Informativo Sogimig - 53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

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Informativo

Veículo Oficial da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais - SOGIMIG I Setembro e Outubro de 2009

53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia O presidente da Comissão Organizadora do 53º CBGO, João Pedro Junqueira Caetano, fala sobre a importância de Minas sediar o evento e destaca alguns pontos da organização e da programação do Congresso. Wólmer Monteiro

Qual a importância da conquista de BH sediar o Congresso? Conquistamos uma vitória histórica. Conseguimos trazer para Belo Horizonte o 53º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia. Nunca antes um congresso brasileiro de GO foi realizado em Minas Gerais, apesar de todo o peso nacional da nossa Ginecologia e Obstetrícia. Essa vitória só foi possível graças a um trabalho árduo e competente que tem ocorrido ao longo da história recente da SOGIMIG. A SOGIMIG e Minas Gerais estão muito orgulhosas em receber o Congresso e justamente no ano em que a Febrasgo completa 50 anos de sua fundação, justamente em Belo Horizonte. A capital mineira deve receber cerca de 7 mil participantes do CBGO. Eles movimentarão a hotelaria e o comércio da cidade, trazendo grande impacto ao turismo da capital mineira. A expectativa é ocupar os 72 mil metros quadrados de área construída do Expominas, com renomados palestrantes nacionais e internacionais.

Faça um balanço da organização do congresso. Trabalhamos com muito afinco para poder realizar um evento memorável para todos. O nosso foco foi fazer uma grade científica de peso trazendo para o Congresso pessoas conceituadas e atuantes em cada área da Ginecologia e Obstetrícia, além de convidados internacionais que fazem a diferença. Os temas foram pautados no dia a dia do Ginecologista e Obstetra. A programação científica inclui dezenas de mesas-redondas,16 sessões interativas com participação ativa dos congressistas, videoconferência Inglaterra/Brasil (tempo real) e mais de 20 conferências internacionais. Esta é, sem dúvida, uma excelente oportunidade para se atualizar adequadamente de acordo com as necessidades da prática segura da Obstetrícia e Ginecologia. Do ponto de vista científico, os principais avanços e os mais importantes aspectos de nossa atuação foram inseridos na programação e serão apresentados por grandes expoentes nacionais e internacionais da medicina, provenientes de instituições de excelência do Brasil e do mundo.

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PARTO SEGURO ENVOLVE PLANEJAMENTO DA GRAVIDEZ E ACOMPANHAMENTO DO OBSTETRA | 3

SOGIMIG COMEMORA RESULTADOS DE ATIVIDADES COM GINECOLOGISTAS E OBSTETRAS DO INTERIOR | 4 E 5

ASSOCIAÇÃO MINEIRA MANTÉM A LUTA PELO DIREITO DA COBRANÇA DO PARTO | 6

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Divulgação

Editorial

Av. João Pinheiro, 161. Sala 206 Centro. Belo Horizonte. MG. 30.130-180. Telefax: (31) 3222 6599 Telefone: 3247 1637 Site: www.sogimig.org.br E-mail: sogimig@sogimig.org.br Diretoria SOGIMIG - Gestão 2009-2010 PRESIDENTE Victor Hugo de Melo VICE- PRESIDENTE Renato Ajeje SECRETÁRIO GERAL Carlos Henrique Mascarenhas Silva 1ª SECRETÁRIO Frederico José Amedée Péret DIRETOR FINANCEIRO José Avilmar Lino Silva DIRETOR SÓCIO-CULTURAL Cláudia Lourdes Soares Laranjeira DIRETOR CIENTÍFICO Agnaldo Lopes da Silva Filho DIRETOR DE DEFESA DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL Maria Inês Miranda Lima DIRETOR DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS Cláudia Lúcia Barbosa Salomão DIRETOR DE COMUNICAÇÃO Gui Tarcísio Mazzoni Junior DIRETOR DE INFORMÁTICA João Henrique Penna Reis COORDENADOR DAS DIRETORIAS REGIONAIS Marcelo Lopes Cançado CONSELHO CONSULTIVO: MEMBROS ELEITOS Antonio Eugenio Motta Ferrari, Aroldo Fernando Camargos, Eddie Fernando Candido Murta, Henrique Moraes Salvador Silva, Ivone Dirk de Souza Filogônio, Lucas Viana Machado, Manuel Maurício Gonçalves, Marcelo Maciel de Araújo Porto, Ricardo Mello Marinho, Sávio Costa Gonçalves MEMBROS NATOS Antonio Fernandes Lages, Cláudia Navarro Duarte Lemos, Garibalde Mortoza Junior, João Pedro Junqueira Caetano, Sergimar Padovezi

