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Magna Aspácia

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Flavio Joppert

Flavio Joppert

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA MAGNA ASPÁCIA

A festa cigana Magna Aspásia Fontenelle

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Uma família vivia na fazenda ‘Estrela no sul do Arizona’, composta pelo pai, a mãe e os irmãos (sendo dois filhos legítimos e um adotado), um cachorro, um gato e a governanta. Viviam do cultivo da agricultura e agropecuária. O pai, homem rico, austero, trazia todos sob seu comando. Tinham hora para tudo: almoçar, jantar, brincar, estudar. Assim, a menina Melaine crescia junto ao seu irmão Haine, não muito felizes devido à austeridade do pai, senhor Nicanor. Um dia apareceu nas redondezas uma caravana de ciganos, com suas coroças puxadas por lindos e potentes cavalos.

Montaram suas barracas enfeitadas com lindos tapetes e almofadas coloridas, alumínios brilhando e as crianças brincando. As mulheres, com suas roupas coloridas, anéis, pulseiras, brincos, dentes de ouro na boca, cabelos presos com lenços coloridos, vendiam tachos de cobre, panelas e liam as linhas das mãos das pessoas, orientando sobre presente, futuro e descortinando o passado. Os homens se encarregavam dos animais, da compra e venda de gado e do ouro. As crianças acompanhavam as mães nos afazeres domésticos e nas andanças para as leituras das linhas das mãos. Assim, viviam os ciganos nômades no seu destino, mas tradicional nos seus valores e cultura.

Na noite da chegada à referida fazenda, fora preparado uma festa para comemorar o aniversário da matriarca dos ciganos dona Encarnação.

Muitas flores, músicas românticas de origem ciganas, às mulheres e crianças com suas vestes coloridas, lenços, pulseiras, esperavam a hora para celebrarem a vida junto com a aniversariante e seus convidados

Ao lado da carroça, dona Encarnação olhava a fogueira que soltava labaredas que subiam aos céus, como quem reverenciava a lua majestosa e as estrelas que brilhavam, inebriando todos num misto de magia.

Inicia-se a festa com a apresentação dos irmãos ciganos Ray e Esmeralda. Ray, rapaz jovem de cabelos e olhos castanhos, sorriso largo, olhar penetrante; Esmeralda, menina moça de cabelos negros compridos, olhos negros, sorriso marota, andar brejeiro. Dançava ao som da guitarra de seu irmão, que tocava melodia típica do povo cigano.

A leveza dos passos da dança de Esmeralda era como a brisa que balança as folhas das árvores em noite de primavera. Bebidas e comidas típicas eram servidas aos convidados e aos ciganos. A festa transcorria na maior alegria. Eis que, de repente, apareceu uma cavalaria de justiceiros que chegaram atirando para tudo que é lado e colocando fogo nas carroças dos ciganos e roubando suas coisas. Muitos ciganos morreram sem nem sequer poder se defender. Alguns fazendeiros, mulheres e crianças também morreram.

Um menino cigano se escondeu e, ao término da matança, se viu sozinho no mundo e foi até a Fazenda Estrela, que ficava bem próximo ao acampamento. Chegando ao seu destino fora recebido pelo proprietário da Fazenda senhor Nicanor, amedrontado, desconfiado relatou o acontecido ao mesmo. Senhor Nicanor compadecido com sua dor e com sua condição nômade e órfã acolheu –o como integrante de sua família.

Entretanto, Haine, não gostava dele, pois, sentia muita inveja do ciganinho, Jessé, que era alegre, gentil e ensinara Melaine a cantar e a dançar como Esmeralda, que fora morta com um tiro no peito na noite da festa de aniversário de dona Encarnação.

O que parecia uma boa escolha de vida para Jessé tornou-se um pesadelo. Ele era humilhado, perseguido, ridicularizado e sujeito a outros danos emocionais e psicológicos. Não obstante, isso, a amizade entre o ciganinho Jessé e Melaine crescia cada dia.

O ciganinho Jessé, com o passar dos anos, tornou-se um belo rapaz, e Melanie uma bela dama. Às escondidas, tornaram-se namorados e juraram contrair matrimônio. No entanto, a condição social entre ambos era gritante e os pais de Melaine jamais aceitariam essa união. Jessé aconselhado pela governanta Maria partiu em busca, de melhores condições de vida para se tornar rico e merecedor do amor da bela dama. Jurou-lhe que voltaria: — Minha amada, espere-me que logo voltarei rico para nos casarmos.

A primavera floriu, verão de sol brilhante e vento no rosto passou, as folhas das árvores outonais caíram, indicando o fim e o início da vida, as chuvas chegaram trazendo o frio e a água para regar as plantações e encher os açudes. Era o ciclo da vida na sua plenitude mostrando que findara mais um ano.

