Profissionais do Futuro

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PERFIL DO novo PROFISSIONAL Dedicação e comprometimento: Se envolver e se comprometer com a atividade realizada, tendo determinação e objetivando resultados. Liderança: Saber enfrentar desafios e aproveitar oportunidades, bem como ter capacidade de gerenciar paradoxos.

Visão: Identificar a posição ou situação na qual você pretende se encontrar ou colocar a empresa no futuro.

Planejamento: Traçar objetivos e formular estratégias que ajudem a chegar nesses objetivos da melhor maneira.

Autonomia:Ter vontade de definir seus próprios passos e trilhar o seu caminho com confiança. Seguir o seu ponto de vista mesmo diante de um ponto de vista oposto ou diante de resultados inicialmente desencorajadores.

Capacidade de decisão: Ser seguro e saber o momento certo de tomar as decisões corretas, sobretudo nas situações de adversidade.

Trabalho em equipe: Manter um bom relacionamento com a equipe de trabalho, respeitar a opinião alheia e reconhecer que os membros dependem um do outro para a realização de um bom trabalho.

Capacidade realizadora: Transformar o abstrato em concreto, encontrando a melhor maneira de desenvolver cada atividade.

Busca por conhecimento: Estar atualizado, tanto no que diz respeito a sua área de atuação profissional como com relação a assuntos de conhecimentos gerais.

EXPEDIENTE Network: Atualmente, a rede de contatos é uma das maneiras mais eficientes de relacionamento profissional. Com ela, é possível conhecer novas pessoas da área, saber de oportunidades disponíveis e até mesmo mostrar o tipo de profissional que você é.

Otimismo: Ver uma maneira de extrair o melhor de cada situação, aprender com as dificuldades. Avaliação de riscos: Calcular os possíveis riscos e saber gerenciá-los.

Identificação de oportunidades: Ser curioso e atento as informações para enxergar as boas oportunidades em situações cotidianas ou mesmo em situações difíceis.

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Qualidades pessoais valorizam a carreira Todos querem ter sucesso na carreira escolhida. Seja por dinheiro, status ou até mesmo para agradar os pais e parentes, trilhar um caminho profissional de sucesso é uma busca constante por aqueles que estão ou não inseridos no mercado de trabalho. Para isso, é importante possuir ou trabalhar algumas características pessoais e saber planejar a carreira de forma adequada. De acordo com Carine Cidade, coordenadora da Divisão Recolocação e Outplacement da Catho/BA, todo profissional possui alguma característica interessante, seja específica da carreira ou genérica, para oferecer ao mercado. “Acredito que somos um produto e para realizar a grande venda precisamos colocar em evidência nossas características e competências para atrair o mercado”, explica. Dentre as características genéricas, eminentes a profissionais de qualquer área, estão: acreditar no próprio potencial, investir em educação e leitura, descobrir novos caminhos, trabalhar com vontade e respeitar as pessoas e limites. No que diz respeito ao planejamento da carreira, Carine afirma que ele deve ser feito visando o início, o meio e o fim. Além disso, é importante estudar o mercado, identificando os diferenciais competitivos e sabendo quais as ferramentas necessárias para alcançar o objetivo

desejado. Para isso, é necessário também ter um foco, saber aonde se quer chegar. “Para o profissional garantir o sucesso na sua carreira deve planejar suas decisões e escolhas, além de estar sempre bem atento às tendências do mercado”, comenta a coordenadora. Para aqueles que ainda não entraram no mercado de trabalho, a grande dica é ser curioso e atualizado, aproveitando o tempo de faculdade para questionar, pesquisar sobre sua profissão, as possibilidades no mercado, casos de sucesso e falar com profissionais da área. “Dessa forma o futuro profissional começa a descobrir o que gosta ou não de fazer, tornando mais fácil traçar o caminho e gerenciar a carreira”, diz Carine. Já aqueles que já estão trabalhando e querem melhorar o desempenho profissional, a dica também é ser atualizado e usar a rede de networking para trocar idéias e desenvolver novos negócios. Além disso, é importante dedicar-se a uma boa leitura sempre. “A Catho tem uma pesquisa que comprova que o profissional brasileiro não gosta de ler. Isso é muito preocupante, pois, se não temos a prática da leitura nos comunicamos mal. O ato de ler consegue melhorar a agilidade e precisão na comunicação”, afirma Carine.