INFORMATIVO SOGIMIG COORDENAÇÃO DO INFORMATIVO Gui Tarcísio Mazzoni Junior PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA Link Comunicação Empresarial - (31) 2126-8080 EDIÇÃO: Cristina Fonseca (MG 04557JP) REDAÇÃO: Aline Luz EDITORAÇÃO: Danielle Marcussi Revisão: Regina Palla PROJETO GRÁFICO: Helô Costa e Wagner Rocha GRÁFICA: PAULINELLI TIRAGEM: 7 mil exemplares Envie sua contribuição para sogimig@sogimig.org.br O Informativo SOGIMIG autoriza a reprodução de seu conteúdo, desde que citada a fonte. Pede-se apenas a informação de tal uso. A Associação não se responsabiliza pelo conteúdo ou pela certificação dos eventos anunciados na forma de agenda.

CBGO em BH: Quae sera tamen Gui Tarcísio Mazzoni Junior Diretor de Comunicação da SOGIMIG

Minas Gerais é a inquietude. A terra que não se satisfaz em repousar como planície, querendo se erguer rumo ao céu desenhando nossa montanhosa geografia, arquitetando cachoeiras e tentando esconder nossos diamantes, ouro, minerais, todas as minas em geral: belos abstratos cunhados em remota época em que não se tinha noção de tamanha estética artística. Verdadeiros anteparos permitindo reverberar nossas reflexões: aí está nossa reconhecida fonte de vislumbrar, planejar e executar. A inquietação moveu intelectuais a lutarem pela liberdade diante de uma colônia extorsiva. Apesar de Mineira, a Inconfidência foi na verdade, Brasileira e refletia o Iluminismo europeu. Pouco mais de um século se passou e dr. Hugo Furquim Werneck iniciou orientação a um grupo de médicos, em 1908, inaugurando a mais antiga especialidade médica de Belo Horizonte, a Ginecologia e Obstetrícia. No ano de 1945, surge a SOGIMIG, na Faculdade de Medicina da UFMG. Já no primeiro ano, nossa entidade convida os paulistas e organiza a “Jornada Mineira-Paulista de Ginecologia e Obstetrícia”. Porém, após os mineiros ponderarem que os eventos deveriam ser realizados em diversas capitais do país, nesse mesmo ano, ainda se realizou a “I Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia” em São Paulo.

Belo Horizonte, ainda foi palco da fundação da Febrasgo, em 30 de outubro de 1959, durante a XI Jornada Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Nada mais adequado que festejar os 50 anos da Febrasgo com o Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia na terra em que tanto nossa federação quanto nosso principal evento científico foram cunhados. Terra que cunhou também perfeições barrocas pelas nada perfeitas mãos de Aleijadinho ou que viu surgir pinturas ornamentais rococó de Mestre Ataíde. Terra que gerou nossos colegas Guimarães Rosa e Juscelino Kubitschek, que lê Drummond, não só o Carlos, mas também o Roberto. Nação dos Mil tons, de maravilhosos encontros marcados, como o clube tão famoso, aquele, o da esquina. Não importa de que grupo seja, Galpão, Corpo, está sempre num Giramundo. Minas Gerais, com crescente economia em seus três setores, nasceu inundada pelo bem mais cobiçado de nosso planeta, composto por dois Hs e um O: rica História nos oferecendo belos Horizontes que luzem o futuro de nosso povo, razão de nosso Otimismo. O CBGO chega em BH num momento ímpar em que nossas transformantes inquietudes estão mais intensas, permitindo torná-lo único pelo diferencial oriundo das inúmeras marcas que a história nos esculpiu, além de nos propiciar externar uma das mais marcantes vocações do mineiro: o prazer em receber as pessoas.

