44ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

Page 60

DIVULGA ESCRITOR

Entrevista com o escritor

EVANDRO NUNES EVANDRO NUNES, nasceu em Caruaru, PE. Formou-se em Administração pela Faculdade Estácio de Sá. Foi professor na cidade de Itaíba, PE, em seguida ingressou no Banco do Brasil, aposentando-se após 35 anos dedicados à carreira bancária. Cordelista, poeta, contista e romancista. Suas conquistas literárias são poesias e contos publicados em várias antologias, blogs e revistas literárias. Atualmente vive em São Luís, MA. “O livro tem como pano de fundo a cidade de Itaíba e Águas Belas, com algumas passagens por Recife, todas no meu Pernambuco, sendo esta última a capital do estado.” Boa leitura!

O livro muda as pessoas – ‘O Funeral da Prostituta” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Evandro Nunes, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “O Funeral da Prostituta”? Evandro Nunes - Minha inspiração são personagens simples e o cotidiano das pessoas sofridas do interior nordestino, assim como criar e reinventar casos curiosos em que o suspense e o inesperado se encontram. Apresente-nos a obra? Evandro Nunes - “O Funeral da

60

prostituta” é um romance contemporâneo que narra a história de Maria, uma menina pobre que nasceu e cresceu na roça, personagem principal do livro. Essa narrativa literária passa por diversos temas, como carência afetiva, pobreza, luta e fé, com uma envolvente trama e um final surpreendente. Apresente-nos, uma passagem da obra para apreciação de nossos leitores? Depois de deixar a igreja, o cortejo fúnebre seguia lentamente pelas ruas de Águas Belas, subindo a ladeira. Nesse trajeto, alguns curiosos estavam parados ao longo da cal-

www.divulgaescritor.com | junhol | 2020

çada, outros estavam debruçados no parapeito da janela apenas para vê-lo passar, enquanto se contava pelos dedos das mãos às pessoas que seguiam ou precediam o esquife que subia a rua em direção ao campo santo. Não era um funeral concorrido, mas aos poucos, à medida que o caixão passava pela rua, quem estava à toa ia juntando-se ao cortejo e o calçamento pouco a pouco era tomado de gente. Essas pessoas indiferentes queriam apenas fugir da monotonia daquele lugar. Era o que se lia nesses rostos que iam acompanhando a morta. Nenhum automóvel acompanhava o funeral, apenas aqueles motoristas


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.