Ano 06 - Número 26 - 2016 - R$ 16,00 www.animalbusinessbrasil.agr.br
PRODUÇÃO DE INSETOS
negócio promissor
O VÍRUS CAUSADOR DA ZIKA e o médico veterinário
INTEGRAÇÃO LAVOURA/PECUÁRIA
para o pequeno produtor lucrar mais no RJ
igmais.com.br
Agora tem qualidade com identidade
Em todo o mundo, determinados produtos de qualidade são reconhecidos por sua procedência e originalidade, garantidas por uma certificação de Indicação Geográfica (IG) que, no Brasil, pode ser Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO), registradas pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Cabe a você, consumidor exigente, identificar e buscar produtos com essa marca.
A SNA (Sociedade Nacional de Agricultura) apoia e incentiva esse conceito. Nosso objetivo é promover o valor do agronegócio brasileiro com suas características e origens exclusivas. Prefira produtos com essa marca. Existe uma (IG) de qualidade esperando por você!
(IG) Qualidade com identidade.
uma publicação da:
P
esquisadores da PESAGRO-Rio – autores da matéria de capa desta 26ª edição, nos falam da integração dos plantadores no sistema utilizado pelos produtores de leite do estado do Rio de Janeiro, em regime de parceria rural, de como produzir um produto bem-aceito pelo mercado e que deixe um subproduto de qualidade e em quantidade para alimentar as vacas e de ter produção constante ao longo do ano. Tudo com o propósito de aumentar a produtividade do pequeno produtor rural do RJ. Eduardo Matos – proprietário da Safari Alimentação Animal, está desenvolvendo um negócio que, ao que tudo indica, é promissor. Trata-se da criação de insetos para a alimentação de animais exóticos. Como o empresário afirma no seu artigo, “grilos, baratas e tenébrios, produzidos em fazendas certificadas, são fonte de proteína e estimulam o instinto de caça”. Milton Thiago de Mello – presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, decano e mais premiado, internacionalmente, médico veterinário brasileiro, com mais de 200 trabalhos publicados, e que acaba de completar 100 anos de idade, assina um importante artigo sobre “O veterinário e o vírus Zika”. Ele nos dá conta de que essa zoonose –doença de animal transmissível para o homem- foi descoberta na floresta Zika em Uganda, na África, em 1947, num macaco Rhesus (o mesmo que dá nome, ao fator RH do sangue). Sérgio Lobato – médico veterinário, especialista em marketing e consultor no ramo dos
pet shops escreve sobre as tendências desse importante segmento da atividade econômica animal para o presente ano e discorre sobre planejamento, propostas e decisões. É matéria de utilidade tanto para os iniciantes quanto para os veteranos. Alex Lopes – zootecnista da equipe da SCOT Consultoria, em bem fundamentado artigo, discute a época mais oportuna para negociar a venda dos bezerros: na desmama ou é melhor esperar um preço melhor? Roberto Rodrigues – engenheiro-agrônomo, professor universitário, Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Agricultura, entre outros títulos e funções, afirma que “Nunca estivemos tão fora do jogo comercial como agora” e , na sua matéria, explica porque. Roberto Arruda de Souza Lima – PhD, professor da ESALQ/USP, discorre sobre a “potência da equideocultura” e fornece dados interessantes e pouco conhecidos referentes à importância econômica desse setor da economia pecuária. A intenção da ANIMAL BUSINESS-BRASIL é publicar matérias em estilo jornalístico, de fácil leitura, bem ilustradas mas sem sacrifício da verdade científica. Matérias de utilidade para o desenvolvimento dos que trabalham na pecuária, aqui considerada em sentido amplo, incluindo, a produção, a industrialização e a comercialização de animais e de produtos de origem animal. Todas sugestões e críticas serão sempre bem-aceitas.
Luiz Octavio Pires Leal Editor Animal Business-Brasil_3
Academia Nacional de Agricultura Fundador e Patrono:
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Diretoria Executiva Antonio Mello Alvarenga Neto Osaná Sócrates de Araújo Almeida Tito Bruno Bandeira Ryff Maurílio Biagi Filho Helio Guedes Sirimarco Francisco José Villela Santos Hélio Meirelles Cardoso José Carlos Azevedo de Menezes Luiz Marcus Suplicy Harfers Ronaldo de Albuquerque Sergio Gomes Malta
Diretoria Técnica Alberto Werneck de Figueiredo Antonio de Araújo Freitas Júnior Antonio Salazar Pessôa Brandão Fernando Lobo Pimentel Jaime Rotstein José Milton Dallari Soares Kátia Aguiar Marcio Sette Fortes
CADEIRA 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Presidente Vice-Presidente Vice-Presidente Vice-Presidente Vice-Presidente Diretor Executivo Diretor Executivo Diretor Executivo Diretor Executivo Diretor Executivo Diretor Executivo
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É proibida a reprodução parcial ou total, de qualquer forma, incluindo os meios eletrônicos, sem prévia autorização do editor. O conteúdo das matérias assinadas não reflete, obrigatoriamente, a opinião da Sociedade Nacional de Agricultura. Esta revista foi impressa na Edigráfica Gráfica e Editora Ltda. – End.: Rua Nova Jerusalém, 345 – Parte – Maré – CEP: 21042-235 – Rio de Janeiro, RJ – CNPJ (MF) 04.218.430/0001-35 Código ISSN 2237-132X – Tiragem: 15.000
Sumário
14 06
18 21
36 31
26
41
29 45
56 53
47
64
51 06 14 18 21 26 29 31 36 41 45
65
Horse Power: a potência da equideocultura
66
Integração lavoura/pecuária para aumentar a lucratividade do pequeno produtor rural do RJ Ciência e Tecnologia
Produção de leite em 2015 e perspectivas para 2016
Pet Business
Kuvasz, um cão pastor húngaro pouco conhecido Vender na desmama ou esperar preço melhor? Saber o custo ajuda a decidir Conheça o trabalho da ABCZ em favor do Zebu
Brasil fora do jogo
O veterinário e o vírus Zika
47 51 53 56 64 65 66
Suplementação mineral de precisão
Gestão da fauna em cativeiro no RJ Produção de insetos para alimentação de animais exóticos é novo nicho de mercado Top News
Síntese
Números
Opinião
Animal Business-Brasil_5
Horse Power: a potĂŞncia da equideocultura Por:
Prof. Roberto Arruda de Souza Lima, PhD - ESALQ/USP
6_Animal Business-Brasil
Alexas_Fotos/Pixabay
Animal Business-Brasil_7
Wendy Corniquet/Pixabay
A equideocultura, representada pela soma das atividades que envolvem equinos, asininos e muares, usualmente é mal compreendida. Muitos, não apenas no Brasil, julgam os cavalos como se estivessem ligados a poucos privilegiados, como um hobby elitista, enquanto os asininos e muares costumam ser subvalorizados, muitas vezes associados a bolsões de pobreza. A verdade é que os equídeos estão presentes em atividades ligadas a todas classes sociais e geram significativos valores de renda, de Produto Interno Bruto (PIB).
8_Animal Business-Brasil
Comércio Internacional Uma das contribuições da equideocultura está ligada ao comércio internacional. De acordo com dados da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), no ano de 2013, 142 diferentes países importaram equídeos vivos, predominantemente equinos. Entre esses países, destacam-se Reino Unido, Estados Unidos e Irlanda (Tabela 1). O Brasil ocupou a 32ª posição no ranking de importadores, com volume (em dólares) correspondente à apenas 1% do total das importações do Reino Unido, primeiro colocado no ranking. A importância do Reino Unido, Estados Unidos e Irlanda no comércio internacional se repete quando são observados os países exportadores (Tabela 2), ocupando as mesmas três primeiras posições. O Brasil ocupou a 25ª posição entre os 103 países que realizaram exportações em 2013.
Participação no PIB mundial A importância dos equídeos não se limita ao comércio internacional. Ao contrário, as exportações e importações são apenas uma pequena fração da renda gerada pelo segmento. A seguir são apresentados alguns dados de países sele-
Tabela 1. Importações de equídeos, em milhares de dólares, em 2013. País
Equinos
Asininos
Muares
Total
Reino Unido
475.271
-
326
475.597
Estados Unidos
328.784
33
24
328.841
Irlanda
260.431
3
98
260.532
Japão
120.449
-
-
120.449
França
102.876
69
27
102.972
Austrália
95.143
-
33
95.176
Emirados Árabes
94.347
-
-
94.347
China
89.020
-
-
89.020
México
85.674
211
320
86.205
Suíça
69.638
32
5
69.675
Canadá
68.230
13
499
68.742
Outros
420.080
2.809
7.762
430.651
2.209.943
3.170
9.094
2.222.207
Total Fonte: FAOSTAT (2016)
Tabela 2. Exportações de equídeos, em milhares de dólares, em 2013. País
Equinos
Asininos
Muares
Total
Reino Unido
431.514
214
960
432.688
Estados Unidos
398.388
453
2.357
401.198
Irlanda
331.483
-
22
331.505
Holanda
220.959
22
3.092
224.073
Alemanha
203.444
-
-
203.444
França
159.421
4
3.661
163.086
Nova Zelândia
114.292
14
150
114.456
Bélgica
100.122
-
3
100.125
Austrália
90.024
9
7.624
97.657
Canadá
55.419
17
8
55.444
Outros
202.556
2.793
5.459
210.808
2.307.622
3.526
23.336
2.334.484
Total Fonte: FAOSTAT (2016)
cionados, ilustrando a relevância econômica e social (empregos) da equideocultura. Na América do Norte, o PIB da equideocultura apresenta valores significativos. Segundo o American Horse Council Foundation1, a equideocultura nos Estados Unidos emprega 1,4 milhões de pessoas e contribui diretamente com US$ 39 bilhões. Se computados os impactos indiretos, o valor atinge US$ 102 bilhões. Há cerca
de 9,2 milhões de cavalos nos Estados Unidos, a maior parte (3,9 milhões) utilizada em atividades recreativas. No Canadá, onde a equinocultura gera mais de 154 mil empregos, o valor bruto de produção do segmento corresponde a US$ 19 bilhões anuais2. Na Austrália3, o PIB da equinocultura corresponde a cerca de US$ 8 bilhões. Na Holanda, o 2
1
http://www.horsecouncil.org
3
http://www.equinecanada.ca http://www.horsecouncil.org.au Animal Business-Brasil_9
roxymjones/Pixabay
PIB da equinocultura é estimado em 1,2 bilhões de Euros e gera 12 mil empregos. Na Escandinávia, o segmento de equinos gera 6,5 mil empregos na Finlândia e 10 mil empregos na Suécia. O PIB é de 720 milhões de Euros e 800 milhões de Euros, respectivamente, na Finlândia e na Suécia. Também, na América do Sul, a equideocultura é relevante. Por exemplo, estima-se4 que no Uruguai o Valor Bruto da equinocultura corresponda a U$S 335 milhões por ano, o equivalente a 0,7% do PIB daquele país. A maior parcela da tropa uruguaia (87%) destina-se à lida e ao trabalho na agropecuária. Os animais utilizados em esportes e turismo correspondem a 8% e 2%, respectivamente.
Ferrari A. Sader M., Perez F, Lopez D., Recuero M. (2012) Caracterización y potencialidades del sector ecuestre en Uruguay. Montevideo, Uruguay XXI. Disponível em: http://www.uruguayxxi.gub.uy/es/wp-content/uploads/sites/6/2012/04/Ecuestre-Informe-Final-Marzo-2012.pdf. Acesso em 25/02/2016 4
10_Animal Business-Brasil
No Brasil A equideocultura brasileira representa ao menos 0,3% do PIB. A expressão ao menos na frase anterior deve-se ao fato de não haver um levantamento completo das atividades ligadas aos equídeos. A estimativa mais recente, com base no ano de 2015, é bastante conservadora, mas, mesmo assim, mostra como a equideocultura contribui com o país. O segmento de rações, por exemplo, movimenta mais de US$ 250 milhões em rações comerciais e mais de US$ 130 milhões em rações formuladas no próprio haras e feno. O mercado de medicamentos supera US$ 70 milhões anuais. Há muita dificuldade em dimensionar o mercado, pois muitos medicamentos aplicados em equinos são contabilizados para outras espécies, como bovinos (por exemplo, um vermífugo comprado para bovinos pode ser aplicado em equinos e não será computado nas estatísticas do setor). Assim, os números apresentados são conservadores.
Contrariando a imagem equivocada de que seja um animal destinado à elite, a grande movimentação financeira referente aos equídeos ocorre no segmento de animais de lida. São US$ 2,8 bilhões gastos anualmente com montarias, incluindo os cuidados com os animais, selaria e mão de obra associados aos equídeos de lida. O segmento de esporte e lazer com equídeos movimenta US$ 1,9 bilhões anualmente, ocupando 125.700 postos de trabalho direto. O turfe e o cavalo de corrida são uma parte importante, gerando cerca de 30 mil empregos (diretos e indiretos). A Figura 1 mostra a movimentação de apostas nos quatro principais hipódromos brasileiros, que contribuíram para a geração de aproximadamente 160 milhões de dólares de valor bruto de produção relacionado aos cavalos de corrida e suas atividades. Figura 1. Distribuição do Movimento Geral de Apostas nos quatro principais hipódromos brasileiros, em milhões de Reais, em 2013. 27,2
5,1
179,8
Gávea/RJ
Sintetizando os valores relacionados à equideocultura brasileira, a Tabela 3 mostra como se dividiu o PIB de US$ 5,3 bilhões, em 2015, por segmento. A equideocultura ocupa diretamente 607.329 pessoas e, somando as ocupações indiretas, chega a 3 milhões pessoas ocupadas nessa área. Tabela 3. Brasil: PIB e pessoas ocupadas na equideocultura em 2015 Valor (US$ bilhões)
Pessoas Ocupadas
Lida
2,82
433.333
Esporte e Lazer
1,92
125.700
PSI e Turfe
0,26
5.452
Outros
0,31
42.844
Total
5,31
607.329
Segmento
Este artigo procurou mostrar a relevância da equideocultura no mundo e, especialmente, no Brasil. As cifras, embora conservadoramente avaliadas, são dignas de respeito, de terem a atenção das pessoas que buscam boas oportunidades de negócio. A equideocultura tem muito a ganhar com novos investidores e apoiadores para suas atividades. Mas, o que é importante, também tem muito a proporcionar de resultados aos agentes do mercado, seja por sua dimensão, seja por sua diversidade de segmentos com bom potencial de crescimento e desempenho econômico-financeiro. Unsplash/Pixabay
O segmento de esporte e lazer com equídeos movimenta US$1,9 bilhão, anualmente, ocupando 125.700 postos de trabalho enquanto no segmento dos animais de lida são gastos US$2,8 bilhões no mesmo período.
223,6
Cidade Jardim/SP
Cristal/RS
Tarumã/PR
Animal Business-Brasil_11
A pecuária possui um grande parceiro capaz de contribuir para o seu desenvolvimento sustentável em todo o estado.Por meio de cursos, consultorias e um atendimento especializado, o Sebrae/RJ incentiva e participa de toda a cadeia, desde a criação até a comercialização, sem esquecer da responsabilidade ambiental. Venha conversar com quem sabe que, na pecuária, não existe bicho de sete cabeças.
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Pedro e Italiana
Integração lavoura/pecuária para aumentar a lucratividade do pequeno produtor rural do RJ Por:
Pedro Afonso Moreira Alves - pesquisador da PESAGRO-RIO /CEPAO e produtor rural, Leda Maria Kimura - pesquisadora da PESAGRO-RIO / Niterói e José Maria Novaes extensionista da EMATER-RIO/ESLOC Rio das Flores.