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Pós-graduações oferecem diferenciais aos alunos Cada vez mais comuns, os cursos de pós-graduação ainda são muito exigidos pelos empregadores e procurados por aqueles que buscam incrementar a sua carreira e até mesmo aumentar a sua rede de network. Pensando nisso, as instituições de ensino vêm oferecendo novas formas de pós-graduação, que ofereçam algum tipo de diferencial aos seus alunos. Nas Faculdades Ruy Barbosa, por exemplo, a novidade deste ano é a customização dos cursos. Isso significa que, além das disciplinas do ciclo básico do curso escolhido, é possível cursar matérias de outras áreas. De acordo com Adriano Miranda, coordenador acadêmico da Faculdade Ruy Barbosa, o sistema é interessante, pois aumenta a multidisciplinariedade e a rede de rela-

cionamento dos alunos, que podem interagir com pessoas de outras áreas, que não as suas. “Um estudante de administração pode ter contato com outros de psicologia ou de informática, a depender das matérias que escolher”, explica. Já na Faculdade Jorge Amado, o diferencial está nas MBAs que, segundo Maria Alice Farias, coordenadora geral dos cursos de pós graduação da Jorge Amado, buscam trabalhar as competências necessárias para o gestor, especializar o estudante na área escolhida e consolidar o conhecimento adquirido através do projeto de conclusão do curso. Além disso, o grande diferencial são as parcerias com empresas de reconhecimento no mercado. “Isso agrega valor ao aluno porque alia a teoria à prática”, explica.

Diferenças entre stricto sensu e lato sensu Existem dois tipos de cursos de pósgraduação no sistema de ensino brasileiro: stricto sensu e lato sensu. O primeiro são os mestrados e doutorados, indicados para quem pretende seguir carreira universitária, trabalhar com pesquisa ou atividades afins. Já os lato sensu se distinguem em outros dois tipos: especialização e MBA. Eles são constituídos de cursos regulares em seguimento à graduação e visam desenvolver e aprofundar a formação adquirida nos cursos de graduação.


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artigo Agda Lima

ESTRATÉGIAS PARA SUA CARREIRA Diante da intensidade das mudanças no nível sócio econômico e político e do conseqüente aquecimento do mercado, a assessoria de recolocação profissional (OUTPLACEMENT) tem sido percebida como alternativa viável para profissionais que buscam orientação para lidar com esta nova realidade e se preparam para alcançar seus objetivos.Um dos grandes desafios do outplacement está na tentativa de equacionar as necessidades do mercado, as expectativas do cliente e o seu perfil. A maior parte dos profissionais que atualmente buscam assessoria para recolocação é formada por pessoas que já se encontram em nível executivo, com boa faixa salarial e que buscam novos desafios. Os principais desafios que motivam esses profissionais são a mudança do ramo de atuação no mercado e o desejo de ocupar cargos de chefia e liderança. Muitos profissionais desligam-se de suas empresas por iniciativa própria frente ao grande nível de insatisfação com o trabalho. As queixas geralmente estão relacionadas a rotina do trabalho, dificuldades no relacionamento interpessoal e sentimento de não aproveitamento do potencial. A tendência desse tipo de atitude tem sido de profissionais jovens de até 35 anos. Muitos deles chegam no nível máximo do risco: desligam-se da empresa antes mesmo de prospectarem outras oportunidades. O perfil dessas pessoas é marcado pela crença que possuem de que são bons o suficiente para conseguir rápida recolocação. Um aspecto que surpreende é que um outro grupo que também caracteriza a clientela deste tipo de serviço, é de profissionais mais velhos, de até 55 anos, com boa faixa sala-

rial e que tentam novos desafios no fim da carreira. Geralmente o perfil desses profissionais é caracterizado por um bom estilo de vida e cuja mudança, às vezes para uma realidade de faixa salarial inferior, não pesa tanto assim. Nestes casos outros aspectos como qualidade de vida falam mais alto. Existem ainda profissionais com história de demissão e cuja recolocação é financiada pela empresa da qual faziam parte, o que definimos como outplacement. Neste caso, as dificuldades de envolvimento do cliente com este tipo de trabalho são maiores, visto que a empresa que demite é que paga a assessoria e é necessária uma atenção especial do consultor para fazer com que o cliente aceite esta realidade, acredite na eficácia do serviço e forme o vínculo. Diante do exposto acima, alguns desafios se apresentam para o consultor de recolocação no desenvolvimento do seu trabalho. Se levarmos em conta que perfil de liderança é característica bastante exigida no mercado de hoje e que o desejo da maior parte dos profissionais é o de ser um líder de equipe, teríamos a relação oferta e procura contemplada. Mas, se considerarmos que este profissional não possui ou ainda precisa desenvolver tal habilidade/competência, temos um problema. E é aí que a assessoria de recolocação deve intervir também. Existe no mercado uma percepção equivo-