Em caso de dúvidas, questionamentos e sugestões, enviar e-mail para: sogimig@sogimig.org.br

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Defesa Profissional

Parto Seguro: direito de toda gestante Wólmer Monteiro

Victor Hugo de Melo Presidente da SOGIMIG

Para entender o Parto Seguro, devemos relembrar os preceitos do parto sem dor e o da humanização do nascimento, deflagrados pelo movimento feminista nas décadas de 70 e 80. O Ministério da Saúde apoiou este movimento e, de certa forma, responsabilizou os obstetras pela “desumanização” do parto, como se nós fôssemos os responsáveis pela não participação das mulheres nas decisões tomadas no processo da parturição. Ao mesmo tempo, incorporou um novo profissional no cenário do parto, o enfermeiro obstétrico, que seria menos intervencionista e conduziria mais partos pela via vaginal. O Parto Humanizado transmutou-se em Parto Seguro, agravando esse equívoco, na medida em que o associou ao parto vaginal. Se, por um lado, a humanização do parto não deve ser associada ao tipo de profissional que assiste a parturiente - obstetra ou enfermeiro -, o Parto Seguro não pode ser vinculado à via de parto - abdominal ou vaginal. Do ponto de vista fisiológico, o parto vaginal é o ideal, pois esta é a via estabelecida pela natureza feminina. Entretanto, não podemos associar o parto vaginal ao Parto Seguro porque sabemos de situações nas quais a cesariana é a via mais segura para mãe e feto. O que fazer, por exemplo, no prolapso de cordão, no sofrimento1 fetal agudo ou no descolamento prematuro da placenta, com colo parcialmente dilatado? O que fazer na presença de desproporção céfalo-pélvica diagnosticada no trabalho de parto? O Parto Seguro envolve o planejamento da gravidez, o acompanhamento pré-natal, a assistência no trabalho de parto e parto, bem como o seguimento no puerpério. Somente esta cadeia de procedimentos pode permitir que o casal tenha um filho com todo seu potencial de crescimento e desenvolvimento preservados, tendo a seu lado a mãe hígida, apta a amamentá-lo e a prover os cuidados que ele demanda. Não há como prever, com absoluta certeza, o prognóstico de uma parturiente, mesmo as de “baixo risco”. O diagnóstico de parto eutócico somente pode ser realizado após o

nascimento. Sabe-se que 10% dos partos de “baixo risco” apresentam complicações, demandando intervenções imediatas e recursos humanos e materiais somente encontrados no hospital. Assim, o único local no qual se pode garantir segurança para mãe e filho, no momento do parto, é a MATERNIDADE. Metanálise recente (1) demonstrou algumas evidências científicas em relação à assistência ao parto, entre elas: FORTE RECOMENDAÇÃO a favor das doulas, da posição verticalizada e do trabalho em equipe; RECOMENDAÇÃO para admissão nas maternidades somente das gestantes em franco trabalho de parto, e para a condução ativa deste trabalho de parto; RECOMENDAÇÃO CONTRA a episiotomia rotineira, a pressão no fundo do útero no período expulsivo e o funcionamento das casas de parto, por apresentarem taxa de transferência para maternidades de 50% e aumentarem a mortalidade perinatal em quase 90%. Existem vários fatores que devem ser considerados para explicar as altas taxas de cesariana no Brasil: a má remuneração pela assistência ao parto; a forma de organização dos serviços; os processos judiciais pela não realização de cesariana; a inexperiência em reali-

