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A Lavoura DIRETOR RESPONSÁVEL Antonio Mello Alvarenga Neto EDITORA Cristina Baran editoria@sna.agr.br

ENDEREÇO Av. General Justo, 171 - 7º andar 20021-130 - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 3231-6350 Fax: (21) 2240-4189 ENDEREÇO ELETRÔNICO www.sna.agr.br e-mails: alavoura@sna.agr.br redacao.alavoura@sna.agr.br

DIAGRAMAÇÃO / EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Paulo Américo Magalhães Tel: (21) 2580-1235 / 8126-5837 email:pm5propaganda@terra.com.br

ANO 114 - NO 687

PESQUISA Raça bovina americana é foco de melhoramento pela Embrapa

O senepol é uma raça adaptada ao calor, fértil e sua carne é de boa qualidade

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HORTICULTURA Tomate: produção integrada com milho ganha força

Um novo aumento da produção de tomate poderá ocorrer em 2012 nas propriedades onde o cultivo é alternado com o plantio de grãos

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LEITE

IMPRESSÃO:

Central Indústria Gráfica Tel.: (32) 3215-8988 www.centralindustriagrafica.com.br COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Aguinaldo José de Lima Ana Carolina Miotto Antonio Mello Alvarenga Neto Carla Gomes Daniela Miyasaka S. Cassol Eduardo Pinho Rodrigues Eliana Cezar Silveira Fernanda Domiciano Gabriela Afonso Prado Gastão Crocco Ibsen de Gusmão Câmara Ivani Cunha Isabella Vincoletto Jacira Collaço João Eugênio Juliana Caldas Liliane Castelões Luís Alexandre Louzada Marcos Esteves Paulo Sader Pietro Massari Regina Flores Renato Ponzio Ronaldo Spirlandelli Samar Velho da silveira Sérgio de Marco Silvia Palhares Sophia Gebrim É proibida a reprodução parcial ou total de qualquer forma, incluindo os meios eletrônicos, sem prévia autorização do editor. ISSN 0023-9135

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da revista A Lavoura e/ou da Sociedade Nacional de Agricultura

Capa:

Uva da variedade grenache, da fazenda vinícola “La Vieille Ferme”, em Vinsobres, Provence, França, de propriedade da Família Perrin Foto de Cristina Baran

editoria@sna.agr.br

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Novos desafios da produção leiteira

O mercado leiteiro é um setor de grande impacto no agronegócio com uma produção média estimada de 32 bilhões para 2011

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VINICULTURA Vinhos, tradição e modernidade

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ALGODÃO Avanços e recordes do algodão no Brasil

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VITICULTURA Produção integrada de uva: maior valor agregado no processamento à cadeia vitivinícola

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VITICULTURA Cultivo protegido de uva aumenta produtividade em 100%

SILAGEM É tempo de pensar na silagem

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COOPERATIVISMO Exportações das cooperativas crescem 34,6% entre janeiro e outubro

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DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA As Câmaras Setoriais e Temáticas do Ministério da Agricultura

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SNA 114 ANOS

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PANORAMA

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SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA - SRB

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SOBRAPA

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BIOTECNOLOGIA

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ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

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EMPRESAS

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DIRETORIA EXECUTIVA

DIRETORIA TÉCNICA

ANTONIO MELLO ALVARENGA NETO ALMIRANTE IBSEN DE GUSMÃO CÂMARA OSANÁ SÓCRATES DE ARAÚJO ALMEIDA JOEL NAEGELE TITO BRUNO BANDEIRA RYFF FRANCISCO JOSÉ VILELA SANTOS HÉLIO MEIRELLES CARDOSO JOSÉ CARLOS AZEVEDO DE MENEZES LUIZ MARCUS SUPLICY HAFERS RONALDO DE ALBUQUERQUE SÉRGIO GOMES MALTA

PRESIDENTE 1O VICE-PRESIDENTE 2O VICE-PRESIDENTE 3O VICE-PRESIDENTE 4O VICE-PRESIDENTE DIRETOR DIRETOR DIRETOR DIRETOR DIRETOR DIRETOR

FUNDADOR

Academia Nacional de Agricultura

COMISSÃO FISCAL

ALBERTO WERNECK DE FIGUEIREDO ANTONIO FREITAS CLAUDIO CAIADO JOHN RICHARD LEWIS THOMPSON FERNANDO PIMENTEL JAIME ROTSTEIN JOSÉ MILTON DALLARI KATIA AGUIAR

E

MARCIO SETTE FORTES DE ALMEIDA MARIA HELENA FURTADO MAURO REZENDE LOPES PAULO PROTÁSIO ROBERTO FERREIRA S. PINTO RONY RODRIGUES OLIVEIRA RUY BARRETO FILHO

CLAUDINE BICHARA DE OLIVEIRA MARIA CECÍLIA LADEIRA DE ALMEIDA PLÁCIDO MARCHON LEÃO ROBERTO PARAÍSO ROCHA RUI OTAVIO ANDRADE

P AT R O N O : O C TAV I O M E L L O A LVA R E N G A

CADEIRA

PATRONO

TITULAR

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E NNES DE S OUZA M OURA B RASIL C AMPOS DA P AZ B ARÃO DE C APANEMA A NTONINO F IALHO W ENCESLÁO B ELLO S YLVIO R ANGEL P ACHECO L EÃO L AURO M ULLER M IGUEL C ALMON L YRA C ASTRO A UGUSTO R AMOS S IMÕES L OPES E DUARDO C OTRIM P EDRO O SÓRIO T RAJANO DE M EDEIROS P AULINO F ERNANDES F ERNANDO C OSTA S ÉRGIO DE C ARVALHO G USTAVO D UTRA J OSÉ A UGUSTO T RINDADE I GNÁCIO T OSTA J OSÉ S ATURNINO B RITO J OSÉ B ONIFÁCIO L UIZ DE Q UEIROZ C ARLOS M OREIRA A LBERTO S AMPAIO E PAMINONDAS DE S OUZA A LBERTO T ORRES C ARLOS P EREIRA DE S Á F ORTES T HEODORO P ECKOLT R ICARDO DE C ARVALHO B ARBOSA R ODRIGUES G ONZAGA DE C AMPOS A MÉRICO B RAGA N AVARRO DE A NDRADE M ELLO L EITÃO A RISTIDES C AIRE V ITAL B RASIL G ETÚLIO V ARGAS E DGARD T EIXEIRA L EITE

R OBERTO F ERREIRA DA S ILVA P INTO J AIME R OTSTEIN E DUARDO E UGÊNIO G OUVÊA V IEIRA F RANCELINO P EREIRA L UIZ M ARCUS S UPLICY H AFERS R ONALDO DE A LBUQUERQUE T ITO B RUNO B ANDEIRA R YFF F LÁVIO M IRAGAIA P ERRI J OEL N AEGELE M ARCUS V INÍCIUS P RATINI DE M ORAES R OBERTO P AULO C ÉZAR DE A NDRADE R UBENS R ICUPERO P IERRE L ANDOLT A NTONIO E RMÍRIO DE M ORAES I SRAEL K LABIN

S YLVIA W ACHSNER A NTONIO D ELFIM N ETTO R OBERTO P ARAÍSO R OCHA J OÃO C ARLOS F AVERET P ORTO

A NTONIO C ABRERA M ANO F ILHO J ÓRIO D AUSTER A NTONIO C ARREIRA A NTONIO M ELLO A LVARENGA N ETO I BSEN DE G USMÃO C ÂMARA JOHN RICHARD LEWIS THOMPSON J OSÉ C ARLOS A ZEVEDO DE M ENEZES A FONSO A RINOS DE M ELLO F RANCO R OBERTO R ODRIGUES J OÃO C ARLOS DE S OUZA M EIRELLES F ÁBIO DE S ALLES M EIRELLES L EOPOLDO G ARCIA B RANDÃO A LYSSON P AOLINELLI O SANÁ S ÓCRATES DE A RAÚJO A LMEIDA D ENISE F ROSSARD E DMUNDO B ARBOSA DA S ILVA E RLING S. L ORENTZEN

SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA · Fundada em 16 de janeiro de 1897 · Reconhecida de Utilidade Pública pela Lei nº 3.459 de 16/10/1918 Av. General Justo, 171 - 7º andar · Tel. (21) 3231-6350 · Fax: (21) 2240-4189 · Caixa Postal 1245 · CEP 20021-130 · Rio de Janeiro - Brasil e-mail: sna@sna.agr.br · http://www.sna.agr.br ESCOLA WENCESLÁO BELLO / FAGRAM · Av. Brasil, 9727 - Penha CEP: 21030-000 - Rio de Janeiro / RJ · Tel. (21) 3977-9979

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Segurança alimentar para 9 bilhões de bocas população mundial atingiu, no início de novembro, sete bilhões de pessoas. Até 2050, a ONU estima que chegaremos a nove bilhões de habitantes. São 213 mil novas bocas por dia, ou 78 milhões por ano. O maior desafio a ser enfrentado nas próximas décadas será equacionar a oferta de alimentos para os novos habitantes do planeta. Não é tarefa fácil, principalmente se levarmos em conta que temos atualmente cerca de um bilhão de pessoas subnutridas. Caberá ao Brasil desempenhar importante papel na solução dessa equação, que envolve segurança alimentar e sustentabilidade. Principalmente nos próximos 20 ou 30 anos, enquanto novas áreas de produção no mundo não venham a ser desenvolvidas. Além de produzir alimentos em quantidade, qualidade e preço para a sua população, o Brasil precisará responder, cada vez mais, ao desafio de suprir as necessidades de alimentação do mundo. Isso sem falar na produção de energia verde. Para atender a essa demanda, a expansão virá com o aumento da produtividade de nossas pastagens e com a incorporação, ao processo produtivo, de novas áreas no cerrado. É inevitável. O Brasil tem conseguido aproveitar suas vantagens comparativas para tornar-se referência no agronegócio global. Temos terra, água, clima, tecnologia e mão-de-obra qualificada para satisfazer a crescente demanda global por produtos de origem agropecuária. Há tempos estamos aumentando nossa produção a taxas maiores do que aquelas alcançadas em outras regiões do planeta. Com isso, vamos consolidando nossa posição de grande player nos mercados do agronegócio mundial. Somos o maior produtor de café, cana-de-açúcar e laranja do mundo; o segundo maior produtor de soja e o maior exportador mundial de carnes. Em pouco tempo, seremos o principal polo mundial de algodão e de biocombustíveis e um dos principais fornecedores de madeira, papel e celulose.

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As exportações da agropecuária brasileira atingiram a cifra recorde de US$ 92 bilhões no período de 12 meses, entre novembro de 2010 e outubro de 2011. O valor representa uma expansão de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior. Considerando que as importações do setor alcançaram o montante de US$ 16,8 bilhões no mesmo período, o superávit da balança comercial do agronegócio alcançou a extraordinária cifra de US$ 75 bilhões! É difícil imaginar o que seria da economia brasileira se não fosse esse vigoroso sucesso de nosso agronegócio. Há muitos interessados em investir no desenvolvimento do setor. No entanto, precisamos superar alguns obstáculos. O primeiro deles é proporcionar mais segurança aos investidores, resolvendo a questão do novo Código Florestal e a legislação sobre a venda de terras para estrangeiros. Outro problema é a precariedade de nossa infraestrutura de transporte, armazenagem e logística de exportação. Somos muito eficientes “da porteira para dentro”, mas nossa infraestrutura não acompanhou o crescimento do agronegócio, afetando duramente a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, e reduzindo a renda dos produtores. Para se ter uma ideia, o custo do frete no Brasil chega a ser quatro vezes maior que em outros países exportadores do agribusiness, como é o caso dos EUA e da Argentina. As oportunidades são claras e devemos aproveitá-las. Somos uma nação que precisa crescer, proporcionar emprego e boas condições de vida aos brasileiros. Não podemos impedir o progresso de nosso agronegócio. O Brasil precisa produzir alimentos e energia renovável para os novos habitantes do planeta. Uma questão de segurança alimentar e sustentabilidade.

Antonio Mello Alvarenga Neto

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SNA comemora a Semana Mundial da Alimentação

DANIELLE MEDEIROS

DANIELLE MEDEIROS

Durante evento, instituição assina acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras Até 2050, a população mundial será de nove bilhões de habitantes, segundo estimativas da ONU. Organismos internacionais apontam que há cerca de um bilhão de pessoas mal alimentadas no mundo. Com o objetivo de debater os desafios que o planeta terá de enfrentar na produção de alimentos, nos próximos anos, bem como o papel do Brasil na solução deste problema, a Sociedade Nacional de Agricultura, para comemorar a Semana Mundial da Alimentação, promoveu, em seu audiMarcos Diaz (presidente da OCB-RJ), Márcio Lopes de Freitas (presidente da tório, no dia 19 de outubro, uma reunião com OCB-Nacional) e Antonio Alvarenga (presidente da SNA) membros da diretoria e da Academia Nacional de Agricultura. O encontro contou ainda com a participação de aulação, vem se tornando responsável por garantir boa parte das netoridades representativas do setor agrícola. cessidades de alimentação do mundo”. Na abertura do evento, o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, Segundo o presidente da SNA, o Brasil vem respondendo bem saudou os presentes e falou sobre a importância de promover um a este desafio, aumentando sua produção a taxas maiores do que debate de qualidade, reunindo personalidades de vários segmentos os índices de crescimento em outras regiões do planeta. “O país do agronegócio. Citando números da FAO - que prevê, até 2050, a está ganhando participação cada vez maior no mercado internanecessidade do mundo em aumentar a produção de grãos em cerca cional, consolidando-se como um grande player do agronegócio de 50%, e de carnes, em quase 100% -, Alvarenga abordou a questão mundial”, salientou, acrescentando que, mesmo com um cenáde futuras demandas globais. rio positivo, “é necessário melhorar a pauta exportadora, com o “Nos próximos anos, a crise de alimentos estará cada vez mais incremento de produtos de melhor valor agregado”. presente nos fóruns internacionais e em nosso dia-a-dia. A preocuEm seguida, o diretor da SNA, Fernando Pimentel, disse que, pação mundial se voltará com grande intensidade para a segurança apesar do bom momento pelo o qual o agronegócio vem passando, o alimentar. E o Brasil deverá desempenhar um papel cada vez mais setor não está imune à crise internacional. Na ocasião, traçou um importante nesse sentido. Além de produzir alimentos em quantidapainel geral do Brasil no contexto geoeconômico que, para ele, de, qualidade e preço para atender às necessidades de sua popuapresenta estabilidade, ao lado de países como China e Austrália. Fábio Meirelles, presidente da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), afirmou que as lideranças do campo devem se empenhar para defender o produtor, a cultura agrícola e a sociedade brasileira. “É necessário estabelecer uma política de defesa da nossa economia, dentro da realidade nacional”. Cooperativismo O movimento cooperativista ganhou destaque durante o encontro, que foi finalizado com a assinatura de um convênio entre a SNA e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), para promover ações de ensino e capacitação, bem como projetos de sustentabilidade e segurança alimentar. Estiveram presentes à ocasião Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB-Nacional, Marcos Diaz, presidente da OCB-RJ, Jorge Barros, superintendente técnico do Sescoop-RJ, e Renato Nobile, superintendente da OCB-Brasília. O vice-presidente da SNA, Joel Naegele, consiFábio de Salles Meireles (presidente da FAESP); Antonio Alvarenga (presidente da Sociedade Nacional de Agricultura), e o vice-presidente da SNA, Osaná de Araújo Almeida derou o acordo histórico. “O documento garante

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Joel Naegele (vice-presidente da SNA), Márcio Lopes de Freitas (presidente da OCB-Nacional), Antonio Alvarenga (pres. SNA), Marcos Diaz (presidente da OCB-RJ), Cesário Ramalho (presidente da SRB), Renato Nobile (superintendente da OCB-Brasília) e Jorge Barros (superintendente do Sescoop-RJ) comemoram a parceria SNA/OCB DANIELLE MEDEIROS

a permanência das práticas cooperativistas, para que os produtores tenham maior assistência e ganhos”. Márcio Lopes de Freitas informou que, atualmente, o país conta com 1612 cooperativas, respondendo por 44% da produção brasileira. “Cooperativa é negócio, é estruturada para ganhar dinheiro”, afirmou, sugerindo, como estratégias para o setor, maior interatividade entre cooperativas e empresas, e a formação de uma sociedade anônima para captar recursos do exterior. Ao anunciar a estruturação de um grande centro de formação cooperativista em São Paulo, Freitas declarou que “as cooperativas O empresário e produtor rural Ruy Barreto e o presidente da FAESP, Fábio de Salles devem ter um compromisso maior nas comuMeireles, durante almoço comemorativo, ao lado da diretoria da SNA: Antonio nidades em que estão presentes”. Alvarenga (presidente), almirante Ibsen de Gusmão Câmara (vice-presidente), Ronaldo Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Albuquerque (diretor) e Roberto Paraíso Rocha (membro da Comissão Fiscal) de Rural Brasileira, destacou o papel da SRB neste setor. “Temos um relacionamento profundo com várias assosetor “é uma espécie de rede onde pequenos, médios e grandes ciações rurais. O agricultor deve ter a capacidade de gerir seu produtores dependem um do outro e das comunidades que utilinegócio, com o apoio das cooperativas”, declarou, ressaltando a zam os produtos”. “Nesse âmbito”, disse a coordenadora, “é imluta da SRB por uma renda e apoio maior ao homem do campo. portante saber o que o consumidor deseja”. Sylvia observou ainda Produção e consumo a falta de marcas genuinamente brasileiras no agronegócio, em comPara falar sobre a produção cafeeira, Ruy Barreto Filho, direparação às multinacionais. tor da SNA, denunciou o abandono do setor nos últimos 25 anos, Também presente ao encontro, o diretor da SNA, Márcio lembrando a extinção, pelo governo, do Instituto Brasileiro do Café Sette Fortes de Almeida, argumentou que “o produto rural é (IBC). O diretor também chamou a atenção para a falta de políticas competitivo até a porteira da fazenda, mas vai perdendo comde exportação. “Não exportamos café solúvel e, ao mesmo tempetitividade quando chega ao consumidor final”. O diretor atripo, somos importadores de café brasileiro industrializado. Nossa bui este problema a falhas de infraestrutura, incluindo fatores política vesga beneficia o produtor e prejudica a exportação com como transporte e armazenamento (neste caso, a carência de valor agregado”, alertou. silos). De acordo com Márcio Fortes, “30% da safra se perde no Já na visão de Ruy Barreto, “o café não é um produto primário próprio trajeto”. Segundo ele, “falta investimento e diálogo” e tornou o Brasil um dos maiores países do mundo”. Ampliando o para resolver esses gargalos. debate, o produtor frisou que “o mundo tem, atualmente, uma Ao introduzir no debate a questão ambiental, o vice-presidenenorme responsabilidade para alimentar sete bilhões de pessoas”. te da SNA, almirante Ibsen de Gusmão Câmara, reconheceu que Representando a Embrapa, Regina Lago, chefe da área de alihá dificuldades em conciliar a produção de alimentos com a reamentos da instituição, abordou as oscilações nos preços de merlidade das mudanças climáticas. “O clima onde as regiões são frias cado, chamou a atenção para o aumento do valor da cesta básica, será atenuado, mas nas regiões temperadas e tropicais, será mais e falou sobre a importância da produção alimentar. “Atualmente, quente. O panorama agrícola será totalmente modificado. Portannão basta produzir o alimento; é preciso que haja qualidade e seto, as próximas décadas serão cruciais para a preservação da hugurança”, declarou, citando a atuação da Embrapa nas áreas de manidade”. nutrição, biotecnologia e saúde. Ao final da reunião, o diretor da SNA, Alberto de Figueiredo, Com o foco voltado para a cadeia do agronegócio, a coordeapresentou aos representantes da OCB um programa destinado à nadora do Projeto OrganicsNet, Sylvia Wachsner, ressaltou que o melhoria da pecuária leiteira no Estado do Rio

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Embaixador Flávio Perri, Antonio Alvarenga (presidente da SNA), Roberto Paulo Cézar de Andrade, membro da Academia Nacional de Agricultura, e o ex-deputado Márcio Fortes DANIELLE MEDEIROS

Sociedade Nacional de Agricultura promoveu, no dia 6 de outubro, a festa de lançamento de sua nova publicação, Animal Business Brasil. Participaram do evento, no auditório da SNA, mais de 80 pessoas, entre membros da diretoria, lideranças empresariais, autoridades e representantes do setor agropecuário. Na ocasião, o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga, disse que, apesar da notável liderança do Brasil como maior exportador de carne bovina e de frango do mundo, é preciso avançar mais em termos de produtividade. “Nos últimos anos tivemos grandes progressos nos setores de grãos e cana de açúcar. Agora é preciso cuidar do aumento da produtividade de nossa pecuária”. Alvarenga ressaltou ainda a importância da tecnologia para o desenvolvimento da pecuária - aspecto que constitui um dos principais focos da nova revista da SNA, também voltada para a ampliação da inserção internacional das cadeias produtivas do segmento animal. Ao abordar os propósitos da publicação, seu editor, Luiz Octavio Pires Leal, informou que a Animal Business Brasil é uma revista de negócios, direcionada a atrair investimentos para o setor. “Divulgar internamente e no exterior as tecnologias avançadas e as oportunidades de investimentos constituem também objetivos da nova publicação, e para isso contamos com a colaboração de especialistas”. O diretor da SNA, Márcio Sette Fortes de Almeida, que assina um artigo no primeiro número da revista, destacou que a publicação é voltada para o produtor que pretende adotar novas tecnologias, e elogiou os esforços do empresariado e do governo brasileiro para incrementar a qualidade dos produtos de origem animal. Especializada em tecnologia da criação, reprodução, industrialização e comercialização de animais, a revista Animal Business Brasil, em seu número de estreia, publica matérias sobre reprodução high tech, avicultura brasileira, mercado de saúde animal, comércio internacional de cavalos, exportação de carne, entre outros. Com 72 páginas em cores, periodicidade bimestral e forte distribuição no Brasil e no exterior, a publicação bilíngue (português e inglês) tem por objetivo estimular as exportações e os investimentos em tecnologia no segmento animal do agronegócio brasileiro. Durante o coquetel de lançamento da revista, o público assistiu a uma apresentação do pianista Osmar Milito e da cantora Sanny Alves, que mostraram clássicos da música brasileira.

Cristina Baran, editora da revista A Lavoura; Márcio Sette Fortes de Almeida, diretor da SNA; e os representantes da Animal Business Brasil: Marcelo Thadeu Rodrigues (diagramador) e Luiz Octavio Pires Leal (editor) DANIELLE MEDEIROS

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Sociedade Nacional de Agricultura lança nova publicação

Antônio Carlos de Andrade (economista); Antonio Alvarenga (presidente da SNA), e os diretores Francisco Vilela e Sérgio Malta

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OrganicsNet debate orgânicos na panificação

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projeto OrganicsNet, da Sociedade Nacional de Agricultura, participou do 3º Workshop de Cooperação Internacional - Gestão & Inovação na Panificação, realizado em outubro, na Federação das Indústrias do Estado Mato Grosso do Sul. O evento mostrou aos empresários do setor de panificação do estado as novas práticas de gestão, além das tecnologias e inovações que visam à melhoria do processo produtivo, com o incremento da qualidade. Na ocasião, a coordenadora do projeto OrganicsNet, Sylvia Wachsner, apresentou o case da primeira padaria

orgânica do Brasil, a Molino D´Oro, localizada em Itaipava - região de Petrópolis (RJ). O estabelecimento, que pertence ao Sítio do Moinho, utiliza fermento natural sem coadjuvantes no processo produtivo, e desenvolve conhecimento e técnica próprios para garantir a qualidade e a rastreabilidade de seus produtos, fabricados com matéria prima italiana. Dias antes de sua palestra, Sylvia fez uma visita a Itaipava e teve a oportunidade de conversar com os técnicos responsáveis pela Molino D‘Oro e acompanhar todas as etapas da produção de pães.