Trabalho financiado pela FAPERJ
14_Animal Business-Brasil
Introdução Na última década, a pecuária leiteira Fluminense tem passado por sérios e diversos problemas em sua cadeia produtiva. O mesmo vem ocorrendo com a horticultura. A baixa rentabilidade do setor, aliada à oferta de empregos nas cidades, motivada pelos programas de políticas públicas e pelo crescimento da indústria do petróleo, tem cooptado a população rural, principalmente os jovens, para os centros urbanos e este é o principal fator de declínio destas atividades. Na busca de adaptação e sobrevivência, as fazendas maiores migraram para a pecuária de corte, principalmente para a modalidade do sistema de “cria”, ficando a produção leiteira nas propriedades familiares de pequeno e médio portes. Da mesma forma, a horticultura foi impactada, com o flagrante abandono dessa atividade em muitas regiões ficando a mesma restrita a alguns polos produtores nas regiões Serrana e Noroeste do Estado. Na região Norte a indústria sucro-alcoleira foi praticamente extinta, sendo os canaviais substituídos pela pecuária de corte extensiva. Como resultado destas mudanças, o Estado do Rio de Janeiro se transformou numa grande pastagem pouco produtiva. A idade média dos produtores rurais se elevou passando a ser em torno de 50 anos e a economia rural empobreceu. Nas pequenas cidades do Estado, as Prefeituras Municipais passaram a ser as maiores empregadoras. Com a atual crise econômica e política, as grandes obras e o setor petroleiro estão demitindo em massa. Em consequência, há uma tendência de retorno da mão de obra para suas regiões de origem e lá a economia tradicional foi desestruturada e as Prefeituras também não têm mais recursos. Introduzir inovações no sistema de produção, com as técnicas de integração lavoura-pecuária, visando à redução de custos e ao aumento de produtividade, pode ser uma das soluções para absorver essa mão de obra, em retorno às suas origens, na atividade agropecuária e reestruturar o setor. Na região sul do Brasil, a agricultura familiar tem conseguido sucesso em obter boa renda no campo com a integração leite x milho-soja ou suínos e aves x milho-soja, além de outros alimentos da cesta básica. Nesta integração, uma atividade gera subprodutos que podem ser usados como matéria-prima para a outra. No Estado do Rio de
Na região Sul do Brasil, a agricultura familiar tem conseguido sucesso em obter boa renda no campo com a integração leite x milho-soja.
Cesta com espigas de milho moídas
Animal Business-Brasil_15
Milharal
Janeiro, a topografia não favorece a mecanização em grande escala, limita a produção agrícola a pequenas áreas planas, transformando a horticultura como a melhor e mais viável opção econômica. Como não há uma produção expressiva de grãos no estado, o ambiente é desfavorável à produção intensiva de suínos e aves, fator que limita esse modelo de integração à pecuária. Por outro lado, o relevo ondulado do Estado propicia abundância de “águas altas”, o que favorece a uma irrigação de baixo custo por gravidade.
A experiência de Rio das Flores A Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado do Rio de Janeiro (SEAPEC) vem desenvolvendo o Programa Rio Rural que utiliza a condição geográfica das microbacias hidrográficas para agregar as comunidades e gerar renda. Em Rio das Flores a Micro Bacia trabalhada, neste caso, é a do Córrego das Areias. No Município, a pecuária é a principal atividade, sendo praticada por agricultores familiares em sua grande maioria. A horticultura é de sobrevivência, sem fins comerciais. É um Município agrícola bem representativo do interior do Estado.
Situação encontrada A sazonalidade de produção de forragens é um grande problema para os produtores. Em parte do ano, há comida suficiente para as vacas (sem muita sobra) e na seca há falta de comida. De uma forma geral, os produtores não se or16_Animal Business-Brasil
Como o plantio é em pequenas áreas e é semanal, a mecanização não se justifica e o sistema de plantio adotado é o direto. ganizam para produzir e armazenar volumosos de qualidade. O que se vê durante a seca são pastos arrasados, vacas magras e os produtores desesperados cortando capim velho ao longo das rodovias ou em capineiras passadas. Este sistema de produção gera um quadro de baixa produtividade e descapitalização do setor. Por outro lado, como se trata de uma atividade familiar, há falta de mão de obra e o produtor tem inúmeros problemas a resolver, não conseguindo focar na produção de alimentos para suas vacas. Em geral, quem tem vocação para lida com animais não tem vocação agrícola. Há pessoas que vêm trabalhando com sucesso no Programa de Hortas PAIS do SENAR / Banco do Brasil e que querem ampliar suas atividades. Há um mercado local carente de hortaliças frescas de boa qualidade, que pode absorver a produção, desde que ela seja constante.
Há vacas carentes de comida de boa qualidade o ano todo. Há disponibilidade de terra para plantio com água alta para irrigação.
Desafios Integrar os plantadores no sistema de produção dos produtores de leite em regime de parceria rural. Produzir um produto bem aceito pelo mercado e que deixe um subproduto de qualidade e em quantidade para alimentar as vacas. Ter produção constante ao longo do ano. O sistema a ser proposto tem que ser muito simples.
Situação proposta Montar sistema de produção de milho verde, onde a espiga dominante seria vendida e o pé com espiga residual seria oferecido como alimento para as vacas. Como a produção deve ser contínua, o sistema tem que ser irrigado e os plantios devem ser semanais. Como as dúvidas sobre o sistema eram muitas, foi realizado um ensaio em uma área de 1.400 m2 subdividida em 15 parcelas de aproximadamente 90 m2 a serem plantadas a cada semana. Com a experiência adquirida nestas pequenas parcelas pode-se partir para áreas maiores com segurança.
Sistema de plantio Como o plantio é em pequenas áreas e é semanal, não justifica a mecanização. Foi adotado o sistema de plantio direto. Para tanto a vegetação existente é dessecada e o plantio é feito sobre a palhada. A adubação é feita seguindo recomendação da análise de solo. Plantou-se milho híbrido convencional, dois cruzamentos distintos. No caso de falta de chuva a irrigação, por aspersão, é feita a cada 3 dias no inverno e 2 dias no verão. A ideia é que a lavoura pareça como uma onda, pequena na frente e grande atrás.
Problemas encontrados Inicialmente o Produtor (Sr. Tonico) teve muita dificuldade em adensar o plantio para poder colher mais espigas por área. Com o passar do tempo, o problema foi corrigido.
Como o milho não era transgênico, houve ataque de lagarta do cartucho, o que foi controlado com aplicação de produto biológico produzido na PESAGRO/CEPAO. Ataque da lavoura por pássaros, um problema ainda sem solução.
Resultados O Sr Tonico conseguiu uma produção de 140 espigas por semana, vendendo, no mercado local, ao preço médio de R$ 0,75 a espiga. Fez uma renda de R$ 105,00 por semana, complementando a receita da horta PAIS. O parceiro pecuarista, Sr Domingos, recebeu 700 kg de forragem de boa qualidade por semana com o único custo de ir buscar na lavoura. Quantidade suficiente para alimentar 5 vacas com 20 kg de milho ao dia. As vacas adoraram a troca de capim velho por milho bom melhorando o desempenho.
Trocando em números e aumentando a escala Passando estes números para uma área de 0,5 hectare, o que é a proposta da próxima fase do Projeto, podemos esperar: • 560 espigas por semana. A um preço de atacado de R$ 0,50, a espiga faria uma renda bruta de R$ 1.180,00 ao mês (4,2 semanas por mês). O custo de produção, neste caso, é de R$ 350 ao mês o que dá uma renda líquida de quase um salário mínimo mensal e meio hectare de terra e complementa a renda da horta já existente. • Para o parceiro pecuarista, o volumoso produzido será suficiente para alimentar suas 20 vacas a um custo baixíssimo com volumoso. • Para as vacas, sendo bem alimentadas, espera-se um aumento de 20 a 30% na produção e melhora no desempenho reprodutivo.
Perspectivas futuras Animados com o desempenho deste trabalho a PESAGRO-RIO, em parceria com a Universidade Rural / IZ, está propondo, com financiamento da FAPERJ, um Projeto de Pesquisa para poder afinar os dados, testando diferentes variedades de milho para ver qual é o que melhor se adéqua a este sistema de manejo. Animal Business-Brasil_17
Por: Adeildo
Lopes Cavalcante
Universidade Iguaçu (RJ) desenvolve projetos na área de bovinocultura de leite
Fernanda Giácomo Ragazz
Visita dos graduandos de Medicina Veterinária a uma propriedade
Localizada em Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, a Universidade Iguaçu – Campus V (Itaperuna), através do curso de Medicina Veterinária, vem desenvolvendo projetos, na área de bovinocultura de leite, destinados ao produtor com o objetivo de analisar o custo de produção praticado em cada propriedade. Os graduandos do curso (foto) acompanham o dia a dia das propriedades, integram-se com a comunidade rural e interagem com os produtores na tomada de decisão da atividade baseada em informações técnicas geradas dentro da propriedade. O conhecimento econômico por parte dos produtores sobre o quanto estão gastando para produção de seu leite tem gerado maior comprometimento deles na atividade, como também tem auxiliado na gestão das propriedades com maior comprometimento e dedicação com a produção e a qualidade do leite, beneficiando, desse modo, toda cadeia produtiva.
O mel, produzido no Pantanal (região que compreende os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), foi desenvolvido com base em pesquisas e ações de transferências de tecnologias à apicultura do Pantanal que estiveram a cargo da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), através do núcleo Pantanal. O mel, oriundo de abelhas africanizadas (Apis mellifera), se caracteriza por uma coloração clara, com sabor e aroma de floradas variadas de plantas da região. O selo de Identificação Geográfica, expedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial, é uma garantia ao consumidor sobre a região onde o produto foi obtido e por quais métodos foi produzido. Antes do início das pesquisas da EMBRAPA, a região do Pantanal era erroneamente apontada e conhecida como não indicada para a obtenção de mel e de outros produtos apícolas.
18_Animal Business-Brasil
Nicoli Dichoff
Mel do Pantanal é o primeiro do Brasil a receber o selo de Indicação Geográfica
Febre aftosa: reações às vacinas comprometem lucro de criadores em São Paulo e Mato Grosso Essa conclusão consta de pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista, Universidade Federal de Mato Grosso e a Associação dos Criadores de Mato Grosso. Os pesquisadores analisaram, em São Paulo e Mato Grosso, 1.012 animais em 19 abates ao longo de 2013 e concluíram que reações às vacinas causaram perdas de 6,5 quilos por animal. Considerando o valor da arroba à época (R$ 115,00), as perdas por animal foram estimadas em R$ 50,00. As reações, decorrentes de problemas ligados à qualidade das vacinas e ao método de aplicação, causaram abcessos nos animais. Essas lesões, associadas a outras causas, resultaram em menos carne por animal e redução do valor de peças do produto. A pesquisa teve por objetivo esclarecer divergências entre produtores e frigoríficos sobre o peso dos animais (desde a saída deles da propriedade até o abate).
A pesquisadora Mayara de Souza Queirós, tecnóloga em alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), em Campinas (SP), desenvolveu uma manteiga mais cremosa e macia que torna o ato de espalhá-la sobre o pão ou biscoito, entre outros produtos, mais fácil aos consumidores. A obtenção da manteiga foi possível graças à adição da oleína, uma fração da gordura do leite que conferiu ao produto uma maior maciez. Além disso, possibilitou que a manteiga ficasse mais amarela, dispensando o uso de corantes. Com o estudo que levou à nova manteiga, Mayara obteve o título de mestre em Tecnologia de Alimentos na FEA.
Reprodução/Divulgação
SEAPEC
Pesquisadora desenvolve manteiga mais cremosa e mais fácil de espalhar
Animal Business-Brasil_19
Bovinos: Kuhn projeta e fabrica distribuidor de ração montado em caminhão
UNESP desenvolve garrafa que aumenta prazo de validade do leite Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em parceria com a NANOX Tecnologia, desenvolveram uma garrafa plástica que aumenta de sete para 15 dias o prazo de validade do leite fresco pasteurizado. O estudo para criar a embalagem envolveu a incorporação de micropartículas à base de prata, com propriedades bactericidas, antimicrobianas e autoesterilizantes, no plástico rígido das garrafas. A NANOX Tecnologia surgiu por iniciativa de professores do CDMF e ex-alunos da UNESP e Universidade Federal de São Carlos, em São Carlos (SP). A tecnologia foi empregada, pela primeira vez, com sucesso, por uma empresa paulista (Agrindus), que comercializa a marca de leite Letti em 45 cidades do estado de São Paulo. 20_Animal Business-Brasil
Kuhn
ótimo fluxo de alimento ao cocho. O distribuidor dispõe também de um motor capaz de variar o escoamento da ração, permitindo uma descarga rápida e completa de um extremo a outro dos cochos.
Sistema inédito no Brasil viabiliza embarque de ovinos no Mato Grosso do Sul Desenvolvido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (FAMASUL), com base em estudo técnico, o sistema consiste em reunir animais de vários produtores em uma área devidamente adaptada para recebimento, pesagem, registro, inspeção e embarque dos animais. O sistema não tem qualquer custo para o produtor, que pode enviar quantas cabeças de animais desejar. O envio dos animais para o frigorífico para abate é feito por caminhão, o qual está dividido com espaço para cada produtor (foto). O sistema foi criado para facilitar o comércio de animais, pois havia dificuldades para realização de negócios com ovinos no estado. A iniciativa, segundo a FAMASUL, viabiliza o comércio, sem intermediários e sem transações financeiras, já que o frigorífico deposita o valor pago ao produtor direto na conta dele durante a comercialização. FAMASUL
Divulgação
A empresa gaúcha Kuhn, fabricante de máquinas e equipamentos para a agropecuária, introduziu uma novidade em sua linha de produção: projetou e passou a fabricar um distribuidor de ração montado em caminhão para criadores de gado que precisam fornecer grandes quantidades de ração aos animais a partir de um ponto de mistura centralizado. O distribuidor possui um reservatório de grande capacidade simples de utilizar, graças à sua concepção inovadora, composta de duas roscas horizontais que mantêm a carga nivelada ao mesmo tempo em que proporcionam um
Produção de leite em 2015
e perspectivas para 2016 Wallisson Lara Fonseca - Rodrigo Sant’Anna Alvim Zootecnista, Analista de Agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – FAEMG. Engenheiro Agrônomo, Diretor Secretário da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais – FAEMG, Presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária – CNA e Presidente da Câmara Setorial de Leite e Derivados do MAPA.
O crescimento da população mundial, prevista para superar 9 bilhões de pessoas até 2050, promoverá muitos desafios, entre eles a produção sustentável e a segurança alimentar. A sustentabilidade demanda produção associada à preservação de recursos naturais, à viabilidade econômica e ao respeito aos direitos sociais, e a segurança envolve o fornecimento de alimentos com qualidade, na quantidade necessária.
PublicDomainPictures/Pixabay
Por:
D
e acordo com estudo realizado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) em parceria com a OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico), entre os produtores de alimentos, o Brasil é o país com maior potencial de crescimento produtivo. A expectativa é de que possa aumentar sua produção de alimentos em 40%. Neste cenário em que nos reafirmamos como celeiro mundial, o pecuarista brasileiro pode tornarAnimal Business-Brasil_21
Evolução anual da Balança Comercial de Lácteos (1997 – 2015) 800,0 632,8 511,7
600,0
541,5
456,6
448,1
Milhões US$
400,0 200,0
213,1 9,4
0,0
419,3 345,4 319,2
328,4
119,0
8,1
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
-200,0
2015* -100,09
-102,7
-400,0 -600,0
- 447,2
- 503,6
Importações
Exportações
Saldo
- 513,8
- 478,2
* Referente: JAN- DEZ Fonte: Sistema Alice/SECEX/MDIC Elaboração: CNA
Principais fornecedores de lácteos para o Brasil em 2015. 2%
3%
2%
5%
Países
4% 42%
Argentina
176.424.456
Uruguai
174.275.537
Estados Unidos França Alemanha 42%
Argentina
Nova Zelândia Uruguai
Alemanha
Estados Unidos
Nova Zelândia
França
US$
Outros (12)
16.594.747 9.642.511 13.533.413 6.808.799 21.987.485
Outros (12)
Fonte: Sistema Alice/SECEX/MDIC Elaboração: CNAPeríodo: JAN - DEZ
-se protagonista. Assim, o setor de lácteos pode aproveitar a demanda aquecida que se prospecta e reverter seu status na balança comercial, retomando o posto de exportador perdido em 2008. Mas para isso é preciso começar a trabalhar agora. A balança comercial de lácteos chegou ao final de 2015 com saldo negativo de US$ 100,09 milhões, o que equivale a 651,6 milhões de litros de leite. Em comparação com 2014, as importações cresceram 26,24%. Já as exportações diminuíram tanto em volume quanto em receita, 10,67% e 7,61% respectivamente. 22_Animal Business-Brasil
Preço ao produtor Nos últimos anos (2013/2014), o preço pago ao produtor subiu acima da inflação, fato que – juntamente com a baixa volatilidade de preços no Brasil em relação ao mercado internacional – pode ter estimulado o aumento da produção. No entanto, ao compararmos os primeiros semestres dos últimos cinco anos, em 2015 a curva de preços ao produtor apresentou um dos menores patamares, com margens mais apertadas depois de um período muito positivo nos dois anos anteriores.
