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Evandro Nunes
Entrevista com o escritor
EVANDRO NUNES
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EVANDRO NUNES, nasceu em Caruaru, PE. Formou-se em Administração pela Faculdade Estácio de Sá. Foi professor na cidade de Itaíba, PE, em seguida ingressou no Banco do Brasil, aposentando-se após 35 anos dedicados à carreira bancária. Cordelista, poeta, contista e romancista. Suas conquistas literárias são poesias e contos publicados em várias antologias, blogs e revistas literárias. Atualmente vive em São Luís, MA. “O livro tem como pano de fundo a cidade de Itaíba e Águas Belas, com algumas passagens por Recife, todas no meu Pernambuco, sendo esta última a capital do estado.”
Boa leitura!
O livro muda as pessoas – ‘O Funeral da Prostituta”
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Escritor Evandro Nunes, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “O Funeral da Prostituta”?
Evandro Nunes - Minha inspiração são personagens simples e o cotidiano das pessoas sofridas do interior nordestino, assim como criar e reinventar casos curiosos em que o suspense e o inesperado se encontram.
Apresente-nos a obra?
Evandro Nunes - “O Funeral da prostituta” é um romance contemporâneo que narra a história de Maria, uma menina pobre que nasceu e cresceu na roça, personagem principal do livro. Essa narrativa literária passa por diversos temas, como carência afetiva, pobreza, luta e fé, com uma envolvente trama e um final surpreendente.
Apresente-nos, uma passagem da obra para apreciação de nossos leitores?
Depois de deixar a igreja, o cortejo fúnebre seguia lentamente pelas ruas de Águas Belas, subindo a ladeira. Nesse trajeto, alguns curiosos estavam parados ao longo da calçada, outros estavam debruçados no parapeito da janela apenas para vê-lo passar, enquanto se contava pelos dedos das mãos às pessoas que seguiam ou precediam o esquife que subia a rua em direção ao campo santo. Não era um funeral concorrido, mas aos poucos, à medida que o caixão passava pela rua, quem estava à toa ia juntando-se ao cortejo e o calçamento pouco a pouco era tomado de gente. Essas pessoas indiferentes queriam apenas fugir da monotonia daquele lugar. Era o que se lia nesses rostos que iam acompanhando a morta. Nenhum automóvel acompanhava o funeral, apenas aqueles motoristas
mais apressados buzinavam pedindo passagem. Não chovia nesse dia, sinal de que a natureza não chorava à falecida; era uma tarde quente, sem vento, mormacenta e as folhas dos pés de algaroba ao longo da calçada nem se mexiam. O enterro continuava subindo a rua, caminho do cemitério. Da catedral ao cemitério o caminho era curto. Subia-se a Rua Constantino Lavrador e logo à margem esquerda do rio, que estava do lado de Águas Belas, ficava o campo santo. Não havia necessidade de descanso para os carregadores — eles disfarçadamente trocavam de posição — e caminhavam a passos curtos, pois se acredita que um corpo defunto fica mais leve devido à saída da alma e a falecida estava sendo levada com folga nesta sua última viagem. Nessa época os carros funerários eram para os ricos e dona Bia não quis arcar com essa despesa. Para ela bastava o prejuízo que a falecida deixara no seu bar e a cachaça servida de graça durante o velório. Durante a caminhada dona Bia afastou-se das meninas e quase correndo chegou junto aos carregadores e perguntou-lhes: — Vocês não querem descansar um pouco? Essa menina deve estar pesando... — Não, minha senhora. Vamos devolvê-la ao pó, porque tudo vem do pó e tudo retorna ao pó. O espírito volte a Deus, que o concedeu — respondeu um dos carregadores, muito seguro de seu conhecimento bíblico.
Qual o cenário, espaço geográfico escolhido para desenvolvimento da trama? Evandro Nunes - O livro tem como pano de fundo a cidade de Itaíba e Águas Belas, com algumas passagens por Recife, todas no meu Pernambuco, sendo esta última a capital do estado.
Quais critérios foram utilizados para escolha do título?
Evandro Nunes - Porque o ponto forte da história é a morte, o enterro, o sepultamento e como as putas a colocaram como objeto de veneração.
O que mais o atrai em “O Funeral da Prostituta”?
Evandro Nunes - A maneira como a história vai ficando a cada página mais vigorosa e envolvente. O relato de “O FUNERAL DA PROSTITUTA” é retratar, em ficção, os problemas que nos acometem nos dias atuais. Nesse último livro, por exemplo, abordamos aspectos referentes à família de um pobre agricultor e feirante, que teve a filha deflorada por um jovem filho de um fazendeiro, deixando-a abandonada, depois de engravidá-la... Leitor! Nem lhe sei contar o resto!...
O que a escrita representa para você? Conte-nos, o que vem mudando em sua vida por meio da literatura?
Evandro Nunes - Escrever é minha maneira de interpretar a visão que tenho do mundo. Sempre fui um ávido leitor e entrei na literatura pela porta da poesia de cordel. Publiquei quase vinte cordéis. Essa experiência me estimulou a escrever. Diria que escrever está sendo algo que alegra, a cada dia, o meu viver.
Onde podemos comprar o seu livro?
Evandro Nunes - O livro poderá ser adquirido nas lojas parceiras da Editora Katzen: Magazine Luiza (https://www.magazineluiza.com. br/o-funeral-da-prostituta-katzen- -editora); Lojas Americanas (https:// www.americanas.com.br/produto/1618058212/o-funeral-da-prostituta-katzen-editora-livro); Submarino (https://www.submarino.com.br/produto/1618058212/o-funeral-da-prostituta-katzen-editora-livro). Contato com o autor: evandronunesbb@gmail.com
Quais os seus principais objetivos a serem alcançados por meio da literatura?
Evandro Nunes - Realizar uma viagem única e mágica através da literatura e alegrar corações sensíveis à ficção.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Evandro Nunes. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Evandro Nunes - Leiam o livro “O FUNERAL DA PROSTITUTA”. O livro muda as pessoas. Leia mais para ser mais! (Editora Martin Claret).
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