II Simpósio Integrado das Residências Médicas de Ginecologia e Obstetrícia de Minas Gerais
Fios e suturas Rayana Rolla Campos
R2 de Ginecologia e Obstetrícia Hospital das Clínicas UFMG
Orientador: Anderson de Souza Bruno Santa Casa de Misericórdia BH
“ Qualquer material usado para ligar vasos sangrantes ou aproximar tecidos. O ato de reaproximar tecido com sutura é conhecido como suturar. “ Te Linde; Cirurgia Ginecológica, décima edição
Sutura
O primeiro uso registrado de suturas data do século XVI a.C. no papiro de Edwin Smith, o mais antigo registro de um procedimento cirúrgico.
Ao longo dos séculos muitos materiais foram usados como suturas: metais (fios de prata, ouro e tântalo); material vegetal (linho e algodão) e produtos animais (crinas de cavalo, tendões, tecido intestinal e seda).
Histórico
Porção de material sintético ou derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas, flexível, de secção circular, com diâmetro muito reduzido em relação ao comprimento;
Usados para contenção ou fixação de estruturas orgânicas e ligadura de vasos através de suturas ou nós.
Fio cirúrgico
Absorção
Origem
Configuração
Força Tênsil
Segurança dos nós
Reação tecidual
Propriedades dos fios
Elasticidade
Memória
Crescimento bacteriano
Adesividade de células tumorais
Visibilidade em campo cirúrgico
Custo
Propriedades dos fios
Numeração dos fios segundo a espessura Maior diâmetro
Menor diâmentro
3 – 2 – 1 – 0 – 2.0 – 3.0 – 4.0 – 5.0 – 6.0 – 7.0 – 8.0 – 9.0 – 10.0 – 11.0 – 12.0
Propriedades dos fios
FIO IDEAL: • Flexível • Apresenta grande resistência a tração e a torção • Fácil manuseio • Calibre fino e regular • Facilidade para nó cirúrgico • Baixa reação tecidual • Facilmente esterilizável • Não servir como nicho para infecção
Propriedades dos fios
CATEGUTE – Catgut® Catgut cromado®
Origem: submucosa do intestino de ovinos e bovinos.
Absorção: irregular, em geral completamente absorvido em 2 semanas.
Força tênsil: mantém por apenas 4 ou 5 dias, perde toda a resistência no 14° dia.
Fios absorvíveis naturais
CATEGUTE – Catgut® Catgut cromado®
Maleabilidade e segurança do nó: pouco flexível, segurança do nó assegurada pela hidrofilia.
Reação tecidual: maior reação tecidual.
Cromado: absorção inicial retardada, menos traumático e com menos reatividade tecidual.
Fios absorvíveis naturais
ÁCIDO POLIGLICÓLICO - Dexon®
Configuração: multifilamentar.
Absorção: em 60 a 90 dias.
Força tênsil: boa resistência. 60% de sua força no 7° dia e cerca de 50% no 25° dia.
Reação tecidual: baixa resposta inflamatória.
Fios absorvíveis sintéticos
POLIGALACTINA 910 - Vicryl®
Configuração: multifilamentar trançado.
Absorção: totalmente absorvido entre o 70° e o 80° dia pós implante.
Força tênsil; mantém aproximadamente 50% de sua força tênsil entre o 25° e 30° dias.
Fios absorvíveis sintéticos
POLIGALACTINA 910 - Vicryl®
Maleabilidade e segurança do nó: excelente maleabilidade e alta capacidade de reter o nó.
Reação tecidual: baixa.
Fios absorvíveis sintéticos
POLIDIOXANONA - PDS®
Configuração: monofilamentar.
Absorção: totalmente absorvido entre o 160° e 180° dia.
Maleabilidade e segurança do nó: coeficiente de fricção e maleabilidade baixo: maior número de nós.
Reação tecidual: baixíssimo grau de reação inflamatória.
Fios absorvíveis sintéticos
POLIGLICONATO - Maxon®
Origem: sintética.
Configuração: monofilamentar.
Absorção: completa entre o 180° e 200° dia.
Maleabilidade e segurança do nó: excelente capacidade em reter o primeiro nó.
Reação tecidual: mínima.
Fios absorvíveis sintéticos
POLIGLECAPRONE - Monocryl®
Configuração: monofilamentar.
Absorção: completa entre o 90° e 120° dia.
Maleabilidade e segurança do nó: boa maleabilidade, com boa retenção de nós.
Reação tecidual: mínima.
Fios absorvíveis sintéticos
SEDA – Seda®, Silk point®
Configuração: multifilamentar, trançado e revestido.
Absorção: pode sofrer absorção completa em período tardio.
Maleabilidade e segurança do nó: maior maleabilidade dentre todos os fios.
Reação tecidual: intensa.
Fios inabsorvíveis naturais
ALGODÃO COM POLIÉSTER – Polycot®, Cott point®
Origem: algodão: biológica, poliéster: sintética.
Configuração: multifilamentares.
Absorção: pode ser reabsorvido anos após sua implantação.
Maleabilidade e segurança do nó: muito maleável.
Reação tecidual: intensa.
Fios inabsorvíveis naturais
NÁILON – Mononylon®, Ethilon®, Nurolon®, Surgilon®
Configuração:pode ser monofilamentar ou multifilamentar trançado.
Maleabilidade e segurança do nó: a maleabilidade do multifilamentar é cerca de 20 vezes maior que do monofilamentar. Monofilamentar: alta memória: necessário maior número de nós.
Reação tecidual: mínima.
Fios inabsorvíveis sintéticos
POLIPROPILENO – Prolene®, Propilene®
Configuração: monofilamentar.
Maleabilidade e segurança do nó: grande memória, necessário grande número de nós.
Reação tecidual: menor reação inflamatória dentre todos os inabsorvíveis.
Fios inabsorvíveis sintéticos
POLIÉSTER – Mersilene®, Tevdek II®, Ticron®, Policron®, Ethibond®
Configuração: multifilamentar trançado.
Maleabilidade e segurança do nó: proporciona nós seguros com boa maleabilidade.
Reação tecidual: baixo grau.
Força tênsil: grande.
Fios inabsorvíveis sintéticos
TETRATALATO DE POLIBUTILENO – Novafil®
Configuração: monofilamentar.
Maleabilidade e segurança do nó: menos rígido e com menor coeficiente de fricção que o náilon e o proleno, sendo um pouco mais maleável e com nós mais seguros.
Reação tecidual: baixo grau.
Força tênsil: muito resistente.
Fios inabsorvíveis sintéticos
POLITETRAFLUORETILENO – Gore-tex®
Configuração: monofilamentar.
Reação tecidual: mais inerte dos fios.
Por desencadear mínima reação inflamatória, pode ser usado em feridas contaminadas ou potencialmente contaminadas. Fio de maior elasticidade.
Fios inabsorvíveis sintéticos
Fitas adesivas.
Sutura mecânica.
Adesivos sintéticos.
Outros materiais biológicos.
Outros métodos
Fonseca, F.P.; Rocha, P.R.S. Cirurgia Ambulatorial, terceira edição, capitulo 4, p 50-58.
Rock, J.A.; Jones III, H.W. Te linde Cirurgia Ginecológica, décima edição, capítulo 13, p 226-246.
Rodrigues, M.A.G.; Correia, M.I.T.; Rocha, P.R.S. Fundamentos em Clínica Cirúrgica, primeira edição.
Referências Bibliográficas