45ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

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Sumário Entrevistas

Livro de Fábulas de JackMichel – A Escritora 2 em 1 – Revela o talento brasileiro em Portugal Pág.12

Colunas Solar de Poetas ......................36 Poetas Poveiros ......................46

Adriana Mayrinck...........................................................................................20 Alexandre Pires................................................................................................29 André Puga.......................................................................................................33 Atenéia Rocha..................................................................................................38 Celia Silveira.....................................................................................................44 Edielane Lacerda..............................................................................................50 Eduardo Liporacci...........................................................................................54 Fábio Antônio Gabriel - “Agora: Fundamentos Epistemológicos e Pesquisas Avançadas em Educação” ..........................................................60 Fábio Antônio Gabriel - “Docência: Processo do Aprender e do Ensinar”....................................................................................................66 Guigo Ribeiro..................................................................................................76 Jô Ramos..........................................................................................................82 Jorge Eduardo Magalhães..............................................................................85 Luíza Freire de Menezes.................................................................................90 Manuel Amaro Mendonça..............................................................................94 Paula Barros.....................................................................................................98 Rachel Fernandes..........................................................................................102 Renata Biscaia.................................................................................................106 Renné Lotoski.................................................................................................110 Sacia Xavier.....................................................................................................112 Vitória Admore..............................................................................................118 Thiê Rock........................................................................................................122

Participação Especial Luis Gustavo Lintz......................................................................................18 Atenéia Rocha..............................................................................................41 Fabiane Linhares.........................................................................................52 Marta Maria Niemeyer...............................................................................53 Rosa Maria Santos......................................................................................58 Fabiana Barbosa – Dicas1............................................................................64 Irlen Leal Benchimol.................................................................................70 Christiane Couve de Murville....................................................................79 Magna Aspásia............................................................................................84 UNISV..................................................................................................87 Edilson Silva................................................................................................97 Fabiana Barbosa – Dicas 2...........................................................................100 Bernadete Bruto.......................................................................................108 Gilmar Duarte...........................................................................................104 Flavio Joppert............................................................................................116 Tito Laraya................................................................................................120


DIVULGA ESCRITOR Shirley M. Cavalcante (SMC)

Editora Coordenadora do projeto Divulga Escritor www.divulgaescritor.com http://www.portalliterario.com/ www.revistaacademicaonline.com

Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VII Nº 45 Edição setembro de 2020 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação: EstampaPB Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

Com sucesso, chegamos à 45ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Em destaque de capa temos JACKMICHEL – A ESCRITORA 2 EM 1. Composta por mais de 40 autores contemporâneas, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 46. Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos. Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada, José Lopes da Nave, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio no Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita, para leitores de todo o mundo. Boa leitura!






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Livro de Fábulas de JackMichel – A Escritora 2 em 1 –

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

JackMichel é o primeiro grupo da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline “Jack” Ramos e Micheline “Michel” Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que tem livros escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. Tem 14 livros publicados, premiados e com menções honrosas. É associada em A.C.I.M.A (Associazione Culturale Internazionale Mandala), AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura), UBE (União Brasileira

de Escritores) e Movimiento Poetas del Mundo. Também foi destaque em diversos jornais e revistas de literatura, artes e cultura. Participou de salões literários na Europa e no Brasil. Conquistou o IV Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros na categoria Infantil/ Infantojuvenil, o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prix ALALS de Littérature” e no I concurso literário da Casa Brasil Liechtenstein e o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1. Aguardamos seu contato!

“A famosa moral da história que, ao final de cada texto do gênero, leva as pessoas a algum ensinamento.” Boa leitura! www.divulgaescritor.com | setembro | 2020

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Escritora JackMichel, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Apresente-nos a Fábula. JackMichel - Composição literária curta escrita em prosa que possui caráter educativo e faz analogia entre o dia-a-dia e as histórias vividas pelas personagens; essa analogia é chamada de moral e é apresentada no fim da narrativa. O que a motivou a escrever fábulas? JackMichel - O desafio de escrever num gênero literário que até então eu não havia escrito. O que mais a atrai nas fábulas? JackMichel - A famosa moral da história que, ao final de cada texto do gênero, leva as pessoas a algum ensinamento. Apresente-nos “Fabulário” JackMichel - Livro publicado em língua portuguesa pela editora Leia Livros no ano de 2019, com 32 fábulas, 40 páginas e ISBN: 978-65-80702-12-1. SINOPSE: A fábula é uma das formas de gênero literário. Ao longo dos tem-

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pos, os autores modernos foram desenvolvendo diversas modalidades de contá-la com o objetivo de reconstruir os mundos real, imaginário, psicológico e ficcional, além de transmitir uma lição de moral. A obra Fabulário JackMichel pode ser considerada como exemplar da expressão de sua época, de sua cultura. Isso porque a arte literária está relacionada com a leitura e análise de textos verbais e, por isso, é vista como sendo a arte construída pelas palavras. A leitura de “O Tomate Velho E O Viçoso Pimentão” provoca diferentes efeitos de sentido nos leitores e permite sair do mundo real e alcançar o mundo da fantasia. Já “Furacão Em Terra De Ventos”, “Uma Goiaba Sobre A Cama”, “Regalos De Café Da Manhã”, “O Jantar Apimentado Dos Nobres” tem o poder de modificar a realidade imediata dos leitores, bem como de fazê-los avaliar a própria vida e seus comportamentos. A leitura de narrativas como “O Mais Valioso Alfinete”, “Floração”, “Por Onde Voa A Asa do Morcego”, “A Borboleta Sentada Na Beira Do Poço”, “Penhoar Sobre Biombo” permite-nos entrar em contato com ideias de criação especial

voltadas para fins determinados, o que nos dá uma visão ampliada e simbólica dos nossos próprios sonhos e, assim, podemos compreender melhor o passado, o presente e o futuro. Em síntese uma coleção de fábulas cuja finalidade precípua é a interpretação pessoal e coerente da vida, destinada às posições suscetíveis de valor íntimo, argumentação e aperfeiçoamento de cada um. Valet considerabam! Apresente-nos uma das fábulas publicada no livro? JackMichel - O Tomate Velho E O

Viçoso Pimentão

No largo cesto disposto sobre a mesa de uma cozinha confabulavam mormente um vermelho tomate de pálida casca enrugada, murcho qual flor deixada fora do jarro e um pimentão que, de tão viçoso, parecia estar vestido num verde terno lustroso. O tomate velho, que há muito já passara do ponto de consumo, falou lépido e ancho de convicção: “Terei vida longa, por que nunca me escolherão para decorar uma bela salada. Com toda certeza, darão

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De forma resumida, comente alguns títulos publicados no livro. JackMichel - A fábula “A Bandeira, O Casaco, O Guarda-Chuva E O Tapete” destaca a inveja e a presunção como arma de quem é infeliz; “Do Tamanho De Um Grão De Areia” revela a impotência ante fatos menores que podem tomar maior relevo inesperadamente; “Alferes Versus Lirismo” fala de amor e recato guardados; “Abelha Em Contato Com Geleia Real” revela as armadilhas secretas da curiosidade...

preferência a você, por sua aparência louçã!”. “Não! Eu não quero morrer!” Disse o pimentão atrás de outros legumes frescos. “Conforme-se com seu fim!” Sentenciou o tomate, certo em prever o futuro. Mas mal acabara de falar entrou pela porta a cozinheira, que ficou queda ante a cesta de legumes. Olhou para um... para outro... até que, enfim, anunciou: “Vou usar primeiro o mais velho, que está para estragar!”. E sua mão logo pegou o tomate que, entortando a boca para baixo numa atitude chorosa, foi fatiado em muitas rodelas por uma faca amolada. Moral da História: Não se pode prever o dia de amanhã, porque a sorte muda na última hora.

Fale da experiência de divulgar seu livro em Portugal. JackMichel - É uma experiência fantástica apresentarmos agora o Fabulário em Portugal, bem como outras de nossas obras (Arco-Jesus-Íris, Papatiparapapá, Sixties, LSD Lua, 1 Anjo MacDermot) que já foram mostradas por lá subsequentemente em 2018 e 2019. Como o seu livro está sendo divulgado em Lisboa? JackMichel - Através da produtora cultural In-Finita que é também uma assessora literária especializada na

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divulgação e promoção de autores e livros. Onde podemos comprar o seu livro? JackMichel - Na livraria da editora Leia Livros https://www.leia-livros.com/product-page/fabul%C3%A1rio-jackmichel Além de “Fabulário” vocês tem outros livros publicados. Um acervo crescente e diversificado. Apresente-nos os títulos. JackMichel - Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora), LSD Lua, 1 Anjo MacDermot, Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate, Ovo, Fadastafadasbumplel e O Mundo Vítreo-Plástico-Papelar dos Telurpianos X653 (Drago Editorial), Sixties e Tim O Menino do Mundo de Lata (Helvetia Éditions), Anotações da Lagarta Papinha, O Príncipe Milho e Fabulário JackMichel (Editora Leia Livros), Papatiparapapá e Lobistratusdilapirulobis (Editora Illuminare). Onde podemos conhecer melhor o trabalho de JackMichel em Portugal? JackMichel - Temos obras em exposição no Zénite Bar Galeira, novo espaço

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para jovens artistas em Lisboa, e na biblioteca do Palácio Baldaya que também é um lugar privilegiado de cultura na cidade de Lisboa. As fotos destes eventos estão no nosso website. Comente sobre a participação na Feira do Livro de Lisboa/2020. JackMichel - JackMichel tomará parte na 90ª Feira do Livro de Lisboa em data a ser confirmada em 2020, como autora representada pela Rede Sem Fronteiras, expondo as obras “Lobistratusdilapirulobis”, “Fadastafadasbumplel” e “Fábulário JackMichel”. Quais os seus próximos projetos literários? JackMichel - Junto à Editora UNISV que publicará até o final de 2020 nossa coleção “Fada-Conto” constituída por 6 volumes, eu e Jack encabeçaremos (como redatora e editora) uma revista digital voltada a promover a literatura moderna brasileira pelo mundo. O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária dentro e fora do Brasil?

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JackMichel - Para nós, escrever é viver. Escrevendo somos JackMichel sic et simpliciter. Com razão, Fernando Pessoa disse “Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo.” Escrevemos tendo orgulho de sermos brasileiras, mas levando em conta que a pátria de todo artista é o mundo e suas obras são patrimônios da humanidade. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora JackMichel. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? JackMichel - Vou deixar uma de nossas frases icônicas: “ESCRITOR NÃO É VAGABUNDO!” Site JackMichel https://www.websiteoficialjackmichelaescritora2em1. com/ _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR LUIS GUSTAVO LINTZ

CRIADOR

SEMPRE JUNTO COM JESUS CRISTO Sua obra é importante para todo cristão Que com fé, acredita na sua grandiosa missão De evangelizar em nome de Deus toda a nação. Tem o poder de curar um coração aflito Que com fé te faz um pedido Para nunca mais ficar perdido.

Do jeito que você aparece sempre Na paz, na brisa suave e mansa E toca bem fundo meu coração. Fala-me coisas importantes e me ajuda A tomar o rumo certo e a direção correta No momento propício de cada situação. Você é meu escudo e protetor E te levo sempre comigo no coração Para achar alegre a solução.

És o Santo Bendito, és Jesus Cristo Vamos agora a todos evangelizar Com músicas, palavras , reflexões e orações Trazendo Jesus junto de nós para meditar Evangelizar é preciso e trabalhar é só começar E a graça virá e você verá!!! Que é fácil evangelizar , é só começar. És o Santo Bendito, és Jesus Cristo

Se hoje estou inspirado É porque algo aconteceu E de repete você apareceu.

Hoje estou a beira-mar E espero um dia te encontrar Aqui ou em outro lugar Para poder te falar... Quanto TUA presença me ajuda Me impulsiona para ação Com muito amor no coração És o Criador , Meu DEUS Poderoso e maravilhoso Que me acompanha nas decisões e Em toda e qualquer solução.

A graça sempre virá, então vamos lá Comece agora a caminhar Junte-se a nós, venha trabalhar por Jesus e você receberá felicidade, paz e amor para compartilhar És o Santo Bendito, és Jesus Cristo Tenha coragem e venha conosco ficar todas as mãos irão te ajudar Sempre a melhorar. E a graça virá Então vamos lá É só começar. És o Santo Bendito, és Jesus Cristo

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Entrevista com a produtora cultural e editorial

ADRIANA MAYRINCK Adriana Mayrinck, produtora cultural e editorial da In-Finita. Nasceu em 1970, morou 38 anos no Rio de Janeiro e entre idas e vindas 8 anos em Recife, onde nasceu. Criou a IN-FINITA, em 2008 para eventos, projetos, assessoria literária e produção cultural. Desde 2010, promove a poesia, literatura e cultura luso-brasileira. Em 2017, mudou-se para Portugal e divulga os lusófonos, em seus projetos e eventos. Coordena o Mulherio das Letras Portugal (coletivo literário feminino), representante em Lisboa do Projeto Solidário Ser Mulher, da União Brasileira de Escritores (UBE-Recife/PE) e do ELOS CLUBE (Teresópolis/RJ). Faz parte da Academia Virtual da Língua Portuguesa, na cadeira OLGA SAVARY. Tem dois livros publicados : In-Finita - Dowslley Editora e In-Sensatez - Coleção 32 - Sangres Editorial (edição artesanal). Participou em algumas coletâneas no Brasil, Portugal e Suíça e de algumas edições do Fanzine Alfarrábios (Rio de Janeiro).

Boa leitura!

Orientamos ao máximo, mas não interferimos no processo criativo. Não dizemos se o livro é publicável ou não, acreditamos que todos têm o direito de ter um livro. Mas temos a obrigação e responsabilidade de produzir um

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Assessora e Editora Adriana Mayrinck é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a trabalhar na área literária? Adriana Mayrinck - Agradeço a oportunidade por esse espaço e é uma imensa satisfação estar no DIVULGA ESCRITOR. Nasci ao meio de livros, meu avô materno (José Alves de Almeida Filho) era primo e afilhado do José Olympio e sócio/gerente da José Olympio Editora. Meu bisavô (Alberjano Torres) tinha um dos maiores sebos/alfarrábios do Rio de Janeiro. Desde criança, sempre estive com livros, papel e caneta nas mãos, adoro ler e escrever. Estudei em duas faculdades, artes plásticas (UFPE-Recife) e jornalismo (Faculdade da Cidade/ Rio de Janeiro), mas não me formei, pois em 1989 comecei a trabalhar e fazer estágios desde o primeiro período de faculdade na TV GLOBO (Globo Esporte/ futebol), além de resenhas e entrevistas para jornais e revistas, assessoria de imprensa, produção para comerciais de TV, fui diretora de artes em dois curtas-metragens (Repúblika Pureza – Marcello Maia) entre inúmeras atividades, projetos e eventos culturais, inclusive marketing, vendas e turismo. Em 2010, ao trabalhar na produção do ALT FEST/ FLIPORTO (Feira Literária Internacional de Pernambuco Festival) com o incentivo do poeta Silvio Romero Tuppan, comecei a levar mais a sério as minhas prosas e poesias (inúmeras, escritas em diários, cadernos e agendas desde adolescente) e ao participar dos Saraus Poéticos, Feiras e Festivais literários, entre outros, também os divulgava. Três anos depois, fui agente literária de um poeta português. Em 2017, antes de vir para Portugal, produzi uma série de eventos para o lançamento do meu primeiro livro (edição limitada de 100 exemplares - em ação colaborativa entre amigos e familiares), sempre contando com parcerias, apoios e patrocínios, como a Fundação Gilberto Freyre, Prefeitura do Reci-

fe, UBE (União Brasileira de Escritores – Recife), Espaço Pasárgada/Casa do Poeta Manoel Bandeira, Livraria Praça de Casa Forte, Confeitaria Pernambucana, entre outros. Foram dez dias, celebrando a poesia, entre saraus, encontros literários e uma apresentação musical de samba, com amigos poetas vindos do Rio de Janeiro e os que estavam em Recife, para despedir-me e deixar registrado essa parte da minha história. Foi a forma que encontrei de deixar um pouco de mim no Brasil, agradecer a todos que sempre prestigiaram os meus eventos e a minha escrita, nesses anos de idas e vindas entre Rio de Janeiro e Recife. Mas a minha frustração enquanto autora, pois o livro não ficou exatamente como planejei e nem a sua divulgação, me fez repensar e trilhar um novo caminho para a In-finita.

A do Mulherio Portugal é uma mistura de fado e samba, tenho sido sempre muito bem recebida e apoiada em todas as iniciativas e só tenho de agradecer a todas que participam. As portuguesas são acolhedoras, generosas, é uma outra cultura, outra realidade, outra forma de vivenciar as situações, mas percebo que estão começando, mesmo que timidamente a se expressarem mais. No Brasil temos essa necessidade do coletivo, porque nascemos com essa marca deixada por nossas antepassadas e somos mais ousadas em marcar posições e expressar as nossas reivindicações. Apesar de ser a responsável e administrar o movimento em Portugal, é um coletivo e todas são colaboradoras, e quem foge às regras, não fecho as portas, mas não convido para os eventos.

Apresente-nos o Mulherio das Letras, em Portugal? Adriana Mayrinck - Quando o Mulherio das Letras começou no Brasil, foi no ano em que estava me organizando para morar em Portugal, e tinha a ideia de trazer o grupo para cá. Tanto que no segundo Conexões Atlânticas em 2018, abri um espaço para o Mulherio das Letras do Brasil e muitas brasileiras participaram, além das residentes na Europa que apoiaram o projecto. Desde esse momento já tinha a intenção em criar esse intercâmbio entre as autoras lusófonas espalhadas pelo mundo, por isso, para não restringir, aceito participantes nascidas, residentes ou que visitam Portugal. E após organizar os novos rumos que a In-Finita tomou ao vir para terras lusas, resolvi assumir o grupo em Portugal.

Quais os próximos projetos do Mulherio das Letras, em Portugal? Adriana Mayrinck - De imediato é o II Encontro Mulherio das Letras Portugal 2020 – VIRTUAL, nos dias 25, 26, 27 e 28 de SETEMBRO, mas estamos semanalmente com diversas ações promovidas em parceria com a In-Finita, como as entrevistas e leituras que são disponibilizadas no Youtube. O II Encontro Mulherio das Letras Portugal, previsto para 1, 2 e 3 de maio de 2020 no Palácio Baldaya (Centro Cultural em Benfica- Lisboa) estava organizado com seis meses de antecedência e já contava com a confirmação de mais de 60 escritoras lusófonas espalhadas entre o Brasil e a Europa, além de uma exposição em homenagem aos 40 anos de profissão da escritora portuguesa Alice Vieira. Com a inesperada pandemia (covid-19), adiamos para maio de 2021. Mas ao produzir as coletâneas de poesia, prosa e conto, que marca esse evento, agendei o lançamento virtual para Setembro. Em tempos de quarentena comecei a promover iniciativas VIRTUAIS para manter todas as 234 participantes integradas e mostrar que estávamos todas juntas independente do local e da situação, passando e sentindo o mesmo. São autoras de infini-

O Mulherio das Letras Portugal é um coletivo feminino, espontâneo vinculado ao movimento Mulherio das Letras Nacional Brasil, mas de caráter autônomo e colaborativo, assim como todos os grupos do Movimento, mas tento seguir as regras e diretrizes, embora cada país e cada grupo tenha a sua particularidade, dependendo da cultura local.

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tas realidades, que escrevem em língua portuguesa e participam de vários movimentos literários e sociais, que vivem em Portugal, Brasil, Bélgica, França, Suíça, Itália, Alemanha, Espanha, Londres, Luxemburgo, Croácia, Dinamarca, Irlanda e até Estados Unidos. Após alguns eventos virtuais para divulgação tive a ideia de não mais adiar. Vamos realizar além do dia 25 (data marcada para o lançamento das coletâneas) os dias 26, 27 e 28 de Setembro para agregar virtualmente todas as mulheres lusófonas, envolvidas no universo da escrita, separadas geograficamente e que contribuem para o empoderamento feminino, causas sociais e o fortalecimento da literatura em língua portuguesa. Haverá uma homenagem às mulheres que se destacaram na literatura e na cultura luso-brasileira, entre elas, Alice Viera (portuguesa que celebra 40 anos de vida profissional), Maria Valéria Rezende (escritora brasileira e idealizadora do Movimento Mulherio das Letras), a escritora Laura Areias, portuguesa erradicada em Recife, falecida em 2019, com mais de 45 livros publicados. E a Clarice Lispector (Palestra com Beatriz H. Ramos Amaral) e Amália Rodrigues (Apresentação da Fadista Tina Colaço) pelos 100 anos de nascimento, simultaneamente, comemorados em 2020. Haverá um tributo a Olga Savary (escritora e poeta) e a todas as vítimas do coronavírus. Continuaremos com as nossas ações virtuais após o evento, pois em novembro já abrem as inscrições para o próxima coletânea Mulherio das Letras 22

poesia , prosa e conto, com lançamento previsto, se tudo der certo, no Encontro presencial em MAIO de 2021, mas se a pandemia persistir, nos encontraremos virtualmente em setembro, como estamos fazendo agora. As LIVES e VÍDEOS serão transmitidos no Facebook na página Mulherio das Letras Portugal, na página In-Finita , no YouTube – canal Mulherio das Letras Portugal. Apresente-nos a In-Finita, Assessoria Literária. Adriana Mayrinck - A In-Finita é uma produtora de livros, eventos e assessoria literária. Foi criada 2008 como produtora cultural, na época era In-Finita Bureau de Ideias (Julia Mayrinck, minha filha, hoje com 23 anos e designer, aos 11 anos criou o logotipo e já era a minha assistente de produção e fazia as artes dos eventos). Depois virou empresa para edição de livros e eventos. Entre 2008 e 2017, foram nove anos muito intensos, com diversas atividades culturais entre o Rio de Janeiro e Recife. Ainda no Brasil, em 2017, fechei uma parceria com o Toca a Escrever do Emanuel Lomelino, que também divulga a literatura lusófona em seus blogues desde 2010 e participa de eventos literários, além de autor, com 8 livros publicados. Ao chegar em Lisboa, incorporamos o Toca a Escrever e o Toca a Falar disso como nossas ferramentas de divulgação, segmentamos as atividades para a divulgação de autores lusófonos, assessoria literária e

produção de livros. O Emanuel, era o elemento que faltava para completar a pirâmide da In-finita. Ambas com significado: A pirâmide simboliza ascensão, elevação, bem como o poder da vida sobre a morte e In-Finita (significa projetos com começo, meio e fim, mas que deixam o seu legado na escrita, nos livros, nos encontros, na mente e no coração dos que participam) Quais as principais atividades desenvolvidas pela In-Finita. Adriana Mayrinck Produzimos livros personalizados, em Portugal e no Brasil, com baixos custos. Antes da pandemia, o autor residente em Portugal, não pagava para produzir os primeiros 50 exemplares, era uma forma de incentivo, para que todos pudessem ter o seu livro, mas agora foi necessário criar uma outra alternativa, de co-participação com o autor. No Brasil e demais países da Europa, fazemos um valor bem abaixo do que geralmente se encontra nos orçamentos. Além da divulgação antes, durante e após o lançamento (contrato de 4 meses, renováveis), fazemos revisão, capa, todos os registros legais e orientamos sob diversos aspectos, desde estrutura poética ou de organização do texto, língua portuguesa e tudo o que envolve a boa escrita – vocabulários e vocábulos, concordância gramatical e verbal, entre outros.Estamos começando a produzir também E-Pub e E-book. A assessoria literária (divulgação do livro e o autor nas plataformas digitais, eventos, e parcerias com rádios e Tv

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local) é um serviço prestado independente do livro ser produzido por nós. Fazemos revisão, paginação, consultoria, divulgação, mesmo que o livro seja editado por outros, inclusive indicamos editoras. Produzimos eventos literários, temos um protocolo há três anos com o Palácio Baldaya, em Benfica – Lisboa (com a pandemia agora os nossos eventos são virtuais) Prestamos serviços para editoras, como coordenação de coletâneas, concursos literários e eventos (festivais e feiras de livros) Obs: Uma informação pertinente, pois aprendi há pouco tempo: Antologia é a reunião de textos do mesmo autor. Coletânea é a reunião de textos de vários autores. Quem desejar contratar os serviços da Assessoria, como proceder? Adriana mayrinck - As redes sociais são as nossas ferramentas de divulgação. Devido a demanda, é impossível acompanhar e responder a todas as mensagens, por isso pedimos que entrem em contato por e-mail: infinita.lisboa@gmail.com ou portugal.infinita@gmail.com Temos também o número do celular/ telemóvel e whatssap (+351) 916 900 238 Em setembro, o nosso site estará disponível: www.in-finita.com . Quais dicas apresentas aos escritores. Adriana Mayrinck - O nosso trabalho é personalizado, cada escritor ou autor, têm uma particularidade, e trabalhamos em cima de suas percepções e desejos. Se quiser estar em grandes plataformas livreiras, indicamos editoras que estejam de acordo com o perfil e vontade do autor. Se querem um livro personalizado, com a nossa assessoria literária e tudo que envolve, pois seguimos uma determinada conduta e regras, que para além da nossa organização, é nossa missão educar o autor, para se chegar ao produto final de um livro, muitos passos devem ser

dados antes, não é só pegar um monte de papéis e colocar uma capa em volta. Estamos sempre à disposição e de portas abertas. A In-Finita (Adriana Mayrinck, Emanuel Lomelino e Julia Mayrinck) não faz convites a autores. Mas quem chegar até nós, é sempre muito bem-vindo. Orientamos ao máximo, mas não interferimos no processo criativo. Não dizemos se o livro é publicável ou não, acreditamos que todos têm o direito de ter um livro. Mas temos a obrigação e responsabilidade de produzir um livro limpo, sem erros, cuidamos da imagem de capa, que é o cartão de visitas do autor. O respeito com o leitor, é prioridade. Tentamos ao máximo atingir a perfeição, claro que falhamos, mas ao perceber qualquer deslize, corrigimos de imediato. Quais os seus próximos projetos literários? Adriana Mayrinck - A In-finita, desde 2018 têm projetos fixos: coletâneas que incluem diversas ações de divulgação no Brasil, em Portugal e demais países da Europa devido a parcerias com os autores participantes. Conexões Atlânticas Brasil – Portugal - lançamento JULHO (autores lusófonos nascidos ou residentes no Brasil e Portugal). Ecos do Nordeste - Brasil – lançamento NOVEMBRO (autores nascidos ou residentes nos nove estados do nordeste brasileiros – divulgamos em Portugal e no Brasil – com a colaboração de Josessandro Andrade (coordenador Geral e de Pernambuco), Adna Raul (coordenadora da Bahia) e Patrícia Cacau (coordenadora do Ceará). Mulherio das Letras Portugal – Poesia / Prosa e Conto – lançamento MAIO (autoras que escrevam em língua portuguesa, residentes ou com endereço no Brasil, Portugal ou demais países da Europa (por questões de logística na entrega dos livros e dificuldades envolvidas, não fazemos envios para a África)

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Temos coletâneas e colecções pontuais, como TOCA E ESCREVER, PANDEMIA DE PALAVRAS, entre outras, que estamos organizando e em breve serão anunciadas. A In-Finita acredita no trabalho colaborativo e na parceria, quanto mais autores estiverem juntos, mais se conhece a escrita de cada e aumenta o circuito de leitores e divulgação. Em 2018 convidamos o João Dórdio para coordenar uma colecção de poesia – POESIS (10 autores) e em 2019, ele começou a colecção Dordiana (em andamento), que inclui poesia, prosa, romance e conto. A Maria Antonieta Oliveira, foi convidada, também em 2019 e coordenou a colecção Entre Versos (7 autores), Entre Palavras (7 autores) e está em andamento com a colecção Ecos D`Alma. Temos também a parceria do Raul Tomé (Baltasar Sete-Sóis) que coordena a colecção IPSIS VERBIS, além contribuir na assessoria literária. E a Sara Timóteo. A NTR Rádio Network (Jorge Gaspar) apoia e divulga as nossas iniciativas. Produzimos também coletâneas idealizadas e organizadas por coordenadores (as) no Brasil, Itália e em Portugal. Prestamos serviços para as Edições Vieira da Silva (Portugal), com as coletâneas anuais, comemorativas para o aniversário da editora (coordenadas por Adriana Mayrinck), coletâneas e concursos literários (coordenados por Emanuel Lomelino). Em tempos de pandemia (covid-19) cancelamos os nossos eventos presenciais que aconteciam todas as semanas no Zénite Bar Galeria e Palácio Baldaya, em Lisboa. E adaptamos para as LIVES e VÍDEOS. Em SETEMBRO vai acontecer o II Encontro Mulherio das Letras Portugal 2020 – Virtual, grande encontro de escritoras, editoras, produtoras literárias e autoras lusófonas. Semanalmente, fazemos o Sarau Virtual In-Finita-Palácio Baldaya (vídeo 23


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pré-gravado com três autores declamando ou lendo poesia), Toca a Falar Disso – Dez Perguntas a... (entrevistas), In-Finita: Apresenta... (leituras e apresentação de livros e autores, sejam colecções, livros individuais ou coletâneas), Leituras Poéticas com Adriana Mayrinck (Lisboa) e Inêz Oludé (Bruxelas) (leituras dos poemas e prosas das coletâneas produzidas pela In-finita), Lançamento de Livros Virtuais (pré-agendados). Em breve, Dicas In-Finita, (comentários sobre gêneros literários, figuras de linguagem, entre outras dicas). As LIVES são transmitidas no Facebook na página da In-Finita e o SARAU VIRTUAL na página do Palácio Baldaya e depois disponibilizamos os vídeos no YouTube - canal In-Finita. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer

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melhor assessora e editora Adriana Mayrinck. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Adriana Mayrinck - É um tempo de muita dificuldade, sacrifícios, renúncia, perdas emocionais e financeiras, solidariedade, aprendizagem e quebra de paradigmas. Todos, sem exceção, precisam se readaptar, recriar e alterar a forma de estar no mundo. Acredito no distanciamento físico, não no social, pois podemos interagir por diversas formas. (e-mail, telefone, cartas, redes sociais, vídeo conferência, etc...)

e oportunidade para nos reinventar, escrever, criar, ler, produzir. Descobrimos canais para maior interação, mais informação, mais trocas. (virtuais) Acredito que a pandemia terá a duração que as nossas atitudes pessoais determinarem. Fazemos parte de um coletivo, e o que fizermos corretamente ou equivocadamente, refletirá no outro. Ficar sem aproveitar um verão ou uma viagem, pode ser o sim ou o não para se ter outros verões e inúmeras viagens no futuro. Protejam-se, usem máscaras e muita responsabilidade social.

