4 minute read
Graça Amiguinho
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM ESCRITORA GRAÇA AMIGUINHO
Maria da Graça Foles Amiguinho Barros Nasci em Santa Eulália, Elvas em 13 de fevereiro de 1946 Tirei o Curso Geral de Comércio na Escola Industrial e Comercial de Elvas Em 1965 terminei o Curso do Magistério Primário, em Portalegre Fui Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1960/1965 Exerci a minha profissão durante 32 anos Fiz um Programa de Rádio, sobre Educação, em Vila Nova de Gaia, em 1980 Em 2004 despertei para a poesia e a música Em 2005 editei “O Meu Sentir” poesia Em 2015 comecei a escrever, semanalmente, no Jornal online “Elvasnews” Em 2018 editei “Alma Alentejana” poesia ilustrada pelo meu filho Rui Barros, com poemas musicados por mim Em janeiro de 2019 organizei a Colectânea “Elvas à Vista” com autores portugueses, musicando vários poemas Em setembro de 2019 organizei a Colectânea “Eurocidade, Badajoz, Elvas, Campo Maior”com autores das 3 cidades, tendo musicado diversos poemas Em 2020 editei “Não te disse Adeus” poesia, musicando vários poemas Em setembro de 2020 organizei a Colectânea “Raia Luso Espanhola” com autores portugueses e de Espanha-Galiza, Astúrias e Extremadura, musicando diversos poemas Em setembro 2021 será editado “Meu Alentejo” poesia e prosa com ilustração do meu filho Rui Barros Em fevereiro de 2021 fui convidada a colaborar no Blogue Galego, “De Vella a Bella” com textos e músicas minhas. Em setembro 2021 será lançada a Colectânea “Cultura sem Fronteiras” com autores Portugueses e das mesmas regiões de Espanha, já citadas. Em setembro 2021 será editado o meu primeiro CD com músicas da minha autoria e poemas meus e de vários autores da Colectânea Cultura sem Fronteiras, com arranjos do músico Lino Lobão.
Advertisement
Voa a Poesia
Soltam-se as palavras, vindas não sei de onde. Vestem-se de asas coloridas, alegres, tão lindas, ou carregadas de tristeza, de dor, de ansiedade, expressão desta incerteza, deste sonho feito de esperança, partindo em busca de outro lugar, terra ou mar, onde, como em criança, meu peito palpitante, possa, eternamente, descansar.
Um sonho não pode morrer!
Não deixes os teus sonhos fechados, trancados, a morrerem, sufocados. Abre-lhes as portas e as janelas, mostra-lhes a luz do sol e as estrelas. Põe-lhe asas grandes, fortes e resistentes para suportarem os ventos, as tempestades e tudo o que encontrarem, até as maldades. O mundo que fale, que chore de inveja, que se morda de raiva, porque, quem sonha com alma, não hesita, não pestaneja. Nessa tua franqueza, no teu sorriso, terás a certeza de que vale a pena, às vezes, perder o juízo!
Um dia e outro dia
Em cada amanhecer, em mim renasce a Esperança de voltar a ter o riso e a alegria do meu tempo de criança! Será utopia, ilusão, demência ou pura fantasia?! É uma constância, forte persistência, em sonhar a vida, acreditar nessa flor perfumada, indefinida, a que eu chamo, Amor!
O meu destino
Não sei se o destino é meu. Não o comprei a ninguém! As voltas, sim, dou-as eu! O resto vem, quando vem! Mas há quem diga, e com razão, Que tudo está escrito no céu. Um Anjo nos põe na mão O que Deus nos ofereceu! Desse ato de amor, Cada qual faz o que quer. Eu abracei com fervor O dom de poesia escrever! Tarde de luz Eu quisera que esta luz, suave e mansa, Vinda não sei de onde, Mas que para mim avança, Me dissesse a verdade, A verdade que meu pensamento, Obcecado com a realidade, Por vezes não alcança! Luz que não me ofuscas a visão, Luz que iluminas a minha mente, Fala-me das coisas do coração, Fala-me de um mundo diferente! Nesta tarde feita de sossego, Diz-me que foi embora o medo, Diz-me que o sonho mau já acabou! Embala-me nas asas da andorinha Que, como eu, se sentiu sozinha, E triste, de Portugal, abalou.
Sonho de um Carnaval
Olhei-me no espelho do tempo. O meu coração se enfeitou, o meu pé saltitou e com um cheirinho a festa, longe, a minha imaginação voou. Grande salão engalanado, damas e cavalheiros conversando. Uma música alegre, mas suave, tocando, era convite irresistível. O meu traje era maravilhoso, colorido, com lindos folhos. Muito longo, até aos pés, ornamentado de belas rendas venezianas, antes nunca vistas, pelos meus olhos. O meu rosto estava encoberto com lindos desenhos artísticos, que me ofereciam a liberdade de ocultar os sinais da idade. Belo jovem, de mim se aproxima e ao ouvido me sussurra, a sua vontade de ir comigo, dançar uma valsa. Fico perturbada, com tanta amabilidade e não resisto ao seu convite. De braço dado, suavemente, me leva para o centro do encantador salão, onde reinava grande animação. As suas mãos envolvem a minha cintura, o seu perfume é uma verdadeira loucura. Rodopiando, rodopiando, o meu pé, de vez em quando, ia calcando. Assim, se tornou a valsa, divinal. Sentia o bater do seu coração e a sua face de mim se aproximar, em grande excitação. Por um momento, quase tocou com os seus lábios, nos meus. Oh! meu Deus, que sensação! Estava prestes aquele beijo, desenhado nas asas de um desejo. Quase, quase a acontecer, eis que acordo desse idílio, tão suada, a cama em desalinho, e eu, muito assustada. Era hora de me levantar e sair cedinho. Já ia longe o amanhecer. Talvez, num outro Carnaval, encontre o meu príncipe. Neste, afinal, não passou de um sonho, essa valsa tão especial!