Na comparação com janeiro de 2015, os custos subiram 19,6% no primeiro mês de 2016. O destaque para esse incremento é a mão de obra, devido à elevação do salário mínimo (11,7%), outros itens também tiveram relevância para os custos, tais como concentrados energéticos (+ 5,1%), combustíveis/lubrificantes (+ 2,6%), defensivos agrícolas (+ 1,0%) e suplementos minerais (+ 0,6%).
out nov dez 2016
A partir de 2015, os resultados econômicos da pecuária leiteira foram pressionados pelo aumento do custo de produção e pela redução da cotação do leite para o produtor. Ao compararmos a média de 2015 com a de 2014, o preço do leite teve queda de 2,2% em valores nominais, enquanto os custos subiram, em média, 5,4%.
3.500
Fonte: SCOT CONCULTORIA/ASTEC FAEMG. Elaboração: ASTEC FAEMG.
jan/16
dez/15
nov/15
out/15
set/15
ago/15
jul/15
jun/15
fev/16 1 mar 16
1.500
2 fev 15
fev/16
jan/16
dez/15
0,4%
2.000 5 jan 15
1,2%
2.500
1 dez 15
2%
1,4%
set/15
ago/15
jul/15
-1,6% -1,7%
1%
out/15
mai/15
1,7%
jun/15
mar/15
fev/15
jan/15
2% 1,8% 0,9% 1% 0,4% 0%
abr/15
3%
3 nov 15
4,5%
4,1%
4%
nov/15
5%
A variação na cotação da tonelada do leite em pó no período de mar16/mar15 é -30,09%.
3.000
6 out 15
5,3%
1 set 15
6%
-3%
mai/15
Preços do leite em pó no mercado internacional nos últimos 12 meses.
Variação mensal de custo de produção da Pecuária Leiteira:
4 ago 15
2015
1 jul 15
ago set 2014
2 jun 15
jul
2013
5 mai 15
2012
1 abr 15
fev mar abr mai jun
Enquanto internamente os custos subiam, no mercado internacional os preços caíam. A cotação da tonelada do leite em pó no acumulado de 2016 teve variação negativa de 10,6%, os dados são de leilões da GDT (Global Dairy Trade). Entretanto, no primeiro leilão de março, o preço subiu 5,5%, fechando em US$ 1,974/tonelada. Existe a previsão de que a cotação alcance US$ 3,450/tonelada em meados deste ano, mas isso depende do aumento de demanda dos principais importadores de leite em pó.
3 mar 15
jan
Fonte: CEPEA/ASTEC FAEMG. Elaboração: ASTEC FAEMG.
-1%
abr/15
Mercado internacional
2011
-2%
Média: 2,1
Fonte: CEPEA/ASTEC FAEMG. Elaboração: ASTEC FAEMG.
USD/MT.FAS
R$/L 1,30 1,25 1,20 1,15 1,10 1,05 1,00 0,95 0,90 0,85 0,80
2,8 2,6 2,4 2,2 2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0
mar/15
Evolução dos preços:
Relação de troca: kg de milho / litros de leite
fev/15
Essa conjuntura resultou na diminuição dos investimentos. O produtor ficou cauteloso diante das incertezas do cenário político e econômico interno e externo e reduziu a oferta, na esperança de que o mercado se regulasse e, assim, os preços voltassem a um nível rentável.
jan/15
O produtor ficou cauteloso diante das incertezas do cenário político e econômico, interno e externo.
O cenário negativo para o leite em pó no mercado internacional, segundo o Rabobank, pode Animal Business-Brasil_23
ser explicado pelo aumento em torno de 2% na produção dos seis maiores exportadores no primeiro quadrimestre de 2015: Argentina, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Nova Zelândia, União Europeia e Uruguai. Concomitantemente ao incremento na produção, os principais importadores de leite em pó reduziram a demanda. A China, por exemplo, com seus estoques elevados, produção doméstica maior e demanda interna fraca, diminuiu as importações em 50% no 1º quadrimestre de 2015, em comparação ao mesmo período de 2014. Já a Rússia, neste mesmo período, passou por problemas econômicos e ainda impôs embargos aos produtos lácteos da Austrália, Canadá, Estados Unidos, Noruega e União Europeia. O resultado destes fatores foi a queda de 42% nas importações.
Indicador
Competitividade Diante do cenário econômico nacional, das oscilações globais e da conjuntura promissora desenhada pela ONU, para que o pecuarista se mantenha competitivo na sua atividade é necessário melhorar a gestão da propriedade e fazer a alocação estratégica dos recursos. Minimizar custos e maximizar lucros perpassa pela produtividade. Um dos caminhos para o êxito é a assistência técnica, que pode contribuir de maneira fundamental na execução mais eficiente das atividades da propriedade. Em Minas Gerais, o programa Balde Cheio tem cumprido essa tarefa ao transferir tecnologia e orientar o produtor na tomada de decisões, por meio da interpretação dos indicadores técnicos e econômicos da atividade leiteira, visando ao melhor retorno para o negócio rural.
Antes*
Depois**
4ha+13ha (arrendado)
4ha
200
350
66
84
Despesas de custeio (R$)
48.898,13
44.801,65
Receita total (R$/ano)
73.435,22
101.548,86
4.819
31.937
0,75
0,99
19.207,49
56.747,21
Área da propriedade (ha) Produção diária (litros/dia) % de vacas em lactação
Produtividade (litros/ha/ano) Preço recebido (R$) Fluxo de caixa (R$/ano)
*12 primeiros meses de projeto *12 últimos meses de projeto OBS: Essa propriedade não tinha informações antes de entrar no projeto, por isso não há como comparar antes e depois. O antes foi feito com a média dos primeiros 12 meses de projeto.
Caso de Sucesso do Programa Balde Cheio: Produtor: Roberto Leonardo de Souza • Fazenda: Mato Dentro • Município: Carmo do Cajuru - MG • Aderiu ao Programa: Mai/2011 • Meta: atingir 600 litros/dia
24_Animal Business-Brasil
Distribuição do Programa Balde Cheio em Minas Gerais em 2015:
Para 2016, espera-se que o cenário de alta inflação e recessão econômica no Brasil continue, o que influenciará diretamente o consumo dos lácteos, principalmente os produtos de maior valor agregado. Na outra ponta, o preço dos insumos (milho e farelo de soja) deve permanecer em patamares elevados, devido à valorização do dólar diante do real. Com relação aos preços do leite e derivados, o mercado vem se firmando nos últimos meses, demonstrando que a produção está mais ajustada com a demanda, com a curva de produção diminuindo em importantes bacias leiteiras. Em janeiro o volume produzido se reduziu em 2,5% na comparação com dezembro último. Considerando a média brasileira, a produção foi menor em razão dos recuos na região Sudeste e Centro-Oeste.
O preço dos insumos (milho e soja) deve permanecer em patamares elevados. No momento, a situação econômica tanto interna quanto externa pede cautela. O produtor deve ficar atento aos números e cenários, pois, além de sempre poder haver boas oportunidades em meio às crises, existe a previsão de aumento da demanda por alimentos em todo o mundo até 2050, e a expectativa do alto potencial do Brasil para crescer e produzir mais. Ao produtor, fica facultado inserir-se no espaço que lhe compete, assumindo o seu papel de protagonista na produção de alimentos.
Pixabay
Perspectivas
Animal Business-Brasil_25
Tendências para 2016 Por:
Sérgio Lobato, consultor
Mais um ano que se inicia e mais uma vez é chegado o momento de planejamento, propostas e decisões.
V
ocê já não leu isso em alguma revista de comportamento? De moda? Ou dedicada ao público feminino que ávido por novidades e tendências sobre o que será chique ou não no novo ano para vestir e chamar atenção? Ok, agora está lendo em uma revista voltada ao público interessado no mundo animal, mas... vamos entender um pouco a diferença entre modismo e tendência. Primeiro, uma pequena crítica àqueles que esperaram o ano começar para pensar nessas 3 palavras chaves:
rada, conseguimos começar a diferenciar quais transformações são apenas modismos ou efetivas tendências.
Modismo Modismo é um cenário onde as inovações não se sustentam por muito tempo, tem seu período de vida curto e geralmente tendem a ter mais visibilidade promocional do que efetivamente conteúdo técnico fundamentado. Em alguns casos, é apenas o que costumamos chamar de comportamento de manada, ou seja, as pessoas copiam as atitudes e posturas de determinado momento sem questionar se estão realmente capacitadas para este processo ou técnica.
Em Janeiro, você não tem clientes? Em Janeiro, não tem contas a pagar? Você não tem que ir para seu negócio veterinário trabalhar todos os dias? O que mudou então? É a continuação de uma rotina, claro! O que podemos e devemos entender nesse ponto, é que o encerramento de um ciclo, no caso, a passagem de um ano para outro, pode servir como auxílio às nossas vontades de mudar e transformar nossas realidades pessoais e profissionais. E essas mudanças por sua vez devem ser feitas após analisarmos as transformações que surgem em nosso caminho, mas que muitas vezes passam despercebidas. E ao fazermos essas análises de forma consciente e ponde26_Animal Business-Brasil
Photl
Planejamento –Propostas e Decisões
Animal Business-Brasil_26
KeystonePetPlace/Pixabay
Tendência Tendência é a solidez das atitudes e decisões, quando baseada em análises e estudos mais aprofundados e uma correta qualificação nesta ou naquela técnica ou ação. Você consegue transformar seu posicionamento de forma sustentável e modifica comportamentos (por exemplo da sua equipe, do mercado e de seus clientes). Um exemplo claro de tendência, que um dia foi modismo no Brasil, foi o surgimento do Mercado Felino como um novo eldorado de investimento para profissionais atuantes no mercado pet e veterinário. No início um boom! Todos queriam lucrar com este mercado que se dizia ser o futuro da Medicina Veterinária no Brasil, que o gato seria o animal do futuro. Enfim, massificou-se o conceito e todos quiserem de alguma forma ganhar dinheiro, mesmo que sequer conhecessem as necessidades e peculiaridades desse mercado tão específico.
Resultado do modismo Um retrocesso e uma certa estagnação, com muitos desistindo do segmento em um primeiro momento, pois a qualidade não era a esperada pelos consumidores. Mas em um segundo momento, os profissionais que buscaram o conhecimento e melhor
compreender as necessidades e desejos desse nicho, começaram a se solidificar no mercado e hoje, o que foi modismo, virou tendência e já é uma realidade no mercado veterinário brasileiro com clínicas especializadas em medicina felina, congressos específicos e lançamentos de produtos para o segmento, com muita frequência.
Expectativas de negócios para 2016 Podemos ter cenários diferentes em todo o mundo, claro, pois estamos em momentos diferentes da medicina veterinária e temos as diferenças comportamentais e culturais de nossas equipes e de nossos consumidores (clientes), mas podemos citar mudanças comportamentais e estruturais. 1. Um maior foco na experiência do cliente dentro do estabelecimento veterinário, desde sua chegada até a recepção pelo veterinário e posteriormente no pós – atendimento. 2. Uma busca pela ambientação dos centros veterinários focada em um conceito de arquitetura hospitalar. 3. Especializações em mercado felino. 4. Busca pelo conhecimento das interfaces do serviço veterinário x relações de consumo x estratégias promocionais. Animal Business-Brasil_27
Skeeze/Pixabay
O que foi modismo (a criação de gatos) virou tendência e já é uma realidade no mercado brasileiro, com clínicas especializadas em medicina felina.
5. Diagnóstico de imagem e laboratoriais surgindo em centros específicos como suporte à atividade de vários colegas. 6. Especializações em animais silvestres. 7. Oncologia, cardiologia, nefrologia e endocrinologia surgindo como especialidades mais presentes em função do aumento da expectativa de vida dos animais domésticos.
KeystonePetPlace/Pixabay
8. Megalojas abrindo filiais em várias capitais do Brasil. 9. O surgimento de um formato decorrente de problemas de relação/gestão pet, o centro de estética dito "avulso" do petshop, ou seja, salões de beleza para cães e gatos como unidades de negócio autônomas e independentes.
Quais as tendências do seu mercado? Como estarão se preparando para que cada uma delas se torne em uma rentável realidade para os negócios veterinários? Tendência boa é aquela que se cristaliza em lucros. Mas lembre-se, para que uma tendência se consolide, é importantíssimo a qualificação técnica do profissional pois sem a base não se constrói nenhuma atividade sustentável e duradoura.
28_Animal Business-Brasil
Kuvasz, um cão pastor húngaro pouco conhecido Por:
Antonio Edson Bernardes, criador.
A perda de animais em propriedades rurais, em decorrências de furtos ou invasão de predadores, tais como onça, pumas ou até mesmo por cães, representa sempre um prejuízo financeiro.
U
m cão de proteção é um grande aliado para reduzir ou eliminar as perdas. Esse cão merece ser respeitado e valorizado, por ser o melhor amigo do homem, podendo, também, ser seu melhor funcionário. Um cão de proteção é a segurança da propriedade. E sem receber salário nem férias. O cão da pouco conhecida raça Kuvasz é um bom exemplo de cão protetor. Este belo cão pastor tem um temperamento equilibrado, é muito leal ao dono e eficiente tanto como cão pastor de rebanhos como animal de companhia.
Animal Business-Brasil_29
Prince of the Dogs
História
Características
O húngaro Palfavy é o grande pesquisador dessa raça popular no seu país e seus estudos concluíram que o nome Kuvasz é de origem suméria e data de cerca de 5 mil anos, quando acompanhavam os cavaleiros e pastoreavam ovelhas. A criação sistemática e técnica dessa raça teve início na segunda metade do século XIX, quando passou a se tornar um cão popular na Hungria. Durante a Segunda Grande Guerra, entretanto, os Kuvasz foram quase extintos, vitimados pela fome que atingiu também a população humana. Naquela época, os criadores foram forçados a ceder seus animais, ou vários deles, para o serviço militar e muitos foram mortos em ação. O resultado é que no término da Guerra, a raça estava quase extinta. Como cachorro, diante da escassez generalizada no pós-guerra era considerado um luxo, os criadores precisaram esconder seus canis. Mesmo atualmente, o Kuvasz é considerado uma raça rara na maioria dos países, embora seja encontrada em diversos países europeus, nos Estados Unidos, Canadá e também no Brasil.
O Kuvasz é um cão elegante, de pelagem branca, de grande porte, forte, de temperamento equilibrado e muito resistente às variações climáticas. Sua pelagem é compacta e ondulada e as pernas têm comprimento médio. A cabeça tem um formato característico de cunha com o focinho mais amplo perto do crânio, afinando para a ponta. Seu temperamento é agradável e é uma raça de grande agilidade. Os machos medem, em média, 75 cm na cernelha, com o peso de 50 kg e as fêmeas, entre 66 e 70 cm com o peso de 42 kg. Não é recomendável que os machos pesem mais de 55 kg. Os filhotes gostam de brincar e, assim como os adultos, são muito chegados à vida em família, mas como qualquer outro cão de grande porte, não é a raça indicada para viver confinada num apartamento.
30_Animal Business-Brasil
Pesquisa: Google
Vender na desmama ou esperar preço melhor? Saber o custo ajuda a decidir Uma nova safra de bezerros está chegando ao mercado. Por:
Zootecnista Alex Lopes, Scot Consultoria
As fazendas de cria que colocaram sua vacada em monta no final de 2014 e começo de 2015, nos primeiros meses de 2016 terão bezerros desmamados disponíveis para a venda. Depois de dois anos de mercado comprador, negócios “fáceis” e preços com forte alta para esta categoria de bovinos, o mercado agora está mais desafiador.
Animal Business-Brasil_31
C
om a conjuntura econômica vigente que, ao que tudo indica, dificultará ou, pelo menos, modulará as valorizações da arroba do boi gordo, o invernista está cauteloso no repor o rebanho. Os bezerros que entrarem na fazenda em 2016, serão, em sua maior parte, vendidos em 2018, quando provavelmente estaremos em um momento de baixa do ciclo pecuário e, se tudo correr bem, com a economia começando a se recuperar. Diante disso, recomenda-se ao criador esquecer as facilidades vividas em 2014 e 2015, quando o mercado ajudou e toda hora era uma boa hora para negociar. Esse quadro vale para a safra atual de bezerros e para a de 2017, já que a conjuntura econômica e o mercado do boi gordo devem ser parecidos nesses anos.