A In-Finita está cumprindo todas as normas e regras, se readaptando, enviando livros via correios, repensando possibilidades de trabalho, diferentes do que fazíamos e acreditávamos. É o momento que a vida desacelerou, nos dando mais tempo

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II Encontro Mulherio “Sabe aquela placa de ‘Meninas não entram’ do Clube do Bolinha? Minha vontade era escrever como slogan do Mulherio: ‘Meninos entram. Mas para escutar" Maria Valéria Rezende

O

II Encontro Mulherio das Letras Portugal, previsto para maio de 2020 no Palácio Baldaya (Centro Cultural em Benfica – Lisboa) estava organizado com seis meses de antecedência e já contava com a confirmação de mais de 60 escritoras lusófonas espalhadas entre o Brasil e a Europa, além de uma exposição em homenagem aos 40 anos de profissão da escritora portuguesa Alice Vieira. Com a inesperada pandemia (covid-19), adiamos para maio de 2021. Mas ao produzir as colectâneas de poesia, prosa e conto, que marca esse evento, Adriana Mayrinck, produtora cultural e editoria da In-Finita, além de responsável pelo Movimento em Portugal e organizadora dos Encontros anuais, entre outras iniciativas, agendou o lançamento virtual para setembro. Em tempos de quarentena começou a promover iniciativas para manter todas as 234 participantes integradas. São autoras que escrevem em língua portuguesa e participam de vário movimentos literários e sociais, que vivem em Portugal, Brasil, Bélgica, França, Suíça, Itália, Alemanha, Espanha, Londres, Luxemburgo, Croácia, Dinamarca, Irlanda e até Estados Unidos. Após alguns eventos virtuais para divulgação surgiu a ideia de não mais adiar. Vamos realizar além do dia 25 (data marcada para o lançamento das colectâneas) os dias 26, 27 e 28 de SETEMBRO para agregar virtualmente todas as mulheres lusófonas, envolvidas no universo da escrita, separadas geograficamente e que contribuem para para o emponderamento feminino, causas sociais e o fortalecimento da literatura em língua portuguesa. O evento acontecerá em LIVES no Facebbok e vídeos disponibilizados no Youtube, com convidadas a criarem os seus painéis, temáticas e participações de forma colaborativa e gratuita. Estamos ainda construindo a programação, mas devido ao interesse, acreditamos que será necessário mais um fim de semana. A programação é mesclada com

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diversos painéis em temas variados, interações musicais, depoimentos, performances, declamações, em vídeos, além do lançamento em videoconferência da colectânea Mulherio das Letras 2020 e de livros coletivos e individuais. Como a ideia é desperta a atenção para a sororidade e para as diversas vozes da mulher na sociedade, muitas convidadas participam de outros movimentos lietrários que se seguiram em desdobramentos do pioneiro Mulherio das Letras. Estamos todas unidas por uma única causa, que é enraizar a mulher como ser pró-ativo, pensante, criador e em igualdade. O II Encontro Mulherio das Letras Portugal fará uma homenagens às mulheres que destacaram-se na literatura e na cultura luso-brasileira, entre elas, Alice Viera ( portuguesa que celebra 40 anos de vida profissional), Maria Valéria Rezende (escritora brasileira e iealizadora do Movimento Mulherio das Letras), a escritora Laura Areias, portuguesa erradicada em Recife, falecida em 2019, com mais de 45 livros publicados. E também, Clarice Lispector e Amália Rodrigues pelos seus 100 anos de nascimento, simultaneamente, comemorados em 2020. Haverá um tributo a Olga Savary (escritora e poeta) e a todas as vítimas do coronavírus. Em 2018, o evento aconteceu em março, com desdobramentos na organização realizado por Beth Olegário e Noemi Alfieri, investigadoras da Cham na Universidade Nova Lisboa e no Palácio Baldaya, organizado pro Adriana Mayrinck. Foram 4 dias de muita troca e movimentação literária, com diversas participações vindas do Brasil e da Europa, entre mesas de discussão, paletras, rodas de conversa, painéis, sarau, performances, música, exposição, feira do livro e o lançamento das colectâneas em edição comemorativa ao dia intenacional da mulher.

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das Letras Portugal O Mulherio das Letras Portugal é um movimento espontâneo vinculado ao movimento Mulherio das Letras Nacional - Brasil, mas de carácter autônomo e colaborativo. Administrado pela produtora cultural e editorial Adriana Mayrinck (In-Finita), começou em março de 2018, em Lisboa e reúne autoras que escrevem em língua portuguesa, nascidas, residentes ou que visitam Portugal para divulgar a literatura e a cultura lusófona. A nossa missão é promover e criar oportunidades de encontros e fortalecer o intercâmbio das autoras lusófonas espalhadas pelo mundo, em diversas ações promovidas com o apoio do Palácio Baldaya (Centro Cultural em Benfica - Lisboa), e demais parceiros, realizamos além do Encontro anual, lançamentos e apresentações de livros, coletâneas, oficinas, saraus, tertúlias, círculos de leituras e discussões, entre outras atividades. E mantemos vínculos também com o Brasil e demais países da Europa, promovendo ações de divulgação através parceiras atuantes no mercado literário.

SOBRE O MULHERIO DAS LETRAS

O Mulherio das Letras Nacional no Brasil, foi criado em 2017 pela escritora Maria Valéria Rezende. É um coletivo feminista literário, de autoras brasileiras, diretamente interessado na expressão pela palavra escrita e oral. O grupo com representatividade em quase todas as cidades do Brasil, também tem coordenação em Portugal, Itália, Europa e Estados Unidos. O objetivo é reunir profissionais relacionadas à produção literária e cultural, de autoria feminina. O objetivo é divulgar/promover e criar oportunidades de encontros para dinamizar e fortalecer o vínculo entre as mulheres envolvidas no universo literário, que se propõem discutir questões da mulher nas áreas da literatura, arte e da cultura. É um movimento em progressão e que ocorre com desdobramentos, são mais de sete mil mulheres que trabalham no sentido de promover, através do uso das tecnologias de informação e comunicação, o empoderamento feminino - não apenas como um direito humano fundamental, mas como base necessária para a construção da igualdade de gênero. Nos Encontros anuais, realizados por enquanto no Brasil, em Portugal e na Itália, tentamos agregar e acolher todas as escritoras, autoras, leitoras e simpatizantes que fazem da escrita, uma caminhada sem fronteiras para a divulgação da língua portuguesa.

Acompanhe-nos! Participe!

Blogues: Mulherio das Letras Portugal : mulherioletrasportugal.blogspot.com/ II Encontro Mulherio da Letras Portugal: mulherioportugal.blogspot.com/ INSTAGRAM: @mulheriodasletrasportugal TWITTER: @mulheriopt YOUTUBE: Acompanhe e Inscreva-se: canal In-Finita https:// www.youtube.com/channel/UC7EzlBnCfH3NT_ TM8RkHq8Q canal Mulherio das Letras Portugal https://www.youtube.com/channel/ UCckvsQDLy5MeWPfwse4y1pA?view_ as=subscriber

Informações

E-mail: mulheriodasletrasportugal@gmail.com mulherioportugal@gmail.com Parcerias que ajudam a fortalecer as ações do Mulherio das Letras Portugal: Ser Mulher, Projecto Solidário - cancro de mama (Lídia Moura Lsm - representante em Lisboa - Adriana Mayrinck), Associação Mulher Migrante ( Ana Casanova Pinto - Suíça), Sonora Festival • Lisboa, Portugal (Coletivo das Mulheres Compositoras - Isabella C. Bretz - Lisboa), Plataforma GENI - Carol Vieira, Palácio Baldaya.

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Entrevista com o escritor

ALEXANDRE PIRES Formado em Administração pela USU – Universidade Santa Úrsula/RJ, com diversos cursos de extensão/ aperfeiçoamento nas áreas de Administração de Material, O&M e Licitação Pública. Corretor de Seguros habilitado pela, então, FUNENSEG – Fundação Nacional de Seguros (hoje ENS – Escola Nacional de Seguros). Teólogo autodidata e bacharelando em Teologia e Ciência das Religiões no Instituto de Teologia Logos (EAD) – MA. Palestrante nas áreas de seguro e licitações; elaborador de workshops em diversas igrejas; ex-professor de escolas dominicais; articulista em seguro e assuntos religiosos. Possuo vasto conhecimento em diversas religiões cristãs e não-cristãs, com participação efetiva em todas elas ao longo dos anos, inclusive como criador de cursos e palestrante. Atualmente dedica-se, exclusivamente, ao estudo das religiões, com publicações de artigos e como escritor. Boa leitura!

O propósito do livro é levar o leitor a uma reflexão pessoal sobre o tema, em face de um cenário de posições antagônicas, de modo a permitir que o mesmo opte, conscientemente, sobre sua escolha.”

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JOGOS DE APOSTA É DESTAQUE EM ‘ORAÇÃO E LOTERIA’

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor Alexandre Pires, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “Oração & Loteria”? Alexandre Pires - Em diversas igrejas, sobretudo as de viés cristão, sempre houve dúvidas e perguntas frequentes sobre se é pecado ou não, um fiel (membro de igreja) realizar apostas em jogos de loterias oficiais. Assim sendo, após várias pesquisas, incluindo

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questionamentos com lideres de igrejas, sobretudo pastores e padres, resolvi trazer uma reflexão mais profunda e abrangente quanto à questão de ser ou não pecado efetuar tais apostas. Apresente-nos a obra Alexandre Pires - Partindo de uma antiga anedota na qual um judeu, diariamente, pede a Deus que o permita ganhar na loteria para poder comprar um colar “pro Sarah” e, após tanta insistência, Deus, finalmente, resolve atendê-lo desde que o mesmo, pelo menos, compre um bilhete, o livro traz à baila

a questão não pacificada entre todas as correntes religiosas, sobre o que podemos pedir a Deus através de orações ou se existe impedimentos para algum tipo de pedido e, neste caso, quais e porquê. São ressaltadas algumas opiniões de líderes “evangélicos” e outras fontes a eles relacionadas por serem, em sua maioria, contrários à liberdade de escolha de assuntos sobre os quais se deve ou pode orar. Em seguida, apresenta as diferentes definições para oração, reza e prece, de

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acordo com os vários segmentos religiosos existentes apresentando, ainda, uma análise pormenorizada sobre o Pai Nosso, por ser a oração mais realizada em todas as religiões com viés cristão. Conceitua jogo e suas aplicações e implicações, inclusive na Bíblia, ressaltando aspectos definidores de sorte e azar e como a Bíblia trata do assunto, apresentando diversas opiniões de líderes, igrejas e de setores religiosos sobre o tema. O propósito do livro é levar o leitor a uma reflexão pessoal sobre o tema, em face de um cenário de posições antagônicas, de modo a permitir que o mesmo opte, conscientemente, sobre sua escolha. Destaque alguns dos tópicos apresentados no Sumário Alexandre Pires - O livro apresenta a distinção existente, por exemplo, entre os conceitos de “evangélico” e protestante, costumeiramente existente nos meios de comunicação, sobretudo em reportagens bem como apresenta, em detalhes, a “construção” da oração, tão difundida, do Pai Nosso e enfatiza a diferença entre sorte e probabilidades. Quais os principais desafios para escrita do livro? Alexandre Pires - Dois foram os grandes desafios para a composição do livro: um, foi buscar extrair um conceito exato e factual dos significados de jogo e loteria a fim de obter uma distinção exata entre ambos, para fins de discussão no livro e o outro, obter a colaboração, ou seja, a disposição de alguns religiosos em opinar, sem buscar dogmatizar sobre o tema, mas apenas expor opiniões de modo a não rotular, de antemão, se se trata de um pecado ou não, sob várias situações que podem fazer com que algumas pessoas possam buscar soluções em tal prática.

O que mais o atrai em “Oração & Loteria”? Alexandre Pires - O fato de apresentar posições, por vezes antagônicas no meio religioso sem, contudo, provocar que tais pontos de vistas opostos tornem-se ou distorçam a pretensão original da abordagem do livro. O que o leitor pode esperar ao ler a obra? Alexandre Pires - Como dito anteriormente, a obra não possui caráter determinativo na tomada de decisão do leitor quanto ao fato de ser ou não pecado, pelo contrário. A obra apresenta conceitos e descortina um posicionamento atual e não restritivo entre o meio religioso tornando-se, dessa forma, uma oportunidade de reflexão pessoal de cada um da forma como pode encontrar a resposta para a questão de ser pecado ou não fazer aposta em loterias oficiais. Onde podemos comprar o seu livro? Alexandre Pires - Pode ser adquirido, em ambos os formatos – físico e e-book – através de compra direta na Editora Vizeu (www.evizeu.com) e, ainda, através do site Amazon.com, também nos dois formatos. Quais os seus próximos projetos literários? Alexandre Pires - Atualmente estou trabalhando, simultaneamente, em dois projetos, um já com título definido (Paradoxo 927), que abordará questões cruciais e de constantes discussões teológicas, longe de serem pacificadas, sobre determinados aspectos do Livro de Hebreus e o outro trata, igualmente, de assunto não pacificado entre os diversos teólogos de várias linhas de interpretação, porém sem título definido ainda.

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Além de escritor você realiza workshops em igrejas evangélicas. Comente sobre esta atividade. Alexandre Pires - Realizei vários workshops, sobretudo com viés de abordagem na educação financeira (especialidade de minha esposa) sob o ponto de vista bíblico, sobremaneira baseados no Livro de Joel bem como para o publico infantil, extraindo conceitos de cidadania, higiene individual e pública, interpretações de assuntos bíblicos no mundo atual. Infelizmente as intensas pesquisas que realizo para produzir obras literárias e artigos e, em casos especiais, esboços de sermões ou de temas para discussão, tomam-me tempo em demasia além dos inúmeros e longos contatos, via internet com grupos de teólogos de várias religiões, inclusive não-cristãs, razões pela quais me afastei, temporariamente, da elaboração de workshops. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Alexandre Pires. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Alexandre Pires - Desejo que apreciem minha obra, estando aberto à criticas e/ou opiniões através do meu e-mail indicado no livro e que sempre procurem desenvolver seus conhecimentos através da leitura pois, afinal, é um excelente exercício para nosso cérebro.

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Em destaque para o Livro

“Meninas de 30” da escritora Roberta de Souza Roberta de Souza, autora do livro “Meninas de 30”, apresenta aos leitores seu livro de poesias A escritora e jornalista Roberta de Souza, se apresenta despida até a alma, transbordando sensações e sentimentos, em seu novo livro de poesias e pensamentos, publicado sob o selo da Editora Proverbo. O terceiro livro de Roberta, promete conquistar o leitor desde a primeira página. Revestida de empatia e buscando tocar almas, a escritora passeia pelos mais variados temas e oferta muita luz para aqueles que buscam a boa leitura em suas páginas. Sobre a definição do título Cavador do Infinito, Roberta conta que ele chegou por acaso. “Sem muitas ideias de como chegar a um título realmente meu, comecei a ler os meus poemas preferidos que, ainda bem novinha, repassei para um caderno, e me deparei com um que eu adoro, do poeta João da Cruz e Souza, e ele falou comigo, cada linha do poema me dizia: assim é sua escrita nesta obra, você é o cavador do infinito! E assim ficou!”, conta. Usando de todo seu poder de escrita, a jornalista passeia por diversos estilos e formas, sem se prender a métricas. Seus poemas e pensamentos falam sobre família, reflexão, amor e fé refletindo as mais profundas emoções da escritora e das pessoas a sua volta. O “Cavador do Infinito” é um bálsamo para os dias atuais e vale cada minuto de leitura. Sobre Roberta de Souza Moradora de Maricá, natural de Niterói, Roberta é jornalista, responsável pela Gaia Assessoria de Comunicação, fotógrafa, escritora e mãe. Trabalha no mercado editorial há quase 20 anos como Ghost Write, Copy e avaliadora de obras literárias. Publicou o livro “Meninas de 30” (2013) e a biografia de espírita “Morgana da Figueira” (2015). Participou e coorganizou diversas antologias “O Perfume da Palavra” sob o selo da Editora Muiraquitã. É criadora do site Balzaqueando. É membro do coletivo de escritores de Maricá chamado “Povo do Livro” E é voluntária do Grupo Itaipuaçu Solidário. Tem mais algumas obras prontinhas para publicar, porém ela tem caminhado com calma, pois no momento ela cultiva seus sonhos mais profundos: o de ser mãe dos pequenos Murilo e Miguel. Dados Técnicos: Cavador do Infinito Editora Proverbo ISBN: 978-65-86757-09-5 Páginas: 118 14x21cm Preço de capa: R$35,90 Link de venda do livro físico: https://proverboeditora.com.br/produto/cavador-do-infinito-pre-venda/ Link do Ebook: https://www.amazon.com/-/pt/dp/B08D733PF2 32

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Entrevista com o escritor

ANDRÉ PUGA André Puga, é jornalista, produtor de conteúdo e escritor. Já trabalhou em diversos segmentos de comunicação como assessoria de imprensa, redator, clipping, mídias sociais e cobertura de eventos. Exerceu funções em ONGs voluntariamente. Atualmente trabalha como freelance e faz curso técnico em Produção Multimídia. Tem um blog que aborda assuntos do cotidiano, literatura, espiritualidade, entre outros. Boa leitura!

O livro é dividido em quinze capítulos que levam um nome que se relaciona com o que o personagem principal irá defrontar interna e externamente. Eles também se conectam com a história rimada situada ao final de cada capítulo.” REAL E IMAGINÁRIO SE MISTURAM EM “O OUTRO SIGNIFICADO” Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor André Puga, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento se sentiu preparado para publicar “O Outro Significado”? André Puga - Sempre tive como meta escrever meu primeiro livro. Costumo escre-

ver textos curtos rimados, que alguns preferem chamar de poema, e no momento em que encontrei uma conexão entre eles, consegui transcende-los para uma história contínua, que englobasse também o meu ponto de vista sobre assuntos corriqueiros que um jovem pode enfrentar no ambiente escolar e, principalmente, na imensidão que existe fora dele.

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Aqui pensando... O que será o outro significado... Apresente-nos “O Outro Significado” André Puga - O Outro Significado retrata a vida de Wes, um garoto que enxerga a vida diferente da maioria. Seu grande objetivo é escrever seu primeiro livro e livrar-se de profissões que não o preenchem. Após ser demitido de seu emprego, sua família se muda com ele para a cidade de Pinneápolis com intuito de matricula-lo em uma instituição mais qualificada. Wes ganha uma sobrevida de ideias quando conhece Abelardo, o faxineiro de sua nova escola. O que ele não imaginava é que ao longo de sua jornada sua história ficaria cada vez mais real, onde ele se vê envolvido em uma série de desventuras, além de presenciar fatos estranhos ocorrendo na cidade. Rodeado de circunstâncias corriqueiras na vida de qualquer jovem, como festas, namoro, bullying, drogas e preconceito, o protagonista usa esses fatores como parte integrante de seu processo criativo, guiando o leitor para uma saga de difícil distinção entre o real e o imaginário. Quais temáticas estão sendo abordadas na obra? André Puga - As temáticas abordadas na obra são assuntos triviais na vida de qualquer jovem, como festas, namoro, bullying, drogas e preconceito. O personagem principal não só os vivencia fervorosamente e inocentemente como também usufrui

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desses acontecimentos como forma de engendramento de suas ideias de teor alternativo e até visionário. De forma que o livro ficasse cada vez mais difícil de distinguir entre o ficcional e o verdadeiro, Wes é narrado em primeira pessoa. Com efeito, o leitor passa a enxergar o cenário que ele está inserido a partir de sua ótica pessoal. Podes apresentar alguns tópicos do sumário? André Puga - O livro é dividido em quinze capítulos que levam um nome que se relaciona com o que o personagem principal irá defrontar interna e externamente. Eles também se conectam com a história rimada situada ao final de cada capítulo. “Além do Óbvio”, “Em Cima do Alambrado”, “Autógrafo do Anônimo”, “Poluição Sonora”, “Gangue de Anjos” e “A Menina do Fundão” são alguns exemplos. O livro também contém um prefácio e uma nota divertida denominada como “publique este livro”, que antecedem o início da história. Apresente-nos um dos textos publicados na obra André Puga - “Fluxo de ideias constantes, resultados pouco relevantes, a vida tornou-se maçante, na companhia do talento e do inimigo, almejando o rótulo de subversivo, em busca do grande objetivo, de escrever este livro, nada acontece sem um motivo. Pesado é a cabeça de quem veste a coroa, a chuva se tornará garoa, palavras arrogantes da patroa, do falso moralista, de cabeça erguida com apenas uma pista, o último da lista, na lacuna entre a vítima e o protagonista.” Cada texto contém um pedacinho do

autor. Comente sobre o momento de criação deste texto André Puga - Com certeza, apesar de ser uma história de ficção ela contém um pedaço de mim e eu afirmo, sem titubear, que coloquei todo meu coração nela. Essa passagem é referente a história rimada ao final do décimo terceiro capítulo. Ela expõe o quanto o personagem está confuso, fazendo sempre as mesmas coisas e esperando por resultados diferentes. O trecho expressa o fato de que Wes é um cara popular e carismático, porém não consegue lidar com isso, não consegue administrar sua vida de forma harmônica e coerente. Ele sabe que não é uma vítima mas flerta com ela em diversas ocasiões, posicionando-se na linha tênue entre a auto piedade e o protagonismo de sua vida. O que mais o atrai em “O Outro Significado”? André Puga - O que mais me atrai nessa obra é a sinceridade e a inocência. Não há verdades absolutas, entretanto também não há mentiras. Todo jovem pode passar por situações similares dentro ou fora da escola e temos a disposição o relato de um jovem que, embora seja fruto da imaginação, é alguém que teve de enfrentar os mesmos problemas que os jovens enfrentam nesse contexto. Ao final de cada capítulo há uma história rimada que ilustra o título e os tópicos do capítulo correspondente. Isso torna a leitura mais crível e palpável. Onde podemos comprar o seu livro? André Puga - Por enquanto o livro está sendo vendido somente no site da editora Giostri. Assim que a pandemia estiver sob controle, passará a ser vendido nas livrarias tradicionais.

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Quais os seus próximos projetos literários? André Puga - Penso em escrever uma distopia ou uma fantasia. Ou quem sabe uma fusão entre os dois. Gosto de detectar assuntos polêmicos e transforma-los em processo criativo e, por conseguinte, não só entreter o leitor como também instrui-lo. Penso que uma de minhas funções como escritor é transmitir sempre uma mensagem para o leitor, e é possível fazê-lo mesmo trabalhando com o universo ficcional, pois existem sempre aspectos implícitos que podem ser captados pelo leitor. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor André Puga. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? André Puga - Minha mensagem é que continuem lendo, seja qual for o gênero literário de sua preferência, leia sempre. A leitura é a chave que libertará as pessoas das correntes da escravidão. Conhecimento é poder, a verdadeira arma que deve ser utilizada para se defender e para preservar o livre pensamento crítico.

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José Sepúlveda

Vendaval Perdi a inspiração, não sou capaz De ver e transmitir tudo o que sinto... O jogo das palavras é falaz E quando comunico apenas minto A musicalidade se desfaz E a cor que dou as telas que vos pinto É deslavada e fria e já não faz Vibrar os corações... E me ressinto E quando no silêncio mais soturno Eu tento adormecer e já não durmo E caio na apatia ou desespero, Eu sinto um frio intenso ao meu redor E vivo no mais torpe despudor Por não transmitir tudo o que eu quero

Pintura de Gloria Costa Rosas Aqui te envio rosas, minha amada... São rosas que brotaram uma a uma No renascer de cada madrugada, No meu jardim de sonhos e de bruma. Se no percurso dessa caminhada

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Sentiste alguns dos sonhos se esvaindo, Não fiques triste nem desanimada E segue o teu caminho, mas sorrindo. E tu verás, ao renascer da aurora, Que vais seguir por essa estrada fora Com novo alento novas energias. E um dia, já no termo da viagem, Então, te encontrarás, mulher coragem, Em mananciais imensos de alegrias!


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Querubim Se um dia despertar e não te vir, Não te encontrar feliz na minha frente, Se não te vir sonhar, te vir sorrir, Então, amor, morri, parti pra sempre! Tu és o meu farol, a minha vida, O coração que bate sem parar, Sem ti não sei viver, minha querida Não tenho inspiração pra versejar. Fica comigo, amor, fica comigo, Viver sem ti não faz qualquer sentido, Dá-me teu peito aberto em frenesim. E quando tu me deres o teu abraço Viajarei sem tempo e sem cansaço No teu abraço imenso, querubim!

Ao luar Deixa brilhar a luz dos olhos teus No meu olhar tão frágil, delicado, Vem ser o som mavioso lá dos céus Na doce melodia do meu fado! E juntos, mão na mão, iremos indo Seguros no percurso desta estrada... O nosso coração irá sorrindo Ao longo desta nossa caminhada!

A voz do amor Se ouvires a voz do pássaro cantar Quando nascer o sol, de manhãzinha, Sou eu a soletrar o verbo amar Que vive no meu peito, queridinha. Se ouvires a voz do vento que ao soprar Leva em suspiros uma voz tão pura Aceita esse meu sopro que beijar Te quer o peito cheio de candura Se ouvires a voz do mar no seu lamento Levando para ti o sentimento Dessa saudade imensa que aqui vivo Transforma-te num pássaro de lira Voando para mim e em mim respira E não esperes mais, fica comigo!

E quando em nós surgir esse desejo, Eu selarei feliz um doce beijo Nos lábios teus tão cheios de luar... E num momento puro de magia, Num longo abraço pleno de alegria O nosso amor bem certo irá brotar!

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Entrevista com a escritora

ATENÉIA ROCHA Atenéia Rocha França de Araújo, brasileira, nascida e residente na cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba, sonha e escreve desde criança, tendo como principal inspiração a vida. Publica no site www. recantodasletras.com.br ,onde usa o pseudônimo de Maria Cândida Vieira, no www.spiritfanfiction.com.br, em que escreve como ateneia e no www.wattpad.com, onde assina como AteniaArajo. Já publicou em antologias de contos e poemas pela Darda editora e CBJE e também pode ser encontrada no www.facebook.com.br/ateneia. araujo. Administra a página O espaço da escritora. Boa leitura!

A princesa é um pouco eu mesma, querendo ser livre para decidir a própria vida e correr riscos.”

PARAIBANA, EM CONTOS, PARA O MUNDO Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Atenéia Araújo, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a gostar de contos? Atenéia Araújo - Desde pequena, sempre me fascinei por histórias e queria escrever as minhas próprias. Com frequência, imaginava que era outra pessoa, vivendo aventuras incríveis. Na escola, ficava fascinada pelos livros e histórias e também desenvolvi o gosto pela leitura com os livros de minha avó.

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O que a inspirou a escrever “A princesa e o dragão prateado”? Atenéia Araújo - Eu me inspirei em um momento difícil da minha vida, em que pessoas queriam me dizer o que fazer da minha vida. A princesa é um pouco eu mesma, querendo ser livre para decidir a própria vida e correr riscos. Também me inspirei em História meio ao contrário, de Ana Maria Machado, no qual o dragão é um ser benevolente. Apresente-nos a obra Atenéia Araújo - A história principal, que dá título à obra, é sobre um dragão prateado que quer conhecer o mundo

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dos humanos, apesar dos outros dragões o advertirem de que será perigoso e sobre uma princesa que quer escapar de casar com um príncipe desagradável. Ela é muito inteligente e quer escapar da mesmice de ter sua vida decidida pelas circunstâncias. Ela tenta escapar, encontra o dragão e ambos começam uma amizade. A partir daí, surpresas ocorrem. Também há outras histórias, em que extraterrestes vêm à terra e encontram uma coruja, uma libélula bailarina e uma menina que enfrenta a tristeza de perder seu cachorro de estimação. Quais os principais desafios para escrita da obra? Atenéia Araújo - Basicamente, não houve problemas para escrever. A história fluiu livremente. Além de “A princesa e o dragão prateado” você tem outros livros publicados, apresente-nos. Destino Implacável – História sobre um homem que está entrando em um processo de autodestruição, pois não viu nada dar certo em sua vida. Ao mesmo tempo em que o homem se questiona se deve continuar lutando, estranhos desaparecimentos ocorrem na cidade e ele tem presságios com aranhas e o irmão morto. Emoções Desenfreadas – Livro de poesias, em inglês e português. Histórias Inacreditáveis do além-túmulo – Livro de contos de terror, foi meu primeiro livro publicado. Há a história de uma moça que é estuprada e morta, voltando para se vingar, a história de uma menina que sofre bullying, de uma moça cega e de seu cão, de um homem que tem muitos pecados e depara com uma criatura sobrenatural, de duas meninas que se mudam para perto de uma casa que só tem girassóis no jardim e de um casal que se muda para uma velha casa e a mulher jura que há uma menina vivendo com eles. Onde podemos comprar os seus livro? Atenéia Araújo - Destino Implacável e

A princesa e o dragão prateado podem ser comprados acessando o site www. garciaedizioni.com.br e Emoções desenfreadas o site www.corposeditora. com. Histórias Inacreditáveis do além-túmulo foi publicado pela CBJE, editora por demanda e talvez eu tenha que publicar por outra editora.