A Faculdade de Ciências Agro-ambientais (FAGRAM) realizou, no último dia 20 de outubro, no auditório da SNA, a cerimônia de formatura de sua última turma de Zootecnia. Após quinze anos de funcionamento, a FAGRAM encerrou suas atividades no campus da Penha. O presidente da SNA, Antonio Alvarenga, lamentou o término do curso “por falta de demanda no Rio de Janeiro” e ressaltou a importância da Zootecnia na segurança alimentar de futuras gerações. “Até 2050, teremos dois bilhões de pessoas a mais no mundo para alimentar, e a Zootecnia é a área que cuida da produção de alimentos de origem animal com qualidade e respeito ao meio ambiente e ao homem. O mundo espera que Brasil consiga aumentar sua produção para suprir esta demanda, pois ainda podemos crescer em eficiência e em área, de forma sustentável e responsável” – declarou Alvarenga. A coordenadora do curso de

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Fagram forma sua última turma de Zootecnia

Formandos posam para a foto clássica

Zootecnia, Christianne Perali, lembrou a história da FAGRAM e chamou a atenção para os deveres a atitudes dos novos profissionais. “Apesar de ser a última turma, a responsabilidade de cada um dos zootecnistas formados nesta data e nas turmas anteriores está centrada na produção com ética e responsabilidade ambiental e social”. A professora recomendou aos formados que se dediquem constantemente ao aprimoramento profissional e trabalhem com afinco para atingir seu sucesso. Os demais professores agradeceram ao período de convivência com os alunos e as experiências trocadas em sala de aula, e manifestaram pesar pelo fim do curso. Colaram grau, durante a cerimônia, os alunos Leonardo Gonçalves, Flávio Bindi, Amanda Arêa, Ildecir Sias, Ellen Simas, Gustavo Mattozinhos da Rosa, Eruana Santos, Marcos Nalin, Marcos Provetti e Mário Tremura. Estiveram presentes à mesa o professor Olavo David Filho, Christianne Perali, Antonio Alvarenga, Dione Firmino (paraninfa), professor Markus Budjinsky e Marcos Aronovich. A Lavoura DEZEMBRO/2011 9

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EMBRAPA TRIGO

Safra de trigo em 2011 é menor, mas com excelente qualidade A safra de trigo em 2011, em áreas irrigadas com pivô central, no Distrito Federal, Minas Gerais e em Goiás acompanhou a redução de produtividade verificada em todo o país. Em comparação à safra anterior, a produtividade foi 10% inferior, embora algumas lavouras tenham alcançado em torno de 115 sacos por hectare com a cultivar BRS 264, quando a média foi de 90 sacos por hectare. Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que a produção nacional deverá ser de 5.129,9 mil toneladas, 12,8% menor do que a colhida em 2010. A área total cultivada com trigo irrigado no Distrito Federal, Minas Gerais e em Goiás também teve uma redução neste ano. Em relação a 2010, a cultura foi plantada em menos 20% das áreas. As condições climáticas favoreceram o bom desenvolvimento das plantas de trigo na região do Brasil Central. “A maioria das lavouras foi colhida no período seco, sem a ocorrência de chuvas, o que favoreceu a qualidade dos grãos e, consequentemente, favoreceu a comercialização. Os produtores estão vendendo a sua produção entre R$ 37,00 e R$ 42,00 por saco de 60 kg”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados Júlio Cesar Albrecht.

As cultivares BRS 264 e BRS 254 são indicadas para região do Cerrado do Brasil Central, que compreende os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Bahia e o Distrito Federal. Atualmente, 90% da área plantada com trigo irrigado nessa região utiliza as variedades lançadas pela Embrapa. As unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Cerrados e Embrapa Trigo são as responsáveis pelo desenvolvimento do programa de melhoramento do trigo. Somado à boa produtividade, o trigo produzido na região é todo de alta qualidade, comparável ao das melhores regiões produtoras do mundo, como o Canadá. Todas as variedades plantadas no Cerrado são de trigo pão e melhorador, conforme a demanda da indústria moageira. “No Brasil, o trigo de melhor qualidade industrial é o do Cerrado, em função de sua alta força de glúten e estabilidade”, acrescenta o pesquisador. Menos perdas O ataque de pragas e doenças não foi significativo nesta safra, o que contribuiu para a produtividade e a qualidade do trigo nessa região. Dessa forma, muitos produtores conseguiram chegar até o final do ciclo com apenas

duas aplicações de fungicidas e duas de inseticida, o que baixou os custos das lavouras. A brusone continua sendo a doença que mais causa prejuízos na triticultura do Cerrado. Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, no caso do plantio do trigo irrigado, a doença se agrava com a ocorrência de chuvas no estágio de espigamento. Isso diminui consideravelmente a produtividade da lavoura e a qualidade de grãos. Os grãos infectados apresentam-se enrugados, pequenos, deformados e com baixo peso específico. Para as lavouras permanecerem livres desta doença, os tratamentos com fungicidas, indicados pela pesquisa, devem ser preventivos. A Embrapa possui projetos em andamento que visam identificar fontes de resistência à brusone, mas ainda não foram desenvolvidas cultivares resistentes ao fungo Pyricularia grisea, causador da doença. Experimentos em rede estão sendo desenvolvidos em Planaltina-DF, Dourados-MS e LondrinaPR. Nos campos experimentais da Embrapa Cerrados, em Planaltina-DF, estão sendo testados vários genótipos anualmente. O objetivo é selecionar materiais que apresentem baixo nível de incidência da doença. LILIANE CASTELÕES - EMBRAPA CERRADOS

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Rebanho mantido nos currais e piquetes aumentou 20% Iniciado o período das águas, os pecuaristas de Minas Gerais que mantiveram bois em confinamento durante a seca de 2011 estão levando o gado gordo para os abatedouros. Neste ano, cerca de 400 mil animais (volume 20% superior ao de 2010) ficaram nos currais ou piquetes durante um período de até três meses para cada lote, recebendo alimento e água, informa a Emater-MG, vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). “Os animais de confinamento oferecem carne em quantidade e com a qualidade exigida pelos frigoríficos e os consumidores, um produto muito valorizado”, diz o coordenador estadual de Bovinocultura da Emater, José Alberto de Ávila Pires. Ele estima que pelo menos 90% dos bois confinados em Minas neste ano já foram oferecidos no mercado. Segundo o balanço realizado pela Emater, o volume total de animais preparado à base de ração deve possibilitar o aproveitamento de 80 mil toneladas de carne. Este volume é suficiente para o abastecimento de 6,7 milhões de pessoas em quatro meses, consumindo cada uma a média de 12 quilos. O agrônomo Renato de Assis Porto de Melo, assessor técnico do programa Minas Carne, criado pela Secretaria da Agricultura, também ressalta a importância do confinamento de bovinos e diz que os produtores estão aderindo ao sistema com profissionalismo. “Eles fazem altos investimentos principalmente na compra de ração para os animais confinados e, por isso, sempre têm a expectativa de obter uma remuneração melhor ao vender esse gado do que obteriam com a comercialização de animais engordados no pasto”, explica. A arroba do boi, comercializada atualmente em Minas Gerais por cerca de R$ 100,

SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

Bois confinados em Minas produzem 80 mil ton de carne

tem apresentado cotações crescentes desde janeiro. Segundo análise da Subsecretaria do Agronegócio da Secretaria da Agricultura, no período de janeiro a outubro de 2011, o preço médio subiu 19,92%. Há sinais de que a tendência de alta seguirá até janeiro/fevereiro. Confinamento é rentável para produtores que cuidam bem De agora em diante, da gestão do negócio acrescenta o assessor da seva que vem aprimorando o confinamento cretaria, a procura pela carne deve aumendesde 1979, quando adotou essa alternatar, sendo a oferta quase exclusivamente do tiva de manejo do gado utilizando apeproduto de confinamentos. Começa um novo nas cem bois. No ano seguinte engordou ciclo de engorda de animais centralizado nos mil animais e depois continuou expandinpastos que já apresentam sinais de recupedo a produção. ração. Para 2012, Queiroz confirma que vai traNúmeros positivos balhar com 40 mil bois, pois em sua opinião Considerado um dos pioneiros do a engorda de um grande volume de animais confinamento de bois no Brasil, o pecuarista possibilita renda ao produtor inclusive nos Adalberto José de Queiroz, do município de períodos de baixa cotação da carne. “PrinFrutal (Triângulo Mineiro), manteve em curcipalmente quando se pode contar com uma rais, desde março, um total de 12 mil bois e boa safra de milho no dstado, como a estiainda conta com 25% desse plantel. Para o mada para 2012, e a possibilidade de proprodutor, os resultados deste ano foram poduzir na propriedade uma parte dos compositivos porque ele conseguiu fechar bons nentes da ração”, finaliza. contratos de venda a termo, isto é, comerCenário do boi cialização dos animais à base de acertos que independem dos preços praticados geralDados da Emater mostram que, em Mimente pelo mercado. Predominam nas nenas Gerais, um grupo de 63 produtores tragociações as condições dos animais oferecibalha com plantéis confinados de mil a cindos, o cumprimento de prazos e outros asco mil cabeças, respondendo por 56,5% dos pectos. “Estamos entregando boi por R$ animais dentro do sistema. Para completar 98,50 a arroba e um mês atrás vendíamos a oferta da carne confinada no Estado, há por um preço acima da cotação atual do um contingente de 658 pecuaristas que tramercado”, enfatiza. balham na faixa inferior a 150 e até mil bois. De acordo com Ávila Pires, a presença desQueiroz ressalta que o confinamento se número de pequenos produtores é um é uma prática rentável sobretudo para os bom suporte à atividade, que garante o abasprodutores que cuidam bem da gestão do tecimento do mercado interno em extenso negócio. “É necessário aproveitar bem as período, possibilitando a oferta de carne oportunidades para vender o boi gordo e bovina de qualidade a preços estáveis. também para comprar os bezerros que iniciarão um novo ciclo nos currais ou piIVANI CUNHA - SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO quetes”, esclarece. O pecuarista obser-

Bezerros de laboratório

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PESAGRO-RIO

Pesagro-Rio dá mais um passo para o domínio da tecnologia de produção de embriões in vitro de bovinos de leite. Nasceram entre os dias 21 e 24 de junho passado, as três primeiras bezerras desenvolvidas a partir de embriões produzidos integral-

mente no Laboratório de Reprodução Animal do Campo Experimental Santa Mônica, em Valença-RJ, mais um fruto da parceria entre a Pesagro-Rio e a Embrapa Gado de Leite. O resultado foi comemorado pelo presidente da Pesagro, Sílvio Galvão, que destacou a parceria estratégica, a dedicação e o profissionalismo das equipes e dos pesquisadores responsáveis pelo trabalho. De acordo com a pesquisadora Raquel Varella Serapião, da Pesagro-Rio, os embriões foram produzidos a partir de óvulos coletados de vacas doadoras de alto valor genético da raça Gir e fecundados com sêmen de touro Holandês, sendo então transferidos para vacas receptoras (barrigas de aluguel) do rebanho do Campo Experimental, sendo todas as etapas executadas pela equipe da empresa. A técnica vem sendo utilizada para a produção de matrizes que resultem em animais de alta qualidade genética, permitindo a melhoria do rebanho fluminense e o aumento da produtividade do leite, informou o pesquisador da Pesagro Agostino Jorge dos Reis Camargo, que integra a equipe do projeto. Bezerras produzidas “in vitro” pela Pesagro-Rio

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ESALQ/USP

Pesquisa avalia transferência de renda do agronegócio para outros setores da economia O

agronegócio brasileiro, nos últimos 15 anos, aumentou sua produção e cresceu mais do que o PIB do País, permitindo que se expandissem o consumo interno e a exportação de seus produtos. Analisando esse contexto, uma pesquisa desenvolvida no programa de Pós-graduação em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), observou o papel do agronegócio no processo de transferência de renda para os demais setores da economia doméstica e também para o mercado externo. De autoria de Adriana Ferreira Silva e orientação do professor Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES), o estudo intitulado “Transferências Interna e Externa de Renda do Agronegócio Brasileiro” apontou que a redução da concentração de renda e da pobreza no Brasil também teve suas raízes no agronegócio. “Ao assumir posição estratégica para o controle da inflação e geração de divisas no comércio exterior, esse

Setor pecuarista: queda de preços devido ao aumento da produção

setor teve participação relevante nesta trajetória”, explica Adriana. Setor pecuarista Segundo a pesquisadora, devido à queda de preços dos produtos agropecuários, a sociedade absorveu, entre os anos de 1995 a 2009, uma renda de R$ 837 bilhões do agronegócio, principalmente do setor pecuarista, e dos segmento primário e in-

Alho: Minas aposta na qualidade para concorrer Safra estadual deve alcançar volume 5,3% superior ao do ano passado

CRISTINA BARAN

Apesar das importações crescentes de alho pelo Brasil – entre janeiro e agosto de 2011 entraram no país 109,9 mil toneladas do produto argentino e chinês –, os agricultores mineiros investem no aumento da safra. O IBGE estima que a produção de alho em Minas Gerais neste ano vai alcançar 19,7 mil toneladas, volume 5,3% maior que o registrado no ano passado.

A colheita mineira prevista para este ano equivale a 16,6% da safra nacional, garantindo a vice-liderança do ranking brasileiro do alho, atrás apenas de Goiás. Para o superintendente de Política e Economia Agrícola da Subsecretaria do Agronegócio da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, João Ricardo Albanez, o aumento da safra estadual é consequência principalmente da intensa utilização de tecnologia nas lavouras. “Por isso, a produtividade média de alho no Estado é de 12,1 toneladas de alho por hectare. Há dez anos, a produtividade era de 8,1 toneladas por hectare”, explica Albanez. Primeiro colocado na produção estadual de alho, o Alto Paranaíba tem uma safra estimada de 13,8 mil toneladas, volume correspondente a cerca de 70% da safra estadual. Albanez avalia que o plantio, principalmente na região líder de produção, foi estimulado em 2011 pela recuperação de preço registrada em 2010, como consequência de uma redução temporária das importações de alho chinês. Qualidade reconhecida O agricultor familiar Oswaldo Júnior, que mantém o cultivo de alho em 18 hectares no município de São Gotardo, no Alto Paranaíba, diz que o produtor deve sempre investir na qualidade, independente da importação. “É necessário produzir sempre o nosso alho com qualidade, exista ou não a importação. Além disso, o volume das compras externas do produto pelo Brasil pode cair, e nesse caso os preços internos serão mais compensadores.” Oswaldo concorda que o alho nacional, especialmente o colhido nas lavouras mineiras, tem a preferência dos consumidores que valorizam a qualidade. A observação é compartilhada pelo extensionista Dener Henrique de Castro, que atua no município. Alho: colheita mineira equivale a 16,6% da safra nacional, ficando atrás apenas de Goiás

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ANA CAROLINA MIOTTO - ESALQ/USP

com produto importado “O produto de Minas Gerais tem qualidade reconhecida em todo o país, especialmente nos mercados de São Paulo, Recife e Amazonas”, explica. A preferência do consumidor brasileiro pelo alho nacional também é citada por Eduardo Sekita, diretor do grupo Sekita, de São Gotardo, que trabalha com a parceria de 49 produtores em 190 hectares da propriedade. Esse contingente de agricultores familiares deve garantir ao grupo, em 2011, uma produção da ordem de 3,7 mil toneladas, ele informa. “O grande problema é que as importações permitidas pelo governo federal possibilitam a venda do acho chinês por R$ 40,00 a caixa de dez quilos, enquanto no Alto Paranaíba o preço varia de R$ 42,00 a R$ 45,00, porque abaixo disso seria insuficiente para cobrir os custos de produção”, explica o executivo. Segundo Sekita, outro aspecto que dificulta a situação dos produtores brasileiros é que o alho importado está presente em todo o país durante o ano inteiro. Já o produto colhido nas lavouras da maioria dos Estados chega ao consumidor em um período definido, de agosto a fevereiro, sendo que em Minas Gerais o abastecimento predomina numa faixa de tempo ainda menor, de agosto a janeiro. Organização da produção “Diante do cenário da importação de alho pelo Brasil, os agricultores devem buscar orientação junto às associações e cooperativas para desenvolver a produção programada”, recomenda o superintendente do Mercado Livre do Produtor (MLP) da CeasaMinas pela Subsecretaria de Agricultura Familiar da Secretaria da Agricultura, Lucas de Oliveira Scarascia. Ele diz que é fundamental para os produtores o acesso a informações sobre as tendências do mercado, política de abastecimento do país, situação do câmbio e interesse de outros países em colocar seus produtos no Brasil. IVANI CUNHA - SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO DE MINAS GERAIS

EDUARDO PINHO

dustrial da agricultura. “Essa queda de preços se dá devido ao aumento da produção, gerado pela aquisição de novas tecnologias. Isso significa que a renda perdida pelo agronegócio não afetou sua sustentação. Além disso, o fato da produção apresentar crescimento nesse cenário é um indicador de que as quedas de preço não representaram perda total da rentabilidade das novas tecnologias”, afirma. Adriana expõe ainda outro motivo para a queda dos preços no País: o avanço da tecnologia e o aumento da produção em escala internacional. “Aliados ao protecionismo dos países mais desenvolvidos, eles geraram uma baixa dos preços em grandes proporções. Ou seja, o desempenho do Brasil não se deu de forma isolada, ele apenas ajustou seus custos ao movimento dos demais países”, explica. O trabalho conclui que a redução dos preços reais dos produtos agropecuários foi fator primordial na capacidade do poder aquisitivo dos consumidores, em especial, para as famílias de baixa renda - nas quais grande parcela da renda é despendida em alimentos. Por outro lado, há que se garantir que os preços pagos aos produtores remunerem seus esforços, para que desestímulos à produção de alimentos não surjam e no futuro ocasionem uma redução da oferta e consequente elevação dos preços. Esta pesquisa de Adriana Ferreira Silva ganhou o Prêmio Edson Potsch Magalhães de melhor tese em economia rural, durante a realização do 49º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER), realizado em julho.

Milho BRS Caatingueiro melhora a produção no Semiárido

BRS Caatingueiro: superprecoce

A colheita do milho começou em junho no Nordeste brasileiro, e os produtores da região, principalmente os pequenos agricultores familiares do Semiárido, já comemoram o aumento da produção. Na região de Irecê, no centro norte da Bahia, que integra cidades como Ibititá, Canarana, Lapão e João Dourado, a produtividade desta safra foi três vezes maior do que a dos últimos seis anos. A média, que era de 40 mil toneladas, subiu para 142 mil toneladas de milho este ano. Boa parte desse sucesso se deve à utilização do BRS Caatingueiro, desenvolvido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, e comercializado pela Embrapa Transferência de Tecnologia, unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Superprecoce A cultivar apresenta grãos semiduros amarelos e é adaptada especialmente ao Semiárido nordestino. Sua principal vantagem é o ciclo superprecoce, o que permite boas colheitas mesmo em períodos de pouca chuva. Como o florescimento do BRS Caatingueiro ocorre entre 41 e 50 dias, diminui o risco de estresse hídrico no momento em que o milho é mais sensível à falta de água. Após o plantio, a cultivar precisa de apenas 90 dias para atingir a época da colheita. Mas se a distribuição das chuvas for regular, a safra já está garantida com 65 a 70 dias de plantio. Na região mais seca do Semiárido, a produtividade do BRS Caatingueiro varia em torno de 2 a 3 toneladas de grãos por hectare. Em condições mais regulares de precipitação, a produtividade pode chegar a 6 toneladas de grãos por hectare. Por isso, a cultivar é ideal para os pequenos produtores, que geralmente dispõem de poucos recursos, encontram dificuldades para ter acesso ao crédito e não têm tipo algum de orientação técnica. EDUARDO PINHO RODRIGUES - EMBRAPA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

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VINICULTURA VINICULTURA

Vinhos, tradição e modernidade CRISTINA BARAN

A NTONIO A LVARENGA PRESIDENTE DA SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA - SNA

A família Perrin produz vinhos desde 1909, na região da Provence, e hoje é uma das maiores podutoras da França

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Uvas para a produção dos vinhos Château de Beaucastel: os “galets” (pedras arredondadas no solo), retém o calor do dia e aquecem as videiras durante a noite

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VINICULTURA blage” é sempre diferente em cada safra, tendo em vista que anualmente as características das uvas são diferentes conforme o clima e época da colheita, que interferem no resultado final após sua maturação e fermentação. É François Perrin quem define a data de início da colheita e dá a palavra final no “assemblage” de cada um dos vinhos produzidos pelas vinícolas da família. Linha de produtos Há uma extensa linha de produtos, desde o especialíssimo Châteauneuf-du-Pape – Château de

CRISTINA BARAN

que se passa em suas propriedades, caves e instalações industriais, é visível seu amor pela terra, videiras e pela produção do vinho. O reconhecimento desse trabalho apaixonado vem, dentre outros resultados relevantes, por meio da avaliação dos críticos especializados. Recentemente, um dos vinhos – Château de Beaucastel, branco, velhas vinhas – obteve a nota máxima - 100 - do renomado crítico norte-americano Robert Parker, uma das maiores autoridades mundiais em vinhos, cuja crítica favorável pode lançar o preço de um vinho às alturas. É a primeira vez que um vinho branco da região de Châteauneuf-du-Pape recebe 100 pontos. “Assemblage” Um dos principais segredos de um bom vinho é o “assemblage”, ou seja, o percentual de cada tipo de uva em sua composição final. Esse “assem-

CRISTINA BARAN

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m recente viagem à França, tivemos a oportunidade de conhecer as propriedades vinícolas da tradicional família Perrin, gente simples, elegante e muito acolhedora. A família Perrin dedica-se à produção de vinhos desde 1909, na região da Provence, sendo atualmente uma das maiores produtoras de vinho da França. François Perrin dirige o grupo de empresas da família com extrema dedicação e eficiência, adotando modernas técnicas de gestão - desde o manejo das videiras, colheita das uvas e produção dos vinhos até sua comercialização, incluindo toda a complicada logística envolvida no processo e o marketing dos produtos. O ambiente é bastante informal, mas tudo funciona perfeitamente. Aqui vale nosso ditado: “o olho do dono é que engorda o gado”. Atento a tudo

Propriedade da família Perrin, na Provence, França, onde são produzidos e armazenados os vinhos Château de Beaucastel (detalhe)

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PERRIN ET FILS

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Beaucastel – até vinhos mais simples, como os La Vieille Ferme ou Côtes du Rhone, de boa qualidade, honestos e adequados para os segmentos de mercado aos quais se propõem atender. Há também os excelentes vinhos Gigondas, produzidos a partir de uvas grenache, cultivadas em solos muito arenosos; o Vinsobres, um dos melhores Crus do sul do Vale do Rhone, cujo vinhedo está localizado ao norte de Châteauneuf-du-Pape, a uma

altitude de cerca de 300 m e clima bastante adequado para a uva syrah; e o Vacqueyras, produzido em solos argilosos pesados com cascalho de Ouvèze, onde uma combinação das uvas grenache com syrah produz um vinho aromático e de muito boa reputação na França. A linha de produtos inclui vinhos tintos, brancos, roses e até um doce. Também há vinhos orgânicos – como é o caso do Château de Beaucastel e Côtes du Rhone Rouge

PERRIN ET FILS

Obedecendo o método tradicional de produção, a colheita do Château de Beaucastel é manual

Primum Familae Vini (Grandes Famílias do Vinho)

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vinícola Perrin e Fils faz parte de uma associação exclusiva que reúne 12 empresas pertencentes a famílias tradicionais produtoras de vinhos, com o objetivo de manter a tradição e transmitir às gerações futuras a paixão que eles têm com a produção do vinho. A associação realiza reuniões periódicas com as famílias associadas e também promove programas de cooperação mútua, sobretudo na divulgação de seus produtos, visando ganhar maior com-

petitividade no mercado internacional. Atualmente, os membros da Primum Familae Vini são as vinícolas: Champagne Pol Roger, Joseph Drouin (Borgonha), Hugel & Fils (Alsácia), Perrin & Fils (Rhone), Château Mouton Rothschild (Bordeaux), todos da França; Torres e Vega Sicilia (Espanha); Tenuta San Guido e Antinori, ambos da Toscana, Itália; Egon Müller Scharzhof, da Alemanha; e Grupo Symington, de Portugal.