Quando negociar Saber quando vender, somente é possível com uma análise feita ano a ano, considerando as condições da fazenda, tais como a oferta de pasto, necessidade de caixa, entre outras coisas. Mas, através de comportamentos históricos de mercado, é possível entender em quais os períodos devemos ficar atentos. Veja a figura 1. Nela está a variação do preço do bezerro de desmama ao longo de doze meses, nos últimos seis anos. Perceba que entre janeiro e maio, com exceção de 2012, houve valorização dessa categoria animal. Figura 1. Variação do preço (R$) do bezerro de desmama em São Paulo. 150,0 140,0 130,0 120,0
Figura 2. Média das variações da cotação(R$) do bezerro de desmama em São Paulo entre 2010 e 2015. 120,00 115,00 110,00 105,00 100,00 95,00
jan
fev mar abr mai jun
jul
ago set
out nov dez
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Antes de desenvolver o restante da análise, é importante esclarecer que esse comportamento não ocorre pontualmente. E o motivo é simples. Em todos os cantos do país, onde a seca se estabelece a partir do segundo trimestre do ano, ocorre queda na demanda, já que os pastos perdem capacidade de suporte, esfriando o mercado e afetando negativamente os preços. Portanto, quanto antes a vacada emprenhar, mais cedo o bezerro estará disponível no mercado e, maiores as chances de negociar na alta. Sem contar ainda que os bezerros tendem a ser mais pesados quando desmamados próximo a março (vacada que emprenhou quando a oferta de capim é abundante e, portanto, com maior escore corporal), período que coincide com a alta apresentada nas figuras 1 e 2. Aliamos assim a melhor produtividade ao melhor momento de mercado. Porém, não basta entender que a dinâmica dos preços seja importante, essa é uma parte do planejamento da venda. Conhecer o custo é tão importante quanto.
110,0
O custo do bezerro
100,0 90,0 80,0
jan
fev mar abr mai jun 2010
2011
2012
jul
ago set 2013
out nov dez 2014
2015
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Agora, na figura 2, o comportamento médio da cotação nesses seis anos. 32_Animal Business-Brasil
O custo do bezerro no pós desmama dependerá, primeiro, do mês em que ele for desmamado. Veja, na Tabela 1, as datas de desmama de acordo com os períodos em que a vacada foi emprenhada, sempre considerando a época ideal para estação de monta do país, que vai do último trimestre do ano anterior ao primeiro do ano seguinte.
Tabela 1. Meses possíveis para prenhez, de acordo com a estação de monta, e mês de desmama de bezerros aos oito meses de idade. MESES
SITUAÇÃO DO REBANHO
ANO 1
outubro
Prenhez
ANO 1
novembro
Prenhez
Prenhez
ANO 1
dezembro
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
janeiro
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
fevereiro
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
março
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
abril
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
maio
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
junho
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
julho
Bezerro
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
agosto
Bezerro
Bezerro
Prenhez
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
setembro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Prenhez
Prenhez
Prenhez
ANO 2
outubro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Prenhez
Prenhez
ANO 2
novembro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Prenhez
ANO 2
dezembro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
ANO 3
janeiro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
ANO 3
fevereiro
Desmama
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
ANO 3
março
Desmama
Bezerro
Bezerro
Bezerro
Bezerro
ANO 3
abril
Desmama
Bezerro
Bezerro
Bezerro
ANO 3
maio
ANO 3
junho
ANO 3
julho
Desmama
Bezerro
Bezerro
Desmama
Bezerro Desmama
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Animal Business-Brasil_33
Quando a desmama ocorre entre fevereiro e abril, em função da boa oferta de forragem dessa época, excluem-se os gastos com suplementação proteica, mais “cara” que a suplementação mineral, além dos desembolsos com aplicação de vacina de aftosa e com endectocidas, considerando o uso do clássico sistema de vermifugação em maio, julho e setembro. Na Tabela 2, está estimado o custo mensal de um bezerro, tendo como base os preços vigentes em 2016. Mesmo sabendo que o período de
prenhez das matrizes e de desmama da bezerrada influenciará o peso do animal, para efeito de simulação, em todas as opções, consideramos que o bovino será desmamado aos oito meses de idade, com peso vivo de 210 quilos e, a partir daí, terá ganhos diários de 400 gramas. Para eliminar as particularidades de custo fixo, utilizamos o arrendamento a um custo de R$20,00 cabeça/mês. A partir destes custos e do comportamento dos preços e, aliando-os ao risco de mercado,
Tabela 2. Custo de bezerro de desmama, com ganhos médios de 400 gramas/dia e peso à desmama com 210 quilos. Desmama em fevereiro (210 kg e 8 meses) Desmama em março (210 kg e 8 meses) Desmama em abril (210 kg e 8 meses) Desmama em maio (210 kg e 8 meses) Desmama em junho (210 kg e 8 meses) Desmama em julho (210 kg e 8 meses)
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
R$ 29,23
R$ 29,45
R$ 29,67
R$ 43,59
R$ 42,40
R$ 44,27
R$ 29,23
R$ 29,45
R$ 42,75
R$ 41,61
R$ 43,43
R$ 29,23
R$ 41,91
R$ 40,82
R$ 42,59
R$ 41,07
R$ 40,03
R$ 41,75
R$ 39,24
R$ 40,91 R$ 40,07
*Foram considerados os custos com arrendamento de pasto, suplementação mineral (fevereiro, março e abril), suplementação proteica (maio, junho e julho), aftosa (maio), vermifugação (maio e julho) e mão de obra (1 funcionário para cada 500 animais). Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br 34_Animal Business-Brasil
É importante deixar claro que custo é um parâmetro individual, particular de cada sistema de produção e de cada propriedade. é possível ter uma ideia se há viabilidade na retenção desses bovinos, prática muito comum, principalmente nos dois últimos anos, em que o mercado esteve comprador e o pecuarista apostava em valorizações. Em 2015, por exemplo, a desmama em fevereiro era negociada, em média, por R$1.235,00/cabeça. Em abril, o preço chegou aos R$1.294,00/ cabeça, alta de 4,8%.
Mesmo com esse bovino no pasto nesse período e com uma mão de obra 10% mais barata que a atual, quem esperou para vender dois meses depois da desmama, em abril, perdeu mais de R$27,00 por cabeça. Se adicionarmos o efeito da inflação, o prejuízo vai para quase R$70,00/cabeça. É importante deixar claro que custo é um parâmetro individual, particular de cada sistema de produção e de cada propriedade. Por fim, considerando que em 2016 o risco de mercado deverá ser maior, que a inflação não deverá ser mais “mansa” do que em 2015, que os recriadores e terminadores serão mais cautelosos para reporem, que o dólar em alta poderá encarecer ainda mais a suplementação mineralizada, a melhor opção será realizar lucro e não ficar esperando o mercado subir para negociar. Mas, sem conhecer os custos, é difícil saber qual a melhor opção. É preciso planejamento e conhecimento.
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Erico Jr Morais/Pixabay
Conheça o trabalho da
ABCZ em favor do Zebu Por:
Frederico Cunha Mendes, diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ)
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu representa, defende e promove a pecuária zebuína no Brasil e no exterior. Comunica-se de forma permanente e transparente com seus associados. Gera informações e reúne conteúdos úteis para uma pecuária moderna, competitiva e sustentável. Dialoga com a sociedade, consumidores, Governo e formadores de opinião.
A
ABCZ atua unida com as entidades irmãs, que também representam os criadores e pecuaristas, fazendo o que está ao seu alcance para melhorar a produtividade e competitividade da pecuária comercial, de corte e de leite. Um trabalho constante de orientação técnica, visitas, participação em eventos e ampliação dos nossos meios de comunicação. 36_Animal Business-Brasil
Nos últimos anos, a ABCZ criou e disponibilizou uma grande quantidade de conteúdos de relevância para a pecuária. Reunimos cientistas, técnicos, autoridades e formadores de opinião. Usamos ciência, fatos e dados para posicionar a pecuária brasileira como moderna, competitiva e sustentável. E desenvolvemos diversas iniciativas de formação profissional voltadas aos associados e colaboradores dos associados.
Desafios Conhecemos os nossos principais desafios: a concentração da indústria frigorífica que reduz a concorrência e a remuneração dos produtores; a falta de logística e infraestrutura para escoamento da produção; a baixa capacitação de mão de obra; a necessidade de recuperação das pastagens degradadas; a necessidade de segurança jurídica; e a necessidade de políticas fortes de incentivo às exportações.
Por isto focamos nossos esforços na seleção, no melhoramento e também na pecuária comercial. Porque somente com uma pecuária comercial competitiva e sustentável teremos, nós, fornecedores de material genético, mercado para nossos produtos e serviços.
Diálogo Somos transparentes. Temos conteúdo. Estamos abertos ao diálogo. Porque temos a humildade de reconhecer que sempre há o que melhorar e que precisamos da colaboração de todos para continuar evoluindo, servindo os associados e a pecuária brasileira. • A ABCZ criou o serviço de Ouvidoria. Abriu as portas a todos os que desejam colaborar com o fortalecimento das raças zebuínas. Promoveu encontros e reuniões nas mais diversas regiões do país. Ouviu diretamente dos criadores críticas e sugestões que muito ajudaram na melhoria dos serviços e na representação política da entidade. • Criou e realiza, sistematicamente, pesquisas de satisfação junto aos associados. A cada serviço realizado, de Registro, Melhoramento, ou evento, os associados têm a oportunidade de manifestar sua opinião quanto à qualidade dos serviços prestados e outras questões importantes para ações de melhoria contínua. Também avaliam a imagem da ABCZ. São milhares de avaliações, todos os anos. • A ABCZ criou e realiza todos os anos pesquisas com tratadores, parceiros comerciais e público em geral, durante a Expozebu, para colher sugestões e implantar melhorias no atendimento a todos. • Criou e realiza todos os anos pesquisas com os colaboradores, avaliando questões que contribuem para a qualidade de vida no trabalho. Os resultados colocam a ABCZ no mesmo patamar das melhores empresas para se trabalhar. • Criamos canais de comunicação interna: boletins, reuniões, seminários. Os colaboradores da ABCZ têm oportunidade de participar do planejamento das atividades e receber informações sobre objetivos e resultados.
• Mantemos comunicação permanente com o Conselho Fiscal, com relatórios, reuniões, acesso aos dados administrativo-financeiros. Desta forma, são mais atuantes na fiscalização dos atos da administração, em defesa dos associados. • Transparência, também com os conselheiros consultivos. Convidamos os conselheiros para participarem das reuniões de diretoria e das reuniões nos estados. Enviamos informações regularmente e damos a eles acesso ao Sistema de Informações Gerenciais da entidade, onde podem consultar os principais dados de desempenho dos serviços e de produtividade das equipes.
Profissionalismo • A ABCZ formou uma equipe altamente profissional de comunicação. Esta equipe produz conteúdo para a revista e mídias sociais; e ainda cuida do relacionamento com a imprensa, com apoio de prestadores de serviços especializados. • Envio quinzenal do ABCZ Notícias, informativo eletrônico enviado via e-mail aos associados da ABCZ. • Envio de clipping diário via e-mail para os associados com notícias pertinentes ao setor do Agronegócio e a pecuária. • Criação e lançamento do aplicativo da ExpoZebu (para tablets e smartphones). • Implantamos o projeto de aproximação com os técnicos da ABCZ para melhoria da Comunicação Interna. Entre as ações do projeto, destaque à criação de grupos no WhatsApp (Supervisores PMGZ e técnicos) e inserção de editorial fixo na revista ABCZ com entrevistas com técnicos de campo. • Início da divulgação de eventos da ABCZ via SMS.
Geração de conteúdo • Criamos o Centro de Referência da Pecuária Brasileira – Zebu, o acervo mais completo do mundo sobre o tema. Disponibilizamos milhares de vídeos, fotografias, periódicos e outros documentos. Animal Business-Brasil_37
Com livre acesso a todos os associados, pecuaristas, pesquisadores, estudantes, jornalistas, sociedade em geral.
Pesquisa • Contratamos pesquisas para a mensuração dos benefícios da utilização de animais melhoradores. Os estudos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), entidade de respeitabilidade internacional, comprovam que a utilização de touros melhoradores, com gestão, manejo e nutrição adequados, torna a pecuária zebuína tão competitiva como qualquer outra atividade agrícola nas mesmas regiões. E as propriedades que utilizam genética melhoradora zebuína são mais sustentáveis econômica, social e ambientalmente.
Dias de campo • Realizamos anualmente dezenas de encontros e dias de campo para difusão de tecnologias e informações para aumento da produtividade e competitividade da nossa pecuária, em todo o Brasil, todos gratuitos. • Ampliamos o contato dos técnicos com criadores e pecuaristas em geral, através dos Pontos de Atendimento nas principais exposições agropecuárias de todos os estados do Brasil.
Educação continuada • Criamos um Programa de Educação Continuada que qualifica os colaboradores e oferece ainda uma extensa relação de cursos e atividades para melhorar a formação e qualificação dos associados e seus colaboradores. • Criamos o Agrocurso, um programa de educação a distância, em parceria com o Canal Rural e as Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu). As aulas são disponibilizadas para potencialmente até 90 milhões de telespectadores. • De forma contínua, a ABCZ tem apresentado soluções e dado exemplos práticos das melhores práticas em pecuária sus-
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tentável. Ações que culminaram com a obtenção da certificação internacional de gestão ambiental ISO 14.001. • Por conta desta postura e de suas ações concretas, a ABCZ passou a integrar os mais importantes fóruns de discussão para o desenvolvimento de uma pecuária sustentável, socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável. • A ABCZ integra o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), formado por representantes de diferentes segmentos da cadeia de valor da pecuária bovina no Brasil. Envolvemos centros de estudos, pesquisas e extensão, formando redes que ampliaram o nosso conhecimento sobre os desafios da produção sustentável. • A ABCZ participa, ativamente, em conjunto com a Embrapa e o GTPS, de uma nova estratégia de defesa da pecuária brasileira.
Simpósio Interamericano • Realizamos o Simpósio Interamericano de Saúde Pública e Veterinária, com a presença de autoridades e técnicos de diversos países. • Realizamos o Seminário de Revisão de Critérios de Seleção das Raças Zebuínas. • Criamos o Projeto Zebu de Ponta a Ponta, para evidenciar as vantagens do zebu ao longo de toda a cadeia produtiva da carne e do leite. A ABCZ organizou eventos com especialistas, reuniu receitas, publicou e distribuiu o livro “O zebu na cozinha”.
Cartilha • Criamos cartilhas para pequenos produtores, com informações básicas para promoção da utilização de touros melhoradores registrados, do Pró-Genética e do PMGZ. • A ABCZ também desenvolveu ações para o público jovem, com eventos realizados no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), palestras, teatro, concursos culturais e lançou o Zebu Games, com abordagem pedagógica, lúdica, voltada para crianças, via internet e dispositivos móveis. Já temos mais de 10 milhões de acesso aos
jogos que ensinam sobre o zebu e a pecuária brasileira. Estamos formando uma nova imagem para as novas gerações. • Realizamos, internamente, diversas produções em vídeo: PMGZ, PMGZ Leite, treinamentos internos, vídeos técnicos para os Dias de Campo ABCZ/MAPA, Brahman a campo e outros. • Organização e edição de duas cartilhas técnicas para os Dias de Campo da ABCZ/MAPA. • Organização e edição do livro Visionários e Pioneiros, de autoria do Professor Hugo Prata, lançado durante a ExpoZebu 2014.
Comunicação com a sociedade • A ABCZ utiliza revista, imprensa, site, boletins internos, reuniões na sede e nos estados, eventos que são referência para o setor; e-mails, site e mídias sociais (Facebook, Twitter, You Tube, Instagram) para dialogar com os associados e com a sociedade, governos e formadores de opinião.
Televisão • Criamos e veiculamos, gratuitamente, em parceria com os canais especializados de televisão (Canal Rural, Canal do Boi e Terra Viva), milhares de inserções de peças publicitárias valorizando a pecuária zebuína; defendendo a utilização de touros melhoradores registrados, valorizando o PMGZ, divulgando os nossos produtos e serviços.
