Como tratar os prolapsos genitais Marilene Vale de Castro Monteiro CMGO 2015

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COMO TRATAR OS PROLAPSOS GENITAIS Prof Marilene Vale de Castro Monteiro Departamento de Ginecologia e Obstetrícia – FM – UFMG


Tratamento do Prolapso Genital

Declaração de Conflito de Interesse: 

Grupo de Pesquisadores do Laboratório Promedon


Tratamento do Prolapso Genital

Conceito:

O prolapso de órgãos pélvicos (POP) é a descida de uma ou mais das seguintes estruturas: 

parede vaginal anterior


Tratamento do Prolapso Genital

ď ˝

Conceito: ď ˝

parede vaginal posterior


Tratamento do Prolapso Genital

Conceito: 

Ápice com útero


Tratamento do Prolapso Genital

Conceito: 

Ápice sem útero: após histerectomia


Tratamento do Prolapso Genital

ď ˝

Conceito:

ď ˝

Enterocele


Tratamento do Prolapso Genital

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Como propor o tratamento do Prolapso Genital nos dias de hoje?

ď ˝

O que a paciente pergunta ?


Tratamento do Prolapso Genital 

Como propor o tratamento do Prolapso Genital nos dias de hoje? 

Perfil da paciente

Expectativa da paciente e do cirurgião

Proposta baseada em evidências e experiência do cirurgião

Taxa de complicações e cura a longo prazo

Critério de cura

“Dr Google ”

O que a paciente pergunta ?


Tratamento do Prolapso Genital 

Como propor o tratamento do Prolapso Genital nos dias de hoje?

O que a paciente pergunta ? 

Como o médico pode tratar meu prolapso ?

Qual cirurgia é melhor para o meu caso?

Tenho indicação de usar alguma tela sintética e meu plano saúde autoriza ?

Qual a taxa de sucesso ?

E se eu quiser ter mais filhos ?

Eu vou perder urina após a cirurgia? Que outros problemas posso ter ?


Tratamento do Prolapso Genital

Prolapsos coexistentes

Complicações

Incontinência “de novo”

Qualidade De vida

Tipo de Fio

Riscos e Benefícios

Via de acesso

CIRURGIÃO

Tela


Tratamento do Prolapso Genital

Prolapsos coexistentes

Complicações

Incontinência “de novo”

Qualidade De vida

Tipo de Fio

Riscos e Benefícios

Via de acesso

CIRURGIÃO

Tela


Tratamento do Prolapso Genital

Cirúrgião

Cura

Paciente

Complicações

Técnica


Tratamento do Prolapso Genital

Anvisa/ANS e FDA ? ? ? ? 

No Brasil, apenas no Sistema Único de Saúde, foram realizadas aproximadamente 42000 cirurgias para correção de prolapso genital entre abril/13 a março/14, mas não temos como saber quantas são reoperações (Datasus, 2014)

Guidelines x Diretrizes x Livro Texto x Congressos

Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências dos Planos de Saúde/Seguradoras

FEBRASGO x Sociedades Internacionais (IUGA e ICS)

Cochrane x NICE x NIH

30% de Recidiva


Tratamento do Prolapso Genital

Tratamento conservador: •

Pacientes com prolapsos no estádio I e II (POP-q -ICS) e com sintomas inespecíficos •

acompanhamento clínico.

Uso de pessário é a única opção de tratamento conservador.

A reabilitação muscular do assoalho pélvico pode ser oferecida à paciente: •

não há evidência científica que suporte o seu uso na prevenção ou progressão da doença a longo prazo.


Tratamento do Prolapso Genital

Pessários Limitações: • • • •

• Custo acessível • Seguro • Efetivo

Infecção local Sensibilidade ao Látex Não adesão Atividade Sexual

A paciente deve ser responsável pela limpeza e reposicionamento: 1 a 2 vezes/semana

Uso de cremes vaginais de estrogênio (não havendo contraindicação) Taxa de satisfação: 41 a 82%

Tempo médio de uso: 2 a 5 anos anos


Tratamento do Prolapso Genital 

Correção Cirúrgica do Prolapso Genital 

Indicação: pacientes com sintomas consequentes ao prolapso que não tiveram resposta com tratamento conservador ou querem a cirurgia

Avaliação pré-operatória: Presença e severidade dos sintomas Avaliação dos defeitos concomitantes Consentimento informado Antibioticoprofilaxia: Via vaginal: 1°= cefazolina 2 °= clindamicina Via abdominal: não está indicado