zar o parto vaginal operatório. Sabemos que estas causas não explicam a totalidade das cesarianas realizadas no Brasil e que muitos obstetras têm banalizado esta cirurgia. Não defendemos estas altas taxas e, tampouco, somos favoráveis ao parto vaginal de forma irrestrita. Distocias de todo tipo podem ocorrer, e o profissional que acompanha a parturiente deve estar habilitado a resolver TODA E QUALQUER INTERCORRÊNCIA que surgir. Assim, a atenção ao parto não pode ser exercida por outro profissional ou fora do hospital, sob o argumento de que, no hospital, as parturientes são submetidas a mais intervenções cirúrgicas. Devemos empreender esforços para reduzir as cesarianas e outras intervenções no parto, mas isto não pode ficar sob a responsabilidade única dos obstetras. Vamos discutir formas alternativas que atendam às atuais demandas das gestantes, MAS QUE SEJAM SEGURAS, para não colocá-las, e a seus filhos, sob riscos desnecessários. Vamos criar condições nas maternidades para que as famílias possam ter maior participação no parto e para que possamos realizar mais partos vaginais com total segurança neste processo. (1) Berghella V, Baxter JK, Chauhan SP. Evidence-based labor and delivery management. Am J Obstet Gynecol. 2008;199(5):445-54.

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Diretorias Regionais

O Espírito Vanguardista da SOGIMIG - um modelo Marcelo Lopes Cançado Coordenador das vice-presidências e diretorias regionais da SOGIMIG Divulgação

Minas Gerais, um Estado diverso em todos os sentidos, possui 853 municípios, cerca de 20 milhões de habitantes e, aproximadamente, 3 mil ginecologistas e obstetras. Integrar os profissionais médicos deste Estado de inúmeras bordas, complexas por suas origens, história e influências, não é tarefa fácil. Mas é possível. Requer, antes de tudo, muito trabalho e compromisso. Inicialmente, fez-se necessário entender esta complexidade que varre nosso Estado. Trata-se de um exercício contínuo, trabalhoso, minucioso, contumaz, mas ao mesmo tempo é prazeroso conviver com tantos sotaques e entender, ou pelo menos tentar entender, a diversidade humana e as diferenças regionais. Feito este diagnóstico e, ciente das diferenças regionais, nossa associação tenta criar e manter diretrizes comuns, procurando construir uma grade de ações, legitimada e sempre mutável, e que atendam às necessidades de cada rincão das Minas e das Gerais. Neste momento, deparamos sempre com a fragilidade de nossas entidades médicas representativas frente à gestão da saúde em nosso país. Esta sim é terrível e pecaminosa contra todos, médicos e pacientes. A consciência desta má gestão é o combustível necessário para tentarmos promover eventuais mudanças que levem benefícios à população e aos médicos. Portan-

to, faz-se necessário uma aproximação política essencial com os órgãos municipais, estaduais e federais, gestores dos programas de saúde. É um processo contínuo e árduo. Trata-se de uma luta constante. A SOGIMIG, entidade cujo foco histórico sempre esteve unicamente conectado às questões científicas, vem, ao longo de suas últimas gestões, ampliando sua área de atuação em acordo com as demandas dos novos tempos e, principalmente, atendendo às necessidades dos associados. Desta forma, hoje, os principais e grandes pilares desta entidade são: atualização científica, valorização da nossa especialidade e dos sócios quites, defesa profissional e responsabilidade social. Ressaltamos que nossas ações sempre objetivam atingir todo o Estado. E mais, cada ação desta gera uma enormidade de trabalho e atitudes constantes, como estarão explicitadas e exemplificadas em outras matérias deste jornal. Seguimos à risca estes pilares. Foi criado, inclusive, um plano de negócios, valorizando todos estes pilares, para que os eventos científicos tenham sucesso, em todos os sentidos. Este plano está disponível no site da SOGIMIG. Entendendo o processo, e sabendo da necessidade de associar-se a outras entidades já constituídas para um maior êxito em nossas ações, a SOGIMIG está seguindo a logística do organograma geográfico da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG ) para estabelecer sua geopolítica de atuação. Pelo organograma da SES-MG, conforme mapa, o Estado de Minas Gerais foi dividido em 13 macrorregiões, subdivididas em 75 microrregiões. Esta logística congrega todos os municípios mineiros. Paralelamente, a SOGIMIG criou as Vice-presidências e Diretorias Regionais para ocupar o mesmo espaço. Temos repre-