Produção sustentável • Criamos o posicionamento “Pecuária Brasileira: Moderna, Competitiva, Sustentável”; Incorporamos corajosamente e de forma científica e transparente o debate sobre produção sustentável, tanto em nossas práticas quanto em nossos eventos e conteúdos. Envolvendo criadores, pesquisadores, estudantes, sobre os temas mais relevantes e de maior impacto para o setor. • A ABCZ integrou o grupo de trabalho da Rio+20, distribuiu material informativo e participou de debates que mostraram a autoridades, imprensa e visitantes internacionais a contribuição da pecuária brasileira para a produção sustentável, como parte dos esforços para erradicação da fome no mundo.
Carne zebuína • Integramos também os esforços da cadeia produtiva brasileira para defender as vantagens da carne zebuína na maior feira da indústria alimentícia da Europa (Anuga). • Enfrentamos as hostilidades de uma parte da imprensa europeia, pecuaristas e deputados do Reino Unido contra a carne brasileira. Reagimos imediatamente, alertamos as autoridades, divulgamos informações, atuando juntamente com entidades irmãs, Governo e nossos representantes no Congresso. • Também intensificamos as ações para mostrar nossa realidade às autoridades, aos técnicos e formadores de opinião da União Europeia.
Erico Jr Morais/Pixabay
Comunicação • Recebemos grupos de jornalistas de veículos importantes. Convidamos e acompanhamos visitas de autoridades que vieram conhecer de perto o nosso sistema produtivo. • Integramos diversas comitivas oficiais em visita a países potenciais compradores da carne bovina brasileira, como representantes do setor reconhecidos pelos governos brasileiro e estrangeiros.
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A ABCZ é notícia em vários veículos de comunicação especializados e de interesse geral, sempre em defesa do zebu, da pecuária brasileira e do produtor rural.
• Comunicamos de forma articulada e permanente com entidades que representam o setor: Associações Promocionais das Raças Zebuínas (todas); Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Sociedade Rural Brasileira (SRB); Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Federações de Agricultura e Pecuária dos diversos estados, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), Senar, Emater, Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Embrapa, Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa); Frente Parlamentar da Agropecuária, Instituto Pensar Agropecuária; Aliança da Terra; Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS).
Global Agribusiness Forum • A ABCZ representa a pecuária entre as realizadoras do Global Agribusiness Forum 2016, reforçando seu compromisso com o moderno agronegócio brasileiro e seu papel estratégico no cenário mundial. • Aproximamos a entidade dos veículos e profissionais de comunicação da grande
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imprensa e também dos veículos especializados, ampliando a visão dos problemas e o alcance das opiniões do setor. • Por todas essas razões, a ABCZ é notícia em vários veículos de comunicação especializados e de interesse geral. Fonte permanente no noticiário, sempre em defesa do zebu e da pecuária brasileira, do produtor rural.
Relações Institucionais Criamos a Assessoria de Relações Institucionais. Atuamos muito próximos aos nossos representantes, deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária, Governo, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. E participamos ativamente do Instituo Pensar Agro, que contribui com o trabalho dos parlamentares através da elaboração de estudos técnicos qualificados e projetos de interesse do setor.
Genética • Trabalhamos de forma madura, responsável, embasada científica e juridicamente, a exemplo das negociações envolvendo a importação de material genético da Índia; da solução encontrada juntamente com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para solucionar questões de inconsistências de paternidade em animais registrados; das tratativas junto ao Mapa para sustentar a exclusividade de utilização dos termos e nomenclaturas que definem as raças puras pela entidade delegada.
Prêmios • Criamos o Prêmio ABCZ de Reportagem e o Concurso Cultural de Fotografia ABZC. • Criamos o Curso para Jornalistas, com informações sobre o zebu voltadas especificamente para a imprensa, inclusive com a formação de uma turma de jornalistas estrangeiros. • Passamos a enviar periodicamente e-mail, marketing dos eventos e ações estratégicas da ABCZ ao longo do ano para associados e parceiros.
BRASIL FORA DO JOGO
Roberto Rodrigues, Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV *
Acabou o G20 da Agricultura, e o Brasil ficou órfão no cenário global de negociações agrícolas. Já tínhamos perdido espaço com o fim do Grupo de Cairns, composto por países exportadores de commodities agrícolas, ficamos fora da TPP, a Rodada de Doha da OMC está empacada porque alguns dos principais atores dela (Estados Unidos e União Europeia) querem encerrá-la, o Mercosul não ata nem desata com a presença inquietante da Venezuela (e agora o presidente Macri vai liderar o bloco com sua visão desenvolvimentista) e não temos nenhum acordo bilateral com países consumidores realmente importantes. Estamos paralisados, não fosse o efetivo trabalho da Ministra da Agricultura de abrir mercados para nichos de interesse específico, como carnes.
Raul Moreira
Por:
N
unca estivemos tão fora do jogo comercial no mundo agro como agora, ainda que neste momento tenhamos dois competentes Diretores de Instituições globais ligados a produção, abastecimento e comércio de alimentos, energia e fibras: José Graziano da Silva comanda a FAO e Roberto Azevedo a OMC. Mesmo assim, estamos perdendo protagonismo no cenário internacional das negociações agrícolas. Isso aconteceu muito depressa. Em setembro de 2003, houve uma importantíssima reunião da OMC (Rodada de Doha) em Cancun, no México, e tivemos uma exuberante participação na prepa-
* Embaixador Especial da FAO para o Cooperativismo e Presidente do LIDE Agronegócios. Foi Presidente da OCB, da SRB, da Abag e da Aliança Cooperativa Internacional. Foi Ministro da Agricultura de janeiro de 2003 a julho de 2006. Animal Business-Brasil_41
ração do evento. Houve uma reunião miniministerial logo em janeiro daquele ano, em Tóquio, no Japão, outra em Sharm-El-Sheik, no Egito e uma terceira em Montreal, no Canadá. Reuniões miniministeriais são preparatórias para as reuniões globais, e nelas comparecem apenas os 25 ou 30 maiores atores do tema da Rodada. Nesse caso, o tema era a abertura comercial agrícola, de modo que nas três miniministeriais estavam os principais países produtores, exportadores e importadores de produtos agropecuários e alimentos.
Ricos não abrem mão Nem na reunião do Japão e nem na do Egito, foi possível avançar um milímetro sequer na busca da abertura, porque os representantes dos países ricos não abriam mão de seu enorme protecionismo nos 3 pilares da negociação: subsídios à exportação, políticas de apoio interno e acesso a mercados (redução de tarifas e quotas de importação). Por determinação do Presidente da República (Lula da Silva no comecinho de seu primeiro mandato), o Ministro da Agricultura e o da Indústria e Comércio Exterior deveriam participar das reuniões lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores. Por isso estive presente em todas as reuniões. Mas quando chegamos à última miniministerial em Montreal, qual não foi a surpresa da delegação brasileira quando, participando de uma discussão do Grupo de Cairns, fomos informados que EUA e UE estavam preparando um documento básico para levar a Cancun, estabelecendo as regras de comércio agrícola mundial para o futuro. Questionei duramente a liderança de Cairns (capitaneado por um bom Ministro de comércio australiano) sobre a necessidade do Grupo reagir a esse eventual “paper” que com certeza não conteria nenhum apoio aos países exportadores como o Brasil, e sim uma nova edição de Blair House, em que ambos - EUA e UE defenderiam de novo, como na Rodada Uruguai do GATT, seus interesses e seu protecionismo por razões político-eleitorais, deixando de lado os sonhos dos produtores dos emergentes.
Documento alternativo Ficou claro então que não haveria essa reação, por razões que não compreendi no momento. Só mais tarde correu a notícia que a Austrália estava negociando um acordo bilateral com os 42_Animal Business-Brasil
Na reunião do Japão nem do Egito foi possível avançar um milímetro sequer na busca da abertura porque os representantes dos países ricos não abriram mão de seu enorme protecionismo. Estados Unidos e não queria atrapalhar os entendimentos. Nessa mesma reunião do Grupo de Cairns, inconformado com a situação e as perspectivas sombrias para o setor rural brasileiro por um longo período a seguir, anunciei que o Brasil não aceitaria passivamente um documento dos ricos e faria um outro, alternativo, defendendo os interesses legítimos dos países produtores, em geral emergentes, que teriam muito a ganhar com a liberação dos mercados agrícolas, gerando milhares de empregos sustentáveis e renda para seus cidadãos. Mesmo assim não houve reação: talvez os negociadores dos países do Grupo de Cairns não acreditassem na nossa capacidade de redigir algo realmente revolucionário e provocativo. Pois bem, assim que voltamos ao Brasil, convidei para reunião no Ministério da Agricultura um extraordinário Embaixador, Clodoaldo Hugueney, chefe do setor do Itamaraty que cuidava da Rodada de Doha e que havia estado comigo na reunião de Cairns em Montreal, e mais alguns especialistas em comércio agrícola internacional: Gilman Viana Rodrigues e Antônio Donizzetti (CNA), Marcos Jank (Icone), além dos excelentes técnicos especialistas do MAPA (Paulo Venturelli, Lino Colsera, Renato Henz, Eduardo Sampaio e mais tarde Célio Porto e Antônio Carlos Costa).
Abertura comercial justa Com esse reduzido grupo, escrevemos um texto contendo todas as nossas aspirações quanto a uma real e justa abertura comercial agrícola mundial, respeitando inclusive alguns temas que os países desenvolvidos precisariam para “aceita-
rem” nossa posição, como um “phasing out” (parcelamento no tempo) na redução de subsídios. O texto ali gerado foi trabalhado por Hugueney, que o colocou nos termos adequados para uma negociação efetiva. O documento assim preparado foi enviado pelo Itamaraty, então liderado pelo Ministro Celso Amorim, para nosso representante na Missão da OMC em Genebra-Suíça, o também notável Embaixador Seixas Correia. Diligentemente, Seixas percorreu as diferentes Missões acreditadas na OMC submetendo nosso documento à apreciação dos países que, como nós, não aceitavam um simples acordo entre Estados Unidos e União Europeia. Entre eles, estavam a Índia, a China, o Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Argentina e outros com interesses parecidos. Ao final de semanas de negociação, Seixas Correia conseguiu “construir” um documento que, assinado por outros 19 países, deu origem ao G20, poderoso grupo de países produtores e exportadores de alimentos que precisavam de uma ampla abertura comercial agrícola para crescer, sob o conceito evidente de que o mundo todo ganharia com isso. Foi água na fervura.
Liderança mundial do Brasil O Brasil assumiu assim a liderança mundial de fato em defesa dos objetivos da Rodada de Doha. Não foi fácil. A própria OMC, inspirada pelos ricos, logo preparou um terceiro documento (escrito por seu Diretor-Geral da Agricultura) para confrontar com o nosso. Esse documento, muito bem feito, estava mais próximo dos interesses de EUA e UE do que dos países em desenvolvimento que formaram o G 20. De uma maneira sutil, mas ainda assim contrariava nossos interesses. E os bastidores ficaram muito agitados.
Trégua Em meados de junho, recebi um chamado do Itamaraty propondo uma trégua nos painéis que estávamos comandando na OMC contra os subsídios americanos ao algodão e os europeus ao açúcar, ambos iniciados anos antes sob a liderança de Pedro Camargo Neto, então presidente da Sociedade Rural Brasileira e implementados por ele mesmo quando secretário do Ministro Pratini de Moraes. Para não confrontar os americanos no umbral da grande negociação esperada para Cancun, o Itamaraty desejava
postergar a defesa dos produtores brasileiros de algodão, e açúcar. Com isso esperava diminuir a oposição dos Estados Unidos a nosso papel assumido pelo G20. Reagi com firmeza e o governo acabou mantendo a defesa nos 2 painéis. E fomos para Cancun preparados para a batalha que viria, contando sempre com o importante e determinado apoio do Ministro do MDIC, Luis Fernando Furlan e sua aguerrida equipe. Naquele, então, o Brasil era de fato o grande líder global dos países interessados na abertura comercial agrícola, e o Chanceler Celso Amorim o vigoroso porta-voz do G20.
Dura tarefa No México, a primeira e duríssima tarefa foi convencer o presidente da Conferência, o chanceler mexicano Luis Ernesto Derbez, a incluir nosso documento na agenda. Essa estava fechada, contendo apenas o acordo EUA/UE e a proposta (muito parecida com aquele) apresentada pela OMC. Derbez resistiu enquanto pode aos argumentos esgrimidos por Amorim. Assisti a esse debate memorável, ao fim do qual Derbez se rendeu e concordou em acrescentar a proposta do G20 na agenda de Cancun. Foi um golaço! E isso acabou travando a discussão, porque nosso documento confrontava os outros dois e, como ninguém queria sair da sua posição, radicalizou-se o debate e, depois de quase uma semana de intensas negociações, a reunião terminou sem avançar absolutamente nada, salvo marcar outra reunião no futuro.
Irritados com o Brasil Os delegados representantes de EUA (Robert Zelick) e da UE (o francês Pascal Lamy, que seria mais tarde o líder maior da OMC) ficaram extremamente irritados com o Brasil pela simples razão que frustramos seus planos de dominarem o mundo comercial agrícola por pelo menos mais duas décadas. Zelick chegou a publicar um artigo, em importante jornal americano de economia, dizendo que tínhamos perdido o trem da história, e ficaríamos para trás irremediavelmente. A charge do artigo era um navio zarpando do porto e algumas pessoas (nós) paradas no píer assistindo à partida. Na verdade, foi a “salvação da lavoura”. Com sua postura firme, o G20 impediu o referido domínio dos poderosos, e a liderança brasileira foi o ponto de destaque nas disAnimal Business-Brasil_43
Desaparecimento do G20
Os delegados representantes dos Estados Unidos e da União Européia ficaram extremamente irritados com o Brasil pela simples razão de que frustramos seus planos de dominar o mundo comercial agrícola por pelo menos mais duas décadas. cussões de Cancun e posteriores. Sim, porque Zelick, Lamy e seus sucessores, negociadores dos demais membros do G20 e de outros países passaram a vir ao Brasil de maneira sistemática, buscando aberturas para o desdobramento da Rodada de Doha. E ainda tivemos posição de destaque nas reuniões que se seguiram, inclusive na memorável discussão realizada em Hong Kong em 2005, quando a OMC já começava a perder protagonismo em função da proliferarão de acordos bilaterais ou entre grupos de países, que aconteciam à margem de suas regras.
Secretaria Internacional do MAPA Mas a importância do Brasil na liderança dessas conversas foi responsável pela eleição de nosso excelente Embaixador Roberto Azevedo para a direção geral da OMC anos depois. Vale lembrar que o MAPA criou, ainda em 2004, uma Secretaria Nacional de Relações Internacionais que agregou grande competência aos nossos negociadores do Itamaraty, porque esses não tinham obrigação de conhecer as demandas e os desafios do campo brasileiro, por demais conhecidos pelos técnicos do Ministério e lideranças privadas que por ali circulavam permanentemente. A parceria entre MAPA e Itamaraty foi muito produtiva, culminando com a criação da função de Adidos Agrícolas em embaixadas selecionadas, de grande valia para o agronacional e um sonho longamente acalentado por nós. 44_Animal Business-Brasil
Tudo isso pertence ao passado. Fomos perdendo espaço paulatinamente, até chegarmos hoje a uma situação de nenhuma importância nas negociações sobre comércio agrícola. O melancólico desaparecimento do G20, a TPP, a ausência brasileira de acordos bi ou multilaterais, a pouca relevância do Mercosul são apenas a ponta do iceberg: acordos em gestação, como o que costuram os Estados Unidos e a União Europeia, o que aproximará esta última da China, e outros, mostram o distanciamento do governo central da defesa do que interessa ao nosso agro. E vale ressaltar que este é o setor que vem salvando o PIB, a balança comercial e os empregos. E faz tempo que é assim. Em 2015, por exemplo, foi o único setor que gerou empregos (9% a mais), enquanto todos os demais setores, com ênfase para serviços e indústria, demitiram milhares de trabalhadores.
Perder é morrer Não é possível continuar desse jeito. Como se diz na física, nenhum espaço permanece vago, será ocupado por algo. Comércio é assim também, com uma agravante: não há empate nesse jogo, ou se ganha espaço ou se perde espaço. E perder é morrer... Tanto Itamaraty quanto Ministério da Agricultura e MDIC continuam com seus técnicos competentes preparados para entrar em ação a qualquer momento. As entidades do setor privado (CNA, OCB, ABAG, SRB, ABRAPA, APROSOJA, ABIOVE, ABIEC, Abpa, ABIA e outras) estão ansiosas por voltar para a batalha em defesa de mais e melhores mercados. A academia tem corpo técnico igualmente sofisticado e pronto para agir. Empresas estão lutando por espaços volumosos.
