meios de comunicação, publicitários e de vendas estão abarrotados de produtos e sistemas eletrônicos digitais que dominam a vida cotidiana, mas só havia uma via de entendimento: “que maravilha”, “sensacional”, “não podemos viver sem isso”. O livro abre espaço para o leitor entender a profundidade, os mecanismos, os processos envolvidos na era digital e assim, “proteger-se dele mesmo”. Um alerta, sem demonizar essas maravilhas da vida atual. Por si só, este entendimento é algo bem complexo e importante, pois todos querem e todos temem ao mesmo tempo. A quem indica a leitura? Jaime Zimmer - Indicado para todas as pessoas que querem entender porquê, há poucos anos, nossas vidas estão sendo conduzidas para caminhos impensáveis. Como a maioria de nós tornamo-nos acessórios de aparelhos. Como podemos usá los para uma vida melhor, como educar nossos filhos a continuarem a socializar presencialmente. É indicado também, aos educadores em busca de respostas, ao crescente número de alunos despreparados para tanta tecnologia. E, para pais que transferem para a sociedade digital a responsabilidade de cuidar/educar seus filhos. Enfim, o livro é para todos aqueles que desejam informação sólida e confiável, sobre o momento que vivemos hoje. 62
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Onde podemos comprar o seu livro? Jaime Zimmer - O livro poderá ser adquirido através do site: www.okforever.com ou em contato direto, pelo fone/whatsapp: 1 (508) 579 6101 email: zimmer@okforever.com Disponibilizamos entrega gratuita, tanto no Brasil como nos Estados Unidos. Quais as principais atividades que estão sendo realizadas para divulgação da obra e do autor. Jaime Zimmer - Tenho participado de várias feiras do livro aqui nos Estados Unidos e de concursos literários aqui e no Brasil. Divulgo também em mídias sociais e impressas, estou sempre aberto para novas formas de divulgar meu trabalho. Criei e sou facilitador do “Café com Escritores Brasileiros,” encontro de escritores de língua portuguesa, realizado a cada 15 dias, onde temos grande afluência de colegas e podemos trocar experiências, e assim, crescendo em nossas carreiras. Aproveito para convidar você que vive na região nordeste dos EUA a comparecer e/ ou compartilhar este encontro com seus amigos – a próxima reunião será no dia 29 de junho às 7h da noite em Framingham, MA. No dia 15 de junho, receberei o troféu Literatura, como prêmio no Focus Brasil Boston, neste que é o maior evento mundial voltado a premiar brasileiros destacados fora do Brasil. Em 19 de junho, participarei do Salão do Livro de New York. Lançarei meu novo livro, no encontro de escritores brasileiros da Fundação Focus Brasil em New York, que acontecerá nos dias 13 e 14 de setembro, onde também participarei como expositor e painelista convidado. A comunidade cultural brasileira está em ebulição na América, e mais compromissos serão acrescentados à minha agenda em 2019. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer
melhor o escritor Jaime Zimmer. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores, mais alguma obra a ser lançada em breve? Jaime Zimmer - A minha mensagem é de que toda pessoa pode - assim como aconteceu comigo, virar escritor em algum momento de sua vida, aprendendo esta arte, não importando a idade, condição ou nível social. Busco através da escrita, transportar para os livros o que acontece em minha comunidade, o que as pessoas estão vivenciando e os problemas que surgem, e que muitas delas nem percebem e, assim aponto soluções que possam auxiliar a coletividade. Como projeto atual, destaco que estou iniciando uma nova obra, voltada também às necessidades e problemas dos irmãos brasileiros fora do Brasil... O título ainda está sendo desenvolvido, mas o tema será sobre “Finanças para Imigrantes”, como um guia para a prosperidade financeira e em outros pilares importantes da vida. Como curiosidade, destaco que ainda não inciei o trabalho e aprendi que com um bom material de pesquisa, planejamento, disciplina e foco - um bom livro pode ser realizado num curto espaço de tempo. Lançarei este livro no dia 13 de setembro no encontro de escritores brasileiros em New York, patrocinado pela Fundação Focus Brasil. Muito me honra ter participado desta edição da Divulga Escritor, que é uma revista tão prestigiada e comprometida a levar informação, conhecimento e divulgação do trabalho de todos nós escritores. Serviços Site: www.okforever.com email: zimmer@okforever.com _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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DIVULGA ESCRITOR DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ESCRITOR ROBERTO MELLO
Vieses da Vida
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arlos, de dez anos, é amiguinho de Paula, de oito. Ambos estudam na mesma escola, mas não na mesma série. É uma rotina vê-los juntos, tanto na hora do intervalo como também no mesmo ônibus escolar por causa do itinerário. Os dois são filhos de militares e pertencem ao mesmo clube social. E no ônibus escolar a caminho de casa, Paula comenta: — Carlinhos, mamãe falou que papai vai solicitar minha transferência de grupo escolar. — Ué! Como assim? — Acho que iremos mudar de casa. — E quando isso vai acontecer? — Não sei! Após o curto diálogo, a preocupação paira sobre ambos. Não conversam mais nada. Provavelmente, o mergulho às profundezas dos pensamentos ou envoltos em emoções e quiçá argumentos, por alguns minutos, os tenham deixados reflexivos. O silencio fora rompido pela supervisora escolar que acompanha os alunos dentro do ônibus. — Paula, seu ponto. Pode vir para frente. Ainda sentada, a menina bei64
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ja a bochecha do amigo, se levanta e caminha em direção ao motorista. Carlinhos apenas a acompanha com o olhar. Ela desce. O ônibus retoma a viagem. Ele, pela janela, acena. Já em casa, seus pais lhe perguntam: — Que carinha é essa? — Nada não. — Nada? — Estou triste. — Por quê? — A Paula vai sair da escola. — Mas você também vai — o pai afirma. — Como assim, papai? — Não entendi. — É simples. Eu e o pai dela fomos transferidos de unidade militar, consequentemente, iremos para a Vila Militar. Agora seremos vizinhos. Ela irá morar no mesmo prédio e no mesmo andar. Nisso, o menino de pele dourada pelo sol, troncudinho, cabelos e olhos pretos, abre um sorriso e comenta que irá dormir cedo para a noite passar rápido. Os pais, naquele instante, percebem o apego e carinho que sente pela Paula. — Já sei quem será a primeira namorada – a mãe comenta.