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VINICULTURA

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e forte, que chega a atingir 100 km/ hora. Todos estes componentes – inclusive as diferenças entre altas e baixas temperaturas – se combinam e se complementam pa-ra dar às vinhas de Beaucastel excepcionais qualidades e originalidade reconhecidas mundialmente. A propriedade cobre um total de 130 hectares, dos quais apenas 100 hectares são plantados com vinhas: 75% são dedicados à produção do Châteauneuf-duPape – Chateau de Beaucastel, e 25% para produção do Côtes-du-Rhone denominado Coudoulet de Beaucastel. Os restantes 30 hectares, são utilizados na rotação de culturas para preparar novos plantios de vinha, porque, a cada ano, um ou dois hectares de vinhas velhas são desativadas e uma área equivalente é replantada em terreno onde não houve produção dura*nte, pelo menos, dez anos. Desde 1962 o cultivo dos vinhedos de Beaucastel é orgânico. Château de Beaucastel tinto O vinho é resultado de 13 variedades de uvas. As videiras têm em média 50 anos e o rendimento é de, no máximo, 30 hectolitros por hectare. Essa é uma vinha saudável e vibrante, devido a anos de cultivo orgânico. Na produção do vinho tinto Château de Beaucastel, são utili-

Nature. Desde 1962, os vinhedos de Château de Beaucastel produzem vinhos orgânicos. Há vinhos produzidos a partir de vinhas antigas, algumas com 90 anos. Em determinados anos, dependendo da característica da safra, são produzidos alguns vinhos especiais, como é o caso do “Hommage à Jacques Perrin”, que também já recebeu a pontuação máxima do crítico Robert Parker. A produção total das propriedades da família Perrin é de 10 milhões de garrafas por ano, sendo 500 mil garrafas do Châteauneuf-du-Pape. Galets No Château de Beaucastel, o método de produção é tradicional: colheita manual e sistemas artesanais de prensagem, maturação, envelhecimento, engarrafamento e guarda em barris de carvalho. O terreno em Beaucastel – entre as cidades de Avignon e Orange - é marcado pela presença de um grande número de pedras arredondadas, conhecido como “galets” Estes “galets” retêm o calor do dia e aquecem as videiras durante a noite. O clima tem um papel importante: baixa precipitação, o vento Mistral, seco

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Produção do vinho Château de Beaucastel: maturação, envelhecimento e guarda...

zados 30% de mourvedre, 30% de grenache, 10% de syrah, e 5% de muscardin, vaccarese e cinsault cada. O restante é composto de pequenas quantidades de sete outras variedades permitidas em Châteauneuf-du-Pape, que proporcionam uma complexidade graciosa que fazem o Château de Beaucastel ser um vinho extraordinário. O período de colheita é fundamental, porque as uvas são colhidas e vinificadas separadamente, permitindo-lhes expressar suas próprias personalidades no produto final. A colheita e a classificação são manuais. As peles das uvas são aquecidas rapidamente para 80°C e, em seguida, resfriado a 20°C antes de levar os cachos para cubas de maceração onde ficam durante 12 dias. O suco é, então, drenado. A partir do método de aquecimento flash, Beaucastel Rouge segue uma vinificação mais ou menos clássica. A maioria das variedades são fermentadas separadamente. O vinho jovem, em seguida, amadurece em barricas de carvalho por cerca de 12 meses. As castas das uvas - vinificadas separadamente - são misturadas após a fermentação e uma série de degustações. O vinho resultante é então amadurecido por um ano em grandes barricas de carvalho e depois engarrafado. Finalmente, o vinho é maturado em garrafas e guardado nas caves Beaucastel por mais um ano antes de ser colocado à venda. Château de Beaucastel branco Os vinhos brancos do Château de Beaucastel estão entre os melhores

... em barris de carvalho

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Engarrafamento do vinho rosé “La Vieille Ferme” (detalhe), da Perrin et Fils

vinhos brancos da França. Produzidos a partir de uvas cultivadas em clima quente, sendo 80% roussanne, 15% grenache blanc e 5% de outras vinhas. As vinhas datam entre 10 e 40 anos.

cestos. A classificação também é manual, para separar as uvas verdes ou danificadas. Trinta por cento do vinho é fermentado em barris e o restante em temperatura controlada, em cubas de aço inoxidável. Uma vez que a fermentação é concluída, a metade do vinho novo amadurece em pequenos barris de carvalho e metade em cubas por cerca de oito meses. O Vieilles Vignes cuvée é mantido em carvalho por um período mais longo.

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François Perrin na cave em Beaucastel, onde estão guardadas garrafas de vinho de diversas safras. No detalhe, o vinho branco Château de Beaucastel, que foi recentemente premiado com a nota máxima

Há uma pequena quantidade do “Vieilles Vignes” cuvée, produzido inteiramente a partir de vinhas roussanne, com cerca de 100 anos de idade. A vinha que produz o Château de Beaucastel Blanc possui apenas sete hectares para uma produção de 6.000 garrafas por ano. A extraordinária qualidade e reduzida produção tornam esse vinho uma raridade no mercado. As uvas são colhidas à mão e levadas para a adega em pequenos

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Os vinhos franceses França é referência mundial na produção de vinhos. É lá que se produz os mais famosos vinhos do mundo e a maior variedade de vinhos de alta qualidade. A vinicultura existe na França há mais de 2.000 anos. A partir de 1905, o governo começou a controlar e regulamentar a produção do vinho no país. Em 1935 foi criado o Institut National des Appellations d’Origine (INAO), que fiscaliza toda a produção de vinhos na França. Cada região produtora tem sua própria regulamentação e classificações diversas. As principais regiões produtoras são Bordeaux, Borgonha, Champagne, Alsácia, Rhone e Loire. São cerca de 110 mil vinhedos espalhados pelo país, com os “terroirs” mais diversos, nas mãos de cerca de 69 mil produtores/negociantes e cooperativas. Só em Bordeaux, são mais de 7.000 châteaus e cerca de 13.000 vinhedos. A legislação é rigorosa no controle da produção dos vinhos, sendo os vinhos classificados conforme sua qualidade: “Vin de Table”, ou vinho de mesa São vinhos básicos, simples e mais baratos. É o vinho produzido pelas comunidades onde, mais ou menos, se faz o que quer. Representam cerca de 17% do vinho produzido na França e é, quase que totalmente, consumido localmente. A região de origem não é mencionada no rótulo. “Vin de Pays” ou vinho regional São vinhos regionais em que as regras de produção são menos rígidas do que nas AOC, especialmente no que se refere às cepas de uvas que podem ser usadas. Existe uma maior liberdade e é aqui que os produtores deixam fluir sua criatividade e experimentação na busca de novos vinhos. Apesar de existir muito vinho de baixa qualidade, pode-se encontrar bons produtos com esta denominação. Correspondem a cerca de 30% da produção total.

O mercado mundial de vinhos

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França rivaliza com a Itália como maior produtor e com a Espanha em termos de área plantada. Sua produção anual alcança cerca de 5.8 bilhões de garrafas. O consumo per capita está hoje ao redor de 60 litros anuais, uma significativa redução em relação aos 150 litros da década de 1950. Enquanto o consumo na França vem se reduzindo, na China está em franca expansão. Superfície de Vinhedos 1. Espanha – 1.113.000 ha (hectare) 2. França – 840.000 ha 3. Itália – 818.000 ha 4. China – 470.000 ha

CRISTINA BARAN

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Vinhos produzidos na Provence, França, pela Perrin et Fils

VDQS, vinho delimitado de qualidade superior Na teoria, um degrau antes de um vinho ou região alcançar o nível AOC, ficando situado entre esta classificação e o “Vin de Pays”. Corresponde a aproximadamente 2% do total da produção. “Vin d’Appellation d’Origine Contrôlée” - AOC (Vinho de Denominação de Origem Controlada) Nesta categoria estão os grandes vinhos franceses. As normas de produção são estabelecidas pelo Institut National des Appellations d’Origine (INAO). A AOC possui regras rígidas de controle e fiscalização, determinando desde as uvas que podem, ou não, ser produzidas na região, procedimentos de controle do vinhedo, uvas que podem ser usadas na elaboração dos vinhos, porcentuais dos cortes, teores de álcool, etc. Daqui saem a grande maioria dos grandes vinhos da França. São mais de 450 diferentes AOC espalhadas por todas as regiões produtoras, respondendo por cerca de 50% da produção nacional. A denominação é estampada no rótulo e pode ser usada sozinha, ou em conjunto com o nome da região.

Produção Mundial de Vinhos 1. Itália – 47.700.000 hl (um hectolitro = 100 litros) 2. França – 45.600.000 hl 3. Espanha – 35.200.000 hl Consumo Mundial de Vinhos 1. França – 29.900.000 hl 2. Estados Unidos – 27.300.000 hl 3. Itália – 24.500.000 hl 4. Alemanha – 20.300.000 hl 5. China – 14.000.000 hl Exportação Mundial de Vinhos 1. Itália – 18.600.000 hl 2. Espanha – 14.400.000 hl 3. França – 12.500.000 hl 4. Austrália – 7.700.000 hl

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Châteauneuf-du-Pape produz vinhos de fama mundial

Châteauneuf-du-Pape, uma das regiões de terra mais caras da França...

uma pequena região, no coração da região sul do Rhone, fica a área de produção de Châteauneuf-du-Pape, entre as cidades de Avignon e Orange. Situada no topo de uma colina, possui 3.000 hectares de vinhedos. Nesta área o solo é coberto de pequenas pedras que absorvem calor durante o dia e aquecem as raízes das videiras de noite, os chamados “galets”. Uma das regiões de terras mais caras na França, em Châteauneuf-du-Pape o hectare custa em média o equivalente a R$ 1 milhão e as propriedades medem em torno de 5 hectares. A estória desses vinhedos tem as suas raízes num dos capítulos mais curiosos da História da França, que é a chegada dos papas à Avignon durante a Idade-Média. Nesta cidade, seis papas se sucederam ao longo de um período de setenta anos. Denominação Em 1929, a denominação de origem, Châteauneuf-du-Pape, foi sacramentada. A denominação permite a utilização de 13 tipos de uvas diferentes para constituir esse vinho. Contudo, nos “assemblages”, a proporção de uva grenache noir costuma ser de 80%, sendo complementada em geral pela syrah e a mourvèdre. As outras variedades são usadas como tempero: cinzault, muscardin, vaccarèse, terret noir, picpoul noir, counoise. Vale mencionar também as castas brancas que produzem vinhos, cuja qualidade vem aumentando a cada ano, e cuja uva dominante é a grenache blanc, seguida pela clairette, a bourboulenc, a picardan e a roussanne. Fama mundial De fama mundial, conhecido pelas suas garrafas amplas e bojudas, que trazem o selo das armas dos papas estampado no vidro, o Châteauneuf-du-Pape possui grande força e volume, graças à uva grenache que proporciona a sua consistência característica de um vinho de guarda. Assim, os seus melhores vinhos podem esperar de 10 a 12 anos até serem consumidos, alguns dos quais podem ser guardados por até 25 anos.

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CRISTINA BARAN

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... e as vinhas com as quais são produzidos os vinhos com alto valor no mercado

A sua cor mais característica é um rubi escuro com reflexos granada. Os seus aromas, por tradição, são extremamente sedutores. Entre eles, predominam toques pronunciados de frutas vermelhas maduras, de especiarias e de ervas aromáticas, sempre de grande intensidade. No paladar, há equilíbrio entre acidez e álcool, sendo que o seu corpo aveludado e volumoso tem um final longo e frutado, com um amargor leve e amadeirado. Para os tintos: mourvedre, grenache, syrah, cinsault, counoise, muscardin, vaccarese. Para os brancos: grenache blanc, bourboulenc, clairette, roussanne, picpoul, picardan.

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ALGODÃO

Avanços e recordes do algodão no Brasil SÉRGIO

DE

MARCO

RONALDO SPIRLANDELLI PRESIDENTE DA APPA – ASSOCIAÇÃO PAULISTA DOS PRODUTORES DE ALGODÃO

CARLOS RUDINEY

PRESIDENTE DA ABRAPA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE ALGODÃO

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setor agropecuário é uma das molas propulsoras da economia brasileira. Respondendo por quase 1/3 do nosso PIB (Produto Interno Bruto), compete de igual para igual com o setor automobilístico e, mais recentemente, com os empreendimentos imobiliários. Somente nos primeiros três meses de 2011, a agricultura foi responsável pelo aumento de 1,3% do PIB, e o algodão foi uma das culturas que mais contribuíram para esta ampliação. A indústria nacional consome 1 milhão de toneladas/ano de pluma, e nos primeiros 5 meses de 2011 as vendas estiveram concentradas basicamente nesse mercado. A safra 2010/2011, que já começou a ser colhida, deverá abastecer o mercado externo, prevendo-se novos recordes de exportação, cujo volume de 2010 esteve próximo de meio milhão de toneladas. Os números relativos à exportação fizeram com que o Brasil ganhasse destaque entre os outros países que cultivam a fibra, como China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. E também está impulsionando os produtores brasileiros no sentido de fomentar a atuação comercial em Hong Kong e Cingapura, que integram os Tigres Asiáticos. As expectativas são grandes em relação a esses dois países, e os números a serem alcançados giram em torno de 60 mil toneladas. É mais um grande passo para os agricultores brasileiros, pois o horizonte continua promissor, haja visto o crescimento de 66% da área plantada, resultando numa safra 74% maior do que a do ano passado, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esforços em pesquisas Este espaço alcançado no cenário nacional e internacional corresponde a uma série de esforços em pesquisas. Vale ressaltar ações de entidades como a Embrapa Algodão, os Institutos Agronômicos de Campinas e do Paraná, o Instituto Mato-Grossense do Algodão, a Fundação de Apoio a Pesquisa e Desenvolvimento do Oeste Baiano e a Fundação Goiás, entre outras, que colaboram para o aperfeiçoamento genético da fibra, do cultivo e do controle de pragas, assim como para a seleção de plantas mais resistentes a doenças. Todas estas ações se configuram como colaborações relevantes para o produtor de algodão, o qual passa a receber orientações e diretrizes que culminam na rentabilidade dos negócios. Além destes estímulos ou contribuições das pesquisas para o progresso do setor, destacamos importantes avanços no

Com melhoramento genético e maquinário adequado, a área cultivada no Brasil aumentou 66% em 2011

setor industrial, como o desenvolvimento de maquinários agrícolas e novas tecnologias, os quais, se agregados corretamente, contribuem para que o processo de colheita e industrialização sejam aperfeiçoados, tanto para o grande, como para o médio e para pequeno produtor do algodão. Diante destes dois exemplos - esforços em pesquisa e avanços da indústria - fica evidente como a fibra é importante para o cenário interno, pois faz com que corporações de diversos setores participem do processo e comecem a se desenvolver também. Evidentemente estas ações são também positivas para a geração empregos, seja no campo ou na cidade. Cabe-nos refletir como o avanço positivo da cultura algodão não se trata de uma ação isolada e que também não traz frutos e méritos somente para o setor produtivo do algodão. Há o envolvimento de toda uma cadeia de empresas e, portanto, eles são partilhados. E para o crescimento ininterrupto é preciso que haja continuidade do fortalecimento dessa cadeia, seja com pesquisas ou estudos, ou com a geração de novos negócios, pois isto fará com que o Brasil tenha destaque sempre. A Lavoura DEZEMBRO/2011 21

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A citricultura brasileira em Anuga 2011 Diretor de Citricultura da Rural, Gastão Crocco, visitou a feira de Anuga, em Colônia, Alemanha. Considerada a maior do mundo, ela recebeu 6.500 expositores. A agenda de trabalho também contou com visitas a vários importadores do suco brasileiro, às grandes cadeias de supermercados do continente e aos terminais da Citrovita e da Cutrale em portos da Bélgica e da Holanda, respectivamente GASTÃO CROCCO

PAULO SADER

DIRETOR DE CITRICULTURA DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA

COLABORADOR DA RURAL E CITRICULTOR

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o diretor Paulo Celso Biasioli, a FGV/MB Associados, com Roberto Perosa e a Cutrale, com seu Diretor Corporativo Carlos Viacava. A agenda de trabalho também contou com visitas a vários importadores do suco brasileiro, às grandes cadeias de supermercados do continente e aos terminais da Citrovita e da Cutrale em portos da Bélgica e da Holanda, respectivamente. A satisfação dos europeus em receber, de modo inédito, uma comitiva organizada com representantes de produtores do Brasil foi evidente e se manifestou na franqueza das considerações e respostas dadas aos questionamentos elaborados pelo grupo e por produtores consultados pela Rural, antes da partida. Foi a forma que a Rural encontrou de ampliar a participação e incluir os que não puderam viajar. Os brasileiros expuseram preocupação em relação aos custos de produção, à necessidade de aproximar os elos da cadeia produtiva na busca de eficiência e remuneração equilibrada para todos, e as impressões colhidas foram as que seguem abaixo. O mercado e a concorrência – O suco de laranja tornou-se um produto velho, ou desatualizado. O consumo de bebidas cresce com a

substituição desses produtos rapidamente ultrapassados, em primeiro lugar, por bebidas energéticas e isotônicos, que vendem quase 17 bilhões de litros/ano, com crescimento médio de 7,1% a.a., de 2004 a 2010***. Nos últimos dois anos, enquanto o consumo de refrigerantes cresceu 2 bilhões de litros, o de sucos caiu 71 milhões. O consumo de FCOJ 100% natural é o que apresenta maior queda. Dentre outros fatores, em função da concorrência acirrada de produtos com marketing de intenso apelo à diversão e esportividade, cujas embalagens diferenciadas atraem os segmentos infantil e jovem. O NFC tem condição mais vantajosa em relação ao concentrado e é com ele que se fazem as guerras promocionais nas gôndolas dos supermercados. No caso do NFC, o principal concorrente do Brasil no mercado europeu é a Espanha. A força de sua concorrência deve-se à pequena distância dos mercados consumidores e do curto lapso entre a colheita e a mesa do consumidor, contado em poucas horas. A qualidade deste produto, embora bastante inferior ao que oferecemos, não parece incomodar o consumidor, uma vez que seu consumo cresce em detrimenA notícia de que os produtores rurais têm sofrido fortes pressões de custos não se configurou novidade para os engarrafadores, que já há cinco anos sentem essa influência

DIVULGAÇÃO / SRB

ntre 8 e 12 de outubro, aconteceu em Colônia, Alemanha, a Feira de Anuga. O evento é o maior do gênero alimentício no mundo e é realizado a cada dois anos. Apresentaram-se cerca de 6.500 expositores de diversos países, compradores e vendedores. A fim de mostrar e vender produtos da cadeia produtiva, a participação da Citrovita, Citrosuco e Dreyfus como expositores - com estandes - foi especialmente interessante para a citricultura nacional. Além disso, a Cutrale recebeu clientes e convidados paralelamente à feira. Como está em curso a negociação de novo padrão de relacionamento e negócios entre os elos da cadeia produtiva - o Consecitrus - a Sociedade Rural Brasileira (SRB) entendeu ser natural e importante que o setor agrícola buscasse conhecer, com profundidade, todo o trajeto que perfaz a laranja brasileira, dos pomares até o consumidor final. Pensando nisso, a Rural preparou-se para visitar a Anuga 2011 e fazer contatos com os principais agentes do mercado de suco de laranja no mundo, de modo a extrair informações valiosas que possam orientar as negociações de criação do futuro conselho. Além da Rural, representada pela diretoria de Citricultura, estiveram em atividades conjuntas a Faesp, com seu diretor Marco Antonio dos Santos; a CitrusBR, representada por seu presidente Christian Lohbauer e o Coordenador do Consecitrus, João de Almeida Sampaio. Estiveram com o grupo, também, a Alicitrus, com

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res aos engarrafadores. to do nosso. A guerra de preços e o marketing Entre os sucos, o de maçã, produagressivo parecem ter contribuído para zido em larga escala na Polônia e na Chia aceleração do “envelhecimento” do na, é o principal concorrente da laransuco de laranja puro, concentrado ou ja. São os dois “sucos base” utilizados não, que vai sendo ultrapassado por uma para misturas. Na lógica de mercado, o série impressionante de bebidas de que estiver mais barato terá preferênbaixíssimo teor de suco, embaladas em cia no mix. No momento, o suco de maçã frascos coloridos, sem clareza a respeivem acompanhando a alta da laranja. to das características do conteúdo ou Aliás, nos últimos 5 anos, a alta de prede sua origem e que atendem a um púços das frutas em geral tem deixado os blico sem muita condição de avaliação engarrafadores e supermercados sem crítica sobre o que está bebendo como, muita referência de preço. Desta forpor exemplo, o kit lanche (pequenas emma, os contratos de fornecimento febalagens) vendido e promovido em suchados têm sido de curto prazo, um ano. permercados ingleses. Do ponto de vista da distribuição, Como se negocia – O suco não é os engarrafadores têm sofrido forte armazenado pela indústria nacional na pressão das grandes cadeias varejisEuropa, apenas nas fábricas no Brasil, tas/supermercados que vendem cada segundo as conversas na ocasião. Há vez mais produtos com marca própria uma estocagem mínima e breve para em vez de comercializarem as marcas distribuição aos engarrafadores. tradicionais que receberam anos e miQuando os preços estão altos, lhões de investimentos em logística e como no momento, US$ 2.700,00/ t, o marketing. Os produtos de marca prócomprador adquire em contratos de pria dos supermercados vendem-se em curto prazo, “da mão para a boca”, giro rápido a preços inferiores aos das com preços fixos, nunca renegociáveis. marcas dos engarrafadores. Com as Quando há queda muito expressiva de margens caindo, os engarrafadores preço, maior do que US$ 200,00/t, substituem seus produtos adaptandoocorre do comprador suspender a comos para não perder mercado. “O consumo de bebidas cresce, mas com a substituição pra de longo prazo, no que é, em geral, O que se observa, na ponta do conpelos energéticos e isotônicos, que vendem quase 17 atendido pela indústria que procura sumo, portanto, são duas guerras: uma bilhões de litros/ano”, ressalta Crocco renegociar a entrega mais à frente. de preços e promoções em que o As grandes cadeias varejistas, por engarrafador tem de reduzir constanvendas de orgânicos ou produtos com apelo de sua vez, negociam volumes certos de entrega. temente suas margens para manter mercado e sustentabilidade. Não há identificação de oriSe os preços estão altos elas reduzem ou suspennão inviabilizar seu próprio negócio; outra engem. No máximo vê-se estampado um “suco tipo dem as compras, colocando outras bebidas nas tre as bebidas mix, que levam cada vez mais Florida”, por exemplo. Neste quesito, muitos prateleiras. Os engarrafadores, por seu turno, água e outras frutas na composição. Essas guerengarrafadores veem como positivo o apelo de estão obrigados a suspender, também, suas comras são alimentadas pelas barreiras psicológiorigem brasileira como tática de marketing. pras, fazendo com que a indústria a estoque ou cas de preço que imperam entre os consumidoPara os intermediários europeus importa baixe preços. Os movimentos dos varejistas e res finais. Entre a infinidade de produtos que que haja um bom relacionamento ao longo da dos engarrafadores são sentidos durante a sapretendem atender a este consumidor sensível cadeia produtiva, mas os efeitos da concentrafra no Brasil, principalmente quando eles pedem ao preço estão muitos cuja composição apreção sobre os produtores não são considerados um suco com característica especial como maisenta até 2% de suco natural. por eles quando se mencionou o alto grau de conor ou menor acidez.Ao negociar suas compras, Os novos mercados – O consumo de suco centração de poder econômico das indústrias todos os engarrafadores dizem consultar os prede laranja no Leste Europeu ainda é muito baiprodutoras de suco e seu impacto sobre os elos ços das quatro grandes indústrias, sem usar qualxo e vem sendo afetado pela crise econômica. que estão do lado de dentro da porteira. quer outra referência, alegando, ainda, que não Na China o consumo é crescente, mas o A visão dos engarrafadores europeus – há correlação entre os preços da Bolsa em Nova carro chefe na preferência do consumidor é o A visita de produtores, considerada muito posiYork e o que se pratica na Europa, posto que a “Pulpy”, com baixíssimo teor de suco embora tiva por todos, reforçou a noção de que a alta Bolsa carrega preços afetados por especuladores com grande quantidade de polpa. Este produto dos preços do suco nos últimos anos é estrutue grandes investidores, tais como fundos de pené destaque da Coca Cola no país asiático, onde ral. A notícia de que aqueles, nas propriedades são, que distorcem o mercado. foi lançado em 2005, e foi responsável por farurais, têm sofrido fortes pressões de custos, Por fim, a questão formulada com intenção zer do Minute Maid Pulpy o terceiro braço de não se configurou novidade para os de ajudar na elaboração do CONSECITRUS: os US$ 1 bilhão da companhia. Em todo caso, o engarrafadores que já há cinco anos sentem a engarrafadores estariam dispostos a criar um baixo uso de suco na fórmula produz pouco impressão, não só da laranja, mas das frutas em índice em que, preservando a identidade das pacto nas exportações brasileiras. No Japão, o geral. Tal fato é atribuído a um conjunto de propartes, seriam abertos os valores negociados consumo está estagnado há anos e já foi alcanblemas cambiais, fitossanitários e climáticos. em suas compras de suco? A resposta foi negaçado pelos chineses (80 mil ton/ano). O consumidor não está disposto, contudo, tiva em face de limitações empresariais e legais As novas tendências mercadológicas – a pagar preços altos e tem um constante intepara a divulgação destes dados, por causa do Os operadores do mercado parecem conservaresse por novidades. O comprador tradicional risco de alterar de modo significativo o funciodores e tradicionais no que diz respeito à influde suco FCOJ vem substituindo suas compras namento do mercado. ência das tendências e das grandes causas am***Fonte: Markestrat a partir de Tetra Pak e por NFC, experimentando, aos poucos, as marbientais e sociais sobre o consumo de suco de Euromonitor cas próprias dos varejistas, cujos preços são laranja: fundamental é o preço! mais baixos e impõem margens de ganho menoNinguém parece apostar no incremento das