Brasil: grande supridor O mundo precisa do Brasil como o grande supridor de produtos agropecuários, inclusive para garantir segurança alimentar e energética. Isso é também garantia de paz universal. O desafio existe e devemos aceitá-lo. E podemos vencer a parada, desde que haja coordenação, e isso tem que vir do governo. Não temos o direito de negar essa condição de líder mundial da paz aos nossos pósteros. Se o fizermos, a história nos julgará como incompetentes e irresponsáveis.
O veterinário e o VÍRUS Zika Professor Milton Thiago de Mello, presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária
“Uma obscura doença transmitida por mosquito torna-se global. Depois de percorrer a Oceania no ano passado, o vírus Zika está se espalhando nas Américas”.
A
s frases acima são os títulos de importante trabalho publicado na revista “SCIENCE” de 25 de novembro de 2015. Em apenas mais dois meses a virose espalhou-se
com rapidez pela América do Sul e Caribe, além de outras regiões do mundo. Em consequência, a Organização Mundial de Saúde declarou estado de emergência. Também o vírus tem sido associado à microcefalia em recém-nascidos, o que necessita ainda de confirmação definitiva. O vírus Zika pertence ao mesmo gênero do causador da febre amarela, dengue e febre chikungunya. Ele foi descoberto em 1947 num macaco Rhesus na floresta Zika perto de Entebe, em Uganda. Durante meio século, provocou pequenos surtos em macacos e humanos da região, sem maior gravidade, parecendo dengue.
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Por:
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Venilton Kuchler/ ANPr
Um dos aspectos da participação dos veterinários (no combate às viroses) está na pesquisa de uma vacina que necessariamente deve ser testada em macacos. Meio século depois (2007), surtos importantes ocorreram em ilhas do Pacífico e mais alguns anos depois apareceu no Brasil, em Pernambuco, espalhando-se rapidamente por imensas regiões do país e noutros países da América do Sul.
Zoonose típica Originalmente uma zoonose típica (doença de animais domésticos ou silvestres que se transmite a humanos), passou a não necessitar de um reservatório, sendo transmitido diretamente entre humanos pelo mosquito Aedes aegypti predominantemente urbano. Os veterinários constituem um dos principais grupos de profissionais a participar do combate à virose, por diversos motivos. Desse modo a Academia Brasileira de Medicina Veterinária junta-se a todas as entidades governamentais ou não, para eliminar o Aedes aegypti: “Todos contra o mosquito". Com esforço conjunto é possível eliminá-lo. Não tem cabimento algumas pessoas mal informadas ou com propósitos desconhecidos dizerem que “É impossível eliminar o mosquito”.
Monitoramento dos macacos A doença produzida pelo vírus Zika é uma zoonose, como vimos antes. Desse modo os veterinários são os profissionais naturalmente indicados para os estudos e providências para sua prevenção ou controle. Extremamente importante é a possibilidade de o vírus instalar-se nos primatas das regiões atingidas e ser transmitido entre esses animais por mosquitos silvestres. Exatamente isso ocorreu há mais de um século com a febre amarela. De uma doença na África transmitida pelo Aedes aegypti chegou às Améri46_Animal Business-Brasil
cas e passou da cidade para a floresta com ciclo entre macacos e mosquitos silvestres. O monitoramento dos macacos é uma forma importante de localizar novos focos. Esse monitoramento poderá ser feito por veterinários primatologistas. Coincidentemente, o Presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia é o Veterinário Danilo Simonini, Professor da Universidade de Brasília. O Ministério da Saúde na sua Secretaria de Vigilância em Saúde tem um Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis cujo Coordenador-Geral substituto é o Veterinário Eduardo Pacheco de Caldas.
Centros de Controle de Zoonoses Ainda relativamente à Saúde Pública é importante mencionar que muitos Municípios brasileiros têm Centros de Controle de Zoonoses, em geral, dirigidos por veterinários, mais conhecidos pelo combate à raiva canina, porém com atribuições mais amplas, principalmente no combate a pragas urbanas: mosquitos, baratas, escorpiões, ratos, etc.
Pesquisa de vacina Outro aspecto da participação dos veterinários está na pesquisa de uma vacina que necessariamente deverá ser testada em animais de laboratório, principalmente macacos. Não procedem as manifestações de abolição total do uso de animais de experimentação. Segundo os extremados e extremistas, essa experimentação deveria ser feita em humanos, o que é um absurdo. Por todos esses motivos a população tem nos veterinários importante personagem no combate ao vírus Zika e eliminação de seu transmissor o Aedes aegypti.
Suplementação mineral de precisão Por:
Fernando José Schalch Jr. e Bárbara Rodrigues- zootecnista formado pela USP de Pirassununga e Gerente Técnico da Minerthal – médica veterinária formada pela Universidade Federal de Lavras, Mestranda em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia e Coordenadora de Marketing da Minerthal
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A suplementação mineral é uma ferramenta fundamental para a produção brasileira de carne, pois permite a exploração de 100% do potencial produtivo do pasto e dos animais. O suplemento oferecido deve estar de acordo com a necessidade nutricional dos animais, características qualitativas do pasto e condições de aplicação do produto, como estruturas e disponibilidade de capital para investimento.
A
aquisição de suplementos numa fazenda de gado de corte é um momento decisivo, uma vez que os investimentos podem significar de 10 a 35% do custo de produção. Porém, de nada adianta adquirir um excelente suplemento, produzido com rigorosos controles de fabricação, se essa qualidade não for mantida na fazenda ou se não chegar em quantidade certa até a boca do animal.
do com o que foi solicitado e programado pelo nutricionista, já encaminhando os sacos para o armazenamento. Portanto, o ideal é agendar a entrega, garantindo que os funcionários estejam preparados para o recebimento. Na chegada do caminhão, é importante verificar a condição de transporte dos produtos, observando se chegaram intactos e livres de contaminantes. O caminhão deve estar enlonado, com assoalho em bom estado de conservação e carregado apenas de produtos voltados para a alimentação de bovinos, ou que não apresentem riscos de contaminação dos suplementos (óleo diesel e agroquímicos são exemplos de contaminantes). Além disso, deve-se verificar a condição das embalagens do produto em si, garantindo que só entrem na propriedade produtos em ótimo estado de conservação. Também é essencial verificar se o lote dos suplementos é o mesmo indicado na Nota Fiscal, possibilitando a rastreabilidade dos produtos no caso de eventuais problemas.
Armazenamento
Diversos fatores influenciam na qualidade da suplementação, porém existem alguns pontos de controle essenciais que podem auxiliar o produtor em seu dia a dia, garantindo a melhor exploração possível do suplemento mineral e da mão de obra envolvida. Dentre esses pontos, podemos citar: recebimento do suplemento, armazenamento, distribuição nos cochos, estrutura de cochos e comportamento animal.
O armazenamento dos produtos destinados à alimentação animal na fazenda deve ser semelhante ao armazenamento dos alimentos que nós consumimos. Deve estar em ambiente limpo, sem umidade ou pragas e protegido do tempo. O ideal é armazená-los em locais com essas características, em cima de pallets e distantes das paredes. Como uma forma de facilitar a identificação dos produtos, o ideal é colocar os produtos diferentes separados, lembrando-se de utilizar aquele que vence primeiro. Ou seja, no armazenamento de uma nova remessa de suplementos deve-se evitar que esta impeça o acesso ao estoque antigo. Controle e organização são as palavras chaves para o sucesso de todo o processo de suplementação.
Recebimento do Suplemento
Distribuição nos cochos
Uma boa suplementação já começa na chegada do caminhão com os suplementos na fazenda. O recebimento dos produtos deve ser acompanhado de perto pelo funcionário responsável, que garantirá que a carga está de acor-
Muitos prejuízos podem ocorrer nessa etapa do processo, logo, devemos ter atenção com o controle de saída dos produtos do estoque para o cocho. É de extrema importância adotar um roteiro de abastecimento, garantindo que os
Fatores que influenciam
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cochos sejam reabastecidos na frequência adequada e otimizando a mão de obra do salgador. A quantidade de produto abastecida não deve ultrapassar 2/3 da capacidade do cocho. Isso evita desperdícios durante o consumo pelos animais. A quantidade reposta depende do tamanho do lote e do consumo estimado por cabeça, sendo recomendado:
Suplemento
Frequência Mínima A cada 3 dias A cada 3 dias
Mineral Mineral com Ureia Mineral Proteico A cada 2 dias Mineral Proteico Diariamente Energético
Tamanho do Cocho 4 cm linear/cab. 6 cm linear/cab. 10 cm linear/cab. 20 a 30 cm linear/cab.
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Para que esses passos simples das Boas Práticas de Suplementação sejam implantados é necessário que os envolvidos sejam motivados e treinados.
Estrutura de cochos É um investimento importante para melhoria da tecnologia utilizada na fazenda, porém não pode ser limitante para adoção da suplementação. O cocho tem que ser funcional e adequado para cada tipo de suplemento e categoria animal. O trabalho do colaborador junto ao cocho é fundamental para a manutenção da estrutura, que evitará desperdícios e garantirá a manutenção da qualidade dos suplementos e, com isso, o seu consumo ajustado. Antes de localização e cobertura, as prioridades devem ser facilidade de abastecimento, tamanho de cocho e investimento em frequência de reposição do suplemento. O cocho ideal é aquele que permite um fácil acesso dos animais, sem gerar nenhum tipo de dificuldade de consumo. É muito comum fazer ajustes de lotes de animais ao longo do trabalho ou a troca dos pastos do rebanho, o que pode levar a um desvio na quantidade ofertada de suplemento ou até mesmo a um novo abastecimento em cochos de pastos vazios, sem a presença de animais. Por isso, a boa integração entre vaqueiros e salgadores é fundamental para que a manutenção da quantidade correta de fornecimento dos suplementos seja eficiente.
Comportamento Animal Um fator essencial para o sucesso da suplementação dos animais, visando um máximo desempenho, é a observação do seu comportamento no cocho, acompanhando todas as características do consumo. Os salgadores devem ser aptos para observarem e identificarem 50_Animal Business-Brasil
o comportamento de ingestão dos animais no momento da salga. É imprescindível a adoção de fichas de controle, desde o armazenamento até o controle de consumo por pasto ou lote de animais. Estas são ações simples e eficientes para desenvolvimento de uma boa suplementação. O importante é ter segurança nas informações coletadas para uma avaliação real de todo o processo.
Treinamento Para que esses passos simples das Boas Práticas de Suplementação sejam implantados e bem desenvolvidos é necessário que os envolvidos no processo da fazenda sejam treinados, seja para motivar um trabalho bem feito, seja para acrescentar informações e tirar dúvidas. É muito melhor quando se sabe como, quando, qual e por que suplementar. Certamente os resultados são muito melhores! Para ajudar nesse processo, a Minerthal, uma das mais tradicionais fabricantes de suplementos para bovinos de corte e leite, criou o Programa Boas Práticas de Suplementação, que objetiva auxiliar o produtor a utilizar de forma correta e racional os diversos tipos de suplementos, alcançando ótimos resultados produtivos. Como parte do Programa BPS Minerthal são realizados treinamentos periódicos e personalizados para a equipe de funcionários das fazendas parceiras para demonstrar a forma mais fácil e correta de suplementar o rebanho da propriedade. Com isso, pode-se colaborar para garantir que toda a qualidade produzida na indústria chegue de fato à boca dos animais.
Gestão da fauna em cativeiro no RJ Instruções da equipe do INEA-Instituto Estadual do Ambiente
A Gerência de Fauna do Inea, atualmente, encontra-se responsável pela gestão da fauna em cativeiro no Estado do Rio de Janeiro. Atuamos tanto na gestão dos criadores amadoristas de passeriformes (Sispass) quanto na gestão dos empreendimentos enquadrados nas categorias de criação da fauna em cativeiro (Sisfauna).
O
Sispass é o sistema que controla a criação amadora de passeriformes nativos no Brasil. Todas as pessoas que desejam se tornar criadores devem se cadastrar inicialmente no Cadastro Técnico Federal (CTF) do Ibama e posteriormente inscrever-se na atividade Sispass. O processo é finalizado após o comparecimento do criador ao órgão ambiental competente para a homologação do cadastro, no caso do estado do Rio de Janeiro o Inea, devendo em seguida efetuar o pagamento de uma taxa anual.
Cadastro O cadastro do criador no Sispass permite que ele crie determinadas espécies de passeriformes, conforme consta em normativa específica, solicite anilhas, reproduza os espécimes e
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lcarissimi/Pixabay
torneios de canto e exposições. Essas entidades associativas devem estar cadastradas no órgão ambiental e estar autorizadas a realizar esses eventos.
Responsabilidade
participe de torneios de canto. Essas atividades devem ser declaradas no sistema e seguir a regulamentação existente para a atividade. A norma que regula a atividade a nível nacional é a Instrução Normativa Ibama nº 10 de 2011. No Rio de Janeiro há uma lei estadual própria que regula a atividade, a Lei Estadual nº 6908 de 2014 e seus anexos (disponível no sítio eletrônico do Inea). Porém, apesar do nosso estado possuir normatização própria, o sistema onde todos os criadores estão cadastrados é nacional.
Compra com origem legal Os criadores amadoristas podem adquirir pássaros comprando de um criador comercial devidamente autorizado pelo órgão ambiental ou a partir da transferência de aves de outros criadores amadoristas. Porém, essa transferência entre criadores amadoristas deve ser sempre realizada pelo sistema, conforme a legislação indica, não podendo haver comércio. Todos os pássaros devem possuir origem legal, sendo nascidos em cativeiro e anilhados devidamente, conforme as especificações para cada espécie definidas na legislação. A criação desses animais em cativeiro e o sistema Sispass têm como principal objetivo evitar a retirada dessas aves da natureza e o tráfico de aves silvestres. Portanto, uma ave sem origem legal nunca poderá ser inserida no sistema e legalizada. Qualquer atividade em desacordo com as normas em vigor caracteriza-se como crime ambiental. Os criadores amadoristas podem ainda, associar-se em clubes e associações para realizar 52_Animal Business-Brasil
Os criadores amadoristas têm a responsabilidade, e devem sempre zelar, pelo bem-estar das aves, tornando-se responsáveis pela manutenção dos animais enquanto estiverem sob sua guarda. A Gerência de Fauna também atua na gestão das categorias de fauna em cativeiro. Como exemplo temos os zoológicos, criadores comerciais, e criadouros científicos, entre outros. Todos os empreendimentos que mantêm e manejam animais em cativeiro, devem estar inscritos no Sisfauna, manter atualizados seus dados, e as informações da atividade e do plantel sob sua responsabilidade. Atualmente, a norma que define as categorias e diretrizes para a obtenção das autorizações no Sisfauna é a Instrução Normativa nº 07 de 2015.
Cadastro Técnico Todos aqueles que desejam se tornar criadores devem se cadastrar inicialmente no Cadastro Técnico Federal (CTF) do Ibama e posteriormente inscrever-se em outros dois sistemas. O primeiro trata da autorização do empreendimento e o segundo do controle do plantel existente. Para operar, os empreendimentos devem obter no órgão ambiental as autorizações para instalação e operação. Essas autorizações são emitidas após o cumprimento dos requisitos estabelecidos pela legislação vigente, e que contemplam a apresentação de documentação adequada a cada uma das categorias previstas, além de vistoria e aprovação dos procedimentos operacionais pelo órgão competente, no caso do estado do Rio de Janeiro o Inea.
Criação comercial A autorização de novos criadores comerciais de fauna silvestre nativa está atualmente suspensa, até a publicação da lista de espécies autorizadas para criação comercial com finalidade de animal de estimação. No estado do Rio de Janeiro, outras informações poderão ser obtidas no sítio eletrônico do Inea ou pelo e-mail gefau@inea.rj.gov.br.