Quais os seus próximos projetos literários? Atenéia Araújo - No momento, quero divulgar os que já tenho publicados para depois, quem sabe, publicar novamente Histórias inacreditáveis do além-túmulo e outros. Tenho muitas obras na gaveta.

O que a escrita representa para você? Conte-nos, como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Atenéia Araújo - A escrita para mim é tudo. Ela se desenvolveu muito cedo na minha vida e tem me acompanhado principalmente nos momentos mais difíceis. Ajuda-me nas horas de depressão, mantem-me motivada e me ajuda a ter um foco. Eu comecei a me inspirar em autores como Edgar Allan Poe, Clarice Lispector, Manoel Bandeira, Cecília Meirelles e Stephen King. E até hoje leio muito para saber como desenvolver minha escrita. Sei que nunca serei completa como escritora.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Atenéia Araújo. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Atenéia Araújo - A de que é e sempre será altamente motivador saber que minha escrita pode representar um alento para alguém.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ATENEIA ROCHA

Conto Telefonema à noite O advogado estava se sentindo um tanto sobrecarregado. Tinha vários processos para estudar e tivera um dia cheio no escritório. Não era fácil ser um advogado de família conceituado, sempre solicitado para divórcios, separações e requerimentos de pensão alimentícia. Sentou-se no sofá, esticando as pernas. Estava sozinho, pois a mulher e os dois filhos haviam viajado para passar uns dias com a mãe dela, que iria se submeter a uma biópsia. Sua filha reclamara muito, porque não queria passar uma parte das férias no interior. -Ah, vou tomar uma ducha fria. Preciso relaxar a cabeça. decidiu. Levantou-se para fazer o que pretendia, mas o telefone tocou, colocando-o em estado de alerta.Seria sua mulher? Atendeu. -Alô. -Alô. Quem é, por favor?respondeu uma voz de garota. Devia ter uns quinze anos, idade de sua filha. Ele supôs que deveria ser uma das muitas amigas de sua filha e estranhou que ligasse, já que ela ligara para todas, reclamando que teria que passar uns dias “num fim de mundo”. -É o Gabriel. Quer falar com quem? -Já que foi o senhor que atendeu, quero falar com o senhor. -Como? Não estou entendendo! -Sei que não está. -Você não é amiga de minha filha? -Não conheço sua filha não senhor. Eu nem sabia se o senhor tinha filhos. Aliás, não sei quem é o senhor. -Escute, garota, estou entendendo menos ainda! Se isso for

um trote... -Não, juro que não é trote. Vi seu número por acaso na lista telefônica e liguei porque preciso falar com alguém. -Menina, vou logo falando que sou advogado! Portanto, se não for problema de ordem legal, ligou para a pessoa errada! -Por favor, não desligue. A voz da menina soou tão angustiada que ele desistiu de desligar e falou num tom mais brando: -Escute, filha, eu não sei por que me ligou, mas vejo que não é trote. Diga-me: por que precisa falar com alguém? -Porque vou fazer uma coisa definitiva, mas antes quero dizer tudo o que sinto. Iria a menina fazer alguma besteira? Tentou falar sem colocar alarme na voz: -Fazer uma coisa definitiva?! -Sim, senhor, eu vou me suicidar.falou com seriedade. Por um momento, ele se perguntou se era um trote ou coisa de adolescente desequilibrada. Como alguém ligava para um desconhecido para dizer que ia cometer suicidio? Procurou falar com calma: -Menina, se você está com problemas e precisa conversar, talvez fosse bom falar com seus pais ou outra pessoa que pudesse lhe ajudar. Eu não sou terapeuta, não posso lhe ajudar. -Mas eu não quero ajuda, só quero falar o que sinto! Depois, eu não vou falar mais! Sentando no sofá, ele perguntou: -O que você sente? Fale. -Sinto uma dor enorme dentro de mim. É como se houvesse um buraco que fosse aumentando.respondeu a menina com voz triste. -Filha, diga-me seu nome.

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-Não vou dizer. -Tudo bem. Quantos anos você tem? -Quatorze. -Como é que alguém no começo da vida como você quer se matar? Deixe de pensar em besteira. -Não é besteira!retrucou a menina com raiva. -Calma, calma. -O senhor pensa que é trote, né? Posso provar que não. Tem Facebook? -Tenho. Quem é que não tem? -Pois, se o senhor quiser, pode me procurar depois. Uso o nome de Vampira. Bem, não vai ver meu rosto, porque só posto fotos dos meus braços. -E por que faz isso? -Porque eu me corto. Aquilo o escandalizou. Uma menina de quatorze anos, cortando-se? -Filha, eu... -Mas, se o senhor não procurar, tudo bem. Sei que não estou mentindo. -Filha, você faz isso com você mesma?! Meu Deus, precisa de ajuda! Não faça isso com você! -Logo, eu não farei mais. -Fale com seus pais. -Não adianta falar com eles, porque vão ficar com vergonha de mim, por eu ser doida. Quem gosta de ter filho doido? -Quem disse que você é doida? -Todo mundo diz que sou doida. Na escola, riem de mim, chamam-me de abilolada, falam que eu devia trabalhar num circo como palhaça. Em caso, eu só ouço que não faço nada direito, que sou idiota e que todos têm razão de rir de mim na escola. Às vezes, eu me sinto tão sozinha, que me tranco no quarto ou no banheiro e começo a me cortar. -Seus pais sabem? -Não, porque só uso blusa de manga comprida, mesmo no calor. -Olhe, pare de fazer isso com você, por favor! Procure ajuda! -Depois, eu não farei mais! Eu não falei que vou me matar? -Por favor, não se mate! Tirar sua vida não resolverá nada! -É que é uma dor tão grande dentro de mim que eu penso que vai estourar. Eu nunca contei a ninguém antes, não tenho com quem falar. Estou tão sozinha, ninguém liga para mim. Escutou que a adolescente chorava e ficou seriamente preocupado. O que diria a ela? Falou: -Calma, princesa, calma. -E eu sou um aborrecimento para meus pais. Não seria melhor eu morrer? Eles ficariam livres de uma filha problemática e chorona e eu não teria mais que viver aguentando meus colegas dizendo que sou feia, desajeitada... -Não ligue para seus colegas. São uns idiotas. E você não é um aborrecimento para seus pais, princesa. -Por que me chama de princesa? 42

-Não é assim que os pais devem chamar as filhas? Eu chamava minha filha de “minha princesa”. Hoje, já não chamo. Ela acha ridículo. -É? -É, ela diz que está crescida demais para essas coisas. Quando ela era menor, sentava no meu colo e eu sempre a beijava quando ia deixá-la na escola. Hoje, ela nem se despede ao descer do carro. -O senhor fica triste? -Um pouco. É chato quando os filhos nos preferem longe deles. -Pois, se o senhor estivesse aqui, eu iria querer que me abraçasse. Ele pensou que conversar poderia distrai-la e continuou: -Eu lhe daria um abraço bem grande, princesa. Escute, desista dessa tolice de se matar. Você é importante. -Como sabe? -Ora, todos são. E eu percebo que você é uma menina sensível, necessitada de carinho. -O senhor não pode saber isso de mim. Não me conhece, nunca me viu. -Eu não preciso de olhos para ver que você é muito sensível e precisa de alguém que a ouça e a entenda. E que deve procurar ajuda. -Eu não sei como. -Procure uma pessoa de sua família em quem você confie ou alguém mais velho que conheça. Você falou que sente uma dor muito grande, não é? Quem sabe, falando com alguém, você não se sentirá melhor? -O senhor pensa assim? -Penso. Eu quero mesmo lhe ajudar. -Como posso saber que quer me ajudar? O senhor pode estar sendo gentil só por educação.Talvez, depois que eu desligar, nem lembre de mim. -Pois vou lhe mostrar que me importo com você. Vou lhe dar o endereço do meu escritório e, se você quiser, apareça por lá. Seria prudente? Talvez não. Mesmo assim, ele deu. -Anotei. disse a menina. “Se tudo que ela falou for verdade, quem sabe minha ideia não servirá para que desista de cometer suicídio?” -Pronto. Não vê que me importo? Agora, princesa, vá dormir. Amanhã, tudo será melhor. -Tem certeza? -Tenho. Boa noite. -Boa noite.desligou. Ao desligar, ele não estava tranquilo. Ligou o computador, entrou no Facebook e procurou por Vampira, horrorizando-se com o que descobriu: uma menina de cabelos muito compridos, os quais usava para esconder o rosto e que botava os braços marcados de cortes e cicatrizes à frente do corpo. Os comentários que ela postava eram: “A dor física me faz esquecer a dor emocional”; “Meu coração sangra mais que meus cortes” ou “Queria poder chorar sangue”.

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-Meu Deus, ela está muito mal! Coitadinha! No dia seguinte, ao telefonar para a mulher, perguntou pela sogra e acabou contando sobre o estranho telefonema, a conversa com a adolescente e a descoberta no Facebook. -Querido,será que, depois do telefonema, essa menina está bem? -Não sei, meu amor, eu queria saber. -Tomara que tenha desistido. É tão triste uma criança pôr fim à própria vida. Despediu-se da esposa e pensou por um longo tempo no relacionamento que tinha com os filhos. Sua filha mais velha, a quem tentara dar o melhor, tornara-se uma verdadeira patricinha, metida e esnobe, que só recorria aos pais quando precisava de dinheiro e dava demasiada importância a roupas e aparência. E seu filho? Era um verdadeiro cabeça oca, que não estudava, vivia vendo besteiras na Internet e andava com amigos superficiais que não falavam em outra coisa além de skates e garotas. “Para meus filhos, tragédia é ficar sem dinheiro para comprar o que gostam e essa garota está sentindo falta de quem lhe dê amor e a entenda.” Foi ao escritório, mas não conseguiu se focar apenas no trabalho como antes. A história da menina não saia da sua cabeça e ele rezava mentalmente para que houvesse desistido de cometer suicídio. No fim da tarde, em casa, ligou a televisão e viu que o telejornal anunciava:”Adolescente pula para a morte.” Desesperado, acompanhou as notícias que passavam ao vivo, onde as pessoas se aglomeravam e os policiais diziam que ninguém devia chegar ao local. A vítima, uma adolescente, pulara do alto de um edifício e não fora identificada. -Meu Deus, por favor, que não tenha sido ela! Ficou atordoado, imaginando que a jovem desesperada que lhe ligara a noite anterior poderia agora estar sendo encaminhada ao IML. Sentindo-se impotente, não comeu nem conseguiu estudar os processos, rezando para que a menina que lhe telefonara não fosse a suicida. Tarde da noite, o telefone tocou. Seria ela? Tremendo, atendeu: -Alô? -Alô. Reconheceu a voz da adolescente. -Ah, princesa,é você! Que bom que é você! -O senhor acha mesmo bom que seja eu? -Sim, você não imagina como eu estava preocupado! -Depois que o senhor desligou, eu não quis mais fazer o que ia fazer. -Falou com alguém? -Não, não tive coragem. -Tudo bem, está tudo bem. Pelo menos, você está viva. -Quero dizer uma coisa. -Diga. -Meu nome é Maria Lúcia. -Um nome lindo.

-Eu vi na televisão sobre uma moça que pulou de um prédio, sabe? Pensei: quem sabe, se ela não tivesse encontrado alguém que a ajudasse, ela não teria desistido. Aí, eu agradeci porque o senhor quis me ouvir e ajudar, mesmo sem me conhecer. -Pois estou querendo conhecer você, princesa. Apareça no meu escritório. -Posso mesmo? -Pode. -Boa noite. -Boa noite, querida. Durma bem. Ela desligou e ele pensou que uma grande angústia saíra de seu peito. -O que será dela agora? Alguns dias depois, sua esposa e filhos voltavam. A mãe dela estava bem. Os filhos estavam com um humor péssimo. Ele falou com a mulher que a menina ligara e dissera que desistira de se matar. -Que bom!comemorou a mulher. Uma tarde, à hora do almoço, sua secretária bateu à sua porta. -Entre. -Dr. Gabriel, uma jovem chamada Maria Lúcia quer falar com o senhor. -Ah, claro, mande-a entrar.alvoroçou-se. Logo, ele viu uma menina alta, magra, tímida, de pele moreno-clara, cabelos muito compridos e que usava casaco “jeans” entrar. -Oi. balbuciou a jovem. Tinha olhos grandes, expressivos, escuros e muito doces. -Oi, princesa. Como você está? Por favor, sente. Ela sentou e falou: -Eu tomei coragem e falei com meus pais. Mostrei até meu Facebook. Quando viram,não acreditaram! Perguntaram-me por que eu nunca fora até eles antes e como era possível que eu escondesse aquilo! Respondi que tinha medo de que ficassem com vergonha de mim por eu ser doida! Meu pai, então, disse: “Não, querida, eu não tenho vergonha de você e não acho você doida! Agora, eu vejo o que você está passando!” -Que bom! -Quero muito agradecer ao senhor. Fez com que eu ganhasse coragem de mostrar isso a meus pais. tirou o casaco. Consternado, ele olhou para os curativos e marcas de cortes antigos nos braços dela e se aproximou, pedindo: -Por favor, eu peço: nunca mais faça isso com você! Peça ajuda e deixe que cuidem de você! A menina ergueu a cabeça. Tinha lágrimas nos olhos. -Posso pedir uma coisa ao senhor? -Claro, o que você quer? -Pode me dar um abraço? Protetoramente, ele a abraçou. -Está tudo bem, filha. Está tudo bem.

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Entrevista com a escritora

CELIA SILVEIRA Celia Silveira, é natural de São José do Vale do Rio Preto, interior do Estado do Rio de Janeiro. Adotou Nova Friburgo, onde reside, como a “Cidade do Coração”. É professora. Especialista em Literatura Contemporânea. Graduada em Letras. Boa leitura!

A inércia e o sofrimento de Rosa. Faltou-lhe o que hoje chamamos de empoderamento feminino, ou seja, a liberdade de decidir e controlar seu próprio destino.” ‘NEM TUDO SÃO FLORES’ COM A AUTORA CELIA SILVEIRA Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Celia Silveira, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento deu inicio a escrita de textos literários? Celia Silveira - Sempre gostei de escrever, mas devido a falta de tempo, muita coisa não ia adiante; outras, acabavam indo parar no fundo da gaveta. A partir de 2012 passei a me dedicar inteiramente a literatura. Par44

ticipei de alguns concursos, escrevi contos para um Jornal Literário e agora veio o livro, que era um sonho antigo. O que a inspirou a escrever “Nem tudo são flores”? Celia Silveira - Durante a minha carreira como professora tive vários alunos gêmeos e isso me fascinava. Conhecer o universo de vida deles, a dificuldade em identificá-los, isso tudo ficou marcado. E também pelo grande número de casos de estupro atualmente.

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Apresente-nos o livro Celia Silveira - Em 1977, uma estudante de vinte anos, sofre um estupro na saída da faculdade. A moça engravida de gêmeas que são separadas antes mesmo de um mês de vida, consequência de um plano cruel e desumano traçado por seu pai, um homem frio e autoritário que não suportava ver manchado o nome da família. Quarenta anos se passam até que, ao voltar de uma viagem ao exterior, um Corretor de Seguros encontra uma pasta no banco traseiro de um táxi, contendo apenas a Certidão de Casamento de uma mulher, nascida no mesmo dia e ano que ele. Obcecado com tamanha coincidência, resolve procurar pela dona do documento, trazendo assim à tona o desenrolar de um passado de dor e sofrimento. Quatro vidas, quatro destinos e uma data em comum: 30 de dezembro de 1977. Quais os nomes dos principais personagens envolvidos na trama? Comente sobre eles Celia Silveira - Rosa – personagem central Augusto e Sofia – os pais de Rosa Laura e Alba – as filhas gêmeas de Rosa Affonso – um Corretor de Seguros – um dos responsáveis pelo reencontro de Rosa com as filhas, quarenta anos depois. Como se deu a escolha dos nomes? Celia Silveira - O de Rosa foi devido a relação dos pais com as flores. Eles eram os maiores produtores de flores da região. Já o de Alba, precisava ser um nome espanhol, já que fora registrada na Espanha: Alba Garcia Sánchez. Os outros foram pela sonoridade. Escolho de acordo com o som que eles produzem em meus ouvidos. O que mais a atrai no enredo que compõe “Nem tudo são flores”? Celia Silveira - A inércia e o sofrimento de Rosa. Faltou-lhe o que hoje chamamos de empoderamento feminino, ou seja, a liberdade de decidir e controlar seu próprio destino.

Onde podemos comprar o seu livro? Celia Silveira - Ele está sendo vendido pela Editora Fross e pela bok2. O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Celia Silveira - A escrita para mim é um exercício diário de criatividade, foco, disciplina e prazer. Enquanto escrevo, externo os meus sentimentos e me sinto viva. Quais os seus próximos projetos literários? Celia Silveira - Fui convidada a participar de uma Coletânea de Crônicas, com lançamento previsto para o ano que vem e, estou trabalhando em um novo livro.

melhor a escritora Celia Silveira. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Celia Silveira - Certa vez ouvi de alguém que a “literatura salva”. Gostaria de dizer, principalmente ao público jovem: a leitura te salva da ignorância, da manipulação e da opressão. Quem lê, fala bem e escreve melhor ainda. Comece aos poucos, em doses homeopáticas, um capítulo por dia. Deixe a leitura te conquistar e você descobrirá a magia contida nas palavras.

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Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer

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José Sepúlveda

SONHO E REALIDADE

QUANDO O POETA CHORA

Passeios pela imaginação que não me fazem cansar Nunca ouvi dizer que alguém se cansasse de sonhar. É no sonho que consigo minhas fantasias idealizar. Mas acordo, e a realidade é bem diferente do sonhar. O sonho é o primeiro passo para a realidade encontrar. Porém não vou sonhar alto pois não tenho asas para voar. Se o sonho comanda a vida é a vida que tenho de aceitar. Sonhar sim. No entanto sem me deixar pelo sonho dominar Não vou consentir, que a fantasia enfraqueça a vontade. Nem sequer vou permitir que o sonho iluda a realidade. Vou autorizar que as fantasias sejam postas em liberdade. Pois elas criam amarras na minha frágil sensibilidade. É que o sonho por vezes me tenta hipotecar a felicidade. A felicidade é real não pode ser ilusória na realidade. Vou dar mais prioridade à realidade e afastar a magia. Pois a felicidade é uma mistura de bem estar e alegria. Aurora Maria Martins

Quando o poeta chora, por vezes nem se apercebe que os mais belos poemas escreve. com a tinta de lágrimas sentidas, que saem da alma,....perdidas. Quando o poeta chora por entre as sombras da dor seja de paixão ilusão ou amor, seus versos gritam emoção. e fazem sangrar o coração. Quando o poeta chora, seus versos soltam gemidos, deslizam sonâmbulos perdidos, vagueando meio adormecidos, e anestesiam-lhe os sentidos. Quando o poeta chora, de angustia solidão ou saudade, solta-se a agonia e a ansiedade, que atacam a alma do poeta, deixando uma ferida aberta. O poeta só exterioriza seus lamentos, quando se dá uma explosão de sentimentos Aurora Maria Martins

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“UM DIA SEREI LIVRE”

PERFUME

Um dia serei livre, livre como o vento Voarei levemente sobre a minha cidade A dançar com os anjos em nuvens de algodão Movida por a angelical alegria da liberdade...

Senti o teu perfume, de repente, Entrei no nosso mundo de prazer, Olhei-te nos teus olhos ternamente, Rendi-me aos teus encantos de mulher

Irei deitar-me então a onde o amor nasce Na mais bela das paisagens do coração Despertar com o alarme de lágrimas caídas Aonde só consegue chegar a imaginação...

Ai, minha amada, tudo é diferente Se estas perto de mim! Teu nobre ser Me inspira, me dá forças, me faz gente E em ti encontro um novo alvorecer

Serei um vendaval por o mundo a soprar Ou gotinhas de chuva num dia de Primavera Sol brilhante acariciando o teu triste rosto Ou estrela longínqua que segue à tua espera...

Se quero ter-te sempre em mim presente, Se anseio que tu sejas minha mente, É por te querer bem, minha querida

Um dia serei livre, livre como o vento Encontrarei com certeza por fim o meu lugar Viverei no mais lindo de todos os paraísos Aonde todos os anjos me vão acompanhar... Maria José

Que nada em ti me é indiferente, Eu quero-te sentir ardentemente Momento após momento em minha vida José Sepúlveda

PROMESSA

“A TUA MELODIA” Inspirada no silêncio das ondas Na música da brisa que passa a cantar Escrevi esta linda melodia para ti Sentada nas rochas, por cima do mar... Música nascida da alma e coração Inspirada nas nuvens e sol de verão Dedos parados na guitarra que grita Deixei voar no vento minha imaginação... Fiz uma canção que deu alma ao universo Alegria, melancolia, romance e sentimento Um trilho de nostalgia, sussurros do vento Minha companhia nesse preciso momento... Procurei as palavras mais bonitas para ti Encontrei-as à distância, na luz do teu olhar Juntei-as à grandiosa bondade do teu coração E assim escrevi para ti, a mais bela canção...

Se um dia, no percurso desta estrada, Quiseres ser só minha, ai, queridinha, Eu sei cheguei ao fim da caminhada, Serei o teu amado, serás minha E toda essa vivência atribulada Que às vezes nos perturba e espezinha, Já terminou..., tu és agora a minha amada, E eu o coração que te acarinha Almejo ver-te sempre à minha beira, Saber que estás presente, companheira, Que és minha companhia neste fado... E irei viver assim eternamente Com teu amor sincero, tão presente, Serei teu companheiro dedicado... José Sepúlveda

Maria José

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José Sepúlveda

FELICIDADE Caminho solitária no deserto A mente se transforma em poesia A espalhar magia que por certo Não passa de mais uma fantasia Ouvi as tuas palavras meu amor, E logo foi de mim a solidão Partiu de mim aquela estranha dor Que sempre dominou meu coração. E toda essa tristeza que sentia Depressa se tornou mais colorida Partiu de mim aquela nostalgia Que um dia dominou a minha vida. Reaprendi assim a caminhar Livrei-me dessa insana solidão E vivo agora um sonho de encantar Que dá tanta alegria ao coração. E a paz voltou de novo ao meu viver, As lágrimas lancei em liberdade Senti a minha vida renascer No meu caminho p’rá felicidade Rosa Maria Santos

VEM Quisera numa noite de luar Dançar feliz, sentir-te junto a mim, No corpo teu poder rodopiar Por tempo que não mais chegasse ao fim. Quisera eu provar teu doce beijo, Sentir os braços teus a me enlaçar E nessa fome intensa de desejo Ouvir-te ao meu ouvido, a sussurrar. Quisera ter em mim as tuas mãos, Teus dedos os meus seios percorrer Sentir vibrar, sedento, o coração, Que não cessasse nunca de bater. E o tempo apagaria a cepa torta Que quer roubar a paz, felicidade, De resto, o que ficasse, pouco importa, Importa sim a sã cumplicidade. Vem, meu amor, encher-me de paixão, Tornar o sonho meu, realidade, Vem ter comigo, finda esta ilusão, Constante sonho pela eternidade. Rosa Maria Santos

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Entrevista com a escritora e consultora psicopedagógica

EDIELANE LACERDA Edielane Lacerda Da Cruz, paranaense, brasileira. Cursou Magistério, Técnicas Comerciais, Administração Hospitalar, (nível técnico); Pedagógica, Educação Integral, Arte e Educação, Pós Graduada em Psicopedagogia, mestranda em Intervenção Psicopedagógica no Desenvolvimento e na Educação. Estudante Autônoma de Neuroaprendizagem. Escritora, Professora de apoio para crianças com dificuldades de aprendizagem e coordenadora de projetos psicopedagógicos. Atuante por mais de 21 anos, assumiu turmas desde crianças a idosos. Trabalhou em casas de Recuperação Para Viciados, Vítimas de Violência... Ainda na ativa. No momento, Funcionária Pública da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. Palestrante e animadora de oficinas psicopedagógicas e outras áreas de estudos. Prestadora de Orientação e Consultoria Psicopedagógica: Educacional e Institucional, além de vários outros cursos. Boa leitura!

Eu gostaria muito, de ter poder para fazer com que as pessoas, se voltassem para a leitura, a pesquisa, os estudos. Que conhecessem os escritores que esta revista divulga, apreciasse a qualidade estética da Revista Divulga Escritor, e a excelência da capacidade desta equipe. E se tiverem um tempinho, leiam meus livros, meus textos. Muito obrigada.” Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora e consultora Psicopedagógica Edielane Lacerda, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Apresente50

-nos a psicopedagogia? Edielane Lacerda - Conhecimento que une duas áreas do saber: a Psicologia e a Pedagogia. A Psicopedagogia consiste em um saber científico, é uma área multidisciplinar, elencando conheci-

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DIVULGA ESCRITOR mentos da Neurologia, Psicolinguística e Antropologia, dentre outras disciplinas. O Psicopedagogo busca entender a forma como o ser humano assimila e processa as informações, construindo, assim, os conhecimentos. Ele é responsável, pelo estudo dos processos do desenvolvimento humano em várias fases da vida: crianças e adolescentes ou em adultos e idosos. Desde a idade em que balbuciamos as primeiras palavras, passando pela escola, período intenso de assimilação, acomodação e síntese de novas informações, até a vida profissional, estamos continuamente em processo de aprendizagem. Quais trabalhos são realizados por meio da consultoria psicopedagógica? Edielane Lacerda - Procura recursos para melhorar os métodos de ensino, tendo como finalidade primordial, garantir a compreensão dos conteúdos e facilitar o aprendizado. Como profissional atrelado a diversas áreas afins deve identificar problemas como dificuldades, distúrbios ou transtornos, aplicar métodos para que o indivíduo tenha melhor desempenho, promovendo ações de prevenção ou de correção desses problemas. O psicopedagogo pode, ainda, contribuir com o sistema educacional, realizando intervenções em busca de soluções para reduzir casos de evasão escolar. Nas empresas, a Psicopedagogia visa melhorar a assimilação dos conteúdos e a performance dos funcionários. O profissional pode atuar na área de recursos humanos, prestando assessoria, orientando nas relações interpessoais, mediação de problemas de gestão e projetos para melhora do desempenho profissional, entre outras prestações de serviços. Pode também trabalhar na área clínica, identificando transtornos e distúrbios psicossociais, intervir de forma preventiva e terapêutica para a compreensão e correção de problemas, trabalha questões ligadas a traumas e doenças que levam à falta de memória, redução da capacidade de aprendizado ou queda no desempenho funcional e de produção no trabalho. A quem indica consultoria? Edielane Lacerda - Instituições Educa-

cionais, Empresariais, Industriais, Comerciais. Atendimento personalizado para pais, professores e alunos; pacientes que já fazem tratamento neurológico ou psicológico ou apenas indivíduos que buscam algum tipo de orientação para a vida. Qual o diferencial do seu trabalho como consultora psicopedagógica? Edielane Lacerda - Acredito que a vasta experiência profissional, formação continuada em diversos campos de estudo, linha preventiva terapêutica, aberta para incorporar conhecimentos necessários, de diversas escolas psicológicas sem ser eclética, mas interacionista, cumulando conhecimentos construídos historicamente e progessivamente aplicados de acordo com os métodos necessários para analisar, diagnosticar e buscar solução para cada problema apresentado. Além é claro, de ser uma consultoria aberta para o mundo todo, afinal é on-line. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da consultoria? Edielane Lacerda - Levando em consideração a nova reestruturação mundial de progressivo isolamento socia, e do grande avanço das tecnologias de ponta, o principal objetivo é continuar prestando atendimento como num consultório ou escritório, só que virtual como em uma sala de reunião virtual. Quem desejar contrata-la, como deve proceder? Edielane Lacerda - Pelo e-mail edielane 310edy@gmail.com ou pela Página https://www.facebook.com/Consultoria-Psicopedag%C3%B3gica-Edy-Cruz-1017029258315171/ Além de consultora, você é artista plástica e escritora. Apresente-nos, os títulos de seus livros publicados. Edielane Lacerda - A Fiha Do Poeta, livro de poemas reflexivos com textos em letras maiúsculas, para facilitar a leitura de adultos que estejam sendo alfabetizados. Sugiro para Educação de Jovens e Adultos, pois pelo que pesquisei não há livros escritos em letra que chamamos CAIXA ALTA, com textos adequados a idade dos alfabetizandos.