cada de que este tipo de serviço está voltado apenas para a prospecção de oportunidades compatíveis com os objetivos do cliente. Na verdade, existe todo um trabalho para que o alcance desses objetivos se torne viável, o que muitas vezes está relacionado à necessidade de trabalhar com o cliente este potencial. Avaliações comportamentais e realização de entrevistas simuladas são algumas das ferramentas utilizadas neste tipo de consultoria na qual informar o cliente sobre a realidade do mercado e o perfil exigido, bem como “acordá-lo” para algumas questões que precisam ser melhor trabalhadas na sua apresentação ao mercado são objetivos deste trabalho. Entretanto, o processo de recolocação profissional não se define única e exclusivamente pela ação de assessoria ao cliente focada no seu perfil (avaliações comportamentais e entrevistas). Devemos atentar para um outro aspecto do processo. As boas estratégias criadas para “huntea r”

oportunidades no mercado estão ancoradas numa excelente network, bem como na própria habilidade do consultor em criar uma oportunidade aparentemente inexistente. Sabemos que o marketing pessoal é uma prática importante numa recolocação, e procuramos transmitir isso aos nossos clientes, mas a competência do consultor em maximizar oportunidades e vender o perfil é fator fundamental. Vale destacar que a recolocação não produz líderes para o mercado, mas orienta o profissional a se posicionar diante dele. Orientar o profissional a vender o seu perfil é garantia de que o cliente aprendeu a “valorizar o seu pas- se” e a criar uma marca positiva no mercado. É por isso que resultado em recolocação não significa somente colocar o profissional no emprego dos seus sonhos, mas uma assessoria positiva cujo aprendizado do cliente é a garantia do sucesso.

*Agda Lima é Sócia-fundadora da Talento RH. Consultora de Carreira, atuou como Gerente da Filial Salvador na Manager Assessoria em Recursos Humanos, conduzindo processos individuais de Recolocação de Executivos, Outplacement, Recrutamento e Seleção. Como Consultora desenvolveu projetos de Counseling e Coaching para Diretores, Gerentes Gerais e CEOs. Anteriormente, atuou como Consultora de Executive Search e de Assessment de Carreira junto a Edpeople Talentos Humanos.


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Jovens de Sucesso

Ao investir na carreira, cada um da sua maneira, profissionais se destacam no mercado de trabalho relações internacionais Antes mesmo de saber o que fazer de graduação Dan Hernane Carvalho decidiu morar no Canadá. Ele nem sabia o quanto a experiência lhe traria bons frutos, mas mesmo assim investiu. Além de curso de línguas Dan fez curso técnico de administração, foi gerente de loja e chegou até mesmo a montar seu próprio negócio. Ele só foi perceber como foi importante morar durante dez anos em outro país quando chegou no Brasil fluente em inglês e francês. Dan aproveitou a oportunidade e antes mesmo de se formar deu aulas nas duas línguas, fez traduções, estagiou em núcleos internacionais onde praticou o idioma, foi consultor internacional em turismo e apresentou seu trabalho de conclusão de curso já no sexto semestre para se dedicar o quanto antes ao mercado de trabalho. “Foram atividades que só acrescentaram no meu currículo. Não precisei fazer estágio fora de minha área”, sinalizou. A experiência internacional serviu até mesmo de direcionamento para que ele escolhesse sua profissão. Hoje, formado há um ano e pouco em relações internacionais tornou-se o coordenador de atração de investimentos internacionais da SECRI

Dan Hernane

Dan Hernane Carvalho 30 anos, internacionalista, coordenador de atração de investimentos internacionais da SECRI de Salvador (Departamento de relações internacionais da Secretaria do Governo).

de Salvador (Departamento de relações internacionais da Secretaria do Governo). Mas a reciclagem faz parte do seu diaa-dia, e ele já engrenou uma MBA em Gestão do Comercio Internacional. “Um profissional de relações internacionais deve ser um cidadão global. Ele deve conhecer outras culturas e saber respeitá-las. A vivência internacional me deu ferramentas para perceber isso na prática”, sintetizou.