Passaram-se muitas primaveras, invernos, outonos e verões e Jessé não retornara. Melaine, desesperançada, enamorou-se de outro rapaz, fazendeiro rico. Casaram-se, mas, seu coração nunca esquecera aquele ciganinho…

Eis que um dia à tardinha, estava ela, o esposo, seu pai, irmão e outros familiares sentados na varanda da casa grande de seu pai, quando chega um homem bem vestido numa carruagem, acompanhado de um cocheiro.

Desceu da carruagem, cumprimentou a todos, que não o reconheceram. Senhor Nicanor, pai de Melaine, muito solícito, perguntou o que o moço desejava. -Jessé, todo imponente, respondeu: sou aquele ciganinho que vocês acolheram em vossa casa, e eu vim cumprir minha promessa: desposar-me com sua filha.

Melaine, não acreditando no que vira e ouvira, desmaiou sendo socorrida pelo, o esposo. Senhor Nicanor, diante da revelação, caiu sentado na cadeira atordoado, pois pensava que o ciganinho tivesse morrido. Haine ficou de boca aberta e mais uma vez invejou Jessé. Afinal, quem tinha carruagem e cocheiro era muito rico, enquanto ele vivia às custas do pai.

Os demais parentes ficaram admirados…

Somente a governanta Maria deu um forte abraço em Jessé, pois fora ela quem o encorajara a ir em busca de melhores condições de

vida. Senhor Nicanor, já recobrado do susto, informou a Jessé a triste notícia de que Melaine estava casada com outro. Jessé, muito decepcionado e magoado, imediatamente voltou para a cidade com o coração despedaçado, pois acabara de perder o amor de sua vida.

Melaine viveu infeliz com seu marido. Nunca esquecera aquele ciganinho alegre, gentil que a ensinara a dançar, que ficava nos campos, nos rios, nas árvores brincando, sorrindo, com a ternura da infância e o esperançar da vida. No entanto, a condição social de Jessé os separou para sempre…

*Magna Aspásia Fontenelle, natural de Carolina- MA, residente em Uberaba-MG, professora, escritora, tradutora, consultora educacional, palestrante, oficineira. Máster em ““Formación de profesores de lengua espanhola”- Espanha; graduada em Letras/Português e Espanhol, pós-graduada em áreas educacionais na formação inicial e continuada de professores, especialista em Valores Humanos; Autora e coautora de artigos científicos, ensaios, contos, etc, publicados em revistas, sites, livros no Brasil e no exterior. Dra em Filosofia Universica, consagrando-se por mérito em Philosophos Immortalem-Ph.I;Dra. Honoris Causa em Literatura (Dra. h. c.), pesquisadora convidada da (UFTM) atuando no Grupo de Estudo e Pesquisa em Formação de Professores (GPFORME-CNPq), colaboradora da Revista Aristos Internacional- -Portugal-Espanha; colunista do Jornal Rol-Sorocaba-SP;

Fundadora e presidente da Academia de Letras do Brasil,ALB,Uberaba-MG e da Akademia Alternative Pegasiane Brasil/Albânia; Delegada da Associação Nacional e Internacional de Imprensa(ANI-RJ)-Brasil no Estado de Minas Gerais; Delegada Cultural da Febacla(RJ) para o Triângulo Mineiro, membro de várias academias de letras nacionais e internacionais. Agraciada com a várias honrarias nacionais e internacionais; Medalha Mandacaru- -Selo Enseada das Letras-Recife–PE; Guardiã Perpétua do Patrimônio Cultural do Triângulo Mineiro (FEBACLA-Rio de Janeiro), Troféu Carlos Drummond de Andrade-Itabira-Minas Gerais, Mulheres Notáveis-Troféu Cecilia Meireles-Itabira-Minas Gerais. Acadêmica Benemérita cadeira n.º12 eternizada em seu nome como Patrona (FEBACLA-RJ). Personalidade Gold-Jornal Terra da Gente-Surubim-PE; Título de Cidadania Uberabense outorgado pela Câmara Municipal de Uberaba; Recebida como hóspede oficial da cidade de Paraguaçu Paulista-São Paulo. Título de Condessa Fontenelle outorgado pela Augustíssima Casa Real Imperial dos Godos do Oriente-RJ; Prêmio de Grande Honra Gonçalves Dias (Febacla-RJ); Mulher Virtuosa (Febacla-RJ); Prêmio Machado de Assis ( Febacla-Rj); Prêmio Monteiro Lobato-Melhor livro traduzido- Virtud Humillad do autor albanês Kristaq F.Shabani-(Literarte-RJ); Escritora do Ano de, 2019, 2020 Akademia Alternative Pegasiane Albânia- Gjirkastra-Albânia, Embaixadora da Paz pela OMTDH(ONU) dentre outros.

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