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Ministro Mendes Ribeiro Filho visita a Sociedade Rural Brasileira

SILVIA PALHARES/SRB

RENATO PONZIO/SRB

Tela da Rural será exposta no maior festival de artes da Europa

O presidente da SRB, Cesário Ramalho (esq) recebe o ministro da Agricultura Mendes Ribeiro

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o dia 3 de outubro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, participou, na sede da Sociedade Rural Brasileira, de um almoço-reunião com o presidente da entidade Cesário Ramalho da Silva e as principais lideranças do agronegócio nacional. Na abertura do encontro, Cesário Ramalho enfatizou que a presença do ministro na “Casa da Agricultura Brasileira”, valoriza e apoia o setor que é formado pelo pequeno, médio e grande produtor. Destacou, também, que a presidente Dilma Rousseff tem feito um trabalho de sinergia que vai ao encontro das causas principais do agro brasileiro, a exemplo das novas medidas de apoio contidas no Plano Safra 2011/2012. Em nome da agropecuária nacional, o presidente da Rural pediu a Mendes Ribeiro que olhasse com atenção para algumas questões que atrapalham o desenvolvimento e o crescimento do setor: “O novo Código Florestal, no qual estamos trabalhando há quase dois anos, e entendemos que deve ser aprovado ainda este ano. A segunda questão que perturba o nosso setor e que está inibindo investimentos importantes é o da regulamentação da venda de terras para estrangeiros”. Durante seu discurso, Mendes Ribeiro salientou que não entende a razão de a agricultura não ter a importância da qual é digna no dia-a-dia dos brasileiros. E, esclareceu, que “se eu tenho alguma coisa que fazer na agricultura é emprestar minha experiência política para o reconhecimento do setor, o seu fortalecimento, para que as pessoas possam perceber que ao ajudarmos a agricultura, ela vai ajudar o Brasil”. O ministro da Agricultura finalisou ressaltando que “queremos ser, até a metade de 2013, um país livre de aftosa, mas para isso há que se ter o comprometimento e a disposição dos estados e municípios, dos integrantes da cadeia, e a participação concreta da iniciativa privada”. Sobre os pedidos do presidente da Rural, Mendes Ribeiro comentou que tem o novo Código Florestal como objetivo, bem como a definição da AGU em relação a terras para estrangeiros. Outra prioridade apontada pelo ministro é a construção, junto de sua equipe, de um seguro de renda para os produtores.

A sede da Rural tem um vasto e rico acervo, que narra a história da agricultura e pecuária no Brasil. Os destaques são a biblioteca com milhares de obras, muitas do começo do século XX, e os quadros dos pintores paisagistas Antonio Ferrigno, Rosalbino Santoro e Oscar Pereira da Silva

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Brasil será homenageado no maior festival de artes da Europa, a Europalia. Nesta 23ª edição, serão apresentados 130 shows, 60 apresentações de dança e 40 de teatro, 20 exposições de artes visuais e 90 palestras e conferências literárias em cinco países: Bélgica, Luxemburgo, França, Alemanha e Holanda. O evento iniciou em outubro deste ano e segue até fevereiro de 2012. Um dos quadros que embarcarão para a Europa é “A Florada do Café”, do italiano Antônio Ferrigno (1863 - 1940), que pertence ao centenário acervo da Sociedade Rural Brasileira. Discípulo da Scuola di Maiori (Itália/ 1863 - 1920), Ferrigno morou em São Paulo por 12 anos, de 1893 a 1905. Nesse período, reproduziu paisagens paulistanas, do interior e do litoral. Por ter retratado diversas fazendas de café, a pedido dos proprietários que queriam fixá-las em telas, ficou conhecido como o “pintor do café”. Um de seus trabalhos mais conhecidos é a série de seis telas sobre a atividade cafeeira, que ele pintou na Fazenda Santa Gertrudes, localizada no atual município de Santa Gertrudes/SP e de propriedade de um dos fundadores e ex-presidente da Rural, Conde de Prates. As seis telas que compõe a série – A Florada, A Colheita, Lavadouro, O Terreiro, Ensacamento do Café e Café para a Estação – foram enviadas pelo governo brasileiro à famosa Exposição Universal de Saint Louis (EUA), em 1903, e será uma delas que voltará a encantar o mundo 108 anos depois. RENATO PONZIO

SILVIA PALHARES E RENATO PONZIO

Sociedade Rural Brasileira Rua Formosa, 367, 19O andar – Anhangabaú - Centro CEP 01049-000- São Paulo – SP Tel: (11) 3123-0666 – Fax: (11) 3223-1780 www.srb.org.br

Jornalista Responsável: Silvia Palhares – silviapalhares@srb.org.br Corredator: Renato Ponzio

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Carta da S O B R A P A

S O C I E D A D E B R A S I L E I R A D E P R O T E Ç Ã O A M B I E N TAL

Um futuro sombrio O notável sucesso do agronegócio brasileiro pode ser comprovado por ter sido capaz de suprir as necessidades alimentares decorrentes do acréscimo da população nacional havido nos últimos 60 anos, da ordem de 140 milhões de pessoas, além de permitir ao País tornar-se atualmente um grande exportador de alimentos. Grãos e carnes, juntamente com minérios, formam hoje a maior parte da base de nossa receita de exportação, a ser provavelmente reforçada dentro de algum tempo pelo petróleo do pré-sal. Grande parte da indústria brasileira, em especial a de manufaturados, tornou-se pouco ou não competitiva, prejudicada que foi pelas exportações agressivas dos países asiáticos, notadamente a China, nos quais o baixo custo da mão-de-obra os torna imbatíveis, vulnerabilidade essa à qual se acrescem a vigência de nossa legislação trabalhista e tributária complexa e ultrapassada, a carência crônica de vias de transporte modernas e eficientes, e todos os demais problemas do “custo Brasil”. Assim, tudo leva a crer que, embora seja indesejável, nossa receita de moedas estrangeiras continuará por longo tempo baseada na exportação de produtos primários, com destaque naqueles derivados do labor nos campos. E isto dependerá de forma crucial dos impactos das mudanças climáticas e de sua evolução. Os cenários futuros das alterações de clima já em curso ainda são precários, mas mesmo assim precisam ser considerados com muito cuidado pelos agricultores e pecuaristas, e o que já se pode prever justifica graves preocupações. Estudo elaborado em 2008 – e revisto em 2009 – por equipe da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), denominado Economia das Mudanças Climáticas no Brasil – Estimativas das Ofertas de Recursos Hídricos no Brasil em Cenários Futuros de Clima 2015-2100, com base em dados contidos em 15 diferentes cenários, levou a conclusões merecedoras de considerações com profunda seriedade. Ele é longo e complicado, mas adiante mencionase parte de seus resultados e recomendações. Uma das mais significativas dessas conclusões diz respeito à variação do fluxo das principais bacias hidrográficas do País, intimamente ligado às variações de precipitações hídricas. Considerando como base de referência (100%) as médias dos fluxos das diferentes bacias no período de 1961-1990, abaixo são indicados os respectivos futuros valores percentuais previstos para o período 20112040:

Bacia do Amazonas .............................. 88% Bacia do Tocantins ................................ 83% Bacia do Paraguai ................................ 68% Bacia do Paraná .................................... 80% Bacia do Parnaíba ................................ 69% Bacia do S. Francisco ........................... 73% Outros rios da Região Sul .................... 95% Embora se reconheça que o estudo é apenas uma primeira abordagem do tema, constata-se que todas as bacias pesquisadas evidenciam tendência para diminuição de fluxo, decorrente de redução das precipitações e do aumento da evapotranspiração, acentuada esta pela maior temperatura do planeta. Serão especialmente afetadas as bacias do Nordeste e do Centro-oeste, enquanto as do Sul sofrerão menor alteração. No período seguinte, de 20412100, as previsões ainda mais se agravam; na bacia do S. Francisco, por exemplo, no final do Século, o fluxo poderá reduzir-se para 43%, passando toda a região a ter clima semiárido. Assim, vale ponderar sobre as consequências para os cultivos irrigados ao longo do rio e para o polêmico e caríssimo Projeto de Transposição, hoje em andamento. Claro está que as reduções de fluxo não serão rigidamente proporcionais a menores índices de precipitação hídrica posto que, com o aumento de temperatura e, consequentemente, incremento da evapotranspiração, em alguns casos poderá haver diminuição de fluxo de alguns rios mesmo sem haver redução de chuvas. Há também a reconhecer que as previsões se baseiam em modelos matemáticos e que estes são passíveis de alterações e de aperfeiçoamento, afetando as previsões. Uma das recomendações do estudo é justamente que futuras versões sejam efetuadas, mediante constante aperfeiçoamento desses modelos. Contudo, mesmo com tantas incertezas, seria prudente levar em conta que, em decorrência das mudanças climáticas, cuja realidade já não mais pode ser negada, há clara tendência de agravamento das condições hídricas no País e, por óbvio, as atividades agrícolas deverão prepararse para uma provável redução da disponibilidade de água. Nesta oportunidade, lembre-se que, justamente quando esse cenário sombrio se vislumbra, as alterações propostas no novo Código Florestal favorecem redução de florestas, indispensáveis para a alimentação das bacias e dos aquíferos.

Ibsen de Gusmão Câmara Presidente A Lavoura DEZEMBRO/2011 25

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SOBRAPA

S O C I E D A D E B R A S I L E I R A D E P R O T E Ç Ã O A M B I E N TAL

Citações

Os peixes e a floresta

A imprensa atribuiu o seguinte pensamento ao Dr. Britaldo Silveira Soares Filho, professor do Instituto de Geociências da Universidade de Minas Gerais, que, dentre outros temas de pesquisa, atua em análise e modelagem de Sistemas Ambientais e em Meteorologia Agrícola, e desenvolve modelos matemáticos de mudanças no uso e na cobertura do solo:

Já se sabia que alguns peixes amazônicos comedores de frutos são importantes na distribuição de sementes e no consequente rejuvenescimento da floresta, mas pesquisas recentes permitiram melhor avaliar seu verdadeiro papel nesta função ecológica. A pesquisadora Jill Anderson, da Universidade de Duke, North Carolina, e sua equipe instalaram radiotransmissores em 24 tambaquis (Colossoma macropomum) durante três cheias na região e monitoraram o tempo que os peixes mantinham ingeridas as sementes. Os dados obtidos indicaram que as sementes podem ser carregadas até 5,5 km, uma das maiores distâncias conhecidas para animais que dispersam sementes. Uma vez expelidas em águas rasas, elas germinam quando as águas refluem e ajudam a reflorestar as margens dos rios. A pesca excessiva dos tambaquis de grande tamanho, no entanto, pode estar comprometendo esse meio natural de dispersão de sementes, de considerável importância para a manutenção e regeneração das florestas ripárias da região. Outro peixe amazônico comprovadamente responsável por dispersão de sementes na Amazônia é o cachorro-de-padre (Auchenipterihthys longimanus), segundo foi constatado por pesquisa realizada na Universidade Federal do Pará, financiada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

“O País precisa parar de ver as áreas protegidas como custo e enxergá-las como um investimento para garantir equilíbrio climático, chuvas e produção agrícola (...) O Brasil dá uma contribuição para o mundo com suas florestas; isto precisa ser reconhecido e apoiado.” Essas observações são extremamente oportunas numa ocasião em que muitos, sem os conhecimentos necessários, defendem mudanças do Código Florestal para reduzir as áreas com florestas nas reservas legais, em margens de rios e nos terrenos acidentados, sem atentar para o que preceitua o conhecimento científico.

Natureza em perigo Um dos mais conhecidos produtos extraídos das florestas nativas é a castanha-do-pará, semente da castanheira (Bertholletia excelsa), ou castanheira-do-pará, árvore da Família Lecythidaceae e única espécie do gênero. O fruto da castanheira é uma cápsula lenhosa extremamente dura e aproximadamente esférica, com 10 a 15 centímetros de diâmetro, provida de uma abertura com uma espécie de tampa; as castanhas se desenvolvem arrumadas dentro dessa cápsula. Quando os frutos amadurecem e caem, alguns roedores, especialmente as cotias, roem a tampa e liberam as sementes, comendo parte delas e enterrando as demais, que assim germinam e regeneram a planta. As castanheiras são polinizadas somente por um tipo de abelha, que por sua vez depende para sua reprodução de determinada orquídea. Dessa forma, a regeneração das castanheiras é condicionada à existência dessas abelhas e da orquídea, num encadeamento ecológico extremamente interessante, mas que constitui uma vulnerabilidade para a existência da espécie. As castanheiras são árvores monumentais, encontradas dispersas nas florestas de terra firme da Amazônia, e são nativas das Guianas, Venezuela, Brasil e parte leste da Bolívia e do Peru. No Brasil, existem no Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia, mas devido aos extensos desmatamentos vêm-se tornando muito raras em vastas regiões do País, embora estejam supostamente protegidas pela legislação. Hoje, a árvore somente é relativamente comum no Suriname, Bolívia e Acre. Apesar de seu nome popular, atualmente metade da produção total da castanha-dopará vem da Bolívia. Sabe-se da existência de plantios, em pequena escala, pelo menos no estado do Acre, mas a quase totalidade da produção de castanhas provém das florestas nativas. A castanheira é considerada ameaçada de extinção e classificada na categoria de “Vulnerável”, tanto na lista oficial brasileira quanto na da IUCN.

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Fonte: Nature 31-03-2011 e Ciência Hoje 01-06-2011

Costa Rica cria enorme parque marinho A pequena Costa Rica, reconhecida como um dos países mais preocupados com a conservação de sua flora e fauna, expandiu uma área marinha já protegida no Pacífico para cerca de um milhão de hectares. Centrada na ilha de Cocos, que se situa a 550 km do continente, e denominada Área de Manejo dos Montes Submarinos, a nova reserva é rica em tartarugas-de-couro (Dermochelys coreacea), hoje fortemente ameaçadas de extinção, e em tubarões-martelos, bem como outros tipos de tubarões, atuns e espécies endêmicas, agora completamente protegidas nas áreas de exclusão de pesca recentemente criadas. O número das tartarugas-de-couro havia caído 40% na região, em virtude principalmente da coleta de seus ovos, e os tubarões-martelos também se encontram em acentuado declínio devido às capturas visando à exportação de suas nadadeiras para o Oriente. Segundo um representante da ONG Conservation International, que ajudou Costa Rica na criação da Área Marinha Protegida, ela contribuirá fortemente para conservar o ecossistema único das montanhas submarinas existentes na região. É auspicioso constatar-se que a criação de Áreas Marinhas Protegidas de grande extensão é uma forte tendência em várias regiões do globo. Somente neste século, já foram criadas as seguintes: Monumento Nacional Marinho Papaanaumokuakea (2006, EUA, 360.000 km2), Área Marinha Protegida Ilhas Phoenix (2008, Kiribati, 408.250 km2), Monumento Nacional Marinho Fossa das Marianas (2009, EUA, 246.608 km2), Monumento Nacional Marinho Ilhas Remotas do Pacífico (2009, EUA, 210.000 km2), Área Marinha Protegida Ilhas Príncipe Edward (2009, África do Sul, 180.633 km2), Área Marinha Protegida Chagos (2010, Território Britânico do Oceano Índico, 544.000 km2) e Parque

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S O C I E D A D E B R A S I L E I R A D E P R O T E Ç Ã O A M B I E N TAL

Marinho Motu Motiro Hiva (2010, Chile, 150.000 km2). Encontram-se propostas ou em planejamento: Reserva Marinha da Comunidade Britânica Comer Sudoeste (Proposta para 2011, Austrália, 322.000 km2), Área Marinha Protegida das Ilhas Cook (1.000.000 km2) e Área Marinha Protegida em águas internacionais no Mar de Sargaços (? 5.000.000 km2). À vista desses exemplos, quando o Brasil, que se comprometeu internacionalmente a proteger 10% de suas águas jurisdicionais, vai envolver-se nesse esforço de proteger a vida marinha? Fonte:Science 11-03-20 e MPA News

As florestas do mundo Levantamento realizado pela FAO em 2010, abrangendo 233 países , indicou que existem no mundo um pouco mais de quatro bilhões de hectares de florestas, representando cerca de 30% das terras do planeta, o que corresponde a aproximadamente 0,6 hectares por habitante humano. Rússia, Brasil, Estados Unidos da América, Canadá e China possuem mais de metade da área total de florestas. Embora 30% das terras do planeta seja uma extensão considerável, é necessário levar em conta que a FAO define como floresta quaisquer terras abrangendo mais de meio hectare, dotadas de vegetação com altura superior a cinco metros e uma cobertura de copa superior a dez por cento, ou de árvores com capacidade de atingir esta altura in situ. Assim, plantações homogêneas de árvores para fins comerciais podem ser incluídas na área total de florestas indicadas acima. Embora elas contribuam com a efetivação de alguns serviços ambientais prestados pelas florestas naturais, pouco significam em termos de preservação da diversidade biológica. Fonte: FAO, 2010. Global Forest Resources Assessment. Forestry Paper 163.

Pesca destrutiva Segundo constatou um estudo patrocinado pela prestigiosa Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, em inglês), a pesca desordenada não apenas dizimou as populações de várias espécies, tais como bacalhaus e atuns, mas também alterou drasticamente a constituição da biomassa nos oceanos do mundo. Uma equipe da Universidade da Colúmbia Britânica, do Canadá, analisou os modelos matemáticos de mais de 200 cadeias alimentares marinhas em torno do mundo, abrangendo o período de 1880 a 2007, avaliou a distribuição de biomassa nesses ecossistemas e extrapolou os resultados para todos os oceanos. O resultado evidenciou dados alarmantes: a biomassa total de peixes predadores – como, dentre outros, os atuns despencou em mais de dois terços nos últimos cem anos, sendo que 40% somente desde a década dos anos 70, enquanto que a biomassa de suas presas, tais como sardinhas e afins, aumentou globalmente cerca de 130%, a despeito de reduções regionais. A conclusão é que hoje temos um oceano diferente, no qual o desequilíbrio nas cadeias alimentares não é saudável nem sustentável. Mesmo que novos procedimentos de pesca sustentável sejam adotados mundialmente – algo improvável – não poderemos prever quais serão as futuras condições de equilíbrio a serem atingidas com a evolução dos ecossistemas hoje afetados.

Aumenta a quantidade de carbono na atmosfera No decorrer de 2010, o carbono atmosférico originado pelas atividades humanas alcançou o nível recorde de 30,6 bilhões de toneladas, de acordo com estimativas divulgadas pela Agência Internacional de Energia, em maio último. Esse total é superior em 5% ao recorde anterior, estabelecido em 2008. Em 2009, devido à crise econômica mundial, havia ocorrido uma pequena queda . Verifica-se portanto que, apesar das repetidas advertências e conferências internacionais sobre aquecimento global, a economia mundial continua desprezando-as e aumentando as emissões de CO2, o mais importante gás do efeito estufa. A situação assemelha-se à de um carro que, aproximando-se de um precipício, continuasse a acelerar o motor ao invés de usar os freios. Outros dados podem ser obtidos no endereço eletrônico go.nature.com/rtgd7f.

A importância dos insetos Segundo informação divulgada pelas Nações Unidas e publicada na edição de 18-03-2011 da revista Science, a contribuição dos insetos para a produção anual de alimentos, consequente de sua ação como polinizadores, corresponde a 153 bilhões de euros. O informe decorreu de um estudo em que se examinou o fenômeno de diminuição das abelhas em muitas regiões do mundo e suas conseqüências para a agricultura. Não foram indicados os parâmetros utilizados para chegar-se a tal montante. Essa notícia faz lembrar que as diferentes espécies de abelhas nativas sem ferrão, existentes nos nossos ambientes naturais, estão em processo de acentuada redução em muitas regiões em virtude do desmatamento. Se outras razões não houvesse, isto bastaria para justificar a preservação de áreas com vegetação nativa próximas aos cultivos.

Como se distribui a energia usada pelo homem Em 2008, a energia total usada pelo homem para todos os fins derivou de fontes muito díspares. A queima de combustíveis fósseis correspondeu, em conjunto, a 85,1%, distribuídos da seguinte forma: petróleo – 34.6%, carvão - 28,4% e gás – 22,1%. A energia nuclear contribuiu com apenas 2,0% e aquelas ditas renováveis, com 12,9%. No entanto, se excluirmos destas o uso tradicional de biomassa (6,3%), as demais formas de energia renovável ficariam com apenas 6,6% do total, assim repartidas: biomassa não tradicional – 3,9%, hidroeletricidade – 2,3%, energia eólica – 0,2%, energia solar e geotérmica – cada uma com 0,1%, e energia oceânica – 0,002%. Esses números mostram que os combustíveis fósseis – responsáveis pela maior parte do efeito estufa - geraram mais de quatro quintos da energia total utilizada em 2008 e, assim, evidenciam a enorme dificuldade para serem substituídas, em curto prazo, as fontes produtoras do carbono atmosférico. No que pesem as ameaças do aquecimento global, em todos os cenários imaginados como viáveis os combustíveis fósseis continuarão a ter um papel importante nas próximas décadas, a não ser que se reduza substancialmente o uso de energia, o que levaria nosso tipo de civilização ao colapso. Qual, então, poderá ser a saída?