carreira jurídica Em 1999, Juvenal Duarte começou o curso de direito na UESB - Universidade do sudoeste da Bahia, concluindo o mesmo em 2004. Já durante a faculdade, Juvenal começou a entrar no mercado de trabalho, investiu em cursos de idiomas, como inglês e espanhol, e até mesmo em uma pós-graduação em Direito Público, pela Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro. Durante a graduação, Juvenal estagiou em locais como a Embasa, o Núcleo Jurídico do Banco do Brasil, a Empresa Assessoria Municipal e escritórios de advocacia. Após finalizar a faculdade, Juvenal achou que era hora de investir em algo ainda maior, um mestrado. Então, em abril de 2005 o advogado se mudou para Salvador, se preparou para a seleção estudando em casa e foi aprovado em primeiro lugar no mestrado de Direito Público da UFBA. Assim que iniciou o mestrado, começaram a aparecer novas oportunidades para lecionar em faculdades. Na mesma época, um aluno o apresentou ao renomado advogado Sérgio Reis, que naquele momento estava buscando um sócio para montar um escritório, o atual Sergio Reis e Advogados Associados, do qual Duarte é um dos

Juvenal Duarte

proprietários. Em 2008, Duarte irá ensinar em programas de pós-graduação das Faculdades Jorge Amado e Universidade Católica do Salvador. Além disso, vem analisando propostas para lecionar em uma faculdade e aguarda a resposta de uma instituição de ensino que o quer como coordenador de curso. Um outro plano para o ano recém chegado é prestar concurso para o corpo docente da Universidade do Estado da Bahia e Universidade Federal da Bahia.

Juvenal Duarte 28 anos, advogado da área tributária e empresarial, professor e sócio da Sérgio Reis e Advogados Associados.


8 perguntas

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Maria Sampaio de Almeida

As áreas em expansão estar ao crescimento econômico Atualmente, o que o mercado de trabalho brasileiro exige do profissional? Há uma demanda para algumas competências extremamente importantes para as empresas, por exemplo: empreendendorismo, relacionamento interpessoal, comunicação, comprometimento, capacidade para expressar idéias e ética. Ser um empreendedor, eu diria que é uma competência âncora para as demais, pois normalmente quem tem este perfil consegue reunir as outras competências. Quais as tendências que ele está seguindo? O norteamento é a globalização.

Maria Sampaio de Almeida é presidente da Associação Baiana de Recursos Humanos, gestão 2007-2009, e consultora organizacional na área de gestão da qualidade e de recursos humanos. Formada em Administração e pós-graduada em Recursos Humanos pela Universidade Católica do Salvador.

Com ela, há uma enorme necessidade de as empresas serem competitivas e o diferencial será sempre o quanto competentes são no seu ramo de negócio. Isto implica em alto desempenho empresarial e das pessoas. Existem tendências diferentes ENTRE grandes e pequenas empresas? Não. Ambas estão no mesmo barco. Eu diria que a pequena empresa enfrenta maiores desafios porque muitas vezes precisa destacar-se num mercado dominado por grandes companhias e os recursos para investimento são mais escassos.


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estarão sempre relacionadas mico de um país ou região Como que esse profissional deve fazer sua carreira num mercado competitivo? Direcionando-a e estabelecendo objetivos claros com metas, enfim, planejando a sua carreira. Sonhar e fazer o sonho tornar realidade. Estudar e ler muito, manter-se atualizado na área de atuação. Aprender todos os dias e estar disposto a desaprender, rever conceitos e ser capaz de adaptar-se às diferentes situações. Em que momento a pessoa deve começar a se preparar para a vida profissional? Costumo dizer que a definição de uma carreira começa na infância, quando se pergunta: “o que você quer ser quando crescer?”. Há uma tendência de a resposta relacionar-se com a experiência familiar. Neste momento, a família tem um papel importante na vida desta pessoa, no sentido de ouvir as suas expectativas, interesses e deixar que haja um curso natural para que a vocação desponte sem restrições. Quando se chega à faculdade, este preparo torna-se mais presente, porque, na maioria das vezes, a pessoa já sabe o que quer. De que forma as empresas

estão contribuindo para a capacitação e crescimento desse novo profissional? As empresas estão ocupando um espaço enorme na capacitação deste profissional. Primeiro, com um novo perfil definido. Não se busca apenas uma pessoa que quer um emprego, mas alguém que poderá apresentar resultados. Isto leva a uma exigência natural do indivíduo na seleção de uma faculdade, um curso, por exemplo. Em segundo lugar, existem empresas estruturando Universidades Corporativas, financiando cursos para os seus colaboradores com o objetivo da capacitação e desenvolvimento. Como conseguir maior estabilidade no emprego? O mercado é instável. Como falar em estabilidade no emprego? Eu diria que o melhor é pensar em ser competente e ir para o trabalho (veja que falo de trabalho, não de emprego) todos os dias disposto a apresentar resultados e agregar valor. Se assim for, as chances de permanência na empresa serão maiores. Existem características especificas que o mercado de trabalho atual exige para o homem que não exige para a mulher e viceversa? Quando tratamos de