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Foi divulgado por esta, revista tanto o lançamento como alguns textos em algumas edições, assim como minhas telas, pelo que agradeço. Estou trabalhando em uma série de 15 livros infanto juvenis, já encaminhado para a editora, logo após tenho uma série pronta de contos de suspenses... bem, na verdade tenho mais de 30 livros escritos com temas diferenciados, inclusive didáticos. Pretendo publicar, todos de tempos em tempos. Exclusividade que darei a esta revista. Quem desejar adquirir um exemplar como deve proceder? Edielane Lacerda - GRAMMA EDITORA, Amazon e outros sites de compra e nas livrarias do Brasil. Quais os seus próximos projetos profissionais? Edielane Lacerda - Esta consultoria da qual falamos, faz parte a um site maior que oferece outras áreas de consultoria, cujo domínio é de meu irmão Greco Cruz, multitarefas, rssss… como eu. Estamos trabalhando, ele em São Paulo e eu aqui no Paraná, para colocar este site, no ar o quanto antes. Também estou voltada para artigos e escritos acadêmicos, em função do mestrado que faço. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Edielane Lacerda. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Edielane Lacerda - Eu gostaria muito, de ter poder para fazer com que as pessoas, se voltassem para a leitura, a pesquisa, os estudos. Que conhecessem os escritores que esta revista divulga, apreciasse a qualidade estética da Revista Divulga Escritor, e a excelência da capacidade desta equipe. E se tiverem um tempinho, leiam meus livros, meus textos. Muito obrigada. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA FABIANE LINHARES

...MEU ETERNO POEMA... Um poema eterno sempre me pontua, pois Minha alma é de .........oceano........... Este poema Me traz à superfície Das águas, pois quer me mostrar O Sol , sabe De um horizonte, Que me descansa No limite , para que eu Volte entre os termos Alternantes , pois isto, é Também o que sou, profunda Leveza do sentir, Parâmetros sem fim, Mas com o meio, Eixo , base, Sendo poesia, Pontuações no céu Oras!!!!São estrelas!!!! ...disse meu eterno poema… Este Céu move-se como a alma ...É a dança da eternidade…

A CORAGEM A coragem nas mãos, encantam a conquista de um amor que reage. Ser é estar entre o dia e noite, no grito ou silêncio de uma alma que se expressa no agudo intento de toda vontade, no dizer e fazer do movimento da vida. No vazio, que não avança, o ritmo da ida morre aos poucos, nos pés de uma nova esperança, um novo olhar no som da dança da verdade. A face pede expressão ao necessário, nas mãos que tocam o rosto inevitável para a realidade. O sino toca para o alertar do tempo, e os dias não inventam ocultos para o caminho do coração, pois coragem já é a presença depois de todos os sonhos que pediu.Vista o relógio, mesmo cansado dos ponteiros , a eternidade não quebrou a hora. Fabiane Linhares

Fabiane Linhares

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MARTA MARIA NIEMEYER

COSTURANDO HISTÓRIA Enclausurada em quarentena vou costurando a vida. Ligo a máquina zigue-zague, para despedir a treta. Cada ponto atrás, dias passados sem lamento, bordo alegria e fantasia. Alinhavo as horas, prego um botão de esperança. Aquele apoio no chuleio! Um arranjo na história. Tecido colorido belo vestido... Vestido de festa? Mas que festa? Festejar alegria e agradecer o dom da vida cada membro da família. E o calçado? Não pensei no sapato. Uma coleção perdida, repousando embolorada. Enquanto costuro não penso no futuro, vou vivendo o presente agradecendo a saúde. Quem cortou o tecido era muito, muito distraído. Costurando palavras vou vivendo de ilusão. Enganando, descosendo fantasmas na escuridão. Marta Maria Niemeyer

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Entrevista com o escritor

EDUARDO LIPORACCI Eduardo Liporacci nasceu no dia 21 de Junho de 1989 em Recife/PE. Criado em Bauru/SP, o autor também morou em outros lugares do Brasil e do mundo. Indo contra os moldes acreditados pela sociedade, devido ao seu jeito fora do comum e a aparência de um ‘não escritor desse tipo de texto’, o autor que ainda na infância se apaixonou pela escrita e pela leitura, em específico por poesias, divide com seus leitores um pouco de si e de personagens criados pelo mesmo em seus livros. Acreditando que as pessoas são amplas em seu interior e que seus mundos podem tomar diversas formas a cada segundo, o autor que também atuou no teatro municipal de Bauru por alguns anos continua a escrever, mostrando suas diferentes vertentes na escrita. Boa leitura!

O “Terra em Água” mostra para o público que podemos nos expressar artisticamente, que não é impossível termos nossos textos e obras publicadas, que podemos sonhar e escrever, que podemos compartilhar com os outros. Ele quebra uns moldes e ideias que muita gente tem sobre a literatura.”

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“TERRA EM ÁGUA” - EXPLORANDO A LIBERDADE DE VIVER E SENTIR

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor Eduardo Liporacci, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever? Eduardo Liporacci - A literatura sempre esteve presente na minha vida, pois desde muito novo sempre gostei de ler e escrever. Como eu sempre escrevia, decidi montar um blog para publicar os meus textos e compartilhar com as pessoas; acredito que é isso o que me motiva mais, compartilhar a minha escrita com outras pessoas, me conectando com elas por meio dos meus textos, dividindo sentimentos e mostrando para elas que é lindo quando nos permitimos sentir, transformando o que há dentro de nós em algum tipo de arte e compartilhando essa arte com outras pessoas. Você escreve, poesias, cartas, pensamentos, crônicas... Como se deu a escrita em diferentes segmentos literários, abordando como você mesmo diz “temas variados em diferentes formas e sentimentos”? Eduardo Liporacci - Como tudo começou com um blog, eu escrevia tudo o que sentia, passava e imaginava, me permitindo explorar acontecimentos, pensamentos e sentimentos diversos que nos ocorrem no dia a dia. Pelos textos terem como fonte experiências diferentes, eu acabei explorando outros tipos de escrita, meio que ia fluindo naturalmente, alguns textos automaticamente eram escritos como cartas, outros como poesias, etc. Apresente-nos “Terra em Água” Eduardo Liporacci - Eu gosto de dizer que o “Terra em Água” é um livro muito ‘humano’. A obra literária tem sua linearidade, harmonia, explosões,

imperfeições, momentos, sentimentos, falhas (sim, o livro tem ‘erros’) e tentativas, assim como nós e nossas vidas. Muita gente me dá o feedback de que se conectou muito com o livro pois ele é um livro ‘cru’, sem muita preocupação em ser perfeito, sendo diverso, mas harmonioso, funcionando muito bem pois é direto, simples e cheio de sentimentos. ‘Afinal de contas, somos todos humanos…’

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‘até o momento em que o copo transborda e o planeta se inunda…’ Apresente-nos um dos textos publicados em seu livro. Eduardo Liporacci - o início de um fim ‘No meio de risos descontentes e confortos desconfortos, as palavras saíam mudas e as atitudes irreais e carinhos ásperos exalavam da minha casca. A música cantada amadoramente parou

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e em um momento, a sós na multidão de solidões, com copos vazios e olhares tristes acompanhados à mesas de bar, o teu olhar veio de encontro ao meu...’ Cada texto contém um momento, um pedacinho do autor, comente sobre o momento de criação do texto. Eduardo Liporacci - A criação dos textos acontecia simplesmente por eu me permitir viver e sentir, daí era só colocar tudo no papel, o sentimento, acontecimento ou ideia inicial, e depois ‘lapidar’ pelo menos um pouco. O que a escrita representa para você? Eduardo Liporacci - A escrita é uma arte linda em que compartilhamos algo com o próximo, onde podemos ser livres para criar, imaginar, para nos colocarmos em posições de força ou/e vulnerabilidade, onde podemos tudo e também o nada se quisermos. Escrita é explorar a liberdade. O que mais o atrai em “Terra em Água”? Eduardo Liporacci - O fato de ele ser um livro simples, harmonioso e direto, mas cheio de sentimentos. O “Terra em Água” mostra para o público que podemos nos expressar artisticamente, que não é impossível termos nossos textos e obras publicadas, que podemos sonhar e escrever, que podemos compartilhar com os outros. Ele quebra uns moldes e ideias que muita gente tem sobre a literatura.

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Você fala que não tem ‘a aparência de um escritor do tipo de texto que escreve’, fale-nos sobre isso. Eduardo Liporacci - Acredito que muitas pessoas ainda têm um estereótipo de como um escritor de poesias, cartas e pensamentos é. Eu gosto de quebrar isso! A maneira como me visto, as tatuagens, como ajo às vezes, isso intriga algumas pessoas que não entendem que as pessoas são amplas e podem ter uma vertente que elas não esperam, ter um lado que apenas olhando elas nem imaginam. Pessoas que não me conhecem a fundo já vieram falar isso pra mim, que não me imaginavam assim, outras até já me perguntaram quem escreve meus textos pra mim; isso me choca mas eu fico feliz em poder estourar umas bolhas que algumas pessoas têm. Onde podemos comprar o seu livro? Eduardo Liporacci - O livro está à venda em formato impresso e e-book em diversas lojas e websites. Amazon, Lojas Americanas, Submarino, etc

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Eduardo Liporacci. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Eduardo Liporacci - Eu que agradeço o espaço dado, foi um prazer! A mensagem que gostaria de deixar para as pessoas é: Permitam-se! Permitam-se viver, sentir, criar e compartilhar. Nada é impossível, o mundo da arte é amplo e por isso existe espaço para tudo e todos que sonham em um dia compartilhar sua arte, seja ela a escrita, dança, pintura, fotografia, música, etc. Quer conhecer melhor o Eduardo? Instagram eduliporacci Twitter eduliporacci Facebook eduliporacci YouTube eduardoliporacci Ou no website - www.eduardoliporacci.com

Quais os seus próximos projetos literários? Eduardo Liporacci - O ‘Terra em Água’ chega em Portugal ainda este ano, já assinei o contrato com uma editora de lá. Além disso, já entreguei mais dois livros para a minha editora Brasileira, então acredito que até o final do ano meus outros livros já estarão disponíveis no Brasil.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA MARIA SANTOS

Paulina, a menina que queria sonhar - Paulina nasceu! - gritava cheio de euforia Inácio, ao telefone, anunciando a boa nova do nascimento da pequenina Paulinha, a sua mãe, Mafalda. Lúcia, a sua esposa, tinha agora trinta anos. Bela, como sempre, um sonho de mulher. Inácio era engenheiro civil, solteiro, alguns anos mais velho que ela, o que - pensava - lhe dava certo ascendente paternal sobre ela. Ao fim, padronizavam o casal perfeito. Lembrava-se bem de quando a conheceu, com os seus vinte e cinco anos. Jovem, cheia de sonhos, e muito atraente, predicados que manteve nesses cinco anos de convívio a dois. Conhecera-o na empresa onde ambos trabalhavam, quando ali estagiava. Quando se cruzaram num dos corredores lá na empresa, criaram empatia, uma espécie de amor ao primeiro olhar. A partir daí, nada mais os

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separou. Não tardou muito e ei-los de casamento agendado, com tantos, tantos planos para o futuro. O tempo foi correndo e planejaram ser pais. Quando Lúcia lhe deu a notícia, naquela tarde de primavera, correram para o médico. - Parabéns, é mesmo. Vão ser pais. Entreolharam-se e Inácio agradeceu a excelente notícia que acabava de receber. - Que bela notícia, doutor, muito obrigado. Era mesmo o que desejávamos ouvir, vamos ser pais. E, virando-se para Lúcia: - Obrigado, meu amor, era mesmo o meu grande sonho um dia receber uma notícia assim, ser pai. Ó Deus, como Inácio se sentia feliz. Por onde quer que passasse, anunciava a toda a gente a feliz notícia, enquanto rejubilava de alegria. Os amigos cumprimentavam-no efusivamente. Alguns, gracejavam:

- Ri-te, ri-te. Quando ele nascer, logo vais ver como é. As noites sem dormir, mudar as fraldas ao menino, enfim, vai-te mentalizando. O melhor está para vir. E soltavam risadas, enquanto lhe batiam nas costas. - Não te assustes, Inácio – dizia-lhe Mário – só estão a brincar contigo. Mário era um daqueles amigos de peito em quem podia confiar. Os meses foram correndo com tudo a correr em perfeita harmonia, sem sobressaltos. Cada dia, era novos momentos de felicidade os que viviam. Logo começaram os preparativos para o grande evento. O enxoval ia crescendo instante a instante, nada podia faltar ao príncipe dos seus sonhos. Agora, era o grande dia. Naquela madrugada, Lúcia, acordou indisposta. Ao sentir que ela se levantava, ficou preocupado: - Que se passa, amor? Sentes-te bem?

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- Apenas uma pequena indisposição. Passa já. Deitou-se de novo, aconchegou-se entre os macios lençóis, encostou-se carinhosamente ao marido que logo pressentiu que algo não estava bem. E não estava mesmo. Minutos depois, ei-los a correr para a maternidade. O tempo esgotava-se veloz e Lúcia estava prestes a dar à luz a tão desejada Paulina. O parto mostrou-se algo complicado. Nada que o doutor não conseguisse resolver – pensavam. Inácio estava nervoso, acometido de alguma ansiedade. Desejava que o tempo passasse depressa e que as suas meninas, mãe e filha, ficassem bem O médico bem que lhe dizia: - Tenha calma, Inácio, isto é mesmo assim. Há que ser paciente, tudo irá correr bem, tenho a certeza. Passadas duas longas horas, Paulina viu pela primeira vez a luz do dia. Era forte e cheia de vigor. Quando lançou ao vento o seu primeiro grito, o rosto do pai iluminou-se. Era o tempo da criança se adaptar ao seu novo estado, viver fora do aconchego da sua progenitora Quando pegou naquele rebento, tão frágil e indefeso, Inácio mal sabia o que fazer. Movido de tanta emoção, chorou como uma criança, cheio de alegria. Afagou uma das minúsculas mãos de Paulina, que com garra a entrelaçou nos dedos do pai. Inácio olhou-a constrangido e deixou escapar: - Juro-te, meu anjo, tu és carne da minha carne, folgo do meu viver. Nunca te irás sentir sozinha, hás de sentir-te a mais amada das crianças, prometo. Pegou-a no seu colo e foi para junto da sua querida esposa, ainda a recuperar de toda aquela odisseia. - Vê, amor, como é bela a nossa filha, é tão linda! Lúcia olhava o marido cujo rosto

transbordava felicidade. Lançou-se o mais doce olhar e sorriu. - Doutor – questionou Inácio – o que se passa com a minha Lúcia? - Não se passa nada, Inácio! Está cansada. Vamos deixá-la repousar um pouco. Depois de duas horas de merecido repouso, Lúcia acordou e deparou-se com o marido ao seu lado, com os olhos cerrados, sentado na cadeira do seu lado direito. Afagou-lhe a mão com carinho. Ao senti-la, Inácio abriu os olhos de repente. - Lúcia, meu amor, que bom que acordaste, estava preocupado. Instintivamente, Lúcia olhou para o lado oposto. Ali estava a sua menina dormindo como um anjo. - Vê como é linda a nossa filha, amor! Tão parecida contigo! Babadinho por esse miminho, respondeu: - A alguém belo tinha que sair, e esse alguém és tu, minha querida. - O mais importante – retorquiu é que ela está linda e com saúde. Olha como sorri para nós! - Sim, minha querida, que ela tenha muita saúde e que Deus nos dê saúde e sabedoria para que a criemos no nosso ninho de amor. - Passaram cinco longos dias. E ei-los de regresso ao lar. Como estavam ansiosos por mostrar à sua menina o cantinho que haviam preparado com tanto amor! Tudo parecia correr em perfeita harmonia, até ao dia em que detetaram que algo não estava bem com a sua filhinha. Correram para a pediatra – a doutora Constância – que logo os aconselhou a fazer uma avaliação genética. O resultado não podia ser mais concludente. Foi-lhe detetado o Síndrome de Angelman. Preocupados, questionaram a médica. - Afinal, que síndrome é esse?

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- Nem mesmo nós, ainda hoje, sabemos verdadeiramente a doença. Sabemos tratar-se duma alteração genético-neurológica causada, na maioria dos casos, pela ausência ou má formação do cromossoma quinze, materno. Uma espécie de atraso severo no seu desenvolvimento, alguma perturbação da fala, possíveis distúrbios de sono, movimentos desconexos e uma espécie de sorriso consistente. Os pobres pais sentiram que o chão se escapara debaixo deles. Respirando aceleradamente, não sabiam o que fazer perante tal diagnóstico. Fosse o que fosse, tudo iriam fazer para que a menina pudesse sentir-se o melhor que conseguissem, nada lhe iria faltar. A menina tê-los-ia consigo a cada momento. Paulina, a sua menina, gerada com tanto amor, fora uma criança muito desejada. Olhavam para ela, sempre a sorrir e tudo fariam para que se pudesse sentir feliz. Sim, como eles, Paulina também tinha sonhos, como os seus, havia que garantir que, como eles, os pudesse realizar um dia. O tempo passou. A menina cresceu. A síndrome, a tal síndrome, passou a fazer parte da sua vida. Mas não foi forte o suficiente para que a menina, no aconchego do seu lar, não pudesse sentir-se alegre e feliz. E sempre que lançava o seu olhar sobre os progenitores, que tanto amava. Porque ela, também tinha sonhos. Esses sonhos, eles como pais de Paulina, tinham que garantir que a sua pequena Paulina, os iria concretizar Sempre que olhavam os olhos da pequena Paulina, eles transmitiam aos seus progenitores, lançava-lhes o olhar mais doce algum dia imaginado e dizia-lhes: - Olhem para mim, vós sois os meus sonhos, os sonhos que no decorrer de toda a minha vida comigo terei sempre presentes para me fazerem feliz.

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Entrevista com o escritor

FÁBIO ANTÔNIO GABRIEL Licenciado em filosofia, especialista em ética e bacharel em teologia. Mestre e Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Gosto muito de estudar filosofia contemporânea com ênfase em ética. Acredito que a existência é única e necessita ser refletida para encontrarmos o sentido para a nossa vida. Defendo o respeito à dignidade da pessoa humana como um valor ético fundamental. Sou organizador de alguns livros pela Editora Multifoco. Entre outros, relaciono: Diálogos Contemporâneos entre Filosofia e Educação (2017); Ensaios entre Filosofia e Educação (2016); Educação Contemporânea em Perspectiva (2015). Destaque para o livro de reflexões “Minuto de Reflexão” (Editora EscalaLa fonte). Boa leitura!

O leitor poderá acessar o ebook gratuitamente e observar quais artigos dialogam com sua respectiva área de pesquisa e utilizá-los para fundamentar suas pesquisas na área de filosofia, filosofia da educação e temas contemporâneos da educação.”

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AGORA: FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E PESQUISAS AVANÇADAS EM EDUCAÇÃO Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor Fábio Antonio Gabriel, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Apresente-nos, as principais temáticas abordadas em “Agora: Fundamentos Epistemológicos e Pesquisas Avançadas em Educação” – volume 2? Fábio Gabriel - Cordiais saudações, aos leitores, é uma grande satisfação estar interagindo com os leitores a partir desse canal de comunicação. Faço um recorte do prefácio da Profa. Dra. Eliane Maio (UEM) para apresentar a obra: “O livro traz discussões sobre aspectos filosóficos, perpassando desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, sobre temáticas de inclusão digital, educação a distância, produção de conhecimento matemático, formação docente, currículos educacionais, pedagogia humanizadora, práticas educativas, educação do campo e educação popular, atuação com bebês em escolas infantis, cotas para indígenas e quilombolas, gerontologia e educação, indisciplina escolar, entre tantos assuntos que visam aos diálogos sobre os processos de ensino-aprendizagem, bem como enfatizam que a leitura, os estudos científicos proporcionam atitudes críticas em relação às posturas educacionais, como também em virtude do momento político que estamos vivenciando.” Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura da obra? Fábio Gabriel - A obra insere-se dentro de um conjunto de obras cujo projeto intitulamos “coletâneas cientificas” (www.coletaneascientificas.com). Os principais objetivos consistem na divulgação de pesquisas na área de educação com ênfase nas relações filosóficas e epistemológicas e na interação

entre pesquisadores de diversas instituições. O grande desafio é possibilitar através das coletâneas que organizamos a possibilidade de socialização de diversas pesquisas no âmbito da educação e da filosofia da educação.

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Apresente-nos “Agora: Fundamentos Epistemológicos e Pesquisas Avançadas em Educação” Fábio Gabriel - Para apresentar uma sinopse apresento um recorte dos dizeres da Profa. Dra. Dyeinne Cristi61


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na Tomé, na apresentação do livro: “Como o próprio título do livro denuncia, temos aqui uma reunião de diferentes reflexões, perspectivas teóricas e metodológicas e análises históricas e filosófica entrelaçadas como partes fundamentais de um todo comum, que é o campo educacional. Isto é, após uma leitura atenta acerca das pesquisas reunidas por esta coletânea posso afirmar que sua grande relevância está, justamente em oferecer, aos seus leitores, um leque bastante feliz e rico de reflexões e contribuições sobre a esfera educacional, conduzindo seu público, em especial, aqueles mais preocupados em entender, discutir e esclarecer formas de se investigar diferentes realidades relacionadas a este universo.” Como você vê a relação entre Fundamentos Epistemológicos e Pesquisas Avançadas em Educação Fábio Gabriel - Acredito que há uma relação muito próxima entre os fundamentos epistemológicos e pesquisas avançadas em Educação na medida em que as pesquisas avançadas em educação dependem de um fundamento epistemológico para fundamentarem as referidas pesquisas. Seja no volume 1, seja no volume 2 de Ágora buscamos procurar conjugar esse diálogo entre pesquisa e fundamentos epistemológicos. A quem indica leitura do livro? Fábio Gabriel - Indico a todos que desejam ampliar conhecimentos na área de filosofia da educação e temas contemporâneos educacionais. Cite alguns exemplos de como o leitor pode utilizar o livro para realização de trabalhos técnicos e acadêmicos. Fábio Gabriel - O leitor poderá acessar o ebook gratuitamente e observar quais artigos dialogam com sua respec-

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tiva área de pesquisa e utilizá-los para fundamentar suas pesquisas na área de filosofia, filosofia da educação e temas contemporâneos da educação. Um artigo, por exemplo, tematiza as contribuições de Paulo Freire para o referencial temático da educação. “Ágora” – volume 1 e volume 2 tem como contribuição essencial para a área de educação apresentar a multiplicidade e a diversidade na área de pesquisas em educação. Onde podemos comprar o livro? Fábio Gabriel - Ágora – volume 1 – foi editado pela Editora Multifoco - https://editoramultifoco.com.br/loja/ product/agora-fundamentos-epistemologicos-e-pesquisas-avancadas-em-educacao/ Ágora – volume 2 – foi editado pela Editora João e Pedro Editores e pode ser baixada pelo link http://www.fabioantoniogabriel.com/ images/ebook_agoradefinitivo.pdf compra de exemplares podem realizadas através de contato - pejeditores@ gmail.com Apresente-nos, os títulos dos livros acadêmicos que já publicou. Fábio Gabriel - Ao leitor que deseje conhecer as outras obras que organizamos e publicamos convido a acessar o site www.fabioantoniogabriel.com São diversas obras acadêmicas publicadas, um livro de mensagens cristãs e um livro na área de reflexão pessoal denominado “Minutos de Reflexão” que foi editado pela Editora Escala (La fonte). Acessando o site o leitor poderá ter acesso a alguns ebooks gratuitos.

Fábio Gabriel - A escrita para mim representa todo um esforço em buscar organizar ideias, aprofundá-las e transmiti-las ao leitor. A cada livro é um novo aprendizado. Outrossim, acredito que é de fundamental importância para o desenvolvimento da escrita, a leitura. Sem leitura não conseguimos avançar no aprimoramento da escrita. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor e pesquisador Fábio Antonio Gabriel. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Fábio Gabriel - A mensagem que deixo nesse momento que coincide com um período de pandemia é que é de fundamental importância que procuremos ressignificar nossa vida revendo os valores que são essenciais para dar um sentido para nossa existência. Parabéns à Revista Divulga Escritor por todo trabalho realizado pelos escritores e pelos leitores da revista. Para conhecer melhor o trabalho do escritor e pesquisador Fábio Antonio Gabriel é só visitar o site: Site: www.fabioantoniogabriel.com

O que a escrita representa para você? Conte-nos, como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária.

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O Pequeno Príncipe visita São Paulo

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A PSICANALISTA FABIANA BARBOSA

Psicanalista, psicoterapeuta Junguiana, máster practitioner em programação neolinguística, parapsicóloga, psicoterapeuta holística, palestrante e consultora de treinamentos empresariais.

O estresse é um estímulo físico. Quando estamos estressados, o cérebro libera uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas como adrenalina e cortisol, preparando o corpo para ação de uma situação de ataque ou fuga. Nem sempre é prejudicial, pode ajudar você a melhorar o seu desempenho no trabalho e atividades físicas, por exemplo. Agora, se você permite virar uma tensão muito forte, os excessos dessas substâncias químicas irão prejudica-lo. Saber gerenciar as suas emoções, reduz o estresse e riscos à sua saúde física e mental.

Dicas para aliviar o estresse:

Transtorno de humor

☑ Pare tudo, inspire e expire várias vezes. ☑ Tome água ou um chá de sua preferência, mas sem cafeína. ☑ Converse com alguém para acalmar. ☑ Coloque uma música suave de sua preferência. ☑ Olhe para cima por 10 segundos. Esse movimento dos olhos ajuda a controlar as emoções de raiva, medo, tristeza e angústia. Segure o olhar por 10 segundos e repita várias vezes. Não faça esse exercício dirigindo ou algo que exija a sua atenção, evite acidentes. ☑ Tenha contato com a natureza, caminhe descalço, descarregue na terra ou grama, toda energia negativa. Inspire e expire profundamente. ☑ Desligue o celular, computador, aparelhos eletrônicos por alguns minutos e relaxe. Aproveite e faça alguns alongamentos bem devagar.

Você se irrita com facilidade? Parece que as pessoas estão muito felizes e isso te incomoda? O seu humor oscila muito durante o dia? Como você tem gerenciado as suas emoções? O mau humor é o estado de espírito de quem não está bem disposto. O mal-humorado é aquele que está irritado, desgostoso com alguma coisa e reclama de tudo. Se você sofre com essas oscilações, procure identificar como isso ocorre diariamente. Crie um diário de acontecimentos, compare as situações cotidianas. Se persistir os sintomas, busque ajuda com um profissional habilitado. Geralmente, uma pessoa com transtorno de humor, não é bem compreendida em seus relacionamentos interpessoais, gerando solidão com o afastamento de familiares, amigos e colegas de trabalho. Pessoas com transtorno de humor precisa buscar o autoconhecimento. A psicanálise ou psicoterapia Junguiana pode ajudar nesse processo de autoconhecimento, elevar a autoestima, autoconfiança, equilíbrio emocional e promover qualidade de vida. Estamos atendendo presencial e online. Agende sua consulta.

Forte abraço! 64

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Dicas para administrar o seu tempo:

Você sabe administrar o seu tempo? O tempo ficou escasso com a pandemia? Aumentou a demanda de trabalho home office? Você observou se tem ficado mais cansado, ansioso, estressado e confuso para administrar o trabalho em casa? Em um mundo rápido e agitado, e com pandemia, paga-se um preço muito alto por necessitar trabalhar, suprir às suas necessidades e de sua família. A adrenalina é constante para cumprir metas, obter resultados e satisfação dos clientes. Apesar de muitos sofrimentos, a pandemia gerou oportunidades de trabalho em algumas profissões, e outras aumentou a demanda de trabalho. Você tem reservado tempo para você e sua família? Tem tido pouco laser ou nenhum? Como gerenciar o tempo com excesso de trabalho?

☑ Evite trabalhar períodos longos para cumprir prazos. Estabeleça critérios, como objetivos, metas, prazos, avaliações de riscos, identificação de problemas, soluções e resultados. ☑ Evite trabalhar períodos muito longos para cumprir prazos, fuja da armadilha do estresse. ☑ Faça uma lista de todas as suas atividades diárias, inclua você na lista, como tomar água, ir ao banheiro, tomar um café, lanchar, pagar uma conta, fazer alongamentos, salão de beleza ou barbearia, etc. ☑ Olhe para a lista e crie 4 tabelas. Nessa tabela coloque todas as atividades, selecionando o que é URGENTE, NÃO URGENTE, IMPORTANTE e NÃO IMPORTANTE. Após separar todas as suas atividades e coloca-las em ordem de prioridades, avalie se ficou faltando algo ou queira modificar. Lembre-se de incluir você, seus familiares, amigos e laser. ☑ Essa lista poderá ser salva no seu computador ou impressa, como preferir. O importante é visualiza-la e segui-la, criando um novo condionamento mental, novos hábitos saudáveis de vida. ☑ Se surgir imprevisto, sugiro deixar nessa lista um espaço para os “imprevistos”, desde que eles não consumam muito o seu tempo, pois terá que avaliar se é urgente, não urgente, importante é não importante. Em cada classificação do tempo, você pode limitar um espaço de tempo para os imprevistos, pois eles são inevitáveis. ☑ Você pode fazer essa lista diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente. Assim, deixará registrado as tarefas bem organizadas, podendo acrescentar ou mudar. Apenas lembre-se de incluir você e suas necessidades fisiológicas. ☑ Inclua o seu esporte, uma atividade física que adiou há anos, o seu laser. Se precisar de ajuda uma consultoria, treinamentos empresarias ou ajuda terapêutica, entre em contato. Estamos atendendo presencial e online. Forte abraço.