sentantes responsáveis por cada quinhão de Minas, e eles estão cientes de suas respectivas áreas de atuação. Todos sabem exatamente o que lhes cabe neste latifúndio. Atualmente estão constituídas seis vicepresidências regionais, duas em processo de implantação e, em breve, teremos 13, em correspondência com as macrorregiões. Seguindo o mesmo processo, contamos hoje com 49 diretorias regionais, que coincidirão brevemente com as 75 microrregiões. A forma de legitimar toda esta engrenagem é por meio do Workshop da SOGIMIG, evento que ocorre duas vezes ao ano e do qual participam: a Diretoria Executiva, o Conselho Consultivo, os Comitês de subespecialidades, os Vice-presidentes e os Diretores Regionais. É uma arena democrática onde cerca de 80 pessoas, representativas e previamente constituídas, discutem os rumos SOGIMIG. Este é o momento de estabelecermos um norte comum. Em setembro último realizamos a XII edição deste importante evento. Precisamos, de fato, saber quem e quantos somos para daí falarmos a mesma língua já que nossos algozes confiam em nossa inoperância e na nossa autofagia. SITE: SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE

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Científico

A interiorização como ferramenta de disseminação do conhecimento científico Dr. Frederico José Amedée Péret 1º Secretário da SOGIMIG

A SOGIMIG é uma entidade cujo foco primário está ligado à disseminação do conhecimento científico na Ginecologia e Obstetrícia e respectivas subespecialidades. Nos últimos 15 anos surgiram e amadureceram processos fundamentais - baseados na ampliação e democratização das decisões estratégicas. A criação e ampliação das diretorias regionais permitiram-nos a conquista irreversível de eventos científicos regionais. Em 2009, foram realizados nove eventos regionais, sendo programados para 2010 dez eventos em todas as regiões do Estado. A partir deste ano investimos na ampliação tecnológica com o surgimento das videoconferências. Desde 1996, organizamos o curso anual

preparatório para o Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, elaborado e executado pelos atuais 21 comitês científicos. Na mesma ocasião, iniciamos o projeto do Manual para Concursos, cuja primeira edição foi publicada em 1997. Estamos hoje na quarta edição desta obra - adotada hoje como livro texto em várias faculdades de medicina de todo o país - e iniciamos o processo de revisão para a quinta edição neste mês. A partir de 2002, investimos na profissionalização da gestão do Encontro Mineiro de Ginecologistas e Obstetras, com a realização do I Workshop para elaboração da grade científica com a participação da diretoria, diretorias regionais e comitês científicos e com importantes mudanças nas formas de financiamento. O resultado destas estratégias foi a progressiva ampliação do número de inscritos, tornando-

se hoje o segundo maior evento estadual do país na especialidade. Estes avanços fizeram com que a partir de 2007 o Encontro Mineiro de Ginecologistas e Obstetras fosse ampliado, com a realização do I Congresso Internacional de Ginecologia e Obstetrícia de Minas Gerais, festejado com a presença marcante do professor Leon Speroff. No ano de 2010, realizaremos dois eventos regionais de grande porte: o Encontro Mineiro de Ginecologistas e Obstetras, em Ouro Preto, e o Congresso Internacional de Ginecologia e Obstetrícia de Minas Gerais. Como parte do nosso compromisso como associação de classe, damos assessoria técnica às secretarias municipal e estadual de saúde em questões relacionadas à Perinatologia e saúde da mulher nos programas oficiais aplicados no sistema único de saúde.