O pai balança a cabeça e expressa um leve sorriso. Na manhã seguinte, o amigo de Paula está eufórico pelo ônibus escolar. Tão logo o veículo estaciona, a porta se abre e, rapidamente, ele adentra e cumprimenta o motorista com um bom dia muito alegre. O motorista se espanta com a atitude. Então, se dirige ao assento preferido, se acomoda e aguarda a próxima passageira – sua amiga predileta. Não resistindo à ansiedade que o envolve até a alma, fica em pé olhando pelo para-brisa para ver Paula que aguarda a chegada do ônibus. Quando ele a avista, exclama gritando: — A Paula está lá! A Paula está lá! O motorista dá uma gargalhada e comenta: — Calma! Fique tranquilo. Vou parar. O que há com você? Quando ela aparece no corredor, Carlinhos segue ao seu encontro. — Tenho novidades para você. — Boas ou ruins? — Seremos vizinhos de porta e também vou sair da escola. A menina magra de olhos esverdeados, clara, cabelos longos em tom castanho-claro e sempre ao estilo rabo-de-cavalo, solta um grito de torcida quando o time faz um gol e abraça Carlinhos. Ele se assusta com a atitude repentina de Paula. Os colegas ali presentes, em coro, entoam: são namorados, são namorados! *** As famílias tornam-se vizinhas de porta no mesmo prédio. A amizade se solidifica mais e mais. As idades avançam. As brincadeiras e diálogos amadurecem. O despertar de um sentimento maior ocorreu no baile de debutantes. Era o dia que Paula comemorava seus quinze anos. Ele de terno azul marinho, ela toda produzida naquele longo e lindo vestido branco. Eles
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se entreolharam de cima a baixo e trocaram elogios. Ao final do baile conversaram e aconteceu o que a mãe de Carlinhos profetizara quando eram crianças: um longo e carinhoso beijo. Após aquela noite, inevitavelmente, começaram a namorar. Os dois pareciam unha e carne. Muitas promessas, sonhos, desejos e planejamentos. Certo dia, o pai de Paula ao chegar a casa, comenta. — Tenho uma noticia que ao mesmo tempo é boa e ruim. — O que houve pai? — Paula questiona. — Fui transferido. O destino agora é Ponta Grossa. — Que meleca, pai! Na sequência, corre para seu quarto, bate a porta com força e começa a chorar. — Isso passa – O pai fala olhando para esposa. *** Antes das despedidas, combinaram de continuar o romance por meio de cartas. Paulatinamente, cada um foi vivendo sua vida e sabendo do outro pelas correspondências. Várias declarações e promessas de amor grafadas em papel. Os textos glamourosos foram diminuindo. O tempo e a distancia castigavam aquele amor translúcido de infância. Um sentimento semeado por anos, em dado momento, aflora com total liberdade e inocência, mas numa fração de segundos, é açoitado e despedaçado pela vida cotidiana. Apenas lembranças de belas tardes. Belas tardes essas, que foram regadas de encontros amorosos e que se estendiam sob os encantos oriundos do brilho das estrelas e ornamentados pela lua cheia. Carlos resolveu constituir sua família e Paula também o fez. Ele continuou morando no mesmo local e Paula foi morar na Colômbia.
Alguns anos depois... Numa quinta-feira, à noite, o telefone dele toca. — Tenho uma surpresa para você – A mãe de Carlos comenta. — Diga. — Advinha quem está aqui? — Não tenho a mínima ideia. — A Paula está aqui com a filha dela. Ao ouvir, ele disfarça um leve sorriso e diz: — Passa o telefone pra ela. Conversam durante uns 30 minutos e combinam um jantar. A saudade de um pelo outro estava escondida no âmago deles. O sentimento que ambos nutriam, estava carimbado com seus respectivos nomes. Não havia como negar. Eles ainda carregam tenras saudades, choros, mágoas e tristezas. Carlos não tinha como fazer contato porque ela havia ido para Bogotá. A única chance de um possível reencontro seria pela iniciativa de Paula, visto que, Carlos e sua família moravam no mesmo local. Ao telefone, ele comentara não apenas da saudade, mas também das viagens constantes no túnel do tempo com direito a reviver antigas emoções. Após as despedidas, o protagonista daquele amor impossível rememora a adolescência e acende uma pequena chama. A chama da probabilidade em continuar de onde pararam. Ele sente o coração acelerar e questiona a si mesmo: como ela deve estar hoje em dia? O que ela sentirá quando me encontrar? E chega o grande momento. Enquanto dirige, sua mente retira do seu arquivo passagens maravilhosas que eles desfrutaram em conjunto. Estaciona seu carro, faz o check-in junto ao espelho retrovisor externo e ingressa no restaurante combinado. Ao passar pela porta, logo na entrada, seu olhar adquire a
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visão panorâmica do local. A imagem de Paula ainda era da adolescência. Não avista nenhuma mulher sozinha. Escolhe a mesa e dirige-se para a mesma. Um garçom se aproxima e ele pede um copo de chopp. Pega o cardápio e começa a ler. Ergue a cabeça, olha a entrada do restaurante e nada. Torna a observar o cardápio. Abre, fecha, reabre e torna a fechar. De repente, ele ouve uma voz ao seu lado: — Quando é para ser, não adianta. Você não mudou em nada. Carlos se levanta e, de frente a ela, segura suas mãos e acrescenta: — Paula, você está mais linda do que antes. Abraçam-se e esquecem que estão em pé e ao lado da mesa que ele escolheu. Logo depois, se acomodam, permanecem por alguns segundos em silencio contemplando um ao outro. O jantar fora acompanhado de sorrisos, gargalhadas e até pequenos toques junto às respectivas faces e mãos. À saída do restaurante, eles trocam números de contatos e e-mails. Manifestam a vontade de outros reencontros. Carlos acompanha Paula até seu carro. Ela coloca a chave na fechadura da porta e, como um raio, ele a segura pela cintura. Delicadamente, com a mão direita, ele a toca em seu rosto, acaricia-a e vagarosamente aproxima-se de seus lábios. Paula não resiste àquele momento encantador ou mágico que os domina. É o beijo do reencontro, da saudade guardada, das lembranças ou dos desejos ocultos tão sonhados. Atualmente, ele, com 56 anos e dois filhos do primeiro casamento, ela, com 54 anos, duas filhas e um filho, também do primeiro casamento, continuam da mesma maneira: corda e caçamba – sempre juntos, entretanto, agora casados. www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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ENTREVISTA
ESCRITOR PAULO MARSAL Paulo Marsal é casado com a Viviane Marsal, viveu em Winnipeg-CAN, onde frequentou a Universidade de Manitoba. Possui um MBA Internacional pela Singularity University e é Bacharel em Administração de Empresas. Desde jovem é aficionado por Mitologia Nórdica, vikings, HQ’s, animações e filmes, principalmente os de ação, artes marciais e épicos. Certamente, tal fascínio atrelado à leitura e muitas pesquisas, o gabaritaram para dar vida a Saga Viking Oluap, leitura obrigatória aos que esperam uma literatura leve, de ação e qualidade.
Certamente o amor pelos deuses e a coragem de enfrentar os desafios, desde a sobrevivência em locais inóspitos até as batalhas. As crenças e o misticismo que os envolvem também são bastante prazenteiros.”
Boa Leitura! Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Paulo Marsal, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Apresente-nos a trilogia Viking. Paulo Marsal - A Saga Viking Oluap conta a história de Oluap de Nordvestland, desde seu nascedouro, passando por seu convívio com o lendário Ragnar Lodbrok, até sua morte. Entretanto, os dois primeiros volumes desta trilogia (Oluap, o Guerreiro e Oluap, a unificação) narram sua ascensão a rei e a posterior união dos territórios setentrionais da era viking, a partir do imaginário Reino de Sørligard. Este épico é regado por sangrentas batalhas, as quais sem sombras de dúvidas o deixam divertido e, por que não, excitante? Além das inúmeras contendas, há também misticismo, história, filosofia, sexo e cômicas situações que levam os leitores de volta ao século IX, numa época onde vida e morte sempre estavam em jogo. O que mais chamou a sua atenção nos Vikings, que o inspirou a escrever uma trilogia? Paulo Marsal - Certamente o amor pelos deuses e a coragem de enfrentar os desafios, desde a sobrevivência em locais inóspitos até as batalhas. As crenças e o misticismo que os envolvem também são bastante prazenteiros.