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Entrevista com o escritor

FÁBIO ANTÔNIO GABRIEL Fábio Antonio Gabriel, licenciado em filosofia, especialista em ética e bacharel em teologia. Mestre e Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Gosto muito de estudar filosofia contemporânea com ênfase em ética. Acredito que a existência é única e necessita ser refletida para encontrarmos o sentido para a nossa vida. Defendo o respeito à dignidade da pessoa humana como um valor ético fundamental. Sou organizador de alguns livros pela Editora Multifoco. Entre outros, relaciono: Diálogos Contemporâneos entre Filosofia e Educação (2017); Ensaios entre Filosofia e Educação (2016); Educação Contemporânea em Perspectiva (2015). Destaque para o livro de reflexões “Minuto de Reflexão” (Editora Escala- La fonte). Boa leitura!

Acredito que a educação à distância é bonita na teoria, mas na prática os alunos da educação básica não tem disciplina para criar rotinas de estudos.”

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DOCÊNCIA: PROCESSO DO APRENDER E DO ENSINAR Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor Fábio Antonio Gabriel, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Apresente-nos, as principais temáticas abordadas em “Docência: Processo do Aprender e do Ensinar volume 4”? Fábio Gabriel - Prezados leitores, a satisfação é nossa de estar interagindo com um mecanismo de comunicação tão importante que é essa revista. “Docência: processo do aprender e do ensinar” é uma importante coletânea que muito nos auxilia no processo de reflexão epistemológica sobre a prática da docência. Trata-se da socialização de diversas pesquisas com diversos que tem comum uma reflexão sobre a docência na contemporaneidade. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura da obra? Fábio Gabriel - Com a leitura da obra, o leitor poderá atualizar-se sobre diversas temáticas que perpassam a educação na contemporaneidade. Recomendo também a leitura dos volume I, II e III. O objetivo que almejamos com a coletânea é contribuir das mais diversas formas para buscar pode pensar sobre a prática docente na contemporaneidade diante dos desafios sociais que nos encontramos e da desigualdade do acesso à educação que presenciamos. Apresente-nos “Docência: Processo do Aprender e do Ensinar” Fábio Gabriel - Apresento a sinopse a partir do prefácio da Profa. Dra. Leila Freire da UEPG: Para quem transita pelas áreas de conhecimento relacionadas ao ensinar e aprender da educação física, da matemática, da filosofia, da pedagogia, da literatura, da história e das ciências, esse livro tem muito a lhe acrescentar. Caso o leitor não seja de nenhuma destas áreas, mas tenha inte-

resse em pensar processos formativos e de atuação profissional, este livro também tem muito conhecimento a lhe comunicar, pois os textos apresentados discutem exemplos de práticas de formação inicial e continuada, práticas de ensino na educação básica e no ensino superior, ensaios teóricos e discussões

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a partir de levantamentos bibliográficos variados.” Como você vem vivenciando a docência no Brasil, em época de pandemia? Fábio Gabriel - Penso que é um período delicado e temos esperanças de dias melhores. Trabalho na educação 67


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do ensino médio e percebe-se os desafios que a educação à distância nos impõe e reforça a tese segundo a qual nenhuma tecnologia substituirá a atividade do professor. Na realidade dos meus alunos tenho percebido o quanto existem desigualdades sociais que se manifestam, entre outras situações nas desigualdades de acesso à internet. Como você avalia o sistema educacional, olhando para os docentes, pós-pandemia? Fábio Gabriel - Acredito que é triste que muitas lideranças pensem na educação enquanto um negócio comercial como se a educação fosse um comércio. Nesse sentido, entendo a importância do professor enquanto um intelectual que atua diretamente na sociedade e pode ajudar a classe trabalhadora a emancipar-se. Penso que durante esse processo pode-se perceber o quão importante é o papel do professor na sociedade. Existe uma significativa preocupação com relação aos novos métodos a serem utilizados por docentes e discentes. O que acredita que mudará na docência em suas diferentes segmentações, por faixa etária de estudos e aprendizado? Fábio Gabriel - Fala-se numa tendência de ensino híbrido com aulas presenciais e aulas em plataformas, penso que poderá auxiliar na aprendizagem; mas o real é que quem ensina realmente é o professor em sala-de-aula na interação direta com seu aluno. Acredito que a educação à distância é bonita na teoria,

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mas na prática os alunos da educação básica não tem disciplina para criar rotinas de estudos. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura de “Docência: Processo do Aprender e do Ensinar” ? Remeto novamente à profa. Leila Freire que tão brilhantemente assim pronunciou-se no prefácio: “Falar da docência enquanto processo de aprender e ensinar, remete-me às imagens de docência que construí a partir da prática e do estudo da minha docência e da docência de outros. As imagens de docência que construímos provêm de um contexto cultural mais amplo e é essa perspectiva que esta coletânea adota, ao incluir textos que abordam a relação do ensinar e aprender com a biopolítica e o sentido da vida, por exemplo. Ao incluir textos sobre diferentes temáticas, como as novas tecnologias digitais e suas interfaces com a educação, leitura e literatura, currículos, gestão democrática e educação integral, muitas imagens complementares vão sendo formadas em nosso imaginário. Imagens que contribuem para nossa formação cultural, política e acadêmica.” Onde podemos comprar o livro? Fábio Gabriel - O livro pode ser baixado gratuitamente em forma de ebook no site: http://www.fabioantoniogabriel.com/images/ebook_Docencia_ Vol4_definitivo.pdf - Se alguém desejar adquirir livro físico pode ser adquirido entrando em contato com email: consultoriaeditorialgabriel@gmal.com

Apresente-nos, os títulos dos livros acadêmicos que já publicou. Fábio Gabriel - Como são diversos livros organizados convido os leitores a visitarem meu site no link http://fabioantoniogabriel.com/index.php/livros e conhecer as obras que organizei. Elas discutem relações entre filosofia e educação; pesquisas sobre filosofia e pesquisas sobre educação. No meu site também podem ser encontrados artigos científico s que publiquei em revistas qualificadas. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor e pesquisador Fábio Antonio Gabriel. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Fábio Gabriel - Vivemos tempos difíceis, mas acredito também que de esperança por dias melhores. Que possamos somar forças enquanto sociedade para após a pandemia retomarmos nossas atividades. Mais do que nunca faz-se de fundamental importância que a sociedade valorize os professores e que os alunos valorizem suas famílias e a escola enquanto instituições fundamentais para seu desenvolvimento.

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O Pequeno Príncipe visita São Paulo

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA IRLEN LEAL BENCHIMOL

Mensagem da autora Leia gratuitamente o livro infantil Os Piratinhas do Bem contra o Coronavírus e compartilhe com seus amigos mais uma aventura dos @ ospiratinhasdobem! Grande abraço! Dias melhores virão! Que tenhamos esperança e fé! Irlen Link do Ebook em português: Irlen Leal Benchimol - Ebook Os Piratinhas do Bem Contra o Coronavírus https://issuu.com/smc5/docs/ irlen_leal_benchimol_-__ ebook_-_os_piratinhas_do_b Ebook em Inglês Irlen Leal Benchimol - Ebook Little Pirates of Good Against The Coronavírus Published on Apr 14, 2020 https://issuu.com/smc5/docs/ irlen_leal_benchimol_-_ebook_ little_pirates_of_goo

lrlen Leal Benchimol nasceu em Manaus, no estado do Amazonas. É servidora pública do Tribunal de Justiça local, Formada em Direito, Pós-Graduada em Direito Processual Penal, com Curso de Aperfeiçoamento pela Escola da Magistratura do Amazonas. Também atua como membro da ABEPPA (Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan-Amazônicos) e também da ASSEAM (Associação de Escritores do Amazonas). Membro da AEILIJ (Associação de Escrititores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil), além de participar também da APADAM (Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas). Possui como principal inspiração seu filho, Ilan, que dá nome ao capitão dos Piratinhas do Bem. É a criadora da coleção Os Piratinhas do Bem, que já conta com três volumes: Os Piratinhas do Bem Navegando pela Amazônia, Os Piratinhas do Bem no Mundo da Imaginação e Os Piratinhas do Bem no Mundo das Diferenças. Lançou em outubro de 2017 sua segunda coleção: Por Trás do Pôr-do-Sol Os Anjos e Seus Amores. Suas obras são direcionadas ao público infantil e infanto-juvenil e a todos que queiram compartilhar da experiência de ser um piratinha do bem.

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tura oficial de seus personagens, Os Piratinhas do Bem na Terra dos Gigantes Amazônicos. Linktree https://linktr.ee/irlenbenchimol_escritora

Atua também como poetisa, compositora, amante das artes e da natureza. Seu lema: “sem amor nada tem valor”. Seus livros tratam sobre preservação da natureza, inclusão, solidariedade, respeito, amizade, lealdade, com lições de amor para vida toda. Em 2019 a autora apostou em uma nova coletânea: O Reino dos Encantados - Uma Mistura Que Deu Certo, onde deu ênfase à preservação da natureza, limpeza dos rios, numa trama que simultâneamente mostra um misto de amor e aventura entre um príncipe tucuxi chamado Yank e uma “bota” cor de rosa chamada Luara, vindos de reinos diferentes do subterrâneo do Encontro das Águas. Começa então uma batalha contra as diferenças entre o reino dos Salvadores (composto por botos cor de rosa) e o reino dos tucuxis.

Uma aventura que conta com muitos personagens incríveis como o peixe- bibliotecário Dom Bodó, a sucuri Juliet, o Rei Rudá, a botinha Ayu, entre outros. Todos à espera da concretização de uma profecia onde surgiria um novo reino onde todo mundo podia ser o que quisesse, livre de preconceitos! Um mundo onde todas as diferenças eram aceitas: O Reino dos Encantados! Para ajudar no combate à Covid-19 e esclarecer crianças e adultos sobre os cuidados que todos devemos ter na prevenção desse terrível vírus lançou virtualmente e gratuito o e-book dos Piratinhas do Bem Contra o Coronavírus em português e inglês independente, disponível no site oficial (www.piratinhasdobem.tk). Ainda em 2020, em breve, está previsto o lançamento da quarta aven-

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Revista Internacional Divulga Escritor https://issuu.com/smc5/docs/42_divulga_escritor_revista_literaria_da_ lusofonia https://spereirac2.wixsite.com/irlen/ post/irlen-benchimol-na-revista-divulga-escritor http://blogdoramonpaixao18.blogspot. com/2019/12/news-literaria-revista-internacional.html Baixar revista em PDF https://www.recantodasletras.com. br/e-livros/6828375 Vídeos o Canal do You tube Irlen Bench https://www.youtube.com/watch?v=6ePUmOrIg3w https://www.youtube.com/watch?v=82Jksr8YdZc Vídeo especial de combate ao Covid-19: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=KZrGnbd-iJU Páginas da autora: www.irlenbenchimol.tk www.piratinhasdobem.tk 71


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Entrevista com o escritor

GUIGO RIBEIRO Guigo Ribeiro é formado em letras pela Universidade Federal de São Paulo. Iniciou sua carreira na música, compondo diversos projetos. Atualmente se dedica ao primeiro trabalho de estúdio. Foi percussionista e diretor cênico da Verve, cia de arte negra. No teatro, integrou diversas cias e desenvolveu o monólogo “Um Soco”, em que atuou, se dirigiu e assinou a dramaturgia. Morador de São Paulo, foi colunista por dois anos do portal Desacato – A Outra Informação, além de ter ajudado na fundação do coletivo de escritores CronicArte. Na literatura, escreveu em 2017 sua obra de estreia “O Dia e o Dia Que o Mundo Acabou”. Também é criador da revista Punhado, projeto com conexão Brasil - Angola. Atualmente prepara o lançamento do seu segundo livro que se chama “Entre Rios”. Boa leitura!

Por isso o livro começa e termina no fim de mundo, um fim de mundo um tanto peculiar, eu diria. Entre o primeiro e último conto, história de pessoas normais que estão imersas nesse ciclo. Contudo todas as histórias são finais de mundo.”

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O FIM DO MUNDO ENTRE CONTOS E SÁTIRAS

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor Guigo Ribeiro, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever contos e sátiras? Guigo Ribeiro - O prazer é todo meu. Obrigado pelo convite. Bom... escrever foi e é um jeito que tenho de falar do mundo, das pessoas. É uma maneira de adentrar universos e mostrar que são “pluriversos”. A ideia de escrever “O Dia e o Dia Que o Mundo Acabou” veio da necessidade de adentrar o interior dos personagens. Suas loucuras, manias, seus olhares, solidão. Escrever é uma forma de investigação. E me interessa a complexidade humana. Dentro de cada ser, mora outros tantos e que vivem guardados ou escondidos... o que me motivou foi mostrar que existem muitas pessoas que em dado momento precisam escolher entre seus eletrodomésticos qual é o seu melhor amigo. A solidão. O intimo. Vidas me interessam e me atraem. O que mais o atrai na leitura deste segmento literário? Guigo Ribeiro - Entender que nenhuma história é verdadeira e falsa. Existe um jogo. Uma negociação. Existe um lugar de acesso ou não acesso. Me interessa a descoberta da história e, sobretudo, como contar uma história. É extremamente atraente deparar-se com o novo, o desconhecido. E nessa experiência, buscar como as palavras vão acertar, acessar. É fundamental compreender que cada história é única para cada leitor e que a leitura é extremamente individual. Pronto! Me atraem as descobertas e o quão efêmeras são. Em que momento se sentiu preparado para publicar o seu livro “O Dia e o Dia Que o Mundo Acabou”? Guigo Ribeiro - Acredito que teve

um processo de maturação artística. Todo trabalho nasce para ganhar o mundo, todavia existe um trajeto do artista e da obra. Uma conversa franca entre ambos que atravessa diversas questões. É normal. Para além do momento, a necessidade. A arte tem vida e quando quer ganhar o mundo,

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fica brava, se revirando, reclamando, sabe? Por vezes é mais forte que o artista. Então, a luta pela publicação. Por achar os espaços para isso. Autor que publica o primeiro livro entende muito rápido que o caminho é longo. E que possivelmente será necessário tornar-se amigo do tempo.

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Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Guigo Ribeiro - O título veio antes da obra. Eu sabia que seria sobre um dia e sobre o dia que o mundo acabou. Por isso o livro começa e termina no fim de mundo, um fim de mundo um tanto peculiar, eu diria. Entre o primeiro e último conto, história de pessoas normais que estão imersas nesse ciclo. Contudo todas as histórias são finais de mundo. Uma mulher que cria três filhos sozinha e sobrevive da busca por papelão é um fim de mundo. Um homem que adquire o hábito de seguir pessoas na rua é um fim de mundo. Vivemos o fim todos os dias. O fim e o começo. A morte e o nascer. Apresente-nos a obra Guigo Ribeiro - A história do dia e o dia que o mundo acabou caminha pelo início de um dia normal. Os advogados foram brincar de defender as pessoas, os médicos de curar, os engenheiros pensavam pontes e os doceiros faziam sorrisos infantis. Devo admitir que o dia que o mundo acabou foi muito além dos filmes estrangeiros mal feitos, sem bombas ou fogo. O Senhor Supremo, aliás, seguia normalmente julgando nossos erros tão normais e não participou da festa. Sua cadeira confortável o permitia simplesmente assinar papéis e dizer adeus. Também não houve água visto que o mar tem coisa muito mais importante pra fazer do que invadir as construções burocráticas e frias da cidade. Cometas? Insistiam em passar longe da terra. O mundo, na mais plena verdade, acabou em um corte súbito de conexão, como uma veia do coração que se rompe e o corpo cai.

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Fragmento do conto “O Dia e o Dia Que o Mundo Acabou”. Apresente-nos um trecho de um dos textos, publicados na obra. Guigo Ribeiro - A bala acertou o rosto do menino e fez um estrago tão grande que sua mãe não o veria mais. Nem morto. Quando pensou em dizer algo, apenas conseguiu virar o rosto levemente num reflexo, mas coisa pouca. Quase nada. Caiu e lá ficou, sem mesmo chance de ambulância ou mesmo algum super-herói, como os que gostava de ver na televisão. O segundo ainda correu tão rápido, mais tão rápido como sua vida foi embora. Nem teve tempo de pensar em ziguezaguear como sempre planejou caso tivesse uma arma apontada para suas costas. Deu cerca de vinte passos inconscientes e o barulho do disparo o silenciou. Fragmento do conto “Sérgio Mário”. Onde podemos comprar o seu livro? Guigo Ribeiro - No próprio site da Amazon, Bubok e na Bok2. Livraria Bok2 Amazon Bubok O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária. Guigo Ribeiro - A escrita representa a experimentação. Ocupar espaços, desafios. Gosto de estar em constante movimento. Talvez por isso que tenha feito tantas coisas teoricamente diferentes. Prestes à publicar meu segundo trabalho, entendo melhor os processos e o tempo. As demandas. Nas primeiras criações literárias, a escrita era algo escondido, como talvez quase todo

escritor e escritora. Agora, representa a necessidade de expandir o trabalho. Assim venho desenvolvendo. Levando as produções para o maior número de pessoas. Quais os seus próximos projetos literários? Guigo Ribeiro - Lançamos recentemente a revista Punhado que, confirmo citei, é uma produção Brasil – Angola. Tenho trabalhado para a expansão dela e preparando a segunda edição, prevista para dezembro. Também estou preparando a terceira temporada da série literária Seu Alfred Divinu’s, projeto este que sai por volta de setembro, outubro. E, com muita calma, escrevendo um terceiro livro. No mais, participei de alguns projetos que estão para sair. Ainda sem data. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Guigo Ribeiro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Guigo Ribeiro - Agradeço demais. Foi ótimo. E desejo que arte seja cada vez mais forte, mais ampla e potente. Me sigam nas redes. Sempre há coisas novas. Um abraço.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA CHRISTIANE COUVE DE MURVILLE

Em que mundo vivemos? *Christiane Couve de Murville é doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo, com especialização em psicodrama e orientação profissional. Também é bacharel em Ciência da Computação pela USP. Publicou a trilogia A Caverna Cristalina e o A vida como ela é, no Brasil e na França, e a série Até Quando?, além de livros e artigos acadêmicos. Dedicou a carreira ao atendimento psicológico individual e grupal de crianças, jovens e adultos, e ofereceu oficinas de teatro espontâneo em contextos variados. Tem experiência artística em escultura, desenho, pintura e cerâmica e faz as ilustrações de seus livros. www.cmurville.com.br

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aria viu a vizinha no jardim e perguntava-se o que fazia ela passeando, ao invés de trabalhar. Para o carteiro no portão, a mulher no jardim tomava sol, usava short e blusa decotada para fixar vitamina D. No entanto, a moradora da frente achou indecente uma mulher madura vestida assim; de baby-doll! A filha, que observava da janela, achava que a mãe tinha ido colher salsinha na horta. Já o netinho sabia que a avó apreciava o perfume das flores. Quanto ao mendigo na calçada, levou um susto quando reparou na sombra da mulher rodando não longe de si. Imaginou um fantasma vindo agarrá-lo! Mas Djanira, este era o nome da senhora no jardim, tinha saído de casa para refrescar a cuca. O clima na sala estava pesado! Todo mundo reparou em Djanira no jardim, porém cada um colou sobre a cena vista suas ideias, impressões, dúvidas, desconfianças, seus pensamentos, medos, preconceitos, julgamentos de certo ou errado e sabe-se lá o que mais, que carregava dentro de si. Só o cachorro não pensou nada! Também ninguém viu Djanira de verdade. Cada um definiu e projetou em sua realidade a Djanira de sua ca-

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beça, com estas ou aquelas características, comportamentos, intenções e tudo mais. Aparentemente, as pessoas vivem em mundos distintos. Pois, diante de uma mesma cena, um fenômeno ou acontecimento qualquer, um vê uma coisa, outro percebe outra, e surgem interpretações diversas. Quando estudamos a fisiologia dos sentidos, observamos que todo estímulo que nos chega por esses órgãos passa por um processamento. A informação captada pelas células sensitivas é interpretada no cérebro, gerando representações, criando memórias e imagens na nossa mente. E cada um interpreta de um jeito, em função de experiências já vividas, de desejos, expectativas, crenças, humores, condicionamentos e tudo que compõe sua bagagem pessoal. Agregamos às informações que nos chegam através dos sentidos a nossa análise, compreensão, perspectiva e escala de valores. Então, o que seria a realidade de verdade? Certamente, nenhuma das versões particulares criadas pela mente das pessoas. Mas, talvez, todas elas ao mesmo tempo! O universo compreenderia, então, uma infinidade de bolhas oníricas possíveis coexistentes e entrelaçadas, e a maioria das pessoas estaria na sua viagem pessoal, correndo atrás

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de seus interesses, lidando com suas confusões, leituras tendenciosas da realidade e criações mentais, sem realmente enxergar muito além de seu mundinho particular. Porém, a possibilidade de alcançar o estado contemplativo, o estado natural de simples observador que aparece na luz do olhar dos seres inocentes, existe para todos. Mas é necessário aquietar pensamentos e parar com julgamentos e conjecturas rebeldes sobre tudo e todos para desenvolver o “olhar do coração”, livre do peso de querer ter ou reter qualquer coisa, e então se curar de projetar seu mundo na tela perfeita do mundo real.

VOVÔ Vovô estava velhinho e muito doente. Na cidade onde morava, os recursos para tratá-lo eram insuficientes. Teria que ser transferido para a capital de urgência. Porém, o traslado de ambulância levaria horas e não havia helicóptero disponível para transportá-lo. A filha resolveu, então, que o pai iria de avião, apesar dos riscos de embolia e da possibilidade de problemas de pressão e circulação sanguínea. Os médicos haviam alertado: o estado dele era delicado e não era absolutamente nada indicado um passeio de avião a essas alturas dos acontecimentos! Mas lá foram vovô a filha de avião para a capital, apesar das advertências e dos riscos. O voo durou apenas 20 minutos, porém, para vovô e a filha, pareceu uma eternidade. O tempo parou e o sentimento era somente de alegria. Vovô olhava encantado através da janelinha do avião, seus olhos brilhavam. Observava a paisagem que desfilava à sua frente, prestava atenção aos barulhos e cheiros à sua volta, estava mais vivo do que nunca! Os médicos que o acompanhavam ficaram surpresos. O velho, que até pouco tempo exibia cara de defunto, mostrava-se rejuvenescido, seu semblante ganhou cor e até a sua oxigenação melhorou! Somente a filha entendia o que acontecia com seu pai. Vovô estava feliz! Ele adorava voar, tinha paixão por aviões e havia tirado brevê aos 16 anos! Era um piloto experiente, sentia-se em casa no meio das nuvens. Mesmo se este fosse seu último voo, morreria feliz! Ao ouvir essa história, compreendi que, às vezes, a melhor coisa a fazer é passear com os velhinhos e doentes, levar vovó ao cinema, ao restaurante, ao parque de diversões, a titia idosa para fazer uma aula de dança de salão, fazer as unhas e o cabelo da amiga convalescente, propor um programa que mude a rotina, transportando as pessoas para um mundo de alegria, onde as dores, os medos e as tristezas são literalmente deixados de lado. Fazendo gentilezas, naturalmente o mundo à nossa volta torna-se mais gentil. Além do mais, a felicidade talvez esteja simplesmente no olhar do outro, no brilho nos olhos das pessoas, quando de alguma maneira conseguimos favorecer que estas últimas acessem um plano de existência mais vibrante, leve e luminoso. Nada como oferecer um sorriso a alguém, um presente, conhecimento, respeito ou qualquer outro alimento para o espírito que o momento pede, sem esperar nada em troca! Afinal, quem já não sabe que é dando que se recebe, que é fazendo o outro feliz que se é feliz?

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BRILHO NA CORRENTEZA Um feixe de luz incidiu sobre o riacho. Infinitas partículas luminosas mergulharam na água e começaram suas aventuras no mundo. Uma fagulha de luz sentiu-se fortemente atraída pelas plantinhas que cresciam nas bordas úmidas do riacho. Aproximou-se delas e se fundiu a elas. Outra seguiu um peixe que nadava graciosamente, até alcança-lo. Queria aprender a nadar, ser um peixe também. Outra ainda ficou fascinada com as pedras que desenhavam o curso das águas. Virou pedra, enquanto sua irmã foi atrás de uma tartaruga que topou pelo caminho. A primeira a atingir os cascalhos nas margens juntou-se a eles, transformando-se em um deles. Mas muitas mergulharam fundo e se metamorfosearam em grãos de areia no leito do riacho. Passou ainda um galho de árvore flutuando e incontáveis faíscas luminosas se agarraram a ele, finalmente se transformando no próprio galho. Quantas experiências possíveis de se viver no riacho! Cada centelha divina podia escolher onde morar e por quais experiências passar neste mundo de contrastes e movimento, ora apresentando águas claras, ora escuras, revoltas ou tranquilas. Enquanto ia sendo levada pela correnteza, uma porção de luz reconheceu suas irmãs na vegetação, nas pedras, nos insetos, nos animais... Notou que muitas delas já acreditavam ser o galho, o tronco, o cascalho, a larva, o peixe... Viviam em grupo com suas colegas vizinhas semelhantes a elas e não se recordavam mais do universo de possibilidades no qual estavam mergulhadas. Tinham dificuldade em lidar com diferenças e estavam apegadas a tudo que haviam juntado à volta delas. Uma ou outra chegava até a se achar

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mais especial do que as outras e olhava de cima suas irmãs. Havia peixe grande menosprezando os pequenos, girino falando mal do galho, lesma brigando com o cascalho, grão de areia irritado com a tartaruga! Ninguém se lembrava mais de que todos eram somente luz. Porém, apesar dos desentendimentos aqui e acolá, o riacho amorosamente acolhia todo mundo de forma igual, conforme as necessidades e vontades de cada um, sem julgar nada ou qualquer ser. Afinal, cada centelha divina era sagrada, assim como toda situação que ela resolvesse experimentar ou as moradas que desejasse visitar. A faísca luminosa que via a luz em tudo sabia que não estava só. Sentia-se parte de uma imensa vida que acontecia à sua volta, no riacho e em todo o universo. Decidiu, então, ser como a correnteza que não se prende a nada. Passearia por todos os ambientes, densos e sombrios ou leves e luminosos, mas continuaria sendo ela mesma - simplesmente um brilho na correnteza!

FERA Fera é um labrador mestiço muito companheiro, que adora quando saio de bicicleta. Mal pego a bicicleta e ele já está ao meu lado, pronto para me acompanhar. Fera aprendeu a correr ao lado da bicicleta, sem ficar com medo ou se distraindo com outros cães ou acontecimentos na rua. Mesmo quando pedalo rápido, indo a quase 20 km/h, ele continua grudado ao meu lado! Certo dia, ao retornarmos do passeio, antes do portão se fechar, Fera e a cadela anciã da casa ficaram na rua. A labradora velhinha tem dificuldade de locomoção, anda bem devagar, mas a alegria dela é dar uma voltinha na calçada. Deixei. Dali a uma hora, tocou a campainha de casa. — Este cão mora aqui? — perguntou o sujeito ao lado do Fera. — Sim! É o Fera! — respondi, abrindo o portão. — Esperto este seu cão — observou o moço. — Ele estava na rua de baixo, acompanhando uma cachorra velhinha. Não saía do lado dela, notei que cuidava dela, mas estava aflito. A velhinha não conseguia caminhar direito. Perguntei a ele onde era a casa dele e ele imediatamente saiu correndo e me trouxe até aqui! O moço estava muito impressionado de o cão ter compreendido sua pergunta e intenção de ajudar. Além do mais, quantos humanos, seres ditos “racionais”, têm um coração como o do Fera? Fui buscar a labradora velhinha e o homem foi embora, refletindo sobre o modo como tratava os animais. Cuidava bem dos domésticos, mas e da vaca, do boi, do bezerro, da cabra, do cabrito, do porco, do cordeiro, da galinha, da baleia...? Estes últimos não eram tão diferentes do Fera, também tinham sentimentos, sofriam, entendiam e quem sabe até tivessem uma percepção bem mais apurada do que a dos humanos!

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MARGARIDAS Margaridas são sensíveis, lindas e perfumadas. Temos que cuidar bem delas para que continuem alegrando a vida de todos. Mas minha vizinha não sabia de nada disso. Apareceu um dia em casa e foi entrando sem ser convidada. Com seu olhar altivo e inquiridor, fez uma varredura completa da sala. Examinou os objetos sobre a mesa, o livro no sofá, avaliou o anjinho na parede, os quadros, o abajur, tudo. Também reparou nas margaridas no terraço. Aí, começou a falar da tia, da avó, da sogra e do cunhado. Seu assunto predileto era a vida alheia. E aproveitou para dar uma conferida nos meus sapatos. Precisava verificar se eram de marca boa. Eu estava de chinelos! Senti aquele olhar desagradável pousando sobre os meus pés e subindo pelas minhas pernas, medindo as minhas roupas até atingir os meus cabelos. Lembrei que precisava refazer a tintura! Até tossi! Que sufoco! E como se nada disso bastasse, assim que me distraí um pouco, a mulher foi entrando na cozinha. Alegava sede. Ainda bem que não alcançou os quartos. Logo fui dizendo que tinha coisas a fazer, que estava cansada e tudo mais. Desculpas. Mas eu não aguentava mais, estava exausta! Tinha que preservar a minha privacidade. Depois de tanta intromissão, quando a vizinha se foi, que tristeza! As margaridas estavam todas murchas. Acudi as pequeninas com um pouco de água. Mas não houve jeito. Elas morreram! Margaridas são mesmo muito sensíveis. Mas será que somente as margaridas? Ainda bem que as crianças não estavam em casa!