características relacionadas às competências técnicas e comportamentais, eu diria que ambos os sexos encontramse em idênticos patamares, principalmente quando ocupam cargos executivos. Agora quando nos referimos à disponibilidade para atuar na empresa, para o homem não há maiores exigências quanto à condição para conciliar trabalho e família. Se o homem tem filhos, isto não será considerado um dificultador, enquanto que para a mulher, na maioria das organizações, isto conta ponto desfavorável. Quais áreas estão em crise? A desaceleração de um setor da economia ou mudanças nos meios de produção, automatização, excedente de mão-de-obra, por exemplo, é que contribuirão para o declínio de uma profissão. Isto também é dinâmico, por isso é relevante manter-se atento ao movimento do mercado do que caracterizar áreas específicas. O mercado de trabalho baiano tem alguma característica específica? Qual? A indústria, o comércio, o setor de serviços e a construção civil, são os setores econômicos que mais geram empregos na Bahia. Também há de ser ressaltado que existe uma prática de as empresas

buscarem profissionais em outras regiões para ocuparem postos de trabalho na Bahia, significando dizer que o desafio para o profissional local é maior ainda, principalmente no que se refere à capacitação, o que inclui os cursos de formação, especialização e o uso de pelo menos mais um idioma, o inglês. Outras características importantes, que também reforçam a necessidade de melhor qualificação: há uma concentração significativa (13,5%) com um tempo maior que dois anos à busca de um novo emprego. A capital baiana tem uma taxa de desemprego superior a 15%, superior às demais capitais, portanto há uma excedente de mão-de-obra. Se há muitos candidatos e poucas vagas, terão chances os mais preparados. Como estão as oportunidades na capital baiana com relação ao interior do estado? São as mesmas? Há diferenças. Em termos de capacidade de geração de postos de trabalho, a capital tem maior potencial e maior diversificação de oportunidades. As cidades no interior da Bahia que destaco são: Barreiras, gerando postos na agroindústria; Ilhéus, onde se concentra o Pólo de Informática; Itabuna, Feira de Santana e Vitória da Conquista com geração de oportunidades na área de comércio principalmente, seguida do setor de serviços.


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PROFISSIONAL GLOBALIZADO ALÉM DE OUTRAS LÍNGUAS, EMPRESAS BUSCAM PROFISSIONAIS QUE CONHEÇAM OUTRAS CULTURAS Dominar um segundo idioma, além da língua materna, já é praticamente pré-requisito básico para o preenchimento de vagas nas empresas. Além disso, as corporações estão passando a exigir um outro prérequisito: o conhecimento da cultura do país cujo o idioma é falado. De acordo com a coordenadora da Divisão Recolocação e Outplacemente da Catho-Salvador, Carine Cidade, a globalização pede que o profissional não fale só um segundo idioma, mas que conheça as características culturais do povo cujo o idioma é falado. Segundo ela, o inglês ainda é a lingua comercial mais solicitada em recrutamentos, seguido do espanhol e o francês. Em um mercado que passou a exigir, além do idioma, as características culturais do povo, as experiências fora do país se tornaram cada vez mais populares. De acordo com Bruno Vandystadt, diretor da EF - Education First de Salvador, as vantagens de se fazer um curso no exterior são muitas. “Fazer um curso de idiomas no exterior, uma graduação ou pós-graduação oferece uma vasta bagagem cultural ao participante. No caso de idiomas, especificamente, a imersão proporciona uma grande potencialização do aprendizado”, afirma. Porém, para tomar uma decisão como essa, Vandystadt afirma que é necessário estar aberto a novas experiências e ser consciente com relação à cultura do país anfitrião. Ao chegar ao destino escolhido, o estudante geralmente enfrenta algumas dificuldades, principalmente no que diz respeito à adaptação à nova cultura. O diretor da EF dá a dica: para superá-la deve-se saber que existe uma frase “não é certo e não é errado, só é diferente”.

Perfil necessário para uma experiência fora do país Abertura para novas experiências; Ter maturidade; Ser flexivel; Conhecer a cultura do local para o qual está indo;

Ter jogo de cintura; Saber quais os seus objetivos com a viagem;


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Entrevista Paulo Augusto de Oliveira Lopes

EM BUSCA DE GRANDES POTENCIAIS O headhunter Paulo Lopes fala um pouco sobre como funciona a sua atividade e qual o perfil do profissional que geralmente é busca para as empresas. Lopes em stre CEO da ORGANIZA, Me Administração, Especialista em e Recursos Humanos, Planejamento e nal acio Desenvolvimento Organiz a Metodologia de Pesquisa aplicad o açã à Administração. Tem form e Certificação Internacional de Coaching Integrado pelo ICI Integrated Coaching Institute e e vasta experiência como executivo do r auto É consultor de empresas. ”. livro “Segredos de um Headhunter

Primeiro, gostaria que você me definisse exatamente o que é um Headhunter e qual o seu trabalho? Primeiro gostaria de lhe dizer que Headhunter é uma profissão que surgiu em 1951 nos EUA. O trabalho de um Headhunter é ajudar as organizações-cliente na busca de profissionais para posições de Alta Direção e/ou oferecer soluções alternativas para os problemas dos clientes.