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exemplo, é o meu nome escrito de trás para frente.
Estás lançando a segunda obra da trilogia “Oluap, a unificação”. Apresente-nos. (sinopse) Paulo Marsal - Oluap, a unificação é o segundo livro da Trilogia, cuja narrativa perpassa pelo processo de unificação da Escandinávia do século IX, que fora idealizado e liderado pelo sucessor de Ragnar Lodbrok, Oluap de Nordvestland. A exemplo do que ocorre em Oluap, o Guerreiro, os intercâmbios entre as figuras lendárias e as personagens fantasiosas continuam. Os vikings, as ciências, o misticismo e a filosofia são as bases desta obra. Onde se passa a trama que compõe a trilogia? Existe alguma diferença entre o espaço geográfico de “Oluap, o guerreiro” e “Oluap, a unificação”? Paulo Marsal - Tal qual em Oluap, o Guerreiro, a trama passa pelo imaginário Reino de Sørligard, entretanto, por vezes o enredo nos leva para outras regiões, como York e Paris ou até mesmo à Groelândia e ao Canadá. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura do livro? Paulo Marsal - O leitor pode ter certeza que irá aprender mais sobre a cultura e o estilo de vida dos nórdicos da época, além de expressões e curiosidades sobre os vikings. Uma nova ótica sobre o descobrimento da América também será apresentada. O que mais chamou a sua atenção
Onde podemos comprar os seus livros? Paulo Marsal - Os interessados poderão adquirir suas cópias no site oficial do livro (www.livrosvikings.com.br/loja), no da editora (www.dialogicaeditora.com.br) e a partir de setembro, nos maiores marketplaces do Brasil (Americanas, Submarino, Casas Bahia etc.). Também estará nas prateleiras das livrarias Martins Fontes e Cultura, a exemplo de Oluap, o Guerreiro que já está. Quais os seus principais objetivos como escritor? Paulo Marsal - Me divertir e aos leitores, além de fomentar a cultura de modo geral.
enquanto escrevia o enredo que compõe a trama? Paulo Marsal - As infindas possibilidades que cercavam o enredo e os vieses que a história poderia tomar. Apresente-nos, os principais personagens de “Oluap, a unificação” e como se deu a escolha dos nomes para os mesmos. Paulo Marsal - As principais personagens são: Rei Oluap; Rainha Hanne; Laufey, a Sanguinária; Socram (o pai de Oluap); Ivar, o Sem Ossos; Erik, o Vermelho e Leif Erikson. A maior parte dos nomes têm relação às pessoas que conheço, tenho amizade ou que de alguma forma marcaram a minha vida. Oluap, por
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Paulo Marsal. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Paulo Marsal - Primeiramente agradeço a Divulga Escritor pela oportunidade e desejo a todos que façam boa leitura... Divirtam-se!
_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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DIVULGA ESCRITOR DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ESCRITORA NELL MORATO
8. A classificação será através da es-
colha dos jurados convidados. Escritores qualificados, que avaliarão os textos e poesias de forma anônima, isto é, sem a autoria. 9. Será vetada a participação da gestora Nell Morato, bem como dos jurados convidados. 10.COLETÂNEA: Editaremos uma coletânea no formato e-book, de todos os textos recebidos para o concurso, totalmente gratuita. E todos os inscritos receberão certificado de participação via e-mail. 11. PREMIAÇÃO: Premiaremos os cinco primeiros classificados. O objetivo do Concurso é destacar o autor e seu trabalho.
A. Leia Livros Editora e Livraria ofe-
6º FLAL
Festival de Literatura e Artes Literárias Edição Sementes do Amanhã REGULAMENTO CONCURSO DE TEXTOS ANÔNIMOS TEMA: Sementes do Amanhã Contos / Crônicas / Poesias
1. Todos serão publicados no EVEN-
TO, às terças-feiras, a partir das 14h, de forma anônima e não deverão ser compartilhados. Assim, poderão ser curtidos e comentados pelo conteúdo e emoção que passarão para o público leitor. 2. O Concurso estará aberto para todos os autores, de língua portuguesa, inscritos no Festival ou não. 3.Os textos deverão ser enviados em arquivo do Word, fonte Arial, tamanho 12, espaço 1,5 entre linhas; 4. Para contos, não mais do que 4 (quatro) páginas tamanho A4, fonte Arial, tamanho 12, espaço de 1,5 entre linhas; 68
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5. Se desejarem, apenas o título do
trabalho em letras maiúsculas e em negrito, o texto no corpo deverá ser normal e nas especificações acima para, posteriormente, ser inserido na coletânea. Também deverá constar a autoria do texto (nos concursos anteriores, recebemos diversos trabalhos sem o nome do autor abaixo de seu texto ou poesia). 6.Deverão ser enviados para a gestora Nell Morato, exclusivamente através do e-mail concursos.flal@gmail. com
7. PRAZO: Até 30 de setembro, às 24h.
rece gratuitamente seu serviço de Edição para a coletânea, incluindo: revisão + diagramação + capa + ISBN e Impressão por um preço acessível a todos os participantes; A editora também oferece os certificados de classificação, impressos para os vencedores. B. Será criado um suplemento especial dentro da Revista Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, revista Internacional, de responsabilidade da jornalista Shirley Cavalcante, dando maior visibilidade aos autores e seus textos classificados do 1º ao 5º lugar. Apresentando-os através de sua imagem fotográfica e breve biografia, que acompanhará o seu trabalho selecionado. C. Ainda em negociações para fechar premiação. Informaremos posteriormente através da página oficial do Festival.
12. PATROCINADORES CULTURAIS: Projeto Divulga Escritor e Portal Literário Leia-Livros Editora e Livraria Nell Morato/Organizadora/2019
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9. PREMIAÇÃO: Premiaremos os
6º FLAL Festival de Literatura e Artes Literárias Edição Sementes do Amanhã REGULAMENTO CONCURSO JUVENIL DE TEXTOS TEMA: Sementes do Amanhã Contos / Crônicas / Poesias
1. O Concurso estará aberto para
todos os jovens autores, de língua portuguesa, com até 21 anos de idade, inscritos no Festival ou não. 2. As escolas convidadas indicarão seus alunos para participar do concurso, devendo responsabilizar-se pela digitação dos trabalhos, enviando-os através de arquivo Word, tamanho A4, fonte Arial, tamanho 12. Poderá ser num único arquivo, ou seja, os textos digitados de forma corrida, um abaixo do outro. 3. Devendo constar no final de cada texto: nome do aluno, idade e série que está cursando; nome da escola e localidade, para que todos os participantes sejam devidamente identificados.