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Defesa Profissional

Luta pela cobrança do parto Dra. Maria Inês de Miranda Lima Diretora de Defesa Profissional da SOGIMIG

Em Belo Horizonte, as maternidades do setor público e privado têm médicos de plantão e auxiliar 24 horas por dia. Estes médicos recebem auxílio dos procedimentos realizados pelos médicos externos e realizam os partos das pacientes de planos suplementares. A cobrança dos obstetras às pacientes do sistema de saúde suplementar pela exclusividade e disponibilidade para assistência ao parto foi estabelecida ao longo dos anos e aceita pela maioria absoluta. Em 2004, a Unimed-BH encaminhou carta aos obstetras, considerando ilegal a cobrança de honorários da paciente para assistência ao parto. A SOGIMIG considerou a disponibilidade do obstetra uma opção e um contrato de caráter liberal. Após reunião com associados, foi contratada uma advogada. Ela avaliou o Estatuto da Unimed-BH, verificando que não existe detalhamento quanto à escolha e disponibilidade, apenas que a assistência obstétrica está assegurada. De acordo com o Ministério Público, o direito da gestante de realizar o parto com o mesmo obstetra do pré-natal não está previsto na legislação e tratase de serviço adicional. A Agência Nacional de Saúde (ANS) considera que o usuário paga pelo atendimento integral da cobertura obstétrica sem detalhamento. O consumidor do plano de saúde pode escolher profissional cooperado e exigir o atendimento integral. Em 2007, o Tribunal de Justiça de Mi-

nas Gerais julgou procedente a cobrança de honorários, desde que fora do plantão, sem duplicidade de cobrança e previamente acordado com a paciente. A Unimed-BH recorreu em 31 de julho de 2008. A ANS entrou no processo como litisconsorte O TJMG entendeu que, diante da entrada da ANS, o processo deveria ser enviado ao Tribunal Regional Federal (TRF), que julgou em dezembro de 2008 e considerou a ANS parte interessada. Foi anulada a sentença da Justiça Comum de Minas Gerais por entender que, com o ingresso da ANS, o processo deveria ter sido enviado para a primeira instância da Justiça Federal de Minas Gerais para novo julgamento. A SOGIMIG recorreu, discordando da legitimidade da participação da ANS e pela manutenção da competência da Justiça Estadual de Minas Gerais. A fase atual é de Embargos de Declaração perante o TRF e interposição de Recurso Especial para o Superior Tribunal de Justiça e Recurso Extraordinário para o STF. A SOGIMIG considera que esta é uma oportunidade para conscientização da classe médica que possibilita estabelecer limites éticos do que é oferecido pela rede suplementar. É uma oportunidade de esclarecimento: atividades oferecidas fora de horários preestabelecidos, que envolvam escolhas, são de caráter particular. O ganho da causa não apenas valoriza a prática obstétrica, mas também abrirá precedentes para outras especialidades. Esta é uma causa justa que tenta resgatar o espaço do profissional liberal e a dignidade dos obstetras de todo o Brasil!

Lançamento de livros durante o CBGO Dois livros estão sendo lançados no CBGO: Fundamentos e Prática em Obstetrícia e o livro que celebra os 50 anos da Febrasgo. O primeiro é um Tratado de Obstetrícia escrito com a colaboração integral de obstetras mineiros, tendo como autor o professor titular de Obstetrícia da UFMG, Antonio Carlos Vieira Cabral e como editores associados os professores da UFMG Alamanda Kfouri Pereira, Zilma Nogueira Reis e Henrique Vitor Leite. Ainda como editoras associadas as médicas obstetras e sócias da SOGIMIG Ana Paula Brum e Isabela Gomes. O segundo título conta a história da Febrasgo e fala das principais conquistas da entidade ao longo dos anos. Uma delas é a criação do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (Tego), que garantiu reconhecimento profissional a estes especialistas. O livro presta uma homenagem à instituição e mostra o relacionamento da Febrasgo com todas as suas federadas no Brasil, além das associações internacionais, por intermédio de paralelo entre a história da entidade e o crescimento da mulher.

CBHPM e TUSS A SOGIMIG tem estado atenta a informar a tabela da CBHPM completa aos associados, esclarecendo procedimentos que são cobrados diferentemente da tabela da AMB. Importante informação é a implantação do TUSS - Terminologia Única em Saúde Suplementar, que visa unificar as codifica-

ções e nomenclatura dos procedimentos médicos. Hoje, existem em torno de 15 tabelas vigentes no Brasil. A ANS definiu que as informações relacionadas à saúde suplementar, como os tipos de guias e códigos, deveriam ser padronizadas. Foram necessários quase dois anos para que a equipe técnica da AMB compatibilizasse e adequasse

os procedimentos contidos na CBHPM no rol de cobertura mínima e obrigatória da ANS e em outras tabelas. Com a entrega do TUSS à ANS, as operadoras de planos de saúde terão dois meses para se adaptar. A seguir, a TUSS será encaminhada aos médicos para ser colocada em prática. Mais uma luta para 2010!

