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Talhar o Simples | Bruno Neto

“Questionemos os sonhos, as direções, as vontades ou mesmo os timings, mas nunca questionemos os princípios da justiça, da equidade, da liberdade ou o de todos os dias lutarmos arduamente para sermos melhores”.

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A nossa capacidade de nos recriarmos ao longo da vida faz com que haja frequentemente lugar à dúvida, aos processos de descoberta interna, aos marasmos das dúvidas sobre quem nós somos ou o que queremos ser. Ser aprendiz deverá ser um eterno grau para todos os seres humanos. É a atitude de sempre estarmos prontos para podermos receber mais uma lição de vida, um pequeno rasgo ou pedaços de matérias que talhamos e que em nós permanecem como cicatrizes tatuadas a suor, a engenho e ao fabuloso mundo da relação entre falhar, aprender e crescer.

Graduei-me nas melhores universidades, mas nunca deixei de ser aprendiz, fui condecorado por um presidente da república, mas nunca deixei de ser aprendiz, todos os dias cresço e me torno um melhor profissional e melhor pessoa, mas só o consigo porque não consigo deixar de ser aprendiz.

A minha mulher partilhava comigo que em algumas filosofias orientais, depois de termos um cinto preto e de dominarmos as filosofias e artes marciais, o último e derradeiro cinto volta a ser o branco. E é aí que quererei sempre permanecer.

“Prontos para podermos receber mais uma lição de vida (...)”

Não tenho quaisquer objetivos de ser maior do que aquilo que sinto que deva ser e hoje aqui me apresento a vós, sem alalias hierárquicas, sem o claudicar de ainda tanto errar como humano e quase nunca me sentir preparado para compreender o porquê da razão de cá estarmos, e é nessa constante busca etimologicamente religiosa que sei que sempre permanecerei. Mas sei também que sempre pintarei os quadros divinos com tintas sufísticas e elementos térreos de uma amálgama de especiarias do este, que fazem de mim uma rosa-dos-ventos que ainda hesita para onde apontar, mas que nunca perdeu ou quererá perder o sal dos elementos que nos mostram o norte.

“A existência que não contempla a questão, é o contrário de todas as respostas”. Questionemos os sonhos, as direções, as vontades ou mesmo os timings, mas nunca questionemos os princípios da justiça, da equidade, da liberdade ou o de todos os dias lutarmos arduamente para sermos melhores, para que o mundo nos refira ou nos lembre como humanos simples, honrados, humildes e bons.

Disse.

Bruno G. M. Neto - Companheiro Maçom R:. L:. Luís de Camões

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