4. Deverão ser enviados para a ges-
tora Nell Morato, exclusivamente através do e-mail concursos.flal@ gmail.com 5. PRAZO: Até 30 de setembro, às 24h. 6. Todos os textos serão publicados no EVENTO, às terças-feiras, a partir das 14h, exceto na semana de Literatura Erótica. Assim, poderão ser curtidos e comentados pelo conteúdo e emoção que passarão para o público. 7. A classificação será através da escolha dos jurados convidados. 8. COLETÂNEA: Editaremos uma coletânea no formato e-book, de todos os textos recebidos para o concurso, totalmente gratuita.
cinco primeiros classificados. O objetivo do Concurso é destacar o autor e seu trabalho. A. Leia Livros Editora e Livraria oferece gratuitamente seu serviço de Edição para a coletânea, incluindo: revisão + diagramação + capa + ISBN e Impressão por um preço acessível a todos os participantes; A editora também oferece os certificados de classificação, impressos para os vencedores. B. Será criado um suplemento especial dentro da Revista Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, revista Internacional, de responsabilidade da jornalista Shirley Cavalcante, dando maior visibilidade aos autores e seus textos classificados do 1º ao 5º lugar. Apresentando-os através de sua imagem fotográfica e breve biografia, que acompanhará o seu trabalho selecionado. C. Ainda em negociações para fechar premiação. Informaremos posteriormente através da página oficial do Festival. 10. PATROCINADORES CULTURAIS: Projeto Divulga Escritor e Portal Literário Leia-Livros Editora e Livraria Nell Morato/Organizadora/2019
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ENTREVISTA
ESCRITOR YURI BELOV Gosto de filmes de ação, embora não seja, qualquer filme de ação que me agrade, assim, “Questão de Honra”, é praticamente um roteiro de cinema, embora chame a atenção para vários problemas atuais, como o cyberterrorismo, refugiados de guerra, pobreza e exploração na África.”
Yuri Belov (nome fictício), é engenheiro e gerente de projetos, e trabalhou em diversas localidades no Brasil, e no Exterior, na África e na América Latina. Estudioso de História Militar e Medieval. Também é autor do livro Odalisca, que foi lançado pela Novo Século.
Boa Leitura!
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Yuri Belov, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever? Yuri Belov - Quando criança era um leitor voraz de histórias em quadrinhos, livros de bolso de aventuras e também dos clássicos de aventura. Eu sempre tive planos de escrever, desde a adolescência. Mas pretendia escrever sobre ficção científica, gênero, do qual sou apaixonado. Até cheguei a esboçar um conto, mas não foi para frente. Espero ainda, escrever um livro de ficção científica, tenho várias ideias, falta por no papel. O que o inspirou a escrever “Questão de Honra - A Face da Morte no Dorso de um Cavalo” Yuri Belov - Como sou apaixonado por cinema, minha inspiração original foi o personagem James Bond. Não o espião dos filmes atuais, mas o original, criado por Ian Fleming, ainda na década de 1950, em plena Guerra Fria. Também gosto do personagem da história em quadrinhos, Corto Maltese, desenhado por Hugo Pratt, um marinheiro que está sempre envolvido em aventuras mirabolantes. Os filmes de James Bond fizeram mais sucesso do que os livros. As primeiras películas, com Sean Connery, eram mais fiéis aos livros, como Moscou Contra 007, cujo título original é From Russia with love. Basicamente, eu pensei em como estaria, nos tempos atuais, o personagem James Bond, criado na década de 1950? Provavelmente um senhor aposentado, com mais de 70 anos, aparentando jovialidade e ainda em forma, e,
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vem sendo atualizado através dos anos. O primeiro ator que viveu o personagem, Sean Connery, está na faixa de 80 anos. Também gosto muito de História e Geopolítica, o livro tem um pouco de cada coisa, traz alguns flashbacks da Guerra Fria, e alguns aspectos das guerras civis no continente africano Apresente-nos a obra (sinopse) Yuri Belov - Tristan Drake, um ex-oficial das forças especiais britânicas, que também atuou, a serviço de seu país no MI-6 nos tempos da Guerra Fria, ocupa a posição de diretor de operações de uma empresa de arqueologia marinha, instalada na ilha de Malta. No meio da noite recebe um telefonema, onde relatam que seu navio está à deriva no Mediterrâneo, em meio a uma forte tempestade. Houve um incêndio a bordo, e o barco, por pouco não foi ao fundo, ao ser atingido por um gigantesco petroleiro; há vários feridos e dois tripulantes estão desaparecidos. É mobilizada uma operação de resgate, mas, Tristan, tardiamente descobre que fora enganado pelos controladores da empresa; não há recursos para tirar seu grupo da Líbia, do local para onde foram levados, pois é um país conflagrado por uma guerra civil. Sem escolha, aceita a oferta de ajuda financeira oferecida por uma misteriosa mulher, filha de um comerciante de diamantes, de origem indiana e radicados em Londres. Pego numa armadilha do destino, em retribuição ao favor recebido, toma como uma questão de honra, a busca pelo paradeiro do irmão dela, um jovem e habilidoso hacker, desconhecendo que ele desaparecera levando consigo um artefato letal e sofisticado, capaz de desestabilizar uma nação inteira. Os indícios apontam que fora lutar na Guerra Civil da Síria, onde o
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objeto seria entregue a extremistas, mas novas pistas indicam, que o hacker estaria em outro local bem mais distante. Drake, porém, não estava só em sua missão. Forças de segurança de alguns países, grandes corporações empresariais e uma obscura organização, também estavam no encalço do hacker. Começa a partir daí uma extraordinária jornada por lugares estranhos e exóticos, que
leva-o, desde os confins da China, passando por um misterioso vale encravado nas montanhas do Hindu Kush, no Paquistão, por uma mina de coltan na África, local dominado por um líder de milícia brutal e sanguinário que usa crianças como soldados e escravos, até Volgogrado e São Petersburgo, na Rússia, onde alia-se a uma ex-agente da antiga KGB com quem se envolvera no passado.