Os Headhunters trabalham para pessoa física? Não. De hipótese alguma. Somente trabalham para Pessoa Jurídica. Que tipo de profissional as empresas geralmente estão buscando ao procurar os serviços de um Headhunter? A busca de profissionais é a mais variada possível, no nosso escritório os clientes buscam os nossos serviços para selecionar

profissionais para posições de Diretoria, Alta e Média Gerência. Uma pessoa em início de carreira pode ser alvo de um Headhunter? Normalmente não. Porque o Head­ hunter tem foco em profissionais mais experientes e já com uma longa trajetória profissional. Geralmente são buscados profissionais de quais áreas? Os profissionais são buscados em diversas áreas, tais como: logística, comercial, financeira, administrativa, recursos humanos, engenharia, etc. Existe uma faixa etária específica que geralmente é alvo do Headhunter? Na realidade, face aos processos serem focados para a Alta e Média Gerência, eu diria que a faixa etária mais demandada pelos clientes é a faixa entre 35 e 45 anos. Mas claro que há exceções, pois depende muito do mercado, do perfil e da disponibilidade desse profissional no mercado. Quais empresas normalmente contratam o serviço do Headhunter? São apenas grandes corporações ou médias e pequenas empresas também? As empresas que buscam os serviços de uma empresa de Executive Search normalmente são as grandes e médias empresas. Contando, não vejo barreiras às pequenas empresas, desde que elas estejam dispostas a pagar os honorários e ter posição com remuneração atrativa para a busca de profissionais. Geralmente, quanto tempo o Headhunter têm para

buscar esses profissionais? Não há um tempo fixado, mas normalmente uma pesquisa dura entre 45 e 60 dias para Alta e Média Gerência. Já a nível de Diretoria dura em média entre 90 e 120 dias. Onde VOCÊ normalmente os procura? As empresas de Executive Search normalmente possuem uma sólida estrutura de Pesquisa/Banco de Dados e os profissionais são pesquisados e/ou caçados no mercado, normalmente profissionais bem sucedidos e empregados nas concorrentes. O que os profissionais devem fazer para serem cobiçados pelos Headhunters? É fundamental que possuam as seguintes virtudes: persistência, auto-confiança, facilidade de relacionamento, estabilidade emocional, ética e ambição de crescer. Como um profissional deve se comportar ao ser abordado por um Headhunter? Acho que deve receber e analisar o convite, pois as oportunidades não aparecem toda hora. O conselho que dou é que só devem buscar novas oportunidades quando estiverem bem empregados, pois a chance de analisar é menos emocional. Em quanto tempo o profissional deve responder se aceita ou não a proposta? Não há um prazo e depende de cada caso. Ao menos ele deve ser gentil e buscar atender o Headhunter para um primeiro contato o mais breve possível.


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Pesquisa aponta as profissões do futuro trias do Rio de Janeiro (Firjan) e supervisionado pela Fundação Getúlio Vargas. Os pesquisadores entrevistaram mais de 495 mil trabalhadores de 416 empresas brasileiras em 2007. Para Hilda Nogueira, chefe de pesquisas do Sistema Firjan, a pesquisa foi feita com o objetivo de identificar as perspectivas de estrutura do mercado de trabalho em 2015. “O resultado reflete as mudanças tecnológicas no âmbito da indústria brasileira, que mudaram a natureza do trabalho operário”, explica. Segundo Nogueira, isso gera no mercado uma necessidade ainda maior de profissionais qualificados tanto com alto quanto com baixo grau de instrução. De acordo com a pesquisa, a falta de mão-de-obra especializada dificultou o crescimento da economia brasileira nos últimos anos. A análise apontou também quais são as expectativas em relação aos requisitos de formação e especialização para profissionais de gerência e diretoria. Na área de gestão, o resultado indicou a importância das especializações, como Pós-Graduação e MBA, para o currículo dos profissionais que ocupam cargos de diretoria e gerência. Os entrevistados apontaram, também, as três áreas que devem crescer mais nos próximos anos: Atendimento ao Cliente, Marketing e Comercial. A coordenadora da divisão Recolocação e Outplacement da Catho Consultoria RH, Carine Cidade, indica que além das engenharias, profissões como Medicina, Contabilidade,

Administração, Marketing, Recursos Humanos e Logística estão em destaque atualmente. “A modernização das empresas, o crescimento de novas regiões no país, como as capitais do nordeste, que hoje oferecem boas oportunidades, a globalização e o avanço da ciência são fatores que contribuem para o desenvolvimento dessas profissões”, ressalta Cidade.