Fonte: Science, 25-02-2011

Fonte dos dados numéricos: Nature 12-05-2011

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Geologistas debatem se devemos criar uma nova época para marcar a atuação humana no planeta O tempo geológico é dividido em eóns, eras, períodos e épocas, separadas por fatos geológicos ou biológicos que as distinguem e deixam marcas nos sedimentos. Desde 11.700 anos atrás, quando se convencionou o fim da última glaciação, vivemos na época denominada Holoceno. Contudo, os profundos impactos causados pela atuação humana sobre o planeta estão levando alguns geólogos a proporem o início de uma nova época, que seria denominada Antropoceno. Esta denominação, sugerida no ano 2000, ainda não está formalmente aceita, mas já vem sendo usada repetidamente. Alguns acham a idéia prematura, ou mesmo sem sentido, mas outros a defendem, uma vez que a presença humana evidentemente está deixando marcas muito profundas em todo o globo. A produção de alimentos, a urbanização e outras formas de utilização dos espaços já alteraram mais de metade das terras não cobertas pelo gelo. A movimentação do solo e das rochas já ultrapassou em volume os efeitos das alterações naturais, tais como erosão e vulcanismo. Espera-se que no final deste século, devido às maciças emissões de dióxido de carbono, a acidez devida ao CO2 tenha alterado em 0,3 a 0,4 pontos o pH da água do mar, afetando significativamente a composição dos sedimentos oceânicos. Seja como for, o estabelecimento de uma nova época vai depender de sua aceitação e oficialização pela Comissão Internacional de Estratigrafia, mas, de qualquer forma, aceita ou não a ideia, é indiscutível que a passagem do homem sobre a Terra, dure ela quanto durar, deixará uma impressão indelével.

A Usina de Tapajara, prevista no PAC, dependia da alteração dos limites do P.N. Campos Amazônicos, e está prevista para gerar 350 megawatts. O Parque perdeu 340 km2, mas foi compensado por um aumento de 1.500 km2. O P.N. da Amazônia e o P.N. Mapinguari perderam respectivamente 70 km2 e 280 km2, com a justificativa de que antes haviam recebido ampliações. Embora, no caso, as alterações de limites tenham sido compensadas com acréscimos, o precedente é perigoso porque o princípio de perpetuidade foi negligenciado. Se for reduzido o território já estabelecido, mesmo compensando a perda com inclusão de outra área, o ecossistema sofrerá. Parques Nacionais podem receber acréscimos, mas não devem estar trocando de lugar. Além disto, o desrespeito à inviolabilidade serve de exemplo para outros casos futuros, em que compensações sejam ignoradas. Lamentavelmente, o descaso flagrante com as unidades de conservação e a falta de compreensão de sua enorme importância biológica vêm motivando disputas entre ambientalistas e ruralistas. Recentemente o deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO) propôs uma “grande campanha” para que novas unidades só sejam criadas com autorização do Congresso Nacional. Se for aceita a estapafúrdia proposta, com a “eficiência” conhecida do nosso Congresso, o Brasil não cumprirá os compromissos assumidos por ocasião da Conferência de Nagoya para ampliar suas áreas naturais protegidas, uma tendência mundial em um mundo cada vez mais antropizado.

Perigoso precedente Os Parques Nacionais são uma das mais rígidas categorias das áreas naturais protegidas, conhecidas oficialmente no Brasil como Unidades de Conservação. Sua razão de ser é proteger áreas onde o impacto humano seja o menor possível, de modo a permitir que nelas a natureza siga seu curso, viabilizando a sobrevivência dos ecossistemas em sua integridade. Para isto, é indispensável que seus limites sejam mantidos imutáveis. A criação das Unidades de Conservação é prevista na Constituição Federal, que determina em seu Artigo 225 a definição, em todas as unidades da Federação, de “...espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei...” . A verdadeira razão de ser das Unidades de Conservação é constituírem bancos genéticos, onde a diversidade da vida seja preservada em perpetuidade. Em agosto de 2011, porém, a Presidente Dilma, por Medida Provisória, alterou a demarcação dos denominados Parques Nacionais da Amazônia, Campos Amazônicos e Mapinguari, todos na Amazônia, e liberou a exploração mineral no entorno de dois deles. Com a mudança, as empreiteiras recebem autorização para estabelecer canteiros de obras das usinas hidrelétricas de Tapajara, Santo Antônio e Jirau.

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SOBRAPA Sociedade Brasileira de Proteção Ambiental CONSELHO DIRETOR PRESIDENTE Ibsen de Gusmão Câmara DIRETORES Maria Colares Felipe da Conceição Olympio Faissol Pinto Cecília Beatriz Veiga Soares Malena Barreto Flávio Miragaia Perri Elton Leme Filho CONSELHO FISCAL Luiz Carlos dos Santos Ricardo Cravo Albin SUPLENTES Jonathas do Rego Monteiro Luiz Felipe Carvalho Pedro Augusto Graña Drummond

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Produção integrada de uva: maior valor agregado no processamento vitivinícola

A Produção Integrada de Frutas irá atender à sustentabilidade social e à rentabilidade da produção, tornando o produtor mais competitivo em um cenário de economia globalizada e mercados exigentes em qualidade e segurança do alimento A Lavoura DEZEMBRO/2011 29

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ENGENHEIRO AGRÔNOMO, MESTRE E DOUTOR EM FITOTECNIA PESQUISADOR EMBRAPA UVA E VINHO

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viticultura ocupa uma área de aproximadamente 82,5 mil hectares no Brasil e produz 1,34 milhão de toneladas de uva/ano. Deste volume, cerca da metade (50,39%) é destinada ao processamento para a elaboração de vinhos, sucos e outros derivados, sendo o restante (49,61%) comercializado como uva de mesa. Do total da uva processada, estima-se que 77% sejam usadas na produção de vinho de mesa e 9% na de suco de uva, ambas elaboradas a partir de uvas de origem americana, especialmente as cultivares de Vitis labrusca e Vitis bourquina, e híbridos interespecíficos diversos; e que cerca de 13% seja destinada à produção de vinho fino e espumante, elaborados com cultivares Vitis vinifera. A produção de uva para processamento, conclui-se, é um importante segmento gerador de emprego e renda no país, capaz de fornecer um produto com valor agregado – suco, vinho e espumante – que atrai divisas à nação. Prova disso é que, segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), exportamos vinho para 22 países, destacando-se os Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e República Tcheca. Essa condição só foi alcançada devido ao desenvolvimento de tecnologias de ponta no Brasil. Todavia, ela está ameaçada devido ao rigor crescente do mercado externo em relação a produtos de qualidade e saudáveis, em conformidade com os requisitos da sustentabilidade ambiental e da segurança alimentar, mediante a utilização de tecnologias não-agressivas ao meio ambiente e à saúde humana. Sistema da Produção Integrada de Frutas - PIF A adoção do sistema PIF por parte dos viticultores e vinícolas é uma forma segura de vencer esses desafios. A Produção Integrada da Uva é definida como a produção econômica de uvas de alta qualidade, dando prioridade a métodos seguros do ponto de vista ecológico, os quais minimizam os efeitos secundários nocivos do uso de agroquímicos, de modo a salvaguardar o ambiente e a saúde humana. Além disso, a PIF surgiu para atender, também, à sustentabilidade social e à rentabilidade da produção, tornando o produtor mais competitivo em um cenário de economia globalizada e mercados exigentes em qualidade e segurança do alimento. A adoção da PIF, adicionalmente, proporciona outros benefícios aos produtores, por abranger princípios de sustentabilidade ambiental, permitindo o ajustamento de conduta junto a órgãos ambientais. Traz, ainda, uma grande contribuição para a gestão da propriedade, já que direciona o produtor a organizar e registrar suas informações, possibilitando análises econômicas mais pertinentes e confiáveis. Para o consumidor, os produtos da PIF garantem a redução dos riscos de contaminação, sejam de ordem química (resíduos de agrotóxicos, micotoxinas, nitratos e outros), física (solo, vidro, metais e outros) ou biológica (dejetos, bactérias, fungos e outros). Para atingir esses objetivos é preciso seguir normas, desde o manejo do vinhedo até a embalagem do produto processado, passando pelo cuidado na colheita e no transporte. Qualidade e segurança Em sintonia com uma preocupação setorial, diversas ações vêm sendo organizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para que seja possível se produzir com melhor qualidade e maior segurança para o produtor e para o consumidor. Desde 1997, a Embrapa Uva e Vinho tem atuado com o sistema de Produção Integrada (PI), possibilitando uma

certificação que é aceita internacionalmente. O processo de certificação envolve a auditoria da empresa ou produtor rural que produz a uva, o vinho e/ou o suco por uma empresa certificadora, a qual deve ser acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para esta finalidade. Dessa forma, a Produção Integrada preconiza que todo o sistema de produção, desde a produção da uva no campo, até a elaboração do vinho ou do suco, passe por um processo de avaliação de conformidade com os critérios descritos nas Normas da Produção Integrada de Uva para Processamento, permitindo receber o selo da Produção Integrada somente aqueles produtores ou vinícolas que atendem todos os pré-requisitos.

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VITICULTURA

Uva da cultivar Merlot, na vinícola Luiz Argenta, no município de Flores da Cunha/RS

Exigência do mercado A avaliação de conformidade é uma exigência de mercado, a qual assegura a qualidade e a inocuidade do produto, possibilitando o controle e a rastreabilidade hábil e permanente de todo o sistema e do processo produtivo. O processo de certificação permite, portanto, o acesso a mercados externos, os quais são reconhecidamente exigentes em termos de segurança alimentar. Após diversos outros processos de certificação para frutas, como a maçã, o pêssego, a uva de mesa, a manga e o mamão, a uva para processamento está sendo trabalhada em um projeto coordenado pela Embrapa e com a parceria de diversas instituições e empresas privadas. Este projeto abrange os polos de viticultura de clima temperado, tropical semiárido e subtropical do Brasil, representados, respectivamente, pelo Estado do Rio Grande do Sul, pelo Vale do São Francisco e pelo Estado do Paraná. No Rio Grande do Sul, o projeto iniciou-se na metade de 2010, com a instalação de quatro áreas de validação em vi31 OUTUBRO/2011 A Lavoura

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nhedos da Serra Gaúcha e da Campanha. Os primeiros resultados foram obtidos na safra 2011, culminando no processamento da matéria-prima – elaboração de suco ou vinho, de acordo com a cultivar – e na realização de análises multirresíduos na uva, no suco e no vinho. A análise multirresíduo visa detectar a eventual presença de resíduos químicos na uva e em seus produtos, sendo que a relação de moléculas químicas analisadas segue a legislação vigente. Nesse sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) atualiza periodicamente os limites máximos de resíduos e de contaminantes tolerados para fins de monitoramentos de agrotóxicos, através da publicação, no Diário Oficial, de Instruções Normativas. Dessa forma, sabese quais os princípios ativos proibidos, os permitidos e em que níveis podem estar presentes nos alimentos. Manuais técnicos Neste ano, foram instaladas novas parcelas de validação das Normas da Produção Integrada de Uva para Processamento no Vale do São Francisco e no Estado do Paraná. Em complementação a estas atividades, estão sendo preparados manuais técnicos a serem utilizados em futuros cursos de capacitação para técnicos que atuarão junto a produtores de uvas e a vinícolas. Estes manuais contêm a informação técnica necessária para implantar o sistema de Produção Integrada, desde a instalação do vinhedo – passando pelo manejo do solo e da planta – e a colheita, até o processamento da uva na vinícola. Estruturação do Projeto da Embrapa O Projeto da Embrapa irá elaborar, validar e disponibilizar à sociedade brasileira as Normas Técnicas da Produção Integrada de Uva para Processamento – Vinho e Suco (Normas PIUP). Ele contempla vinte e duas atividades, distribuídas em quatro planos de ação (Gestão do Projeto; Elaboração e Harmonização das Normas; Transferência de Tecnologia via Unidades de Validação; Articulação e Sensibilização de Agentes de Mídia para Externalização do Sistema PIUP). O projeto abrangerá quatro regiões – Serra Gaúcha, Campanha (RS), Vale do São Francisco e Estado do Paraná. Nestas regiões, está prevista a instalação de parcelas experimentais, onde serão avaliadas as cultivares mais importantes de uva, de acordo com sua representatividade de cultivo, seguindo o seguinte esquema: - Grupo 1: Vinhos finos (Vitis vinifera) – Serra Gaúcha, Campanha, Lagoa Grande (PE) e Casa Nova (BA); - Grupo 2: Vinhos de mesa e suco (Vitis labrusca) – Serra Gaúcha e Paraná. No Rio Grande do Sul, foram instaladas, em meados de 2010, quatro parcelas experimentais, também denominadas unidades demonstrativas, localizadas em: - Flores da Cunha: vinhedo cultivar Merlot, da Vinícola Luiz Argenta; Caxias do Sul: vinhedo cultivar Isabel, de Rodrigo Formolo, viticultor associado à Cooperativa Vitivinícola Nova Aliança; Garibaldi: vinhedo cultivar Concord, de Selmar Corbellini, viticultor associado à Empresa Tecnovin e Santana do Livramento: vinhedo cultivar Cabernet Sauvignon, da Vinícola Almadén. No Estado do Paraná e no Vale do São Francisco, as unidades demonstrativas já estão sendo instaladas de acordo com a seguinte localização: - Araucária (PR): vinhedo cultivar Bordô, de Nelson Bertulucci, viticultor assistido pela Emater-PR; Almirante Tamandaré (PR): vinhedo cultivar Bordô, de Mauro S. Perussi, viticultor assistido pela Emater-PR; Lagoa Grande (PE): vinhedo cultivar Tempranillo, da Vinícola Ducos; e Lagoa Grande (PE): vinhedo cultivar Syrah, da Vinícola Santa Maria. A Lavoura DEZEMBRO/2011 31

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AMAR VELHO DA SILVEIRA/EMBRAPA UVA E VINHO

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Ações previstas • Elaboração e Harmonização das Normas a elaboração das Normas PIUP e que Esta etapa do projeto visa à elaboração e têm como principais características: harmonização das Normas Técnicas da Produção In• O manejo da cultura deve tegrada de Uva para Processamento. Para este maximizar a entrada de luz no dossel fim, pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho e vegetativo, promover o desenvolviEmbrapa Semiárido elaboraram as referidas mento equilibrado das plantas, perNormas, as quais foram posteriormente mitir a produção de fruta de alta apresentadas ao setor produtivo para sua qualidade e regular a produção de discussão e harmonização. acordo com a capacidade das As Normas Técnicas da Produção Inplantas; tegrada de Uva para Processamento con• Os agroquímicos somentemplam 15 áreas temáticas, as quais te podem ser utilizados quanabrangem todas as etapas do sistema do indicados pelos resultados de produção da uva e do seu processade análises, do monitoramento mento. Cada área contém práticas obride pragas e moléstias ou quangatórias, recomendadas, permitidas, do recomendados pelos técnicos com restrição e proibidas. Sua imporresponsáveis, mas desde que estetância reside no fato de constituir-se jam registrados para a cultura no em documento regulamentador espeMapa e que sejam respeitadas as docífico para a cultura da uva para processes de aplicação e os prazos de carência samento, vindo a nortear todas as práconstantes do rótulo do produto. Nas foticas adotadas dentro do sistema. Portos abaixo, é possível visualizar o monitanto, o documento, além de dar as toramento de pragas e moléstias que é diretrizes para a produção de aliadotado nas parcelas da Produção Inmentos seguros à saúde hutegrada de Uva para Processamento; mana, conterá as leis que re- Colheita de uva da variedade Cabernet Sauvignon em parcela • Adoção de práticas que da Produção Integrada, na Vinícola Almadén, gem a Produção Integrada de minimizam o impacto ambiental em Santana do Livramento, em 2011 Frutas no Brasil. Nele, as e de critérios (relevo, clima, solo, empresas certificadoras desegurança ambiental e alimentar) desde a escolha da área verão se basear para estabelecer a conformidade, ou não, das para plantio do vinhedo até o processamento da uva na vipráticas adotadas no vinhedo e na vinícola por aqueles que denícola, visando à redução dos riscos de contaminação quísejarem receber o selo da PI. mica (resíduos de agrotóxicos, micotoxinas, nitratos e outros), física (restos de vidro, metais e partículas de solo) • Transferência de Tecnologia via Unidades de Validae biológica (fungos, bactérias, dejetos e outros). ção - A experiência da Embrapa em projetos de produção Externalização do Sistema de Produção Integrada de Uva integrada tem demonstrado que a forma mais eficiente de para Processamento - Após a conclusão da etapa de elaboratransferir tecnologia aos produtores rurais é através da insção e validação das normas, o sistema será transmitido à catalação de unidades de validação, onde o produtor observa deia produtiva da uva e do vinho e à sociedade brasileira, atrae vivencia diariamente a aplicação do sistema. Nesse convés da realização de cursos de capacitação de técnicos, dias texto, o viticultor adquire confiança e sente-se seguro para de campo, seminários e distribuição dos manuais técnicos que adotá-lo na sua propriedade. Por outro lado, as unidades de orientam e embasam a adoção do sistema, bem como por meio validação também servem para detectar e corrigir as possída publicação de artigos na mídia. veis falhas do sistema, as quais somente são detectadas Duração do projeto e parceiros quando o Sistema da Produção Integrada está sendo aplicaO projeto tem previsão de duração de três anos e meio: do no campo. teve início em meados de 2010 e término no final de 2013. No Sistema da Produção Integrada, prevalecem as normas Um importante conjunto de instituições, empresas prie critérios de manejo definidos na Instrução Normativa MAA vadas e cooperativas do setor vitivinícola aporta a este pro20/2001 e Instrução Normativa MAA 11/2003, as quais norteiam

Monitoramento de pragas e doenças na PI: à esquerda, armadilha modelo do tipo McPhail, para captura dos adultos da mosca-dasfrutas do gênero Anastrepha; no centro, armadilha modelo Delta, para captura de adultos da traça-dos-cachos (Cryptoblabes gnidiella); à direita, dano do besouro desfolhador (Maecolaspis aenea) nas bagas

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Processo de microvinificação da uva feita na Cantina Experimental da Embrapa: à esquerda, as uvas despejadas na desengaçadeira... vão para o minitanque de fermentação, onde se inicia o processo de maceração... e os garrafões de vidro onde ocorrem os processos de fermentação (tumultuosa à esq e lenta à dir) em Bento Gonçalves, RS

jeto o apoio do setor produtivo, disponibilizando suas áreas de vinhedos ou de seus fornecedores e associados para a implementação das Estações de Validação das Normas PIUP, além de vários insumos empregados na produção de uvas, de mão-de-obra especializada e de logística de transporte. Também o meio acadêmico e a área de extensão, além do governo federal, oferecem suporte. Compõem tal grupo a Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e o Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf); a empresa Tecnovin, além das vinícolas Almadén, Luiz Argenta, Ducos e Santa Maria; a Cooperativa Central Nova Aliança (Coocenal); e ainda a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Emater-PR e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ao MAPA, representado por seus agentes federais, cabe acompanhar todas as etapas do projeto, analisar as questões que envolvem a legislação do país e a conformidade dos procedimentos a serem preconizados nas Normas PIUP e os adotados na realização das análises multirresíduos. Além disso, após

Embrapa inicia pesquisa sobre compostos bioativos em bagaço de uvas

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Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ) iniciou atividades de pesquisa que visam “extrair do bagaço de uvas compostos bioativos, como o resveratrol e outras moléculas, que possam contribuir para saúde e desenvolver bebidas lácteas e sucos de frutas com estes compostos funcionais de interesse comercial e industrial”, explica a pesquisadora Lourdes Maria Correa Cabral, líder do projeto extração e uso de substâncias de interesse comercial e industrial a partir de coprodutos gerados na produção de vinhos e suco de uva. O projeto vai trabalhar com resíduos do processamento de suco de uva, vinho tinto e vinho branco e também vai estudar a extração de óleo dos caroços presentes no bagaço. O óleo da semente de uva tem alto valor agregado e é muito utilizado na indústria de cosméticos, cada vez mais interessada em utilizar ingredientes naturais, mas ainda não é extraído do resíduo da uva, sendo descartaO óleo do resíduo da uva ainda é descartado, mas pode ter aproveitamento econômico

a validação das Normas PIUP a campo, são os responsáveis por dar continuidade aos procedimentos legais até a publicação das Normas no Diário Oficial da União. Mais competitividade A concretização deste projeto proporcionará mais competitividade ao setor da uva e do vinho, seja pelo aumento da qualidade de seus produtos, seja pelo marketing positivo que o sistema possibilita. Com isso, busca-se atender à satisfação do consumidor, que está cada vez mais exigente, e o acesso a novos mercados. No entanto, para a manutenção destes benefícios, após a publicação das Normas da Produção Integrada de Uva para Processamento no Diário Oficial, torna-se necessária a criação de um comitê a fim de atualizar o sistema anualmente, principalmente quanto à Grade de Agroquímicos, à adoção de novas práticas ao sistema e à harmonização dessas Normas com as adotadas pelos principais países importadores.

do. O projeto vai aperfeiçoar a técnica de separação do caroço do bagaço e os processos de extração e refino do óleo da semente da uva, garantindo seu aproveitamento. Os resíduos da indústria vinícola e de sucos ganharão aproveitamento econômico e para os produtores, mais opções de renda.