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Questão de Honra é um livro eletrizante com ação ininterrupta, no melhor estilo dos grandes romances de espionagem, relatando as agruras e aventuras de um ex-oficial da Marinha Real Britânica, que procura por todos os meios saldar uma dívida de honra, preferindo usar a astúcia ao invés da força. Quais os principais desafios para a escrita da obra? Yuri Belov - A trama se passa em várias localidades do mundo, muitos dos quais a maioria nunca ouviu falar, e eu tentei transmitir aos leitores, que quando estivessem lendo o meu livro, que se sentissem no local descrito ou até mesmo, presenciando a cena descrita. Procurei fornecer o máximo de detalhes possíveis. O que mais o atrai no enredo que compõe a trama? Yuri Belov - Eu sou apaixonado por cinema e também por História Militar. Gosto de filmes de ação, embora não seja, qualquer filme de ação que me agrade, assim, “Questão de Honra”, é praticamente um roteiro de cinema, embora chame a atenção para vários problemas atuais, como o cyberterrorismo, refugiados de guerra, pobreza e exploração na África. A trama basicamente trata de uma dívida de honra, em que o personagem vai até as últimas consequências, arriscando sua vida para cumprir a palavra dada. Embora durante a narrativa, surjam várias situações em que o personagem está sempre saldando uma dívida com alguém. Cite uma passagem que o marcou enquanto escrevia. Yuri Belov - “Você sabe quem domina este campo de coltan, na frontei-
ra da República Democrática do Congo com o Sudão do Sul? – perguntou o experiente piloto sul-africano – Sim, eu sei. Um sujeito que se autoproclama general, chamado Malik Al‐Mudammir, fanático religioso, que tem pretensões de fundar um califado – respondeu Drake . – Bem, meu velho, seria bom saber também, que trata-se de um sujeito frio, sanguinário, que sente prazer em mutilação, estupros e assassinatos. Raptos de crianças e escravização sexual fazem parte do dia a dia dele. É um psicopata dos piores, que quer ser reconhecido como um dissidente do regime ou um rebelde, mas, no fundo, o que ele almeja é poder. É um desses megalomaníacos que vez por outra aparecem – disse Rudolf.” Este é um dos cenários onde se desenrola a aventura Questão de Honra Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura de “Questão de Honra - A Face da Morte no Dorso de um Cavalo”? Yuri Belov - É raro ver na literatura brasileira, livros de ação e aventura, que abordem também espionagem e tecnologia. Tentei enveredar por uma vertente diferente do que se encontra por aí. Quis mostrar que é possível escrever sobre este tema, sem deixar nada a desejar em relação a livros de literatura estrangeira, que abordam tema semelhante. Onde podemos comprar o seu livro? Yuri Belov - E-book e livro físico na Amazon : https://www.amazon.com.br/Ques-
t%C3%A3o-honra-morte-dorso-cavalo-ebook/dp/B07H4RYPB9 Também com o autor: questaodehonra.vendas@hotmail.com, frete grátis para todo o Brasil, Preço: R$ 29,90 Comente sobre ser um escritor, o que mudou desde que começou a escrever, seus projetos. Yuri Belov - Eu escrevi até o momento, dois livros, que foram escritos nas horas vagas. Por enquanto não é possível viver de literatura, são raros os autores brasileiros que conseguem. Nada mudou na minha rotina, continuo trabalhando como engenheiro e escrevendo nas horas vagas. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Yuri Belov. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Yuri Belov - Para aqueles leitores que gostam de ação e aventura, História Mundial e Geopolítica, creio que não vão se decepcionar. Pois sentirão uma emoção, como se estivessem numa sala de cinema.
_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
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DIVULGA ESCRITOR DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL EM HOMENAGEM AO DIA DO SOLDADO COM O POETA JOSENILSON LEITE
OS DIAS FORAM PASSANDO PODIA SER VISITADO MINHAS FORÇAS AUMENTAVAM FUI FICANDO ANIMADO VOLTEI PARA A RALAÇÃO COM FORÇA; RECUPERADO JÁ QUERIA MELHORAR PRA TENTAR SER BOM SOLDADO.
SONHO DE UM SOLDADO NO INÍCIO TINHA RECEIO ERA UM POUCO INSEGURO ATRAPALHADO E ORDEIRO E COM MEDO DO FUTURO FUI TOMADO POR UMA FRAQUEZA NOS 20 DIAS DE INTERNATO LONGE DO PAI E DA MÃE CADA VEZ MAIS DESESPERADO NÃO TINHA FORÇA MAIS PRA NADA QUERIA SER DESLIGADO NÃO COMIA, NEM DORMIA E ME SENTIA CANSADO EU QUERIA IR EMBORA E NÃO QUERIA SER SOLDADO.
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AOS POUCOS ADAPTEI-ME A INSTRUÇÃO MILITAR E CADA VEZ MELHORANDO COMEÇAVA A INCORPORAR O ESPÍRITO DA CASERNA ME FAZIA ARREPIAR E COM AS CANÇÕES MILITARES EU COMECEI A VIBRAR. TERMINADO O INTERNATO FUI ENTÃO VIAJAR JÁ HAVIA MELHORADO E COMEÇAVA A ME DESTACAR. NÃO ERA MAIS UM CIVIL FARDADO TORNEI-ME UM BOM MILITAR. FUI AOS POUCOS MELHORANDO POR ISSO RECONHECIDO JÁ ME ORGULHO E DEFENDO ESTE MEU CHÃO INFINITO ONDE JUREI MINHA VIDA POR ESTE BRASIL QUERIDO.
AGRADEÇO AO EXÉRCITO SOU FELIZ, MUITO OBRIGADO REALIZEI UM GRANDE SONHO O QUAL EU TINHA ALMEJADO HOJE SOU O MAIS DISTINTA DOS PRAÇAS INCORPORADOS.
Soldados de Engenharia Lá estão os engenheiros Vencendo o desafio Com a ponte m4 Pra transpor aquele rio. Cansados, mas persistentes Montando a ponte m4 Ombro a ombro Braços dados Unidos pelo mesmo ideal Vibração e satisfação. Lá estão os engenheiros Vencendo o desafio De transpor aquele rio. Vão lutando, vão vibrando E a ponte terminando Na 2ª margem chegando Mesmo com dores nos ombros O peso da viga aumentando Suas mãos encaleijando
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Normal, curta ou afilada Numa batalha danada Para a ponte ser montada E sua tropa apoiada.
Aqueles soldados valentes Me fazem arrepiar Com fome, com frio ou com sede Não param de trabalhar.
E lá estão os engenheiros Vencendo o desafio De transpor aquele rio.
O tempo está fechando! Tem nuvens no céu a pesar! Alguns pingos já estão caindo! Parece que vai aumentar!
Tragam os flutuadores! Barra de conexão! Façam agora o alinhamento! E depois a união! Ligue então os compressores! E comece a inflação! E lá estão os engenheiros Vencendo o desafio De transpor aquele rio. Vamos trazer os painéis! O de sela e o da prolonga! A vibração daqueles soldados é tamanha Que fico a observar: A seção extremidade! A central e a prolonga! O comandante dando ordens E os engenheiros a trabalhar. E lá estão os engenheiros Vencendo o desafio De transpor aquele rio. Barras de conexão! Tragam duas para montar! Dois adaptadores de sela! E duas travessas para terminar! Depois encham os roletes! Na água podem lançar! A sela que terminamos! Para no corpo da ponte conectar! E lá estão os engenheiros Vencendo o desafio De transpor aquele rio.
Já corri e me abriguei Mas continuo a observar Tudo aqui está em lamas Mas eles não param de trabalhar! E lá estão os engenheiros Com fome, com sede e com frio Vencendo o desafio De transpor aquele rio. Perguntei quanto faltava Para a ponte terminar Vejam só bela resposta Que o soldado veio dar. “Falta pouco meu amigo O senhor pode notar Mas não há tempo que pare A engenharia militar!” “Dei-me licença meu amigo Eu vou pra ponte vibrar Mas assim que estiver pronta Eu venho lhe avisar!”
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Em vencer o desafio De transpor aquele rio. Por volta das vinte horas De 1º de novembro de 2000 Aquela tropa vibrava Por ter vencido o desafio De chegar na outra margem E transpor aquele rio. Veio logo o engenheiro Que eu tinha interpelado: “Meu senhor está montado O meio de transposição Que montamos com orgulho Para o nosso adestramento Em defesa da Nação!” Os meu olhos foram enchendo E as lágrimas caindo Só eu sei o que estou sentindo Que tamanha emoção! Se eu pudesse ser soldado Da arma de engenharia Ser unidos como eles E trabalhar com alegria. Ser soldado engenheiro Pra defender minha nação E vencer o desafio De transpor aquele rio! Pena que não fui soldado!