Produção de insetos para alimentação de animais exóticos
é novo nicho de mercado Eduardo Matos, empresário e proprietário da Safari Alimentação Animal
Grilos, baratas e tenébrios produzidos em fazendas certificadas são fonte de proteína e estimulam o instinto de caça
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melhor amigo do homem não precisa ser necessariamente um gato ou cachorro. Bichos diferentes, como iguanas, lagartos, ratos, macacos, peixes e pássaros exóticos têm conquistado cada vez mais espaço nos lares brasileiros. E os donos ga-
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Uma das importantes características que os bichinhos perdem ao fazerem parte de um lar é o extinto de caça.
rantem: são dóceis, fáceis de criar e merecem todos os mimos dispensados aos pets mais famosos, como a alimentação, por exemplo. Porém, o que muitos não sabem é que esses pets exigem cuidados especiais para se adaptarem ao ambiente doméstico.
Instinto de caça Uma das importantes características que os bichinhos perdem ao fazer parte de um lar é o instinto de caça. Foi a partir daí que surgiu a Safari, uma empresa especializada na criação de insetos que disponibiliza ao mercado PET diversas opções de alimentação para os animais exóticos. São grilos, baratas e tenébrios comercializados vivos nos pet shops, dentro de pequenas embalagens especiais, desenvolvidas para que garantam a possibilidade de consumo em até de 30 dias. Os insetos têm alto teor de proteína, ácidos graxos e minerais de alta digestibilidade. Além disso, fornecer alimento vivo aos animais estimula o contato com a natureza e diverte o bicho e o dono. Todos os insetos da Safari são produzidos em uma fazenda localizada em Piracicaba, interior de São Paulo. A criação possui Título de Estabelecimento Relacionado, com aprovação do Ministério da Agricultura, responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem animal comestíveis e não comestíveis destinados ao mercado interno e externo.
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Mercado mundial O mercado mundial de consumo de insetos é amplo. Os sócios da Safari investiram cerca de R$ 220 mil desde sua criação, em agosto de 2014. O “cardápio” oferecido pela Safari é composto por: grilo preto (Gryllus assimillis), tenébrio gigante (Zophobas morio), tenébrio comum (Tenebrio molitor), barata cinérea (Nauphoeta cinérea) e barata blaberus (Blaberus giganteus). Em breve, a espécie barata madagascar (Gromphadorhina portentosa) também fará parte da produção que, hoje, já soma milhões de insetos e podem ser oferecidos para lagartos, roedores, macacos, pássaros de médio e grande porte e peixes. Nutritivamente, os insetos substituem a ração. Eles possuem alto teor de proteínas, gorduras e cálcio. Mas a dieta do pet não pode ser substituída apenas por insetos e sim usá-los como um mimo para o animal.
Produção simples O sistema de produção é bem simples, mas há cuidados específicos para manter o ambiente sempre limpo e sem exposição a dejetos. A alimentação dos insetos é preparada com farelo de trigo, milho, cevada e vegetais como legumes e folhas, de onde eles também retiram a água que necessitam. Os excrementos são retirados semanalmente de um reservatório no fundo de cada baia, onde caem por gravidade, mantendo o ambiente sempre limpo. Os insetos criados em
Investimento 30% dos R$ 220 mil investidos foram gastos com pesquisa e desenvolvimento. “A área é nova, principalmente no Brasil, e não temos muitos materiais publicados. O restante foi utilizado para a construção de três galpões em uma propriedade em Piracicaba, interior de São Paulo, além de recursos utilizados na implantação de equipamentos de processamento e treinamento de pessoal. Nosso próximo objetivo é investir em farinha de grilo e de tenébrios para a produção de ração e snacks (biscoitos) para animais domésticos. Hoje a empresa fatura R$ 15 mil ao mês e a expectativa de crescimento é faturar R$ 60 mil ao mês. Nas vendas ao varejo, 10 baratas cinérea custam cerca de R$ 25,00.
Segurança alimentar A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, publicou em 2015 um documento sobre “A Contribuição dos Insetos para a Segurança Alimentar, Subsistência e Meio Ambiente” (http://www.fao.org/3/d-i3264o. pdf), no qual informa que o aumento da população, urbanização e o crescimento da classe média têm elevado a demanda global por alimen-
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cativeiro ficam guardados em ambiente controlado, a fim de evitar contaminação ou contato com espécimes de fora. São todos bem limpinhos.
tos, especialmente as fontes proteicas animais. Segundo o estudo, por volta de 2030 teremos que alimentar nove bilhões de habitantes, juntamente com outros bilhões de animais criados anualmente para fins alimentícios, recreativos ou como estimação. Uma das maneiras existentes para se resolver o problema de segurança alimentar seria a criação de insetos, pois eles se reproduzem rapidamente, têm altas taxas de crescimento e de conversão alimentar, além do mínimo impacto ambiental causado em todo seu ciclo de vida. São nutritivos, com alto teor de proteína, ácidos graxos e minerais. A cada 100g de alimento cru, a carne bovina apresenta 20,2g de proteína, ao passo que 100g de barata cinérea oferecem 60g e grilo preto 48g. O estudo considera insetos criados sob supervisão e não aconselha a ingestão de insetos retirados diretamente da natureza, uma vez que estes podem estar sujeitos a contaminantes externos. No Brasil, por enquanto, a produção de insetos é voltada somente à alimentação animal, pois ainda não há legislação específica para a produção e comercialização de insetos para a alimentação humana. Embora a maneira de produção dos insetos siga as mesmas exigências sanitárias para animais e humanos, é necessário um selo SIF/ER específico para cada criadouro. Mais informações: https://www.facebook. com/safarinsetos
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Por: Paulo
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ABS Global celebra 75 anos de progresso genético A ABS Global comemora 75 anos de progresso genético e contribuição para a evolução da pecuária mundial, ajudando seus clientes a conquistarem o lucro através do progresso genético. Desde 1941, a ABS é líder mundial no desenvolvimento de genética bovina de ponta. A empresa surgiu como American Dairy Guernsey Associates of Northern Illinois com apenas três touros. Com o tempo, se transformou em ABS e construiu uma grande e completa bateria de reprodutores das mais variadas raças e características,
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capazes de atender a produtores de carne e leite de 80 países. Entre os fatos que marcaram essa história, um dos momentos de maior orgulho da ABS Global é a introdução de sêmen congelado em 1953, seguido pelo desenvolvimento do primeiro botijão para armazenamento de sêmen congelado utilizando nitrogênio líquido. Estas tecnologias importantes transformaram completamente o funcionamento da indústria de genética animal e ainda são consideradas as melhores práticas até hoje. A ABS também construiu uma inteligência por trás da genética, oferecendo aos pecuaristas a possibilidade de medição da qualidade das filhas dos touros da bateria, em 1963. Além disso, foi a primeira a contar com um programa informatizado de acasalamento: o GMS, em 1968. A inovação continua como marca forte da ABS, sendo que, recentemente, a empresa anunciou a introdução do TransitionRight™, índice revolucionário que ajuda os clientes a evitarem problemas de saúde, que acarretam em prejuízos financeiros, durante o período de transição das vacas.
Polinização agrícola é alternativa de renda para o pequeno e médio apicultor
Avicultores já podem adquirir o livro “Doenças das Aves”, da Amazon A 2ª edição do livro "Doenças das Aves", que trata da evolução da medicina aviária ocorrida nos últimos anos, está disponível na versão digital e-book no site da Amazon. Essa edição apresenta uma revisão geral dos capítulos da 1ª edição, lançado há nove anos, e a inclusão de novos capítulos, com o objetivo de dar continuidade à difusão de conhecimento técnico-científico confiável aos profissionais da avicultura industrial. Sob a coordenação da FACTA - Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, entidade de fomento e difusão de conhecimentos e tecnologias avícolas, a obra faz parte de um esforço conjunto de profissionais de entidades públicas de ensino e pesquisa e da iniciativa privada, apoiados por associações de classe. O livro pode ser adquirido através do endereço eletrônico www. amazon.com/dp/B017UIHRSC.
O Relatório do Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae, lançado recentemente, apresenta os benefícios da polinização para as culturas agrícolas, de que forma ela pode ser oferecida, e como o apicultor pode aproveitar essa oportunidade de negócio como forma de complementar a renda e ainda diversificar produtos e serviços. Dados do Ministério do Meio Ambiente revelam que 85% das plantas e flores necessitam, em algum momento do seu desenvolvimento, de animais polinizadores e que 75% dos alimentos produzidos para consumo humano dependem de plantas polinizadas. Estima-se que a polinização na agricultura gire em torno de 10% do PIB agrícola, o equivalente a U$ 200 bilhões/ano. Dentre os benefícios da polinização, o Relatório destaca: retorno econômico com a introdução de polinizadores é elevado; as produções são favorecidas no seu desenvolvimento, como por exemplo com a colheita de frutos mais doces, com tamanho e pesos superiores; as plantas são mais resistentes a doenças e pragas; os frutos têm o amadurecimento mais uniforme; favorece a harmonia com meio ambiente, aproximando árvores silvestres e plantas do mato; com a criação de abelhas, os apicultores podem investir também na produção de alimentos, como por exemplo os frutos, que são beneficiados pela ação da polinização; da mesma forma, os produtores de culturas agrícolas, podem investir na criação de abelhas e também produzir mel, cera e própolis para consumo na propriedade ou comercialização; os apicultores podem alugar as colmeias para produtores de alimentos; com a polinização, tanto apicultores quanto agricultores são beneficiados. As lavouras ganham em produtividade e qualidade, e as abelhas são favorecidas com a oferta de mais pólen e néctar.
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Criação comercial de galinhas caipiras tem estímulo no Rio de Janeiro Outra atividade estimulada pelo Programa Rio Rural é a criação de galinhas caipiras poedeiras como uma opção para complementação da renda com a venda de ovos, além de contribuir com a qualidade da alimentação das famílias. Desde 2011, o Programa, em parceria com a Gerência de Pequenos e Médios Animais da Emater-Rio, realizou 22 cursos de criação comercial de galinhas caipiras, em 20 municípios do estado. Ao todo, foram capacitados 400 agricultores. Os cursos buscam compartilhar melhores práticas de produção para garantir a qualidade dos ovos caipiras, estimular a sustentabilidade ambiental da atividade e a visão comercial dos produtores. Nas capacitações, os produtores conhecem técnicas adequadas de manejo das aves, vacinação, alimentação, utilização de resíduos de maneira ambientalmente adequada, entre outros temas. No município de Guapimirim, o Rio Rural já está apoiando a elaboração de subprojeto grupal com o objetivo de construir um entreposto, o que facilitará a inspeção sanitária e, consequentemente, a venda de ovos caipiras na região. Em Santo Antônio de Pádua, no No-
roeste do estado, a produção se tornou tão expressiva que a prefeitura se encarregou de construir um entreposto com recursos próprios, possibilitando que os ovos caipiras produzidos no município fizessem parte da merenda escolar local.
Investimentos A aquisição do kit galinha caipira (material para instalação do galinheiro e compra das aves) está entre os dez principais subprojetos apoiados pelo Rio Rural. Somente em 2015 foram investidos mais de R$ 1 milhão na aquisição de kits, com mais de 350 famílias diretamente beneficiadas em todo o estado.
Manual de boas práticas entre citricultor e apicultor O Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura está lançando um manual de boas práticas entre citricultura e apicultura, desenvolvido por pesquisadores da entidade e da Unesp de Rio Claro, com apoio do Sindiveg - Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal. O objetivo é estimular a boa convivência entre os citricultores e os apicultores que deixam suas colmeias próximas aos pomares, e minimizar os riscos de acidentes tanto para as abelhas como para os humanos. O manual pode ser acessado no site do Fundecitrus: http://www.fundecitrus.com.br/comunicacao/manual/boas-praticas-entre-citricultura-e-apicultura/32
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Estudo da Assocon aponta queda de 5% no confinamento de bovinos De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Confinadores (Assocon) houve redução de 5% na quantidade de animais confinados em 2015 em relação ao ano anterior. A retração foi de 731 mil animais para 769 mil, segundo apurou a entidade junto aos 85 projetos associados, distribuídos em 8 Estados: São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Maranhão. Para o ano de 2016, segundo o gerente-executivo da associação, Bruno de Andrade, a previsão preliminar aponta a mesma tendência da temporada passada. De acordo com a Assocon, o confinamento pode cair até 3,5% em 2016, pois o pecuarista continua preocupado com o consumo doméstico, os custos de produção e a retomada das exportações de carne bovina. Segundo o cenário projetado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), embora as perspectivas macroeconômicas
Bruno de Andrade, gerente-executivo da Assocon.
brasileiras não sejam das melhores, a pecuária bovina de corte pode esperar certa sustentação do consumo de carne por parte dos brasileiros em relação ao visto em 2015, respaldada no hábito consolidado e também no desempenho promissor no mercado externo. Mesmo com o cenário adverso, a expectativa futura é de crescimento da atividade de confinamento. Segundo o Rabobank, até 2023, o total de animais confinados no Brasil deverá superar 9 milhões de cabeças, o dobro do atual, o que significa 2,5 milhões de toneladas de carne bovina, o equivalente a 20% da oferta.
Impacto da intensificação da produção de bovinos de corte O doutorando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia na Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp Jaboticabal (FCAV-Unesp) Abmael da Silva Cardoso publicou em parceria com pesquisadores da Embrapa e USDA o artigo Impacto da intensificação da Produção de Bovinos de corte e no uso da terra. O estudo avaliou a emis-
são de gases de efeito estufa em 5 cenários típicos de produção de bovinos de corte: extensivo com pastagens degradadas, extensivo, intensivo com introdução de leguminosas, intensivo e intensivo com terminação em confinamento. A pegada de carbono do sistema intensivo com pastagens ou com terminação em confinamento é 49,5% menor do que no sistema extensivo com pastagens degradadas. A introdução de leguminosas forrageiras também reduz a pegada de carbono a uma taxa de 52%. O principal resultado do estudo é que com a intensificação dos sistemas de produção a área necessária para se produzir a mesma quantidade de carne em um sistema intensivo comparado com o extensivo com pastagens degradas é 7 vezes menor. O Brasil possui aproximadamente 200 milhões de hectares de pastagens e a intensificação poderia liberar áreas para reflorestamento, produção florestal e agricultura resultando em um enorme impacto sobre as emissões de gases de efeito estufa pelo país. Animal Business-Brasil_59
José Carlos de Andrade Moura
O Prof. Milton Thiago de Mello recebeu das mãos do Ten. Cel. Veterinário Moreira troféu do Regimento, comemorativo ao evento.
Milton Thiago de Mello completa 100 anos e é homenageado em Brasília O professor Milton Thiago de Mello, presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, em plena atividade, foi o criador de diversas entidades no campo da veterinária, é autor de mais de 250 trabalhos científicos, técnicos e artigos, e um dos mais premiados veterinários do mundo. Foi professor em inúmeras universidades nacionais e estrangeiras, inclusive nos Estados Unidos e recebido por figuras de destaque mundial: do Imperador Hiroito à Rainha da Inglaterra, passando pelo Papa e presidentes da República. Muito ativo e sempre bem-humorado, formado pela extinta Escola de Veterinária do Exército, fez também carreira militar, reformando-se na posição de Coronel Veterinário, e foi nessa função que recebeu uma homenagem oficial do Exército, em Brasília, que desfilou para ele. Parte das comemorações do Centenário foi um seminário internacional de três dias com a presença de autoridades nacionais e internacionais, onde foi distribuído um livro que o homenageado produziu especialmente para esse evento. O trabalho chama-se "O Poste de Cozumel" e nele o autor afirma que "A intenção do livro, com as suas faixas, foi mostrar a evolução de menino curioso a cientista reconhecido". 60_Animal Business-Brasil
Semana da Carne, a grande atração da pecuária paulista Entre os dias 13 e 19 de junho, São Paulo sediará a Semana da Carne, promovida pela Sociedade Rural Brasileira, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura. Entre as atrações, o destaque fica para a InterCorte – Exposição Tecnológica da Cadeia Produtiva da Carne, evento que surgiu com o término da Feicorte, que ocorrerá nos dias 16 e 17 de junho, no pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Iniciativa da Verum Eventos, com o objetivo de difundir informação e tecnologia para integrantes da cadeia produtiva do setor, pretende reunir mais de 2 mil pecuaristas, além do público em geral, para participar de palestras, feiras técnicas, leilões e festival gastronômico. O Circuito InterCorte é um evento itinerante que vem percorrendo desde 2012 alguns dos principais polos de produção pecuária do País, para levar informação, discussão e tecnologia aos produtores. É uma maneira de levar até a população informações sobre o produto que ela está consumindo, mostrar que o bife na bandeja de isopor vendido no supermercado envolve uma enorme cadeia produtiva para chegar até o carrinho dos consumidores, que o leite não é originário da caixa, mas sim da vaca.