Tromboprofilaxia : Se < 30 min: não está indicado Se > 30 min: sim ou compressão pneumática intermitente Uso prévio de estrogênio vaginal Não há evidência apesar da descrição de vantagens na prática clínica em estudo observacionais


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Genital 

Cuidados pós-operatórios: 

Sonda vesical: 12 a 24 horas. Volume residual < 100ml é normal

Restrições das atividades diárias por 6 semanas de pós-operatório: 

Evitar carregar peso > 2500 g

Dieta que facilite evacuação

Evitar movimentos súbitos e repetitivos de aumento da pressão abdominal

Dirigir

Atividade sexual


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso de Parede Vaginal Anterior 

Colporrafia anterior:     

A colporrafia tem mostrado maior índice de recorrência do prolapso Tem o mesmo índice de cura subjetiva comparado com uso de telas Importância de avaliar o prolapso apical concomitante Não há benefício dos pontos de Kelly na prevenção de IU Indicado no defeito lateral, transverso e central


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso de Parede Vaginal Anterior 

Uso de kits de telas sintéticas via vaginal:   

Melhor taxa de cura objetiva Taxa de exposição de tela de 10,3% Taxa de reoperação , de incontinência urinária e dor maior que na colporrafia anterior


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso de Parede Vaginal Anterior 

Correção por via laparoscópica:  

Indicada quando realiza-se outra cirurgia concomitante por essa via Melhor abordagem do defeito lateral

Recomenda-se a primeira abordagem cirúrgica com tecido nativo e sugerir o uso de tela na recidiva 

O uso de telas na recorrência apresenta taxa de cura objetiva maior que o risco de complicações e o custo do material


Tratamento do Prolapso Genital 

Correção Cirúrgica do Prolapso de Parede Vaginal Posterior 

Colporrafia posterior: 

A abordagem vaginal parece apresentar menor risco para recidiva da retocele quando comparado com a via transanal

A plicatura do músculo levantador do ânus tem sido substituída pelo reparo fascial

A plicatura fascial oferece melhor resultado anatômico e funcional do que o reparo sítioespecífico.


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso de Parede Vaginal Posterior 

Uso de kits com tela sintética 

Não há dados que suportam a colocação de qualquer tela


Tratamento do Prolapso Genital 

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Reparo por via abdominal é mais efetivo em restaurar anatomia vaginal

A via vaginal tem menor morbidade e recuperação pós operatória mais rápida

A abordagem laparoscópica ou por robótica pode oferecer melhor suporte vaginal e uma recuperação pós operatória melhor que a via vaginal

As taxas de complicações são similares na via vaginal e abdominal, mas na via abdominal a taxa de complicações cirúrgicas ou re-intervenções são pouco maiores

A via abdominal tem menor índice de dispaurenia


Tratamento do Prolapso Genital 

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Reparo por via abdominal é mais efetivo em restaurar anatomia vaginal

A via vaginal tem menor morbidade e recuperação pós operatória mais rápida

A abordagem laparoscópica ou por robótica pode oferecer melhor suporte vaginal e uma recuperação pos operatória melhor que a via vaginal

As taxas de complicações são similares na via vaginal e abdominal, mas na via abdominal a taxa de complicações cirúrgicas ou re-intervenções são pouco maiores

A via abdominal tem menor índice de dispaurenia


Tratamento do Prolapso Genital 

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Reparo por via abdominal é mais efetivo em restaurar anatomia vaginal

A via vaginal tem menor morbidade e recuperação pós operatória mais rápida

A abordagem laparoscópica ou robótica pode oferecer melhor suporte vaginal e uma recuperação pós operatória melhor que a via vaginal

As taxas de complicações são similares na via vaginal e abdominal, mas na via abdominal a taxa de complicações cirúrgicas ou re-intervenções são pouco maiores

A via abdominal tem menor índice de dispaurenia


Tratamento do Prolapso Genital 

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Reparo por via abdominal é mais efetivo em restaurar anatomia vaginal

A via vaginal tem menor morbidade e recuperação pos operatória mais rápida

A abordagem laparoscópica ou por robótica pode oferecer melhor suporte vaginal e uma recuperação pos operatória melhor que a via vaginal

As taxas de complicações são similares nas vias vaginal e abdominal, mas na via abdominal a taxa de complicações cirúrgicas ou re-intervenções são pouco maiores

A via abdominal tem menor índice de dispaurenia


Tratamento do Prolapso Genital 

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Reparo por via abdominal é mais efetivo em restaurar anatomia vaginal

A via vaginal tem menor morbidade e recuperação pós operatória mais rápida

A abordagem laparoscópica ou por robótica pode oferecer melhor suporte vaginal e uma recuperação pós operatória melhor que a via vaginal