E lá se foi o engenheiro Pra vencer o desafio De transpor aquele rio. Agradeci ao soldado Muito bem eu fui tratado Nem parecia estar cansado Nem com fome E nem molhado. Confesso que fiquei abismado Com a vontade do soldado
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DIVULGA ESCRITOR DIVULGA ESCRITOR PARTICIPAÇÃO ESPECIAL EM HOMENAGEM AO DIA DO SOLDADO COM O POETA JOSENILSON LEITE
Obrigado Soldados! Em paz posso adormecer Nos mais longínquos rincões Estás alerta a me defender. Obrigado Soldados! Porque sei que és capaz E quando eu precisar Tu não me abandonarás. Obrigado Soldados! Sinto-me seguro ao te ver passar Ostentando nossa Bandeira Com esse brilho no olhar. Obrigado Soldados! Por me emocionar Te vendo vibrante e sereno O Hino Nacional cantar. Obrigado Soldados! Sei que a guerra causa dor E quando o Brasil precisar Defenderás com amor. Obrigado Soldados! Como é bom te ver passando Meus filhos correm pra janela E ficam te imitando. Obrigado Soldados! Do presente e do passado Que doaram e doam a vida Para o Brasil não ser tomado.
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Obrigado Soldados! Sábado, domingo e feriado Para mim é emoção Mas você deixa a família Com amor no coração E sem ter hora ou lugar Vai cumprir sua missão.
25 de agosto Parabéns nobres Soldados!!! O seu dia com emoção Deve ser comemorado E o Brasil deve orgulhar-se Dos heróis dessa Nação Porque hoje somos livres E no mundo respeitados Graças as lutas e conquistas Dos heróis... Nossos Soldados!!!
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EM DESTAQUE
“PHILOSOFY BOOKS OF TITO” DO AUTOR TITO LARAYA Author: Tito Laraya Date of publication: May 2019 Number of pages: 136 ISBN: 978-989-52-5704-1 Collection: Philosophical Ponderings Language: Inglês Synopsis The proposal of Tito as writer is to approach difficult philosophical subjects in a relaxed and humorous way so that the readers have remarkable moments. Link para compra do livro: https://www.chiadobooks.co.uk/bookshop/philosofy-books-of-tito
EM DESTAQUE
“PEDRINHO E SEU AMIGO JOÃOZINHO” DA AUTORA THAIS SOUZA FORMATO 14X21 | 74 PÁGINAS | ISBN: 978-85-55123-35-1 Pedrinho é um menino de apenas nove anos de idade, que surpreendia a todos com sua educação e preocupação com os seus amigos. Um belo dia, ele conheceu o Joãozinho, o qual tinha uma deficiência física. Daí nasceu uma amizade linda entre os dois. Pedrinho mostrou a seu amigo Joãozinho que este era capaz de fazer tudo o que quisesse, dentro dos seus limites. E, através dessa linda amizade, o Joãozinho se tornou um atleta. Link para compra: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-968594029-livro-pedrinho-e-seu-amigo-joozinho-_ JM?quantity=1
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EM DESTAQUE
“POR TRÁS DA FARDA” DO AUTOR E. J. PEREIRA Histórias reais de policiais expõem o ser humano “Por Trás da Farda”
A obra literária, construída em 10 capítulos e lançada pela editora Viseu (252 páginas), aborda uma gama variedade de temas tais como os riscos da profissão, as dificuldades do dia a dia, os preconceitos engolidos, a pressão familiar, as obrigações da sociedade e principalmente as transformações necessárias de se cumprir o dever. Nas histórias, um servidor civil da PM, devido à posição peculiar de proximidade, vivencia momentos de intimidade com policiais militares de diferentes graduações. E os partilha com o leitor junto de detalhes, singularidades e sensações. Assim, cada encontro torna-se capaz de revelar as complexidades “Por Trás da Farda”. Para o autor E.J. Pereira, o livro nasceu da necessidade de expor situações rotineiras e impactantes que o policial vivencia no trabalho e fora dele, em decorrência de se empenhar uma farda. “As pessoas não enxergam realmente quem são aqueles homens e mulheres fardados durante uma ocorrência. Meu intento é que a sociedade passe, ao descobri-los, a ter empatia, alteridade e respeito pela tropa e pela Corporação Militar diante das circunstâncias vivenciadas reiteradamente.” As narrativas, portanto, esmiúçam essências e marcas que moldam cada policial, apesar de sobrepostas pelo pesado fardamento. “Passado o distanciamento inicial, os personagens e o leitor podem se afluir num descobrimento e, por conseguinte, numa junção. Por isso, defendo o poder da escrita. Os laços humanos, sociais e íntimos abordados nas tramas descortinam mais que as configurações sobre a vivência policial. Desnudam indivíduos como qualquer outro que sofrem, sentem, se importam e batalham, com opiniões e sentimentos, muitos deles velados e desconhecidos, mas sempre pulsantes”, conta o autor. A jornalista Patrícia Rocha, que assina o prefácio, define a obra como uma poderosa desconstrução. “A cada capítulo, personagens fictícios encarnam histórias reais que foram encenadas, às escondidas dos holofotes, nos Batalhões do Brasil e, nesse livro, encontraram a profundidade que mereciam. Soldados, cabos, sargentos e subtenentes têm aflições sobre o peso da carga de trabalho na vida pessoal, renúncias, família e filhos. E, nessas páginas a seguir, fica a impressão de que dentro do universo militar, todas as angústias do ser humano são elevadas à décima potência e reprimidas até o último buraco da imponente farda.” O livro já pode ser adquirido nas versões digital e impressa no site da Editora Viseu, (www.eviseu.com/pt/livros/741/por-tras-da-farda/), ou por meio do contato direto com o autor. Para outras informações: ejpereira.19@gmail.com @ejpereira.escritor | www.facebook.com/ejpereira.escritor
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“FOME E SEDE DE DEUS” DO DR. AGRICIO INÁCIO JOSÉ DO VALE
Depois do sucesso mundial do livro FOME E SEDE DE DEUS eBook Kindle do Dr. Agricio INÁCIO JOSÉ DO VALE, a Amazon lança o livro impresso: FOME E SEDE DE DEUS, com uma novidade: A VIDA DO BEM-AVENTURADO CHARLES DE FOUCAULD. COMPRE O LIVRO DIRETAMENTE PELA AMAZON AQUI: https://www.amazon.com/dp/1795364696 Num mundo que sufoca, é muito bom poder meditar nessa leitura. O autor tem um olhar dinâmico pela sociedade tão secularizada. Este livro nos leva a buscar a espiritualidade. O que pode haver de mais sublime, do que dedicar-se ao Senhor? O autor nos traz de volta para o principal, singular, nos lembrando que há uma razão para viver, construir e amar. Essa razão é amar a Deus sobre todas as coisas, que é a chave para o sentido da vida. É inspiradora a vocação religiosa de Charles de Foucauld que grita o evangelho com a própria vida. Ele buscou a vida escondida na ardente busca do Altíssimo, sua alma esqueceu tudo para viver exclusivamente em união com Deus. Deus se dá inteiramente aquele que se dá assim a Ele. Se você tem fome e sede de Deus, aqui está o convite: deguste e saboreie este livro. Bom proveito!