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Atividades da Diretoria

Campanha da SOGIMIG pela valorização do ginecologista e obstetra RECÍPROCA

Em 2008, a SOGIMIG fez um plano de comunicação, constando de um anúncio no jornal Estado de Minas, no Jornal da Pampulha e outros dois nos jornais da Associação Médica de Minas Gerais e do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais. A entidade também enviou uma newsletter para todos associados. Esta propaganda foi veiculada em 40 outdoors em corredores e região Centro-Sul, além de proximidades de hospitais de Belo Horizonte. Durante 15 dias, estes anúncios ficaram em backbus das linhas de ônibus das regiões hospitalar e Centro-Sul. Também veicularam na CBN e rádio Itatiaia por um mês, de 30/10 a 30/11/2008, em programação determinada. O objetivo foi chamar a atenção da população sobre os valores pagos pelos planos de saúde aos médicos, comparando-os com os custos de procedimentos de estética e fraldas descartáveis. É justo?

Espectro da Ação Comunitária da SOGIMIG: importante pilar da nossa entidade Dra. Cláudia Lúcia Barbosa Salomão Diretora de Assuntos Comunitários da SOGIMIG

“O País é a sociedade, e não o governo; cabe aos cidadãos, em boa medida, tentar mudar a paisagem de pobreza e desmandos que nos cerca.” A conscientização de entidades em relação ao seu compromisso social vem possibilitando a mudança de um panorama árduo e sofrido em nosso país. Dentro deste conceito, a SOGIMIG vem, através dos tempos, enfatizando e priorizando suas atividades comunitárias, de caráter assistencial e informativo. Participamos de programas educativos, voltados a crianças e adolescentes, em instituições filantrópicas, como na Casa Bem-meQuer e Instituto Santa Inês, de caráter informativo educacional, a crianças e adolescentes. No Instituto Santa Inês, pertencente ao Complexo Educativo Monte Calvário, o nosso atendimento é direcionado a adolescentes surdos-mudos,

o que nos motivou bastante, especialmente ao grupo do nosso Comitê Científico de Ginecologia Infanto-Puberal, que se mobilizou para o aprendizado do lidar com esta especial clientela. Estamos presentes também, com regularidade semanal, no Ambulatório da Igreja Nossa Senhora do Carmo, prestando atendimento à população adolescente. Prestamos assistência técnica aos programas comunitários da Ordem dos Advogadosde nosso Estado,representada pelos setores OAB Cidadã e OAB Mulher, acompanhadoos nos eventos comunitários deste órgão, na Capital e em cidades vizinhas. Este ano, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado em parceria com a Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Foram realizadas palestras informativas para adolescentes e mulheres adultas, configurando um grande e importante acontecimento para nós e para o funcionalismo do Estado. É com imensa satisfação que comparece-

mos e atuamos em todas as atividades da nossa Associação Médica de Minas Gerais, sempre que solicitados, nos projetos e eventos comunitários destinados à população de Belo Horizonte, como, por exemplo, nas ações em praças públicas que, cada vez mais, molduram a preocupação de nossa entidade em relação à população do nosso município. Recentemente, participamos da atividade “Saúde na Praça”, em comemoração ao Dia do Médico, patrocinada e promovida pela Associação Médica de Minas Gerais, realizada em nossa maravilhosa Praça da Liberdade. Milhares de pessoas puderam esclarecer suas dúvidas com profissionais médicos dos diversos departamentos médicos desta entidade. Enfatizamos, portanto, o prazer que temos de poder oferecer este serviço, que sabemos ser importante à população atendida, mas que é especialmente importante para nós, que nestes momentos, podemos doar, mas também receber tanto!

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