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Entrevista com a escritora

JÔ RAMOS Jô Ramos é graduada em jornalismo, é escritora, com pós-graduação em Sociologia Urbana e Licenciatura em Letras. Criou os salões de livros de New York, Berlim, Rio, São Paulo, Canadá e Portugal. Fundou a Editora ZL Books, e mantém o Projeto Jovens Escritores que já foi realizado no Brasil, EUA e Portugal. Publicou cinco livros em português, italiano, francês e inglês. Todo ano, lança o Catálogo Escritores da Língua Portuguesa, onde reúne autores independentes com suas biografias e produção literária. Ainda edita, a Antologia Escritores da Língua Portuguesa, que este ano alcança o sétimo ano de publicação. Boa leitura!

É examinando esta interação entre processos econômicos, sociais, políticos e os processos físicos de ocupação do solo, que tento explicar a remodelação da área central de negócios da cidade do Rio de Janeiro.” UM LIVRO, PARA QUEM SE PREOCUPA COM A SITUAÇÃO DOS MENOS FAVORECIDOS NO BRASIL Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Jô Ramos, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever “Rio de Janeiro – Uma Questão de Políticas Públicas”? Jô Ramos - Este livro foi minha tese na pós-gra82

duação em Sociologia Urbana, na UERJ-Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Escolhi este tema por morar no Rio de Janeiro e tentar explicar, de certa forma, o caos urbano em que nos encontramos hoje. Hoje em dia, como você vê as temáticas abordadas na obra? Jô Ramos - O caos do passado explica o de hoje. O

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mal uso das áreas urbanas, a elite e sua ganância desenfreada por lucros e o descaso com o povo.

Jô Ramos - Um livro que precisa ser lido para quem se preocupa com a situação dos menos favorecidos no país.

Apresente-nos o livro Jô Ramos - A estrutura urbana “criada” no período Pereira Passos reflete o momento histórico e político da época, e resultou em clara hierarquização do espaço metropolitano. Tentei partir, sempre, do pressuposto de que a ordem espacial de uma cidade corresponde às práticas sociais resultantes de conflitos entre as classes sociais urbanas (La Questión Urbana, Manuel Castells). A luta pelo poder ecoa na luta pelo domínio do espaço, marcando a forma de ocupação do solo urbano. Por outro lado, a recíproca é verdadeira; nas cidades capitalistas a forma de organização do espaço condiciona e assegura a concentração das atividades produtivas e dos meios de consumo coletivo. É examinando esta interação entre processos econômicos, sociais, políticos e os processos físicos de ocupação do solo, que tento explicar a remodelação da área central de negócios da cidade do Rio de Janeiro.

A quem indica leitura da obra? Jô Ramos - Indico a todos.

Quais os principais desafios para escrita do livro? Jô Ramos - Desvendar a origem da falta de moradia popular e o uso do solo para fins benéficos da burguesia da época. Como você vê “Rio de Janeiro – Uma Questão de Políticas Públicas”?

Onde podemos comprar o seu livro? Jô Ramos - Pelo e-mail: zlbooks11@ gmail.com Além de “Rio de Janeiro – Uma Questão de Políticas Públicas” tens outros livros publicados. Apresente-nos, os títulos dos livros publicados. Jô Ramos - A Mulher e seus Direitos, Violência Contra Mulheres, Dê um Basta!, A Vida em Frases, A Silent War, Violenza Contro Le Donne. Com esta pandemia, muitos de seus projetos foram alterados/adiados, comente sobre os seus próximos projetos literários? Jô Ramos - Pois é, 2020 pode ser considerado um ano que não existiu para eventos literários presenciais. Este ano estaria realizando os salões de livros de Portugal, em Lisboa, dos EUA, em New York e o de São Paulo, na capital. Infelizmente foram todos remarcados para 2021. Espero que a ciência consiga criar uma vacina segura para prosseguirmos caminhando. É necessário que todos se mantenham distante e usem as máscaras, assim como lavar mãos e usar álcool gel. O momento é de preservar vidas. Infelizmente está difícil conter a

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população, mas, vamos indo. A educação e a saúde foram negligenciadas por muitos anos no país e isto, agora, explode em números elevados de mortes pelo covid-19. Uma lição para que se vote melhor nas próximas eleições. O Salão do Livro de Portugal já tem data marcada, será nos dias 29 e 30 de Abril e o Salão de New York em 26 e 27 de Maio. Estamos criando um Catálogo com todos os participantes. Mais informações pelo e-mail: zlbooks11@gmail.com Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Jô Ramos. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Jô Ramos - Desejo que todos se mantenham seguros, se puderem, em suas casas e se cuidem. Estamos dependendo um dos outros, agora mais do que nunca e continuem lendo, se informando e participando on line dos eventos literários. Ler sempre será a melhor forma de organizar pensamentos e ideias.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA MAGNA ASPÁSIA

Andarilhagem das Letras Duas senhoras empoderadas das letras chegaram a um restaurante numa cidade do interior e sentaram-se numa mesa e pediram o cardápio. A ideia era beber algo enquanto escolhiam e esperavam o jantar. E assim, o fizeram. Chamaram o garçom e solicitaram o cardápio o qual ofertava várias opções de comidas. Pediam uma não tinha outra também não, enfim diante de vários nãos,pediram pro mesmo sugestão sobre o cardápio o que foi prontamente indicado. Temos somente a Costela do Pedrão, as outras opções que estão no cardápio estão suspensas, disse o garçom meio sem jeito. Sem ter alternativa, acolheram a indicação do fâmulo. Enquanto aguardavam o jantar as damas, bebericavam e conversavam sobre amenidades. Falavam do dia de trabalho, do tempo, da família, da cidade e do restaurante, que tinha as paredes pintadas de branco e as portas e janelas de azul, um fogão de lenha, cadeiras e mesas de madeira forrada com toalha de tecido xadrez azul, vários objetos antigos exposto numa prateleira num lugar de destaque e quadros com fotos antigas de família na parede que lembrava infância, isso tornava o ambiente acolhedor. O fâmulo muito solicito vez ou outra vinha até á mesa onde as damas estavam sentadas e perguntava se precisavam de algo mais. Pois o prato sugerido, ou seja, a costela do Pedrão, demoraria a ficar pronto. Num determinado momento da conversa das amigas, ele se aproximou e ouviu as mesmas falarem sobre reli-

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gião. E timidamente pediu licença á elas e disse-lhes que era católico apostólico e praticante, pois, ia à missa todos os domingos. A conversa fluía de maneira prazerosa, e o garçom na sua sabedoria e fé inabalável seguia com sua explanação. A Bíblia revela um episódio onde Jesus é interrogado a respeito de um mandamento muito importante, que é :”Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mateus 22:39). É uma das coisas mais difíceis de realizar, pois devemos saber quem é meu próximo. Partindo da premissa de que somos todos filhos de Deus, portanto irmão em Cristo. O próximo é todo aquele que convive contigo, seja no seio familiar, laboral, afetivo, cristão. Amar o próximo como a si mesmo e fazer pelos os outros o queríamos que fizessem por nós, é a expressão mais verdadeira do amor altruísta,porque resume todos os deveres do homem para o homem. A prática dessa máxima tende ao desmantelamento do egoísmo, levando a uma consciência holística do ser e seu papel no mundo que vem se refutar à visão dualista, fragmentadora e mecanicista que despojou o ser humano da sua unidade, ao longo desses séculos na sociedade tecnológica e de racionalismo exacerbado. Ao adotarem essas condutas como norte de suas vidas, o homem compreenderá a verdadeira benignidade e farão com que entre os pares grassem a paz, justiça, banindo o ódio, querelas, permanecendo tão somente a concórdia e benevolência mútua. A outra senhora que até então só ouvia, entra na conversa falando, que

a Lei de Deus é a estrela norteadora da vida quanto mais se complica a vida com as ações humanas contraditórias sobre certo e errado, mas se afasta do criador. Todavia o homem necessita buscar seu Deus para seguir os princípios humanos da moral e da ética. Que são valores essenciais e está intrínsecos dentro de cada um, presidindo a consciência toda vez que se vai exercer seus direitos e deveres na sociedade em que estão inseridos. Os dez mandamentos é a luz que instrui, norteia e dá sentida a vida completou a dama da andarilhagem das letras. A conversa estava tão interessante que o garçom, quase esqueceu o seu papel de colaborador do restaurante. Coisa que para alguns seria imprópria, pois ali ele estava em seu local de trabalho e poderia ser considerado um pouco abusivo. Todavia era hábito naquela cidadezinha o garçom conversar com os clientes. Eis que depois de uma longa espera e boa prosa, surge a “Costela do Pedrão”, servida numa vasilha de barro acompanhada de arroz branco, salada de alface e tomate. As senhoras empodeiradas com muita fome saborearam-na. Ao terminarem a refeição agradeceram e despediram-se do fâmulo e lhe disse: Olha! Somos viajantes do mundo das letras e nunca encontramos um garçom tão obsequioso como você. Ao pagarem a conta fizeram elogios ao proprietário do restaurante sobre o mesmo. O senhor está de parabéns, o seu fâmulo é uma pessoa do bem, simples e sábio, tonou nossa espera pelo o jantar um tanto prazeroso e rico. Elas falaram entre si, a conversa sobre os Mandamentos foi oportuna, afinal estamos vivendo em um mundo onde a inversão de valores é uma constante e viver entre os pares respeitando-os, de acordo com os princípios ensinados por Jesus nos leva a um mundo mais justo, de paz, união e amor. E seguiram sua viagem...

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Referência Bibliográfica Bíblia Sagrada.São Paulo: Paulos,2017.


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Entrevista com o escritor

JORGE EDUARDO MAGALHÃES Doutor em Estudos de Literatura pela Universidade Federal Fluminense; Membro da Academia Luso-Brasileira de Letras, Cadeira 03, Patronímica de António Correia de Oliveira; romancista, contista, poeta e autor teatral, tendo vários livros publicados e peças teatrais encenadas no Brasil e em Portugal. Informações Importantes: Mais de 20 peças encenadas, dentre as quais “A cobertura” (que virou livro), “Ecologicamente incorretos” e “Um brinde a Aquilino Raposo”, esta última encendada também em Portugal, em 2014, no 27º Festival de de Teatro de Barcelos, no Teatro Gil Vicente pelo grupo TAS.(Direção: Carlos Cruz). 2º Lugar no Concurso Literário da Academia Luso-Brasileira de Letras (2017) e 3º Lugar (2018). Publicação do conto “30 sonetos escritos em um claustro” na revista Ecos da Palavra (Portugal) Boa leitura!

Uma narrativa dinâmica e objetiva cuja loucura e psicose são temas centrais. Certamente, o leitor não conseguirá largar o livro enquanto não terminar sua leitura.” DINÂMICO E DE CARÁTER CINEMATOGRÁFICO APRESENTAMOS “QUEM ME VIU MATAR A TITIA” Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor Jorge Eduardo Magalhães, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “Quem me viu matar a Titia?” Jorge Magalhães - Vários acontecimentos. No conto “A boneca”, por exemplo, quando era adolescente, vi uma vez uma mulher no ôni-

bus com um desenho no rosto e fiquei imaginando que se tratava de bruxaria; anos depois, ao ver um conhecido com a mesma marca, descobri que fazia parte de um tratamento médico. Fora que não sou um escritor de gabinete, ando pelas ruas, colho informações, sou um escritor flaneur, e tive a vantagem de trabalhar durante 7 anos na Polícia Militar do Rio de Janeiro, de onde foi minha fonte de inspiração.

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DIVULGA ESCRITOR Apresente-nos a obra Jorge Magalhães - Quem me viu matar a titia? Possui três estórias, onde três narradores, que supostamente estão numa prisão ou num manicômio judiciário, relatam suas trajetórias de assassinato. No primeiro conto, “A boneca”, um jovem começa a namorar uma menina que vive com a tia e tem mania de jogar tarô e cuja sala de sua casa há um quadro com um retrato de uma boneca. Sente-se zonzo ao olhar para o quadro. Começa a achar que todos estão envolvidos num complô contra ele, principalmente ao ver a imagem horrenda da tia de sua namorada que tem um estranho desenho em seu rosto. No conto “Quem me viu matar a titia?”, um rapaz fica órfão e é adotado por sua tia viúva e sem filhos. À medida que vai se viciando em drogascomeça a ficar cada vez mais agressivo, e na ânsia de conseguir dinheiro mata a tia e enterra o corpo no quintal. No conto “Bom-bom e Mau-mau”, dois policiais, um mediante tortura psicológica, outro mediante uma conversa amigável, fazem com que um jovem psicótico confesse os detalhes de estupro e assassinato de uma criança. O que mais o atrai na trama de “Quem me viu matar a Titia?” Jorge Magalhães - Sempre fui fascinado por narrativas dinâmicas de caráter cinematográficas e temáticas que oscilam entre loucura e realidade, além da solidão humana. A sordidez e o obscuro são temas instigantes. O que o leitor pode esperar ao ler está obra literária? Jorge Magalhães - Uma narrativa dinâmica e objetiva cuja loucura e psicose são temas centrais. Certamente, o leitor não conseguirá largar o livro enquanto não terminar sua leitura. Onde podemos comprar o seu livro? Jorge Magalhães - Este livro, especificamente, resolvi publicar pela plataforma digital Livrorama, na qual se pode comprar em e-book ou o livro impresso pelo link: https://www.livrorama. com.br/loja/produto/quem-me-viu-matar-a-titia 86

Além de “Quem me viu matar a Titia?” Você tem outras obras publicadas, apresente-nos os títulos editados. Jorge Magalhães - Tenho vários livros publicados, cuja temática central é a solidão nos centros urbanos, o autoengano e a busca por amores venais. Posso destacar meu romance Coração venal (2002), no qual um homem só consegue ter relacionamentos pagando; meu livro de contos Família de sombras (2011 – publicado em Portugal), 46 pequenas narrativas sorumbáticas; meu romance O nome tatuado (2014), cuja trama gira em torno de um homossexual que frequenta os banheiros da Central do Brasil; meu romance Heteronímia maldita (2015), que além de dialogar com a poética de Fernando Pessoa, retrata o autoengano e o universo imaginário. Além de livros, você tem escrito diversas peças de teatro. Apresente-nos, um pouco de sua trajetória no teatro. Jorge Magalhães - Tenho mais de 40 peças escritas e mais de 20 encenadas, várias delas montadas pela atriz e diretora Zaira Zambelli, que tem um curso de teatro em Copacabana. Geralmente olho os alunos e escrevo de acordo com o perfil da turma. Fazemos essa parceria desde 2006 e tivemos bons resultados. A cobertura, uma das primeiras peças que escrevi para a Zaira, já teve várias montagens e virou livro; minha peça Ecologicamente incorretos também teve diversas encenações, inclusive no Teatro Municipal de Macaé, a convite a Prefeitura, em 2008; outro sucesso foi Um brinde a Aquilino Raposo que participou do 27º Festival de Teatro de Barcelos, sendo apresentada no Teatro Gil Vicente em 2015.

Quais os seus próximos projetos literários? Jorge Magalhães - Pretendo publicar outras obras, dentre as quais uma metaliteratura que estou escrevendo que se passa este período de quarentena. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Jorge Eduardo Magalhães. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Jorge Magalhães - Eu que agradeço. Ler é um hábito mágico, a única oportunidade de viajar, inclusive no tempo, sem sair do lugar. A leitura nos permite conhecer diversas culturas, épocas e sociedades; por isso, é sempre bom adquirirmos o hábito da leitura, para desenvolvermos nossa mente e o nosso vocabulário. A leitura de um texto é bem feita com uma análise e reflexão, sem condenar o autor, ou ser um leitor anacrônico, afinal, o escritor vive a sua época.

O que a escrita representa para você? Jorge Magalhães - As ideias surgem involuntariamente em mim, é como se algo falasse em meus ouvidos; sendo assim, escrever significa extravasar, colocar para fora todas essas várias histórias que habitam meu “eu”. www.divulgaescritor.com | setembro | 2020

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Em destaque para o Livro da UNISV

A FAZENDA DAS BORBOLETAS O mais lindo conto de amor de todos os tempos Tânia Costa Um grande amor pode mudar o destino de toda uma comunidade? Tire suas próprias conclusões ao mergulhar na envolvente história de Ana Carmela, uma jovem encantadora nascida na pequena cidade histórica de São José do Norte, em 1919. Muito a frente de seu tempo, Ana Carmela não tinha os mesmos sonhos das meninas de sua época, casar e construir família. Seu objetivo era mudar-se para cidade grande, desenvolver uma carreira sólida, viver novas experiências. Foi então que ela conheceu Casemiro, um jovem cavalheiro vindo de longe, com hábitos incomuns. Qual decisão tomar, investir nesse amor ou realizar os sonhos que cultivava desde criança? O que vem a seguir é um cenário de incertezas, escolhas e descobertas com um final surpreendente, onde se destaca o real valor da vida. Link para compra: https://www.editoraunisv.com.br/product-page/a-fazenda-das-borboletas www.divulgaescritor.com | setembro | 2020

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ATITUDE É TUDO Aisha Rose Este conto baseado em fatos reais vai mexer com a sua cabeça. Atitude é tudo é um romance que nos inspira a pensar em nosso momento presente, convidando-nos a refletir no quanto poderia ser interessante e satisfatório se nos ousássemos por caminhos ainda não experimentados. Acreditar em si mesmo, sentir que o segredo da vida é muito mais do que apenas aceitar nossa rotina diária, é aceitar que nossa imaginação não será nunca capaz de nos mostrar tudo o que o mundo nos tem a oferecer se nós não tomarmos a atitude de buscarmos pelas maravilhas escondidas. Embarque com Aisha na aventura deste livro, um belo caso de amor com o desconhecido e com nossas buscas internas. Link para compra: https://www.editoraunisv.com.br/livro-atitude-e-tudo

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Entrevista com a escritora

LUÍZA FREIRE DE MENEZES Luíza Freire, tem dezesseis anos, mora em Manaus, Capital do Amazonas. Escreve desde os dez anos de idade, é apaixonada por tudo que envolve a literatura, gosta de trazer realidade às suas histórias e aprender com seus personagens, seu maior sonho é viver unicamente da escrita. Alguns dos seus passatempos favoritos são ler, fotografia, filmes, séries e passar tempo com irmãos e família. É fluente no inglês, e tem paixão pela música. Boa leitura!

Espero que minha história consiga toca-los da forma que me tocou e dar voz às mulheres e crianças que sofrem de agressão doméstica e outros traumas envolvidos.” EU SINTO MUITO – COM A AUTORA LUÍZA FREIRE Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Luiza Freire, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais chama a sua atenção nos romances? Luiza Freire - Com certeza é a facilidade em fazer o leitor se identificar. Gosto de poder moldar a história, trazer novas versões do amor, brincar com os persona-

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gens, torná-los quebrados, reais, passar uma mensagem e críticas sociais. É a minha forma de me expressar para o mundo, não vivo sem. O que a inspirou a escrever “Eu sinto muito”? Luiza Freire - Eu estava em busca de uma história original para um concurso e me deparei com um texto antigo meu em que uma criança se escondia no armário, com medo de um homem. Acabou que não consegui tirar o texto

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da cabeça e senti que precisava falar sobre aquilo, tentar ajudar pessoas que sobrem de agressão doméstica e passar uma mensagem de esperança. Apresente-nos o livro Luiza Freire - Ele gira em torno de Cora, uma garota de 17 anos que, apesar de ter uma avó, irmãos e amigos amorosos, ainda sofre com as memórias de uma infância traumática. Por isso, decide bloquear as memórias da cabeça, mesmo que signifique nunca entender completamente o que lhe aconteceu. Porém Evan, o parceiro novo de biologia, aparece para dar o empurrãozinho inicial e fazer com que Cora vá em busca de respostas, entenda seu passado a fim de aceitá-lo e siga em frente. Qual o cenário, espaço geográfico, escolhido para a trama? Luiza Freire - Ele se passa em Springfield! Uma cidadezinha minúscula que fica em Nova Jersey. Foi uma experiência incrível porque morei lá enquanto escrevia e pude imaginar meus personagens perto de mim, inclusive estudei na mesma escola que eles. Como foi a escolha do nome para os principais personagens que compõem o enredo? Luiza Freire - Não existe muito segredo, sou muito ligada nos meus personagens e eles simplesmente pipocam em minha cabeça com nome e sobrenome, mas Cora foi em homenagem à Cora Coralina e Jayden, seu melhor amigo, foi a um personagem do meu livro favorito! O que mais a atrai em “Eu sinto muito”? Luiza Freire - A mensagem de superação e amor, não só o romântico, mas o amor pela família, o apoio dos amigos,

o amor que supera o sangue, o passado e a cura É uma história que fala de amizade, adoção, família e te toca em vários sentidos, parece triste, mas carrega uma força incrível!

projeto é o Spinn-off de Eu sinto muito, “O que as marcas não dizem”, que conta a história de Billy e Molly, irmãos mais novos da protagonista, oito anos depois do primeiro livro.

Como se deu a escolha do título? Luiza Freire - Sou péssima com nomes de livros! Descobri o título quando estava nos últimos capítulos. Ele se encaixa bem porque “Eu sinto muito” pode significar um pedido de desculpa ou uma intensidade de sentimentos, o que caracteriza perfeitamente a protagonista e sua história.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Luíza Freire. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Luiza Freire - Eu sinto muito é uma obra que deve ser lida com carinho, é uma mensagem muito importante e, mesmo eu sendo autora, aprendi demais com cada personagem. Espero que minha história consiga toca-los da forma que me tocou e dar voz às mulheres e crianças que sofrem de agressão doméstica e outros traumas envolvidos.

Onde podemos comprar o seu livro? Luiza Freire - Ele está disponível em versão física no site do Grupo Editorial Coerência, no site da Livraria Cultura e também em versão e-book pela Amazon! Todos os links estão na biografia do meu Instagram. Quais os seus próximos projetos literários? Luiza Freire - São vários! Tenho todo o tipo de história na cabeça, de romance à ficção científica, mas meu próximo

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Entrevista com o escritor

MANUEL AMARO MENDONÇA Manuel Amaro Mendonça é licenciado em Engenharia de Sistemas Multimédia pelo ISLA de Gaia. Nasceu em janeiro de 1965, em Portugal, na cidade de São Mamede de Infesta, no concelho de Matosinhos; a Terra de Horizonte e Mar. Foi premiado em quatro concursos de escrita e os seus textos foram selecionados para quase duas dezenas de coletâneas de contos, de diversas editoras. É autor dos livros “Terras de Xisto e Outras Histórias” (2015), “Lágrimas no Rio” (2016) e “Daqueles Além Marão” (2017), todos editados e distribuídos pela Amazon. Ainda este ano de 2020 será editado “Entre o Preto e o Branco” pela mesma editora. Boa leitura!

Apesar de tudo continua a ser um passatempo; é um imenso prazer passar as minhas histórias para o papel, porque ao mesmo tempo estou a vivê-las… saber que outros as leem e vão vivenciar também, é uma alegria sem igual.” DE PORTUGAL PARA O MUNDO APRESENTAMOS ‘ENTRE O PRETO E O BRANCO’ Por Shirley M. Cavalcante ( SMC) Escritor Manuel Amaro Mendonça, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como foi realizada a escolha do titulo para seu novo livro de contos “Entre o Preto e o Branco”? Manuel Amaro - Este título está em embrião desde 2015. Desde o início 94

que pensei atribuí-lo a um livro de contos, como veio a ser o caso e surgiu através do comentário do meu irmão Luís Mendonça, ao livro que eu tinha acabado de editar “Terras de Xisto e Outras Histórias”. As suas palavras foram: “Sente-se uma ideia transversal a todos os contos, que se traduz no facto de não existirem verdades absolutas mas muitas verdades: uma (ou mais) para cada indivi-

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o leitor se identifique mais facilmente com o ambiente e os personagens.

duo. Faz-nos recordar que entre o preto e branco há uma variedade infinita de cinzentos. E tu descreves muito bem esses cinzentos a que normalmente não se dá tanta atenção.”. Logo nesse momento comentei com ele, que estava lançado o mote para um novo trabalho que haveria de sair, mas nem ele nem eu, imaginavamos que demoraria cinco anos. Apresente-nos a obra Manuel Amaro - Uma vez mais, não há um verdadeiro fio condutor para as narrativas incluídas neste livro, tirando o facto dos seus personagens poderem ser qualquer um de nós, ou até alguém que conhecemos. Aqui são focados temas tão diversos como a violência doméstica, a solidão, a velhice, a dependência de substâncias tóxicas e até a desertificação que grassa no interior de Portugal. Pelos meus olhos, venha conhecer a vida do Xico, o sem-abrigo de “Uma Casa nas Ruas”, a ansiedade do escritor Fábio, de “Prioridades”, a teimosia de Filipe, de “A Vida Que Eu Quiser” ou a solidão mansa e conformada da idosa Faustina, em “A Última Habitante de Vale Santeiro”. Veja, que as pessoas são mais do que aquilo que está à superfície e que, para além daquilo somos, há aquilo que nos fazem ser. Apresente-nos, a lista de contos publicados na obra Manuel Amaro - Ao longo de quase duzentas páginas, encontrará dezasseis histórias fictícias, umas mais longas que outras, que abordam muitas das realidades contemporâneas: Uma Casa nas Ruas A Última Afronta Criminoso Inácio

Onde podemos comprar o seu livro? Manuel Amaro - Como todos os meus livros, encontra-se à venda pelo sítio da internet da Amazon, presente em praticamente todo o mundo, embora também responda ao endereço eletrónico manuel.amaro@ debaixodosceus.pt para enviar exemplares autografados pelo correio físico. Os envios para Portugal têm portes de correio grátis, mas para o Brasil faço descontos no preço do livro e todos acabam por ficar mais ao menos ao mesmo nível.

Luís e Isabel Menina Bonita Passagem de Ano Prioridades Tudo por Amor Manhã de Domingo Por Cada Dia de Amor A Vida Que Eu Quiser A Caminhada Solidão Um Dia Como os Outros A Última Habitante de Vale Santeiro Em http://debaixodosceus.blogspot. com/2020/06/entre-o-branco-e-o-preto-pre-lancamento.html poderá ler mais sobre este novo trabalho, bem como uma pequena sinopse de cada conto. Como leitor, o que mais o atrai na leitura desta obra literária? Manuel Amaro - Quem segue os meus trabalhos, verá que escrevo muito sobre épocas históricas e as ações decorrem, normalmente, no passado. Nesta obra, todos os contos são contemporâneos e o facto de serem situações perfeitamente plausíveis, faz com que

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Além de “Entre o Preto e o Branco”, você tem outras obras publicadas, apresente-nos os títulos. Manuel Amaro “Terras de Xisto e Outras Histórias” em 2015 “Lágrimas no Rio” em 2016 “Daqueles Além Marão” em 2017 O que a escrita representa para você? Manuel Amaro - A escrita faz parte da minha vida, embora só há pouco me sentisse com coragem para publicar. Desde muito jovem que escrevo textos mais ou menos complexos e até algumas abordagens envergonhadas à poesia, mas foram precisas algumas alterações de fundo à minha vida, para me decidir pela publicação e encarar a escrita de forma mais séria. Apesar de tudo continua a ser um passatempo; é um imenso prazer passar as minhas histórias para o papel, porque ao mesmo tempo estou a vivê-las… saber que outros as leem e vão vivenciar também, é uma alegria sem igual. Quais os seus próximos projetos literários? Manuel Amaro - Apesar de haver um iato de quase três anos entre “Daqueles 95


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Além Marão” e o “Entre o Preto e o Branco”, não quer dizer que estivesse dedicado em exclusivo a este último projeto. Este período serviu para publicar em alguns blogues associados, participar em algumas antologias e principalmente, para estar envolvido em dar vida a um projeto em conjunto com mais quatro autores. Eu, Ana Paula Barbosa, Carlos Arinto, Jorge Santos e Suzete Fraga, formamos um grupo, intitulado Pentautores, que se tem dedicado a publicar algumas antologias temáticas: “Antes Quebrar Que Torcer” em 2017, “Além” em 2019 e “Heranças” em 2020… está mais outro em planeamento. Por minha parte, tenho dois romances começados, mas não sei dizer se o próximo lançamento (2021?) será um deles, ou um outro livro de contos, dos muitos que escrevo periodicamente. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Foi muito bom conhecer melhor o escritor Manuel Amaro Mendonça. Agradecemos 96

sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Manuel Amaro - Quero aproveitar para agradecer esta oportunidade de, uma vez mais, estar presente nesta revista e felicitar-vos a todos pelo excelente trabalho que têm feito na divulgação dos autores lusófonos. Bem hajam e desejo que invistam mais nas parcerias junto dos blogues e autores portugueses. Quanto aos leitores, são tão poucos que devem ser tratados com todo o carinho, embora muitos continuem a achar que literatura é só aquela que vende muitas cópias, que é escrita por quem aparece muito na televisão ou nos jornais, ou nasceu há mais de cem anos. Lamentavelmente, eu e a grande maioria dos muitos escritores que conheço, estamos fora destes parametros, mas em contrapartida, temos grandes leitores, que são grandes amigos (quer os conheçamos pessoalmente ou não) que seguem os nossos trabalhos e querem mais. Um grande abraço a todos, espero um

dia, ter a genialidade de escrever a grande obra que eles merecem. Até lá, continuo tentando. O autor Manuel Amaro Mendonça, colabora nos blogues “Memórias e Outras Coisas… Bragança” https://5l-henrique.blogspot.com/, “Revista SAMIZDAT” http://www. revistasamizdat.com/, “Correio do Porto” https://www.correiodoporto. pt/ e “Pentautores” https://pentautores.blogspot.com/ Outros trabalhos estão em projeto, mantenha-se atento às novidades em http://debaixodosceus.blogspot.com, onde poderá ler alguns dos seus trabalhos, ou visite a página de autor em https://www.debaixodosceus.pt/

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR EDILSON SILVA

Série: Transformação íntima. Imaginar, Desconfiar

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e você imagina algo não presente, a tendência é aumentar, só por que você ficará a persistir em uma imaginação, que poderá chegar ao ponto de uma ansiedade provocado por si mesmo. E quando se desconfia, sem que não haja elementos que comprovem uma determinada desconfiança sobre algo ou alguém, a proporção é piorar, deixando o corpo a sentir uma sensação estranhas de um sentimento que pode ser bom ou ruim, por não se ter um autocontrole, se envolvendo diretamente ou indiretamente com a situação. Devemos lembrar que a imaginação ou a incerteza de uma desconfiança, bloqueia a certeza que ‘’vemos’’ e ficamos a imaginar as coisas que nem existe, podendo ela se realizar ou não, persistindo em uma imaginação abstrato, ou em querer brigar com o nosso íntimo, em dizer que somos os donos da verdade, mesmo que algo nos tire do rumo certo ou do que queremos, principalmente quando alguém nos fale siga, ou desista. Nunca podemos esquecer, que a última decisão dependendo da situação será sempre nossa, dependendo do caso que pode vir em primeiro lugar. Na sequência do Imaginar, Desconfiar, muitos de nós não notamos que a nossa mente, transmitem as sensações em forma de elétrons com os ‘’átomos que regem o nosso corpo’’ e que, na maioria das vezes à sentimos sem entender, que essa mesma energia, é que provocam um determinado

desequilíbrio Psíquico. Já na Psiquiatria, que muitos por não saberem o significado desse nome, pensam que estão loucos, por não entenderem que a psiquiatria vem de um estado ‘’emocional desagradável’. Já o significado da Etimologia da origem patológico que vem do grego pathologikós, são dois nomes diferentes, tanto a Psiquiatria como o patológico em seus estudos sobre o corpo humano e do estado psicológico, devemos entender que ambos andam juntos na ciência para o aperfeiçoamento dos seres humanos. Esses estudos com vem, quando uma determinada pessoa tem um desequilíbrio emocional como uma simples insônia, por ter sido causada pela ansiedade do pensar em algo e o mesmo, não chegar a realizá-lo, transmitirá para o seu corpo as sensações que o deixará ansioso, preocupado etc. caso não corrija logo a sua forma de pensar e do agir, o seu Imaginar poderá se tornar negativo, e o Desconfiar se tornará mais palpável na medida que os dias se passem e o mesmo, não terá mas como controlar a sua ansiedade, que o levará os remédios homeopáticos ou não. Nesse caso, devemos permanecer cientes, que o nosso corpo é apenas o receptor ‘’antena’’ do interno ou externo dos acontecimentos, e se não conseguimos controlar as nossas emoções em que a nossa mente capta e as transmitem para o nosso corpo, elas nos controlaram, levando a mercê de um medicamento que poderá no futuramente, nos deixar no vício da nosso próprio indisciplina psicológica.