Fases Na primeira fase, serão realizados estudos de extração de compostos com atividade biológica (bioativos) dos bagaços por meio de extração com solvente e enzimática, além de estudos de extração de óleo das sementes presentes no bagaço. Pretende-se, no primeiro ano do projeto, aperfeiçoar o processo de extração no que diz respeito à atividade antioxidante em cada um dos extratos. Será verificado o nível de atividade antioxidante e o teor de antocianinas para saber qual é o mais interessante do ponto de vista funcional. Em uma segunda fase, as instituições parceiras vão realizar estudos e testes com os extratos e desenvolver os produtos. Participam do projeto pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS), Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE) e quatro grupos de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Escola de Química, Grupo de Bioquímica Médica, Instituto de Microbiologia e Grupo Ciência de Alimentos. Além da parceria de instituições de ensino e pesquisa, o projeto conta com a participação da Vinícola Aurora e da Tecnovin, empresas produtoras de vinhos e suco de uva com expressiva participação no mercado, sediadas no Rio Grande do Sul. JOÃO EUGÊNIO - EMBRAPA AGROINDÚSTRIA DE ALIMENTOS

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Brasil se torna centro de negócios para transgênicos Em cinco anos, o Brasil se consolidou como segundo maior produtor de grãos transgênicos do mundo, atrás apenas dos EUA, e se transformou em um centro de negócios para as indústrias de sementes geneticamente modificadas (GMs). Quem elogia as mudanças que fizeram da produção transgênica uma bandeira nacional são os representantes das indústrias e os pesquisadores, que criticavam a lentidão na aprovação das sementes. Eles comemoram o quadro atual como uma vitória de organizações como o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) que ctem entre seus 29 associados as indústrias multinacionais Monsanto, Syngenta, Basf e Bayer, principais investidores do setor. O país aprovou 33 sementes GMs desde 1998 – 23 delas nos últimos três anos. O sistema de avaliação deslanchou depois da criação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em 2005. Os 27 membros da organização estão levando menos de um ano para liberar a produção comercial de organismos geneticamente modificados. “O

Brasil vive um novo momento desde 2005. A CTNBio tem feito um trabalho exemplar na avaliação e liberação de sementes seguras para o consumidor e o meio ambiente”, disse a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani. Ela defende que o país se tornou referência não apenas por tomar decisões mais rapidamente, mas também por ter adotado um marco regulatório estruturado. Apesar de ter aprovado a importação de 36 tipos de transgênicos para consumo humano e produção de ração animal, a maior parte da União Europeia proíbe o cultivo de transgênicos, informa Sylvia Burssens, pesquisadora da Universidade de Gent (Bélgica). Cobranças à CTNBio - Contudo, a atuação da CTNBio)vem sendo fortemente questionada por pesquisadores e representantes de organizações que defendem o ambiente e os direitos dos consumidores. “A CTNBio nunca negou um pedido de liberação comercial de um transgênico”, questiona Ana Carolina Brolo de Almeida, advogada da Terra de Direitos, organização que estuda entrar

na Justiça Federal contra a liberação do feijão transgênico da Embrapa, que ocorreu em 15 de setembro. “Estamos aguardando prazo de 30 dias que as entidades de registro e fiscalização possuem para possível apresentação de recurso junto ao CNB (Conselho Nacional de Biossegurança)”. O próprio Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) colocou em xeque a liberação do feijão. Para o presidente do Consea, Renato Maluf, faltam estudos para provar que a semente resistente ao mosaico dourado – principal doença do feijoeiro – é segura para a saúde e o ambiente. Na votação da CTNBio, 15 membros foram favoráveis, dois se abstiveram e cinco disseram que faltavam estudos, pedindo diligências. Mesmo assim, a liberação foi considerada válida. Por outro lado, as 33 liberações de sementes permitiram que os transgênicos passassem a cobrir mais da metade dos 50 milhões de ha destinados pelo país à produção de grãos (2/3 da área da soja e 2/3 do plantio de milho de inverno, além de metade da área do milho de verão). A tecnologia facilita o controle de ervas daninhas e insetos, mas não implica necessariamente em redução de custos ou no uso de agrotóxicos. Fonte: Agrolink

Monsanto multiplica soja inédita A Monsanto está em fase de multiplicação de uma semente de soja transgênica inédita no mundo, resistente a ervas daninhas e a insetos, desenvolvida especialmente para o Brasil, e poderá lançá-la comercialmente nas próximas safras. A soja Intacta RR2 Pro foi aprovada em 2010 pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). “A nova soja foi desenvolvida pensando na produção no Brasil, onde as plantas daninhas e as pragas são os principais entraves para a produção agrícola. Nesta fase de desenvolvimento, fazemos melhoramento genético de novas cultivares para ter o registro. Em paralelo, começamos a produção de sementes para disponibilizar ao agricultor,” afirmou Geraldo Berger, diretor de Regulamentação da empresa. Segundo ele, a Monsanto já está multiplicando as sementes para conseguir ter um volume que considera suficiente para as principais regiões produtoras, e somente depois fará o lançamento no país. “Logo que tivermos volume suficiente, a soja será lançada em 2012/13”, estima Berger. “Vamos fazer um trabalho bastante grande na próxima safra com agricultores, para que eles conheçam a tecnologia” acrescentou. Quando chegar ao mercado, a soja será mais uma alternativa para produtores reduzirem os gastos com defensivos na lavoura. O diretor evitou comentar sobre eventuais ganhos de produtividade com a nova soja, dizendo apenas que os testes são “promissores”: “se alguém tem o controle de plantas daninhas e resistência a insetos, protegendo a planta desses fatores, é possível

ampliar o potencial produtivo, com a expectativa de um aumento da produtividade em função dessas características”, pondera. Segundo a estimativa do diretor da consultoria Céleres, Anderson Galvão, a Monsanto tem prometido um ganho de produtividade de 8% com a nova soja, que deverá ser plantada para multiplicação em cerca de 60 mil hectares em 11/12. Berger afirma ainda que a forma de trabalho com a soja Roundup Ready, resistente ao herbicida glifosato, repetiu-se: o estabelecimento de parcerias entre a Monsanto, outras empresas de melhoramento genético e produtores de sementes para desenvolver o novo produto, que oferece, além do RR, a tecnologia Bt, de proteção contra insetos. Segundo a Céleres, na safra 11/12 a soja RR, plantada em larga escala no Brasil há vários anos, estará presente em 82,7 % das lavouras do Brasil, em uma área de 20,8 milhões de hectares, contra 18,4% na temporada 2011. Fonte: Agrolink

À direita, a soja RR2 foi desenvolvida para resistir a ervas daninhas e insetos no Brasil

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Cultivo protegido de uva aumenta produtividade em 100%

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VITICULTURA

Sistema que utiliza cobertura impermeável reduz também incidência de doenças em até 70% A Lavoura DEZEMBRO/2011 35

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VITICULTURA

Ao proteger as folhas da incidência direta da chuva, a cobertura diminui o ataque dos fungos e outras doenças

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umento de 100% na produtividade e redução de 70% na aplicação de defensivos agrícolas. Esses são os resultados do uso do cultivo protegido em “Y” com cobertura impermeável para plantio de videiras. A técnica, introduzida e adaptada pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, para as condições do Estado de São Paulo, poderá substituir, mesmo que gradativamente, a condução em espaldeira a céu aberto para cultivo da uva niagara rosada, sistema muito utilizado pelos produtores paulistas. A nova técnica, resultante de trabalho do IAC, melhora ainda a qualidade dos frutos, gera cachos de uva maiores e protege a plantação contra chuvas de granizo e ataque de pássaros, que podem acabar com toda a produção ou prejudicar seriamente a qualidade das uvas atingidas. O estudo é inédito no Estado de São Paulo. Diminuição de pragas A principal contribuição do cultivo protegido está na diminuição da ocorrência das principais doenças da viticultura. “O uso de cobertura de plástico ou de outro material impermeável protege as folhas e cachos da incidência direta da chuva e, consequentemente, reduz as condições que favorecem o de36

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senvolvimento de doenças fúngicas”, diz José Luiz Hernandes, pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Ainda segundo Hernandes, a cobertura impermeável funciona como um guarda-chuva sobre a videira e os fungos não têm como se instalar, já que não há água livre sobre as plantas. “Em ensaios que foram conduzidos sem nenhuma pulverização para controle de antracnose, míldio, mancha-das-folhas e podridão, que são as principais doenças da uva niagara rosada, constatouse a redução de 60% a 70% da ocorrência de enfermidades”, afirma o pesquisador do IAC. Neste mesmo percentual é a queda do uso de defensivos agrícolas. “Essa redução, além do retorno financeiro devido à baixa do uso de defensivos, economia de mão-de-obra, combustível e diminuição do desgaste de equipamentos, gera ainda um retorno que, em geral, não é capitalizado, como a proteção do meio ambiente e também um ganho humano, tanto para a saúde dos aplicadores como dos consumidores finais”, explica Hernandes. Normalmente, os produtores utilizam o sistema de condução em espaldeira a céu aberto (parecido com

uma cerca com três fios de arame) para o cultivo da uva niagara rosada. Neste método, as parreiras ficam um pouco mais baixas e são distribuídas pelas ruas de maneira uniforme. Os ramos anuais são conduzidos na vertical e precisam ser amarrados aos fios de arame para não serem derrubados ou quebrados pelos ventos ou pelo peso da uva. “No sistema em Y, os ramos ficam quase na horizontal e deitam-se naturalmente sobre os arames. Com isso, reduz-se a necessidade de amarrio para que eles não caiam e ainda os desestimula a brotar – por não ficarem mais na horizontal – reduzindo também a necessidade de desbrota das plantas, uma operação que demanda muitas horas de trabalho no vinhedo”, diz o pesquisador do IAC. Na videira, no sistema usual, os cachos ficam a uma altura entre 80 centímetros a um metro do solo, enquanto no “Y”, ficam entre 1,5 m e 1,8 m. De acordo com o pesquisador do IAC, a diferença na altura das parreiras também reflete na ocorrência de doenças. “Quanto mais próximo do chão, mais perto a planta fica da umidade e do calor refletido e, com isso, há maior incidência de doenças. Se a planta fica mais alta e mais ventilada, esse índice vai diminuir”, explica.

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VITICULTURA ARQUIVO IAC

Os cachos no sistema protegido são maiores, mais atraentes para o consumidor

A maior exposição ao sol estimula a produção

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Redução no custo de produção Os cachos das uvas também ficam mais afastados por conta da disposição dos ramos, separados com metade para cada lado do “Y”. Segundo o pesquisador do IAC, essa característica também influencia a aplicação de defensivos e a produtividade. “Na uva, se os cachos ficam muito próximos, quando você aplica o defensivo, um vai impedir que o outro receba o produto aplicado. Quanto à produtividade, se os ramos estão mais abertos, as gemas ficam mais expostas à luz solar. Isso altera a fisiologia da uva e estimula a produção”, explica Hernandes. Com a diminuição no número de aplicação de defensivos, redução da desbrota e amarrio, o cultivo protegido em “Y” otimiza o tempo para o cuidado com a plantação, reduzindo significativamente a mão de obra utilizada e influenciando positivamente no custo de produção. “A circulação dentro do vinhedo é facilitada possibilitando a mecanização de diversas operações, desde a aplicação de defensivos por turbina, adubações, até a circulação de pequenos veículos na colheita. Some-se ainda o maior conforto do agricultor ao realizar

as tarefas com o corpo em posição mais ereta, na sombra e protegido da chuva”, acrescenta. O sistema já está sendo implantado em alguns municípios paulistas, como Louveira, Jundiaí, Indaiatuba e Itupeva. “Há um aumento da procura de informações por parte dos produtores. Eles estão percebendo a vantagem do cultivo protegido em “Y” e querem implantar em seus vinhedos, por isso já estamos trabalhando na edição de um boletim técnico sobre o assunto”, comenta Hernandes. Investimento O custo inicial para implantação do sistema é elevado. Para plantar um hectare de espaldeira a céu aberto o produtor investe em média R$ 30 mil. No sistema protegido em “Y” com cobertura impermeável, o valor pode chegar a R$ 70 mil. “Pelo valor mais elevado do investimento, a recomendação é que o produtor faça a conversão aos poucos, ao longo dos anos”. Hernandes ressalta que o investimento é recuperado em pouco tempo por conta da maior produtividade e menores gastos com defensivos e mão-de-obra.

O material utilizado para colocar em cima da estrutura é o filme plástico impermeável, a ráfia plastificada ou o telado plástico. Este último não é impermeável e perde a principal vantagem que é a diminuição de doenças. O pesquisador do Instituto Agronômico alerta para a necessidade do uso de quebra-ventos nos vinhedos que adotam a técnica. “Devido à altura de 1,5m do telado, é necessário utilizar quebra-vento que pode ser tanto natural, como a plantação de renques de plantas altas, como artificial, com a colocação de tela.” Qualidade das uvas As uvas cultivadas em sistema protegido têm qualidade superior às plantadas a céu aberto. Com o aumento no tamanho das bagas, os cachos também ficam maiores, e com menos resíduos de defensivos, deixando o produto mais atraente para o consumidor. O Estado de São Paulo é o maior produtor e consumidor de uvas de mesa no Brasil. A niagara rosada, destinada ao consumo in natura, é a mais cultivada no Estado – cerca de cinco mil hectares plantados. CARLA GOMES – ASSESSORA DE IMPRENSA DO IAC E FERNANDA DOMICIANO – ESTAGIÁRIA

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PESQUISA

Raça bovina americana é foco de melhor am Depois de formar seu primeiro rebanho adaptado da raça caracu, a Embrapa Gado de Corte, com sede em Campo Grande, MS, agora investe no resultado da cruza entre as raças red poll e senegal n’dama: o gado senepol

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senepol foi desenvolvido nos Estados Unidos e tem pelagem curta, cor avermelhada, resistente a parasitoses, carne marmorizada, precocidade sexual e bom acabamento. A venda de sêmen tem crescido nos últimos anos, o que indica um resultado satisfatório obtido pelos usuários. O senepol é uma raça adaptada ao calor, resistente às doenças tropicais, fértil, que apresenta bom acabamento de carcaça e carne de boa qualidade macia e suculenta, bem ao gosto do consumidor.

ARQUIVO EMBRAPA

Formação do rebanho Esta nova opção em trabalhos de melhoramento genético em rebanhos adaptados da Embrapa teve a colaboração de dois criadores da raça em Mato Grosso do Sul, os pecuaristas Roberto Coelho, da fazenda San Francisco, e de Ivo Reich, da fazenda CMI. “A colaboração desses criadores foi fundamental para a formação do rebanho puro de origem importada (POI). Os animais serão utilizados em pesquisas da Embrapa e como unidade demonstrativa do programa de melhoramento da raça senepol”, informa o pesquisador Roberto Torres, supervisor dos trabalhos. Segundo Torres, a Embrapa Gado de Corte já fez pesquisas com a raça senepol, tendo sido utilizada em avaliações de cruzamentos de raças taurinas adaptadas e um teste de touros em parceria com a associação americana de criadores de senepol. Os pecuaristas que se dispuseram a colaborar com a Embrapa colocaram suas melhores matrizes para coleta de ovócitos (células sexuais produzidas nos ovários dos ani-

mais), doaram o sêmen de reprodutores, de materiais utilizados na sincronização das receptoras. Depois, fizeram parceria para a realização da maturação dos ovócitos e cobriram custos diversos, como o de transporte para a coleta e de mão-de-obra especializada. Esta foi utilizada para realizar trabalhos como de acasalamentos das doadoras, inoculação dos embriões, diagnóstico de gestação e Rebanho Senepol sexagem dos “Coube à Embrapa disponibilizar da fazendaembriões. CMI as matrizes utilizadas como receptoras e executar o manejo dos animais durante o processo de implantação. Sem dúvida, uma parceria digna dos resultados proporcionados”, declara Roberto Torres. O pesquisador informa também que foram implantados 121 embriões. Destes, resultaram 31 prenhezes de machos e 22 de fêmeas. Estas prenhezes, explica Torres, são oriundas de 17 das 24 vacas coletadas e de 10 touros diferentes. “Se considerarmos também os “avôs” maternos, temos um total de 19 touros diferentes o que ajudará o rápido estabelecimento do rebanho senepol da Embrapa”. Os animais oriundos destas prenhezes se unirão àqueles provenientes do cruzamento absorvente com o senepol que serão apresentados para registro. A expectativa da Embrapa é estabelecer um rebanho de 100 matrizes puras da raça senepol. O crescimento da raça no Brasil A raça senepol foi introduzida no Brasil em 1999 e hoje a estimativa é de que existam 15 mil animais registrados no país. O número de animais dessa raça tem crescido no

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Senepol: raça foi introduzida no Brasil em 1999

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PESQUISA

hor amento pela Embrapa

ELIANA CEZAR SILVEIRA – EMBRAPA GADO DE CORTE

ÁGUA

LIMPA

Vaca da raça senepol bate recorde na produção de embriões SENEPOL

Brasil e prestado uma importante contribuição na melhoria genética da raça nelore via cruzamento. A informação é do pesquisador Gilberto Romeiro Menezes, que trabalha no Núcleo do rebanho da Embrapa juntamente com Roberto Torres. “A Embrapa começou a trabalhar com melhoramento genético da raça há dois anos, trabalho no qual são avaliadas características de reprodução, desempenho e qualidade de carne”, explica Menezes. Ainda segundo pesquisadores, um aspecto positivo é de que esses animais conseguem, com certa facilidade, montar nas vacas nelore e assim fazer o cruzamento sem problema. Espaço conquistado pela raça: vários fatores O espaço na pecuária brasileira conquistado pela raça está ligado a uma série de fatores, entre eles a fertilidade, adaptabilidade, eficiência reprodutiva, produtividade e qualidade da carne, características necessárias para o sucesso na pecuária moderna. O cruzamento entre raças, quando bem elaborado, oferece aumento de rentabilidade para o produtor, isso porque os produtos cruzados normalmente superam os de raças puras. A procura por animais adaptados tende a aumentar, bem como o trabalho de cruzamento entre elas. A busca é por animais mais produtivos, que produzam carne saborosa e de boa qualidade, além de outros atributos. A pesquisa deverá comprovar as qualidades da raça por meio de trabalhos científicos, indicando-a para o cruzamento industrial com zebuínos como o nelore e animais de 1/2 sangue britânicos e/ou continentais. Isso aproveitaria a heterose maternal, produzindo 100% heterose nos produtos com essas cruzas.

Tácita: vaca recordista em embriões

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ácita de quatro anos é o nome da vaca da raça senepol, recordista mundial na produção de embriões. Enquanto as outras vacas produzem em média de seis a dez embriões, Tácita produz de 60 a 100. Isso representa prolificidade em bovinocultura. Esse recorde é o resultado da explosão genética exclusiva presente no rebanho bovino senepol. De acordo com Jair dos Santos, que trabalha há mais de cinco anos com a raça, é visível a alta performance dos animais seja a pasto ou em confinamento. “O senepol tem características muito peculiares. Um dos grandes exemplos disso é a vaca Tácita. Ela representa o resultado do investimento que fazemos em agregar tecnologia de ponta com excelência em melhoramento genético, seleção e produção. Não é a toa que ela produz dez vezes mais embriões que vacas de outras raças”, relata o pecuarista. A vaca super produtiva faz parte do rebanho da senepol Água Limpa, onde há muitos outros animais campeões da raça. O criatório disponibiliza para venda aspirações de novilhas selecionadas criteriosamente e com classificação máxima da fazenda. Além disso, a senepol Água Limpa oferece touros selecionados, criados a campo e aprovados em testes levados ao extremo. A raça O senepol combina a tolerância ao calor e a resistência aos insetos e enfermidades do gado n’dama com a docilidade, qualidade da carne e alta produção leiteira do gado red poll. O cruzamento dessas duas raças originou o senepol. Longevidade, habilidade materna, fertilidade, disposição, pelo zero, caráter mocho, rendimento da carcaça, facilidade de manejo são outras características marcantes da raça senepol. A Lavoura DEZEMBRO/2011 39

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ABASTECIMENTO SECRETARIA

DE

ESTADO

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AGRICULTURA,

PECUÁRIA

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HORTICULTURA

Tomate: previsto novo aumento da produção em 2012

Tomate: produção integrada com milho ganha força Agricultor mineiro colhe a hortaliça o ano inteiro e vende também para outros Estados

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rodutores de tomate de Minas Gerais produziram 441,8 mil toneladas da hortaliça em 2011, volume 8,7% superior ao do ano passado, informa a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento com base em dados do IBGE. Boa parte deles faz uma rotação da cultura com o milho e a soja, que estão em fase inicial de plantio. Para quem cultiva tomate, é tempo de avaliar o mercado, sobretudo o comportamento da demanda, para programar o reinício do plantio da hortaliça em janeiro ou fevereiro. Um novo aumento da produção de tomate poderá ocorrer em 2012, principalmente nas propriedades onde o cultivo da hortaliça segue alternado com a produção de grãos, o que pode resultar em equilíbrio na administração das contas da propriedade. “Atualmente, a receita gerada pelas lavouras de tomate em Minas Gerais é da ordem de R$ 7 mil por hectare”, informa Georgeton Silveira, coordenador estadual de Olericultura da Emater-MG, vinculada à Secretaria. Em Lagoa Formosa, na região do Alto Paranaíba, a produção alternada é utilizada em grande escala. A safra de tomate do município, em 2011, alcançou 28 mil toneladas (40,7% da produção regional). Agora o milho e feijão podem ser cultivados até a definição de outros espaços para a hortaliça. 40

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Rotação de culturas “Uma das vantagens da rotação de culturas é que os resíduos orgânicos mantidos no solo depois da colheita do tomate substituem parte da adubação para o novo plantio”, explica o produtor Marcos Nascimento. Ele ainda fará uma colheita da hortaliça neste ano para completar a safra estimada de 4,2 mil toneladas e em seguida vai ocupar o espaço com milho ou soja. Integrante de um grupo de cinco produtores que se dedicavam exclusivamente ao cultivo de grãos no município, Nascimento enfatiza que o rodízio das lavouras é uma boa alternativa. “Inclusive porque existe um limite para a utilização das áreas de tomate. Elas não devem atender ao cultivo da hortaliça em safras seguidas”, informa. O produtor diz que vem obtendo resultados satisfatórios com a produção de tomate iniciada em 2010 e acrescenta que está animado com a possibilidade de aumento da receita para compensar os investimentos em tecnologia, sobretudo irrigação e adubação. “O clima da região é um dos fatores que ajudam na produção de tomate”, observa o agricultor. Neste ano, segundo Nascimento, o cultivo foi de 70 hectares. Para a próxima safra a programação é de uma área 50% maior. Ele estima que a produção vai alcançar 6,3 mil toneladas. Além de ser destinado ao atacado e varejo de diversas regiões de Minas Gerais, o tomate também reforça a participação de Lagoa Formosa no entreposto da CeasaMinas, localizado na Região

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HORTICULTURA

SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

tender um novo segmento do mercado que busca produtos com sabores diferenciados. Essa é a meta da Embrapa Hortaliças com o BRS Couto, recentemente lançado pela empresa. O híbrido do segmento mini-italiano ou mini-saladete, possui frutos alongados e peso variando entre 50g e 80g, um pouco mais graúdos que os segmentos cereja e cerejão. De acordo com o pesquisador Leonardo Boiteux, o material vai atender um novo nicho de mercado, que busca por produtos com características e sabores diferenciados. “O segmento mini-italiano apresenta expansão de consumo nos grandes centros urbanos como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo”, afirma. Características Entre as características da nova cultivar, destaca-se a múltipla resistência a doenças. Segundo o pesquisador, o material é um dos poucos híbridos deste segmento com tolerância a geminivírus, um dos principais problemas da cultura do tomateiro no Brasil. “O BRS Couto é tolerante a algumas das principais espécies de geminivírus ou begomovírus que infectam o tomateiro nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil”, explica. Além disso, o material possui resistência ao nematóide-dasgalhas (Meloidogyne incognita, M. javanica e M. arenaria), além de tolerância a populações do pulgão que atacam as solanáceas

Tomate mineiro é destinado principalmente a atacadistas e varejistas de São Paulo

Metropolitana de Belo Horizonte. “Uma parte do produto é enviada para outros Estados, como Goiás, São Paulo e Distrito Federal”, finaliza Nascimento. Agricultura familiar No Sul de Minas, agricultores familiares participam da produção de hortaliças com assistência da Emater-MG. Eles trabalham em terras cedidas sem custo, com o compromisso de, de-

MARCOS ESTEVES - EMBRAPA HORTALIÇAS

Tomate BRS Couto, mini italiano: um pouco mais graúdo que o cereja e o cerejão

pois de cada safra, devolver aos proprietários as áreas enriquecidas com os resíduos orgânicos do tomate. Essas áreas serão utilizadas no período das águas para a produção de milho e outros grãos, e após a safra os pequenos produtores vão reiniciar mais um período com as hortaliças. José Nelson Martins é um dos 12 agricultores que se beneficiam há quatro anos do cultivo de lavouras de tomate no Sítio São João, localizado em Turvolândia e está entusiasmado com as perspectivas do produto para 2012. “Os resultados obtidos até agora com tomate são animadores”, ele diz. “Neste ano, colhemos em cinco hectares. Até o final de dezembro ou início de janeiro vamos fazer o primeiro plantio para a safra de 2012 e em junho o segundo, completando a ocupação de 10 hectares”, prevê o agricultor. Produção A produção será destinada principalmente a atacadistas e varejistas de São Paulo, que parecem dispostos a adquirir até um volume maior que o previsto atualmente”, acrescenta José Nelson. Ele ainda explica que, neste ano, a cotação do tomate produzido no Sítio São João variou de R$ 17 a R$ 33 a caixa de 23 quilos. Segundo o agricultor, o grupo de produtores do Sítio São João consegue administrar os negócios sem dificuldade porque está bem organizado. “Os equipamentos de irrigação que utilizamos nas lavouras e também os insumos foram comprados em conjunto, com orientação da Emater, que ajuda também a organizar a comercialização do tomate”, finaliza. IVANI CUNHA - SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

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HORTALIÇAS

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(Macrosiphum euphorbiae). O BRS Couto é ainda resistente aos fungos que causa a Murcha de Fusário raça 1 e 2 e Murcha de Verticílio raça 1. Sementes O tomate BRS Couto é também o primeiro material lançado pela Embrapa Hortaliças sob os termos da Lei de Inovação (lei nº 10.973/04). De acordo com o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Warley Marcos Nascimento, o material foi desenvolvido numa cooperação técnica com a empresa de sementes Agrocinco, que detém a exclusividade de comercialização do BRS Couto por um período de cinco anos. Ele explica que a produção de sementes do híbrido será coordenada pela Embrapa Transferência de Tecnologias, e as sementes do tomate BRS Couto estarão disponíveis até o final de dezembro de 2011 para os produtores brasileiros.

