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Poetas Poveiros

Feliz Natal

Neste Natal, a voz do pensamento Irei lançar ao vento num clamor E tu vais ser o eterno sentimento Que guardarei no peito com amor.

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E a luz do teu olhar em movimento, Rasgado pelo tempo e pela dor, Vai ser no nosso eterno firmamento A estrela que irradia luz e cor!

Vem-me abraçar! No nosso sapatinho Só quero o teu amor... E o teu carinho Irradiará na pruma do pinheiro!

E num abraço puro e singular, No teu olhar meus olhos vão brilhar E então vai ser Natal o ano inteiro!

José Sepúlveda

Noite de natal

Dobrei aquela esquina. Ali num canto, Um pobre vagabundo mais um cão... Olhei com atenção... P’ra meu espanto, O cão comia, o vagabundo não!

Nos olhos seus não vi temor ou pranto, Não senti dor, tristeza ou solidão... O vagabundo olhava-o com encanto, O cão lambia alegre a sua mão...

Ao longe, na mansão iluminada, Ouviam-se cantar na madrugada Cantigas de louvor ao Deus-Menino.

E o vagabundo olhava entre as estrelas, Agradecendo ao cão as coisas belas E a prenda que lhe pôs no sapatinho.

José Sepúlveda

Naquela noite

Naquela noite havia entre os pastores A sensação de que algo acontecia Cruzavam-se as notícias, os rumores, Que o jugo do seu povo acabaria.

Havia agitação entre o rebanho; E ouvindo cada ovelha que balia Os cães corriam num labor tamanho À volta do rebanho nesse dia.

Era já tarde. À volta da fogueira, Enquanto vigiavam noite inteira Envoltos no silêncio mais profundo,

Um anjo lá no alto anunciava Que nessa noite fria e agitada Nascia em paz o Salvador do mundo!

José Sepúlveda

Jesus chorou

Naquele tempo, lá na Galileia Andava S. José, o carpinteiro, A trabalhar com a sua alma cheia De graça e de louvor o dia inteiro.

E sempre que descia p’rá cidade Para se abastecer de pão, de vinho, Um presentinho havia na verdade Que S. José comprava p’ra o menino.

Um dia, do presente se esqueceu... Jesus, ao vê lo, para si correu Gritando: - O meu presente? - E o abraçou!

E o pai, chorando, disse com carinho: - Perdoa, não o trouxe, meu filhinho! E reza a lenda que Jesus chorou...

José Sepúlveda

José Sepúlveda

Maria...

Maria, esse Menino que pariste Naquela rude e fria estrebaria Anda por ai vagueando, amargo e triste, E chora ao ver cumprir-se a profecia...

Hossana nas alturas! Ele existe, Ondula pelas ruas cada dia Chamando, proclamando... e não desiste De um mundo novo em paz e harmonia.

As novas desse humilde nascimento Que um dia receberam noite dentro Pastores que cuidavam do seu gado

São réstias de esperança na cidade, Prenúncio duma vida em liberdade Aonde não exista mais pecado!

José Sepúlveda

Vi uma estrela

Se o brilho dessa estrela não viesse A aparecer no céu, no infinito, Talvez numa choupana não nascesse Esse Menino, humilde, mas bendito.

Talvez a sua mãe não padecesse E não soltasse o acutilante grito, Ao vê-lo numa cruz, p’ra que morresse, Por todos nós, conforme foi predito.

Talvez não fosse nada, se diria, Mas quis o Deus bendito, nesse dia, Fazer brilhar a estrela lá no céu.

E nessa noite escura, triste, fria, Naquela tão singela estrebaria, Esse Menino, ali, por fim, nasceu.

José Sepúlveda

Prece de Natal

A neve, já não é tão branca e pura, E a gente já não pode ali brincar Uma criança olha-a com ternura Com lágrimas sofridas no olhar.

Ruas vazias, sem ser enfeitadas, Nas lojas já não há tanta alegria, Mesmo as escolas todas são fechadas, Qual fruto desta enorme pandemia.

Dezembro e o Natal quase a chegar, O frio do outono a anunciar O mês em que nasceu o Salvador.

Jesus, vem renovar nossa esperança, Faz-nos viver os sonhos de criança E leva a pandemia, por favor!

O Velhinho

Porquê dormir na rua, meu amigo? Não tens família? Que é feito do teu lar? Vem, vem comigo, eu te darei abrigo À casa do meu Pai te irei levar.

- Eu sei que não sou digno de perdão. Quando criança, fui muito feliz, Perdi-me nesta grande confusão Dizia, olhando os olhos do petiz.

- Terás uma família e neste dia Irás sentir mais paz e harmonia Pois Deus, o Pai, não te abandonará.

- Segura a minha mão. – …E com carinho Levanta-se e acompanha o bom velhinho Confiante no raiar do amanhã.

Quando o Menino chegar

Quando o Menino chegar, Espero que o silêncio não vença, Pois está na hora de o coração do mundo aconchegar, Acreditar que a esperança renasça.

A luz dos dias difíceis parece cegar, Tempo tão difícil de descrença, Existe quem chega a alegar, Que não há –de fazer diferença.

Acredito que em seus braços há que navegar, Sentir a sua presença, Só ele sabe a esperança carregar, Com a sua omnipresença.

Catarina Dinis Pinto

Quando o Menino Chegar…

Quando o Menino chegar, com a estrela guia Vão chegar os Reis Magos, fazer companhia Vão descer dos céus os Anjos em seu louvor E o mundo vai iluminar-se, com a luz do amor!

Menino Jesus, protetor de todo o Reino cristão Traz bondade, caridade, e amor no seu coração Em cada Natal, recordarmos o seu nascimento Mas o resto do ano, Jesus é vida no pensamento!

Há uma estrela muito mais brilhante na escuridão Anunciando que o menino chegou da imensidão Há orações nas nossas casas, com as mãos no ar Nasceu o menino, que há de nosso mundo salvar!

Maria José Guimarães

ERA NATAL

Era Natal, diziam... A rosa brava florescia... O menino e sua mãe, Maria, na manjedoura dormiam.

Chegou o Jesus Menino a estrela d`Alva o iluminou... Sua mãe com o manto o tapou a sua boca sorria, era tão pequenino...

Menino Jesus tão belo pobre e pequenino neste mundo tudo está mal mas Jesus veio para nos salvar...

Na gruta de Belém havia festa, os sinos tocavam de alegria José e Maria a todos acolhiam dando as boas vindas aos pastores, reis, anjos e querubins...

Mary Horta

Anjos me abordaram!

Eram tantas as Estrelas que no céu vi a cintilar mas como era bom vê-las embora não as pudesse contar.

Depois de tanto olhar meus olhos se cansaram Anjos me abordaram segredando-me para rezar.

Rezar ao Deus Menino que em Belém nascia sobre uma manjedoura tão pobre, mas que nos adoraria.

Fiquei tão espantada n’outros tempos que já lá vão minhas mãos e cara enrugadas parecia de outra geração.

Ilda Ruivo

Nasceu-nos um Salvador!

É Natal, porque um salvador nos nasceu… uma estrela brilhou, o mundo estremeceu!

Esperavam um Salvador de elite, mas uma humilde criança nascida numa manjedoura, foi mensageira da Paz e da Esperança de um mundo vindouro.

O mundo não entendeu que Ele é a Paz a vida e o amor!

E continuam fazendo guerra, em nome do salvador.

Teresa Costa

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