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EM DESTAQUE
“O PROCESSO DE CASSAÇÃO DA RÁDIO CULTURA” DO JORNALISTA MEMORIALISTA DIMAS OLIVEIRA O livro “O Processo de Cassação da Rádio Cultura”, organizado pelo jornalista e memorialista Dimas Oliveira é uma compilação das peças do processo que resultou no fechamento da Rádio Cultura de Feira de Santana, que teve seu funcionamento cassado em março de 1975. A emissora foi reaberta dez anos depois, em julho de 1985. O que motivou o fechamento da emissora, após suspensão de 15 dias, foi entrevista do então deputado federal Francisco Pinto, feita pelo radialista Lucílio Bastos A fala de Pinto virou peça do processo contra ele, movido pelo ministro da Justiça Armando Falcão, baseado na Lei de Segurança Nacional. A entrevista do então deputado federal Francisco Pinto, feita pelo radialista Lucílio Bastos, quando o parlamentar reiterou críticas ao presidente do Chile general Augusto Pinochet, presente em Brasília para a posse do presidente Ernesto Geisel. As palavras foram consideradas ofensivas ao chefe-de-estado de nação estrangeira. A publicação trata sobre Francisco Pinto ter cumprido seis meses de prisão especial no quartel do 1º Batalhão de Polícia Militar de Brasília e sobre as inúmeras visitas que recebeu mais a greve de fome que fez. A obra é resultado de pesquisa feita a partir de material disponível no Arquivo Nacional, instituição que é responsável pela preservação e difusão de documentos da administração pública federal. Também são reproduzidos registros da imprensa sobre o episódio histórico. Reproduções de fotos e fac-símiles integram galeria de imagens. Como é dito na apresentação do livro, feita por Thomas Oliveira: “Os próprios fatos que compõem o livro falam por si. Não existe tomada de posição do organizador, que tão somente traz à luz documentos que estiveram como confidenciais, secretos e sigilosos”. O diretor presidente da Fundação Municipal Egberto Costa Antônio Carlos Daltro Coelho, considera a publicação como “importante o resgate da memória do episódio político”. Coelho é citado no livro, pois foi um dos poucos feirenses que visitou Chico Pinto na prisão. Na época, ele era vereador. O livro é uma edição do Núcleo de Preservação da Memória Feirense, órgão da Fundação Senhor dos Passos, do qual Dimas Oliveira é integrante. Tem apoio de empresas feirenses, a impressão é da Samp Gráfica Editora. Tem custo de R$30,00. A Compra do livro, também pode ser realizada por meio do Amazon.
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“ELAS E AS LETRAS” DA AUTORA ALDIRENE MÁXIMO Elas e as Letras: 58 vozes femininas que vão emocionar o seu coração. Poesias, contos e crônicas de autoras residentes em 7 países: Alemanha, Brasil, Dinamarca, EUA, Inglaterra, Portugal e Suécia. Editora: Versejar Valor: R$50,00
À venda em:
http://www.versejar.com.br/livraria
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“MINUTOS DE REFLEXÃO” DO AUTOR FÁBIO GABRIEL
Livro de tavorense ganha segunda edição pela Editora Escala “Minutos de Reflexão” tematiza o sentido da vida O tavorense Fábio Antonio Gabriel está com nova edição do seu livro “Minutos de Reflexão”. Inicialmente o livro foi lançado numa versão própria para o catálogo Avon e depois de algumas campanhas passa nesta segunda edição a ser vendido pela Editora Escala com a selo Lafonte. “Minutos de reflexão” pretende oferecer ao leitor uma reflexão acerca da importância de pensar o sentido da vida. Ao longo de suas mensagens, o autor traz questões relacionadas com a ressignificação da própria existência. O perdoar a si mesmo e o amar a si mesmo evidencia-se como o primeiro passo na escalada para um novo sentido à existência. Assim, o objetivo principal deste livro consiste em instigar o leitor a refletir sobre seu projeto de vida, priorizando a consolidação de uma sociedade mais solitária e apaixonada. Fábio Antonio Gabriel, atua como professor de filosofia na rede estadual(Colégio Rio Branco – Santo Antonio da Platina). Atualmente doutorando em educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Maiores informações sobre o autor: www.fabioantoniogabriel.com
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“O LIVRO DOS LIVROS” DO AUTOR ALEXANDRE SANTOS O romance se desenvolve no entorno do plano urdido por Gustaff para o completo domínio da humanidade a partir do controle social exercido pelo funcionamento de uma Igreja criada com base em pesquisa sobre as características que os homens esperam de Deus e consolidadas num compêndio chamado ‘O livro dos livros’. “... embora vestido de ficcionismo, descreve uma realidade evangélica apregoada em diversas situações contadas nas histórias bíblicas”. Jair Martins “Estamos perante uma retórica mística que nos alerta, em citação bíblica, para a existência de falsos profetas que vêm até nós vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes”. Luísa Coelho “Alexandre Santos é um homem que toca bem múltiplos instrumentos. É engenheiro, escritor, político e crítico social”. Sebastião Campello “No romance ‘O livro dos livros’, Alexandre Santos joga com nomes e arquétipos para denunciar as filigranas do poder. Desconstrói cerimoniais montados de acordo com teorias científicas de persuasão, e põe em cheque os tentáculos da internet supostamente democrática. Brinca com argúcia política e sensibilidade espi-
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ritualizada, a fim de desnudar esquemas utilitários da transcendência do humano, dentre esses, as religiões fundamentalistas e suas igrejas abertas a doações financeiras de incautos. Delícia ter passado horas dentro dessa sua trama”. Marta Velozo Link para compra Livro versão Digital Livro versão Impressa Livros do autor http://www.alexandresanttos.com.br/livros.html Sobre o autor Nascido e educado em Pernambuco, o escritor Alexandre Santos teve formação escolar no antigo Colégio Marista do Recife. Depois de graduar-se em engenharia civil, cumpriu os cursos de especialização em Transportes Urbanos e Trânsito e de mestrado em Engenharia da Produção e em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste. Iniciou sua atividade profissional como engenheiro no Departamento Nacional de Trânsito do Ministério da Justiça, tendo, em seguida, se transferido para a prefeitura do Recife. Foi agraciado com a inclusão na Ordem do Mérito Literário ‘Jorge de Albuquerque Coelho’, Ordem do Mérito Capibaribe, no grau de Comendador, no quadro de agraciados com a Comenda ‘Padre João Ribeiro’, na Ordem do Mérito Manoel Antônio de Moraes Rego, no quadro de Membros Honoráveis do Colégio de Engenharia de Venezuela.