EMBRAPA

Tomate do segmento mini-italiano atende novo nicho de mercado

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Pele e pelo, proteção e beleza do animal A pele é o maior órgão do corpo e uma barreira natural de defesa, fornecendo proteção contra agentes externos e refletindo muito do que se passa no organismo do animal. Devido a esses fatores, a pele merece uma atenção especial. Já o pelo, além de seu elemento estético e característico das raças, também possui sua importância, ao proporcionar isolamento térmico e atuar como um meio protetor entre o animal e o habitat. São vários os fatores que podem ocasionar mudanças na pele e no pelo dos animais de estimação; alguns são fisiológicos, como as diversas fases da vida. Por exemplo, quando deixam de ser filhotes e se tornam adultos, a pelagem torna-se mais espessa. Já os mais idosos podem ter seus pelos embranquecidos ao longo do tempo, principalmente na região do focinho. Outra mudança normal e frequente é a troca do tipo de pelagem no verão e no inverno. Contudo, é possível que algumas alterações de coloração e queda de pelos sejam decorrentes de fatores que necessitam de cuidados médicos. As doenças de pele/pelagem podem ser causadas por pulgas, carrapatos, piolhos, fungos, bactérias, vermes, desnutrição, alergias, desequilíbrios hormonais, entre muitos outros fatores. Problemas de pele prejudicando o animal Nem sempre o proprietário percebe, mas coceiras, lambeduras e mordeduras nas patas são os primeiros indicativos de que o animal precisa de avaliação dermatológica de um médico veterinário. Sobre a pele dos seres vivos existe uma população de bactérias. Geralmente inofensiva, a flora de microorganismos não faz com que esse órgão perca suas funções de barreira natural e eficaz às infecções bacterianas. Por isso, arranhaduras ou irritações que prejudiquem a integridade da pele podem torná-la mais susceptível a infecções. Nos animais de estimação, a coceira pode se tomar um grande sofrimento e também aflige o dono do pet. Neles, os problemas de pele estão mais relacionados à estrutura do tecido do que à quantidade de bactérias que o animal tem sobre o corpo. Os sintomas clínicos mais comuns dos problemas dermatológicos nos animais de estimação são os três já citados, além da perda de pelos e odor desagradável. Nos casos mais severos, entretanto, é aflitivo ver o bichinho coçando-se, lambendo-se sem parar e até mordendo as patas. Porém, as causas das alergias e dos problemas de pele muitas vezes têm origem genética, dificultando a prevenção. É aconselhável, ao detectar primeiros sintomas, procurar um médico veterinário para diagnosticar a causa do problema, para que a coceira não se agrave e o animal não chegue a machucar-se, ferindo a pele e, assim, permitindo a contaminação e a infecção do tecido. Ainda que existam algumas raças mais predispostas, qualquer animal pode manifestar os sintomas e desenvolver problemas de pele. Hoje em dia, já existem exames eficazes, como raspados de pele, citologia e exames de sangue, que auxiliam o médico veterinário a um diagnóstico mais preci42

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Alterações de coloração e queda de pelo devem ser observadas pelo proprietário do cão

so para determinar as causas dos problemas dermatológicos. Além do tratamento, que pode envolver vacinas manipuladas e medicamentos para diminuir a inflamação e a coceira, é de extrema importância realizar a assepsia (desinfecção) do ferimento ou lesão. Atenção aos sinais Apesar da dificuldade de evitar as causas do aparecimento dos problemas de pele, principalmente nos animais com predisposição, é importante tomar alguns cuidados, dentre os quais limpar frequentemente o local onde o animal costuma dormir, escovar diariamente a pelagem do animal e evitar que ele ande ou permaneça sobre superfícies molhadas. Vale lembrar também que, em condições normais, os donos de animais de estimação não precisam evitar o contato com o bicho de estimação, pois, na maioria das vezes, não estarão sob o risco de contágio. Isso mostra que são muitos os aspectos envolvidos com a saúde da pele e dos pelos dos pets. Um outro fator relacionado, de extrema importância, é a alimentação. Esta deve ser balanceada e suplementada com nutrientes específicos para proporcionar uma pele saudável e uma pelagem bonita e macia. As rações de boa qualidade cumprem este papel adequadamente, mas “lanchinhos” como bolachas, pães e outras guloseimas devem ser evitados: alguns animais podem ter reações alérgicas e até mesmo intoxicação ao ingerir esses alimentos. A higiene também é muito importante, principalmente no que diz respeito ao combate de pulgas e carrapatos, pois estes parasitas, além de trazerem problemas para a pele e o pelo, podem causar doenças aos nossos amigos. ISABELLA VINCOLETTO - MÉDICA VETERINÁRIA DA VETNIL (ADAPTADO)

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DO UR AD O FO CIN HO

Papai Noel também visita os pets Cada vez mais frequente nos lares brasileiros e considerados membros da família, os pets também estão inclusos nas listas de presentes de fim de ano

Arranhadores e Kit com Cama, Arranhador e Brinquedo Diversão garantida para gatos, os arranhadores foram confeccionados em MDF forrados com pelúcia. O kit contendo cama, arranhador e brinquedo garantem conforto e diversão para gatos em qualquer lugar, já que o kit se transforma numa prática bolsa que pode ser levada para onde quiser. É importante que o gato tenha um local para arranhar pois com esse ato, além de se divertir, ele apara e afia suas unhas e marca o seu território. www.focinhodourado.com.br FOCINHO DOURADO

Os pets hoje são mais do que animais de companhia. Tornaram-se membros da família, recebendo todos os mimos e regalias que merecem, afinal, a felicidade do pet reflete e influencia na do dono. E com a chegada das festas de fim de ano, os bichinhos de estimação são presença garantida nas listas de presentes. Para os que nunca pensaram nesta possibilidade, o mercado oferece produtos variados que prometem agradar. Veja algumas dicas da Focinho Dourado para cães e gatos. Almofadas e Cobertores Feitas de materiais como plush ou pelúcia, as almofadas e cobertores da Focinho Dourado não possuem deformações e trazem conforto e maciez para os pets. Seu design é moderno e são fáceis de lavar. Coleiras caninas e felinas De couro ecológico, as coleiras possuem design moderno e são adornadas com pedras de strass, pérolas ou metal. São acessórios de luxo que seguem as últimas tendências da moda pet.

Cama com brinquedo: conforto e diversão

Almofada de plush: conforto e maciez para cães

Snack especial para comprimidos ajuda na administração de remédios para os cães Se você já rodou a cidade procurando algo que ajudasse na difícil tarefa de fazer seu cãozinho engolir aquele comprimido indicado pelo veterinário - algo mais eficaz que o miolo de pão no qual você tentou, sem sucesso, esconder o remédio - agora você não precisa mais gastar a sola dos seus sapatos à toa: a solução chegou e está a um click de distância! É só visitar o Empório Total, loja virtual da Total Alimentos, no endereço www.emporiototal.com.br. Lá você

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O petisco é oco para inserir o medicamento

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SILAGEM

NELSON

MOREIRA/AGROPRESS

AGÊNCIA

DE

NOTÍCIAS

É tempo de pensar na silagem

O plantio de milho, cana e das diversas gramíneas, agora na primavera para o verão, permite ao produtor planejar o fornecimento de comida para os períodos rigorosos do ano. A melhor forma de preservar o alimento é ensilando, pois evita a perda de peso em tempos de escassez de pasto

Trator distribuindo silagem no cocho aberto

H

á um costume entre os produtores que trabalham com rebanhos de corte de forma extensiva em não produzirem e guardarem alimento para os períodos críticos do ano, onde a natureza não disponibiliza comida farta e de qualidade para a manutenção do peso dos animais. Desta maneira, o que geralmente ocorre é o emagrecimento e perda de tempo, pois quando a época de bons pastos retorna o rebanho tem que primeiro recuperar os quilos perdidos para depois começar a ganhar peso. Uma das formas de evitar este “efeito sanfona” é fazer ensilagem, que é um processo de conservação dos alimentos em locais hermeticamente fechados, livres de oxigênio. Seu objetivo é preservar ao máximo o valor nutritivo original da forragem escolhida para isto, seja ela cana, capim ou milho e sorgo (planta inteira). A ensilagem 44

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é a forma mais eficiente e barata que se conhece para garantir suprimento de volumoso ao rebanho durante o período de entressafra. “É ideal para sistemas de produção que buscam maximizar o uso da terra, do trabalho e do tempo”, afirma a diretora técnica da Kera Nutrição Animal, Regina Flores. Segundo a diretora, o processo de conservação da forragem baseia-se na redução do pH (aumento da acidez) graças à produção de ácido lático a partir do açúcar. “A forragem se conserva porque levamos para o silo toda a flora microbiana que está aderida à forragem na lavoura. Esta flora está composta por um universo muito grande, mas os que podem influir na maior ou menor qualidade da silagem são os fungos, leveduras, bactérias láticas, (que são as responsáveis pela conservação da silagem), clostrídios e coliformes”, explica Regina. Para o consultor técnico da empresa,

Carmelindo Tomielo, uma boa silagem precisa ser complementada com a adição de inoculantes biológicos que são “bons micro-organismos” que auxiliam na fermentação da ensilagem. Uma silagem sem adição de inoculantes demora de 25 a 40 dias para chegar a um pH menor que 4,5; isto significa que, neste período, também se desenvolverão bactérias láticas, coliformes e clostrídios. “Este processo faz perder o valor nutritivo da silagem. Para inativar estes micro-organismos, o inoculante deverá baixar o pH abaixo de 4,5 o mais rapidamente possível. Com altas concentrações de bactérias por grama de silagem, pode-se conseguir que a silagem esteja ‘pronta’ em três dias”, avalia Tomielo. Vantagens O custo de produção para silagem varia muito, porque há diferenças na escala, tipo de cultura a ser ensilada, fertilidade do solo, etc. Mas, em geral,

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uma silagem tem entre R$35 a R$90 por tonelada de matéria original (matéria úmida). É importante salientar que a silagem produzida e bem armazenada dura por muitos anos. Fazendo silagem, é possível a manutenção de um maior número de animais ou unidades animais (450 kg) por unidade de terra; permite a manutenção ou maximização da produção (carne ou leite); permite, através do confinamento, ofertar animais bem nutridos em épocas de melhor preço; permite armazenar grande quantidade de alimento em pouco espaço.

AGROPRESS AGÊNCIA DE NOTÍCIAS

SILAGEM

Cortando a silagem para colocar no distribuidor

Propriedades microbiológicas ideais para a silagem

A

pesar das vantagens deste processo, são necessários cuidados para sua composição ideal em termos de equilíbrio de micro-organismos. O universo da flora que integra a pastagem é vasto, sendo composto, dentre outros, de fungos, leveduras, clostrídios, coliformes e bactérias láticas, sendo as últimas as responsáveis pela conservação da silagem. A proporção entre os componentes da flora influirá na maior ou menor qualidade da silagem. Fermentações Logo após o fechamento do silo, as fermentações se iniciam. Dentre elas, a que mais interessa é a lática: as bactérias láticas transformam os açúcares em ácido lático, o qual aumenta a acidez da forragem, responsável por sua conservação. A acidez é medida por pH, uma medida de acidez que vai de zero a 14, sendo que o quanto menor for o pH, mais ácido será o meio. Assim, quando a forragem entra no silo, ela tem um pH de 6,0 a 6,5 e ele precisa ficar abaixo de 4,5 para que coliformes e clostrídios parem de se desenvolver. E por que é preciso que eles se desenvolvam o mínimo possível? Silagem: esmo com o cuidado do produtor, ocorrem perdas naturais de ordem química ou física

Porque os coliformes consomem energia e proteínas da forragem e produzem chorume, um líquido poluente que baixa o valor nutritivo da silagem. Além disso, o chorume causa a formação butírica que dá sabor e cheiro repulsivos à silagem, diminuindo o consumo pelo animal. Outro grave problema é a produção de toxinas, muito prejudiciais à saúde animal, como a histamina – responsável pela laminite, entre outras doenças – a cadaverina, putrescina, triptamina além de outras toxinas, que podem causar abortos, lesões hepáticas, renais e intestinais e diarreia, cuja gravidade depende do teor das mesmas. Como não é possível evitar que elas se desenvolvam, pode-se, pelo menos, diminuir seu tempo de multiplicação com o uso do inoculante. Este produto deverá possuir um alto teor de bactérias por grama de silagem, dados que que estão no rótulo de todos os produtos comerciais. Nem toda silagem será aproveitada Todo o alimento que passa por um processo de conservação – neste caso, uma fermentação – perde valor nutritivo. O que o inoculante faz é diminuir ao máximo esta perda e também em termos físicos, com mau cheiro, aquecimento no cocho, etc. Con-

tudo, o problema mais grave é a morte de animais por silagem deteriorada, algo que está sendo cada vez mais frequente e tem duas causas principais: primeiro, o grande desenvolvimento de clostrídios e seus produtos tóxicos, listados acima. Depois, o desenvolvimento de fungos na silagem. Eles se desenvolvem na presença de ar, o que significa que a compactação é fundamental para dar estabilidade à silagem. Presença de fungos O sinal mais evidente da presença de fungos é o aquecimento da silagem, que geralmente acontece logo após o fechamento do silo. Neste momento, o ar estará presente, e, quanto melhor for a compactação, o processo ocorrerá com menor intensidade. Porém, o aquecimento retornará quando o silo for aberto para utilização. Os fungos produzem micotoxinas altamente tóxicas: aflatoxina, cuja dose letal é igual à estricnina; zearalenona, abortiva e até mortal; DON; vomixina e uma lista de mais de 500 substâncias. Para evitá-las, o primeiro passo sempre será a compactação, facilitada pelo corte da forragem em partículas pequenas, observação do teor de matéria seca e as particularidades de cada silagem, por exemplo, bolas de pré-secado sempre terão mais ar em seu interior. Porém, às vezes uma boa compactação será impossível, como na presença de problemas climáticos, quando a matéria seca da silagem estiver muito alta. Neste caso, o produtor deve também utilizar uma bactéria propiônica, que produz o ácido de mesmo nome e que inativa fungos e leveduras. Desta forma, apesar de não poder impedir a presença de ar, eles se manterão inativos graças à presença do ácido propiônico. REGINA FLORES DIRETORA TÉCNICA DA KERA NUTRIÇÃO ANIMAL

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APPA – ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE PARANAGUÁ E ANTONINA

COOPERATIVISMO

Soja em grão: um dos principais produtos exportados pelas cooperativas

Exportações das cooperativas crescem 34,6% entre janeiro e outubro Resultado recorde retrata profissionalismo do setor e qualidade dos produtos

A

s cooperativas brasileiras registraram um novo recorde em exportações. Nos primeiros dez meses de 2011, o setor contabilizou crescimento de 34,6% em relação ao mesmo período de 2010, alcançando US$ 4,4 bilhões em vendas ao exterior. Para o intervalo avaliado, esse foi o melhor resultado registrado desde 2005. Os dados fazem parte de um estudo elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado positivo se repetiu no saldo da balança comercial do segmento, que fechou em US$ 4,9 bilhões nos primeiros dez meses do ano, outro recorde, superando em 34,7% o de 2010, quando atingiu US$ 3,6 bilhões. Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, os indicadores comprovam que o movimento cooperativista está respondendo às exigências de mercado com produtos e serviços de qualidade. “O profissionalismo marca a gestão das cooperativas brasileiras e isso reflete nos resultados alcançados. Por isso, trabalhamos com um cenário positivo e a indicação é de que chegaremos a praticamente US$ 6 bilhões no final de 2011”, disse. Produtos No grupo de produtos exportados pelas cooperativas, continua em primeiro lugar o complexo sucroalcooleiro, com US$ 1,9 bilhão, respondendo por 37,2% do total. Em seguida, aparece o complexo soja, com US$ 1,1 bilhão e 22,4%. Café em grão fechou o período com US$ 623,7 milhões, representando 12,1% das vendas. A carne de frango também está entre os principais itens, registrando US$ 461,2 milhões e correspondendo a 9%. Vale citar ainda o trigo, com US$ 241,5 milhões e 4,7% das exportações. A permanência do complexo sucroalcooleiro na liderança pode 46

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ser explicada, de acordo com o gerente de Ramos e Mercados da OCB, Gregory Honczar, pelos mesmos condicionantes já observados no passado, principalmente pela forte demanda do etanol brasileiro aliada aos bons preços. Mercados A China se mantém como o principal mercado de destino dos produtos cooperativistas. De janeiro a outubro, os chineses compraram US$ 661 milhões. O valor corresponde a 12,9% das exportações do segmento. Os Emirados Árabes ocuparam a segunda colocação, com US$ 497,2 milhões e 9,7%. Na sequência, estão Estados Unidos (US$ 483,5 milhões; 9,4%), Alemanha (US$ 384,9 milhões; 7,5%) Holanda (US$ 265,1 milhões; 5,2%) e Japão (US$ 243,5 milhões; 4,7%). Estados exportadores Na relação dos estados exportadores, São Paulo, mais uma vez, registrou o maior valor, com US$ 1,7 bilhão, representando 33,4% dos negócios do setor. O Paraná, por sua vez, fechou com US$ 1,6 bilhão e 33% do total. Na terceira colocação, está Minas Gerais (US$ 666,8 milhões; 13%), seguido do Rio Grande do Sul (US$ 331,4 milhões; 6,5%) e Santa Catarina (US$ 248,9 milhões; 4,8%). Importações Também houve expansão de 33,8% nas compras externas efetuadas por cooperativas de janeiro a agosto deste ano, se comparadas ao mesmo período do ano passado, passando de US$ 165,6 milhões para US$ 221,6 milhões. Sob a ótica das importações, a participação na pauta é 0,3%. Entre os principais produtos importados pelas cooperativas nos primeiros oito meses de 2011, destacam-se os seguintes: cloretos de potássio (com compras de US$ 39,5 milhões, representando 17,8% do total importado pelas cooperativas); cevada cervejeira (US$ 23,8 milhões, 10,7%); malte não torrado (US$ 17,7 milhões, 8,0%); e diidrogeno-ortofosfato de amônio (US$ 17,2 milhões, 7,7%). GABRIELA AFONSO PRADO - OCB

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COOPERATIVISMO

Cooperativas mostram força no campo com exemplo de boas práticas F

atendidas outras 64 mil pessoas em outros projetos realizados pela cooperativa, que alcançou desde propriedades rurais até comunidades inteiras. Já a Coplana (cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba) foi pioneira na implementação de uma Central de Recebimentos de Embalagens de Defensivos. A unidade, coordenada pela Divisão Agrícola, completou16 anos de trabalho em prol da preservação ambiental e da saúde da população rural. Com sua estrutura recém modernizada e ampliada, a Central teve capacidade de processamento aumentada de 20 para 90 toneladas mensais. Resultados Os resultados obtidos pela Central da Coplana são modelo no mundo, ao atingir a marca de 100% de devolução das embalagens de defensivos utilizadas por seus cooperados. Desde a implantação, a unidade já retirou do meio ambiente 3,1 mil toneladas de embalagens (o equivalente a 2,8 mil caminhões carregados). O descarte adequado começa com o trabalho do produtos ainda no campo, com a tríplice lavagem. Ao chegar à Coplana, as embalagens são inspecionadas e separadas. Após prensagem e enfardamento, são levadas à indústria de reciclagem. Outra referência no setor é a atividade desenvolvida pela Coplacana, Cooperativa dos Plantadores de Cana do

COPLACANA

omentar boas práticas agrícolas é fundamental para pautar um futuro de sucesso no Brasil, reconhecido internacionalmente pelo seu potencial para ser o celeiro do mundo. Algumas cooperativas brasileiras já aderiram à ideia e demonstram engajamento à causa, apresentando resultados sensíveis na valorização da educação e sustentabilidade no campo. No ano passado, dezenas de projetos realizados por produtores e associados conscientes atingiram milhares de pessoas em seus diversos grupos, irradiando oportunidades e conscientização à população rural e urbana de diversas faixas etárias. Iniciativas São iniciativas assim que tornam possível ao Brasil ser uma potência em alimentos e energia limpa. “Ao difundir os hábitos sustentáveis, é possível instituir uma nova mentalidade voltada à adoção de boas práticas e diminuir de maneira significativa os danos à saúde, ambiente e qualidade de vida dos profissionais envolvidos, bem como minimizar os impactos ao meio ambiente”, afirma José Annes Marinho, gerente de educação da ANDEF (Associação Nacional de defesa Vegetal), complementando que diversas iniciativas produtivas e eficazes foram apresentadas à entidade esse ano, ao longo do XIV Prêmio Andef – que destaca atividades de responsabilidade social e ambiental. Projeto Um dos projetos que chamou a atenção foi a iniciativa da Cooperativa Cooxupé, que em 2010 realizou 231 eventos educacionais, envolvendo mais de 26,5 mil participantes em debates e palestras sobre o uso correto e seguro de defensivos agrícolas. Tal conscientização já surtiu efeitos. Com os eventos, as vendas dos equipamentos de proteção individuai (EPIs) aumentou em 28% nas lojas Cooxupé. além das palestras e treinamentos, foram

estado de São Paulo, dentro do projeto Implantar, realizado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV). Durante todo o ano de 2010, a Coplacana realizou ações itinerantes no estado de São Paulo para receber embalagens vazias. Nessas ocasiões, aproveitou para falar sobre a importância da aplicação segura de defensivos, abordando o uso de EPIs, tríplice lavagem e devolução em local correto.Resultados em eficácia e gestão foram notórios – a Coplacana ficou em terceiro lugar no programa, principalmente por causa da redução dos custos no processamentos das embalagens em 60%, um índice e tanto. Responsabilidade social Quando o assunto é responsabilidade social, a Cocari também se sobressai. Por meio da campanha Cocari Solidária, em atividade desde 2005, a cooperativa estimula o voluntariado, unindo forças de cooperados, familiares e colaboradores em prol da população carente. Além disso, a instituição organiza promoções para arrecadar recursos, para distribuição integral em asilos, creches e escolas. A partir de 2008, o projeto passou a incentivar o envolvimento a comunidade na preservação ambiental, distribuindo mudas de árvores produzidas por alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Mandaguari – esses alunos foram contratados pela Cocari, a fim de contribuir para a inclusão social de portadores de necessidades especiais.