Formato moderno “Voltamos para São Paulo com um formato mais moderno e o edifício da Bienal de São Paulo vai ao encontro dos nossos novos conceitos”, afirma Carla Tucilio, diretora da Verum Eventos, responsável pelo Circuito. A programação da Semana da Carne ainda contará com a Beef Week, o Caminho do Boi, o Global BeefMeet, o Leilão Pecuária Solidária, Livraria Cultura do Boi, Exposição Arte do Boi e outras novidades. Um grande evento da cadeia produtiva da carne na capital paulista era um desejo antigo de lideranças do setor. O Estado é responsável por abater 25% do total do território nacional e escoa a maior parte da produção. O objetivo é integrar produtor, indústria e consumidor para mostrar ao público urbano como a produção da carne que consome passa por um processo de gestão e manejo do animal seguindo as melhores práticas do mundo. “Nosso objetivo é engajar o maior número de participantes. Acreditamos que será um evento com grandes resultados para a cadeia da pecuária de corte porque é em São Paulo que estão os formadores de opinião no que se refere ao consumo e à sustentabilidade. É daqui que sai o maior volume de
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cortes para exportação, através do Porto de Santos. Além disso, os grandes players do mercado financeiro também estão na capital paulista”, afirma Gustavo Diniz Junqueira, presidente da SRB.
“Que nós possamos fazer deste evento um momento diferenciado, para São Paulo voltar a sediar um grande debate que permita a interação do setor, multiplique os negócios e aperfeiçoe as diretrizes para que o nosso País continue cada vez mais a ser esse supridor mundial de proteína animal”, destacou o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O titular da Pasta lembrou que a Secretaria tem iniciativas que contribuem para um melhor desempenho do setor, como as ações executadas pelo Instituto de Tecnologia dos Alimentos (Ital) da Secretaria no processamento da carne, garantindo saudabilidade e segurança à mesa. Outro conceito lembrado pelo secretário foi o do Boi 7.7.7, desenvolvido pelo Instituto de Zootecnia (IZ) da Secretaria, que reduz de 38 para 24 meses o tempo de abate do animal, aumentando a produtividade e diminuindo o custo de produção para o pecuarista. “É um conceito que nos permite nos tornarmos referência para os produtores. É um salto de qualidade muito significativo”, avaliou Arnaldo Jardim.
Atrações Além da InterCorte, destacam-se: Beef Week - Uma semana de fomento ao consumo e à divulgação de informações de qualidade sobre a carne bovina, como procedência, benefícios e formas de preparo. Parcerias vão garantir ações de promoção da carne bovina em selecionados restaurantes, casas de carne e supermercados. Caminho do Boi - A instalação possui painéis e recursos audiovisuais para simular o trajeto completo de um boi de corte, da fazenda até a mesa do consumidor, destacando importantes etapas do processo, como nutrição, curral de manejo, controle e gestão, sanidade, transporte e frigorífico. O projeto apresenta a integração dos elos da cadeia da carne e chama a atenção do pecuarista para os impactos da produção na qualidade do produto que entrega ao frigorífico e, consequentemente, ao consumidor e com impacto direto na rentabilidade do seu negócio.
Divulgação
Momento diferenciado
O presidente da SRB, Gustavo Diniz Junqueira, acredita que será um evento com grandes resultados para a cadeia da pecuária de corte “porque é em São Paulo que estão os formadores de opinião no que se refere ao consumo e à sustentabilidade”.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, espera que, com o evento, São Paulo possa voltar a sediar um grande debate que permita a interação do setor, multiplique os negócios e aperfeiçoe as diretrizes para que o nosso País continue cada vez mais a ser esse supridor mundial de proteína animal.
Global BeefMeet - Encontro internacional reunirá governos, exportadores, indústria, associações e demais agentes internacionais interessados no mercado mundial da carne. Leilão Pecuária Solidária - Criado para celebrar os 25 anos de atuação profissional do leiloeiro Eduardo Gomes, no Tocantins, o projeto conta com doações de animais de produtores, empresas e instituições ligadas ao agronegócio. As quatro edições realizadas até hoje arrecadaram mais de R$ 1,6 milhão a entidades assistenciais que cuidam de pacientes e famílias carentes, a maioria do Tocantins. Livraria Cultura do Boi - A atração ocorrerá na Bienal nos dias 16 e 17 de junho e contará com um espaço físico para comercialização de obras especializadas no tema pecuária e carne de qualidade. Lançamentos e tarde de autógrafos de novos títulos ligados ao tema da Semana também estão programados. Exposição Arte do Boi - Uma exposição de artes plásticas e fotografia envolvendo a pecuária. Até o momento estão confirmados os artistas: Renan Antonelli, Fabio Fatori, Diego Penedo e Rodrigo Gastaldon. As obras serão comercializadas em um leilão para arrecadação de fundos para o projeto Pecuária Solidária. Animal Business-Brasil_61
Unidade de processamento impulsiona produção de mel de São Domingos do Prata A implantação de uma unidade de processamento de mel tem ajudado a reorganizar e impulsionar a atividade, em São Domingos do Prata, região Central de Minas Gerais. Antes os apicultores trabalhavam individualmente, o que dificultava bastante na hora de processar o mel e vender o
produto. Com a unidade de processamento, a realidade é diferente. O grupo conseguiu aumentar a produção e ampliar o acesso ao mercado. Para se reorganizarem, os apicultores procuraram os extensionistas da Emater-MG. O primeiro passo sugerido pelos técnicos da empresa foi a criação de uma associação. Foi criada a Associação dos Apicultores de São Domingos do Prata (AAPISPRATA), que já conta com 25 membros. Por meio do Minas Sem Fome, programa estadual coordenado pela Emater-MG, foram destinados à associação cerca R$ 80 mil para a compra de equipamentos e material de construção. A prefeitura ficou responsável pela contratação de mão de obra e doou uma máquina de sachê. A unidade de processamento é completa e o investimento resultou no aumento de 30% da produção de mel do grupo. A comercialização também melhorou em 30%. Atualmente, cerca de 50% da produção da associação é vendida para uma empresa de Ipatinga, na região Leste de Minas Gerais, que exporta o produto para a Europa.
Livro sobre Mangalarga Marchador reúne a arte da fotografia sobre cavalgadas pelo mundo A Comg Editora lançou o livro de arte exclusivo sobre a raça equina genuinamente brasileira Mangalarga Marchador. Com 228 páginas, linguagem leve e movimentada, a obra "Mangalarga Marchador do Brasil – A história da raça e cavalgadas pelo mundo" retrata, em belíssimas fotografias, desde a origem da raça até as cavalgadas dos marchadores brasileiros no país e na Europa. Além das imagens, a publicação também conta com textos explicativos espelhados em português e inglês, que relatam a história do Mangalarga Marchador e enfatizam o uso vocacional no equiturismo e em cavalgadas, modalidade que vem crescendo no contexto turístico com viés ecológico, esportivo e também cultural. Um dos pontos fortes do livro são as fotos das viagens a cavalo pelo mundo, que mostram praticantes e incentivadores do turismo equestre, como o casal Marcelo e Sophia Baptista de Oliveira, sua paixão e trajetória de vida com a raça Mangalarga Marchador. A obra, finalizada pelo CJ 31 Criação e Design, lançada pela Comg Editora, possui a primeira edição disponível com 1000 exemplares. Além disso, serão distribuídos gratuitamente 300 exemplares para as Bibliotecas Públicas do Brasil.
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O livro está à venda, em São Paulo, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis (Av. Higienópolis, 618 - Piso Pacaembu) e na unidade da Rua Fradique Coutinho, nº 915. Em Ribeirão Preto e Rio de Janeiro, os exemplares estão disponíveis na rede de Livrarias Travessa e, em Belo Horizonte, na rede de Livrarias Leitura.
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Em 2015 exportamos US$ 5,8 bilhões em carnes bovinas, e a previsão para 2016 é de US$ 7,5 bilhões. Em relação à carne de frango, as vendas atingiram 4,3 milhões de toneladas, um recorde histórico, correspondente a US$ 7,1 bilhões. No caso da carne suína, as exportações em 2015 atingiram o valor de US$ 1,3 bilhão. ANTONIO ALVARENGA Presidente da SNA-Sociedade Nacional de Agricultura •••
De acordo com estudo realizado pela FAO, entre os produtores de alimentos, o Brasil é o país com maior potencial de crescimento produtivo. A expectativa é de que possa aumentar sua produção de alimentos em 40% até 2050. WALLISSON LARA FONSECA e RODRIGO SANT’ANNA ALVIM FAEMG •••
Nos últimos anos, a ABCZ –Associação Brasileira dos Criadores de Zebu –criou e disponibilizou uma grande quantidade de conteúdos de relevância para a pecuária. FREDERICO CUNHA MENDES Diretor da ABCZ •••
Os veterinários constituem um dos principais grupos de profissionais a participar do combate à virose, por diversos motivos. Desse modo, a Academia Brasileira de Medicina Veterinária junta-se a todas as enti-
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dades governamentais ou não, para eliminar o Aedes aegypti. MILTON THIAGO DE MELLO Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária •••
Introduzir inovações no sistema de produção, com técnicas de integração lavoura-pecuária, visando a redução de custos e aumento de produtividade pode ser uma das soluções para absorver mão de obra, em retorno às suas origens na atividade agropecuária e reestruturar o setor. PESQUISADORES DA PESAGRO-RIO •••
Uma das importantes características que os bichinhos perdem ao fazer parte de um lar é o instinto de caça. Foi a partir daí que surgiu a Safari, uma empresa especializada na criação de insetos que disponibiliza ao mercado pet. EDUARDO MATOS Proprietário da Safari •••
Nunca estivemos tão fora do jogo comercial no mundo agro como agora, ainda que neste momento tenhamos dois competentes diretores de instituições globais ligadas à produção, abastecimento e comércio de alimentos, energia e fibras: José Graziano da Silva, comanda a FAO e Roberto Azevedo a OMC. ROBERTO RODRIGUES Coordenador do Centro de Agronegócios da FGV, ex-ministro da Agricultura
Por: Béth
Agri Brasil, grupo holandês, com megas fazendas de leite no Estados Unidos, está instalando um complexo leiteiro em Jaborandi, no oeste da Bahia, com 200 mil vacas de alta produtividade, para produzir 1 milhão de litros de leite por dia, 70 mil t de queijo/ ano, além de leite em pó. A produção será exportada para a China e também destinada ao mercado interno. Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri)
As importações brasileiras de lácteos totalizaram 134,28 mil t, em 2015, incremento de 25,7% em relação ao ano anterior. No entanto, os gastos do período caíram 8,3% totalizando US$ 402,13 milhões. Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A agropecuária gerou 9.821 empregos em 2015 e, entre todos os segmentos, foi o único que apresentou saldo positivo. No ano passado, a produção do setor cresceu 7,7% em relação a 2014, batendo o recorde de 209,5 milhões de t. A participação do agronegócio na balança comercial brasileira foi recorde, com 46,2% das exportações. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) / Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Os custos da pecuária de corte subiram 22%, em média, no início desse ano, em relação ao mesmo período de 2015. Com isso, a rentabilidade do pecuarista de ciclo completo, altamente tecnificado, que produz, em média, 20 arrobas por ha/ano, caiu de R$ 1.200,00 a R$ 1.300,00 para R$ 800,00 por ha/ano. Agroconsult
O volume de bovinos confinados pelos filiados à Assocon registrou 731.000 animais, em 2015, queda de 5% em relação ao ciclo anterior, quando foram confinados 769.000 bovinos. A perspectiva, para 2016, é de queda até 3,5%. Associação Nacional dos Confinadores (Assocon)
Com o maior rebanho comercial do mundo, estimado em 208 milhões de cabeças e produção anual de carne bovina de 10 milhões de t, o País deve chegar a 15 milhões de t nos próximos anos. As receitas com exportações, previstas US$ 7,5 bilhões, em 2016, deverão alcançar US$ 28 bilhões em uma década. Já em 2020, o País
Mélo
exportará quatro milhões de t de carne bovina, o dobro do volume atual. Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ)
A JBS anunciou, no fim do ano passado, investimentos de R$ 1,1 bilhão, até 2020, em seu parque fabril para aumentar a produção de carnes de aves e suínos em Mato Grosso do Sul. A demanda da empresa por grãos, no Estado, deverá passar de 550 mil/t (cerca de 10% da produção estadual) para 1 milhão/t/ano. Wesley Batista, presidente global da JBS / Secretaria de Produção e Agricultura Familiar do Estado (Sepaf) de MS
Até 2025, a pecuária de Mato Grosso, mesmo perdendo 20% da área atual para agricultura, deverá avançar 46% na produção de carne bovina e 71% em frangos e suínos. A área perdida irá para a soja, que absorverá pelo menos 5 milhões de novos hectares. Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) / Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Com capacidade diária de abate de 17,3 mil cabeças de gado e de desossa equivalente a 20,3 mil animais por dia, a Minerva S.A. está presente em sete Estados brasileiros e também no Paraguai e no Uruguai. Opera 17 plantas de abate e desossa, uma de processamento e 13 centros de distribuição, e comercializa produtos (carne bovina, de aves e de suínos) em mais de 100 países. Minerva
No ano passado, o Brasil produziu mais de 6,5 bilhões de pintos de corte, um aumento de 4,4% em relação a 2014, superando o recorde obtido em 2011 (6,245 bilhões). Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco)
Em 2015, os embarques brasileiros de carne de frango totalizaram 4,304 milhões/t, ante 4,1 milhões/t, no ano anterior, aumento de 5%. A receita, em reais, alcançou 23,7 bilhões, evolução de 25% na mesma comparação. Já em dólares, somou US$ 7,1 bilhões, queda de 11%. A produção de carne de frango alcançou 13,146 milhões/t, incremento de 3,58% na mesma análise. Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
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Raul Moreira
Modernidade na defesa sanitária do agronegócio Antonio Alvarenga (*)
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Brasil tem apresentado, nos últimos anos, elevados índices de crescimento nas exportações de alimentos, consolidando sua posição de liderança no comércio internacional de produtos do agronegócio. O Ministério da Agricultura, sob o comando da ministra Kátia Abreu, está investindo na conquista de novos mercados, notadamente para os produtos de origem animal. E já obteve sucesso na eliminação de algumas barreiras comerciais, tarifárias e sanitárias de determinados países importadores. A fim de manter e ampliar nossas vendas externas de carnes, pescados, ovos, laticínios e mel, é fundamental apresentar aos importadores atestados oficiais confiáveis de sanidade dos alimentos que estão comprando. Essa garantia é fornecida pelo Serviço de Inspeção Federal - SIF. Todos conhecem o tradicional carimbo do SIF, impresso nas embalagens dos produtos de origem animal. Presente em todos os estados brasileiros, o SIF atua em mais de 1.500 municípios, e em 5 mil estabelecimentos. Por trás do carimbo do SIF existe um trabalho técnico complexo que envolve toda a cadeia de produção. Inclui as atividades de inspeção, fiscalização e educação sanitária, além de vigilância sanitária de insumos, produtos e subprodutos de origem animal e vegetal. Recente alteração na legislação permite aos estados e municípios solicitar a equivalência dos seus serviços de inspeção com o SIF, desde que comprovem ter condições para garantir o controle de qualidade com a mesma eficiência do Ministério da Agricultura. Trata-se de uma grande evolução. Há diversos estados e municípios que já reconheceram seus serviços de inspeção como
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equivalentes ao SIF. Com isso, seus produtos com inspeção estadual e municipal podem ser comercializados em todo o território nacional. Com o objetivo de desburocratizar o sistema de defesa agropecuária, o MAPA alterou alguns procedimentos relativos ao registro sanitário. As pequenas agroindústrias, por exemplo, tinham de atender determinados requisitos que levava grande parte dessas empresas à informalidade. O MAPA também permitiu a liberação automática da rotulagem de 90% dos produtos de origem animal (carnes, mel, ovos, pescados e derivados), que têm o selo do SIF. Com a nova determinação, basta que as empresas informem a mudança ao Ministério para que o rótulo seja automaticamente liberado. Como se vê, em meio à atual grave crise política, econômica e ética, o MAPA dá exemplo de desburocratização e modernização de sua gestão. O agronegócio agradece. (*) Antonio Alvarenga é presidente da Sociedade Nacional de Agricultura
Fotos: Cristina Baran
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