Recebeu a Medalha do Sesquicentenário do Gabinete Português de Leitura de Pernambuco e o Prêmio Vânia Souto Carvalho, instituído pela Academia Pernambucana de Letras para agraciar o melhor romance no concurso nacional de 2006, com o livro ‘O moinho’. Alexandre é membro de diversas entidades, incluindo o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, a Academia de Letras e Artes do Nordeste, o Instituto Solidarista de Estudos Políticos e Sociais Zanoni Lira Lins e a Academia Brasileira de Autores Solidaristas. Além de engenheiro da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife, Alexandre é editor-geral do informativo A Voz do Escritor, membro do Conselho Editorial da Revista Algomais, do Conselho Consultivo da Revista Nova Águia (Lisboa, Portugal) e do Conselho Editorial da Revista Archiépelago (Cidade do México, México). Alexandre é presidente de entidades importantes como o Clube de Engenharia de Pernambuco, Associação Brasileira de Engenheiros Escritores e União Brasileira dos Escritores. Publicou ínumeros livros e artigos, inclusive A Inflação Desmistificada, O Fantasma da Dívida, A Propriedade dos Meios Naturais de Produção’, Os Conceitos de Economia’, Fortalecimento da Economia de Base Local’, O pregão e seus reflexos na economia dos estados da federação’, Os Retirantes, A Inevitável Primavera, Teoria do Valor, Economia & Poder, Solidarismo: O Brasil para Todos, Subsidiariedade Econômica: A Opção Decisiva, O Elo Fundamental, Crise - O fim do ciclo liberal, A face oculta do mercado, O Moinho, O Ato de Produção, O Attache, Bastidores & Camarins, G’Dausbbah, A Economia de Comunhão como estratégia para o desenvolvimento local, Um livro de contos, Maldição e fé e Raízes.
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“SORVETE DE PIZZA MENTOLADO X TORPEDO TOMATE” DA AUTORA JACKMICHEL
Médico morto no Vietnã é inspiração para livro “Sorvete de Pizza Mentolado X Torpedo Tomate” de JackMichel O médico Thomas Eugene Severson morto na Guerra do Vietnã em 03/10/1970 na província de Thua
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Thien, no Vietnã do Sul, foi a inspiração para JackMichel escrever sua obra “Sorvete de Pizza Mentolado X Torpedo Tomate”. Segundo a “Escritora 2 em 1” o médico cujo nome está no Vietnam Veterans Memorial, em Washington, D.C., United States, tinha 19 anos de
idade quando morreu e seus amigos o apelidaram de “Doc”. O especialista Thomas Eugene Severson serviu na sede e na sede da empresa, 1º Batalhão, 506º Regimento de Infantaria, 101ª Divisão Aerotransportada, Exército dos Estados Unidos, Vietnã.
DIVULGA ESCRITOR Ele está enterrado no cemitério nacional de Fort Snelling, Minneapolis, MN seção P, local 1779 sob um carvalho. A autora JackMichel teve a permissão de Lori, irmã de Tommy, para publicar foto dele nesta matéria. No Memorial da Guerra do Vietnã, o nome de Tom está localizado no Painel 13W, Linha 107. Publicado pela Drago Editorial em 2016 “Sorvete de Pizza Mentolado X Torpedo Tomate” é uma narrativa tragicômica e pitoresca sobre a Guerra do Vietnã que possui 104 páginas e traz cerca de 20 fotografias icônicas deste conflito: Fuzileiros navais dos EUA desembarcando em Da Nang, em 1965... William C. Westmoreland, comandante das tropas norte-americanas na Guerra do Vietnã,
entre 1964 e 1968... Soldados americanos inspecionando vilas vietnamitas... Fuzileiros navais feridos em Hué, 1968... Um bombardeiro B-66 e quatro F-105 Thunderchiefs lançando suas bombas em uma cidade no Vietnã do Norte... Manifestantes anti-guerra em frente ao Pentágono, 21 de Outubro de 1967... Soldados do Vietnã do Sul... US helicóptero Huey pulverizando Agente Laranja no Vietnã... entre outras. Uma obra sui generis para recordar, para rir, sempre! O livro Sorvete de Pizza Mentolado X Torpedo Tomate está à venda na Livraria Drago Editorial https://www.livrariadragoeditorial.com/products/sorvete-de-pizza-mentolado-x-torpedo-tomate-jackmichel/
Release do livro “Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate” No um do um de nenhum existe o alto País do Isopor que sempre vai rumo ao nada, que é tudo. Dentro da deslumbrante Colina de Papel fica a Cidade de Papel que finalmente fica dentro do isolante-térmico País do isopor. Neste lugar mágico, certo dia, foram parar um imenso sorvete com cascalho de trigo e cremosa cabeça redonda de pizza de mozzarella lambuzada de menta e um descomunal torpedo de explosivo corpo alongado feito de atomatada massa de tomate temperado. Lá chegando encontram Clarenvaldo, o feliz feiticeiro feito de fitas finas de flexível papel, com seu cavalo de gelado e escuro corpo de Pepsi-Cola, salgada-estalada crina de batatas fritas e suculentos cascos de sanduíche recheados de queijo, presunto e maionese. Então, o feiticeiro os convida a fazer Viagens do Por Aí. Então, montados no louco cavalo Pepsi-Cola Cola-Pepsi, os três conhecem: o País do Isopor, todo leveza, com seu brilhoso céu incolor envernizado de isopor e solo transparente acolchoado de isopor com embolados sacos plásticos, onde ouvem as Falantes Vozes Faladas que nunca falavam nada, mas que sempre respondiam tudo o que lhes era perguntado... a Cidade de Papel que nada mais era do que um imenso campo com solo de papelão, onde cresciam os Papelins-Capins, pastavam os Cavalos-Gelatina e pingavam os Olhos de Cílios-Bar... a Colina de Papel que era tão alta e distante de tudo quanto se pudesse estar, onde flores, pássaros e besouros isoporados fugiam na forma de bolotas móveis de poliestireno e na qual viviam os Marcianos-Bichos-Miolos-Flores. Enquanto fazem as maravilhosas viagens montados no cavalo de Pepsi-Cola, o Sorvete e o Torpedo vão ensinando coisas sobre a Guerra do Vietnã a Clarenvaldo que, cada vez mais envolvido no contexto do conflito, passa a procurar uma fórmula anti-guerra que torne o mundo feliz. O Booktrailer da obra está no YouTube https://www.youtube.com/watch?v=Zn5xRdnwJvQ&t=16s www.divulgaescritor.com | julho | 2019
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Biografia da autora JackMichel é o primeiro grupo literário da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que têm livros escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. Publicações: Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora, 2015), LSD Lua, 1 Anjo MacDermot, Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate, Ovo (Drago Editorial, 2016), Papatiparapapá (Editora Illuminare, 2017), Sixties, Tim O Menino do Mundo de Lata (Helvetia Edições, 2017), Anotações Da Lagarta Papinha, O Príncipe Milho (Editora Leia Livros, 2018) e Lobistratusdilapirulobis (Editora Illuminare, 2019). É associada ainda em ACIMA (Associazione Culturale Internazionale Mandala), LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas), AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura), UBE (União Brasileira de Escritores) e Movimiento Poetas del Mundo. Seus contos e poemas constam em antologias internacionais bilíngues. Também foi destaque em diversos jornais e revistas on-line de literatura, artes e cultura. Participou de salões literários na Europa e no Brasil. Conquistou o Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros IV, o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prix ALALS de Littérature” e no I concurso literário da Casa Brasil Liechtenstein e o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1.
Website Oficial da JackMichel A Escritora 2 Em 1 https://www.websiteoficialjackmichelaescritora2em1.com/
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