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Entrevista com a escritora

PAULA BARROS Paula Barros nasceu em São Paulo. Formada em Pedagogia, Letras e Psicopedagogia, é professora desde 2002 na Rede Municipal de Guarulhos. Casada há 21 anos e tem seis filhos. Sua paixão por livros a levou a criar o canal Vem pra Nárnia, em 2018, onde realizou um sonho antigo de divulgar e influenciar as pessoas de todas as idades a lerem mais, por meio das redes sociais, esse fato reavivou um sonho antigo de infância em ser escritora, o qual não parou mais. Boa leitura!

Tem muito suspense, romance, drama e superação. Trata-se sobre o tráfico de drogas, aborto, pessoas especiais, moradores de rua, idosos com Alzheimer, amor, perdão e recomeços.” JORNALISTA EM ‘MISTÉRIOS E CUPCAKES” Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Paula Barros é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a inspirou a escrever “Mistérios e Cupcakes”? Paula Barros - A vontade de colocar no papel reflexões importantes para as pessoas que o lerem, pensarem em suas vidas

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e na sociedade ao seu redor. Não podemos pensar que as dificuldades não existem. Precisamos estar atentos aos problemas sociais, principalmente no nosso país. Sou professora desde 2002 e já vivenciei muitas situações complicadas em nossa comunidade. Talvez se nos unirmos, poderemos amenizar essas situações, humanizando as pessoas.

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que tive o prazer de conhecer e que quis homenagear com um pouco de sua linda história.

Como foi a escolha do título? Paula Barros - Amo doces e chocolates e, além disso, achei bem apropriado colocar um contraste na história, que apesar de tratar de alguns temas pesados, como tráfico, aborto e suicídio, possui um estilo que também traz leveza e humor.

Onde podemos comprar o seu livro? Paula Barros - No site da editora Coerência: https://ed-coerencia.lojaintegrada.com.br/misterios-e-cupcakes

Apresente-nos a obra Paula Barros - Após se envolver no grande mistério dos cupcakes, Luísa guarda um segredo. Tudo que ela deseja é seguir sua vida com tranquilidade, mas seu passado recente insiste em assombrá-la, fazendo com que sua rotina seja um verdadeiro pesadelo. Se isso não bastasse, a jovem jornalista ainda precisa lidar com uma repentina paixão enquanto apoia seus amigos em seus dramas pessoais. Mas nada a impedirá de encarar diversos desafios, investigações e muitos problemas, descobrindo, entre uma revelação e outra, que ainda tem muito a aprender sobre o amor, a coragem e o perdão. Quais os principais desafios para escrita da trama? Paula Barros - Trazer uma leitura leve e de fácil entendimento, que instigue o leitor a querer ir até o final da história, abordando diversos assuntos e trazendo suspense, romances, desafios e reflexões ao mesmo tempo. Quais temáticas estão sendo abordadas em “Mistérios e Cupcakes”? Paula Barros - Tem muito suspense, romance, drama e superação. Trata-

Quais os seus próximos projetos literários? Paula Barros - Escrevi mais dois livros que já estão disponíveis no site da Amazon. Todos trazendo o mesmo estilo de suspense policial e dramas sociais. O meu próximo projeto é uma Antologia que estou organizando com alguns amigos escritores a respeito da Pandemia atual. -se sobre o tráfico de drogas, aborto, pessoas especiais, moradores de rua, idosos com Alzheimer, amor, perdão e recomeços. O que mais a atrai nesta obra literária? Paula Barros - Pensar que muitas histórias foram vividas realmente e que ainda há vários exemplos de pessoas boas a serem seguidos. Ainda há tempo de mudar. Como se deu a escolha dos nomes dos principais personagens que envolvem a trama. Paula Barros - Os nomes dos principais (Luísa e Gustavo) foram em homenagem aos nomes que eu iria dar ao meu bebê (menina ou menino) que perdi em uma gravidez de nove semanas. Houve outros nomes de pessoas

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Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Paula Barros. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Paula Barros - Primeiramente, muito obrigada pelo espaço concedido! Minha mensagem para quem está lendo é: corra atrás dos seus sonhos e vá em frente. Leia mais, valorize o seu tempo e as pessoas ao seu redor. Precisamos ser mais críticos e não nos deixar alienar pelos outros, principalmente pelos políticos. Valorizem a vida, sobre todos os aspectos, pois ela é o nosso bem mais precioso! É isso que tento passar nos meus livros.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A PSICANALISTA FABIANA BARBOSA

Psicanalista, psicoterapeuta Junguiana, máster practitioner em programação neolinguística, parapsicóloga, psicoterapeuta holística, palestrante e consultora de treinamentos empresariais.

Estamos vivendo uma época de muitas catástrofes, crises financeiras, pandemia, e é natural sentirmos medo.O medo faz parte da vida, nascemos com ele, na verdade é um mecanismo de defesa que todos seres vivos possuem, ainda bem que o temos. Mas nada pode ser em excesso, deixar que ele nos mobilize. Temos que encarar o medo e enfrentá-lo. Dependendo da situação que você está vivenciando, esse medo pode se exceder e prejudica-lo. Busque o raciocínio lógico, freie às suas emoções para poder agir com responsabilidade e sem prejuízos à sua saúde. Se não consegue controlar, peça ajuda imediatamente, seja para um membro da família, amigos ou um profissional na área médica e psicológica. 100

Dicas importantes para lidar com o pânico: ☑ Olhe para cima por e conte pausadamente, 1, 2, 3... até 10 segundos. ☑ Inspire e expire devagar, olhando para cima. Se tiver dirigindo, ligue a pisca alerta, estacione o carro em lugar seguro, fique dentro do carro. Tenha sempre o telefone de alguém para emergências, ligue e enquanto aguarda a ligação, continue olhando para cima, inspirando e aspirando. ☑ Se não conseguir falar com alguém, ligue para o corpo de bombeiros ou Samu. Continue dentro do carro ou onde você está pedindo socorro. ☑ Não tenha vergonha e nem ache que é humilhante pedir ajuda, essa atitude demostra o quanto você é corajoso e responsável. ☑ Persistindo os sintomas de coração acelerado, palpitações, sudorese, tremores, estremecimentos, sensação de falta de ar, dor no peito, desconforto abdominal, náuseas, tontura, sensação de desmaio ou outros, procure um médico e psicoterapeuta.

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Gratidão A gratidão é a porta mágica para acessar o nosso “eu superior”, a nossa essência divina. Além de criar uma energia positiva em sua volta, atraindo infinitas possibilidades de alegria, abundância, prosperidade, saúde, harmonia, paz, serenidade, tranquilidade, aumentando a sua imunidade e muito amor em sua volta. Uma pessoa grata, possui uma energia linda, contagia a todos com a sua energia positiva. Reflita!

Seja um facilitador da sua vida, não dificultador. Opte pelo perdão diário, retirando do seu interior os sentimentos sombrios, pois, eles só atrapalham e provocam doenças no corpo, na mente e na alma. Seja você mesmo, mas tome cuidado como conversar com os seus semelhantes, nem todos irão compreender a sua forma de pensar e agir. Ouça a sua voz interior, o que ela diz para você? Perdoe-se, parece de se culpar e também aos outros. Cuidado com os boicotes mentais. Se ame e também aos outros. É dando que se recebe. Seja facilitador!

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Entrevista com a escritora

RACHEL FERNANDES Rachel Fernandes é uma redatora publicitária que escreve ficção entre um anúncio e outro. Apaixonada por games com tramas interessantes, piadas sem graça, música antiga, clássicos da literatura e qualquer tipo de arte, a autora é natural de Porto Alegre e escreve há mais de 10 anos. Vencedora do concurso SweekStars na categoria Melhor Livro, Rachel publicou o romance ganhador, “457 Milhas”, pela Editora Coerência. Boa leitura!

As possibilidades do romance sempre me fascinaram. Sou uma apaixonada pelas reviravoltas e surpresas da trama, pelas personagens, suas vontades, pensamentos e ações.” PORTO ALEGRE, É DESTAQUE EM ROMANCES DA AUTORA RACHEL FERNANDES Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Rachel Fernandes, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever um romance? Rachel Fernandes - É um prazer poder conversar com vocês. Agradeço demais o convite! Sobre a pergunta, escrevo há mais de dez anos, então é difícil dizer com exatidão o que me motivou a escrever esse livro. Desde o início, o romance sempre foi um gê102

nero que me atraiu, então acredito que a motivação venha daí: querer escrever como os romancistas que admiro. O que mais a atrai neste estilo de leitura e escrita literária? Rachel Fernandes - As possibilidades do romance sempre me fascinaram. Sou uma apaixonada pelas reviravoltas e surpresas da trama, pelas personagens, suas vontades, pensamentos e ações.

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rência (http://editoracoerencia.com. br/livros/457-milhas/) e em diversas outras livrarias e lojas virtuais por aí!

Apresente-nos “457 Milhas” Rachel Fernandes - Vencedor do concurso SweekStars na categoria Melhor Livro, “457 Milhas” é sobre Emílio e Pietra, dois publicitários que se detestam desde a faculdade, mas que precisam viajar de Porto Alegre ao Uruguai para concorrerem a um prêmio de publicidade. Toda a ação do romance acontece dentro do carro, em algumas horas, e apresenta não só o relacionamento dos dois e as origens da aversão, mas temas atuais e sensíveis, como, por exemplo, adoção tardia.

O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia a trama? Rachel Fernandes - Como uma situação tão prosaica — duas pessoas dividindo um carro durante algumas horas — pode trazer tanta bagagem emocional. E conflitos. Muitos e muitos conflitos.

Assim como os personagens, você mora em Porto Alegre. Conte-nos, já fez este percurso até Punta del Este no Uruguai? Comente. Rachel Fernandes - Ainda não, mas confesso que está na lista! Tenho um carinho especial por viagens de carro, e a pesquisa para escrever “457 Milhas” me deixou com ainda mais vontade de realizar a viagem!

O que o leitor pode esperar ao ler a obra Rachel Fernandes - Muitas risadas, identificação com pelo menos uma das personagens e algumas reflexões pelo caminho.

Descreva “457 Milhas” em duas palavras Rachel Fernandes - Se eu tivesse de escolher, descreveria “457 Milhas” como simplesmente complexo.

Onde podemos comprar o seu livro? Rachel Fernandes - “457 Milhas” pode ser encontrado no site da Editora Coe-

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Quais os seus próximos projetos literários? Rachel Fernandes - Recentemente, lancei meu primeiro ebook na Amazon. “Sobre Enfermeiras e Postais” acompanha Miguel, um executivo rabugento que fica de licença-médica depois de rolar pelas escadarias, e Aurora, uma auxiliar de serviços gerais que vai ser obrigada a cuidar desse mala sem alça pra não perder o emprego. De novo, o cenário é minha cidade, Porto Alegre. O livro pode ser encontrado aqui: https://www.amazon.com. br/Sobre-Enfermeiras-Postais-Rachel-Fernandes-ebook/dp/B088QM5JNB Convido todos a lerem! E atualmente, como não resisto a um novo projeto, estou nas fases iniciais de um romance histórico ambientado na Inglaterra Vitoriana. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Rachel Fernandes. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Rachel Fernandes - Novamente, muito obrigada pelo convite! Aos leitores, agradeço o tempo que reservaram para conhecer um pouquinho do meu trabalho. E espero que tenham gostado, porque eu com certeza adorei! Até a próxima!

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA BERNADETE BRUTO

Saudade ancestral

No barulho Acostumados ao barulho No silêncio Algo incomoda Falta o ruído Diariamente remoído E o natural silêncio Essencialmente preciso É esquecido Incompreendido!

Valores Não tem dinheiro Que compre O calor da família O valor da amizade O amor da pessoa amada Tudo mais Não vale nada! È dispensável Passageiro Volátil Como o dinheiro...

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A saudade Corre nas veias Deságua nos olhos Cada vez Sempre Ao recordar um tempo Uma gente Que já se foi....

Soberbamente De que vale a empáfia O esnobar o outro O encantamento pela marca Tanto emblema Tanta prepotência Intolerância Toda superioridade Nesta mente Quando se falta Pé no chão Alegria no coração E paz na alma?

Forte empatia As dores do mundo Tão perto de mim As dores do outro No parto da vida Dores viscerais Queimando bem fundo Dentro do meu peito Toda dor do mundo Do outro Tão forte Doendo em mim.

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Recifense Sou como árvores velhas Profundamente enraizada Neste chão Estou fixada De corpo Alma De coração Espalhada nessa terra

Anos Já couberam Meus anos Nas minhas mãos Agora Toda minha história Já nem cabe na memória.

Frágil soberba Folhas secas Caindo como chuva Bem na minha frente No fim de uma estação Numa certa constância Recorda que quando Chega ao fim Um dia... De que vale tanta arrogância?

Solar Dou graças ao sol Iluminando a vida Fortalecendo o ser Dou graças ao sol Fonte de alegria Pura energia Acordando-me A cada manhã Colorindo o dia.

Performances diárias Somos assim Artistas da vida Ilusionistas Criando imagens Inventando A cada instante Em cada local Um personagem Distante Do real.

Templo plástico Descobri um tempo Longo Permeável Espaço Onde tudo Pode acontecer Infinitamente Numa só existência E me sinto grata!

Poema resposta Por trás do rude Da pedra Da raiva Há um ser Temente da dor Pois o doce A flor E a calma È a própria alma Simplesmente Repleta De amor

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Entrevista com a escritora

RENATA BISCAIA Renata Biscaia é socióloga e doutora em Educação, a autora nasceu no Rio de Janeiro e viveu em um sítio da Zona Oeste carioca desde a infância até idade adulta. Na vida profissional, dedicou-se aos estudos acadêmicos tendo como foco a sociedade e suas relações com as novas tecnologias, os conflitos sociais e psicológicos, individuais e coletivos. Exerceu o magistério em diversos segmentos, participou de pesquisas e desenvolveu projetos de educação online, educação e meio ambiente e educação aberta e a distância. Publicou trabalhos acadêmicos na forma de livro, capítulos, resultado de pesquisa, ensaios e artigos até que, por fim, pode dedicar-se integralmente a à vocação literária. A inspiração para o livro “Muito Além do Fim do Mundo” surgiu no início do século XXI mas só foi concluído dez anos depois já que, na época, a prioridade era concluir a pós graduação em mestrado e doutorado. Boa leitura!

O livro conta a história de Kadir e seu desejo de encontrar o “Paraíso”. Para atingir esse objetivo ele precisa fazer algumas escolhas. Saber o que “levar” consigo e o que abandonar de sua vida comum entre bens, valores e afetos.” CORAGEM E PERSISTÊNCIA EM ‘MUITO ALÉM DO FIM DO MUNDO’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Renata Biscaia, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a inspirou a escrever “Muito Além do Fim do Mundo”? Renata Biscaia - Olá a todos. O prazer é todo meu em estar aqui e conversar com vocês e seus leitores. A inspiração para escrever esse livro vem, primeiro, de um anseio bem antigo e humano sobre o ideal do “Paraíso”. De que forma 106

esse ideal interfere em nosso comportamento, sonhos, relações e desejos? A crença na existência de um “Paraíso” é comum à maioria das manifestações religiosas, ainda que o identifiquem por outros nomes e imbuído de costumes e marcas culturais de cada povo. Vem também, obviamente, de outras leituras. Do interesse em obras sobre mitologia e religiosidade. Lendas sobre a Rainha do Sabá, clássicos do sufismo como “A Linguagem dos Pássaros” de Farid-Ud-Din-Attar são alguns dos exemplos inspiradores.

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Quais os principais desafios para escrita da obra? Renata Biscaia - São muitos desafios, mas o principal deles é conseguir manter o foco em meio aos diferentes estímulos que o cotidiano oferece, seja na forma de problemas a serem resolvidos ou de trabalho, distrações e prazeres. Viver plenamente é ingressar numa fábrica de ideias, elas não param de chegar. Algumas se impõem mais vívidas que outras e é por isso a necessidade do foco. Escrever também exige disciplina, dedicação, esforço. É preciso manter um espírito investigativo e alerta. É preciso escolher um objetivo por vez e chegar até ele. Apresente-nos o livro (sinopse) Renata Biscaia - O livro conta a história de Kadir e seu desejo de encontrar o “Paraíso”. Para atingir esse objetivo ele precisa fazer algumas escolhas. Saber o que “levar” consigo e o que abandonar de sua vida comum entre bens, valores e afetos. Seu objetivo inicial é alcançar um sábio derviche que escolheu seguir. A aventura envolve encontros inusitados e a relação com outros personagens igualmente importantes em momentos cruciais da busca de Kadir. Envolve também mistérios, mitos e lendas árabes que dizem respeito ao Paraíso e aos seres que o habitam. É uma história que me fez sentir muito feliz em escrever. Tipo do livro para o qual é difícil dar um fim. O livro retrata um pouco do mundo Árabe, abordando a tradição islâmica. Conte-nos, o que mais a surpreendeu nas pesquisas realizadas para escrita da trama? Renata Biscaia - O oriente, tanto na parte árabe como judaica é a raiz das nossas crenças, cultura e formação moral. A raiz do judaísmo, islamismo e cristianismo é uma só. As diferenças são culturais, abrangem formatações pautadas nas tradições e nos enfrentamentos políticos e sociais de cada povo. Nas leituras que fiz para entender um pouco do islamismo o que mais me surpreendeu foi

a fé, a postura de entrega total diante de Deus, que eles chamam Alá. Como essa fé é capaz de sustentá-los mediante aos desafios mais duros que a vida oferece. Especialmente a vida no deserto. O que o leitor pode esperar encontrar ao ler “Muito Além do Fim do Mundo”? Renata Biscaia - Aventura, persistência, coragem, amizade, amor e acima tudo fé. Mostra um pouco como a fé pode desmoronar diante às expectativas de um ego forte e egoísta, ou como pode, da mesma forma, brotar da esperança, solidariedade e amor ao próximo. Descreva o livro em duas palavras Renata Biscaia - Coragem e persistência Onde podemos comprar o seu livro? Renata Biscaia - O Livro pode ser adquirido nas Livrarias Travessa e Cultura ou pode ser adquirido diretamente com o autor: Livraria Cultura: https://www3. livrariacultura.com.br/muito-alem-do-fim-do-mundo-2112264561/p - Livraria Travessa: https://www.travessa. com.br/muito-alem-do-fim-do-mundo-1-ed-2020/artigo/e954f050-2ecd-44cd-8add-9be2f1e6ba1f - Direto com a autora: renatabiscaia@gmail.com / Wapp: (21)98861-1701 Além, desta obra, quais tens publicadas? “O paradigma da rede e as interfaces culturais para educação online”, livro acadêmico, Ed. CRV, 2012 - “A Flauta de Belém” – Infanto-juvenil - 1ª ed Litteris Edt 1997 e 2ª ed. pela KTC da Amazon, 2019 - “Princípios Herméticos” – ensaio filosófico – ktc da Amazon, 2020 - Além disso tenho capítulos em livros acadêmicos, artigos e contos em antologias.

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O que a escrita representa para você? Conte-nos, como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária. Renata Biscaia - A escrita representa a melhor forma de expressar o que sinto, seja no modo que escolho viver a vida ou na forma de interpretar o mundo. É um estímulo a pesquisar e aprender cada vez mais. É o que gosto de fazer e onde espero poder me dedicar integralmente a partir de agora. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Renata Biscaia Raposo Barreto. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Renata Biscaia - Eu que agradeço muito a oportunidade de estar aqui, apresentar meu trabalho e dirigir-me a seus leitores. A mensagem que deixo a seus leitores é que não desistam de ler. A leitura nos mostra muitas outras possibilidades, tinge nossas realidades com outros matizes. Procure livros que se conectem com seus melhores sonhos e expectativas. Abandonem preconceitos, deem uma chance ao novo, ao diferente e ao inusitado. Nada surge em nossas vidas por acaso e os livros estão cheios de inspiração e estímulo a quem deseja encontrá-los. Gratidão a todos.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR GILMAR DUARTE

Breviário da peste em São Miguel dos Padecentes A QUEM INTERESSAR POSSA: Não sei se depois de concluir este breviário; este sinóptico e desesperado relato sobre casos estranhos envolvendo o serviço de recenseamento que me foi incumbido pela DGE-Direção Geral de Estatística do Governo Federal, a rigor, a contagem de habitantes da comarca de São Miguel, um lugarejo perdido nos confins do extremo-norte baiano, no mês de outubro do ano da graça de 1918, eu estarei vivo para entregar pessoalmente este breviário ao poder público. Relutei muito em assumir este árduo trabalho de recenseamento. Ainda mais que corria a notícia que uma estranha doença importada da Europa andava dizimando multidões inteiras no sul do país, mormente no Distrito Federal, onde nem o presidente da República escapou da ceifa afiada da praga: “Besteira, Joaquim”, amenizava Apolônio Pedrosa, o diretor do Colégio Normal de Senhor do Bonfim, onde eu trabalhava como professor de Língua Portuguesa. “Se essa peste chegar naquele fim de mundo, o mundo inteiro já teria chegado ao fim”, galhofou o diretor, embora eu andasse muito desconfiado da presença de estrangeiros na região do Alto Francisco, e o município de São Miguel não ficava muito longe de lá, embora não houvessem estradas que fizessem ligação direta entre o sertão e a região fluvial. Enfim, recém-casado e necessitando de dinheiro para concluir a minha casa, topei — a contragosto — a oferta de ganhar alguns mil réis. Despedi-me chorosamente de Joana, minha esposa, e embarquei de mala e cuia para cumprir aquela missão de cunho patriótico. Cheguei em São Miguel numa tarde de sol tórrido; fiz reserva de uma semana na única pensão do lugar (era o tempo máximo que eu previa concluir o censo) e comecei 108

a trabalhar na manhã seguinte, logo após assinar alguns papéis de praxe na presença do intendente do lugar. Usei, em princípio, a metodologia estabelecida pela cartilha da DGE, que consistia em começar a contagem a partir da zona central da cidade e seguir em sentido espiral até atingir o limite máximo do município. Quando estimei que a cidade, além da praça, deveria possuir uma dezena de ruas; umas três dezenas de travessas; casas e barracos de barro e pau a pique esparsos, espalhados ao derredor do terreno plano, árido e desolado do distrito, fiquei animado e supus terminar o serviço em pelo menos três dias. Peguei o lápis e a prancheta e toquei o trabalho a pleno vapor, com a colaboração espontânea da população gentil, mas um tanto quanto desconfiada com o destino das informações que me prestavam. No fim do dia, já havia chegado na penúltima travessa da área urbana do município. No dia seguinte, já avançava para a área rural, agora tendo um pouco mais de trabalho, visto que a distância de uma residência para outra aumentava e o sol à pino dificultava a caminhada no terreno irregular, seco e pedregoso. Em certo trecho, passei perto do único cemitério do lugar e notei uma aglomeração anormal de pessoas para um enterro convencional. Curioso, aproximei-me sutilmente do campo santo e então tomei um susto enorme: não era um simples enterro; era um sepultamento coletivo de mais de oito almas, algo esquisito para um lugarejo daquele porte. Vi que entre os presentes à cerimônia fúnebre estava o tabelião da cidade, um solteirão que morava na pensão onde eu estava hospedado. Cheguei perto dele e perguntei o porquê de tantos mortos. “É a maleita”, respondeu suscintamente. Fiquei encafifado com a resposta sem nexo; maleita, malária, nunca houve naquelas bandas do sertão. Segui em frente para tocar o meu serviço e após andar

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alguns metros ruminando pensamentos, parei a pleno sol e comecei a sentir calafrios, pois uma questão me veio à mente: teria a peste do Sul chegado naquele lugar? A partir da próxima residência onde eu iria aplicar o questionário do censo, os meus olhos já começavam a observar as coisas sob outro ângulo. Na casa seguinte, por exemplo, uma senhora pálida e desdentada, com expressão de doente, veio me atender na janela. Perguntei a ela quantas pessoas habitavam naquela residência. “Oito filhos. Sou viúva”, respondeu laconicamente. Até aquele momento, em toda residência que chegava, quando não me convidavam para entrar, eu perguntava da janela mesmo todas as cinco questões previstas na cartilha do DGE. No entanto, naquele casebre em específico, insisti com a mulher que gostaria de ver as crianças. Mesmo de cara feia e contrariada, ela permitiu o meu acesso ao interior do seu lar. Má hora! O que vi lá dentro me deixou em completo desespero: três crianças prostradas no chão, tossindo e ardendo em febre; outras duas já pareciam em estado de agonia, outra batia decerto na porta do céu, pois estava completamente imóvel, com os olhos arrebitados; a boca escancarada e exalando um odor fétido como jamais havia sentido. Perguntei pelas outras duas crianças — ela disse oito; tinha visto seis. A senhora respondeu, “Estão no batente. São eles que sustentam a casa. São os mais velhos”. Desesperei de vez. Larguei o recenseamento de lado e fui correndo até o centro para tentar conversar com o intendente da cidade. Entrei na intendência e um sujeito esquálido, uma espécie de atendente, tossindo e espirrando igual a um condenado, me disse que o chefe estava em reunião na Câmara Municipal. Criei coragem; coloquei o meu crachá no meio do peito e fui direto para o posto legislativo, que ficava do outro lado da rua. Peitei o guarda que queria impedir a minha entrada e fui direto para o salão onde ocorria uma possível sessão legislativa. Quando irrompi no salão, não acreditei no que via: meia dúzia de homens, inclusive o intendente, bebiam e jogavam carteado. “Intendente”, berrei. “O vírus da gripe espanhola está matando a população”. “O senhor tem que decretar imediatamente estado de quarentena; isolamento social e uso de máscaras. É assim que estão fazendo lá no

Sul para conter o avanço da epidemia”. Um dos homens — o mais gordo deles — olhou para mim e apontou o dedo: “Você é médico, por acaso? Essa doença é coisa de sulista. Pegue a sua prancheta e suma de São Miguel”. O intendente, meio sem-graça, disse: “Qual nada, rapaz. Isso é maleita. Acontece de vez em quando aqui. O povo de São Miguel não tem a vida luxuosa que você tem na sua cidade”. Fiquei estarrecido com tamanha ignorância. Conversando, horas depois, com uma professora da cidade, a única que tinha discernimento e conhecimento dos efeitos nefastos da praga, me disse que todos os políticos dali eram comerciantes e homens de negócio. Estava explicado. Então tratei de concluir imediatamente o meu trabalho, tendo o cuidado de usar uma máscara improvisada e manter a maior distância possível dos recenseados que ainda restavam contabilizar. Mais o número de gente no cemitério aumentava hora após hora, bem como a procissão de caixões. Parecia uma espécie de cortejo macabro. Assim que a noite caiu, arriado, cansado e alquebrado, procurei me recolher cedo e fui dormir junto com os galos. Assim que acordei, no terceiro e último dia naquele maldito lugar, olhei pela janela lateral da pensão e enxerguei algo surpreendente: vários corpos atirados na rua e uma revoada de urubus sobrevoando a cidade. O que teria acontecido durante as minhas dez horas de sono? Fiquei atordoado. Peguei a minha mala, a minha prancheta e tratei de ir embora dali o mais rápido possível. Na saída, procurei Dona Olinda, a dona da pensão, e não a encontrei; abri a porta da pousada e não vislumbrei uma alma viva sequer na cidade. Apenas cadáveres largados nas ruas; nos passeios e nos parapeitos. O pânico me sequestrou de vez; comecei a ficar sem ar; a cabeça a rodar e desandei a correr feito louco em direção à cidade mais próxima, tropeçando no trajeto em defuntos, moribundos e zumbis. Acho que corri pela caatinga uns dez quilômetros sem parar, até que o cansaço e a exaustão me arremessaram à sombra de um umbuzeiro solitário. Foi aí que me ocorreu a composição deste breviário que espero que seja lido por algum vivente de bondade no coração e sabedoria na cabeça. Ah. Acrescentei o sugestivo “dos padecentes” ao nome da cidade e quanto ao gabarito final do censo, anotei:

Total de Habitantes antes Censo

1.125 habitantes

Total de Habitante depois do Censo

0

Total de Habitantes depois do Censo e sem Senso

Cerca de 20 gaviões oportunistas

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Entrevista com o escritor

RENNÉ LOTOSKI Renné Lotoski, 20 anos, nasceu na região metropolitana de Curitiba, de onde vieram muitas de suas influências. Desde pequeno já demonstrava interesse por literatura e grandes obras, começou sua escrita em 2014, escrevendo o primeiro poema de uma série que finalizou somente em 2020. O gosto variado pela arte de modo geral veio de uma grande imersão proporcionada na região dos Campos Gerais, região do Paraná de grande expressividade artística. Em suas obras, mesmo que nas entrelinhas, trata de temas sérios e como os vê e vivencia. Encontrou no hábito de escrever um modo de expor o que sente e também seu mundo particular. Boa leitura!