As taxas de complicações são similares na via vaginal e abdominal, mas na via abdominal a taxa de complicações cirúrgicas ou re-intervenções são pouco maiores

A via abdominal tem menor índice de dispaurenia


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical

Cirurgias obliterativas •

Colpocleise a LeFort

Opção apropriada para mulheres idosas e sem vida sexual ativa Após falha ou quando a paciente não quer tratamento conservador

Menor tempo cirúrgico, menor morbidade peri-operatória e risco muito baixo de recorrência do prolapso

Desvantagem: impossibiliddade de atividade sexual vaginal Cuidado em afastar patologia endometrial/cervical na presença do útero


Tratamento do Prolapso Genital 

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical

Cirurgias reconstrutivas

Sacrocolpofixação abdominal, laparoscópica ou robótica Colpofixação Ligamento Sacroespinhoso via vaginal Suspensão do Ligamento Úterosacro

Culdoplastia a McCall Operação de Manchester Kits de telas sintéticas


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Sacrocolpopexia abdominal :  

Sem útero Com útero: histeropexia sacral ou cervicopexia sacral

É superior a colpofixação no ligamento sacro espinhoso, à suspensão do ligamento uterosacro e a colocação de telas transvaginais

Melhores resultados com a via laparoscópica/robótica :     

curva de aprendizado maior, necessidade de sutura endoscópica o ginecologista deve aprender novo plano de dissecção expectativa da cirurgia robótica diminuir o tempo da curva de aprendizado Taxa de erosão da tela 3%


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Colpofixação no ligamento sacroespinhoso via vaginal 

Reparo simultâneo do defeito anterior e posterior

Menor disfunção intestinal

Recorrência 20 a 22%

Risco de defeito de parede anterior

Dispaurenia


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Colpofixação no ligamento sacroespinhoso via vaginal com kits    

Menor morbidade operatória Maior taxa de complicação comparada a técnica convencional Tendência de kits com menos ou nenhuma tela Ainda sem estudos randomizados comparativos


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Suspensão do Ligamento Úterosacro      

Risco de lesão de ureter (1 a 11%) Necessidade de Cistoscopia com Indigo Carmin Disfunção intestinal High McCall Via vaginal e laparoscópica Benefício na paciente que ainda quer engravidar


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Culdoplastia a McCall 

oferece melhor suporte do ápice vaginal após histerectomia vaginal


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Operação de Manchester Menor morbidade que a Histerectomia vaginal Depende do estádio do prolapso 


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical Histerectomia vaginal

Manutenção do Útero

• Técnica mais utilizada

• Maior taxa de recorrência

• Vantagem: eliminação de possíveis patologias futuras

• Menor risco de complicações

• Oportunidade de também fazer a salpingectomia profilática

• Manutenção imagem corporal e desejo de gestação


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical Uso de Telas:

↑ taxa de complicações necessitando de re-operações (fístulas e erosões da faixa)

 taxa de re-operação total

↓ taxa de re-operação por recorrência do prolapso


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Enterocele

Abordagem abdominal: indicado na

abordagem de outros defeitos


Tratamento do Prolapso Genital

Correção Cirúrgica do Prolapso Apical 

Enterocele

Reparo vaginal da Enterocele simples:

Utiliza 4 estruturas de sustentação:    

Ligamentos cardinais Ligamentos útero-sacros Fáscia pré-retal Fáscia pubocervical


Tratamento do Prolapso Genital

Conclusão: “Os melhores resultados do tratamento cirúrgico do

prolapso genital dependem do reconhecimento de múltiplos defeitos e da associação de procedimentos que o cirurgião tenha maior experiência e que sejam sustentados por evidências científicas”.


Tratamento do Prolapso Genital

Referências

Surgical management of pelvic organ prolapse in women. Maher C, Feiner B, Baessler K, Schmid C. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 4.  Pelvic organ prolapse in women: Surgical repair of anterior vaginal wall prolapse. Uptodate jun 2014  DeLacey. Am J Obstet Gynecol (2005) 192: 1488-95.  Dällenbach. Obstet & Gynecol; 125(1), January 2015  Didwadkar . Obstet Gynecol 113(2): 367-73 (2009)  Rogo-Gupta L. Current trends in surgical repair of pelvic organ prolapse. Curr Opin Obstet Gynecol 2013, 25:395–398  Parkes & Shveiky. Sacrocolpopexy for Vaginal Prolapse. Journal of Minimally Invasive Gynecology, Vol 21, No 4, July/August 2014  ACOG. Obstet Gynecol 2009; 113:1180 


Tratamento do Prolapso Genital

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