Os 10 maiores índices de perspectivas profissionais 01 - Engenheiro de Petróleo 02 - Engenheiro Ambiental 03 - Técnicos em produção, conservação e de qualidade de alimentos 04 - Ajudantes de obras civis 05 - Analistas de sistemas computacionais (TI) 06 - Trabalhadores da fabricação de cerâmica estrutural para construção 07 - Técnicos de produção de indústrias químicas, petroquímicas, refino de petróleo, gás e afins 08 - Técnicos em fabricação de produtos plásticos e de borracha 09 - Técnicos florestais 10 - Técnicos em manipulação farmacêutica

fonte: Firjan

Quais serão as vagas de emprego em 2015? Uma pesquisa realizada pelo Sebrae aponta as profissões que serão mais valorizadas na próxima década. O resultado destacou a Engenharia de Petróleo como a primeira da lista e indicou que a disputa por qualificação será acirrada. Em segundo lugar aparece a área de engenharia ambiental. Entre as atividades de nível superior, os analistas de sistemas também estão bem posicionados (quinto lugar). Os dez primeiros colocados no estudo são: Engenheiro de Petróleo; Engenheiro Ambiental; Técnicos em Produção, Conservação e de Qualidade de Alimentos; Ajudantes de Obras Civis; Analistas de Sistemas Computacionais (TI); Trabalhadores da Fabricação de Cerâmica Estrutural para Construção; Técnicos de Produção de Indústrias Químicas, Petroquímicas, Refino de Petróleo, Gás e Afins; Técnicos em Fabricação de Produtos Plásticos e de Borracha; Técnicos Florestais e Técnicos em Manipulação Farmacêutica. O estudo foi feito pelo Sebrae em parceira com a Federação das Indús-


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Engenharia de Petróleo oferece futuro promissor senvolvimento e monitoramento de métodos de perfuração de novos reservatórios, produção de óleo e gás, projetando equipamentos e modelos computacionais. “O meu interesse pela área surgiu com o aquecimento do mercado e da conquista de auto-suficiência em petróleo do Brasil. A partir dessa época se viu um aumento significativo na indústria do petróleo e na geração de empregos do setor”, explica Rodrigues. Recentemente, com a descoberta do campo de Tupi, na bacia de Santos, o Brasil pode se tornar uma das grandes potências petrolíferas mundiais. O novo campo possui a capacidade de produzir entre cinco e oito bilhões de barris de petróleo

de qualidade e gás natural - atualmente o país produz 1,8 milhão de barris diários - e pode aumentar as reservas brasileiras de 40% a 60%. Apenas com o anúncio da existência do novo campo, as ações da Petrobras subiram mais de 10% na bolsa de valores de São Paulo (Bovespa). De acordo com a Petrobras, esse campo vai possibilitar com que o Brasil se torne um dos grandes exportadores de Petróleo, o que vai ampliar ainda mais a busca por especialistas. De acordo com Rodrigues, “a descoberta do campo de Tupi, é um divisor de águas com relação à exploração e produção de hidrocarbonetos.” Ele explica ainda que

as operações desse novo campo poderão acontecer em paralelo a produção dos campos já explorados atualmente. “Este fator possivelmente colocará o curso de Engenharia de Petróleo entre os mais disputados em meados de 2015. Cada vez mais a indústria petrolífera precisará de profissionais qualificados e experientes”, conclui. Para quem quer seguir a carreira de engenharia de petróleo em Salvador, a Universidade Federal da Bahia oferece o curso de pós-graduação em Engenharia de Petróleo e o Centro Universitário da Bahia - FIB acaba de lançar o curso de graduação em Engenharia de Petróleo e Gás.