Hael é alegre e também tem uma personalidade forte, já Theron é muito mais introspectivo e sério. Ao mesmo tempo em que há conflitos entre os personagens, há conflitos internos, questões pessoais muito profundas que interferem em toda a trama."

DESVENDANDO ‘O SEGREDO NO MONTE’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor Renné Lotoski, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever? Renné Lotoski - O prazer é todo meu, fico feliz em compartilhar um pouco sobre a obra e o processo 110

de criação. Desde pequeno gostava muito de criar a trama das brincadeiras e os nossos personagens, fazia um roteiro na cabeça enquanto a brincadeira ia se desenvolvendo e testando o que dava certo. Também é um hábito antigo anotar e descrever minhas ideias, me pergunto como levei tanto tempo para conciliar ambos e perceber que além de ler, gostava também de escrever.

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O que o inspirou a escrever “O Segredo no Monte”? Renné Lotoski - A ideia surgiu em um período em que lia muito, principalmente livros de fantasia. Todos esses elementos ficavam constantemente no meu pensamento e gostava de pensar o que acontecia fora do que foi escrito, durante uma viagem comecei a imaginar algo diferente, como eu gostaria que fosse uma história de um livro. Ali comecei a dar forma a este universo que hoje está bem extenso, apesar de ter escrito apenas o primeiro volume por enquanto.

O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Renné Lotoski - A escrita acabou se tornando muito mais do que um hobby ou uma profissão, quase como uma necessidade. No tempo livre faço anotações, escrevo poemas e contos, organizo meus escritos ou outras coisas que se relacionem. Posso dizer que já se tornou parte de mim, em poucos assuntos me empolgo tanto como quando falo sobre minhas criações.

Apresente-nos a obra Renné Lotoski - A obra se divide em duas tramas: a principal, tendo Hael, Aedan e Theron se aventurando e conhecendo o mundo pela primeira vez, expostos a incontáveis novidades e emoções ainda inexploradas, para eles, os humanos são tão estranhos e peculiares como as criaturas que encontrarão. Já a trama secundária serve como um apoio, são trechos do passado que explicam a maneira como os personagens foram afetados tanto por uma guerra como perdas e a reclusão em meio às arvores do Bosque de Baldor, reforçando o teor introspectivo da obra. Qual o momento que mais chamou a sua atenção ao escrever “O Segredo no Monte”? Renné Lotoski - A minha evolução, comecei no ano de 2015 e desde então não havia percebido o quanto melhorei e aprendi em todos estes anos. Precisei corrigir muita coisa, reescrever partes inteiras para que os capítulos ficassem no mesmo nível. Foi um trabalho longo, mas ainda me senti feliz tendo a oportunidade de fazer o melhor que pude. Quais os principais desafios para escrita do enredo que compõe a trama? Renné Lotoski - Os personagens, com

certeza a parte mais trabalhosa é criar uma pessoa do zero. Mesmo tendo feito com base em traços reais, é complicado manter a personalidade o tempo todo, pensar o que diriam ou como agiriam e o que pensam. Hael é alegre e também tem uma personalidade forte, já Theron é muito mais introspectivo e sério. Ao mesmo tempo em que há conflitos entre os personagens, há conflitos internos, questões pessoais muito profundas que interferem em toda a trama. A quem indica leitura? Renné Lotoski - Primeiramente indico para quem assim como eu, ama universos fantásticos e tudo que eles no proporcionam. Também indico para quem além de entretenimento fictício, busca alguns aspectos reais e importantes de se discutir, há uma certa ênfase principalmente em laços familiares e outras relações, temas que afetam muito minha maneira de escrever. Onde podemos comprar o seu livro? Renné Lotoski - Acredito que atualmente só está disponível pela plataforma da Editora Fross e na parceira Livraria Bok2, a obra foi lançada recentemente e ainda está sendo divulgada.

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Quais os seus próximos projetos literários? Renné Lotoski - Tenho várias ideias em progresso até o momento, algumas estão praticamente finalizadas, precisando somente de alguns detalhes finais. Além do foco na poesia, já tenho o começo da continuação desse livro e também iniciei outro que será bem curto e se passará na região que cresci, procurei oportunidades de inserir esses elementos que fizeram parte da minha vida até hoje de uma maneira mais ampla. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Renné Lotoski. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Renné Lotoski - Gostaria de dizer que foi um caminho difícil, mas que valeu a pena. Fazer o que gostamos é muito gratificante e fazemos com muito mais alegria. Para finalizar não podia deixar de pedir para que se cuidem e cuidem daqueles que amam. Agradeço a quem se dispôs a ler um pouquinho sobre esse trabalho que é tão importante para mim. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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Entrevista com a escritora

SACIA XAVIER Sacia Xavier é taurina, mineira e leitora compulsiva. É formada em Teatro e estudante de Arquitetura, mas sempre soube que queria ser escritora; pretende se afogar em palavras pelo resto da sua vida. Apaixonada por histórias, é leitora voraz e viciada em séries. Sua maior inspiração para começar a escrever foi Harry Potter, e já conta com diversos projetos literários prontos para serem divulgados. Tempestade é o seu livro de estreia, o primeiro volume de uma série de ficção científica, e promete prender o leitor do começo ao fim com as suas reviravoltas. Parte superior do formulário Boa leitura!

Indico leitura para os fãs de ficção cientifica, fantasia e distopias. Para quem gosta de histórias com mais ação, aventura e muitas teorias da conspiração.”

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DE UM SONHO SURGE “TEMPESTADE” Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Sacia Xavier, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como surgiu este pseudônimo? Sacia Xavier - É um prazer para mim estar participando da revista. Bom, meu pseudônimo é também um apelido de infância, que eu mesma me dei. Quando bem nova, me apresentava como Sacia. Pensavam que era por não conseguir pronunciar meu próprio nome, mas conseguia sim, não tinha dificuldades em tratar as pessoas com o mesmo nome, por ele. Mas eu não. Eu era a Sacia. E até hoje, minha família só me chama assim, amigos, conhecidos. É mais como um nome mesmo, do que apelido ou pseudônimo. Se me apresentasse por outra forma de tratamento, ninguém me reconheceria. Em que momento se sentiu preparada para publicar “Tempestade”? Sacia Xavier - Ano passado, no mês de Junho, mais especificadamente. Foi o momento que o li o original e me senti satisfeita com o que vi ali. Ao longo dos anos, aperfeiçoei muitas coisas na história, alterei muito no enredo e na criação dos personagens. E ainda assim nunca estava satisfeita. Mas ano passado quando finalizei uma revisão das últimas alterações, senti que era o momento. Quais os principais desafios para escrita do livro? Sacia Xavier - Meu maior desafio foi a quantidade de vezes que perdi o arqui-

vo. Seja por pane no computador, pen drivers que explodiam, hackers, infinitas coisas. Sei que perdi o arquivo mais de 4 vezes, e tive que reescrever tudo

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do zero, sempre. Quase desisti, porque era muito trabalho. Estou feliz de não ter feito isso.

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Apresente-nos a obra Sacia Xavier - É ano de eleições no Brasil, em alguns dias a população elegerá o novo presidente. O que poucos sabem é que se trata de uma eleição fraudada, já que Tom deu um jeito de garantir sua vitória: há anos criaturas conhecidas como quimeras são criadas em laboratório para serem usadas como uma arma secreta contra o governo atual; tudo em nome da Nova Ordem. No entanto, Tom é surpreendido por Sophia, uma jovem com aparência idêntica à uma velha inimiga. É então que ele dá início a uma perseguição, apontando a adolescente como foragida, sem saber que ela contará com ajudas improváveis, sendo capaz de unir quimeras e humanos em uma guerra de poder, ódio e sangue. Quais temáticas estão sendo abordadas por meio do enredo que compõe a trama? Sacia Xavier - Além do lado cientifico da história, a trama aborda questões políticas, sobre governos totalitários, relacionamentos abusivos e questões primordiais de virtude, como amizade, lealdade e fazer o certo mesmo quando parece errado. O que mais a atrai em “Tempestade”? Sacia Xavier - Gosto de como os personagens são reais. Não existe um mocinho, um herói por assim dizer. Todos erram, são cheios de falhas, e isso é natural, sabe? É melhor para a identifica-

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ção. Esse tipo de personagem perfeito e heroico, não existe na vida real. É bom ver pessoas com problemas próximos aos que vivemos, tentando lidar com os problemas fictícios do universo distópico em que vivem. Tempestade é livro único ou tem continuação? Se sim, quantos livros? Sacia Xavier - Tempestade é uma série de 4 livros. Ainda não tenho previsão para o lançamento dos próximos, mas a sequência é simplesmente eletrizante. Como surgiu a ideia para a série? Sacia Xavier - Então, por volta dos 14 anos de idade, tive a ideia de escrever. Queria mesmo escrever e publicar um livro, só não sabia ainda sobre o que seria. Remoí isso por semanas, sem inspiração alguma. Então uma noite eu sonhei, sonhei com personagens bem reais, que estavam no meio de uma guerra, e me chamavam para fugir com eles. Os nomes deles eram Sophia e Phelipe, os vi muito nitidamente. E gritavam para mim, sobre a tempestade. Me lembro de acordar assustada, e correr para escrever. Já tinha a ideia toda na cabeça, ao amanhecer, como se os conhecesse mesmo. O meu sonho é basicamente o capítulo 16 do livro. Só que comigo presente (risos).

mais ação, aventura e muitas teorias da conspiração. Onde podemos comprar o seu livro? Sacia Xavier - Através do site da Editora Coerência, o livro físico, que vem com brindes, e também em formato e-book pela Amazon. https://ed-coerencia.lojaintegrada.com.br/tempestade Quais os seus próximos projetos literários? Sacia Xavier - Estou trabalhando em parceria com a Editora Coerência, para o lançamento de outro livro, não no universo de Tempestade. Livro único e independente, com previsão para sair ainda esse ano. É uma fantasia. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Sacia Xavier. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Sacia Xavier - Por mais difícil que as coisas estejam, elas vão melhorar. Se as vezes sentir que é demais, que quer fugir ou sumir, abra um livro. Palavras tem poder, e a leitura é uma grande aliada. A escrita é capaz de mudar o mundo.

A quem indica leitura? Sacia Xavier – Indico leitura para os fãs de ficção cientifica, fantasia e distopias. Para quem gosta de histórias com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR FLAVIO JOPPERT

POESIA A ARTE DA VIDA ETERNA

A Cura Quântica Sabemos que os remédios são substâncias químicas originadas das plantas, natureza, ou sintetizadas. O que se iniciou com uma alquimia herbanária no presente é uma industria fabril capitalizada. Essas substâncias químicas são compostas por átomos e esses átomos são energias em quantidade e qualidade discriminadas e distintas. Toda cura é quântica porque toda doença seja ela genética, contagiosa, ou traumática é energética. Uma energia de vibração maléfica, faz com que a proteína com baixa energia adoeça o corpo. Uma energia de vibração maléfica faz com que o corpo se torne refém de patógenos. A exposição a uma energia maléfica causa no corpo traumas. O que tem a poesia relação com isso?

Vi por esses dias uma notícia; a poesia me curou. Não abri a mensagem, embora seja poeta, e esses dias tão mecânicos nos afastem da sensibilidade. Mas pensei muitas vezes sobre aquela manchete. Seria uma fakenews sensacionalista? Mas que abordagem se dá a cura quântica e a inteligência emocional vendo no horizonte a esperada era de aquários ainda estamos presos ao mito da caverna do preconceito.

Ondas Mecânicas O som são ondas mecânicas que se propagam no ar, no éter. Essas ondas mecânicas são um contexto de energia. Essas ondas agrupadas formam sincronicidade e melodia. Essas ondas vão ser audíveis ao referencial evolutivo humano que possuiu um aparelho auditivo. Esse aparelho possuiu uma enervação que translitera o som em emoções primitivas. Medo, prazer, melancolia, alegria. Essas emoções vão produzir endorfinas e adrenalinas. Endorfinas e Adrenalinas são substâncias

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bio-químicas que vão atuar no organismo causando reações fisiológicas. A poesia é uma sonoridade que causa o mesmo impacto emocional do trovão vedo, e do chocalho das árvores relaxamento, e do chocalho da cascavel pânico. São emoções primitivas que nos acompanham desde os primórdios de nossa espécie. Essas emoções são capazes que estressar ou de desestressar. O estresse mata, e o relaxamento promove saúde. Uma lógica que não precisa ser esotérico para compreender. Isso na poesia cantada. Mas surge um universo da poesia escrita que pode ser lida, e sem sons, por um aprendizado anterior de emoções causar o mesmo medo e relaxamento dos sons. O som bruto promove um nível de hipnose que chamo aprendizado nível inferior que seria a sinapse mais simples a compreender. O som harmônico causa um aprendizado em um nível mais elaborado, porque há um trabalho em formar melodias, e esse trabalho agrega algo ao som bruto. A poesia sonora além do trabalho de harmonia e melodia tem o trabalho de semântica. Há um significado racional, um nível bem mais elevado de sinápse.

A Música dos Surdos Se não houvesse som no mundo, mas houvesse a poesia resta saber se seria possível compreender os níveis de aprendizado apresentados momento anterior, ou se silaba por silaba, sonori-

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zada na escrita criariam as sinapses que promoveriam a liberação de adrenalinas ou endorfinas. Um surdo poderia dançar e se emocionar ao ler uma poesia. Exatamente porque o aprendizado está codificado em silabas num trabalho que lapida o som bruto, inaudível. Sabemos que a nona sinfonia de Bethoven foi composta e aplaudida em sua presença com o gênio da música completamente surdo, exatamente porque uma linguagem de códigos as notas musicais eram signos que atuavam no sistema nervoso causando uma hipnose ou uma sinapse permanente.

As formigas possuem um sistema de comunicação por neurotransmissores das antenas, capaz de realizar uma sinapse entre indivíduos de uma sociedade de castas. O canto das cigarras é dito surdo, sem significado. Dizem os insetos não possuírem órgão de audição. Mas sabemos que isso não impede o som bruto, sem significado. O que se depara muitas vezes com aparelhos de ondas para espantar mosquitos por imitar o som dos machos, etc. São essas formas de especular uma realidade de outro sistema que não o humano.

O Som do Cantar dos As 7 Notas Musicais Passarinhos Um trabalho notável e matemático foi Seria o primeiro som bruto trabalhando que indica uma comunicação como o coachar dos sapos. Sabemos das estreitas relações das aves com os répteis. Mas foi no coachar dos sapos que pode ter surgido a sonoridade neste som bruto, que se comunica por um aparelho auditivo vibracional dos repteis que começou a elaborar o que podemos consideram sons harmônicos semânticos, que desconfiamos curar. A habilidade de trabalhar esses sons foi a evolução repteis, aves, mamíferos, mesmo que em troncos de convergência adaptativa.

decifrar a linguagem musical da natureza e suas 7 notas. Com isso o som bruto era elaborado, e com harmonia e melodia havia um trabalho das emoções. Ao se iniciar a semântica pelo som cantado ou musicalmente rimado, surgiu a concepção que a sociedade se regia politicamente pelos poetas. Acredito agora eu dentro da maturidade de algumas décadas que essa escolha democrática se deu exatamente porque o poeta trabalhava o som bruto, em melodia, das emoções primordiais, e trabalhava a semântica, levando a um aprendizado da sociedade num nível mais elevado.

ral que promoveu a elaboração de condensação de relatos tribais dos nossos primórdios. Alguns desses relatos como Ilíada, Odisseia, Poemas em Sânscrito de Visnu, são poesias. Alguns outros relatos de uma gênese são em prosa como o Talmude, Torah e Pentateuco. Mas talvez zonas de intercambio culturais tenham levado a certas culturas experimentar a poesia como os salmos dos livros talmúdicos. Certo é que a poesia música antropológica é relatada como presente nos rituais de passagem ainda das tribos tupis-guaranis do Brasil, onde toda a tradição é transmitida por um canto. O que trabalhamos na melodia semântica empírica dos nossos índios que são rotulados de muitas vezes terem sido encontrados aqui numa condição pré-histórica. Camões em Lusíadas registra o canto, deixe cantar dos meus a gran-genealogia. Esse trabalho de resgate da importância semântica mesmo que num passe de mágica de um mago que domina as artes poéticas para energizar ou curar ou instruir, ora porque instruir já é curar da neurose, é uma evolução no sentido cultural que vai somar quesitos no plano evolutivo, e do corpo saúde.

A Linguagem das Abelhas Analisando as Principais Conclusão A linguagem das abelhas já estudada Obras Arquétipos do Cabe a cada um tirar suas próprias por entomólogos crê que através de conclusões sobre os benefícios e utiMundo uma dança em relação ao sol abelhas se comunicam indicando o caminho a flores com polens. Uma linguagem surda.

Quando se iniciou a Era do Bronze, houve o início de uma revolução cultu-

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lidades da poesia ainda que apenas do lazer ou cultura concretos e absolutos.

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Entrevista com a escritora

VITÓRIA ADMORE Vitória Andrade de Moraes Alves da Silva nasceu em Santos, litoral de São Paulo, Brasil, em 20 de julho de 1998. Ela sempre teve uma grande paixão por livros e, aos 13 anos, decidiu começar sua jornada escrevendo, estrelando-a. livro “O Internato - The Souza”, como incentivo de sua prima Bruna Moraes, ela começou a escrever. Ela estudou pedagogia, mas atualmente trabalha como escritora o tempo todo. Boa leitura!

A escrita, para mim, é tudo. É um refúgio na verdade, onde as coisas não são caóticas, são do meu jeito, livre e feliz.”

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ADOÇÃO É ABORDADO EM “THE SOUZA” Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritora Vitória Admore, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a inspirou a escrever a série “The Souza”? Vitótia Admore - Minha grande inspiração para escrever meu romance, foi as historias de minha escritora favorita Alyson Noël, cresci lendo seus livros, e sempre quis ser como ela um dia. Apresente-nos “The Souza – O Internato” Vitótia Admore - Aily Halley tem uma vida perfeita: uma família bonita e rica, um menino perfeito, até o melhor amigo perfeito. Até que tudo desapareça, a mãe de Aily morre e, sendo enviada para o internato, descobre a verdade sobre sua vida. Este é o volume 1 da Série. Comente, como está segmentada a série de acordo com o enredo que compõe a trama? Vitótia Admore - Sim! Estou estudando muito os assuntos que vou abordar no segundo livro, assim como o primeiro livro se trata de adoção, o segundo vai se tratar de sequestro, então ainda estou estudando muito para falar sobre esses assuntos. Quais os principais personagens que envolvem a trama? Vitótia Admore - Aily Halley, Duda e Eduardo Souza. Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Vitótia Admore - O nome do livro é baseado no nome da escola. Que deriva do nome da Família de Eduardo. O que mais a atrai em “The Souza”? Vitótia Admore - a personagem Duda e como Aily fica atraída pela historia da menina orfã.

Onde podemos comprar o seu livro? Vitótia Admore - Em todos os sites de vendas de livros físicos e e-book, pelo site da Editora Fross ou comigo. O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária. Vitótia Admore - A escrita, para mim, é tudo. É um refúgio na verdade, onde as coisas não são caóticas, são do meu jeito, livre e feliz. Quais os seus próximos projetos literários? Vitótia Admore - Em breve, estarei lançando um romance policial, o nome será The Flashback, ainda não posso contar a história, mas meus leitores betas já estão amando.

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Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Vitoria Admore. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Vitótia Admore - A mensagem que quero deixar é: Que todos vocês que estão lendo essa entrevista, possam ler muito mais. O mundo da literatura é como o mundo dos sonhos, a cada passo, uma aventura diferente. Então leiam, leiam o quanto puderem. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR TITO LARAYA

SE FOSSE SIMPLES

O SENTIDO DA VIDA

ESTE LIVRO

Se fosse simples, todos faziam, Se fosse impossível, ninguém conseguia, Mas o caminho é estreito para seguir Com certeza de um melhor porvir! Poucos sabem e muitos criticam, Alguns tentam e desistem sem maestria De uma vida gloriosa que está a vir. De uma vida melhor no pensar e no sentir Há de se pensar melhor no que está a vir E a felicidade muitos vai conseguir.

Algumas vezes caminhamos pelas paginas da vida como um texto sem razão. Andamos a ermo procurando prazer e distração. Não procuramos, nem achamos em nós razões para viver, valores maiores para lutar por algo, que não seja apenas, aquilo que só a nós interessa. Não pensamos no coletivo, e quando o fazemos, é uma razão do particular na primeira pessoa do singular, que a razão se perde nos emaranhados do ego. Precisamos de algo de um quê, de uma chacoalhada na vida, para voltarmos aos planos originais, buscarmos a realização dos nossos sonhos. É para isto que servem as provações. Meu sonho desde pequeno era escrever, mas... Ah! Existem tantos, mas, que nos afastam da razão existencial, que temos que achar uma forma de buscar a razão dentro de nós, das perguntas: O que somos? E o Porquê estamos aqui vivos? Aí tudo se esclarece, e as missões por maiores que sejam parecem possíveis. Finalmente, neste momento, chegamos a razão e a forma de viver.

A minha história de vida havia-me feito eu achar os livros desarrumados. O que era bom, já não me parecia tão bom, e aí fruto de estudos e muita meditação resolveu mudar a ordem, acrescentar novas estórias. Afinal de 1980, a 2018 muita coisa havia rolado, muita experiência foi vivida, muito livro foi lido, muito assunto foi meditado, mas resolvi, por capricho terminar este com um poema da época.

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Entrevista com o DJ e editor

THIÊ ROCK Thiê Rock é jornalista formado pela Facha, músico há mais de 20 anos e trabalha como editor de livros nas editoras ZL Books e Alta Books nos últimos 10 anos. Canta na banda de rock Lion Heart há 18 anos, com 5 CDs lançados. O mais recente, “O Ferro do Escorpião”, saiu em junho. Na editora Alta Books, coordena a popular série Para Leigos, biografias de grandes artistas mundiais e lança livros de best-sellers internacionais e autores nacionais de peso. Na ZL Books, lança contos, poesia, ficção e antologias bilíngue, além do Projeto Jovens Escritores. Boa leitura!

Estou lançando no Brasil a autobiografia fantástica do Prince, o segundo livro do Paul Stanley (vocalista do Kiss), a biografia do Kurt Cobain escrita por Danny Goldberg (antigo manager do Nirvana) e a autobiografia da Debbie Harry ROQUEIRO E DJ THIÊ ROCK SE DESTACA COMO EDITOR DA ZL BOOKS Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Roqueiro, DJ e editor Thiê Rock, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como surgiu o gosto pela música, em especial o Rock? Thiê Rock - Olá! O prazer é meu. O gosto pelo rock surgiu ainda garoto quando vi pela televisão o Rock in Rio 2 e as edições do Hollywood Rock do início dos anos 1990. Disse para mim mesmo: é isso que quero para minha vida!

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O que mais o atrai neste estilo musical? Thiê Rock - O carisma dos músicos, a presença de palco, o visual extravagante e as músicas envolventes que fazem multidões cantar, dançar e se divertir. Apresente-nos alguns trabalhos/projetos desenvolvidos no meio musical. Thiê Rock - Sou vocalista da banda Lion Heart há 18 anos. Acabamos de lançar nosso quinto álbum, “O Ferro do Escorpião”. Vocês podem conferir tudo sobre a Lion em nosso site: www.lionheart.com.br

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Também sou produtor e idealizador do “Rock na Praia”, um evento de rock feito em frente ao mar do Leme, de graça para o público, em que eu discoteco durante horas e levo entretenimento de forma acessível e com uma bela paisagem. Espero poder voltar com o evento quando a pandemia passar. Desde 2003 me apresento como DJ em diversos bares/eventos de rock do Rio de Janeiro. Onde tem rock, entretenimento, gosto de participar e ser ativo nesse ramo cultural. Em que momento deu inicio a sua carreira como Editor? Thiê Rock - Em 2011, quando entrei para a Editora Alta Books. Eu já era formado em Jornalismo e tinha passado por outras áreas da Comunicação, mas foi trabalhando com livros que realmente me encontrei e atingi uma estabilidade. Apresente-nos alguns trabalhos editados pela Alta Books e pela Zl Books. Thiê Rock - Na Alta Books eu sou responsável pela versão brasileira da série For Dummies, a série de livros mais vendida do mundo, que leva o nome de Para Leigos por aqui. Além disso, já editei livros de autores internacionais best-sellers como Jordan Peterson e David Brooks, além de personalidades nacionais de destaque como Rosana Jatobá e Heródoto Barbeiro. No momento, estou produzindo biografias de artistas como Prince, Paul Stanley, Kurt Cobain, Debbie Harry e Demi Moore. Na Zl Books, trabalho com antologias bilíngue, que ajudam o autor independente a entrar no mercado editorial e a divulgar seu trabalho no exterior. Também trabalho com o Projeto Jovens Escritores, que dá voz ao estudante, muitas vezes de origem humilde. Ele tem a chance de lançar seu texto em sa-

Blondie). Mas as biografias não se resumem ao rock. Estou fazendo, por exemplo, a da Demi Moore, estrela de cinema que protagonizou filmes inesquecíveis como Ghost e Striptease.

lões de livro internacionais e, caso seja considerado o melhor texto do Projeto, participar de forma presencial. É uma editora que fomenta sonhos através da literatura. Quais os próximos projetos a serem desenvolvidos pelas editoras? Thiê Rock - No cenário complicado atual de pandemia, a vontade é continuar com os mesmos projetos e resistir à queda do mercado literário em termos vendas, que resultou no fechamento de livrarias e editoras. Mas sou forte e trabalho com pessoas perseverantes. Uma saída para a Alta está sendo trabalhar com mais força os livros digitais e direcionar o marketing pro mundo virtual. A ZL está buscando salões virtuais e estratégias de trabalho online, enquanto o mundo não volta para o seu curso normal. Estás lançando no Brasil biografias de roqueiros famosos no mundo. Apresente-nos este belíssimo projeto, destacando exemplo de quem já vem se destacando por meio dos trabalhos realizados. Thiê Rock - Estou lançando no Brasil a autobiografia fantástica do Prince, o segundo livro do Paul Stanley (vocalista do Kiss), a biografia do Kurt Cobain escrita por Danny Goldberg (antigo manager do Nirvana) e a autobiografia da Debbie Harry (lendária vocalista do

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Quem desejar, como deve proceder para participar? Thiê Rock - No momento, o projeto é voltado para versões nacionais de biografias de estrelas consagradas mundialmente. Se o mercado melhorar, quem sabe a ideia cresça e abra o leque para pessoas não tão famosas, mas com histórias igualmente incríveis. A área literária e a música andam interligadas. Comente como as duas áreas vêm se destacando em sua carreira. Thiê Rock - Cultura sempre fez parte do meu cotidiano. Seja com música ou com livros, amo estar inserido no contexto artístico de uma forma geral. Uma prova concreta de como consigo unir as duas áreas é a quantidade de livros musicais ou sobre músicos que já consegui lançar. Certamente, vem muito mais por aí! Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o Roqueiro, Dj e Editor Thiê Rock. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Thiê Rock - Acredite em você, dê o melhor, trabalhe duro e os resultados chegarão. Somos mutáveis, temos muitas habilidades e possibilidades. Basta ter foco e coragem para colocar tudo em prática e atingir os sonhos. Um grande abraço e obrigado pelo espaço. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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