Embalagens de defensivos utilizadas: 100% de devolução

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COIMMA

Tronco de contenção e medição para o rebanho

A Coimma, tradicional fabricante de Balanças e Troncos de Contenção para a pecuária, colocou no mercado o ‘Tronco Americano Supremo’. Segundo o fabricante, o equipamento conta com novo sistema push-lock, imobilização hybrid-wall e sistema de travamento dos por tões e pode ser conjugado às diversas linhas de balanças eletrônicas da empresa. O novo modelo conta com avançado sistema de contenção, mensuração, castração, acionamento por pistões e dispositivo salva-vidas como itens de série. Todos estes dispositivos facilitarão sobremaneira qualquer tipo de tratamento fitossanitário, além de evitar estresses e lesões nos animais, explica a Tronco americano Supremo Coimma. • Mais informações sobre a Coimma podem ser obtidas no telefone 0800 11 2555 ou no site www.coimma.com.br.

Produto de alta performance nutre os pintinhos em seus primeiros dias de vida

PRESENCE

A Presence, nova marca da Evialis, lançou uma novidade em nutrição para os primeiros dias dos pintinhos: a ração Préforte. De acordo com a Presence, diversos são os fatores que influenciam o desempenho das aves em seus primeiros momentos de vida. Um dos principais influenciadores é o tempo decorrido entre a eclosão e o início da ingestão de alimento e água, que reflete diretamente na dependência que o pintinho terá das reservas contidas do saco vitelino. A manutenção dos pintinhos em jejum por períodos prolongados após a eclosão determina menor habilidade para absorção de aminoácidos e outros nutrientes pelo intestino Préforte: para os quando as aves passam a ser realimentadas. primeiros dias dos pintinhos Pintinhos em condição de subnutrição inicial devido ao jejum prolongado e à inadequada disponibilidade de nutrientes no primeiro alimento têm perdas no potencial de ganho de peso que jamais são recuperadas, quando comparados a pintinhos que foram nutridos de forma adequada após a eclosão. Préforte Presence chega ao mercado para suprir essa necessidade, utilizando o que há de mais moderno e eficaz em nutrição pré-inicial, explica o fabricante.

Misturador de ração Equipamento é destinado a produtores de médio e pequeno porte Um vagão misturador de pequeno para médio porte é o novo lançamento que a Casale Equipamentos, de São Carlos, SP. O Unimix é um novo produto que traz como vantagem o fornecimento de uma ração homogênea aos animais, evitando que consuma uma dieta desbalanceada. Isto é possível porque o Unimix foi projetado para realizar uma perfeita mistura entre o volumoso e o concentrado. O fabricante explica que o equipamento processa entre 500 a 600 kg por mistura sendo ideal para produtores de leite, ovinos, caprinos ou bovinos de corte que tenham rebanhos pequenos. Ele vem com um opcional: uma balança eletrônica que permite pesar e dosar de forma independente os elementos que compõem a dieta, o que o transforma num equipamento de precisão na hora de distribuir a comida no cocho. De acordo com a Casale, o Unimix é um produto que agrega valor à produção, pois seu custo/benefício é bem significativo. No momento em que a dieta é balanceada e o animal come aquilo que realmente necessita, o retorno em produção de leite e/ou carne é garantido, em consequência, o lucro também, esclarece o fabricante.

CASALE

Nutrição sob medida para a fase pré-inicial dos pintinhos

Benefícios Com o objetivo de maximizar a digestibilidade, a Préforte apresenta formulação apurada e ingredientes funcionais que melhoram a eficiência alimentar, integridade intestinal e balanço hídrico. A Préforte ainda inova ao combater o estresse térmico recorrente nas regiões mais quentes do país, por meio da inclusão de vitamina C protegida e específico balanço eletrolítico para esta fase, esclarece a Presence. 48

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Misturador de ração Unimix

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GUSTAVO PANHOS

GUSTAVO PANHOS

LEITE LEITE

Instalações adequadas previnem contaminações e facilitam o manejo

D ANIELA M IYASAKA S. C ASSOL P IETRO M ASSARI

E

MÉDICOS VETERINÁRIOS

Ainda há muito a fazer para a adequação da IN 51. Como o agronegócio brasileiro é persistente, apesar dos obstáculos, a participação do mercado é crescente

O

agronegócio é a principal locomotiva da economia brasileira: próspero e rentável. O leite é um dos alimentos de maior importância para o homem e o mercado leiteiro é um setor de grande impacto no agronegócio, com uma produção média estimada de 30,6 bilhões de litros em 2010 (IBGE) e 32 bilhões para 2011. Cerca de 90% dos produtores são considerados pequenos e apenas 10% são médios e grandes, que geram aproximadamente 4,2 milhões de empregos diretos e 42 milhões indiretos. A exportação do alimento é de 455 milhões de litros e é um importante componente para o equilíbrio da balança comercial brasileira.

Com a criação do Plano Nacional da Qualidade do Leite (PNQL), em 1996, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e com apoio de órgãos de ensino e pesquisa, houve muitos debates e discussões para implantar novos regulamentos técnicos e critérios para produção de leite. Este foi o ponto de partida de uma série de normativas e portarias que viria a culminar com a criação do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL) pela Instrução Normativa (IN) 37. Instrução Normativa 51 Com a publicação da IN 51 definiu-se parâmetros técnicos sobre a qualidade do leite (regulamentos técnicos de A Lavoura DEZEMBRO/2011 49

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LEITE

Atual

Exigência IN 51

Redução de:

CBT (Contagem Bacteriana Total)

750.000 cél./mL

100.000 cél./mL

86%

CCS (Contagem de Células Somáticas)

50.000 7cél./mL

400.000 cél./mL

46%

Fonte: IN 51 (MAPA) Outras informações estão disponíveis no site do MAPA (www.agricultura.gov.br)

A CCS deve ser alcançada com o tempo, tentando baixar cada vez mais as concentrações. Outro fator a ser corrigido é a assistência, capacitação técnica, divulgação de informações de modo mais abrangente, que deve chegar a todos os produtores, oferecendo co-

nhecimento com clareza, não só sobre as mudanças, mas também o modo correto de se adaptar as exigências da IN 51. Cuidados contra a contaminação do leite O produtor deve ter o conhecimento de que a quantidade de microorganismos presentes no leite varia de acordo com a contaminação inicial, o tempo e temperatura de armazenamento, podendo variar em decorrência de processos inflamatórios do úbere ou de enfermidades no rebanho. Para a obtenção da produção de leite com qualidade, higienização no processo de obtenção, resfriamento do leite (4oC) e controle da mastite são de fundamental importância. Na higienização destaca-se a limpeza das mãos dos ordenhadores, dos equipamentos e do úbere da vaca com água potável. O ordenhador deve estar com roupas limpas, ser organizado, manter uma rotina e seguir processos de higienização. Sala de ordenha A sala de ordenha deve ser um local sem agitação, limpo e fresco. Os equipamentos devem ser lavados com água morna de 70o a 7oC e detergente alcalino clorado na dosagem indicado pelo fabricante. Depois, é preciso passar detergente ácido diluído em água a 45ºC. A sala de ordenha deve fornecer conforto térmico às vacas. Materiais como latões, caneca de fundo preto, papel toalha, frascos para imersão dos tetos, escova para limpeza do material, detergente, soluções desinfetantes, todos devem sempre estar disponíveis para uso. Para desinfecção dos equipamentos, materiais e até no pré e pós-dipping pode ser utilizada uma solução à base de cloreto de alquil dimetil benzil amônio (desinfetante) + poliexietilenonilfenileter (tensoativo). Resfriamento do leite Em relação ao resfriamento do leite, o tanque de resfriamento deve ficar próximo ao local da ordenha e ser de fácil acesso para o veículo coletor. O local deve ser coberto, GUSTAVO PANHOS

produção, identidade e qualidade dos leites tipos A, B e C, do leite pasteurizado e do leite cru refrigerado e o regulamento técnico da coleta de leite cru refrigerado e seu transporte a granel). Antes da criação e publicação da IN 51 não existiam parâmetros para contagem de células somáticas e de contagem bacteriana total para o leite C, somente ao leite A e B. Da data de sua publicação até 1o de julho de 2005 para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, o limite máximo era de 1 milhão de CCS e de CBT e para as regiões Nordeste e Norte com a data de 1o de julho de 2007. Atualmente o teto está em 750 mil células/ml para CCS e CBT. Parâmetros prorrogados Os parâmetros atuais estão em vigor até 1o de dezembro de 2011 por motivo de prorrogação, já que deveriam ter sido novamente modificados em 1o de julho de 2011, onde passariam de 750.000 cél./ml para 400.00 cél./ml e 100.000 cél./ml de CCS e CBT, respectivamente. Veja o quadro comparativo:

O exame CMT pode detectar a mastite subclínica, sem sintomas tão aparentes

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EMBRAPA GADO DE LEITE

LEITE

A água utilizada na higienização e materiais é sempre potável

SURGE

Ainda há muito a fazer até a adequação da IN 51. Como o agronegócio brasileiro é persistente, apesar dos obstáculos, a participação do mercado é crescente. Como vantagens brasileiras, temos terras abundantes, potencial de produção, climas favoráveis, imensa disponibilidade de água doce e energia renovável, capacidade empresarial, tudo isso faz do agronegócio um importante componente da balança comercial que permite ao Brasil comemorar o superávit primário.

WESTFALIA

pavimentado, com energia elétrica e água de boa qualidade. Deve haver um bom isolante térmico a fim de evitar o aquecimento do leite. A instalação do tanque deve ser feita perfeitamente em nível para facilitar o escoamento do leite e da água de lavagem aproveitando o desnível que já existe no fundo do tanque. A potência do resfriador deve ser suficiente para permitir rápido abaixamento da temperatura do leite sem que tenha alterações em sua qualidade. Controle da mastite A mastite bovina deve ser entendida como uma inflamação da glândula mamária. As principais causas são bactérias, fungos, leveduras e algas. A mastite pode ser clínica ou subclínica, podendo aquela ser detectada pelo exame da caneca de fundo escuro ou caneca telada, em que é identificada a presença de grumos. Já a forma subclínica não apresenta sinais clínicos e por isso é assim chamada, mas pode facilmente ser detectada por meio do California Mastitis Testis (CMT). Outros métodos, como a análise da CCS (contagem de células somáticas), cultura bacteriológica e condutividade elétrica são também muito eficazes para a identificação destas mastites. Pode ser diferenciada pelo agente causador na forma contagiosa ou ambiental; sendo a contagiosa mais comum durante toda lactação por Staphycoccus aureus, Streptococcus agalactiae, Corynebacterium bovis, Streptococcus uberis e ambiental, que ocorre principalmente no pré-parto e início da lactação, causada por Escherichia coli, Klebsiella sp, Enterobacter sp, Streptococcus dysgalactiae. Para o tratamento da vaca em lactação com mastite recomenda-se a utilização de um antibiótico eficaz e seguro à base de gentamicina associado a um mucolítico (bromexina), administrado pela via intramamária associado a penicilinas, estreptomicina, oxitetraciclina + diclofenaco de sódio, ou de acordo com a orientação do médico veterinário. Na secagem é recomendada a utilização de gentamicina em alta concentração. O treinamento dos empregados também inclui o uso correto e eficiente dos equipamentos

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LEITE

EMBRAPA AGROBIOLOGIA

Pesquisas sobre produção de leite orgânico podem fortalecer a cadeia produtiva Sem conter resíduos químicos de qualquer espécie, o leite orgânico é mais saudável do que o convencional, embora ambos possuam o mesmo valor nutritivo. Contudo, o que seria uma opção de consumo esbarra na baixa produção brasileira, cerca de 0,01% do total

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

Observando esta demanda crescente, foi implantada uma rede de pesquisa interinstitucional coordenada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da qual a Embrapa Cerrados, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), faz parte. A meta do projeto, cuja expectativa de investimento é de R$ 1 milhão, também visa ao desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva do leite orgânico no país a partir da disponibilização de tecnologias – e os trabalhos da Embrapa Cerrados já começaram. Com a pesquisa localizada neste bioma, será estudada a produção de biomassa de forragem para sistemas agroecológicos de leite. A pastagem será avaliada durante três A média brasileira da produção orgânica é de 9 litros de leite por dia

anos. “Plantamos braquiária consorciada com estilosantes e, nas faixas, vamos plantar feijão guandu”, informa o pesquisador responsável João Paulo Guimarães. Segundo ele, para uma pastagem ser orgânica, não deve ser utilizado nenhum insumo químico, as fontes de adubo têm de ser substituídas por fontes naturais e o sistema de pastejo tem de ser do tipo rotativo (conforme a Lei 10.831/03 e a Instrução Normativa 64/08, que entrou em vigor em janeiro de 2011). Substituição da ureia O pesquisador explica que, para substituir a ureia, que não é permitida no sistema orgânico por ser obtida a partir do petróleo, utiliza-se adubação verde, com leguminosas fixadoras de nitrogênio, como é o caso do estilosantes e do guandu. “Para aumentar a absorção de nutrientes pelas Na produção orgânica de leite, não são permitidos conservantes ou aditivos

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LEITE

Projetos O pesquisador João Paulo Guimarães Soares é líder do projeto componente Sistemas Orgânicos de Produção Animal (iniciado em outubro de 2007) do Macroprograma 1 da Embrapa - Bases Científicas e Tecnológicas para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica no Brasil. Além do projeto de pesquisa aprovado em dezembro pelo CNPq, o pesquisador também coordenará a partir deste ano, com previsão de término para 2013, um trabalho de estruturação da cadeia produtiva do leite orgânico no Distrito Federal e municípios do entorno. Serão priorizados os seguintes locais: Paranoá (DF), PAD-DF, Padre Bernardo (GO), Luziânia (GO), Formosa (GO), Cristalina (GO) e Unaí (MG). O trabalho conta com recursos do programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). “Com esses dois projetos aprovados externamente queremos apoiar financeira e tecnicamente o de sistemas orgânicos de produção animal, que está inserido no projeto em rede de agricultura orgânica”, explica o pesquisador. JULIANA CALDAS

Leite orgânico aumenta a renda do produtor

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

raízes das gramíneas e leguminosas, também vamos utilizar fungos micorrízicos, desenvolvidos em laboratório. Como fonte de fósforo, são usados fosfatos de rochas naturais e, para suprir de potássio, no lugar do cloreto de potássio, usamos o pó de rocha. Tudo é natural e não tem nada de adubo químico”. As pastagens foram instaladas na sede da Embrapa Cerrados, localizada em Planaltina (DF), e também na escola agrícola do município de Unaí (MG), que possui um projeto ligado a agricultores familiares sendo desenvolvido por pesquisadores da Unidade. O estudo das pastagens levará 36 meses. Em seguida, segundo o pesquisador, serão avaliadas as condições de pastejo e, por fim, validada a pesquisa junto aos agricultores familiares do DF e entorno. “O projeto de agricultura orgânica é direcionado à agricultura familiar, que é responsável por quase 60% de toda a produção de leite do país”, informa. O pesquisador destaca, ainda, que para implementar esse projeto buscou-se estabelecer parceiras com os outros trabalhos já em andamento na Embrapa Cerrados. “Além da parceria com o Projeto Unaí, também estamos trabalhando em conjunto com o projeto de rochas potássicas e com o de melhoramento de leguminosas. Quero agregar todos os grupos que possam trabalhar com agricultura orgânica. Acredito num sistema diferenciado que ofereça produtos de qualidade com segurança alimentar”, enfatizou o pesquisador.

O leite orgânico não contém resíduos químicos

A bebida pode remunerar até 50% a mais em relação ao produto convencional, cujo valor pago é de R$ 0,80 por litro, enquanto com o orgânico o produtor pode ser remunerado com até R$ 1,20 por litro A produção de leite orgânico registrada em 2010 chegou a quase 5,5 milhões de litros, o equivalente a 1% do comércio total do produto. Produzido em sistema diferente do processo habitual, representa uma fonte de renda alternativa para o agricultor, a preços atrativos. “A mudança do sistema produtivo pode ser bastante positiva, já que estudos mostram que o leite orgânico é valorizado no mercado e o preço chega a ser 50% maior do que o convencional em algumas regiões”, explica o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), João Paulo Guimarães Soares, zootecnista da unidade Cerrados da Embrapa, no Rio de Janeiro. A produção de leite no sistema orgânico ainda é em pequena escala (a média diária varia entre oito e dez litros). Isso acontece porque existem poucos produtores certificados no Brasil adequados à Lei 10.831 e à Instrução Normativa nº 64 do Ministério da Agricultura. Os custos de produção são menores, pois o produtor usa menos insumos. Esse sistema evita a utilização de máquinas agrícolas, trabalha com plantio direto e compostos orgânicos, porém, exige mão-de-obra maior e mais qualificada. Para adotar o sistema orgânico de produção é necessário ter, no mínimo, um período de 12 meses de manejo sustentável necessário para a conversão, principalmente das pastagens. Somente depois desse período o produto é considerado orgânico. SOPHIA GEBRIM – MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

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DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA

As Câmaras Setoriais e Temáticas do Ministério da Agricultura Sua importância no entendimento entre o setor privado do Agronegócio e o governo

A

s Câmaras Setoriais e Temáticas se consolidaram, ao longo dos últimos anos, como o principal foro de interlocução do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com o setor produtivo. São ferramentas indispensáveis para a identificação de oportunidades ao desenvolvimento das cadeias produtivas, definindo ações prioritárias de interesse para o agronegócio brasileiro e seu relacionamento com os mercados internos e externos. Este elo entre governo e setor privado resulta em um mecanismo democrático e transparente de participação da sociedade na formulação de políticas públicas. As Câmaras Setoriais, ligadas à ideia de cadeias produtivas, e as Temáticas, que tratam de temas transversais, são constituídas por representantes de entidades de caráter nacional: fornecedores de insumos, produtores, trabalhadores, indústrias, exportadores, importadores, entidades de assistência técnica e extensão rural, instituições financeiras, supermercados e órgãos públicos ligados ao setor, entre eles, Ministério da Agricultura, Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDC), Ministério da Fazenda, Planejamento, da Integração, Relações Internacionais, Ciência e Tecnologia, dos Transportes, EMBRAPA, SEBRAE, entre outros. As Câmaras Setoriais e Temáticas contribuem com análises e informações que permitem a identificação de prioridades de atuação do Governo, resultando em contribuições para os planos agrícolas e pecuários do Governo Federal e busca de consenso para conflitos e negociações internas e externas que promovam o desenvolvimento, agregação de valor e aumento de competitividade dos diversos setores do agronegócio brasileiro, hoje responsável por 26,4% do PIB nacional, por 36% das nossas exportações, e que responde por 39% dos empregos gerados no mercado interno. Atualmente existem 34 Câmaras que representam diferentes setores e temas do agronegócio nacional: Açúcar e Álcool, Algodão e derivados, Arroz, Aves e Suínos, Biodiesel, Borracha Natural, Cacau, Cachaça, Caprinos e Ovinos, Carne Bovina, Citricultura, Culturas de Inverno, Equideocultura, Feijão, Fibras Naturais, Flores e Plantas Ornamentais, Fruticultura, Hortaliças, Leite e derivados, Mandioca e derivados, Mel e Produtos Apícolas, Milho e Sorgo, Palma de Óleo, Silvicultura, Soja, Tabaco, Viticultura, Vinhos e derivados, Agricultura Orgânica, Agricultura Sustentável e Irrigação, Crédito e Comercialização do Agronegócio, Seguros do Agronegócio, Infraestrutura e Logística do Agronegócio, Insumos

Versões eletrônicas desses documentos estão disponíveis no site do MAPA (www.agricultura.gov.br). A intenção é disseminar este trabalho, permitindo não só a participação de pessoas ligadas às cadeias que não fazem parte das Câmaras como, ao mesmo tempo, balizar a atuação dos diversos agentes da Cadeia em suas ações, tendo como objetivos, prioridades e metas aquelas elencadas nas Agendas Estratégicas. Nesse sentido, foi proposta a criação de uma Visão de Futuro e a indicação de Indicadores e Metas para 2015. A Visão de Futuro corresponde à manchete que os setores gostariam de ver estampadas nos cadernos de Economia dos grandes jornais do país. Os indicadores e metas permitirão avaliar, com o passar do tempo, se as ações adotadas tanto pelo Governo quanto pelo setor produtivo estão sendo efetivadas. Dessa forma, as Agendas Estratégicas atuam como instrumentos para facilitar a celebração de compromissos mútuos entre Governo e setor privado, pelo fortalecimento da Agropecuária brasileira.

Agropecuários e Relações Internacionais Para garantir a máxima eficiência dos trabalhos das Câmaras, o MAPA conta uma estrutura específica para acompanhá-las: a Coordenação-Geral de Apoio às Câmaras Setoriais e Temáticas. Formada por uma equipe de vários profissionais, a CGAC tem como principal função coordenar e apoiar os trabalhos das Câmaras. Agendas estratégicas Ao longo de 2010, as Câmaras Setoriais do MAPA se dedicaram à construção das agendas estratégicas de seus diversos setores. O objetivo foi estabelecer um plano de trabalho para cada cadeia representada por Câmara, para os próximos cinco anos (até 2015), além de facilitar e organizar a ação conjunta das Câmaras nos assuntos de interesse comum e fortalecê-las como ferramentas de construção de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio. Para tanto, foi definida uma metodologia única, a fim de que os assuntos transversais (que perpassam diversas cadeias) fossem claramente identificados e o conjunto das propostas pudesse compor uma Agenda Estratégica do Agronegócio Nacional. De acordo com a metodologia adotada, as Agendas se estruturaram em torno de 11 grandes temas: Estatísticas, Pesquisa e Desenvolvimento, Inovação, Assistência Técnica (Capacitação, Difusão e Extensão), Defesa Agropecuária, Marketing e Promoção, Gestão da Qualidade, Governança da Cadeia, Crédito e Seguro, Comercialização, Relações Internacionais e Legislação. Para cada tema foram identificados, inicialmente, itens de agenda e diretrizes, compondo um documento inicial para discussão. Após a aprovação da Agenda, foram estabelecidos os itens prioritários e, a partir daí, foram definidas as Ações a Tomar, com seus respectivos responsáveis e prazos de execução. As Agendas Estratégicas, assim, passaram a orientar a elaboração das pautas das reuniões, de forma que cada Câmara pudesse acompanhar a evolução das questões elencadas. No que se refere aos assuntos comuns, foi feito um trabalho de consolidação dessas Agendas, para identificar quais as questões que afetariam as cadeias produtivas. Esta fase foi fundamental na elaboração da Proposta do MAPA para o Plano Plurianual 2011-2015, onde se buscou alinhar as prioridades do MAPA com aquelas apontadas pelas Agendas.

A participação da SNA A Sociedade Nacional de Agricultura - SNA tem atuado como membro efetivo das Câmaras Temáticas, cujos temas perpassam por todas as cadeias produtivas. A participação ativa de sua diretoria e do presidente Antonio Alvarenga, nas Câmaras Temáticas de Infraestrutura e Logística do Agronegócio e de Seguros do Agronegócio, tem fortalecido a representatividade destes fóruns, conferindo maior peso de legitimidade nas decisões tomadas em plenário e encaminhadas ao governo. Recentemente, a SNA foi convidada a participar como membro efetivo da recém criada Câmara Temática de Crédito e Comercialização do Agronegócio, cujos objetivos são discutir e debater a melhor adequação e modernização do crédito agrícola existente, tanto o público como o privado, e criar inovações em mecanismos de comercialização. Aguinaldo José de Lima atua na Coordenação Geral de Apoio às Câmaras Setoriais e Temáticas (GCAC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

Atualmente, existem 34 Câmaras que representam diferentes setores do agronegócio. A SNA participa como membro efetivo desses fóruns. Na foto, o diretor Francisco Vilela Santos (em primeiro plano) representa a SNA na Câmara de Seguros do Agronegócio

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