Petrobrás/Divulgação

Indicada pela pesquisa sobre as profissões do futuro da Firjan como a principal promessa para 2015, a Engenharia de Petróleo forma o profissional especializado para trabalhar com exploração, produção e transporte de petróleo e gás. A indústria petrolífera disputa os poucos profissionais que fazem o curso. Ítalo Rodrigues é graduado em Engenharia Civil, pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e fez a pós-graduação em engenharia de petróleo após ser aprovado em um concurso da Agência Nacional de Petróleo. O Engenheiro atua realizando atividades como a procura e análise de novos poços, o de-


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Bahia necessita de engenheiro automotivo Seis anos depois da inauguração de uma fábrica da Ford em Camaçari e pouco mais de 50 anos de indústria automobilística no Brasil, um dos campos profissionais que vem crescendo não só no país, como no estado, é o da engenharia automotiva. A fábrica da Ford, em Camaçari, emprega cerca de 1.200 engenheiros no seu Centro de Criação e Desenvolvimento de Produto para América do Sul, dos quais 50 têm Doutorado e 200 têm Mestrado. De cada três engenheiros deste setor, um é da re-

gião Nordeste. E de cada quatro, um é da Bahia. Para Evandro Maciel, diretor do Comitê de Veículos de Passeio do Congresso SAE BRASIL 2007, é preciso investir com urgência na formação de mão-de-obra especializada em engenharia automotiva no Brasil. Dessa forma, a engenharia automotiva seria uma das profissões do presente e do futuro. “Acredito que no futuro próximo, o Brasil se firmará como um dos grandes centros de aplicação tecnológica no desenvolvimento e transformação de novos

produtos automotivos, ao passo que EUA, Europa e Japão se tornarão naturalmente centros de desenvolvimento científico”, comenta. De acordo com Maciel, hoje, as empresas carecem, urgentemente, de mão-de-obra especializada em engenharia automotiva, forçando um fenômeno de valorização profissional e, muitas vezes, gerando fortes migrações e concorrência entre as empresas. “Muitas delas, para acelerar o amadurecimento tecnológico da nova geração de mão-de-obra, criaram cursos de especialização

próprios, ou em parceria com universidades”, explica. Um exemplo disto é a Ford. Em agosto deste 2007, a empresa lançou, em parceria com o Senai-Cimatec, um curso de capacitação na área automotiva para 40 universitários. O objetivo foi acelerar o processo de formação de mão-de-obra, atendendo assim a demanda da montadora. O projeto, totalmente pago pela Ford, permitirá que profissionais com formação superior na área automotiva cheguem ao mercado de trabalho já em 2009.


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ti OFERECE 17 mil vagas A área de Tecnologia da Informação (TI) continua sendo um dos destaques na geração de empregos em todo o país. Segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) existem mais 17 mil vagas em aberto. A expectativa é que nos próximos três anos esse número chegue a 100 mil. A procura por este profissional do futuro ocorre em função da importância que a área assume hoje dentro das empresas. Atualmente, é muito difícil achar algum negócio que sobreviva sem a utilização da tecnologia. O Brasil é o 4º no mundo em investimentos na área e só perde para EUA, Japão e Reino Unido. Na Bahia, poderão ser gerados 20 mil empregos diretos, nos próximos quatro anos, com a maior participação do estado no mercado mundial de desenvolvimento de software. A meta é gerar 8% do Produto Interno Bruto (PIB) com a área de tecnologia da informação. A implantação do Parque Tecnológico de Salvador (Tecnovia) é encarada como um grande impulsionador da indústria local. O parque abrigará prioritariamente empresas das áreas de TI, biotecnologia e energia, além de incubadoras, centros de pesquisa e desenvolvimento, laboratórios de núcleos de pesquisa e áreas compartilhadas para a interação entre universidades e empresas. Para os profissionais da área ou os que pretendem atuar no setor, é uma boa hora para investir. O estudante do Centro Universitário da Bahia FIB, Robson Ataíde, é um exemplo disso. Com 25 anos e duas graduações em andamento, uma em Sistema de Informação e outra em Gestão de Redes, Robson já passou por diversas empresas trabalhando na área de tecnologia da informação e há seis meses está como Consultor de TI na Avansys.

Ele afirma que a área oferece muitas oportunidades, basta que o profissional esteja bem preparado. “É importante estar sempre investindo em cursos, especializações e o maior investimento, ler muito sobre os assuntos relacionados, todos os dias. As coisas mudam com uma velocidade incrível nesta área”, explica Robson. De acordo com uma pesquisa realizada em 2005 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, os principais produtos e serviços do seguimento da informática são Desenvolvimento de softwares sob encomenda ou específico para o cliente (19,1% da demanda), Desenvolvimento,edição e licenciamento de softwares prontos para uso inclusive representação, serviços de processamento de dados (13,6%) e sistema de informação (12,5%), dentre outros.

Robson Ataíde

“As coisas mudam com uma velocidade incrível nesta área”



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