Anticoncepcionais hormonais e Sexualidade Tania Mara Giarolla Gonçalves de Matos Membro do conselho consultivo SOGIMIG Vice Presidente da Região Sul
ACO- Descobrimento bioquímico importante do século XX(esteróides sexuais) Permitiu as mulheres terem controle sobre desejo e vontade e responsabilidade e associação do Sexo Prazer Reprodutivo. Fator fundamental da Revolução Sexual há 50 anos.
Comportamento e atitude sexuais são pessoais, é parte importante da identidade cultural e suas diferenças. ACO= Aumento do status feminino= reprodução é opção. Experiências e vivencias na sua sexualidade transformando a sociabilidade.
Entre os anos 60 e 74 expansão imensa dos ACO pela sua alta eficácia aceitabilidade e baixo custo “método ideal”. gástricos Porém efeitos colaterais tromboembolismos sexuais? A partir 1980- aceitação pelas mulheres e médicos e grandes prescrições.
Ultimas décadas maior rigor na avaliação de novas formulações. mestranol
Componentes estrogênico
etinil estradiol valerato de estradiol mais natural
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Progestagenios • Variam • Se relacionam a progesterona ou testosterona • Em 1980 - progestogenios androgenicos 3º geração derivados diretos do levonorgestrel(desogestrel gestodeno norgestimato)
Progestagenios diferente pelo grau seletividade ou afinidades do esterĂłide pelo receptor progesterona ou outros. Se maior, mais seletivo, sendo importante na escolha dos diferentes progestagenos pois vai depender dos efeitos benĂŠficos nĂŁo contraceptivos.
Componentes esteróides influenciam a produção androgênica endógena- efeitos sobre o metabolismo hipoprotéico depende das diferentes doses e pela natureza dos prosgestogenios na composição. Impacto Hepático- etinil estradiol Aumento do substrato renina angiotensina aldosterona(ativação, vasoconstrição e retenção hídrica.
ACH Aumento da s铆ntese da globulina carreadora dos horm么nios sexuais SHBG que modula as taxas de testosterona, a oferta de androgenios circulantes no plasma.
Função sexual feminina 1940 – normalidade = heterossexual com excitação exclusiva dos órgãos primários. Master e Johnson – 1960 – 4 fases: excitação Plato, orgasmo resolução. Raplan – 1970 – desejo – excitação orgasmo Basson – 2001 – ciclico – modificou a disfunção sexual – Desejo inicial nem sempre necessário – nova classificação de disfunções.
• Disfunções sexuais femininas •
Fatores predisponentes precipitantes ou de manutenção.
• Causas biológicas, psicosexuais e contextuais
• Drogas antidepressivas • Saúde geral e mental e seus medicamentos •
ACO
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E Outros
a resposta sexual
Diagnóstico de disfunções sexuais • Eminentemente clínico
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História Anamnese específica
Dificuldades individuais e do casal Auto imagem Saúde geral e mental Sofrimentos quanto ao relacionamento conjugal Pensamentos emocionais e ato sexual
• Disfunções ou dificuldades sexuais são comuns 20 a 50% das mulheres.
Efeitos dos esteróides sexuais não está completamente estabelecido . Estudos com ACH mostrou que níveis de estradiol, progesterona e testosterona livre não sofrem alterações significantes em dosagens semanais. Entretanto analise ao comportamento sexual(variável dependente) nível hormonal e bem estar geral(variável independente) observou que a testosterona tem associação positiva forte em desejo sexual orgasmo, número de relações e bom desempenho cognitivo na vida sexual feminina.
Libido
literatura controversa
Estudos retrospectivos não controlados usuárias ACO aumento da libido. Estudos controlados randomizados - libido diminuida em 50% dos casos quando comparado com placebo. Outro estudo do prospectivo e randomizado – vários dominios da funçao sexual – beneficiados.
Níveis circulantes de testosterona -alterações variadas na função sexual feminina sem comprovação bioquímica de insuficiência androgênica feminina.
Momento atual: A deficiência androgênica é componente etiopatogenico mais significativo relacionado a sexualidade feminina. Não descartar a complexidade e diversidade dos fatores que envolvem a função sexual das mulheres.
Efeitos das anticoncepção hormonal na sexualidade feminina. Menacne níveis hormonais estrogênicos altos estáveis dos androgênios disfunções sexuais frequentes: complexidade de fatores que envolvem as mulheres e seus distúrbios do comportamento sexual.
ACH Diferentes estudos mostram – aumento da frequencia coital, intensidade orgasmos.(não preocupação em engravidar) liberdade sexual efeito positivo Outros estudos prospectivos – 47% das mulheres interrompem uso de pílula por após 3 meses de uso observarem efeito negativo no desejo, lubrificação, bem estar sexual e dispareumia.
ACH Baseados em estudos observacionais: razão principal diminuição da libido associado a receptores hormonais no cérebro mais do que ao aumento do nível de SHBG e diminuição de testosterona livre.
TENDENCIAS Ultimas décadas em países europeus
ACO de baixas doses de etinil estradiol mais levonorgestrel ou gestodeno.
Pelo efeito androgênico mais evidente.
Não usuárias de ACH referem aumento no desejo na fase folicular e maior número de fantasias eróticas na fase lútea.
Com uso de ACH após 9 meses Caruso e Cols frequencia de orgasmos invariável. Diminuição do desejo e lubrificação (etinil estradiol e gestodeno) Outros: Etinil estradiol 20 + levonorgestrel 100mg Melhora da satisfação sexual Diminuição do desejo e lubrificação
Em 47% das mulheres baixo nível de estradiol em estudos recentes Secura vaginal Diminuição do libido
Estudos recentes baixas doses de etinil estradiol mais norgestimato (monofásico, bifásico e trifásico) Apesar da diminuição de testosterona laboratorial livre e total após 3 meses de uso não demonstrou alterações no prazer e interesse sexual, humor ou depressão. 3 grandes estudos de Coorte – variáveis índices de depressão, ansiedade, fadiga, compulsão, distúrbios sexuais e comportamento emocional – não provando associação com ACH.
Estudo em 1971 com mulheres brasileiras que usaram ACH com etinil estradiol e clormadinona – melhora da satisfação , humor, libido e qualidade de vida.
Papel dos hormônios na função sexual e nas disfunções é muito complexo sendo estudos com medidas apropriadas da função sexual e dosagens hormonais limitados na literatura. É maioria dos estudos em pacientes com disfunção sexual.
Conclusões • A sexualidade humana está na dependência de interações complexas entre processos cognitivos, mecanismos neurofisiológicos e do humor. • Walwieneer e Cols na Alemanha demonstraram que com uso ACH houve aumento do risco de disfunções sexuais (estudantes de medicina). • Ressecamento vaginal por baixas doses etinil estradiol e hipoandrogenismo e aumento SHBG e diminução testosterona livre – redução libido.
Conclusões • Achados conflitantes entre diversos trabalhos. • Melhora na libido ACH pode estar associado a garantia de anticoncepção efetiva e capacidade de separar sexo prazer/ sexo reprodução, entretanto não está completamente esclarecido.
Fica cada vez mais evidente que se a função sexual pode receber múltiplas influencias, a responsabilidade hormonal é apenas um dos componentes desta gama de implicações.